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FICA A DICA
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FICA A DICA12
E aí pessoal? Muitos estudos nessa reta final? A dica de hoje é sobre Direito Administrativo, mais precisa-
mente sobre os poderes administrativos, tema um pouquinho doutrinário, mas que SEMPRE cai e o CESPE adora!!!
#VAMOSCOMTUDO gabaritar?
CONCEITO
Os poderes administrativos são instrumentos conferidos aos agentes públicos para que, no exercício de
suas atividades, alcancem o interesse público. Aqui, podemos falar em poder-dever, eis que o seu exercício é obri-
gatório e sempre se orienta para uma finalidade pública.
c) Tem limites previstos em lei. Deve respeitar a regra de competência legal (lei ou Constituição Federal).
2 Fonte: FUC Ciclos; Manual de Direito Administrativo – José dos Santos Carvalho Filho, 2017; Curso de Direito Administrativo – Rafael Rezende, 2018; Ano-
tações pessoais; Buscador do Dizer o Direito; Site qconcursos.
Assunto delicado, pois os conceitos costumam gerar confusão. No excesso de poder o agente EXTRAPO-
LA a competência delimitada pela lei. Ex: Policial que utiliza força desproporcional para repelir uma manifestação
pública.
Já no desvio de poder, também conhecido como desvio de finalidade, o agente pretende alcançar finalida-
de diversa do interesse público. Ex: Superior determina a remoção de um servidor público apenas para beneficiá-
-lo.
Vale destacar que tanto o excesso quanto o desvio de poder integram o gênero “abuso de poder”, pois
configuram atos praticados além dos limites do estritamente necessário à busca do interesse público.
#TABELINHA
Excesso de poder
Abuso de poder
Desvio de poder
(finalidade)
É interessante mencionar que, embora não haja consenso na doutrina, entende-se que o agente pode
praticar excesso de poder também na forma omissiva, quando, por exemplo, deixa de praticar ato para o qual é
competente. Assim, se um agente público age com excesso ou desvio de poder e seu superior hierárquico, conhe-
cedor do fato, nada faz para reparar o mal, resta claro que houve abuso de poder na sua forma omissiva, pois o
superior manteve-se inerte quando deveria ter agido. Ex: Servidor público que deixa de instaurar um PAD referente
à outro servidor que encontra-se sob sua supervisão. Esse tema já foi exigido mais de uma vez pela banca cespe,
vejamos:
#JÁCAIU #CESPE
No que diz respeito a desvio e excesso de poder e à responsabilidade civil do Estado, julgue o item subsecutivo.
Ocorre desvio de poder na forma omissiva quando o agente público que detém o poder-dever de agir se man-
tém inerte, ao passo que o excesso de poder caracteriza-se pela necessária ocorrência de um transbordamento
no poder-dever de agir do agente público, não sendo cabível na modalidade omissiva.3
Certo
Errado
No tocante aos poderes administrativos e à responsabilidade civil do Estado, julgue o próximo item.
O abuso de poder, que inclui o excesso de poder e o desvio de finalidade, não decorre de conduta omissiva de
agente público.4
3 Gabarito: errado.
4 Gabarito: errado.
Certo
Errado
Seja em decorrência de excesso ou desvio de finalidade, o abuso de poder enseja a nulidade do ato ad-
ministrativo a ser discutida na esfera administrativa, por meio de impugnação administrativa do ato ou mediante
provocação do Judiciário, em virtude do poder que lhe é conferido de controlar a legalidade da atuação adminis-
trativa.
Trata-se de uma prerrogativa da Administração para editar atos gerais para a fiel execução das leis.
a) Regulamentos
Saliente-se que Regulamento e Decreto são referências ao mesmo ato normativo. Isso porque o Regulamen-
to é o ato normativo privativo do chefe do Poder Executivo e Decreto é a sua forma. Em outras palavras, pode-se
dizer que o Regulamento é expedido por meio de um Decreto.
ESPÉCIES DE REGULAMENTO
São aqueles editados para a fiel execução da lei. Este regulamento não pode
Regulamentos executivos inovar o ordenamento jurídico, mas somente pode complementar a lei. Art. 84, IV
da CF.
