POR BRIAN CAMPBELL E NICKY REA

TABLE OF CONTENTS

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CRéditos AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
Autores: Brian Campbell e Nicky Rea Louvie “Finalmente Livre” Locklear. -Nuff disse. Boa sorte,
Desenvolvedores: Robert Hatch e Justin Achilli querida.
Editor: Allison Sturms Michelle “Finishing Art” Prahler, por se projetar diretamente
Diretor de Arte: Lawrence Snelly de White Wolf.
Layout e composição: Katie McCaskill Kathy “Reaparecendo Act” Ryan. Algumas pessoas são
Arte da capa: Gerald Brom glutões por punição.
Arte da contracapa: Guy Davis
Design da capa: Katie McCaskill Dedicação de Brian: Este livro é dedicado aos
Cartografia: Robby Poore inventores de Mountain Dew e Cap'n Crunch. Sem
Arte Interior: Dennis Calero, Mike Danza, Guy Davis, Eric suas maravilhosas criações, este livro nunca teria sido
LacombeDavid LeriVince LockeLarry MacDougallAndrew concluído.
Ritchie, Alex Sheikman

© 1997 White Wolf Publishing, Inc. Todos os direitos

reservados. A reprodução sem autorização escrita do editor é
expressamente proibida, exceto para fins de resenhas e fichas
de caracteres em branco, que podem ser reproduzidas apenas
para uso pessoal. White Wolf, Vampire the Masquerade,
Vampire the Dark Ages e Mage the Ascension são marcas
registradas da White Wolf Publishing, Inc. Todos os direitos
reservados. Æon, Werewolf the Apocalypse, Wraith the
Oblivion, Changeling the Dreaming, Werewolf the Wild
West, Ghouls Fatal Addiction, Libellus Sanguinis I Masters
of the State, Storytellers Handbook to the Sabbat, Rage
Warriors of the Apocalypse e Transylvania by Night são
marcas registradas da White Wolf Publishing, Inc. Todos os
direitos reservados. Todos os personagens, nomes, lugares e
textos aqui contidos são protegidos por direitos autorais da
White Wolf Publishing, Inc.
A menção ou referência a qualquer empresa ou produto
nestas páginas não é um desafio à marca registrada ou aos
direitos autorais em questão.
Este livro usa o sobrenatural para cenários, personagens
e temas. Todos os elementos místicos e sobrenaturais são
ficção e destinados apenas para fins de entretenimento. A
discrição do leitor é aconselhada.
Confira White Wolf online em:
http://www.white-wolf.com, alt.games.whitewolf e
rec.games.frp.storyteller

PRINTED IN USA.

TRANSYLVANIA BY NIGHT
2
2
 Conteúdo
Capítulo Um: Introdução 4
Capítulo Dois: Uma Terra Enfeitada de Escuridão 8
Capítulo Três: Cidades e Assentamentos do Oriente 24
Capítulo Quatro: Os Cainitas da Europa Oriental 54
Capítulo Cinco: Os Filhos da Noite 108
Capítulo Seis: Nascido da Magia: Os
Tremere 122
Capítulo Sete: Narrativa 136
Capítulo Oito: Habitantes das Trevas
146
Apêndice: Escravos dos Voivodes e Outras Miscelâneas
154

ÍNDICE

3
TRANSYLVANIA BY NIGHT

4
apítulo Um:
Introdução
Esta é uma terra de lendas. As
gerações vindouras sussurrarão sobre
a Transilvânia assombrada e infestada
de vampiros. Ao longo dos séculos da
Longa Noite, os anciões Cainitas
falarão sobre perigos antigos nas terras
além da floresta. O voivodato da
Transilvânia se tornará uma noite a
terra onde Vlad Tepes visitará sua
retribuição contra os invasores turcos,
onde os romenos amaldiçoarão a
opressão dos húngaros e dos szeklers,
onde os ciganos trabalharão como
escravos sob o jugo de seus senhores, e
onde um velho conde acolherá um
advogado involuntário de Londres. À
medida que a guerra irrompe à sombra
das montanhas dos Cárpatos, a lenda
começa aqui... no mundo medieval
sombrio.

Introdução

INTRODUCTION
5
5
UMA IDADE DE
TREVAS
Muitas das lutas e ódios endêmicos da Transilvânia remontam a
séculos, ou mesmo milênios. A divisão religiosa entre cristãos
ortodoxos orientais e católicos romanos, conflitos entre cristãos e
pagãos e lutas políticas entre aristocratas e oprimidos prosperam
nesta terra escura.
Os conflitos étnicos entre romenos, húngaros, szeklers, saxões e
vlachs passam de geração em geração, como uma doença hereditária.
Isso é igualmente verdadeiro para os mortos-vivos, que transferem
esses mesmos fardos do senhor para a cria.
Enquanto os mortais sofrem o resultado de seus ódios durante o
dia, os Caimitas travam guerras e tramam horrores à noite.
Camponeses e nobres fecham suas janelas e trancam suas portas
quando o sol se põe, e poucos mortais têm coragem de viajar ao luar.
Daqueles que o fazem, os mais desafortunados são alistados pelos
mortos-vivos e engajados em seus esquemas desonestos. As crias de
Caine são os mestres inquestionáveis da noite na Transilvânia.
EMAS
T
A escuridão contém terrores que nenhum mortal pode
superar. A vida diurna de servos e camponeses contrasta fortemente
com a dança macabra encenada pelo luar. No século 12, a civilização
humana pode parecer próspera enquanto o sol está brilhando, mas
suas realizações são, na melhor das hipóteses, uma fachada. Não
importa o que um suserano mortal diga sobre os cavaleiros que
juraram lealdade a ele ou a proteção que seus vassalos prometeram,
o povo comum sabe que a nobreza não pode salvá-los dos demônios
da noite. Por trás da máscara da civilidade estão os impulsos bestiais
da barbárie. Os senhores feudais enriquecem ao testemunhar o
sofrimento de seus inferiores, mas esses mesmos senhores sabem
que eles, por sua vez, devem prestar homenagem aos senhores da
noite.
Os Cainitas também falam de civilidade, mas a Besta tem fome
nas almas dos Amaldiçoados. Os apetites são saciados aqui através
de métodos que vão do sutil ao grotesco. Os mortos-vivos têm suas
próprias hierarquias feudais, mas a pretensão de civilidade
permanece igualmente falsa para eles. Os fortes atacam os fracos.
Atrás dos senhores mortais estão feras, e por trás de suas
sociedades astutas estão antigos predadores. Ao passar por essas
terras, deixe para trás os caminhos gentis do Oeste.
HUMOR
O clima dominante nas crônicas da Transilvânia é de ódios
duradouros e, portanto, rancores eternos. A herança define o
conflito. Assim como raça e religião podem separar sociedades
mortais, grande parte da identidade de um vampiro é moldada por
suas afiliações. Conflitos individuais muitas vezes se transformam
em guerras de clãs. A luta entre os Tremere e os Tzimisce é
particularmente brutal, já que o clã mais poderoso do Velho País
rapidamente cai nos esquemas insidiosos de um dos clãs mais
poderosos da nova era.
TRANSYLVANIA BY NIGHT
6
À medida que um círculo se aventura nos reinos balcânicos, a
unidade de seus membros será testada. Lordes vampiros procurarão
colocar seus irmãos consanguíneos contra seus inimigos, vendo
quaisquer viajantes explorando seus domínios como aliados em
potencial. Os vampiros do seu círculo, entretanto, têm uma vantagem
sobre esses amargurados Cainitas. Eles têm acesso a uma quantidade
maior de informações porque vêm de clãs diferentes e aprenderam a
trabalhar juntos. É mais fácil para os membros de um círculo
trabalharem juntos se, digamos, seus Tremere puderem levá-los para
Ceoris, seus Gangrel puderem negociar com os exércitos das florestas,
ou seus Brujah puderem conseguir emprego para eles em patrulhas ao
leste. O ódio do clã é parte integrante do clima nas terras além da
floresta, mas vampiros engenhosos podem usar esse ódio a seu favor.
Os círculos que carecem de diversidade devem agir com cuidado, para
não serem varridos pelas correntes da rivalidade acirrada.
Há uma desvantagem concomitante. Quanto mais aliados um
círculo fizer, mais inimigos ele ganhará. Os Tremere do círculo serão
abominados pelos Tzimisce, e os firmes Brujah serão uma
responsabilidade ao consultar os Gangrel. A diversidade de um círculo
pode ser uma vantagem, mas explorá-la completamente dá trabalho.
Um Aviso sobre
o
Fator Chocula
Há outro humor que às vezes é evocado nesse tipo de crônica,
que pode ser difícil de acomodar. Assim como a Transilvânia é
uma terra lendária, ela foi representada inúmeras vezes na
recontagem dessa lenda, criando muitos dos clichês duradouros
do gênero vampiro. Executar uma crônica da Transilvânia pode
ser difícil por esse motivo. Não importa quanta pesquisa você
realize ou quão sérias sejam suas intenções, não importa o quanto
você queira evocar o auge do horror nos jogos, esteja ciente de que
o clima que você procura alcançar pode ser destruído pela primeira
impressão de Bela Lugosi ou pelo mau sotaque romeno . A
Transilvânia também tem sido a terra de morcegos gigantes em
cordas e jovens atrizes rechonchudas em vestidos decotados para
alguns. O diálogo do pior dos episódios de Dark Shadows pode vir
com muita facilidade. Este é o resultado do temido Chocula
Factor.
Como um jogo de Vampiro vai além do bom gosto, a
influência do Chocula Factor pode se tornar mortal. Se você
encontrá-lo, uma abordagem é enfrentá-lo de frente; se você não
puder derrotá-lo, use-o a seu favor. Ao contrário das crônicas em
outras partes da Europa, você não deve ter medo de roubar um ou
dois enredos de um filme do Hammer, envolver-se em muito
melodrama, citar Drácula um pouco livremente ou estremecer
dramaticamente diante de um terror indescritível. Se você não tem
medo do Chocula Factor, não precisa se levar muito a sério em suas
crônicas da Transilvânia. Divirta-se.
O que este livro
contém
A estrutura desta obra difere ligeiramente da dos livros
anteriores dos by Night , então algumas palavras preliminares
são necessárias. Este livro não apenas detalha a Transilvânia, mas
também cobre a maior parte da Europa Oriental. O Capítulo
Um inclui esta introdução muito laudatória, que descreve o
conteúdo do tomo e apresenta sugestões de humor e tema. O
capítulo dois detalha a história,
 Uma palavra sobre precisão histórica
Fizemos o possível para garantir que os fatos contidos neles fossem precisos, mas devemos expressar uma isenção de
responsabilidade. Este é um suplemento de jogo, não uma tese de doutorado. Estudantes de pós-graduação em estudos do Leste
Europeu encontrarão falhas neste livro, mas admitimos abertamente que tomamos algumas liberdades no interesse do drama.
Bem, na verdade, nós não tomamos liberdades com a história tanto quanto nós a jogamos fora e seguimos nosso caminho
com ela. Em muitos casos, temos “ponte de tempo” – colocando prédios, mercados, muralhas de cidades, castelos e outros locais

­­­­­
em nosso cenário Medieval Sombrio do século XII quando, na verdade, eles não aparecem até o século XIII ou XIV no mundo
real . Atribuímos isso a influências vampíricas que trabalham para promover o crescimento das cidades.
Por exemplo, Buda-Pest em nosso mundo começou a tomar forma somente depois que os mongóis invadiram em 1240 ou
assim. No mundo Medieval Sombrio, a presença de lordes “vampyr” e apetites na região criam a necessidade de uma cidade
grande e bem abastecida já no século X. A sua influência acelera assim o desenvolvimento da região. Os puristas, sem dúvida,
ficarão ofendidos com essa imprecisão histórica. No entanto, os fãs de terror simplesmente apreciarão os castelos sinistros e as
ruas sinuosas escuras, estejam eles lá neste momento ou não.
Aqui, então, está uma palavra de advertência: não cite este livro por causa dos exames de história. Se precisar, confira o
bibliografia e leia as fontes por si mesmo. Em outras palavras, aproveite a história.

situando o conflito entre a Hungria e a Transilvânia no

contexto da Europa Oriental como um todo. O Capítulo Três
cobre a geografia, apresentando locais que vão desde os portões
de Constantinopla até as frias estepes russas.
O Capítulo Quatro apresenta mais de 30 Cainitas
utilizáveis em crônicas que se passam em qualquer lugar da
Bulgária à Lituânia. O Capítulo Cinco detalha os
antagonistas nefastos e heróis em potencial entre o Clã
Tzimisce. Em contraste, o Capítulo Seis oferece uma visão
extensa do Clã Usurpador, os Tremere, incluindo um
tratamento de Ceoris – sua fortaleza contra os saqueadores da
noite.
O Capítulo Sete dá mais ideias para contar histórias,
incluindo conselhos sobre como lidar com os aspectos
mortais das crônicas e da religião na Europa Oriental. Este
capítulo também inclui vários “esboços de histórias” para
aventuras. O Capítulo Oito detalha a vida de outras criaturas
sobrenaturais, incluindo magos, espectros, fadas e os temidos
Lupinos do Oriente. E, finalmente, o Apêndice deste tomo
pesado dá mais informações sobre duas famílias revenant
presas a serviço dos Tzimisce.
Fontes de inspiração
Se você prefere suas histórias de vampiros cheias de atitude
ou apenas este lado de um bom filme de Hammer, muitas fontes
estão disponíveis para lhe dar mais idéias de como expandir sua
crônica. Algumas sugestões são:
Bram Stoker’s Dracula
A History of Hungary, ed. by Peter Sugar
A History of Transylvania by Pascu
Transylvania by Podea
The Early Medieval Balkans by John V.A. Fine, Jr.
A History of Pagan Europe by Prudence Jones & Nigel Pennick
The Slavs by Roger Portal
Lithuania Ascending by S.C. Rowell
Black Lamb and Grey Falcon by Rebecca West
Balkan Ghosts by Steven Kaplan
Guias de viagem para a Europa Oriental e seus países
componentes também fornecem fotos impressionantes, bem
como informações sobre artes e cultura regionais.

INTRODUCTION

7
TRANSYLVANIA BY NIGHT

8
 apítulo Dois:
Uma Terra
Enfeitada de
Escuridão
Não são as pessoas... é algo que surge
do solo em certas partes do mundo e
que tem um efeito na psique humana,
fazendo com que o homem reaja
exactamente da mesma forma,
geração após geração.
- John Burdett, Os últimos seis
milhões de segundos

A LAND BEDECKED IN DARKNESS

9
9
 As limitações de espaço tornam impossível examinar todos os
eventos notáveis que moldaram as terras da Europa Oriental. As
histórias neste capítulo abordam os destaques de cada área
perfilada, incorporando a história humana conhecida com a
história sombria dos Cainitas. Por causa de sua localização central e
importância na história em andamento dessas terras sombrias, a
Hungria (e sua província da Transilvânia) ocupa um lugar de
destaque como a entrada mais longa. Qualquer pessoa que deseje
aprender mais sobre a Hungria ou qualquer um dos outros países
descritos aqui precisa apenas verificar os livros de referência
mencionados no Capítulo Um.
Boêmia
Embora a Boêmia contenha os restos de assentamentos de
25.000 anos, sua existência Medieval Sombria começou com a
chegada dos eslavos durante os séculos VI e VII. Viajando pela
passagem dos Cárpatos, eles entraram pela Porta da Morávia (uma
das muitas passagens abertas pelas montanhas, que são chamadas
de “portais” devido à facilidade de atravessá-las) e na Boêmia. Lá, os
eslavos se misturaram com celtas e alemães e formaram um grupo
tribal sob o comando de um mercador franco chamado Samo. O
reino recém-descoberto entrou em colapso após sua morte.
Uma grande tribo eslava ocidental liderada por uma mulher
carismática chamada Libussa mudou-se para a área durante o século
VII, misturando-se com os antigos habitantes e estabelecendo-se em
grande número. Libussa, reconhecendo que sua tribo estava
cansada de seguir sua liderança, escolheu um lavrador comum
chamado Premysl como seu consorte e marido. Ela entregou o
governo de seu povo para ele, depois que ela profetizou que uma
grande cidade chamada Praga um dia se ergueria sobre seu lar
escolhido, uma cidade que ofuscaria todas as outras.
Ou, assim a história continua. Na verdade, Libussa e seu povo
foram anfitriões de uma antiga Tzimisce, uma guerreira de grande
astúcia chamada Shaagra. Fugindo de bárbaros invasores e
percebendo que sua tribo não podia mais sustentar seu apetite
sozinha, Shaagra usou seu carniçal favorito, Libussa, para instigá-los
a expandir para o oeste. Tomando seu lugar ao lado dos
recém-chegados, a recém-nomeada nobreza Premysl começou sua
busca pelo trono.
O estado da Grande Morávia, que incluía a Morávia, a Boêmia
e a Eslováquia ocidental, se fortaleceu em 833, quando boas
relações com Bizâncio levaram o príncipe Ratislau a enviar
missionários cristãos. Cirilo e Metódio, conhecidos como os
apóstolos dos eslavos, chegaram em 863 e converteram grande parte
da população à nova religião do Estado. Os dois também
desenvolveram a escrita glagolítica eslava e receberam permissão
para que os sermões fossem dados em eslavo depois que a lição fosse
lida em latim.
Por volta de 880, a família Premysl começou a construção do
Prazsky Hrad (Castelo de Praga), que domina um promontório com
vista para o Vltava. O castelo foi planejado para servir não apenas
como fortaleza e residência da família Premysl, mas também como
fortificação para guardar o local de descanso de Shaagra.
O duque Borivoj foi batizado pelo bispo Metódio no mesmo
ano. Ele construiu uma igreja de madeira dentro do castelo cinco
anos depois e a dedicou à Virgem Maria.
TRANSYLVANIA BY NIGHT
10
Em 900, vendo a necessidade de mais fortificações, Shaagra
insistiu em construir um novo castelo de pedra a duas milhas rio
acima do Castelo de Praga. Assim, sua família construiu o Castelo
de Chrasten-Vysehrad. A maioria dos assentamentos surgiu entre
as duas fortalezas; o mais importante, conhecido como Mala
Strana ou Little Quarter, surgiu aos pés do Castelo de Praga.
O casamento entre os Premysls e outros nobres permitiu que
a família chegasse ao topo. Shaagra recompensava os servos úteis
com seu sangue potente e vida longa.
Esses servos, por sua vez, casaram-se com parentes próximos,
que também eram carniçais, até que alguns dentro de cada nova
geração nascessem com o sangue dos Tzimisce já neles. Outros
membros da família encontraram forças através da prática das
artes proibidas da magia; alguns praticavam ritos ainda mais
sombrios.
A família de Premysl (alguns dos quais agora eram fantasmas)
emergiu assim como o poder supremo na Boêmia, com o príncipe
Venceslau (também conhecido como Vaclav) como o único
governante. Outros Tzimisce encontraram boas-vindas entre as
ruas escuras de Praga, desde que reconhecessem o lugar
proeminente de Shaagra.
Shaagra começou a cair em torpor logo depois que Wenceslas
assumiu o trono. Na falta de seu conselho e direção, Wenc eslas foi
jogado de volta em seus próprios dispositivos. Tentando se livrar
do jugo do vampyr, ele recorreu a ajuda externa ao invés de
confiar no poder familiar para manter seu trono. Venceslau jurou
fidelidade ao imperador alemão Henrique I em 929, o que fez com
que as classes dominantes da Boêmia retirassem seu apoio a ele. Os
Ventrue alemães entraram na Boêmia, teoricamente para ajudar
Venceslau, mas na verdade para se estabelecerem política e
economicamente. Eles não fizeram nada para impedir o
assassinato do príncipe revenant apenas alguns anos depois, na
esperança de provocar um momento de turbulência que lhes
permitisse assumir o controle total.
O irmão do príncipe, Boleslav, assassinou Venceslau em 935
e criou um estado poderoso, governando a Boêmia, Eslováquia,
Morávia e partes da Silésia e sul da Polônia.
Seu governo foi perturbado por repetidos ataques do Sacro
Imperador Romano Otto I. Embora Boleslav tentasse ignorar seus
deveres familiares, seus parentes faziam viagens ocasionais à cripta
onde Shaagra dormia em torpor e a alimentavam com o sangue dos
cativos. Após a morte de Boleslav pela espada em 967, Boleslav II
tornou-se príncipe e estabilizou o reino. Temendo novos ataques
dos monarcas cristãos da Europa Ocidental, Boleslav apelou ao
Papa e fundou o Bispado de Praga em 973. Alguns Toreador e
Lasombra, disputando o controle da Igreja, começaram a entrar na
Boêmia e se estabelecer em Praga.
Bretislav, sucessor de Boleslav II, conseguiu a união
permanente da Boêmia e da Morávia, embora fosse forçado a
depender do conselho alemão para manter os Premysls no
controle.
Um Ventrue assumiu o controle das rédeas do poder pela
primeira vez na Boêmia e se elevou à posição de Príncipe de Praga.
Ele ofereceu aliança aos poucos Toreador em Praga, mantendo
simultaneamente a Boêmia no Sacro Império Romano e
eliminando os rivais Lasombra da Igreja na Boêmia.
 Muitos magos e eruditos mortais fixaram residência em
Praga, atraídos para a cidade pela presença de eruditos judeus e
cabalistas, que afluíram à cidade na esperança de proteção
contra a perseguição. Seus colegas Cainitas da Casa Tremere
logo os seguiram. Os Nosferatu e os Capadócios chegaram e
encontraram um lugar no gueto judeu. A prática da medicina
prosperou aqui; Os cirurgiões judeus adquiriram grande
conhecimento de anatomia através do estudo de cadáveres (ao
contrário dos cristãos, que eram proibidos de fazê-lo).
Em 1091, um incêndio devastador no Castelo de Praga
levou os Premysls a mudar sua corte para Vysehrad e começar a
substituir antigas fortificações de madeira por outras de pedra.
Shaagra foi transferida para um porão esculpido sob o Castelo
de Vysehrad, onde permaneceu em torpor.
Ocupada brevemente pela Polônia em 1102, a Boêmia
reafirmou sua independência. Atacada pelos húngaros em 1107
e 1112, a Boêmia lutou contra a invasão estrangeira enquanto os
vários municípios que compunham a cidade se tornavam mais
unificados. Uma rota comercial notável desde o início do século
10, Praga logo ostentou um mercado para rivalizar com os das
maiores cidades da Europa Ocidental. Novos edifícios surgiram
para acomodar o afluxo de comerciantes alemães. Uma das
primeiras pontes de pedra da Europa Oriental, a Ponte Judith,
foi construída por volta de 1157 para conectar as duas margens
do Vltava. A Cidade Velha e a Cidade Nova desenvolveram-se
rapidamente logo depois, com casas de pedra e igrejas românicas
dominando.
Uma influência civilizadora e um centro de aprendizado, a
Grande Universidade de Praga surgiu na Cidade Velha,
financiada pelo príncipe Ventrue e pela dinastia Premysl. Muitas
das maiores mentes da Europa foram ensinar e estudar lá.
Com a universidade veio um casal de parasitas Brujah, para
estudar e buscar terras onde pudessem colocar suas filosofias à
prova.
O governante Ventrue de Praga convidou um aliado
Tremere, que estava sob pressão dos Tzimisce na Hungria, para
entrar na Áustria com sua cabala e atacar as propriedades dos
Tzimisce lá. Com os Tzimisce assim ocupados, o príncipe voltou
sua atenção para conter os rivais Lasombra na Alemanha.
Assim, com o conluio do Príncipe Ventrue da Boêmia, os
Tremere se estabeleceram na Áustria, eventualmente tomando
Viena como sua nova sede.
A Boêmia continua sendo um reino autônomo em 1198,
embora ainda faça parte do Sacro Império Romano. Sua
principal cidade de Praga serve como um importante centro
comercial e um posto avançado de civilização à beira do que a
maior parte da Europa considera o Oriente “bárbaro”. A maioria
das pessoas esquece que Praga fica mais a oeste do que Viena.
O povo do Leste Europeu vê a Boêmia como um possível
aliado contra a tomada do Ocidente, sentindo que aqui na
“cidade mágica” de Praga o povo pode entender seus pontos de
vista.
Equilibrada entre Oriente e Ocidente, ligada a ambos, mas
verdadeiramente parte de nenhum dos dois, a Boêmia deve
trilhar um caminho cuidadoso ou ser engolida na luta contínua
entre culturas opostas.
11
Polônia
A ampla extensão de planícies da Polônia, limitada a oeste
pelo rio Oder e pelas poderosas águas do Vístula a leste,
sustentou um forte enclave de paganismo até o século X.
Presos entre o Sacro Império Romano e as terras da
Lituânia e da Rússia, os muitos principados da Polônia
formaram uma zona tampão em constante mudança, marcada
pela luta entre a fé cristã em expansão e os seguidores das
religiões mais antigas. Aqui, também, Ventrue e Tzimisce
travaram uma batalha pela supremacia sobre a população
mortal.
O impulso para cristianizar as tribos pagãs da Polônia
começou no século IX, quando o chefe da tribo vistulania
recebeu o batismo de acordo com o rito eslavo por fidelidade à
Morávia. Quando o casamento do príncipe Miesko I com a
princesa Dubravka dos tchecos em 965 resultou na conversão de
Miesko ao cristianismo, a Igreja Latina fortaleceu seu domínio
sobre a região e, com isso, os Ventrue alemães entraram em uma
área há muito dominada por seus rivais Tzimisce.
Os senhores Tzimisce da Polônia, pouco preocupados
com quem os mortais patéticos adoravam, abraçaram
nominalmente o cristianismo eslavo. Eles não se preocuparam
em impedir a invasão constante dos Ventrue germânicos, cujos
emissários mortais introduziram o rito latino na região. Um
bispado missionário latino em Poznan suplantou uma sede
eslava anteriormente.
TRANSYLVANIA BY NIGHT
12
A província eclesiástica da Polônia surgiu em conjunto
com um estado polonês consolidado compreendendo
Wielkspolska (Grande Polônia) e Malopolska (Pequena
Polônia) no final do século X. A fim de evitar uma tomada
completa pelo Império Alemão, a Tzimisce Razkoljna de
Cracóvia convenceu seus companheiros Tzimisce a permitir que
essa união ocorresse, mesmo que isso significasse aquiescer à
Igreja Latina e, portanto, a Roma.
O imperador Otão III visitou a Polônia em 1000 dC e
saudou o sucessor de Miesko, Boleslaw Chrobry (chamado “O
Bravo”), como um aliado. Mosteiros beneditinos ocuparam
locais em Miedzyrzecz e Tyniec por esta altura. Boleslaw, que
governou de 992 a 1025, ganhou seu apelido por meio de suas
ações destemidas em nome da Polônia. Ele invadiu Praga em
1003 e, 15 anos depois, marchou sobre Kiev, entalhando seu
Golden Gate com sua espada. Em 1018, o papa honrou
Boleslaw com uma coroa real, tornando-o o primeiro “rei” real
da Polônia.
No entanto, o paganismo continua a exercer-se (embora
furtivamente) no campo polaco, apoiado e encorajado pelos
Gangrel Jolanta. Desesperada para frustrar os esquemas dos
Tzimisce e dos Ventrue, Jolanta participou da revolta pagã de
1037, um esforço condenado para derrubar o domínio da Igreja
Católica. Embora tenha falhado, Jolanta sobreviveu para
continuar sua batalha contra a invasão da cidade em seu deserto,
que está se tornando ainda mais selvagem à medida que a cidade
cresceu e prosperou.
 O martírio de Estanislau, Bispo de Cracóvia, em 1079 expôs
uma crescente cisão entre autoridade secular e clerical – e entre os
mestres Tzimisce e Ventrue da Polônia. Por seu desafio a Boleslaw, o
Temerário, o rei polonês, o bispo Stanislaw, encontrou uma morte
violenta em sua própria igreja nas mãos dos cavaleiros do rei.
A capital da Polônia mudou-se para Cracóvia em 1083, onde a
dinastia Piast transformou o reino no principal centro do catolicismo
da Europa Oriental. Essa distinção durou menos de meio século.
A rivalidade contínua entre facções políticas e religiosas resultou
no colapso do Reino polonês unificado, culminando em 1146 com a
expulsão de Vladislav, filho mais velho de Boleslaw III.
A Polônia existe como uma coleção de ducados e príncipes
discretos em 1198, cada um com seu próprio senhor Cainita.
ungRIA
H
Como grande parte da Europa, esta região já foi o lar de celtas.
Ocupadas e incorporadas ao Império Romano, as terras chamadas
Hungria eram então conhecidas como Província da Panônia. Os
romanos fortificaram a área através da construção de um sistema de
muralhas de terra, que se estendia ao longo do rio Danúbio até a
bacia dos Cárpatos e as encostas ocidentais dos Alpes da
Transilvânia. O império se estabeleceu aqui, construindo fortes
fortalezas e cidades. As defesas do império foram mantidas pela
capital da Panônia, no oeste, uma cidade-fortaleza conhecida como
Aquincum (mais tarde conhecida como Obuda). Construído em
uma colina natural com vista para o Danúbio na ponta de um vau
natural, Aquincum forneceu aos romanos uma posição fortificada
para impedir que invasores atravessassem o rio e avançassem para
Roma. Vendo as planícies do outro lado do Danúbio, os romanos
perceberam que outro forte e assentamento também retardaria o
avanço dos inimigos que tentavam chegar ao rio. Esse assentamento,
Contra-Aquincum, viria a formar o núcleo da cidade de Pest. Os
romanos também penetraram no leste da província, cruzando o
Danúbio pelo sul e subindo para o que hoje é a Valáquia.
Os humanos não agiram sozinhos em sua tentativa de
“civilizar” o Oriente bárbaro. Vários Cainitas apoiaram o Império
Romano.
Aqueles Cainitas que estavam satisfeitos com as diversões e
confortos de Roma e aqueles que eram mais respeitados e honrados
escolheram permanecer perto de Roma. Seus rivais políticos e alguns
idealistas e rebeldes foram enviados (ou optaram por ir) para os
confins do império – incluindo províncias como Panônia e Dácia.
Eles tentaram expandir o império para o norte a partir da Dácia,
mas toda vez que as legiões tentaram penetrar nas terras escuras além
das férteis planícies da Dácia, eles falharam. Os vivos e os não vivos
foram confrontados com inimigos além de seu conhecimento e com
uma oposição inexplicável da própria terra. Apesar de terem
esculpido um império em todo o mundo conhecido, os destemidos
soldados romanos tinham medo da “escuridão das florestas”.
A escuridão na terra era muito mais antiga que o império.
Desde antes do tempo lembrado, as terras abrigavam um grande
demônio - uma entidade distorcida e enlouquecida conhecida como
Kupala. Essa coisa abominável repousava nas cavernas mais
profundas das montanhas dos Cárpatos.
Removendo seu coração negro e gangrenoso para que não
pudesse ser morto por ninguém que não possuísse aquele órgão, ele o
sepultou nas profundezas sem luz sob os sopés florestados dos
Cárpatos.
A influência maligna de Kupala escorria para cima e para fora,
envenenando e infectando a terra ao mesmo tempo em que lhe
concedia uma beleza selvagem de tirar o fôlego e uma sensação
indefinível de mistério. Rochas, plantas e terra foram imbuídas de
poder, tornando-se mágicas e atraindo aqueles seres que pudessem
sentir suas emanações. A loucura e a doença psíquica se espalharam
lentamente em ondas do centro de Kupala na Transilvânia,
estendendo-se para fora para abranger terras tão distantes quanto a
Boêmia, Polônia, Lituânia, Bulgária e Rússia.
Junto com os nativos Tzimisce que há muito governavam e se
banqueteavam com os dácios, lobisomens brutais do Senhor das
Sombras espreitavam a terra. Um de seus parentes, conhecido como
Decebel, rei dos dácios, invadiu a Panônia e massacrou os exércitos
romanos lá no primeiro século dC, trazendo tanto a Dácia quanto a
Panônia para o domínio bárbaro. O imperador Trajano liderou os
exércitos romanos em uma invasão da Dácia em 106 dC, e Decebel foi
levado ao suicídio. Nos 20 anos seguintes, os romanos reconstruíram
sua civilização. Depois de uma luta feroz com os dácios, Roma
estabeleceu alguns de seus soldados entre essas tribos independentes
para evitar outra revolta. As duas culturas se fundiram para se tornarem
pessoas conhecidas como romenos. Os Senhores das Sombras
recuaram para os Alpes da Transilvânia para lamber suas feridas.
A estabilidade do Império Romano desmoronou com o passar
do tempo. Roma se retirou de suas províncias do norte em 271,
deixando os aliados góticos do império para defender a fronteira norte
de invasores mais “bárbaros”. Embora muitos dos ricos (incluindo a
maioria dos cainitas romanos que vieram com as legiões) optaram por
evacuar, outros (principalmente plebeus que estabeleceram casas na
área) permaneceram e aceitaram o domínio dos godos.
Desafiando muitos senadores romanos, Constantino fez de
Bizâncio a segunda capital romana em 330. A decisão de estabelecer
uma segunda capital refletiu uma cisma no império - que acabaria por
dividir completamente os Bálcãs. O império foi dividido em dois, com
o oeste governado por Roma e as províncias orientais olhando para
Bizâncio, que mais tarde seria renomeada para Constantinopla. Essa
divisão afetaria a história dos Balcãs até o século 20.
Com seu colapso, os postos avançados de Roma na Dácia e na
Panônia foram abandonados. Os panônios moveram-se para o oeste,
empurrados pelos bárbaros invasores, enquanto os romenos fugiram
para as montanhas dos Cárpatos e para a Transilvânia. Quando as
tropas romanas fugiram, deixaram para trás um Cainita adormecido,
um nativo da região que havia sido Abraçado por um Malkaviano
romano. Esta alma atormentada involuntariamente se ligou ao coração
do demônio enquanto mortal, o que o enlouqueceu com suas visões do
futuro. Isso fez dele o candidato perfeito para o Abraço Malkaviano. O
Cainita tomou o nome de Octavio, pois acreditava que oito grandes
sinais pressagiariam o despertar do demônio Kupala. Depois de matar
seu pai em um momento de loucura, Octavio assombrou o
assentamento romano de Aquincum até cair em torpor quando as
legiões se retiraram. A destruição de algumas partes da cidade não
conseguiu perturbar a cripta subterrânea onde ele dormia.
13
 A Bacia dos Cárpatos tornou-se um posto avançado do Império
Huno no século V. Átila, o Huno, atacou a porção oriental do Império
Romano, levando suas tropas até Constantinopla.
Um enorme resgate (e alguns dizem, outros métodos de
persuasão de Miguel do Clã Toreador, patriarca da cidade) dissuadiu
Átila de continuar pressionando; seu reino durou pouco.
Seguiram-se reinos menos estáveis. Gespids derrotou os hunos.
Odoacro depôs o último imperador romano em 476. Teodorico
dos godos ostro destronou Odoacro. Reinos surgiram e caíram
enquanto hordas bárbaras se moviam pela terra em ondas. O caos se
espalhou por todo o Oriente. Os búlgaros conquistaram as terras do
sul perto de Constantinopla; Tribos eslavas invadiram os Bálcãs, às
vezes com a ajuda de Shadow Lords ou Tzimisce e Gangrel que se
moveram para o oeste com eles. Os eslavos do norte não vieram como
conquistadores, mas como colonos. Eles fincaram raízes em áreas
onde poderiam cultivar sem entrar em conflito com tribos mais
agressivas. Os ávaros dominaram a Bacia dos Cárpatos durante os
séculos VII e VIII até que o poder de Carlos Magno os subjugou.
Muitos aceitaram o cristianismo como o preço de sua existência.
A cisão entre o Oriente e o Ocidente continuou a crescer à
medida que o Império Bizantino praticava a fé ortodoxa oriental,
afastando-se da Igreja Católica Romana da Europa Ocidental. Os
Bálcãs permanecem paralisados pela guerra religiosa até hoje,
crucificados no altar de diferentes doutrinas. A Igreja Ortodoxa, com
sua veneração de ícones e padres casados (tão diferente da Igreja
Católica), permaneceu misteriosa e perturbadora para o Ocidente
por séculos.
Os antigos mestres da terra
Dentro de suas fortalezas ancestrais na Transilvânia
moravam Anciões que preferiam se isolar do tumulto do
mundo mortal. Na escuridão, os Tzimisce viviam na
contemplação do horror interior.
Comungando com a noite, contaminados pelo
miasma da corrupção que pairava em seu território, os mais
velhos às vezes caminhavam entre os homens e eram
adorados como deuses.
Humanidade nunca foi um conceito que os Tzimisce
entendiam. A experimentação sem fim nos mortais que eles
criaram trouxe-lhes conhecimento, mas nunca
compreensão.
Os Tzimisce construíram seus templos dentro de
cavernas e labirintos nos Cárpatos orientais. O maior desses
santuários foi criado pelo Matusalém Yorak. Servidores
carniçais trouxeram mortais abduzidos por Yorak, dos quais
ele se alimentou.
Procriando e experimentando com eles, ele logo
começou a transformá-los em esculturas elaboradas que se
estendiam pelas paredes de sua câmara de meditação.
Assim, a Catedral
da Carne assumiu sua forma abominável e antinatural.
Enquanto muitas das crias de Tzimisce se espalharam
pela Europa, o Velho País Tzimisce tornou-se cada vez mais
introspectivo. Buscando entender a Besta Interior através
do trabalho de horrores em sua própria carne (ou de outros),
eles se tornaram uma raça alienígena - mais monstruosa que
humana. As sombras sobre a Transilvânia se aprofundaram
quando muitos caíram na loucura do demônio.
TRANSYLVANIA BY NIGHT
14
A história atual da terra começa com a chegada dos
húngaros, ou, como eles se autodenominavam, magiares. O
nome “Magyar” deriva da palavra turca “Onogurs”, que significa
“10 flechas”, indicando que eles já foram uma confederação de
10 tribos.
Eles se originaram perto dos Montes Urais, onde os
Senhores das Sombras vigiavam seu desenvolvimento. Muitos
desses guerreiros ferozes eram Parentes do Senhor das Sombras.
Sete dessas tribos viveram uma vida nômade no Khazar Khanate,
atuando como soldados para o Kagan, no século VII. A tribo
mais forte era a dos magiares, e todas as sete tribos acabaram se
tornando conhecidas por esse nome.
Quando se recusaram a ajudar os Kagan a reprimir um
levante, os magiares tiveram que deixar suas casas. Muitos
Senhores das Sombras foram com eles, viajando para o oeste em
busca de novos caerns. Liderados por um líder carismático
chamado Arpad, os magiares migraram para o oeste através dos
Cárpatos e entraram no Alfold em 895. À luz de eventos
posteriores, quando os chefes das tribos escolheram Arpad para
liderá-los, eles juraram fidelidade a ele e sua descendência
masculina por o ritual bebendo de seu sangue misturado.
Cada uma das tribos recebeu uma porção da terra em que
entrou para sua casa. A tribo de Arpad tomou as terras ao redor
de Buda. Começou então um período que os húngaros chamam
de “a aventura”. Seguiram-se anos de incursões a cavalo rápidas
como um relâmpago através do Danúbio e na Europa Ocidental.
Os magiares saquearam a Baviera e o norte da Itália. O nome
húngaro era semelhante a “Huno”, e os magiares não
informaram aos aterrorizados ocidentais que eles não eram
parentes do terrível Átila.
Em 933, o imperador Henrique, o Passarinho, liderou
cavaleiros fortemente armados contra os magiares e os derrotou.
Agyula dos Arpads fez uma aliança que garantiria o sucesso de
seus guerreiros em 948. Bulscu, um líder feroz conhecido como o
“Homem de Sangue”, fez um tratado com os governantes de
Constantinopla. Ao aceitar o cristianismo ortodoxo em
Bizâncio, ele ganhou o apoio do Patriarca mortal da Igreja
Ortodoxa.
Michael do Clã Toreador também se aliou a Bulscu,
buscando uma ferramenta para usar contra o Sacro Império
Romano.
A cavalaria húngara atacou a Europa Ocidental. A raça
húngara viveu por séculos de guerra tribal, e seus guerreiros se
espalharam como fogo por todas as terras alemãs.
A assistência sobrenatural os ajudou. Michael havia
recrutado aliados, pois certos Brujah dos Balcãs estavam
ansiosos para se juntar à sua cruzada contra o norte. Os Ventrue
Teutônicos detinham o poder ali, e um ataque militar em seus
domínios os enfraqueceria.
O líder morto-vivo desses Brujah era Dominic, um
guerreiro vingativo que testemunhou a destruição de Carthage
em primeira mão.
Sua alma ansiava por vingança e a luta lhe apresentou uma
oportunidade. Domingos e outros guerreiros de seu clã
acompanharam unidades da cavalaria húngara em seus ataques
ao norte. Ainda havia Parentes nas fileiras dos guerreiros
também.
O patriarca empregou uma tática desonesta para promover
os esforços dessa aliança. Os guerreiros mortais mais
promissores foram autorizados a se banquetear com Brujah vitae
na véspera da batalha. Fortalecidos pelo sangue Cainita, os
carniçais Parentes foram transformados em lutadores ferozes.
Em troca desta ajuda dos Brujah,
alguns desses mortais seletos aceitariam o Abraço. Dom inic, em
particular, tinha planos para o governante mortal Bulscu, pois o
considerava uma arma promissora contra os rivais Ventrue.
O sucesso de Bulscu atraiu outros manipuladores
interessados, no entanto. Sua fama cresceu à medida que os
húngaros se tornaram mais poderosos. Os nobres mesquinhos do
norte foram forçados a se curvar diante dele, mas Bulscu foi
seduzido pela voz dominante de um poderoso Ventrue alemão
chamado Heinrich de Volstag. Indignado com a audácia dos
peões de Michael e a temeridade dos Brujah que cavalgavam com
eles para a batalha, Heinrich sabia que levar Bulscu ao caminho
errado promoveria sua vingança. O Homem de Sangue tinha um
vício inabalável por vitae, e seus guerreiros mais fortes cobiçavam
o poder que o sangue Cainita poderia conceder a eles. Enquanto
seus guerreiros ansiavam pela vitae dos Brujah, Bulscu sonhava
com o poder dos Ventrue.
Otto, o Sacro Imperador Romano, lutou contra a horda
húngara em 955. Terminados os dias de ataque, os magiares
retiraram-se para a Bacia dos Cárpatos. Bulscu sucumbiu ao
Abraço de seu mentor Ventrue, fortalecendo o poder de sua
família sobre a Hungria. O comércio com o Ocidente tornou-se
uma fonte de riqueza para os Arpads.
Os membros da família foram batizados seletivamente na
escuridão. Sob sua influência, os mortais Arpads continuaram a
transformar a Hungria em uma monarquia inspirada na Europa
Ocidental. Zombar, filho de Bulscu, tornou-se um emissário para
Constantinopla em 953 e depois de se alimentar ritualmente de
Ventrue vitae, ele proclamou sua lealdade ao patriarca mortal, o
Toreador Michael, e aos Ventrue da cidade.
A Hungria Oriental, conhecida como Transilvânia ou “a
terra além da floresta”, estava relutante em aceitar os desejos dos
magiares. Na esfera mortal, a tensão aumentava constantemente
entre os descendentes dos colonos dácio-romanos e os invasores
magiares. À noite, os vampiros da Transilvânia se voltaram contra
os Magyar Ventrue. A Seita do Céu Noturno se preparou para a
guerra contra os novos invasores na sombra dos Cárpatos do sul.
Os descendentes dos Arpads continuaram a ganhar poder.
Geza, um governante mortal de Arpad, percebendo que o
Ocidente logo atacaria suas terras, raciocinou que a única
esperança de seu povo era se converter ao catolicismo. Embora
cortejado pelas Igrejas Ortodoxa e Católica Romana, Geza e sua
família se converteram ao catolicismo romano em 975. Os líderes
ocidentais foram forçados a cancelar os planos de invadir a
Hungria, pois agora se tornava a mais nova conquista do Papa.
Emissários da Dieta Imperial no Sacro Império Romano
solidificaram as rotas comerciais através da Hungria. Geza pediu a
paz com Otão, recebeu missionários para converter seu povo e
mudou-se para Esztergom, onde manteve uma guarda-costas de
cavaleiros bávaros, a quem doou grandes propriedades.
No entanto, Geza também queria fazer as pazes com os povos
orientais de seu reino. Embora tenha sido batizado como cristão,
começou a venerar publicamente os deuses pagãos. Por um lado,
ele quebrou o poder dos xamãs que operavam secretamente em
seu reino; por outro, tentou difundir uma versão bastarda da
religião cristã para unificar a terra.
Quando Geza se casou, ele escolheu a irmã do gyula da
Transilvânia. Sua religião foi, infelizmente, uma afronta para
muitos daqueles que seguiam a Igreja Católica Romana.
Sua fé foi descrita por líderes religiosos como “pior que a
barbárie porque estava infectada com o paganismo”. O
desacordo religioso era abundante durante este tempo.
Antes de sua morte, Geza foi recrutado para o reino dos
mortos- vivos. O Abraço de Bulscu e a transição o enervaram
muito. Longe de ser grato pela imortalidade que Bulscu havia
concedido a ele, Geza desenvolveu um ódio permanente por
seu senhor. Ele sempre pensou em sua associação com a Igreja
Católica Romana como útil para seu reino, embora de pouca
importância pessoal. Agora ele se via corrompido pelo mal,
para sempre condenado e para sempre exilado do Reino dos
Céus. A mera visão da cruz o forçou a uma apoplexia a
princípio. Mais tarde, ele foi seduzido pela mácula escura da
terra.
Determinado a superar esse horror, Geza fugiu para a
cidade de Esztergom. Lá, ele se vingou da Igreja.
Seus servos fantasmagóricos, crianças inocentes que
serviram as igrejas em uma idade mais jovem, aprenderam
rituais de profanação. Geza rezou para que as forças do inferno
guiassem suas mãos.
A ideia de antigos coroinhas invocando os nomes dos
antigos deuses eslavos trouxe-lhe uma diversão sem fim.
Ele então se aliou a alguns membros do Clã Malkavian
para corromper os servos da Igreja Católica Romana.
Hungarianos Malkavianos se reuniram em torno de seus
anciões, encantados com a ironia dessa associação profana. Sob
a orientação de Geza, o clã seguiu sua missão ao longo dos
séculos seguintes.
Por trás da fachada da Igreja que ele havia ajudado em dias
de respiração, o príncipe Geza de Esztergom – o chamado
“arcebispo” da Hungria – ganhou grande poder. Sua raiva não
teve limites quando descobriu que Bulscu havia Abraçado um
dos cavaleiros Bavarianos que serviram como guarda-costas de
Geza. Que seu senhor Abraçaria um mero cavaleiro,
tornando-o igual a alguém que havia sido rei da Hungria, virou
Geza completamente contra Bulscu e o levou a planejar uma
vingança.
O filho de Geza, Istvan, educado como cavaleiro cristão,
foi coroado rei da Hungria no dia de Natal do ano 1000.
Istvan então emitiu um decreto: De agora em diante, todos
em seu reino (exceto judeus e muçulmanos) devem se converter
ao cristianismo.
Istvan convidou estrangeiros - especialmente alemães - para
entrar na Hungria e se estabelecer. Embora ele governasse de
Esztergom, as cidades gêmeas de Buda e Pest se ergueram e se
tornaram uma, seu crescimento estimulado pelos interesses
comerciais dos Ventrue.
Quando a cidade voltou à vida, Octavio despertou de seu
longo sono e recomeçou a caminhar a noite. Irritado que o
tempo passou, ele procurou presságios dos oito grandes sinais
que pressagiam o despertar do demônio.
Ordens monásticas começaram a se estabelecer na
Hungria, incluindo os monges cistercienses e beneditinos. Dez
bispados desenvolveram uma rede de igrejas e foram
estabelecidas rotas de peregrinação que levavam de
Constantinopla a Jerusalém. A força do catolicismo trouxe
unidade nacional. As leis logo proibiram os servos de se
afastarem demais da igreja, e cemitérios foram estabelecidos
perto das igrejas, vinculando o culto aos ancestrais aos locais
sagrados cristãos.
15
 Enquanto a Hungria ocidental se voltava cada vez mais para a
Europa Ocidental e para a civilização, a Hungria oriental (conhecida
como Transilvânia) tornou-se uma zona de guerra onde novos
colonos alemães e nobres húngaros subjugaram os descendentes dos
romenos.
Istvan ficou irritado com a resistência nas margens orientais de
seu reino. Depois de executar seu primo no leste, a quem ele declarou
um “pagão incestuoso”, Istvan então se moveu contra o gyula da
Transilvânia. Batalhas cruéis deram lugar a atrocidades, com cada
lado infligindo crueldades desnecessárias e nenhum lado dando
quartel.
Os católicos húngaros tomaram as terras dos romenos
ortodoxos que se recusaram a se converter, e os remanescentes dácios
foram feitos servos. Estimulado pela revolta, o paganismo floresceu.
À noite, a guerra de sangue entre Ventrue e Tzimisce se seguiu.
A guerra aberta entre os Cainitas foi desastrosa para a população
mortal. Os aldeões da Transilvânia aprenderam a trancar suas portas
e janelas à noite. Todos os negócios terminaram ao pôr do sol.
Ao luar, guerreiros carniçais atacaram as partes mais escuras das
Montanhas dos Cárpatos e os santuários profanos dos Tzimisce.
A civilização estava em risco mais uma vez. Matilhas de
mortos-vivos lutaram abertamente contra os carniçais feitos de carne
dos Tzimisce.
A guerra contra o leste foi muito mais bem sucedida durante o
dia.
As tropas de Istvan capturaram o gyula da Transilvânia e Istvan
anexou suas terras. Enquanto o sol brilhava, as terras estavam seguras,
mas quando o sol se punha, a fachada se desfazia. Patrulhas de
Cainitas Húngaros massacraram as abominações que foram geradas
na escuridão. No entanto, seria necessária outra facção para expulsar
os Tzimisce, o Clã Usurpador conhecido como Tremere.
Por muitos anos, magos mortais em busca da chave para a
imortalidade mantiveram uma capela chamada Ceoris no alto dos
Alpes da Transilvânia. Esses magos sempre desejaram mais poder,
especialmente o dom da imortalidade. Quando eles descobriram um
ritual que lhes daria esse benefício, eles capturaram e usaram
vampiros Tzimisce em seu ritual mágico de mudança. Ao se tornarem
Cainitas, eles se tornaram inimigos eternos dos Demônios. Rápidos
para aproveitar a oportunidade, os Ventrue aliaram-se aos Tremere,
oferecendo-lhes suprimentos, assistência e fundos para travar sua
guerra contra os Tzimisce.
Contente com o apoio, os Tremere rapidamente aceitaram.
As ações de Istvan em nome da Igreja Católica Romana levaram
à sua canonização como Santo Estêvão, padroeiro da Hungria.
Ele governou um reino próspero, mas sua morte em 1038
trouxe décadas de turbulência.
O imperador bizantino Manuel I tentou conciliar as diferenças
de seu império com o Reino da Hungria em 1071.
O príncipe Bela, herdeiro presuntivo do trono da Hungria,
também foi declarado herdeiro de Manuel. As revoltas em Bizâncio
deram-lhe a oportunidade de tomar as terras dos Balcãs controladas
por Manuel, e Bela logo se tornou um líder poderoso em seu reino.
Sob o rei Bela, o Reino da Hungria quase ofuscou
Constantinopla. As glórias conquistadas pelo rei foram
amorosamente narradas por um escriba a serviço de Bela, uma figura
monástica conhecida apenas como Anonymus [sic]. Esztergom
tornou-se um arcebispado, e muitos mosteiros pontilham o campo.

