POR Ro in D.

Laws
b

CRéditos:
Autor: Robin D. Laws
Desenvolvedor: Philippe R. Boulle
Desenvolvimento Adicional: Richard E. Dansky
Editor: Richard Ruane
Diretor de arte: Richard Thomas
Layout e tipografia: Pauline Benney
Arte Interior: Mitch Byrd, Guy Davis, Vince Locke,
Conan Venus
Arte da capa: Patrick Lambert
Design da capa frontal e traseira: Pauline Benney
agradecimentos especiais
Ao Chad “Vodka Silverpants” Brown por ser o único e
verdadeiro fã de Patsy Cline;
Para Astrid, meu "alemão favorito” Mosler, por muitas
coisas para citar aqui. Sentimos sua falta, garoto.
Versão Em Português:
Este é um dos projetos mais antigos,
guardado na gaveta há eras precedentes aos tempos
de orkut. Alguns nomes daqueles anciões que
contribuíram perderam-se no limbo. Outros
ergueram-se de suas tumbas para transformá-lo em
realidade. Alguns do Inconnu não desejam ser
mencionados, entretanto pode-se citar:
Tradução: Acodesh, Álvaro Ramos,
Revisão: Fran Acodesh, Fran
Diagramação: Izac Maia
Fornecimento de fontes: Tiagu, Marcelo Souza
Obs: Eu dei uma melhorada no PDF do Ilustre
Acodesh, fazendo uma revisão rápida e mantendo a
tradução. Quis manter o PDF como o original. Só para
lembrar, na época em que tudo isso foi traduzido, era
um processo mais complicado, com imagens retiradas
de PDFS escaneados e traduções feitas por pessoas que
sabiam inglês, entre outras coisas.

Aproveitem, pois fiz questão de comprar o pdf em alta qualidade para diagramar este livro do
meu clã preferido. Dos Livros que prometi até hoje, só falta o Dark Ages Vampire!!!
Acodesh , aquele que nunca desiste.
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Crusade, Wraith the Great War, Trinity, House of Tremere, Blood
Magic Secrets of Thaumaturgy, Blood Treachery, Libellus Sanguinis 2 Keepers of the Word, Liege Lord &
Lackey, Sorcerer Revised Edition, Transylvania by Night, Transylvania Chronicles, Transylvania Chronicles
I Dark Tides Rising and Year of Revelations are trademarks of White Wolf Publishing, Inc. All rights reserved.
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 Conteúdo

Prelúdio: O Progresso de Um Intruso 5

Introducão: Uma Casa a Despeito de si Mesma 9

Capítulo Um: Uma Antiga Podridão 15

Capítulo Dois: Uma Cidadela Remota 31

Capítulo Três: Uma Casa Dividida 37

Capítulo Quatro: O Ventre da Besta 47

Capítulo Cinco: Os Condenados e os que logo o Serão 75

Capítulo Seis: Os Segredos das Oficinas 105

Capítulo Sete: As Sombras de Ceoris 131
HOUSE OF TREMERE

4
 Progresso de
Um Intruso
Quando a porta secreta se fechou atrás de si, Bogdan
percebeu que não poderia seguir em frente. Seu corpo
não mais o obedecia. Viu como seus dedos se
contraíam e sentiu gelar o sangue inerte em suas veias.
Passado um instante, Bogdan soube o que era aquela
sensação por mais improvável que pudesse parecer:
era terror. Isso não era de se esperar. Bogdan era tido
como alguém que não conhecia o medo, assim era como o
conheciam todos os seus irmãos. Fora ele quem havia
assombrado a todos ao adentrar em uma fogueira para
recuperar o elmo de combate de seu senhor. Bogdan
desacatou os Tzimisce quando estes tentaram
submetê-lo. Nada do que puderam fazer a seu corpo
conseguira forçá-lo a trair os segredos de seus irmãos.
Ele era Bogdan, o indomável. Era o único a quem se
poderia confiar para em caso de captura, não revelar
absolutamente nada. Fora ele quem se manteve de pé
sozinho na neve, diante do príncipe lupino para exigir-lhe seu
amuleto. Bogdan levantou a bolsa de couro contendo o
amuleto capaz de neutralizar barreiras e abrir fechaduras.
Eram os malditos Tremere que deveriam sentir medo – dele.
Bogdan esperou, e seu sangue se descongelou. Tentou
mover os dedos e descobriu que era possível. Fechou os olhos
por um instante, e depois entrou nas profundezas das
câmaras secretas.

