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FACULDADES INTEGRADAS IPITANGA

DISCIPLINA: Manutenção Industrial e Logística


PROFESSOR(A): Camila Ruiz

GESTÃO DA MANUTENÇÃO

Até algum tempo, a manutenção industrial era vista como um serviço que representava maior custo
para as empresas e que apenas tinha serventia quando um equipamento quebrasse ou apresentasse
alguma falha que reduzisse bastante seu desempenho. Com o passar do tempo, essa visão de gestão nas
indústrias e empresas mudou bastante e muitas delas investem pesado no setor de manutenção como
uma forma de diminuir custos com trocas de peças, manter o setor produtivo sempre com a máxima
eficácia e assegurar a competitividade industrial entre tantos players no mercado.
Isso porque a manutenção não é apenas uma solução “tapa buraco” quando um equipamento quebra,
um sistema falha ou uma peça apresenta algum tipo de avaria ou desgaste. Na verdade, a manutenção
industrial é essencial para garantir o sucesso dos processos de manufatura quando abrange ações
preventivas, detectivas e também corretivas. O ditado que diz: “antes prevenir do que remediar” pode
perfeitamente ser aplicado aos conceitos de manutenção industrial. Como parte fundamental do bom
desempenho de maquinários e sistemas, um planejamento de manutenção e planos de grandes paradas
de manutenção fazem todo o diferencial na realização de um trabalho que nunca termina, mas que
precisa de investimentos e, principalmente, de credibilidade a fim de oferecer, como resultado,
confiabilidade e disponibilidade de máquinas e equipamentos full-time.
Entre os indicadores de manutenção, os mais usados são o FMEA ou FMECA, PDCA, Manutenção
Produtiva Total, estudos de confiabilidade, MTBF e MTTR. Outras ferramentas como diagrama de Pareto,
análise da causa raiz da falha, custos de manutenção, Manutenção Centrada na Confiabilidade,
histogramas e árvore de falhas de eventos possuem igual relevância no setor de manutenção,
especialmente para os engenheiros de confiabilidade, que utilizam esses parâmetros com o intuito de
montar um banco de dados preciso e eficaz. Para gerenciar de modo eficaz cada um desses indicadores,
grande parte das empresas adotam software de gestão de manutenção, onde um banco de dados fica
cadastrado no sistema e permite a localização rápida e otimizada de todo o histórico de manutenção,
além do histórico de todas as máquinas e componentes.
A termografia infravermelha é aplicada com uso de aparelhos de termografia capazes de detectar falhas
em sistemas e circuitos elétricos por exemplo. Já o sistema FRACAS, que em português significa Relatório
de Análise de Falhas e Ação Corretiva, é um sistema automatizado que registra falhas nos sistemas e faz
a análise de dados coletados, formando, posteriormente, um relatório que ajudará os gestores a aplicar a
manutenção corretiva de acordo com cada caso. Este sistema é aproveitado por muitas empresas,
visando aumentar a confiabilidade das máquinas e também sua vida útil.
Um Relatório de Análise de Falhas e Ação Corretiva, também conhecido como Sistema FRACAS (Relatório
de Análise de Falhas e Ação Corretiva), em inglês, Failure Reporting and Corrective Action System - pode
ser utilizado para registrar falhas no sistema e analisar os dados elaborados em relatório. Com uso do