São Regulamentos que atuam substituindo a lei e têm o condão de inovar o
ordenamento jurídico, determinando normas sobre matérias não disciplinadas em
lei.
O poder regulamentar não se confunde com o poder regulatório. De um lado, o poder regulamentar possui
as seguintes características:
• Conteúdo político.
• Competência atribuída às entidades administrativas, com destaque para as agências reguladoras (art. 174 da
CRFB);
• Conteúdo técnico.
c) Reserva da Administração
A liberdade de conformação do legislador encontra limites no texto constitucional. Entre esses limites, cos-
tuma-se apontar, no Direito Comparado, a existência da denominada “reserva de administração” como um verda-
deiro “núcleo funcional da administração ‘resistente’ à lei”. Daí a Constituição, em situações específicas, determinar
que o tratamento de determinadas matérias fica adstrito ao âmbito exclusivo da Administração Pública, não sendo
lícita a ingerência do parlamento.
#JÁCAIU #CESPE
Acerca de poderes administrativos, julgue o item subsequente.
Configura abuso do poder regulamentar a edição de regulamento por chefe do Poder Executivo dis-
pondo obrigações diversas das contidas em lei regulamentada, ainda que sejam obrigações derivadas.5
Certo
Errado
O regulamento editado por autoridade competente da administração pública, em atendimento a norma
legal, para prover matéria reservada a lei é um regulamento6
A) subordinado.
B) autônomo.
C) executivo.
D) delegado.
E) independente.
Julgue o item subsecutivo, a respeito dos poderes da administração pública.
Ao exercer o poder regulamentar, a administração pública pode extrapolar os limites do ato normativo
primário, desde que o faça com vistas à finalidade pública.7
Certo
Errado
Julgue o seguinte item, a respeito dos poderes da administração pública.
No exercício do poder regulamentar, a administração pública não poderá contrariar a lei.8
Certo
Errado
→Poder de Polícia:
Pessoal, muita atenção nesse ponto, pois o CESPE sempre cobra. Inicialmente, é importante sabermos que
esse poder pode ser interpretado em dois sentidos:
• Amplo: compreende toda e qualquer atuação estatal restritiva à liberdade e à propriedade que tem por
objetivo a satisfação de necessidades coletivas e abrange, por exemplo, a atividade legislativa (ex: edição de
uma lei que cria direitos e obrigações);
5 Gabarito: errado.
6 Gabarito: letra d.
7 Gabarito: errado.
8 Gabarito: certo.
• Estrito: o poder de polícia significa o exercício da função administrativa, fundada na lei, que restringe e con-
diciona o exercício de direitos e atividades privadas, com o objetivo de implementar o interesse público.
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito,
interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concer-
nente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício
de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pú-
blica ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente
nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como dis-
cricionária, sem abuso ou desvio de poder.
#NÃOCONFUDIR
Conforme visto, o poder de polícia tem como destinatários todos os particulares que se submetem a
autoridade estatal. Vale destacar que hoje, o entendimento que vem prevalecendo é que a finalidade precípua
do Poder de Polícia é a promoção e proteção dos direitos fundamentais, superando-se a antiga ideia de que seu
fundamento era apenas a supremacia do interesse público sobre o privado.
#UMPOUCODEDOUTRINA:
Segundo Rafael Rezende, “Existem situações, no entanto, que envolvem o exercício da autoridade estatal sobre
administrados que possuem vínculo especial (legal ou negocial) com a Administração Pública, tal como
ocorre nas relações jurídicas travadas entre o Estado e os respectivos agentes públicos e/ou particulares contrat-
ados. Os administrados travam relações jurídicas específicas com o Estado e submetem-se, em consequência,
ao regime jurídico distinto daquele aplicado ao restante das pessoas (“relações especiais de sujeição”). Nessas
situações, costuma-se dizer que o Estado exerce sua “supremacia especial” em relação aos administrados.”
