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Em 4 de agosto de 2009.
Processo n° 48500.004247/2009-37
Assunto: Proposta de Alteração Metodológica
da Estrutura Tarifária Aplicada ao Setor de
Distribuição de Energia Elétrica no Brasil – 1º
Parte.
I. DO OBJETIVO
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência
(Fls. 2 Nota Técnica n° 271/2009-SRE-SRD/ANEEL, de 04/08/2009)
de energia elétrica. Complementarmente, para que seja possível a cobrança dos encargos de uso dos
sistemas de distribuição, foram definidas as Tarifas de Uso dos Sistemas de Distribuição – TUSD.
6. Desde 1999, a ANEEL publicou para cada distribuidora as TUSD em atendimento à sua
competência legal expressa na Lei nº 9.427, de 26 de dezembro de 1996, art. 3º, inciso XVIII, alterado pela
Lei nº 10.848 de 15 de março de 2004.
10. No período compreendido entre 1977 e 1979 foi realizado o primeiro estudo, pelo
Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica - DNAEE e a Centrais Elétricas Brasileira S.A. -
ELETROBRÁS, em parceria com a Électricité de France - EdF, publicado com o título “Estrutura do
Sistema Tarifário Brasileiro de Energia Elétrica com Base nos Custos Marginais”. Esse estudo teve como
objetivo examinar a viabilidade de se determinar os custos de fornecimento de energia elétrica no Brasil
com base na teoria marginalista, sendo implementado nos anos seguintes.
11. De 1980 a 1981 foi realizado um estudo mais completo, que resultou no livro “Estrutura
Tarifária de Referência para Energia Elétrica” 2 . Esse trabalho teve como objetivo adequar a primeira
publicação, por meio do uso de dados mais elaborados, divulgação das metodologias desenvolvidas, de
modo a subsidiar a decisão política de aplicação de tarifas diferenciadas para os consumidores conectados
em Alta Tensão.
1 Nesta Nota Técnica ao referir-se que uma variável é rateada ou cobrada na forma de um “selo”, implica dizer que o valor do
componente tarifário é igual para todos os níveis de tensão, respeitando as grandezas em R$/MWh ou R$/kW.
2 Ministério de Minas e Energia - Grupo de Trabalho DNAEE / Eletrobrás – Agosto 1981.
(Fls. 3 Nota Técnica n° 271/2009-SRE-SRD/ANEEL, de 04/08/2009)
12. A determinação da Estrutura Tarifária procurava, além de adequar as tarifas aos custos,
melhorar a conformação da curva de carga do sistema para otimizar o aproveitamento de sua capacidade
e diminuir os custos relativos a investimentos. Logo, foram definidas tarifas horo-sazonais para os grandes
consumidores, com preços diferenciados para a energia consumida nos períodos seco e úmido e para a
energia e demanda nos períodos de ponta e fora de ponta dos sistemas de distribuição, denominadas
Tarifa Horo-sazonal Azul e Tarifa Horo-sazonal Verde.
13. O trabalho resultou em sinais que refletiam as necessidades e características dos sistemas
de geração, transmissão e distribuição existente à época e, portanto, necessita ser revisto, considerando
as evoluções que ocorreram na geração, nas redes de transmissão e de distribuição e nos perfis de
consumo de energia elétrica ao longo das últimas décadas, bem como pelo novo cenário vislumbrado para
os anos vindouros. Além disso, hoje as tarifas de fornecimento são abertas em TUSD e TE, devendo
ambas conter sinais econômicos adequados.
16. Assim, foram apurados os custos marginais de expansão por nível de tensão,
considerando a metodologia do Custo Incremental Médio de Longo Prazo – CIMLP. Contudo, diante da
grande dispersão na comparação dos resultados entre as distribuidoras, foi utilizada para todas uma média
nacional, que considerava os custos calculados individualmente para cada uma.
i) Cálculo dos Custos Marginais de Capacidade: apurados por nível de tensão e posto
tarifário, em R$/kW, com base na contribuição dos consumidores para formação da ponta
do sistema e nos custos marginais de expansão;
ii) Cálculo da Tarifa de Referência: ajuste dos custos marginais de capacidade por nível de
tensão para que, aplicados ao mercado de referência recuperem, a receita estabelecida
3 No início dos anos 90 esses estudos foram compilados em um documento intitulado Programa de Revisão Tarifária.
(Fls. 4 Nota Técnica n° 271/2009-SRE-SRD/ANEEL, de 04/08/2009)
para a distribuidora. Nesta etapa também é ajustada a relação entre os postos tarifários,
ponta e fora ponta para os componentes tarifários rateados pelo custo marginal;
iii) Cálculo das Tarifas de Aplicação (TUSD e TE): construção das modalidades tarifárias de
acordo com o perfil do consumidor (curta ou longa utilização na ponta ou sem sinalização
horária) e a forma de contratação (livre ou cativo). Nesta etapa, os custos da distribuidora
são rateados parte pelo custo marginal, parte pelo mercado de energia ou demanda na
forma de um “selo” e parte como uma proporção da receita.
18. Com o início do processo de revisão tarifária periódica das distribuidoras o cálculo da
TUSD foi realizado concomitante com a data de aniversário de cada distribuidora e buscou incorporar
procedimentos compatíveis. Com o processo de validação da base de remuneração e dos custos
operacionais, a TUSD considerou os adequados custos da distribuição - processo bottom-up - ao invés do
processo top-down, adotado anteriormente na composição dos custos.
19. Para o cálculo do custo marginal de capacidade foram utilizados os custos marginais de
expansão 4 médios por nível de tensão apurados em 2002, as tipologias de carga e rede obtidas por
campanha de medição e a proporção de fluxo fornecida pelas distribuidoras.
APRIMORAMENTOS DA METODOLOGIA
22. Dando continuidade aos estudos e a relevância para o setor de energia elétrica esta
Agência propôs como Projeto Estratégico o tema “Metodologia para Estabelecimento de Estrutura Tarifária
para o Serviço de Distribuição de Energia Elétrica” de que trata a Chamada nº 008/2008, de outubro de
2008. Apresentaram-se como interessadas um rol de 32 empresas, que correspondem à aproximadamente
85% do mercado de distribuição de energia elétrica, coordenadas pelo Instituto ABRADEE e tendo como
proponente a empresa Elektro Eletricidade e Serviços S.A.
4 Atualmente utiliza-se o Custo Incremental Médio de Longo Prazo para apuração do Custo Marginal de Expansão.
(Fls. 5 Nota Técnica n° 271/2009-SRE-SRD/ANEEL, de 04/08/2009)
custo da TUSD e da TE, cujas análises são demonstradas nas seções seguintes. Na sequência serão
apresentados o diagnóstico atual, a estrutura e o objetivo dos estudos que a ANEEL vem realizando.
24. Por último, destaca-se o Seminário Internacional de Estrutura Tarifária, realizado nos dias
17 e 18 de julho de 2009. O objetivo do evento foi debater a formação da estrutura das tarifas a serem
aplicadas ao setor de distribuição de energia elétrica observando a experiência internacional sobre o
assunto, que irá contribuir para os estudos que esta Agência vem desenvolvendo. O evento teve a
participação de palestrantes do Reino Unido, Estados Unidos, Espanha, Portugal, Chile, Banco Mundial,
além de representantes brasileiros. 5
III. DA ANÁLISE
25. Com base no exposto na seção anterior e nos estudos já realizados, apresenta-se a seguir
um breve diagnóstico da Estrutura Tarifária em vigor:
i) A estrutura está desatualizada. No período entre a publicação das primeiras tarifas horo-
sazonais em 1982, e a publicação das primeiras TUSD, em 1999, poucas mudanças foram
feitas na Estrutura Tarifária. Entretanto, houve alterações significativas no setor elétrico,
sendo a desverticalização a principal delas. Em decorrência, os serviços de “fio” e
comercialização de energia foram segregados, sem a devida modernização da Estrutura
Tarifária.
ii) Existem incentivos que estão levando consumidores a um comportamento que indica a
não otimização da utilização do sistema de distribuição de energia elétrica. Por exemplo,
alguns grupos tarifários se sentem excessivamente penalizados pelas tarifas de ponta e
estão instalando geradores a diesel para reduzir seu consumo neste horário. Ademais,
alguns consumidores em Alta Tensão (138 kV, e mesmo 69 kV) buscam conexão direta
com a rede básica para evitar o pagamento de tarifas pelo uso do sistema de distribuição.