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software FRACAS, as falhas são coletadas, revistas e, então, algumas ações corretivas são identificadas e
aplicadas em cada caso. Este poderoso processo pode ser usado para melhorar significativamente a
confiabilidade ao longo da vida útil de um equipamento ou sistema, auxiliando bastante o setor de
manutenção e aumentando o grau de confiabilidade das máquinas.
O método FRACAS foi introduzido pela primeira vez nos Estados Unidos na década de 70. O método exige
uma sistemática de coleta de dados, gerenciamento, análise e implementação de ações corretivas. Um
grande problema para muitas organizações decorre do fato de que falhas semelhantes ocorrem em
muitos locais e são registradas por muitas pessoas de inúmeras maneiras. Isso faz com que haja muitas
informações desencontradas ou repetitivas, desperdiçando tempo de que é responsável pelas análises e
pela tomada de decisão em relação à aplicação de ações corretivas de manutenção. A utilização de um
sistema FRACAS pode resolver esse impasse, bem como produzir medidas corretivas e preventivas
adequadas para cada tipo de falha.
Os planos de lubrificação também estão inseridos nos planejamentos de manutenção industrial e dos
planos de paradas de manutenção. Por vezes, as causas de falhas em máquinas são essencialmente
excesso de atrito entre peças, fator facilmente resolvido com o tipo de lubrificação mais adequado e com
o tipo de lubrificante especial para cada peça, abrangendo óleos minerais, lubrificantes sintéticos, óleos
graxos e lubrificantes compostos ou mistos.
É importante lembrar que, para uma empresa conquistar excelência empresarial, é fundamental ter uma
gestão de manutenção baseada na visão estratégica. Pode-se dizer que esta postura atual adotada por
muitas indústrias e empresas é o resultado de um mercado cada vez mais competitivo e acirrado, nos
qual todo diferencial pode ser fator de sobrevivência. A manutenção industrial precisa estar voltada à
produção sustentável, preservação do meio ambiente, à responsabilidade social, à redução da demanda
de serviços, ao crescimento da confiabilidade e disponibilidade de máquinas e sistemas, à segurança dos
trabalhadores, das instalações e dos processos produtivos, à otimização dos custos e elevação do
faturamento das empresas. Na conquista de todas essas metas, é comum que as empresas pratiquem o
benchmarking, ou seja, a adoção de parâmetros aproveitados por outras empresas bem-sucedidas como
forma de conquistar sucesso, espaço e credibilidade.
Já se foi a época em que os serviços de manutenção industrial, em todas as suas vertentes, eram vistos
como algo “dispensável e oneroso” para as empresas. Essa mudança de valores tornou-se mais evidente
após o aumento da competitividade entre os players do setor industrial e a necessidade de produção em
larga escala, sem que ficassem comprometidos fatores como qualidade e padronização. Uma prova disso
é que, a cada dia, cresce o número de cursos de especialização em Manutenção Industrial. A demanda
crescente e latente por profissionais atualizados, qualificados e que tenham boa visão de gestão é uma
realidade. Por isso, quem deseja ingressar na área precisa aprofundar os conhecimentos e quem precisa
contratar, muitas vezes, prefere investir nos funcionários e futuros empregados.
A ABRAMAN – Associação Brasileira de Manutenção, com sede no Rio de Janeiro – disponibiliza aos seus
associados uma listagem de Institutos e Universidades que ministram cursos de Pós Graduação em
Manutenção. Alguns exemplos são a PUCRS – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – que
oferece o curso de especialização em manutenção industrial. Além dessa universidade, outras seguem o
mesmo caminho, aproveitando um nicho de mercado que se expande no mesmo ritmo que as atividades
de manutenção e confiabilidade crescem dentro das empresas e ganha força em um mercado tão
acirrado como o industrial.
O Brasil, de uma forma em geral, tem ocupado uma posição de destaque no universo da manutenção
industrial quanto à aplicação de procedimentos, técnicas e a mais avançada tecnologia, quais nos
permitem um melhor planejamento das paradas e, consequentemente, uma efetiva e mensurável
melhoria com respeito ao controle de falhas das máquinas e equipamentos de uma linha produtiva.

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Países da América Latina e Europa consideram o modelo brasileiro uma referência no que tange à
disponibilidade de máquinas de uma fábrica, fator imprescindível para uma produção competitiva, qual
garante os primeiros postos no mercado, quando nos referimos à capacidade produtiva, custos
adequados e confiabilidade dos prazos de entrega.
Uma novidade no rol das exigências, é que as empresas entendem que a evolução contínua de um
programa de manutenção, depende da capacidade de relacionamento interno e externo de seus
especialistas, portanto passa-se a valorizar mais a compostura e atitude do que a formação técnica.
Considerando esta última como uma exigência básica. Parece-me muito interessante este último quesito,
pois o ser humano terá que evoluir como indivíduo, melhorar a educação, o trato e o respeito com as
pessoas, nem que seja somente para ganhar mais dinheiro.
O que se nota nessa nova vertente, é a clara possibilidade de melhorar nosso status profissional, a curto
e médio prazo, e aceder a cargos de gerencia e direção através de um “upgrade” técnico, de compostura
e comportamento que nos possibilite os resultados esperados pelo plano estratégico. É isso que essas
empresas que fazem parte desse programa estão buscando, pois admitem que se acostumaram a
contratar diplomas e, somente isso, não tem garantido os resultados. É importante salientar que no
Brasil, historicamente e de uma maneira geral, as organizações contratam pela competência e demitem
pelo comportamento.
A preocupação com o desenvolvimento profissional está cada vez mais escassa. Fala-se muito em
aumento de faturamento e produtividade, no entanto, isto é uma consequência de uma equipe treinada
e, sobretudo, que tenha suas necessidades básicas atendidas e garantidas ao longo dos anos. Além de
que, os objetivos de resultados somente podem ser assumidos desde que tenhamos uma garantida
Gestão de Desenvolvimento Contínuo das Competências que são estratégicas para cada empresa.
O desenvolvimento não cessa nunca. Se estagnarmos o desenvolvimento não poderemos mais competir.
O mesmo acontece com o aprendizado. Se pararmos de aprender paramos de desenvolver. E quanto a
essa questão temos muito que aprender com os americanos que investem, em média, 13% do que
ganham, no desenvolvimento pessoal, durante o período economicamente ativo. Infelizmente, o
profissional brasileiro investe muito pouco em si mesmo. Praticamente nada, após o período estudantil e
nisso somos penalizados, pois da mesma forma que a evolução tecnológica não para, a capacitação
profissional não tem fim.
As oportunidades estão no mercado em busca da competência adequada. Deixo dois lembretes quanto a
isso: infelizmente, elas não são para todos e têm prazo de validade.
INAMAN, Instituto Nacional da Manutenção, foi fundado em junho de 2010 e tem como objetivo principal
a formação e atualização de profissionais da área da manutenção, com foco no desenvolvimento pessoal
e aumento da competitividade profissional para o mercado nacional e internacional.
A metodologia adotada obedece ao modelo de Gestão e Desenvolvimento Contínuo de Competências,
com um programa de formação personalizado, elaborado de acordo com o nível de conhecimento pessoal
e dos objetivos apontados em seu Plano de Desenvolvimento Profissional, qual é elaborado no início do
programa e através de reuniões individuais com cada participante.
A instituição conta com o Departamento de Alocação Profissional (DAP), cuja finalidade é rastrear as
necessidades de profissionais de alto gabarito do setor da manutenção, por empresas do mercado
nacional e internacional. Conduzir os procedimentos e orientações desde a fase de recrutamento e
seleção até a assinatura do contrato de trabalho, além de manter uma constante assessoria técnica e
orientações comportamentais, visando o cumprimento dos objetivos ora formalizados no Plano de
Desenvolvimento Profissional.
A Mecatrônica tornou-se um grande diferencial em inúmeros processos de fabricação, e, hoje, a
tecnologia mecatrônica é fator competitivo para as empresas. Essencial nos processos de gerenciamento