E conclui:
“Ademais, a referida distinção serve como critério distintivo entre o poder de polícia e o poder disciplinar.
Enquanto o poder de polícia é exercido no âmbito da supremacia geral, o poder disciplinar relaciona-se com a
denominada supremacia especial. Assim, por exemplo, a aplicação de sanção administrativa à pessoa que des-
cumpre as normas de vigilância sanitária configura típico exercício do poder de polícia. Ao revés, a sanção apli-
cada no âmbito do Processo Administrativo Disciplinar (PAD) ao servidor que descumpre o respectivo estatuto
funcional configura poder disciplinar.
→Ciclos de Polícia:
e) Sanção: é a medida coercitiva aplicada ao particular que descumpre a ordem de polícia ou os limites impos-
tos no consentimento de polícia. Ex: multa de trânsito.
O STJ, no REsp 817.534/MG, discutindo a possibilidade de sociedade de economia mista (pessoa jurídica
de direito privado) exercer o poder de polícia (no caso, aplicação de multa de trânsito por sociedade de economia
mista), esclareceu que podem ser transferidos ao particular somente os atos de consentimento (como a conces-
são de CNH) e os atos de fiscalização (como instalação de equipamentos eletrônicos de velocidade).
As fases consideradas delegáveis assim o são sob a justificativa de que não envolveriam o poder de império
do Estado e somente as fases de ordem de polícia e de fiscalização de polícia estarão obrigatoriamente presentes
em todo e qualquer ciclo de polícia.
Vale destacar que o entendimento majoritário da doutrina é de que é impossível a delegação do poder de
polícia a particulares, tendo em vista que o exercício de autoridade por um particular em detrimento dos demais
colocaria em risco o princípio da igualdade.
→Características:
• Discricionariedade: como regra, o administrador pode escolher o melhor momento de sua atuação ou a
sanção mais adequada para o caso concreto. Todavia, há exceções. Na licença para construir, por exemplo,
o legislador não deixa qualquer margem de liberdade para o administrador e a atuação de polícia será vin-
culada. Assim, deve o particular cumprir todos os requisitos legais.
• Coercibilidade: os atos de polícia impõem restrições ou condições que devem ser obrigatoriamente cum-
pridas pelos particulares.
• Autoexecutoriedade: trata-se de prerrogativa conferida à Administração, de forma que ela pode imple-
mentar os seus atos sem necessidade de manifestação prévia do Poder Judiciário. Nesse ponto, é válido
mencionar que não são todos os que possuem esse atributo. É comum haver uma distinção entre executorie-
dade e exigibilidade. Enquanto naquela o administrador utiliza meios diretos de coerção, inclusive a força,
nessa há o uso indireto de meios de coerção, que induzem o particular a cumprir as determinações ad-
ministrativas (ex.: previsão de multas para o descumprimento de determinações legais). Há, ainda, polêmica
no que tange à necessidade de previsão legal expressa par ao reconhecimento da autoexecutoriedade
administrativa. O entendimento majoritário entende que a executoriedade depende de previsão legal ou
do caráter emergencial da situação concreta. Nesse sentido, Maria Sylvia Zanella Di Pietro, Celso Antônio
Bandeira de Mello, José dos Santos Carvalho Filho e Marçal Justen Filho. Por outro lado, há quem defenda
que a autoexecutoriedade é a regra, somente afastada na hipótese de expressa vedação legal (Hely Lopes).
Em princípio, o poder de polícia tem um caráter eminentemente negativo, em razão da imposição de obri-
gações de não fazer em face do particular. Contudo, conforme assevera Rafael Rezende, “(...)a atuação de polícia
pode ensejar obrigações negativas (de não fazer) e positivas (de fazer). A efetivação dos direitos fundamentais pelo
Poder Público depende, em determinados casos, da atuação positiva (colaboração) dos particulares, como ocorre, por
exemplo, na imposição de limpeza de terrenos por particulares, no dever de edificação compulsória da propriedade,
na exigência saídas de emergência em edifícios.”