5
 Se Colga se encontrava em algum canto daquele edifício frio
sacudido por ventos, seria ali, nas câmaras secretas aonde somente os
Cainitas Tremere se aventuravam. Já há meses ninguém recebia
notícias de Colga. Sem dúvida havia sido descoberto pelo clã ao qual
fingiu ser leal por tanto tempo. Bogdan não gostava de muitos cainitas,
inclusive alguns de seus companheiros de clã, porém sentia certa
afeição por Colga, nobre e amante da natureza.
Bogdan passou muitas semanas dentro de Ceoris, disfarçado de
criado de um dos magos mortais. Como era necessário, procurava não
chamar a atenção. Havia prestado atenção nas fofocas dos servos. Ele
se insinuou para os aprendizes mortais e evitou os cainitas entre eles.
Seu suposto senhor não sabia nada do mundo dos cainitas, o que para
Bogdan parecia divertido uma vez que passou séculos ouvindo falar do
grande poder daqueles magos, que podiam fazer com que os bosques
caminhassem e que castelos tombassem com um simples gesto. Porém
eram incapazes de ver que Usurpadores caminhavam entre eles.
Um tinido ecoou pelas escadas a sua frente, indo em sua direção.
Bogdan se abaixou e depois se encolheu contra a parede de pedra,
sentindo a umidade através de sua túnica de lã. Se alguém estivesse
subindo pelas escadas, ele não teria nenhuma esperança de escapar.
Permaneceu imóvel por um tempo, porém não mais escutou
ruídos. Apressou-se a descer o resto dos degraus até chegar ao corredor
na parte de baixo. Não lhe pareceu mais grandioso do que os
anteriores da parte de cima. Várias portas o aguardavam. Ainda que já
estivesse familiarizado com as áreas públicas da capela, nunca havia
cruzado a porta secreta e desconhecia por completo a extensão
daquelas câmaras ocultas. Não havia outra opção a não ser abrir as
portas aleatoriamente até encontrar as celas onde os prisioneiros eram
mantidos. Tinham que estar nas partes secretas, já que os magos
mortais juravam que Ceoris não mantinha nenhum prisioneiro.
Bogdan voltou a se arrepiar ao escutar um ruído procedente da
porta mais próxima. A porta era robusta e reforçada com ferro.
6
Ele estava confiante de que poderia cuidadosamente percorrer
toda a extensão do corredor sem alarmar quem quer que estivesse
fazendo os ruídos do lado de dentro da sala. Não acreditava que as celas
estivessem entre as primeiras salas que um intruso encontraria.
Caminhou com cuidado pelo chão de pedra, sem fazer um único
barulho, até finalmente dobrar numa curva e se perceber num segundo
corredor, também com portas de metal enfileiradas. Agora sem escutar
nenhum som, tomou coragem para tentar abrir uma das portas. Todos
os seus esforços teriam sido em vão se aquelas portas estivessem bem
trancadas. Mas a porta emitiu um rangido suave quando a empurrou
com o ombro, e se abriu. Levantou seu lampião para iluminar o quarto
escuro. Dentro havia gárgulas. Ele se preparou para um intenso e
terrível combate.
Mas – exalou forçadamente um curto suspiro de alívio, o primeiro
em décadas – as gárgulas permaneceram imóveis. Estavam mortas,
empalhadas e montadas como troféus de um caçador. Cada uma delas
exibia uma desconcertante malformação que a distinguia dos
espécimes animados que Bogdan havia visto nas guaritas da parte
exterior da capela. Foi então que Bogdan escutou o som de arranhões e
de algo se movendo em outra parte da sala. Junto a duas paredes haviam
jaulas agrupadas, a maioria muito pequena para abrigar sequer uma
lebre. Bogdan deu uma espiada numa das jaulas e descobriu feras
compostas de pedaços que não as pertenciam. Um rato com as
transparentes asas de uma libélula. Um retorcido ser semelhante a um
verme, maior que um gato, e que se impulsionava graças a vários pares
de línguas humanas. Uma pomba cujo peito vertia pus com o lento
palpitar do que só poderia ser as partes íntimas de uma mulher. Bogdan
havia visto muitas das diversas atrocidades cometidas pelos Tzimisce
com suas vítimas cujas carnes foram alteradas, as quais, num primeiro
olhar, guardavam certa semelhança com aquelas criaturas. Mas os seres
nas jaulas eram de alguma forma diferentes, ainda que Bogdan não
encontrasse palavras para expressar a razão.
 Eles eram retalhos mal costurados, frutos de uma loucura
mais fria do que a dos Tzimisce. Colga saberia a explicação.
Quando o encontrasse, tudo se esclareceria. Ele tinha que sair
dali e procurar Colga, já que não acreditava vir a encontrar as
chaves de nenhuma cela naquele local, entretanto não conseguia
resistir em espiar as jaulas. Ele disse a si mesmo que seus irmãos
gostariam de conhecer os segredos daquela câmara.
Uma das jaulas estava coberta por um pano sujo de ferrugem,
Bogdan puxou-o, e logo depois se lamentou por sua falta de
cautela. A besta do interior era formada pelas traseiras de dois
lobos, onde cada par de patas juntava-se no meio para compor um
ser sem cabeça. Dúzias de espinhos afiados apareceram de seu
torso rosado. Quando estes espinhos se abriram, Bogdan viu que
na realidade eram os bicos de incontáveis aves. Os pássaros
começaram a gorjear. Bogdan sentiu o impulso de fechar a porta e
assegurar-se de que ninguém viesse a ouvir o estrondo dos
chiados, porém havia algo naquele ruído que o manteve
paralisado no mesmo lugar. Em meio àquela ensurdecedora e
cacofônica canção, não tardou para que conseguisse distinguir
palavras. Palavras que falavam em seu dialeto natal. Então
escutou os nomes de sua mãe, seu pai e de seus filhos mortos há
muito tempo. Não pôde conter os calafrios. Em seguida as
palavras mudaram e passaram a enumerar todas as ocasiões em