TRANSYLVANIA BY NIGHT

16
 Bela estabeleceu monopólios sobre cunhagem, alfândega,
construção de castelos e decisões sobre imigração. A Hungria
acolheu estrangeiros que pudessem trazer conhecimento para o
país – se pudessem pagar impostos adicionais a Bela. Embora
grande parte da riqueza de Bela apoiasse o luxo de seus parentes
cainitas, Bela permaneceu um dos governantes mais ricos da
época.
Com um governante forte no trono, feiras e mercados
intensificaram o comércio. Muçulmanos, judeus, russos,
italianos e alemães negociavam armas e cera, prata e couro, cobre
e esmalte. A mineração na Transilvânia também encheu os cofres
do reino.
Com a morte de Bela, seu filho Imre é rei, e a terra espera
para ver aonde ele os levará. Mas mesmo que algumas partes da
Hungria tenham conquistado um certo grau de estabilidade, os
camponeses sabem que não devem se afastar de suas casas à noite.
Uma guerra ainda maior se desenrola sob o fino verniz da paz. A
própria terra é amaldiçoada e essa doença percorre tudo o que
nela existe.
A região selvagem e perigosa da Transilvânia, concedida a
Istvan quando o Papa o declarou rei da Hungria, sempre se
considerou um território separado. Remanescentes do povo
dácio-romano afirmam ter estado na área quando os magiares
passaram durante sua migração para o oeste.
Muitos boiardos (nobres) romenos reivindicam títulos que
remontam a séculos. As famílias boiardas romenas geralmente
reivindicam propriedades ancestrais, muitas vezes fortalezas ou
castelos que supervisionam várias pequenas aldeias próximas.
Como os centros populacionais são tão pequenos, grande parte
da terra é deixada sem cultivo, as florestas não cortadas.
Isso combina com os Gangrel que vagam pela área, assim
como os Lordes das Sombras Lupinos, que há muito são uma
grande potência na Transilvânia. Os Senhores das Sombras
reconhecem Parentes que vivem em aldeias por toda a terra.
Embora os Lordes tenham um ódio intenso pelos voivodes
Tzimisce que governam a população mortal, eles nunca foram
capazes de erradicá-los. No entanto, eles conseguiram manter a
população mortal relativamente pequena, o que limitou o poder
dos voivodes .
Ironicamente, as depredações dos Tzimisce fornecem um
abate igualmente eficaz para a população.
O rei húngaro está enviando nobres, mercadores alemães e
fazendeiros para construir cidades na Transilvânia. Grandes
assentamentos e cidades ameaçam surgir pela primeira vez. Os
antigos nobres romenos agarram-se desesperadamente à sua fé
ortodoxa. Deslocados pelos Szeklers e magiares católicos
romanos, os Vlachs (como os romenos são conhecidos)
tornaram-se servos trabalhando nas terras que seus senhores
húngaros usurparam.
Quebrar a antiga nobreza romena enfraqueceu muito os
arrogantes Tzimisce, que há muito dependem de seu apoio.
Um talentoso e inteligente Ventrue, Nova Arpad, tem sido
fundamental neste movimento. O sucesso dos Szeklers e
magiares em subjugar a população nativa aumentou muito a
reputação de Nova entre seu clã.
Os saxões apoiam os governantes magiares. Convidados a se
estabelecer na Transilvânia, muitos camponeses alemães se
mudaram para o sul para escapar de impostos pesados e ganhar a
chance de se tornarem mais do que meros servos. Em troca de
obrigações financeiras para com o reino ocidental, os
camponeses saxões ganharam títulos hereditários.
O chefe de cada aldeia, por exemplo, ganhava o título de
“Conde” e tinha direito a uma parcela maior de terra.
Sete grandes cidades foram fundadas pelos saxões. Notável
pelo seu tamanho, e pela criação de castelos e fortificações iniciais
que os tornaram mais defensáveis, cada cidade ganhou destaque
dentro de seu respectivo domínio. Esse esforço conjunto
também resultou no uso frequente de nomes alemães para
cidades da Transilvânia. Assim, o “Siebenburgen” é um termo
que se aplica às sete cidades, bem como aos castelos dentro delas.
Um dos Siebenburgen era controlado por Nova Arpad, que
cuidava de seis príncipes escolhidos da própria região.
Esses sete príncipes Cainitas se aliaram e formaram um
círculo conhecido como Conselho das Cinzas algumas gerações
atrás.
Os Tzimisce se recusaram a reconhecer a autoridade deste
conselho; a invasão dos húngaros era uma afronta, a paz com o
Sacro Império Romano não significava nada para eles, e o
crescente poder dos nobres de Szekler ameaçava sua base de
poder e seu controle sobre os camponeses da Transilvânia.
Os senhores Tzimisce mantiveram seus domínios,
ostentando seu poder apesar dos esforços dos Cainitas
Ocidentais.
Um domínio permaneceu totalmente sob controle dos
Tzimisce. Na cidade de Bistritz, longe do oeste da Hungria, Radu
do Clã Tzimisce manteve seu feudo. Embora abertamente
repudiado como traidor por muitos de seus companheiros de clã
Cárpatos, este astuto diplomata assegurou que seus aliados
soubessem das atividades do Conselho das Cinzas. As
informações que ele descobriu ajudaram seus aliados a trair o
conselho e, em poucas décadas, ele foi dissolvido.
Nova Arpad, desprezada por muitos dos membros do
conselho, foi capturada por guerrilheiros Cainitas da
Transilvânia aliados aos Tzimisce.
Um pretendente, o Nosferatu Ruxandra, tomou seu lugar.
Qualquer Cainita disposto a se declarar como um príncipe
reconhecido pelos Ventrue húngaros se torna pouco mais que
um alvo. Tzimisce vingativos, Usurpadores astutos, Brujah
incendiários, Senhores das Sombras indignados - não faltam
inimigos para aqueles que procuram impor sua ordem em uma
terra infestada de caos.
Antigamente uma área dominada por fortalezas de
montanha e algumas pequenas aldeias, a Transilvânia está
adquirindo uma rede de assentamentos comerciais e rotas
comerciais que a ligam ao Ocidente.
Em suma, a Transilvânia está passando por grandes
mudanças – e quase nenhum dos moradores anteriores a aceitará
sem lutar.
Os principais combatentes, os Tzimisce, têm uma batalha
diferente em suas mãos. Embora Gangrel e Nosferatu perseguem
as selvas da Transilvânia, essas terras são os territórios dos
Demônios em primeiro lugar. Territoriais ao extremo, os
Tzimisce devem estar em sua terra natal quando descansam. Esta
terra os sustenta ao mesmo tempo em que os infunde com suas
emanações venenosas. Embora os Tzimisce mais jovens sejam
pouco afetados, seus anciões passaram séculos banhando-se
nessas energias sombrias, deixando-os sem escolha a não ser
defender seus domínios ou morrer.
Palco para a guerra Tremere-Tzimisce que assola toda a
região, a Transilvânia tem pouca energia para lutar contra seus
conquistadores do Ocidente. Os Cainitas que viajam pela região
correm riscos por todos os lados, ainda mais se supostamente
tiverem um salvo-conduto.
17
 Os mortais muitas vezes se tornam forragem para o abate.
Mesmo viajar em grandes grupos não é garantia contra ataques
de uma facção ou outra.
Tudo o que os antigos boiardos e camponeses podem
fazer é trancar as portas, fechar as janelas e rezar para que a
carnificina passe por eles.
Assim, o final do século 12 na Transilvânia é um
momento de grande turbulência. Para Cainitas ambiciosos
que podem agir rapidamente, ainda é possível assegurar o
controle de um grande domínio. A concorrência é feroz, no
entanto. Guerras entre Demônios e Usurpadores, rivalidades
entre Cainitas buscando o controle dos domínios restantes e a
ameaça contínua dos Lupinos representam grandes perigos
para aqueles que desejam criar reinos.
Há uma chance de conquistar um grande poder aqui, mas
também há um grande perigo. Os idealistas que desejam
conquistar uma terra dividida sem dúvida verão suas visões
testadas até a destruição na Transilvânia à noite.
Bulgaria
A história búlgara remonta a pelo menos quatro milênios
antes do nascimento de Cristo, centrando-se na costa do Mar
Negro em Varna. Nômades das estepes da Ásia Central
construíram suas casas nesta terra idílica de montanhas
arborizadas, vales ricos e planícies exuberantes. No entanto, os
campos férteis da região estavam prontos para serem
conquistados pelos exércitos de Alexandre e, por sua vez, pelo
Império Romano. Ventrue e Toreador chegaram com esses
conquistadores, mas encontraram a fronteira simples da
Bulgária inóspita e os Tzimisce locais francamente hostis.
Os hunos ocuparam a Bulgária após a queda de Roma,
eventualmente misturando-se com tribos eslavas que entraram
na região no século VI. Essa “mistura” particular de povos
produziu uma civilização guerreira e expansionista, temida pelas
terras ocidentais da Europa e também por Constantinopla. Os
Ugri, como se chamavam, ficaram conhecidos em toda a Europa
como os “Búlgaros”.
A luta para cristianizar a Bulgária durou mais de dois séculos
e refletiu os confrontos entre os senhores Tzimisce. Apesar da
conversão em 611 do rei búlgaro Kurt, a grande maioria das
pessoas permaneceu fiel às suas divindades tradicionais.
Lançando um olhar avarento sobre o Império Bizantino, o rei
pagão Krum aproveitou a batalha em curso entre os gregos e os
árabes em 811 para atacar e matar o imperador Nicophorus. O
crânio folheado a prata do falecido imperador serviu como
recipiente de bebida para o vitorioso governante búlgaro e
enfureceu os exércitos de Constantinopla.
Os gregos bloquearam as vias costeiras da Bulgária 50 anos
depois e conseguiram forçar os búlgaros a adotar sua versão do
cristianismo. Um breve retorno ao paganismo pelo rei Vladimir
perto do final do século IX durou até o reinado do irmão de
Vladimir, Simeão, o Grande. Simeão incorporou a religião cristã
em seu esquema para forjar a Bulgária em um poder rivalizando
com Constantinopla. Sob o governo de Simeão, os guerreiros
búlgaros, fazendo jus à sua reputação feroz, levaram os magiares
para o que se tornaria conhecido como Hungria.
TRANSYLVANIA BY NIGHT
18
De suas fortalezas nas montanhas do interior da Bulgária,
os voivodes Tzimisce orquestraram o esforço para livrar a
Bulgária de influências “estrangeiras” (particularmente Ventrue
e Brujah).
Ataques de Kiev durante o século X enfraqueceram os
búlgaros, de modo que eventualmente Constantinopla afirmou
seu domínio sobre seu vizinho guerreiro, colocando a Bulgária
sob o domínio bizantino em 1018. Este ato abriu a Bulgária mais
uma vez à influência dos cainitas de fora da região, que agora
encontraram Bulgária bizantina mais ao seu gosto.
O domínio bizantino sufocou o desenvolvimento da
Bulgária como potência, subsumindo sua cultura e reduzindo a
importância de seu líder religioso. Pouco a pouco,
Constantinopla instituiu mudanças que sangraram a economia
de riqueza potencial da Bulgária. Os costumes e a língua locais
caíram no esquecimento ou sofreram perseguição ativa,
enquanto a aristocracia búlgara se viu deslocada por nobres
importados de Constantinopla, vários dos quais serviram aos
interesses dos Ventrue e Toreador. Os poucos proprietários de
terras nativos autorizados a permanecer o fizeram à custa de sua
lealdade. A divisão entre os Tzimisce alcançou novas alturas
neste momento devido às correntes políticas divergentes que
varreram a Bulgária.
O ressentimento popular contra os senhores bizantinos
cresceu, provocando uma série de rebeliões que começaram em
1040, com a libertação de grande parte do território búlgaro por
Pedro Deliano, conhecido como o “czar” da Bulgária. Embora
seu reinado tenha durado pouco devido à traição de parentes
gananciosos e às maquinações de uma facção dos Tzimisce, ele
estabeleceu um precedente que se repetiria pelo resto do século.
Mais três revoltas entre 1072 e 1086 terminaram em fracasso,
mas o argumento da Bulgária foi feito.
A Bulgária viu uma sucessão de conflitos sangrentos
durante a maior parte do século XII. Os exércitos da Primeira e da
Segunda Cruzadas deixaram sua marca no campo búlgaro
enquanto vagavam pela Europa até a Terra Santa. Incursões
bárbaras renovadas das estepes orientais jogaram o fardo de
defender a Europa e o Império Bizantino inteiramente nas costas
dos búlgaros. Gangrel saqueadores e bandos de Presas de Prata
das terras russas atormentaram os Cainitas locais por boa parte
dos anos 1100. A luta para preservar suas terras e pessoas das
depredações de invasores europeus e asiáticos desviou novas
tentativas de se livrar do jugo bizantino.
Constantinopla, ocupada por ameaças dos turcos
seljúcidas e sitiada pelo advento dos cruzados no caminho para
Jerusalém, foi incapaz de ajudar os búlgaros na defesa de suas
terras. No entanto, no final do século, os velhos sonhos de
independência búlgara ressurgiram quando a aristocracia nativa
reafirmou sua herança guerreira e novamente iniciou uma
campanha extensa para se livrar do jugo bizantino.
Apesar das simpatias divididas dos Tzimisce, o impulso pela
independência começou.
Sob a liderança dos irmãos Pedro e Ivan Asen, os búlgaros
iniciaram um novo ataque aos seus senhores bizantinos em
1186. Atualmente, a Bulgária está prestes a realizar seu sonho.
Enquanto alguns voivodes Tzimisce continuam a apoiar
Bizâncio, outros sentem que apenas uma Bulgária independente
garantirá sua contínua supremacia na região.
Lituânia
A ferocidade dos auroques, javalis e lobos que vagavam
pela floresta só era igualada pela obstinada resistência da
população humana à atenção indesejada dos exércitos
cristãos vizinhos.
— Rowell, Lithuania Ascending
Em 1197, a região geográfica da Lituânia está prestes a ser
sitiada. A Lituânia é um dos últimos territórios pagãos da
Europa, e os cavaleiros cristãos estão ansiosos para subjugar as
tribos de Aistan que vivem lá há milênios. Lendas de práticas
bárbaras pagãs serão usadas para justificar a opressão violenta do
que tem sido historicamente uma nação muito isolacionista. O
único crime de que os lituanos são culpados é ter crenças
religiosas diferentes das dos cristãos ocidentais, mas nos
próximos anos isso será suficiente para lhes render uma
retribuição sangrenta.
Muitas histórias da Lituânia começam no século 13, pois a
região não será verdadeiramente reconhecida como um reino
até por volta de 1223. O rei Mindaugus, por meio de casamento
intertribal, assassinato e proeza militar, unificará as tribos de
Aistan neste momento. Os príncipes que não forem derrotados
em batalha ou casados em sua família serão exilados para Rússia
para conquistar as regiões mais distantes tomadas pelo rei.
Enfrentando o opositor externo - No entanto, mais tarde ele será
forçado a aceitar o cristianismo como parte da religião lituana.
Assim como em outros reinos, isso encorajará o discurso e a
diplomacia entre seu povo e outras nações cristãs.
No entanto, esta declaração terá um elenco ligeiramente
diferente na Lituânia do que, digamos, na Hungria ou na
Bulgária.
Aceitar os ensinamentos de Cristo dentro do Reino da
Lituânia significará adicioná-lo ao seu extenso panteão.
Incorporar outra divindade em suas práticas e crenças será
muito mais fácil do que se afastar de um sistema de crença que
formou a base da cultura lituana por incontáveis séculos. A
adoração dos deuses antigos não será abandonada. Além disso, o
reconhecimento da fé cristã de Mindaugus lhe renderá o favor
do Papa, que lhe concederá o direito de tomar terras na Rússia e
mais ao leste em 1253. Em 1260, no entanto, Mindaugus
renunciará ao cristianismo e sua apostasia aumentará o
isolamento da Lituânia. do Oeste. A Lituânia permanecerá
predominantemente pagã por séculos.
Antes do reinado de Mindaugus, o território de Lituânia
consiste em uma vasta gama de tribos pagãs. Enquanto muitos
deles adoram os mesmos deuses, os pagãos não têm uma
organização central por trás de seu governo. Os costumes variam
muito de uma região para outra e, apesar das alegações de muitos
estudiosos ocidentais de que há uma autoridade religiosa central
na Lituânia, as crenças religiosas variam muito de um domínio
para outro. Existem, no entanto, alguns aspectos unificadores
das terras tribais da Lituânia: Eles são um povo, os Aistans, e
construíram sua civilização ao longo dos séculos.
As tribos de Aistan viviam nas margens do Mar Báltico no
século 11 e consistiam em quatro grupos principais: os antigos
prussianos, yatvegians, letts e lituanos.