Este “by-pass” feito por razões não técnicas requer investimentos complementares e
resulta em ativos ociosos no sistema de distribuição.
iii) Não é dado o mesmo tratamento de preço entre a energia do mercado livre (preço spot da
CCEE) e a do mercado cativo. No primeiro, as diferenças tarifárias entre ponta e fora de
ponta observadas atualmente são desprezíveis, enquanto que no segundo são
significativas e rígidas, e a distribuidora não reflete essa diferença em sua contratação. No
processo de reformulação do modelo do setor elétrico, foram insuficientes os esforços para
se entender a razão das diferenças, tampouco o de reconciliar as discrepâncias.
iv) Os custos marginais de expansão padrão parecem não refletir os reais custos de cada
distribuidora podendo provocar distorções na Estrutura Tarifária.
5 Maiores informações sobre o Seminário e acesso às palestras encontram-se no site da ANEEL (www.aneel.gov.br).
(Fls. 6 Nota Técnica n° 271/2009-SRE-SRD/ANEEL, de 04/08/2009)
26. A seguir serão destacados as premissas deste projeto e como ele está desenhado, de
forma a garantir a transparência necessária que o estudo requer, tendo em vista o reflexo direto na
alocação de custos entre os diversos grupos de consumidores.
27. O Objetivo desta seção é apresentar as premissas do estudo e como a ANEEL irá
desenvolver as atividades ao longo do tempo, a fim de proporcionar maior previsibilidade aos agentes
envolvidos. Com o objetivo de se ter um planejamento prévio e objetivos claros e específicos iniciou-se
este projeto buscando responder aos seguintes questionamentos:
28. Portanto, para aperfeiçoar a Estrutura Tarifária vigente, a fim de induzir o uso eficiente da
rede pela carga por meio de sinalização econômica tarifária, deve-se avaliar a metodologia atual, observar
a experiência em outros países e o estado da arte sobre o assunto. Dessa forma, será possível propor
nova metodologia para o desenho da Estrutura Tarifária aplicada ao Setor de Distribuição de Energia
Elétrica no Brasil, a ser implementada de forma gradual ao longo do ciclo tarifário.
Premissas
Visão de longo prazo
Estabilidade Tarifária
Eficiência x Equidade
Simplificação de Procedimentos
Figura 2.- Premissas do Projeto de Aperfeiçoamento da Estrutura Tarifária
30. O projeto está dividido em cinco grandes Temas de Estudo. O Tema I abordará os custos
de referência que formam a TUSD e a TE, analisando a origem do custo e a forma de cálculo da tarifa e
sua aplicação no respectivo mercado. Além disso, será apresentada a metodologia de cálculo do Fator de
Perdas de Potência, adotada no cálculo dos Custos Marginais de Capacidade. No Tema II será proposta
(Fls. 7 Nota Técnica n° 271/2009-SRE-SRD/ANEEL, de 04/08/2009)
uma metodologia para o cálculo do Custo Marginal de Capacidade, onde se desenvolverá uma
metodologia para o cálculo do Custo Marginal de Expansão, abordando ainda a Proporção de Fluxo e a
Responsabilidade de Potência. Posteriormente, tem-se o Tema III onde se analisará a definição de postos
tarifários e o sinal horo-sazonal. O Tema IV foca especificamente na Baixa Tensão - BT e o Tema V conclui
o projeto buscando desenvolver um modelo de previsão de demanda. A Figura abaixo retrata a divisão dos
grandes Temas de Estudo.
Custos e Fator Perdas
TEMA III
Sinais
Preço
a. Tusd Fio A
b. Tusd Fio B
2. Sinal horo-sazonal
TEMA I
Tarifaçao
TEMA IV
para BT
2. Fator de Perdas 2. Tarifas: Rural, IP e Demais Classes
4. Discussão tarifária - AS
1. Metodologia Custo Marginal Capacidade
Uso da Rede
TEMA II
31. Com os Temas de Estudo definidos apresenta-se agora como se dará o desenvolvimento
temporal das atividades.
32. O Tema I, objeto desta Nota Técnica, faz parte do 1º Relatório de Acompanhamento – RA
que foi apresentado à Diretoria da ANEEL em junho deste ano. O Tema II corresponde ao 2º RA, e os
Temas III e IV comporão o 3º RA, ambos previstos para conclusão neste 2º semestre de 2009. Já o Tema
de Estudo V tem previsão para conclusão no primeiro semestre de 2010.
33. Com o intuito de dar mais transparência aos estudos, permitir a troca de experiência entre
os agentes do setor, aumentar a sinergia com o Projeto Estratégico nº 008/2008 e a agilidade
procedimental, cada Relatório de Acompanhamento terá como produto uma Nota Técnica que será
submetida à Audiência para o Público Interno – API da ANEEL, e, posteriormente, à Consulta Pública - CP.
Ressalta-se que essas Consultas Públicas visam dar uma sinalização aos agentes envolvidos de como a
ANEEL está conduzindo este processo, não sendo, portanto, propostas conclusivas. Somente, no segundo
semestre de 2010 será instaurada uma Audiência Pública - AP com a proposta consolidada de
aperfeiçoamento da metodologia de Estrutura Tarifária aplicada aos Serviços de Distribuição de Energia
Elétrica.
(Fls. 8 Nota Técnica n° 271/2009-SRE-SRD/ANEEL, de 04/08/2009)
35. Apresentada a base da Estrutura Tarifária vigente, feito um breve diagnóstico do problema
inerente à atual Estrutura Tarifária e desenvolvidas as premissas e o desenho do Projeto passa-se agora à
análise dos itens de estudo do Tema I – Composição dos Custos e Fator de Perdas de Potência.
36. Para se propor uma adequação da forma de aplicação na Estrutura Tarifária de cada
referência de custo, deve-se inicialmente avaliar a formação do custo, sua classificação como parcela
gerenciável (PB) ou não gerenciável (PA), bem como as responsabilidades dos diversos acessantes na
recuperação da receita requerida de distribuição. Desse modo, o que se busca nesta fase é uma avaliação
de como estão sendo atualmente alocados os diversos componentes de custo na tarifa, e, quando
necessário, propor aprimoramentos.
TUSD FIO A
37. Os estudos relacionados à composição dos custos pertencentes à TUSD Fio A serão
tratados em Audiência Pública distinta da proposta de Estrutura Tarifária, tendo em vista a oportunidade e
a conveniência dos aprimoramentos serem implementados de forma imediata.
TUSD FIO B
38. A parcela B da TUSD agrupa os valores relativos à remuneração dos ativos, à quota de
reintegração decorrente da depreciação, e ao custo de operação e manutenção dos sistemas de
distribuição e custos com processos comerciais e administrativos. Portanto, compreende o valor da receita
dos ditos custos gerenciáveis. São custos próprios da atividade de distribuição e de gestão comercial dos
clientes, que estão sujeitos ao controle ou influência das práticas gerenciais adotadas pela concessionária.
39. Atualmente, a TUSD Fio B é rateada pelo critério do custo marginal dos sistemas de
distribuição, determinado por faixa de tensão, com valores aplicáveis às demandas máximas de potência
(Fls. 9 Nota Técnica n° 271/2009-SRE-SRD/ANEEL, de 04/08/2009)
ativa, para os postos tarifários ponta e fora da ponta. Por definição o custo marginal de uma rede elétrica
corresponde ao custo de atender a um incremento de carga de 1 kW.