#SELIGA #CESPE: A seguinte afirmativa foi considerada correta e foi cobrada no concurso de Juiz/2019:
“O poder de polícia administrativo inclui, no âmbito das agências reguladoras, a possibilidade de tipificar inedi-
tamente condutas passíveis de sanção, de acordo com o STJ”.
Esse é o entendimento do STJ no REsp 1522520/RN (22/02/2018), para quem as sanções administrativas aplicadas
pelas agências reguladoras, no exercício do seu poder de polícia, NÃO ofendem o princípio da legalidade, visto
que a lei ordinária delega a esses órgãos a competência para editar normas e regulamentos no âmbito de sua
atuação, inclusive tipificar as condutas passíveis de punição, principalmente acerca de atividades eminentemente
técnicas.
Parte da doutrina defende a existência do Poder de Polícia “interfederativo”, sendo aquele exercido entre os
Estados Federados. Vale mencionar, contudo, que não se trata de hierarquia, mas, sim, de submissão à repartição
de competências constitucionais. Assim, as pessoas federadas podem instituir e cobrar taxas uma das outras, em
virtude do exercício do poder de polícia, salvo as isenções legais (respeito à imunidade recíproca).
#JÁCAIU #CESPE
9 Gabarito: letra e.
10 Gabarito: letra c.
11 Gabarito: letra c.
#DEOLHONASÚMULA
STJ - Súmula 510. A liberação de veículo retido apenas por transporte irregular de passageiros não está condicio-
nada ao pagamento de multas e despesas.
#DEOLHONAJURIS
O STF definiu a tese de que é constitucional a atribuição às guardas municipais do exercício do poder de polícia
de trânsito, inclusive para a imposição de sanções administrativas legalmente previstas (ex: multas de trânsito).
STF. Plenário.RE 658570/MG, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em
6/8/2015 (Info 793).
Profissionais de empresas privadas que exerçam atividade de prevenção e combate ao incêndio podem adotar a
nomenclatura “bombeiro civil”. O art. 2º da Lei nº 11.901/2009 dispõe que são “bombeiros civis” os empregados
contratados tanto por empresas públicas quanto privadas que exerçam atividade de prevenção e combate ao
incêndio. A Lei nº 12.664/2012 não revogou a Lei nº 11.901/2009, mas apenas proibiu o uso de uniformes que
possuam insígnias, distintivos e emblemas representativos das instituições públicas. STJ. 1ª Turma. REsp 1.549.433-
DF, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 09/04/2019 (Info 648).
1) A administração pública possui interesse de agir para tutelar em juízo atos em que ela poderia atuar com base
em seu poder de polícia, em razão da inafastabilidade do controle jurisdicional.
2) O prazo prescricional para as ações administrativas punitivas desenvolvidas por Estados e Municípios,
quando não existir legislação local específica, é quinquenal, conforme previsto no art. 1º do Decreto n.
20.910/32, sendo inaplicáveis as disposições contidas na Lei n. 9.873/99, cuja incidência limita-se à Administração
Pública Federal Direta e Indireta.
4) A prerrogativa de fiscalizar as atividades nocivas ao meio ambiente concede ao Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA interesse jurídico suficiente para exercer seu poder de
polícia administrativa, ainda que o bem esteja situado dentro de área cuja competência para o licenciamento
seja do município ou do estado.
5) Ante a omissão do órgão estadual na fiscalização, mesmo que outorgante da licença ambiental, o IBAMA
pode exercer o seu poder de polícia administrativa, já que não se confunde a competência para licenciar com a
competência para fiscalizar.
6) O Programa de Proteção e Defesa do Consumidor - PROCON detém poder de polícia para impor sanções
administrativas relacionadas à transgressão dos preceitos ditados pelo Código de Defesa do Consumidor art. 57
da Lei n. 8.078/90.
7) O PROCON tem competência para aplicar multa à Caixa Econômica Federal CEF por infração às normas do
Código de Defesa do Consumidor, independentemente da atuação do Banco Central do Brasil.
8) A atividade fiscalizatória exercida pelos conselhos profissionais, decorrente da delegação do poder de polícia,
está inserida no âmbito do direito administrativo, não podendo ser considerada relação de trabalho e, por con-
sequência, não está incluída na esfera de competência da Justiça Trabalhista.