19
 A maioria dessas tribos já foi aniquilada. (Os antigos
prussianos foram destruídos pelos cavaleiros teutônicos, os
yatvegianos foram massacrados pelos eslavos e poloneses orientais, e
os letões foram subjugados pela Ordem da Livônia.) migram tanto
quanto muitas das outras tribos antigas. Embora se beneficiassem de
se estabelecer entre as grandes rotas comerciais do Vístula e do
Dnieper, tinham contato limitado com o mundo exterior.
O primeiro registro do nome “Lituânia” usado em um
documento vem dos Annales Quedlinburgenses, obra de um estudioso
alemão em 1009 dC. Existem, no entanto, registros escritos da região
lituana que datam do Império Romano. Vários estudiosos romanos,
incluindo Tácito, escreveram sobre as culturas da região do Báltico.
Entre outras coisas, os romanos negociavam com os Aistans. Cera,
peles, mel, sal e âmbar eram itens comerciais comuns. Os primeiros
Aistans também eram conhecidos, curiosamente, por sua habilidade
de apicultura. Durante os últimos anos do Império Romano, os
Aistans foram subjugados por Hermanaric, um rei gótico, mas a
conquista foi relativamente curta. O comércio continuou,
especialmente com outras tribos finlandesas e o ocasional mercador
árabe ou grego.
No século VIII, a região agora conhecida como Lituânia foi
trazida à atenção de Carlos Magno. Sua intenção era espalhar o
cristianismo por toda a Europa, e ele buscou mais informações sobre
povos fora do alcance de seu império. Assim, ele exigiu mais
informações sobre a população que vive na costa norte do Báltico.
TRANSYLVANIA BY NIGHT
20
Seus batedores trouxeram relatórios dos lituanos, mas o
domínio de Carlos Magno nunca se estendeu à Lituânia.
Os vikings representavam uma ameaça muito mais
imediata. Eles devastaram a costa do Báltico após o ano 800,
lançando seus ataques aos territórios de Aistão a partir de uma
série de postos avançados ao longo do Mar Báltico. Grande parte
de sua atividade envolvia garantir o controle da foz do rio Dvina e
das terras próximas ao Dnieper, onde os colonos vikings
protegiam suas rotas comerciais mais frequentes para Bizâncio.
Na virada do milênio, no entanto, todos os postos avançados dos
vikings ao longo das costas do Báltico haviam sido destruídos.
Tal como acontece com as nações dos Balcãs, os avanços
lituanos na agricultura trouxeram um sistema feudal de governo.
O pousio e a criação de animais aumentaram a produção de
plantas e animais no início do século X, e a introdução da roda de
oleiro facilitou o armazenamento de alimentos.
Os castros eram usados para defender as terras das comunas
agrícolas, pois eram fáceis de erguer e defender. Os estoques de
gravetos eram frequentemente mantidos em colinas próximas
para sinalizar incêndios. Quando essas fogueiras eram acesas, as
famílias e o gado eram levados para os fortes das colinas ou levados
para a floresta. Algumas das maiores fortificações eram bastante
extensas e por vezes várias estavam interligadas para facilitar a
comunicação ou para ajudar na fuga de uma para outra. Passagens
secretas, redes de túneis e pontes de pedra submersas que
atravessam rios e lagos facilitavam a viagem entre fortes nas
colinas.
 A sociedade agrícola dos lituanos foi construída em torno
das fazendas e castelos dos guerreiros de elite. Os “kunigai”
(duques) e “bajorai” (nobres servidores) eram os mais fortes e
ricos defensores da terra. Várias famílias se uniam sob um líder
eletivo em tempos de guerra. Os líderes regionais podem, com
o tempo, tornar-se “kunigaikstis” (príncipes). (Na verdade,
haveria mais de 20 desses príncipes no início do século 13.) Tal
como acontece com outras nações, sua riqueza tinha um preço:
a obrigação de levantar exércitos para derrotar os invasores.
Um kunigas era frequentemente um líder militar e
religioso. O título significa “padre” hoje. Tal como acontece
com outras sociedades pagãs, o príncipe-sacerdote tinha que
ser feroz na batalha e sábio nos caminhos do mundo. O chefe
dos príncipes guerreiros, o grão-duque, funcionava como
sumo sacerdote, além de servir como líder político. Um bajoras
era um soldado e fazendeiro, e normalmente protegia uma
grande extensão de terra. Em comparação, os “ukinikas”
(homens livres) comuns não possuíam tanta riqueza ou terra.
Eles pagavam impostos ao grão-duque e eram obrigados a ir à
guerra com suas próprias armas, ajudar na reparação de fortes
nas colinas e desempenhar funções de guarda. Através do
trabalho duro, um homem livre pode se tornar um bajoras.
Agricultores falidos tornaram-se fiadores, pagando suas
dívidas cultivando as terras dos bajorai a quem eram
devedores.
Este sistema feudal dos príncipes lituanos foi duramente
testado nos séculos seguintes. À medida que as regiões se
tornaram mais prósperas, os Aistans foram novamente
atacados por homens do Norte, incluindo suecos e
varangianos. A Lituânia também foi invadida pelos exércitos
feudais da Polônia e da Rússia a partir do século XI. Ao longo
dos próximos dois séculos, antes do reinado de Mindaugus, os
invasores viriam do Oriente e do Ocidente.
A leste, comerciantes escandinavos empreendedores
organizaram os eslavos locais no final do século IX. Sua aliança
política frouxa formou a estrutura da Rússia e eles
estabeleceram sua capital em Kiev. Para garantir a segurança de
suas rotas comerciais, os governantes de Kiev lançaram uma
série de expedições militares contra os Aistans. Vladimir da
Rússia derrotou os Yatvegians em 983 e os derrotou para seus
territórios mais orientais em 1038 e 1040. Em 1044, Yaroslav
atacou os Aistans lituanos e fundou um assentamento nas
proximidades. Quando Yaroslav morreu em 1054, no entanto,
o estado ruteno (isto é, os territórios da Rússia) se desintegrou
em pequenos principados.
Apesar de seu sucesso contra outras tribos de Aistan, os
eslavos do leste (e seus parasitas Tzimisce) brigavam
constantemente, o que impedia sua unidade contra os
lituanos. De fato, não era incomum que os orientais contassem
com a ajuda dos lituanos para resolver suas disputas. Como
exemplo, Volodar Glebovich de Novgorod pediu a ajuda dos
lituanos contra os duques do Principado de Polock em 1159 e
1162, mas em 1180, foi Vsevolod de Polock quem pediu ajuda
lituana contra Novgorod. Como resultado da desintegração
gradual do poder no Leste, os lituanos assumiram o domínio
de todos os povos do Aistão e começaram a abandonar suas
políticas defensivas estabelecidas contra os eslavos orientais.
Novgorod e Polock contra-atacaram fazendo um pacto de
assistência mútua contra a Lituânia, mas serão derrotados em
1198.
Muitos dos relatos escritos da Lituânia antes do reinado de
Mindaugus foram distorcidos por um viés ocidental.
Os estudiosos medievais acharam fácil retratar os pagãos da
região do Báltico como uma ameaça ao modo de vida cristão ou
como um povo primitivo e violento. Essa crença não foi
compartilhada por todos os estudiosos, no entanto. Um relato
que resta da cultura lituana foi escrito por Pedro de Dusburgo,
um estudioso do início do século XIV. Ele fala da virtude dos
bálticos: eles não cobiçam a riqueza, nem comem comidas finas;
eles não sucumbem ao luxo decadente; mostram humildade aos
seus hóspedes; bebem água pura, hidromel e leite; ninguém tem
permissão para suportar a pobreza; os pobres e necessitados são
acolhidos; e o assassinato é punido por uma lex talionis. Seu
relato mostra muitos valores estereotipados “cristãos” e é escrito
em um estilo que envergonha o leitor medieval ocidental.
No entanto, alguns dos detalhes de Peter são questionáveis.
Ele afirma que os pagãos da Lituânia praticavam a poligamia,
apesar de não haver evidências disso. Além disso, ele também
deu continuidade à lenda do Krivê, um “papa pagão” que era a
autoridade religiosa central dos lituanos. Este sumo sacerdote
governava supostamente de um templo ou cidade conhecido
como Romuva, embora nenhuma evidência desse local tenha
sido encontrada. Embora muitas das outras ideias de Pedro
fossem ignoradas, essa lenda de um sumo sacerdote oculto
continuaria por séculos.
Após a conversão dos poloneses no início do século 10, os
europeus religiosos começaram a concentrar mais seus recursos
na conversão dos Aistans. Adalberto (o Bispo de Praga) e Bruno
de Magdeburg são conhecidos como os primeiros missionários
da região. Adalberto entrou nas terras dos antigos prussianos,
mas seus esforços levaram ao seu martírio em 997. Bruno foi
nomeado pelo papa Silvestre II como o apóstolo dos pagãos do
norte, mas foi morto pelos yatvegianos em 1009. Resoluto em
suas crenças, os Aistans não acolheram o proselitismo dos
cristãos.
Os que se seguiram tiveram o mesmo destino de Adalberto
e Bruno. Meinhard, do Mosteiro de Santo Agostinho em
Sieberg, passou 12 anos tentando cristianizar os Livs e Letts, mas
foi morto em 1196. O bispo Berthold, seu sucessor, declarou que
a conquista deveria preceder a conversão. Embora ele vá morrer
em batalha em 1198, esta declaração demonstra a atitude
predominante que muitos cristãos têm em relação aos pagãos
lituanos na era medieval escura: se eles não se converterem por
vontade própria, devem ser forçados a fazê-lo.
O batismo dos pagãos lituanos será realizado pela espada na
virada do século. Dentro de poucos anos, os cruzados alemães
estabelecerão uma fortaleza na Lituânia, e um cruzado, Albert,
estabelecerá os Fratres Militiae Christi, os “Irmãos do Soldado em
Cristo”. Eles farão guerra contra os povos pagãos do Báltico
Oriental para subjugá-los e forçar sua conversão. No mundo
medieval sombrio, o ataque à Lituânia está apenas começando...
21
Rússia Kiev
de
Ocupado desde os tempos neolíticos, o local que seria
conhecido nos tempos medievais como Kiev serviu como centro de
comércio ao longo do rio Dnieper. Um antigo assentamento eslavo
floresceu nesta área geograficamente central já no século II aC A
abundância de grãos e madeira da área a tornou um paraíso agrícola,
enquanto a abundância de caça e ferro para fazer armas fornecia tudo
o que as pessoas precisavam para sobreviver e prosperar.
A data real para a fundação de uma cidade conhecida como
“Kiev” (ou Kiyv) é 482, segundo a lenda. Kiy, o príncipe da tribo eslava
oriental conhecida como Polians, é considerado o fundador da
cidade. Três irmãos - Kiy, Khorev e Shchek - junto com sua irmã Lybid
trouxeram sua tribo para a área e se estabeleceram lá, criaram uma
cidade no local e a batizaram em homenagem ao irmão mais velho,
Kiy.
A cidade serviu como um ponto de passagem ao longo das rotas
de caravanas da Ásia Central e como uma parte bem defendida da
“Estrada Varangiana” – as vias navegáveis pelas quais os vikings
passavam em seu caminho para negociar ou invadir Bizâncio. A área
também se tornou um ponto de passagem para as muitas hordas
bárbaras que viajavam de leste a oeste. Citas, hunos, ávaros, magiares e
búlgaros passaram pelas terras reivindicadas por Kiev, movendo-se
para o oeste para reivindicar territórios que se tornariam a Europa
Oriental.
Aliando-se a cidades semelhantes (como Novgorod Smolensk,
Suzdal e, mais tarde, Moscou) que se estendiam ao lado da rota
comercial asiática e da rota do rio Dnieper, Kiev tornou-se o centro de
uma frouxa confederação de principados, crescendo em destaque
devido à sua importância estratégica na manter a rota comercial para o
Mar Negro. Comerciantes varangianos, conhecidos pelos eslavos
como “Rússia”, utilizavam o rio para transportar mercadorias (e
despojos).
Kiev há muito se estabeleceu como o centro de um grande estado
quando a dinastia varangiana assumiu o trono no século IX.
Reconhecendo a importância de Kiev, os vikings (liderados pelo
príncipe Rurik da Jutlândia do Sul) conquistaram Novgorod em 862.
O filho de Rurik, Oleg, capturou Smolensk e Kiev.
Segundo a lenda, os eslavos da região gritaram: “Nossas terras são
ricas e grandes, mas não há ordem nelas. Venha e governe sobre nós.”
Embora seja duvidoso que isso realmente tenha acontecido, Oleg
usou isso como sua reivindicação ao reinado, proclamando Kiev sua
nova capital e “a mãe de todas as cidades russas”. Assim nasceu o estado
da Rússia de Kiev. Existem evidências de que, já no século IX, muitos
dos eslavos orientais da área eram chamados de ucranianos. Embora
esse nome fosse subsumido pelo nome “russos”, a área não seria
apenas chamada de Rússia de Kiev, mas também permaneceria
conhecida por muitos como a Ucrânia.
Os varangianos eram poucos em número e rapidamente
adotaram muitos costumes eslavos, fundindo-se com o povo que
agora governavam. Entre os costumes estavam as crenças religiosas,
especialmente o culto aos deuses pagãos dos eslavos. Suas culturas se
fundiram, com a eslava proeminente. Os russos se beneficiaram
cultural e educacionalmente de seu contato posterior com Bizâncio.
O povo de Kiev também foi contatado por forças mais sinistras
que Bizâncio. Os Gangrel selvagens vagam pelas porções florestais
profundas do país. A maioria dos Gangrel evita contato com os
mortais, mas alguns viajantes azarados foram vítimas deles.
TRANSYLVANIA BY NIGHT
22
Caravanas inteiras geralmente desaparecem quando
bandos de Nosferatu, filhos da bruxa amaldiçoada Baba Yaga,
caem sobre eles nas terras devastadas. Os Tzimisce foram
atraídos para Rússia de Kiev pela riqueza da área e pela
possibilidade de aumentar seus domínios; eles escolheram
alguns Rússia para se tornarem famílias carniçais ou para
receberem o Abraço – principalmente por causa da crescente
sofisticação e educação dos russos (resultado do contato com
Constantinopla).
Ovos de Páscoa Ucranianos
Uma prática popular entre os pagãos ucranianos era a
decoração elaborada de ovos por meio de um processo de
cera e corante. Parte dos rituais de primavera desses
adoradores do sol, os ovos, chamados pysanka, eram
associados ao animal escolhido do sol, o pássaro.
Considerados fontes de vida, acreditava-se que os ovos
decorados com símbolos da natureza eram dotados da
magia para prender uma horrível “serpente da destruição” –
impedindo-a de invadir o mundo.
Foi dito que a serpente enviaria servos a cada ano para
ver quantos pysankas foram criados. Se o número era baixo,
as correntes da serpente se afrouxavam um pouco. Se não
houvesse pysanka criada ou se todos os criados fossem
encontrados e destruídos pelos servos da serpente, a
serpente seria libertada.
Quando o cristianismo chegou à Rússia de Kiev, a
Igreja adotou os ovos como símbolos da eternidade de
Cristo, traduzindo o festival da primavera em sua própria
celebração da Páscoa. A caça aos “ovos de páscoa” instituída
pelos lacaios da serpente tornou-se uma brincadeira de
crianças. Durante a idade de ouro da Rússia de Kiev, esses
tesouros frágeis tornaram-se mercadorias comerciais
populares, com os nobres (e Cainitas) das terras européias
pagando quantias exorbitantes pelos ovos mais bonitos e
elaborados.
Há um lado mais sombrio nessa história. Alguns dizem
que a “serpente” mencionada na história não é outra senão
a terrível bruxa Baba Yaga. Ela dorme em torpor em algum
lugar nos vastos territórios dos eslavos e é “acorrentada” até
que possa acordar para causar estragos no mundo. Sua
natureza vampírica torna o sol um anátema para ela; assim,
os símbolos do animal escolhido do sol têm poder sobre ela.
Aqueles que sussurram essa história na segurança de suas
casas dizem que, ao preparar e decorar o ovo com símbolos
antigos, pode-se prender um pouco da luz e do poder do sol
dentro dele. O ovo, portanto, torna-se um item mágico
potente capaz de infligir dor e dano à bruxa e seus lacaios.
Além disso, aqueles que possuem pysanka devem
escondê-los e guardá-los cuidadosamente, pois por sua
própria existência, eles mantêm a bruxa acorrentada à luz.
Alguns sábios apontam para a propensão de Baba Yaga de
residir em uma cabana com pernas de galinha como uma
tentativa de enganar as criaturas sagradas do sol, os pássaros,
e convencê-los a botar ovos apenas para ela, para que a
pysanka não possa ser criada a cada primavera. Se há alguma
verdade nessas histórias, é certo que as crias de Baba Yaga
assombram as terras de Rússia de Kiev, atacando qualquer
infeliz o suficiente para cruzar seu caminho.
 Utilizando o grande rio, as cidades da Rússia de Kiev
realizaram ataques contra Bizâncio e Bulgária. O rei Sviatoslav
até estabeleceu seu trono na capital dos búlgaros do Danúbio até
ser derrotado por João Tzimisces, o imperador bizantino, em
970. O comércio floresceu entre a Rússia de Kiev e
Constantinopla, pois a cada primavera uma flotilha carregada
de mel, peles, ferro , grãos, âmbar e escravos navegaram pelo rio
Dnieper. Em troca, os mercadores russos traziam para casa ouro,
vinhos, especiarias e sedas. Em 957, a princesa Olga de Kiev,
regente de seu filho Sviatoslav, acompanhou a flotilha para que
ela pudesse ver Constantinopla. Ela aprendeu sobre a fé cristã e
foi batizada na Igreja Ortodoxa Oriental enquanto estava lá.
Embora seu filho estivesse ocupado demais com conquistas
militares para se preocupar com a conversão, seu filho, o
príncipe Vladimir, convidou membros de várias religiões para se
encontrarem com ele para que pudesse determinar qual religião
seria melhor para seu povo. Amante de “mulheres e
indulgências”, Vladimir rapidamente rejeitou o Islã porque
exigia a circuncisão e proibia comer carne de porco e beber
vinho. O judaísmo também foi posto de lado; embora fossem
flexíveis em relação ao vinho, também exigiam circuncisão e
abstinência de carne de porco.
A Igreja Católica Romana quase teve sucesso com o
príncipe, assegurando-lhe que carne de porco, vinho e
circuncisão não faziam parte de seus ritos, mas falharam quando
lhe disseram que o jejum era necessário. Finalmente,
impressionado com a riqueza e beleza das igrejas de
Constantinopla, Vladimir aceitou a Igreja Ortodoxa Oriental
como a religião oficial da Rússia de Kiev em 988 (embora ele não
tenha contado ao patriarca de suas várias esposas e harém). Seus
súditos foram batizados no rio em massa. A construção da Igreja
Desyatynna (Igreja dos Dízimos) começou no ano seguinte.
Em 1019, o príncipe Yaroslav, o Sábio subiu ao trono. Sua
promoção da cultura e da educação em toda a Rússia de Kiev
levou a uma idade de ouro. Construção em S.
A Catedral de Sofia começou em 1037, um código de lei
conhecido como Lei Rússia' foi compilado e posto em prática, e
o Portão Dourado de Kiev foi construído. O Mosteiro das
Cavernas foi construído nas colinas ao sul da cidade em 1051.
Tornou-se o centro religioso mais importante da Rússia de
Kiev. Os artesãos de Kiev eram famosos por seus trabalhos
delicados e de bom gosto. Kiev tornou-se uma das cidades mais
ricas e sofisticadas da Europa, muito mais culta do que a maioria
de seus vizinhos do Leste Europeu. Como o principal centro
comercial entre o Báltico, a Europa Ocidental e
Constantinopla, a cidade acumulou vastos tesouros.
A grandeza da cidade trouxe-lhe fama e estima. Três das
filhas de Yaroslav se casaram com os reis da Noruega, França e
Hungria. O sucessor de Yaroslav casou-se com a filha do rei
Harold da Inglaterra.
O clima político não era estável, no entanto. A região sempre
foi assolada pela guerra entre os muitos príncipes mesquinhos
que reivindicavam terras na Rússia de Kiev. Embora a forma de
sucessão aceita fosse que os irmãos mais velhos herdassem
grandes partes e os mais novos recebessem partes menores, tal
desigualdade não era apreciada pelos filhos mais novos de
famílias importantes. Em vez de esperar a morte de um irmão
mais velho para que sua parte pudesse passar para eles, os
herdeiros mais jovens começaram a planejar assassinatos,
unindo-se para tomar as partes dos irmãos mais velhos e encenar
batalhas destinadas a derrubar os governantes atuais. A coroa
estava constantemente envolvida em uma disputa mesquinha
após a outra. Enquanto o príncipe da Rússia de Kiev estava
ocupado em reprimir rebeliões, os principados ao redor de Kiev
começaram a fazer estradas para o lucrativo comércio da cidade,
acumulando riqueza própria.
Ciúmes entre bandos Lupinos rivais e ataques frequentes de
Tzimisce também cobraram seu preço. Rival Tzimisce
frequentemente “adotava” cidades ou principados particulares
como seus protetorados. Eles então desencadearam toda a sua
fúria no assentamento de seu rival, aterrorizando a população,
cometendo atrocidades e deixando as evidências totalmente
exibidas em “obras de arte” horríveis e saqueando quaisquer
tesouros que o protetorado de seu rival possuía.
Essa evidência de atenção sobrenatural muito assustou e
desestabilizou as pessoas. Alguns falavam de demônios de olhos
vermelhos voando na noite. Outros sussurravam que os filhos da
bruxa estavam se vingando. De fato, mortais, Lupinos e Cainitas
desapareceram misteriosamente com frequência, trazidos pelo
get de Baba Yaga.
O grande Reino da Rússia de Kiev durou apenas 150 anos.
Atormentada por príncipes briguentos, suas atenções
totalmente ocupadas com interesses comerciais, grandeza e
atividades culturais, Kiev era uma ameixa madura esperando
para ser colhida. Andrey Bogolyubov, príncipe de um território
do nordeste chamado Suzdal, demitiu Kiev em 1169. Muitos
cidadãos de Kiev foram assassinados; outros foram vendidos
como escravos. O príncipe Andrey removeu tudo de valor que
pudesse carregar consigo, levando-o para o norte, eventualmente
para Moscou.
Kiev estava em ruínas, seus portões outrora orgulhosos
retorcidos, suas casas destruídas e queimadas. Em 1197, Kiev
ainda está tentando se recuperar do saque. As pessoas estão
apenas começando a reparar o que sobrou e a construir de novo.
Em muitos lugares, tudo o que resta da gloriosa Kiev são cascas de
casas deixadas entre campos de crânios e ossos. A sensação de um
cemitério paira sobre Kiev neste momento. Embora os
moradores de Kiev avancem para restaurar alguma aparência de
ordem em sua cidade, não há príncipe em Kiev agora. Ninguém
governa verdadeiramente exceto pela força das armas. A maioria
desses senhores ladrões pouco se importa, exceto em pegar o que
eles querem e evitar que outros façam o mesmo com eles. A
maioria dos Senhores das Sombras e Presas de Prata se mudaram
para o oeste. Alguns Tzimisce, relutantes em se separar de seu
esporte, ainda atacam Kiev, mas há pouco para eles tomarem. Os
camponeses continuam o melhor que podem, alguns deles
tornando-se agricultores livres à medida que seus senhores
morrem ou se mudam. E os filhos de Baba Yaga assombram a
noite, esperando os viajantes solitários passarem.
23
TRANSYLVANIA BY NIGHT

24
 apítulo Três:
Cidades e
Assentamentos
do Oriente
Caído entre esses tolos lobos, sua
glória será despedaçada, enquanto
tudo o que não é compreendido será
desacreditado por línguas agitadas...
Eles não se importarão com toda a
luz que Seu trabalho derramou sobre o
mundo, mas com os pecados e com
cada deslealdade e falha humana que
puderem encontrar, e com cada coisa
mesquinha que deve acontecer na vida
de dias infelizes, de cada filho mortal do
pó.
-Eminescu

CITIES AND SETTLEMENTS OF THE EAST

25
25
 Como joias raras penduradas em um colar, as cidades da
Europa Central e Oriental se espalham por toda a extensão do
continente.
Ligando o Oriente ao Ocidente com seu padrão bêbado de teia
de aranha, eles servem como bastiões da civilização - e, portanto,
como refúgios para os Cainitas - em uma vasta terra selvagem de
barbárie. A maioria começou como postos avançados de Roma:
guarnições ou postos de abastecimento servindo a soldadesca do
império distante, embora agora evidenciem o caráter de seus
conquistadores orientais. Embora lhes seja concedida a cortesia de
serem nomeados como cidades, muitos estão apenas emergindo de
seus antigos estados como acampamentos bárbaros, aldeias e vilas, e
estão, consequentemente, em uma condição de crescimento e
mudança.
Além desses enclaves fica o deserto: léguas e mais léguas de
estepes, planícies, florestas e montanhas, quebradas aqui e ali por
relíquias em ruínas do poderoso império caído de Roma. Restos de
velhas estradas, pontes e postos avançados há muito desertos, uma
arma enferrujada ou um pote quebrado são testemunhas mudas da
retirada de Roma diante de sucessivas invasões. Alguns Cainitas se
encontram presos dentro dessas ruínas, sitiados por Lupinos que
esperam que eles saiam dos limites das fortalezas muradas.
Alguns Cainitas resistentes – principalmente Gangrel,
Nosferatu e Ravnos – enfrentam a jornada sem fim pelas perigosas
terras devastadas da Europa Oriental. A maioria dos vampiros
conduzindo negócios fora de suas esferas circunscritas envia agentes
mortais em seu lugar.
Mesmo os Cainitas nativos da região viajam com muito
cuidado e se cercam de retentores fortemente armados quando
precisam deixar suas fortalezas.
Os sensatos ficam dentro do alcance protetor de suas cidades.
Nas paredes de pedra das cidades, os mortais começaram a se
livrar das algemas do feudalismo opressivo enquanto os Cainitas
travam rixas antigas. O orgulho oriental luta contra a arrogância
ocidental enquanto cada um luta para se afirmar. Tratados são feitos
e quebrados em um ano – ou uma noite – à medida que aliados
outrora leais se voltam para inimigos e ex-inimigos oferecem aliança.
No entanto, velhas inimizades morrem com dificuldade nessas
terras incivilizadas, e qualquer um que confie em um aliado recém-
criado é um tolo. Os mortais lutam entre si por motivos religiosos e
étnicos. Os filhos do coração de Caim queimam de vingança pelos
erros cometidos há séculos e sofrem de inveja, desejando
avidamente as riquezas e o poder de seus vizinhos. As paixões
sombrias anulam o pensamento iluminado.
Cainitas que vivem além do abraço das cidades ou se unem para
proteção, como os Tremere fazem em sua poderosa capela de Ceoris
(veja o Capítulo Seis), ou existem como muitos Tzimisce –
dominando vários pequenos assentamentos e aldeias como
senhores com mão de ferro. Esses Cainitas encontram-se lutando
ainda mais ferozmente pelos recursos limitados disponíveis.
E assim, embora o verniz da civilização esteja no topo da Europa
Oriental, ele nunca chega realmente ao seu interior. Sob a pele
repousa o verdadeiro coração bárbaro, uma alma selvagem ainda
indomável e, talvez, indomável.
Como muitas outras regiões, os territórios aqui caíram sob o
ataque das legiões romanas. Sempre uma força civilizadora, os
romanos construíram estradas e estabeleceram assentamentos na
Europa Oriental, assim como em todas as outras terras que
conquistaram.
Por que, então, a Europa Oriental é tão incognoscível e
selvagem? A resposta está dentro da própria terra.
TRANSYLVANIA BY NIGHT
26
AsAbençoadas
regiões explodidas
com planícies férteis, rios navegáveis,
abundantes florestas e majestosas montanhas, as terras do Oriente
parecem o paraíso. Por trás dessa rica beleza, no entanto, está uma
doença que infecta cada centímetro da terra - mesmo quando
impregna a terra com um mistério e magia que impulsionam
sucessivas ondas de pretensos conquistadores a possuí-la a todo
custo. Aqueles que habitam as terras parecem prosperar por um
tempo, mas mesmo os mais fortes eventualmente sucumbem ao
miasma da corrupção que encobre a terra.
Em algum lugar sob o solo do Velho País está o coração negro
da meia- noite do demônio Kupala. Cada batida deste coração
poderoso vomita maior malignidade: ódio, fanatismo, terror,
desejo antinatural, raiva, corrupção e infecção.
Línguas
A Europa Oriental é uma região etnicamente
diversa e um pot- pourri de línguas que o acompanha
surgiu na área. Personagens em uma região podem ter
que aprender a língua de seus companheiros do outro
lado da fronteira se quiserem se comunicar. O seguinte é
um modelo extremamente simplificado de idiomas,
criado para facilitar o jogo em vez de precisão histórica.
Aprender cada uma dessas línguas requer um ponto no
Conhecimento Linguístico.
• Eslavo: A língua mais falada em toda a região,
está em processo de metamorfose na família de línguas
faladas em grande parte da Europa Oriental moderna.
O eslavo é dividido em três dialetos: eslavo ocidental
(falado na Boêmia e na Polônia), eslavo oriental (falado
nas regiões russas) e eslavo sul (falado na Bulgária e na
Macedônia). Um dialeto deve ser escolhido; entender
mensagens complicadas em outros dialetos requer um
teste de Inteligência + Linguística (dificuldade 6). Isso
pode ser tratado como um feito automático se a Parada
de Dados do personagem estiver acima de 6.
• Húngaro: A língua dos conquistadores magiares.
Falado na Hungria propriamente dita.
Romeno: A língua dos habitantes da província da
Panônia. Falado nos confins orientais do que é
atualmente o Reino da Hungria (e uma noite será a
Romênia).
• Báltico: Termo genérico para a(s) língua(s)
falada(s) pelas tribos ao longo do Mar Báltico e do Reino
da Lituânia. Novamente, existem vários dialetos, mas
para fins de jogo é mais fácil simplesmente tratá-los
como uma língua, mais ou menos. Um teste de
Raciocínio + Lingüística (dificuldade 5-7) pode ser
necessário para evitar problemas de comunicação ao
lidar com pessoas de uma região diferente daquela onde
o idioma foi aprendido.
• Alemão: A língua dos colonos e comerciantes do
Sacro Império Romano. Uma boa “língua comum” para
grande parte da região – embora usá-la em áreas
habitadas por eslavos partidários (ou voivodes) seja uma
boa maneira de entrar em uma briga séria.
 Como se a presença do coração demoníaco por si só não
submetesse a terra agonizante a poluição suficiente, lacaios
menores (conhecidos como kupalas em homenagem ao seu
mestre) também invadiram a região.
Habitando certas árvores, cavernas e formações naturais,
eles estendem a mão para atacar os incautos, infectando alguns,
mutilando outros, matando alegremente quando o clima os
leva. Não é desconhecido que uma aldeia inteira seja vítima de
alguma praga sem nome ou simplesmente desapareça em
alguma noite escura. Nem todas as depredações são cometidas
pelos sugadores de sangue da região; até mesmo os Cainitas
temem o que não entendem e não têm como lutar.
No entanto, os Cainitas se sentem seguros dentro de muros
de proteção. Trancados em refúgios seguros, ocupados com
esquemas elaborados e manobras políticas, consumidos pela
sede, os filhos de Caim jogam seus jogos de dominação. Eles
simplesmente preferem ignorar a malignidade rastejante além
das paredes. Isso coloca suas mentes para descansar, e muitos
acreditam que é mais seguro assim.
Boêmia
Morda avidamente a paisagem e a digira, envolva-a
em cada gota de seu sangue.
— Antonin Slavicek, um artista de Praga
Aninhado dentro dos braços estendidos do Sacro Império
Romano, Polônia e Hungria, o pequeno Reino da Boêmia está
localizado dentro de uma bacia central protegido pelas
montanhas circundantes.
Os picos são íngremes e densamente arborizados, embora
poucos alcancem mais de 4.000 pés. Essas florestas primitivas,
lar de selvagens matilhas de Lupinos e bárbaros Gangrel,
encerram os poucos enclaves civilizados da Boêmia.
Praga, a capital da Boêmia, desafia a natureza ao redor.
Esta cidade é um centro de aprendizado, comércio,
arquitetura, religião e magia que um dia lhe renderá o título de
“cidade das mil torres” e a posição de capital do Sacro Império
Romano.
PRAGA
A sombria cidade de pedra de Praga incorpora cinco
cidades antigas. O rio Moldava (pronuncia -se Valtava), um
afluente do Elba, corta a cidade e fornece a Praga transporte,
comida – incluindo salmão e dezenas de variedades de aves
aquáticas – e água para abastecer os moinhos de grãos da
cidade. Inundações frequentes assolam as áreas baixas. Para
combatê-los, a construção de taludes de pedra tem sido uma
preocupação constante, com o objetivo de proteger a cidade
das inundações anuais.
O rio separa Praga em cinco distritos, cada um
correspondendo a um assentamento anterior na área e cada
um contido em suas próprias paredes escuras. Apenas uma
ponte atravessa o Vltava, mas o rio congela durante os três
meses mais frios do inverno (dezembro a fevereiro),
permitindo travessias a pé ou a cavalo.
27
 O Castelo de Praga (Prazsky Hrad) ergue-se em uma
grandiosidade sombria de um promontório com vista para
o lado ocidental do Vltava.
O município de Hradcany, que cresceu ao seu redor, se
estende ao norte e nordeste. Sob o promontório,
sombreado pelo castelo sinistro e alcançado por escadas
sinuosas e íngremes, o Bairro Pequeno (Mala Strana) – uma
área de artesãos e trabalhadores agrícolas – ocupa o terreno
que desce em colinas até a beira do rio. Na margem oposta,
ao sul, ergue-se o imponente edifício de Vysehrad,
construído sobre um promontório rochoso.
Nas planícies abaixo de Vysehrad ficam três áreas que
foram incorporadas à cidade apenas recentemente, em
1160.
A primeira é a porção mais ao norte da cidade,
conhecida como Bairro Judeu (Josefov), um labirinto
labiríntico que ocupa um canto formado pela curva do rio
para o leste. Ao sul (rio acima) do Bairro Judeu fica a
Cidade Velha (Stare Mesto), uma movimentada área de
mercado que abriga a universidade recém-construída da
cidade. Mais ao sul fica a Cidade Nova (Nove Mesto), um
local que fica sob a sombra de Vysehrad e busca se tornar o
novo centro de comércio. As fortificações de pedra da
Cidade Velha tomaram forma atualmente, enquanto a
Cidade Nova ainda contesta sua soberania. Cada área
possui uma sensação distinta, baseada em seus moradores,
suas ocupações e crenças religiosas.
Cada um também apoia um Cainita que reivindica a
área e supervisiona seu bem-estar, sujeito apenas à
aprovação do príncipe Ventrue, Rudolf Brandl.
Após incêndios que devastaram várias partes da
cidade, todas as estruturas em Praga agora são feitas de
pedra. As choupanas escuras e úmidas se amontoam nas
ruas estreitas de paralelepípedos, enquanto as habitações
maiores se amontoam em pátios atrás de arcadas
imponentes. A arquitetura românica ponderada domina,
com arcos curvos e portões pesados isolando várias porções
da cidade umas das outras. Embora as casas muitas vezes
incorporem arandelas em suas paredes externas, algumas
tochas são acesas para ajudar aqueles que viajam pelas ruas
sinuosas da cidade à noite. Poças escuras de escuridão
escura dão lugar à luz sombria perto dos castelos e pousadas
das Cidades Velha e Nova.
O castelo e as partes externas do Bairro Pequeno (a
oeste e sul) são duplamente fortificados contra incursões
de lobos, bandidos e pretensos conquistadores. Na direção
do rio, as paredes são quebradas apenas nos cruzamentos
perto da Ponte Judith. A Cidade Velha e o Bairro Judeu
ficam dentro de muros de pedra que são tão fortes, mas não
tão altos, quanto aqueles ao redor do Castelo de Praga,
embora a Cidade Nova ainda não tenha concluído suas
fortificações. A construção dos aterros elevou a cidade
cerca de três metros mais alto do que os assentamentos
celtas originais sobre os quais repousam.
Em uma pequena área da Cidade Nova, uma nova
igreja, utilizando um estilo de arquitetura inteiramente
novo chamado “gótico”, está sendo construída. Seus arcos
pontiagudos e arcobotantes permitem que sua torre se
eleve em direção ao céu. O estilo se tornará a característica
mais reconhecível da cidade nos próximos séculos, à
medida que milhares de torres arejadas se erguem sobre
suas paredes sombrias.
TRANSYLVANIA BY NIGHT
28
Descrição
Praga está construída sobre sete colinas e atravessa o Vltava
como uma grande aranha de pedra. A maior parte da cidade é
cercada por muros altos, incluindo uma imponente fortaleza em
ambos os lados do rio. A Ponte Judith, uma construção em arco de
pedra cinzenta larga o suficiente para seis carroças viajarem lado a
lado, liga um lado da cidade ao outro. As mercadorias que sobem
ou descem o rio são descarregadas ou contadas e tributadas e
içadas sobre os diques de três metros para venda no mercado da
Cidade Velha. Seja subindo pela margem do rio ou atravessando a
Ponte Judith, os viajantes devem passar por baixo dos portões de
entrada vigiados, entrando na Cidade Velha (na margem leste) ou
no Bairro Pequeno (no oeste).
A Cidade Velha fica em terreno mais plano e suas ruas são
mais largas que as do Bairro Pequeno. Os portões da Cidade Velha
levam às ruas labirínticas do Bairro Judeu a noroeste ou às áreas
não fortificadas e abertas da Cidade Nova ao sul.
Castelo de Praga e Hradcany
O Castelo de Praga é uma fortaleza extensa e fabulosamente
ornamentada que incorpora dezenas de edifícios separados,
conectados por pequenas passagens e escadas mal iluminadas que
levam de um nível a outro. As salas do castelo parecem cair umas
sobre as outras sem rima ou razão - uma sala de troféus dá para um
quarto que, por sua vez, abriga uma escada em espiral que leva a
um porão abaixo. Os quartos públicos se confundem com os
quartos familiares privados.
Apenas algumas insígnias espalhadas identificam quais
corredores labirínticos levam ao pátio ou ao pátio externo.
Escadas descem do piso principal para um patamar onde uma
escada separada sobe para outro nível dois andares acima. Um
labirinto de quartos, aparentemente parte de um apartamento
maior, termina em uma torre negligenciada que dá para as ameias
lá embaixo.
E apenas aqueles muito familiarizados com o castelo podem
percorrer as passagens ocultas que crivam as paredes, conectando
um local estranho a outro.
Ângulos estranhos prevalecem em toda a estrutura.
Estranhas obras de arte retratando rostos angustiados, membros
torcidos e agachados, figuras demoníacas adornam as paredes ao
lado de frisos de grotescos. As paredes são cobertas com tapetes
destinados a evitar o frio que permeia o castelo. Lareiras
grandiosamente decoradas ficam escuras, sem saídas para a
fumaça instituída, enquanto pequenos fogões fechados fornecem
calor para a maioria dos cômodos internos do castelo.
A estrutura parece ter sido projetada e construída por um
louco.
No entanto, a família Premysl vive bastante
confortavelmente em sua fortaleza, seus membros seguros no
conhecimento de que os inimigos devem primeiro encontrá-los lá
dentro antes de cometer atos sujos contra eles.
A Basílica e o Convento de São Jorge também podem ser
encontrados dentro das proibitivas paredes de pedra que cercam o
palácio do rei. As enormes torres gêmeas da basílica se erguem
atrás do castelo. Seu interior sombrio abriga os túmulos de vários
membros da família Premysl, incluindo o de Boleslav II, que fica
atrás de uma grade ornamentada. Também dentro estão a
diminuta Igreja de Nossa Senhora (uma capela do século IX
construída pelo príncipe Borivoj) e a Rotunda de São Vito, que
abriga o relicário dourado e cravejado de joias do Braço de São
Jorge.
 Uma vez por ano, na festa de São Vito, “almas ignorantes”
(incluindo alguns Malkavianos) são permitidas na rotunda para
participar dos ritos da loucura.
Filas de pequenas casas são construídas nos arcos das
muralhas do castelo, algumas com andares que não ultrapassam
um metro de altura. Os ourives vivem nesses lugares diminutos,
trabalhando as riquezas produzidas pelas minas da segunda
cidade da Boêmia, Brunn. Há rumores de que Golden Lane,
como a rua é conhecida, está cheia de alquimistas, todos
trabalhando para transformar chumbo em ouro para a família
Premysl. Na verdade, os alquimistas da cidade vivem e
trabalham em um beco tranquilo em Hradcany. Os Tremere
mantêm uma pequena capela secreta em uma rua próxima. O
castelo e a Golden Lane são patrulhados a toda hora por grupos
de soldados. Outros guardas vigiam a Torre Branca e a Torre
Negra, as entradas do castelo. Escadas íngremes correm para a
esquerda e direita do castelo, descendo pelo Little Quarter até o
rio abaixo.
Uma pequena cidade cresceu no pátio externo do castelo.
Chamada de Hradcany, esta cidade abriga muitas lojas de
artesanato e aquelas cujo negócio está no castelo (nobres
menores, servos e guardas). Também em Hradcany está o
Mosteiro Strahov, fundado em 1140 pelos austeros
Premonstratenses. Um centro de aprendizado, o extenso
mosteiro abriga uma famosa biblioteca, a melhor da Boêmia (e
muitos argumentam, do mundo), na qual estão armazenadas
obras teológicas e filosóficas. O Livro do Evangelho de Strahov,
um manuscrito do século IX coberto de joias e representações
douradas de santos e um crucifixo, é um dos livros mais valiosos
da biblioteca. Há também rumores de que há obras mais
sombrias na biblioteca: fragmentos antigos do Livro de Nod, o
Ciclo de Lilith e Revelações da Mãe Negra. A verdade por trás
desses rumores é desconhecida e os Premysls se recusam a
comentar.
O Mosteiro Strahov compartilha o espaço do pomar com
o mosteiro Capadocian em Petrin Hill, embora os monges de
Strahov desconheçam a verdadeira natureza do abade Garinol
Cappadocius.
Bairro Pequeno
O Little Quarter começa logo abaixo das ameias do
Castelo de Praga, depois desce uma série de colinas até o rio
Vltava. Suas ruas íngremes e estreitas abrigam as casas de
oleiros, joalheiros, carpinteiros, carpinteiros, ferreiros,
vinicultores e trabalhadores de vinhas e jardineiros que
trabalham nas terras cultivadas sob o Castelo de Praga. Como
a maioria da população é analfabeta, as casas e lojas, tanto aqui
quanto na Cidade Velha, são identificadas com placas
coloridas representando o comércio praticado no interior ou
um símbolo da família residente. A Igreja de Nossa Senhora
Abaixo da Corrente é a mais antiga do bairro, construída por
Vladislav II e entregue à ordem cruzada dos Cavaleiros de São
João. O mosteiro fortemente fortificado que circunda a igreja
guarda a aproximação à Ponte Judith. Seu nome vem da
corrente usada para fechar a portaria do mosteiro.
Três moinhos estão localizados na Ilha Kampa, uma parte
do Little Quarter que fica entre o rio Vltava e um braço menor do
rio conhecido como Corrente do Diabo. O maior desses
moinhos é o Moinho do Grande Prior, que mói grãos para os
ocupantes do castelo e os Cavaleiros de São João. Jardins
florescem na ilha, que também é usada pelas pessoas da cidade
para lavar suas roupas e branquear roupas.
O local mais reconhecível no Little Quarter é o Little
Quarter Square, originalmente um mercado no pátio externo do
Castelo de Praga. O mercado foi dividido quando os mercadores
construíram lojas no centro da praça. A parte inferior tornou-se
um lugar de punição, segurando forca e pelourinho.
A Bridge Street sai da Little Quarter Square e desce até a
Judith Bridge. O Bispo de Praga mantém uma casa em uma rua
tranquila da Bridge Street com vista para a Cidade Velha do
outro lado do rio.
Perto do limite sul do Bairro Pequeno, a Igreja de São
Lourenço ergue- se no local de um antigo santuário pagão.
Alguns dos moradores do Little Quarter sussurram que ritos
pagãos secretos ainda ocorrem nas entranhas da igreja nas noites
de lua cheia.
O Little Quarter está nominalmente sob o controle de um
Capadócio, uma das razões pelas quais tantas igrejas florescem
aqui. Na verdade, é governado pelos Cavaleiros de São João, que
patrulham as ruas e oferecem cura aos necessitados.
Cidade Velha
A Cidade Velha surgiu em torno de uma grande praça
central que tem sido usada como mercado desde o século X. A
Praça da Cidade Velha é o coração deste bairro, com igrejas e
casas que se estendem ao longo de uma rede de ruas. Embora
fortificada, a Cidade Velha possui 13 entradas, a maioria
fechada por portões com torres quando a escuridão cai. Os
portões mais ao sul agora levam à não fortificada Cidade Nova,
enquanto um leva à Ponte Judith e outro ao Bairro Judeu.
Embora não esteja sob a sombra do Castelo de Praga como o
Bairro Pequeno, a pedra escura das altas paredes externas,
juntamente com ruas tortuosas e aleatórias, dá aos visitantes e
moradores da Cidade Velha uma sensação de claustrofobia. As
estruturas se elevam sobre as pequenas casas abaixo,
banhando-as em sombras perpétuas.
A Rua Celetna, uma das ruas mais antigas de Praga, vai do
portão leste ao longo da antiga rota comercial da Boêmia
oriental. Celetna é o nome dado aos pãezinhos trançados que
são assados na rua. Açougues também podem ser encontrados
na rua; diz-se que o fantasma de um açougueiro empunhando
um machado de fogo pode ser encontrado na rua Celetna em
certas noites de vento. Errantes noturnos infelizes o suficiente
para encontrar esta aparição são encontrados sem cabeça pela
manhã. A Rua Celetna encontra a Rua Karlova, um caminho
sinuoso repleto de casas e lojas, a principal rota pela Cidade
Velha. A Igreja de São Nicolau, situada junto à muralha que
encerra a Judiaria, funciona como sala de reuniões e igreja
paroquial da Cidade Velha.
Recém-construída, a Grande Universidade de Praga
promete estímulos intelectuais há muito negados aos povos da
Europa Oriental. Os cursos de latim, religião, filosofia e clássicos
atraem estudantes interessados de toda a Europa, não apenas das
terras do leste.
29
 Ergue-se como um farol brilhante de esperança na escura e
misteriosa “cidade da magia”.
Bairro Judeu
Duas comunidades de judeus, uma do oeste e outra do
Império Bizantino, se estabeleceram em Praga e gradualmente se
fundiram no canto noroeste da margem direita do Vltava.
Embora originalmente autorizados a construir suas lojas ao
longo das estradas que desciam pela Cidade Velha e pelo Bairro
Pequeno, a maioria dos judeus foi empurrada para o pequeno
gueto murado no início do século XII. Muros foram construídos
para cercar o mercado e o labirinto de ruas que dele irradiavam,
separando os judeus do resto da cidade e os aglomerando. Lojas e
casas espalham-se a partir de um mercado central.
Os judeus estão proibidos de fazer compras ou vender
qualquer coisa nos mercados da Cidade Velha e do Bairro
Pequeno.
Além disso, os portões que levam ao Bairro Judeu são selados
aos domingos. Alguns dos judeus trabalham nos campos fora dos
muros, embora muitos prestem serviços que vão de ferraria a
empréstimo de dinheiro. Ao contrário dos cristãos, os judeus não
são proibidos de cobrar juros sobre os empréstimos que fazem, e
alguns moradores são bastante ricos.
Criados em uma tradição que enfatiza o aprendizado e o
conhecimento, muito mais judeus são alfabetizados do que
cristãos. Vários escribas montam barracas no mercado judaico e
fazem um próspero negócio. Muitos estudiosos também residem
no gueto, alguns deles emergindo quando os portões se abrem
pela manhã para caminhar até a Grande Universidade onde
lecionam. A maioria dos moradores não caminha à noite para o
exterior, embora não tenha certeza do que teme. Um ar de
mistério e melancolia paira sobre o Bairro Judeu, afetando
visitantes e moradores.
Dois edifícios formam o coração do Bairro Judeu. A primeira
é a Antiga Sinagoga, que se ergue do centro do gueto, erguendo-se
sobre as casas e lojas próximas. Construído em pedra de cor creme
claro, seu interior é decorado com entalhes, candelabros de
bronze e escudos da Torá prateados e dourados.
Ele fornece um local de culto para judeus de ritos ocidentais,
cujas casas e lojas o cercam. Uma casa aconchegante perto da
sinagoga abriga o líder espiritual dos judeus ocidentais, o rabino
Mordecai ben Judah. Irritado com as perseguições dos cristãos de
Praga e dos cainitas que se alimentam de seu povo, o rabino ben
Judah, um grande erudito, cabalista e mago talentoso, criou um
golem e o colocou para patrulhar o gueto à noite. Este manequim
irracional e vivo é capaz de prodigiosas proezas de força. Dado vida
pelas tábuas de barro místicas colocadas em sua boca, o golem
obedece aos comandos do rabino ben Judah – por enquanto.
Desconhecido para o rabino, o golem é realmente alimentado por
um servo de Kupala, um espírito demoníaco que leva o golem a
matar qualquer cristão infeliz o suficiente para entrar no gueto à
noite.
O golem mal está sob o controle do rabino e se torna mais
independente a cada noite. Outra força também vigia o gueto:
Josef Zvi, o Nosferatu.
TRANSYLVANIA BY NIGHT
30
O segundo edifício notável é a primeira sinagoga de Praga,
conhecida como Stara Skola ou Old School. O Stara Skola
forma o núcleo da comunidade para os judeus de rito oriental,
que ainda vivem estritamente separados de seus colegas
ocidentais.
A Velha Escola é de aparência mourisca, um pouco como a
Alhambra. Como a Antiga Sinagoga, ela se destaca na cidade
escura e pesada.
Na fronteira do gueto está o Cemitério Judaico.
Lápides desgastadas pelo tempo atestam sua idade. Árvores
retorcidas estendem seus galhos sobre partes do terreno
irregular, em alguns pontos tocando as lápides, que se misturam
em um arranjo tão labiríntico quanto as ruas do Bairro Judeu.
Por haver tão pouco espaço para o cemitério, as sepulturas são
colocadas umas sobre as outras. As sepulturas não podem ser
desenterradas devido à lei religiosa. A sujeira é trazida e uma
nova camada adicionada conforme necessário, criando um
monte de colinas cada vez maior. Lápides antigas são movidas
para a nova altura e colocadas o mais próximo possível de seus
locais originais, criando assim uma confusão confusa e caótica.
Disfarçada como uma sepultura esquecida perto da borda
leste do cemitério, uma escada escondida leva ao refúgio do
judeu Nosferatu, Josef Zvi.
Acrópole de Vysehrad
Este afloramento arborizado de pedra cai ao longo de sua
face oeste para se tornar uma parede de rocha escarpada ao
longo do rio. No topo fica Vysehrad, o segundo castelo
fortificado de Praga. Paredes defensivas serpenteiam pela face
do penhasco, e a rocha está repleta de cavernas que foram
conectadas através de túneis esculpidos e salas subterrâneas.
Originalmente construído em tijolo, o castelo recebeu uma
sobreposição de pedra lapidada desde a sua construção.
Embora usado como residência e tribunal durante o século 11,
partes do antigo castelo estão agora em ruínas e, com muita
sabedoria, o deixam em paz. Nenhum Cainita é permitido em
Vysehrad por decreto do Príncipe Rudolf, uma restrição que
despertou o interesse de alguns deles.
Um ramo da família Premysl ainda vive lá – aqueles
diretamente responsáveis por manter a Tzimisce Shaagra
enquanto ela está em torpor. Luzes estranhas, sons, gemidos e
desaparecimentos foram relatados nas proximidades, levando
muitos cidadãos de Praga a acreditar que Vysehrad é
assombrada. Outros sussurram que os membros “loucos” da
família foram trancados em Vysehrad para que não possam
prejudicar o resto de Praga. Alguns dizem que os Premysls
adoram o Diabo aqui em ritos horríveis – comendo carne
humana, bebendo sangue e sacrificando crianças que foram
sequestradas e vendidas a eles pelos judeus. As pessoas
estremecem de medo e repulsa quando a sombra do castelo cai
sobre elas. Diz-se que só a sombra pode fazer espumar pela boca
e enlouquecer.
Curiosamente, este castelo do terror divide espaço com
três lugares sagrados: a Basílica de São Lourenço, a Igreja de São
Pedro e São Paulo, de duas torres, e a pequena Rotunda
românica de São Martinho.
Cidade Nova
Dificilmente merecedora do nome “cidade”, esta área
abrange - passa por três praças de mercado e os grandes
planos de expansão em torno delas. Pouco está atualmente
aqui além de um mercado de cavalos, alguns ferreiros,
carpinteiros, curtidores e cervejeiros.
Um vidraceiro chegou recentemente à área. Suas
criações, conhecidas como vidraria boêmia, são muito
procuradas. Algumas casas solitárias enfrentam a noite fora
da cidade fortificada, mas a maioria dos que trabalham na
Cidade Nova se retira para casas na Cidade Velha antes de
escurecer. O príncipe Rudolf Brandl espera fazer desta área
o novo centro comercial de Praga; ele procura minar tanto
seus mestres Premysl quanto o Brujah Ecaterina, que está
ganhando mais controle da Cidade Velha.
Arquitetos e artesãos da França (em busca de novos
canais para seus talentos) se mudaram recentemente para
Praga.
Eles estão construindo uma igreja gloriosa com o
financiamento do rei Otakar I que vai “alcançar o próprio
céu”. Utilizando novas técnicas arquitetônicas
recentemente inventadas, eles estão construindo a Igreja da
Santíssima Virgem no novo estilo gótico. A igreja ocupará
um lugar de destaque, ao longo de todo um lado do mercado
central. Lisonjeado com as afirmações do príncipe Rudolf
de que a cidade só pode ser guiada por um governante forte e
envolvido, o próprio rei Otakar elaborou planos para ruas
largas e retas que se abrem em círculo a partir dos mercados
centrais. Se seus planos forem seguidos, a Cidade Nova pode
um dia se tornar um centro de arte e beleza.
Além das Muralhas
Gangrel espreitam na floresta ao redor da cidade. Lupinos
infestam as florestas, dilacerando qualquer Cainita ou mortal
infeliz que possam pegar. Os Gangrel, zangados com a invasão da
civilização em terras que reivindicam como suas, caçam
qualquer Cainita que tenha o azar de ser pego na floresta.
Enquanto os Lupinos matam os Cainitas, os Gangrel se
alimentam de vitae Cainita para se tornarem mais fortes para
que possam uma noite derrubar a cidade e retomar a terra.
A oeste do Bairro Pequeno, o Monte Petrin ergue-se sobre
Praga. Com mais de 900 pés de altura, foi originalmente usado
como local de sacrifício ao deus eslavo Perun. A colina rochosa é
profundamente florestada. O lado sul do Monte Petrin é
ocupado por Garinol Cappadocius, que construiu um mosteiro
no topo. Rodeado por florestas de carpinos, carvalhos, bordos,
faias e castanheiros, o mosteiro abriga vários irmãos mortais que
esculpiram vinhas e pomares abaixo da simples casa capitular.
Muitos fungos crescem na floresta escura de lá (fornecendo a
base para remédios, venenos e narcóticos potentes).
Após os ataques selvagens dos Lupinos ao mosteiro, os
monges plantaram grandes manchas de acônito em áreas
úmidas e sombreadas ao redor de seus campos e residências. As
flores roxas do wolfsbane, realçadas pela magia dentro da
própria terra, protegem a área das incursões Lupina.