40. Monopólios naturais tendem a ajustar seus preços de tal forma que a sua receita marginal
seja igual ao seu custo marginal. Tal fato leva a apropriação do excedente do consumidor e uma redução
da eficiência global da indústria monopolista quando comparada aos mercados que operam em
concorrência perfeita. Portanto, ao ratear as tarifas de energia elétrica de forma proporcional aos custos
marginais de expansão das redes de distribuição o regulador busca evitar ganhos monopolísticos e emular
um mercado em concorrência perfeita, de modo a dar um sinal de preço que induza os consumidores a
usar de maneira eficiente os ativos que compõem as redes elétricas.
42. Assim, consideramos que custos como os de operação e manutenção (O&M), quota de
reintegração e remuneração dos investimentos devem continuar a ser rateados pelos custos marginais de
expansão das redes de distribuição.
43. Por sua vez os custos com processos comerciais estão relacionados aos contratos entre
as distribuidoras e seus usuários, assim como em todo tipo de atividade comercial. Referem-se aos
serviços prestados ao usuário correspondentes a medição, faturamento, cobrança, subscrição de
contratos, realização de conexões e desconexões, atendimento ao público e consultoria técnica e
energética.
44. Outra característica dos processos comerciais é que não dependem do planejamento ou
da manutenção dos sistemas físicos da empresa de distribuição. Normalmente existe um serviço
especializado e distinto para os serviços comerciais, ou seja, não possui relação com a infra-estrutura da
rede.
45. Os processos comerciais têm, com exceção das perdas não-técnicas, como base de
cálculo do modelo de Empresa de Referência 6 o número de unidades consumidoras da área de
concessão. Nesse sentido, a forma de rateio por unidade consumidora é também adequada.
6Empresa de Referência: processo utilizado para obtenção dos custos comerciais e de operação e manutenção considerados
no processo de revisão tarifária.
(Fls. 10 Nota Técnica n° 271/2009-SRE-SRD/ANEEL, de 04/08/2009)
ADMINISTRATIVO
ESTRUTURA CENTRAL
• Presidência/Conselho/Ouvidoria Suporte a toda Estrutura
Gerência de planejamento de mercado e
• Diretoria de Assuntos Regulatórios Suporte a toda Estrutura
comercialização de energia: base energia.
Gerência de clientes corporativos: base demanda
grandes consumidores;
Gerência de compra e venda de energia: base
• Diretoria Comercial Suporte a toda Estrutura
energia;
Gerência de perdas e medição: base perdas e
unidades consumidoras;
• Diretoria Financeira e Controladoria Suporte a toda Estrutura
• Diretoria Técnica Custo Marginal de Capacidade
• Diretoria de Recursos Humanos Suporte a toda Estrutura
• Diretoria Administrativa Suporte a toda Estrutura
Dentre os custos com gerências regionais
ESTRUTURA REGIONAL Custo Marginal de Capacidade predominam operação e manutenção. Ex:
Regional Tipo 1 (90,5%) Tipo 6 (90,0%)
SISTEMAS Suporte a toda Estrutura
Desde que considerados os custos com operação
PROCESSOS DE O&M Custo Marginal de Capacidade e manutenção no cálculo do custo marginal de
expansão.
PROCESSOS COMERCIAIS
TAREFAS COMERCIAIS Unidades Consumidoras
FATURAMENTO Unidades Consumidoras
Conforme Nota Técnica n.º 302/2005-
PERDAS NÃO-TÉCNICAS Energia e demanda
SRE/ANEEL.
TELEATENDIMENTO Unidades Consumidoras
CUSTOS ADICIONAIS
ADMINISTRATIVO Suporte a toda Estrutura
OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO Custo Marginal de Capacidade
COMERCIAL Unidades Consumidoras Geralmente são negativos
GERAÇÃO PRÓPRIA Energia
47. Ao analisar os dados de unidades consumidoras constata-se que, no Brasil, 99,74% 7 são
atendidas em BT. A Figura 5 apresenta o histograma construído com base nesses dados. A título de
exemplo, o terceiro bloco da figura 5 demonstra que 10% das distribuidoras possuem 99,68% de unidades
consumidoras atendidas em BT. Destarte, considerando que os custos de processos comerciais - exceto
25
20
Freqüência
15
10
0
99,76% 99,84% 99,68% 99,61% 99,53% 99,30% 99,38% 99,46%
Bloco
45%
40%
35%
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
A
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EN
LE
G
VA
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EN
49. Para avaliar o impacto da forma de rateio proposta foram realizadas três simulações para
as distribuidoras Jaguari, Copel e Eletropaulo, que representam, respectivamente, a menor, a mediana e a
maior empresa da amostra apresentada na Figura 6. A tabela 2 apresenta os resultados do efeito médio
aos consumidores cativos.
Tabela 2 - Efeito Médio para o Consumidor Cativo com a alteração proposta na TUSD fio B
Reposicionamento Tarifário Reposicionamento tarifário
Empresa Nível de Tensão Variação
Aplicado com alterações propostas
AT -10,75 % -13,30 % -2,54 %
Eletropaulo
BT -12,89 % -11,35 % 1,54 %
AT -3,51 % -6,19 % -2,68 %
Copel
BT 1,58 % 3,73 % 2,16 %
AT -8,14 % -9,38 % -1,24 %
Jaguari
BT -6,70 % -4,21 % 2,48 %
50. A Taxa de Fiscalização de Serviços de Energia Elétrica - TFSEE foi instituída pela Lei nº
9.427, de 26 de dezembro de 1996, com intuito de constituir as receitas da ANEEL. É apurada em base
anual, diferenciada em função da modalidade e proporcional ao porte do serviço concedido, permitido ou
autorizado. Corresponde a cinco décimos por cento (0,5%) do valor do Benefício Econômico (BE) anual
auferido pelo concessionário, permissionário ou autorizado.
⎡ Energia comprada ⎤
⎢ ⎥
⎡ Re ceita do cativo ⎤ ⎢ ITAIPU (Transporte + EUST ) ⎥ ⎡ ParcelaB ⎤
⎢ + ⎥ ⎢ Perdas ( PT , PNT , P Re de Básica)⎥ ⎢ Enc. Serv. Distr.⎥⎥
BE = ⎢ ⎥ − ⎢ ⎥= ⎢ (2)
⎢Re ceita do cons. livre⎥ ⎢Re de Básica e Fronteira ⎥ ⎢ Enc. Setoriais ⎥
⎢ ⎥ ⎢ EUSD ⎥ ⎢⎣ ESS ⎥
⎣ ( SAMP) ⎦ ⎦
⎢ ⎥
⎢⎣Conexão ⎥⎦
54. Observa-se que o Benefício Econômico é formado pela própria TFSEE já que está incluída
nos Encargos de Serviço de Distribuição.
55. Conforme regulamentado pela REN nº 166/2005, existe a incidência da TFSEE tanto na
TUSD quanto na TE. A parcela da TUSD está considerada no componente tarifário TUSD – Encargos de
Serviço de Distribuição e é atualmente repassada à tarifa de cada subgrupo tarifário por meio dos custos
marginais de capacidade. Na TE o repasse na tarifa se dá por meio de um “selo” baseado no mercado de
energia (MWh) dos consumidores cativos.
56. A proposta de alocação da taxa de fiscalização remete à forma como sua base é
construída, ou seja, proporcionalmente à composição do Benefício Econômico. Assim, de posse da
despesa com TFSEE da distribuidora - ou seja, 0,5% do BE -, calcula-se o percentual que representa essa
despesa sobre a sua base de cálculo. Ou seja, o total de receita obtida pela distribuidora, em todos os
níveis de tensão e postos tarifários, com os componentes Fio B, Encargos de Serviço de Distribuição,
Encargos Setoriais e Encargos de Serviços do Sistema - ESS, da seguinte forma:
Despesa de TFSEE
%TFSEE = (3)
Re ceita( Parcela B + Enc.Serv.Distr. + Enc.Set. + ESS )
57. O percentual resultante (%TFSEE) é aplicado sobre cada componente tarifário da base de
cálculo, e as parcelas resultantes são somadas, de forma a obter o componente tarifário da TFSEE, por
subgrupo tarifário, conforme abaixo.
