Um Guia do Narrador para a Tempestade

Um Suplemento para Aparição: O Esquecimento

 Um Guia do Narrador para a Tempestade
Um Suplemento para Aparição: O Esquecimento
A inundação diminui e o corpo, como uma concha gasta do
mar, emerge estranho e adorável.
E o pequeno navio voa para casa, vacilando e caindo na
enchente rosa, e a alma frágil sai, novamente em sua casa
enchendo o coração de paz.

Balança o coração renovado com paz até do esquecimento.

Oh, construa seu navio da morte, oh, construa! Pois você

vai precisar.
Pois a viagem do esquecimento espera por você.

- Do "The Ship of Death" de D. H. Lawrence

Créditos
Escrito por: Nivky Rea
Desenvolvido por: Jennifer Hartshorn
Edição: Annie Schultz
Edição Adicional: Cynthia Summers
Diretor de Arte: Richard Thomas
Leiaute e Letras: Kathleen Ryan
Arte: John Cobb, Jeff Miracola, E. Allen Smith e Joshua
Gabriel Timbrook
Arte da Capa: Jeff Miracola
Design de Capa: Lawrence Snelly
White Wolf, Inc. Execs
Mark Rein-Hagen e Stewart Wieck, Proprietários; Stephan
Wieck, Presidente; Wes Harris, Vice-Presidente de
Marketing; Michael Krause, Vice-Presidente de Vendas;
Richard Thomas, Vice-Presidente de Produção e Design;
Ken Cliffe, Diretor de Desenvolvimento e Edição; Benjamin
T. Monk, Controlador Jr.; Rebecca Schaefer, Gerente de
Estoque.
©1995 por White Wolf. Todos os direitos reservados.
A reprodução sem consentimento escrito da editora é
expressamente proibida, exceto para propósito de reviews.
Wraith: The Oblivion e Sea of Shadows são marcas
registradas e copyrights da White Wolf Game Studio. Todos
os nomes, títulos, personagens e texto aquisão copyrights da
White Wolf a menos que seja dito o contrário.
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nessas páginas não é um desafio às marcas registradas ou
direitos autorais em questão.
Devido ao conteúdo adulto envolvido, recomendamos
cautela ao leitor.
CÓPIA EXCLUSIVAMENTE DIGITAL.
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Agradecimentos Especiais:
Keith “Céus Afáveis” Winkler, por seu romance no ar.
Danny ”Sozinho em Casa” Landers, por ir só.
Rebecca “Livro de Bolso Mortal” Schaefer, cuidado onde
você balança essa coisa, Rebecca!
Diane “Morda seu C*” Zamojski, para seu criativo presente
de Natal.
Louvie "Oh Deus, corte isso!" Locklear, por sua história de
horror de cabelo na festa do pijama.
Mike “Agora Eles Me Pagam!” Chaney, por seus plugs des-
carados serem publicados.
Brad "Indo ao Correio" Butkovich, por sua abordagem do
tipo "faça você mesmo" ao correio.
R. Christian “Continental” Naberhause, por enfrentar o
mundo (ou pelo menos todas as suas contas).
Sarah "Namorado Numa Tenda" Timbrook, por suas aventu-
ras de namoro.
Emony "Não, sério, eu não bebo" Hester, por mudar de ideia
depois de nos conhecer.
Eric "Midinho" Turnbow, por sua maneira criativa de sair do
trabalho.
Jim "Veterano" Souter, por ser o velho da matilha.
Bruce "Chuva sobre the Scarecrow" Butkovich, por sua
obsessão com a banda.
Agradecimento Especial do Autor
Para Jackie Cassada, Jennifer Hartshorn e Jim Crabtree,
eles sabem o porquê.
Um agradecimento muito especial aos meus testadores
de jogo: Beth Bostic, Carla Hollar e Jackie Cassada por sua
assistência de última hora.
Introdução 9
Capítulo Um: No Mar Sombrio da Alma 21
Capítulo Dois: Viajantes na Tempestade 41
Capítulo Três: Dominado Pela Escuridão 57
Capítulo Quatro: À deriva no Mar de Sombras 69
Apêndice: A Bolsa do Barqueiro 91
Índice 7
 Introdução
"Não Olhe, não olhe," as sombras respiram
Sussurando-me para longe de você...
— The Cure, "Burn"
u os ouvi chegando muito antes de chegarem
a mim. Eu sabia que havia excedido minhas
boas-vindas na Necrópole: reunindo mais
uma informação, adquirindo aquela última
gota de suco. Eu lamentaria ir embora.
Para uma área controlada pela Hierarquia,
não foi tão ruim. Diferentes áreas são mais
fortemente patrulhadas do que outras e aqueles de nós em
negócios mais secretos tendem a ficar longe da Cidadela. Agora
os Legionários estavam indo para minha casa segura. Alguém
pode ter me vendido. Talvez eu tenha sido descuidado. Era hora
de Johnny Liar ir embora.
"Vamos lá", o Gêmeo sussurrou, "Nós podemos pegá-los.
Por que fugir deles de novo? Eles podem ter relíquias ou Artefatos
poderosos".
"É exatamente por isso que não podemos enfrentá-los",
respondi, "Eles podem ser poderosos demais para nós."
"Eu já te decepcionei?" o Gêmeo parecia magoado, mas
ainda animado, como se achasse que poderíamos realmente
vencer um confronto com os Legionários. Eu conhecia aquele
tom de excesso de confiança. Ele me colocou em apuros antes
com suas garantias sedutoras.
"Nós não podemos vencer", eu finalmente disse, "Vamos
agora antes que eles nos encontrem. Não vai fazer nenhum
bem ao nosso círculo se nós nunca voltarmos para relatar o
que sabemos."
"Não me venha com essa merda. Eles não são seu Círculo,
eles são seus clientes. Você não vai dizer a eles o que você sabe
a menos que eles paguem muito bem e nós dois sabemos disso".
O Gêmeo parou por um momento.
"Nós podemos pegá-los, Johnny! Eu sei disso", ele implorou,
"Basta tentar. Se eu estiver errado, sempre podemos escapar
para a Tempestade."
“Não, Gêmeo”.
“Você está apenas com medo. Nós poderíamos embosca-los.
Eles têm coisas muito boas...”
“Nós estamos aqui pela informação”.
“Quem melhor para nos contar sobre os planos da
Hierarquia do que um Legionário? Nós capturaremos um”.
Eu pensei sobre isso. Se pudéssemos capturar um
Legionário, poderíamos descobrir segredos que nunca
descobriríamos sozinhos. E alguns Legionários carregam armas
feitas de aço Estígio. Eu com certeza não me importaria de
ter uma dessas. Talvez o Gêmeo estivesse certo desta vez.
“É melhor você estar certo”, eu disse por último.
“Estou certo! Nós emboscaremos eles e capturamos
um. Use Limiar da Tempestade par abrir caminho para a
Tempestade para nós pularmos dentro. Vai valer a pena”.
O interior do tambor de óleo onde me escondi era velho
e enferrujado. Inclinado ligeiramente de lado e encostado
a uma velha estrutura de colchão, proporcionava um bom
ponto de observação. Empilhei vários caixotes, deixando um
pequeno beco entre eles. Eu esperava que isso atrairia mais a
atenção dos procuradores do que meu tambor de óleo aberto.
Os Legionários estavam se movendo pela área, vasculhando
meticulosamente os dois lados da rua. Alguns deles tinham
barghests. Eu ri um pouco para mim mesmo, sabendo que os
farejadores do Esquecimento não me encontrariam. O Gêmeo
estava certo. Por mais separados que estivessem enquanto
procuravam, um ataque surpresa poderia acabar com um em
pouco tempo. Eu estava pronto.
Um Legionário caiu nessa. Marque mais um ponto para
Johnny Liar. Ele começou a se mover lentamente entre os
caixotes. Silenciosamente, saí do tambor de óleo e rastejei
para agarrá-lo.
"Faça!" sibilou o Gêmeo. Eu podia sentir sua força somada
à minha. Nós abordamos o Legionário, derrubando-o no chão
e montando nele. Sua espada caiu no chão. Gêmeo e eu o
agarramos. Então senti as primeiras dores escarlates rasgarem
minhas costas. Um calafrio saltou da ferida nas minhas costas
e rasgou por todo o meu corpo... me atrasando... entorpecendo
minha mente. Enquanto eu gritava de agonia com a mordida
do metal do Esquecimento, lembrei que os Legionários sempre
trabalham em pares, pelo menos. Gêmeo deu uma risadinha.
"Isso mesmo, Johnny Liar," ele zombou, "Nunca menos
que pares. Esqueceu alguma coisa, não foi?"
Introdução 9
 Por que Gêmeo não me ajudou? Ele não percebeu que
eles nos levariam para interrogatório? Seríamos presos e
transformados em escravos da Hierarquia. Podemos até ser
fundidos em moedas. Reunindo toda a minha concentração,
rasguei a membrana e caí na Tempestade fervente.
“Johnny?”
A voz era calorosa e carinhosa; uma carícia aveludada
para minha mente maltratada. Abri os olhos e olhei para a
abóbada da meia-noite acima do meu rosto. Estrelas brilhantes
e prateadas estavam espalhadas pelo imenso céu. Eles piscavam
e cintilavam no alto. Senti um movimento suave de balanço
e ouvi o barulho da água batendo perto de mim. Um poste ou
remo escuro foi levantado momentaneamente acima das ondas,
depois mergulhado nelas novamente. Eu estava aninhado no
abraço de um barco de junco; seus lados curvos me lembravam
um velho curragh irlandês.
Virei a cabeça para trás, dei uma olhada no timoneiro. Ele
era alto, orgulhosamente ereto e coberto com um manto escuro
com capuz que não me permitia vislumbrar seu rosto. O ser era
um Barqueiro. Ah! Agora eu estava seguro. Mesmo que eles
conseguissem me seguir na Tempestade, nenhum Legionário
iria mexer com um Barqueiro. Não é à toa que tudo parecia
tão calmo.
Eu esperava pular na pior parte da Tempestade. Não que
existam partes boas, mas não ter o luxo de olhar antes de pular
quase garantiu uma surpresa desagradável ou duas. Assim é o
velho Mar de Sombras. Falando em Sombras, eu me perguntei
onde Gêmeo tinha ido. A última vez que o vi, ele estava rindo
de mim. Agora aqui estava eu, nem mesmo molhado. Onde
ele estava?
"Você é um Barqueiro, não é?" Perguntei ao meu salvador
encapuzado. Ele inclinou a cabeça em concordância.
"Isso significa que você tem que me proteger e me fazer
passar pela Tempestade, certo?"
"Esse é o costume de sempre", respondeu ele, "embora
ainda não tenhamos feito uma barganha pelos meus serviços."
"Você sabe onde eu quero ir?" Ele assentiu novamente.
Eu admito. Fiquei impressionado. Eu tinha ouvido falar muito
sobre os Barqueiros, mas eu nunca tinha conhecido um antes.
"O que você quer?" Eu perguntei, esperando que eu tivesse
o suficiente de qualquer moeda que ele exigia.
"Uma mera porção do seu tempo."
Isso parecia promissor. Sentei-me, olhei em volta e notei
o brilho dourado do canal de água em que estávamos viajando.
O vento era uma brisa suave, mas forte o suficiente para trazer
à minha atenção o cheiro oleoso e rançoso do mar. Onde
estavam os vendavais uivantes e as ondas Espectrais que eu
sempre encontrava na Tempestade?
"Não se preocupe", o Barqueiro acalmou, "Nada irá
prejudicá-lo enquanto eu estiver por perto".
"Então, e essa coisa do tempo?" Perguntei: "Quanto tempo
10 O Mar de Sombras
você quer?"
O Barqueiro ergueu gentilmente o remo e o deslizou pela
superfície, nos levando para outro caminho dourado e brilhante
que cruzava aquele em que estávamos.
"A quantidade de tempo necessária depende de você",
afirmou o Barqueiro.
"Você poderia ser um pouco mais especifico?" Perguntei:
"Se você sabe para onde quero ir, deve saber que tenho
informações que muitas pessoas querem. Não posso ficar
muito tempo fora. Tudo vai mudar e as informações não terão
utilidade para eles. O que você quer de mim de qualquer forma?"
"Eu preciso de um duplo por algumas horas," ele explicou,
"Você é muito habilidoso em Argos. Você poderia tomar meu
lugar e conduzir meu barco através da Tempestade enquanto
eu estiver fora brevemente."
"Você quer dizer que quer um dia de folga?" Eu sorri. Na
verdade, eu não tinha certeza se poderia substituir o Barqueiro.
Ouvi dizer que eles são bem difíceis. Senti o Gêmeo me cutucar.
"Claro que você pode", ele sussurrou, "Você sabe que quer.
Além disso, quem vai mexer com um Barqueiro?"
"Onde diabos você estava?" Eu exigi com raiva, "você não
ajudou muito lá atrás."
"Eu vou fazer as pazes com você. Vamos, isso vai ser
divertido." Eu podia sentir o Gêmeo dobrando minha vontade,
me persuadindo a ceder.
"Qual é o problema?" Eu questionei o Barqueiro.
"Está feito", veio a resposta calma, "Você toma meu lugar,
dirige meu barco e finge ser eu. Em troca, eu o levarei para onde
você quiser ir. Você poderia, é claro, deixar minha proteção e
tente fazer por conta própria. Mas por que não jogar pelo seguro
e ganhar minha gratidão?" Emoldurado no brilho fraco do céu
noturno, ele ergueu a cabeça o suficiente para eu distinguir o
contorno de um rosto sombrio.
"O que eu tenho que fazer?"
"Como eu disse, apenas dirija o barco", ele falou, então
ele fez uma pausa, "No entanto, existem duas condições. Você
deve guiar o barco até o final deste atalho; não pode abandonar
meu barco ou desviar-se deste caminho, pois então não saberei
onde encontrá-lo quando voltar. Segundo você não deve pegar
nenhum passageiro, pois eles podem perceber que você não é
um verdadeiro Barqueiro. Estamos de acordo?"
Eu considerei isso várias vezes, procurando por uma falha.
Não que eu não pretendesse mentir de qualquer maneira.
"Vamos fazer isso", Gêmeo pediu, "Ei, o barco do nosso
próprio Barqueiro. Nós poderíamos fazer uma matança com
essa coisa". Sim, poderíamos.
"Quanto tempo você vai ficar inativo de novo?" Perguntei.
“Poucas horas, não mais”.
Não era muito tempo, mas se eu pegasse um atalho eu
sabia que talvez pudéssemos fazer uma rápida operação de
contrabando e depois vender o barco. O barqueiro levaria algum
tempo para nos localizar - se ele se incomodasse. Afinal, ele
provavelmente estava fazendo algo tão dissimulado quanto
o nosso esquema, tentando encobri-lo com esse golpe duplo.
"Claro, por que não?" Eu disse. Ele assentiu. Alcançando
atrás dele, ele puxou um manto escuro com capuz.
Coloquei-o e puxei o capuz.
"Espero não ter que navegar pelas estrelas", eu brinquei
apontando para os pontos de luz acima de nossas cabeças.
“Você não navegará. De qualquer forma, esses são
nulidades, não estrelas. Agora, ouça com atenção. Você deve
segurar o remo suavemente com as duas mãos e, em seguida,
impulsionar o barco com movimentos leves. Se você puxar
com força, você se cansará e poderá perder o controle do
remo. Você não deve perder o remo. O barco não pode ser
dirigido sem ele. Lembre-se, fique neste canal, puxe o remo
suavemente pela água e não pegue passageiros”. O Barqueiro
colocou o remo em minhas mãos e então se abaixou pela
lateral do barco. “Até mais”. Ele ficou na superfície por um
momento, então lentamente afundou fora de vista.
"Ele se foi. Vamos sair daqui “. O Gêmeo pediu.
Agora que eu segurava o remo, eu podia ver e sentir
a Tempestade furiosa ao meu redor em todas as direções.
Parecia removido de alguma forma, como se não tivesse
poder para me tocar. Os poderes congelantes da alma do
Esquecimento estavam ao meu redor, mas não senti frio.
Gritos e gemidos uivavam ao lado do vento enquanto
o Gêmeo e eu ríamos da impotência do Mar Sem Sol.
Não representava nenhuma ameaça para nós enquanto
permanecêssemos no barco. A corrente ficou um pouco
mais forte e eu cuidadosamente guiei o remo através do
lixo-espiritual. O líquido sujo manchava o remo com um
tom mais escuro a cada puxada.
"Me ajude!" Uma voz feminina se elevou acima do som
do vento e vi uma garota pálida e de aparência miserável
de cerca de dezessete anos nadando determinada em
direção ao barco. Ergui o remo um pouco acima de seus
braços desesperados e ávidos; então notei os tubarões que a
cercavam. Sim, eu sabia que eles eram Espectros em forma de
tubarão, mas ela sabia? Eu me perguntei o quão nova ela era.
"Por favor... por favor me ajude," ela soluçou.
Comecei a baixar o remo. Gêmeo me cutucou.
"O que você está fazendo? Se você vai arriscar sua
bunda para salvá-la, receba algo em troca." Ele estava certo.
Aqueles eram Espectros a assediando. Eles poderiam se
voltar contra mim se eu a ajudasse.
"O que você vai me dar se eu te salvar?" Eu chamei,
mergulhando o remo um pouco, provocando-a, para que ela
desse uma investida inútil. Gêmeo riu.
"Qualquer coisa", ela soluçou.
"Que tal essa pulseira que você está usando?" Eu sabia
que tinha que ser uma relíquia.

Introdução 11
 "Não, é... sim, pegue!" ela gritou quando um tubarão-
Espectro quase decepou seu braço.
Inclinei-me para a lateral do barco e soltei a pulseira,
mantendo uma das mãos firmemente no remo.
"Suba," eu ofereci.
"Veja se ela tem mais alguma coisa", cantou Gêmeo, "Se
não, podemos sempre vendê-la junto com o barco."
Ela se arrastou até a borda e caiu, me derrubando no
pequeno espaço oferecido pelo barco. Perdi o equilíbrio e deixei
cair a pulseira no mar escuro. Eu fiz um agarrão brusco para ele
enquanto, Gêmeo se encolheu, "Pegue!"
De alguma forma, perdi o controle do remo. Um tubarão-
Espectro arrancou-o de minhas mãos e se afastou rapidamente
do barco.
"Sua vadia estúpida!" Eu gritei com a garota, batendo nela
enquanto ela tentava se sentar.
O barco começou a girar em círculos preguiçosos, cruzando
o caminho dourado, depois saindo dele, depois voltando
quando viramos e viramos. O vento se tornou uma fúria,
nos esbofeteando de um lado para o outro. Ondas negras e
gordurosas cheias de rostos gritando e coroadas com gotas de
sangue espumante caíram sobre nossa pequena embarcação, nos
encharcando na matéria suja.
"Saia! Nós somos muito pesados!" Eu gritei para a garota,
tentando empurrá-la de volta para fora do barco. Ela parecia
12 O Mar de Sombras
terrivelmente pesada e eu me movia tão devagar que ela
facilmente me evadiu. Minhas costas começaram a doer
novamente. Eu tinha esquecido a ferida que o Legionário tinha
infligido. Agora começou a arder e a latejar de dor.
"Saia daqui, Johnny," ela respondeu calmamente, sorrindo
para mim com seu sorriso de tubarão cheio de dentes, "Se você
puder."
Eu tive o suficiente disso. O barco começou a balançar
e saltar, girando em círculos cada vez menores. O Icor
espiritual inundou o fundo da embarcação e os ventos rugiram
insanamente. Hora de chamar o velho Argos e abandonar o
barco. Invoquei minha Paixão para alimentar a Arte. Nada
veio... nem um lampejo.
Tentei novamente, sem sucesso. Gêmeo riu.
"Johnny?" ele sussurrou.
"O que?" Eu vociferei em resposta, eu realmente não estava
com disposição para uma de suas cenas idiotas.
"Olhe a sua volta." ele disse. A garota me encarou com
olhos brilhantes como espelho e lambeu os lábios sensualmente.
Eu desesperadamente olhei ao redor.
Estávamos girando no centro de um vórtice gigante,
caindo mais e mais a cada minuto. Bem abaixo de nós havia
uma cratera profunda, preta e pulsante e, a senti, faminta. As
laterais do vórtice agora se elevavam a trinta metros acima de
nós. Ela se moveu em minha direção, esticando seus braços
impossivelmente longos para me envolver e me puxar para perto.
Sua pele era feita de vermes apodrecendo e se contorcendo; seus
lábios vermelhos uma ferida aberta e sangrando.
"O que você vai me dar para salvá-lo, Johnny?" ela
gargalhou.
Tentei novamente usar meus Arcanos para me mover
através da Tempestade e senti as agitações do poder.
Empurrando-a para longe, pulei para cima e para fora do barco
— agarrado com firmeza, meus pés estavam colados ao barco
como se estivessem pregados ali.
“Gêmeo, ajuda!”, eu gritei.
“Por que?” ele perguntou, “Você está finalmente onde eu
quero.”
“Não!” Minhas costas estavam em chamas, as ondas
estavam se fechando e eu lutei freneticamente para libertar
meus pés, rasgando e me despedaçando na minha tentativa
desesperada de escapar do Esquecimento que eu agora sabia que
estava abaixo de mim.
"Ainda se sentindo angustiado?" perguntou Gêmeo em
tom de conversa.
"E a garota? Ela é inocente!" Chorei.
“Você realmente não se importa com a garota”, Gêmeo
zombou.
“E a garota?” a garota respondeu, vestindo outro manto
escuro com capuz que estava no fundo do barco. De repente
percebi que estava olhando para o Barqueiro.
"Não preste atenção na garota", ele murmurou, "Ela nunca
existiu. Mas estou surpreso com você, Johnny Liar. Você
prometeu seguir o canal até o fim e, pela primeira vez, você
manteve sua palavra. E você vê, eu mantive a minha. Eu trouxe
você onde você realmente queria ir o tempo todo."
O Espectro-Barqueiro sorriu dentro de seu capuz. O rugido
do vórtice superou todo o som, mas senti o chicote de sua risada
quando escorreguei para o Vazio eterno.
A Tempestade
Da recâmara do sul sai o tufão, e do norte o frio.
— Jó: 37, ix, A Bíblia Sagrada
omo um vasto, terrível, oceano agitado
por uma tempestade, o Mar de Sombras é
a turbulenta, extensão desconhecida de
violência conhecida como a Tempestade.
Aparições que viajarão de uma área no
Mundo Inferior para outra devem enfrentar
suas profundezas assombradas por Espectros,
enquanto aqueles que caem involuntariamente nele devem
lutar por sua própria existência contra suas próprias Sombras.
O Mar de Sombras circunda, e alguns dizem que permeia,
todo o Mundo Inferior com exceção das Terras das Sombras,
que encapsula. Frio e sombrio, ela impede a viagem entre os
reinos internos e as Terras das Sombras e coleta os pesadelos e
memórias daqueles que passam por ela, vomitando-as em uma
tormenta violenta e eterna. É uma inescapável, inexorável
força que pode regurgitar as horríveis e destrutivas tormentas
conhecidas como Turbilhões em resposta a convulsões nas
Terras da Carne, grandes mudanças nas Terras das Sombras
ou como um prelúdio para ambos. Os Turbilhões urram
através dos reinos e das Terras das Sombras, deixando uma
vasta destruição e mudança em seu rastro.
É mais fácil pensar a Tempestade como um enorme e
furioso oceano no qual Estígia e as Costas Distantes existem
como reinos. Outros reinos estão dentro do abraço do Mar de
Sombras também, sejam meras ilhas ou continentes inteiros.
Alguns hospedam bestas estranhas, outras mantem portos
que servem de entradas para Necrópoles. Muitos são reinos
de sonho, amargamente bela e evocativa de tudo que é caro
a uma aparição, flutuando na superfície apenas por um curto
tempo antes de afundar nas profundezas mais uma vez. Outros
são lugares de pesadelos e agonia: Cidadelas Malfeanas,
habitadas por hostes de Vultos, onde torturados, as aparições
gritam enquanto drenados e transformados em Espectros
para a diversão do Lorde Malfeano. A boca voraz do poço,
sempre faminto, do Esquecimento espera sob a superfície da
Tempestade. O Vácuo sem luz é a aniquilação personificada.
Ele mastiga e vomita cada fragmento da identidade de uma
aparição. Quem sabe que outros horrores podem estar abaixo
da superfície nas profundezas escuras? Isto é como boa parte
das aparições veem a Tempestade.
O Mar de Sombras é mais que um infinitamente
poderoso, vasto mar sombrio. É também um lago de fogo
frio, queimando através das ilusões de uma aparição e
incendiando suas Paixões. Em algumas áreas, a Tempestade
parece areia movediça; seu líquido arenoso e mutante
puxando inexoravelmente aqueles que passariam por ela
para baixo e para dentro de si mesmo, sugando avidamente
seus medos. Outras porções são como mares de espelhos
quebrados, preenchido com as limalhas afiadas e rejeitadas
de metal Estígio. Os pedaços são pequenos demais para serem
trabalhados, mas grandes o suficiente para causar ferimentos
em uma aparição que passa como a mordida do Esquecimento.
Não é um oceano lúgubre, de água viscosa, mas de almas; cada
gota é a pura essência de emoções negativas (desespero, ódio,
ganância, inveja, alegria sádica e orgulho exacerbado) que
foi espremido de incontáveis almas e destilado em licor da
meia-noite. Rostos guinchando e corpos dilacerados dessas
almas terríveis são capturados e refletidos através da escuridão
líquida. Imersos nesses fluidos de sujeira, os Espectros são
gerados como abortos de meio gravidez, para pulular e torturar
aqueles que desbravam o caminho pelas entranhas de sua
mãe. Outros afirmam que não há nada ali.
Introdução 13
 Como Usar Esse Livro
O Mar de Sombras é um suplemento tanto para Narradores
quanto jogadores de Aparição. No interior deste livro tem
as informações que se seguem: a Tempestade, seu propósito
original e como ficou retorcido; a geografia do Mundo Inferior
e sua relação com a Umbra; nulidades; Espectros; Aflições;
Artefatos; personagens gerados para o Narrador e uma aventura
adequada para qualquer grupo. Embora porções do livro
deveriam ser reservadas ao Narrador, muita da informação pode
ser dada (como conhecimento árduo) para os personagens que
atravessaram a Tempestade ou quem sobrevive a uma Aflição.
Desde que jogadores são jogadores, eles provavelmente irão
ler o livro vorazmente e memorizar tudo nele. É sugerido que o
Narrador use o que está incluso nesse livro como um ponta pé
inicial para criar suas próprias histórias, Aflições, personagens
do Narrador e Artefatos. Personalizar o material é uma das
melhores maneiras de internalizar o clima e ambiente. Isso
leva a descrições e interações mais emocionantes. Além disso, é
difícil assustar as pessoas quando elas já sabem o que acontecerá.
Se O Mar de Sombras está sendo usado em uma crônica
já iniciada, o Narrador pode querer usá-lo para fazer muitas
coisas: Mudar os personagens das Terras das Sombras para
outras áreas do Mundo Inferior (ou vice-versa), para criar mais
Aflições diabólicas baseado no ampliado método discutido no
Capítulo Três, familiarizar os jogadores com os caminhos de
cruzar a Tempestade e os perigos nela e para apresentar vilões
contínuos que podem aparecer para atormentar os personagens,
em seguida, volta a desaparecer em um reduto nas profundezas
da Tempestade. Crônicas que apenas acabaram de começar
poderia também se beneficiar dos usos detalhados acima,
mas poderia focar, do começo, mais no Mundo Inferior e a
Tempestade.
Os jogadores (com a permissão do Narrador) poderiam ler
várias seções para ideias de personalidade, Paixões, relíquias,
Artefatos ou Grilhões. Eles podem desejar ter seus personagens
conhecidos (ou saber) de um ou mais personagens do Narrador,
um reino particular, um Artefato especial ou rumores de uma
forma de atravessar a Tempestade. Eles também podem colher
ideias para histórias que eles gostariam de ser contadas. Às
vezes, um pouco de informação prévia pode melhorar a história
para os envolvidos. Isso pode dar à história mais profundidade
e realismo, ao mesmo tempo que aumenta qualquer medo
ou apreensão que os jogadores possam sentir. Um pouco de
conhecimento é realmente uma coisa perigosa, especialmente
em Aparição.

Tema
O Mar de Sombras deveria ser aterrorizante. É a
personificação do desconhecido o qual permite varrer os
personagens para longe ou prendê-los como servos quase
irracionais do Esquecimento, condenados a passar a eternidade
corrompendo e destruindo outros. A Tempestade é a fronteira

14 O Mar de Sombras
que deve ser cruzada. Ela é o lugar onde Espectros aguardam
em emboscadas e os Turbilhões agitam nas profundezas,
obliterando caminhos e pegando aparições em seu abraço
variante, deixando-as retorcidas em corrupção. O Esquecimento
espera dentro da Tempestade, avidamente sugando tudo que
seja fraco demais para resistir ao chamado do canto da sereia.
Nesse reino de terror, a Sombra das aparições se agitam e
berram, batendo nas barras o qual os predem pondo-os em
cheque e exigem seu turno no controle. Dentro da Tempestade,
as aparições devem encarar seus medos, suas deficiências,
vergonha e desejos. O Tema é confronto: confrontação do
desconhecido, confrontação dos Espectros que assombram a
vastidão tenebrosa do Mar Sem Sol e o mais importante a
confrontação se si próprio.
No fim, a Tempestade é apenas o bastidor onde a batalha
é travada entre a luz de uma aparição e seu lado sombrio. Cada
viagem através do Mar de Sombras é uma jornada de auto
exploração e um confronto de tudo que é mais imundo dentro
de si. Espectros, aparições escravas, Turbilhões e redemoinhos,
podem não ser mais furiosos do que o inconsciente de cada
aparição voltado para a destruição e o consumo. Muitas das vezes
uma aparição pode se manter segura no caminho, recusando-se
a ver o que gagueja dentro de si. Ela pode viajar de uma área a
outra dentro da Tempestade com relativa facilidade. Mais cedo
ou mais tarde, contudo, ela deve encarar aquilo que detém a
chave de sua mais íntima alma, seu próprio inconsciente, o
espelho negro que ela chama de Sombra. Reconhecê-lo
e superar seus impulsos básicos resultam no culminar da
jornada e permite que a aparição triunfante mais uma vez
emerja da Tempestade para um lugar seguro e familiar - por
um tempo. Aqueles que caem nos truques e lisonjas de suas
Sombras ainda devem enfrentar sua dissolução enquanto
são sugados para o Esquecimento e destruídos.
Clima
A Tempestade é um reino de terror onde as aparições
devem confrontar seus piores pesadelos e sobreviver ou
serem destruídos. Praticamente tudo pode acontecer no
Mar das Sombras, e isso pode causar grande medo, já que
a aparição deve lutar contra o desconhecido sem saber
quais armas podem servir melhor ao propósito. O risco
é alto - continuidade, perda de si ou destruição. Como
tantas possibilidades são inerentes à Tempestade, ela não
pode ser experimentada de maneira adequada mantendo-se
apenas um estado de espírito. Embora o clima subjacente
possa ser horror ou terror, incerteza ou raiva, eles são mais
bem vistos na justaposição ao que é normal, tranquilizador
ou belo. Certamente um desejo agridoce por aquilo que a
aparição perdeu, uma tristeza insuportável, até mesmo uma
sensação de confusão e desespero enquanto ela tenta se
lembrar de seu passado são estados de espírito dominantes.
Mas alegria, alívio e até humor têm seu lugar. Contanto que
Introdução 15
 o Narrador tenha em mente o tema básico - confrontação - e
o clima subjacente, qualquer outro clima, desde a alegria de
vencer uma Aflição até o desespero por perder um Grilhão
amado, não só é possível, mas também ajuda a detonar o clima
dominante em comparação.

Cenário
Muitos cenários dentro da Tempestade são detalhados
neste livro. Sua variedade deveria ser uma indicação do que
é possível no Mar de Sombras. Qualquer cenário imaginável
pode ser encontrado no Mar Sem Sol. Reinos Místicos,
terras do horror definitivo, reinos de prisões inescapáveis,
lindas clareiras feéricas, oceanos desolados e mortais, cidades
das nuvens em tempestades agitadas e dezenas de outros
reinos giram sob e sobre o Mar Sem Sol, aguardando serem
descobertos. Os cenários são limitados apenas pela imaginação
do Narrador e o desejo e interesse dos jogadores. Se estes reinos
são reais, um reflexo do desejo mais íntimo de uma aparição
ou uma fantasia fantasma é em última análise, para cada grupo
dizer. Alguns grupos se sentirão mais confortáveis com reinos
definidos e estáveis que são o cenário "real e verdadeiro"
de Aparição; outros gostarão de superar um ao outro com
reflexões de sonhos cada vez mais fantásticas. Alguns irão
apreciar o horror inerente de representar sua Angústia e
Paixão contra um pano de fundo que não é mais do que a
representação física e simbólica de suas mentes inconscientes.
O Narrador deve se sentir livre de mudar as descrições
sempre que os personagens deixarem uma área e retornarem
a ela depois. Ao fazer isso, contudo, certas porções deveriam
permanecer as mesmas, assim os personagens não se
perdem irremediavelmente em um emaranhado de lugares
desconhecidos. Se os personagens deixam uma ilha onde
laranjeiras e coqueiros sombreiam uma praia branca em forma
de cimitarra, mas depois voltando a ela, eles podem descobrir
que a praia agora é a mais pura areia preta, ou as árvores se
tornaram pilares imponentes. O suficiente deve ser familiar
para que eles reconheçam o lugar. Isso reflete a passagem de
Turbilhões menores ou uma mudança nas percepções dos
personagens.

Informações Dentro do Livro

Cada um dos capítulos em O Mar de Sombras é baseado
em um tipo particular de informação:

Capítulo Um: No Mar Sombrio da Alma

Este capítulo foca mais completamente no que a
Tempestade é, as posições de vários reinos dentro dela e
informações sobre os atalhos e áreas ao redor dos reinos mais
estáveis. Também são abordados alguns reinos instáveis,
nulidades e outras aberturas para dentro e fora da Tempestade,
tempo e movimento dentro da Tempestade e a relação do
Mundo Inferior com a Umbra.

16 O Mar de Sombras
Capítulo Dois: Viajantes na Tempestade
Espectros, monstros e criaturas vorazes, os habitantes
da Tempestade são examinados nesse capítulo. Também
notados são os Grandes Turbilhões e os menores (chamados
Tempestades Espectrais) que se movem através do Mar Sem
Sol, deformando e mudando aqueles que eles dominam.
Também estão cobertos os seres de menor ameaça, como os
enigmáticos Barqueiros.

Capítulo Três: Dominado Pela Escuridão

O Capítulo Três explora as Aflições. Examina seus
propósitos originais, por que e como eles mudaram e foca
em muitos tipos diferentes. Também estão inclusas algumas
sugestões opcionais sobre novos sistemas para executar as
Aflições, tornando-as mais ou menos mortais.

Capítulo Quatro: À deriva no Mar de Sombras

Este capítulo é uma aventura pronta para jogar que pode
ser usada por qualquer grupo e adaptado para uma crônica já
existente ou uma que está para começar. Muito da ação ocorre
na Tempestade. Existem vários locais e escolhas que podem ser
explorados de acordo com as ações dos jogadores ou conforme
o capricho do Narrador.

Apêndice: A Bolsa do Barqueiro

Muito Artefatos e novos Arcanoi estão inclusos no
apêndice para uma rápida e fácil referência.

Léxico
Se um verbete não aparecer aqui e não estiver definido
no texto, consulte o Léxico em Aparição: O Limbo, p.31.
Aço Estígio: Metal que foi criado a partir das almas
fundidas de aparições e ligado ao minério extraído da Escada
Venosa (uma parte do Labirinto). Está infundido com o frio
do Esquecimento. Também conhecido como aço negro.
Aflições Destrutivas: Aflições que não têm uma presa
ou alvo (como um Grilhão ou Paixão), mas tentam eliminar
diretamente a aparição com o Esquecimento.
Aflições Predatórias: Aflição que tem um alvo ou presa
(uma Paixão ou Grilhão). Em vez de atacar diretamente
a aparição, essas Aflições tentam destruir sua presa para
enfraquecer a aparição.
Almas Perdidas: Aparições que nunca tiveram suas coifas
removidas ou que não tiraram por conta própria; eles vagam
a Tempestade.
Angélicos: Entidades plásmicas que se parecem com a
clássica ideia de anjos; eles são geralmente benignos.
Atalhos: Caminhos semipermantes, estradas, trilhos e
rios que percorrem a Tempestade e conecta os reinos internos.
Utilizar os atalhos é a maneira mais segura de atravessar a

Introdução 17
 Tempestade.
Baía Lacrimejante: a baía em forma de meia-lua onde
Caronte foi perdido. Ele serve como o porto de Estígia.
Barqueiros: Aparições que viajam através da Tempestade.
Eles levarão passageiros por um preço.
Canais: Atalhos líquidos. Tecnicamente eles não são
diferentes dos atalhos normais.
Chama-Tumular: Uma chama fria que queima as aparições
como um fogo normal que queimaria um vivo.
Charco: Zona Instável no qual uma aparição pode ficar
encurralado.
Delírios: Entidades plásmicas (criaturas) que se assemelham
a animais bizarros e incomuns (cobras com cabeça de leão, por
exemplo).
Demoníacos: Entidade plásmicas que se parecem com a
clássica ideia de demônios; eles são geralmente inclinados a
serem maus.
Entidades Plásmicas: Criaturas feitas de plasma que
habitam a Tempestade. Eles não são Malfeanos e aparições.
Espectros Lascados: Espectros que habitam o Mar de
Vidro Quebrado. Eles têm fragmentos de aço Estígio embutido
em seus corpos.
Espectros de Sargaço: Os Espectros que habitam o Mar
de Sargaço e atacam aparições presas nela.
Esquisitices: Entidades plásmicas que parecem bizarras,
criaturas alienígenas e tem processos de pensamento
radicalmente diferentes.
Eutanatos: Magos que estudam a entropia e que muitas
vezes estão cheios de uma grande quantidade de energia de
morte.
Fantasias: Entidades plásmicas que se assemelham a
animais normais. Algumas vezes conhecidas como “animal
na pista”.
Grilhões: Laços que prendem uma aparição à sua antiga
vida no mundo dos vivos. Eles podem ser pessoas, lugares ou
coisas.
Ilha das Lamentações: Uma ilha rochosa no delta do Rio
da Morte. Estígia está construída lá.
Labirinto: As horrivelmente passagens sinuosas, túneis
e escadas que levam ao Esquecimento no coração do Mundo
Inferior.
Lago de Fogo Gélido: Uma Zona Instável que testa a
Paixão de uma aparição.
Lendários: Entidades plásmicas que se assemelham a
criaturas lendárias como unicórnios e dragões.
Luz Negra: Um Artefato produzido pelos Piratas de Almas
das Costas Distantes. Ela fornece iluminação sem chamar
atenção deles, brilhando na escuridão do mar aberto.
Mar de Almas: O mar e o paredão feitos de escravos
modelados e amarrados que circundam Estígia e oferecem

18 O Mar de Sombras
alguma proteção contra os Turbilhões.
Mar de Cacos de Vidro: Zona Instável no qual detritos
de metal Estígio estão suspensos, isso causa dano nas aparições
que passam por ela.
Mar dos Sargaços: Zona Instável na qual as aparições
podem ficar atoladas.
Mar Sem Sol: Nome as vezes usado para descrever a
Tempestade; na verdade, uma vasto mar entre Estígia e as
Costas Distantes.
Mar de Sombras: Nome as vezes usado para descrever a
Tempestade; na verdade, o Mar dos Espectros que circundam
o Labitinto.
Miasma: Uma Zona Instável que destrói as memórias de
uma aparição.
Monásticos: Um grupo de aparições que residem ao longo
do Rio da Morte. Eles geralmente praticam uma religião e não
são tão propensos a sequestrar aparições para "convertê-los"
quanto os Hereges associados às Costas Distantes.
Nefandi: Magos corrompidos que servem a mestres
demoníacos chamados Malfeanos. Eles podem ou não ser as
Aparições Malfeanas.
Nulidades: Buracos nas Terras das Sombras para a
Tempestade. Elas são tipo feridas purulentas, permitindo que
Espectros e Turbilhões facilmente acessem as Terras Sombrias.
Oceano Ácido: Um Zona Instável o qual fere aparições
que são pegos nela.
Ocultos, os: Aparições deslocadas ou despossuídas que
não tem outro lugar para ir. Eles formam comunidades ao
longo das margens do Rio da Morte.
Passeio no Pesadelo: Um outro nome para a Aflição;
ocasionalmente usado para descrever uma Aflição
particularmente extensa.
Poça da Lembrança Agridoce: Uma Zona Instável no
qual aparições podem se lembrar de alguma parte, até então,
esquecida de seu passado.
Presa: O objeto de uma Aflição; uma Paixão ou Grilhão.
Piratas: Grupos de aparições que emboscam outros na
Tempestade e roubam seus bens materiais (plasmáticos).
Piratas de Almas: Escravagistas que captura aparições
para usá-las como servos. Eles apenas trabalham para as Costas
Distantes.
Portos da Necrópole: Aberturas para várias Necrópoles
que proporcionam as aparições um caminho mais fácil para
viajar deles e para eles.
Rio da Morte: O principal atalho através da Tempestade.
Talha-Nervos (Nephwracks): Replicantes que foram
retorcidos e devolvidos pelos poderes do Esquecimento a tal
ponto que eles não podem se passar por aparições normais.
Tempest Fugit: Zona Instável no qual o tempo é muito
acelerado.
Tempestade Espectral: Pequenos Turbilhões que podem
distorcer o corpo ou mente de uma aparição.
Terra do Devaneio: É uma Zona Instável onde as
insanidades das aparições residentes ganham forma física.
Umbra Sombria: Outro termo para o Mundo Inferior, mais
usado pelos Garou e magos.
Replicantes: Espectros fortes e um tanto independentes
que mantêm seus grilhões e paixões. Eles são os servos favoritos
dos Malfeanos.
Zonas Instáveis: Áreas dentro da Tempestade que podem
aparecer de forma aleatória e quase sem ser notado.
Introdução 19
 Capítulo Um:
No Mar Sombrio da AlmaA Tempestade é o vasto oceano do Mundo Inferior e o incessante temporal que separa um
reino do outro na terra dos mortos. Antigamente, era apenas um mar calmo que cruzamos,
transportando nossas cargas para onde iriam. O grande mar se espalhou para fora do poderoso
Rio da Morte. Construímos nossos barcos com os juncos que cresciam ao longo do rio e
navegamos para cima e para baixo em sua extensão e através do Mar Sem Sol até as Costas
Distantes, carregando incontáveis almas para encontrar seu descanso. Esses dias não existem
mais. Nenhum de nós agora sabe ou se lembra quais verdades inquietantes ou mentiras sujas
causaram a mudança. Só sabemos, para nossa tristeza, seu resultado.
— do jornal de Actemaeon, o Barqueiro

A Geografia do as Terras da Carne, existem determinantes

confiáveis para a direção. A gravidade
fornece um “baixo” e “cima”, enquanto
as direções cardinais nos dizem qual

Mundo Inferior caminho é o Norte, sul, leste e oeste

e o sol dá um localizador de direção
Leste-Oeste útil para aqueles que não têm uma bússola. O
consenso tornou a medição uma tarefa fácil, com milhas ou
quilômetros servindo como referências que todos entendem.
Mesmo no espaço, a distância ao sol, lua e outros planetas

Direção e Distância pode ser medida.