31
Política e religião
A Boêmia luta para manter sua autonomia apesar das
pressões (e alianças com) do Império Alemão. Embora faça parte
do Sacro Império Romano, a Boêmia ainda é vista como uma
estranha aos assuntos europeus. As suspeitas de que a Boêmia
ainda abriga um modo de vida bárbaro sob sua fachada de
civilidade impedem que o reino seja completamente aceito pela
Europa Ocidental. É irônico que a Europa Ocidental esteja
certa.
Dependente do comércio com o Ocidente, Praga deve
atrair e manter todos os comerciantes que puder. Muitos
comerciantes alemães se estabeleceram em Praga ao lado dos
comerciantes eslavos mais numerosos. Os judeus podem ter
lojas e negociar com quem quiserem, desde que mantenham
seus negócios dentro do gueto e paguem seus impostos à coroa.
Embora os alemães originalmente pagassem o dízimo pelo
privilégio de negociar na cidade, os comerciantes fizeram um
bloqueio em 1176, forçando concessões da coroa.
A Igreja Católica Romana é a religião do estado, mas apesar
da miríade de igrejas encontradas em Praga, a cidade continua
sendo um foco de paganismo. Várias seitas heréticas realizam
seus ritos em áreas escondidas por toda (ou apenas fora) da
cidade. Missionários que seguem os ritos orientais ainda vêm
secretamente a Praga, encontrando-se com comerciantes
influentes e esperando reconquistar a cidade para a Igreja
Ortodoxa. Embora os judeus sejam protegidos por ordem da
coroa, frequentes iscas e espancamentos ocorrem perto ou
dentro do gueto. Muitos
TRANSYLVANIA BY NIGHT
32
outras pessoas inteligentes acreditam que os judeus comem
crianças ou realizam ritos negros dedicados ao Diabo. Essas
crenças são, infelizmente, estimuladas pelas práticas
alimentares de Josef Zvi, o Nosferatu que habita o Bairro
Judeu. Mesmo aqueles que não dão crédito a tais histórias
pensam que os judeus são responsáveis por matar Cristo.
Apesar da influência subversiva do príncipe fantoche
Ventrue, o povo de Praga é curiosamente independente e de
pensadores livres. A universidade atraiu estudiosos que
disseminam novas filosofias (e terá no século XV como reitor
Jan Hus, o clérigo reformista e um livre pensador religioso
reverenciado em toda a Boêmia). No entanto, quando a noite
cai e as ruas escuras estão quase desertas, o povo de Praga
pensa duas vezes antes de colocar os pés fora da segurança de
suas casas.
A vida cidade
na
Como a maioria das cidades, Praga acorda ao
amanhecer e fecha ao anoitecer. As lojas abrem e as
mercadorias são expostas nas praças do mercado logo após o
nascer do sol. Os agricultores começam sua caminhada para
os campos fora da cidade pouco antes do nascer do sol,
depois de uma refeição de grãos cozidos ou um pouco de pão
e banha acompanhados de cerveja nova, vinho azedo ou
leite com mel. Contos de terror noturno impedem a maioria
dos moradores de ousar pelas ruas sozinho, mesmo nos
poucos minutos do falso amanhecer que anunciam o
verdadeiro nascer do sol.
Os artesãos começam seus dias quase tão cedo, levantando-se e
preparando o trabalho do dia. Os padeiros estão acordados
desde a madrugada, tropeçando escada abaixo no escuro para
acender seus fornos e amassar a massa, e o cheiro de seu pão
recém-assado saúda o dia. As donas de casa varrem e limpam suas
casas enquanto as mulheres mais jovens levam a roupa para a
Ilha Kampa. Os sinos tocam por toda a cidade, convocando os
fiéis para a missa.
Carroças puxadas por bois ou cavalos robustos entram pelos
portões recém- abertos da Cidade Velha. Alguns carregam ouro
e prata enviados para a capital da cidade de Brunn. Muito será
trabalhado em joias finas e ornamentação; muito mais será
comercializado para o resto da Europa. Outros possuem ferro de
baixa qualidade.
Navios mercantes atracados ao longo do Little Quarter ou Old
Town descarregam suas cargas ou ficam prontos para um
funcionário da alfândega cobrar o pedágio da cidade. Os guardas
que ficaram de guarda durante as horas escuras soltam suspiros
de agradecimento por terem sobrevivido a mais uma noite
quando seu alívio chega ao amanhecer. Embaixadores,
mercadores, comerciantes, fazendeiros, vinicultores, artesãos,
estudantes, padres e crianças lotam as ruas, acotovelando- se nas
passagens sinuosas e estreitas entre as praças mais abertas. Um
homem colocado durante a noite no pelourinho enquanto
aguarda a atenção da coroa é encontrado morto, com o rosto
branco como giz e uma pequena gota de sangue na camisa.
Alguns sussurram que é o julgamento de Deus; outros dizem que
o Diabo anda pelas ruas de Praga à noite.
A cidade fecha ao meio-dia, quando todos comem sua grande
refeição do dia e descansam por mais ou menos uma hora. A
maioria das lojas fecha e os vendedores do mercado cobrem suas
barracas, pagando crianças para cuidar de seus produtos ou
deixando aprendizes para atuar como guardas.
Quando a noite cai, a maioria das pessoas se retira para suas
casas. As luzes são apagadas depois de uma refeição escassa, e as
pessoas da cidade dormem atrás de janelas fechadas e portas
fortemente trancadas.
A rotina diária é interrompida por várias festas religiosas ao
longo do ano, e várias atividades são interrompidas durante o
inverno. As pessoas cujo principal sustento depende da
agricultura dedicam-se a outras atividades durante estes meses
frios, esculpindo baús ou utensílios de madeira ou trabalhando
em bordados finos.
Mas, algumas áreas permanecem acordadas durante grande
parte da noite. O Castelo de Praga fica até tarde, agendando
reuniões noturnas com diplomatas e peticionários. Festas
elaboradas são ocasionalmente realizadas no castelo, e as luzes
bruxuleantes queimam durante a maior parte da noite. Além
disso, muitos membros da família Premysl viajam para o exterior
durante as horas escuras, visitando lugares de má reputação
(bordéis, casas de bebidas e casas de jogo). Alguns afirmam que
frequentam ritos heréticos. A maioria das pessoas atribui isso à
excentricidade da família Premysl; poucos acreditam que o
próprio rei possa se entregar a tais passatempos.
Vysehrad tem uma reputação particularmente negra. Os
cidadãos se acostumaram a ver e ouvir coisas estranhas da
fortaleza a qualquer hora. Outros locais da cidade têm sua
parcela de ruídos e luzes relatados. A maioria das pessoas
acredita que estes são cultos reunidos em uma hora que todos os
outros deitam na cama.
One building
Um prédio em uma pequena rua lateral em Hradcany também
fica até tarde, embora esta capela secreta Tremere se esforce para
não deixar os vizinhos verem a luz brilhando das janelas.
Algumas pousadas atendem a chegadas tardias. A mais notável é
a Pousada dos Quatro Veados, que fica perto das muralhas da
cidade na Cidade Velha. No entanto, os viajantes devem garantir
aos guardas do portão sua inocuidade antes de serem autorizados
a entrar. Caso contrário, eles devem esperar no portão até de
manhã. Alguns que devem esperar durante a noite não são
encontrados em lugar algum quando as brumas da manhã
evaporam. Sussurros de vampyr, lobisomens e demônios seguem
tais desaparecimentos como corvos da tempestade.
eople
P
Praga é ostensivamente uma cidade livre para mortais e
Cainitas.
Todos são bem-vindos em seus arredores, desde que
cumpram as leis do rei (e do príncipe). A cidade é um
movimentado centro de comércio e famosa por sua universidade
recém-construída – mas por baixo de tudo, Praga abriga uma
reputação de maldade. Seja o resultado de alquimistas
trabalhando em segredo criando ouro e elixires da vida ou por
causa do sentimento nebuloso, mas discernível, de corrupção
engendrado pela família Premysl, Praga atrai uma estranha
variedade de mortais, Cainitas e outros habitantes. Quase
qualquer um podia ser encontrado em Praga.
ortaIs
M
Otakar I: O mortal mais importante em Praga é sem dúvida
seu governante, o rei Otakar Premysl, que governa do Castelo de
Praga. Como o primeiro rei reconhecido dos tchecos,
governante da Boêmia e Praga, as decisões de Otakar afetam não
apenas a cidade, mas também outras partes do Sacro Império
Romano. Embora proliferam rumores sobre as excentricidades
da família Premysl, ninguém fala abertamente contra o rei. As
principais preocupações de Otakar são manter o comércio em
movimento rápido no reino e se proteger contra a avareza do
império, que tentou minar a independência da Boêmia – mais
recentemente tentando fazer com que o arcebispo de Praga (um
membro da família Premysl) fosse declarado inapto. para a
posição.
Otakar é ambicioso - ele deseja nada menos do que que
Praga assuma a posição de principal cidade do Sacro Império
Romano. Nada – nem mesmo as perversões de sua família ou de
seus mestres Cainitas – ficará entre o rei e seu objetivo. Para este
fim, ele deseja minimizar o envolvimento de Libussa e sua
amante entorpecida. Otakar é inteligente e conhece bem os
habitantes noturnos da cidade; Cainitas que rejeitam o rei como
“apenas outro mortal” podem muito bem se tornar vítimas de
um rude despertar.
Libussa: Embora ela quase não conte mais como “mortal”,
Libussa, cuja morte foi forjada séculos atrás, continua sendo a
serva e carniçal atenta dos Tzimisce Shaagra. Inacreditavelmente
forte após séculos de alimentação do Matusalém adormecido,
ela é uma grande potência por trás do trono. As lutas entre
Libussa e o irritantemente obstinado Otakar escorrem para os
feitos dos Premysls como um todo. Libussa acredita, assim como
a maioria de sua família, que ela poderia enfrentar muitos
Cainitas e vencer.
33
 Libussa ocasionalmente anda pelas ruas – às vezes de dia,
mas mais frequentemente à noite. Pálida como a lua, com cabelos
cor de palha até a cintura, ela poderia ser encontrada em quase
qualquer lugar, observando e ouvindo o pulsar de sua cidade. Se
alguém ameaçasse Shaagra, Libussa saberia instantaneamente. O
revenant Premysl, tendo recebido recentemente o comando de
Libussa, está pegando qualquer Tremere encontrado na cidade e
alimentando-o com seu Matusalém, que mostra sinais de
despertar.
Rabi Mordecai ben Judah: Um líder comunitário no
Bairro Judeu, Cabalista e mago, Rabi ben Judah também é o
criador do golem, uma criatura humana de grande força.
Embora não seja afiliado a nenhuma tradição mágica, o
rabino sabe que outros magos visitam e residem na cidade. Ele
está particularmente preocupado desde sua descoberta de que
alguns membros da Casa Tremere da Ordem de Hermes
aparentemente se tornaram “mortos-vivos”. Principalmente
envolvido com a segurança do Bairro Judeu, ele está pensando em
falar com o rei sobre esses vampyr’s. Enquanto isso, ele guarda sua
própria casa, colocando alho nas portas e janelas e espalhando sal
nos peitoris das janelas.
Grão Prior Pierre de Varreau: Líder dos Cavaleiros de São
João em Praga, este cavaleiro francês viajou para a Terra Santa e
por grande parte da Europa Ocidental. Um veterano grisalho, o
surpreendentemente bem-educado de Varreau leva a sério o
dever de seu mosteiro como guardião da margem esquerda de
Praga. Ele insiste na prática regular de armas para manter seus
homens em forma e supervisiona as patrulhas pelo Bairro
Pequeno para manter a paz. Um homem de verdadeira fé (como
alguns outros sob seu comando), ele tem um talento especial para
aparecer onde quer que o problema esteja se formando. Ele é
conhecido por liderar contingentes armados pelas ruas após o
anoitecer, em resposta a ruídos ou gritos estranhos.
Os cavaleiros sob seu comando são os verdadeiros
governantes do Bairro Pequeno.
POLônia
Acordado! O dia está chegando agora
Que traz o suor da angústia à testa
De cristãos, judeus e pagãos todos!
...O sol já não mostra o Seu
rosto; e a traição semeia
Suas sementes secretas que nenhum homem pode
detectar
— Sir Walter von der Vogelweide, “Despertai!”
Em Malopolska, ou Pequena Polônia, a cidade de
Cracóvia emergiu como um foco de comércio, bem como o
núcleo de aprendizado e religião. A paisagem de planícies
onduladas dá lugar ao sopé dos Cárpatos ao sul de Cracóvia e
culmina nas deslumbrantes Montanhas Tatra. Os Tatras
formam a fronteira entre a Hungria e as terras da Polônia. Esta
é uma terra de invernos rigorosos e verões escaldantes.
Cracóvia
Um grande dragão aterrorizou uma vez a vila que ficava
no topo da colina Wawel, ao norte das montanhas Tatra, de
acordo com a lenda. A fim de manter suas vidas e meios de
subsistência, as pessoas que viviam sob a sombra do monstro
tiveram que sacrificar uma donzela uma vez por ano para
alimentar a fome da fera.
TRANSYLVANIA BY NIGHT
34
O rei da terra prometeu sua filha em casamento e metade de seu
reino para aquele que pudesse matar o dragão e acabar com sua
ameaça. Atendendo ao chamado, um sapateiro empreendedor
chamado Krak encheu uma pele de cordeiro com uma mistura de sal
e enxofre e enganou o dragão para comê-la. Enlouquecida pela sede
causada pelo sal, a besta se lançou nas águas do Vístula, onde o
enxofre fez o dragão explodir. O sapateiro recebeu sua recompensa e a
vila salva por seu engenho chamou-se Cracóvia, em sua homenagem.
Desde seus primórdios como um assentamento comercial no
Vístula no século X, Cracóvia tornou-se um bispado por volta de 1000
dC.
A consagração de Cracóvia como capital polonesa em 1083 a
impulsionou para a proeminência e chamou a atenção de muitos
Cainitas rivais. Dentro de suas paredes protetoras, um príncipe
Tzimisce busca alianças que a ajudem a unir a Polônia mais uma vez,
enquanto seus rivais Ventrue, sob o pretexto de encorajar o comércio
com a Europa Ocidental, planejam sua queda.
escrição
D
Imponentes muros de pedra, com mais de cinco metros de
altura, cercam a cidade de Cracóvia, servindo como sua principal
proteção contra os perigos que espreitam fora de seus limites.
Dentro de seus muros, porém, outros perigos ameaçam a população
mortal e imortal.
Colina Wawel
O Castelo Wawel, junto com sua catedral adjacente, fica no
topo da colina Wawel, na parte mais ao sul de Cracóvia.
Este enorme complexo eleva-se acima da cidade e simboliza
o poder temporal e espiritual. Erguidos no local de fortificações
do século VIII, tanto o castelo como a catedral chamam a atenção
de todos que entram na cidade.
O Castelo Wawel é uma estrutura retangular que abriga
mais de 70 salas dispostas em torno de um pátio, emolduradas
em todos os lados por graciosas arcadas. A catedral também
reflete o poder em sua fachada ornamentada, à qual os pedreiros
acrescentam continuamente ornamentações mais elaboradas.
Castelo e catedral permanecem em constante construção,
tornando-se mais grandiosos e complexos a cada ano que passa.
Uma caverna no sopé da Colina Wawel tem o nome Smocza
Jama, ou “Dragon's Den”, e supostamente marca a casa do
lendário dragão de Cracóvia. Na verdade, serve como refúgio
secreto para Razkoljna, o Príncipe Cainita de Cracóvia.
Centro de Cracóvia
O Rynek Glowny, no centro da cidade, é o maior mercado
da Europa medieval. Como o nexo da vida cotidiana e do
comércio, ela está repleta de barracas onde os comerciantes
vendem seus produtos. Embora a maioria dos vendedores feche
ao pôr do sol, alguns vendedores – alguns deles ghouls –
permanecem abertos até a noite, quando os mestres Cainitas da
cidade usam esta área para seus próprios propósitos.
Perto do Rynek Glowny fica o distrito de tavernas de
Cracóvia, onde os visitantes da cidade podem encontrar
hospedagem durante a sua estadia e os moradores podem passar
algumas horas relaxando no final de suas rotinas diárias.
Esses estabelecimentos variam em qualidade, desde execráveis
(mas acessíveis até mesmo pelo camponês mais pobre) a caros;
cada um tem sua própria clientela. Alguns servem a um duplo
propósito como bordéis. Uma taverna, O Sinal da Lâmina
Sangrenta, é um local de encontro para os Cainitas de Cracóvia e
seus carniçais. A pousada apresenta servos que oferecem seu
sangue (e outros serviços) a clientes Cainitas, bem como escravos
estrangeiros que são drenados para criar a "especialidade"
notável da pousada. Conhecido como o copo de sangue, esta
bebida inebriante combina sangue e álcool em uma mistura
potente. O estalajadeiro, ele próprio um dos carniçais do
príncipe, assegura-se de que ninguém entre em seu
estabelecimento que desconheça a natureza de seus clientes
regulares. Aqui, em um ambiente politicamente neutro, os
Cainitas se encontram para socializar e estudar uns aos outros na
esperança de ganhar vantagem sobre seus rivais.
BAIRRO UNIVERSITário
O Collegium Maius, uma instituição de ensino que
eventualmente rivalizará com outras faculdades na Europa
Ocidental, ocupa um prédio de dois andares na parte oeste da
cidade. Uma grande chaminé de tijolos espirala para cima da
estrutura.
A construção está em andamento para expandir o
collegium em uma universidade, um projeto que deve durar até
o próximo século.
A população judaica de Cracóvia ocupa uma pequena parte
da cidade perto do que já está sendo chamado de “Bairro
Universitário”. Em seu pequeno enclave, os estudiosos
talmúdicos e cabalísticos mantêm sua busca pela sabedoria sob o
olhar atento e desconfiado de seus senhores cristãos.
R
A nobreza vive em belas casas ao norte de Wawel Hill. Os
comerciantes residem em pequenas habitações de madeira,
geralmente acima ou perto de seus locais de trabalho, enquanto
os habitantes mais pobres, incluindo as famílias daqueles que
trabalham na mina de sal de Wieliczka (veja abaixo),
aglomeram-se em casas menores e mais pobres - pouco mais que
choupanas . Quando o frio e a neve impedem o trabalho nas
minas, os mineiros de sal regressam a Cracóvia para passar os
meses rigorosos de inverno com as suas famílias. Oito
quilômetros a sudeste de Cracóvia, a mina de sal Wieliczka
fornece à cidade uma valiosa mercadoria comercial. Os direitos
sobre o sal fóssil estão sob o controle da Abadia Beneditina em
Tyniec (veja abaixo), 13 quilômetros a sudoeste da cidade.
Vastas redes de cavernas e túneis subterrâneos formam um
submundo cristalino onde os camponeses trabalham para
extrair o sal, escavando continuamente novas porções da terra
em seu progresso. Tão extensos são os contornos da mina que
muitas das passagens e câmaras, particularmente aquelas que se
estendem muito, muito abaixo da terra, desapareceram da
memória até dos mineiros mais antigos. O Nosferatu de
Cracóvia mora aqui; ela criou seu próprio domínio, incluindo
um túnel profundo que se estende até o coração da cidade.
Uma aldeia cresceu ao redor da mina para abrigar os
trabalhadores durante sua semana de trabalho de seis dias, para
que eles não tenham que fazer a longa jornada de e para Cracóvia
todos os dias.
Eles voltam para casa nas noites de sábado para passar o Dia do
Senhor com suas famílias, retornando às minas na segunda-feira
de manhã. Esses trabalhadores muitas vezes trazem para casa
histórias de ocorrências estranhas das profundezas da mina – do
desaparecimento de colegas de trabalho e da sensação de que
estão sendo observados por algo profano e maligno.
Igreja na Rocha
Ao sul das muralhas da cidade, no topo de um penhasco
com vista para o rio Vístula, a Kosciol na Skalce (Igreja na Rocha)
comemora o martírio de São Estanislau. Um pequeno culto se
formou em torno do bispo assassinado, perpetuando a lenda de
que um par de águias reuniu e remontou as partes do corpo
desmembrado de Stanislaw.
ynie
T
c
Protegido por sua própria guarnição, o beneditino Ab bey
de Tyniec obtém a maior parte de sua renda anual das receitas da
mina de sal de Wieliczka, vendendo sua valiosa mercadoria para
comerciantes de Cracóvia que lucram com sua revenda. O
Capadócio Kazimierz mantém seu refúgio dentro dos salões
enclausurados e reza para que o “dragão” Cainita que mantém
Cracóvia como escravo uma noite libere seu domínio sobre a
cidade..
Política religião
e
Cracóvia é uma cidade devotamente católica e que se
considera a capital do Reino da Polônia, embora essa entidade
política não exista mais. Muitos de seus principais cidadãos,
tanto mortais quanto cainitas, veem a união do Castelo de
Wawel e da Catedral de Wawel na colina de Wawel como
evidência da cooperação e harmonia que caracteriza um país
cristão. Outros vêem a justaposição de símbolos de poder
temporal e divino sob uma luz diferente: para esses críticos,
castelo e catedral competem entre si, cada um competindo pela
supremacia sobre o poder em Cracóvia.
A presença de uma sinagoga na Cracóvia católica
testemunha o reconhecimento da cidade pelos serviços
prestados pela sua população judaica mais do que qualquer
tolerância religiosa real. O desejo da cidade de criar uma
universidade que rivalize com a de Praga exige atrair
acadêmicos qualificados, muitos dos quais são judeus. Embora
confinado a uma parte da cidade, ainda não há muros para
restringir seu movimento como em algumas outras cidades da
Europa. No entanto, a pressão de muitos cristãos devotos de
Cracóvia está aumentando para expulsar os judeus da cidade
propriamente dita.
Alguns moradores de Cracóvia ainda seguem a antiga
religião eslava que antecedeu a chegada do cristianismo. Esses
robustos pagãos se esforçam muito para esconder suas
verdadeiras práticas, e muitos deles externamente defendem a
fé católica. A maioria da população de Cracóvia tem pouco
tempo para sonhar com uma vida melhor ou uma vida após a
morte; suas vidas e meios de subsistência dependem de muitos
fatores além de seu controle. Enquanto eles vivem suas vidas
diárias na sombra protetora das muralhas de Cracóvia, as
pessoas comuns também sentem uma presença sinistra em seu
meio.
35
Eles vivem uma existência dividida entre as horas de luz do dia,
quando a cidade fervilha ao seu redor como um centro
comercial, e a escuridão da noite, quando essas mesmas ruas
lotadas ficam vazias e silenciosas, exceto pela passagem de
“aqueles que se movem pela sombra” e seus servos mortais.
A vida cidade
na
Os habitantes de Cracóvia se orgulham da história de sua
cidade e constituem um dos centros mais fortes da cultura eslava
da Polônia. Ao mesmo tempo, eles percebem a necessidade de se
proteger da interferência alemã e húngara.
Cracóvia possui um próspero negócio no comércio, além da
rotina que marca a maioria das cidades de sua época. Mercadores
alemães fazem visitas regulares à cidade e vendem tecidos, armas
e armaduras em troca do valioso sal das minas e outros bens
produzidos na cidade. Cracóvia hospeda uma feira a cada
outono que atrai pessoas de todo o sul da Polônia e de lugares
ainda mais distantes. Alguns dos que participam das festividades
são adeptos da antiga religião pagã e usam a feira como cobertura
conveniente para suas próprias festas de colheita em
homenagem à Mãe Terra e seu Eterno Consorte.
PESSOAS
Os nobres se ocupam com sonhos de antiga glória, esperando
um futuro quando Cracóvia servir novamente como capital de
uma grande potência eslava. O clero se esforça para manter sua
lealdade à Igreja Latina, apesar de sua proximidade com o Império
Bizantino. Os estudiosos aguardam ansiosamente a ascensão de
Cracóvia como um centro de aprendizado, e as guildas de
mercadores se divertem com a localização da cidade como uma
encruzilhada para o comércio. Enquanto isso, os verdadeiros
poderes de Cracóvia perseguem seus próprios planos para o
futuro da cidade.
Os Cainitas de Cracóvia, embora não numerosos,
espalharam seus emaranhados de intrigas por todas as facetas da
vida da cidade.
Política, religião, negócios, arte e aprendizado estão todos
sob seu controle. Infelizmente para eles, no entanto, há tantas
visões para o futuro da cidade quanto há visionários. Esse fator por
si só impede que os mortais da cidade caiam totalmente sob o
domínio de seus governantes ocultos e imortais.
mortais
Casmir Piast, Príncipe de Malopolska: Como o mais
recente descendente da dinastia Piast que governou Cracóvia
desde sua elevação a bispado, o “Príncipe” Casmir reivindica o
governo de Malopolska de fato, mas ainda se considera rei da
Polônia. Na verdade, seu controle sobre a cidade é tênue na
melhor das hipóteses, contestado muitas vezes por seus
conselheiros e outros nobres, que sentem que ele não está
fazendo o suficiente para reunificar a Polônia e recuperar sua
antiga posição.
Bispo Stefan: Contado entre os adversários de Casmir está
o bispo de Cracóvia, Stefan Stwosz, que vê o príncipe como um
fraco incapaz de apoiar sua reivindicação à coroa polonesa.
Consciente do destino dos bispos francos, no entanto, o
bispo Stefan trabalha silenciosamente para minar a autoridade
de Casmir sem implicando a si mesmo.
TRANSYLVANIA BY NIGHT
36
Ele serve como uma ferramenta útil para os Ventrue
Konrad em sua tentativa de derrubar o atual governante
Tzimisce.
Ludmilla a inteligente: Agora com quase 60 anos, esta
feiticeira idosa serve como líder da pequena, mas ardente
comunidade pagã de Cracóvia. Ela é uma sacerdotisa e curadora
para aqueles que recusam tanto a fé cristã quanto a judaica.
Ludmilla divide seu tempo entre a cidade, onde mora com o
filho e a nora em cima da olaria, e a Floresta Niepolomice, onde
tem uma casinha e um jardim de ervas. Aqui ela realiza serviços
para honrar e propiciar os antigos deuses da Polônia. Ela fez
alianças com o Cainita Jolanta e um bando de lobisomens,
acreditando que eles fossem remanescentes da antiga religião
que vieram para ajudá-la a preservar a santidade das antigas
tradições.
Hungria
Outro trovão sacudiu o chão e um terceiro. Depois disso
veio o silêncio, tão repentino e profundo que foi mais
aterrorizante do que a tempestade anterior. O vento cessou tão
repentinamente quanto tinha vindo e a fumaça subiu mais uma
vez direto para o ar. Apenas o caminho do fogo se arrastou
lentamente para o oeste, queimando alto e brilhante.
— Kate Seredy, The White Stag (ontos do povo magiar e
deuses antigos)
Localizada no coração da Europa, a Hungria possui quatro
regiões distintas em suas fronteiras. A Grande Planície (também
chamada de Alfold) se estende ao leste do rio Danúbio e é cortada em
duas pelo rio Tisza. A área ocidental é terra arável, boa para a
agricultura e utilizável como pastagem para cavalos e animais de
rebanho. A terra é mais seca além do Tisza, embora ainda seja
adequada para o cultivo de trigo.
Transdanúbia fica na parte ocidental da Hungria. Situada
entre o sopé dos Alpes e o rio Danúbio, esta parte da Hungria já foi a
província romana da Panônia. O Lago Balaton, o maior lago da
Europa, ocupa o centro da pitoresca província, ladeado ao norte por
colinas de formas estranhas formadas por lava e basalto. Ao norte da
Transdanúbia ergue-se Kisalfold ou Little Plain, outra região
agrícola fértil. As Terras Altas do Norte são uma série de colinas que
se estendem entre o Danúbio, a Grande Planície e o Reino da
Boêmia.
A Hungria fica na seção intermediária do Danúbio, que os
húngaros chamam de rio Duna. Navegável em todo o país, o rio
sucede como principal elo comercial tanto para o Oeste como para o
Leste. O Tisza, o segundo grande rio da Hungria, nasce dos Cárpatos
no leste, fluindo pela parte mais baixa das planícies. Turbulento e
rápido, o Tisza inunda as planícies baixas anualmente. Grandes
florestas de carvalhos e faias cobrem grandes áreas da Transdanúbia.
Leste e Oeste
Do ponto de vista cainita, a Hungria pode ser vista dividida
em duas regiões. A Hungria Ocidental, contendo Buda-Pest e
Esztergom, é mais estabelecida, mas repleta de intrigas do Sacro
Império Romano. A Hungria Oriental – Transilvânia – é uma
fronteira selvagem, em contraste, habitada por voivodes
Tzimisce, Gangrel selvagens e Lupinos cheios de raiva.
Hungria Ocidental
Budapeste
Três cidades separadas constituem a cidade que é muitas
vezes referida como Buda-Pest. Dois deles, Buda e Obuda (Old
Buda), ocupam as colinas arborizadas a oeste do rio; embora os
dois tenham se fundido em arquitetura e caráter, eles são bem
diferentes. Buda leva o nome do designer dela para tress-castelo.
Pest, na planície do outro lado do rio, ainda reivindica sua
independência da cidade mais alta e melhor defendida - exceto
em tempos de guerra e invasão, quando seus moradores correm
para se abrigar lá. Pest significa “chaminé”, uma referência aos
fornos de cal que se encontram nela. A palavra alemã para Peste é
ainda mais direta: eles a chamam de “Ofen”, para “forno”.
A primeira cidade a se erguer aqui foi construída pelos
celtas ao longo das encostas de Gellert Hill. Chamado de Ak Ink
(que significa “fonte rica em água”), era um centro comercial de
cerâmica e bronze Remanescentes das fundições de bronze dos
celtas ainda sobrevivem.
Com a chegada dos romanos, ergue-se a vila-fortaleza de
Aquincum, acompanhada por um forte irmão
(Contra-Aquincum) do outro lado do rio. Aquincum tornou-se
a capital da província da Panônia até a partida dos romanos.
As sucessivas invasões pouco mudaram nas cidades
abandonadas de Aquincum e Contra-Aquincum. Aqueles que
ocupavam as terras ao redor das cidades construíam moradias
separadas e trabalhavam em pequenas parcelas de terra.
Os magiares pensavam que Obuda (que ficava no topo das
ruínas de Aquincum) era nada menos que a lendária capital de
Átila, o Huno, quando chegaram no século IX. Eles alegremente
começaram a construir sobre as ruínas.
As cidades de Obuda, Buda e Pest tornaram-se a cidade
medieval escura de Buda-Pest no século XII. Apesar de seu
caráter aparentemente cristão, grande parte de Buda permanece
pagã. Alguns insistem em adorar os antigos deuses magiares,
reunindo-se secretamente e oferecendo sacrifícios.
Buda
Embora a última área a ser “assentada”, Buda é a seção de
Buda-Pest que mais cresce. A construção continua no castelo,
igrejas e várias casas nobres.
ar-hegy
V
No centro de Buda ergue-se um planalto de calcário
chamado Var-hegy (ou Colina do Castelo), que é encimado
pelo palácio real. Dividido em quarteirões, a parte norte do
planalto é entregue a nobres e burgueses importantes,
enquanto a parte sul é reservada ao castelo do rei. A oeste e
acima do castelo estão várias igrejas, sendo a mais famosa a
escura e românica Igreja de Nossa Senhora. Também no bairro
da igreja estão a prisão da cidade, uma pequena praça do
mercado e a sala de reuniões da cidade. A leste fica Vizivaros,
ou Cidade das Águas, uma estreita faixa entre o castelo e o
Danúbio, ocupada por comerciantes, pescadores e artesãos.
37
Todo o planalto é fortificado com paredes de pedra por todos os
lados, embora o castelo também tenha uma parede interna. Por
causa de uma antiga superstição, pedaços de ferro foram
embutidos nas rochas das fortificações, uma prática destinada a
afastar coisas sobrenaturais malignas. Com efeito, torna a
entrada na cidade muito difícil para as fadas da região. Esta
seção é a parte mais antiga de Buda, construída no planalto
como medida defensiva.
A casa do ouriço vermelho
Localizado entre o castelo e o distrito da igreja, o Ouriço
Vermelho é uma pousada que atende a nobres visitantes e
pessoas ricas que desejam ficar no distrito do castelo de Buda, e
não na área do mercado de Pest. Dizem que as acomodações e a
comida são as melhores da cidade, e a divisão da taverna da
pousada em três áreas menores e interligadas faz com que cada
uma pareça privada sem se sentir fechada. Muitos da elite da
cidade, incluindo os Cainitas, visitam o Ouriço Vermelho
depois pôr do sol.
CASTELO DE BUDA
O castelo forma uma ferradura, com uma ala norte e sul
saindo de um bloco central mais pesado (e original). O edifício
central é típico dos castelos do século 11 - grossas paredes de
pedra e pisos e tetos internos de madeira. Possui um grande
salão, salão ou sala de reuniões, cozinha com a sua
amanteigada (arrecadação para cerveja, vinho e velas) e
despensa (para sal, pão e talheres). Dormitórios, uma capela e
um grande pátio aberto ocupam o restante. Não é mobiliado,
mas há várias cadeiras pesadas de madeira, mesas, camas e
baús. Tapetes de lã revestem as paredes internas dos quartos
(que são reservados para a realeza, nobres e convidados). O
castelo tem fendas para flechas em vez de janelas. O castelo é
aquecido por um engenhoso sistema de tubos de barro que
liga o edifício às cavernas de calcário abaixo dele. Os tubos
levam para cima de um porão labiríntico embaixo do castelo.
As muitas fontes termais encontradas nas cavernas (e fora
delas) produzem vapor que sobe pelos canos, mantendo o
castelo muito mais quente do que a maioria desses edifícios.
As outras duas alas são de construção posterior. A ala sul
possui um arsenal, quartel e um salão para cavaleiros. O do
norte é maciço, quase outro castelo separado, com mais
cozinhas, depósitos, quartos de dormir e salões para acomodar
funcionários da corte (ou cidadãos de Buda e Pest em tempos
de cerco). Apesar das acomodações cômodas disponíveis no
palácio real, elas são usadas com pouca frequência. Buda- Pest
não é a capital da Hungria; essa honra é reservada para
Esztergom, algumas milhas ao norte.
As cavernas fornecem cal para uso em Pest do outro lado
do rio, enquanto as fontes termais fornecem água que varia de
pouco tépida a bastante quente para satisfazer o gosto
daqueles que desejam banhos. Embora os magiares não
apreciassem originalmente as fontes termais ricas em minerais
(a maioria das quais se encontra um pouco ao sul do palácio
em Gellert Hill), ao descobrir os banhos romanos deixados
por Aquincum, eles logo se tornaram banhistas ávidos - um
costume muito mais de acordo com as práticas orientais do
que as ocidentais atuais.
TRANSYLVANIA BY NIGHT
38
Nas profundezas do Castelo de Buda está o local de
descanso escondido de Bulscu, o senhor sibarítico do príncipe
Cainita de Buda-Pest, Ven cel Rikard. Esculpidos nas cavernas,
mas adornados com cortinas e tapetes caros, castiçais dourados e
roupas de cama suntuosas, os apartamentos de Bulscu o abrigam
em esplendor real.
Aqui ele mantém um estábulo de homens e mulheres
atraentes que saciam seu apetite.
Cidade Portuária
Abaixo da Colina do Castelo, em amplas muralhas que se
estendem para fora do rio, fica o porto de Buda. Apenas alguns
edifícios ocupam esta área. A maioria não passa de salas de pedra
com portas robustas.
Estes armazéns destinam-se ao armazenamento de
mercadorias destinadas ao transporte fluvial. Ao longo das
margens do rio existem postes usados para atracação de navios.
Buda recebe carregamentos regulares de madeira e tijolos de
Viena e envia de volta peles, âmbar e produtos exóticos do
Oriente.
A montante, onde o rio não é tão largo, os barqueiros usam
barcaças e jangadas para transportar pessoas, gado e mercadorias
de um lado para o outro do rio. Não há pontes. Ao mesmo tempo
um vau natural, a presença das balsas torna difícil uma travessia
natural agora. Eles ocupam o melhor lugar de travessia, forçando
aqueles que iriam atravessar por conta própria para os trechos
mais largos e profundos do rio. A maioria das pessoas acha mais
conveniente pagar um pequeno dízimo ao barqueiro do que
arriscar a travessia onde a corrente do rio pode levá-los.
O Taban, ou distrito de curtumes, fica abaixo da Colina do
Castelo, um pouco mais ao sul do que o porto. Além de
curtumes, o distrito também abriga viticultores que usam a
colina levemente inclinada como vinhedos. Embora afligida
pelo cheiro de bronzeado, a área tem muitas casas pequenas, mas
confortáveis, ocupadas por mercadores e armadores. Uma rua
que sobe do Taban oferece a subida mais fácil para Castle Hill.
Correm rumores entre os pobres de Buda-Pest de que um dos
curtidores faz fortuna fornecendo peles humanas curtidas aos
adoradores do diabo que “todo mundo” sabe que estão na
cidade. Nenhuma prova de tal horror foi encontrada até agora.
Colina Gellert
Ao sul do castelo fica a Colina Gellert, nomeada em
homenagem ao mártir St. Gellert, um veneziano que se tornou
bispo da Hungria. Durante uma reação pagã após o reinado de
Istvan (mais tarde chamado de Santo Estêvão, padroeiro da
Hungria), Gellert foi pregado em um barril e jogado da colina no
rio em 1046. Na colina há um monumento ao santo. Mais
abaixo, ruínas celtas e muitas das piscinas termais de Buda
podem ser encontradas.
Cainitas transitórios (particularmente aqueles que fogem
da justiça Cainita) ocasionalmente usam as ruínas como locais
de descanso convenientes.
Ilha da Lebre
Logo acima de Buda, quase em frente a Obuda, fica uma
pequena ilha conhecida como Ilha Hare, com 2,5 quilômetros
de comprimento e 500 metros de largura. É coberto por bosques
e possui uma fonte termal no extremo norte, e está conectado ao
lado Buda do rio por uma ponte de estacas. Uma torre e villa
romanas, que anteriormente pertencia ao comandante da
guarnição de Aquincum,
agora é a residência e corte de Vencel Rikard, o Príncipe Cainita
de Buda-Pest, e seus servos carniçais. A casa é usada talvez uma
vez por ano pelo rei, que vem caçar coelhos lá. Outros moradores
sabem que a ilha é uma reserva real de caça. Rumores recentes
dizem que o rei pretende doar a ilha aos Cavaleiros de São João
para que eles possam construir um mosteiro fortificado nela –
um boato que preocupa muito o príncipe.
uda
O
b
O assentamento mais antigo da região, o dos celtas, pode
estar no monte Gellert, mas o segundo mais antigo fica em
Obuda. A capital da província romana de Aquincum consistia
em um grande posto avançado e no assentamento civil que
cresceu em torno dele. Ironicamente, os nobres de Buda
acreditam que o assentamento mais jovem possui melhores
residências. Os nobres menores, aqueles que não podem pagar
ou encontrar alojamentos adequados em Buda, foram relegados
às casas “menos desejáveis” disponíveis na antiquada Obuda.
Embora os nobres menores sorriam conscientemente dessas
residências desprezadas, pois herdaram os melhores edifícios de
Buda- Pest.
O BAIRRO NOBRE
Muitos edifícios e estruturas romanas clássicas
permanecem. Alguns nobres construíram casas utilizando os
restos de paredes e pisos romanos, alguns com belos e intactos
mosaicos. Outros vestígios incluem as Termas Maiores, banhos
romanos que incluem piscinas, câmaras de vapor, salas de
massagens, um passeio decorado e um templo em que ainda
permanece estatuária das ninfas da cura. Embora a princípio
tenham resistido ao banho, os nobres magiares que residem em
Obuda aprenderam o costume com os nativos que
permaneceram na área e continuaram a usar as instalações
depois que os romanos partiram. Como eles passaram a apreciar
os benefícios do banho, os nobres tentaram manter esses banhos
luxuosos em segredo de suas contrapartes em Buda, para que
outros nobres mais poderosos os expulsassem e tomassem suas
residências.
A casa redonda
Um anfiteatro militar perto dos antigos banhos já
comportava até 16.000 pessoas. Sua arena é encimada por um
bloco de moradias abandonadas conhecido como Casa
Redonda. As paredes da adega fazem parte do anfiteatro. Abaixo
do solo, sob a arena, estão as celas onde os prisioneiros e os
animais selvagens já foram mantidos. Passagens secretas levam
das celas de detenção da arena até a Round House, que permite
que o principal residente do edifício, o Malkaviano conhecido
como Octavio, se mova sem ser visto. Os nobres de Buda-Pest
começaram recentemente a estudar a possibilidade de realizar
festivais, jogos e concursos na antiga arena.
Octavio desencorajou essa ideia, chateado porque seu
refúgio pode ser comprometido e seus rituais em homenagem a
Kupala parados. Octavio, torturado pela loucura do demônio,
captura mortais (e Cainitas mais fracos, quando possível), a
quem ele então submete a jogos elaborados e esportes cruéis
antes de sacrificá-los a Kupala. Octavio não tem certeza se ele faz
essas oferendas para glorificar ou amarrar o demônio para que
ele não possa despertar e causar destruição na Europa Oriental.
Para este fim, o Malkavian alternadamente apoia e se opõe a
Vencel Rikard..
O MERCADO DE âmbar
Quando Aquincum era a capital da Panônia, era uma
importante escala na Estrada do Âmbar, a principal rota
comercial da Rússia. As mercadorias mais importantes
comercializadas ao longo da rota eram peles e âmbar, daí o nome.
O âmbar ainda é trazido para o oeste ao longo desta antiga rota
comercial e vendido a granel e triturado para fazer perfume ou
incrustado em prata e ouro como joias ou outros ornamentos.
Todo esse trabalho é realizado no Mercado de Âmbar de Obuda,
onde artesãos e comerciantes montam barracas quando o tempo
permite. Nas margens do mercado podem ser encontrados
contadores de histórias, vendedores de vinho, vendedores de
carne e os ladrões onipresentes que procuram arrebatar um ou
dois pedaços de âmbar de artesãos desatentos. Caso contrário,
sua habilidade como porta-moedas permite que eles liberem os
clientes de suas moedas em excesso. Embora o mercado feche ao
meio-dia, permanece aberto após o anoitecer, iluminado por
tochas espalhadas por toda a praça. Muitos comerciantes de
âmbar descobriram que as últimas horas costumam atrair
clientes ricos que nunca vão ao mercado durante o dia.
Morro do Eremita
Esta colina arborizada se eleva acima de Obuda e oferece
uma visão clara da cidade, Buda, Danúbio e Peste. Uma torre de
vigia foi erguida na colina nos tempos antigos. As ruínas ainda
permanecem. Os romanos aprenderam (após repetidos
desaparecimentos) a não guarnecer a torre, e as lendas indicam
que a colina é assombrada.
Mais recentemente, alguns moradores de Obuda viram um
homem barbudo e de cabelos compridos se movendo na colina
de vez em quando. A figura misteriosa, que se veste com um
manto sujo e esfarrapado, ocasionalmente desce ao Mercado de
Âmbar Obuda e ao mercado central em Pest. Ele também pode
ser encontrado em uma mesa silenciosa e sombreada na segunda
taverna do Ouriço Vermelho. Depois de observá-lo
cuidadosamente, os guardas não o percebem mais como uma
ameaça, mas pensam que ele é um santo eremita.
Ocasionalmente, pessoas de bom coração lhe oferecem carne,
vinho ou outros alimentos. Ele apenas acena com a cabeça, então
se vira. A maioria acredita que ele fez um voto de silêncio e não o
incomoda mais. Poucos, no entanto, sustentam que o ouviram
falar - mas apenas quando ele escolhe.
Praga
Construídas sobre uma camada de escombros e pedras
próximas à margem do rio, a maioria das construções de Pest são
feitas de madeira. Mostrando o olho húngaro para a decoração
requintada, muitos comerciantes ricos contrataram marceneiros
para adornar suas casas com esculturas em madeira. Os mais
populares são desenhos de flores e videiras, cavalos e águias.
Alguns retratam árvores ou relâmpagos irregulares, evidência de
que seus habitantes não abraçaram totalmente o cristianismo (ou
esqueceram os antigos deuses). Todas as ruas de Pest circulam a
partir de um mercado central. A rua principal cruza o porto ao
longo do rio, atravessa o centro do mercado e segue para leste, onde
sai pelo portão principal de Pest. Além do portão ficam apenas
planícies sem fim.
39
Mercado de gado
Logo dentro do portão principal está o mercado de gado de
Pest, uma praça empoeirada onde gado, ovelhas e cavalos são
comprados e vendidos. Normalmente referido como “aquele covil
de ladrões”, o mercado é famoso pelo número (e esperteza) dos
ladrões que se reúnem no mercado como moscas. Qualquer gado
que não seja continuamente vigiado provavelmente desaparecerá
em alguns momentos, assim como as bolsas dos compradores –
especialmente durante a noite em que o mercado permanece
aberto. Cainitas que perderam gado para essas depredações culpam
os Ravnos conhecidos como Izydor; na maioria das vezes, eles estão
certos. Muitos daqueles que vendem animais tentam fazê-lo no
primeiro dia em que são trazidos para Pest, em vez de deixá-los no
estábulo durante a noite, pois notaram que quanto mais tempo os
animais passam dentro dos portões da cidade, mais doentios e
apáticos alguns ficam. Acredita-se que o rio emite vapores ruins que
afetam os animais; outros afirmam que os demônios atormentam
os pobres animais à noite. Bênçãos ditas sobre os animais parecem
não ter efeito.
A Igreja Paroquial
Situada no ponto mais baixo de Pest, a igreja paroquial
românica conhecida como Capela da Virgem foi recentemente
construída no topo das ruínas de Contra-Aquincum. Apenas
uma parede externa da fortaleza permanece, e foi usada para
cercar metade da igreja.
A torre do século III ainda está próxima e é usada como
campanário improvisado para a modesta igreja.
Mercado Real
Pest cresceu em torno de interesses mercantis. Em nenhum
lugar isso é mais evidente do que em seu Mercado Real, a praça
central da cidade. Todos os caminhos levam ao mercado, que é
cercado pelo salão dos legisladores; o prédio da tesouraria da casa
aduaneira; e o Golden Boar e o White Stag, duas pousadas que
atendem aos viajantes.
Os alemães tendem a frequentar o Javali, enquanto os
húngaros preferem o Stag. O mercado central está cheio de cores
brilhantes, muito barulho e praticamente qualquer item
comercial disponível na Europa Oriental.
Tudo, desde trabalho prático de ferreiro até fabricação de
barris, fabricação de botas e ourivesaria delicada, pode ser
encontrado por um preço. Vendedores de vinho, adivinhos e
agiotas convivem com escribas, soldados mercenários,
vendedores ambulantes, fazendeiros e empregados domésticos. O
principal mercado de escravos da Hungria é realizado aqui uma vez
por semana. Os Cainitas da cidade (e poucos agentes enviados por
mestres Cainitas de toda a Europa Oriental) participam dos leilões
noturnos de escravos, comprando navios escolhidos. Embora
Istvan libertou seus próprios escravos, a prática ainda não é ilegal
em todas as partes do reino Os produtos do Ocidente dominam a
maior parte do mercado, mas duas áreas contêm produtos
notavelmente diferentes. Uma seção é administrada por judeus e
apresenta ervas raras, pergaminho, mel, velas de cera de abelha,
elixires medicinais e mercadorias de Bizâncio. A outra área é
ocupada por comerciantes da pequena comunidade muçulmana
de Pest, que vendem tecidos finos, perfumes raros e armas
exóticas. Rumores sussurram que tanto os judeus quanto os
muçulmanos têm maravilhosos elixires mágicos, armas e outros
itens que eles escondem e vendem apenas para os muito ricos e
poderosos. O comércio com o Oriente está concentrado
principalmente nas mãos desses poucos comerciantes.
TRANSYLVANIA BY NIGHT
40
Esztergom
Viajar da Áustria para Esztergom ao longo do Danúbio é
como navegar por uma fita prateada através de encostas densas e
arborizadas que se alinham em ambos os lados do rio. Canais
laterais e afluentes formam ilhas middrive, paraísos para aves
aquáticas e caça miúda. Uma cabana ou choupana ocasional, lar de
caçadores ou outras pessoas solitárias, pode ser vista, mas a maior
parte da área é selvagem até que o viajante chegue à Curva do
Danúbio. Pouco antes de o grande rio fazer uma grande curva para
o sul, a floresta é interrompida pela visão da Catedral de St.
Adalbert, abobadada de Esztergom, projetando-se para cima do
planalto rochoso que forma a Colina do Castelo da cidade.
Batizada com o nome do primeiro bispo boêmio de Praga, que
converteu o príncipe Geza e sua família, a igreja foi a primeira
construída na colina. O planalto pertencia à igreja antes do rei
erguer seu palácio lá. Istvan foi coroado na igreja em 1000 dC com
uma coroa ornamentada enviada a ele pelo Papa Silvestre II.
Esztergom é talvez a área mais ocidentalizada da Hungria;
mantém uma ligação estreita com a Alemanha por razões políticas
e económicas. Como sede do poder da Igreja e capital escolhida
pelo rei, Esztergom recebe muitos embaixadores e comerciantes
em busca de investimentos ou favores. Embora não sem suas
próprias intrigas, a cidade (e seus moradores) é quase totalmente
isolada e felizmente intocada pela raiva e pela guerra que marcam a
Transilvânia, a mais oriental das terras reivindicadas da Hungria.
O Palácio Real
Maior do que o castelo de Buda, o palácio real de Esztergom
serve como residência e corte do rei. Ele compartilha Castle Hill
com o Palácio do Arcebispo e a Igreja de St. Adalbert. As três
grandes estruturas de pedra dão uma grandeza arrebatadora à
cidade. Com muitos arcos e portais, o castelo parece muito mais
leve e aberto do que seu equivalente em Buda. O Salão
Abobadado é a sala mais famosa do castelo, uma vasta sala com
belas esculturas e janelas de vidro da Boêmia; é usado pelo rei
como sua corte real.
Palácio do Bispo
Construído quando Esztergom se tornou um arcebispado, este
palácio de estilo romano é tão suntuoso e bonito quanto a residência
real (se não mais). Os cidadãos consideram apropriado que esta bela
propriedade seja propriedade do Arcebispo de Esztergom, que como
Primaz de toda a Hungria é chefe do sínodo dos bispos húngaros. O
arcebispo estende a hospitalidade a vários clérigos juniores que moram
dentro do palácio. A maioria são os novatos de elite na igreja; alguns são
conhecidos por seu aprendizado ou conhecimento da lei canônica.
Um deles, um padre mais jovem chamado Janos, marcado para um
avanço rápido, mantém secretamente sua amante em sua suíte dentro
do palácio. Liseta Iluminada (Elizabeth, a Luminosa), uma bela e
ambiciosa Lasombra, usa seu amante sacerdotal como meio de
recuperar a vantagem nos assuntos da Igreja do Leste Europeu.
Ela está preparando Janos para se tornar arcebispo de Esztergom,
sabendo que ela o governará das sombras. Liseta usa uma porta de
popa pouco usada sempre que precisa sair do palácio e anda pela
cidade vestida com o hábito de uma das freiras do Convento de Santa
Ana.
Distritos
Diretamente abaixo da Colina do Castelo, entre ela e o
Danúbio, está a Vila Arquiepiscopal, assim chamada porque abriga o
clero e os comerciantes e artesãos que servem a Igreja. As receitas do
porto também pertencem à Igreja, e a justiça é feita de acordo com a lei
canônica para os moradores (e infratores da lei que entram) nesta
área. Por costume, se um fugitivo chega ao limite do distrito, ele é
considerado sob a proteção da Igreja e pode seguir sem impedimentos
para a catedral, onde pode pedir refúgio. Essas pessoas podem ser
obrigadas a servir a Igreja ou devolvidas às autoridades civis a critério
do arcebispo.
Os moradores da cidade são imunes à lei cívica, mesmo se forem
pegos cometendo um crime em outro lugar da cidade; são entregues à
Igreja e onde muitas vezes recebem punições mais severas do que
receberiam sob a lei cívica.
Neste distrito está a Igreja da Madalena, a fortaleza de Geza
Arpad, Príncipe Cainita de Esztergom. Muitos homens santos estão
enterrados nas catacumbas abaixo da igreja. Desconhecido pelo
arcebispo mortal de Esztergom, Geza realiza rituais profanos na igreja
e nas catacumbas, corrompendo a área e dedicando-a a Kupala.
O povo e a comitiva do rei vivem em Royal Town, um extenso
território no centro da cidade, logo após a área pantanosa abaixo da
Colina do Castelo. O principal mercado de Esztergom encontra-se
em Royal Town, assim como o principal porto. As receitas da
alfândega vão para o rei. A Igreja Paroquial de São Lourenço marca o
limite norte da Cidade Real, enquanto o assentamento judaico fica
ao sul.
Oriental Hungria:
Transilvânia
Os confins mais orientais da Hungria são conhecidos como
Transilvânia.
Entre o rio Prut, a leste, o rio Tisza, a oeste, e o Danúbio, ao sul, ficam
mais de 39.000 milhas quadradas de terra. Nesta região estão exuberantes
florestas silvestres, majestosas cadeias de montanhas e os muitos tirsas,
knezates e domínios da Transilvânia. Muitas culturas prosperaram e
morreramnestaregião,redefinindooslimitesdestaterranoprocesso,mas
a beleza sombria da Transilvânia perdura.
Enquanto as fronteiras da Transilvânia mudam, as montanhas que
as cercam não mudam. Ao sul estão os Alpes da Transilvânia, as
Montanhas Bihor estão no noroeste e os Carpathians estão no nordeste.
Os Alpes da Transilvânia são muitas vezes referidos como os Cárpatos do
Sul.
Estas três cadeias de montanhas circundam a Bacia dos Cárpatos e
servem de grande ajuda à sua defesa. Várias passagens naturais levam os
viajantes pelas montanhas. Durante todo o ano, em tempos de paz, os
comerciantes passam por eles. Quando as hostilidades estão suspensas,
ovelhas e outros animais pastam enquanto são conduzidos através das
montanhas. Os desfiladeiros tornam-se rotas de invasão em tempos de
guerra e os senhores feudais os consideram cruciais na defesa do
Voivodato da Transilvânia.
41
 No nordeste está a passagem de Tihusa, conhecida como
passagem de Borgo na era medieval escura. Forma a fronteira
entre o Reino da Hungria e a Rússia. O território a leste será
conhecido como Bucovina séculos depois. A passagem de Oituz
é uma rota através dos Cárpatos ao longo da fronteira oriental da
Transilvânia, unindo a região com a área que mais tarde será
conhecida como Moldávia.
A rota mais acessível pelos Alpes da Transilvânia é através
do Red Tower Pass, ao sul. Este passe leva ao que um dia se
tornará a Valáquia.
Da planície de Tisza aos Cárpatos, a elevação varia de
planícies a altas montanhas. A cordilheira ocidental de
montanhas tem em média 3.000 pés, os moldávios orientais em
média 4.000 e os Alpes da Transilvânia do sul em média 5.000.
Os picos dessas montanhas não são totalmente proibitivos, mas
escondem belas pastagens alpinas.
Os Portões de Ferro estão localizados na fronteira sudoeste
da Transilvânia. Embora isso estabeleça a fronteira entre a
Hungria e a Romênia nos tempos modernos, toda a Transilvânia
faz parte do Reino da Hungria no século XII. A geografia de
outros países é bastante direta: ao norte dos Cárpatos ficam as
estepes russas, a Lituânia e a Polônia (quando se viaja de leste a
oeste); ao sul da Hungria está a Bulgária; A Rússia se estende para
o leste, assim como o Mar Negro.
Sob os imponentes picos dos Cárpatos estão colinas
ondulantes, vales verdejantes e várias bacias. Para complicar a
geografia, algumas regiões são referidas pelos nomes dessas
bacias, que vão desde o Birsa no sul até os Maramures no norte.
No oeste estão o Sibiu e Secas. Estes ajudam a guiar cinco rios que
correm das montanhas de leste para oeste: o Olt, Mures, Tirnave,
Cris e Somes. A maioria se junta ao rio Tisza e segue em direção
ao Danúbio.
Cidades da Transilvânia
Algumas aldeias foram fundadas nas ruínas de antigos
assentamentos romanos, mas a maioria das cidades está sendo
construída agora.
No entanto, centenas de pequenas aldeias e aldeias
pontilham o campo.
A maioria está a um dia de viagem um do outro.
As pessoas que ali vivem são camponeses, em sua maioria,
com vários artesãos necessários que fazem barris ou consertam
arados. Muitas aldeias são pequenas demais para sustentar um
padre, e o clero ortodoxo viaja de aldeia em aldeia para realizar
cultos. A maioria das pessoas é analfabeta e poucas têm
preocupações além de fazer seu trabalho e não entrar em conflito
com o temperamento do boiardo local.
Algumas das aldeias mais remotas, especialmente aquelas
mais próximas dos Cárpatos, são na verdade cidades ghoul,
cheias de vários membros das famílias fantasmas criadas pelos
Tzimisce para serem seus servos. Enquanto os moradores de tais
cidades podem abrigar Cainitas voluntariamente, eles também
podem tentar capturar ou matar estranhos na área,
considerando-os ameaças a seus mestres diabólicos.
Embora existam muitos assentamentos no território,
existem poucas cidades de grande porte. A maioria das aldeias
são pouco mais do que estradas de terra com algumas casas de
cada lado no final do século XII. (Felizmente, isso faz com que
integrá-los as crônicas são surpreendentemente fáceis.)
TRANSYLVANIA BY NIGHT
42
Há menos de uma dúzia de cidades de tamanho significativo, e
estas cresceram em grande parte por causa da influência dos
Cainitas.
As cidades da Transilvânia
Muitas das cidades da Transilvânia tomaram forma
recentemente e crescerão consideravelmente no próximo
século.
Sete deles foram reconstruídos sobre antigos sítios romanos
ou dácios por colonos saxões germânicos. Cada uma dessas
cidades forma a peça central de um domínio separado e está
nominalmente sob o controle de um príncipe Cainita. Nova
Arpad governou de Mediasch até seu sequestro; seu duplo,
Ruxandra, agora governa em seu lugar.
A maioria dos príncipes Cainitas aqui não tem poder aqui
por muito tempo. Qualquer pessoa com a temeridade de impor
ordem a um domínio imediatamente se torna um alvo para as
forças que ali atuam. Os Tzimisce matam príncipes afortunados;
aqueles que não têm tanta sorte são sequestrados e punidos por
suas transgressões. Os Tremere também estão ganhando
rapidamente o controle dos territórios ao sul, assim como os
Gangrel disputam o controle da selva ao redor das cidades que
desprezam. A competição por território é acirrada.
Os príncipes restantes começaram a consultar Zelios do Clã
Nosferatu para melhorar as defesas de suas cidades, e a crescente
população de colonos saxões que chegam do norte facilita a
tarefa de Zelios. Sete dessas cidades formarão um sistema de
defesas para a Transilvânia após a invasão dos mongóis em 1240.
As sete cidades serão conhecidas coletivamente como
Siebenburgen.
Príncipe Medieval Sombrio (1197)
Balgrad
‑‑
Klausenburg Mitru, Gangrel
Hermanstadt Marusca, Nosferatu
Schaasburg
‑‑
Kronstadt
‑‑
Mediasch Nova Arpad, Ventrue (atualmente
detida pelo impostor Ruxandra)
Bistritz Radu, Tzimisce
Embora a típica aldeia da Transilvânia tenha uma
população entre 30 e 200 mortais, cada uma dessas sete cidades
tem uma população que varia de 3.000 a 5.000. Para fins de
comparação, a Transilvânia como um todo contém cerca de
90.000 mortais no mundo Medieval Sombrio de 1197.
Ceoris
No alto dos Alpes da Transilvânia ergue-se a capela Tremere
de Ceoris (veja o Capítulo Seis para informações adicionais
sobre esta poderosa capela). Muitos na Transilvânia ouviram
rumores de uma “escola do diabo” onde feiticeiros negros
aprendem suas artes das trevas. Poucos, no entanto, sabem onde
tal escola pode estar localizada. Embora os Tremere tenham tido
várias capelas na Transilvânia, a guerra com os Tzimisce teve seu
preço.
Agora, apenas sua maior propriedade ainda existe - a temida
fortaleza conhecida como Ceoris.
 O Siebenburgen
O crescimento das cidades na Transilvânia é em grande parte o resultado dos colonos saxões e dos sombrios Cainitas
que apoiam seus esforços. Como os Siebenburgen são de origem alemã, eles podem ser uma fonte de alguma confusão:
algumas cidades têm um nome alemão e um romeno. Além disso, os nomes de algumas dessas cidades mudaram muitas
vezes nos últimos 800 anos. Tomamos um pequeno grau de liberdade com o crescimento dessas cidades, assumindo que
elas teriam sido povoadas mais rapidamente na Era Medieval das Trevas. Para os entusiastas que gostariam de buscar mais
pesquisas, a tabela a seguir será útil.
Outros nomes históricos
Bistritz Bistria

