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EDUCANDO

PARA A
EDUCANDO
PARA A

O Projeto Educando para a Diversidade, con-


vênio entre a Universidade Estadual Paulis-
ta e o Santander Universidades, tem como
propósito divulgar e compartilhar informa-
ções, ações de formação, debate e demais
conteúdos que possam contribuir para a
construção de práticas inclusivas e de ga-
rantia aos direitos das pessoas em suas di-
versidades para seu acesso e permanência
com dignidade e respeito no contexto uni-
versitário.
Aqui apresentamos este guia como parte de
um protocolo de prevenção, identificação e
atuação perante situações de assédio, seja
sexual, por gênero, por orientação sexual
ou por identidade e expressão de gênero.
A Unesp repudia a cultura de violência, pre-
conceito e discriminação.
Entendemos a universidade como um es-
paço plural de convivência e respeito entre
todas as pessoas.
LEI MARIA DA PENHA 11.340 LEI DE RACISMO 7.716
Desde agosto de 2006 Desde janeiro de 1989
Dispõe sobre os crimes de violên- Referente aos crimes resultan-
cia e agressão contra as mulheres tes de discriminação ou precon-
(extensiva às mulheres trans). ceito de raça, cor, etnia, religião
ou nacionalidade. A partir de
LEI DE IMPORTUNAÇÃO SEXUAL 13.718 maio de 2019, também crimina-
O assédio não é um fenômeno novo. Ele esteve e está imer- Desde setembro de 2018 liza atos LGBTQfóbicos.
so em nossa cultura. Na Unesp, uma comunidade com quase Caracterizado pela realização
70.000 pessoas, queremos fazer todo o possível para evitar de ato libidinoso na presença de LEI DE ASSÉDIO SEXUAL 10.224
alguém de forma não consensu- Desde maio de 2001
situações de violência e constrangimento.
Por isso a necessidade de falarmos abertamente sobre esse al, com o objetivo de satisfazer Constranger sujeito em busca
assunto. Assim, este guia tem como objetivo ajudar a identi- desejo de cunho sexual. de vantagem ou favorecimento
ficar diferentes formas de assédio para, com a colaboração e sexual utilizando sua posição
LEI ESTADUAL 10.948 superior no exercício de em-
participação de todo nós, impedir que ele ocorra. Desde novembro de 2001 prego, cargo ou função.
Punição à prática de discrimi-
nação por orientação sexual ou CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA
identidade de gênero. Artigos 1o, incisos II e III, artigo 3o,
inciso IV, artigo 5o e artigo 19
LEI NO 9.394/96 ARTIGO 3 Estabelecem como princípios,
Lei de Diretrizes e Bases da Educação direitos e garantias fundamen-
Estabelece igualdade de condi- tais: a cidadania, a dignidade da
ções para acesso e permanência pessoa humana, a promoção do
na escola, liberdade de apren- bem de todos e todas sem pre-
der e pluralismo de ideias, res- conceitos, a igualdade perante
peito às liberdades individuais a lei e a laicidade do Estado.
de gênero e sexuais, gestão de-
mocrática do ensino público, va- DECRETO 8.727 2016
lorização das experiências ex- Desde abril de 2016
traescolares e vinculação entre Garante o direito de uso do nome
educação e as práticas sociais. social e reconhecimento da iden-
tidade de gênero de pessoas
trans em documentos oficiais.
RESOLUÇÃO UNESP No 62, DE 2 DE AGOSTO DE 2017
Dispõe sobre o uso do nome social e o reconhecimento da identidade de gênero
de pessoas travestis e transexuais no âmbito da Universidade Estadual “Júlio de
Mesquita Filho” – UNESP e dá outras providências.
(...)CONSIDERANDO que o não reconhecimento da identidade de gênero e do
nome social se caracteriza como violência simbólica e adoção do uso do nome
social garante o respeito à identidade de gênero de pessoas trans no âmbito
da UNESP, evitando constrangimentos, estigmas, preconceitos, violência e a
evasão escolar dessas pessoas; e CONSIDERANDO por fim o compromisso da
UNESP na construção de uma cultura de respeito à diversidade, à inclusão so-
cial, à democracia e da prática dos Direitos Humanos.
Ar go 1“ - Fica assegurada a inclusão, quando requerida por do-
centes, servidores e discentes, do nome social de travestis e tran-
sexuais, para fins de adequação de gênero, nos registros funcio-
nais e acadêmicos da Unesp.
OUVIDORIAS
A Ouvidoria é um canal de co- Os ouvidores são professo-
municação entre o cidadão e res(as) e/ou funcionários(as) lo-
uma Instituição. cados nas diversas unidades da
Na Unesp, é um espaço para es- Unesp com quem você pode co-
cutar qualquer pessoa - tanto municar-se pessoalmente, pelo
de fora da Universidade quanto site, telefone ou e-mail.
de dentro dela. Todas as deman- O ouvidor sempre lhe escuta-
das são encaminhadas às seções rá de modo respeitoso, neutro,
responsáveis para que elas res- guardando a privacidade da co-
pondam às questões levantadas. municação e buscando garantir
seus direitos.
Há uma OUVIDORIA GERAL da Reitoria e OUVIDORIAS LOCAIS
em todas as unidades da Unesp à sua disposição.