⎛ ⎛ ⎞⎞
⎜ %TFSEE * ⎜ TUSDDIST , sbi + TUSDENC ,sbi + TUSDENC , sbi + TUSD ENC , sbi + TUSDENC , sbi ⎟ ⎟
TFSEE RGR P&D ONS
TFSEE
TUSD ENC , sbi =∑⎜ ⎜ + TUSD CCC + TUSD CDE + TUSD PROINFA + TUSD ESS ⎟⎟ (4)
⎝ ⎝ ENC , sbi ENC , sbi ENC , sbi ENC , sbi ⎠⎠
Onde sb i indica o respectivo subgrupo tarifário.
58. Essa forma de cálculo do componente tarifário da taxa de fiscalização guarda coerência
com a forma de cálculo do próprio BE. Além disso, a TFSEE deve ser cobrada somente na Tarifa de Uso
do Serviço de Distribuição (TUSD), para que consumidores livres e cativos sejam responsáveis da mesma
forma pela arrecadação da taxa. Isso garante uma neutralidade nesse custo para a distribuidora, evitando
que ela perca arrecadação de TFSEE caso o consumidor cativo se torne livre.
(Fls. 14 Nota Técnica n° 271/2009-SRE-SRD/ANEEL, de 04/08/2009)
59. Esse encargo tem como objetivo levantar recursos para que as distribuidoras -
concessionárias e permissionárias - invistam parte de sua receita operacional líquida em pesquisa e
desenvolvimento (P&D) bem como em projetos de eficiência energética (PEE). O valor total a ser
arrecadado é de no mínimo um por cento (1%) da Receita Operacional Líquida – ROL.
60. Adicionalmente, conforme previsão legal, parte dos recursos arrecadados pelas
distribuidoras é repassado para o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - FNDCT e
para o Ministério de Minas e Energia - MME:
63. No âmbito regulamentar, a REN nº 316, de 13 de maio de 2008, aprovou o Manual de P&D
vigente. Contudo, apesar das diversas mudanças legais, o cálculo do encargo permaneceu baseado em
um percentual (1%) da Receita Operacional Líquida – ROL.
64. O Manual de P&D define a forma de cálculo da ROL, baseando-se na apuração contábil do
Manual de Contabilidade dos Serviços Públicos de Energia - MCSPE, item 2.3 – critérios para obtenção da
ROL.
8 A Medida Provisória nº 466 de 29 de julho de 2009, alterou o percentual para 1,3%, sendo que o valor adicional da alíquota
(0,3%) deverá ser recolhido ao Tesouro nacional. a partir de 1/1/2011, para ressarcimento de Estados e Municípios que tiverem
eventual perda de receita decorrente da arrecadação de ICMS.
(Fls. 15 Nota Técnica n° 271/2009-SRE-SRD/ANEEL, de 04/08/2009)
Tabela 4 – Apuração da ROL – Reconhecimento Contábil
Receitas Consideras Receitas abatidas
Fornecimento de Energia Impostos (ICMS, PIS/PASEP, COFINS, ISS)
Suprimento RGR
Disponibilidade do sistema de distribuição CCC
Outras receitas e rendas operacionais, exceto CDE
(aluguel, arrendamento, doações, subvenções,
contribuições, ganhos de alienação, e outras
receitas originadas fora da atividade objeto da
concessão)
P&D-EE
68. Baseada na formação da ROL de reconhecimento tarifário, é feita uma divisão do encargo
a ser aplicado à TUSD e à TE.
69. Assim, como está regulamentado pela REN nº 166/2005, existe a incidência do encargo
P&D-EE tanto na TUSD quanto na TE. A parcela da TUSD está considerada no componente tarifário TUSD
– Encargos de Serviço de Distribuição e é atualmente repassada à tarifa de cada subgrupo tarifário por
(Fls. 16 Nota Técnica n° 271/2009-SRE-SRD/ANEEL, de 04/08/2009)
meio dos custos marginais de capacidade. Na TE o repasse na tarifa se dá por meio de um “selo” baseado
no mercado de energia (MWh) dos consumidores cativos.
70. A forma de repasse do encargo P&D-EE à TUSD atualmente utilizada não guarda
coerência com o critério de apuração da ROL, adotado até o procedimento anterior de repartição da receita
de P&D entre a TUSD e a TE.
71. Deve-se buscar, naquilo que couber, uma transparência e neutralidade na apuração e
repasse dos custos não gerenciáveis - Parcela A - às tarifas. Nessa busca, é necessária uma adequação
do cálculo da parcela da TUSD referente ao encargo P&D-EE.
72. Em face do exposto, sugere-se que esta referência de custo seja repassada à tarifa
seguindo a mesma lógica de apuração da receita deste encargo, ou seja, como um percentual de sua base
de cálculo - a ROL. Na tarifa, o reflexo será a apuração de um percentual dos respectivas componentes
tarifários que formam a ROL para cada subgrupo tarifário em específico e cada tipo de acessante. Esse
conceito já é adotado no cálculo desse encargo na TE quando o rateio é feito por meio do mercado de
energia (MWh). A figura 7 compara o processo de construção do componente tarifário atual e da proposta.
P & D − EE P & D − EE
P & D − EE
RRD PA −TE TUSD ENC
RRD PA
RRD
P & D − EE
TE
P & D − EE
PA−TUSD ENC
⎛
TUSD ENC ,sb i + TUSD ENC ,sb i + TUSD ENC ,sb i + TUSDTRANSM ,sb i + K⎞⎟
TFSEE PROINFA ONS
P & D − EE ⎜
TUSD ENC ,sb i = 1% * ⎜ ⎟
⎜K + + +
TUSD PERDAS ,sb i TUSD DIST ,sb i TUSD FIN ,sb i ⎟ (6)
⎝ ⎠
TE
P & D − EE
ENC , sb i
(
= 1% * TE ENC , sb i + TE PERDAS , sb i + TE ENE , sb i + TE FIN , sb i ) (7)
74. A forma de aplicação deve ser mantida, conforme já está regulamentada pela REN nº
166/2005, sendo que a tarifa de suprimento não deverá conter a Referência de Custo P&D-EE.
(Fls. 17 Nota Técnica n° 271/2009-SRE-SRD/ANEEL, de 04/08/2009)
76. A RGR foi criada para a constituição de um fundo, a ser gerido pela Eletrobrás, com o
objetivo de indenizar os ativos ainda não depreciados ou amortizados, em razão da retomada da
concessão pela União. Visa também financiar programas sociais do governo federal, no âmbito do setor
elétrico, relativos ao consumidor de baixa renda, à universalização da energia, ao Programa Luz Para
Todos - PLPT, entre outras finalidades.
78. Do montante arrecadado, cabe à Eletrobrás destinar 3% dos recursos da RGR para o
MME, a fim de custear os estudos e pesquisas de planejamento da expansão do sistema energético, bem
como os de inventário e de viabilidade de aproveitamento dos potenciais hidroelétricos.
80. Como se observa, a origem dessa referência de custo está relacionada aos ativos
imobilizados em serviço e o objetivo principal de sua aplicação também se relaciona a indenizar os ativos
ainda não depreciados ou amortizados. Desse modo, entende-se que o critério atual de rateio desse
componente tarifário – Custo Marginal de Expansão – é adequado.
81. O ONS foi criado pela Lei nº 9.648, de 27 de maio de 1998, com a incumbência de
executar as atividades de coordenação e controle da operação da geração e da transmissão de energia
elétrica do Sistema Interligado Nacional – SIN.