‑‑
Kronstadt Brasov

‑‑
Klausenburg Cluj Napoca Kolosvar, Cluj, Napoca

‑
Mediasch Medias

‑‑
Hermanstadt Sibiu

‑‑
Schaasburg Sighisoara Segesv
Balgrad Alba Iulia Weissenburg, Karlsburg
O crescimento mais rápido dessas cidades é em grande parte devido aos Condenados. Eles obtêm maiores rebanhos
para alimentação aumentando a população das cidades. Além disso, a fortificação dessas cidades é muito importante para
eles, especialmente com a crescente influência dos exércitos saqueadores. A fortificação do Siebenburgen era mínima em
nosso mundo antes da invasão mongol em 1241. Os desenvolvimentos nas fortificações evoluíram na mesma proporção
na Europa Medieval Negra, mas seu uso é um pouco mais extenso. Os governantes Ventrue da Hungria insistiram em
desenvolver essas cidades muito mais cedo na história da Transilvânia.
Nota do Narrador: Apenas quatro das cidades atualmente possuem príncipes; os outros três são contestados por
facções mesquinhas de oportunistas Ventrue, marionetes Tzimisce, saqueadores Gangrel e quaisquer outros Cainitas que
você gostaria de semear na região. Em outras palavras, essas áreas estão maduras para a colheita, e um círculo inteligente
poderia dar grandes passos para ganhar um feudo permanente em uma dessas cidades.

Política e religião Os habitantes locais, a maioria dos romenos que defendem a

Embora reconhecido como um estado soberano e parte da
comunidade cristã da Europa, apenas nos confins ocidentais da
Hungria prevalecem a civilização e o catolicismo. Suas porções
orientais, incluindo o território cada vez mais difícil da
Transilvânia, permanecem em um estado de quase paganismo.
Apesar dos recentes esforços de colonização de alemães em partes
da Transilvânia para construir cidades e trazer o catolicismo para
a região, a população romena (que afirma ser o povo dácio
original) se apega à ortodoxia – ou paganismo e heresia. Os
governantes tradicionais, que se autodenominam boiardos,
governam seu povo através do terror e da barbárie. As montanhas
dos Cárpatos geram contos cada vez mais supersticiosos de
lobisomens, vampyrs, fantasmas e magos negros travados em
batalhas antigas. Ao contrário de seus vizinhos em Buda-Pest ou
Esztergom, as pessoas do leste da Hungria parecem ter pouca
utilidade para a “civilização” que o governo do Ocidente
pretende trazer.
Vários governos governam as terras além da floresta, cada
um promovendo sua própria autoridade e autonomia. O
governo mortal é, na melhor das hipóteses, uma pretensão.
Reconhecer o direito divino do Reino da Hungria significa
aceitar sua versão de feudalismo. Isso é pouco mais do que o
direito de uma raça de reprimir e explorar outra no Oriente.
Em nenhum lugar a batalha entre o catolicismo ocidental e a
ortodoxia oriental é tão feroz quanto na Transilvânia. Temendo
a força dos boiardos da Transilvânia, o rei enviou Magyars e
colonos alemães na área para construir cidades comerciais e
reivindicar propriedades.
Ortodoxia – ou seguem práticas pagãs – receberam ordens para se
converterem ou entregarem suas terras aos magiares.
Soldados enviados com os magiares ocupantes cumpriram
esse decreto, tirando duramente famílias aterrorizadas de seus lares
ancestrais e forçando-os à servidão como servos nas propriedades
magiares recém-adquiridas. Alguns boiardos se recusaram,
retirando-se para fortalezas nas profundezas dos Cárpatos e
preparando-se para a guerra.
Cainitas na região são divididos ao longo das mesmas linhas.
Húngaros e Szeklers foram Abraçados pelos Demônios em
uma tentativa grosseira de tomar o poder. Essas “crianças bastardas”
são odiadas pelos Tzimisce romenos ainda mais do que as antigas
famílias de Tzimisce se odeiam, pois os Tzimisce romenos se veem
ameaçados por membros de seu próprio clã no coração de sua
fortaleza – a Transilvânia. Sempre um clã territorial e rebelde, a mais
recente onda de lutas deixou os Tzimisce potencialmente fracos
demais para lutar contra os Senhores das Sombras e o novato Clã
Tremere. A guerra se espalha por toda a Transilvânia durante as
horas escuras, uma guerra refletida pelas atrocidades diurnas
cometidas pelos peões humanos de cada lado.
Os ocidentais fizeram uma débil tentativa de estabelecer uma
rede de príncipes na Transilvânia. Como as cidades da região
dificilmente são suficientes para sustentar mais de dois ou três
vampiros, cada príncipe é reconhecido como o protetor de um
domínio.
Cada domínio recebe o nome de uma das principais cidades,
presentes ou passadas, ali encontradas.

43
 Castelos da Transilvânia
Em nosso mundo, havia muito poucos castelos na Transilvânia do século XII. Passarão alguns séculos até que Vlad
Tepes olhe dos parapeitos do Castelo de Bran enquanto vastos campos de seus inimigos se contorcem em agonia sobre
lanças. Até então, os Tzimisce terão que se contentar em torturar seus inimigos na privacidade de suas próprias casas e atrás
das modestas fortificações de seus castelos.
Os castelos que existiam na Europa Oriental do século XII eram muito simples, geralmente consistindo em pouco mais
do que um motte e um pátio. Para um jogo ambientado na romântica Transilvânia – o lar da nobreza Tzimisce, senhores
Ventrue e feiticeiros Tremere – seria reconhecidamente um jogo muito chato. Assim, tomamos mais algumas liberdades.
Na Era Medieval Sombria, a proliferação de castelos na Transilvânia está em voga ao longo dos séculos X e XI. Zelios, o
Mestre Maçom do Clã Nosferatu, é respeitado nos feudos dos Tzimisce. Ele supervisiona a construção de castelos de pedra, e
a assistência ocasional de um carniçal monstruoso torna essa tarefa muito mais fácil. Sete castelos foram construídos sob sua
orientação magistral ao longo do século passado. Apropriadamente, ele conhece as passagens secretas através de todos eles.
Assim, não é incomum que castelos de pedra elaborados sejam construídos na Europa Medieval Negra já no século X.
Reconhecemos plenamente o anacronismo e o endossamos para aprimorar as crônicas da Transilvânia.

Os Ventrue ocidentais estão ansiosos para reconhecer a

autoridade dos príncipes desses domínios e seu direito de fazer valer as
Seis Tradições.
Os Tzimisce pouco se importam com as formalidades dos
húngaros ocidentais. Esta é a terra deles — sempre foi e sempre será. Os
senhores feudais Tzimisce definem as fronteiras de seus feudos,
independentemente de onde esses príncipes (ou “knezi”) mantêm a
corte. Os metamorfosistas mantêm seus ritos e sacrificam quem
quiserem, independentemente da oposição dos monarcas Cainitas.
Eles não precisam ignorar os protestos dos príncipes porque,
simplesmente, eles não se importam.
Outras questões complicadas são os Gangrel e os Nosferatu da
região. Membros de ambos os clãs tendem a se aliar aos Tzimisce contra
os odiados Tremere, que capturam e usam Cainitas de todos os três clãs
em seus trabalhos mágicos e ritos estranhos. De fato, eles descobriram
recentemente que seus companheiros de clã estão sendo
transformados em escravos Gárgulas pelos Tremere. No entanto, os
Gangrel e os Nosferatu às vezes têm dificuldade em distinguir os
ciúmes, territórios e objetivos de um Tzimisce dos de outro.
Juntamente com a propensão dos Tzimisce para mudar de lado sempre
que o vento sopra de um novo quadrante, isso faz com que seu poder
combinado contra os Tremere seja muito menor do que poderia ser.
O clã Tremere está exercendo grande força contra os clãs
divididos da Transilvânia. Os Tremere Usurpadores são formidáveis e
sua unidade de clã lhes dá uma grande vantagem sobre senhores feudais
rebeldes e príncipes Cainitas amargos. Sua influência já se espalha pelos
territórios ao redor do sudoeste da Transilvânia, e os mais sábios
Cainitas correm para se proteger quando as Gárgulas patrulham.
Os Senhores das Sombras, que também podem desejar livrar a
área dos Tremere, estão focados em acabar com seus inimigos
ancestrais. Os Ventrue apóiam secretamente os Tremere com mão de
obra, dinheiro e favores políticos, vendo o clã dos magos como a melhor
ferramenta para livrá-los dos irritantes e incontroláveis Tzimisce. Os
Ravnos se movem pela área vendendo informações (geralmente uma
mistura de verdade e falsidade) para cada lado, contando falsas fortunas
e roubando o que não estiver pregado ou empalado. E por baixo de
tudo, o coração do demônio bate um ritmo de loucura e caos ao qual
todos dançam.
TRANSYLVANIA BY NIGHT
VBuda-Pest
ida diária
e Esztergom são ambos centros de comércio,
encruzilhadas para as mercadorias que sobem e descem o Danúbio.
Embora Esztergom tenha se tornado quase completamente
ocidentalizada, Buda-Pest permanece casada com muitos dos
problemas que estão surgindo no Oriente. Os cidadãos de Esztergom
desfrutam do privilégio de viver em uma cidade calma e bem
ordenada, semelhante a muitas na Alemanha. Eles olham
diretamente para o rei ou o arcebispo em busca de justiça. Embora o
rei visite ocasionalmente, Buda-Pest tem a sensação de uma cidade
fronteiriça, um assentamento à beira da verdadeira natureza selvagem
– a uma curta distância do terror e tumulto que mantém a
Transilvânia em suas garras.
A própria Transilvânia é um enigma. Alguns lugares do
território são oásis de calma onde pouco afeta as pessoas além da
mudança das estações. As pessoas nascem, trabalham, casam, criam
filhos e morrem, tudo dentro de alguns pequenos acres que
reconhecem como sua aldeia.
As pessoas de outras cidades lutam para sobreviver, amontoadas
com medo em casas gradeadas, ouvindo com pavor os gritos e gritos
do lado de fora, aterrorizadas demais para estender a mão para ajudar
seus amigos e vizinhos quando a noite cai. De dia, essas mesmas almas
miseráveis se movem ocas, como velhos fantasmas ou bonecas
quebradas, passando pelos movimentos, mas têm medo de ofender
um senhor poderoso ou atrair a atenção de uma pessoa de poder.
Esses camponeses permanecem sujos e esfarrapados, não porque
sejam muito incivilizados para saber melhor, mas para desviar a
atenção de si mesmos e de seus entes queridos. Muitos se apegam à fé
ortodoxa, acreditando fervorosamente que, se orarem o suficiente, o
horror um dia terminará.
Pessoas
A verdadeira história de uma cidade está nas pessoas que
podem ser encontradas dentro de seus muros – ou em seus
campos de batalha.
— Anonymus, Trabalhos em Andamento
A Hungria e a Transilvânia são barris de pólvora étnicas. Se
um personagem é saxão ou magiar, Szekler ou Vlach, pode
influenciar drasticamente as alianças e inimizades desse
personagem. Mesmo além do túmulo isso é verdade, pois os
Vlach Gangrel resistem selvagemente às incursões de Szekler
Ventrue, e o alemão Drang nach Osten rola implacavelmente
sobre as terras do Oriente.