que Bogdan havia sido ameaçado, espancado ou torturado.
Aquelas vozes deram nome ao terror que dizia a si próprio jamais
ter sentido. Demonstravam que sua impavidez era mentira,
enumeravam a gritos os horrores mais profundos que enterrou
dentro de si. Os gritos da criatura puxaram aqueles medos de seu
interior e o envolveram, para que a besta o dominasse.
Bogdan acordou e*não estranhou
* *
descobrir estar atado a um
banco numa cela mal iluminada. Tinha os braços presos nas
costas e suas pernas amarradas nas da cadeira. Ele testou a força
dos laços quando foi zombeteiramente repreendido pela
insinuante voz de uma mulher que adentrava a câmara
silenciosamente.
A desconhecida aproximou-se.
Bogdan viu sua beleza: um rosto de linhas perfeitas, uma pele
que absorvia a luz. O corte de sua túnica imaculada recordava-lhe
vagamente o hábito de uma freira. Depositou sobre ele um olhar
fulminante que Bogdan já havia visto antes em outros captores.
Todos acreditavam que com olhares fulminantes e algumas
ameaças eloquentes poderiam assustá-lo a ponto de trair seus
irmãos.
“Eu sou Mendacamina. Vou descobrir quem o enviou e o
porquê.”
A princípio, todos se mostravam confiantes.
“Não posso prometer que vai sair daqui com vida” –
continuou a mulher – “ambos sabemos que essa promessa não
seria mais do que uma mentira absurda, contudo você pode
evitar passar por dores.”
Bogdan estava decidido a guardar silêncio. Havia descoberto
anteriormente que era a melhor forma de irritá- los.
“Você de alguma forma descobriu como proteger sua mente
da leitura mental” – gracejou a mulher. Seus olhos brilhavam
com a luz do lampião quando inclinou-se em sua direção –
“Porém sei que você se chama Bogdan, que veio resgatar alguém e
que acredita estar imune aos meus doces cuidados. Mas isso
porque você é um homem sem imaginação. Sua mente não é
capaz de conceber as agonias que posso produzir. O que os
Tzimisce fizeram com você - em comparação, não será mais que
uma alfinetada.”
Bogdan surpreendeu-se com a profundidade com que aquela
mulher conseguiu entrar em sua mente, mas o que ela queria
descobrir estava bem protegido, oculto por muitas camadas de força
de vontade e concentração.
Ela acariciou-lhe o rosto com seus dedos de pele seca. “Você
orgulha-se de não conhecer o medo. Mas o Chitterer derrubou as
muralhas de sua coragem assim como as trombetas hebraicas
derrubaram Jericó.”
Bogdan decidiu ser conveniente formular algumas perguntas.
Mesmo que tivesse falhado em encontrar Colga, ao menos poderia
compilar informações úteis para levar a seus irmãos, após sua
inevitável fuga. “O que era aquela besta?” ele perguntou.
Mendacamina esboçou um sorriso e voltou a posição ereta
normal “O hobby de uma de minhas colegas. Seus perpétuos
experimentos com a natureza sempre se mostram interessantes e,
em ocasiões, resultam em algo útil. Eu descobri que o Chitterer
criado por ela funciona maravilhosamente para enfraquecer
mentes demasiadamente orgulhosas.”
Bogdan escutou o som de objetos sendo movidos atrás de si. Se
esticou para girar a cabeça e conseguir ver o que era, sem êxito. Pelos
sons julgou haver mais 4 pessoas no local. Eles grunhiam como se
carregassem um objeto pesado. Logo se produziu um rangido, algo
grande e metálico estava sendo empurrado pelo chão de pedra da
cela.
“Conduziu-me a ira do sangue, é verdade, porém já não estou
em frenesi e, seja qual for o aparato de tortura que você está
preparando, aviso que não conseguirá obrigar-me a falar.”
Os criados de Mendacamina manobraram o aparato até o
alcance da vista de Bogdan. Era uma grande caixa, forjada em
bronze na qual foram inscritos símbolos de feitiçaria. Uma roda do
tamanho de um escudo sobressaia a alguns centímetros da caixa.
Mendacamina aproximou-se da caixa e dela extraiu um tubo longo,
também de bronze, composto por muitas partes articuladas, ligadas
umas as outras. Bogdan sentiu mãos ásperas segurando seu rosto e
girando-lhe o pescoço para o lado. Escutou um cântico; havia mais
pessoas na sala, além do limite do círculo iluminado pelo lampião.
Estavam fazendo magia. Bogdan sentiu algo úmido sendo aplicado
em sua têmpora. Seus olhos lacrimejaram frente a dor que irradiava
daquela área. Bogdan sentiu o cheiro de sua carne derretendo.
“Você deseja obter informação para levar de volta a seus
irmãos. Embora nunca mais voltará a vê-los, ainda assim serei sua
tutora. O tubo que tenho em minhas mãos é uma Cannula, e isso –
“Ela mostra uma afiada lâmina triangular na extremidade do tubo –
chama-se trocar, combinados, permitem-me aspirar os fluidos de
alguém. O dispositivo maior – ela aponta para a caixa grande –
“processa sua mente até que se transforme num fluido pastoso”. Ela
sinaliza com um gesto para que se acendam mais luminárias, ordem
que seus criados imediatamente obedecem. A nova luz revela uma
mesa, sobre ela descansava um objeto redondo, oculto debaixo de
um pano de linho tingido. “Como pode ver, um segundo tubo sai
do aparato e vai alimentar alguém que quero que você conheça,
Bodgan.” – Ela retira rapidamente o pano que cobria o objeto, e
uma cabeça de bronze de noventa centímetros é revelada, dotada de
mandíbulas articuladas e olhos móveis de mármore encerrados em
dois orbes de cristal cheios de líquido. O rosto parecia sorrir para
Bogdan – “Esse é Paracelsus. Ele está ansioso para saborear o
conteúdo de seu cérebro. Tal como disse, Bogdan, não posso te
obrigar a falar, e é verdade. Mas Paracelsus falará por você.
E deu um passo para frente, com o Trocar em mãos, prestes a
cravá-lo na têmpora de Bogdan.
7
HOUSE OF TREMERE