9) Não é possível a aplicação de sanções pecuniárias por sociedade de economia mista, facultado o ex-
ercício do poder de polícia fiscalizatório.
10) É legítima a cobrança da taxa de localização, fiscalização e funcionamento quando notório o exercício do
poder de polícia pelo aparato administrativo do ente municipal, sendo dispensável a comprovação do exercício
efetivo de fiscalização.
11) Quando as balanças de aferição de peso estiverem relacionadas intrinsecamente ao serviço prestado pelas
empresas ao consumidor, incidirá a Taxa de Serviços Metrológicos, decorrente do poder de polícia do Instituto
Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial - Inmetro em fiscalizar a regularidade desses eq-
uipamentos.
12) É legitima a cobrança da Taxa de Fiscalização dos Mercados de Títulos e Valores Mobiliários decorrente do
poder de polícia atribuído à Comissão de Valores Mobiliários CVM, visto que os efeitos da Lei n. 7.940/89 são de
aplicação imediata e se prolongam enquanto perdurar o enquadramento da empresa na categoria de benefi-
ciária de incentivos fiscais.
13) Os valores cobrados a título de contribuição para o Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento
das Atividades de Fiscalização - FUNDAF têm natureza jurídica de taxa, tendo em vista que o seu pagamento é
compulsório e decorre do exercício regular de poder de polícia.
→ Poder hierárquico:
Consiste na prerrogativa que garante ao administrador estruturar, escalonar e hierarquizar os seus quadros.
Vale mencionar que a hierarquia é uma característica encontrada exclusivamente no exercício da função
administrativa, inexistindo, portanto, hierarquia nas funções típicas jurisdicionais e legislativas. No que tange ao
Poder Judiciário e do Poder Legislativo, a hierarquia existe apenas concernente às suas funções atípicas adminis-
trativas.
• Avocação: desde que as atribuições não sejam da competência exclusiva do órgão subordinado, o chefe
poderá chamar para si, de forma temporária, a competência que deveria inicialmente ser exercida pelo
agente subalterno.
• A competência sempre será delegada de forma restritiva, ou seja, o ato de delegação deve ser expres-
so em relação à competência delegada e no que tange a indicação do agente que se tornará compe-
tente. Não se admite ato genérico de delegação.
• Súmula 510/STF: Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada, contra ela
cabe o mandado de segurança ou a medida judicial.
Por fim, cumpre salientar que a lei expressamente proíbe a delegação de competência (e consequentemen-
te a avocação) nas três situações a seguir descritas:
O poder hierárquico confere uma série de prerrogativas aos agentes públicos hierarquicamente superiores
em relação aos seus respectivos subordinados, a saber:
a) Ordens: expedição de ordens, nos estritos termos da lei, que devem ser cumpridas pelos subordinados, salvo
as ordens manifestamente ilegais;
b) Controle ou fiscalização: verificação do cumprimento por parte dos subordinados das ordens administrativas
e das normas vigentes;
c) Alteração de competências: nos limites permitidos pela legislação, a autoridade superior pode alterar com-
petências, notadamente por meio da delegação e da avocação – vide artigos 11 a 17 da Lei 9.784/99.
d) Revisional: possibilidade de rever os atos praticados pelos subordinados para anulá-los, quando ilegais, ou
revogá-los por conveniência e oportunidade, nos termos da respectiva legislação;
As prerrogativas da autoridade superior acarretam o dever de obediência por parte dos agentes públicos
hierarquicamente inferiores. A insubordinação do agente público, caracterizada pelo descumprimento das deter-
minações superiores, configura infração funcional, punível com a sanção disciplinar de demissão.
→ Subordinação e vinculação22
Portanto, a subordinação tem caráter interno, não havendo que falar em subordinação nas relações interad-
ministrativas.