No ponto parado do mundo girando. Nem carne nem sem carne;
Nem de nem para; no ponto parado, lá está a dança,
Mas nem prisão nem movimento. E não chame isso de fixidez,
Onde o passado e o futuro estão reunidos. Nenhum movimento
De nem para,
Nem subida nem declínio. Exceto pelo ponto, o ponto imóvel,
Não haveria dança, e há apenas a dança.
Só posso dizer, lá estivemos: mas não posso dizer onde.
E não posso dizer por quanto tempo, para isso situá-lo no tempo.
— T. S. Eliot, "Burnt Norton"
Isso não funciona no Mundo Inferior. A gravidade
não é constante; nem mesmo a direção. Isso, junto com a
Tempestade que limita o movimento de um lugar para outro,
apresenta um grande problema para aquelas aparições que
precisam viajar. O Mundo Inferior realmente não está sob
o chão ou dentro da terra, como muitos acreditariam, mas
está dentro de uma dimensão de hiperespaço superposta e
contígua ao mundo real. Mantidos separados pela Mortalha,
as Terras das Sombras tocam e se sobrepõem as Terras da
Carne. Até certo ponto, eles tomam a forma deles. Abaixo
das Terras das Sombras (ou ao lado, atrás ou simplesmente
separado das Terras das Sombras) está o resto do Mundo
Inferior. Mundos vastos e desconhecidos podem girar
dentro do Mundo Inferior. Esses podem ser outros reinos
que nunca foram explorados, exceto talvez pelos Espectros.

Capítulo Um: No Mar Sombrio da Alma 21

 Essas porções que são conhecidas ficam relativamente perto das
Terras das Sombras (ou perto da superfície do Mar Sem Sol).
Esse é o problema de explicar exatamente onde as coisas estão
no Mundo Inferior. Existem muitas interpretações diferentes
e todas estão corretas.
Até certo ponto, direção e distância são subjetivas. Cada
aparição determina por si mesmo a que distância e direção algo
está. Aparições usando Argos encontram seus caminhos através
da Tempestade para seus destinos por ir na direção “certa”
(presumindo que eles tenham sucesso no uso dos Arcanos).
"Certo" é alternadamente definido como "a maneira como todos
acreditam onde o lugar está", "a jeito que eu sei", "onde estava
da última vez", "a modo mais fácil de passar", "onde eu quiser"
e " tudo o que funcionar." Por causa da primeira definição, a
consensual, é possível fazer atalhos através da Tempestade para
locais bem conhecidos. São como grandes rodovias ou rotas
marítimas, definindo uma rota consistente para as aparições
seguirem. Pelo menos, é o que a maioria das aparições acreditam.
Na verdade, os atalhos mudam tanto quanto o resto do Mundo
Inferior, mas os Barqueiros e outras aparições que viajam por
eles se ajustam inconscientemente para compensar isso.
Algumas aparições, particularmente os Barqueiros, estão
cientes da natureza dual do Mundo Inferior. Eles sabem que,
ao mesmo tempo, o Submundo é um lugar tangível no qual
muitas aparições interagem, bem como uma realidade subjetiva
dentro de seu próprio subconsciente. A distância é tanto uma
questão de luta simbólica dentro de si quanto uma qualidade
real mensurável. A localização depende tanto da escolha da
própria aparição quanto da natureza caótica da Tempestade.
"Para cima" pode realmente estar para baixo, para os lados,
dentro ou não ter relação com qualquer outra coisa. Estígia pode
não estar em frente às Costas Distantes, mas acima, abaixo, ao
lado ou ao redor. Até certo ponto, isso realmente não importa.
As aparições já foram mortais e ainda tendem a pensar em
termos mortais a respeito de coisas como direção e distância.
Embora não seja totalmente preciso, a geografia do Mundo
Inferior é explicada nesses termos familiares. Afinal, é assim
que as aparições geralmente percebem as coisas.
Durante as Aflições e Turbilhões, é claro, todas as apostas
estão canceladas.
Tempo e Movimento
O tempo é subjetivo e a distância relativa dentro da
Tempestade. A maneira mais esteticamente agradável de
explorar as jornadas é o Narrador levar "o tempo que for
necessário". Em outras palavras, se o jogo é focado em outras
coisas e os personagens apenas passam por seu caminho para os
encontros reais, tudo bem fazer uma breve descrição e deixá-
los atravessar sem incidentes (desde que façam suas jogadas
de Argos). Por outro lado, se chegar lá é metade da diversão,
o Narrador sem dúvidas terá alguns encontros substanciais
planejados dentro da Tempestade e as coisas levarão muito mais
22 O Mar de Sombras
tempo. Existem alguns casos em que é necessário saber quanto
tempo levará uma viagem através da Tempestade. Às vezes,
esses personagens têm um tempo limitado para cumprir algum
objetivo; outras vezes, eles só precisam saber quanto suco terão
de gastar para levar seu carro relíquia de um lugar para outro.
O que se segue deve ser usado como regra para julgar o tempo
e os custos de movimento através da Tempestade. Como
todas as regras, se a ação exige outra coisa, sinta-se à vontade
para desconsiderá-las em favor de mais agitação ou melhores
oportunidades de interpretação. Esta é uma opção para ajudar
a lidar com perguntas, não uma série de leis rígidas e rápidas.
Nadando ou Voando
Se nadando ou voando, uma aparição geralmente leva,
pelo menos, uma hora de um grande reino para outro mais
próximo quando utilizado um atalho principal. Por exemplo,
viajando de Estígia para um posto avançado Renegado pelo Rio
da Morte leva, pelo menos uma hora. Daquele posto avançado
para um próximo, através do rio toma outra hora.
Quando utilizar um atalho menor ou pouco conhecido,
a aparição demora três vezes mais para chegar de uma área
a outra. Exemplificando, se uma aparição está em um
esconderijo Herético que está a uma hora de Estígia pelo
Rio da Morte, e usa um desvio para voltar para Estígia e não
ser visto por patrulhas de Legionários, a jornada leva, pelo
menos, três horas.
Se uma aparição não usar um atalho, a jornada dura
dez vezes mais porque a aparição deve tentar se ajustar
constantemente as correntes furiosas, ventos e outros
problemas (incluindo a falta de marcos) para chegar onde
ela está indo.
Note que estes são considerados o tempo “padrão” (veja
Orientação em Aparição: O Esquecimento 1Ed., p. 140). Eles
podem ser alterados por uma rolagem excepcionalmente boa
de Orientação ou usando o poder Pulsar de Argos. Abaixo,
alguns tempos de viagem "padrão" entre lugares conhecidos
ao longo dos principais atalhos:
Jornada Tempo
De Estígia para as Costas Distantes 2 semanas
De Estígia para o Labirinto
De Estígia para o porto da Necrópole
mais próxima
1 semana
2 horas
De uma Costa Distante para outra 1 hora
Todas as horas de viagem são para percorrer dentro da
Tempestade, de lugar a lugar e reino a reino. Estes tempos
de viagem não são indicativos de tempos quando dentro de
um reino ou Necrópole, nas Terras das Sombras ou quando
visitando um Grilhão.
Também deveria ser notado que quando uma aparição é
levada para uma Aflição, o efeito é instantâneo. A aparição
de repente está no Labirinto.
Relíquia e Veículos Artefatos
Os veículos fornecem um jeito para numerosas aparições
viajarem juntas através da Tempestade. Eles variam de barcos de
junco dos Barqueiros a Artefatos tal como, trens e carros Estígios
ou lanchas e caminhões relíquias. No geral, as diferenças nos tipos
de veículos são o que se seguem:
Os veículos Estígios são Artefatos feitos de metal Estígio e
podem ferir ou matar aparições ao atropelá-los. Eles são dirigidos
por uma aparição com um alto nível de Argos e geralmente
carregam muitas aparições. Muitos deles são veículos militares.
Além do Pathos usado para alimentar o Argos da aparição,
nenhum outro "combustível" é necessário.
Os barcos de junco dos Barqueiros são Artefatos mágicos capazes
de feitos muito estranhos e mudam em aparência. Apenas dos
Barqueiros conseguem dirigir seus barcos, então eles evitam a
maioria dos problemas da Tempestade. Outros podem dirigir os
barcos numa emergência, mas apenas os Barqueiros sabem como
alimentar a magia inerente a embarcação.
Os veículos relíquias geralmente são menores, carregam poucas
aparições e devem ser abastecidas por Pathos. Alguém com Argos
deve dirigir o veículo e gasta Pathos normalmente para ativar seu
Arcanos. Além deste gasto, o veículo requer Pathos extra para
combustível. Na primeira partida e a cada seis horas de viagem
(ou aproximadamente meio dia) depois disso, outro ponto Pathos
deve ser gasto por alguém viajando dentro do veículo; não precisa
ser o motorista. Se ninguém der ao veículo um ponto de Pathos
para continuar, ele desliza até parar. Se estiver em terra, fica lá
parado; no mar, ele balança na água e pode derivar para uma
área desagradável.
O tempo padrão em qualquer veículo é metade do tempo
de nado ou voo (ou seja, leva apenas uma semana para viajar
de Estígia para as Costas Distantes em um veículo, desde que
permaneça em um atalho principal). Há rumores de que as
embarcações Estígias podem ganhar velocidade extra quando
necessário ou até mesmo pular de uma área da Tempestade
para outra, mas os meios pelos quais eles fazem isso são pouco
compreendidos. Os barcos dos Barqueiros, embora pareçam
lentos, muitas vezes podem alcançar áreas distantes de sua posição
original em questão de momentos, caso os Barqueiros assim o
desejem. Diz-se que os navios dos Espectros utilizam Angústia
no lugar de Pathos e são assustadoramente rápidos quando estão
em busca de aparições.

Turbilhões e Viagens
Os Turbilhões se movem muito mais rápido do que qualquer
veículo, com a possível exceção dos barcos dos Barqueiros.
Quando as aparições são pegas na Tempestade durante um
Turbilhão, seu único recurso é tentar fugir. É quase impossível
chegar às Terras das Sombras na Tempestade ou em um reino
enquanto um Turbilhão está se formando ou durante sua fúria.
Um jeito possível de entrar nas Terras das Sombras é através de

Capítulo Um: No Mar Sombrio da Alma 23

 nulidades, mas estes geralmente são bloqueados do outro lado
ou repletos de Espectros. A lenda diz que existem portais para
as Terras das Sombras em algum lugar nas profundezas de várias
entradas do Labirinto. Claro, estes também estão repletos de
Espectros se preparando para a invadir.
Às vezes é melhor apenas enfrentar o Turbilhão e esperar
suportá-lo. Muitas vezes, sair para o mar aberto é uma maneira
de escapar da pior fúria da tempestade enquanto ela se precipita
e se lança contra os reinos e ocupa os atalhos. Embora o mar
aberto tenha muitas tempestades menores de Turbilhões devido
à intensa atividade ao redor, há uma chance muito maior de que
uma aparição possa sobreviver lá. Indo direto para o Turbilhão ou
tentando correr antes que seja suicídio, a menos que a aparição
esteja a um minuto ou dois de um reino importante como Estígia.
Os atalhos muitas vezes se tornam intransitáveis durante os
Turbilhões. Aqueles que não estão bloqueados geralmente são
cortados em algum lugar ao longo de sua extensão. Alcançar um
corte em um atalho significa que a aparição deve se orientar e
tentar discernir qual caminho seguir. Ela deve rolar seu Argos
novamente e tratar o tempo de viagem como se ela não estivesse
utilizando um atalho até que ela possa realocar seu caminho
original (10 horas menos o valor de Percepção + Investigação
da aparição). Isso é um pouco complicado, porque o tempo de
viagem por estar fora de um atalho se aplica ao número de horas
que a aparição está perdida.
Por exemplo: Joojoo faz uma pausa enquanto viaja pelo
atalho. Ele rola sua Percepção + Argos para Orientação para
determinar onde ele está e onde o atalho pode ser encontrado
novamente. Ele obtém três sucessos, o que significa que ele está
trabalhando no tempo de viagem padrão. Em seguida, ele subtrai
sua Percepção + Investigação (um total de cinco dados) de 10, o
que significa que ele terá que procurar por cinco horas antes de
encontrar o atalho novamente. Embora ele normalmente pudesse
passar por até cinco propriedades, esconderijos ou outros locais
dentro da Tempestade durante esse tempo, ele estava fora do
caminho, o que significa que ele realmente viajou apenas 1/10 de
sua distância normal (ou o equivalente de meia hora de viagem).
Em outras palavras, ele leva cinco horas para cobrir a mesma
quantidade de território que levaria 30 minutos para cobrir em
uma estrada secundária.

Lugares na Tempestade
Devemos estar ainda em movimento
Em outra intensidade
Para uma nova união, uma comunhão mais profunda
Através da escuridão fria e desolação vazia,
O grito da onda, o grito do vento, as vastas águas...
— T. S. Eliot, "East Coker"
Parte mar, parte desolação, parte tormenta, a Tempestade
reivindica a maior parte do Mundo Inferior. Como o espaço,
que contém o sol, a lua, os planetas e as estrelas dentro dele, a
Tempestade mantém reinos sobre reinos dentro de suas dobras
caóticas. Embora geralmente seja imaginada como um oceano
24 O Mar de Sombras
vasto e escuro, a Tempestade é tanto uma tempestade quanto
um mar. Em alguns lugares, a Tempestade se torna parecida
com a terra e nem se parece com a água. Mesmo nessas áreas,
no entanto, a fúria da tempestade é sentida em ventos ásperos
e pungentes e o Modelado fedor de sepulcral ou almas fundidas.
A chuva forte, pungente e negra que às vezes se transforma em
ácido, ferindo e deixando cicatrizes em aparições azaradas o
suficiente para serem pegos dentro dela.
As aparições podem viajar pela Tempestade caminhando,
dirigindo, navegando, flutuando ou voando se eles têm
a habilidade de Arcanos, Artefatos ou veículos relíquias
necessárias. As melhores formas de atravessar são ao longo
dos atalhos (estradas, pontes e linhas ferroviárias) que cruzam
a maior parte da Tempestade e levam às Terras das Sombras
ou através dos canais (vias de água) através dos mares. Os
melhores veículos conhecidos para atravessar a Tempestade
são os barcos de junco dos Barqueiros. Essas embarcações
robustas parecem ter um talento incomum para sobreviver às
águas mais agitadas, à chuva mais forte, aos grandes ventos e
aos ataques mais virulentos dos Espectros. Estígia tem navios de
metal Estígio cruzando os mares ao seu redor e grandes ferrovias
que atravessam as terras ou cortam a escuridão para alcançar
seus destinos. Algumas aparições possuem veículos relíquias e
barcos que usam para viajar. Estes podem variar de carruagens
antigas puxadas por cavalos Espectrais a motocicletas e trailers
modernos. As aparições que não possuem tais luxos ou a
habilidade Argos só podem flutuar sem rumo (ou com qualquer
corrente que os puxe). Elas podem gastar um ponto de Pathos
para mudar de direção. No entanto, Argos dota a aparição
com a capacidade de escolher um caminho que seja a solução
mais rápida e fácil para chegar ao seu destino. Geralmente isso
é feito utilizando um atalho, e permite que ele nade no fluido
da Tempestade. Aparições sem Argos não podem nadar, nem
costumam localizar atalhos. Sua escolha quanto à direção
provavelmente terá um final sombrio. Claro, flutuar também
é perigoso. Atrai Espectros para a aparição indefesa.
O Mundo Inferior Conhecido
Uma Palavra sobre a Nomenclatura
Embora tenha se tornado moda se referir à Tempestade
como o Mar de Sombras ou o Mar Sem Sol, os três não são
realmente sinônimos. Tecnicamente, a Tempestade é a área que
fica entre as Terras das Sombras e o resto do Mundo Inferior
e circunda todos os reinos internos, o lugar que costumava
ser conhecido simplesmente como a Escuridão. Embora
desprovido de luz, não estava cheio de tempestades e seres e
lugares selvagens e caóticos até ficar saturado com todos eles
pelo Terceiro Grande Turbilhão. O Mar de Sombras é uma
área horrível ao redor do Labirinto. É literalmente um oceano
de Espectros que fervilha, agita e ocasionalmente explode para
acompanhar Turbilhões menores ou maiores. O Mar Sem Sol
já foi um oceano plácido que ficava no final do Rio da Morte e
formava uma barreira entre a Ilha das Lamentações e a Costa
Distante. O Segundo Grande Turbilhão transformou o Mar
Sem Sol em um lugar de correntes e clima caóticos. Tornou-se
uma morada para animais estranhos. Apesar do fato de que
eles eram originalmente separados, os três se tornaram ligados
e a Tempestade se tornou tão forte que chamá-la pelos outros
nomes, embora tecnicamente imprecisos, ainda é correto.
O Mar Sem Sol
Originalmente o Mar Sem Sol era um oceano calmo
alimentado pelas águas do Rio da Morte. Aquelas almas
inquietas que buscavam as Costas Distantes eram capazes de
atravessá-la facilmente. Agora é um mar selvagem, crivado
por correntes estranhas e clima aleatório e habitado por
criaturas estranhas. Fica entre Estígia e as Costas Distantes.
Pululam rumores de enclaves Renegados e templos Hereges
secretos nos confins ocultos do Mar Sem Sol. As águas escuras
podem esconder muitos segredos, pois neste oceano sem
estrelas a única luz a ser encontrada é aquela que é trazida
por viajantes ou fixada por aqueles poucos que habitam seus
refúgios insulares. As águas escuras do Mar Sem Sol refletem
qualquer luz que brilhe sobre elas, quebrando-a em milhares de
fragmentos de luz que coroam as ondas. Acima, o puro veludo
de escuridão é tudo o que pode ser visto. Navios ou ilhas com
luzes podem ser vistos a quilômetros de distância, pois a luz
brilha claramente como um farol na absoluta falta de luz. Os
piratas de almas, que dizem trabalhar para os vários reinos das
Costas Distantes, aperfeiçoaram uma luz negra que fornece
iluminação até 50 milhas sem a desvantagem de anunciar
sua presença. Perto de Estígia, o Mar Sem Sol envolve e se
mistura com o Mar de Almas. O Mar Sem Sol tem duas marés
a cada "dia", um recurso que permite que Estígia acompanhe
o tempo através de um complexo sistema de relógios d’água.
O Mar das Almas – Estígia
Quando Caronte primeiro descobriu a Ilha das
Lamentações, o Mar das Almas e o Mar Sem Sol foram, até
certo ponto, um e o mesmo. Após a quase destruição da Estígia
durante o Primeiro Grande Turbilhão, Caronte ordenou
que um grande paredão fosse construído ao redor da Ilha das
Lamentações como proteção contra futuras tempestades. A
parede foi feita do plasma de aparições que foram derretidas e
retorcidas na forma. Ele agora incorpora aço e ferro de Estígia
em sua composição. O Mar das Almas pressiona e envolve
esse paredão. É um baluarte contra o Turbilhão, não apenas
em virtude de formar uma barreira física, mas porque consiste
em todas as almas que estão escravizadas por Estígia e que não
estão empregadas em outro trabalho. Essas almas erguem uma
barreira de crença contra o vazio do Esquecimento.
Literalmente um mar de almas, aqueles que não fazem
parte do muro estão acorrentados no lugar entre inúmeros
outros, fluindo e vazando com as marés do Mar Sem Sol. Os
Corpus das almas são de consistência aquosa, permitindo que
Capítulo Um: No Mar Sombrio da Alma 25
 elas deslizem, se misturem e caiam umas sobre as outras. Gritos
e gemidos cruzam o Mar das Almas, soando um pouco como
gaivotas na praia. As luzes que delineiam o perímetro de Estígia
brilham sobre o Mar das Almas, iluminando as formas miseráveis
e os rostos retorcidos dos escravos que se erguem, afundam e
deslizam uns sobre os outros em sua existência interminável e
agonizante. Os navios que protegem Estígia da invasão cruzam
o Mar das almas, cortando e esmagando aqueles que estão na
superfície à medida que passam.
Invasões ocasionais de Renegados resultam de algumas
almas miseráveis, mais externas, sendo libertadas e roubadas.
Como eles geralmente não são mais do que autômatos, a maioria
só servirá como escravos (ou mercadorias comerciais) para os
Renegados, já que libertá-los simplesmente os enviaria para o
Esquecimento. Como Estígia ultrapassou seus limites originais,
a parede e o mar foram empurrados para fora e expandidos
também.
Algumas aparições afirmam que o Mar das Almas é o local
de onde os recém-nascidos recebem suas almas e que corresponde
ao Poço das Almas Hebraico. Isso é improvável, pois as almas
que compõem o mar estão acorrentadas no lugar e têm muito
pouca personalidade além de um estado de ser semelhante a um
autômato. Tais almas forneceriam pouca faísca para uma nova
vida. É claro que, sendo o mundo o que é, nascem cada vez
mais crianças que não mostram nenhum pingo de consciência
ou criatividade; muitos parecem mortos desde o nascimento
e vivem apenas para matar e corromper. É possível que essas
crianças tenham realmente recebido uma dessas almas mortas.
A porção mais conhecida do Mar das Almas é a Baía
Lacrimejante. Esta baía em forma de meia-lua participa
igualmente do Mar das Almas e do Mar Sem Sol e serve como
área de ancoragem para o porto de Estígia. Durante o Quinto
Grande Turbilhão, Estígia foi ameaçada por um monstruoso
Malfeano que surgiu do Mar Sem Sol. Caronte navegou para
a Baía Lacrimejante, onde lutou contra a fera. Ambos foram
perdidos em um grande redemoinho que Caronte convocou. A
Baía Lacrimejante é apropriadamente chamada, pois as almas
dentro dela choram e soluçam constantemente. Embora eles
possam ter feito isso antes da batalha, muitos afirmam que as
almas presas na Baía choram pela perda de Caronte.
O Mar de Sombras
O Mar de Sombras circunda o grande Labirinto que forma
o coração do Esquecimento no centro do Mundo Inferior.
Consiste em milhares e milhares de Espectros quase sem mente.
Essas Sombras labirínticas impedem a entrada no Vazio por
qualquer pessoa que não esteja pronta para a dissolução. Por
outro lado, as almas que não sentem nada para viver encontram-
se sendo guiadas pelo Mar de Sombras como se fossem puxadas
por um caminho predeterminado para o coração do Labirinto.
Lá eles são engolidos pelo Esquecimento ou transformados em
Espectros. Mesmo em um lugar frio e sombrio como o Mundo
Inferior, o Mar de Sombras se destaca como o mais gélido e
26 O Mar de Sombras
deprimente da Tempestade. Aqui, a escuridão é uma força
sólida e opressiva que atinge a aparição, roubando qualquer
sentimento de conforto ou esperança dela e os torcendo em
angústia e desespero. Cintilações funestas de fogo Espectral
esverdeado são as únicas luzes que funcionam no Mar de
Sombras. Todas as outras luzes, não importa quão mágicas ou
puras sejam suas origens, falham e morrem diante do poder
do Esquecimento. Nenhum calor ou ardor de qualquer tipo
existe aqui, e as aparições que acreditavam estar congelados
no frio do Mundo Inferior antes de entrar no Mar de Sombras
logo descobrem o que é o verdadeiro frio absoluto.
No centro do Mar de Sombras fica o Labirinto, a grande
boca em espiral que se abre para o Esquecimento. Essa
manifestação física do nada às vezes é chamada de Vazio. O
Mar de Sombras flui ao redor e para dentro do Labirinto, mas
também se origina dentro, fluindo para cima e para fora. As
duas marés polares que fluem para dentro e para fora criam
um redemoinho gigante que suga qualquer coisa para dentro,
mas não do mar para o Esquecimento.
O Mar Aberto
Cheguei a um lugar onde todas as luzes são silenciadas,
Que ruge como o mar sob uma tempestade,
Quando é golpeado por ventos contrários.
O furacão infernal, que nunca descansa,
Impulsiona os espíritos com sua violência:
Girando e batendo, isso os assedia.
— Dante, Inferno
Longe de qualquer um dos reinos e bem longe na
Tempestade estão as áreas conhecidas como mar aberto.
Como os oceanos do mundo, as profundezas turvas do mar
aberto descem por quilômetros e quilômetros, talvez até
a distâncias que corresponderiam a viagens interestelares.
Ninguém jamais retornou de uma viagem às profundezas para
relatar suas descobertas. O mar aberto é, ao mesmo tempo,
a porção mais estável e mais caótica da Tempestade. Às
vezes, o mar aberto lembra os oceanos das Terras da Carne:
ondas suavemente ondulantes, nenhuma terra à vista em
qualquer direção e uma abóbada pálida e cinzenta do que
poderia passar pelo céu acima. Os canais pela área seguem o
caminho de menor resistência entre as ondas, curvando-se
à corrente. Às vezes, o nublado cinza retrocede para revelar
uma escuridão profunda no alto, atravessada por milhares de
luzes pontiagudas, como estrelas lantejoulas. Estes são, na
verdade, nulidades vistas do lado do Mundo Inferior, abrindo-
se para a luz relativa das Terras das Sombras. Uma aparição
quase poderia se imaginar em uma viagem marítima invernal
quando o mar aberto está calmo.
Naturalmente, não fica calmo por muito tempo.
Normalmente, o mar aberto se agita e estremece em ondas
revoltas ou profundas, perigosos vales das centenas de
pequenos Turbilhões sugados do Labirinto no centro do
mar. O céu é um plúmbeo, preto-acinzentado, povoado pelas
formas nebulosas de Espectros que sobrevoam como nuvens
velozes. O vento sopra com a força gelada e mortífera do Vazio.
Nesses momentos, é possível olhar para cima e ver córregos
de icor preto escorrendo através das fendas no céu. Esta é a
verdadeira aparência das nulidades que estão sugando a energia
das Terras das Sombras para alimentar o Esquecimento abaixo.
Aparições nadando em mar aberto podem ser feridas
pelos mares agitados e ventos gelados se forem pegas em
contracorrentes. Aparições que estão navegando podem ter
suas embarcações destruídas. Essas raras ocorrências acontecem
talvez uma vez a cada dez a quinze vezes que uma aparição
passa pelo mar aberto. Sempre que tal evento for necessário,
as aparições que estiverem usando seus próprios Arcanos Argos
devem testar seus níveis de Argos (contra uma dificuldade
8). Se um grupo de aparições está sendo conduzido por uma
aparição que possui Argos, essa aparição deve rolar para
determinar o destino de todo o grupo. Um único sucesso indica
que as aparições negociaram com sucesso as águas agitadas e
os ventos. Eles escaparam da área perigosa.
A falha significa que a aparição e todos os que dependem
dela para passar pela Tempestade recebem três níveis de dano
do amortecimento (rolagens de absorção são permitidas). Se a
aparição estiver em um navio, a embarcação será danificada.
Navios pequenos podem absorver automaticamente um nível
de dano por turno (não recebendo nenhum outro teste de
absorção) e são destruídos quando sofrem cinco níveis de dano;
navios maiores (como as feitas de aço Estígiano) absorvem três
níveis por turno e são destruídas quando recebem dez níveis
de dano. Até que a embarcação seja destruída, as aparições
dentro dela não sofrem dano. Uma vez que eles são forçados a
nadar, no entanto, as aparições que estão usando Argos devem
fazer outro teste com a mesma dificuldade. Um novo teste é
permitido a cada turno até que um seja bem-sucedido. Uma
vez que um teste bem-sucedido é feito, as aparições (e qualquer
embarcação em que estejam) escapam da área turbulenta.
Se o teste for uma falha crítica, qualquer embarcação em
que as aparições estejam é imediatamente destruída quando
o mar e o vento se tornam açoites com a força de um furacão.
Se as aparições estiverem nadando, elas estarão sujeitas a
seis níveis de dano por turno (que podem ser absorvidos
como de costume). Se qualquer aparição individual, exceto
aquele cujo Argos está sendo usado para viajar, perde todo o
seu Corpus com isso, ele é arrastado para uma Aflição. Se a
aparição usando Argos por todos, passar a perder todo o seu
Corpus, todo o grupo será tomado pela Aflição. Uma vez lá,
seus destinos são determinados com base em suas reações a
uma rara Aflição em grupo.

Tempestades Espectrais
De maior perigo são os pequenos Turbilhões conhecidos
como Tempestades Espectrais que varrem os mares abertos.
Alguns se parecem com trombas d’água, outros como pequenos
furacões, outros ainda como tempestades violentas. Quando

Capítulo Um: No Mar Sombrio da Alma 27

 eles passam por uma aparição, a alma inquieta é mudada de
alguma maneira. As tempestades físicas são capazes de esfolar
o Corpus de uma aparição, enfraquecendo-a e deixando-a mais
suscetível a danos futuros. As tempestades mentais corrompem
a mente da aparição, distorcendo suas memórias e causando
grande Angústia. As tempestades de corrupção podem Modelar
a aparição, transformando-a em uma forma horrível. Itens e
objetos também podem ser alterados pelas tempestades: um
barco se torna uma escultura retorcida, semelhante a um cisne
(que depois afunda) ou um grupo de árvores em uma ilha se
torna uma cerca de dentes gigantescos. Não há garantia de que
uma aparição Modelada ainda seja capaz de se locomover. Ela
pode, por exemplo, ser deformada em uma âncora marítima
que é então lançada nas profundezas sem luz.
Quando uma tempestade espectral passa sobre uma
aparição, o Narrador deve determinar sua natureza (física,
mental ou corruptora):
Tempestades físicas atingem um dos Atributos físicos da
aparição (Força, Destreza ou Vigor). Um teste de Atributos
(dificuldade 8, exigindo dois sucessos) deve ser feito. O sucesso
indica que a aparição triunfou sobre a tempestade. A aparição
não sofre nenhuma perda e recupera dois pontos de Força de
Vontade (assumindo que foram gastos anteriormente). A falha
resulta na perda de um ponto do Atributo alvo (se o Atributo
tiver apenas um ponto, o ponto pode ser sacrificado de outro
Atributo físico). Uma falha crítica resulta na perda de um ponto
e outro teste contra um Atributo físico diferente.
Tempestades mentais atingem um Atributo mental da
mesma forma, exigindo o mesmo número de sucessos contra
a mesma dificuldade. O sucesso indica que não há perda
de Atributo e a aparição recupera dois pontos de Pathos
(assumindo que foram gastos anteriormente). Falha significa
que a aparição perde um ponto do Atributo alvo. Caso o
Atributo tenha apenas um ponto, um ponto de um diferente
Atributo mental pode ser substituído e sacrificado. Uma falha
crítica resulta na perda de um ponto e remove metade do Pathos
restante da aparição. Se a aparição tiver apenas um ponto de
Pathos, ela perde esse ponto e ganha dois pontos de Angústia
temporário.
Tempestades corruptoras têm como alvo os Atributos
sociais e exigem o mesmo número de sucessos contra a mesma
dificuldade para evitá-los. Se ela for bem-sucedida, uma
aparição não perde nada e recupera dois pontos de Corpus
(assumindo que eles foram perdidos anteriormente). A falha
indica a perda imediata de 1-10 pontos de Corpus (o dano pode
ser absorvido). Se ela perder todo o seu Corpus, a aparição é
arrastada para o Labirinto por Espectros dentro da Tempestade
e sujeita a uma Aflição. Uma falha crítica resulta na perda
de um ponto de qualquer Atributo social e a aparição foi
Modelada com sucesso. O Narrador deve determinar uma forma
que reflita a natureza interna da aparição e conceder isso ao
personagem. Por exemplo, se o personagem for ganancioso, ele
pode ser transformado na forma de um porco ou ter sua boca

28 O Mar de Sombras
esticada em uma enorme abertura - para melhor alimentar
sua ganância. Se ela é carinhosa e protetora com os outros,
ela pode ser transformada semelhante a um anjo. A mudança
não é necessariamente feia, mas deve causar ao personagem
algumas dificuldades em lidar com os outros ou problemas em
acomodar sua nova forma.
O Rio da Morte
Infelizmente! Que Caronte caiu em seu próprio orgulho,
proclamando-se imperador. Não podíamos tolerá-lo como suserano
quando ele claramente não tinha mais o controle de sua própria
Sombra. Aqueles que eram seus amigos e ajudantes mais queridos,
ele baniu em sua raiva. Não éramos mais bem-vindos em Estígia,
mas agora devemos seguir nosso caminho sozinhos pela Escuridão.
Fizemos isso separando enclaves para nos abrigarmos ao longo do
Rio da Morte; lugares escondidos onde poderíamos voltar para nos
abrigar dos Turbilhões.
— do jornal de Actemaeon, o Barqueiro
Uma vez o caminho principal que as almas viajavam
das Terras da Carne para o Mundo Inferior, o Rio da Morte
serpenteia por grande parte da Tempestade. Sua origem se
perde no tempo, mas várias teorias afirmam que é feito das
lágrimas da Senhora do Destino, das gotas de chuva geradas, das
milhares de lágrimas derramadas pelos falecidos e das lágrimas
dos próprios mortos que eles derramaram ao ver pela primeira
vez o local para onde foram despachados. Caronte explorou o
Rio da Morte em um barco de junco que a Senhora do Destino
teceu para ele com os juncos que cresciam ao longo de suas
margens pantanosas. Em seu delta, ele descobriu o Mar Sem
Sol e uma ilha rochosa chamada Ilha das Lamentações, sobre
a qual construiu a Estígia.
Existem muitos habitantes na Tempestade. Por atingir
quase todas as áreas da Tempestade, o Rio da Morte é um
importante atalho ou canal. É o único atalho que nunca é
cortado e destruído pelos tumultos da Tempestade. Apesar
dos perigos ao longo de sua extensão pantanosa, o Rio da
Morte é a rota mais confiável para alcançar todos os reinos
conhecidos. Os Barqueiros são as únicas aparições que ainda
podem viajar pelo Rio da Morte impunemente. Os inimigos da
Hierarquia reivindicaram coberturas secretas ao longo de sua
extensão, e comunidades de Renegados, Hereges e aparições
independentes se formaram ao longo de seu curso sinuoso. Às
vezes, esses grupos atacam aqueles que se aproximam demais,
seja para silenciá-los, piratear suas relíquias ou levá-los para
vender ou usar como escravos. Espectros também usam o
Rio da Morte como um canal fácil para os reinos habitados.
Em resposta, a Hierarquia começou a patrulhar o rio em um
esforço para impedir que esses elementos controlassem esse
atalho de vital importância. Rumores dizem que certas partes
do Rio da Morte foram escondidas dos olhos dos agentes da
Hierarquia pelos Barqueiros; para que propósito, ninguém além
dos Barqueiros sabe.
Canais e Atalhos
Tecnicamente, canais e atalhos são a mesma coisa -
estradas, trilhas, rios, trilhos ou correntes imutáveis que se
movem através da Tempestade e permitem que aparições
atravessem suas distâncias tempestuosas ao longo de caminhos
predefinidos e menos perigosos. A única diferença é que
algumas aparições se referem aos caminhos aquáticos como
canais. Na realidade, há apenas uma pequena diferença entre
os dois. Devido à natureza mutável do fluido, os canais muitas
vezes torcem e giram, às vezes dobrando sobre si mesmos ou
fluindo com uma corrente local forte por um tempo antes de
retornar à direção pretendida. O canal mais conhecido é o Rio
da Morte. Atalhos, no sentido estrito da palavra, são aqueles
caminhos que passam por terra ou preenchem lacunas na
escuridão com sua solidez. Geralmente são mais retos e diretos.
Os dois não são respectivamente exclusivos. Às vezes, um
atalho se tornará um canal em parte de seu comprimento ou
um canal será interrompido por um atalho. Ocasionalmente,
uma grande ponte atravessa as águas abaixo dela em vez de
utilizar as correntes disponíveis; o Rio da Morte corta a terra
e é pantanoso na maior parte de sua extensão.
Atalhos, sejam líquidos ou sólidos, têm uma aparência
diferente do resto da Tempestade. Eles podem ter uma cor
diferente do plano de fundo geral ou ser menos bloqueados
por ervas daninhas e arbustos. Alguns parecem estradas
reais ou linhas férreas que se estendem na escuridão num
fundo tumultuado e caótico; outros podem simplesmente
estar batendo suavemente na água que flui em uma direção
específica entre um mar de ondas espumantes e agitadas.
Atalhos e canais parecem exalar uma certa sensação também;
uma paz no meio da Tempestade furiosa. Quase todos os
atalhos levam à Estígia, pois Caronte instituiu uma política
de construí-los através da escuridão externa. Perto de Estígia,
grandes trilhos de ferro transportam trens e canais profundos
são usados pelos cruzadores da cidade. Mais longe, o atalho
pode se transformar em pouco mais do que trilhas débeis.
Os canais só podem ser discerníveis através do uso de uma
Bússola da Tempestade. A maioria das aparições utiliza os
vários atalhos ao usar Argos para viajar pela Tempestade. É
mais seguro e fácil.
Veículos e Viagens
Veículos como carros e caminhões relíquia são confinados
às estradas mais sólidas, enquanto navios e jangadas devem
ter terreno aguado para passagem. Os atalhos para vários
lugares geralmente têm uma rota sólida e uma aguada. Estes
podem estar lado a lado ou podem divergir e tomar direções
radicalmente diferentes; em última análise, cada um chega
ao mesmo destino. Há algum espaço para interpretação
se um atalho é sólido ou não. A lama pode ser sólida ou
aquosa, dependendo da consistência. Claro, um veículo
relíquia pode afundar em vários metros de lama, tocar em
Capítulo Um: No Mar Sombrio da Alma 29

Transportado para uma Aflição
O que realmente acontece quando uma
aparição é transportada para a abertura mais
próxima do Labirinto para passar por uma
Aflição? Se a aparição estiver nas Terras das
Sombras, ela será assediada por Espectros
que se aglomeraram em torno da nulidade
mais próxima. Eles a puxam para dentro da
Tempestade e depois para o Labirinto. Isso pode
ser visto como as sombras escuras e gemendo que
enxameiam as almas malignas e as puxam para
a sua destruição no filme Ghost. Se a aparição
não estiver nas Terras das Sombras, uma de duas
coisas acontecerá. Se ela está em um reino, ela
sente uma atração inexorável pela Tempestade,
onde ela é assediada por Espectros quando um
redemoinho ou escada espectral se abre abaixo
(ou acima) dela, e ela é sugada para esta parte do
Labirinto. Se ela estiver viajando na Tempestade,
a abertura para o Labirinto simplesmente se abre
sob, sobre ou ao lado dela e a atrai, acompanhada
pelos Espectros que residem naquela parte do
Labirinto. Não há realmente nenhuma viagem
envolvida, nem a aparição é "transportada" pelos
Espectros tanto quanto ela é sugada ou envolvida
por uma espécie de efeito de buraco de minhoca.
O Labirinto, enquanto está no coração
da Tempestade, está subjacente (ou alguns
dizem, cobre) todo o Mundo Inferior. É por
isso que Caronte foi capaz de usar o Labirinto
para atravessar o Mundo Inferior quando
todos os outros atalhos estavam fechados. Da
mesma forma, os Espectros podem utilizar as
passagens sinuosas e os túneis sem luz para se
mover rapidamente de uma seção do Mundo
Inferior para outra, permitindo que eles façam
ataques de quase qualquer direção com pouco
aviso. Aberturas para o Labirinto podem ser
encontradas em qualquer lugar simplesmente
usando Argos para afastar o fino verniz de terra
aparentemente sólida ou ondas do oceano para
descobrir o Esquecimento abaixo. No entanto,
fazer isso é considerado um ato de insanidade.
terra firme e continuar! Uma ponte arco-íris ou uma nuvem
são bastante sólidas. Uma tromba d’água pode fornecer um
elevador conveniente para um navio, que então viaja ao
longo do caminho da tromba d’água que é formado por uma
chuva constante. Alguns dos atalhos de Estígia são estradas
que cruzam canais aquosos, formando pontes levadiças. Os
Narradores e jogadores devem se sentir livres para serem
criativos com isso. Lembre-se de que os carros podem viajar
30 O Mar de Sombras
na parte inferior de pontes ou escalar paredes em áreas onde
a gravidade fica estranha.
Veículos que voam, como aviões ou balões de ar quente,
ainda podem fazê-lo no Mundo Inferior, desde que a aparição
que os controla tenha Asas Fantasmas (Argos 2) e as perícias
adequadas para operá-las (pilotar, etc.). Veículos voadores
podem passar por nuvens e pontes arco-íris que são sólidas
para aqueles que viajam em veículos terrestres. Eles não podem
passar por estradas, pastagens, lama ou água, pois esses sólidos
e líquidos são muito firmes. Todos os veículos relíquias custam
Pathos para operar.
O Labirinto
O Labirinto é uma abertura para o nada, a boca do
Esquecimento, o vórtice torcido e espiralado no centro da
Tempestade. O labirinto de túneis e corredores tortuosos,
cavernas, câmaras e escadas intermináveis serpenteiam pela
Tempestade, emergindo em dezenas de reinos habitados e,
finalmente, levando ao coração do obscuro Oblívio. Estes
foram escavados da Escuridão Total sob as Terras das Sombras
pelos Malfeanos - Espectros enormes, sombrios e semelhantes
a bestas que consumiram tantos outros Espectros e Aparições
que incharam em proporções gigantescas. O que a maioria das
aparições chama de Labirinto é apenas a parte mais visível
desse sistema de túneis. A Escada Venosa (da qual Estígia
extrai sua matéria-prima para fazer aço Estígio) é uma das
aberturas para o Labirinto. Sentinelas estão postas em todas
essas aberturas. Eles são encarregados de tocar grandes gongos
para alertar outras aparições de ataques iminentes de Espectros
ou para sinais de um Turbilhão que se aproxima.
Outros reinos inteiros, mais sombrios e horríveis que
Estígia ou qualquer um dos outros reinos conhecidos (até
mesmo os Infernos), existem dentro dos túneis e cavernas
do Labirinto. Habitados por temidos Espectros e enormes
Malfeanos, eles às vezes servem como base para invasões de
Espectros em Estígia e nas Costas Distantes. É dentro do abraço
retorcido do Labirinto que as Aflições acontecem. O material
do Labirinto responde às administrações espectrais evocando
cenas vívidas e de pesadelo nas quais uma aparição infeliz é
empurrada com a esperança de que ela desça ao Esquecimento.
O Labirinto no centro da Tempestade é cercado pelo Mar de
Sombras, um oceano de Espectros.
O Labirinto nunca foi descrito com precisão. Diz-se
que Caronte se aventurou nele há muito tempo pela Escada
Venosa e retornou com o grande Artífice Nhudri, mas não há
relatos de que Caronte tenha experimentado o Labirinto real
no centro da Tempestade e Nhudri nunca comentou sobre o
assunto. Outros rumores dizem que Caronte costumava viajar
para as Terras das Sombras através do Labirinto quando todos
os outros atalhos estavam fechados, o que parece implicar que
todas as partes dele estão interconectadas. Certamente, os
Espectros não têm problemas em viajar para qualquer lugar
do Mundo Inferior através dos túneis e escadas do Labirinto.
Muitos acreditam que o Labirinto central é mármore rosa
quebrado por veios de preto puro como a Escada Venosa, o
que lhe dá a aparência de carne imunda com veneno nocivo.
Nenhuma aparição jamais desceu à boca do grande Labirinto
que cerca o Esquecimento e voltou para contar a história,
então é improvável que alguém além dos Espectros que ele
gera saiba a verdade.

