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DIÁRIO DE CAMPANHA – ESTILHAÇOS DA

GUERRA

SESSÃO 1 (26/10/2023) – Uma taverna e uma Missão.


Tarsakh (Primavera), A Garra da Tempestade, 1484, Ano do Despertar dos
Adormecidos, dia 22, Lua Nova, Vale Cinzento (Vale Delimbiyr – Vale Brilhante),
Cidade de Águas Altas.

Águas Altas, chamada de Cidade das Grutas, é uma cidade situada na


confluência dos rios Delimbiyr e Greyflow no Vale Delimbiyr. É uma pitoresca
cidade-jardim que abriga uma comunidade cosmopolita agradável e próspera de
humanos, meio-elfos, elfos e muitas outras raças. Foi também o lar dos escolhidos
de Mielikki, os Regentes Verdes e seus descendentes, e graças aos seus esforços a
cidade serviu como a própria imagem de sua fé.

Ato 1 – Taverna da Caneca Verde (18h)


Thrain Ironbor e Alderan Stoneshield aguardam ansiosos por seus novos
aliados bebendo canecas de cerveja escura e comendo guisado de faisão. O
primeiro, um paladino de Moradin, que serviu sua vida inteira no Templo do
Martelo Trovão, no Vale do Pôr do Sol, até que recentemente se uniu a uma facção
de cavaleiros, A Ordem da Manopla, com o intuito de trazer justiça e combater o
mau em Faerûn, recebeu assim sua primeira missão, de recuperar o Cálice da
Sanguinolência que fora roubado pelo terrível Gorthak, não pensou duas vezes,
chamou Alderan, seu amigo de longa data e hábil ferreiro do templo, os dois então
procuraram por aventureiros na região, que pudessem lhes ajudar com a
empreitada.

Logo os pretensos aventureiros adentram no recinto chamando atenção


para si, na frente um homem tetyriano robusto, ombros e tronco largos, pele
branca, cabelos curtos e negros, com um largo sorriso, queixo e testa
protuberantes onde seus pequenos olhos azuis ficam espremidos, mas o que
chama mais atenção além de sua exótica fisionomia é a espada que carrega, uma
lamina larga vermelha de tamanho desproporcional, pelo menos 2 metros do
cabo até a ponta, a arma parece viva, como se algo se movimentasse em seu
interior, esse é Magnus Stormbringer, em seguida Ulric Aybara, um meio elfo em
trajes de couro se junta ao grupo, seus cabelos e barbas castanhas desgrenhadas
e sujos demonstram uma vida nas florestas, ele se apoia em um cetro de teixo
ornamentado com penas, ossos e presas de animais, seu semblante é calmo e
contemplativo, ao seu lado, um lobo de pelos acobreados, Sírius, segue seu mestre
sempre atento e obediente, após os devidos cumprimentos, os 4 se sentam a mesa.
Thrain explica mais uma vez o teor da missão, recuperar o Cálice da
Sanguinolência, que foi roubado pelo bando de Gorthak (um troll de sagacidade
e perversidade fora do comum), enquanto era transportado para um local seguro.

Ulric revela que uma amiga sua vinha junto a caravana e lhe enviou uma
carta no dia 05 desse mesmo mês, a caravana sairia no dia 06 de Llorkh, que fica
a mais ou menos 100 milhas de Águas Altas, os relatos dizem que o local do ataque
fica a 60 milhas a leste de Águas altas, então se a caravana se movia em uma
média de 12 milhas por dia, o ataque aconteceu entre o dia 09 e 10.

Além da promessa de farta recompensa os aventureiros tem seus próprios


motivos para se juntar a contenda, Ulric procura por sua amiga, desaparecida no
ataque a caravana, enquanto Magnus fez um acordo com Thrain, onde depois de
recuperar o Cálice, o mesmo o ajudaria com uma questão pessoal.

O paladino demonstra profunda inquietação ao saber que o Cálice já está


em posse dos inimigos há mais de 10 dias, e ao ser questionado sobre as
propriedades do objeto responde forma evasiva, afirmando que ele poderia
aumentar os poderes das criaturas malignas, explica também que o Troll já estava
à procura do Cálice, mas sua Ordem o encontrou primeiro, e o estava levando
para um abrigo seguro quando a caravana foi atacada.