(11) 5627-0506

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Se uma pessoa sob seus cuida- Informe para à Ouvidoria da
dos ou responsabilidade sofrer Unesp o mais rápido possível se
assédio, você tem a obrigação o assédio for de natureza sexual,
legal e é ca de agir. ou por causa de sexo ou gênero.

Se você acredita que uma pessoa Encontre amparo em órgãos da


que é sua encarregada sofre as- Universidade como a Ouvidoria
sédio, converse separadamente e Assessoria Jurídica.
com as pessoas envolvidas.

Certifique-se de que as pes-


Não espere que mais casos soas sob sua responsabilidade
surjam. É importante que você ou que trabalhem com você
mostre "tolerância zero" em estejam cientes das formas de
relação ao assédio em qualquer tratamento e das leis que com-
de suas formas. batem e proíbem o assédio
sexual, sexista, por orientação
sexual e por expressão/identi-
dade de gênero.

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Este guia apresenta algumas
definições e oferece exemplos
de orientação para ajudar a
identificar formas de assédio.
Não se trata de esgotar todos Na Universidade e na sociedade, Encontre informações sobre as-
os/as professores/as desempe- sédio no ambiente universitário.
os tipos de assédio, pois ele
nham um papel muito importan-
adota formas muito diferentes
te na vida dos jovens. Valorize
e, portanto, as que incorpora- sua profissão de educador agin- O Programa Educando para a
mos neste documento não são do com seriedade e é ca. Diversidade tem um portal com
as únicas possíveis. informações e contato para or-
ganizar ações e oferecer apoio
O assédio é um comportamento Se ouvir um relato por parte de para todas as pessoas que
invasivo que ultrapassa os limi- um estudante vítima de assé- fazem parte da comunidade
tes do respeito e da dignidade dio, ouça com respeito e sem unespiana.
da outra pessoa. É por isso que fazer julgamentos.
todos os tipos de assédio de-
Observe cuidadosamente seus
finidos aqui acontecem quan-
Não espere que outro caso estudantes e o ambiente esco-
do existe uma finalidade que é
aconteça. Ajude a tornar o am- lar. Fique atento a mudanças
ameaçar a dignidade da pessoa de comportamento e ofereça
biente mais saudável.
assediada ou criar um ambiente ajuda.
discriminatório ou degradante.
Informe a coordenação, chefia
ou a direção da Unidade.

A Ouvidoria da Unesp está sempre disponível para


acolher e orientar estudantes e professores.