44
Mortais
Anonymus, o Cronista: Um humilde escriba a serviço de
Bela III, Mestre P (popularmente conhecido como Anonymus) é o
observador por excelência. Vestido com um simples manto de
monge escuro, seu rosto sombreado pelo capuz do manto para
que ninguém possa vê-lo, ele se move por Buda-Pest, Esztergom e
até mesmo pelo território mais perigoso da Transilvânia,
narrando o que testemunha e ouve. Ele escreveu a primeira
história do povo húngaro, a Gesta Hungarorum. Ao escrever no
latim baixo (em vez do eclesiástico), Anonymus torna seu trabalho
acessível a todos os estudiosos, e não apenas aos clérigos.
Alguns Cainitas afirmam que ele escreve nessa língua porque
é sua língua materna, sussurrando que ele viveu desde que o
Império Romano subiu ao poder.
Como ele parece não temer nada, silenciosamente
emergindo de batalhas, cativeiro e outras situações de risco de vida
sereno e intacto, muitos Cainitas (e alguns mortais) sussurram
que ele é imortal – talvez o Judeu Errante. Pelo menos alguns
Cainitas acreditam que ele seja Caim. Como sua aura é tão
anônima quanto seu nome, ninguém pode dizer com certeza.
Bilal al-Hanbal: Este comerciante muçulmano possui uma
barraca nos arredores do Mercado Real de Pest. Uma vez por ano,
ele sai da cidade para fazer a perigosa jornada para o sul e leste,
onde adquire mercadorias e organiza caravanas para entregar
tudo o que ele não pode trazer pessoalmente. Bilal é um tipo
simpático e curioso que gosta de conversar com todos os clientes
que frequentam a sua banca. Embora mantenha sua fé
muçulmana, ele procura aprender tudo o que puder sobre o
cristianismo, “para conhecer e entender melhor seus vizinhos”,
diz ele. Muitos cidadãos de Buda-Pest acreditam que ele é um
espião; alguns dizem que ele é um assassino enviado para
assassinar seu rei.
A maioria das pessoas desconsidera essas histórias desde que
o rei Bela entrou na barraca do mercador e saiu ileso e de posse de
uma bela lâmina nova alguns anos atrás. Na verdade, Bilal é o
ghoul de Fariq, o Assamita. Ele lealmente cumpre as ordens de seu
mestre, incluindo fornecer a Geza Arpad potentes drogas
orientais que o Príncipe de Esztergom alimenta seu senhor,
Bulscu.
Delizbieta dos Olhos Escuros: Alguns anos atrás, um
pequeno grupo de pessoas de pele escura e cabelos escuros
vestidos com roupas de cores vivas entrou na cidade de Buda-Pest.
Muitas pessoas afirmaram que se pareciam com as representações
dos antigos egípcios mostradas em antigos pergaminhos.
Claramente diferente dos húngaros em roupas, fala e costumes, o
grupo vive em uma carroça na Cidade Nova, fora dos muros da
cidade. Um deles é um funileiro que trabalha no Mercado Real;
outros do grupo negociam cavalos no mercado de gado. No
entanto, uma jovem particularmente marcante, montou uma
pequena tenda no Mercado Real. Lá ela conta a sorte e prevê o
futuro para qualquer um que lhe dê um presente de prata. Há
rumores de que aqueles que perderam algo valioso, e que estão
dispostos a pagar para tê-lo de volta, podem ir a Delizbieta e contar
a ela sobre o item perdido. Se “Deus está com ela”, ela pode
“encontrar” o item e devolvê-lo ao seu dono – por um preço
acordado. Delizbieta é um dos kumpania (companheiros de
viagem) dos Ravnos que se autodenomina Izydor (o motivo pelo
qual muitos dos itens em questão estão “desaparecidos”).
Bulgária
Aquele que cai lutando para ser livre
nunca pode morrer: para ele o céu
e a terra, as árvores e os animais lamentarão,
para ele a canção do menestrel se elevará...
— Hristo Botyov, “Hadzhi Dimitur”
Delimitada ao norte pelo Danúbio e ao sul pela Grécia, a
Bulgária se destaca de seus vizinhos eslavos, separada deles pela
história, religião e reputação. Aqui, os voivodes Tzimisce se
envolvem em lutas internas brutais (de qual religião adotar para
qual facção política apoiar). A zona rural oferece um refúgio para
os Gangrel errantes e sustenta uma população considerável de
Senhores das Sombras, que se deliciam com a falta de unidade
demonstrada pela população Cainita da terra.
Sofia (Sérdica)
A terra ao redor de Sofia, a maior cidade da Bulgária, fica
no alto da planície de Sofia. As montanhas o cercam em quatro
lados: as montanhas dos Balcãs ao norte, a cordilheira de
Sredna Gora ao sul, os Lyulins a oeste e o pico de granito do
Monte Vitosha a sudoeste. Essas defesas naturais fornecem um
forte impedimento à invasão.
Colonizada pela tribo Serdi dos trácios em algum
momento durante o século VII aC, a cidade então conhecida
como Serdica caiu quatro séculos depois para os romanos, que a
cercaram em fortes muralhas e a tornaram a capital da Dácia
Interior. Assim fortificada, Sérdica tornou-se um elo vital ao
longo da estrada romana que se estendia entre Naisus, no mar
Adriático, e Constantinopla.
Sob Constantino, no século IV, a cidade (agora conhecida
como Triaditsa) prosperou como um importante centro
comercial.
Grandes partes da cidade foram destruídas quando os
hunos invadiram em 441, apenas para serem reconstruídas
quando o Império Bizantino mais uma vez assumiu o controle.
No século IX, os búlgaros espalharam sua influência para
abranger a região ao redor de Triaditsa, e a cidade foi
renomeada para Sredets. Sua localização novamente deu à
cidade um papel vital no Primeiro Império Búlgaro.
A reconquista subsequente pelos bizantinos em 1018 fez
pouco para diminuir a importância de Sredets (Triaditsa).
Recentemente reconquistada pelos vitoriosos irmãos Asen,
Sredets continua a ser um importante centro de comércio,
comércio e cultura.
Muitos moradores da cidade já começam a se referir a ela
como Sofia, a cidade da sabedoria.
es rição
D
c
Embora partes das paredes de pedra romanas originais
ainda cercam Sofia, elas foram reforçadas e fortificadas por
ocupantes bizantinos e búlgaros da cidade. Os rios Perlovets e
Vladaya, ambos facilmente transitáveis e pouco mais que riachos
largos, ladeiam a cidade, proporcionando fácil acesso à água - um
fator importante em tempos de cerco. Torres de vigia em
intervalos regulares ao longo das muralhas e em ambos os lados
do portão principal fornecem à guarnição local uma visão
dominante da planície circundante.
45
 O mercado
O centro da cidade é um grande mercado, onde os
camponeses que cultivam a fértil planície de Sofia vêm para
vender seus produtos e os artesãos e artesãos da cidade exibem
seus produtos. A população Cainita da cidade acompanha os
acontecimentos diários por meio de servos carniçais que
frequentam o mercado.
Castelo de Sérdica
Dominando o setor ocidental da cidade, ergue-se o Castelo
de Serdica, construído no topo da fortaleza romana original
durante o governo de Justiniano e mais tarde reconstruído após o
influxo dos búlgaros no século IX. Os níveis subterrâneos do
castelo servem como casa do Príncipe Lasombra de Sofia, Basílio,
o Velho. O castelo é a residência de Andras Tibor, cunhado de
Pedro e Ivan Asen. Premiado com o título de “Protetor de
Sérdica”, Andras espera em particular que seus ambiciosos
parentes o elevem a um status mais real assim que conseguirem
estabelecer um novo Império Búlgaro.
Santa Sofia
A Igreja de Santa Sofia, que fica perto da muralha oriental da
cidade, simboliza a influência bizantina do capi da Bulgária - tal.
Erguida no final do século VI dC, durante o reinado do imperador
Justiniano, Santa Sofia (ou “Bem-aventurada Sabedoria”) é uma
basílica de três naves em forma de cruz, com uma elaborada cúpula
para marcar a interseção. Construída com tijolos marrons dispostos
em padrões intrincados que dão à igreja uma sensação de
profundidade e riqueza de textura, a igreja repousa sobre as fundações
de um antecessor ainda mais antigo destruído pelos hunos no século
V. Perto da igreja ergue-se uma elaborada villa românica que é a
residência do Arcebispo de Serdica, Brencis Vidor, um clérigo amargo
que aspira a restaurar o título de Patriarca à posição que ocupa.
Rotunda de São Jorge
A Rotunda de São Jorge, do século IV, originalmente
abrigava um templo romano. A partir do século VIII, artistas
locais começaram a decorar suas paredes internas e teto com
afrescos, que formam um ato contínuo de devoção por parte dos
fiéis da cidade (e seus ricos patronos).
Salão do Conselho
Entre a igreja e o castelo, com vista para o mercado, fica o Salão
do Conselho, construído no local do antigo bulefteris romano.
Andras, o Protetor, realiza audiências diárias aqui com os
cidadãos mais importantes da cidade e se reúne com seu conselho
de conselheiros uma vez por semana. No primeiro dia de cada mês,
o Conselho Protetor está aberto a todos os moradores da cidade,
por mais insignificantes que sejam. Andras então ouve queixas e
emite julgamentos sobre disputas menores.
O Salão do Conselho também serve como a corte noturna do
príncipe Cainita da cidade e seu conselho consultivo.
Banhos Minerais
Located throughout the city are a number of thermal and
cold baths, which take advantage of the underground mineral
springs found within the confines of the city. Part of the city’s
Roman heritage, these baths (like the marketplace)
TRANSYLVANIA BY NIGHT

46
servem como locais de encontro para os cidadãos, muitos dos
quais preservaram o antigo costume romano de tomar banho
regularmente - uma prática que caiu em desuso há muito tempo
em grande parte da Europa Ocidental. As nascentes também
proporcionam aos banhistas vantagens terapêuticas. Entradas
separadas e câmaras de banho permitem que as mulheres
também participem da vida da casa de banho.
A Casa da Águia, a mais luxuosa destas termas, ocupa um
sumptuoso edifício de estilo romano a norte da Casa do
Conselho. Os moradores mais ricos de Sofia/Serdica vêm a este
estabelecimento luxuosamente apetrechado para fofocar,
socializar informalmente e mergulhar nas suas águas salubres.
Desconhecido para eles, o proprietário dos banhos - um
homem corpulento e insinuante conhecido como Jorgi, o Urso -
é o servo carniçal do Lasombra Basilio, o Velho, que
ocasionalmente reside na vila adjacente e é atendido por servos
carniçais.
A casa de banhos e a villa estão decoradas com mosaicos
elaborados com temas romanos.
A Casa da Mãe Eterna, outro banho mineral localizado na
parte sudoeste da cidade, abriga na verdade um templo pagão,
onde boa parte dos moradores da cidade, apesar de prestarem
fidelidade nominal à Igreja, ainda praticam ritos para
homenagear os antigos Deuses. Em tempos de fartura, aqui são
feitos sacrifícios de vinho, pão, óleos finos e aromas; quando os
maus tempos ameaçam, oferendas mais sombrias são feitas,
como a virgindade de uma jovem donzela ou o sangue de um
recém-nascido.
Igreja da Santa Luz
Ironicamente, outra seita secreta ocupa um edifício indefinido
não muito longe do templo pagão. Conhecida por seus seguidores
como a Igreja da Santa Luz, esta estrutura não-igreja abriga um
pequeno, mas fervoroso ramo da heresia búlgara Bogomil. Liderados
por um padre carismático, padre Patryn, os fiéis que aqui cultuam
percebem plenamente até que ponto a luz e as trevas estão em guerra
nos confins da cidade. Alguns suspeitam da verdadeira natureza dos
Cainitas que andam pelas ruas da cidade à noite, mas não ousam
revelar seu conhecimento para que não tragam perseguição sobre si
mesmos.
Padre Patryn guarda um segredo ainda mais próximo – a
presença de um dos servos do Deus das Trevas em uma cripta bem
abaixo da igreja.
Outros sites
Numerosas pousadas e tavernas pontilham a cidade,
proporcionando entretenimento noturno para os cidadãos e
oferecendo hospedagem e alimentação para os viajantes. O Sinal
da Asa e da Garra, localizado perto da Casa da Águia, atende os
moradores de classe alta, bem como visitantes de prestígio. No
extremo oposto da escala social, O Sinal das Facas Cruzadas
atende aos elementos menos escrupulosos da cidade - ladrões,
alcoólatras e trabalhadores comuns.
Logo dentro do portão sul da cidade, a Praça do Gado e seus
currais adjacentes hospedam um passeio anual de gado todo
outono. Pastores das terras vizinhas trazem seus principais
animais para Serdica para vender; durante este tempo, a
população da cidade aumenta para quase metade do seu
tamanho.
Alguns judeus residem em Serdica, restritos a uma pequena
parte da cidade desagradavelmente perto dos currais. Uma
pequena sinagoga atende às necessidades religiosas desta
comunidade mal tolerada.
.
Política e religião
A cidade de Sofia abriga tantas facções políticas e religiosas
divergentes quanto sua história conturbada pode indicar. De
longe, a maioria da população da cidade aguarda com expectativa a
eventual vitória do movimento de independência da Bulgária.
Uma parcela menor da cidadania, no entanto, teme que o
rompimento dos laços com Constantinopla abra a terra – e, em
particular, a cidade de Sérdica – a novas invasões dos turcos ou dos
magiares. Outros em Sofia favorecem o estabelecimento de laços
mais estreitos com os turcos, vendo-os como os inimigos naturais
de Constantinopla. Outros ainda acreditam que Sofia deveria
buscar alianças com a Hungria e a Romênia.
Basílio teme todos esses movimentos. Seu poder vem de seus
laços com Constantinopla, e ele está ciente de quão vulnerável ele é
neste território hostil. Seu medo de assassinato o torna
excessivamente paranóico, uma razão pela qual ele
frequentemente dorme na vila em vez de em seu lugar de descanso
habitual e mais conhecido.
A maioria dos cidadãos de Sofia subscreve o rito oriental da
Igreja, devido ao longo alcance de Constantinopla, mas existem
outras correntes religiosas dentro da cidade. A pequena população
judaica adora em silêncio, embora a fé judaica seja abertamente
reconhecida e tolerada no presente. Duas seitas secretas, uma pagã
e outra herege, também têm congregações em Sofia.
A antiga religião, honrando as antigas divindades, incluindo
os deuses das trevas e da luz, tem muitos seguidores, mesmo entre
alguns dos chamados cristãos bizantinos. Os hereges Bogomil,
embora ficassem horrorizados por serem associados aos pagãos,
também aceitam a dualidade de Deus e compartilham muitas das
mesmas crenças que os pagãos. Tanto pagãos quanto bogomilos
temem a descoberta pelas autoridades eclesiásticas em Sofia.
A Embora
vida na cidade
não seja uma cidade portuária, Sofia serve como foco
para os comerciantes terrestres entre a Europa Ocidental e o
Império Bizantino.
Também atua como um mercado para todos os tipos de
mercadorias na Bulgária. Durante as épocas dos festivais e nos dias
de festa, a cidade torna-se uma colmeia barulhenta de atividade, e
os problemas que cercam essa parte de um futuro império parecem
desaparecer no ar geral de celebração.
Outras vezes, um sentimento mais sombrio permeia a cidade,
pois aqueles cujas vidas dependem inteiramente dos caprichos de
seus governantes percebem o quão precária é sua existência.
Séculos de invasão, ocupação e rebelião imbuíram muitos
cidadãos de Sofia com uma atitude fatalista.
Sonhos de um Império Búlgaro são para aqueles que têm
tempo para imaginá-los.
O mercado da cidade se enche de fornecedores de todos os
tipos de mercadorias e produtos durante o dia. Os importadores
de mercadorias de Constantinopla e até da Turquia fazem um
próspero negócio entre os ricos, mas os verdadeiros clientes
chegam à noite depois que a maioria dos vendedores fecha suas
lojas e busca a segurança de suas casas ou o convívio de uma taverna
bem iluminada.
Após o pôr do sol, a maioria dos negócios da cidade fecha e
tranca suas portas. Apenas as estalagens e banhos permanecem
abertos no final da noite e, mesmo assim, seus proprietários
caminham silenciosamente em torno dos poucos indivíduos que
permanecem até o anoitecer. Em certas noites, algumas lojas e
barracas permanecem abertas, seus donos sabendo que receberão
um visitante importante com dinheiro para gastar e gostos
particulares para satisfazer.
47

A Heresia Bogomil :
Paganismo cristianizado
Importada para a Bulgária perto do final do século X
pelo imperador John Tzimisces, a variante cristã
conhecida como bogomilismo ou heresia bogomil atraiu
muitos seguidores entre a população da Bulgária.
Como os pagãos que adoravam deuses das trevas e
da luz, os bogomilos acreditavam que Satanás, como o
filho mais velho de Deus, era o criador do mundo; Jesus,
o filho mais novo de Deus, foi enviado para salvar o
mundo de seu “mal” criador. Evitando a maioria das
formas ortodoxas de adoração e a maior parte da Bíblia
como sendo dirigida ao filho “escuro” de Deus, eles
adotaram formas ascéticas de adoração, jejum e
castidade. Eles também pregavam evitar a maioria dos
prazeres mundanos. Seus extremos de crença e prática os
colocaram sob a censura da Igreja e lhes deram o rótulo de
hereges. O bogomilismo atraiu grande parte do
campesinato búlgaro, oferecendo-lhes uma alternativa à
fé bizantina que simbolizava a opressão de
Constantinopla. Diante da perseguição de uma Igreja
que os declarou anátema, muitos Bogomilos
encontraram a morte como mártires e suas crenças
desapareceram da Europa Oriental no século XIII. Seu
cristianismo dualista, no entanto, se espalhou para o
Ocidente, ressurgindo entre os crentes que se
autodenominavam albigenses ou cátaros.
Aqueles poucos mortais que encontraram os Cainitas da cidade
sabem em seus corações que o Deus das Trevas existe.
Pessoas
A população mortal de Serdica enfrenta um futuro
incerto. A perspectiva de liberdade iminente de
Constantinopla traz consigo a assustadora realidade de estar
sozinho contra seus outros inimigos: as tribos hostis da Rússia,
o ambicioso Império Alemão e a crescente ameaça dos turcos.
Aqueles que não estão preocupados com esses assuntos se
preocupam com o estado de suas almas. Apenas alguns
percebem quão pouco controle eles têm sobre assuntos
temporais e espirituais.
Como os mortais, os Cainitas de Sofia se preocupam
extensivamente com seu futuro político. A liberdade do
domínio dos poderosos Cainitas de Constantinopla pode
muito bem colocá-los à mercê dos guerreiros Tzimisce voivodes,
tanto os da Bulgária quanto os Demônios estrangeiros da
Transilvânia. Isso também pode deixá-los vulneráveis ao
arrivista Tremere ou ao calculista Ventrue da Europa
Ocidental. Basilio joga com esses medos o melhor que pode,
lutando para atrasar a noite quando um nativo Tzimisce o
derruba.
Pelo menos um Cainita na cidade contempla mais do que
poder e vantagem, enquanto outro questiona sua capacidade de
cumprir um dever desagradável, mas honroso.
TRANSYLVANIA BY NIGHT
48
MORTAIS
Andras Tibor, Protetor de Serdica: Com quase 20 anos, o
Protetor de Serdica (ou Sofia) vinculou sua fortuna com a de seus
cunhados, Peter e Ivan Asen, os libertadores da Bulgária. Andras
Tibor projeta um ar de total confiança ao cumprir suas
responsabilidades como governante da maior cidade da Bulgária.
Particularmente, no entanto, ele se preocupa com as consequências
que sofrerá se os Asens falharem em sua rebelião. Para isso, ele está
acumulando um tesouro particular de valores contra a
possibilidade de ter que deixar a cidade de repente. Enquanto isso,
ele encorajou o crescimento de sua cidade, esperando que um dia se
tornasse a capital de um Império Búlgaro.
Andras começou a suspeitar que os sons estranhos que às vezes
ouve tarde da noite em seu palácio podem ser mais do que o vento
soprando pelas câmaras inferiores. Ele muitas vezes sente como se
alguém – ou alguma coisa – o estivesse observando e sussurrando
sugestões nas horas antes do amanhecer.
Brencis Vidor, Patriarca em Espera: No início dos seus 50
anos, o Arcebispo Vidor simboliza a amargura de seu povo.
Apesar de sua devoção à Igreja, ele se ressente do rebaixamento
do antigo patriarcado da Bulgária a um mero arcebispado. Ele
espera que, se a Bulgária conseguir livrar-se das rédeas de
Constantinopla, o novo Império Búlgaro recupere o direito ao
patriarcado, com ele como Patriarca da Igreja Búlgara. Ele está
considerando iniciar uma busca conjunta por hereges, apóstatas,
blasfemos e pagãos, acreditando que purgar a Bulgária de todos os
incrédulos (incluindo judeus) provará sua dignidade para ascender
na hierarquia dos fiéis.
Padre Patryn, Guardião dos Purificados: Um homem
austero em seus 30 e poucos anos, Padre Patryn lidera seu rebanho
de cristãos Bogomil por seu exemplo. Dado a longos jejuns e muitas
formas de abnegação, o padre Patryn se esforça para levar uma vida
perfeita, rejeitando o mundo e todas as suas tentações e se apegando
apenas ao espiritual. Se pudesse viver de ar, o faria, considerando até
mesmo o ato de comer ou beber um pecado (ainda que menor).
O Deus das Trevas é muito real para ele, pois uma das filhas do
Maligno pediu-lhe santuário e perdão, que ele concedeu, mas agora
ele se pergunta se ele se entregou à condenação. Embora Patryn
tenha aprendido muito com Amalia sobre as criaturas que se
chamam Cainitas, ele teme ter comprado esse conhecimento a um
custo muito alto. Para este fim, Patryn recentemente a convenceu de
que a salvação de ambos depende de salvar outros Cainitas da
condenação – por qualquer meio possível. Se isso envolve colocar os
impenitentes ao sol para que suas almas possam ser purificadas, que
assim seja.
Jorgi, o Urso, Proprietário da Casa da Águia: O pai de Jorgi e
seu pai antes dele administravam os prestigiosos banhos
conhecidos como a Casa da Águia. Depois que os Asens começaram
sua guerra contra Constantinopla dez anos atrás, Jorgi encontrou
um estrangeiro encantador que lhe ofereceu longa vida em troca do
simples ato de beber o sangue do estranho.
Agora, Jorgi serve o Príncipe Cainita de Sofia, Basílio, o Velho,
com todo o seu coração. Embora não compreenda o status preciso
de seu mestre, ele percebe que é seu dever ouvir atentamente tudo o
que se passa na “privacidade” dos banhos e relatar o que ouve ao
Senhor Basílio.
Lituânia
As terras pagãs da Lituânia se estendem ao longo da região do
Mar Báltico. A região consiste em florestas, pântanos e outras
áreas selvagens. As pessoas e a terra estão repletas de resquícios dos
antigos costumes, e é sábio mostrar respeito pelos habitantes mais
velhos da terra na Lituânia.
Práticas religiosas pagãs
Muitos relatos de práticas pagãs na Lituânia são distorcidos por
causa da diversidade de crenças pagãs lituanas no século XII. No
entanto, algumas generalizações podem ser feitas. Para começar,
muitos lituanos veneravam uma santíssima trindade de divindades.
Andai (ou Andojas) governava os céus; Perkunas, semelhante ao
deus eslavo Perunas, era um deus do trovão; Telieval (ou Kalevelis)
aliou-se ao Trovão contra o reino do Céu. As interpretações de
muitas lendas antigas variam muito de uma região para outra.
Perkunas, por exemplo, foi condenado por algumas tribos com a
mesma frequência que foi elogiado por outras.
O animismo era uma parte forte da religião lituana, e muitos
pagãos consideravam os antigos espíritos da Terra bastante sábios.
Sacrifícios de colheita e pedras sagradas eram usados para
encorajar a prosperidade entre os agricultores. Se os bosques e as
árvores eram considerados deuses é discutível, mas eles eram
definitivamente vistos como sagrados. Alguns eram vigiados para
não serem profanados.
Existe mais de uma história de um padre cristão que acampou
ou, pior ainda, fez planos para construir uma igreja em um bosque
sagrado e foi morto por sua tolice. O termo “alka” é usado para
descrever um bosque que é sagrado o suficiente para rituais, ou uma
colina onde o sacrifício é praticado.
A comunhão com o mundo natural e a reverência pela
mudança das estações eram, é claro, partes importantes da fé
lituana. A verdade foi encontrada no mundo natural.
O comportamento de certos animais pode ser usado para
interpretar a vontade dos deuses em muitas regiões. Por exemplo,
uma variedade de cobra verde, a zaltys, não deveria ser prejudicada
por causa de suas exibições de bons ou maus presságios. De maneira
semelhante, os porcos eram simbolicamente associados ao
submundo, e o cavalo era consagrado por seu papel de servo dos
deuses.
Homens santos viviam em lugares remotos na natureza. Suas
mansões no deserto, chamadas sacrae villae, eram usadas como
locais de refúgio durante as guerras e como centros de atividade
religiosa em tempos de paz.
Um tipo importante de homem santo era o blutekirl, o
sacerdote do sacrifício. Em tempos apropriados, o sacrifício de
animais poderia ser usado como oferenda aos deuses para garantir a
vitória. Embora raro, também era possível sacrificar humanos em
circunstâncias mais extremas.
Os costumes funerários dizem muito sobre uma cultura, e o
fato de a Lituânia ter uma variedade tão grande deles revela a
diversidade da região. Com o tempo, no entanto, a cremação por
meio de uma pira funerária tornou-se o costume mais comum de
enterro. Em alguns casos, um homem respeitado seria cremado com
seus cavalos ou itens que seriam úteis na vida após a morte. Embora a
inumação fosse preferida em outras áreas, é revelador que, no século
13, os apóstatas pagãos exumavam seus entes queridos de túmulos
cristãos e os entregavam reverentemente à pira para salvar suas
almas.
O Sobrenatural na Lituânia
Uma das lendas mais curiosas sobre o paganismo lituano não
vem de dentro dele, mas de fora. Os ocidentais estavam certos de
que o país tinha alguma variedade de “papa pagão” escondido de
forasteiros, uma figura de proa que trouxe unidade aos cultos
pagãos. Pela interpretação deles, um homem chamado Krivê, que
supostamente era reverenciado tanto quanto os católicos
ocidentais reverenciavam seu papa, presidiu a corte em um lugar
conhecido como Romuva. Inúmeras histórias apoiaram essa
ideia, especialmente após a década de 1320, incluindo o já
mencionado relato de Pedro de Dusburgo.
Embora essa ideia nunca tenha sido fundamentada em nosso
mundo, há algum grau de verdade por trás do boato na era
Medieval das Trevas.
Há um Krivê por trás das extensas religiões da Lituânia, mas
não em um lugar que os mortais ousariam procurar.
Os Cainitas da Lituânia não são tão desejosos de poder feudal
ou vastos rebanhos. Em vez disso, o Krivê é um rei morto-vivo
supervisionando muitos dos assuntos espirituais da noite.
Enquanto o mundo sobrenatural está escondido dos olhos
mortais em muitas das chamadas nações “civilizadas”, há pouca
necessidade de tal pretensão em uma terra onde a crença na magia
é tão forte.
Embora longe de serem flagrantes, os cainitas lituanos não
evitam ativamente os sacerdotes mortais que buscam sua
sabedoria, nem são evitados pelo medo religioso dos ocidentais.
Cada uma das principais regiões da Lituânia tem seu próprio
“Sumo Sacerdote” Cainita para supervisionar as preocupações
sobrenaturais, e cada uma, por sua vez, envia emissários e
mensageiros aos Krivê. Quando ele está seguro dentro de sua
sacrae villae, ele é um pouco mais difícil de pedir, e com razão. As
várias facções sobrenaturais deste país são mais abertas sobre
cooperação, e, de fato, o Krivê é muitas vezes intimamente
familiarizado com a corte das fadas, cujas discussões são
frequentemente realizadas em reinos que os magos herméticos
conhecem como regio - lugares escondidos que são difíceis para os
ignorantes entrarem. Embora não haja um local definido
chamado Romuva, o Krivê sempre estabelece sua aldeia sagrada
não muito longe de um reino das fadas.
Foi documentado que muitos pagãos lituanos têm uma
crença aberta em criaturas como vampiros, metamorfos e fadas.
Como tal, eles tendem a ser mais esclarecidos sobre como abordar
melhor essas criaturas. A crença em viagens astrais também é
comum, e o Krivê pode optar por supervisionar suas terras por esse
meio.
Os lobisomens na Lituânia são extremamente dedicados aos
bosques e colinas sagrados de suas terras natais, e sua defesa galante
de tais lugares é uma das razões pelas quais esses caerns e vales
permanecerão imaculados até o século XVII. Os magos da
Lituânia detêm grande poder, e muitos deles têm uma inclinação
particularmente naturalista. Magos xamânicos e os membros de
uma pequena, porém devotada, ordem de metamorfos conhecida
como Bjornaer são predominantes aqui.
Quanto aos domínios das aparições, o véu que separa o
mundo dos vivos do mundo dos mortos é mais fino aqui, pois o
medo da morte não é tão forte quanto em muitos lugares da
Europa Ocidental. Os pagãos desta terra já estão familiarizados
com o costume de preparar itens (isto é, relíquias potenciais) que
podem ser úteis na vida após a morte.
49
 Segundo alguns relatos, o Krivê pode ver presságios a
respeito do falecido; por tradição, alguns pagãos, muitos
vampiros e fadas acham mais fácil conversar com as terras dos
mortos durante os rituais de Samhain.
As fadas da Lituânia são talvez as criaturas mais perigosas
de todas; os mortais seriam sábios em pisar com cuidado em
áreas onde os fae são fortes. Mesmo para os padrões lituanos,
sua cultura é difícil de entender, e as paixões são fortes entre
eles. O próprio Krivê vampírico deve se curvar diante da
vontade das fadas.
Os cainitas lituanos se importam pouco com poder ou
privilégio. Se o fizessem, poderiam encontrar oportunidades
muito melhores no Ocidente ou no Oriente. A Lituânia
continua sendo um paraíso isolacionista, como será por
séculos. Normalmente, muito menos clãs são representados
aqui. De um modo geral, os Gangrel cuidam da preservação do
alki e de outros lugares naturais, enquanto os Nosferatu
comungam com o povo inferior. Antigos Tzimisce e
Malkavianos são os governantes vampíricos mais notáveis da
Lituânia.
Nesta terra, os Malkavianos não são tão perturbados pela
insanidade. Existem várias explicações para isso. Um deles, os
Malkavianos lituanos, têm um medo mortal do demônio
Kupala, o senhor da corrupção, e têm trabalhado ativamente
para impedir que seus servos espirituais se espalhem nesses
domínios. Como seria de esperar, os Cainitas Ocidentais
consideram esse fanatismo uma típica ilusão pagã, e os
Cainitas que se aliam aos invasores cristãos são muitas vezes
uma ameaça muito mais séria do que imaginam. À medida que
os cainitas pagãos são mortos, a terra é manchada pela
corrupção dos filhos de Kupala. Os Malkavianos da Lituânia
irão gradualmente sucumbir à sanidade como resultado,
eventualmente colapsando a estrutura política Cainita da
nação.
Rússia Kiev
de
As capitais são abaladas com trovões
De oradores em rixas prolixas.
Mas nas profundezas da Rússia, além
Um silêncio terrível e antigo paira sobre ele.
Apenas o vento nos salgueiros à beira do caminho,
Indo e vindo, não cessa.
— Nickolai Nekrasov, “As capitais são abaladas”
Rússia de Kiev ocupa a terra do Báltico ao Mar Negro e
da Transcarpácia ao rio Volga.
Esta vasta área contém centenas de pequenos povoados e
principados menores, dezenas de cidades e vários tipos de
terrenos. Quando visto em um mapa moderno da Europa, o
território reivindicado por Kievan Rus (correspondente
aproximadamente à atual Ucrânia) é o centro geográfico da
Europa. Abençoado com centenas de riachos, quatro
grandes rios (incluindo o Dnieper, que é o terceiro maior rio
da Europa) e ligações ao Danúbio, ao Mar Báltico e ao Mar
Negro, o Kievan Rus ocupa uma posição única em que o
comércio floresceu por séculos. O campo possui campos,
prados, colinas onduladas com florestas profundas e verdes,
montanhas e vales que ganham vida com flores silvestres após
o degelo do inverno.
TRANSYLVANIA BY NIGHT
50
Florestas densas são o lar de veados, alces e faisões, e os
Cárpatos abrigam uma infinidade de cachoeiras cristalinas. O
clima é temperado (ao contrário da maioria da Rússia) e
agradável. Vastas estepes e terra preta e fértil fazem de Kievan
Rus um oásis agrícola. Sua principal cidade foi Kiev durante a
maior parte de sua existência como estado. Essa honra agora
passou para Novgorod.
“ olden iev”
G
K
Construída na área arborizada que se eleva acima da
margem oeste do rio Dnieper, Kiev é uma das cidades mais
antigas da Europa. Anteriormente chamada de "Kieve
Dourada", as fortificações da cidade incluíam a chamada Porta
Dourada, a principal porta de entrada para a cidade durante o
governo de Yaroslav. O passado glorioso de Kiev é desmentido
por seu atual estado de desordem. Recuperando-se de seu saque
em 1169, Kiev está começando apenas agora a voltar à vida.
A cidade é dividida em três distritos principais. A Cidade
Velha ou Cidade Alta está concentrada perto do extremo norte
da colina, centrada na Catedral de Santa Sofia. O distrito
comercial, historicamente ocupado pelo bairro dos mercadores
e pelo porto fluvial, situa-se a norte da cidade velha e abaixo dela
ao longo do fundo de um vale. Chamado Podil ou Cidade Baixa,
abriga a praça principal da cidade. Pechersk, o centro eclesiástico
e local do Mosteiro das Cavernas, corre para sudeste ao longo de
uma cordilheira ao sul de Kiev.
Do outro lado do rio, na margem leste, há uma série de ilhas
arborizadas. Os Gangrel errantes e os Nosferatu ocasionalmente
os usam como refúgios e locais de preparação para invasões.
Cidade Alta
Apenas algumas das belas casas e palácios que uma vez
enfeitaram a Cidade Alta permanecem. Esta cidade na colina já
foi a área residencial da nobreza de Kiev e dos oficiais da igreja. A
maioria das estruturas de madeira foi queimada durante o saque
da cidade pelo príncipe de Suzdal. Entre os escombros, pode-se
encontrar um poste lindamente esculpido ou uma parte colorida
de uma cadeira. A maioria há muito foi transportada para uso
como lenha. Os restos eviscerados permanecem como lembretes
sombrios da selvageria que destruiu a beleza e a cultura de Kiev.
Alguns edifícios permanecem quase intocados, protegidos
pela fé ou pela fortuna. Algumas casas de pedra também
permanecem; a maioria deles foi reivindicada por
remanescentes das famílias que viveram no interior, por aqueles
que procuram elevar-se além da servidão (principalmente
fugitivos de propriedades próximas a Novgorod), ou por
bandidos e criminosos que encontram a solidão da quase deserta
Cidade Alta ao seu lado. gosto. Os destroços que sobraram
foram usados na construção de casebres, que são usados por
quaisquer vagabundos e transitórios que possam reivindicá-los.
Para ser franco, a Cidade Alta é um covil de ladrões e
assassinos. A morte espreita pelas ruas em ruínas, às vezes
procurando apenas um par de botas, uma capa quente ou um
odre de vinho. Os cainitas que não se importam em beber esse
vinho podem se saciar entre os despossuídos da Cidade Alta.
Catedral de Santa Sofia
A maior área intacta da Cidade Alta, a Catedral e o
Mosteiro de Santa Sofia, é a igreja mais antiga da cidade.
Construída entre 1017 e 1031 para homenagear a vitória do
príncipe Yaroslav sobre os pechenegues, recebeu o nome da
Catedral de Santa Sofia (Santa Sabedoria) em Constantinopla.
De estrutura bizantina, a igreja originalmente tinha uma nave
central e dois corredores laterais com absides semicirculares em
sua extremidade leste. Duas arcadas foram adicionadas ao norte
e duas ao sul no século 11, quase dobrando a largura da igreja.
Outro foi adicionado ao extremo oeste logo depois.
As paredes externas são construídas em tijolo rosa
estampado. O telhado tem 13 cúpulas (simbólicas de Cristo e
dos 12 apóstolos). No interior, a igreja é dominada por centenas
de mosaicos em estilo bizantino. Paredes e tetos abobadados
estão repletos de cores, brilhando com as toneladas de ouro e
prata usadas em sua construção. A mais notável das figuras é o
glorioso mosaico de Cristo Pantokrator (“todo governante”),
que ocupa a cúpula central. Padrões em pisos e altares por si só
chamariam a atenção de qualquer Toreador por um mês.
Antigamente, a Catedral de Santa Sofia também servia
como centro de cultura e aprendizado. A igreja abrigou a
primeira escola e biblioteca da cidade. A sua proximidade com o
Palácio Real (é adjacente) e a sua importância como sede do
metropolita (a figura religiosa mais importante de Kiev)
colocaram a igreja numa posição de anfitriã de todas as
cerimónias reais, incluindo a recepção de diplomatas, coroação
de reis e assinatura de tratados. Talvez por causa dessas funções
secundárias, a torre do portão sudoeste retrata atividades mais
seculares em seus afrescos, incluindo corridas de bigas, músicos
e cenas de caça.
Nenhum mortal em Kiev (exceto alguns padres que ainda
vivem aqui) pode explicar por que a igreja não foi saqueada
durante o saque de Kiev. A contenção dos soldados do Príncipe
de Suzdal só é compreensível se o papel de Darvag Grozny
(Darvag, o Incrível ou Terrível) for conhecido. Este
notoriamente pagão Tzimisce de Kiev uma vez se gabou de que
uma noite pessoalmente derrubaria a Catedral de Santa Sofia
“pedra por pedra, mosaico por mosaico” para mostrar aos
mortais lamentáveis como seu “novo” deus era patético.
Enfurecido que os mortais pudessem vencê-lo e destruir algo que
ele pensava ser “dele para destruir”, ele e seus ghouls cercaram a
igreja enquanto os homens do príncipe saqueavam Kiev,
destruindo qualquer tolo o suficiente para desafiá-lo. Depois de
dois desses incidentes, o resto aprendeu a manter distância.
Quando os sacerdotes agradecidos saíram da igreja para
agradecer a Darvag Grozny, ele cuspiu sangue neles e
desapareceu na aurora crescente. Ele ainda tem que cumprir seu
voto.
olden ate
G
G
Construído em 1037, o Golden Gate marcou o centro de
Kiev. Serviu como a principal porta de entrada para a cidade e
como uma torre de vigia. O portão ainda está de pé, de certa
forma. Feito de tijolo e pedra, o portão consiste em uma
passagem abobadada que passa por baixo de uma plataforma
onde ficam guardas. Também na plataforma está uma pequena
capela, a Igreja da Anunciação..
Conhecida como igreja-portão, a cúpula e as portas da estrutura
eram revestidas com chapas de cobre douradas. Esta matriz
dourada intermitente deu-lhe o seu nome. A entrada em arco de
Kiev, inspirada no Portão Dourado de Constantinopla, já serviu
para ancorar as fortificações da cidade. Muralhas quebradas ainda
se estendem para fora do portão. Um “príncipe ladrão”
ocasionalmente reivindicará a Cidade Alta e guarda guardas no
portão para cobrar pedágios e observar quem entra na cidade.
Cidade Baixa (Podil)
Uma rua sinuosa de paralelepípedos desce da Cidade Alta
até o Podil ou Cidade Baixa abaixo. A longa e íngreme rua
tradicionalmente abrigava artistas, pedreiros e pequenas
pousadas. Começando no sopé da colina Volodymyr (Vladimir),
a Cidade Baixa se estende ao norte ao longo das planícies do rio.
Uma das seções mais antigas da cidade, o Podil abriga os
poucos pescadores, comerciantes e artesãos que restam em Kiev.
Desde sua quase destruição, esta seção de Kiev tornou-se o refúgio
de piratas, ladrões, assassinos, mercenários e as pessoas que
gravitam em torno de sua empresa: prostitutas, proprietários de
caravanas que pouco se importam com onde obtêm seus bens e
escravistas. Pouco civilizado durante o dia, o Podil cai
inteiramente à mercê desses perigosos mortais após o anoitecer.
Praça Principal
Esta área aberta é central para o distrito e abriga caravanas,
bem como barracas e mesas de artesãos locais. O mercado fervilha
de atividade durante o dia, quando os artesãos vendem seus
artesanatos, os comerciantes fecham negócios, os agricultores
trazem seus produtos para vender e os pescadores leiloam suas
capturas pelo maior lance.
Alguns mendigos rastejam pelo mercado, tomando cuidado
para não esbarrar ou antagonizar qualquer um dos piratas ou
mercenários que cobram preços melhores daqueles que têm algo
para vender.
Depois de escurecer, o mercado atrai uma multidão diferente.
Pousadas de todos os lados do mercado vendem bebidas alcoólicas
para os mercenários e valentões que frequentam o mercado
noturno. Os leilões de escravos trazem compradores interessados
de lugares tão distantes quanto a Polônia e a Hungria. Mulheres e
rapazes também são leiloados pelo maior lance da noite. As
discussões se transformam em brigas à menor provocação. O povo
decente do Podil evita o mercado à noite a todo custo, para não
acabar também no leilão.
Igreja de São Cirilo
A noroeste da praça principal, a Igreja de São Cirilo ergue-se
acima de um quarteirão de prédios demolidos. A igreja foi
construída no século XII e encomendada pela esposa do príncipe
de Chernivhiv para se tornar a catedral de um mosteiro.
A construção cruciforme da igreja é a base para extensos
murais pintados.
Despojada de seu ouro e prata durante o saque de Kiev, a
igreja agora se contenta com substituições de madeira simples no
serviço. Extensas criptas, os locais de descanso da realeza, ficam
sob o edifício. Rumores sugerem que essas criptas podem abrigar
entidades profanas – fantasmas cujos locais de descanso foram
perturbados por saqueadores.
51
Porto fluvial
Logo além da praça principal fica o porto fluvial de Kiev.
Outrora um próspero centro mercantil cheio de mais navios do que
poderia atracar confortavelmente, o porto está agora quase tão
deserto quanto as partes periféricas da cidade devastada. Pescadores
atracam no porto e transportam suas capturas para a praça principal,
e ocasionalmente navios do rio acima chegam brevemente a Kiev,
mas seus dias de glória como centro de comércio no Dnieper
acabaram. As docas em si são negligenciadas, e o porteiro passa o
tempo dormindo sob os efeitos das bebedeiras da noite anterior.
Algumas embarcações bem conservadas atracam no porto. Esses
navios elegantes são sempre vigiados e pertencem aos piratas do rio
que assolam os outros portos ao longo do Dnieper, depois se retiram
para Kiev, onde os sem lei podem comemorar sem serem
incomodados.
O Sinal do Crânio
Esta grande pousada atende aos pobres de Kiev. É praticamente
o único lugar na cidade onde os viajantes podem obter uma refeição
decentemente cozida e uma cama, mas devem estar dispostos a pagar
preços exorbitantes. Além disso, aqueles sem guardas suficientes ou
poder óbvio o suficiente pode acordar após uma refeição drogada
para se encontrarem acorrentados em fila com outros
desafortunados e indo para uma vida de escravidão.
De propriedade e operada pela autodenominada “rainha de
Kiev”, uma mulher cruel e adorável chamada Galatia Karlanova, O
Sinal do Cranio atende a gostos exóticos. Qualquer coisa pode ser
obtida por um preço; drogas, bebida, ladrões, assassinos, escravos de
cama e escravos de sangue são apenas algumas das ofertas da pousada.
A própria Galatia é a serva fantasmagórica de Darvag Grozny, um
Tzimisce que reside em Kiev.
TRANSYLVANIA BY NIGHT
52
Fiend mantém um refúgio secreto abaixo dos porões da pousada.
Galatia reconhece os Cainitas quando os vê e pode brincar com
eles enquanto diz ao seu mestre que eles estão na cidade.
e hersk
P
c
Todo este distrito é entregue a uma série de mosteiros e
igrejas. Alguns campos são lavrados pelos monges, mas seu
principal suporte vem da confecção de ícones e da escrita e cópia
de crônicas históricas e religiosas.
Mosteiro das Cavernas
Construído em 1051, Pechersk Lavra (“mosteiro sênior das
cavernas”) foi o primeiro mosteiro de Kievan Rus. Há muito
tempo também é o centro religioso mais famoso da região.
Construído pelos monges, que cavavam celas para si nas cavernas
ao longo do cume e escavavam sob o rio, o mosteiro também
servia de local de descanso após a morte, com o corpo de cada
monge preservado e selado em sua cela ou em um nicho de
parede. As passagens subterrâneas que ligam as várias cavernas e
celas são baixas e estreitas; os viajantes têm a impressão de
estarem presos sob toneladas de rocha e terra. Partes do labirinto
estão alinhadas com os corpos mumificados dos monges,
fechando ainda mais o espaço.
Apesar dessas acomodações ásperas, o mosteiro floresceu.
No topo do cume acima das cavernas, a Catedral da Dormição foi
construída em 1073 e concluída em 1089. A segunda grande
igreja de inspiração bizantina de Kiev, sua fachada é lindamente
trabalhada com elaborados mosaicos e frisos.
 Depois que a Catedral da Dormição foi construída, as
cavernas se tornaram um complexo inteiro de igrejas, entre elas a
Catedral da Assunção, do século XI. A Igreja do Redentor de
Bere tovo, fora do complexo propriamente dito, foi construída
por ordem do príncipe Vladimir Monomakh (que se casou com
a filha do rei Harold da Inglaterra). Destinado a ser o local de
sepultamento dos príncipes de Kiev, contém o túmulo do filho
de Vladimir, Yuri Dolgoruki, fundador de Moscou.
Intocado pela loucura que prevaleceu quando a própria
Kiev foi demitida, o mosteiro continua sua rotina diária.
Um tesouro inteiro de ouro cita, embora exibido com
destaque como um dos tesouros da igreja, até agora não
conseguiu seduzir os piratas e outros escória que agora
frequentam Kiev – talvez porque a lenda diz que seu roubo
desencadearia uma poderosa maldição.
Política e religião
Kiev não tem influência ou agenda política em seu atual
estado. Não há nenhum tipo de príncipe em Kiev, seja Cainita
ou mortal.
Embora os mortos-vivos ocasionalmente passem pela
cidade a caminho de outros lugares, o único Cainita que
atualmente mora em Kiev é Darvag Grozny, que se importa
pouco com política ou títulos. Desde que ninguém mais
infrinja o que ele considera “seu”, ele se contenta em festejar
entre as ruínas de Kiev. Uma noite, ele diz a si mesmo, ele
emergirá de sua inação auto-imposta por tempo suficiente para
destruir Santa Sofia.
As igrejas que ainda permanecem em Kiev continuam
realizando cultos e defendendo a fé ortodoxa. Aqueles
incrédulos que atualmente estão em vantagem na cidade
destruída são ignorados desde que eles, por sua vez, não
perturbem a Igreja.
Enquanto os monges e sacerdotes, assim como o povo de
Kiev, sentem- se impotentes diante dos experientes
mercenários e piratas, se inspirados a lutar contra aquele povo
(talvez em resposta a ações contra uma das igrejas), eles
poderiam eventualmente superar o desagradável elemento
pelo simples peso dos números.
Alguns comerciantes esperam que, continuando o
comércio, possam restaurar Kiev a uma posição de destaque.
Eles tentam manter boas relações com caravanas do leste e do
oeste. Se há uma facção política em Kiev, são os comerciantes.
A vida na cidade
A vida para a maioria dos moradores continua como
sempre foi.
A principal diferença é que a cidade é muito mais pobre, as
mercadorias trazem muito menos dinheiro e muitos dos
ex-servos agora atuam como agricultores independentes. Pouco
resta da cultura e das riquezas que Kiev já se gabou. Uma vez
altamente educada, a maioria da população caiu no
analfabetismo. Poucos têm muito tempo de sobra na apreciação
da arte e da beleza; Os bons artesãos de Kiev foram vendidos
como escravos, ou mortos, ou há muito tempo gravitaram para
áreas mais ricas.
Ninguém está realmente no comando, embora vários grupos
de piratas e mercenários disputam a primeira posição em seus
distritos.
A ilegalidade reina; não há soldados para se proteger contra
roubo, assassinato ou estupro. A cidade inteira tem a sensação de
uma anarquia desenfreada que mais tarde infectará as cidades
piratas do Caribe.
A cidade raramente dorme. Os cidadãos mais honestos estão
no exterior durante o dia, tentando trabalhar e manter algum tipo
de vida normal. A noite pertence aos fortes. Uma vez que os
cordeiros estão deitados e tremendo atrás de portas trancadas,
qualquer pessoa no exterior deve ser capaz de se defender se quiser
andar livremente entre os leões.
Pessoas
A população mortal de Kiev é uma mistura curiosa. Alguns são
membros de famílias antigas que residem em Kiev há um século ou
mais. Muitos padres também retornaram às suas funções nas igrejas
da cidade; eles escaparam do ataque do Príncipe de Suzdal. Mais dos
moradores atuais só chegaram recentemente. Oportunistas
abundam em Kiev, cada um disposto a provar que é mais forte ou
mais astuto, e cada um procurando lucrar com a queda da cidade.
Cada lado disputa o controle, com a cidade se recuperando
gradualmente nas próximas décadas e retornando a uma aparência
de ordem – bem a tempo de sua destruição nas mãos dos mongóis.
Mortais
Padre Sergeyev: Este padre ortodoxo idoso atua como
metropolita da cidade, embora Kiev não tenha mais essa posição.
Ele estava presente na noite em que Darvag Grozny defendeu
Santa Sofia dos soldados do Príncipe de Suzdal. Quando tentou
agradecer ao herói que defendeu a igreja na noite escura do saque, o
padre Sergeyev descobriu que a catedral sagrada havia sido salva por
um monstro.
Desde então, ele mora na catedral e observa todas as noites para
ver se o “diabo” retornará. Ele passou longas horas em oração e
contemplação imaginando o que isso significa. Ele ainda precisa
determinar se acredita que a Igreja (e sua fé) agora está corrompida
ou se deve salvar a alma do monstro que Deus chamou para seu
serviço (mesmo que apenas por uma noite).
Galatia Karlanova, “Rainha de Kiev”: longos cabelos ruivos e
olhos azuis traem a ascendência varangiana da Galácia. Ela é a ghoul
de Darvag Grozny há mais de 60 anos, embora pareça ter pouco mais
de 20. Galatia é a proprietária do The Sign of the Skull, uma pousada
de má reputação onde qualquer um pode encontrar qualquer coisa -
por um preço. A maioria dos bandidos e piratas de Kiev acham sua
pousada muito útil e apoiam seu “reinado” como rainha. Eles
certamente a defenderiam de estranhos. Galatia é um dos favoritos
de Darvag, um animal de estimação que ele treinou para deleitar-se
em infligir dor mental e física aos outros. Ela é bastante inteligente e
uma atriz talentosa; a maioria dos Cainitas nunca saberia que ela não
queria dizer nada além de boa vontade. A Galácia se regozijaria com a
chance de ajudar Darvag a capturar Cainitas viajantes (através de
fornecer-lhes vasos drogados) e vê-los se contorcendo sob as
misericórdias de seu mestre.
53
TRANSYLVANIA BY NIGHT