Já é noite em Águas Altas, e os membros da comitiva discutem as


possibilidades de partirem imediatamente, aqueles que não enxergam no escuro
se mostram preocupados, mas após uma certa insistência por parte de Thrain
concordam.

Em um dado momento Ulric se levanta e se afasta da mesa, sendo


abordado por uma mulher misteriosa, de manto verde só foi possível ver fios de
cabelo loiros encobertos.

“Percebo que vocês não são daqui, e pretendem partir junto de Ironborn em sua
busca, saibam que os perigos que rondam Águas Altas são enormes, se não
acredita em mim, dê uma olhada no quadro de avisos”

O tempo que Ulric leva para observar o quadro é o mesmo que a mulher
leva para deixar a taverna. Em meio há vários avisos, mensagens, ofertas de
recompensas, algo detêm a atenção do druida, “GORTHAK, PROCURADO VIVO
OU MORTO [IMAGEM DE UM TROLL] RECOMPENSA 1.000 PEÇAS DE
OURO”.
Em letras miúdas no fim da folha:

“Gorthak, o Troll Devorador de Almas, é a personificação do pavor que assombra os arredores.


Sua presença é um pesadelo que ganha vida. Com olhos amarelados que brilham na escuridão
e uma risada que ecoa como o lamento dos condenados, ele é a encarnação do terror.
Característica única: Gorthak possui um terceiro olho na testa, um olho que não vê o mundo
material, mas sim o mundo dos pesadelos. Aqueles que olharem diretamente para esse olho
maldito são amaldiçoados com visões aterrorizantes que corroem a sanidade. Gorthak não é
um ser comum, e suas atrocidades são lendárias. Cada aldeia que ousou cruzar seu caminho se
tornou um cemitério, e suas vítimas nunca mais foram vistas. Aqueles que ousam persegui-lo
devem estar preparados para enfrentar o horror mais profundo e sombrio”

Ulric leva o panfleto para os demais, Thrain diz que são exageros e lendas
locais, alimentados pelo temor de pessoas supersticiosas. Fica então decidido que
após comprar suprimentos eles iriam partir.

Os aventureiros são abordados por Bonnie, que é proprietária da Caneca


Verde junto de seu marido, Clyde, eles revelam que irão partir imediatamente e
mandam encerrar a conta dos quartos e das refeições, o que deixa os proprietários
surpresos, e mesmo os avisos de perigos noturnos não são suficientes para deter
o grupo.
Ato 2 – Armazém das Docas e Boticário (19h)

No Armazém das docas Ulric e Magnus conhecem Maev, a simpática


proprietária que fornece a preços 50% mais caros que o normal os equipamentos
e suprimentos necessários para a viagem (trajes de frio, corda, mochila, cantil,
rações, entre outras coisas).

Maev orienta também que os demais itens que o grupo procura podem ser
encontrados no Boticário, ao chegar na porta do estabelecimento Ulric se
surpreende, pois, limpando as janelas, está a mulher misteriosa que o abordou na
taverna.
A jovem se identifica como Yazzmin, diz que é cartógrafa e bióloga de
Águas Profundas, e que está em Águas Altas há 5 anos, registrando a região em
mapas detalhados, com informações geográficas, da fauna e da flora do local, diz
que seu tio, Melius, é o boticário/alquimista proprietário do estabelecimento e se
mostra bastante curiosa quanto a missão dos personagens, em certo ponto os
aventureiros negociam um mapa em troca de revelar interior teor de sua missão,
revelando informações sobre o Cálice, o ataque a caravana e o Troll.

Yazzmin revela que a região fica cada dia mais perigosa, visto que os
monstros estão fugindo da guerra na Fronteiras Prateadas, que fica a norte, e
“descendo” em direção ao Vale Brilhante, e que nos últimos meses a frequência
de incidentes vem aumentando bastante.
Os personagens concordam em retornar para contar mais sobre sua
missão quando ela estiver concluída, e relatar sobre possíveis imprecisões nos
mapas e informações da jovem.

Em certo momento, Mellius adentra o recinto misturando líquidos em seus


tubos de ensaio e fala que os aventureiros deveriam levar ácido se quiserem
enfrentar um Troll, os aventureiros compram alguns frascos, entre outras coisas,
tudo em um preço bastante razoável.