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Comportamento verbal, não verbal ou físico, de natureza sexual e
não desejado nem solicitado pela pessoa que o recebe, que tenha o
propósito ou produza o efeito de atentar contra a integridade física
ou psicológica de outra pessoa.
Analise a situação ou comporta- Não mantenha o assédio em se-
mento assim que possível: anote gredo. Diga às pessoas em quem
dados como datas, locais e pes- você confia. Encontre suporte.
soas que foram testemunhas ou
que conhecem a situação. Tente descobrir se outras pes-
soas no mesmo ambiente tam-
bém sofreram assédio. Comentários e observações “Piadas” de conotação sexual
Acumule provas: salve todos insinuantes e comprometedo- direcionadas a uma pessoa.
os e-mails e mensagens que Converse com seu superior ou ras sobre a aparência física ou
você recebeu. com a pessoa responsável pelo sobre a personalidade da pes- Convites extra-acadêmicos
seu curso. soa assediada. não solicitados que podem ser
interpretados com o propósito
Você pode confrontar seu perseguidor, desde que de manter uma relação de inti-
se sinta capaz disso. Diga a essa pessoa que com- Olhares ou gestos de natureza midade ou de natureza sexual.
portamentos específicos não podem ser repetidos. sexual que causam desconforto. Por exemplo, oferecimento de
ajuda desnecessária para realizar
uma tarefa de aula ou até mesmo
Busca repetitiva, deliberada e fora do escopo acadêmico .
desnecessária de encontros úni-
cos com a pessoa em tempos e
Ampare a vítima, seja empático. Informe a situação aos chefes Contato físico não solicitado e
lugares não acadêmicos usando
Não tente buscar motivos para ou coordenadores de curso/ se- além do formal, com intimidade
uma situação de poder ou de
o assédio. A culpa nunca é de ção/ setores da universidade) e não construída, como toques,
assimetria.
quem sofreu o assédio. entre em contato com a Ouvido- beijos, carícias, tapas e abraços.
ria da Unesp.
Abordagem física desneces-
Insistência em qualquer um dos
Todas as pessoas, independentemente da posição, têm o dever de sária e excessiva, seja durante
comportamentos anteriores, es-
agir em todos os casos de assédio: aulas ou reuniões, ou especial-
pecialmente se houver uma rela-
. ver cal descendente, professor - aluno, chefe - funcionário. mente quando a pessoa que está
ção de hierarquia ou assimetria
. ver cal ascendente, aluno - professor; aluno - funcionário; funcio- sozinha com o assediador.
de gênero.
nário - chefe.
. horizontal, entre estudantes; entre funcionários: entre chefes.

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Um caso claro de assédio sexual é quando a pessoa
que assediou ocupa uma posição hierárquica mais
alta, cujas decisões podem ter efeitos no trabalho
ou nas condições acadêmicas da pessoa assediada.
São ofertas ou insinuações para receber algum tipo
de recompensa por se submeter a certos requisitos Sen mento de culpa pela sensa- Problemas de concentração e
sexuais ou retaliação se a pessoa não se submeter. ção de que ela fez algo para me- atenção, dificuldade para o ren-
recer o assédio, ou por não haver dimento acadêmico e desempe-
feito o suficiente para pará-lo. nho das tarefas do trabalho.

Confusão, ideia de que algo não Problemas de hipera vidade


"encaixa" ou está ruim. e hipervigilância que podem
causar insônia, pesadelos, en-
Desconforto, baixa autoestima, xaquecas, problemas digestivos
irritabilidade, desânimo, senti- e cutâneos.
mentos de impotência, ira, ansie-
dade e quadros depressivos.
Medo de represálias (por exem-
plo, de suspensão, dificuldade na
Abandono de estudos
carreira profissional).
ou trabalho.
Sobrecarga emocional e física.

Dica para atribuir notas mais al- Insinuação


tas, para apoiar a carreira aca- de que rejei-
dêmica; insinuar a garantia de tar qualquer
subir de categoria profissional uma das
ou, em geral, a promessa de tra- propostas
pode causar
tamento especial e benéfico se
problemas.
alguma das propostas ou requi-
sitos forem acessados.

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O assédio é definido como qualquer po de comportamento,
Olhares ou gestos lascivos que Zombaria ou ridicularização intencional ou não, que seja discriminatório por causa de sexo
lhe deixem desconfortável; pública dos direitos reco- ou gênero e que tenha o efeito de criar um ambiente in mida-
atenção exagerada e inadequada nhecidos sobre igualdade e tório ou degradante.
ou bondade que manifesta uma diversidade, como o pedido
intencionalidade sexual que você de licença de maternidade ou
não quer corresponder. paternidade, ou horários que
permitam conciliação de ativi-
Mostrar material que seja hu- dades pessoais e laborais , ou o
milhante ou ofensivo por causa uso de uma linguagem inclusiva
de seu caráter sexista, homo- e não sexista.
fóbico, bíblico, lesbofóbico ou
transfóbico. Contato sico deliberado, não
solicitado e desnecessário,
Brincadeiras ofensivas. como tocar, esfregar, apertar Usar humor sexista no ambien- Ignorar contribuições, comen-
ou beliscar. te acadêmico ou no ambiente de tários ou ações de trabalho, in-
trabalho da Universidade que visibilizando uma pessoa social
seja ofensivo para a (s) pessoa(s). e profissionalmente.