84. Como se observa, 92% da arrecadação do ONS ocorre via Encargo de Uso do Sistema de
Transmissão, e apenas 3% provém de contribuição de todos os associados, onde se inclui as
distribuidoras. O Valor que compõem a TUSD Encargos de Serviço de Distribuição representa menos de
1% da arrecadação da receita do ONS. Assim, observa-se que este componente tarifário é pouco
expressivo na composição da tarifa final aplicada aos usuários do sistema de distribuição.
85. Em face do exposto, propõem-se a manutenção do critério atual de rateio dessa referência
de custo que é feito na forma de “selo” em R$/kW.
86. Para a cobrança dos encargos Conta Consumo de Combustíveis - CCC, Conta de
Desenvolvimento Energético -CDE e Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica -
PROINFA, a REN nº 166/2005 definiu os componentes TUSD-CCC, TUSD-CDE e TUSD-PROINFA, em
R$/MWh, a serem aplicadas sobre a parcela do consumo mensal, que exceda o atendimento feito por
empreendimento próprio de produção independente e/ou de autoprodução, considerando todas as
unidades consumidoras dos sistemas interligado e isolados. Especificamente em relação à TUSD-
PROINFA, esta tem a mesma aplicação dos demais componentes, entretanto, não incide sobre a parcela
do consumo mensal pertencente à Subclasse Residencial Baixa Renda cujo consumo seja igual ou inferior
a 80 kWh/mês. De forma resumida, os componentes da TUSD,-CCC, CDE e PROINFA, são obtidas na
data dos reajustes/revisões da seguinte forma:
Quota_da_Distribuidora_(R$)
TUSDCCC = (8)
Mecado_Total _ (MWh)
(Fls. 19 Nota Técnica n° 271/2009-SRE-SRD/ANEEL, de 04/08/2009)
87. A análise do método de cálculo dos componentes da TUSD, CCC, CDE e PROINFA, tem
como princípio verificar se a tarifa resultante reflete, da melhor forma possível, os custos incorridos pela
concessionária. Assim, para a realização desta análise, é preciso verificar como os custos com os
encargos CCC, CDE e PROINFA são definidos e como são rateados entre as distribuidoras.
88. O valor da quota de CCC é estabelecido anualmente com base no custo projetado para
ano civil, conforme Plano de Operação e Plano Anual de Combustível apresentado pela Eletrobrás e
aprovado pela ANEEL. As quotas anuais das distribuidoras são obtidas pelo rateio da projeção dos custos
com combustível conforme participação da distribuidora no mercado total, nos 12 últimos meses
disponíveis na data da definição da quota. No decorrer do ano, quotas mensais são publicadas em função
dos custos efetivos com combustível, mantendo a participação da distribuidora no mercado total, obtida na
data da definição das quotas anuais.
89. As quotas da CDE são definidas com base nos valores da CCC dos Sistemas Interligados
de 2001, cujos valores foram reajustados anualmente, a partir de 2002, na proporção do crescimento de
mercado de cada agente e a partir de 2004, também pelo Índice de Preço ao Consumidor Amplo – IPCA.
90. As quotas do PROINFA são calculadas conforme Plano Anual do PROINFA - PAP,
elaborado pela ELETROBRÁS, sendo o custo total rateado entre os agentes de forma proporcional ao
consumo verificado de cada agente nos 12 últimos meses disponíveis na data da definição da quota.
91. Dessa forma, observa-se que os valores das cotas anuais dos encargos CCC, CDE e
PROINFA são definidas conforme o mercado de cada distribuidora, incluindo o consumo relativo aos
consumidores livres. Para que haja coerência entre os custos incorridos pelas distribuidoras e as receitas
auferidas, o rateio das cotas de cada distribuidora deve ser realizada com base em seu mercado em MWh,
assim como definido pela REN nº 166/2005.
92. Nesse sentido, propõe-se a manutenção da forma atual de cálculo das TUSDs CCC, CDE
e PROINFA, isto é, na forma “selo” em R$/MWh.
TUSD Perdas
Perdas Técnicas
93. A transmissão de energia através de redes elétricas tem por efeito a perda de um
percentual da energia que trafega nos cabos e equipamentos que compõem as redes elétricas. Embora o
percentual da energia perdida varie de acordo com as condições das redes elétricas, ambientais e com o
fluxo de potência, a existência das perdas elétricas é inerente ao processo de transmissão e distribuição de
energia elétrica.
(Fls. 20 Nota Técnica n° 271/2009-SRE-SRD/ANEEL, de 04/08/2009)
95. Entretanto, a forma como são considerados os custos relativos às perdas técnicas nas
tarifas de distribuição de energia elétrica foi sendo alterada, à medida que a regulamentação tarifária foi
sendo aperfeiçoada pela ANEEL.
98. Assim, a parcela de perdas técnicas da Rede Básica era paga pelos consumidores livres
na TUSD. Entretanto, foi necessário aprimoramentos haja vista que essas perdas eram consideradas no
momento da contabilização do mercado livre de energia, feita, na época, no MAE - Mercado Atacadista de
Energia.
99. A questão do pagamento das perdas na Rede Básica foi um dos pontos abordados na
Nota Técnica No 303/2004-SRE/ANEEL, que abriu a Audiência Pública no 47/2004. No que tange a
cobrança das perdas na Rede Básica, a ANEEL propôs que tais custos passassem a ser cobrados na TE,
que é paga apenas pelos consumidores cativos. Nesse caso, a alocação dos custos das perdas da Rede
Básica na TE foi uma opção que tornou mais fácil e justa a arrecadação das receitas associadas, embora
os custos de perdas na Rede Básica sejam, claramente, associados ao uso das redes elétricas.
102. A AP nº 47/2004 resultou na REN no 166/2005, que está atualmente em vigor. Como
resultado da análise das contribuições da AP os custos relativos às perdas técnicas foram então
segregados em Perdas na Rede Básica e Perdas Elétricas do Sistema de Distribuição.
103. A fim de evitar que os consumidores livres pagassem os custos das perdas na Rede
Básica em duplicidade, os custos referentes a essa rubrica foram separados em dois componentes: Perdas
de Rede Básica relativa ao consumo de energia e Perdas de Rede Básica relativa às perdas técnicas e
não técnicas nas redes de distribuição. O primeiro componente foi alocado na TE e rateado na forma de
“selo”, em R$/MWh. Já a componente Perdas de Rede Básica relativo às perdas técnicas e não técnicas
passou a ser contabilizado como um dos componentes da TUSD – Fio A, rateado como um “selo” e
cobrado em R$/kW. Os custos das perdas elétricas nas redes de distribuição foram alocados no item
TUSD - Perdas Técnicas e passaram a ser cobrados em R$/kW e rateados na proporção dos custos
marginais de expansão das redes. Porém, a escolha dessa forma de alocação dos custos de perdas
técnicas partiu de alguns pressupostos que julgamos passíveis de aprimoramentos.
104. As perdas impostas pelos diferentes tipos de unidades consumidoras variam de acordo
com o ponto de conexão e o seu perfil de consumo. De maneira geral, as unidades consumidoras
conectadas nos níveis de BT impõem mais perdas elétricas ao sistema, uma vez que o atendimento
dessas cargas é feito utilizando-se das redes de Alta Tensão, das subestações e dos transformadores que
compõem as redes de baixa e média tensão. Tal fato não ocorre na mesma intensidade com as unidades
consumidoras conectadas nos níveis de mais Alta Tensão, que se utilizam de menos redes e postos de
transformação. Assim, quanto mais baixa for a tensão do ponto de conexão da unidade consumidora,
maiores são as perdas técnicas impostas ao sistema para o atendimento da sua carga. Dessa forma, para
que os custos referentes às perdas técnicas originadas nas redes de distribuição sejam corretamente
rateados, é preciso ponderar os custos desses perdas por um fator de proporção de fluxo e por um fator de
perdas . O mesmo procedimento deve ser feito para os custos das perdas na Rede Básica devido às
perdas técnicas e não técnicas nas redes de distribuição.