Por outro lado, a relação de vinculação é encontrada entre entidades da Administração Indireta e os
respectivos entes federados. Entre pessoas jurídicas distintas, em razão da autonomia dessas entidades, não
existe hierarquia, mas apenas os controles previstos expressamente a legislação (vinculação). Trata-se de relação
externa, envolvendo pessoas jurídicas dotadas de personalidade jurídica própria e autonomia.
#JÁCAIU #CESPE
22 CAIU NA PGM-CAMPINAS-FCC/2016: o poder hierárquico manifesta-se presente nas relações de desconcentração, porque há relação de subordinação entre
os órgãos da Administração e a Administração central, o que não se replica com as relações travadas entre esta e os entes da Administração indireta, ainda que se
evidencie o poder de tutela.
23 Gabarito: errado.
O administrador público age no exercício do poder hierárquico ao editar atos normativos com o objeti-
vo de ordenar a atuação de órgãos a ele subordinados.24
Certo
Errado
Julgue o seguinte item, a respeito dos poderes da administração pública.
O poder hierárquico se manifesta no controle exercido pela administração pública direta sobre as em-
presas públicas.25
Certo
Errado
Acerca dos poderes da administração pública e da responsabilidade civil do Estado, julgue o item a
seguir.
Em razão da discricionariedade do poder hierárquico, não são considerados abuso de poder eventuais
excessos que o agente público, em exercício, sem dolo, venha a cometer.26
Certo
Errado
No que se refere aos poderes administrativos, julgue o item que se segue.
A legislação autoriza a avocação de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior, desde
que tal avocação seja excepcional, temporária e esteja fundada em motivos relevantes devidamente
justificados.27
Certo
Errado
#FICAADICA:
→ Poder disciplinar:
É a prerrogativa reconhecida à Administração para investigar e punir, após o contraditório e a ampla defe-
sa, os agentes públicos, na hipótese de infração funcional, e os demais administrados sujeitos à disciplina especial
administrativa. Trata-se de um poder que é exercido por meio do Processo Administrativo Disciplinar (PAD).
24 Gabarito: certo.
25 Gabarito: errado.
26 Gabarito: errado.
27 Gabarito: certo.
Ao contrário do poder de polícia, exercido no âmbito de relações jurídicas genéricas entre Estado e cida-
dão, o poder disciplinar refere-se às relações jurídicas especiais, decorrentes de vínculos jurídicos específicos exis-
tentes entre o Estado e o particular (Administração – agente público, Administração – contratado, Administração
–usuário de serviços públicos etc.).
#JÁCAIU #CESPE
#SURRADEJURIS
A agência de turismo devidamente credenciada para efetuar operações de câmbio é equiparada a instituição
financeira e subordina-se à regular intervenção fiscalizatória do Banco Central. Consideram-se instituições fi-
nanceiras as pessoas jurídicas públicas ou privadas que tenham como atividade principal ou acessória a coleta,
intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira,
e a custódia de valor de propriedade de terceiros (art. 17 da Lei nº 4.595/64). STJ. 1ª Turma. REsp 1.434.625-CE,
Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 09/04/2019 (Info 647). Obs: esse mesmo entendimento pode ser aplicado
para a seara dos crimes contra o Sistema Financeiro Nacional (art. 1º, I, da Lei nº 7.492/86): STJ. 5ª Turma. RHC
9.281/PR, Rel. Min. Gilson Dipp, DJe 30/10/2000.
Profissionais de empresas privadas que exerçam atividade de prevenção e combate ao incêndio podem adotar a
nomenclatura “bombeiro civil”. O art. 2º da Lei nº 11.901/2009 dispõe que são “bombeiros civis” os empregados
contratados tanto por empresas públicas quanto privadas que exerçam atividade de prevenção e combate ao
incêndio. A Lei nº 12.664/2012 não revogou a Lei nº 11.901/2009, mas apenas proibiu o uso de uniformes que
possuam insígnias, distintivos e emblemas representativos das instituições públicas. STJ. 1ª Turma. REsp 1.549.433-
DF, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 09/04/2019 (Info 648).
O art. 2º, § 6º, inc. VIII, do Decreto nº 3.179/1999 (redação original), quando permite a liberação de veículos
e embarcações mediante pagamento de multa, não é compatível com o que dispõe o art. 25, § 4º, da Lei n.