8
 ntrodução:
Uma casa a
Despeito de si
Mesma
E desceu a chuva, correram as
torrentes, sopraram os ventos, e
bateram com ímpeto contra aquela
casa, e ela caiu; e grande foi a sua queda.
- Mateus 7:27

9
E IN SPITE OF ITSELF
Uma capela sitiada
Ceoris representa o símbolo maior da Casa e do clã
Tremere, os ousados conspiradores dos feiticeiros
mortais da Europa e os insolentes Usurpadores das
trevas Cainitas. Suas paredes imbuídas de magia, suas
altas torres e suas impenetráveis fundações
representam todo o poder dos magos do sangue que
residem em seu interior. E se localiza no ponto mais
inacessível da Transilvânia. Seres obscuros rastejam à
noite por seus arredores, monstruosidades de pedra
sobrevoam suas torres e gritos ecoam de suas câmaras.
Ceoris é o testemunho dos esforços dos Tremere para
manter do lado de fora os predadores do mundo, e
trancados fortemente do lado de dentro seus próprios
demônios. E muitos são os predadores e os demônios
que lá existem.
INIMIGOS EXTERNOS
Recém-chegados no mundo cainita, os Tremere
fizeram inimigos em uma velocidade surpreendente.
Seu “furto” do vampirismo e a diablerie de Saulot pelas
mãos de seu fundador os marcou como usurpadores,
poderosos e perigosos. Alguns tentam destruí-los
imediatamente, enquanto outros planejam obter
proveito com os recém- chegados.
Os Dêmonios dos Carpatos
Os inimigos mais implacáveis de Ceoris são os
voivodes Tzimisce, que governam a maior parte da
noite da Transilvânia. Estes antigos monstros guardam
um terrível rancor dos usurpadores, pois foi deles de
quem os Tremere roubaram os segredos da não-vida.
Porém esta desgraça somente avivou as chamas de um
ódio oriundo do orgulho e do territorialismo. Os
Tzimisce detestavam compartilhar seus domínios com
arrogantes feiticeiros mortais e a mudança para o
vampirismo apenas agravou o conflito. Os Tzimisce
sabem que Ceoris representa-lhes uma afronta, a prova
de que não são tão superiores e dominantes como
afirmavam. A destruição é a única solução.
OS CLâS DE CAIM
Os demais cainitas, tanto na Europa oriental bem
como os das demais partes, são um pouco menos
vingativos. Os Gangrel e os Nosferatus têm sofrido nas
masmorras de Ceoris, e são muitos os que querem
vingar Saulot, porém os vampiros são seres
pragmáticos. Os Tremere dão alguns sinais de que são
perfeitamente adequados aos interesses dos demais
cainitas – sua sede de poder e sua ousadia reverberam
em todos os clãs - são muitos os príncipes e anciões
dispostos a acolhê-los. Se enfraquecerem e
humilharem os Demônios, melhor ainda. E mais
importante, os Tremere têm suas utilidades.
Eles possuem um novo e potente tipo de magia do
sangue e parecem dispostos a utilizá-la em troca de
favores insignificantes.
10
Também são neófitos, em termos cainitas, portanto
facilmente manipuláveis. É muito mais vantajoso estabelecer
contatos com os Usurpadores, usá-los da melhor forma
possível para em seguida destruí-los por dentro. Uma guerra
aberta é uma consequência final. Além do mais, Saulot e seu
clã eram realmente um bando de arrogantes...
O Temivel Kupala
O próprio ar da Transilvânia parece estar carregado
de maus presságios, tal como folhas secas ao vento. As
noites são mais escuras, as tempestades mais ferozes, e os
invernos mais frios do que deveriam ser. Amigos se
convertem em inimigos e insultos se tornam em violência
num mero instante. A graça de Deus parece estar de fato
muito longe destas terras. Apesar dos senhores Tzimisce e
do ódio entre mortais terem sua parte de culpa nesta
atmosfera tenebrosa, a maior parte da mesma é oriunda
de uma influência infernal. Kupala, um Demônio de
origem ancestral, expandiu-se sobre as terras da
Transilvânia e nos países adjacentes com sua aura
obscura. Ele se alimenta do orgulho e da ânsia por poder,
encorajando atos de magia negra e outras infâmias,
corrompendo aos poucos seus praticantes para que o
sirvam. Os magi da Casa Tremere, tão orgulhosos e com
tanta sede de poder, são candidatos ideais.
A Ordem de Hermes
A Casa Tremere, antes de sua queda ao vampirismo,
era um membro fundador de uma associação de
feiticeiros mortais conhecida como a Ordem de Hermes.
Raizes de Tudo e Estrelas do ceu
Ao longo de Casa Tremere são mencionados
dois poderosos e enigmáticos seres espirituais:
“Raízes de Tudo” e “Estrelas do Céu”. Eles foram
invocados na fundação de Ceoris e entraram em
contato com vários magi durante os séculos,
incitando-os à traição e ao desejo de obter mais
poder. Uma imagem emerge desses seres que
manipulam os orgulhosos magi para sua perdição.
A natureza dessas entidades
propositadamente deixada como ambígua. A
foi
resposta mais simples e canônica seria que Raízes de
Tudo é o demônio Kupala e que Estrelas do Céu é o
antediluviano Saulot, ambos empurrando os
Tremere para o vampirismo e o mundo para a
Gehenna por suas próprias razões. Todos os
detalhes destes planos aparecem no épico Crônicas
da Transilvânia. Mas há outras possibilidades que
você pode usar em suas crônicas. Talvez eles sejam
somente espíritos distantes invocados para
conceder poderes; podem ambos ser Kupala ou
Saulot, o próprio Tremere (ou outro vampiro) pode
ter assumido estas identidades para melhor
controlar seus súditos.
Agora os Tremere se encontram em um precário
equilíbrio entre os mundos do dia e da noite,
tomando parte nos assuntos cainitas ao mesmo
tempo em que mantém uma fachada de humanidade
diante de seus colegas herméticos. Por hora, a
mentira se mantém, mas as suspeitas estão crescendo
- os Usurpadores sabem muito bem que em sua atual
conjuntura, não precisam de outro inimigo
poderoso lutando contra eles. Por enquanto, a
precaução rege os atos do clã, mas somente por
enquanto.