105. Entretanto, à época da edição da REN no 166/2005, a Agência não dispunha de nenhuma
metodologia de cálculo dos fatores de perdas. Assim, optou-se pela cobrança de perdas técnicas em
R$/kW, rateadas na proporção dos custos marginais de expansão das redes elétricas, como uma
aproximação do correto critério de rateio dos custos de perdas técnicas.
107. Assim, entendemos que os custos associados às perdas elétricas nas redes de
distribuição e às perdas na Rede Básica devido às perdas técnicas e não técnicas nas redes de
distribuição devem ser repassados na tarifa em R$/MWh, e ponderados por fatores de perdas de energia e
proporção de fluxo. Esses fatores serão obtidos a partir do cálculo de perdas técnicas descrito no Módulo 7
– Cálculo de Perdas na Distribuição, do PRODIST. A alteração do critério de repasse das perdas de R$/kW
(Fls. 22 Nota Técnica n° 271/2009-SRE-SRD/ANEEL, de 04/08/2009)
para R$/MWh traz coerência sobre a origem desse custo, uma vez que as perdas são computadas em
energia. Essa mudança não altera a natureza da origem dos custos, mas apenas a forma como devem ser
apuradas as responsabilidades e cobrados os respectivos custos dos diferentes tipos de consumidores.
Assim, tais custos continuam a ser recuperados através do pagamento da TUSD, mas agora serão
calculados a partir do consumo faturado de energia e não a partir da demanda faturada do consumidor.
108. Dessa forma, as perdas técnicas nas redes de distribuição serão classificadas sob a
rubrica TUSD - Perdas / TUSDPERDASPT e serão consideradas para todos os consumidores que se utilizam
da rede da concessionária de distribuição, inclusive dos consumidores livres. Da mesma forma, os custos
de perdas na Rede Básica devido às perdas técnicas e não técnicas nas redes de distribuição serão
alocados na TUSD – Perdas / TUSDPERDASPTRB-D, em R$/MWh.
109. As perdas na Rede Básica sobre o consumo continuam sendo apuradas na forma de
“selo”, em R$/MWh, e alocadas na TE, de tal forma que apenas os consumidores cativos continuam
responsáveis pelo seu pagamento. Entretanto, consideramos que tais custos devem ser alocados na nova
componente TE-Perdas / TEPERDASPTRB 9 de modo a evitar a contaminação do valor dos custos de
aquisição de energia elétrica da concessionária pelos custos associados às perdas na Rede Básica.
110. É importante ressaltar também que, por serem considerados na TE, os custos associados
às perdas na Rede Básica sobre o consumo têm sido sazonalizados ao longo do ano, de tal forma que
uma parcela maior é alocada no período seco do ano, compreendido de maio a novembro. Porém, a
cobrança dos custos associados às perdas de forma sazonalizada não está aderente com o perfil de
consumo anual da carga e nem guarda relação com a forma como são feitos os contratos de compra de
energia pelas distribuidoras de energia elétrica.
111. Assim, sugerimos que os custos associados às perdas na Rede Básica para as duas
parcelas, sobre o consumo e devido às perdas técnicas e não técnicas nas redes de distribuição, bem
como as perdas nas redes de distribuição sejam considerados na formação dos componentes tarifários
sem nenhum tipo de sazonalização.
112. As perdas não técnicas do sistema elétrico são calculadas a partir da diferença entre as
perdas totais e as perdas técnicas do sistema de distribuição. O rateio dos custos das perdas não técnicas
sempre gerou discussão, uma vez que essas perdas estão, em geral, associadas ao furto de energia
elétrica por parte de alguns consumidores.
113. Durante a vigência da Resolução ANEEL no 152, de 3 de abril de 2003, as perdas não
técnicas (denominadas à época como comerciais) eram consideradas como componentes da TUSD –
Encargos e cobradas na forma de um “selo”, em R$/MWh do mercado total da distribuidora, o que não
diferenciava os diversos níveis de tensão e os correspondentes consumidores. Assim, os custos das
9No item Reagrupamento dos Componentes Tarifários, a partir do parágrafo 122, apresenta-se uma nova forma de alocação
dos componentes tarifários.
(Fls. 23 Nota Técnica n° 271/2009-SRE-SRD/ANEEL, de 04/08/2009)
perdas comerciais recaíam sobre os consumidores de forma proporcional ao seu consumo de energia
elétrica.
114. Essa foi uma das questões discutidas na AP nº 47/2004. Naquela ocasião os debates
sobre a forma de alocação desses custos giraram em torno das dúvidas de como alocar, de maneira justa,
os custos causados por furtos e fraudes perpetrados por alguns consumidores aos demais consumidores
de energia elétrica.
115. Como resultado da AP nº 47/2004, a REN no 166/2005 estabeleceu que a forma mais
adequada de ratear os custos das perdas não técnicas era por meio de um percentual correspondente a
fração que os custos de perdas não técnicas representam sobre o total da receita obtida com a TUSD.
Esses valores resultam no componente tarifário TUSD Perdas Não Técnicas que é aplicada parte em
R$/kW e parte em R$/MWh, de acordo com o componente tarifário a que estão associados.
116. Consideramos que essa forma é adequada para alocação dos custos referentes às perdas
não técnicas, porque os distribui de forma igualitária à participação das unidades consumidoras na
recuperação da receita requerida da distribuidora. Essa abordagem está alinhada com a idéia de que as
perdas não técnicas são um ônus que deve ser rateado por todos os consumidores da área de concessão,
sejam eles livres ou cativos, independentemente do nível em que se dá a sua conexão.
117. Todavia, os custos relativos ao combate às perdas, definido pelo modelo de empresa de
referência, devem ser adicionados à composição da TUSDPERDASPNT por constituir mesma fonte de custos.
118. Pelo exposto, sugerimos manter inalterada a metodologia de rateio de perdas não técnicas
estabelecida na REN No 166/2005, adicionado os custos operacionais de combate a tais perdas.
Tarifa de Energia
119. A REN nº 166/05 estabelece que a TE será formada pelos seguintes itens:
existentes na TE, qual seja, a diferenciação entre ponta e fora ponta (72% maior para a ponta) e períodos
seco e úmido (12% maior no período seco), esses serão objeto de estudo do 3º Relatório de
Acompanhamento, conforme previsto no parágrafo 32.
121. Em resumo, a tabela a seguir apresenta a forma de cálculo dos componentes tarifários
conforme propostas apresentadas nas seções anteriores.