Nulidades
Nulidades são aberturas do nada, fendas pelas quais a
Tempestade invade as Terras das Sombras. De baixo, eles
podem parecer estrelas brilhantes na abóbada de um céu
escuro. De cima eles são buracos negros no nada. Alguns
são meros alfinetes, enquanto outros podem ser tão grandes
quanto túneis ferroviários. Nulidades não são os portais
convenientes para a Tempestade que muitas pessoas pensam
que são. Eles podem cumprir esse papel às vezes, mas esse não
é seu objetivo principal. Nulidades são feridas purulentas no
tecido das Terras das Sombras. Eles sugam a energia encontrada
lá, desviando-a para o Vazio. Além disso, eles fornecem fácil
acesso às Terras das Sombras para Espectros e outras criaturas
horríveis. Exércitos inteiros de Espectros ganharam acesso a
Necrópole no passado. Pior que isso, cada nulidade é como um
buraco em uma parede permitindo que os terríveis e destrutivos
Turbilhões irrompam, devastando e destruindo vastas áreas das
Terras das Sombras. Apenas um tolo se esquece de ficar de
olho em qualquer nulidade perto de seu refúgio ou Grilhões.

As Costas Distantes
Diz-se que todos os atalhos levam à Estígia, mas muitos
também levam às Costas Distantes, aquelas terras do céu e
do inferno. Quando os Iluminados partiram pela primeira vez
em busca das Costas Distantes, não havia atalhos ou canais
que levassem a eles. Os Iluminados escolheram uma direção
e fizeram o atalho enquanto viajavam. Uma vez que eles
voltaram e estabeleceram templos nas margens de Estígia,
muitos caminhos foram feitos para cada "vida após a morte".
Foi dito que havia muitas maneiras de Transcender.
Se qualquer uma das Costas Distantes leva ou não à
Transcendência, é agora muito contestado entre a Hierarquia
e os Hereges, mas uma coisa permanece a mesma: muitos
caminhos ainda levam a esses reinos. Os atalhos cruzam e
atravessam as partes da Tempestade que circundam cada um
desses reinos, e cada um é muito diferente.
Em um paraíso, a Tempestade é uma chuva de leite e
mel que cai suavemente no mar de leite-mel abaixo. Ao
redor de um inferno há uma grande muralha de chamas,
alimentada pelo ardente óleo escaldante, que forma o mar
ao seu redor e pelas chamas líquidas que caem do céu. Outro
reino é mantido dentro de um mar de sangue e carne podre.
Ventos sufocantes e fúnebres sopram a bílis congelante que
cai como chuva em todas as habitações. Cada reino é mais
terrível ou fantasticamente maravilhoso que o outro. A

Capítulo Um: No Mar Sombrio da Alma 31

 única característica que eles compartilham é o crescente mar
de aparições que agora se espalham para fora de suas costas,
sufocando em pilhas de cinzas, se afogando em mares de vinho,
todos esperando sua vez de serem processados pelo céu ou
inferno escolhido.
As aparições que vagam muito perto de qualquer uma
das Costas Distantes devem ser cautelosas com os proselitistas
dos reinos. Enquanto muitos genuinamente procuram apenas
converter aparições às suas crenças, outros são pouco mais do
que escravizadores empenhados em capturar e acorrentar tantas
almas quanto possível para a maior glória de sua divindade
escolhida ou como um baluarte contra os Turbilhões.

Portos das Necrópoles

Uma das poucas criações do Mundo Inferior que ainda
funcionam como deveriam, os portos das Necrópoles fornecem
aberturas para as Terras das Sombras. Eles estão situados ao
longo de atalhos e canais e aparecem como espelhos ovais
pendurados no ar acima do caminho. Todos os portos das
Necrópoles são fortemente guardados por tropas da Hierarquia,
corpos de Renegados ou bandos Hereges (dependendo de onde
eles levam e qual grupo é dominante naquela área). Isso evita
que Espectros e outros habitantes imundos da Tempestade se
espalhem pelas Terras das Sombras. Ao utilizar um porto de
Necrópole, o movimento da Tempestade para a Necrópole
que o porto serve é muito mais fácil (concedendo um sucesso
automático no teste de Argos de uma aparição para ir até lá).
Ao contrário das nulidades, os portos podem ser fechados e
selados quando necessário, evitando que aparições, Espectros
e Turbilhões as usem.

O Reino Sombrio de Marfim

A maioria das aparições que moram perto da Estígia sabe
muito pouco sobre os Reinos Sombrios. Eles estão separados
de Estígia e das Costas Distantes por vastas extensões de
oceano. Desde o desentendimento entre Estígia e os Reinos
Sombrios, poucas aparições viajaram para lá. Relatos das
regiões, de embaixadores que viajaram para a Estígia, podem
ser fantasiosos e imprecisos.
O Reino Sombrio de Marfim é afiliado à África e é
governado pela Rainha do Marfim. As lendas dizem que as
aparições que se aproximam do Reino Sombrio de Marfim
encontram savanas retorcidas e selvas grotescas como gêmeos
corruptos e malignos daqueles encontrados na África. Contos
falam de rios negros cobertos de trepadeiras serpenteantes
que ondulam por toda a terra. Alguns dizem que estranhos
monumentos construídos com ossos pontilham a paisagem
e tambores pulsantes reverberam pelo ar parado. Rio acima,
cabanas se alinham na costa e cadáveres apodrecidos de olhos
vazios se movem silenciosamente nas tarefas cotidianas.
Estranhos híbridos de homem e animal perambulam pelas
selvas e pastagens, atacando quaisquer aparições que
encontrem. Outras áreas podem diferir. Há relatos de uma

32 O Mar de Sombras
grande e poderosa cidade escondida no coração do reino,
uma cidade feita de marfim e manchada com o sangue de
incontáveis milhões. Nos dias de hoje, quando a AIDS, as
guerras tribais e a fome dizimaram nações inteiras na África,
diz-se que o Reino de Marfim está passando pelo mesmo tipo
de superlotação e colapso que a Estígia.
Diz-se que o Turbilhão aparece como grandes nuvens de
gafanhotos e insetos urticantes no Reino Sombrio de Marfim.
Eles despojam a terra e as pessoas, destruindo tudo em seu
caminho.

O Reino Sombrio de Jade

Diz-se que o Reino Sombrio de Jade serve a Ásia assim
como o Marfim serve a África. O imperador de Jade governa
seu reino com mão de ferro, distribuindo recompensas e
punições com base nas próprias crenças da aparição e na
generosidade de seus presentes para ele. Diz-se que o reino
tem muitas áreas diferentes dentro dele: algumas servem
como paraísos, algumas são infernos e a maioria são apenas
grandes repositórios para o número cada vez maior de almas
que ainda precisam ser processadas pela burocracia do Reino
Sombrio. Abundam os contos de jardins encantadores em
que passeiam pavões e rouxinóis cantam; onde as aparições
passam existências felizes vestidas com tecidos caros e passam
seu tempo pintando, jardinando e debatendo filosofia, teologia
e política. Outros contos falam de aparições empaladas em
ganchos farpados e acorrentados acima da corte do imperador
para que seus gritos de angústia pudessem acalmá-lo em
um repouso pacífico. Rumores dizem que aparições que se
encontram andando por campos de arroz ou em selvas que
não parecem africanas provavelmente tropeçaram no Reino
Sombrio de Jade. Ao viajar por mar, a chegada a um porto
onde barcaças de Jade estão atracadas e juncos anunciam a
mesma coisa.
Há rumores de que os Turbilhões que assaltam o Reino
Sombrio de Jade vêm como grandes terremotos e tsunamis
(marés). Alguns aparecem como enormes monções; seus fortes
ventos rasgando árvores e despedaçando casas e suas chuvas
fortes afogando aparições que não estão presos ao palácio do
imperador com correntes de jade.

Reino Sombrio de Obsidiana

Uma vez o Reino Sombrio de Obsidiana serviu como
destino para as almas dos nativos maias e astecas. Hereges que
viajaram para o novo mundo descobriram o Reino Sombrio de
Obsidiana e o invadiram. Após uma longa luta, com muitas
atrocidades de ambos os lados criando um caminho para o
Labirinto, os Hereges conseguiram derrotar as aparições do
Reino Sombrio e os arremessaram no coração do Vazio. O
outrora poderoso Reino, um lugar de estranhas pirâmides
escalonadas e poderosos monumentos, foi abandonado. Muitos
afirmam que o crescimento verde profundo e pútrido da selva
se arrastou para dentro e sobre as estruturas, transformando-as
Capítulo Um: No Mar Sombrio da Alma 33
 em emaranhados montes e vales. Ninguém anda na terra. O
céu está sempre nublado, tornando-se um cinza plúmbeo. Eles
dizem que os únicos sons a serem ouvidos lá são gritos e suspiros
distantes e os únicos sinais de que não é um reino mundano
ou espelhado das Terras das Sombras são o rio de sangue que
escorre lentamente pelo tapete de mato verde.
Os Outros Reinos Sombrios
Alguns afirmam que existem outros reinos sombrios ou
diferenciação dentro dos que já se sabe que existem. Mesmo
que a Índia e a China sejam consideradas pela maioria das
aparições como pertencentes ao Reino Sombrio de Jade, as
duas culturas são bem diferentes e distintas uma da outra. As
tribos Nativas Americanas da América do Norte são muito
distintas em crenças e culturas dos Incas e Astecas. Seria
grosseiramente eurocêntrico acreditar que essas culturas ricas e
variadas não tinham representação própria no Mundo Inferior;
é muito mais provável que as aparições baseadas na Europa
e não nativos simplesmente falharam em acha-los ou ainda
esbarrar com eles.
O Portal para a Umbra
O Mundo Inferior é chamado por alguns de Umbra
Inferior ou Negra. Acredita-se que ninguém pode atravessar
da Umbra Média ou Profunda para a Umbra Negra a menos
que esteja morto ou cheio de muita energia da morte (como
os magos Eutanatos e certos Nefandi). Acredita-se ainda que
o inverso também é verdadeiro; que os mortos também não
possam atravessar para outras partes da Umbra.
A lenda persiste, no entanto, que existe um portal (ou
portões) para a Umbra Média em algum lugar do Mundo
Inferior. Alguns afirmam que é uma membrana fina localizada
nas Terras das Sombras que só se torna visível e tangível
em determinados momentos, como o Dia das Bruxas.
Outros afirmam que, se tal portal existe, ele fica além das
Costas Distantes e só pode ser alcançado por aqueles que
transcenderam. Essas aparições afirmam que o portal só se
abrirá para as almas que estiverem prontas para reencarnar e
se juntar à roda cósmica. Alguns céticos dizem que o lendário
Portal para a Umbra é na verdade o Vazio e que se abre para o
nada. Há rumores de que os Malfeanos controlam vários portais
para a Umbra e os utilizam para enviar seus horríveis lacaios
para a Umbra Profunda e depois para o mundo para ganhar
convertidos e arrastar almas gritando de volta ao Mundo
Inferior para seu consumo. Alguns Nefandi, que geralmente
são percebidos como entidades demoníacas, dizem que servem
aos Malfeanos. É possível que seus senhores sejam na verdade
esses grandes Espectros. Alguns dizem que todas as teorias são
igualmente verdadeiras, mas geralmente são as aparições que
dizem que todo o Mundo Inferior é apenas uma sombra dentro
de suas próprias mentes subconscientes.
34 O Mar de Sombras
Zonas Instáveis
Se por sua arte, meu querido pai, você tem
Coloque as águas selvagens neste rugido, acalme-as.
O céu, ao que parece, despejaria piche fedorento,
Mas que o mar, subindo às faces do céu,
Apague o fogo.
— William Shakespeare, A Tempestade
Existem várias áreas de caos dentro da própria Tempestade
que são perigosas por si mesmas, mesmo sem a ameaça de
Espectros ou Turbilhões. Conhecidas como Zonas Instáveis,
elas podem ser encontradas espalhadas pelo Mar Sem Sol,
causando dificuldades ainda maiores do que o normal para
aparições que viajam pela Tempestade. As seguintes não são de
forma alguma todas as variações encontradas na Tempestade;
são simplesmente os que os Barqueiros e os Mensageiros
catalogaram. Vale ressaltar que essas áreas não são locais estáveis
que podem ser evitados contornando-as. Cada lugar dentro da
Tempestade é como uma ilha flutuante sobre um oceano, jogada
aqui e acolá pelo capricho das marés ou temporais, movida ao
acaso ou mantida em estase sem rima ou razão. Elas podem ser
encontradas em qualquer lugar. Quando eles cruzam um atalho,
eles o substituem; na verdade, cortando-o de seu território e
enviando-o para outro lugar. Portanto, uma aparição pode passar
por um ponto enquanto está em um atalho, pausa brevemente
enquanto ela momentaneamente perde seu caminho, então
descobre que agora está presa dentro de uma Zona Instável,
com o atalho em nenhum lugar à vista. Também vale a pena
observar que nenhum dos líquidos ou vapores dentro de uma
zona pode ser engarrafado para uso posterior, a menos que um
Artefato seja construído especialmente para esse fim. Esta é
uma operação cara e demorada.
O Lago de Fogo Gélido
Venha a mim
Fazer e ser feito comigo
(Frio frio frio)
Não existo para você
Não que eu ainda vivo por você
(Frio frio frio)
— Anne Lennox, "Cold"
Esta zona de fogo e congelamento parece enganosamente
normal até surgir e cercar as aparições viajantes. Uma aparição
está a salvo da agonia do lago se estiver com um Barqueiro em
seu barco. Embora semelhante à Chama Tumular, o fogo frio do
lago não queima uma aparição como o fogo normal, mas toca
em suas Paixões. À medida que se materializa, a zona aparece
como um lago azul enevoado. O fogo azul e laranja pisca por
cima como ondas. As chamas correm para cobrir tudo o que
toca o lago. Dedos de fogo se estendem para cima, piscando com
uma chama azul e gelada para agarrar e segurar aparições que
tentam voar acima. Se aparições estão dentro de um veículo, as
águas geladas o cobrem com gelo que cintila com chamas azuis
e névoa. Uma vez que o veículo está coberto, as aparições serão
os próximos. Aqueles que não estão em um veículo são cobertos
imediatamente. Uma névoa azulada se instala ao redor deles,
prendendo-os dentro do lago até finaliza-los. Passar pela neblina
simplesmente vira a pessoa e a leva de volta ao centro do lago.
A chama queima a alma, forçando uma reação imediata
de qualquer aparição que toque. Isso incendeia uma de suas
Paixões, forçando-a a enfrentá-la. Normalmente, esta é a Paixão
mais alta que a aparição possui; ocasionalmente, uma paixão
de baixa classificação, que esteve recentemente na mente dela,
pode ser o alvo. A Paixão da aparição é trazida à tona em sua
mente e ela é forçada a defendê-la contra o ataque da chama.
Este processo deve tomar a forma de um breve encontro onírico
com a pessoa, lugar ou objeto que é o foco da Paixão. Pode ser
uma espécie de déjà-vu em que a personagem se lembra de algo
do seu passado, consegue corrigir um erro antigo ou dizer o
que deveria ter dito, mas não o fez. Se ela fizer isso (a chamada
do Narrador para saber se ela confronta com sucesso a Paixão
deve ser um evento de interpretação pura), ela é imediatamente
libertada do lago e não sofre dano de suas chamas congelantes.
A Paixão permanece porque a aparição, uma vez, percebe que
a sequência termina e que tudo foi um sonho. Ela realmente
não resolveu nada, mas pode ter mais informações sobre como
fazê-lo, se ela quiser tentar.
Se ela falhar em tirar vantagem do sonho, ela deve fazer
um teste usando o número de dados que ela tem na Paixão
(dificuldade 9) para manter a Paixão em seu nível atual,
exatamente como se ela estivesse passando por uma Aflição. O
sucesso permite que ela mantenha a Paixão, mas as chamas frias
do lago causam um nível de dano agravado antes que ela seja
liberada. Aparições ignoram os perigos nascidos da Tempestade
para seu risco. A falha faz com que a aparição reduza a Paixão
em um, como se ela tivesse sido atacada com sucesso por um
Espectro. Ela também recebe dois níveis de dano agravado,
então ela é liberada. O dano em ambos os casos representa o
congelamento parcial de suas emoções, tornando-a um ser mais
frio e menos emocional. Uma falha crítica resulta na perda
de todos, exceto um ponto na Paixão e três níveis de dano
agravado. Além disso, a aparição não é libertada do lago e uma
segunda Paixão torna-se alvo de um novo ataque. Se a aparição
tinha apenas um ponto na Paixão e falhou crítico no teste, a
Paixão se foi e aquele vínculo com sua vida mortal foi queimado.
Narradores devem tomar cuidado com imitadores ao
realizar este encontro. Se um jogador vê outro ter sucesso
interagindo de uma certa maneira, é provável que ele tente
a mesma coisa. Ou o encontro deve ser realizado para cada
jogador em particular, ou o Narrador deve ter certeza de que a
sequência do sonho é diferente o suficiente para cada jogador
que é impossível simplesmente imitar o que outro jogador fez.
Exija que o jogador jogue dentro da interpretação estrita da
Natureza de seu personagem e não aceite reproduções fáceis e
espertas das emoções genuínas de outra pessoa.
Obviamente, encontrar o Lago de Fogo Gélido é uma
grande oportunidade de interpretação. É também um dos
encontros disponíveis mais facilmente abusados. Isso deve
ser mantido em reserva para jogos muito especiais e, em
seguida, usado com moderação. O melhor uso para isso é
introduzi-lo aos poucos, deixando que os personagens o
vejam à distância e ouçam um grito de angústia de dentro
dele. Se eles investigarem, está feito. Deixe um deles falar
com outra aparição que ouviu histórias aterrorizantes
(algumas verdadeiras, outras não) sobre a chama azul. Então,
várias sessões depois, faça com que eles evitem ficar presos
nela. Eventualmente, quando elas estiverem presas, o lago
significará muito mais para elas - e podem estar preparadas para
enfrentar seus desafios. Se o Narrador arrastar o encontro do
lago toda vez que tentar atravessar a Tempestade na tentativa
de frustrar os jogadores, ela perderá sua eficácia e o Narrador
poderá perder seus jogadores.
A Terra do Devaneio
O único imperador é o imperador do sorvete.
— Wallace Stevens, "The Emperor of Ice Cream"
Algumas aparições são levadas à loucura pelas condições
do Mundo Inferior. Eles mantêm suas Paixões, mas adicionam
o poder de fixar suas insanidades em formas físicas. Perseguidos
pela Hierarquia, expulsos pelos Hereges e até desprezados pelos
Renegados, essas almas profundamente torturadas tendem
a se reunir por proteção. O lugar que eles escolheram para
fazê-lo é chamado de Terra do Devaneio. Tudo o que pode
ser imaginado é possível em Devaneio. Pode parecer um lugar
perfeitamente comum das Terras da Carne porque todos
parecem estar vivos (o que pode ser terrivelmente confuso para
aparições que tropeçam na área). Contígua a essa área pode
ser um teatro fantasmagórico onde aparições realizam dramas
sem sentido utilizando marionetes feitas de outras aparições.
Dentro do teatro, mas ignorado pelos participantes e pelo
público da peça, pode existir um matadouro onde aparições
desesperadas são levadas a um cepo e depois desmembrados
de todas as maneiras terríveis imagináveis. Um bazar de rua
pode vender correntes de aço Estígio que gritam de tanto rir
e se prendem a aparição que as comprou.
Aparições que passam por Devaneio podem ser apanhadas
em quase qualquer situação ou submetidas aos mais horríveis
pesadelos e torturas fora de uma Aflição. Todo o poder está
na crença, no entanto, e os habitantes de Devaneio, apesar
de todo o seu poder, não têm como tornar suas insanidades
permanentes, a menos que as aparições envolvidas acreditem
que seja assim. O efeito é apenas uma espécie de Phantasma
grupal, e qualquer aparição submetida à loucura de Devaneio
pode resgatar a si mesmo simplesmente por sua própria vontade
expressa como descrença. Até certo ponto, todo o Mundo
Inferior é apenas um espaço dentro da mente, então aparições
que são “mortas” ou “torturadas” enquanto estiverem em
Devaneio irão se desincorporar brevemente e se encontrar
Capítulo Um: No Mar Sombrio da Alma 35
 no perímetro desta terra estranha, preparando-se para entrar
nela. Espectros nunca incomodam a terra do Devaneio — a
maioria dos habitantes da área, eventualmente, busca o fim
no Esquecimento.
O Miasma
O Miasma é bem diferente de qualquer outra parte da
Tempestade. Por um lado, é um gás, não um líquido ou sólido,
e seus vapores nocivos se instalam sobre aparições enquanto
viajam por atalhos. A característica mais óbvia do Miasmas é
a nuvem de gás sufocante que ele produz. Esse vapor fétido se
espalha ao redor das aparições e sufoca suas memórias. Alguns
afirmam que o Miasma é criado a partir dos suspiros torturados
dos Espectros; outros dizem que a nuvem é composta de
minúsculas partículas do próprio Oblívio. Certamente, a última
teoria pareceria mais provável porque o vapor corrói porções
da aparição, tornando-o mais parecido com um autômato e
uma presa mais fácil.
A segunda característica do Miasma é o silêncio absoluto
que envolve ao redor da aparição. Os sons de fundo que estão
sempre presentes em Estígia, desde a forja de correntes até os
gemidos de tochas de fantasmas Modelados, águas batendo,
ventos uivantes, vozes estridentes... todos são silenciados.
Nem a aparição é capaz de fazer um som. Grupos viajando
juntos são isolados uns dos outros, envoltos em sua própria
névoa silenciosa enquanto perdem as memórias que os tornam
36 O Mar de Sombras
aparições.
Como o Miasma é um gás, as aparições que possuem
Argos não podem nadar nele. A menos que possuam Argos 2
(Asas Fantasmas), eles serão tão indefesos e vacilantes quanto
aparições que não têm habilidade neste Arcanos. Argos 3 e 4
(Pulsar e Salto) não funcionam dentro dos limites do Miasma.
Argos 5 (Masmorra) pode ser usado para sair do Miasma, mas
um nível de dano agravado é infligido ao fazê-lo.
Aqueles que são pegos no Miasma devem fazer um teste de
Grilhões (dificuldade 7) em seu Grilhão de menor valor (exceto
para um Local Assombrado compartilhado). Se tiverem sucesso,
as aparições ficam confusas sobre onde estão seus Grilhões
pelas próximas horas (10 menos a Inteligência da aparição),
mas não sofrem mais consequências. Aqueles que falham têm
toda a memória do Grilhão temporariamente apagada de suas
mentes por um dia. O Grilhão desaparece como se nunca
tivesse existido durante esse período de tempo. Se este for o
último Grilhão de uma aparição, a aparição não pode viajar
para a Terra das Sombras durante o período de 24 horas em
que seu Grilhão está perdido para ela. O Miasma então se ergue
ao redor das aparições e eles são liberados para continuar sua
jornada. Uma falha crítica significa que a aparição perde o
Grilhão e fica bobo pela próxima hora. Enquanto estiver neste
estado, a aparição fica completamente indefesa e não pode
cuidar de si mesma. Se ela estiver sozinha, ela flutuará sem
rumo pela Tempestade até que ela saia dela, seja resgatada ou
seja capturada ou morta. Os companheiros da aparição devem
puxá-la, iniciando todas as ações por ela e defendendo-a. Ela
não pode se lembrar de quem ela é ou tomar qualquer ação para
se defender, nem pode entrar nas Terras das Sombras, porque
sua perda de memória a torna o equivalente a uma aparição
sem Grilhões. Ela é como um autômato e pode lentamente
representar sua morte repetidamente até que sua mente volte
ao normal. Locais Assombrados compartilhados podem não ser
o alvo de um ataque Miásmico porque elas são intrinsecamente
muito ancoradas se mantidas por mais de uma pessoa.
O Oceano Ácido
Esta zona é muito direta e muito mortal. Enquanto a
aparição nada, cavalga ou caminha pela Tempestade, ela de
repente se vê entrando em um oceano verde vívido. Este
líquido verde profundo é ácido em vez do normal icor de alma
que geralmente compõe o Mar de Sombras. Em torno de suas
bordas, o mar parece ondulado e acima o ar está tingido de um
amarelo-esverdeado pálido. O ácido causa dano normal na
taxa de dois pontos de Corpus por turno. Se a aparição estiver
dentro de algum tipo de veículo relíquia, o veículo é destruído
em três turnos. Quaisquer relíquias ou Artefatos que as aparições
estejam carregando estão sujeitas à destruição, a menos que a
aparição teste o nível da relíquia ou do Artefato (dificuldade
7). A aparição pode usar Força de Vontade para salvar seus
itens se assim o desejarem.
Apesar da terrível e ardente agonia, as aparições que
são apanhadas no ácido devem continuar se movendo para
perder todo o seu Corpus no líquido torturante. Leva 6 turnos
menos o nível de Raciocínio da aparição para escapar do
ácido. Aqueles que param em vez de continuar adicionam
outro turno ao seu tempo no ácido. Se eles não começarem a
se mover novamente dentro de três turnos, o Narrador deve
fazer um teste de Raciocínio + Prontidão (dificuldade 6) para
perceber que sua única chance é sair do ácido. Companheiros
podem puxar outros personagens com um teste bem-sucedido
de Força + Esportes.
Aparições que perdem todo o seu Corpus no ácido
são imediatamente submetidas a uma Aflição. Barcos de
Barqueiros são imunes aos efeitos do Oceano de Ácido, mas os
próprios Barqueiros não são. Uma vez que uma aparição tenha
experimentado o Oceano de Ácido, ele sempre pode reconhecer
sua aparência peculiar no futuro e tentar evitá-lo. Aparições
que estão voando pela Tempestade em vez de nadar ou em um
veículo nunca ficam presas nesta zona. Quando eles verificam
suas relíquias, no entanto, elas parecem embotadas e corroídas
como se estivessem com vapores ácidos.
A Poça da Lembrança Agridoce
Pequenas coisas costumavam significar muito para Shelly.
Sempre achei que eram meio triviais. Acredite, nada é trivial.
— Eric Draven, "O Corvo"
Considerando que nem tudo que parece diferente é
necessariamente mau, a Poça da Lembrança Agridoce é um
círculo prateado que aparece em cima do icor oleoso e negro
do Mar Sem Sol. O ar acima do círculo é lavado com cores
mutáveis semelhantes à Aurora Boreal. Uma fragrância
doce como lilases ou grama recém-cortada emana da zona.
Aparições podem evitar a área se assim o desejarem. Se a
aparição se aproximar, ela descobrirá que é possível pisar para
fora quando dentro do círculo prateado. É bastante sólido.
Vários podem pisar nele juntos, se quiserem. Uma vez que um
ou mais Mortos Inquietos estão em cima, o círculo começa a
girar lentamente.
Qualquer um no círculo passará por uma experiência
sublime para uma aparição: ele se lembrará mais de seu
passado. Isso deve ser tratado como a sequência de sonho
no Lago de Fogo Gélido, mas em vez de invocar uma cena
conhecida do passado da aparição, o Narrador deve apresentar
alguma coisa, lugar ou pessoa sobre a qual a aparição não
sabe nada ou apenas lembra vagamente. Isso deve destacar
algum momento particularmente alegre ou doloroso na vida
da aparição (um elogio especial de seu chefe, a morte de sua
filha bebê, seu primeiro voo solo, a operação cardíaca de sua
esposa). A cena deve se adequar ao conceito da aparição, sua
personalidade e os fatos conhecidos de sua vida. Obviamente,
seria ridículo apresentar uma cena em que um condenado à
prisão perpétua recebe a chave da cidade e um prêmio de
cidadania excepcional. Este encontro requer que o Narrador
esteja muito familiarizado com os personagens, e deve ser
tratado com delicadeza. Às vezes são as pequenas coisas que
mais significam — e causam mais angústia quando estão
perdidas.
Se o jogador interpretar bem o encontro, o Narrador pode
conceder ao personagem um novo Grilhão que tenha a ver
com a cena lembrada. Este pode ser um Grilhão de um ou dois
pontos, dependendo da excelência da interpretação e do valor
aparente que seria dado ao Grilhão conforme determinado pela
história da cena. Grilhão de um ponto pode ser um certificado
de agradecimento, as chaves do banheiro executivo ou uma
bola de beisebol assinada pelo seu jogador favorito. Grilhão
de dois pontos incluiriam a certidão de nascimento de seu
filho, a lápide de sua esposa ou o cachimbo favorito de contar
histórias de seu avô. A falha em interagir com a poça não
resulta em perda alguma, além de perder uma mudança para
uma ótima interpretação. Uma vez que a interação termina
a poça se dissipa.
O Charco
Parecendo-se muito com uma charneca inglesa, o Charco
atrai aparições para o seu interior, depois os prende em areia
movediça. É um aprisionamento gradual. À medida que a
aparição se move pela área, o chão fica encharcado. Seus
pés começam a afundar na lama, fazendo barulhos de sucção
enquanto ela tenta solta-los. À frente, logo além da mancha
Capítulo Um: No Mar Sombrio da Alma 37
 lamacenta que se encontra, está um terreno mais seco, arenoso
e sólido — até ela pisar sobre ele. Em seguida, revela-se como
areia movediça. Pelo menos uma perna é inevitavelmente
pega, e a aparição deve fazer um teste de Destreza + Esquiva
(dificuldade 7) para evitar tropeçar com a outra perna enquanto
tenta recuperar o equilíbrio. Se a aparição estiver correndo no
momento (de Espectros ou Legionários, por exemplo), ela é
automaticamente pega por ambas as pernas e imediatamente
afunda até a cintura. Uma vez que tome qualquer parte da
aparição, o Charco gruda. Ele se recusa a desistir de seu prêmio
e continua querendo por mais. Se apenas uma perna for pega,
o Charco é mais um incômodo do que uma verdadeira ameaça.
Eventualmente, a aparição adquirirá sucessos suficientes para
se libertar. Ter as duas pernas presas é mais sério. A menos que
a aparição consiga se libertar (ou tenha amigos para ajudá-la),
ela será sugada para a areia movediça. Ela não será destruída,
mas ficará dormente, como se estivesse dormindo, até que seja
resgatada, encontrada por Espectros ou até que o Charco siga
em frente e a deixe em seu rastro.
Nunca há apoios para as mãos convenientemente próximos
no Charco. Nenhuma árvore cresce ali, nenhum galho caído
cobre o chão. Uma aparição deve obter cinco sucessos em
Força + Esportes (dificuldade 9) para soltar com sucesso um
membro do Charco. Esta pode ser uma Ação Prolongada. Se a
aparição parar no meio para cuidar de qualquer outra coisa, no
entanto, todos os sucessos anteriores são apagados. Exemplo:
Deadbeat tropeça no Charco enquanto fugia de uma patrulha da
Hierarquia. As duas pernas são pegas. Ele rola contra sua Força +
Esportes e consegue dois noves, dois sucessos! O próximo turno
ele nota que dois dos patrulheiros do Hierarquia serão capazes
de alcança-lo. Em vez de tentar se libertar novamente, ele saca
sua espada Artefato e os mantém afastados. Por ele parar de
tentar escapar do Charco, ele volta a puxá-lo para baixo. Ele
perde todos os sucessos que ganhou antes. Se ele quer escapar
agora, terá que ter cinco sucessos para fazê-lo.
Até dois amigos podem ajudar uma aparição a escapar do
Charco. Cada ajudante deve fazer um teste de Destreza + Briga
(dificuldade 7) para se posicionar para ajudar sem ficar atolado.
Cada ajudante adiciona um dado de sua Força a aparição que
está lutando para se libertar (dando-lhe mais um ou dois dados
para tentar o feito). Se a aparição não puder ajudar a si mesma,
os ajudantes podem combinar seus valores de Força e tentar uma
proeza de Força. Eles precisam de cinco sucessos (dificuldade
8) para arrastar a aparição atolada da areia movediça por pura
força muscular.
O Mar dos Sargaços
Esta zona tem o nome de uma famosa área oceânica nas
Terras da Carne, perto dos Açores, onde se encontram em
abundância as algas sargaços. O verdadeiro Mar dos Sargaços é
um terreno fértil para enguias. O Mar dos Sargaços do Mundo
Inferior também tem destroços marinhos em abundância, mas é
feito de cabelo e pele (impurezas jogadas fora) de Espectros que
38 O Mar de Sombras
foram fundidos para fazer produtos Estígios. É um terreno fértil
de Espectros de Sargaço que se erguem através do emaranhado
de destroços do mar para atacar as aparições que passam.
A passagem pela área é, necessariamente, lenta. Montes de
algas emaranhadas em decomposição flutuam dentro do líquido
fuliginoso do mar. No início, eles estão distantes. Depois de
um tempo, no entanto, a alga torna-se mais frequente. Há
mais pilhas e estão mais próximas. Mesmo em um atalho, eles
começam a bloquear. Dar meia-volta não resolve o problema;
mais algas marinhas chegam para preencher as áreas pelas
quais a aparição já passou. Logo a aparição se encontra no
centro de um vasto mar de emaranhados destroços marinhos.
Os Espectros de Sargaço, que parecem ser imunes aos efeitos
emaranhados das algas marinhas, saem dela em bandos e
atacam suas presas, uivando em vozes agudas e estressantes
(usando o Arcanos Lamúria). A aparição fica com -1 em
todos os seus testes Físicos devido à dificuldade de movimento
através das algas, e -1 em todos os testes Mentais devido aos
horríveis gritos dos Espectros que dificultam a concentração
na melhor das hipóteses.
Aparições podem escapar do Mar dos Sargaços empregando
com sucesso Argos 2 (Asas Fantasmas) ou Argos 4 (Salto), ou
podem forçar fisicamente seu caminho em 8 turnos menos sua
pontuação de Força. Se eles optarem por forçar uma passagem,
as aparições são incapazes de lutar contra os Espectros ao
mesmo tempo. Os Espectros não perseguem além da fronteira
do Mar dos Sargaços. Rumores recentes indicaram que o Mar
dos Sargaços não é realmente uma zona, mas é o cabelo do peito
ou da cabeça de um Malfeano que se move pelo Mar Sem Sol.
O Mar de Cacos de Vidro
Então me tire dos destroços
Salva-me da explosão
Levante-me e leva-me de volta
Não me deixe continuar a andar...
Andar sobre cacos de vidro.
— Anne Lennox, "Walking on Broken Glass"
Esta zona é mal nomeada, pois não há vidro dentro de seu
líquido. Em vez disso, está espalhado com detritos metálicos
descartados da forja de metais Estígios. Pedaços afiados do
metal — pequenos demais para serem úteis, mas grandes o
suficiente para ferir aparições que entram em contato com eles
— estão suspensos no líquido escuro como vinho, que cheira a
sangue e fumaça. A fumaça escura paira sobre a área, ardendo
nos olhos e na garganta de quem passa por ela. Gemidos, gritos
e sussurros envolvem o mar; gritando de agonia, murmurando
súplicas ou gritando segredos — pessoais e políticos.
É uma área estranha e magnética que atrai e prende
peças de metal de Estígia. Aparições trazendo coisas para
a área que são feitas de metal Estígio ou aço negro devem
fazer um teste de Força (dificuldade 8) para puxar o item de
volta para fora da área. O Mar de Cacos de Vidro aparece por
completo sobre as aparições viajando pela Tempestade. Ele se
eleva das profundezas e os encerra em seu aperto estilhaçado.
Fragmentos de metal do Esquecimento cortam e ferem as
aparições enquanto vítimas invisíveis e penitentes fazem
serenata aos viajantes com seus gritos assombrosos. Mover-se
pelo mar faz com que as aparições recebam um nível de dano
agravado por turno. Leva dois turnos para escapar da área
se uma aparição tiver Argos; sem Argos, a fuga leva quatro
turnos. Um turno depois que o mar sobe, no entanto, Espectros
Lascados (Espectros que tiveram os fragmentos cortantes de
metal Estígio embutidos em seus corpos) surgem e atacam.
Um ataque bem-sucedido de um Espectro Lascado causa Força
+3 de dano agravado. Sua Força geralmente é média (2 a 3),
embora alguns particularmente mortais tenham Força de 4 ou
5. Aparições que perdem todos os seus níveis de Corpus para
Espectros Lascados afundam no mar e se tornam Espectros
Lascados após uma Aflição final.
Tempest Fugit
Esta área peculiar da Tempestade não é tanto um lugar
quanto uma ocorrência. Dentro da área que abrange, o
tempo voa - literalmente. Apelidada com humor de Tempest
Fugit, a área acelera o tempo para as aparições presas nela.
Isso pode ser benéfico ou prejudicial, dependendo do que a
aparição estava tentando fazer quando cercada. Se a aparição
estava descansando, o tempo passa rapidamente e o Corpus
é restaurado em um lampejo. Se ela estava lutando contra
Espectros que pediram reforços, a aparição pode estar sem
sorte, pois onda após onda de criaturas malignas chegam em
um piscar de olhos.
Uma vez que a aparição deixa a área, ela volta ao
fluxo normal do tempo como era; significando que tudo
o que acontece dentro da Tempest Fugit acontece quase
instantaneamente. Tudo dentro da área parece nebuloso
para quem está de fora, enquanto tudo fora da área parece
borrado para quem está dentro dela. De longe, uma Tempest
Fugit parece uma bolha brilhante. A bolha pode servir como
o olho de um furacão, proporcionando um refúgio calmo de
um Turbilhão para aquelas aparições que permanecem dentro
dela. Embora a bolha seja sacudida pela fúria do Turbilhão, ela
não irá estourar, e aqueles que estão dentro estão protegidos
de todos os efeitos do Turbilhão e dos Espectros que o
acompanham, pois estão literalmente em outro tempo.
A Teoria Inclusiva
A teoria inclusiva afirma que existem inúmeros outros
reinos dentro da Tempestade. Cada um é único; alguns
ainda não foram descobertos. Alguns ficam em domos
sob as ondas e podem ser alcançados cavalgando grandes
peixes ou por qualquer aparição corajosa o suficiente para
mergulhar nas profundezas em busca deles. Outros voam
alto no céu, amarrados às terras abaixo por pontes esguias ou
flutuando livremente para onde os ventos os levarem. Alguns
correspondem aos sonhos e aspirações dos nativos americanos
e aborígenes. De acordo com essa teoria, todas as crenças e
esperanças estão incluídas em algum lugar do Mundo Inferior
e podem ser encontradas por aqueles que as buscam.
A maioria das aparições tende a acreditar na teoria
inclusiva. Ela se ajusta melhor aos fatos como elas as conhecem.
Explica os vários reinos, os atalhos e a política, revelando-os
todos como reflexos sombrios do mundo dos vivos. Ela permite
que o Mundo Inferior seja entendido e aceito e fornece às
aparições pontos de referência estáveis. Não importa quão
horríveis as partes possam ser, a semelhança com as Terras da
Carne é reconfortante e familiar.
A Teoria de que Não Há Nada Lá
Uma alternativa à teoria inclusiva é aquela que afirma
que não há realmente nada lá. O Mundo Inferior, dizem os
proponentes desta teoria, não é um lugar físico real. Não há
lugares exceto dentro da própria mente de uma aparição. É tudo
uma grande ilusão — ou alucinação. É por isso que existe uma
Tempestade. É o caos da mente que deve ser enfrentado na
busca do autoconhecimento. É por isso que as direções não são
constantes e as distâncias são subjetivas; as coisas estão onde
a aparição pensa que estão e leva tanto tempo para ir de um
lugar para outro quanto uma aparição acredita que vai demorar.
O Esquecimento não é uma força que os teóricos defendem,
mas a negação. Uma vez que uma aparição aceita sua própria
morte e confronta seus próprios medos e deficiências, ela pode
ir além da negação e reencarnar ou transcender.
Nenhuma teoria pode estar correta, ou ambas podem estar.
Mesmo os Mortos não estão realmente certos.
Capítulo Um: No Mar Sombrio da Alma 39
 Capítulo Dois:
Viajantes na Tempestade E os seus olhos eram como chama de fogo;
e sobre a sua cabeça havia muitos diademas;
e tinha um nome escrito, que ninguém sabia
senão ele mesmo.
— Apocalipse: 19, xii, A Bíblia Sagrada

á muitos habitantes da Tempestade.
Algumas são entidades plásmicas que
desafiam a descrição ou que se assemelham
a monstros e horrores lendários. Alguns
parecem ser, por falta de um nome melhor,
anjos e demônios. A maioria dos seres que
vivem na Tempestade são vários tipos de Espectros. Estas são as
criaturas com as quais a maioria das aparições está familiarizada.
Além desses inimigos monstruosos, existem outros seres que
habitam os confins ocultos da Tempestade — Renegados
e Hereges que estabeleceram bases no interior agitado da
Tempestade e os Barqueiros, que vivem em suas moradas
secretas localizadas em algum lugar ao longo do Rio da Morte.
Qualquer um deles pode causar problemas para os personagens
ou oferecer-lhes ajuda ou abrigo. Quase todos os que oferecem
ajuda esperam algum pagamento em troca.
As Entidades Plásmicas
Entidades Plasmáticas são estranhas criaturas da
Tempestade que não são aparição nem Espectro. A maioria
é monstruosa, mas alguns assumem formas semelhantes a
animais normais, peixes, pássaros e insetos. A maioria tem
inteligência mínima ou de nível animal e é incapaz de fazer
planos elaborados; no entanto, os predadores entre eles podem
ser bastante hábeis em caçar, rastrear e atacar aparições que
entram em seus territórios.
Outros são terrivelmente astutos e inteligentes, com
algum beirando a genialidade. Muitas vezes parece que
quanto mais bizarra e horrível for a forma externa da entidade
plásmica, mais inteligente ela é. Entidades plásmicas mortas
se desincorporam. Ninguém sabe se eles reconstituem em
outro lugar. Originalmente, muitas entidades plásmicas foram
confundidas com Malfeanos, mas a interação com eles mostrou
que eles eram algo diferente dos Espectros. Muitas aparições
acreditam que entidades plásmicas são criadas a partir de
autômatos que foram varridos por Turbilhões; outros pensam
que são resíduos de espíritos animais, e alguns teóricos postulam
que são as memórias e pesadelos de aparições que a Tempestade
rouba e manifesta. Algumas das entidades plasmáticas mais
conhecidas estão listadas aqui.
Fantasias
As fantasias são as entidades que se assemelham às
criaturas das Terras da Carne. Algumas aparições brincando se
referem a eles como "animal na pista". Muitos (como cavalos
e golfinhos) são inofensivos e podem até fornecer transporte
para as aparições. Aparições presas na Tempestade sem acesso
ao Arcanos Argos são ocasionalmente auxiliadas por tais seres.
Todas as entidades plásmicas possuem Argos e uma forma
limitada de telepatia ou empatia que lhes permite comunicar
seus sentimentos e desejos às aparições. Aqueles que prestam
ajuda a aparições geralmente exigem algo em troca, seja um
ponto de Pathos ou uma relíquia menor por seus serviços.
Algumas outras Fantasias são predadores perigosos que
caçam aparições da mesma forma que seus colegas terrestres
fariam. Estes podem se assemelhar a tigres, ursos, tubarões e
outros grandes predadores. Muitas espécies extintas, como
tigres-dentes-de-sabre e mastodontes, são encontradas entre as
Fantasias. Todos infligem danos as aparições. Embora eles não

Capítulo Dois: Viajantes Na Tempestade 41

 causem dano agravado, eles podem reduzir o Corpus de uma
aparição a zero, fazendo com que ele seja cercado por Espectros
e levado para uma Aflição. Aparições sempre perdem um ponto
de Pathos para atacar uma Fantasia e eles conseguem reduzir
o Corpus da aparição a zero. Isso serve como seu sustento. As
Fantasias não têm outros poderes especiais.
Físicos: Força 4, Destreza 4, Vigor 4
Sociais: Carisma 2, Manipulação 2, Aparência 2
Mentais: Percepção 4, Inteligência 2, Raciocínio 2
Habilidades: Prontidão 4, Briga 3, Intimidação 2,
Rastreio 4
Arcanos: Argos 3
Força de Vontade: 6
Pathos: 6
Angústia: não há
Corpus: 7
Equipamento: Nenhum

Delírios
Os delírios se assemelham às Fantasias em alguns aspectos,
mas têm peculiaridades ou poderes estranhos. Delírios podem
ser ursos com asas, touro com cobras como braços ou outros
animais malformados e de aparência monstruosa. Entre seus
membros estão quaisquer seres estranhos que não sejam
lendários ou totalmente alienígenas. Delírios podem ser
amigáveis ou tão selvagens quanto as Fantasias predadores, mas
tendem a ser mais inteligentes do que as entidades de aparência
normal. Delírios benéficos são muito semelhantes às Fantasias
no que diz respeito ao pagamento por sua ajuda, geralmente
pedindo Pathos ou uma relíquia. Os Delírios geralmente
trabalham em grupos para maximizar seus ganhos potenciais.
Muitos Delírios predadores são inteligentes o suficiente para
barganhar com invasores em vez de simplesmente caçá-los. Eles
geralmente aceitam um ponto de Pathos ou relíquia menor
como pedágio. Outros gostam muito de caçar e dilacerar e não
podem ser negociados, não importa o que sejam oferecidos.
Cada Delírio tem Arcanoi adicionais que usa a seu favor, além
de Argos. Eles têm as mesmas estatísticas que Fantasias, exceto
que sua Inteligência é 3 e eles têm Argos 3 e 1-3 pontos em
outros Arcanos. Além disso, aqueles que possuem adições
úteis, como asas, podem usá-las para voar sem envolver Argos
2, Asas Fantasmas.