Rivalidade interna
Se as paredes de Ceoris ressoam com os
ataques de seus inimigos, talvez essa seja a única
força que mantém unida a capela. Os Magi da Casa
Tremere, determinados, ambiciosos e
egocêntricos mesmo durante seus dias mortais,
apenas pioraram ao serem modelados pela
maldição de Caim. Rivalidades pessoais ainda são
a ordem do dia, sendo esquecidas quando os
Tzimisce atacam e relembradas em momentos de
paz. Apesar disso, algumas facções estão se
desenvolvendo dentro da capela como um todo.
Conservadores
Os denominados conservadores, comandados
por Etrius, o atual regente de Ceoris, são aqueles
cainitas Tremere que argumentam por uma
conversão lenta do resto da casa. Eles temem
provocar a ira da Ordem de Hermes com flagrantes
exibições de vampirismo e recomendam precaução
em todas as coisas. Ainda que os conservadores
componham a facção mais poderosa dentro de
Ceoris, carecem de organização em um sentido
ideológico. A lealdade pessoal a Etrius e a aversão
por seu rival Goratrix são os únicos elementos de
coesão que realmente os une.
Conspiradores
Os conspiradores são o outro lado da moeda dos
conservadores. Goratrix, o projetista de Ceoris, os
comanda da longínqua Paris, cidade para onde foi
enviado por Tremere. Na Transilvânia, sua cria e
aprendiz, Malgorzata, é sua substituta. Os
conspiradores propõem o rápido abraço do resto dos
magi mortais da Casa Tremere e a adesão sem
demora ao mundo dos cainitas, malditos sejam os
mortais e suas almas imortais. Ainda mais que os
conservadores, os conspiradores são uma facção
construída pela força do carisma. Goratrix é ativo e
ambicioso, contrastando com a cautela de Etrius.
Muitos são os Cainitas que consideram os métodos
de Goratrix como o futuro. Somente a ordem do
dormente Tremere a respeito da precaução obriga os
aliados de Goratrix a conspirarem ao invés de
atuarem abertamente.

11
INDEPENDENTES
Não constituindo propriamente uma facção em si, os
Magi independentes ainda possuem em suas fileiras a
maioria dos Cainitas e feiticeiros mortais de Ceoris. É a
principal capela da casa e o centro de seu poder, por isso
muitos consideram que trabalhar lá é a consolidação de sua
própria superioridade. Participar da rivalidade entre Etrius
e Goratrix é uma perda de tempo quando há uma guerra a
ser vencida e magníficos horizontes mágicos para explorar.
Cada magus crê que sua área de estudos é o mais importante
campo de pesquisa, o ponto de vista mais claro e o melhor
modo de seguir adiante. Portanto, a maioria se tranca em
seus laboratórios e ataca os rivais, movidos mais por insultos
pessoais do que por qualquer senso de ideologia.
Mortais
Eles não sabem, mas os magi mortais de Ceoris - e da Casa
Tremere como um todo, constituem uma minoria que
encolhe a cada dia. Muitos habitantes de Ceoris se fecham em
seus laboratórios e bibliotecas e ignoram os hábitos noturnos
de seus superiores. O reconhecimento instintivo da natureza
predatória Cainita acovarda a alguns de modo a não
externarem muitas perguntas. Outros não se deixam afetar
tão facilmente. Em particular, Tosia, uma poderosa feiticeira
de fé cristã, vê evidências de forças infernais nas atividades
noturnas de seus companheiros. Ela está se preparando para
agir contra eles.
Servos e Escravos
A imensa maioria dos habitantes de Ceoris não são magi.
São soldados e mercenários, gárgulas de combate, servos e
aprendizes. São indignos de atenção aos olhos de seus líderes,
porém vêem e sentem muito do que ocorre no lugar. As
gárgulas constituem uma nova linhagem, dando seus primeiros
passos para uma certa forma de liberdade. Os servos mortais
gozam de suficiente liberdade, até aceitarem poções de sangue
especiais de alguns magi...
Como usar
este livro
Casa Tremere é seu guia a um dos lugares mais secretos e
bem escondidos do sombrio mundo medieval: Ceoris, a capela
principal do clã Tremere. Atrás de suas muralhas sombrias e
em suas sinuosas catacumbas, Tremere avançou até o
vampirismo e compartilhou de seu crime de diablerie. Cainitas
feitos de prisioneiros gritam enquanto são forjados em
Gárgulas. Neste lugar, até as fundações do mundo vampírico
foram abaladas. Agora, seus segredos lhe serão revelados.
12
Casa Tremere foi elaborado principalmente para
Narradores, proporcionando-lhes um cenário completo e
pronto para dar boas vindas a neófitos Tremere aventureiros
e outros cainitas. O material aqui encontrado é
independente, mas contextos adicionais aparecem em
Transilvânia à noite (que cobre toda a região ao redor de
Ceoris e os afazeres dos demais clãs), as Crônicas da
Transilvânia (Onde é exposto o destino de Ceoris) e
Libellus Sanguinis 2: Guardiões da Palavra (onde são
revelados outros segredos dos Tremere). Os perfis de vários
magi mortais que também usam as trilhas de hedge magic
são encontradas em Vassalo, Lorde e Servidão.
Chegar lá metade
é da
diversão
Ceoris e Casa Tremere trazem um dilema ao
Narrador. Grande parte da mística que rodeia o lugar
existe precisamente por sua inacessibilidade, porém se os
personagens dos jogadores jamais conseguirem chegar a
Ceoris, este livro não seria tão útil, não é? Existem várias
opções para levar seus personagens até Ceoris. A mais fácil,
é claro, seria jogando com um grupo de Usurpadores. Eles
poderiam chegar a Ceoris em busca de treinamento e
aprendizado, para colaborar na guerra contra os Tzimisce,
ou até mesmo para obter o abraço dentro de suas muralhas
sombrias.
Entretanto, na maioria dos casos, os jogadores vão
querer jogar com uma variedade de clãs. Assim sendo,
chegar a Ceoris dependerá de quando o grupo se formou.
Se o Narrador quiser usar Ceoris como centro da crônica,
então aqueles com personagens não-tremere podem
interpretar embaixadores de outros clãs buscando
informações e uma possível aliança com os Usurpadores.
Os personagens podem então se unir a uns poucos neófitos
Tremere por suas próprias razões (possivelmente para
forjar tal aliança). Se Ceoris vai ser somente um lugar (ou
lugar final) dentro de uma crônica mais variada, os
personagens teriam que ter se unido em outra parte.
Havendo pelo menos um Tremere no grupo, um convite a
Ceoris poderia vir a ser obtido, após terem provado sua
vontade de permanecerem juntos.
Conteúdo
O Capítulo Um: Antiga Podridão narra a história de
Ceoris e por meio dela, a queda da Casa Tremere ante seu
próprio orgulho e desespero. Desde o príncipio o ódio, o
ciúme e amargura foram maculados na Transilvânia, e a
condenação dos magi não é mais que a culminação do
destino que eles mesmos forjaram.
O Capítulo Dois: Uma Cidadela Remota revela o
difícil caminho que conduz a Ceoris. Por meio das palavras
de um dos inimigos da capela, este capítulo mostra quão
difícil é chegar ao lar dos Usurpadores.
 O Capítulo Três: Uma casa dividida conta as
atividades noturnas da capela. O castelão relata as diversas
rivalidades e inúteis discussões que dividem a casa.
O Capítulo Quatro: O ventre da besta revela os
cômodos e salões da capela. Desde os aposentos de serviço
até o lugar de descanso do próprio Tremere, tudo isso
exposto para narradores empreendedores.
O Capítulo Cinco: Aqueles condenados e os que
logo o serão, nos detalha os proeminentes habitantes de
Ceoris. A maioria são cainitas do clã Tremere, mas
enviados de outros clãs, magi mortais, servos carniçais e
Gárgulas também habitam suas câmaras sombrias.
O Capítulo Seis: Os Segredos das Oficinas
proporciona uma variedade de novos sistemas de jogo
para uso com os habitantes de Ceoris. Isto inclui notas
sobre os magi mortais, novas trilhas e rituais de
Taumaturgia, e sobre as bestas deformadas dos
laboratórios da capela.
O Capítulo Sete: As Sombras de Ceoris,
examina as outras proeminentes capelas Tremere na
Europa. Paris, Viena e Durham são os centros de
poder da casa que irá sobreviver a própria Ceoris.
13
HOUSE OF TREMERE

