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AS CRÔNICAS DE NÁRNIA – O LEÃO, A FEITICEIRA E O GUARDA-ROUPA

O filme “As crônicas de Nárnia – o Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa” é uma


adaptação Walt Disney de Andrew Adamson do primeiro romance fantástico infantil de
C. S. Lewis da série “As Crônicas de Nárnia”, tendo o mesmo título do original escrito.
Conta a história dos irmãos Pevensie, quatro garotos chamados de Pedro,
Susana, Edmundo e Lúcia, que, fugindo de Londres durante a segunda Guerra Mundial,
refugiam-se na casa de um professor no campo. Nesta casa, Lúcia é a primeira criança
que descobre um guarda-roupa mágico que dá acesso ao mundo fantasioso, chamado
Nárnia. Este país está castigado por um inverno, e diante de muita neve e frio, Lúcia
acaba encontrando o primeiro ser narniano, um fauno chamado Tumnos, que a acolhe
em seu aposento e revela a existência de uma Feiticeira Branca, Jadis, considerada a
rainha de Nárnia que quer matar todos os filhos de Adão que ameaçam seu reinado.
Lúcia volta ao mundo real e tenta convencer a seus irmãos que há uma terra
além do guarda-roupa, mas eles não acreditam. Só na segunda vez que ela entra no
móvel, Edmundo lhe segue e acaba descobrindo também Nárnia. Na terceira vez, todos
chegam a conhecê-la.
Neste mundo, eles por fim descobrem que, sendo filhos e filhas de Adão e Eva,
o povo os espera para serem reis e rainhas de Nárnia em Cair Paravel como diz a
profecia, e com a ajuda de Aslam, o Grande Leão, de Filho do Imperador de Além-Mar.
Edmundo, engodado pelas promessas da Feiticeira, trai seus irmãos, dando informações
aos poucos sobre onde e com quem estavam, e que procuravam por Aslam. Os três
meninos, dias depois, encontram o Grande Leão, que consegue com os seus livrar
Edmundo das garras da Feiticeira, e em troca dá sua própria vida em resgate do garoto.
Aslam foi, então, sacrificado na Mesa de Pedra, onde morriam os traidores da, até então,
Rainha.
No entanto, a Feiticeira não se lembrou que, segundo a Magia Profunda de Antes
da Aurora do Tempo, o inocente que morresse por um traidor poderia até ressuscitar por
não ter mácula alguma, e é o que ocorre, à presença de Susana e Lúcia.
Simultaneamente, Pedro organiza seus batalhões para a guerra contra a Feiticeira já que
Aslam para eles estava morto. Antes de correr com as meninas para o campo de batalha,
Aslam revive os narnianos que sofreram a maldição de se transformarem em pedras no
castelo dela. O Grande Leão chega a tempo e destrona de uma vez por todas a Feiticeira
e os seus súditos, e galardoa aos quatro filhos de Adão as coroas de reis e rainhas de
Nárnia em Cair Paravel. Lá ficam durante anos, e quando retornam ao mundo real
percebem que o tempo não havia passado da forma que passou em Nárnia, e voltaram a
ser crianças.
Nesta crônica fantástica, podemos destacar a personalidade da Feiticeira, a bruxa
- que tem origem provável na Idade Média onde já se criavam histórias a respeito dela.
Para isso, separamos dois significados-chave de quem seja tal, segundo CHEVALIER
& GHEERBRANT (1996): “El brujo está cargado de las potencias sombrías de lo
inconsciente, sabe cómo utilizarlas, y asegurarse de ese modo, poderes sobre los otros”
(p.200), e: “O bien, por pactos con el diablo, el brujo procuraba bienes materiales y
venganzas personales, en contradicción con las leyes de Dios” (p.201). Estas
características dadas ao bruxo no dicionário, são remetidas sem nenhum problema à
bruxa, mulher, Feiticeira de Nárnia: da mesma forma em que ela tem o poder de
convencer, de engodar uma pessoa, como fez com Edmundo, e pô-la sob seu comando,
ela tem o intuito de acabar com os planos de Deus, na obra representado pelo Imperador
de Além-Mar, e do filho deste, Aslam, o Leão, como se fosse Jesus Cristo. O intento da
Feiticeira, ao longo do filme, é que a vontade de Aslam e seu Pai (de trazer a paz à
Nárnia colocando em Cair Paravel reis e rainhas filhos de Adão para comandá-la) não
seja feita. Essas duas características da Feiticeira são fatais para que a indiquemos como
maléfica, pois, em suma, tem aparência agradável e sobrenome Branca indicando
transparência e pureza, mas por dentro ela é terrível, egoísta, satânica (por querer
derrotar o Leão, figura do Messias) e tem um ciúme doentio (de temer profundamente
que alguém se assente no seu trono).
De um modo analógico, podemos destacar neste filme o tema bíblico das
vésperas da morte, dos momentos da morte, e da ressurreição de Cristo, o Leão Aslam
no filme e na crônica. De uma forma específica, podemos resumir o filme dentro da
temática da queda e do levantar-se. Isto é, observa-se a história de uma Nárnia caída,
desmoronada, sem vida, provando do desprazer das maldições da Feiticeira, e ao mesmo
tempo da ascensão dessa nação com o apoio dos narnianos, dos futuros reis e rainhas e
de Aslam.