54
 apítulo Quatro:
Os Cainitas da
Europa Oriental
É de admirar que sejamos uma raça conquistadora;
que estávamos orgulhosos; que quando os magiares, os
lombardos, os ávaros, os búlgaros ou os turcos
despejaram os seus milhares nas nossas fronteiras, nós
os expulsamos?
- Conde Drácula, Drácula de Bram Stoker
Embora muitos Cainitas inferiores tenham surgido
e desaparecido durante a turbulenta história da Europa
Oriental, vários vampiros poderosos permaneceram lá
ao longo dos séculos. Neste capítulo você encontrará
vampiros poderosos e seus filhos, motivadores não
vivos da própria história, que uma noite desprezarão os
príncipes idealistas da era moderna. Aqui estão
membros da maioria dos clãs, exceto os Tzimisce e
Tremere – os membros dessas sociedades são
detalhados nos Capítulos Cinco e Seis.
Algumas das naturezas e comportamentos desses
personagens são encontradas em The Vampire Players
Guide for Vampire: The Masquerade.

OS CAINITAS DA EUROPA ORIENTAL

THE CAINITES OF EASTERN EUROPE

55
55
 Onde estão os condenados :
Uma Listagem de Cainitas por Área
Como este livro cobre uma área tão ampla, os Cainitas nos três capítulos seguintes geralmente moram a
centenas de quilômetros um do outro. Embora tenhamos escolhido agrupar os vampiros da Europa
Oriental por clã e não por área, incluímos este guia detalhando quais Cainitas habitam quais áreas para que
você possa ver prontamente quem interage rotineiramente com quem.

Boêmia Nova Arpad, Ventrue

Os Cainitas de Praga: Os Tremere da Transilvânia (ver Capítulo Seis):
Ecaterinaa Sábia, Brujah Malgorzata
Garinol Cappadocius, Capadócio Celestyn, Mestre Bibliotecário de Ceoris
Josef Zvi, Nosferatu Virstania, Senhora das Gárgulas
Prince Rudolf Brandl, Ventrue Os Tzimisce da Transilvânia (ver Capítulo Cinco):
Ardan of Golden Lane, Tremere (ver Capítulo Seis) Yorak, Sumo Sacerdote da Catedral da Carne
Shaagra, Tzimisce Methuselah (ver Capítulo Cinco) Noriz, O Corruptor das Legiões
Radu, Príncipe do Domínio de Bistritz
Bulgária Marelle, Sculptor of Wolves
Os Cainitas de Sofia: Vladimir Rustovitch, Voivode entre Voivodes
Husayn al Fatin, Assamita
Amalia da Trácia, Capadócio Rússia de Kiev
Basilio o Velho, Lasombra Os Cainitas de Kiev:
Darvag Grozny (“O Terrível”), Tzimisce (ver
Hungria Capítulo Cinco)
Os Cainitas de Esztergom:
Liseta Iluminada, Lasombra Lituânia
Arianne, Toreador Os Cainitas das Terras Pagãs:
Adrojai, Malkavian
Geza Arpad, Príncipe de Esztergom, Ventrue
Os Cainitas de Buda-Pest: Polônia
Fariq, Assamita Os Cainitas de Cracóvia:
Octavio, Malkavian Kazimierz o Silencioso, Capadócio
Izydor Torenu, Ravnos Jolanta de Niepolomice, Gangrel
Vassily Taltos, Ravnos Gutka, a Rainha do Sal, Nosferatu
Bulscu, Ventrue Konrad von Aupfholm, Ventrue
Prince Vencel Rikard, Ventrue Claas Drescher, Tremere (ver Capítulo Seis)
Roland, Ventrue Prince Razkoljna, Tzimisce (ver Capítulo Cinco)
Os Cainitas da Transilvânia:
Dominic, Brujah
Andarilhos (sem morada fixa)
Arnulf, Gangrel
Mitru the Hunter, Gangrel
Lucita, Lasombra
Tiberiu, Gangrel
Anatole, Malkavian
Marusca, Nosferatu
Zelios, Nosferatu
Ruxandra, Nosferatu

TRANSYLVANIA BY NIGHT

56
Assamite
Fariq, Conspirador e Santo
Guerreiro
Antecedentes: Fariq não aceitou a fé muçulmana até muito tempo depois de sua morte.
Ele seguiu uma tribo primitiva que adorava o poder e a glória de Dagon no início da Mesopotâmia.
Ele alegremente participou de ritos cruéis e sacrifícios cruéis. Ele teria sido considerado
um criminoso da pior espécie em qualquer outra sociedade, mas seus talentos eram úteis para
os sacerdotes do deus mais velho. O fervor religioso de Fariq era tal que ele avidamente
capturava mulheres e crianças de outras tribos e as entregava aos sacerdotes para
sacrifício. Os homens santos de sua tribo tinham um forte domínio sobre ele.
Um antigo Assamita adorado por uma dessas tribos rivais perdeu vários de seus
carniçais mais preciosos para as maquinações de Fariq, e seu povo orou a ele por vingança.
Fariq poderia facilmente ter sido destruído pelo culto rival, mas o desonesto
Matusalém sabia o valor de voltar seu inimigo contra os sacerdotes de Dagon.
Fariq foi capturado pelos carniçais do Ancião, atraído para o Abraço e enviado
para agir contra sua própria tribo. Ele não serviria mais a Dagon; agora seus
crimes serviriam a um culto de Baal.
Fariq foi feito para praticar todos os tipos de horrores em nome do
Ancião. Completamente condicionado, ele teria alegremente, como
diz o ditado, “enfiado suas entranhas como cordas de harpa a Baal”.
Como agente da corrupção, ele sequestrou furtivamente inocentes
para saciar as luxúrias do Assamita Matusalém.
Fariq foi finalmente capturado por mortais e recebeu punição -
por seus crimes blasfemos. Homens da tribo chamuscaram partes de seu
corpo, mulheres chorosas o cobriram de pedras e sua forma aleijada foi
arrastada para uma cova para ser enterrada viva. Balbuciando de medo do
que aconteceria com ele, Fariq enfiou uma flecha de madeira em seu
próprio coração e obrigou-se a um estado de torpor que durou um milênio.
Fariq finalmente acordou 1000 anos depois, consumido pelo remorso.
Pesadelos de seus atos cruéis o atormentaram ao longo dos séculos.
Ele havia sido libertado do torpor pelos Assamitas que recuperaram
seu corpo, e tinha uma grande dívida com eles. O mundo havia mudado,
no entanto. Os antigos deuses estavam mortos e os Assamitas de seu novo
mundo falavam dos ensinamentos de Maomé. Através do Islã, Fariq
encontrou civilidade... e salvação. Reencontrar sua humanidade foi uma
tarefa árdua, mas os cinco pilares do Islã lhe mostraram o caminho.
Algumas coisas não haviam mudado. Mais uma vez, seus salvadores
falaram do mal de outra tribo. Eles protestaram sobre a ameaça dos cristãos.
Ele mais uma vez se tornaria uma arma em uma guerra religiosa. Ele segurou a
língua com cautela e escondeu seus verdadeiros sentimentos.
Agora é o século 12, e o conflito entre cristãos e muçulmanos atingiu novas
profundidades de fanatismo. Nas últimas décadas, os turcos seljúcidas fizeram
mais do que retomar a Terra Santa – eles também negaram aos peregrinos cristãos
a oportunidade de viajar livremente por ela. Cavaleiros cristãos em busca de falsa
glória, riqueza roubada e absolvição do derramamento de sangue atacam os exércitos
do Oriente. Os muçulmanos contra-atacam com todos os meios à sua disposição,
e atrocidades são cometidas em ambos os lados da batalha.
Fariq serve reverentemente a seus mestres, mas nutre dúvidas crescentes sobre o
que resultará de novas cruzadas.

57
 O Velho da Montanha considerou usar seus assassinos para
mudar o rumo da batalha. Caso surja a ameaça de outra cruzada, os
Assamitas cuidadosamente plantados estão em posição de atacar.
Fariq está entre eles. Fariq lentamente espalha sua teia de
influência a serviço dos Antigos. Seu gul mais confiável é um
comerciante chamado Bilal al-Hanbal, que negocia no bazar em
Buda. Outros ghuls islâmicos assumiram posições de confiança na
cidade através dele. Bilal al-Hanbal é um grande trunfo, pois ele
não apenas impõe grande respeito entre os mercadores, mas
também viaja regularmente para o Oriente para adquirir bens
valiosos. Embora as tensões aumentem entre cristãos e
muçulmanos, as rotas comerciais entre seus países são
importantes para ambas as culturas.
Como morador de Buda-Pest, Fariq fez uma aliança secreta
com o príncipe da cidade, Vencel Rikard. Fariq e Vencel
secretamente nutrem esperança de paz entre cristãos e
muçulmanos.
O comércio é o começo. Talvez, a compreensão possa seguir.
Se Alamut descobrir a aliança secreta de Fariq com Vencel,
Fariq pode ser repudiado por seu próprio povo; assim, ele
continua a supervisionar a cabala de conspiradores que planejam
derrubar os Ventrue. Esses cabalistas podem uma noite ter que
escolher entre lealdade a Fariq e lealdade aos Assamitas.
Fariq também fez uma aliança com o Príncipe de Esztergom –
uma que é muito mais sinistra. Geza do Clã Ventrue está
preocupado com a ameaça de seu senhor, Bulscu. Embora Bulscu
seja o Ventrue mais antigo da Hungria, ele também é escravo de
drogas viciantes contrabandeadas por Bilal al-Hanbal e Fariq. O
vício de Bulscu sobrecarrega sua constituição, e suas
“conferências” secretas com Fariq e Geza são muitas vezes
desculpas para saciar a fome voraz de Bulscu. Caso os agentes de
Fariq se atrasem ou a conspiração de Geza seja descoberta, Bulscu
poderia ser solto, mas sua loucura resultaria em grande tragédia.
Talvez seja melhor que a Besta tenha sido acorrentada.
O fervor religioso trouxe mais uma vez derramamento de
sangue, ódio e desespero. Através de alianças desesperadas, Fariq
espera curar as feridas do passado e manter a humanidade que ele
lutou tanto para recuperar. Sem dúvida, ele garantirá sua
liberdade ou será destruído no processo.
Imagem: A humildade é o escudo de Fariq contra os
intolerantes. Culto e educado, Fariq é reconhecido e recebido
com civilidade por muitos dos mercadores de Buda-Pest. O tempo
o mudou.
Vestes simples e um keffiyah modesto minimizam sua
riqueza. Seu cabelo e barba escuros estão sempre bem cuidados, e
seu olhar escuro pode mudar de inescrutável para afabilidade com
bastante facilidade. Seus olhos não carregam o olhar vazio dos
mortos, mas mostram a intensidade de um homem que viveu
muita dor e pretende sobreviver.
Dicas de Interpretação: Trate todos com respeito — você
precisa de todos os aliados que conseguir. É importante manter as
prioridades. Primeiro, você deve falar de paz e do valor do
comércio.
Então você deve pagar suas dívidas ao Alamut e aos Assamitas
que o apóiam. Finalmente, você deve se preparar para traí-los, pois
uma noite eles se levantarão contra seus aliados Ventrue.
Refúgio: Há um sacerdote muçulmano na seção mercantil de
Buda, e Fariq se afeiçoou muito a ele. Fariq dorme sob a casa
simples deste padre. Se esse refúgio caísse, seria um insulto a todos
os muçulmanos da cidade. A frágil paz seria quebrada.
TRANSYLVANIA BY NIGHT
58
Segredos: Fariq ganhou outra arma valiosa: sua cria, Ismail,
controla uma pequena cabala de Templários corrompidos.
Esses guerreiros mortais abandonaram seu fervor pela adoração
dos poderes das trevas. Eles acreditam falsamente que suas ações
ganharão o favor do demônio Baphomet, a quem oram
fervorosamente.
Os membros da cabala não percebem que suas ações não
servem realmente aos demônios antigos. Na verdade, eles decretam a
vontade de Ismail.
Este arranjo permite que os Assamitas convoquem esses
guerreiros em tempos de crise. A cabala dos Templários pode viajar
livremente em ambos os lados do conflito, servindo apenas a si
mesmos por causa do poder. Infelizmente, a cria de Fariq também foi
corrompida.
O que começou como um uso inteligente de seus poderes
vampíricos tornou-se um exercício de egomania. Sempre desejoso de
mais poder, Ismail anseia pela alma de Fariq. Os Templários mortais
são os agentes de sua vingança. De dia, Ismail sonha em diablerizar
Fariq. À noite, ele promove seus preparativos. Embora Ismail
raramente saia de sua casa no Oriente, seus aliados Templários estão
preparando uma viagem para as cidades da Hungria. Os
conspiradores de Fariq descobrirão em breve.
Influência: Ostensivamente, Fariq está presente na Hungria
para ver os muçulmanos que negociam lá. Secretamente, ele espera
ordens de Alamut. Com a ajuda de sua rede de mortais, ele poderia
facilmente se posicionar para assassinar os governantes Ventrue da
Hungria. Esta é uma influência que ele espera nunca ter que usar.
Destino: Infelizmente, o nobre objetivo de Fariq não se
concretizará. As atrocidades cometidas por cristãos e muçulmanos
destruirão seu idealismo e encherão sua alma de amargura. Os
muçulmanos serão expulsos do Reino da Hungria em meados do
século XIII. A idade vai manchar a desconfiança de Fariq. Isso
resultará em sua recusa em participar da Convenção de Espinhos no
século 15, sua eventual doutrinação nas fileiras dos Assamitas
antitribu e, a partir daí, sua iniciação no Caminho das Revelações do
Mal. Fariq cairá em desgraça, e ele tem um longo caminho para cair.…
Clã: Assamita
Senhor: Azif
Natureza: Visionário
Comportamento: Sobrevivente
Geração: 6ª
Abraço: 4º c. BC
Idade aparente: 30 e poucos anos
Físico: Força 3, Destreza 5, Vigor 4
Social: Carisma 4, Manipulação 6, Aparência 4
Mental: Percepção 3, Inteligência 4, Raciocínio 4
Talentos: Atuação 4, Prontidão 3, Atletismo 2, Briga 3,
Esquiva 3, Empatia
1, Liderança 3
Perícias: Etiqueta 3, Corpo a Corpo 3, Cavalgar 2,
Furtividade 5, Sobrevivência 3 Conhecimentos: Investigação
3, Lingüística 3, Política 3
Disciplinas: Auspícios 3, Rapidez 2, Ofuscação 3, Presença 3,
Quietus 5
Antecedentes: Aliados 5, Contatos 4, Influência 3, Recursos
3, Status 2
Virtudes: Consciência 4, Autocontrole 3, Coragem 3
Estrada: Humanidade 8
Força de vontade: 7
 usayn al atin,
EMBAIXADOR DOS SARRACENOS
H
F
Antecedentes: Segundo filho de um rico comerciante, Husayn cresceu dentro e ao
redor dos mercados. Embora ele nunca tenha sido uma das crianças esfarrapadas que
fervilhavam para esses lugares, Husayn aprendeu muitas habilidades com eles -
furtividade, como aliviar a bolsa de um homem rico e, o mais importante, como se livrar
de problemas.
Um observador oculto observou as manobras de Husayn durante uma incursão
noturna, notando sua rapidez e graça, bem como seu dom para as palavras. Quando
Husayn voltou para casa naquela noite, o Assamita que o havia observado o sequestrou e
o reivindicou como seu aprendiz.
Husayn se rebelou contra seu treinamento forçado no início, mas quando percebeu as
habilidades que estava aperfeiçoando, ele começou a deleitar-se com suas habilidades.
Após um aprendizado de sete anos, Husayn foi introduzido no clã Assamita como
membro pleno. Onde antes fora um menino impetuoso, agora adotava a ordem
e a estrutura como chaves para o poder e a estabilidade pessoais.
O dom de Husayn para a diplomacia levou à sua missão atual. Ele tem
apresentado ele próprio ao príncipe Basílio de Sofia como embaixador
dos turcos, alegando compartilhar um inimigo comum - os Tzimisce
da Transilvânia e da Bulgária - com o líder Lasombra de Sofia. Na
verdade, Husayn veio de Constantinopla a pedido de um velho
inimigo de Basílio, um Tzimisce chamado Gabor. Este Gabor
sente que merece ser príncipe de Sofia e senhor de toda a Bulgária.
Husayn é acusado do assassinato do príncipe Basílio.
Mesmo Gabor não conhece a história completa, no entanto.
Embora seja verdade que Husayn está ostensivamente trabalhando
para Gabor, Husayn está aliado cumprindo as ordens dos sarracenos,
que lhe pediram que aceitasse a missão de Gabor. Seus mestres
desejam que ele espione Sofia e assassine o príncipe da cidade
quando for mais conveniente para seus planos de conquista.
Quer eles realmente queiram a Bulgária ou não, desestabilizar
o país rebelde no momento apropriado poderia enfraquecer seriamente
Constantinopla e retirar vários de seus exércitos.
Além disso, se a Bulgária sofrer como resultado do assassinato, os cainitas
nativos culparão um deles – Gabor – por causar o problema.
O Assamita residiu em Sofia por quase dois anos, e Gabor está começando
a se perguntar por que Husayn não fez sua jogada. Husayn afirma que está
apenas tomando seu tempo, esperando o momento de maior efeito no esquema
mais amplo das coisas. Na verdade, ele está esperando ordens de Alamut.
Além disso, ele se afeiçoou ao príncipe, vendo nos Lasombra um desejo
de civilização e ordem que Husayn acha intrigante quando comparado às
manobras misteriosas e complicadas dos Cainitas que ele conheceu.
Husayn espera adiar o cumprimento de seu contrato o máximo possível, mas
percebe que, mais cedo ou mais tarde, terá a honra de obedecer aos seus termos.
Ele sabe, infelizmente, que o Lasombra não é páreo para ele. Embora ele possa -
sem esperança de vingar a morte de seu amigo, Husayn jurou a si mesmo que
a última noite de Basilio na Terra logo seria seguida pelo fim de Gabor também.
Imagem: Escuro como uma noite sem lua, Husayn tem olhos castanhos
e um rosto curiosamente efeminado. Ele parece mais um amante romântico
do que um assassino. O Assamita prefere cores escuras e em tons de joias e se
veste à moda turca. Ele usa sua única arma, uma adaga curvada, enfiada em sua
faixa. Embora seja quieto, Husayn quase sempre tem um leve sorriso no rosto.
Seus olhos transmitem uma inteligência viva e interesse em tudo o que vê.
Dicas de Interpretação: Você sabe que eventualmente terá que cumprir seu
contrato. Embora doa, sua própria honra e a de seu clã dependem de satisfazer os
termos estabelecidos. Até lá, você planeja aprender o máximo possível sobre
os búlgaros, seu desejo de rebelião e sua relação de cliente com Constantinopla.

59

Descubra mais sobre a religião cristã e por que aqueles que a
praticam não estão dispostos a deixar os outros adorarem de
forma diferente. Veja até onde você pode realmente estender a
ideia de que você é um embaixador dos turcos. Se as duas terras
puderem chegar a uma acomodação, talvez os turcos cancelem
sua designação; você não tem escrúpulos em cancelar o trabalho
de Gabor. Ele não passa de um porco e não merece respeito. Sua
missão nunca foi a real em qualquer caso.
Refúgio: Husayn recebeu aposentos próximos ao palácio.
Ele ocasionalmente os visita para manter a ilusão de que ele
reside lá. Seu verdadeiro refúgio fica sob o mercado, protegido de
transeuntes casuais por uma barraca de mercado permanente
que vende artigos de couro.
Segredos: O Assamita sabe que os turcos eventualmente
reivindicarão Constantinopla e provavelmente a Bulgária
também.
Sempre que Husayn receber a notícia de que sua missão
deve ser cumprida, ele saberá que os exércitos turcos não podem
estar longe. Ele sabe que Basílio mantém um refúgio em uma vila
perto da popular casa de banhos da Casa da Águia.
Influência: Husayn tem muita influência com Basilio. O
Lasombra precisa de todos os amigos que conseguir e dá as
boas-vindas aos conselhos e propostas de comércio pacífico de
Husayn.
Embora Husayn tenha conquistado algum respeito entre
alguns dos Tzimisce da Bulgária, a maioria o rejeita como um
estrangeiro bajulador.
Destino: Quando o Assamita finalmente ataca Basílio,
agentes que Husayn secretamente contratou para proteger o
príncipe contra-atacam e o mandam para o torpor. Ele é colocado
em uma cripta sob a Casa da Águia, onde dorme até a conquista
de Constantinopla pelos turcos. Quando ele acorda, ele
descobre se ele falhou ou conseguiu matar Basilio (ele é mal
informado e disse que conseguiu). Husayn finalmente retorna a
Alamut, onde se torna um inimigo ferrenho para aqueles
Assamitas que apoiam o Sabá.
Clã: Assamita
Senhor: Ahmal
Natureza: Inovadora
Comportamento: Galante
Geração: 8ª
Abraço: 1086
Idade aparente: 20
Físico: Força 3, Destreza 4, Vigor 3
Social: Carisma 3, Manipulação 2, Aparência 3
Mental: Percepção 3, Inteligência 3, Raciocínio 4
Talentos: Atuação 3, Prontidão 3, Atletismo 2, Briga 3, Esquiva
3, Empatia 1, Lábia 2
Perícias: Tiro com Arco 2, Etiqueta 3, Corpo a Corpo 4, Música
1, Cavalgada 2, Furtividade 3, Sobrevivência 1
Conhecimentos: Acadêmicos 2, Investigação 2, Direito 1,
Linguística (eslavo, grego) 2, medicina 1, política 2
Disciplinas: Rapidez 2, Ofuscação 3, Presença 1, Quietus 4
Antecedentes: Contatos 2, Mentor 3, Recursos 2, Status 2
Virtudes: Consciência 3, Autocontrole 4, Coragem 4
Estrada: Cavalaria 6
Força de vontade: 8
TRANSYLVANIA BY NIGHT
60
Brujah
omini ,
ercnário soberano
D
c
M
Antecedentes: Como muitos Brujah, Dominic ainda
queima de ódio quando ouve sobre as realizações do Clã
Ventrue.
Apesar da passagem de mais de um milênio, ele ainda busca
vingança contra eles pela destruição da cidade de Cartago. Sua
fúria é ainda mais forte porque ele foi Abraçado naquela mesma
cidade. Em luto épico, muitos dos mais antigos Brujah
cartagineses geraram mortais confiáveis para transmitir um
legado de vingança contra os Ventrue romanos. Dominic era um
general do exército cartaginês e em uma noite fatídica há muito
tempo, ele foi até seu mestre vampírico, um Brujah Matusalém,
para relatar que seu exército havia sido derrotado.
Da sacada de um palácio majestoso, o senhor de Dominic
observava inexpressivamente os exércitos romanos enquanto
devastavam sua cidade. O mundo como os Brujah conheciam
estava acabando. O apaixonado Matusalém jogou Dominic
contra as paredes marmoreanas de seu quarto enquanto as
conflagrações consumiam a cidade. Dominic serviu bem ao
Ancião como seu escravo, e naquela noite, sua união foi
violentamente consumada em sangue. Dominic recebeu seu
Presente Sombrio, uma sede de vingança contra os Ventrue e
um ódio ardente que residiria em seu peito para sempre.
De luto, seu pai não tinha vontade de sobreviver e se jogou
da sacada nos incêndios destruidores. Dominic sofreu o resto
daquela noite sozinho.
As chamas enviaram Dominic a uma onda de destruição
que durou dias. Como muitas crianças Brujah enlouquecidas,
ele massacrou soldados romanos desenfreadamente, mas
mesmo esses atos violentos não conseguiram acalmar sua dor.
Para Dominic, a carnificina épica terminou em sua empalação
violenta na pila dos centuriões romanos. Ele desceu ao torpor e
seu corpo foi levado para um túmulo por soldados cartagineses,
onde permaneceu por vários séculos.
Dominic despertou no século V com sede pelo sangue dos
vivos e uma sede mais forte de vingança contra os Ventrue. Ele
lentamente ganhou uma influência sutil sobre uma pequena
força de mercenários; esse punhado de soldados seriam os
agentes de sua vingança. Seguindo o exemplo dos bárbaros, ele
levou seus guerreiros para Roma.
Os oportunistas navegaram pelo Mediterrâneo e
avançaram para o norte. A glória de destruir Roma, no entanto,
pertenceria a Odoacro, o líder de uma força bárbara mais forte.
Em poucos anos, os mercenários de Dominic testemunharam o
que as tropas de Odoacro haviam feito à cidade. Roma foi
saqueada, mas muitos Ventrue romanos sobreviveram. A busca
de vingança de Dominic tinha apenas começado.
Dominic tornou-se um mestre da exploração militar ao
longo dos séculos. Ele procurou Ventrue com poder sobre
nações civilizadas e guiou pequenas unidades de escória
mercenária à riqueza.
Vivendo a vida de um renegado, ele colocou os fortes contra
os fracos e lucrou com sua raiva. Ele liderou campanhas privadas
em toda a Europa Oriental no século 10.
 Ainda assim, ele ansiava por um triunfo maior. Então, o
ambicioso senhor da guerra viajou para Constantinopla
para avaliar a ameaça dos Ventrue lá.
O Patriarca de Constantinopla, Miguel do Clã Toreador,
percebeu a ameaça que Domingos representava,
mas não quis descartar uma ferramenta tão útil.
Enquanto os Ventrue de sua cidade eram parte
integrante de seu crescimento, o Matusalém
guardava um antigo rancor com um Ventrue
distante ao norte. O Sacro Império Romano estava
se tornando muito poderoso, então Miguel fez uma
aliança com Domingos para atacar este rival de Bizâncio.
Dominic viajou para o norte, reunindo mortais
e colocando-os contra o império. Ele já sabia do destino
da Hungria, um reino onde os bárbaros se estabeleceram
na Bacia dos Cárpatos depois de invadir as estepes da Rússia.
Eles chegaram a um impasse contra o Sacro Império Romano, e
Dominic podia sentir a fome dos bárbaros por mais conquistas.
Através da intervenção direta, Dominic tornou os exércitos
húngaros ainda mais formidáveis. Ele recrutou vários Brujah para
ajudá-lo, pois eles estavam ansiosos para Abraçar os guerreiros
mais promissores. Soldados carniçais ganharam proezas sobrenaturais
em batalha consumindo vitae Brujah, e seu fervor aterrorizava seus inimigos mortais.
Dominic planejava abraçar o líder mortal dos húngaros, Bulscu. Seu escolhido era um
carniçal disposto que rapidamente ganhou um feroz vício em sangue Cainita e parecia
ansioso para se tornar um dos mortos-vivos aparentemente invencíveis.
Bulscu estava pronto para aceitar o Abraço - mas não de Dominic.
Durante uma das ausências de Domingos, Bulscu havia sido Dominado e
seduzido pelo próprio Matusalém que tinha tanto ódio pelo Patriarca Miguel.
Bulscu enfiou uma estaca de madeira no coração de Dominic na véspera
de uma grande batalha, novamente deixando-o em torpor. A traição foi habilmente
cronometrada. Com seu profundo conhecimento da família Arpad, Bulscu
rapidamente ganhou poder na Hungria, respeito entre seus companheiros
de clã e ódio de seus inimigos Brujah. Bulscu tornou-se um meio para os
Ventrue do norte se infiltrarem nas lutas políticas ao sul e afastar a Hungria da
influência de Bizâncio. O plano de Michael falhou.
Duzentos anos depois, Dominic ressurgiu, ansioso para decretar a vingança de
seu clã. Os húngaros do século 12 não suspeitam, é claro, que o traidor imortal
Bulscu está escondido muito abaixo de um dos castelos de Bu da-Pest, mas
alguns Brujah sabem disso muito bem. Eles resgataram Dominic do torpor e
invocam seu nome para reunir apoio entre os membros de seu clã. Vários
estão ativos em todo o reino, provocando dissidência contra os governantes
Arpad do reino.
Dominic está ansioso para encontrar aliados contra os Ventrue,
especialmente inimigos de Bulscu. Não falta oportunidade. Ele começou
a viajar na Transilvânia, onde ouve muitas histórias sobre a opressão
instigada pelos Ventrue. Dominic sabe do ódio que vários Cainitas
da Transilvânia nutrem em relação aos Ventrue hunos ocidentais, e mais
uma vez, ele procura explorar qualquer oportunidade para promover
sua vingança.
Imagem: Embora Dominic nunca admitisse, ele não foi recrutado apenas por
suas proezas marciais. Muitos consideram seu comportamento bonito avassalador.
Nem mesmo a morte lhe roubou a pele morena, os olhos cheios de alma e o físico
impressionante. O sucesso no campo de batalha resultou em muitas estátuas esculpidas
em sua homenagem. O Patriarca Miguel apreendeu vários deles de um general Ventrue
romano séculos atrás, e ele os valoriza.