Lendários
Essas entidades assumem as formas de criaturas lendárias
como Pégaso, Pé-Grande, Fênix e dragões. É possível que
os corcéis da morte branco-leite com olhos vermelhos que
Caronte descobriu e domou possam ter sido Lendários.
Qualquer criatura retratada em um bestiário medieval pode
ser encontrada entre esses seres. Os lendários são todos
altamente inteligentes; a maioria está no mesmo nível dos

42 O Mar De Sombras
Delírios, mas alguns são claramente gênios. Quimeras e hidras
estão entre aquelas com os instintos mais predatórios. O maior
e mais temível dos lendários é o Leviatã. Muitos Lendários são
muito bonitos e alguns foram reivindicados como objetos de
arte únicos, servidores, mensageiros ou até mesmo convidados
por vários Senhores da Morte. Malfeanos também cobiçam
os Lendários. Alguns são conhecidos por fazer amizade com
aparições que os tratam com gentileza e respeito. Tal como
acontece com os Delírios, alguns dos Lendários mais ferozes
podem aceitar algum tipo de pedágio por passar por sua área
em vez de insistir em uma batalha. A maioria quer Pathos,
mas alguns (como a Esfinge, que insiste em jogos de charadas)
querem outras coisas (Conhecimento, relíquias, etc.).
Todos os Lendários têm pelo menos os Atributos,
Habilidades e Poderes dos Delírios; muitos são mais poderosos.
Cada um é um indivíduo único e deve receber Características
que façam sentido para o tipo de criatura que é. Pé-Grande,
por exemplo, pode ter Vigor 5, enquanto uma Esfinge pode ter
Inteligência 5 e Conhecimento em Charadas ou Enigmas. Além
disso, eles devem receber Arcanos que reflitam suas naturezas
básicas ou que lhes deem vantagem em permanecerem livres ou
lutarem contra aparições. Por exemplo, a Fênix pode Modelar-se
em chamas e cinzas, depois se erguer das cinzas, reassumindo
sua forma original. Ele também pode usar seus Arcanos Modelar
contra qualquer um que a perturbe.
Esquisitices
Essas criaturas variam dos horrores com tentáculos
e sobrenaturais descritos por H.P. Lovecraft às entidades
reptilianas aterrorizantes dos filmes Alien. A maioria é
indescritivelmente enorme e repugnante; todos são totalmente
impossíveis de entender ou categorizar. Seus processos de
pensamento são tão diferentes dos humanos ou aparições que
adivinhar o que um deles fará - ou o que é capaz de fazer - é
uma causa perdida. Estas são as entidades plásmicas que são
mais frequentemente confundidas com Malfeanos. Eles não
são Malfeanos porque nunca foram aparições ou humanos.
Certamente, algumas pessoas dizem que muitos Malfeanos
nunca foram aparições ou humanos também. Além disso,
eles não procuram engolir e comer aparições, nem empregam
Vultos ou Talha-Nervos. A maioria é enorme além da
descrição; muito grandes para Características normais. Todos
as Esquisitices são altamente inteligentes e costumam ter até
dez pontos ou mais em vários Arcanos (incluindo 4 pontos
de Argos).
As Esquisitices são altamente imprevisíveis. Um Pode
salvar um grupo de personagens aparições de uma patrulha da
Hierarquia apenas para vendê-los a um bando de Hereges. A
mesma Esquisitice pode então levar a patrulha ao esconderijo
dos Hereges, apenas para levar os personagens para seu próprio
Capítulo Dois: Viajantes Na Tempestade 43
 reino, onde é necessário que eles o entretenham. Um bom
desempenho pode significar riqueza e liberdade ou merecer
serem comidos. A Esquisitice tem suas próprias razões para
agir como age, e elas nunca precisam fazer sentido para os
personagens.
Lendários e Esquisitices são entidades únicas e devem
ser tratados como tal. Eles não devem aparecer toda vez que
os personagens se aventuram na Tempestade, mas devem ser
guardados para ocasiões e histórias especiais. Lendários são
melhor usados em histórias envolvendo missões para vários
elementos. Esquisitices são mais eficazes como os vilões
por trás de estranhos desaparecimentos ou como encontros
surpresa em situações em que os jogadores acreditam que as
coisas não podem piorar. Na Tempestade, é claro, pioram.

Angélicos e Demoníacos
Embora possam ser classificados entre os Lendários (ou
alienígenas), os Angélicos e os Demoníacos estão em uma
classe própria por causa da significância que a maioria das
aparições atribui a eles.

Angélicos
Como regra geral, os Angélicos são de aparência
humanoide, extraordinariamente belos e têm asas longas,
fluidas e emplumadas. Muitos parecem ser assexuados
ou andróginos. A maioria é delineada em luz azul pálida,
rosada ou branca, refletindo as cores em suas asas. Alguns
também têm halos. Alguns aparecem vestidos com um manto
cintilante, enquanto outros estão nus. Alguns são mudos e
se expressam apenas com belos gestos e expressões faciais.
A maioria dos Angélicos são gentis e prestativos com as
aparições que encontram, usando seus poderes para ajudar
as aparições durante a Tempestade, protegê-los de danos ou
curá-los de seus ferimentos.

Demoníacos
Demoníacos são geralmente feios e bestiais. Muitos não
têm a forma humanoide. Suas asas tendem a ser esqueléticas
e semelhantes a de morcegos. A maioria tem características
sexuais óbvias e não usa roupas. Eles geralmente são cercados
por um brilho preto-avermelhado opaco. Alguns têm chifres,
caudas farpadas e cascos fendidos. Suas vozes variam de
sussurros irritantes a rugidos ensurdecedores. A maioria dos
Demoníacos procura ferir aparições, tentando capturá-los
para torturas elaboradas para serem usados como escravos.
Eles geralmente possuem poderes que causam danos.
Nem sempre é o caso. Alguns Angélicos são
repulsivamente feios e muitas vezes são confundidos com
Demoníacos, mas mantêm seus comportamentos gentis e
natureza carinhosa. O reverso também é verdadeiro, com
alguns Demoníacos tendo uma beleza de tirar o fôlego que
cobre um coração cruel e malvado. Esses Demoníacos podem
praticar um jogo longo e elaborado com as aparições que
44 O Mar De Sombras
encontram, levando-as a acreditar que são Angélicos até
que eles caiam em uma armadilha desagradável ou traiam
as aparições no pior momento possível. A maioria dos
Demoníacos gostam de brincar com suas vítimas.
Ainda um terceiro tipo são aqueles conhecidos como
Arcangélicos e Arquidemoníacos. Eles podem ou não
se parecer com seus parentes menores; alguns podem
parecer aparições normais. Esses seres estão polarizados na
extremidade do bem e do mal, tornando-se tão rígidos, que
perderam todo o senso de espírito e agem apenas na letra da
lei, por assim dizer.

Arcangélicos
Independentemente de sua aparência quando encontrados
pela primeira vez, os Arcangélicos se transformam em
terríveis vingadores de olhos ardentes, armados com espadas
flamejantes e pergaminhos de julgamento. Eles procuram
punir todos as aparições por seus pecados e males não
confessados, focando na Sombra da aparição e atraindo-a para
o combate através de um poder único de Castigar. Qualquer
aparição é obliterada cuja Sombra também é destruída em
combate com um Arcangélico. Sua alma é capturada pelo
Arcangélico. Ninguém sabe ao certo o que os Arcangélicos
fazem com essas almas purificadas, mas supõe-se que elas
sejam usadas na forja de suas espadas flamejantes. De qualquer
forma, acredita-se que essas almas não vão alimentar o
Esquecimento.

Arquidemoníacos
Arquidemoníacos localizam aparições que têm muito
pouca Angústia e tentam corrompê-los com bondade,
presenteando-os com habilidades extras através do uso de
dados da Sombra. Eles também ensinarão a eles Arcanoi
que fazem com que a aparição ganhe Angústia usando-os.
As ações dos arquidemoníacos são mais de longo prazo do
que seus irmãos Angélicos, pois geralmente leva um pouco
de tempo para corromper alguém. Seu objetivo é fazer com
que a aparição sucumba à sua Sombra, tornando-se assim um
Espectro ou sendo arrastado para o Esquecimento.

Djinn
Um tipo final nesta categoria são os Djinn. Alguns
Angélicos e Demoníacos aparecem como gênios ou ifrites e
parecem possuir os poderes atribuídos a esses seres. Eles podem
fornecer às aparições uma riqueza fabulosa — em moedas de
Estígia, é claro — e outros itens materiais como palácios de
relíquias e tapetes voadores. Essa riqueza custa caro a aparição.
Para cada desejo concedido ou coisa exigida, a aparição perde
um ponto de Pathos. A aparição não notará isso a princípio,
estando muito presa em sua própria ganância. Após a perda
do segundo ponto, a aparição pode testar Raciocínio +
Ocultismo (ou Enigmas, se for maior, dificuldade 6). Se ela
tiver sucesso, ela percebe a perda e a conecta com o desejo ou

Capítulo Dois: Viajantes Na Tempestade 45

 demanda. Se perguntado, o Djinn dirá a aparição que desejos e
tal devem ser alimentados de alguma forma, assim como Arcanos.
Se ela falhar, ela notará a perda de Pathos, mas a atribuirá a outra
coisa (o Narrador deve inventar alguma explicação plausível).
Em uma falha crítica, a aparição não percebe nenhuma perda
e, de fato, se sente mais forte do que nunca — sua Sombra se
fortalece por seu comportamento. Ela pode até querer pedir
mais. Após cada perda subsequente, a aparição deve ter outra
chance de perceber que algo está errado. O nível de dificuldade
permanece constante porque quanto mais Pathos ela perde, mais
fácil é perceber que se acaba. Embora seja possível eventualmente
gerar mais Pathos, se uma aparição perder tudo para um Djinn,
ela não poderá usar seus Arcanos — incluindo — Argos para
manobrar na Tempestade — tornando quase impossível para ela
ir para outro lugar para gerar novos Pathos.
Angélicos e Demoníacos devem ser gerados individualmente,
e não devem ser tão avassaladores que os personagens não tenham
chance contra eles. Nem devem ser tão fracos que os jogadores
percam todo o respeito por seres tão poderosos. Eles devem
ser pelo menos tão poderosos quanto os Lendários e ter Argos
e Castigar além de quaisquer outros Arcanos que possuam.
Angélicos e Demoníacos são frequentemente usados como
agentes para o céu ou o inferno e podem exigir que as aparições
os acompanhem até seu patrono nas Costas distantes em troca
de sua ajuda.
Espectros
Caldeirão de ódio, horror purulento
A raiva da confusão caótica, suas mentes distorcidas
Queimando com a loucura do sofrimento eterno.
— The Obsessed, "Climate of Despair"
De longe, os inimigos mais numerosos e comuns a serem
encontrados na Tempestade são os Espectros. A palavra
Espectro é um termo genérico para seres corruptos que vivem
na Tempestade e servem ao Esquecimento. De muitas maneiras,
os Espectros são os oponentes mais temíveis das aparições, pois
eles são o que as aparições podem se tornar após a perda de suas
Paixões ou Grilhões ou se sucumbirem a uma Aflição. Aparições
nunca devem esquecer que os Espectros já foram aparições como
eles. Eles não devem descartar os Espectros como inimigos sem
rosto e sem sentido.
Todos os Espectros têm uma forma de telepatia grupal e
irradiam uma fosforescência fria e sombria que é a manifestação
física dos raios do Esquecimento. Existem muitos tipos, formas
e tamanhos diferentes de Espectros; apenas alguns foram
categorizados.
Vultos
Selar o mês de indignação por um tempo,
Até que possamos esclarecer essas ambiguidades,
E conheça sua fonte, sua cabeça, sua verdadeira descida;
E então eu serei comum de suas aflições,
46 O Mar De Sombras
E levá-lo até a morte...
— William Shakespeare, Romeu e Julieta
Vultos são almas que foram perdidas para o Esquecimento
e escolheram abraçar seu poder. Tomados por suas Sombras,
eles se tornam fantasmas famintos com grande astúcia, mas
pouca inteligência. Quase sem mente, os Vultos quase sempre
têm o poder especial de Drenar Pathos porque precisam do
calor das emoções para afastar o frio da Tempestade. Eles
podem voar através da Tempestade, espionar as Terras das
Sombras de nulidades, localizar entradas para o Labirinto e
sentir aparições pela quantidade de Pathos que ela possui.
Eles são predadores com sentidos muito aguçados.
Alguns Vultos se assemelham a humanos (ou aparições)
na forma, enquanto outros foram transformados em monstros
hediondos. Existem vários Poderes de Vultos que eles podem
utilizar (detalhado na p. 232 de Aparição: O Limbo). A
maioria dos Vultos tem apenas um poder, mas os maiores
podem possuir até três. Embora sejam quase sem mente, os
Vultos ainda tendem a seguir os padrões das Sombras das quais
nasceram. Alguns continuam da mesma maneira, enquanto
outros parecem ser vítimas das fraquezas da Sombra. Eles
podem, com algumas ressalvas, ser divididos nos seguintes
tipos:
Aberrações: Vultos nascidos de Sombras grotescas se
deliciam em atormentar aparições, expondo seus segredos
mais sombrios. Eles costumam utilizar Explorar os Aflitos
para desenterrar e se alimentar das memórias mais dolorosas
e humilhantes de uma aparição. Aberrações são muitas
vezes monstruosos. Alguns também possuem Tentáculos
Ectoplásmicos que eles usam, não para atacar, mas para
agarrar uma aparição e arrastá-la para o Labirinto.
Abusadores: Esses Vultos geralmente estão na
vanguarda de uma invasão. Eles obtêm a maior satisfação em
infligir dor. Desinteressados ou sem vontade de usar poderes
mais sutis, esses Vultos geralmente têm os poderes de Dentes
de Tubarão ou Tentáculos Ectoplásmicos. Os Abusadores
são frequentemente transformados em formas monstruosas,
mas muitos parecem pais severos e implacáveis, professores,
clérigos ou policiais.
Diretores: Os diretores raramente são os primeiros
Vultos em cena. Eles ficam atrás, direcionando outros Vultos
para o lugar antes de fazer seu próprio movimento. Esperando
até que uma aparição esteja distraída, eles se movem e utilizam
o poder conhecido como Aprisionar, tentando encapsular e
arrastar a aparição para atormentá-lo em uma cena particular
de pesadelo de sua escolha. Diretores raramente parecem
monstruosos. A maioria parece quieta e despretensiosa - até
que eles destroem a Psique de uma aparição evocando sua
Sombra repetidamente...
Instigadores: Instigadores podem ser os Vultos mais
estranhos de todos. Eles não utilizam nenhum dos Poderes
de Vultos normais. De fato, eles não atacam diretamente as
aparições, mas sim outros Vultos. Em vez de atacar aparições,
os Instigadores viajam com grupos de Vultos e oferecem sua
Angústia para alimentar os poderes de outros Vultos para
uso contra seus inimigos. Naturalmente, eles esperam algo
em troca... um pouco de Pathos, por exemplo. Instigadores
podem ser humanoides ou de aparência monstruosa.
Mártires: Geralmente humanoides em aparência,
Mártires são geralmente encontrados na linha de frente de
batalha com os Abusadores. Eles são muito mais sutis em
seus ataques, favorecendo Rasgar a Teia Vital como sua
principal forma de ataque. Rasgar a Teia Vital pode destruir
os Grilhões de uma aparição, trazendo-a assim mais perto
da dissolução, enfraquecendo seu domínio sobre as Terras
da Carne. Coincidentemente, custa ao Vulto cinco pontos
de Angústia para usar, enfraquecendo o Vulto e tornando-o
mais provável de ser destruído. Afinal, ele quer ser um Mártir.
Monstros: Horrivelmente deformados e malformados,
os Monstros procuram causar destruição indomável. Eles
geralmente têm Dentes de Tubarão como seu poder primário,
mas muitos também possuem Grito Espectral para que possam
convocar outros para ajudar no abate. Se eles invocarem
um Malfeano no processo, tanto melhor. Como Abusadores
e Mártires, Monstros gostam de estar na primeira onda de
atacantes. Ao contrário dos Abusadores, eles não querem
causar dor, apenas destruição arbitrária. Se Abusadores
(ou, de preferência, Mártires) entrarem em seu caminho, os
Monstros ficarão perfeitamente felizes em destruí-los também.
Perfeccionistas: Esses Vultos utilizam Explorar os Aflitos
como seu ataque principal. Eles geralmente não são incluídos
em ataques combinados a fortalezas. Eles são mais adequados
para Aflições. Eles são a forma mais mutável de qualquer
um dos Vultos, podendo assumir qualquer forma à vontade.
Perfeccionistas usam suas habilidades para forçar aparições
a cometerem erros que podem ser punidos.
Progenitores: Este estranho Vulto raramente faz um
ataque direto. O Vulto Progenitor geralmente usa Entorpecer
o Coração. Quando ele usa seu poder, ele ataca as Paixões da
aparição, na esperança de cortar a aparição de seus próprios
sentimentos e abri-lo para o frio entorpecente do Oblívio,
assim controlando-o. Vultos Progenitores muitas vezes
aparecem como pais defensores preocupados.
Racionalistas: Não há Vultos Racionalistas conhecidos.
Por alguma razão, a natureza particular deste Vulto não
se presta à inconsciência. Racionalistas geralmente se
tornam Replicantes - Espectros que podem fazer bom uso da
Inteligência da Sombra.
Sanguessugas: As Sanguessugas existem para serem
alimentadas e não se importam com o que se alimentam ou
como conseguem. Eles geralmente têm Dreno de Pathos,
embora alguns poucos Vultos Sanguessugas maiores também
possam ter o poder Parasita Cameleão. Não há sutileza na
maioria deles, no entanto, e Dreno de Pathos é seu ataque
favorito. Muitos Sanguessugas parecem lesmas gigantes.
Replicantes
Replicantes são aparições cujas Sombras os consumiram, mas
eles mantêm suas personalidades, livre arbítrio e conhecimento
dos Arcanos. Eles também mantêm seus Grilhões, permitindo
que eles entrem nas Terras das Sombras. Eles continuam a
juntar Pathos; eles preferem ser homenageados com as emoções
mais sombrias, evitando aquelas geradas pelo amor e outros
sentimentos positivos. Todos os Replicantes possuem Argos
5, permitindo que eles se movimentem pela Tempestade à
vontade, banem outras aparições para a Tempestade ou os
mantenham dentro dela quando estiverem lá. Eles podem ter
até cinco pontos de Arcanos adicionais. Normalmente, eles
selecionam os Arcanos extras entre as opções que os auxiliam
em suas diversas manobras.
Os Replicantes mantêm suas próprias formas. Muitos são
capazes de assumir outras formas também, incluindo de outras
aparições. Seus poderes de mudar de forma são seu truque
favorito e são o que dão seus nomes. Raramente é aparente
que os Replicantes não são aparições normais, e mesmo
Castigar nem sempre descobrirá sua verdadeira natureza. Por
causa de suas muitas vantagens, entre as quais a Inteligência,
os Replicantes são os agentes preferidos dos Malfeanos. Eles
cumprem várias funções e podem ser divididos em vários tipos:
Aproveitadores: Aproveitadores são parasitas, pura e
simplesmente. Esses Espectros quase transparentes se ligam
secretamente a aparições (de acordo com o Poder de Vulto
Parasita Camaleão). Uma vez no lugar, o voraz Aproveitador
usa seus Arcanos Usura para sugar o Pathos e o Corpus de
seu hospedeiro. Usando uma combinação de Transferência,
Retirada Precoce e Taxa de Câmbio, o Aproveitador pode
roubar Pathos diretamente de seu hospedeiro, retendo-o como
Pathos ou convertendo-o em Angústia. Com Retirada Precoce e
Taxa de Câmbio, o Aproveitador retira parte do Corpus de seu
hospedeiro e o converte em Pathos. Feito com moderação, um
Aproveitador pode permanecer como um parasita secreto em
uma aparição por um longo tempo, enfraquecendo gradualmente
e talvez até destruindo o hospedeiro. Ocasionalmente, os
Aproveitadores vão enlouquecer, roubando tanto Corpus que
a aparição é mergulhada na Tempestade e sofre uma Aflição.
Aproveitadores deixam um hospedeiro que perdeu todo o seu
Corpus.
Assassinos: Assassinos são Replicantes que entram nas
Terras das Sombras, particularmente Necrópoles, em grupos e
tentam secretamente atacar e destruir aparições que passam por
sua área de operação. Esses Espectros cruéis se alimentam da
dor, medo e raiva que geram com seus ataques. Um grupo bem
escondido que ataca apenas aparições solitárias pode funcionar
por um bom tempo sem ser notado em uma Necrópole maior.
Porque eles não têm função na sociedade fantasma, Assassinos
muitas vezes serão Talha-Nervos (Replicantes que são corroídos
pela força do Esquecimento para que sua aparência tenha
declinado). Duplos (veja abaixo) às vezes agem em conjunto
Capítulo Dois: Viajantes Na Tempestade 47
 com Assassinos, tomando os lugares de aparições mortas.
Atores: Esses metamorfos são os principais atores em
Aflições. Eles assumem todas as formas necessárias e atormentam
as aparições trazidas a eles. Eles mais gostam de assumir papéis
em que parecem ser os entes queridos atormentados da aparição
que está sendo atormentada, pois isso evoca a maior angústia. No
entanto, eles também apreciam papéis que lhes permitem ajudar a
Sombra da aparição a ameaçar ou torturar diretamente a aparição.
Todos os Atores têm Castigar 2, que lhes permite descobrir os
segredos mais sombrios da aparição e utilizá-los para personalizar
a Aflição, tornando-a o mais assustador ou humilhante possível.
Atores Replicantes se alimentam da emoção de seus talentos em
Castigar, Atores também se destacam no quinto nível de Modelar
(Modelar Corpo). Em compensação, eles têm apenas Argos
suficiente para permitir que se movam através da Tempestade
de uma entrada do Labirinto para outra.
Carpideiras: Esses Replicantes horríveis são assim chamados
porque seu Arcanos Lamúria permite que eles manipulem
e prejudiquem outras aparições. Carpideiras podem ter até
Lamúria 5. Isso permite que eles usem secretamente Nênia
para manipular sutilmente as emoções de aparições próximas.
Carpideiras esperam levar as aparições para mais perto do
Esquecimento, incitando-os a se alimentarem apenas de emoções
negativas. Uma estranha distorção neste poder faz parecer que a
Lamúria está realmente vindo de até cinco metros de distância
do Replicante que o está usando. Carpideiras nunca usam o
poder Balada, e raramente usam Musa, exceto para inspirar
obras de arte sombrias e horríveis que torcem e rasgam a mente,
criando desespero. Eles atacam aparições com Estrondo se não
puderem manipulá-los por outros meios. Seu poder favorito é
Réquiem, que lhes permite infundir seus alvos com emoção
negativa. Carpideiras se alimentam do desespero que geram. As
vezes acompanham Assassinos, usando seu poder Réquiem para
paralisar uma aparição com emoção por tempo suficiente para
que ela seja derrotada por seus atacantes.
Destruidores: Destruidores usam seus Arcanos Teia Vital
para destruir os Grilhões de aparições e reivindicar as almas dos
mortais para o Esquecimento. Trabalhando secretamente, um
Destruidor tem como alvo uma aparição e passa muito tempo
descobrindo os Grilhões dela e seu relacionamento com eles. O
Destruidor nunca se aproxima da aparição e interrompe uma
tentativa de determinar os Grilhões dela sempre que a aparição
pareça suspeita. O Destruidor trabalha por um período de tempo
e não compromete seu objetivo por ser muito precipitado. Uma
vez que foram determinados os Grilhões de uma aparição e suas
localizações, o Destruidor visita sistematicamente cada Grilhões
e tenta destruí-lo, cortando assim os laços da aparição com o
mundo dos vivos. A angústia e a raiva geradas por essas ações
sustentam e alimentam o Destruidor.
Destruidores usam o poder Pacto da Alma para fazer acordos
com os mortais por suas almas. Em troca da ajuda do Espectro,
o mortal concorda em dar sua alma ao Esquecimento e se torna
um Grilhão para o Destruidor enquanto ela estiver viva. Claro,
48 O Mar De Sombras
quando tropas de choque são necessárias para invasões de
Necrópoles ou reinos, esses Espectros podem matar seu mortal
enlaçado, enviando sua alma para o Esquecimento, onde pode
ser transformada em outro Espectro.
Duplos: Esses Espectros camaleônicos se destacam no
Arcanos Modelar. Embora muitos deles tenham apenas níveis
mais baixos de poder, alguns atingiram Modelar 5 (Modelar
Corpo). Eles usam sua habilidade para tomar o lugar de
outras aparições, seja temporária ou permanentemente.
Quando os Duplos assumem temporariamente a aparência
de outra aparição, eles se movem na sociedade dos fantasmas
ou entre o círculo da aparição, causando problemas. Eles
podem romper amizades, desobedecer flagrantemente a
leis e costumes para chamar a atenção da Hierarquia ou
até mesmo atacar outras aparições. Tendo feito isso, eles
procuram escapar e mudar, deixando a infeliz aparição para
enfrentar as consequências das ações do Espectro. Duplos
podem assumir permanentemente o lugar de aparições que
foram mortas, usando esta forma para causar o máximo de
destruição possível. Os Duplos se alimentam do medo, raiva
e confusão que causam ao realizar atos hediondos, bem como
a confusão, frustração e raiva de sua Dupla aparição quando
descobre que foi feito um bode expiatório.
Espiões: Esta é uma categoria abrangente para qualquer
Replicante enviado para as Terras das Sombras ou vários
reinos como espiões. Eles podem ser de quase qualquer tipo,
desde que possam se misturar com as aparições locais e ouvir
segredos. Espiões também observam as defesas da Necrópole
ou reino para que os ataques posteriores possam ser tão
eficientes e prejudiciais quanto possível. Alguns espiões
Replicantes chegam a posições de poder dentro da Hierarquia,
Renegados ou Hereges e utilizam suas posições para aprender
mais segredos e condenar ou atormentar aparições sob seu
controle.
Ilusórios: Ilusórios são mestres do Phantasma. Alguns
Ilusórios são Talha-Nervos. Sua primeira linha de ataque
é usar Devaneios Oníricos contra um alvo aparição. Uma
vez que a aparição adormece, o Ilusório usa uma variação
de Lucidez para enviar a aparição um sonho da escolha
do Espectro. Este é geralmente um pesadelo sombrio que
apresenta alguma criatura horrível que persegue, ataca e
destrói a aparição. Uma vez que a aparição recebeu o mesmo
sonho duas ou três vezes, o Ilusório usa Fantasmagoria para
criar uma ilusão dos sonhos da coisa monstruosa. Eles sempre
investem a ilusão com três a cinco pontos de Corpus para que
pareça muito real e seja mais difícil de destruir. Os ilusórios
se alimentam das emoções engendradas pelos sonhos e pelo
ataque quimérico. Se a aparição for destruída pela ilusão, isso
é a cereja do bolo.
Incitadores: Incitadores não atacam aparições, nem
usam nenhum Arcano contra eles. Em vez disso, disfarçados
de aparições normais, os Incitadores fazem amizade com as
aparições e os aconselham. Eles argumentam contra as crenças
e valores de uma aparição, sutilmente corroendo a confiança
dela. Eles sugerem ações destinadas a fortalecer a Sombra da
aparição enquanto fingem ajudar seu "amigo". Com seus aliados
Replicantes, eles secretamente armam emboscadas ou situações
que forçam a aparição a abraçar suas emoções mais sombrias
e pedir ajuda à Sombra dela. Quando a aparição cede às suas
provocações, eles a arrebatam e a levam alegremente para o
Esquecimento, festejando com seu terror e desespero.
Jóqueis: Nem todos os Espectros estão preocupados em ferir
aparições. Alguns trabalham contra mortais. Os Jóqueis usam
seus Arcanos Titerismo para dominar os mortais e controlá-los.
Normalmente, eles procuram causar inúmeras mortes violentas
em um curto espaço de tempo (forçando seu hospedeiro a ser um
franco-atirador, por exemplo) ou organizam cultos de mortais
dedicados ao ódio, medo, tortura e morte. Para este fim, eles
costumam usar seu anfitrião como um "messias" ou mestre de
clã satânico. Depois de doutrinação suficiente, o culto ou entra
em fúria ou comete suicídio em massa. A maioria das almas
coletadas vai direto para Oblívio. Ocasionalmente, um Jóquei
fica rico e consegue assumir uma figura política proeminente.
Regimes repressivos e mortais, resultando no assassinato de
milhares de inocentes, certamente se seguirão.
Pavorosos: Os Pavorosos são o tipo mais diversos de
Espectros, e muitas vezes parecem se comportar mais como
Vultos do que como Replicantes. Estes são os Espectros que
habitam áreas estranhas dentro da Tempestade e utilizam
Arcanos de maneiras ligeiramente diferentes daquelas
conhecidas pelas aparições normais. Entre os Medonhos estão
os Espectros de Sargaço que usam Lamúria para confundir
seus oponentes, e os Espectros Lascados que utilizam Modelar
para incorporar fragmentos de aço Estígio em seus corpos para
melhor ferir outras aparições. Os Pavorosos são alguns dos
Espectros mais perigosos porque usam variações inesperadas
dos poderes dos Arcanos e porque sua Inteligência os leva a
planejar emboscadas mais elaboradas e utilizar melhores táticas
em combate.

Talha-Nervos
Os Talha-Nervos são Replicantes que involuíram devido
aos efeitos entrópicos do Esquecimento sobre eles. Isso os altera,
tornando-os monstruosos e incapazes de mudar sua aparência
para parecerem aparições normais. Talvez porque eles também
são monstruosos, os Malfeanos preferem os Talha-Nervos acima
de qualquer um de seus outros servos e eles recebem tarefas
especiais que só eles podem realizar.

Malfeanos
Malfeanos parecem ser de dois tipos básicos: aqueles que são
grandes bestas e nunca foram humanos (chamados Grotescos)
e aqueles que já foram aparições comuns (conhecidos como
Conspiradores). Ambos crescem para um tamanho enorme e
exercem poderes imensos.