Personagens e Cenas do filme


Feiticeira

Esse é o momento em que a bruxa,


Feiticeira, convence Edmundo a
informar onde e com quem estão
seus irmãos, dizendo que se ele
informasse se tornaria príncipe em
Nárnia.

Aslam
A foto acima representa a
cena em que Aslam,
ressurreto, reaparece, com
todo poder e glória, para
ajudar a Pedro e aos outros
três filhos de Adão na batalha
final contra a Feiticeira.

Na foto, aparecem Pedro,


Susana, Lúcia e Edmundo
(sentido contrário), pela primeira
vez juntos no país desconhecido
e gelado de Nárnia.
Guarda-roupa que dá acesso
à nação mágica de Nárnia.

Este é o primeiro ser que Lúcia


encontra em Nárnia, o fauno
Tumnos.

Esta foto representa o final do


filme, quando os filhos de
Adão por fim se tornam reis e
rainhas de Nárnia: Edmundo
o Justo, Pedro o Magnífico,
Susanaa gentil e Lúcia a
Destemida (da nossa esquerda
à direita).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

No filme “As crônicas de Nárnia – o Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa”,


notamos um combate entre Aslam e a Feiticeira, e toda história se desenvolve em volta
disso. Percebemos, inevitavelmente, a caracterização do Leão em Jesus e da Feiticeira
na herança adâmica do pecado, e quem prevalece é o Leão (a graça superabundando
onde o pecado abundou, como diz a Bíblia). Aprendemos também que no mundo, temos
escolhas a fazer, entre seguir o bem e o mal, como assim fez Edmundo, que escolheu os
encantos da bruxa (pecado) e quase morreu por duas vezes, mas houve a intervenção de
Aslam sobre o destino dele.
Quanto ao caráter da bruxa, da feiticeira, devemos considerar seu lado maléfico
ou benéfico. Sendo benéfica, a feiticeira pode usar suas magias para o bem do próximo,
de um povo, de uma sociedade, porque só ele tem forças ocultas para vencer o mal com
o feitiço, magia, e propiciar o bem, ou seja, apaziguar e iluminar o ambiente ou alguém.
Sendo maléfica, a feiticeira vai usar de todos os seus artifícios mágicos para o seu
próprio benefício, não poupando nada nem ninguém que a interfira. Por isso, notamos a
importância de um professor informar ao público infantil os dois caracteres da bruxa, e
ao mesmo tempo não evitar o ensino dos assuntos referente a ela. Com esta ciência, as
crianças serão mais críticas, temerão menos o termo bruxa, se interessarão mais com as
histórias infantis, tudo isso porque conhecem essa ambivalência da feitiçaria e/ou
bruxaria.

REFERÊNCAS

ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada: Sociedade Bíblica Trinitariana do


Brasil. São Paulo: Casa João Ferreira de Almeida.

CHEVALIER, Jean; GHEERBRANT, Alain. Diccionario de los símbolos. Barcelona:


Herder, 1993.

http://www.youtube.com/watch?v=jPcNVZnSdNE – Acesso no dia 14 de agosto de


2013.

http://www.ramatis.com.br/tratamentos-espirituais/palestras-09-magia-e-forcas-
ocultas.php – Acesso no dia 14 de agosto de 2013

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