61
 Dominic é alheio a esse efeito que tem sobre os outros, pois
se considera um guerreiro em primeiro lugar.
Dicas de Interpretação: O comando está tão arraigado em
você que você é descuidado, até mesmo indiferente, sobre isso. A
maioria das pessoas que lidam com você realmente pensam que
seguem sua liderança inteiramente por vontade própria. Você
despreza os Ventrue húngaros, mas mesmo esse ódio é
subestimado até que você realmente os encontre no campo de
batalha.
Refúgio: Nenhum refúgio fixo.
Segredos: Ao longo de um milênio, o comando de
Dominic na Disciplina Auspícios tornou-se verdadeiramente
surpreendente. Dominic pode ouvir a carnificina infligida por
seus guerreiros no caos da batalha, mesmo dormindo a léguas de
distância. Através do Dominate, ele instrui cuidadosamente
seus tenentes sobre estratégia militar, e ele é conhecido por
captar os pensamentos dos generais inimigos.
O tempo aumentou suas habilidades.
Influência: Os insurretos Brujah viajam
desdenhosamente pelo Reino da Hungria, procurando
oportunidades de exploração. O nome de Dominic carrega
grande peso com eles.
Destino: Vassily do Clã Ravnos venderá uma grande
quantidade de informações aos Brujah e sugerirá que Yorak, o
Tzimisce Matusalém, seria um conspirador digno. Dominic
viajará para o refúgio de Yorak, a Catedral da Carne, e assim
cairá em sua armadilha. Os Brujah serão vivissecados e mantidos
em cativeiro na Catedral da Carne. Através da rede de
informações de Vassily, os Ventrue serão responsabilizados pelo
desaparecimento de Dominic, tornando-o um mártir. A
verdade não será revelada até a virada do milênio, quando
Dominic é finalmente resgatado. Um dos poucos sobreviventes
restantes de Cartago se preparará para os Dias Finais. Suas
proezas marciais serão verdadeiramente impressionantes.
Clã: Brujah
Senhor: Samal
Natureza: Bárbaro
Comportamento: Ladrão
Geração: 6ª
Abraço: 3º c. BC
Idade aparente: 30 e poucos anos
Físico: Força 4, Destreza 4, Vigor 6
Social: Carisma 6, Manipulação 4, Aparência 5
Mental: Percepção 3, Inteligência 3, Raciocínio 4
Talentos: Prontidão 3, Atletismo 3, Briga 4, Esquiva 4,
Intimidação 4, Liderança 5
Perícias: Tiro com Arco 2, Corpo a Corpo 6, Cavalgar 4,
Furtividade 2, Sobrevivência 2
Conhecimentos: Lingüística 3, Ocultismo 2
Disciplinas: Auspícios 7, Rapidez 4, Dominação 5, Fortitude 4,
Ofuscação 3, Potência 4, Presença 4
Antecedentes: Aliados 5, Rebanho 4, Recursos 3, Lacaios 4,
Status (Brujah) 5
Virtudes: Consciência 2, Autocontrole 2, Coragem 5
Estrada: Humanidade 2
Força de vontade: 8
TRANSYLVANIA BY NIGHT
62
Ecaterina, a Sábia,
Agitador de Praga
Antecedentes: Natural de Praga, Ecaterina passou seus
primeiros anos vendendo o pão de seu pai no mercado do Bairro
Pequeno.
Irresistivelmente atraída pelo aprendizado e habilidades
marciais que ninguém ensinaria diretamente a uma mulher, ela
se escondia à beira da multidão enquanto contadores de histórias
contavam grandes histórias.
Sozinha, depois que a escuridão a liberasse de suas tarefas
diárias, ela praticava esgrima com uma lâmina de madeira que ela
mesma havia esculpido e escondida perto Mesmo depois que seu
pai morreu e ela foi forçada a assumir o negócio, Ecaterina nunca
cessou suas fantasias caprichosas.
Essa recusa em aceitar a realidade a levou à ruína. Ela ouviu
risos bêbados atrás dela enquanto praticava uma noite.
Dois mercenários endurecidos avançaram
ameaçadoramente para mostrar a ela os “deveres apropriados de
uma mulher”. Percebendo que enfrentaria estupro, se não a
morte, Ecaterina empunhou sua espada improvisada o melhor
que pôde para se defender. Ela conseguiu enfiar sua lâmina no
estômago de um atacante, mas a lâmina quebrou e ela foi
derrubada pelo outro homem.
Quando ele rasgou suas roupas dela, seu corpo pesado
pressionando-a no chão, Ecaterina finalmente pediu ajuda. Ela
lutou desesperadamente, embora sua mandíbula doesse e ela
pudesse sentir o gosto de sangue onde o homem a golpeara –
então o peso do homem foi subitamente levantado dela.
Olhando para cima, ela mal conseguia distinguir uma figura alta
segurando seu agressor no ar. Sangue quente respingou em
Ecaterina.
Quando um raio de luar iluminou o beco por um momento,
ela viu que as gargantas dos dois estupradores haviam sido
arrancadas.
O estranho estendeu a mão para ela, instando-a a deixar a
cena antes que alguém os encontrasse lá. Apesar de tê-lo visto
despedaçar dois homens com os dentes, Ecaterina pegou sua
mão e o seguiu até seu refúgio sob uma igreja não utilizada. Lá, ele
cuidou da mandíbula quebrada e do rosto cortado o melhor que
pôde, dando a ela um pouco de seu sangue para fortalecê-la. Nas
noites seguintes, Marhuel, seu benfeitor, explicou que era um
Cainita de um clã conhecido como Brujah. Os Brujah buscaram
redenção para sua maldição derrubando a injustiça e
estabelecendo um tipo diferente de sociedade. As mulheres não
estavam seguras, ele alegou, porque os Ventrue, sanguessugas
gananciosas que não se importavam com os inferiores,
contrataram mercenários para ajudar a manter-se no poder.
Impressionado com seu espírito indomável, Marhuel
ensinou a Ecaterina a verdadeira esgrima e a apresentou a
filosofias que ela nunca havia considerado antes. Ele falou de
Cartago e da ruína que os Ventrue fizeram dela. Quando
Marhuel partiu para se juntar a seu senhor, Dominic, na
Hungria, ele deixou para trás um recém Abraçado Zelote,
determinado a minar os Ventrue que reivindicavam Praga para
si. Com a beleza arruinada pelos cortes e o maxilar torto,
Ecaterina começou a usar véu. Além de cobrir suas feridas, isso
lhe dava uma certa medida de anonimato.
Ela atualmente controla a Cidade Velha de Praga – para
consternação do príncipe Ventrue, Rudolf Brandl, cujos
mercados ela está sistematicamente arruinando. Altamente
inteligente, Ecaterina apoia tacitamente os rumores de que ela é
uma sobrevivente de Cartago.
 Poucos se importam em brigar com um Cainita que deve, portanto, ser
bastante velho, poderoso e muito perigoso. Ela apóia a universidade como meio de
divulgar suas filosofias e também apoia secretamente várias heresias, na esperança de
provar que o príncipe não tem controle sobre a cidade. Quando os comerciantes
alemães bloquearam a cidade em 1176, forçando a coroa a conceder concessões a
eles, Ecaterina se juntou a eles. Estas concessões reduziram drasticamente as receitas
do príncipe Rudolf e prejudicaram a fortuna da família Premysl também.
Ecaterina procura peões que possa usar para suspeitar de Prince Rodolfo. Se ela
conseguir enganar os Premysls fazendo-os pensar que Rudolf mentiu sobre as
concessões e usou o excesso de dinheiro que ele reteve para construir a Cidade
Nova, ela poderia ser capaz de derrubar o príncipe e destruir a influência
(pelo menos na Boêmia) de todos os Ventrue.
Imagem: Ecaterina tem longos cabelos castanhos e olhos verdes
penetrantes. Seu rosto inferior está escondido por um véu, que cobre o
de - forma de sua mandíbula e várias cicatrizes profundas e irregulares
ao longo de seu queixo. Ela se veste de forma mais sóbria do que
um comerciante, às vezes adotando as vestes de um erudito
em vez de trajes femininos. Embora ela pareça ter mantido a flor
da juventude, sua postura ereta e olhar aguçado sugerem que
ela é muito mais velha do que parece.
Dicas de Interpretação: Você é responsável pela Cidade Velha
e pela universidade. Use isso para reunir aliados para si mesmo.
Trate os estudiosos com o maior respeito, os
trabalhadores com um reconhecimento de seu valor e os
nobres (especialmente Ventrue e seus bajuladores) com
o desprezo que merecem.
Refúgio: O refúgio de Ecaterina fica em uma das
criptas mais baixas da universidade.
Segredos: Ecaterina ficou preocupada com os muitos
espancamentos e mortes que aconteciam na Cidade Velha
e partiu para descobrir o que estava acontecendo.
Observando das sombras, ela avistou Josef Zvi se
esgueirando por baixo da parede do Bairro Judeu. Embora
ela ainda não o tenha confrontado, ela agora sabe que ele é
o único responsável. Ela pode exigir que Josef a ajude
em algum ponto de um esquema contra o príncipe,
em troca de continuar olhando para o outro lado.
Influência: A influência de Ecaterina se
estende principalmente sobre os universitários.
Ela pode ocasionalmente pedir ajuda aos mercadores
no mercado ketplace para promover seus esquemas.
Ela tem um status negativo no que diz respeito
ao príncipe, embora Garinol Cappadocius pareça
gostar muito dela.
Destino: Ecaterina sobrevive a vários atentados
contra sua vida (ela foi avisada por Josef e Garinol).
Quando a Revolta Anarquista ocorre, Ecaterina pula bem no
meio dela, saboreando cada momento. Tendo diablerizado
seu caminho para a sétima geração no final do século 20,
Ecaterina serve como bispo do Sabá de Nova York.

63
Clã: Brujah
Senhor: Marhuel
Natureza: Fanático
Comportamento: Inovador
Geração: 8ª
Abraço: 1150
Idade aparente: 16
Físico: Força 2, Destreza 3, Vigor 2
Social: Carisma 3, Manipulação 3, Aparência 3/1 (sem véu)
Mental: Percepção 3, Inteligência 4, Raciocínio 3
Talentos: Atuação 1, Prontidão 2, Briga 3, Esquiva 1, Empatia 3, Intimidação
2, Intriga 2, Liderança 2, Subterfúgio 2
Perícias: Etiqueta 2, Herbalismo 1, Corpo a Corpo 3, Cavalgar 2, Furtividade 3
Conhecimentos: Acadêmicos 4, Sabedoria do Lar 2, Lei 1, Lingüística
(Alemão, Grego) 2, Medicina 1, Ocultismo 1, Filosofia 3, Política
2, Senescal 1, Teologia 1
Disciplinas: Rapidez 2, Potência 2, Presença 3
Antecedentes: Contatos 2, Rebanho 2, Influência 3, Recursos 2,
Retentores 1
Virtudes: Consciência 4, Autocontrole 3, Coragem 4
Estrada: Humanidade 7
Força de vontade: 7

Capadócio
Garinol Cappadocius,
Abade do Monte
Petrin Mosteiro
Antecedentes: Garinol foi criado como um crente firme na
teologia dualista de Mitra, deus da luz. Embora Garinol
originalmente esperasse se tornar um sacerdote de Mitra, seus
sonhos morreram junto com seus pais quando ele tinha sete anos.
Toda a sua família contraiu uma doença que curiosamente não o
infectou, e levou vários dias para convencer os vizinhos
supersticiosos a ajudar a remover os cadáveres apodrecidos de
sua casa.
Durante esses dias, Garinol passou um tempo anormalmente
longo vendo a corrupção invadir os corpos de seus parentes,
espalhando a putrefação em seu rastro.
Garinol, sem ter para onde ir, aceitou o convite de um padre
para ficar no Mosteiro de Petrin Hill, em Praga. A dura rotina
ali paradoxalmente acalmou sua alma, e ele se tornou cristão em
um ano. Os monges o ensinaram bem, presenteando-o com uma educação e
uma sede de conhecimento que ele nunca poderia ter alcançado se seus pais
tivessem sobrevivido.
Uma coisa que os monges não lhe ensinaram foi matar pequenas coisas
para observar o que acontecia no momento da morte. Tampouco sabiam de
sua versão da Missa, que ele mantinha sobre suas vítimas, tentando fazê-las
se levantar como Lázaro ao seu chamado.
O jovem prosperou no mosteiro, tornando-se postulante e depois
monge. Parecendo ao mesmo tempo penitente e bondoso, Garinol fez
muitos amigos entre os monges. Nenhum adivinhou sua verdadeira
natureza.
Garinol sentiu outra presença entrar em sua cela uma noite enquanto
realizava seus rituais. O irmão Jervais juntou-se a Garinol em suas orações,
depois perguntou ao monge mais jovem se ele realmente desejava saber o
que havia além-túmulo. Revelando que era sacerdote de uma seita
desconhecida chamada Capadócios, o irmão Jervais abraçou Garinol e
levou-o ao ossuário onde os ossos dos monges foram depositados.
TRANSYLVANIA BY NIGHT

64
 Ao contrário de muitos Capadócios recém Abraçados,
Garinol não tinha medo dos ossos que estavam ao seu redor.
À medida que ganhava estatura no mosteiro, Garinol
alcançou uma reputação de santidade devido ao seu objetivo
declarado de manter uma vigília noturna, observando para que os
espíritos malignos não atacassem os irmãos.
Garinol acabou sendo eleito abade pelos membros mais
jovens, que muitas vezes se maravilham com o fato de a piedade do
abade parecer impedir que os anos estraguem sua carne pálida.
Garinol Cappadocius (ele adotou o nome para homenagear
o fundador de seu clã) é um aliado de Rudolf Brandl, príncipe de
Praga, mas não presta atenção em manobras políticas e comerciais.
Ele está mais preocupado com a contemplação e a exploração.
Embora supostamente responsável por supervisionar o Bairro
Pequeno, Garinol deixa-o seguir seu próprio caminho enquanto
esgrima com o judeu Nosferatu Josef, buscando liberdade para
arrancar segredos de estudiosos judeus.
Tendo encontrado o golem durante uma visita clandestina
ao Bairro Judeu, Garinol tornou-se obcecado em criar um servo
semelhante - uma criatura carnal, mas mais durável do que o
zombu que a maioria de seu clã faz. Ele fez visitas noturnas a várias
casas no Bairro Pequeno e Hradcany, sequestrando mortais para
seus experimentos. Seu objetivo é reanimar um corpo com tanta
força que possa lhe contar os segredos que estão além da morte. Até
agora, ele conseguiu apenas torturar e matar várias pessoas
inocentes. Se o Garinol continuar por muito mais tempo, a
escassez de trabalhadores nas vinhas se tornará perceptível.
Imagem: Garinol tem estatura mediana e sempre se veste
com roupas de monge. Ele tem cabelos pretos e olhos grandes e
negros. Sua pele é tão pálida que parece translúcida e ele mal parece
velho o suficiente para ser um monge, muito menos o abade do
mosteiro.
O abade tem um ar quase triste, como se sofresse de um
grande fardo.
Dicas de Interpretação: Você se tornou um adepto da
heresia Cainita, acreditando que o fundador de seu clã surgirá e
diablerizará Deus, tornando-se assim Deus. Quando isso
acontecer, ele abrirá o portão do Céu para criaturas malditas como
você. Até esse momento, você deve continuar seus experimentos
(um pode ser útil para o clã) e implorar a Deus para perdoá-lo e
mantê-lo da destruição.
Refúgio: Mosteiro de Petrin Hill.
Segredos: Garinol sabe que Rudolf Brandl não passa de um
fantoche da família Premysl. Ele sabe que Josef Zvi tem um refúgio
em algum lugar perto do Cemitério Judaico no Bairro Judeu.
Influência: A influência do abade reside principalmente nos
assuntos da igreja em Praga. Os prelados que visitam a cidade
consultam com frequência o sábio e santo líder do mosteiro na
colina, às vezes voltando fisicamente esgotados pela conversa, mas
estranhamente exaltados pelas perspicazes percepções do abade.
Ele provavelmente poderia chamar Ecaterina para assistência em
caso de emergência.
Destino: Garinol tenta fugir para o Novo Mundo após a
aquisição do clã da Capadócia pelos Giovanni. Seu navio se perde
no mar e ele afunda nas profundezas do oceano, onde entra em
torpor enquanto os peixes das águas profundas consomem sua
carne.
Clã: Capadócio
Pai: Irmão Jervais Natureza: Monstro Comportamento:
Penitente Geração: 9ª
Abraço: 1099
Idade aparente: 22
Físico: Força 3, Destreza 2, Vigor 3
Social: Carisma 4, Manipulação 3, Aparência 2
Mental: Percepção 3, Inteligência 4, Raciocínio 3
Talentos: Atuação 2, Prontidão 2, Briga 2, Esquiva 2, Lábia 3
Perícias: Etiqueta 4, Herbalismo 3, Corpo a Corpo 1, Música
2, Furtividade 3 Conhecimentos: Acadêmicos 3, Astrologia 1,
Sabedoria do Lar 1, Investigação 3, Lingüística (Latim,
Hebraico) 2, Medicina 2,
Ocultismo 3, Ciência (Biologia) 4, Teologia 2
Disciplinas: Auspícios 4, Fortitude 2, Mortis 3
Antecedentes: Contatos 1, Rebanho 2, Influência 3, Lacaios 2
Virtudes: Consciência 1, Autocontrole 4, Coragem 4
Estrada: Céu 5
Força de vontade: 7
Kazimierz, o Silencioso,
Vigilante de Cracóvia
Antecedentes: Kazimierz nasceu no início do século X e
cresceu em uma pequena vila no sul da Polônia, não muito
longe da feitoria de Cracóvia. Sua família foi uma das
primeiras em sua aldeia a adotar o cristianismo, e ele ficou
fascinado com a ideia da vida eterna retratada pelo padre que
os converteu. Expressando seu desejo de se dedicar a Deus,
Kazimierz procurou entrar no sacerdócio.
Um monge beneditino errante convenceu Kazimierz a
ingressar em sua ordem, e o jovem se entregou com alegria à
vida contemplativa.
Kazimierz manteve seu interesse na transição da
mortalidade para a imortalidade divina e tornou-se
familiarizado com os ensinamentos filosóficos e teológicos
sobre o fenômeno da morte terrena. Seu interesse chamou a
atenção de um estudioso da Capadócia, que aproveitou uma
visita ao mosteiro para Abraçar Kazimierz.
A princípio, o recém-criado Cainita ficou horrorizado
com o que havia acontecido com ele, mas seu senhor o
convenceu de que a imortalidade oferecia oportunidades
incalculáveis para continuar seus estudos e dedicar sua
existência à oração e penitência.
Seguindo o conselho de seu senhor, Kazimierz criou
ghouls de dois de seus companheiros monges,
convencendo-os de que ele havia recebido um poderoso
presente de Deus. Desta forma, ele acompanhou seus irmãos
beneditinos a Tyniec, onde fundaram uma abadia. Kazimierz
passou a residir nas criptas sob o claustro, alegando que um
lugar dedicado aos mortos serviria como um lembrete
adequado da mortalidade.
No século desde que residiu na Abadia de Tyniec,
Kazimierz viu a morte de todos os seus contemporâneos -
com exceção dos irmãos Feliks e Jakub, seus carniçais.
Apenas estes dois sabem da existência de Kazimierz; ambos
acreditam que o vampiro é um homem santo que jurou
subsistir do sangue dos fiéis como penitência a Deus pelos
pecados do mundo.
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 Kazimierz cuida dos mortos da abadia, comungando com os fantasmas dos irmãos
falecidos e vigiando as formas decadentes sepultadas nas paredes de pedra da cripta.
Ele se aventura em Cracóvia ocasionalmente, visitando as igrejas de lá e
acompanhando os feitos Cainitas na cidade. Ele nunca se preocupou em tornar sua
presença oficialmente conhecida por Razkoljna.
Kazimierz suspeita que as antigas minas de sal que fornecem receita para a abadia
já foram usadas para armazenar relíquias e pergaminhos relacionados à morte e
à vida após a morte. Supostamente trazida para a área por viajantes da Terra Santa,
há rumores de que pelo menos uma dessas relíquias contém a chave mística para
entender - e repetir o ritual da - ressurreição de Cristo. Ele convenceu alguns
monges a explorar as áreas mais profundas da mina em busca do
tesouro “sagrado”. Eles não voltaram, então ele decidiu investigar
as minas mais de perto.
Embora ele não saiba da presença de Gutka nas minas de sal,
Kazimierz sente algo sombrio e maléfico - emprestou presas
sobre os mineiros. Ele culpa os Cainitas de Cracóvia pelos
desaparecimentos dos mineiros e dos monges; por esta razão,
ele não deu a conhecer a sua preocupação a nenhum deles. Ele
espera despertar a comunidade cristã para se levantar contra
os “demônios” em seu meio (excluindo a si mesmo, é claro).
Em breve, no entanto, Kazimierz poderá explorar as profundezas
sem luz da mina.
Imagem: palidez mortal e figura emaciada de Kazimierz ac -
acentuar suas feições ascéticas. Seus olhos de pálpebras pesadas
o fazem parecer perpetuamente em oração (ou dormindo). Ele
usa o hábito de um monge beneditino.
Dicas de Interpretação: Fale apenas quando for absolutamente
necessário. Sempre que possível, lembre a todos os Cainitas que você
encontrar que, apesar de sua aparente imortalidade, eles terão um
encontro final com a morte e o julgamento de Deus. Busque alianças
com aqueles que possam ajudá-lo a limpar a mina do mal que nela habita.
Refúgio: As criptas sob a abadia beneditina em Tyniec.
Segredos: Kazimierz sabe que algo muito maligno reside nas minas
de sal. Ele acredita falsamente que esta entidade está ligada aos
Cainitas de Cracóvia – particularmente, Razkoljna. Ele também sabe
da presença de um Tremere dentro da cidade, mas sua antipatia por
Razkoljna o impediu de trair a presença do Clã para ela.
Influência: Kazimierz exerce alguma influência sobre o Cristianismo
na área de Cracóvia, onde ocasionalmente aparece como um monge
itinerante cujos sermões sobre a morte são instrutivos, mas
aterrorizantes. Sua influência sobre os Cainitas é maior em seu
potencial do que em sua realidade.
Destino: O desejo de Kazimierz de limpar a mina de sua presença
malévola eventualmente o leva a um confronto com Gutka.
Seu poder não é páreo para Gutka, e ele se torna sua melhor
escultura. Ele permanece sepultado em sal (e em torpor) até sua
eventual descoberta no século 17 por uma equipe de ghouls
Giovanni. Reconhecendo-o pelo que ele é, os ghouls o trazem da
escuridão para a luz.

TRANSYLVANIA BY NIGHT

66
Clã: Capadócio
Senhor: Ungol
Natureza: Penitente
Comportamento: Penitente
Geração: 7ª
Abraço: 965
Idade aparente: 40
Físico: Força 2, Destreza 3, Vigor 3
Social: Carisma 3, Manipulação 2, Aparência 3
Mental: Percepção 4, Inteligência 3, Raciocínio 3
Talentos: Prontidão 2, Esquiva 2, Empatia 3, Liderança 2, Busca 2, Subterfúgio 2
Perícias: Cuidado com Animais 1, Etiqueta 2, Herbalismo 3, Corpo a Corpo 1, Música 2, Furtividade 2
Conhecimentos: Acadêmicos 2, Sabedoria do Lar 2, História 1, Investigação 2, Lingüística (árabe, grego) 2, Medicina 2, Ocultismo 3, Ciência 2
Disciplinas: Auspícios 3, Fortitude 2, Mortis 4, Quietus 1
Antecedentes: Rebanho 4, Influência 1, Lacaios 2
Virtudes: Consciência 5, Autocontrole 3, Coragem 3
Estrada: Céu 8
Força de vontade: 6

Amália da Trácia,
Penitente
Antecedentes: Um dos mais antigos Cainitas de
Sérdica, este Capadócio acredita firmemente na antiga
luta entre a luz e as trevas. Além disso, ela sabe que,
como filha das trevas, ela é uma das condenadas.
Quando os Bogomilos chegaram à Bulgária, ela
estudou cuidadosamente a pequena congregação que se
baseava em Serdica. Amália convenceu-se de que pode
salvar-se da perdição através dos seus ensinamentos.
Ela reuniu coragem há alguns anos e se aproximou do
padre Patryn, vendo-o como um homem verdadeiramente santo,
firme na fé e generoso de espírito. Ela confessou sua natureza
para ele e implorou que a ajudasse a encontrar a salvação.
O padre Patryn a princípio pediu a Amalia que se
entregasse à Morte Final – e ao Julgamento Final – mas ela
implorou a ele para ajudá-la a proteger sua alma primeiro.
O padre Patryn a visita todas as noites desde aquela época em
seu santuário sob a casa de culto dos Bogomils. Aqui ele a
aconselha e ensina e prescreve duras penitências e privações para
purificá-la da vileza. Em troca, Amalia abriu o mundo secreto dos
Cainitas ao Padre Patryn. Ela não percebe que ela colocou este
homem santo no caminho para o inferno.
Juntos, os dois embarcaram em uma cruzada sagrada para
“limpar” Sofia de sua corrupção e salvar todos os seus Cainitas da
condenação. Amália espera que os outros Malditos da cidade (em -
ação, todos aqueles na Bulgária) confessarão livremente seus pecados
assim que forem pegos - mas, sendo ela mesma amaldiçoada, ela sabe
que a persuasão pode ser necessária. Seu conhecimento dos pontos
fortes e fracos dos Cainitas -

67
 isso fornece a ela incontáveis meios de infligir agonia em
vampiros relutantes em se arrepender voluntariamente. Além
disso, ela sabe como destruir aqueles que são maus demais para
serem salvos. Nas chamas purificadoras do sol, os Filhos de Caim
conhecerão a alegria agonizante da libertação do tormento
eterno.
Imagem: O rosto pálido de Amália exala a beleza de uma
estátua de mármore: fria, austera e implacável. Apenas seus olhos
escuros traem sua busca zelosa pela “salvação”. Ela tem o cabelo
preto enrolado no topo da cabeça. Ela usa as vestes simples e
drapeadas de sua infância na Trácia.
Dicas de Interpretação: A maldição Cainita deixou você
intimamente ciente de sua condenação. Ele também forneceu a
você um tempo quase ilimitado para tentar reverter seu destino.
Ao falar sobre questões de fé, você é paciente, até gentil, no início.
Uma vez que sua paciência expira, você fica de boca fechada,
inacessível e aterrorizante.
Refúgio: Amalia mora em uma cripta sob a Igreja da Santa
Luz.
Segredos: Como alguém que viu Serdica crescer ao seu
redor e assistiu ao influxo de Cainitas, Amalia conhece a maioria
dos negócios entre a comunidade de imortais. Ela está ciente do
verdadeiro propósito de Husayn por estar em Serdica, mas não
acredita que expô-lo servirá a qualquer propósito. Ela está mais
preocupada em trazê-lo – junto com os outros Cainitas de
Sérdica – para a salvação.
Influência: Através de seu contato com o Padre Patryn,
Amalia estende sua influência sobre a pequena mas fervorosa
comunidade de Bogomils.
Destino: A aliança de Amalia com o padre Patryn se
fortalecerá nos próximos séculos, e ela fará dele um ghoul para
que ele possa continuar suas boas obras. Infelizmente, seus
ensinamentos corrompem o padre, levando-o a aceitar o triunfo
das trevas sobre a luz. Amalia eventualmente toma seu lugar
como uma deusa de um culto cruel da morte que se destaca em
torturas bizarras. Padre Patryn é seu carniçal ansioso e sumo
sacerdote. Tanto a “deusa” quanto o padre encontram suas
mortes nas mãos dos Giovanni no século XV.
Clã: Capadócio
Senhor: Kyros de Antioquia
Natureza: Fanático
Comportamento: Penitente
Geração: 6ª
Abraço: 400
Idade aparente: 20 e poucos anos
Físico: Força 2, Destreza 3, Vigor 5
Social: Carisma 4, Manipulação 3, Aparência 3
Mental: Percepção 3, Inteligência 3, Raciocínio 4
Talentos: Atuação 1, Prontidão 2, Esquiva 2, Empatia 2,
Liderança 3, Lábia 2
Perícias: Ofícios 2, Etiqueta 2, Herbalismo 1, Corpo a Corpo 2,
Música 4, Furtividade 2
Conhecimentos: Sabedoria do Lar 3, Medicina 3, Ocultismo 1,
Senescal 2, Teologia 2
Disciplinas: Auspícios 5, Fortitude 2, Mortis 5, Potência 3,
Presença 4
TRANSYLVANIA BY NIGHT
68
Antecedentes: Rebanho 3, Recursos 2, Lacaios 3
Virtudes: Consciência 4, Autocontrole 3, Coragem
3 Estrada: Céu 6
Força de vontade: 9
Gangrel
Arnulfo,
Força Bestial da
Natureza
Antecedentes: Arnulfo se lembra vagamente de seus dias à luz
do sol. Como um humilde soldado de um exército gótico, a vida de
Arnulfo era absurdamente simples: comer, dormir, deitar com
mulheres, matar — essas eram suas únicas alegrias. Ele ainda não
entende por que seu senhor o escolheu em vez de um guerreiro
renomado em batalha ou um líder triunfante na conquista. Talvez
fosse a bondade com que Arnulfo tratava os cães de caça da matilha,
ou a selvageria com que matava seus rivais na batalha. Seu batismo de
sangue foi decretado por um Matusalém que desde então interferiu
apenas minimamente na vida de sua criança, mas Arnulfo ainda está
ciente de que tem uma grande dívida com aquele que o criou, e teme a
noite em que essa dívida deve ser paga.
Respondendo a nenhuma autoridade além da sua, Arnulfo
vagou pelas planícies escuras da Europa Oriental. O mundo que ele
conhecia desapareceu gradualmente, enquanto tribos lutavam por
território e impérios surgiam e caíam. Como ele se perdeu na vida de
um verdadeiro predador, as terras maculadas do Oriente trouxeram
sua Besta. Sua comunhão com o mundo noturno tornou-se uma
experiência religiosa.
Sua não-vida foi reduzida a seus elementos componentes: à
noite, ele precisava apenas superar alguns guerreiros desgarrados para
se sustentar e, de dia, dormia no solo da floresta.
Não havia escassez de vítimas para se alimentar e ele se deleitava
com o derramamento de sangue. Naqueles dias, ele também procriou
livremente. Desde então, Arnulf abraçou crias em todos os reinos
balcânicos, incluindo Mitru e Jolanta. A liberdade é muito
importante para Arnulfo, então ele a concedeu a seus filhos e filhas,
que têm algum respeito por ele. Infelizmente, eles têm pouco um para
o outro. Especialmente nas florestas escuras da Transilvânia, eles se
tornaram cada vez mais territoriais.
Isso não o preocupa muito. Como um observador obscuro das
muitas tribos mortais do Oriente, ele aprendeu muito com suas
culturas. Arnulf é capaz de assimilar-se rapidamente em qualquer
cultura primitiva através de seu raciocínio rápido. Por baixo da
fachada, no entanto, encontra-se a Besta. Ele sabe que é poderoso,
quase divino; seu apetite é voraz e a morte de vítimas mortais significa
pouco para ele.
Ele não teme nenhuma lei e, portanto, tem muitos inimigos. Os
Lupinos, em particular, o conhecem e contam histórias do que
consideram grandes crimes. Ataques bárbaros são divertimentos
épicos para ele, e muitas vezes, as vítimas de tais ataques foram
Parentes Garou, o que aumentou a inimizade entre os Gangrel e os
Senhores das Sombras. Muitos Parentes foram mortos por Gangrel
errantes e muitas tribos promissoras foram saqueadas por Cainitas
selvagens.
Arnulfo não se importa. Ele sempre considerou essas terras
como suas.
 Agora os Senhores das Sombras se retiraram para os
Cárpatos, e uma nova ameaça surgiu em seu lugar: a
civilização feudal ocidental. A ascendência do Reino
Húngaro o enche de ira. Os agricultores vivem como
gado pastando, contentes com os mesmos campos ano
após ano.
Aldeões organizados montam defesas elaboradas,
esperando para matar as feras que espreitam à noite. Os
dias de glória tribal se foram. Arnulfo busca
constantemente informações sobre tribos bárbaras
sobreviventes por esse motivo. Ele anseia pela noite em que
o reino cai e as aldeias queimam.
Então os velhos costumes retornariam, e a vida simples
de predador e presa seria possível novamente.
Para este fim, Arnulfo está começando a agitar suas
crias rebeldes. Sua mensagem é simples: evite que as cidades
se tornem muito complacentes. Embora seja difícil
formar exércitos, Arnulfo exerce grande influência sobre os
membros de seu clã. Se as cidades crescerem muito rápido,
elas serão uma ameaça para os territórios dos Gangrel.
Uma noite, os humanos podem se tornar os predadores e
os Cainitas suas presas. Assim, o Gangrel deve caçar ou
ser caçado. Que comece a caça.
Imagem: A disposição selvagem de Arnulf está
escondida atrás de uma capa desgastada e pele
emaranhada. Seu longo cabelo preto é contrastado por
seus frios olhos azuis. Embora a Besta tenha deixado
sua marca na forma de dentes afiados, orelhas tufadas e um
torso peludo, ele pode esconder essas coisas se precisar. Ele
está no auge da saúde e sua musculatura é impressionante.
Quando ele deve agir civilizado, a fachada é construída com
muito cuidado, como se ele devesse usar um grande esforço
para confiar nas palavras.
Seus anos são exibidos em sua paciência cautelosa, mas
palavras mal escolhidas podem despertar a raiva que dorme
dentro dele. Embora ele ainda pareça um homem de 30 anos,
Arnulfo caçou nas florestas dos reinos dos Bálcãs por séculos.
Dicas de Interpretação: Não confie em ninguém,
especialmente na geração das cidades e vilas. Fora do seu
clã, fale com os outros de má vontade, mas mantenha distância.
Qualquer pacote com o qual você corre é temporário.
Qualquer oportunidade de destruir a ordem do Reino
Húngaro atrai seu interesse. Entre seu clã, você merece o
respeito que merece.
Fale como se estivesse escolhendo suas palavras com
muito cuidado. Você exibe um talento para idiomas, incluindo
vários dialetos que não existem mais, mas considera as palavras
ferramentas de engano. Quando as palavras falharem, não tenha
medo de soltar a Besta. Na batalha, sua raiva é como uma força da
natureza: indomável, desumana e implacável.
Refúgio: Qualquer lugar no meio da floresta será suficiente como
um lar temporário. Encontrar um lugar seguro para dormir está se tornando
mais difícil, no entanto. As aldeias estão mais protegidas do que antes, e os
caçadores estão aprendendo melhor seus territórios. Felizmente, Arnulfo
sempre se destacou na caça aos caçadores.
Segredos: O Abraço não negou a Arnulfo seu desejo por mulheres
mortais. Os objetos de seu desejo são mulheres jovens severas e
apaixonadas que relutam em aceitar vidas simples de labuta e
servidão. Recentemente, perto das docas de Buda, ele começou a se
encontrar secretamente com uma jovem que deseja aprender
com sua sabedoria sombria. Arnulf a tomou como aprendiz e
ensinou-lhe o caminho do caçador, apesar das suspeitas de sua
família de que ela fez um pacto com forças não naturais. Ele a
liberará para o chamado da noite em breve.

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 Influência: Nenhum pessoalmente, mas muitos de seus Clã: Gangrel
filhos alcançaram posições de importância na sociedade Senhor: Pard
Cainita. Uma palavra dele e metade dos Gangrel do Leste se Natureza: Monstro
levantariam para a batalha.
Comportamento: Bárbaro
Destino: Arnulf e sua prole mais confiável mais tarde se
aliarão aos mongóis no ataque aos territórios orientais. Vários Geração: 6ª
Gangrel cruéis irão se opor a ele. Arnulf será um aliado sombrio Abraço: 446
dos turcos que atacarão os feudos da Valáquia dentro de 300 Idade aparente: 30 e poucos anos
anos. Físico: Força 5, Destreza 4, Vigor 6
Sua lenda crescerá e eventualmente ele encontrará Vlad Social: Carisma 2, Manipulação 5, Aparência 2
Tepes na batalha. Embora Tepes saia vitorioso, o valor e a
Mental: Percepção 4, Inteligência 3, Raciocínio 6
habilidade de Arnulfo serão elogiados até mesmo por aquele
príncipe do mal. Mesmo na década de 1990, o nome e a Talentos: Prontidão 4, Atletismo 5, Briga 6, Esquiva 6,
linhagem de Arnulf ainda inspirarão respeito daqueles Liderança 4, Subterfúgio 3
Gangrel que se lembram. Perícias: Corpo a corpo 6, Cavalgar 3, Sobrevivência 6,
Furtividade 4
Conhecimentos: Lingüística 5, Medicina 3
Disciplinas: Animalismo 5, Rapidez 4, Fortitude 5,
Potência 3, Metamorfose 7
Antecedentes: Status (Gangrel) 5
Virtudes: Convicção 4, Instinto 4, Coragem 5
Estrada: Besta 7
Força de vontade: 7

Jolanta de Niepolomice
Antecedentes: Filha de criadores de gado que vivem
nas planícies ao norte de Cracóvia, Jolanta cresceu
apegada aos ritmos simples da vida. Contando o tempo
pelas estações, o crescente e o minguante da lua e os
ciclos de reprodução dos animais sob seus cuidados, ela
sabia pouco de qualquer coisa fora de sua vida
circunscrita. Quando ela atingiu a idade de casar, seus
pais a levaram com eles para a feira anual em Cracóvia.
Jolanta sentiu-se mais repelida do que fascinada
por sua primeira cidade real. O fedor de muitos corpos
amontoados muito juntos a enjoava, enquanto o
constante clamor de vozes a fazia se sentir presa.
Ao redor dela assomavam as paredes de pedra da
cidade, envolvendo-a em um torno.
Seus pais não conseguiam entender seu
desconforto óbvio. Suas tentativas de atraí-la para
as festividades só aumentaram seu desgosto.
Assim, Jolanta não percebeu que eles estavam
solicitando ativamente um marido para ela,
trocando sua mão como se ela fosse
apenas mais uma mercadoria à venda.
Quando o pai de Jolanta a apresentou
ao filho do lojista corpulento que
seria seu futuro marido, ela teve
um momento de pânico. Só a
ideia de que o casamento só
aconteceria no ano seguinte, quando
a família voltasse a Cracóvia para a
feira, impediu Jolanta de sucumbir ao
desespero. Qualquer coisa poderia acontecer em
um ano.

TRANSYLVANIA BY NIGHT

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