14
 apítulo Um:
Antiga Podridão

Cortado está o ramo que cresceria

ereto,
E queimados estão os ramos de
louro de Apolo, Que outrora
cresceram deste sábio.
- Christopher Marlowe, Doutor
Fausto

15
Revelações
O Testamento póstumo de Pontículus, Ex-mago de
Ceoris
Bitiurges,
Quão estranho é ter carne novamente... sentir uma pena
em minhas mãos, sentar numa cadeira...passar a mão sobre a
superfície desta escrivaninha. Eu sinto uma sensação de alegria,
de intoxicação. Mas esta não é a razão de eu ter tomado seu
corpo, de segurar a pena em sua mão que tomei emprestada. Eu
já posso sentir sua vontade lutando contra mim, e eu ainda
tenho muito a escrever.
Embora eu tenha morrido muito antes de seu nescimento,
Bitiurges, eu o conheço bem. Eu o tenho observado. Não fique
surpreso. Saiba que Ceoris é cheia de olhos, e não há nem dois
pares trabalhando para um mesmo fim. Meus olhos são aqueles
de uma sombra miserável e desamparada. Eu vejo tudo que
ocorre neste fosso de ambição cega e assassina. Eu vi o bastante
de você para saber que escondido debaixo de seu ar empertigado
e de suas roupas de pavão está uma mente afiada, faminta pela
verdade. Eu escreverei até que seu braço doa. O alimentarei com
mais verdades do que seu estômago pode aguentar. Isso pode
causar espanto, Bitiurges. Mas não deixe o medo ou cautela
impedí-lo de fazer o que é necessário. Você, de todos os magi
ainda vivos, é a minha melhor esperança. Eu o acho mais pé no
chão do que aquela estúpida beijadora de cruz, Tosia. Você
certamente compreende que a missiva que eu escrevo com sua
própria mão é mais do que apenas uma mensagem de algum imp
ou demônio. Investigue os fatos que ponho diante de você,
Bitiurges. Conheça suas verdades. Tome ações, eu imploro. Os
monstros ainda podem ser destruídos, antes que tudo esteja
perdido.
Sua mão não hesitou quando eu escrevi “ainda vivo”,
Bitiurges. Continue lendo, e eu explicarei.
A CONSAGRAção:
anno domini 980
Vinte anos antes da virada do milênio, sete homens e
mulheres se encontraram nas florestas montanhosas da
Transilvânia central. Eles estavam de pé — juntos sobre um
rochedo próximo de uma trilha. Eu era um dos sete. Eu me
lembro do sol se pondo e iluminando as últimas nuvens com
um tom alaranjado. Embora a beleza do momento estivesse
impregnada por uma sensação estranha, ainda era
maravilhosa. Foi a última visão agradável que meus olhos vivos
iriam saborear.
Nossos guias, soldados e criados mantiveram distância,
enquanto vigiavam os cavalos. Havia duas dúzias deles, eu
suponho. Eu não tinha o hábito de prestar atenção em nossos
empregados. Na época, eu não era capaz de notar o medo deles.
Agora que passo horas e mais horas vigiando os criados de
Ceoris, observando-os em seus desejos e em seus trabalhos
pesados, agora posso melhor avaliá-los.
16
Eles estavam perspicazmente amedrontados. Eles tinham
visto e ouvido muitas coisas perturbadoras durante os anos em
que nos estiveram servindo. Sendo mulheres comuns que
esfregam suas panelas e homens comuns que vigiam seus
muros, eles nos viam como mestres excêntricos e ameaçadores.
Poucos deles nasceram na Transilvânia, mas agora conheciam
o lugar bem o bastante para temer passar a noite em suas
florestas. Várias criaturas vis e perigosas, enviadas por Satanás,
assombravam suas colinas e vales. Eles sabiam que não
poderiam depender de nós e de que usássemos nosso poder
para protegê-los se as criaturas viessem. Seriam eles, os servos,
que deveriam levantar rapidamente seus machados.
E porque nós, os indivíduos da elite vestidos de túnica, nos
importaríamos com o destino de meros homens descartáveis?
Nós já tínhamos vivido centenas de anos, mantendo nossa
vitalidade através de ritos místicos e extratos alquímicos. Nós
éramos magi, criadores de maravilhas cujo domínio dos
segredos da feitiçaria nos permitiu transcender as leis da
natureza, inclusive o envelhecimento de nossos próprios
corpos. Liderando-nos estava um homem alto de olhos negros
como o carvão: Tremere, líder de nossa Casa e que certa vez
quase se tornou regente absoluto dos magi de toda a Europa.
Em sua esquerda e direita estavam seus aliados mais íntimos, o
fervoroso Goratrix e o cauteloso Etrius. Mais ao lado estava a
tranquila e consoladora Meerlinda. Completando o círculo
dos sete estavam Arundinis cuja destruição viria antes do
próximo século; Anguisa que não sobreviveria outra
primavera; e Ponticulus que teria apenas poucos minutos de
vida. Este é meu nome, Ponticulus. O dia em que Ceoris nasceu
foi também o dia em que eu morri. E eu estive lacrado nesta
prisão desde então.
O ritual
Goratrix tinha examinado o local, desenvolvido o ritual e
escolhido o equinócio de outono como o melhor momento
para a inauguração. Sobre este local nós construiríamos
Ceoris, a jóia da coroa na série de capelas que Goratrix havia
criado por toda a Transilvânia. O território inteiro era rico em
vis, a matéria prima que nós usamos para energizar nossas