Tabela 7 – Critério Atual x Critério Proposto para Cálculo dos Componentes Tarifários
Componentes Tarifários Referência de Custo Forma de Cálculo Atual Forma de Cálculo Proposta
QRR Cmg CMg
REM Cmg CMg
TUSD Fio B
CMg e mercado do NT (NUC, MWh,
Custo e O&M Cmg
kW)
TUSTRB Selo de Mercado (kW) Mercado (kW) * KP* fcoin
TUSTFR Selo de Mercado (kW) Mercado (kW) * KP* fcoin
TUSD Fio A** EUSD/ECCD Selo de Mercado (kW) Mercado (kW) * KP* fcoin
ECCT Selo de Mercado (kW) Mercado (kW) * KP* fcoin
PTRB-D Selo de Mercado (kW) Selo de Mercado (MWh)*Kp
RGR Cmg Cmg
P&D-EE Cmg Percentual
TUSD Encargos
TFSEE Cmg Percentual
ONS Selo de Mercado kW) Selo de Mercado (kW)
TUSD CCCN/NE
CCC Selo de Mercado (MWh) Selo de Mercado (MWh)
TUSD CCCSS/SE/CO
TUSD CDEN/NE CDE(S/SE/CO) ou
Selo de Mercado (MWh) Selo de Mercado (MWh)
TUSD CDES/SE/CO CDE(N/NE)
TUSD PROINFA PROINFA Selo de Mercado (MWh) Selo de Mercado (MWh)
TUSD Perdas Não
PNT Percentual Percentual
Técnicas
TUSD Perdas Técnicas PT Cmg Mercado (MWh)* Kp
MIX Selo de Mercado (MWh) Selo de Mercado (MWh)
TE ESS Selo de Mercado (MWh) Selo de Mercado (MWh)
P&D-EE Selo de Mercado (MWh) Percentual
PTRB Selo de Mercado (MWh) Mercado (MWh)
**Conforme salientado no parágrafo 37 a TUSD Fio A será discutida em outra Nota Técnica;
* NT: Nível de Tensão;
* NUC: Número de Unidade Consumidora;
* Percentual: percentual em relação a uma base de cálculo;
* Selo: Valor igual para todos os níveis de tensão, com base no mercado total;
* f coin : Fator de coincidência da demanda máxima;
* K P = (1 + fp ).ϕ i ,io , onde:
fp fator de perdas de potência
ϕ i,io Fator de proporção do fluxo de potência
(Fls. 25 Nota Técnica n° 271/2009-SRE-SRD/ANEEL, de 04/08/2009)
122. Tendo discutido a origem do custo e o método de rateio, o que se busca nesta seção é
apresentar uma nova forma de agrupamento dos componentes tarifários frente ao que atualmente está
definido pela REN nº 166/2005. Transcorridos quatro anos da sua edição, e dado os avanços ocorridos no
setor, o objetivo é agrupar os componentes de custo de forma a permitir uma melhor alocação dos custos
que compõem a tarifa. Nesse sentido, observam-se alguns aprimoramentos no tocante a:
Energia TE - ENERGIA
Distribuição TUSD - DISTRIBUIÇÃO
Transmissão TUSD - TRANSMISSÃO
TUSD-ENCARGOS
Encargos
TE - ENCARGOS
TUSD – PERDAS
Perdas
TE – PERDAS
Subsídios Subsídios Explícitos e Implícitos
Tributos Tributos Federal, Estadual, Municipal
126. A tabela abaixo apresenta um resumo da nova proposição de agregação e de cálculo das
componentes da TUSD e da TE.
127. Este item apresenta a proposta de metodologia de cálculo do Fator de Perdas de Potência
– FPP para o cálculo do Custo Marginal de Capacidade e dos componentes tarifários da TUSD –
Transmissão, e as parcelas Perdas Técnicas e Perdas na Rede Básica devido à Perdas na Distribuição do
componente tarifário TUSD-Perdas.
128. Por definição o FPP é a taxa média de perda de potência acumulada desde o ponto de
conexão de um consumidor tipo - i0 até a origem do nível i em consideração. Essa taxa considera a
demanda do consumidor como vista da origem do nível de referência, ou seja, acrescida das perdas, e é
aplicada sob a forma de um fator de multiplicação.
129. Assim, o cálculo do FPP é uma composição das taxas médias de perdas 10 dos elementos
do sistema de distribuição, a saber: redes de distribuição, transformações, ramais de ligação e medidores.
A Figura 8 ilustra, por meio de um diagrama unifilar simplificado, os elementos que compõe o sistema de
distribuição.
i
Rede AT
Trafo AT/MT
Rede MT
Trafo MT/BT
Ramal e medidores
Rede BT
i0
Figura 8 – Diagrama Unifilar Simplificado
10 DNAEE - Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica. Nova Tarifa de Energia Elétrica : metodologia e aplicação:
130. As perdas técnicas de cada elemento podem ser classificadas em perdas constantes:
perdas ferro dos transformadores e perdas nas bobinas de tensão dos medidores; e perdas variáveis:
perdas nas redes, ramais e no cobre dos transformadores.
131. As perdas variáveis de cada elemento podem ser simplificadamente modeladas por uma
resistência (R) e uma curva de corrente (Ih), conforme ilustrado na Figura 6.
133. A perda máxima (Perdas Max) ocorrerá na hora de corrente máxima (Imax).
Perdasmax
Perdasmax = R.I max
2
⇒R= 2 (12)
I max
134. Dessa forma, a perda técnica na hora h (Perdash) será dada por:
I h2
Perdash = Perdasmax . 2
I max
Onde:
2
⎛ Ph ⎞
⎜⎜ ⎟
Ih 2
⎝ Vh .FPh ⎟⎠ (13)
2
= 2
I max ⎛ Pmax ⎞
⎜⎜ ⎟⎟
⎝ VM .FPM ⎠
Onde VM e FPM são, respectivamente, a tensão e fator de potência no horário de corrente máxima
M; Vh e Fh são respectivamente, a tensão e fator de potência no horário h; Ph é a potência na hora
h e Pmax a potência máxima do elemento.
(Fls. 31 Nota Técnica n° 271/2009-SRE-SRD/ANEEL, de 04/08/2009)
135. Na prática, porém, não dispomos das curvas horárias de tensão e Fator de Potência dos
transformadores, redes, ramais, etc. Tal dificuldade pode ser contornada pela proxy Vh .FPh ≈ K , ou seja,
considerando tensão e fator de potência constantes. O que resulta em:
I h2 Ph2
2
= 2 (14)
I max Pmax
136. A modelagem da perda de potência na hora h (Perdash), das redes, transformações, ou
ramais de ligação e medidores, será dada por:
2
⎛ P ⎞
Perdas h = Perdas max .⎜⎜ h ⎟⎟ + Perdas FEh (15)
⎝ Pmax ⎠
Onde:
137. As perdas máximas de potência são apuradas com base na metodologia adotada pela
ANEEL no cálculo das perdas técnicas das distribuidoras, que se encontra detalhada na Nota Técnica nº
35/2007-SRD/ANEEL, de 22 de junho de 2007, e considerada no Módulo 7 dos Procedimentos de
Distribuição – PRODIST.
2
⎛ P ⎞
Perdas max .⎜⎜ h ⎟⎟ + Perdas FEh
⎝ Pmax ⎠ (16)
ΔPh =
Ph
139. A taxa média de perda de potência ( ΔP ), é a média aritmética das taxas de perdas ΔPh ,
no período T, e será dada por:
2
⎛ P ⎞
Perdas max .⎜⎜ h ⎟⎟ + Perdas FEh
⎝ Pmax ⎠
_____ T
1
ΔP = .∑
T h =1 Ph
2
(17)
⎛ P ⎞
Perdas max .⎜⎜ h ⎟⎟
1 T ⎝ Pmax ⎠ + 1 . Perdas FEh
_____ T
ΔP = .∑ ∑ P
T h =1 Ph T h =1 h
(Fls. 32 Nota Técnica n° 271/2009-SRE-SRD/ANEEL, de 04/08/2009)
140. O segundo termo da equação acima é a soma das taxas horárias de perdas no ferro,
dividido pelo número de períodos considerados. Logo o resultado é a taxa média de perdas no ferro.
141. A taxa média de perdas no ferro pode ser aproximada conforme a equação a seguir. Esta
relação é aceitável tendo em vista que o erro advindo desta simplificação é pequeno.
Perdas FE
ΔPerdas Fe ≈ (19)
P
___
_____
Perdasmax . P Perdas FE
ΔP = 2
+ ___
(20)
Pmax
P
143. Considerando que Perdas max = Perdas média Fpe , onde Perdasmédia é a perda média e
___
Fpe é o fator de perdas, e Pmáxima = P FC , onde FC é o fator de carga, temos:
___
_____ Perdas média FC P Perdas FE
ΔP = ___
. . + ___
(21)
Fpe Pmáxima
P P
144. As perdas médias divididas pela potência média são equivalentes as perdas de energia
divididas pela energia total injetada. Destarte, visando compatibilizar os indicadores descritos na
metodologia disposta no Módulo 7 do PRODIST – Cálculo de Perdas Técnicas Regulatórias, a
transformação de variáveis deve ser feita conforme apresentado a seguir:
___
_____
FC P (22)
ΔP = PEcu PU . . + PEfe PU
Fpe Pmáxima
146. O FPP será dado pela soma das taxas de perdas médias dos diversos elementos (redes,
ramais, bobinas dos medidores e transformadores) entre os níveis i0 e i. Todavia, existem sistemas em que
mais de um tipo de interligação entre dois níveis é possível. Como exemplo citamos a situação em que
uma distribuidora possui transformações A3a/ BT e A4/BT, situação em que 1 MW injetado em i flui pelo
nível i0 através de duas interligações.