Capítulo Dois: Viajantes Na Tempestade 49

 Grotescos
No vazio sombrio antes do tempo, feras destrutivas, famintas
e reptilianas — manifestações sombrias da destruição — surgiram
da Escuridão Total que estava sob as Terras das Sombras. Eles
começaram a esculpir grandes túneis, formando um labirinto
caótico que se abria no coração do Esquecimento. Eles foram
chamados Malfeanos por causa de suas naturezas malévolas.
Essas feras anciãs das trevas fizeram seus lares dentro das curvas
retorcidas dos vários túneis e câmaras do Grande Labirinto, e
se alimentavam de tudo o que podiam encontrar para suprir sua
enorme voracidade.
Com o tempo, eles cresceram ainda mais, resultando em
uma fome ainda maior. Os Grotescos atacam qualquer coisa
que entre em seu território e ocasionalmente saem em busca
de presas. Eles às vezes são atendidos por Vultos, que parecem
atraídos por todos os Malfeanos como mariposas para a chama
de uma vela. Os Malfeanos Menores também os servem em troca
de uma porção dos Espólios dos Malfeanos Maiores.
Alguns Grotescos podem ser altamente inteligentes, mas a
maioria deles é escrava do lado bestial de sua natureza, devorando
e destruindo em busca de sua próxima refeição. O grande horror
reptiliano conhecido como Gorool, o Malfeano que ameaçou
Estígia durante o Quinto Grande Turbilhão, era um Grotesco.
Ele destruiu grande parte da Frota Estígia e consumiu as aparições
enviadas contra ele até que Caronte o atraiu. Ambos caíram em
um redemoinho convocado por Caronte. Não se sabe se um — ou
ambos — sobreviveram.
Os Grotescos geralmente são perigosos apenas para aqueles
que entram e atravessam partes dos túneis labirínticos que levam
ao Esquecimento. É teorizado que os Grotescos dormem a maior
parte do tempo, quase como se estivessem em hibernação.
Ocasionalmente, um desperta e ataca aparições, navios, trens ou
qualquer outra coisa que possa encontrar para saciar sua fome.
Naturalmente, quanto mais come, mais quer.
Conspiradores
Muitos Espectros antigos que consumiram outras aparições
e Espectros tornaram-se enormes. Inchados e poderosos, eles se
tornaram totalmente desumanos. Estes também são conhecidos
como Malfeanos. Alguns dizem que são indistinguíveis
dos Grotescos. Eles também atraem servidores Vultos, mas
preferem os Replicantes e os Talha-Nervos mais inteligentes.
Os Conspiradores parecem muito mais inteligentes do que
os Grotescos, mas talvez tenham apenas objetivos diferentes
— ou maneiras diferentes de atingir o mesmo objetivo. Os
Conspiradores também têm fome; mas para eles, o mero consumo
não é suficiente. Eles desejam poder sobre os outros também.
Quando Vultos ou Replicantes são enviados para espionar
ou causar dificuldades nas Terras das Sombras ou da Carne,
geralmente é a mando de um Conspirador. Alguns rumores dizem
que os Conspiradores são a força por trás dos Turbilhões. Dizem
que eles acumulam energia e servidores Espectros por anos, então
50 O Mar De Sombras
os enviam em um terrível holocausto para atacar os reinos,
Terras das Sombras e da Carne. Além do poder, ninguém
sabe o que leva os Conspiradores a agir como eles. Embora
poderosos, eles são em sua maioria letárgicos, raramente se
levantando quando podem enviar seus servos.
Todos os Malfeanos são incrivelmente grandes e
poderosos. Eles são tão grandes que colônias inteiras de
Espectros residem dentro de alguns deles. Seus poderes
deveriam ser tais que meros personagens precisariam de um
exército de aliados para sequer sonhar em ir diretamente
contra um Malfeano inferior. O Narrador é livre para
construir seus próprios Malfeanos. As Características Físicas
e Mentais devem estar em algum lugar entre aqueles para
vampiros Matusalém. Eles devem ter acesso a todos os
Arcanoi (exceto aqueles que lidam exclusivamente com as
Terras da Carne), todos os Espinhos da Sombra e Poderes
de Vultos pertinentes e ser capazes de sugar qualquer dos
Pathos ou Angústias de seus servidores que precisem utilizar
para qualquer um dos poderes. Sua Força de Vontade deve
ser 10 e cada um deve possuir Vontade de Ferro. Além de
seus exércitos de Espectros, os Malfeanos podem ter negócios
com Nefandi, vampiros ou outros a quem eles poderiam pedir
ajuda. Se estiver usando um Malfeano para algo, além de um
terrível susto para os personagens, cada um deve receber uma
personalidade e motivações únicas.
Malfeanos podem servir como os grandes vilões por trás
de uma trama elaborada que se desenrola ao longo de uma
campanha. Certamente, aparições recém-criadas não teriam
chance contra tal oponente. Além disso, o Malfeano não deve
ser mais do que uma figura sombria de fundo durante a maior
parte da Crônica, emergindo apenas perto do final como o
cérebro por trás de todos os problemas dos personagens.
Outros Habitantes da Tempestade
Quando vimos o que havia acontecido com a poderosa cidade
de Caronte, choramos. Aquilo que deveria ter sido o abrigo para
todas as almas, o lugar de julgamento onde cada alma seria pesada
na balança e levada à sua justa recompensa, agora era uma
prisão para aqueles cujo único crime era querer seguir em frente
e ser libertado de sua corrupção. Que os reinos têm seus críticos,
isso sabemos, e também que esses críticos às vezes derrubam o rei.
No entanto, havia muitos que não significavam nenhum dano ou
ameaça, que apenas procuravam viver fora do governo mesquinho
dos reis. E nós, que fomos banidos, ajudamos alguns deles.
— do Jornal de Actemaeon, o Barqueiro
Existem dois tipos de aparições que podem ser
encontrados dentro da Tempestade, aqueles que viajam
e aqueles que estão assentados. Eles são distinguidos pelo
estilo de vida ou crenças. A seguinte categorização são as
dos Barqueiros.
Almas Perdidas: Essas aparições são muito raras, pois são
indivíduos que de alguma forma escaparam da atenção dos
Ceifadores. Eles vagam por toda a Tempestade. Sua visão pode
ser distorcida, pois alguns nunca tiveram a Coifa removida
de seus rostos. Alguns removem a sua própria. Barqueiros
procuram Almas Perdidas. Se eles encontrarem alguém que
não teve a coifa removida, eles o fazem e reivindicam a pessoa
como seu responsável. Essas Almas Perdidas são ensinadas
pelo Barqueiro que as encontra e muitas vezes se tornam
novos Barqueiros. Aqueles que têm força e inteligência para
arrancar sua própria coifa são convidados a se juntar aos
Barqueiros. Se aceitarem, são acolhidos pelos Barqueiros e
ensinados. Se eles se recusarem, eles recebem uma passagem
gratuita em qualquer lugar ao longo do Rio da Morte.
Barqueiros: Os barqueiros são enigmas para a maioria
das aparições. Independentes, mas respeitados, banidos, mas
confiáveis para manter os atalhos abertos, os Barqueiros às
vezes parecem ser as únicas aparições que estão realmente
no comando de seus próprios destinos. Elas são algumas das
aparições mais fortes e poderosas; eles devem lutar contra
Espectros e abrir caminho sozinhos através da Tempestade.
Muitos questionam se eles são realmente seus próprios
mestres. Ao mesmo tempo, eles foram os escolhidos de
Caronte, e Caronte sempre ouvia a Senhora do Destino.
Embora Caronte tenha-se ido e os Barqueiros tenham sido
banidos por ele, muitos acreditam que eles ainda são agentes
do Destino, seguindo seu conselho e desempenhando seus
deveres para algum fim que ninguém mais pode adivinhar.
Embora seu nome assume a forma masculina, os
Barqueiros são tão propensos a serem femininos quanto
masculinos. Em suas capas e capuzes, na melhor das hipóteses,
é difícil determinar qual é o sexo de um Barqueiro, e muitos
optam por não falar. Os barqueiros mantêm seus próprios
conselhos e vivem juntos em enseadas escondidas, que eles
chamam de Estações de Passagem, localizadas em vários
lugares ao longo do Rio da Morte. Viajantes não são levados
para as Estações de Passagem; esses permanecem lugares
secretos conhecidos apenas pelos Barqueiros. Aparições
perdidas na Tempestade ou sob ataque de Espectros podem
contar com qualquer Barqueiro na área vindo em seu auxílio.
Por causa disso e por manterem os atalhos abertos, os
Barqueiros são respeitados por quase todos no Mundo Inferior.
Mesmo as legiões da Hierarquia não bloqueiam seu caminho.
Embora eles tenham uma reputação de honestidade e
honra, muitos temem ou odeiam os Barqueiros, pois eles
podem levar uma alma para o seu destino justo (seja o
Esquecimento ou a Transcendência), impedindo-o de se
tornar um dos Mortos Inquietos. Aqueles que pagarem seu
preço podem viajar com eles e assim ficar livres de muitos
dos perigos da Tempestade. Os Barqueiros viajam para onde
querem, tomando uma rota tortuosa até seu destino, e uma
jornada com um deles pode levar anos ou séculos para ser
concluída.
Os barcos de junco dos Barqueiros parecem ser quase
mágicos em sua capacidade de suportar castigos. Eles podem
resistir a ataques de Espectros, os ventos e tumulto da Tempestade
e há rumores, até mesmo os Turbilhões inexoráveis e destruidores
de almas. Além disso, parece que os Barqueiros podem usar seus
ofícios em qualquer lugar, transformando estrada ou ferrovia
em líquido para que seus barcos possam passar. Imediatamente
atrás da embarcação, a natureza sólida do atalho é restaurada
novamente. Ninguém além dos Barqueiros sabe como eles fazem
isso (se é que sabem).
Em alguns casos, ou as aparições que viajam com eles têm
suas percepções alteradas, ou os barcos são mais mágicos do que
muitos acreditam. Muitas aparições juram que viram o barco de
um Barqueiro mudar para outra forma, como um caminhão ou
um trem. Ou as aparições estão vendo coisas ou então os barcos
são realmente capazes de se transformar em qualquer tamanho
e formato de veículo necessário.
Alguns postularam que o Rio da Morte é o único caminho
real através da Tempestade e que todos os caminhos são apenas
ramos do grande rio, não importa quão sólidos eles pareçam.
Outros dizem que os Barqueiros não podem sair do Rio da
Morte, então eles carregam o rio com eles para onde quer que
vão, girando-o na frente de si para que possam viajar para onde
quiserem. Qualquer que seja a magia ou os Arcanoi perdidos que
eles usem, é conhecido apenas pelos enigmáticos Barqueiros.
Algumas aparições especulam que todos os Barqueiros
Transcenderam, mas permanecem no Mundo Inferior para
atuar como professores para aqueles que querem aprender com
eles. Essas aparições afirmam que o Rio da Morte não existia
antes de Caronte explorá-lo e que a forma que agora assume se
deve à influência dos Barqueiros. Diz-se que o rio se ramifica e
serpenteia tanto porque os Barqueiros decidiram que deveria fazê-
lo para servir como a representação física dos falsos caminhos,
curvas, voltas e escolhas que uma aparição faz ao se entender.
Cada curva do rio torna-se símbolo de um possível ponto de
virada ou de um obstáculo que deve ser superado no caminho
para a Transcendência. Se é assim, e se os Barqueiros estão
de fato atuando como Mentores, não é tão surpreendente que
suas jornadas durem tanto. Eles são designados para trazer uma
aparição ao ponto em que ela aceitará a Transcendência. Os
Barqueiros não comentaram sobre o assunto.
Outro boato mais popular é que os Barqueiros são
responsáveis por roubar a máscara de Caronte. Alguns dizem que
planejam escolher um dentre eles para ocupar seu lugar e que as
manobras políticas entre eles envergonhariam os Senhores da
Morte. Alguém que afirma ser amigo dos Barqueiros encapuzados
diz que eles levaram a máscara porque acreditavam que ninguém
estava apto a usá-la. Ela afirma que, embora tenham sido banidos
por ele, eles o mantêm em confiança, aguardando o retorno de
Caronte. No entanto, um terceiro boato afirma que os Barqueiros
levaram a máscara para que nenhuma pessoa pudesse controlar
Estígia novamente. Sem um líder forte, dizem eles, os Senhores
da Morte devem lutar uns contra os outros pelo controle, o que
significa que nunca mais haverá um caso em que todo o poder
seja investido em um líder tirânico.
Capítulo Dois: Viajantes Na Tempestade 51
 Ciganos: Como seus homônimos vivos, os ciganos
percorrem os atalhos da Tempestade, parando aqui e ali ao longo
da estrada sempre que lhes apetece. Eles vendem seus talentos
para aparições locais e outros viajantes. Os ciganos são mestres de
Argos, Fatalismo e Habitar. Assim como seus colegas do mundo
real, os ciganos vendem suas habilidades como cartomantes. Eles
às vezes usam suas habilidades com Habitar para criar relíquias
para outros se forem pagos o suficiente, mas principalmente
eles usam o poder de criar carroças relíquias para si mesmos.
De alguma forma, os ciganos descobriram uma maneira de
transformar suas carroças relíquias em Locais Assombrados
móveis. Eles estão melhor protegidos dos Turbilhões quando
estão neles. Eles podem movê-los para frente e para trás entre as
Terras das Sombras e a Tempestade e recebem todos os benefícios
que as aparições têm quando estão em suas Locais Assombrados.
A maioria das aparições deixam os ciganos quietos porque eles
temem suas habilidades.
Os ciganos utilizam Argos de nível cinco juntamente
com Teia Vital 3 (Traçar Filamento) para fazer seus Locais
Assombrações móveis. Este poder de Argos é conhecido apenas
pelos ciganos, que se recusam a compartilhá-lo. Eles afirmam
que eles têm bastante concorrência nas estradas como estão.
52 O Mar De Sombras
Escravizadores: Os Escravizadores são praticamente
cidadãos de Estígia. Eles procuram por Lêmures, pequenos
grupos de aparições ou independentes, a quem eles dominam
ou sequestram para vender para Estígia ou ocasionalmente
para agentes de um reino da Costa Distante. Os Escravizadores
tendem a ser mais flexíveis, movendo-se pelos vários
atalhos em busca de potenciais vítimas. Quando eles têm
uma base, geralmente é apenas um curral onde os escravos
podem ser acorrentados e mantidos até o próximo leilão.
Os escravizadores mantêm qualquer riqueza pessoal que
suas vítimas tenham. Esta prática incomoda os Piratas; eles
sentem que confunde a todos e torna mais difícil para eles
explicar as diferenças entre eles e os Escravizadores. Não que
os Escravos se importem.
Grupos Renegados: Esses pequenos grupos geralmente
habitam enclaves que servem como postos avançados ou
áreas de preparação para grupos maiores de Renegados. Dos
enclaves, espiões Renegados podem se infiltrar em uma
área, ou quadros Renegados podem fazer ataques furtivos
e coordenar guerrilhas. Muitos enclaves são campos de
treinamento secretos onde os novos membros aprendem
habilidades de combate e Arcanos e são doutrinados com
as crenças dos Renegados. Alguns enclaves abrigam grupos
Renegados menores que mantêm autonomia dos grupos maiores.
Eles fazem muitas das mesmas coisas que os outros grupos, mas
em menor escala. Alguns grupos menores são descontrolados
motivados apenas por vingança. Estes se tornam esquadrões
suicidas empenhados em assassinar aqueles que eles sentem
que os prejudicaram. Infelizmente, as aparições que tropeçam
neles podem ser mortas "acidentalmente" para manter o sigilo
do grupo.
Monásticos: Essas aparições assentadas formam comunidades
tranquilas e não ameaçadoras. No entanto, elas estão baseadas em
crenças espirituais, tornando-as um pouco como versões menores
das Costas Distantes. Como nos mosteiros, as aparições vivem
juntas e participam de certas cerimônias como um grupo. Apesar
do nome, existem tantas mulheres monásticas quanto homens,
e nem todos os grupos têm perspectivas cristãs. Existem grupos
de Nórdicos e seguidores do Islamismo, Wiccas e Albigenses
entre os monásticos. Eles não oferecem nenhuma ameaça a
Estígian, exceto por suas diferentes crenças. Muitas comunidades
Monásticas dão abrigo a escravos fugitivos e aqueles que estão
sendo caçados pela Hierarquia, particularmente se seu "crime"
for uma heresia.
Ocultos: Aconchegados em caminhos escondidos,
receptáculos, ilhas e coberturas estão outros habitantes da
Tempestade; a maioria são os despossuídos. Ao longo de sua
extensão, o Rio da Morte abriga pequenas comunidades daqueles
que não eram bem-vindos em nenhum outro lugar. Muitos são
Renegados, que procuram apenas escapar da atenção de Estígia,
mas alguns são Hereges, alguns dos quais eram heréticos demais
para suas próprias seitas. Essas aparições não encontraram abrigo
em Estígia, em nenhuma das Costas Distantes ou em qualquer
uma das várias Necrópoles. Alguns não têm Grilhões, então não
podem se aventurar nas Terras das Sombras. Separados do resto
da sociedade fantasma, eles formaram pequenas comunidades
próprias. A maioria dessas comunidades são bastante pacíficas. As
aparições dentro deles tentam não atrair a atenção de nenhuma
patrulha Estígia, Espectros ou bandos de Hereges errantes.
Alguns prosperam atendendo às necessidades dos Renegados
que passam, mas a maioria emerge de suas comunidades apenas
para buscar o Pathos de que precisam para continuar existindo
como aparições. Eles escapam da escravização de Estígia através
de uma combinação de viver tranquilamente, dispersando-se
sempre que as patrulhas Estígias se aproximam demais e do sigilo
dos Barqueiros.
Patrulhas Estígias: A maioria dos soldados de Estígia
patrulham as proximidades em Cruisers, mas alguns (geralmente
aqueles em punição) estão organizados em patrulhas a pé. O
moral é muito baixo entre as Patrulhas. Muitos se tornam alvos
de ataques de Renegados ou Hereges, além de terem que lutar
contra quaisquer Espectros que eles exterminem ao longo do
caminho. Pequenas comunidades geralmente permanecem muito
quietas quando uma Patrulha Estígia está na área. Eles sabem
que, se ficarem fora de vista, os soldados passarão, marcharão para
sua fortaleza fronteiriça e marcharão de volta sem perturbá-los.

Capítulo Dois: Viajantes Na Tempestade 53

 Apenas aquelas aparições tolas o suficiente para ficar cara a cara
com uma Patrulha Estígia têm alguma preocupação. Aqueles
que não têm marcas podem ser levados de volta à Estígia para
se tornarem escravos.
Piratas: Os piratas se agrupam sob o comando de um
capitão carismático e invadem os atalhos em busca de Artefatos
e relíquias. Eles vão tomar moedas ocasionalmente também.
Normalmente, os Piratas são encontrados em seus navios ou
veículos relíquia, mas cada grupo tem uma base secreta onde
eles retornam para dividir seus despojos em segurança. Os Piratas
fazem um comércio rápido com os Renegados e a Hierarquia,
vendendo seus saques para o maior lance. Enquanto os Piratas
pegam os pertences de uma aparição, eles raramente machucam a
aparição (se ela tiver o bom senso de não lutar). Os piratas quase
nunca capturam a aparição para vendê-la. Eles preferem manter
seu bom nome ao invés de serem confundidos com os Escravistas.
Eles são particularmente aborrecidos com os Piratas-de-Alma,
pois eles acham que essa escória deveria se chamar Escravistas-
de-Almas, um reflexo mais preciso do que eles fazem.
Piratas de Almas: Essas aparições também são Escravizadores,
mas trabalham exclusivamente para as Costas Distantes. Seja
porque eles são bem pagos ou porque eles realmente acreditam
em qualquer vida após a morte que eles estão apoiando, os
Piratas-de-Almas capturam outras aparições e os vendem
54 O Mar De Sombras
como "convertidos" para vários reinos das Costas Distantes.
Normalmente, eles mantêm quaisquer itens pessoais que as
aparições capturadas tenham. A maioria dos Piratas-de-Almas
acham particularmente engraçado que os Piratas, que são
ladrões descarados, pensem tão mal deles.
Turbilhões
As coisas desmoronam; o centro não aguenta;
Mera anarquia é solta sobre o mundo,
A maré turva de sangue é solta, e em todos os lugares
A cerimônia da inocência é afogada.
— W.B. Yeats, “The Second Coming”
Conhecimento Geral
Turbilhões são os grandes maremotos e tempestades de
furacões — vórtices de puro Oblívio — que varrem o Vazio
no coração da Tempestade e através dos reinos e das Terras
das Sombras, trazendo destruição e loucura em seu rastro.
Quando um Turbilhão atinge, reinos podem ser varridos,
aparições despedaçadas enquanto se dirigem para seus Locais
Assombrados e uma terrível e desastrosa tempestade pode
rugir sobre as Terras da Carne, causando grandes catástrofes
não naturais. Diz-se que o naufrágio da Atlântida e talvez
até o Grande Dilúvio foram apenas ondas do Turbilhão. Vastas
e aterrorizantes, as grandes tempestades são uma combinação
maciça, impenetrável e rodopiante de névoas negras, ventos
e ondas. Fuligem e pele parecem rastejar dentro dos ventos
gordurosos que trazem consigo o mais fétido fedor imaginável,
nauseando aqueles que respiram ou tocam os ventos. Aqueles
que não estão protegidos ou presos por correntes Estígias são
levados pelas marés do Esquecimento.
Turbilhões são tanto invasão quanto tempestade. Espectros
Barulhentos cavalgam nos ventos da sepultura, destruindo tudo
o que encontram. Somente se os invasores forem combatidos
e vencidos a tempestade poderá ser acalmada. Turbilhões
geralmente pressagiam uma tempestade particularmente forte
ou um desastre natural nas Terras da Carne.
Aparições usam os Turbilhões para marcar as eras no
Mundo Inferior. O Primeiro Grande Turbilhão ocorreu quando
Roma caiu, dizimando a Estígia, levando Caronte a construir
a grande muralha marítima ao redor da cidade para protegê-la
de futuros Turbilhões e terminando na cisão entre Caronte e
seus Barqueiros. O Segundo Grande Turbilhão predisse a Peste
Negra e resultou no banimento dos Iluminados e seus templos. O
Terceiro Grande Turbilhão, no início de 1500, mudou muito o
Mundo Inferior, dividindo-o nas Terras das Sombras acima e na
Tempestade e reinos abaixo. Nesse momento, surgiu a Mortalha,
separando o mundo espiritual do mundo dos vivos. O Quarto
Grande Turbilhão fez pouco mal à Estígia. Suas torres são varridas
para um brilho espelhado, mas muitos Espectros assumiram
posições ocultas na Necrópole. Os bombardeios de Hiroshima
e Nagasaki ocorreram quando o Quinto Grande Turbilhão
vomitou das profundezas do Labirinto e espalhou a destruição
por todo o Mundo Inferior. Foi nessa época que Gorool, o
Malfeano, e Caronte travaram sua grande batalha e caíram juntos
em um redemoinho no Mar Sem Sol. Com a perda de Caronte,
os Senhores da Morte assumiram o controle de Estígia e agora
governam com mãos de ferro. As tempestades continuam a surgir,
embora nenhuma com uma força destrutiva tão grande a ponto
de ser chamada de Grande Turbilhão — ainda.
A Natureza da Tempestade
Eu, que sobrevivi aos Cinco Grandes Turbilhão, me pergunto se os
Senhores da Morte parecem incapazes de compreender o significado das
grandes tempestades, mesmo quando se movem para combatê-las. Eles
não podem ouvir os gritos de agonia dos milhares que são despedaçados
pelos ventos? Eles não veem os espíritos quebrantados e chorosos que se
curvam sob um peso tão terrível que não podem mais suportá-lo? Eles
temem a destruição; eles temem a mudança que as tempestades trazem,
nunca vendo a dor do mundo que forjou a temível maré e que busca
cessar dentro de seu terrível abraço.
— do Jornal de Actemaeon, o Barqueiro
Como o resto do Mundo Inferior, Turbilhões são objetos
físicos e fenômenos espirituais. Ambos são a tormenta uivante e
tempestuosa e uma personificação da destruição e mudança.
Os Turbilhões menores (conhecidas como Tempestades
Espectrais) atravessam a Tempestade, testando e mudando
aqueles que eles interceptam. Os maiores deslizam e gemem
pelos reinos, arrancando aqueles que não estão firmemente
enraizados e os sugando para o Vazio. Os Grandes Turbilhões
são poucos e distantes entre si, mas cada um anuncia ou é uma
resposta a alguma catástrofe terrível nas Terras da Carne. É
quase como se os Turbilhões, respondendo à lógica que diz
"se teu olho te ofende, arranca-o", respondendo ao que é
totalmente intolerável tentando limpar o mundo dele. Esse
era o propósito original deles — ou alertar sobre eventos
iminentes e devastadores, ou limpar os detritos nauseantes e
repulsivos. Os Turbilhões já foram muito menos ameaçadores
e maciços, transbordando para as Terras da Carne como
presságios ou padrões climáticos notáveis que anunciavam
grandes mudanças. Eles foram destinados a ajudar a quebrar
padrões antigos, deixando uma lousa limpa que poderia
ser escrita novamente. Em algum momento depois que os
Malfeanos esculpiram o Labirinto, os Turbilhões mudaram.
Não eram mais tempestades purificadoras, mas holocaustos
horríveis e negros nos quais Espectros cavalgavam, trazendo
destruição, mas não limpeza — na verdade, eles deixaram
para trás um resíduo horrível que cobria e contaminava tudo
o que tocava.
Ninguém controla os Turbilhões. Eles se erguem do
Labirinto e torcem seu caminho através da Tempestade
quando e onde eles vão. Os Espectros, contudo, tomam
vantagem deles, mergulhando nos horríveis eflúvios e voando
com a tempestade para predar aqueles que ela ataca. A
única segurança real de um Turbilhão é dentro de um Local
Assombrado; o único jeito de batalhar é usando o Arcanos
Castigar, ou usando o poder básico Baluarte para criar um
escudo contra a tempestade, ou usando Castigar 4 (Faxina),
que proíbe Espectros de permanecer na área.
Muitos Barqueiros afirmam que os Turbilhões são
habitantes da Tempestade tanto quanto qualquer criatura que
vive dentro dela. Eles dizem que os Turbilhões são sencientes
e que sua corrupção pelos Malfeanos os levou a uma loucura
tão grande que eles só podem atacar qualquer coisa em seu
caminho. Outros sustentam que os Turbilhões estão dentro
da mente da aparição, assim como a Tempestade e o resto
do Mundo Inferior, e que são "tempestades cerebrais".
Eles ocorrem em resposta ao desejo da própria aparição de
punição ou retribuição — ou seu anseio subconsciente pelo
Esquecimento. Como sempre, aqueles com a visão mais clara
dizem que todas as teorias são igualmente válidas. Aceitar que
os Turbilhões estão todos na cabeça da aparição não impede
automaticamente que isso a afete física e emocionalmente
ou impede que os Espectros a ataquem. Com um Turbilhão,
é melhor não arriscar.
Capítulo Dois: Viajantes Na Tempestade 55
 Capítulo Três:
Dominado Pela Escuridão
Não faz diferença o que você tem
Não importa o que você perdeu
Não faz diferença se você gosta disso ou não
Baby eu irei mudar seu jeito de ser
Porque tudo a minha volta é misterioso e maravilhoso
Agora você pode ver isso em meus olhos
Eu irei cortar os céus, fazer você sentir o trovão
Você nunca verá através de meu disfarce
Eu sou um verdadeiro grande dançarino, um homem de
fantasias
Mestre das ilusões, com meu ilusionismo das mãos
Todos os palcos estão fechados quando eu roubo a cena...
— Deep Purple, "King of Dreams"

Aflições
ma Aflição é um pesadelo dirigido através
da Tempestade, um jogo de paixão ou
psicodrama dirigido pela Sombra da
aparição e co-estrelando um elenco de
Espectros e estrelado pela aparição. As
Aflições são desenhadas para torturar a
aparição, fortalecer sua Sombra e força-la a cometer erros.
As Aflições podem destruir suas Paixões, Grilhões ou a sua
essência... então, enviando-a gritando para o Esquecimento.
Até certo ponto, a Tortura é como um jogo, um desafio ao
espectro para escolher o curso de ação correto que resultará em
sua fuga do pesadelo. Naturalmente, a Sombra tenta empilhar
as cartas para que a aparição escolha incorretamente ou faça
todas as escolhas parecerem tão ruins que ela não possa decidir
entre elas e, consequentemente, evita o problema. Em ambos
os casos, a Sombra “vence” e toma como prêmio uma parte
das Paixões ou Grilhões da aparição, enfraquecendo-os e
trazendo a aparição para mais perto do Esquecimento – ou
arrasta a aparição para o Vazio. Se a aparição triunfar, ela se
liberta da Aflição e retém seus Grilhões e Paixões. Embora
ela esteja ilesa, ela geralmente não está inalterada. Aqueles
submetidos a Aflição, sejam eles bem-sucedidos ou não, são
sempre alterados psiquicamente por eles.
A alteração pode ser qualquer coisa, desde um medo profundo
de sofrer novamente uma Aflição até uma epifania relativa a
uma Paixão ou Grilhões. Algumas aparições nunca realmente
emergem da Aflição. Eles acreditam que ainda estão dentro
do pesadelo e sua Sombra está apenas brincando com eles
antes de iniciar outro ataque.

Capítulo Três: Dominado Pela Escuridão 57

 A Metafísica da Aflição
As Aflições são uma representação física do inconsciente da
aparição. Quando uma aparição experimenta algo que ameaça
afastá-la ainda mais do mundo dos vivos (como perder Grilhões,
Paixões ou todo o seu Corpus ou Força de Vontade), sua mente
luta contra a perda. Ao mesmo tempo, outra parte dela, seu eu
Sombrio, tenta ajudar a ruptura ocorrer.
Existe um forte desejo de vida e um desejo de morte
igualmente forte dentro de cada pessoa. As aparições não
são diferentes. Eles precisam dos laços com os vivos (Paixão
e Grilhões) para permanecerem aparições. Caso contrário,
eles simplesmente escorregam para o Esquecimento. Algumas
almas podem Transcender, tendo feito as pazes consigo mesmas
e com o mundo antes de suas mortes. Estes nunca se tornam
aparições. Aquelas almas que se tornam aparições são incapazes
de Transcender até que tenham alcançado aquele ponto de
aceitação em que resolveram todos os seus Grilhões e desistiram
de suas Paixões em favor de um repouso pacífico. Até lá, eles
são os Mortos Inquietos, significados por meio de suas Paixões
e amarrados aos vivos por meio de seus Grilhões. Eles precisam
de seu Corpus como uma concha para abrigar sua mente e alma
e sua Força de Vontade para resistir à atração pela dissolução.
Até certo ponto, a aparição não é a parte "boa" do
personagem, mas a parte que representa ordem, emoção
controlada e razão. A Sombra não é necessariamente o lado
"mal" da aparição, apenas o lado que representa o caos, paixões
descontroladas e a demanda por gratificação imediata. A Sombra
puxa a aparição para a entropia. A única maneira de uma aparição
impedir que a Sombra a arraste para o Esquecimento é mantendo
laços com o mundo, sendo roubado o seu livre arbítrio e
transformado em um Autômato acorrentado ou Transcendendo.
Ser transformado em um Autômato irracional geralmente
não é a primeira escolha de uma aparição como forma de escapar
do Esquecimento. É eficaz, no entanto, enquanto a aparição
permanecer acorrentada. Muitas aparições procuram prolongar
suas não-vidas (por mais terríveis que sejam) adquirindo cada
vez mais Paixões e Grilhões. Eles são como o convidado que não
vai embora quando a festa acaba, tentando desesperadamente
recapturar a alegria e os bons sentimentos tocando mais uma
música, exigindo mais uma dança e tomando mais uma bebida
— repetidamente. Essas aparições podem existir por um longo
tempo, com algumas eventualmente se tornando Descarnados.
Esta é provavelmente a maneira mais eficaz de manter o Vazio à
distância, e a mais segura, a menos que realmente haja uma vida
após a morte feliz ou outra chance na roda cármica aguardando a
aparição. Nesse caso, apesar de todas as suas tentativas de manter
seu senso de identidade, a aparição está apenas se esperneando,
adiando o que poderia ter sido alegre e edificante. Claro, a
maioria das aparições e a maioria dos habitantes do Mundo das
Trevas não acreditam em tais coisas.
58 O Mar de Sombras
O Desejo da Transcendência
Morrer, dormir; —
Para dormir, talvez sonhar; — sim, aí está o problema;
Pois nesse sono da morte que sonhos podem vir...
Deve nos dar uma pausa...
Pois quem suportaria os açoites e os desprezos do tempo,
O opressor está errado...
Mas que o pavor de algo após a morte, —
O país desconhecido, de cuja origem
Nenhum viajante volta, — intriga a vontade,
E nos faz antes suportar os males que temos,
Do que voar para outros que não conhecemos?
— William Shakespeare, Hamlet
A Transcendência exige grande coragem, confiança
e crença de que há um lugar melhor ou uma vida melhor
disponível se a aparição puder reconciliar a Sombra com ela
mesma e se render tanto na aceitação de sua própria morte.
É aqui que as coisas ficam realmente confusas. Embora a
Sombra procure derrubar a consciência superior da aparição
e assumir o controle para mandá-la para o Esquecimento, ela
também serve como uma alfinetada que deve levar a aparição
a aceitar seus demônios internos e eliminar a necessidade de
se apegar a sua antiga mortalidade. Ao mesmo tempo, este
foi o propósito das Aflições. Eram desafios projetados para
ensinar a aparição como lidar com seus aspectos mais sombrios
e vencê-los. Ninguém sabe quem determinou essa função.
Alguns dizem que era uma divindade; outros afirmam que a
Senhora do Destino é a responsável. Muitos acreditam que
é simplesmente a maneira como a roda cósmica trabalha seu
equilíbrio cósmico.
Aparições devem sempre estar conscientes do fato de
que se perderem todos os seus Grilhões antes de resolvê-
los e, consequentemente, forem forçados a um confronto
com suas Sombras antes de estarem prontos, as aparições
invariavelmente perderão. AS Aflições servem tanto para
forçar esses confrontos quanto (em alguns casos) para dar à
aparição a prática de enfrentar os Desafios apresentados por
sua Sombra. Até mesmo o termo Aflição originalmente tinha
um significado diferente do que possui agora.
Um ancinho* é um arado pesado que é arrastado sobre a
terra lavrada para quebrar torrões, cobrir sementes e remover
ervas daninhas. É uma ferramenta projetada para remover
literalmente os obstáculos e quaisquer objetos desnecessários
ou indesejados para que o solo fértil fique limpo e pronto
para um novo plantio. "A Aflição do Inferno" era um termo
medieval para a derrota dos poderes do mal e a libertação de
suas vítimas através da descida de Cristo ao Inferno. Os usos
dos termos referem-se a um processo de limpeza e liberação
de uma sujeição intolerável. Este era o propósito original
das Aflições, purificar a aparição, removendo obstáculos
à sua Transcendência e libertando-a das restrições de sua
antiga vida.
 Obviamente, a Transcendência demora um pouco para ser
alcançada, e uma aparição dificilmente poderia passar todas as
horas acordado em busca dela. Alguns estavam ativamente com
medo disso, não querendo aceitar a dissolução de sua própria
autoconsciência, aquela personalidade ou consciência particular
que define quem somos. Outros temiam que uma terrível vida
após a morte, de eterna agonia, os aguardava. Por causa disso,
as aparições muitas vezes se recusavam a enfrentar sua Sombra,
escondendo-se de si mesmas e fingindo que poderiam continuar
inalteradas. As Aflições serviam como uma catarse, forçando tais
aparições a enfrentarem a si mesmos, sua Sombra e a possibilidade
de sua dissolução ou Transcendência sempre que estivessem
em perigo de perder suas Paixões, Grilhões, Corpus e Força de
Vontade. Ao fazer a aparição confrontar e lidar com seus medos
e desejos mais sombrios, as Aflições limpam a aparição, abrindo-a
para as novas possibilidades inerentes à Transcendência: a
purificação da alma e sua passagem para um reino superior.

O Pesadelo do Esquecimento
As Aflições ainda são confrontos entre os diferentes lados do
eu, mas não são mais necessariamente um processo de purificação.
Em algum lugar ao longo da linha, possivelmente quando os
Espectros começaram a se multiplicar e atacar aparições, as
Aflições mudaram. Eles vieram mais sombrios, mais sinistros
e mais mortais. Não são mais lições para alcançar aceitação e
Transcendência, mas batalhas campais com a alma da aparição
como o troféu final. Agora, as Aflições são coisas de horror e
perda, embora a aparição ainda possa receber alguma visão de si
mesma se conseguir vencer sua Sombra, mesmo que apenas por
pouco tempo ela esteja em perigo real.
Com mais e mais frequencia, aparições que passam por
Aflições quebram sob a tortura e se entregam ao serviço do
Esquecimento. Às vezes, a aparição faz isso por simples medo da
aniquilação completa, acreditando que é melhor ser consumida
por sua Sombra, mas reter uma pequena centelha de sua
personalidade como Replicante do que estar totalmente morto
e desaparecido para sempre. Essas aparições de vontade fraca
geralmente são enganadas de qualquer maneira, tornando-se
Vultos quase irracionais. Até a Sombra é enganada, pois como
uma sombra no mundo real, que só existe em relação à luz, e
que não pode existir na escuridão absoluta, a Sombra não pode
continuar a existir independentemente dentro do Vulto recém-
criado; está inserido na fria e sombria malevolência do Oblívio.
Em última análise, se a luz ou a escuridão são triunfantes,
está tudo na mente da aparição, que, é claro, é onde todo o
verdadeiro horror se desenrola.

Sistemas da Aflição e Presas

Existem dois tipos diferentes de Aflições. Eles se distinguem
pelo objetivo e possível resultado do passeio pelo pesadelo:

Capítulo Três: Dominado Pela Escuridão 59


Aflições Destrutivas
Essas Aflições ocorrem apenas em circunstâncias extremas
e ameaçam diretamente a aparição. Ela se torna a Presa ao invés
de uma Paixão ou um Grilhão. As circunstâncias que provocam
uma Aflição Destrutiva são as seguintes:
• A aparição perde toda a sua Força de Vontade (ou seja,
está prestes a cair de um ponto de Força de Vontade para zero
ponto). Ela é mergulhada na Tempestade e sofre uma Aflição.
Ela mesma é a Presa da Aflição, pois ao perder toda a sua Força
de Vontade ela está à beira do Esquecimento. Não são feitos
testes de Paixões ou Grilhões. Em vez disso, no final da Aflição,
a aparição faz um teste oposto direto colocando sua Força de
Vontade permanente contra a Angústia permanente da Sombra.
O sucesso a libera de volta a um Grilhão e permite que ela
retenha seu último ponto de Força de Vontade. Falha significa
que ela é totalmente consumida pelo Esquecimento. Este é o
sistema originalmente dado em Aparição: O Limbo. Para uma
alternativa a isso, veja "Aflições Predatórias", abaixo.
• A aparição é reduzida a zero Corpus. Ela é confrontada
com sua própria morte iminente. O sistema é o mesmo acima,
com a aparição rolando sua Força de Vontade permanente contra
a Angústia permanente da Sombra. O sucesso a leva de volta
a um Grilhão (se ela tiver algum) ou a uma parte aleatória da
Tempestade, onde ela recupera imediatamente tantos níveis de
60 O Mar de Sombras
Corpus igual seu Vigor. O fracasso ainda tem o mesmo preço.
Se todo ou a maior parte do dano foi normal (ou seja,
não agravado), o dito acima é válido. Se uma aparição perde
todo o seu Corpus para dano agravado, não há Aflição; a
aparição está morta para sempre. Dano agravado é causado
por um poder de Modelar, quando a aparição está Encarnada,
ou por armas Estígias ou aço negro.
• A aparição está à beira de perder seu último ponto
em sua última Paixão restante. Suas emoções ficaram tão
entorpecidas que ela está a um passo de não sentir nada
e, assim, tornar-se nada. O sistema é o mesmo, com Força
de Vontade contra Angústia. Se ela vencer, a aparição é
transportada para um de seus Grilhões (assumindo que ela
ainda tenha algum) ou para uma área aleatória da Tempestade
(se ela não tiver Grilhão) e retém o último ponto de Paixão.
O fracasso a tira de sua última emoção, abrindo-a para o vazio
frio do Esquecimento e destruindo-a.
Aflições Predatórias
O segundo tipo de Aflição é aquele em que uma das
Paixões e Grilhões de uma aparição é alvo de sua Sombra
na tentativa de destruí-la. Isso pode enfraquecer os laços
da aparição com o mundo dos vivos ou torná-la uma
pessoa mais fria e menos emocional — e isso a aproxima
do Esquecimento. O alvo da Aflição é chamado de Presa,
como se a Característica estivesse sendo caçada. As Aflições
Predatórias podem ser ativadas pelos eventos que se seguem:
• A aparição perde (ou usa) toda a sua Força de Vontade.
Como ela está prestes a perder esse ponto final, o que levaria a
Força de Vontade a zero, ela imediatamente cai na Tempestade,
onde sofre uma Aflição que atinge uma Paixão ou um Grilhão
(a escolha da Sombra). Geralmente esta é uma Característica de
nível baixo ou uma que ela negligenciou recentemente. Observe
que isso é diferente do sistema fornecido em Aparição: O Limbo.
É uma variação que o Narrador pode escolher usar para tornar
a Aflição da Força de Vontade menos mortal. Se a aparição for
bem-sucedida, ela é levada de volta a um de seus Grilhões, não
perde nenhum ponto de sua Paixão ou Grilhão alvo e mantém
um ponto de Força de Vontade. Falha significa que a aparição
deve testar o nível da Característica da Presa (dificuldade 8).
Ela perde um número de pontos igual ao seu número de falhas
ou falhas críticas. Se isso levar a Característica a zero ou menos,
a Paixão ou Grilhão desaparece. Ela então escapa da Aflição,
voltando para um Grilhão (assumindo que ela ainda tem algum) e
retendo seu último ponto de Força de Vontade. Uma falha crítica
resulta na perda total da Característica alvo da aparição. Além
disso, ela agora deve testar sua Força de Vontade permanente
contra a Angústia da Sombra. Se a Sombra vencer, a aparição
estará morta para sempre (ou talvez não, veja "Variações sobre
um Tema", abaixo).
• A aparição está prestes a perder seu último ponto em
uma Paixão. Contanto que ela tenha um ponto na Paixão, ela
está bem, mas quando esse último ponto é ameaçado, ela sofre
uma Aflição. Isso pode ocorrer porque a aparição negligenciou
a Paixão ou através da habilidade entorpecente de um Espectro
(Veja "Perdendo uma Paixão", página 196 de Aparição: O Limbo
para mais detalhes sobre este processo). Aparições também
podem perder Paixões por falhar em uma Aflição, mas apenas um
Narrador verdadeiramente cruel invocaria uma segunda Aflição
como resultado de falhar na primeira — particularmente pela
mesma Paixão, que agora pode ter desaparecido de qualquer
forma. A Aflição deve se concentrar em um tema que envolva
a Paixão, e essa Paixão deve ser sempre a Presa da Aflição.
Sucessos, falhas e falhas críticas carregam praticamente as
mesmas penalidades que uma Aflição de Força de Vontade, com
sucesso permitindo que a aparição retorne a um Grilhão sem
perder sua Paixão alvo, falha geralmente resultando em alguma
perda para a Paixão e o retorno da aparição para um Grilhão, e
uma falha crítica terminando com a perda da Paixão e um teste
de Força de Vontade permanente contra a Angústia permanente
da Sombra. A falha nesse teste termina em morte.
• A aparição está prestes a perder seu último ponto em um
Grilhão. Essa Aflição prossegue exatamente como o da Paixão,
mas o Grilhão é a Presa e torna-se parte do cenário ou ator do
psicodrama. Sucessos, falhas e falhas críticas são tratados da
mesma forma que para Paixões, exceto que se a aparição perder
seu último Grilhão dessa maneira (por uma falha), ela não pode
ser devolvida a ela, mas em vez disso é despejada em uma parte
aleatória da Tempestade. Ela também não pode mais viajar
para as Terras da Sombras. Falhas críticas resultam na perda
do Grilhão e requerem um teste de Força de Vontade contra
Angústia para evitar a morte.
Variações sobre um Tema
Alguns grupos sentirão que as regras acima são muito
limitantes. É importante lembrar que não é apenas uma
série de jogadas aleatórias, mas sim uma jogada feita depois
que o personagem passa pela própria Aflição e tem a chance
de reagir a ela. Todos as Aflições têm algum tipo de dilema
ou teste para a aparição em seu coração. Boa interpretação e
escolhas inteligentes enquanto dentro da Aflição significam
que a aparição provavelmente resolveu o dilema apresentado
a ela ou passou no teste e foi automaticamente bem-sucedida.
Ela volta a um Grilhão e não perde nada.
O personagem não precisa rolar nada a menos que falhe
em resolver o dilema. Mesmo assim, uma boa interpretação
pode reduzir significativamente o número da dificuldade
que a aparição deve rolar para escapar da Aflição. Embora
os números de dificuldade comecem em 8, o Narrador pode
conceder um bônus de um ou dois pontos por uma boa
interpretação, reduzindo a dificuldade para 7 ou até 6. São
esses testes que são usados para determinar os sucessos, falhas
ou falhas críticas descritas acima.
Além disso, se ela tiver Eidolon, a aparição pode rolar
seu Eidolon (dificuldade 9) para mudar os aspectos do
pesadelo para ajudá-la a se defender ou escapar da Aflição.
Cada sucesso permite que ela mude um aspecto para torná-lo
mais favorável a si mesma, aumentando assim suas chances
de resolver o dilema com sucesso (embora a mudança deva
fazer sentido no contexto do pesadelo). Se a aparição ainda
tiver quaisquer pontos de Força de Vontade, ela pode usá-los
como faria para qualquer outro teste para obter um sucesso
automático. Deve-se notar que quando uma aparição está
sendo Atormentada porque está prestes a perder seu último
ponto de Força de Vontade, ela pode não usar esse último
ponto para obter um sucesso. Isso significaria que ela desistiu
voluntariamente, resultando em sua dissolução.
Tudo isso significa que não é muito fácil falhar ou errar na
maioria das vezes. Claro, alguns jogadores vão tirar vantagem
disso, acreditando que seu único sucesso automático da Força
de Vontade irá salvá-los. Esses jogadores realmente não
responderão a Aflição como deveriam. O Narrador deve se
sentir à vontade para "surpreender" esses jogadores exigindo
dois ou até três sucessos contra uma dificuldade de 9 ou 10
para ter sucesso. A Força de Vontade só pode fornecer um
sucesso, e o jogador pode ter um pouco mais de respeito
pelos perigos da Aflição da próxima vez (assumindo que o
personagem sobreviva a essa Aflição). O Narrador deve ser
absolutamente honesto ao atribuir esta penalidade. Nunca
deve ser imposta apenas porque o jogador é inteligente o
Capítulo Três: Dominado Pela Escuridão 61
 suficiente para enganar o cenário planejado ou encontrar uma
maneira de contorná-lo. Os jogadores podem se tornar muito
apegados a seus personagens e se ressentirão se o Narrador parecer
estar agindo de maneira arbitrária ou punindo-os por serem mais
espertos do que ele.
Ainda assim, alguns grupos ficarão descontentes com o
sistema, achando que ele deveria ser mais severo ou menos mortal.
Aqueles grupos que gostam de se sentir como se estivessem no
limite, ou que na vida o Mundo das Trevas (particularmente o
Mundo Inferior das Trevas), a vida (e a morte) é uma merda,
podem preferir entrar na variação das regras do Gambito do
Tolo, em que números alvo ou números de sucessos necessários
para superar obstáculos podem ser aumentados para refletir a
gravidade do desafio. Isso não é recomendado como um modo
de jogo comum, pois se torna mortal muito rapidamente e
tende a enfatizar demais a rolagem de dados em vez de uma boa
interpretação.
Outros grupos são muito protetores de seus personagens e
obtêm a maior parte de sua diversão assistindo os personagens se
desenvolverem e crescerem (ou diminuir tragicamente, conforme
o caso). Eles provavelmente sentirão que as penalidades por falha
crítica no teste são muito severas durante as Aflições Predatórias.
Afinal, parece um pouco inútil perder a Paixão ou Grilhão se
você vai morrer de qualquer forma. Embora eles devam se ater ao
sistema regular das Aflições Destrutivas (com o entendimento de
que o jogo perde seu charme inteiramente se não houver chance
de morte do personagem), eles provavelmente ficarão mais felizes
usando a variação das regras Aflições Estendidas do que Aflições
Predatórias. O Narrador deve decidir se usa as regras Predatórias
ou de Destruição quando a perda de toda Força de Vontade está
envolvida. Isso pode ser decidido por causa das circunstâncias
envolvidas na perda. Circunstâncias mais traumáticas pesariam
mais para a Destruição, enquanto uma perda gradual ao longo
do tempo provavelmente exigiria a variação Predatória. Ainda
assim, existe a possibilidade de uma ou duas jogadas ruins
fazerem com que o personagem seja destruído. Aqueles grupos
que preferem ter outras chances podem usar a variante Aflição
Estendida.
Aflições Estendidas (também conhecido como “Deja
Vu de novo!”) Aflições em Grupo
Nesta variação de regras, quando uma aparição tem uma
falha crítica em sua rolagem durante uma Aflição Predatória,
ela perde a Presa da Aflição, mas não é consumida pelo
Esquecimento. Em vez disso, o trauma da perda a joga em uma
segunda Aflição que visa outra Paixão ou Grilhão. Na verdade,
isso dá à aparição uma segunda chance de se recuperar. A Aflição
prossegue como se fosse a principal, com os mesmos resultados
de sucesso e fracasso que uma Aflição normal causaria. Se a
aparição tiver que rolar novamente e se ela ter uma falha crítica
de novo, o Narrador pode então (com a consciência tranquila)
declarar que a aparição foi destruída ou pode permitir ainda uma
62 O Mar de Sombras
terceira Aflição. Tecnicamente, isso pode continuar até que
a aparição não tenha mais Grilhões e Paixões para serem
alvejados, mas realisticamente, após a terceira Aflição, a
aparição pode não ser mais capaz de se manter psiquicamente.
É verdade que a aparição deve ser capaz de superar uma falha
crítica gastando um ponto de Força de Vontade (e assim
obter um sucesso), haverá momentos em que ela não poderá
gastar Força de Vontade (como quando ela só tem um ponto
sobrando e não quer usar para que ela não se prepare para uma
Aflição Destrutiva). Qualquer aparição que deve passar por
três Aflições sucessivas ganha um Defeito Psicose (assumindo
que ela saia intacta). Além de qualquer outra psicose que a
aparição possa adquirir, ela nunca estará inteiramente certa
de que escapou da Aflição. Ela pode acreditar que os eventos
subsequentes são apenas sua Sombra tentando enganá-la
para levá-la à complacência. Sempre que ela é colocada sob
estresse novamente, ela assume que é a Aflição voltando (e
ela pode estar certa).
De qualquer forma, se o jogador falhar criticamente
três vezes, ou o Narrador estiver tornando os dilemas e o
teste muito difíceis, ou o jogador simplesmente não está
respondendo as Aflições e, consequentemente, tem que fazer
testes para determinar se ele teve sucesso. O Narrador pode
querer parar o jogo, chamar o jogador de canto e discutir
qual é o problema.
Por outro lado, existem alguns jogadores que
simplesmente não são solucionadores de quebra-cabeças ou
pensadores técnicos. Quando colocados em uma situação em
que precisam tomar as decisões "certas", eles simplesmente
não conseguem descobrir o que fazer; eles congelam. Muitas
vezes, o Narrador simplesmente precisa dar a eles alguns
minutos para pensar em algo, em vez de pressioná-los a
responder imediatamente ou falhar. Ocasionalmente, os
jogadores confrontados com testes ou dilemas não entendem
suas opções. Eles podem ser novos no jogo e não têm certeza
do que podem tentar, ou podem simplesmente precisar ter
suas opções explicadas para eles. Nem todo mundo tem
o mesmo tipo de inteligência, e parece injusto penalizar
jogadores que gostam de interpretar apenas porque não são
bons em pensar rápido.
Há raras ocasiões em que um grupo inteiro de aparições
passa por uma Aflição juntas. Isso pode acontecer por todos
eles perderem um Grilhão em comum ou por perderem
todos os seus Corpus ao mesmo tempo, seja por algum tipo
de tiroteio ou por serem feridos em mar aberto quando todos
estão ligados a uma aparição usando Argos para conduzi-los.
Qualquer que seja a causa, todos eles passam por uma Aflição
juntos e não individualmente. Em geral, a mecânica é a
mesma e todos são testados de alguma forma (os testes podem
ser de natureza individual ou em grupo). Na conclusão da
Aflição, ou todos são bem-sucedidos e mantêm seu Grilhão ou
todos devem rolar para determinar o resultado. É possível que
indivíduos dentro do grupo não passem no teste, embora o resto
do grupo seja bem-sucedido. Neste ponto, o grupo deve decidir
se eles estão realmente todos juntos ou se querem lidar com as
coisas individualmente.
Se eles estiverem todos juntos, o fracasso de um deles
enquanto estiver na Aflição significa que todo o grupo está em
perigo. A boa notícia é que a pessoa com a pontuação mais alta
do Grilhão em particular que está sendo visado consegue fazer o
teste para todo o grupo. Se ele falhar, todos perdem o Grilhão.
Se ele sofrer uma falha crítica, o teste volta para a pessoa com o
maior nível de Força de Vontade do grupo. Se o teste for bem-
sucedido, o Grilhão é perdido, mas todas as aparições escapam
da dissolução. A falha resulta na destruição de todo o grupo.
A outra maneira de lidar com isso é pegar os indivíduos
selecionados de dentro do grupo que falharam no teste e fazer com
que apenas essas pessoas façam os testes. O que quer que aconteça
afeta apenas essas aparições em particular. Se eles perderem o
Grilhão, isso será perdido apenas para eles; os outros no grupo
o retêm como um Grilhão. Caso alguma delas tenha uma falha
crítica e falhe em seus testes de Força de Vontade, apenas essas
estarão perdidas. Observe que as Aflições Estendidas também
podem ser aplicadas em situações de grupo.
Trabalhando Sem Sistema
Os sistemas para determinar o sucesso e o fracasso nunca
devem atrapalhar uma boa interpretação. Eles são, afinal,
delineamentos arbitrários cujo único propósito é resolver um
conflito ("Ei, não é justo! Eu atirei em você!" "Uh-uh, você
errou") ou fornecer uma maneira para o Narrador determinar
o que acontece quando o resultado está em questão. O último
uso é principalmente para evitar que os jogadores sintam que
o Narrador está apenas forçando o enredo a seguir o que ele
planejou ou que ele pode estar jogando em favor de alguém. Se
um grupo confia um no outro e em seu Narrador o suficiente,
no entanto, jogar sem rolar nenhum dado pode ser uma
experiência bastante inebriante. Muitos Narradores muitas
vezes "enganam" os dados de qualquer maneira, deixando os
jogadores serem bem-sucedidos quando sua jogada parece
"boa o suficiente". Nenhum Narrador consegue memorizar
cada tabela, detalhe, nível de dificuldade relativa para tarefas
semelhantes e descrição do que o número de sucessos significa
de qualquer forma, nem os jogadores ficariam felizes com um
Narrador que exija testes para atravessar a sala e depois passar
uma hora olhando para o teto as jogadas precisas necessárias
para fazê-lo com sucesso. É apenas um salto para o próximo
passo de não usar dados e deixar a descrição e a interpretação
determinarem os resultados da cena.
Capítulo Três: Dominado Pela Escuridão 63
 Os jogadores também devem estar dispostos a conceder
ao Narrador a mesma cortesia e confiar em suas decisões. Se,
por exemplo, o jogador afirma que seu personagem pula sobre
uma fissura cheia de lava e cai em um inimigo do outro lado,
arranhando e socando-o, o Narrador deve comparar as ações
declaradas do personagem com aquelas que seu personagem
não-jogador planeja fazer. Se o inimigo planejou se esquivar do
personagem, rolar para o lado e disparar uma arma contra ele
enquanto saltava sobre o abismo, o Narrador pode descrever uma
ação na qual cada participante é parcialmente bem-sucedido.
Sabendo que o personagem é bastante ágil, ele decide que é
muito provável que ela consiga pular o abismo com sucesso. A
característica especial do inimigo sob sua Destreza é "rápida", no
entanto, então ele decide que o inimigo rola para longe do local
onde o personagem teria pousado. O personagem declarou duas
ações, assim como o inimigo fez. Porque ela se moveu primeiro
(tendo um Raciocínio + Prontidão mais alto), ela pousou e está
a caminho de atacar seu inimigo no momento em que o tiro dele
dispara, então ele a erra.
Isso ainda leva em consideração os Atributos e Habilidades
do personagem, mas não exige rolagens de dados para resolver
a ação. Contanto que o Narrador e os jogadores estejam
confortáveis com as regras e dispostos a ocasionalmente sacrificar
a realização pessoal de objetivos para a necessidade da história,
isso funciona muito bem.
O aspecto de interpretação entra em jogo a partir das
descrições que o jogador faz das ações de seu personagem e de
qualquer diálogo que ele tenha. Planos realmente criativos,
ótimas descrições, respostas espirituosas, conversas dramáticas
e argumentos convincentes devem afetar a ação. O Narrador
os leva em consideração ao calcular objetivos ou ações opostas,
às vezes reduzindo a eficácia dos inimigos do personagem como
resultado. Claro, o inverso deve ser verdadeiro. Embora os
jogadores não estejam supervisionando o andamento do jogo, eles
devem permitir que seus personagens respondam honestamente
(ou seja, nem sempre a seu favor) a uma boa interpretação do
Narrador.
Este estilo particular de jogo é adequado para grupos cujos
membros incluem não solucionadores de quebra-cabeças, dando-
lhes chances extras de transformar a situação em vantagem
através de interpretação prolongada. Também é útil para aqueles
jogadores cujos dados parecem amaldiçoados. Parece que alguns
jogadores nunca conseguem fazer rolagens críticas; isso lhes dá
uma chance de lutar em vez de deixá-los à mercê de seus dados.
Há uma razão final para considerar trabalhar sem um sistema:
ele se presta lindamente para estabelecer o clima e o tema.
Chega perto de RPG de ação ao vivo, mas não é exatamente o
mesmo. Quando os jogadores e o Narrador não estão olhando a
ficha de personagem e os dados, eles são mais propensos a olhar
e conversar um com o outro e responder ao Narrador para se
concentrar no tema e na interpretação ao invés de tabelas e
regras. Uma interpretação muito intensa aumenta o prazer de
todos os envolvidos.
64 O Mar de Sombras
Narrando a Aflição s Aflições devem ser as partes mais
assustadoras e emocionalmente
dolorosas de uma história de Aparição.
Eles apresentam a aparição sua
vulnerabilidade e têm a possibilidade
de arrancar partes das memórias e
sentimentos do personagem. Em alguns
casos, a Aflição pode resultar na destruição completa do
personagem. Embora seja importante saber como conduzir
uma Aflição assustadora, esse não é o primeiro passo que
um Narrador deve tomar para tornar a cena realmente
horrível. Para tornar a Aflição o tipo de experiência que
deveria ser, o Narrador deve estar muito familiarizado com o
personagem que está passando pela Aflição e com o jogador
do personagem. A verdade é que a Aflição é tão assustadora
quando o jogador percebe que é, não o personagem. Para que
o jogador seja afetado, a Aflição deve realmente começar
com a construção do personagem, tomar forma durante o
prelúdio do personagem e se basear em tudo o que acontece
no jogo. Tudo se resume a emoções. Construir e contar uma
boa Aflição é, na verdade, um processo de três etapas: o início,
o desenvolvimento e o confronto real.
O início
O significado não é algo que você tropeça como a resposta para
um enigma ou o prêmio em uma caça ao tesouro. Significado é algo
que você constrói em sua vida — de seu passado, de suas afeições
e lealdades, de seu próprio talento e compreensão, de valores pelos
quais você está disposto a sacrificar algo.
— John W. Gardner, um discurso
Interpretando o Prelúdio
A maioria dos bons jogadores fica muito apegado
aos seus personagens. Eles começam com uma ideia
para um personagem que desejam interpretar, depois
personalizam a ideia e configuram o plano de fundo
durante a construção. O jogador começa a ter uma noção
real da personalidade do personagem a partir do prelúdio,
e personagens completos emergem durante as interações
com o Narrador e os personagens de outros jogadores. Essas
primeiras oportunidades de interpretação são críticas no
desenvolvimento do personagem, dando ao jogador a chance
de entrar na cabeça do personagem e reagir às coisas como
o personagem faria.
A luz brilhante engolfa você enquanto você ouve
várias pessoas gritarem: "Surpresa!" Um bolo enorme
repousa no centro da mesa da sala de jantar, velas acesas e
cera pingando. Seus amigos sorridentes e expectantes estão
reunidos ao redor da mesa que está empilhada com pacotes
brilhantemente embrulhados. Discordantemente, eles começam
a cantar "Parabéns pra você..." Parece que não há espaço para
você no quarto minúsculo. Alguém está usando muito perfume!
Acima, alguns balões desinflados balançam e entrelaçam. Isso
é muito melhor do que dizer: Você abre a porta e um monte de
seus amigos estão esperando. É uma festa de aniversário surpresa
para você.
Por outro lado, há momentos (geralmente quando os
personagens estão prestes a sofrer uma emboscada ou outro
problema) em que um esboço muito rápido da situação é
necessário para simular o curto espaço de tempo que os
personagens têm para reagir. A descrição deve focar quase
inteiramente na ameaça, já que os personagens quase não têm
tempo para perceber o resto da cena. Esta descrição pode soar
mais ou menos assim:
Abrindo a porta rangendo, você ouve um rugido ensurdecedor
quando algo laranja, preto e peludo salta para sua garganta, suas
garras mortais estendidas.
Naturalmente, a descrição acima é preferível a: Você abre a
porta. Um enorme tigre salta para você, rugindo alto.
A regra principal para executar uma Aflição é torná-la
vívida e emocional. O personagem deve saber que corre o risco
de perder sua própria essência, e o jogador deve sentir que a
ameaça ao seu personagem é bem real.
Escolhas
Há uma peça final para a Aflição que deve ser parte
integrante de seu design e execução, e que são as escolhas dos
personagens. Cada Aflição é um desafio que a aparição pode
ganhar ou perder. Cada um também é um confronto, uma luta na
qual a aparição enfrenta seu próprio reflexo sombrio e luta contra
si mesma. Já foi dito que somos nossos piores inimigos. Nada
poderia ser mais verdadeiro na guerra entre a Sombra e o eu.
A escolha de uma aparição durante a Aflição é a chave para
seu sucesso ou fracasso. O Narrador deve fazer as escolhas dentro
do pesadelo o mais vívidas possível para que o jogador, assim
como o personagem, sinta as consequências de suas decisões.
Cada parte da Aflição deve ser construída com pontos de virada,
escolhas menores que o personagem devem fazer à medida que
avança para a conclusão. Cada ponto de virada deve apresentar
uma oportunidade para a aparição melhorar sua posição geral
dentro da Aflição - prejudicando ou permitindo que a ofensa
venha a outra pessoa ou às custas de seus princípios. Em alguns
casos, como quando uma Paixão ou Grilhão é a presa da Aflição,
escolhas egoístas devem realmente fornecer à aparição um
sucesso quase garantido em evitar uma falha crítica em seu teste.
O problema é que, se ela não tivesse escolhido o caminho mais
fácil, ela poderia ter tido sucesso por conta própria e não ter tido
que rolar - e ela ainda poderia falhar na rolagem, especialmente
se ficar mais difícil porque ela se permitiu ser corrompida.
Há uma grande tentação para o Narrador de agarrar a glória
durante as Aflições, transformando-as em um tour de force de
interpretação para si mesmo às custas dos jogadores. Embora
a cena e os atores devam ser vívidos e convincentes, o foco
principal da Aflição deve permanecer no personagem e
em suas escolhas. Ao construir Aflições, o Narrador deve
procurar lugares naturais na ação para inserir pontos de virada
onde as escolhas da aparição terão um efeito significativo na
maneira como as coisas evoluem. Deve haver muita corda
deixada para a aparição se enforcar, mas também deve haver
oportunidades para ela laçar os bandidos com a corda.
Embora seja perfeitamente correto construir jogos
elaborados dentro de jogos em que a aparição deve manobrar
e descobrir para ter sucesso, nem todas as decisões devem
depender de ser um bom solucionador de quebra-cabeças
ou gênio tático. Embora possa ser interessante exigir que a
aparição abra uma fechadura de combinação que cause danos
agravados a sua melhor amiga toda vez que ela não acertar a
combinação, deve haver outras maneiras de derrotar o cenário
além de acertar a combinação. Usar os dentes para morder
a fiação para que os choques não possam ser aplicados pode
ser uma solução que algumas pessoas pensariam, mas muitas
nunca pensariam em maneiras inteligentes de contornar a
armadilha. Os Narradores devem estar dispostos a dar alguma
margem de manobra aos jogadores; por exemplo, permitir que
o personagem tenha sucesso quando o jogador não consegue
pensar em outra saída e simplesmente declara que não vai
trabalhar na fechadura e que vai ficar com seu amigo. Embora
isso não "resolva" o dilema, indica a falta de vontade da
aparição de machucar outra pessoa apenas para escapar de
seu pesadelo. Esse tipo de decisão é muito diferente, é claro,
daquela em que o jogador simplesmente fica frustrado e faz
beicinho, recusando-se a tentar qualquer coisa porque não
é fácil o suficiente. Isso é apenas preguiça. Se o jogador está
realmente tentando lidar com o cenário, ele deve ter uma
chance de vencê-lo, independentemente de sua perspicácia
tática ou habilidades com enigmas e outros quebra-cabeças.
Mais uma vez, é vital que o Narrador entenda tanto o
jogador quanto o personagem. Se o jogador faz escolhas com
base no que ele, como jogador, sabe (ou seja, não é realmente
real), o Narrador deve se sentir perfeitamente justificado em
mudar as regras sobre ele. Faça com que cada decisão fora do
personagem cause danos a aparição. Tire-lhe um ponto de
Pathos se ela estiver calculando como evitar a escolha em
vez de tomar uma decisão real. O jogador deve ser informado
de que ele deve fazer sua escolha no personagem, como o
personagem faria, e não de acordo com o que faz mais sentido
tático ou lhe dá a maior vantagem. Embora haja algum
elemento de "conquistar" a Sombra, é muito mais importante
que ela enfrente a Sombra e obtenha uma melhor compreensão
dela. Ela não pode fazer isso se estiver se escondendo atrás
de noções preconcebidas do que ela "deveria" fazer. Isso não
significa que se o jogador pode pensar em algo inteligente,
ele deve ser punido por isso. Significa apenas que o Narrador
deve tomar cuidado com o lapso ocasional de seus jogadores
Capítulo Três: Dominado Pela Escuridão 65
 em mecanismos de autoproteção que eles acham que precisam,
mas que servem para transformar a interpretação em exercícios
táticos ou de calcular números.
Também não deve haver garantia de que o que parece ser
a coisa certa a fazer é, de fato, correto. Sombras e Espectros
são mentirosos experientes e o Labirinto responde às suas
ministrações, produzindo quaisquer ilusões que eles exijam.
Algumas Aflições podem ser tão emaranhadas e retorcidas quanto
o próprio Labirinto, com tramas dentro de tramas servindo
para desviar a aparição e confundi-la quanto às suas escolhas.
Ninguém disse que as Aflições eram fáceis.
Povoando a Aflição
Labirintos e armadilhas podem ser um pouco interessantes
por um tempo, mas a aparição precisa interagir com outros seres
para que a Aflição seja um confronto real. Além da Sombra e
da aparição, os jogadores da ordem no drama geralmente são
Espectros, Replicantes que assumem os papéis de amigos, entes
queridos, inimigos e inimigos pessoais da aparição, bem como
vários outros, como figuras de autoridade e multidões. Atores
são geralmente a espécie de Espectro que pode ser encontrado
em Aflições, e eles se destacam em extrair os segredos e medos
mais profundamente escondidos de um a aparição. Eles podem
aparecer em papéis úteis ou prejudiciais, agindo para obstruir a
aparição ou facilitar sua passagem pela Aflição, mas em última
análise, eles estão lá para confundir, atrasar, surpreender e
torturar a aparição.
Há apenas um problema com tudo isso. Bons jogadores
podem agir como se seus personagens realmente acreditassem que
suas escolhas dentro da Aflição podem afetá-los adversamente,
seus entes queridos ou amigos, mas os jogadores estão cientes
do que realmente está acontecendo. Eles sabem que são apenas
Espectros mexendo com a cabeça de seus personagens, e isso deve
afetar seu jogo. Então, mais uma vez, mude as regras. Quando
o cenário exige que a aparição tenha que resgatar uma vítima,
as seguintes variações podem ser usadas para aumentar o nível
de tensão.
Variação Um: Espectros são difíceis. Não há nenhuma razão
para que um deles não pudesse ir para as Terras da Carne, cavalgar
um dos entes queridos da aparição, forçá-la a um acidente fatal
ou cometer suicídio, então reivindicar a aparição recém-nascido
e mantê-la na reserva para a próxima Aflição da aparição. Como
a aparição reagirá quando perceber que é realmente seu amante
que os Espectros estão prestes a incendiar? E se eles jogarem o
papai no Vazio se a aparição estragar tudo? De repente, as apostas
são muito maiores.
Variação Dois: Nada impede que os Espectros capturem
membros do Círculo da aparição e os usem de maneira
semelhante. Estes podem ser personagens populares, controlados
pelo Narrador ou personagens de jogadores. Se eles foram
capturados de forma justa e tiveram alguma chance de vencer
contra aqueles que os capturaram, o jogador não tem espaço real
para reclamar. Afinal, o personagem pode estar morto. Com um
66 O Mar de Sombras
amigo tentando salvá-lo, ele pode escapar da situação. As
coisas ficam um pouco mais tensas quando um jogador está
trabalhando para salvar outro e o segundo jogador deixa claro
que realmente é a vida de seu personagem em jogo.
Variação Três: Também é eficaz passar por um cenário
de captura com o jogador que fará o papel de vítima, então
deixar o jogador do personagem capturado reagir a Aflição
da outra aparição no personagem. Anuncie para o primeiro
jogador, especialmente se o segundo errar as coisas, que seu
personagem não foi realmente capturado e que ele estava
realmente agindo (nessa circunstância específica) como um
primeiro imediato para o Narrador, ajudando-o a controlar
um Espectro de forma tão realista quanto possível. Isso não
é recomendado como uma técnica recorrente, mas pode ser
usada pelo menos uma vez para assustar os dois jogadores.
Essas trocas não devem acontecer o tempo todo, mas
devem acontecer com frequência suficiente para tornar
impossível para o jogador ignorar a ideia de que a vítima que
ele precisa salvar pode ser um Espectro disfarçado.
Trocando de lugar
Uma maneira de variar as Aflições é colocar a aparição
no comando. Torná-la responsável pela Aflição de outra
pessoa, de preferência alguém que ela conheça. Ela deve ser
informada de que a única maneira de ela ser libertada (seu
pai será retirado do espeto de assar ou o que quer que seja)
é inventar uma viagem de pesadelo para outra pessoa se
submeter, planejá-la e ajudar na sua execução. Ela também
pode mostrar que, a menos que ela cumpra a Aflição, os
Espectros irão matar a vítima imediatamente e arrastá-la
para o Esquecimento. Ela se corromperá para salvar seu pai
e as outras aparições de destinos terríveis? Ela descobrirá
alguma maneira (além da recusa absoluta) de fazê-lo sem
se corromper? Se ela se recusar, essa é realmente a resposta
errada, já que ela está de fato dizendo que sua pureza vem
antes do sofrimento dos outros? Existem dezenas de maneiras
de jogar isso, mas cada uma dependerá de quais são os ideais
do jogador.
Uma variação disto é colocar a aparição (ou grupo de
aparições) encarregada de criar uma Aflição para alguém que
elas absolutamente desprezam. Quanto mais os personagens
odeiam a vítima, melhor. Elas vão torturar seu inimigo
enquanto se iludem que fazem isso por algum senso de
justiça? Eles tentarão seriamente projetar uma Aflição que
se concentre nos erros de seus inimigos (assumindo que os
personagens são os mocinhos) e ensiná-lo a superar suas
tendências malignas? Ou eles vão recusar, acreditando que
isso não os tornaria melhores do que eles pensam que a vítima
é? E se o objeto de sua viagem pelo pesadelo for um verme
que realmente merece o Esquecimento? Eles têm o dever de
livrar o Mundo (Inferior) dele? E o que acontece com eles
como resultado de tudo isso? Presumivelmente, isso é Aflitivo
para eles, e eles certamente enfrentam dilemas...
Aflições de Redenção
Isso não é realmente algo que acontece com os personagens,
embora eles possam estar envolvidos nisso. Na verdade, é uma
espécie de Aflição reversa para um Espectro na tentativa de
redimi-lo. Requer uma situação em que os personagens e o
Espectro (deve ser um Replicante, já que Vultos são quase
sem mente e os Talha-Nervos estão muito afastados) podem
conversar e interagir um com o outro sem que haja uma batalha.
É bastante complicado organizá-lo, mas pode valer a pena se
os personagens puderem salvar o Espectro de sua mácula de
Angústia e do Esquecimento. Em geral, os jogadores terão que
convencer o Espectro a tentar lutar contra a Sombra que o
consumiu há muito tempo. Então eles terão que ajudá-lo a fazê-lo
e protegê-lo de outros de sua espécie que tentarão matá-lo por
sua traição. Se eles conseguirem evocar uma Paixão positiva no
Espectro, ele estará no caminho da redenção. Lembre-se, porém,
de que o processo será tão doloroso e cheio de torturas mentais
* Aqui temos palavras homógrafas, ou seja, escritas de forma igual, mas com significado diferente. Harrowing (Aflição/
Tortura) e Harrow (Ancinho), não consegui achar uma palavra para a tradução que ficasse semelhante ao inglês.
para o Espectro quanto uma Aflição comum é para uma
aparição. O Espectro pode atacar os personagens, ferindo-os
ou drenando seu Pathos. Eles terão que ser muito pacientes.
Obviamente, isso não vai ser uma ocorrência diária.
Espectros geralmente não querem ser redimidos. Ele
fornece uma oportunidade para um personagem de jogador
querido ou personagem controlado pelo Narrador que foi
perdido para o Esquecimento retornar ao jogo. Não deve
ser fácil. Deve haver dificuldades ao longo do caminho que
os personagens têm para ajudar o Espectro a superar, e o
processo de redenção pode levar anos ou décadas - ou mesmo
séculos. Enquanto isso, como seus amigos reagirão quando
souberem que os personagens estão se relacionando com
Espectros? Onde eles vão esconder ele e eles mesmos dos
Legionários que simplesmente não vão entender? Quando
os superiores enviam um Perdoador atrás do grupo para ser
Castigado e exigem que eles passem por isso ou sejam caçados
e transformados em escravos, os personagens desistirão?
Capítulo Três: Dominado Pela Escuridão 67
 Capítulo Quatro:
À Deriva no Mar de
Sombras Era tarde da noite na estrada aberta
Acelerando como um homem fugindo
Uma vida inteira se preparando para a jornada
Ele está mais perto agora e a busca está em
Ler um mapa na mente
Sim, há a colina irregular
E ali está o barco no rio
— Chris de Burgh, "Don't Pay the Ferryman"

Introdução
Deriva no Mar de Sombras" é uma
história desenhada para introduzir os
personagens aos perigos e maravilhas da
Tempestade. Pode ser usada por qualquer
grupo de personagens; se eles são parte da
Hierarquia, Renegados, Heréticos ou são
independentes. Idealmente, as aparições
envolvidas são um círculo com um Local Assombrado comum,
mas desde que estejam todos no mesmo lugar no início da
história, eles podem ser completos estranhos. Eles podem até ser
de diferentes facções, com alguns mantendo lealdade à Stygia
e alguns se opondo a ela. Quaisquer que sejam suas lealdades,
todos estarão em perigo igual.
A história funciona melhor se as aparições tiverem acesso
a algum tipo de veículo relíquia, como um carro ou caminhão,
mas não é absolutamente necessário. Se eles tiverem que nadar
ou caminhar pela Tempestade, no entanto, eles correrão
mais perigo de serem pegos por aqueles que os perseguem. A
história é escrita como se eles tivessem um veículo relíquia.
Se não, simplesmente modifique quaisquer descrições para
refletir isso e observe que elas levam o dobro do tempo (tempo
padrão) para chegar a algum lugar. Requer que no mínimo um
personagem tenha pelo menos um ponto no Arcanos Argos
ou que o Narrador controle um personagem que tenha Argos
Em cada cena, várias opções foram abordadas na tentativa
de antecipar o que os personagens poderiam fazer. Tenha em
mente que os jogadores certamente terão algumas surpresas.
Sinta-se à vontade para se afastar do enredo o quanto for
necessário para não levar os personagens ao longo de um
caminho predeterminado. Se eles se perderem, eles sempre
podem ser trazidos de volta mais tarde.
Capítulo Quatro: À Deriva No Mar de Sombras 69
 Tema
Há dois temas em "À Deriva no Mar de Sombras". O
primeiro é o confronto. Os personagens devem fugir daqueles que
os capturariam injustamente e os levariam à Estígia para serem
punidos por um crime que não cometeram. Eles devem enfrentar
os perigos da Tempestade, suas próprias Sombras e a ideia de
sua própria dissolução. Em algum ponto durante a história, eles
também devem chegar a um acordo com o que realmente acreditam
e tomar decisões sobre qual facção apoiarão (se houver).
O segundo tema é lealdade. O grupo não será capaz de passar
pela história sem cooperar uns com os outros. Superar os obstáculos
da Tempestade e enfrentar suas Sombras só será possível através
do trabalho em equipe e da lealdade mútua. Além disso, o grupo
conhecerá várias aparições durante a história e terá a chance de
formar laços com eles ou vendê-los. O que eles escolherão fazer e
como isso fortalecerá ou enfraquecerá suas Sombras?

Clima
A Tempestade pode ser um lugar aterrorizante, principalmente
para aqueles que não conseguem sair dela quando precisam
— especificamente se um Turbilhão estiver a caminho — e
definitivamente quando você está sendo perseguido por aqueles
sem misericórdia em seus corações. O clima deve incluir partes
iguais de confusão, medo, frustração e um senso de ações e decisões
que devem ser tomadas com pressa e sob pressão. Incerteza é a
palavra-chave. Os personagens nunca devem ter certeza absoluta
de que estão fazendo as coisas certas, indo na direção correta
ou realizando seus objetivos. Eles não devem ter certeza de que
sobreviveram a Aflição pelo qual inevitavelmente passarão. Eles
devem permanecer incertos de que a Aflição realmente acabou,
ou se algum dia acabará.
Nas cenas de abertura, os personagens não devem ter
tempo de realmente pensar no que estão fazendo; eles precisam
apenas reagir. Em vários pontos ao longo da história, eles serão
forçados a se mover rapidamente enquanto seus perseguidores os
alcançam; outras vezes, a ação parecerá se arrastar, retardando-os
e impedindo-os de chegar a qualquer lugar, causando-lhes uma
séria frustração. Além de ser uma ameaça constante para eles
fisicamente, a Tempestade representa uma ameaça à sanidade,
memórias e paixões da aparição. Essencialmente, qualquer novo
encontro no Mar de Sombras tem o potencial de destruir a aparição
— ou redimi-la — e isso nunca deve ser esquecido.

Sinopse do Enredo
Em resumo, os personagens estarão fugindo para a Tempestade
para evitar serem capturados pelos Legionários que os perseguem
por um roubo que não cometeram e sobre o qual nada sabem.
Eles podem optar por tentar evitar a captura indefinidamente ou
podem tentar recuperar o item e devolvê-lo. A história começa
com todos os personagens reunidos em um só lugar. É um dia

70 O Mar de Sombras
miserável; o vento está jogando chuva contra as janelas e gemendo
horrivelmente. Alguém que é conhecido por pelo menos um dos
personagens dá a aparição um cristal negro, então de repente
sai. Legionários com barghests aparecem em cena, obviamente
procurando a aparição com o cristal. Os personagens fogem para
a Tempestade para evitar a captura e pousam em uma estranha
Zona Instável que remove as memórias de seus Grilhões e do lugar
de seu Local Assombrado. Essencialmente, eles estão presos na
Tempestade até que possam recuperar suas memórias. Enquanto
isso, os Legionários saltam atrás deles, ainda em perseguição.
Os personagens terão que percorrer várias áreas dentro da
Tempestade enquanto tentam escapar. Eles pensavam que o
clima nas Terras das Sombras estava ruim — a chuva, as ondas
quebrando, o vento uivante e os cheiros de sepulcro da Tempestade
fazem parece-la sem graça se comparado. Eles descobrem que
é impossível jogar o cristal fora. Está ligado a eles. Tentativas
de se livrar do cristal resultam em seu retorno a um ou outro
dos personagens. Na verdade, o cristal só pode ser eliminado
oferecendo-o gratuitamente a alguém que o tome por vontade
própria. Cabe ao Narrador certificar-se de que ninguém que os
personagens encontrarem o aceitará ou será coagido a fazê-lo. Mais
grupos de Legionários começam a se aproximar dos personagens,
aparentemente atraídos pelo cristal. Além disso, o cristal parece
pulsar e esquentar quando se dirigem em uma determinada direção.
Eles podem tentar viajar na direção que o cristal aponta para eles.
Eventualmente, eles encontram um contato; uma aparição
que conhece um ou mais deles. O contato diz que suas descrições
estão sendo divulgadas por toda a Estígia e as Necrópoles das
proximidades. Ela diz a eles (se ela for perguntada pelo que eles
estão sendo perseguidos) que todos sabem que eles roubaram algum
item insignificante do Senhor Sorridente, supervisor das vítimas
de violência. Ela pode sugerir que eles sigam para o Inferno, um
clube que fica longe na Tempestade. É considerado área neutra.
Todas as facções ajudam a defendê-la e, enquanto estiverem lá,
nenhuma aparição incomoda outras aparições por causa de brigas
de facção ou rancores.
A caminho do Inferno, eles são atacados por um grupo de
Espectros que aparentemente pretendem obter o cristal para si
mesmos. Os Espectros causam dano suficiente para enviar os
personagens para uma Aflição na qual eles devem lutar para manter
a posse do cristal (como se fosse um Grilhão). Neste ponto, eles
devem saber o suficiente para perceber que o Senhor Sorridente
realmente quer o cristal de volta. Deve ficar óbvio para eles que
perder o cristal para uma Aflição é equivalente a uma sentença de
escravidão (na melhor das hipóteses) e total destruição (na pior).
Se eles sobreviverem a Aflição, eles são transportados de volta ao
local de onde foram levados e retêm o Artefato.
No Inferno, eles podem encontrar Soup, a aparição que
primeiro lhes deu o cristal. Ele diz a eles que o cristal é um farol que
foi anexado à máscara do Senhor da Morte e que Soup o roubou
para outra pessoa. O cristal se prendeu a ele quando ele pegou a
máscara, mas ele conseguiu entregá-la aos personagens, pensando

Capítulo Quatro: À Deriva No Mar de Sombras 71

 que eles poderiam simplesmente explicar as coisas para os
Legionários enquanto ele escapava para a Tempestade. Soup
diz a eles que a pessoa que tem a máscara é o líder de um
grupo de Hereges que tem um reino nas Costas Distantes
que eles chamam de País do Verão. Se os personagens
quiserem limpar seus nomes e deixar de ser perseguidos pelos
Legionários, eles precisam ir até lá e pegar a máscara de volta.
Uma aparição da Hierarquia que ouve sua conversa
diz a eles o significado da máscara perdida: Ela ajuda o
Senhor Sorridente a manter suas tropas e servos ligados às
suas crenças, fornecendo assim parte da defesa de Esígia dos
ataques de Turbilhões e Espectros. Ele deixa claro que sem
a máscara, um sétimo das defesas de Estígia está faltando,
um pedaço potencialmente mortal em sua armadura que
pode permitir que um Turbilhão entre no coração do reino
e o destrua completamente. Se os personagens acharem que
isso seria uma ideia maravilhosa, a aparição explica ainda
que se Estígia cair, é mais provável que o resto dos reinos e
Necrópoles também caiam e Oblívio consuma tudo. O clima
fica ainda pior enquanto eles estão no Inferno. Legionários
estão se aproximando, apesar de ser território neutro, e os
personagens são convidados a sair.
Mais uma vez, eles fogem para a tempestade crescente,
indo para o País do Verão. Se eles pensarem em checar o
cristal, isso indica que eles deveriam estar indo naquela
direção, já que está atado a máscara. É um farol, não apenas
72 O Mar de Sombras
para identificar a localização de quem tem o cristal, mas também
para direcionar qualquer pessoa com o cristal para a máscara. A
tempestade lá fora está aumentando de intensidade. Ao longo da
estrada, eles são confrontados por um Barqueiro que lhes diz que
devem recuperar a máscara e devolvê-la ao Senhor da Morte se
quiserem evitar um Turbilhão. Eles têm outras alternativas. Eles
podem convencer o líder Herege que pegou a máscara a assumir
o cargo de Senhor Sorridente, uma das aparições pode tentar
assumir esse cargo ou eles podem manter a máscara e esperar que
o Turbilhão não seja destrutivo o suficiente para acabar com tudo.
A escolha é deles.
Se eles decidirem recuperar a máscara, eles devem viajar para
o País do Verão e convencer os Hereges a devolver a máscara ou
eles devem roubá-la de volta. Os Hereges, no espírito de sua "vida
após a morte", podem permitir que os fantasmas ganhem em um
concurso — se eles pedirem em vez de tentar roubá-lo. Supondo
que eles consigam a máscara de alguma forma, eles descobrem
que todos os atalhos estão fechados devido ao Turbilhão que se
aproxima. A única maneira de voltar a Estígia a tempo é utilizar
as escadas e túneis do Labirinto e tentar chegar lá pela Escada
Venosa. Devolver a máscara brevemente lhes rende a gratidão
do Senhor Sorridente. Eles podem usar isso para construir um
nicho para si mesmos dentro da Hierarquia, se assim o desejarem.
Renegados e Hereges podem achar que devem devolver a máscara
para preservar a si mesmos e seus grupos, mas podem ficar
horrorizados por terem que fazê-lo, sentindo-se pessoalmente sujos
como resultado de ajudar a odiada Hierarquia a recuperar o poder
perdido - especialmente um poder que compele outras aparições a
cumprir suas ordens. Não é uma escolha fácil, mas nunca é.
Crônicas Iniciais versus Crônicas Contínuas
Embora seja possível usar esta história para iniciar uma
Crônica de Aparição, é recomendado que o Narrador se certifique
de que os jogadores estejam familiarizados com os conceitos
nela antes de fazê-lo. Se eles não têm ideia de quem são a
Hierarquia, Hereges, Renegados, Senhores da Morte e Espectros
ou quais artefatos, relíquias, Terras das Sombras, Tempestade,
Esquecimento, Grilhões e Paixões são, eles realmente não
entenderão a história ou serão capazes de jogá-la efetivamente.
É melhor que o Narrador conduza cada jogador através de seu
Prelúdio, então apresente todos os personagens à vida como
aparições. Depois que eles absorveram as informações básicas e se
estabeleceram, o Narrador pode então apresentar os personagens
da história que deveriam conhecer os personagens dos jogadores.
Esta história deve começar somente depois que essas preliminares
forem cobertas.
Se isso estiver sendo usado como parte de uma Crônica em
andamento, o Narrador deve trabalhar os personagens na história
que deveriam conhecer os personagens dos jogadors. Estes podem
até ser rumores circulando sobre os problemas entre o Senhor
Sorridente e a Dama Risonha. Os jogadores podem até visitar o
Inferno em algum momento. Depois que esses elementos
forem estreados em histórias anteriores, eles se encaixarão
muito mais naturalmente quando este começar.
Narrativa avançada
Se a trupe for composta por aqueles que gostam de
histórias mais complexas, a estrutura básica da aventura
pode ser aprimorada com a adição de elementos desse fato no
mundo dos vivos. Os Turbilhões afetam as Terras da Carne
tanto quanto afetam o Mundo Inferior e geralmente ocorrem
em resposta ou como um prenúncio de eventos terríveis que
ocorrem no mundo real. Se o Narrador quiser aumentar a
pressão sobre as aparições, ele pode ter um ou mais Grilhões
da Aparição (de preferência pessoas de quem as aparições
se importam) ameaçados por uma invasão terrorista de um
avião em que estão viajando ou de um edifício a lá Duro
de Matar. Os terroristas fazem exigências impossíveis e
insistem que as elas sejam atendidas imediatamente. Eles
começam a matar passageiros (não os grilhões da aparição)
para provar seu compromisso com sua causa. Eles também
estão segurando uma arma nuclear caseira que é capaz de
destruir cerca de um oitavo dos Estados Unidos (ou toda a
Grã-Bretanha, a maior parte da França, um pequeno país
africano etc.), então aqueles que negociam com eles estão
muito desconfiados de tentar qualquer tipo de assalto que
Capítulo Quatro: À Deriva No Mar de Sombras 73
 poderia levá-los a dispará-lo.
Os esquentados entre os militares estão exigindo que sejam
autorizados a entrar e lidar com a situação, os gerentes de crise
estão trabalhando horas extras e várias equipes da SWAT estão
se posicionando. Os personagens devem se conscientizar do perigo
para seus entes queridos. Alguns podem não ser reféns; eles podem
estar entre os policiais envolvidos ou negociar com os terroristas.
As cenas podem ser trabalhadas enquanto as aparições vão e
voltam da Tempestade para as Terras da Carne tentando afetar a
situação e salvar reféns. A situação deve continuar a se deteriorar
constantemente até que seja óbvio que os terroristas irão detonar
a bomba. A passagem fica bloqueada e as aparições não podem
mais viajar para as Terras da Carne. Se eles vão salvar aqueles que
amam, terão que fazê-lo do Mundo Inferior.
O ponto de tudo isso é duplo. Primeiro, dá às aparições uma
razão mais pessoal para ter sucesso em sua missão, já que seus
Grilhões estão diretamente ameaçados. Em segundo lugar, como
os Turbilhões ocorrem ao lado de eventos assustadores no mundo
real, o potencial de exterminar um grande número de pessoas em
uma explosão nuclear fornece uma razão pela qual há um grande
Turbilhão em formação: Existe a possibilidade de que as ações
terroristas possam levar à retaliação, escalando para a Terceira
Guerra Mundial. Um Narrador experiente pode mover a ação para
frente e para trás, criando tensão entre as negociações à medida
que a tempestade aumenta de intensidade, e então cortando a
habilidade da aparição de afetar diretamente a ação quando as
coisas estão prestes a explodir.