Ulric e Magnus se reúnem novamente com os anões, que já estavam


prontos, e partem na direção leste.

Ato 3 – Na Estrada Negra (20h)

Temerosos e vigilantes os aventureiros partem pela trilha da Estrada


Negra durante uma noite sem lua e com uma fina e incessante neblina caindo
sobre eles, a temperatura é fria, variando de 5º a 10º C, os anões montam seus
pôneis, enquanto Ulric cavalga Pangariel, seu cavalo leve, no lombo, sem sela,
freios ou arreios, ao tempo que Magnus vai em sua garupa desconfortavelmente.
A viagem é silenciosa e preocupada, e o grupo avança ao passo de 4 milhas
por hora, com a única iluminação de uma lanterna coberta, recém comprada no
Armazém das Docas e alimentada por um óleo lá comprado também, a chuva
atrapalha a visão e a audição dos viajantes, mas mesmo assim, após a segunda
hora de viagem, algo se move nos arbustos próximos, sons de risadas perniciosas
em meio a vegetação.

Ato 4 – O Primeiro Sangue (22h)

Os sons sinistros lembraram institivamente a descrição no panfleto “uma


risada que ecoa como o lamento dos condenados”, seria o algoz que eles
procuram?!

Rapidamente os sons e vultos se transformam em criaturas que atacam os


viajantes, o riso contido e abafado eram de hienas escondidas nos arbustos que
saltam mordendo Thrain e Sírius, do alto de barrancos flanqueando, Gnoll’s,
humanoides perversos com corpo e cabeça de hienas, famigerados devoradores
de carne élfica e humana.
A escuridão favorece os atacantes, mas em um rompante de coragem Ulric
e Magnus cavalgam morro acima, o guerreiro salta da garupa e atinge o gnoll no
meio, fazendo-o sangrar e rolar barranco abaixo, e em sua braveza salta barranco
abaixo em cima de uma das 3 hienas, Thrain leva várias mordidas e é lançado ao
chão, seu pônei sofre golpes terríveis e sangra caído ao chão, Alderan protege o
amigo e os dois conseguem derrubar uma das hienas.

Ulric canaliza as forças da natureza para lançar raios de fogo contra a hiena
que luta com Magnus e manda Síruis recuar, duas chamas acertam a hiena que
foge em terror, do outro lado o segundo gnoll ainda dispara flechas, mas sem
sucesso contra as armaduras dos anões, após estar muito ferida a hiena que
restava lutando com os anões também foge.

O silencio toma o ambiente, o outro gnoll também se foi, caídos, uma das
hienas, um dos gnoll’s e o pônei de Thrain. Ulric, com a concordância de todos
gasta sua única magia de cura para recuperar as forças do pônei, sem ele a viagem
se tornaria por demais morosa.

O gnoll caído deixa de espolio um machado de batalha, um escudo grande


de metal, um arco curto, 10 flechas e uma armadura de couro. Ulric se abaixa
olhando o chão com a luz da lanterna, e mesmo na chuva vê uma movimentação
muito grande de criaturas horas atrás ali naquele lugar, consegue constatar que
mais cedo naquele dia, dois humanoides foram emboscados ali, amarrados e
arrastados floresta a dentro, o contingente de gnoll’s e hienas era bem maior,
podem ter sido levados para um líder ou para servir de jantar, seja o que for, ainda
podem estar vivos.
Embaixo de arbustos, um tesouro guardado pelos monstros, um saco com
70 moedas de ouro (leões dourados) e um escudo com o emblema dos Dragões
Púrpuras de Cormyr, um trabalho de mestre segundo Alderan, que é um armeiro
de primeira, ele não ficaria surpreso se houvesse magia também no escudo.

A decisão estava tomada, não poderiam deixar aquelas pessoas


abandonadas a própria sorte, Thrain e as montarias deveriam ficar em um abrigo
descansando, enquanto os demais membros partiriam em auxilio dos capturados,
nesse momento Ulric se lembra de outro dos panfletos no quadro de avisos, um
que recompensava em 20 moedas de ouro cada cabeça de gnoll, pois os bandos
dessas criaturas sem espalharam pela região e estavam atacando os viajantes.

Os rastros levam na direção sul, adentrando na floresta fechada.

[Continua]

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