147. Assim, para sistemas com N interligações entre os níveis i0 e i, as taxas médias de perdas
de potência devem ser ponderados pela probabilidade de 1 MW injetado no nível i e fornecido a um
consumidor no nível i0 , flua pela interligação N. Posto isto, podemos formular da teoria da probabilidade
condicional:
( ) (
P N i0 →i ∩ i0 )
P N i0 →i / i0 = (23)
P(i0 )
Onde:
( )
P N i0 →i ∩ i0 : probabilidade de 1 MW injetado no nível i ser fornecido a um consumidor
no nível i0, passando pela interligação N ;
P(i0 ) : probabilidade de 1 MW injetado no nível i ser fornecido a um consumidor do nível
i0.
148. As probabilidades podem ser obtidas pela proporção de fluxo direta. A formulação para o
cálculo do FPP entre dois níveis de tensão será dada por:
( )
_____ _____ N _____
FPP = ΔPi + ΔPi 0 + ∑ ΔPj .P N i0 →i / i0 j
(24)
j =1
Onde:
_____
ΔPi : taxa média de perda de potência para rede no nível i;
_____
ΔPi 0 : taxa média de perda de potência para rede no nível i0;
_____
ΔPj : taxa média de perda de potência para a interligação j (com N interligações possíveis
entre os níveis i e i0). Dada pela soma das taxas médias de perdas de potência entre os
diversos elementos que compõem a interligação (transformações e redes);
( )
P N i0 →i / i0 j : probabilidade de 1 MW injetado no nível i0 e fornecido a um consumidor no
nível i, flua pela interligação N.
149. Por fim, o fator de perdas de potência é calculado considerando as origens e os destinos.
Expandindo os termos das expressões acima obtemos:
(Fls. 34 Nota Técnica n° 271/2009-SRE-SRD/ANEEL, de 04/08/2009)
⎛ ⎛ ks (l )
N
⎞ ⎛ ELE (l ) ⎞⎞
∑ ⎜
⎜
⎜
⎜ ∏
l =1 ⎝ k =1
φ kori , kdest ⎟⎟ ⋅ ⎜⎜ ∑ ΔP y ,l ⎟⎟ ⎟
⎟
⎠ ⎝ y =1 ⎠⎠
FPP = ΔPi + ΔPi 0 + ⎝
_____ _____
N ⎛ ks (l )
(25)
⎛ ⎞⎞
∑ ⎜ ⎜⎜ ∏ φ kori ,kdest ⎟⎟ ⎟
⎜
l =1 ⎝ ⎝ k =1
⎟
⎠⎠
ELE: quantidade de elementos (transformação e linhas) no caminho série associado ao
caminho l;
Ks: quantidade de elementos de transformação série associados ao caminho l;
Kor: origem da transformação;
Kdes: destino da transformação;
L: caminho em análise;
φ: proporção de fluxo direto;
ΔP y ,l : taxa média de perdas do elemento y e pertencente ao caminho l;
2000
138 kV
1000
1000
1000 69 kV
1000 1000
34,5 kV
2000
Figura 10 - Diagrama Unifilar Simplificado de Proporção de Fluxo
11 Observe que o modelo de cálculo de perdas técnicas não admite perdas ferro nas redes.
(Fls. 35 Nota Técnica n° 271/2009-SRE-SRD/ANEEL, de 04/08/2009)
Tabela 13 – Percentual de Perdas Cobre.
34,5 kV 69 kV 138 kV
34,5 kV 0,03 0,01 0,01
69 kV - 0,02 0,005
138 kV - - 0,01
151. Das curvas de carga agregadas calculam-se os fatores de carga e de perdas, bem como
as potências médias dividida pela máxima total. Tais dados derivados das curvas de carga agregadas são
apresentados nas Tabelas 15-17.
138 kV - - 0,92
0,01. .0,96 =0,010
0,86
154. Por fim, o cálculo dos fatores de perda de potência, conforme expressões acima é
apresentado na tabela 20.
155. Portanto, essa é a metodologia ora proposta para o cálculo do Fator de Perdas de
Potência, a ser submetido à Consulta Pública, que passará a ser considerado no cálculo dos custos
marginais de capacidade e dos componentes tarifários que o exigirem.
(Fls. 37 Nota Técnica n° 271/2009-SRE-SRD/ANEEL, de 04/08/2009)
IV. DO DIREITO
156. O art. 15, § 6o da Lei no 9.074, de 7 de julho de 1995, assegura aos fornecedores e
respectivos consumidores o livre acesso aos sistemas de distribuição e transmissão de concessionário de
serviço público, mediante ressarcimento do custo de transporte envolvido, calculado com base em critérios
fixados pelo Poder Concedente.
159. O art. 3° da Lei n° 9.427, de 26 de dezembro de 2004, com a redação dada pelo art. 9° da
Lei n° 10.848, de 15 de março de 2004, estabelece incumbência da ANEEL para homologar as tarifas de
energia elétrica na forma da mencionada Lei, das normas pertinentes e do Contrato de Concessão.
V. DA CONCLUSÃO
160. Como tratado parágrafo 32, esta análise ateve-se ao Tema de Estudo I – Composição dos
Custos e Fator de Perdas de Potência. No próximo Relatório de Acompanhamento- RA apresentar-se-á as
análises atinentes ao Uso da Rede pela Carga – Custo Marginal de Capacidade. Já para o 3º RA aborda-
se os Temas III – Sinais de Preço: definição de postos tarifários para a Alta Tensão e a sinalização horo-
sazonal; e o Tema IV – Tarifação para a Baixa Tensão: definição de postos tarifários para a Baixa Tensão,
análise das tarifas Rural, Iluminação Pública, Demais Classes e Subterrâneo, além do realinhamento de
subsídios da Baixa Tensão, ambos a serem submetidos à consulta pública ainda neste semestre de 2009.
Destaca-se, mais uma vez, que a proposta consolidada será apresentada somente no segundo semestre
de 2010. As Consultas Públicas intermediárias visam dar uma sinalização aos agentes envolvidos de como
a ANEEL está conduzindo este processo.
161. Diante dos fatos aqui relatados, observa-se que esta Nota Técnica buscou apresentar i)
como a ANEEL pretende conduzir o estudo de Estrutura Tarifária a ser aplicado no setor de Distribuição de
Energia Elétrica no Brasil; ii) aprimoramentos no cálculo dos componentes de custo da tarifa de
fornecimento e de uso; e iii) proposta metodológica para o cálculo do Fator de Perdas de Potência.
• Alteração na forma de calculo da TUSD Fio B; TUSD Encargos de Serviço de Distribuição; TUSD
Perdas Técnicas e Perdas na Rede Básica, realocação do custo relativo ao combate às perdas,
definido pelo modelo de empresa de referência;
• Reagrupamentos dos componentes tarifários;
• Informações na fatura do consumidor de todos os itens de custo da tarifa;
• Padronização de nomenclaturas e siglas dos itens de custo da tarifa;
• Metodologia para o cálculo do Fator de Perdas de Potência.
VI. DA RECOMENDAÇÃO
164. Ante o exposto recomenda-se a submissão desta Nota Técnica à Consulta Pública para
recebimento de contribuições dos agentes envolvidos.
De acordo,