A História Pregressa (o que aconteceu antes)

Há uma grande rivalidade entre os Senhores da Morte. Cada
um quer ganhar poder suficiente para afirmar sua superioridade e
reivindicar o governo de Estígia. Para tanto, cada um reivindica as
almas que morrem sob seus auspícios, mantendo-as como escravos,
soldados ou oficiais diversos. A máscara que cada Senhor da Morte
usa é parte do motivo pelo qual eles são capazes de exercer tanto
controle sobre seus lacaios. As máscaras são símbolos de ofício e
são poderosos artefatos de "controle", capazes de dar a aparição
que o usa o poder de exercer sua vontade sobre as aparições sob
o comando do Senhor da Morte. Na verdade, a máscara permite
que o Senhor da Morte force a crença de seus subordinados,
tornando o Senhor da Morte mais forte e dando-lhe uma base
firme para lutar contra inimigos ou a devastação de Turbilhões.
Cada máscara também tem outros poderes, a maioria dos quais é
mantida estritamente em segredo.
Ultimamente, a Dama que Ri (que supervisiona as vítimas
da loucura) e o Senhor Sorridente (que faz o mesmo pelas
vítimas da violência) discordaram da disposição das aparições
recém-chegadas. O Senhor Sorridente ordenou que suas tropas
capturassem aparições que morreram violentamente, mesmo que
fossem loucos ou vítimas de loucos. Enquanto a causa da morte
foi a violência, ele afirma, eles pertencem a ele. Naturalmente, a
Dama que Ri, vendo seu estratagema para se tornar mais poderoso

74 O Mar de Sombras
e roubá-la de seu espólio "de direito", traça um plano para se vingar nas defesas de Estígia contra Turbilhões e o poder do
do Senhor Sorridente e enfraquecê-lo a ponto de não poder mais Esquecimento), eles sabem que um Turbilhão pode derrubar
ser uma ameaça a ela. Ela envia seus agentes para se juntar a um Estígia e causar uma reação em cadeia que poderia destruir
culto idílico de Hereges que mantêm um reino da Costa Distante tudo. Eles farão o que puderem para evitar que a máscara
chamado País do Veraneio. Seu líder, Revel, era considerado um seja devolvida. A única coisa a favor do personagem é que
dos dela, mas escapou e passou a formar um grupo Herege baseado muitos Espectros não precisam ser poupados para se preparar
na ideia de um reino/utopia feérico. para o Turbilhão, caso se oponham a eles ativamente.
Uma vez que eles se agruparam, seus asseclas conseguiram
convencer Revel de que ele poderia roubar a máscara do Senhor
Sorridente, enfraquecendo assim a Hierarquia e tornando mais
Os Atores no Drama
fácil para ele encontrar recrutas para o País do Veraneio. Seguindo
seu plano e auxiliado por um ladrão experiente que ele contratou
para supervisionar a operação, Revel roubou a máscara e a levou
de volta ao País do Veraneio, onde a pendurou atrás de seu trono
como um troféu.
Desconhecido para Revel, no entanto, a máscara tem um
cristal preto ligado a ela que funciona como um farol. O cristal
geralmente é usado como uma peça de joalheria pelo usuário da
máscara. Quando a máscara foi roubada, o farol se prendeu ao
ladrão real, identificando sua localização para que as legiões do
Senhor da Morte pudessem ser enviadas atrás dele. O farol não
pode ser jogado fora ou vendido, mas deve ser doado e aceito antes
que possa deixar o(s) indivíduo(s) a quem se ligou. O farol ajuda a
transferência, alimentando seu novo destinatário com um ponto
de Pathos requintadamente prazeroso. Uma função secundária do
farol é localizar a máscara; ela pulsa e fica mais brilhante quando
apontada na direção da dela. O terceiro (e pouco conhecido) poder
do farol é permitir que quem está ligado a ele exerça controle sobre
a máscara, o que significa que essa pessoa tem uma vantagem
em uma disputa de vontade sobre quem fica com a máscara.
Naturalmente, mesmo com o cristal, um personagem ainda não
é páreo para o Senhor da Morte que usou a máscara por séculos
(embora os personagens possam não perceber isso e possam pagar
o preço final por se tornarem sedentos de poder e gananciosos se Soup
um deles tentar assumir o lugar do Senhor da Morte).
O ladrão que roubou a máscara é a aparição que dá aos
personagens o cristal no início da história. Ele foi bem pago por sua Soup
ajuda, mas não contava com ser perseguido pelas legiões. Contanto Ladão Especialista, Renegado
que os personagens o mantenham fora disso, ele está disposto a Natureza: Excêntrico
dizer a eles o que sabe — supondo que eles possam alcançá-lo. O Comportamento: Rebelde
Senhor da Morte notou que sua máscara estava faltando assim Círculo: Os Mestres da Esgrima
que ele acordou e instruiu suas legiões a fazer o que for necessário Físicos: Força 3, Destreza 4, Vigor 3
para recuperá-la. Sociais: Carisma 2, Manipulação 3, Aparência 3
Nas Terras da Carne, as tensões aumentam à medida que as Mentais: Percepção 2, Inteligência 2, Raciocínio 3
nações se movem à beira de uma guerra ou guerra civil, a fome Talentos: Prontidão 2, Briga 3, Esquiva 2, Lábia 4,
corre solta em grande parte do mundo e os terroristas planejam Subterfugio 2
suas estratégias. Qualquer um deles pode explodir em uma crise que Perícias: Disfarce 2, Furtividade 4, Furto 4
ameaça o mundo, levando à aniquilação. O Esquecimento lambe os Conhecimentos: Investigação 3, Direito 2
beiços em antecipação e os Espectros se movem pelos mundos dos Antecedentes: Contatos 3, Local Assombrado 1,
vivos e dos mortos, tentando provocar um holocausto destruidor de Memoriam 2
mundos. Quando os Espectros percebem que um dos Senhores da Paixões: Pegar o cara do Sindicato (Raiva) 2, Cuidar
Morte perdeu sua máscara, perdendo assim sua maior ferramenta da mãe (Amor) 3, Rouba o Diamante de Esperança
para moldar a crença de seus subordinados (um fator importante (orgulho) 2

Capítulo Quatro: À Deriva No Mar de Sombras 75

 Arcanoi: Argos 2, Modelar 5
Grilhões: Velhas ferramentas de trabalho, 2; Mãe, 4; Diamante
de Esperança, 1; Namorada, 3; Kit de Disfarce, 1
Força de Vontade: 8
Pathos: 9
Sombra: Perfeccionista
Angústia: 5
Espinhos: Característica da Sombra (Esquiva)
Paixões Sombrias: Ferrar Autoridades (Ódio) 2, Livrar-se da
velha chorona — mãe (nojo) 2
Imagem: Soup é pequeno e de ossos finos, com cara de furão e
ligeiramente gracioso. Seu cabelo castanho e liso está preso em
um rabo de cavalo, e seus olhos são de um azul aquoso. Soup
era um ladrão especializado em roubar itens que a maioria das
pessoas achava que estavam tão bem protegidos que ninguém
poderia roubá-los. Ele traiu um membro do Sindicato e foi morto
por isso. Agora ele se especializou em obter artefatos e relíquias
raras — pelo preço certo.
Talentos: Briga 1, Consciência 3, Empatia 3, Esportes 2,
Prontidão 2, Subterfugio 2
Perícias: Direção 2, Estiqueta 2, Meditação 1
Conhecimentos: Linguística 2, Medicina 4, Ciência 3
Antecedentes: Aliados 2, Contatos 3, Local Assombrado
2, Memoriam 3
Paixões: Proteger Crianças (Culpa) 4, Cuidar da marido
(Amor) 3, Punir motoristas embriagados (Raiva) 3
Arcanoi: Fatalismo 3, Usura 3
Grilhões: Marido, 3; Lápide do filho, 2; Velho Escritório,
3; Chaves do carro, 2
Força de Vontade: 9
Pathos: 10
Sombra: Mártir
Angústia: 5
Espinhos: Vestígios da Morte (música triste e assustadora
acompanha-a em todo lugar)
Paixões Sombrias: Matar bêbados (Ódio) 3
Imagem: Katrina é uma mulher esbelta em seus 30 e poucos
anos. Seus olhos são cinza e seu cabelo é castanho claro e
cai sobre os ombros. Seu rosto está desgastado e preocupado.
Ela usa jaleco branco de médico e estetoscópio. Katrina era
uma jovem pediatra. Uma noite, depois de trabalhar duro
o dia todo, ela insistiu em levar o filho para uma festa de
aniversário. Ela e seu filho foram mortos por um motorista
bêbado vindo da direção oposta. Katrina se culpa por seu
tempo de reação lento devido ao cansaço. Ela está mais
angustiada que seu filho não esteja com ela no Mundo
Inferior, embora ela espere que ele tenha passado para
uma vida após a morte feliz. As pessoas tendem a trazer
seus problemas para Katrina e ela tenta ajudar aqueles que
conhece.

Revel, O Senhor do Desgoverno

Revel era um poeta, um estudante de literatura celta e
um sonhador. Ele acreditava que as fadas viviam na floresta
perto de sua casa e tentou provar em sua tese sênior que elas
existiam. Ele foi ridicularizado na escola. Em um ataque de
desespero, ele se suicidou. Ele passou a primeira parte de
sua existência fantasmagórica labutando para a Hierarquia
e passou a odiá-los. Quando ele finalmente escapou, ele
Katrina entrou em contato com alguns Hereges. Embora eles não
tenham conseguido convertê-lo ao seu modo de pensar, eles
o inspiraram a buscar uma vida após a morte maravilhosa.
Katrina Revel partiu para encontrar o País do Veraneio e, depois de
muitos anos de busca, encontrou sua própria Costa Distante.
Pediatra, Independente
Ele tem muitos convertidos que gostam de seu reino pseudo-
Natureza: Protetora fada com ele. Seu único arrependimento é que sua irmã não
Comportamento: Protetora está com ele para compartilhá-lo.
Círculo: Salão do Doutor
Natureza: Criança
Físicos: Força 2, Destreza 3, Vigor 3
Comportamento: Bon Vivant
Sociais: Carisma 3, Manipulação 1, Aparência 2
Mentais: Percepção 3, Inteligência 4, Raciocínio 3 Círculo: Conspiradores Célticos

76 O Mar de Sombras

Revel, O Senhor do Desgoverno
Físicos: Força 2, Destreza 3, Vigor 3
Sociais: Carisma 4, Manipulação 4, Aparência 4
Mentais: Percepção 3, Inteligência 3, Raciocínio 3
Talentos: Briga 3, Consciência 2, Empatia 2, Esquiva 3,
Expressão 3, Intimidação 2, Prontidão 1, Subterfugio 4
Perícias: Armas Brancas 4, Estiqueta 2, Furtividade 2,
Liderança 3, Performance 3
Conhecimentos: Enigmas 2, História das Fadas 3,
Linguística 2, Política 2
Antecedentes: Artefato 2, Local Assombrado 3, Status 4
Paixões: Provar suas teorias (Orgulho) 3, Experenciar
tudo o que lhe foi negado em vida (Ganância) 3,
Convencer sua irmã a se juntar a você na morte (Amor)
2, Preservar florestas perto do antiga lar (Alegria) 2
Arcanoi: Argos 1, Castigo 3, Lamúria 2, Pandemônio 3
Grilhões: Irmã, 4; Floresta, 2
Força de Vontade: 9
Pathos: 8
Sombra: Pai
Angústia: 6
Espinhos: Duplo
Paixões Sombrias: Matar a irmã (Ódio/Amor) 3
Equipamento: Navio relíquia em forma de cisne, florete
de aço Estígio (Artefato), máscara do Senhor Sorridente
Imagem: Revel tem cabelos loiros e olhos verdes. Ele tem
um rosto expressivo que pode passar da tristeza de partir o
coração para a alegria travessa com facilidade. Ele se veste
como acredita que um rei elfo pode se vestir e se entrega a muitos
humores feéricos.
Burgess, Centurião da Hierarquia
As estatísticas de Burgess não são fornecidas aqui. Os
personagens não têm nenhuma razão para lutar com ele ou
interagir além de conversar. Ele os encontra no Inferno e diz a eles
qual é o significado da máscara do Senhor da Morte. O Narrador
é livre para detalhar Burgess e fazer o que achar melhor com ele.
Ato I: A Configuração
O Narrador deve estar preparado para vários movimentos
surpresa de seus jogadores. Ele deve estar muito familiarizado
com a história para que possa ajustar as coisas para fazê-las correr
bem, não importa o que os personagens façam. Não é essencial
que eles joguem em todas as áreas ou sigam apenas os caminhos
"certos". Suas decisões devem ser respeitadas e eles devem ser
autorizados a seguir em qualquer direção que escolherem. Claro,
pode haver consequências para ir em certas direções. Se eles
têm contatos ou aliados com quem desejam falar, é bom que
essas pessoas lhes ofereçam abrigo ou lhes digam o que sabem
(a menos que os contatos estejam no alto da Hierarquia, eles
não saberão mais do que o boato de que uma das máscaras do
Senhor da Morte foi roubada). Eventualmente, os Legionários
os expulsarão de qualquer esconderijo e os personagens terão
que se movimentar e fazer perguntas para descobrir mais sobre
o problema. Tudo isso fornece ao Narrador muitas chances de
colocá-los de volta nos trilhos.
O Narrador também deve lembrar que se os personagens
tiverem um veículo relíquia, ele precisa ser alimentado por
Pathos. Alguém deve pagar um ponto de Pathos a cada seis horas
para manter o veículo abastecido e funcionando.
Cena Um: Visitantes Inesperados
Os personagens estão reunidos em seu Local Assombrado
ou em algum lugar nas Terras das Sombras (de preferência em
uma Necrópole). É um dia terrível, chuvoso e escuro, refletindo
o clima sombrio nas Terras da Carne. Rajadas de vento uivantes
gemem por toda a Necrópole. O grupo é perturbado por Soup, que
bate e entra, parecendo um pouco desgrenhado. Ele se aproxima
de um dos personagens que conhece, entrega a ela um cristal
preto e alongado e pede ao personagem que guarde para ele por
um tempo. Se o personagem insistir, Soup promete em troca um
favor futuro. Caso o personagem não aceite o cristal ou pergunte
o que é, ele dirá ao grupo que é um cristal de poder. Ele instrui o
personagem a segurar o cristal por um momento e pensar sobre
isso. Ao fazê-lo, o cristal a presenteia com um ponto de Pathos
(ou um momento extremamente prazeroso, emocional cheio de
luz e vida, se ela já estiver com a reserva de Pathos totalmente
cheia). Observe que o cristal só fará isso quando for dado a
alguém, embora a pessoa não saiba que é um presente único. O
que for preciso para que o personagem aceite o cristal, ele fará,
Capítulo Quatro: À Deriva No Mar de Sombras 77
 mesmo alegando que estava tentando fazer um favor a ela,
dando-lhe um Artefato tão útil. Assim que ele consegue fazer
o personagem pegar o cristal, ele sai.
Poucos minutos depois que a Soup acabou de sair,
os personagens ouvem uivos e gritos terríveis vindos de
aproximadamente um quarteirão de distância. Investigando
a algazarra, eles veem vinte Legionários liderados por um par
de barghests indo na direção deles. Eles têm um turno para
agir antes que os Legionários cheguem. Eles podem escolher
se encontrar com os Legionários para descobrir o que querem,
podem tentar desaparecer em outro lugar da Necrópole ou
podem fugir pulando na Tempestade.
Se esperarem, verão os Legionários carregando
correntes para prendê-los. Eles não negociarão com os
personagens exceto para exigir sua rendição e se mexerão
para torná-los prisioneiros. Se eles lutarem, eles acabarão
sendo esmagados pela legião (pelo grande número deles).
Se eles se permitirem ser capturados, os personagens serão
levados para a Tempestade enquanto os Legionários se
dirigem para Estígia. Depois de procurá-los e o local em que
estavam, os Legionários perguntarão onde está "aquilo". Se
eles perguntarem o que os Legionários estão procurando, os
soldados vão zombar e dizer que obviamente sabem, já que eles
têm o cristal. A aparição no comando pegará o cristal, mas
ele reaparecerá na mão do portador original após um turno.
Mesmo que o personagem tente livremente dar o cristal a um
soldado, sua intenção de pegá-lo de qualquer maneira nega o
presente e devolve o cristal ao personagem. Como eles estão a
caminho de Estígia, o Narrador deve providenciar um ataque
aos Legionários pelos Renegados. Os personagens são libertos
e incitados a correr deles.
Se eles correrem, a legião se reagrupará e virá atrás
deles. Se eles forem para Estígia, eles serão entrevistados
(torturados) para obter informações. Quando ficar claro que
eles não têm nenhuma, eles serão ordenados a encontrar Soup
e a máscara perdida. Eles são presos com Artefatos que podem
controlá-los através da dor e perda de Corpus e um Legionário
recebe o dispositivo de controle para os colares e é enviado
com eles. O Senhor da Morte não está interessado em seus
problemas pessoais ou não-vidas. Eles estão envolvidos no
roubo e ele os usará como achar melhor.
Correr para outro buraco dentro da Necrópole só lhes dá
alguns minutos de tempo, já que mais grupos de Legionários
são enviados atrás deles. Eles podem se concentrar no farol,
tornando impossível para os personagens se esconderem por
muito tempo. Mais cedo ou mais tarde, eles terão que entrar
na Tempestade para escapar de seus perseguidores.
Se eles pularem diretamente na Tempestade, eles terão
que fazê-lo sem usar Ver a Tempestade se quiser evitar o
combate com os Legionários. Eles mal têm tempo de usar o
Limiar da Tempestade para abrir um portal para lá e passar.
Os personagens terão apenas um momento para entender
sua situação antes que os Legionários apareçam atrás deles.
78 O Mar de Sombras
Cena Dois: Na Tempestade
Se os personagens tiverem um carro ou caminhão relíquia
em que estejam, eles pousam em uma longa estrada pavimentada
que se estende por um oceano agitado pela tempestade. O vento
sopra a ressaca sobre o alto da calçada, ameaçando varrer o
veículo a qualquer momento. Nuvens cinzentas vomitam uma
iluminação feia e a água preta e agitada é coberta com uma nata
espumante. A chuva cai, encharcando tudo com gotas oleosas
e malcheirosas. A calçada parece se estender sem interrupção
antes e atrás deles. Não há pontos de referência.
Se eles têm uma embarcação relíquia ou estão a pé, eles
pousam no oceano ao lado da calçada. As ondas ameaçam
esmagá-los contra a calçada. O barco agira descontroladamente,
balançando de um lado para o outro. Se eles estão nadando,
eles são repetidamente mergulhados na água gelada e negra e
encharcados pela chuva gordurosa e fétida. Se a pé, os personagens
podem subir na calçada, se desejarem. É obviamente um atalho.
Navegar próximo a ela é considerado estar "na" estrada.
Assim que os personagens decidem para onde estão
tentando ir, o céu se abre algumas centenas de metros atrás
deles e um bando de barghests e cerca de quarenta Legionários
caem, pousando na calçada. Os barghests soltam um uivo de
arrepiar a alma e os soldados avançam rapidamente em direção
aos personagens. Se os personagens tiverem um veículo, eles
poderão se distanciar dos Legionários; se nadando ou a pé, e
fugirem imediatamente, poderão manter a mesma distância de
quando apareceram pela primeira vez. Em ambos os casos, o grupo
provavelmente correrá.
É possível que um personagem tenha o poder Argos de
Salto, o que normalmente permitiria ao personagem viajar para
um de seus Grilhões quase instantaneamente (assumindo que
ele faça sua rolagem). Caso o personagem faça isso e vá sozinho,
ele encontra uma tropa inteira de Legionários esperando por ele
quando ele chega. Eles o levam sob custódia. O Narrador deve
determinar se ele escapa e como ele se junta a seus companheiros,
embora eles possam sentir que ele os abandonou e não o querem
de volta. Se ele leva o grupo com ele, todos chegam ao Grilhão.
Um momento depois, os soldados chegam e são forçados a fugir
novamente para a Tempestade. Novamente, eles pousam na
estrada ou perto dela.
Mais acima, parece haver uma forte neblina flutuando
pela calçada. Isto apresenta-lhes uma oportunidade de fuga.
É também o primeiro encontro deles com uma perigosa Zona
Instável conhecida como Miasma. Usar Pulsar para tentar ir
além dele resulta em aterrissar no meio do Miasma, a menos que
o personagem possa rolar três sucessos (dificuldade 9), já que o
personagem é incapaz de usar a linha de visão. Novamente, se
eles usarem Salto, eles podem alcançar um Grilhão e evitar o
nevoeiro, mas os Legionários aparecerão no Grilhão apenas um
momento atrás deles. Se eles conseguirem usar Pulsar ou Salto,
pule esta seção e continue.
 Ao adentrar no nevoeiro, os personagens descobrem que cada
um deles parece estar sozinho em um mundo branco-acinzentado.
Eles não podem ver mais do que trinta centímetros à sua frente
e todo o senso de direção desaparece. O som também é abafado.
Qualquer aparição chamando seus companheiros sente que sua
voz está abafada e suave demais para ser ouvida. Enquanto ela se
debate, tentando encontrar os outros ou atravessar o nevoeiro, ela
lentamente começa a sentir fria e dormente. Cada personagem deve
fazer uma rolagem em seu Grilhão de menor valor (dificuldade
7). Se forem bem-sucedidos, ficam confusos sobre onde estão seus
Grilhões por um número de horas igual a 10 menos seus valores
de Inteligência. Aqueles que falham têm a memória do Grilhão
apagada de suas mentes. O Grilhão se foi como se nunca tivesse
existido (embora a memória dele retorne mais tarde, em cerca de
uma hora). Se alguém tirar falha crítica, ela perde o Grilhão e fica
bobo por uma hora.
A arte Asas Fantasma permite que a aparição voe por esta área.
Ela ainda está sujeita ao seu ataque. Caso contrário, ela flutua tão
impotente como se não tivesse Argos. Pulsar e Salto não funcionam
no Miasma, mas Masmorra pode ser usado para sair dele. Usar o
Masmorra dessa maneira causa um nível de dano agravado.
Uma vez que todos os personagens tenham experimentado o
Miasma, o nevoeiro se dissipa ao redor deles e lentamente volta
aos seus perseguidores, envolvendo os soldados. Os personagens
são livres para ir, mas não podem visitar nenhum de seus Grilhões
pelo mesmo número de horas em que estão confusos sobre sua
localização.
Neste ponto, se eles tentarem deixar a Tempestade indo para
uma Necrópole ou outro local conhecido nas Terras das Sombras,
eles descobrirão que o caminho está aparentemente fechado. Um
Turbilhão crescente está causando estragos nas viagens através
da Tempestade, e os portos das Necrópoles foram todos fechados
para impedir que ele entre nas Terras das Sombras. A viagem só é
possível dentro da própria Tempestade, de reino a reino (a menos
que o Narrador esteja usando o cenário terrorista de Narrativa
Avançada, nesse caso, eles podem viajar para frente e para trás
um pouco mais - embora sejam perseguidos de perto onde quer
que vão).
As ondas crescem e gritos de assobio são ouvidos das nuvens
acima. Deve ser óbvio para os personagens que uma tempestade
está se formando. Eles podem optar por seguir o atalho ou fugir
dele na tentativa de perderem de vista os soldados.

Capítulo Quatro: À Deriva No Mar de Sombras 79


Cena Três: Decisões
Neste ponto, os personagens devem decidir para onde
estão tentando ir ou se simplesmente permanecerão na
estrada. Mais à frente, avistam um cruzamento onde várias
estradas e canais se encontram, formando uma intrincada
rede de ferrovias, pontes, estradas e hidrovias. Todos eles
eventualmente levam de volta à Estígia, mas também levam
a vários outros reinos dentro da Tempestade. Se uma aparição
fizer seu teste de Orientação, ela pode determinar qual
caminho tomar para chegar ao local desejado.
Tentativas de entrar nas Terras das Sombras falham (veja
a nota acima sobre o cenário terrorista), não importa quantos
sucessos a aparição tenha. Ela se sente insubstancial e começa
a se erguer, depois se torna sólida novamente e volta a cair
no chão ou no mar. Ela pode fazer um teste de Inteligência
+ Argos (dificuldade 7) para descobrir que a tempestade na
área deve estar interferindo nos atalhos que levam às Terras
das Sombras, tornando-as intransitáveis.
Os personagens podem optar por tentar chegar a
algum lugar que conheçam dentro da Tempestade, como
um esconderijo Renegado ou uma propriedade Herege
onde possam se esconder. Eles podem tentar se infiltrar em
Estígia para saber o que está acontecendo e por que estão
sendo caçados. Eles podem decidir simplesmente seguir por
um atalho e tentar colocar a maior distância possível entre
eles e Estígia ou podem pensar em tentar localizar Soup. Se
eles fizerem um teste de Inteligência + Manha (dificuldade
8), eles podem lembrar que Soup gosta de sair em um clube
chamado Inferno. O Inferno é considerado terreno neutro.
A essa altura, deve ser óbvio para os personagens que
os Legionários (ou os barghests) podem rastreá-los através
do cristal e que eles não podem se livrar dele. Agora que
eles têm um momento para examiná-lo, eles também
podem notar que ele pulsa e pisca quando apontado em uma
determinada direção. Eles podem decidir que isso significa
que está apontando para algo que eles precisam encontrar e
seguir na direção que ele aponta, usando-o como um farol
de orientação. Se o fizerem, eles estão no caminho certo e
devem ser autorizados a prosseguir. Em algum ponto ao longo
de sua rota, eles devem se encontrar com Katrina (veja a
Cena Quatro), que pode dar a eles algumas das informações
de que precisam.
Cena Três A: Se eles seguirem por um atalho
desconhecido, o Narrador deve se sentir à vontade para
colocá-los em duas ou três outras Zonas Instáveis escolhidas
dentre as apresentadas anteriormente neste livro ou para criar
áreas estranhas próprias para confundir os personagens. As
Zonas Instáveis recomendadas para esta parte da aventura
são o Mar dos Sargaços e a Poça da Lembrança Agridoce.
O Mar dos Sargaços deve fornecer a eles um inimigo real
para lutar (Espectros de Sargaço), e a Poça deve fornecer
a eles memórias de seu passado. Se um personagem que
80 O Mar de Sombras
foi feito bobo for colocado dentro da Poça, ele imediatamente
recuperará seus sentidos. Essas áreas devem engoli-los, mesmo
que os personagens estejam viajando em um carro relíquia.
A zona se erguerá para lavar a terra, se necessário, e inundar
temporariamente o carro. Se o Narrador não gostar dessas áreas,
ele pode construir algumas por conta própria, mas nenhuma das
áreas deve ser inerentemente mortal; Cada um deve, no entanto,
causar algum dano ou atraso para os personagens. Depois de dois
deles, os personagens devem se debater no Charco assim que
ouvirem novamente os uivos dos barghests e perceberem que
os Legionários os alcançaram. Esta deve ser uma emocionante
corrida contra o tempo, enquanto eles lutam para se libertar
antes que os soldados cheguem até eles. Nesse ponto, eles serão
capturados e levados para Estígia, onde serão colocados como
escravos e enviados para encontrar a máscara, ou escaparão e
escolherão seguir o cristal ou continuar correndo. De qualquer
forma, eles vão se encontrar com Katrina (Cena Quatro) e ela
pode dar a eles informações que eles não têm.
Cena Três B: Assumindo que os personagens sigam a
direção do cristal, , eles vão pegar um atalho que leva ao lugar
que eles precisam ir. Em um veículo ou caminhando, a estrada
se transforma em uma ponte que se eleva acima das águas
agitadas por centenas de metros. Em forma de um grande arco em
direção ao mar. Uma vez nele, eles perceberão que ele balança
precariamente nos ventos fétidos e seu veículo (ou eles mesmos)
são jogados de um lado para o outro pelos ventos fustigantes.
Se eles estão nadando ou em um barco, seu caminho leva a
uma cachoeira estrondosa, que mergulha em névoas centenas
de metros abaixo. As nuvens que vinham correndo no céu
desapareceram, deixando um céu negro, de certa forma vazio, bem
acima delas. Dentro da escuridão há pequenos pontos de luz como
estrelas, através dos quais espirais de lodo preto esfumaçado se
afastam em direção à superfície do mar. Enquanto eles observam,
um após o outro os pequenos pontos desaparecem. Espectros estão
se reunindo ao redor das nulidades, bloqueando a luz deles com
seus corpos de raios negros e esperando o sinal para atacar em
preparação para o Turbilhão que se aproxima.
Se os personagens tentarem seguir o caminho, seja para a
ponte ou descendo a cachoeira, eles descobrirão que podem fazê-
lo facilmente. A ponte balança e estremece, e em um ponto, tem
uma quebra de cerca de três metros no centro dela, um buraco
que eles terão que pular. Isso pode ser feito por um teste bem
sucedido de Destreza + Condução (dificuldade 8). Se o teste for
bem-sucedido, eles pulam o buraco; se falhar, seu veículo faz parte
do caminho e fica preso no buraco. Eles terão que retirá-lo de
alguma forma ou abandoná-lo. Se o teste for uma falha crítica, o
veículo cai. Os personagens têm um turno para tentar usar Argos
para escapar do veículo em queda antes que ele caia na calçada,
causando 10 dados de dano. Quaisquer aparições levadas a zero
Corpus são imediatamente levadas para o Labirinto, onde passam
por uma Aflição Predatória pela posse do cristal, como se fosse
um Grilhão. Se uma aparição usando Argos, para guiar todo o
grupo através da Tempestade, perder todo o seu Corpus, todo o
grupo sofrerá uma Aflição Predatória. Caso isso ocorra, o cristal
dá às aparições um dado extra para tentar ajudá-las a se livrarem
do Passeio no Pesadelo.
Se Argos foi usado com sucesso, as aparições podem saltar
do veículo e agarrar a ponte, sem sofrer nenhum dano. Aqueles
andando podem usar Destreza + Atletismo (dificuldade 8) para
pular o buraco. Falhas e falhas críticas resultam nos mesmos
problemas que teriam em um veículo, exceto que ficar preso causa
cinco dados de dano ao Corpus da aparição.
Descer a cachoeira não apresenta problemas até encontrar a
saliência que fica na metade do caminho. Novamente, um teste
de Destreza + Condução (dificuldade 8) permite que eles errem a
borda e continuem até a base da queda d’água. Uma falha indica
que eles rasparam seu veículo, abrindo um buraco nele. Começa
a afundar quando chegam a base e deve ser remendado de alguma
forma. Uma falha crítica significa que eles batem na borda, levando
10 dados de dano, com os mesmos resultados possíveis acima.
Aqueles nadando podem fazer um teste de Destreza + Esquiva
(dificuldade 7) para desviar da borda. A falha indica que eles se
arranharam, levando 5 dados de dano; uma falha crítica indica 10
dados de dano e uma possível Aflição. Em qualquer caso, se uma
aparição ou aparições devem passar por uma Aflição Predatória
e conseguir manter a posse do cristal, todos eles recuperam seu
nível de Vigor em pontos de Corpus no final e são transportados
de volta de onde saíram.
Se a Aflição for bem-sucedida, os personagens perdem o
cristal, mas são enviados de volta ao local de onde foram retirados
e recuperam seu nível de Vigor em Corpus. Embora isso dificulte
a recuperação da máscara, não torna isso impossível. Eles apenas
terão que encontrar métodos alternativos para localizá-lo e obter
controle sobre ele.
Se os personagens parecerem relutantes em se comprometer,
o latido de barghests à distância pode convencê-los a tomar uma
decisão.
Em algum momento ao longo de sua jornada, depois de superar
o obstáculo, eles podem se encontrar com Katrina, que pode lhes
dar informações importantes.
Cena Três C: Ir para Estígia é o caminho mais fácil que os
personagens podem tomar. Há uma estrada plana e reta que leva
direto para a cidade. Se eles usarem um mínimo de bom senso e
tentarem entrar com várias outras aparições ou tentarem se disfarçar
(especialmente se algum deles tiver marcas Estígias), eles devem
ser capazes de passar pelo exterior levemente guardado e entrar
na cidade.
Estígia é um complexo proibido, um labirinto de edifícios
metálicos brilhantes como espelho e ruas cercadas por um paredão
e um oceano de fantasmas acorrentados e gritantes. Longas filas de
aparições encoleiradas e acorrentadas movem-se lentamente em
direção às câmaras onde aguardam "processamento". Às vezes, a
fila espera anos ou décadas. Suspiros e gemidos competem com o
retinir de martelos e silvos das forjas onde aparições são fundidas
em itens úteis e artefatos. O ar é pesado com o cheiro de cinzas e a
sensação de graxa. Pedaços de cabelo e fuligem flutuam no
ar e pousam nos personagens, poluindo-os com o cheiro.
Patrulhas de Legionários se movem pela cidade e aparições
livres correm de um lugar para outro nos becos mais escuros.
Em alguns desses caminhos mais sombrios, os escravagistas
ficam à espreita de aparições incautas que podem capturar
e vender como escravos. Grandes trens passam, lotado de
aparições com destino a lugares distantes. Enormes navios
cruzadores de aço cortam o porto, deixando almas gritando
e esmagadas em seu rastro.
Uma vez dentro da cidade, os personagens podem
se esgueirar, desviando das patrulhas e tentar descobrir
o que está acontecendo. Se eles têm contatos ou aliados
em Estígia com quem desejam se encontrar, devem ser
capazes de fazê-lo com pouca dificuldade. Qualquer uma
das patrulhas do Senhor Sorridente que eles ouvem estão
discutindo o roubo da máscara do Senhor da Morte.
Algumas pessoas podem dizer aos personagens que eles são
suspeitos do roubo. Cartazes com suas fotos e nomes estão
circulando por toda a cidade e uma grande recompensa é
oferecida por informações que levem à sua captura. Katrina
(Cena Quatro) pode dizer aos personagens que eles estão
sendo procurados pelo roubo. Ela, como a maioria dos
outros, acredita que eles apenas roubaram algum artefato
menor que parece um cristal negro. Se for informada das
circunstâncias reais, ela pode sugerir que eles tentem
encontrar Soup limpar a barra deles. Ela menciona que
ele costuma passar no Inferno. Se o Narrador preferir
usar alguém que não seja Katrina, essa pessoa pode dar
aos personagens as informações que eles precisam tão
facilmente quanto Katrina poderia. Claro, Katrina não
vai tentar atrasar os personagens enquanto ela os entrega
pela recompensa...
Eventualmente, os personagens serão rastreados por
soldados ou entregues por pessoas de baixa renda. Se eles se
entregam, não recebem recompensa, são presos e enviados
para recuperar a máscara. Agora, no entanto, dois grupos
diferentes de Legionários estão caçando-os. O primeiro
grupo, aqueles que estão em seu rastro desde o início,
pertence ao Senhor Sorridente. O segundo grupo é leal à
Dama Risonha, que decidiu que precisa devolver a máscara.
Ela quer fazer parecer que ajudou o Senhor Sorridente
ao invés implicar. Ela faz com que seus soldados tentem
capturar os personagens também. Se for bem-sucedida,
eles estarão na mesma situação que estão com o Senhor
Sorridente, exceto que eles terão que trazer a máscara de
volta para a Dama Risonha, que então vai querer destruir os
personagens para impedi-los de espalhar quaisquer rumores
que possam ouvir sobre seu envolvimento no roubo.
Supondo que os personagens tomem medidas para
escapar, eles agora podem ir para o Inferno para encontrar
Soup.
Cena Quatro D: Se os personagens se dirigem ao
Capítulo Quatro: À Deriva No Mar de Sombras 81
 Inferno para encontrar Soup, eles estão indo na direção certa.
Em algum lugar ao longo do caminho, eles devem se encontrar
com Katrina, que pode dizer por que eles estão sendo caçados
(veja a Cena Quatro). Se eles já estão indo para o Inferno,
ela não sugere que eles vão lá, mas diz a eles que viu Soup lá
apenas cerca de uma hora atrás.
Cena Quatro: Encontro com Katrina
Katrina é uma aparição pequena, de aparência triste,
com olhos castanhos, cabelos na altura dos ombros. Ela fala
devagar e pensativamente. Se as aparições estiverem dirigindo
em um veículo, ela os adverte para serem muito cuidadosos e
tomarem cuidado com motoristas bêbados. Embora ela seja
um pouco louca, ela é uma alma gentil e leal a seus amigos.
Onde quer que isso aconteça, Katrina pode dizer aos
personagens que roubaram um cristal do Senhor Sorridente,
algum tipo de artefato menor. Ela explica que eles são suspeitos
do crime e que suas imagens estão sendo distribuídas por toda
a Estígia e para todas as patrulhas. Se eles confidenciarem
a ela o que realmente aconteceu e ainda não pensaram em
procurar Soup, ela pode encaminhá-los para o Inferno, um
clube onde ele às vezes vai.
Não devem ser nenhuma ação além de falar na cena;
Katrina não deseja prejudicar os personagens e eles não devem
querer machucá-la.
82 O Mar de Sombras
Ato II: Recuperando a Máscara
Cena Cinco: Os Espectros Atacam
Uma vez que saibam para onde precisam ir, os personagens
podem fazer um teste de Orientação para encontrar o atalho
correto para chegar ao clube. Enquanto eles se movem pelo atalho
secundário, o céu acima estala com relâmpagos e nuvens escuras
e pesadas se movem como se estivessem correndo umas contra as
outras. Gritos estridentes vêm das nuvens enquanto uma horda
de Espectros desce sobre o grupo. Estes são Vultos, e há um Vulto
para cada personagem presente mais dois extras. Seu primeiro
alvo é o cristal. Vários se aglomeram ao redor de quem tem o
cristal e tentam arrancá-lo da aparição. Se eles conseguirem,
eles começam a voar para longe, mas voltam quando o cristal
reaparece na mão da aparição. Seu próximo ataque é destruir
os personagens para que eles possam pegar o cristal. Se eles
conseguirem levar os personagens a zero Corpus, as aparições são
arrastadas para uma Aflição com o cristal como alvo.
Se a Aflição for bem-sucedida, os personagens perdem o
cristal, mas são enviados de volta ao local de onde foram retirados
e recuperam seu nível de Vigor em Corpus. Embora isso dificulte
a recuperação da máscara, não torna isso impossível. Eles apenas
terão que encontrar métodos alternativos para localizá-lo e obter
controle sobre ele.
 Uma vez que eles tenham derrotado os Espectros ou
sobrevivido à Aflição, eles podem seguir para o Inferno. Se
necessário, especialmente se eles perderem o cristal, o Narrador
deve lembrar aos jogadores que seus personagens são procurados
pela Hierarquia. É improvável que o Senhor Sorridente descanse
até que ele recupere sua máscara, então seria melhor se os
personagens tentassem recuperá-la para ele limpar seus nomes.
Caso contrário, sua existência continuada está em séria dúvida.
O atalho que leva ao Inferno é bastante simples. Depois de
seguir uma estrada por cerca de duas horas através do Mar Sem
Sol, ela leva a uma colina de grama. Na parte de baixo do morro
há um rio e uma estrada de terra que entra em uma área de mata e
serpenteia por ela até chegar ao clube. A floresta é escura e sombria.
Parece ser feito de árvores negras que têm forma perene. Os galhos
se inclinam para baixo, tocando a estrada e mergulhando no rio.
Muitas entidades plásmicas, especialmente os Delírios, moram aqui.
Alguns dos Lendários também moram aqui, e muitas vezes colocam
bloqueios nas estradas ou barreiras nos rios e cobram pedágios para
passar. Eles aceitam relíquias ou Pathos como pagamento.
Cena Seis: Bloqueio
Conforme os personagens viajam em direção ao clube, eles se
deparam com uma dessas barreiras guarnecidas por quatro criaturas
do tipo centauro. Eles querem algum tipo de pagamento para deixar
as aparições passarem. Se alguma aparição estiver olhando ao redor
para ver se os centauros têm reforços escondidos por perto, um
teste bem-sucedido de Percepção + Prontidão permite que eles
localizem vários outros escondidos entre as árvores. Provavelmente
é melhor apenas pagar o pedágio. Os centauros irão originalmente
pedir quatro pontos de Pathos (um para cada um deles), mas eles
podem ser convencidos a aceitar um ponto de Pathos (com uma
boa interpretação de uma sessão de barganha acalorada) ou uma
relíquia menor. Se os personagens os ameaçarem ou ferirem, no
entanto, eles e seus sete amigos atacam.
Entidades Plásmicas, Lendários (11)
Físicos: Força 4, Destreza 4, Vigor 4
Sociais: Carisma 2, Manipulação 2, Aparência 2
Mentais: Percepção 4, Inteligência 3, Raciocínio 3
Habilidades: Briga 3, Intimidação 2, Prontidão 4,
Rastreio 4
Arcanoi: Argos 3 e também Lamúria 3, Modelar 3,
Insulto 3 ou Usura 3
Força de Vontade: 7
Pathos: 6
Angústia: N/A
Corpus: 7
Equipamento: Nenhum
Uma vez que os centauros tenham alcançado seu objetivo
(receberam Pathos ou uma relíquia), eles interrompem o confronto
e fogem. Cada centauro tentará obter algo dos personagens. Mesmo
Uma Nota Especial: Se os personagens
vierem ao clube como cativos, usando coleiras
e acompanhados por um ou dois Legionários,
a recepção será bem menos amigável. Os
guardas tentarão atrasá-los o suficiente para
consultar Sandy, e se eles puderem entrar,
assim que Soup os vir, ele fugirá. O Narrador
terá que executar uma cena de perseguição,
e os personagens terão que forçar Soup a
contar a eles o que ele sabe Ele não fará isso
a menos que seja concedido anistia pelo(s)
Legionário(s).
se os personagens vencerem, eles devem estar bastante
esgotados ao final da luta.
No entanto, se os personagens estiverem dispostos
a lidar com o centauro e pensarem em pedir ajuda às
criaturas, os Lendários se oferecerão para alertá-los de
qualquer perseguição, para que os personagens estejam
avisados de que alguém está atrás deles.
Cena Sete: O Inferno
Depois de passarem pelo bloqueio, eles podem chegar
ao clube em questão de minutos. É um pequeno prédio que
parece um velho honkytonk de beira de estrada. Várias
aparições com armas estão do lado de fora do clube e muitos
veículos estão parados ao lado do prédio. O Inferno é um
clube onde qualquer pessoa pode entrar e conversar, ouvir
música ou fazer negócios sem interferência — se puder
encontrar sua localização. Não importa se a clientela é da
Hierarquia, Renegados, Hereges ou independentes, eles
são bem-vindos desde que deixem as outras facções em
paz, não causem problemas e concordem em patrulhar o
exterior e proteger o clube de Espectros e outros habitantes
perigosos da Tempestade. O clube é administrado por uma
aparição independente chamada Sandy Wong. Algumas
aparições acreditam que Sandy é na verdade uma espiã do
Reino Sombrio de Jade, embora ninguém tenha conseguido
provar nada.
Quando os personagens chegam, uma chuva forte e
negra está caindo, fazendo com que o exterior do clube
pareça mais dilapidado do que nunca. A lama preta espreme
sob os pés enquanto os personagens caminham até a porta.
Nenhum dos guardas incomodam eles. Música rock toca
quando a porta é aberta. O interior do clube é um pouco
escuro; várias aparições sentam-se curvados sobre as mesas
e conversam. Sandy vai e volta do bar para várias mesas,
parando para conversar por um momento, depois seguindo
em frente.
Eles podem ver Soup sentado sozinho em uma
mesa do outro lado da sala. Se eles tentarem atacá-lo, os
Capítulo Quatro: À Deriva No Mar de Sombras 83
 personagens serão atacados por todas as outras aparições na
sala e escoltados para fora do local. Se eles se aproximarem
silenciosamente, Soup vai vê-los e acenar para eles como se
ele fosse o melhor amigo deles e não os tivesse colocado no
inferno. Se eles contarem a ele sobre todos os seus problemas
ou o acusarem de incriminá-los, ele parecerá genuinamente
surpreso e magoado. Ele explicará que achava que os
Legionários perceberiam que os personagens não tinham
nada a ver com isso, mas fazê-los explicar as coisas levaria
tempo suficiente para ele escapar na Tempestade. Ele diz
a eles como eles podem se livrar do cristal — eles devem
dá-lo livremente, e a pessoa a quem eles dão deve aceitá-lo
voluntariamente — mas diz a eles que ele pode ser usado
para localizar a máscara.
Soup explica por que todo mundo está atrás deles (se
eles ainda não descobriram o porquê). Ele foi contratado para
roubar a máscara do Senhor Sorridente por alguém chamado
Revel, que é o líder de um reino das Costas Distantes
conhecida como País do Veraneio. Ele se recusa a pegar o
cristal de volta, dizendo que está fora disso neste momento.
Se algum dos personagens estiver severamente esgotado,
Soup oferece alguns pontos de Pathos para reabastece-los ou
para curar alguns pontos de dano ao seu Corpus, desde que
eles o deixem ir. Ele sugere que, se eles quiserem limpar seus
nomes, devem ir ao País do Veraneio e recuperar a Máscara.
Ao ouvir a discussão, outra aparição chega à mesa dos
personagens e se apresenta como Burgess. Burgess é um
centurião macilento. Burgess diz aos personagens que eles
devem recuperar a máscara do Senhor da Morte e explica
que ela permite que o Senhor da Morte guie e controle
as emoções e crenças daqueles sob seu comando (suas
legiões, subordinados e escravos) para ajudar a combater os
Turbilhões. Ele explica que a perda da máscara do Senhor da
Morte significa que um sétimo das defesas normais de Estígia
já era ou estão inoperantes e isso permitirá que o Turbilhão e
os Espectros que andam dentro do Turbilhão entrem no reino.
Ele acrescenta que se Estígia cair, é bem provável que todo o
resto dos reinos e Necrópoles também afundem, arrastando
todos para o Esquecimento.
Neste ponto, se os personagens combinaram com os
centauros, eles ouvem buzinas sendo tocadas, avisando que
alguém está a caminho. Se eles não combinaram, de repente
eles ouvem brigas vindo de fora enquanto os Legionários
quebram a neutralidade e atacam os guardas para entrar
no clube. Sandy pede aos personagens que saiam. Se não o
fizerem, as outras aparições deixam claro que vão jogá-los
para os Legionários. Se eles concordam em ir, Sandy os leva
pelos fundos. Enquanto os guardas mantêm os Legionários
ocupados, eles chegam ao seu veículo (se tiverem um) e saem,
usando o cristal como guia para a rota que precisam seguir.
Se perguntado, Soup diz a eles que ele entrou no
palácio do Senhor da Morte enquanto o Senhor da Morte
estava dormindo disfarçando-se de Legionário. Uma vez
84 O Mar de Sombras
lá, ele usou Modelar para mudar seu rosto para se parecer com
o Senhor Sorridente, serviu-se da máscara, roubou algumas
roupas relíquias que pertenciam a ele e saiu. Nenhum guarda
o deteve porque nunca o olharam de perto. Sendo um ladrão
honesto, mais interessado em sua capacidade de fazer algo do
que em obter o máximo de riqueza ou poder, ele viajou para um
local de encontro pré-arranjado onde se encontrou com Revel e
entregou a máscara a ele. Revel pagou a ele o preço combinado
e foi embora. Foi quando ele descobriu que o cristal havia se
grudado nele. Dentro de momentos, ele estava sendo perseguido
por Legionários liderados por bandos de barghests. Ele fugiu para
as Terras das Sombras. Enquanto estava lá, ele se lembrou de
um velho boato sobre alertas que alguns dos Senhores da Morte
colocam em sua propriedade, então ele localizou os personagens e
deu a eles o cristal. Se eles tiverem alguma dúvida, ele pode dizer
a eles que ninguém jamais será capaz de surpreender a casa de
um Senhor da Morte de tal maneira novamente. Audácia como
essa só funciona uma vez (se funcionar em todas).
Cena Oito: Encontro com o Barqueiro
Sempre que o grupo vira na estrada em direção ao País do
Veraneio, eles percebem um pequeno barco com uma lanterna
acesa enganchada na proa. A embarcação balança suavemente
quando uma figura vestida e encapuzada sai dela e entra em
seu caminho. Ele levanta a mão para eles pararem. Todos os
personagens devem reconhecer um dos enigmáticos Barqueiros.
Se eles param, ele pergunta se pode falar com eles por um
momento. Se eles concordarem, ele lhes diz o seguinte:
Um Turbilhão está a caminho. Porque a máscara do Senhor
Sorridente foi tomada, enfraquecendo assim seu poder de obrigar
a crença de seus asseclas, os Espectros e quaisquer Malfeanos que
eles servem decidiram fazer um ataque preventivo para tentar
destruir Estígia e os outros reinos do Mundo Inferior. É bem
possível que eles tenham sucesso, a menos que a máscara seja
devolvida ao seu devido proprietário. É possível que Estígia seja
capaz de resistir ao ataque, mas no passado, toda a sua força foi
necessária para desviar a fúria do Turbilhão. Também é possível
que Estígia seja destruída, mas outros reinos podem sobreviver.
Se Estígia cair, a sobrevivência de outros reinos é questionável
na melhor das hipóteses. De qualquer forma, é a escolha do grupo
se eles vão recuperar a máscara e devolvê-la, se eles vão deixar
aquele que agora a tem de ficar com ela ou se eles vão tentar
reivindicá-la para si mesmos. O Barqueiro diz a eles que confundiu
a estrada para que seus perseguidores fiquem confusos e os percam
de vista. O que quer que eles decidam depende inteiramente
deles; no entanto, ele não aceitará o cristal se for oferecido a
ele. Nem ele vai levar os personagens para o País do Veraneio.
Ele os adverte de que devem manter em mente os contos
da carochinha sobre as terras das fadas ao visitarem o País do
Veraneio e não se permitirem ficar presos lá. Ele acrescenta que,
à medida que o Turbilhão se desenvolve, muitos atalhos serão
fechados e diz a eles para pensarem em um caminho em espiral
para casa. Sem explicar essas declarações enigmáticas, ele então
volta para seu barco e se afasta lentamente.
Se eles optarem por não parar e ouvi-lo, ele não os forçará
a fazê-lo. Ele simplesmente volta para o barco e vai embora. Eles
provavelmente perceberão, no entanto, que logo após essa reunião,
os sons de seus perseguidores desaparecem e morrem.
Cena Nove: Para o País do Veraneio
Com o som diminuindo dos barghests uivando em seu rastro
à distância e as luzes dos cruzadores Estígios cortando as águas em
busca deles se movendo cada vez mais longe, os personagens podem
seguir o pulsar do Cristal em um atalho que vai para o País do
Veraneio. A passagem parece ser uma estrada enluarada iluminada
por uma lua cheia (na verdade lançada por uma grande nulidade)
que brilha na água. Se eles estão nadando ou em um barco, o canal
é simplesmente uma passagem mais quente e iluminada pela lua;
se eles estão andando ou em um veículo, embora pareça aguado, a
estrada iluminada pela lua é bastante sólida. Estende-se em direção
ao horizonte. Ondas fortes e ventos uivantes ocasionalmente
a cortam em pedaços e as nuvens que passam na frente da lua
tornam a estrada insubstancial por um momento. Sempre que
isso acontecer, todas as aparições devem fazer testes de Força de
Vontade ou começam a afundar no mar. Aqueles que tiverem
sucesso podem resgatar seus amigos azarados.
Após cerca de uma hora de viagem, uma ilha verde
aparece à frente. Árvores e grama cobrem a ilha e uma bela
cachoeira desce um penhasco em uma piscina cintilante.
O cheiro de grama verde e madressilva perfuma o ar. A
luz do sol aquece a cena. Aparições em roupas coloridas,
com flores em seus cabelos, dançam e brincam na praia.
Enormes cachos de uvas, braçadas de maçãs brilhantes e
nozes marrons estão sendo colhidas por aqueles que não
dançam. A música celta enche o ar. Todos parecem estar
se dirigindo para uma abertura na encosta verde. Parece
uma cena de alguma fantasia medieval da terra das fadas.
Quando os personagens chegam ao País do Veraneio,
eles saem da tempestade pela primeira vez na aventura.
As aparições na praia os saúdam com vozes melódicas,
chamando-os para se juntarem ao banquete. Os cervos
se aproximam e acariciam as mãos dos personagens e os
pássaros pousam em seus ombros. Ao redor deles, lindas
e sorridentes aparições os convidam a dançar ou ajudar a
colher frutas ou ir se encontrar com o rei élfico, Revel, o
Senhor do Desgoverno. Embora a tempestade abrace com
intensidade cada vez maior ao redor de sua ilha, os seres
na ilha parecem não saber disso. Roupas finas são trazidas
e os personagens são incitados a vesti-las.
Capítulo Quatro: À Deriva No Mar de Sombras 85
 Eles provavelmente irão para a abertura na encosta.
Um caminho em espiral, iluminado por lâmpadas de vidro
mantendo milhares de vaga-lumes, desce até um grande salão
de festas, onde estão montadas mesas que rangem de comida.
Bandeiras brilhantes estão penduradas no teto. A música sai
de vários pequenos grupos que tocam dentro de nichos que
se alinham no caminho para baixo. Cheiros maravilhosos
de alimentos ricos e perfume inebriante emanam de
baixo. Dezenas de aparições sentam-se nas mesas, rindo,
conversando, comendo e bebendo. Na mesa alta está sentado
um homem bonito, louro e com orelhas pontudas. Ele está
vestido com o traje mais elaborado que eles já viram, com
uma camiseta branca bufante, uma túnica de veludo verde
com mangas compridas e marcadas, calça laranja e botas
marrons na altura do joelho. Ele usa uma coroa de ouro na
cabeça e carrega uma espada pendurada no cinto. Pendurado
atrás dele na parede de tapeçaria está um escudo com um par
de lanças cruzadas. Não há máscara em evidência.
Ao entrar, eles são recebidos por Revel, que pergunta
se eles vieram se juntar a ele. Pelo que viram do paraíso
aparente, eles podem ser tentados. É realmente decisão deles
o que eles fazem, mas antes que eles decidam de uma forma
ou de outra, dê a cada personagem a chance de perceber o
cansaço e a tristeza nos olhos dos habitantes. Sua aparência
é quase, mas não totalmente, coberta por suas expressões de
alegria e contentamento. Os personagens devem fazer um
teste de Percepção + Prontidão (dificuldade 8) para perceber
isso. Se tiverem sucesso, começarão a perceber que toda a
folia parece um pouco forçada e empolada, como se muitos
deles estivessem atuando em um drama sem saber quais são
suas falas.
Revel pedirá uma bebida de boas-vindas e taças de vinho
perfumado são dadas aos personagens. Revel pede que todos
bebam ao País do Veraneio. Neste ponto, os personagens
devem se lembrar das advertências do Barqueiro. Assim como
em todos os contos antigos, se eles comerem ou beberem
qualquer coisa enquanto estiverem no País do Veraneio,
ficarão presos lá e não poderão sair. Eles passarão o resto de
sua existência em folia forçada, esquecendo seus Grilhões e
Paixões no sol sem fim e na abundância do País do Veraneio,
onde todos os cuidados são deixados de lado. A menos que
sejam resgatados, eles permanecerão lá para sempre (ou
enquanto o País do Veraneio resistir ao Turbilhão). Cada
personagem deve fazer um teste de Inteligência + História
das Fadas (se tiver) (dificuldade 6) ou Ocultismo (dificuldade
7) ou Etiqueta, se não tiver História das Fadas ou Ocultismo,
(dificuldade 8) para descobrir que não deve comer nem beber
nada. Por outro lado, a recusa direta é um terrível insulto
ao anfitrião e pode fazer com que as aparições reunidas ao
redor deles os ataquem. É melhor que repitam o brinde e
reconheçam o sentimento, mas não bebam o vinho. Este,
é claro, é o momento perfeito para suas Sombras realmente
agirem e causarem todo tipo de problema.
86 O Mar de Sombras
Após o brinde, eles são convidados a sentar na mesa
principal com Revel, que quer saber por que eles vieram para
o País do Veraneio. A eles são oferecidos todos os alimentos
deliciosos imagináveis, e é claro que o sabor seria maravilhoso.
Se eles apenas provarem o menor pedaço, eles experimentarão
um arrebatamento que lhes foi negado desde suas mortes. Claro,
esta é apenas mais uma tentativa de prendê-los. As aparições que
realmente sentem falta das experiências de seus dias de vida serão
muito tentadas, no entanto, e podem precisar fazer um teste de
Força de Vontade (ou até mesmo gastar um ponto) para negar
a si mesmos.
Se as aparições com o cristal tentarem usá-lo para identificar
a localização da máscara, o cristal indicará o escudo atrás do trono
de Revel. A máscara está pendurada na parede abaixo do escudo
e está escondida por ele.
Eles podem conversar com Revel sobre a máscara, dizendo a
verdade sobre o motivo de estarem lá ou podem tentar mentir e
esperar poder distrair ele e sua corte mais tarde, tempo suficiente
para roubar a máscara e fugir. Qualquer que seja o plano que eles
queiram tentar, o Narrador terá que ajustar o cenário para levar
tudo em consideração. Revel não percebe que um Turbilhão está
se formando, nem sabe que efeito a perda da máscara terá. Ele
odeia Estígia, mas um argumento muito persuasivo que aponta
que seu próprio reino pode ser destruído por um Turbilhão pode
levá-lo a devolver a máscara.
Qualquer tentativa de tirar a máscara à força resultará em
uma grande briga. Os personagens acabarão perdendo; derrubado
por números absolutos. Revel também possui um florete feito de
aço Estígio, com o qual ele é bastante proficiente. Os personagens
podem ser mortos, ou podem ser vencidos e jogados nas cavernas
mais abaixo, onde devem lutar contra horríveis anões e trolls
semelhantes a Espectros para sobreviver. As passagens abaixo são
escuras e serpenteiam em labirintos confusos. A única saída real
é a aparição se suicidar, no sentido de perder deliberadamente
todo o seu Corpus para que os Espectros apareçam e a levem para
o Labirinto para uma Aflição Destrutiva. Se ela sobreviver, ela se
encontrará de volta em um de seus Grilhões e recuperará tantos
níveis de Corpus quanto seu Vigor.
Se alguns deles tentarem roubar a máscara enquanto outros
desviarem a atenção da corte, o Narrador terá que decidir o
sucesso do desvio que eles criarão e se algum guarda será deixado
no salão de banquetes. As diversões podem variar de desafios a
apresentações improvisadas de música ou peças de teatro. Na
verdade, as aparições do País do Veraneio estão terrivelmente
entediadas e podem ser induzidas a assistir a quase qualquer tipo
de espetáculo na tentativa de se entreter. Os personagens podem
até desafiar Revel pela posse da máscara, participando de duelos,
concursos de dança, jogos de charadas ou qualquer outra coisa
que pareça apropriada.
A máscara em si é bastante leve, mas grande à maneira das
máscaras de drama gregas antigas. Quando tirada pela primeira
vez, parece ser feita de aço Estígio e tem uma caveira de metal
prateado estampada nela (o "sorriso" do Senhor Sorridente). A
máscara muda constantemente; primeiro assumindo o aspecto de
um velho grisalho, depois parecendo o rosto alegre de uma jovem.
Tem aspectos monstruosos também; nem dois aspectos são os
mesmos. Da mesma forma, parece mudar do que é feito, primeiro
tornando-se madeira incrustada, depois alterando-se para jade
ou coral, depois tornando-se ouro brilhante e polido. As únicas
constantes parecem ser seu tamanho e massa relativa.