obras. (Perdoe-me, Bitiugers, se eu escrevo o que você já sabe.
Talvez você precise mostrar estas folhas de pergaminho para
alguém alheio as nossas práticas). Neste ponto, os cálculos
minuciosos de Goratrix o haviam revelado, seria o de vis mais
abundante. Quando ele passou seu pêndulo de ágata sobre um
mero mapa da região, ele estremeceu e parou sobre este ponto.
Ataques nas vilas que apoiavam nossas outras capelas
tinham aumentado nos últimos meses. Não havia dúvidas de
que as crias do inferno estavam por trás destes ataques. Este
local iria requerer defesas extraordinárias, em função do
grande poder que nos oferecia. O lugar haveria de ser mais uma
fortaleza de poder do que uma torre de aprendizado, uma base
forte da qual nós poderíamos dominar o cenário sobrenatural
por centenas de léguas em todas as direções. Tal construção se
adequaria bem às inclinações de nosso líder Tremere, bem
como a nossa própria.
 Mas primeiro ela tinha de ser consagrada. Os últimos raios
de luz se esvaíram do céu. Goratrix iniciou o ritual. Ele retirou o
mitra de ouro de sua sacola e desparafusou suas sete partes. Ele
deu uma parte para cada participante, a parte de cima do cetro
deu a Tremere, seu mestre. Goratrix revelou o cálice das
esferas, derramou dentro dele o antigo vinho que encontrou
em Runcu, e adicionou sal de Thoth. Ele o passou primeiro a
Tremere, que bebeu dele e o devolveu. Goratrix bebeu também
e passou o recipiente a Etrius. Goratrix esperou até que todos
os sete tivessem tomado a poção. Ele acenou para seu servo, que
estava preparado e tocou um berrante de caça para avisar aos
outros lacaios para que virassem de costas. Eles obedeceram
imediatamente. Nós nos despimos de nossos mantos, expondo
aos ventos frios nossos corpos flácidos e que há muito não eram
banhados pelo sol. Goratrix perguntou se algum dos presentes
desejava fazer um sacrifício maior que o dele. Nós sabíamos
que não era para objetarmos, pois tudo fazia parte do ritual. Ele
forneceria as raízes, a semente e o tronco da grande árvore que
seria Ceoris. Ele invocaria o poder da axis mundi, a mítica
árvore do mundo que é o centro de toda existência. Tremere
deu- o a foice. Ele a pegou em sua mão direita, levando-o entre
suas pernas com a mão esquerda. Evidentemente ele pensou
que precisaria somente de um simples golpe em arco com a
foice para arrancar seu falo. Mas levou mais que isso. A carne
nem sempre cede, mesmo para uma lâmina. Goratrix teve que
serrá-lo fora. O sangue no local jorrava como uma fonte. O
sangue respingou em Meerlinda, Etrius, Tremere e no resto de
nós. Eu ainda me lembro da sensação quente e úmida de seu
sangue batendo contra a pele nua de minha barriga. Nenhum
de nós recuou.
Nós sabíamos que Goratrix tinha a mágica para,
eventualmente, fazer crescer seu pênis de volta. E eu confesso
que nós acabamos nos acostumando e insensibilizando a atos
de rituais sombrios, e desenvolvemos um gosto pelas mais
assustadoras páginas de nossos tomos. Mais importante, nós
sabíamos que qualquer interrupção, qualquer falha em manter
o cântico, seria fatal para a mágica. Goratrix fez careta,
enrijeceu-se, lacrimejou e ergueu a parte que arrancou e a
mostrou para que nós a víssemos. Atordoado, ele o pôs sobre o
ponto desejado.
Então veio minha vergonha. Talvez uma vergonha que
salvou minha alma. Certamente uma que me deu um tipo de
existência monstruosa ao invés de outro.
Eu fiz o que não devia ter feito. Eu falhei em me controlar.
Eu lembro da sensação surgindo em mim, o desejo para
suprimí-la, minha tentativa de apertar minha garganta, meus
olhos se enchendo d'água. Então meus joelhos me traíram, e se
dobraram. Finalmente, a ardência em meu estômago. A bile
veio e saiu por minha boca. Eu soube naquele momento o que
eles fariam para evitar que minha fraqueza arruinasse para
sempre aquele local perfeito. Nem por um instante eu pensei
que eles me poupariam.
Tremere deve ter acenado para Goratrix, sancionando o
inevitável. Apesar de seu ferimento, Goratrix encontrou a força
para dar um passo à frente e, usando a mesma lâmina com a
qual havia se mutilado, cortar minha garganta. Eu levei minhas
mãos à ferida.
17
 Eu devo ter retirado uma delas em meus últimos
momentos, pois a imagem final de meus dias de vida é a
de minha palma, vermelha e encharcada.
Embora eu os odeie, não alegarei que meus
assassinos levaram numa boa o ocorrido. Eles ainda não
estavam tão acostumados a matar seus próprios
companheiros. Arundinis e Anguisa silenciosamente
retiraram facas dos bolsos de seus mantos caídos e
começaram a rasgar o meu cadáver. As facas, forjadas
apenas para demonstrações ritualísticas, mostraram-se
mal adaptadas para a tarefa. Eu vi o restante como se
estivesse num lugar alto. Eu os assisti cortar minha carne
e serrar meus ossos.
Etrius tomou a liderança no restante do ritual. Ele
apresentou um saco de terra de Creta e o esvaziou no