9.605/1998; entretanto, não há ilegalidade quando o referido dispositivo regulamentar admite a instituição do
depositário fiel na figura do proprietário do bem apreendido por ocasião de infração nos casos em que é apre-
sentada defesa administrativa - anote-se que não se está defendendo a simplória liberação do veículo, mas
a devolução com a instituição de depósito (e os consectários legais que daí advêm), observado, entretanto,
que a liberação só poderá ocorrer caso o veículo ou a embarcação estejam regulares na forma das legislações
de regência (Código de Trânsito Brasileiro, p. ex.). STJ. 1ª Seção. REsp 1.133.965-BA, Rel. Min. Mauro Campbell
Marques, julgado em 25/04/2018 (recurso repetitivo) (Info 625).
É obrigatória a prévia fiscalização do camarão in natura, ainda que na condição de matéria-prima, antes do
beneficiamento em outros Estados da Federação, podendo tal atividade ser realizada no próprio estabelecimento
rural onde se desenvolve a carcinicultura. STJ. 1ª Turma. REsp 1.536.399-PI, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em
08/02/2018 (Info 620).
A administração pública possui interesse de agir para tutelar em juízo atos em que ela poderia atuar com base
em seu poder de polícia. 1. Cuida-se de confirmação de sentença de primeiro grau, pelo Tribunal a quo, proferida
nos autos de nunciação de obra nova ajuizada pela Prefeitura Municipal, em razão da realização de obra sem
a apresentação de projeto arquitetônico no departamento competente, violando, portanto, a legislação local.
2. Verifica-se configurado o interesse de agir (art. 267, I, CPC), visto que a autoexecutoriedade afeita à pessoa
política não retira desta a pretensão em valer-se de decisão judicial que lhe assegure a providência fática que
almeja, pois nem sempre as medidas tomadas pela Administração no exercício do poder de polícia são suficien-
tes. (...) 5. Recurso Especial não provido. (REsp 1651622/SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA,
julgado em 28/03/2017, DJe 18/04/2017).
Se a ANVISA classificou determinado produto importado como “cosmético”, a autoridade aduaneira não poderá
alterar essa classificação para defini-lo como “medicamento”. Incumbe à ANVISA regulamentar, controlar e fis-
calizar os produtos e serviços que envolvam risco à saúde pública (art. 8º da Lei nº 9.782/99). Assim, é da Agên-
cia a atribuição de definir o que é medicamento e o que é cosmético. STJ. 1ª Turma. REsp 1.555.004-SC, Rel. Min.
Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 16/2/2016 (Info 577).
Se não houver lei estadual ou municipal prevendo o prazo prescricional da sanção de polícia, este prazo será de
5 anos, com base no art. 1º do Decreto 20.910/32. II. Nos termos da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça,
as disposições contidas na Lei 9.873/99 não são aplicáveis às ações administrativas punitivas desenvolvidas por
Estados e Municípios, pois o seu art. 1º é expresso ao limitar sua incidência ao plano federal. Assim, inexistindo
legislação local específica, incide, no caso, o prazo prescricional previsto no art. 1º do Decreto 20.910/32. Nesse
sentido: STJ, AgRg no AREsp 750.574/PR, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA, DJe de 13/11/2015;
AgRg no REsp 1.513.771/PR, Rel. Ministra REGINA HELENA COSTA, PRIMEIRA TURMA, DJe de 26/04/2016; AgRg
no REsp 1.566.304/PR, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, DJe de 31/05/2016; AgRg no AREsp
509.704/PR, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, DJe de 01/07/2014.
Então é isso pessoal! Espero que tenham gostado do nossa Fica a Dica. Bons estudos =)
“Reze e trabalhe, fazendo de conta que esta vida é um dia de capina com sol quente, que às vezes custa muito a
passar, mas sempre passa. E você ainda pode ter muito pedaço bom de alegria...Cada um tem a sua hora e a sua
vez: você há de ter a sua” (João Guimarães Rosa).