Ato III: Retorno

Cena Dez: O Caminho está Fechado
Uma vez que as aparições tenham a máscara, independentemente
de como a adquirirem, elas precisarão deixar o País do Veraneio. A
máscara ficará ligada a um personagem que não possui o cristal. Ele
faz sua própria escolha sobre qual personagem deve carregá-lo. O
Narrador deve escolher um personagem que não teve muito o que
fazer ou que seja mais quieto que os outros para ser o destinatário,
para que o jogador possa ficar algum tempo sob os holofotes.
Quando eles se aproximam da costa, voltando para pegar seu
veículo ou se preparando para sair do reino, eles podem ver que
ventos com força de furacão e ondas do tamanho de tsunamis estão
quebrando na costa. Folhas de chuva gordurosa, impregnadas com
o cheiro de sepulcro da morte, caem perto da costa. Não há sinal
de passagem. Orientação não encontra atalhos para o temporal,
nem qualquer outro poder de Argos parece funcionar. Eles também
não podem viajar para seus Locais Assombrados ou Grilhões, pois
todas as estradas e canais foram cortados ou destruídos pela fúria
crescente do Turbilhão.
Qualquer aparição que for bem-sucedida em um teste de
Percepção + Prontidão (dificuldade 6) percebe um vislumbre de
luz perto da borda da praia. Se eles investigarem, eles encontram
uma lanterna acesa do tipo que o Barqueiro carrega. Embora treme
um pouco, o vento não o apaga e a chuva não o extingue. Um
pergaminho enrolado está enfiado em uma das travessas de ferro.
Ele diz: "Lembre-se do caminho em espiral".
Se alguma aparição tiver Cultura das Aparições ou História
do Mundo Inferior ou puder fazer um teste bem-sucedido de
Inteligência + Enigmas ou Ocultismo (dificuldade 7), ela pode se
lembrar de que Caronte costumava utilizar o Labirinto para viajar
quando todos os outros caminhos estavam fechados. Ele desceu
pela Escada Venosa, que está localizada perto de Estígia. Cabe
às aparições decidir se querem tentar chegar à Estígia através do
Labirinto.
Este deve ser um pensamento aterrorizante. Não há garantia
de que qualquer um deles vai passar. Nas profundezas sem luz,
eles podem encontrar o fim mais horrível que as aparições podem
imaginar — e eles irão, a menos que todos trabalhem juntos.
Enquanto eles contemplam se devem ou não o fazer, a água ao
largo da costa começa a se agitar em um enorme redemoinho.
Gritos horríveis de terror e angústia emanam das profundezas
do redemoinho, e figuras de raios-negros com olhos vermelhos
brilhantes podem ser vistas cavalgando as espirais das profundezas

Capítulo Quatro: À Deriva No Mar de Sombras 87

 abaixo para a superfície. Ao som de um gongo profundo e
ressonante, ecoando pelo ar de todas as direções — os gongos que
avisam que um Grande Turbilhão está a caminho.
Se os personagens hesitarem, verão que o redemoinho começa
a diminuir, fechando-se e movendo-se para o mar. Eles têm uma
chance de entrar nele antes que se feche e desapareça. Se eles
deixarem de pegar a luz do Barqueiro, a única iluminação que
eles têm no Labirinto é aquela fornecida pelos olhos vermelhos e
brilhantes dos Espectros. Os Espectros imediatamente atacam as
apariçoes que não estão protegidas pela luz ou por um poder de
Castigar que os mantém afastados. Os personagens são sugados
para o coração do redemoinho e deixados em um lugar cavernoso
com milhares de túneis, escadas e aberturas escuras saindo dele.
Eles cobrem o chão, paredes e teto. Os Espectros estão em cada
caminho. As Sombras dos personagens começam a sussurrar para
eles que ceder é muito mais fácil, que juntar-se aos Espectros é
o caminho certo para vencer e prolongar suas existências. Suas
Sombras tentam forçá-los a largar a luz, a se separar, a fugir, a fazer
qualquer coisa além de caminhar bravamente entre os habitantes
do Labirinto, com as lanternas erguidas.
Conforme eles passam pelas fileiras de Espectros, cada
personagem deve fazer um teste de Força de Vontade (dificuldade
7). Se o personagem for bem-sucedido, ele pode viajar ileso pelos
Espectros. Se ela falhar, ela é agarrada por todos os Espectros
próximos a ela. Eles a arrastam para a Aflição. Outros membros
de seu grupo podem optar por ir com a infeliz aparição e tentar
ajudar a salvá-la. Se ela superar a Aflição, ela (e qualquer um que
tenha ido com ela) é devolvida ao grupo.
Se alguém do grupo pensar em usar a máscara, ele deve fazer
um teste de Força de Vontade (dificuldade 9) para controlá-la.
Usar a máscara permite que a aparição imbua seus companheiros
com Força de Vontade de 9, a menos que a sua já seja maior, para
resistir aos Espectros.
Se uma aparição tirar falha crítica no teste, os quatro
Espectros que estão mais próximos a atacam. Ela descobre que
não pode se defender contra eles. Esquivar não funciona e Briga
não ajuda. Seus braços se tornam insubstanciais e não podem
prejudicar os Espectros nem afastar seus ataques. Cada ataque
bem-sucedido de um Espectro arranca uma parte de seu Corpus,
substituindo-o pelo frio Oblívio da não-existência. Se todo o
seu Corpus for perdido dessa maneira, ela sofrerá uma Aflição
Destrutiva. Ela se torna um Espectro se falhar e imediatamente
atiça o membro mais próximo de seu Círculo. A única maneira
de afastar os Espectros é que os outros membros do grupo se
interponham entre os Espectros e sua vítima pretendida e lutem
por ela. Se o fizerem, cada um dos Espectros fará um ataque contra
o(s) defensor(es) e depois se retirará. Seu dano causa apenas um
ponto de dano normal contra um defensor. Os personagens devem
fazer um teste a cada hora. Os Espectros não parecem ser capazes
de tirar a máscara diretamente, embora se eles puderem forçar a
aparição a uma Aflição, eles miram na máscara como uma Presa
para a Aflição. Se o personagem perder a máscara no passeio pelo
pesadelo, ele pode gastar um ponto de Força de Vontade para

88 O Mar de Sombras
perder outra coisa (uma de suas Paixões ou Grilhões). Ela é então
devolvida ao grupo, e os Espectros tentam atacar novamente uma
hora depois.
A aparição pode encontrar seu caminho pelo uso bem-sucedido
da Argos Orientação ou seguindo a chama da lanterna enquanto
ela pisca. Ele se inclina para o caminho correto, mostrando-lhes o
caminho. A viagem dura cinco horas. Grandes estrondos podem
ser ouvidos no céu enquanto o Mundo Inferior está se dilacerando,
e tropas inteiras de Espectros passam voando por eles, indo em
direção a qualquer reino que estejam invadindo. O vento grita pelos
túneis, e o caminho é escorregadio com um líquido que parece ser
uma combinação de sangue e bile. Os Espectros sussurram ameaças
e promessas para eles enquanto passam. O gongo nunca cessa seu
lento badalar.
Cena Onze: Estígia
Depois de cinco horas, todos os Espectros gritam de alegria,
gritando que Estígia caiu. Eles dançam e saltam loucamente,
pegando os personagens das escadas e girando-os loucamente
pelo ar enquanto gritam: "Junte-se a nós! Junte-se a nós! Nós
vencemos!". A luz da lanterna começa a falhar. Este é realmente
o último teste dos personagens. Se eles tentarem fazê-lo e se
recusarem a se juntar aos Espectros, eles podem avançar e começar
a subir a Escada Venosa. À medida que sobem, a luz volta a brilhar.
Quando eles emergem, eles encontram o caminho guardado
por uma Legião inteira aguardando uma invasão de Espectros. Eles
confundem os personagens com Espectros e se movem para atacar.
As aparições terão que desviar o ataque mostrando a máscara ou
gritando para que eles saibam que estão aqui para ajudar Estígia.
Embora os Legionários continuem desconfiados, os personagens
serão escoltados até o palácio do Senhor Sorridente.
O palácio do Senhor da Morte é um castelo de aço sombrio
com gárgulas maliciosas e ameias irregulares. É cercado por um fosso
de sangue fervente, alimentado por bicas que revestem o
telhado. Eles estão armados e blindados com aço Estígio.
Uma vez dentro, eles são levados a uma pequena sala
de audiência, onde uma figura de casaco e encapuzada
está sentada no topo de um trono vermelho-sangue. Eles
podem se aproximar e se ajoelhar, e uma vez que ele lhes
dê permissão para falar, eles podem entregar o cristal e a
máscara para ele. Se eles forem escravos com coleiras neste
momento, o Senhor Sorridente lhes oferecerá posições
dentro de suas forças e ordenará que suas coleiras sejam
removidas. Se eles chegaram tão longe sozinhos, ele os
recompensará com um Artefato menor, cada um por seu
serviço a ele, e oferecerá lugares dentro de suas forças. Se
eles recusarem sua oferta, é melhor fazê-lo graciosamente
e por outras razões que não sua antipatia por Estígia.
Ele então os dispensa, veste sua máscara e se move para
assumir uma posição em defesa de Estígia. Há um terrível
ataque de Espectros e tempestades, e os personagens podem
escolher entre ajudar a combater o Turbilhão ou encontrar
segurança dentro dos muros do palácio do Senhor da Morte.
Estígia vencerá, pois, o retorno da máscara permitiu que
todos os Senhores da Morte coordenassem suas defesas.
Se eles não tivessem devolvido a máscara, Estígia teria
perdido um sétimo das defesas, e a cidade poderia ter
caído. O Turbilhão em si, embora poderoso, se reduz a uma
tempestade menor, tornando-o mais facilmente combatido
e menos prejudicial do que teria sido (de um Turbilhão de
Nível Sete a um Nível Três).
À medida que as névoas negras do Turbilhão se
dissipam, eles podem ver um único Barqueiro parado em
seu barco sem lanterna no porto. Ele acena para eles e
lentamente navega para longe.
Capítulo Quatro: À Deriva No Mar de Sombras 89
 Apêndice:
A Bolsa do Barqueiro
Arcanoi e a Tempestade
uito é dito sobre o Arcanos Argos através
do livro. É o Arcanos que está envolvido
mais diretamente com a Tempestade,
permitindo as aparições viajar através dela
e encontrar seus caminhos de lugar a lugar.
Contudo, não é o único Arcanos que é útil
no Mar de Sombras. Muitos dos poderes
básicos dos Arcanoi são de grande ajuda. Alguns deles são:
Castigar
Este poder é uma das melhores ferramentas disponíveis
para lidar com as Sombras dos personagens e ara manter os
Espectros na baia. Uma das Habilidades básicas é Baluarte, o
qual pode proteger aparições da fúria dos Turbilhões.
Fatalismo
A Presciência do perigo certamente não é uma ferramenta
a ser ridicularizada, especialmente na Tempestade; no
entanto, saber algo sobre o próprio passado ou o papel que
deve desempenhar em uma determinada situação não deve
ser esquecido. Realmente ter tal conhecimento pode ajudar o
personagem confrontar sua Sombra ou superar uma Aflição.
Habitar
Esta Arte permite as aparições reivindicar objetos no
mundo vivo. Quando aqueles objetos são destruídos, eles se
tornam relíquias. Embora não é sugerido como uma forma
de fazer dinheiro ou mesmo prover-se com bens, isso fornece
um meio pelo qual os personagens podem adquirir alguma
ferramenta ou peça de equipamento de que precisam para
manobrar com eficácia ao longo da história.
O Livro dos Arcanoi Perdidos
Existem uns poucos Arcanoi que são de conhecimento
apenas de certos grupos de pessoas. Alguns deles devem ser
impossíveis para os personagens dos jogadores aprender; outros
poderiam ser descobertos durante o jogo ou ensinado a eles
como recompensas especiais por aqueles que conhecem. Os
então chamados Arcanoi Perdidos são os que se seguem:
Argos
Correr a Tempestade
Correr a Tempestade permite uma aparição tentar correr
a frente de um Turbilhão, utilizando os ventos e ondas na
vanguarda de uma tempestade para empurrá-la em um ritmo
acelerado. Embora isso seja tentado apenas por um temerário,
pode ser a única chance que uma aparição tem de escapar de
todos os efeitos da Tempestade se for pego muito longe de
seu Local Assombrado.
Sistema: O jogador deve rolar Vigor + Argos (dificuldade
8). Cada sucesso significa que ela tem conseguido usar o
Turbilhão sem ser prejudicada por ele por uma distância
equivalente a uma hora de viagem (tempo padrão). Se ela
obtém cinco sucessos, a aparição é capaz de usar a força
do Turbilhão quase instantaneamente para seu Local
Assombrado, onde ela pode se preparar para o massacre
da tempestade. Falha indica que a aparição não consegue
se manter a frente, mas começa a escorregar para dentro
do Turbilhão, tomando qualquer dano que a tempestade
cause (veja p. 202 em Aparição: O Limbo). Uma falha
crítica resulta na aparição sendo sugada para o coração do
Apêndice: A Bolsa do Barqueiro 91
 Turbilhão onde ela é instantaneamente destruída e tomada
pelo Esquecimento.
O personagem deve gastar um ponto de Pathos e um pondo
de Força de Vontade para ativar essa Arte.

Local Assombrado Móvel

Este poderoso Arcanos permite aparições criarem Locais
Assombrados Móveis de uma relíquia como um carro, van ou
barco. Em conjunto com Teia Vital (Traçar Filamento),
Local Assombrado Ambulante muda o veículo de uma
relíquia em um Artefato, o que significa que ele não precisa
ser abastecido com Pathos para se mover. Local Assombrado
Móvel tem todas as vantagens de um Local Assombrado normal
(facilitando o uso de Arcanos dentro dele, providenciando
proteção contra Malestroms, etc) e tem a vantagem de ser
capaz de se locomover entre os reinos e as Terras das Sombras
e através da Tempestade. O veículo não é mais forte do que
era originalmente e ainda pode estar sujeito a destruição. As
aparições que utilizam este Arcanos para fazer seus próprios
veículos em Locais Assombrados Móveis não compartilham
seu conhecimento com forasteiros e caçam aqueles que roubam
tal conhecimento.

Castigar
Convocar a Sombra
Com este Arcanos, os Arquiangélicos chamam à tona a
Sombra de uma aparição e forçam num combate contra si. Em
efeito, isso puxa a própria Sombra a dianteira e suprime a psique
da aparição. Então a sombra é atacada pelo Arquiangélico,
que tenta purifica-la machucando-a com o fogo purificador-
de-alma da espada flamejante. Enquanto isso frequentemente
serve para destruir a Sombra, o método geralmente resulta
também na destruição da aparição. Os Arquiangélicos tomam
a alma e usam-na para fazer outras espadas flamejantes. Os
Arquiangélicos não ensinam este Arcanos a outros, mas existem
rumores de Conciliadores poderosos que estão familiarizados
com esse conhecimento.
Sistema: O usuário rola sua Carisma + Castigo (a
dificuldade é os pontos de Angústia permanentes do objeto).
Sucesso significa que o usuário chamou a Sombra e pode entrar
em batalha com ela; falha indica que o usuário é incapaz de
convocar a Sombra. Uma falha crítica quer dizer que o usuário
não consegue discernir a Sombra mesmo dentro da aparição.
Ele se torna objeto de ataque de uma horda de Espectros tão
logo ele deixa as proximidades da aparição que ele tentou
invocar a Sombra.
Isto custa dois pontos de Pathos e um ponto de Força de
Vontade para ser usado.

92 O Mar de Sombras
Fatalismo
Curso Predestinado
Esta Arte permite a aparição olhar seu futuro e escolher
um curso baseado no que ela descobre. Ela é frequentemente
usada (e mal-usada) quando a aparição lida com outros, mas
também é bem útil para encontrar o caminho através da
Tempestade na ausência dos Arcanos Argos. A aparição ainda
pode usar um ponto de Pathos para mudar a direção, mas por
utilizar Curso Predestinado, ela agora sabe a direção de um
atalho e um pouco do que a espera quando ela viaja até lá.
Sistema: A aparição deve rolar Carisma + Fatalismo
(dificuldade 6). Para cada sucesso ela descobre um pedaço a
mais de informação (o caminho de um atalho, aonde o atalho
leva, que criaturas há entre ela e o atalho, o que ela espera
encontrar lá, etc.). Falha significa que ela não aprendeu nada
e uma falha crítica que ela aprende informações falsas (o
caminho errado; se há alguma criatura lá; que ela será atacada
por criaturas, quando, na verdade, não irá, etc.).
O uso dessa Arte custa dois pontos de Pathos (Além do
ponto gasto para mudar a direção).

Lamúria
Canção do Espectro
Essa Arte bizarra permite a aparição gemer e gritar como
um Espectro. Isso pode causar medo em outras aparições
e eles podem acreditar que Espectros estão para atacar,
especialmente se eles apenas ouvirem o som do que ver a
aparição que está fazendo isso. É um horrível grito estridente e
também pode ser usado para enganar brevemente os Espectros
em fazê-los acreditar que a aparição é um deles. Espectros que
acreditam na aparição não irão ataca-la por uma cena.
Sistema: A parição rola Manipulação + Lamúria. A
dificuldade para enganar Vultos é 7, para Replicantes a
dificuldade é 8 e para Talha-Nervos e Malfeanos a dificuldade
é 9. É apenas efetivo por um curto espaço de tempo, assim
como há outras pistas que a aparição não é um Espectro. Ela
não irradia os raios negros do Esquecimento e ela brilha com
Pathos. Após a avaliação inicial do personagem com base em
sua canção, os Espectros perceberão que foram enganados. É
aconselhado a aparição usar a canção para ganhar tempo de
fugir da área.
A Arte custa 2 pontos de Patos para ser usada.

Apêndice: A Bolsa do Barqueiro 93

 Modelar
Cravar
Essencialmente, esta é uma variação de Belicismo
(também uma perícia de Modelar ). Ela permite uma
aparição cravar objetos em seu Corpus que pode ser usado
como arma para aumentar o dano em combate. Uma vez
grudado, os objetos estão permanentemente fixados a aparição,
a menos que Modelar seja usada para remove-los. As coisas
que são cravadas devem ter substância no Mundo Inferior
(relíquias, plasma ou Artefatos) e devem ser capazes de ferir
aparições (tal como espadas, facas, etc.). Se os itens são
feitos de aço Estígio), eles podem infligir dano agravado em
uma aparição e aumentar o dano da aparição em um ataque
bem-sucedido em um dado. Esse Arcanos é mais usado por
Espectros, especialmente por aqueles que vivem no Mar de
Cacos de Vidro e cravam lascas de aço Estígio em seus corpos.
Sistema: A aparição deve rolar Vigor + Modelar
(dificuldade é Força + 2). Cada sucesso permite a aparição
cravar um pequeno objeto em seu Corpus. Falha indica que
a aparição causou danos a si mesmo com o objeto do que
incorporá-lo, causando uma temporária perda de Força + 2
níveis de Corpus. Uma falha crítica significa que ela causou
a si Força + 2 pontos de dano agravado.

Artefatos e Relíquias
Bússola da Tempestade
ma Bússola da Tempestade é útil
para encontrar o melhor caminho
na Tempestade. Apesar da maioria
das aparições utilizarem os atalhos
para viajar pela Tempestade, elas são
ocasionalmente cortadas ou as aparições
são desviados deles. Algumas Zonas
Instáveis se aproximam de aparições e os confundem de modo
que não saibam mais em que direção estão indo. Em todas estas
instâncias, uma Bússola da Tempestade fornece um guia para
encontrar o caminho de volta para o local que eles precisam
estar ou realocando o atalho. Usando a Bússola da Tempestade
com Orientação, para realocar uma posição adequada, reduz
o tempo que normalmente levaria pela metade e impede que
a aparição avance na direção errada se ela falhar. As Bússolas
da Tempestade não são raras como os Coletes Salva-vidas,
mas custam tanto quanto uma relíquia rara. As Bússolas da
Tempestade são estranhamente suscetíveis a Turbilhões e
tendem a enlouquecer sempre que um deles está se formando

94 O Mar de Sombras
nas proximidades. Há rumores que os barcos dos Barqueiros têm
Bússolas da Tempestade acoplados nelas e que essas bússolas
não são afetadas pela interferência do Turbilhão.
Colete Salva-Vidas
Este Artefato útil é um item de uso único, mas pode salvar
uma aparição da destruição. Se uma aparição usa um Colete
Salva-Vidas, ela pode evitar perder seu último ponto de Corpus
por uma cena. Essencialmente, o Colete Salva-Vidas mantém
a aparição unida por tempo suficiente para permitir que ela
tente escapar ou realizar alguma outra ação para evitar que vá
a Corpus zero e tenha que passar por uma Aflição Destrutiva.
No entanto, ela está em um ponto de Corpus e é altamente
vulnerável. Se ela não mudou significativamente suas opções
dentro de dez minutos após ter ativado o Colete Salva-Vidas,
suas reservas de energia acabam e ela se desfaz em pó. O Colete
Salva-Vidas não precisa ser um colete real e não é o colete de
barco feio e laranja que normalmente associamos ao nome. Pode
ser qualquer pedaço de pano que a aparição esteja vestindo. Se
a aparição não estiver vestindo o Colete na hora que ela perde
todos os pontos de Corpus, não irá salva-la. Não há dezenas
desses Coletes sendo distribuídos no Mundo Inferior. Eles são
muito valiosos e geralmente concedidos apenas àqueles que
prestam um grande serviço aos Senhores Mortais. Aquelas
aparições que tem Coletes Salva-Vidas não avisam do fato e
lutariam ferozmente para retê-los para si próprios.
Espelho da Sombra
O Espelho da Sombra é feito de aço Estígio queimado.
Eles são pretos e mostram apenas um reflexo sombrio de uma
aparição que olha para ela. Depois de um momento observando
o espelho, um estranho reflexo aparece nela. O reflexo lembra
vagamente a aparição, mas a imagem é mais distorcida e sinistra.
Pode ser mais apelativo e atraente também. Esta é a Sombra da
aparição. A aparição pode conversar com sua Sombra e parecerá
que a figura no espelho responde. Contudo, não há garantias
que a aparição não cairá presa das lisonjas de sua Sombra.
Quando a aparição está sob o poder Purificar de Castigo,
olhar no espelho ajuda o Castigador, marcando a Sombra da
aparição mais acessível. Isso diminui o nível de dificuldade do
Castigador em um. Se uma aparição olha no seu Espelho
da Sombra quando interagindo com um Arquiangélico, o
Arquiangélico acredita que a porção “má” da aparição está no
espelho e ataca o objeto em vez do personagem. Se o espelho
é quebrado quando a Sombra foi chamada, a aparição toma
um dado de dano no nível de Corpus. Como de costume, ela
pode absorver usando seu Vigor.
Lanterna de Barqueiro
Esta lanterna pequena de ferro e vidro mantem uma
vela que está sempre acesa. Frequentemente vista pendurada
na proa do barco de Barqueiro, o Artefato oferece luz em
lugares escuros, não importando o quão escuro e opressivo
o lugar seja, mesmo no Labirinto. Além do mais, mantém
os Espectros afastados enquanto aqueles que se abrigam em
seus raios mantiverem sua coragem (um teste de Força de
Vontade com dificuldade de 9 é necessário para fazer isso).
E finalmente, se alguém está segurando a lanterna e quer
encontrar seu caminho para um destino obscuro, a chama
da vela dentro da lanterna brilha na direção que ela precisa
tomar.
Luz Negra
O Mar Sem Sol é um lugar de uma escuridão abismal
e sem nenhuma luz (aqueles carregados por aparições,
mantidos em veículos ou brilhando das margens de vários
reinos) cintilam e chamejam, lançando reflexos por milhas
e milhas. Isso torna mais difícil para quem prefere um pouco
mais de anonimato ou sigilo passar despercebido enquanto
estiver no Mar Sem Sol. Os Piratas de Almas das Costas
Distantes desenvolveram um Artefato conhecido como Luz
Negra. Uma Luz Negra queima com um brilho avermelhado
que ilumina as imediações, mas não emana luminosidade,
significando que não é visível de uma grande distância. Eles
utilizam sua Luz Negra para se aproximarem de suas vítimas
sem se revelar. A luz só pode ser vista a cerca de 50 metros
de distância. Quando eles chegam tão perto que outras
aparições podem perceber sua presença, os Piratas de Almas
cobrem suas Luzes Negras com globos escurecidos, sufocando
sua iluminação.
Apêndice: A Bolsa do Barqueiro 95
 Na Névoa Rodopiante das Sombras
O Mar das Sombras é um lago de fogo frio, queimando as ilusões de uma aparição e
incendiando suas Paixões. É um mar, não de águas turvas e viscosas, mas de almas, e cada
gota é a pura essência da emoção. Espectros imundos espreitam em suas profundezas e os
enigmáticos Barqueiros patrulham os atalhos em busca de almas perdidas. Quem sabe o que
mais pode esperar nas profundezas escuras abaixo?

Do Crepúsculo da Alma
O Mar das Sombras fornece aos Narradores uma visão geral completa da geografia da
Tempestade, bem como informações adicionais sobre a narrativa da Aflição. Também está
incluída uma aventura completa e pronta para ser jogada, centrada no reino de pesadelo
conhecido como Mar de Sombras.

O Mar de Sombras:
Um Guia do Narrador para a Tempestade inclui:
• Novas diretrizes sobre como representar as Aflições
• Informações completas sobre a geografia da Tempestade
• Uma aventura completa explorando as profundezas do Mar de Sombras

JOGOS PARA MENTES MADURAS