Ridicularizar, usar expressões


Atribuir tarefas baseadas em
pejorativas ou menosprezar
preconceitos sexistas. Por
as habilidades e o potencial in-
exemplo, que se destinem ape-
telectual de uma determinada
nas projetos menos complexos
pessoa ou grupo por perten-
e pouco visíveis para alguém por
cer a um certo sexo, seja na
conta de seu sexo, gênero ou ex-
sala de aula ou no ambiente
pressão sexual.
profissional.

Ridicularizar/cri car as licenças Agredir fisicamente ou verbal-


de paternidade ou maternidade. mente para mostrar a superiori-
dade de um sexo sobre o outro
em corredores, festas, eventos
culturais ou esportivos.

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sapatona traveco viado boiola bichinha

Qualquer conduta ou ação contra uma pessoa Qualquer comportamento ou


por causa de sua orientação sexual que possa conduta que, por razões de
ser considerada ofensiva, humilhante, violenta, expressão ou iden dade de
in midadora e que tenha o propósito ou efeito gênero, seja feita com o pro-
de ameaçar sua dignidade e criar um ambiente pósito ou efeito de violar a
discriminatório ou degradante. dignidade e criar um ambiente
in midador, hos l, degradan-
te, ofensivo ou segregado.

Ignorar contribuições, comen- Subes mar o Recusar-se a nomear uma pes-


tários ou ações (excluir, não le- trabalho que soa trans como ela deseja ou
var a sério). foi feito por deliberadamente usar artigos
causa de sua ou pronomes que não corres-
Tratar as pessoas desigual- orientação pondam ao gênero com o qual
mente, com base em sua ho- sexual. ela se identifica.
mossexualidade, bissexualida-
de ou identidade de gênero ou Ridicularizar a Expulsar e/ou questionar pes-
a percepção delas. pessoa em rela- soas com expressões ou iden- Subvalorizar as capacidades,
ção à sua orien- tidades de gênero não norma- as habilidades e o potencial in-
Fazer piadas de caráter homofó- tação sexual. telectual da pessoa em relação
tivas por estarem em certo
bico, lesbofóbico ou bifóbico no à sua expressão ou identidade
banheiro/ves ário.
ambiente acadêmico ou no am- Dirigir-se às pes- de gênero, ignorando ou ex-
biente de trabalho da Universi- soas de maneira Fazer “piadas” transfóbicas cluindo suas contribuições, co-
dade que seja ofensivo para a(s) ofensiva. ou interfóbicas no ambiente mentários ou ações em razão
pessoa(s) receptora(s). acadêmico ou no ambiente de de sua expressão ou identidade
trabalho da Universidade que de gênero.
sejam ofensivas para a(s) pes-
soa(s) receptora(s).

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Este guia foi idealizado pela Universida-
de Complutense de Madrid - UCM, que
cedeu os direitos de adaptação e divul-
gação ao projeto Educando para a Diver-
sidade, da Unesp.

EDUCANDO
PARA A

EQUIPE DO PROJETO PROJETO GRÁFICO


Professores coordenadores Ana Beatriz R. Ribeiro
Prof. Dr. Juarez Tadeu de Paula Xavier Profa. Dra. Fernanda Henriques
Profa. Dra. Daniela Cardozo Mourão
Profa. Dra. Fernanda Henriques TRADUÇÃO
Prof. Dr. Leonardo Lemos de Souza Prof. Dr. Leonardo Lemos
Prof. Dr. Raul Aragão Martins
Profa. Dra. Lidia Maria Vianna Possas APOIO E REALIZAÇÃO
Profa. Dra. Lucia Pereira Leite
FAAC
Estudantes de Design PROEX UNESP
SANTANDER UNIVERSIDADES
Ana Beatriz R. Ribeiro
Gabriela A. Akyama

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educadiversidade.unesp.br

2019

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