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Análise Crítica
RESUMO CRÍTICO
...e Cinderela
Vida real – Jessy Schram, interpretando
Ashley Boyd
COMENTÁRIO CRÍTICO
Nos dois contos, além de nos depararmos com rei, rainha, príncipe, princesa,
anões, etc., sentimos esse problema existencial, ou seja, Branca de Neve e Cinderela
sofrendo perseguições por parte de suas madrastas, que até põem em risco suas vidas.
Branca de Neve chega, inclusive, a morrer envenenada pela madrasta por causa de sua
beleza que excedia à de todas, enquanto Cinderela sofreu o castigo da escravização. Nas
duas tramas, elas conseguem superar todas as dificuldades e maldições, e acabam se
tornando rainhas.
Os contos de fada foram aos poucos se adaptando ao público infantil, pois no
princípio tinham temáticas fortes, estórias baseadas em histórias de sofrimento,
limitações e sangue, voltadas para os de adultos: “os conhecidos contos clássicos
infantis têm suas origens em tempos bem mais recuados, e nasceram para falar a
adultos” (COELHO, 1987, p. 16).
No que se diz respeito à origem no contexto geográfico, podemos afirmar que os
contos de fada, embora em estruturas diferentes das de hoje, surgiram no oriente e entre
o povo celta: “os vestígios mais remotos, localizados por esses estudiosos, remontam a
séculos antes de Cristo e provêm de fontes orientais e célticas que, a partir da Idade
Média, foram assimiladas por textos de fontes européias” (COELHO, 1987, p. 16-17).
Com o passar do tempo, as estórias de fada foram domando a mente das
crianças, ampliando-a, e localizando elas no mundo, fazendo-as entender as coisas que
giram a sua volta: “o conto de fadas ajuda a criança a entender-se a si própria, a se
orientar para encontrar soluções para os problemas que a conturbam, etc., isso tem
sempre significado metafórico” (BETTELHEIM, 1987, p. 188). Portanto, o valor que
tem uma narrativa fantástica é imensurável. Ao ler ou escutar um conto de fada, a
criança vai aprender sobre o mundo do seu jeito, e além de tudo vai aprender sobre si,
que é capaz de cumprir missões, que tudo que vê pode tornar-se palpável, possível de
conquistar, ou seja, buscando sempre possibilitar o impossível e mudar o imutável,
apesar de também conhecer os seus limites: “Ela sente com os contos de fadas que ser
um ser humano neste nosso mundo significa ter de aceitar desafios difíceis, mas
também encontrar aventuras maravilhosas” (BETTELHEIM, p. 189). No entanto, a
criança não só pode olhar-se a si mesma e encarar os desafios da sua vida, mas também
aconselhar e motivar a alguma outra criança ou até mesmo a um adulto a que encare
seus dilemas e os resolva literalmente como os personagens resolvem simbolicamente
em um conto de fadas. Um exemplo disso é a forma que Henry, no episódio 3, Snow
Falls, convence a Emma que Margaret e David Nolan foram feitos um para o outro,
assim como Branca de Neve e o Príncipe Encantado, por causa da similitude do enredo
das duas relações.
Por estas razões, pouco importará a uma criança ler ou escutar uma estória de
forma didática, isto é, com um teor científico, cheio de regras e palavras difíceis. O
adulto deve ler um conto de fada com a linguagem da criança, não levando em conta as
fantasias e “inverdades” que ali contêm, mas gozar da leitura porque a criança está se
deleitando: “uma experiência compartilhada de fruir o conto, embora o que contribua
para isto possa ser completamente diferente para a criança e para o adulto. Enquanto
a criança frui a fantasia, o adulto pode derivar do prazer da satisfação da criança”
(BETTELHEIM, 1987, p. 188).
São evidentes, nos episódios da série em análise, diversas temáticas típicas de
contos de fada, nas estórias de Branca de Neve e os sete anões e Cinderela. Em Branca
de Neve e os sete anões, temos: a) a cobiça; b) o orgulho; c) o preconceito; d) a
violência; e) o desengano; f) o sofrimento; g) a revolta; h) o amor difícil de acontecer;
entre outros temas. Em Cinderela, encontramos: a) a maldade; b) o preconceito; c) a
desconfiança; d) a chacota; e) o sofrimento; f) o desprezo; g) a humilhação; h) a revolta;
i) a superação; entre outros assuntos. Estas são as temáticas que coincidem: as tramas do
mundo real e fantástico da série com o respectivo conto tradicional. Para sair do
evidente, ou até mesmo por querer adaptar à televisão, aprouve ao autor de Once upon a
time mudar a estrutura, e modificar algumas temáticas dos contos na série, processo
necessário que bem ilustra Pellegrini (2003).
BIBLIOGRAFIAS E WEBGRAFIAS
______________. Sobre a narrativa dos contos de fadas. In: A psicanálise dos contos
de fadas. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980: 59-67;
______________, Nelly Novaes. As fontes. In: O conto de fadas. São Paulo: Ática,
1987: 16 – 71;
http://www.intercom.org.br/papers/regionais/sudeste2009/resumos/R14-0024-1.pdf -
Acessado no dia 11 de julho de 2013;
http://www.google.com.br/search?hl=pt-
BR&site=imghp&tbm=isch&source=hp&biw=1280&bih=923&q=once+upon+a+time
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