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de manutenção industrial, a Mecatrônica é a integração de vários campos de estudo, como da
Engenharia Elétrica, Engenharia Mecânica e Engenharia de Computação. Estas disciplinas se integram e
trabalham em conjunto no planejamento, comissionamento, operação, manutenção e reparação de
processos de fabricação controlados por computador.
Um sistema de Mecatrônica é considerado um sistema "inteligente". E um sistema inteligente é um
processo controlado por diversos sensores, em que os dados de alimentação são transferidos para um
Controlador Lógico Programável, que por sua vez, usa um programa de computador específico que
auxilia os gestores de chão de fábrica a tomar as decisões mais acertadas em termos de gestão de
produção. Fatores referentes à gestão de manutenção e de processos, como compras de suprimentos,
planos de reparos, controle de estoques, e outros itens pertinentes podem ser monitorados com muito
mais facilidade e segurança para os operários, uma vez que as máquinas automatizadas trabalham sem a
necessidade de fiscalização ou interrupções.
Uma vez que um processo de fabricação automatizado utiliza atuadores mecânicos, sensores eletrônicos
digitais e um PLC (basicamente, um computador), é fato salienta que as empresas precisarão de pessoas
qualificadas e prontas para operar os sistemas, bem como desenvolvê-los a fim de tornar as máquinas
mais produtivas. Isso também aumenta a confiabilidade dos processos, reduz custos e garante a
produção contínua. Pesquisadores acreditam que a procura pelo estudo da Mecatrônica irá aumentar
devido à elevada taxa de processos automatizados em instalações de manufatura. Devido a esse
crescimento de sistemas automatizados, haverá uma grande demanda crescente por trabalhadores
qualificados, técnicos e engenheiros na área de Tecnologia Mecatrônica.
Um profissional que pretende atuar na área mecatrônica, trabalhando com sistemas automatizados, terá
que escolher um programa de estudo que abranja formação em atuadores mecânicos, de modo a incluir
os sistemas pneumáticos e hidráulicos, eletrônica digital, tais como sensores e sistemas de interface e
lógica. Cabe lembrar que em todos os segmentos industriais as fábricas lançam mão de softwares de
manutenção industrial para controlar também as ações de manutenção nas plantas industriais. Esses
sistemas servem de parâmetro para que as equipes de manutenção acompanhem de modo muito mais
eficaz as necessidades de reparos de máquinas, substituição de peças e até mesmo o planejamento de
paradas de manutenção.
O software de manutenção industrial é uma ferramenta importante e amplamente utilizada para rastrear
e controlar todos os equipamentos de manutenção. No mundo da manufatura, os softwares de
manutenção industrial ou sistemas de gestão de manutenção industrial eficazes tornam as operações de
negócios mais eficientes e rentáveis para as empresas, além de transformá-las em players bem mais
competitivos no cenário industrial mundial.
Um pacote bem estruturado de software de manutenção industrial auxilia as organizações empresariais,
especialmente os gestores de chão de fábrica, quando novos suprimentos precisam ser comprados,
quando deve-se fazer a substituição de equipamentos, planos de manutenção, abrangendo no escopo
ações de lubrificação e reparos de máquinas e dispositivos. Muitas empresas especializadas nesse tipo de
software, como a ABC71, localizada em São Paulo, ou a Desotec, do Rio de Janeiro, elaboram esquemas
de segurança em software de manutenção industrial, incluindo treinamento específico extensivo e cursos
de segurança para os novos empregados.
Os programas de software de manutenção industrial melhoram consideravelmente a eficiência da
empresa, bem como reduz os custos de manutenção, o que, para as companhias, significa maiores
rendimentos e aumento da lucratividade. O software pode se concentrar em módulos tais como: códigos
de barras, controle de estoque total, histórico de manutenção, controle de compra de materiais e fácil
criação de ordens de trabalho, além de outros tópicos relacionados.

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