meio do círculo. Ele esperou Arundinis e Anguisa
terminarem, e então pegou pelos cabelos minha cabeça
cortada. Ele a fixou no monte de terra.
Agora uma dúvida ecoou pela face de Etrius. Onde
colocar o pênis decepado de Goratrix, agora que minha
cabeça também tinha de ser enterrada no monte? Etrius
observou a face de Goratrix; a nenhum dos dois era
permitido falar. Etrius deveria decidir.
Porque Etrius fez tal escolha? Eu nunca fui próximo
de nenhum deles. Tudo que eu posso dizer com certeza é
que, com seus dedos, Etrius abriu minha boca morta. O
filho de um Viking bastardo de alma podre pôs o
membro de Goratrix dentro de minha boca, e depois a
fechou. Ele jogou a terra sobre minha cabeça. Os seis
magi remanescentes completaram o cântico. Eles
vestiram suas túnicas novamente. Etrius limpou sua
garganta, ruidosamente. Os servos de Goratrix ouviram e
tocaram o berrante. Arundinis e Anguisa levaram
Goratrix para uma tenda, onde Meerlinda realizou um
encantamento para parar o sangramento e começar a
regeneração.
Entretanto, certamente não é coincidência que eu
tenha permanecido ali, uma sombra invisível com a
consistência de fumaça. Os tomos da ordem diziam que
era comum para nossa espécie vagar no reino dos vivos
por alguns momentos, mas eu ter permanecido todos
estes séculos testifica o poder em ação daquela noite
amaldiçoada. Ao colocar o membro de Goratrix em
minha cabeça decepada, Etrius ligou-me ao local. Aquele
demônio pedante alegaria inocência, mas não confie
nele Bitiurges. Ele chegou a posição de braço direito de
Tremere através de astúcia e traição, assim como o resto
de nós. Ele quis que eu sobrevivesse, talvez para ser seu
espião ou escravo - ou talvez para seu próprio deleite. Não
confie nele.
18
CONSTUÇÃO
A construção começaria ao início da primavera. Neste meio
tempo, minha alma assassinada observava grupos de lacaios
esquadrinharem o lado da montanha, explorando e mapeando
suas muitas cavernas naturais. Construtores e mineradores
consultavam-se com Goratrix, mais mal-humorado que o normal
neste inverno prolongado, definindo os detalhes do mais
grandioso projeto de engenharia desde a queda de Roma.
Goratrix queria coisas difíceis, coisas mundanas, queria fazer sua
fortaleza contra as criaturas: soldados calejados pela guerra,
muralhas reforçadas, poços mortais, uma porta corrediça e
armadilhas.
Eu encontrei um lar para mim numa pequena semente
debaixo da terra. A primavera veio. A semente começou a crescer.
Eu tinha uma forma novamente, embora não a de um corpo
humano.
Um dia Goratrix veio, com Arundinis e Anguisa, para se
certificar de que o sinal estava presente. Se o presságio estivesse
certo, as centenas de trabalhadores que tinham preparado
poderiam ser trazidas ao local. Supostamente deveria haver uma
muda de árvore crescendo no ponto onde eles enterraram minha
cabeça. Eu os surpreendi. Eu saboreei o olhar de choque e raiva
em suas faces. Eu era uma coisa grande feita de carvalho com
folhas oleosas retorcidas. Eles chegaram perto e viram que
entalhada na casca, minhas feições de zombaria apareciam. Eu
abri minha recém crescida boca, babando seiva, e os avisei que
haviam feito a vontade de uma coisa que nenhum deles conhecia.
Eu senti os seres “Estrelas-Além” e “Raízes de Tudo” subindo
através de minhas raízes sombrias. Já estava praticamente
revelando seus nomes quando Goratrix atingiu a árvore com um
feitiço de luz. Eu revidei. Meus galhos perfuraram o tórax de
Anguisa antes de Goratrix e Arundinis me matarem pela
segunda vez. Novamente eu estava reduzido ao status de uma
sombra medíocre. Eu ouvi Goratrix fazer Arundinis jurar
silêncio. Ele procurou ao redor por outra muda, tirou-a do chão e
replantou-a onde minha árvore estava.
A CONSTRUÇÃO:
981-985
Por quase cinco anos eu os observei completarem a
estrutura. Como um formigueiro humano, pequenos grupos de
pedreiros, demolidores, mineradores, marceneiros, ferreiros,
carroceiros e operários trabalharam sobre a supervisão do
engenheiro chefe de Goratrix. Novamente, estes eram todos
homens comuns, indignos de atenção de magos orgulhosos.
Como o prazo se aproximava, Etrius veio examinar o local,
e apaticamente questionou a eficiência dos métodos de
construção de seu rival. Eu vi Goratrix encolerizar-se. Etrius? Ele
era sempre frio como uma enguia, mesmo quando o sangue que
pulsava em suas veias era o seu próprio. Eu não pude analisar
suas intenções. Etrius pediu, e recebeu autorização de Tremere
para melhorar magicamente as fortificações de Ceoris. Ele criou
uma fissura massiva na terra, cortando uma trincheira de milhas
de profundidade ao redor da capela montanhosa feita por
Goratrix - sempre o pequeno acólito, mostrando suas
capacidades para o mestre.
 Quando a construção terminou, Goratrix e Etrius
examinaram a lista de empregados que trabalharam na
construção. Eles selecionaram os homens que sabiam mais
do que o conveniente sobre a nova fortaleza. Eles contaram
aos mais sensíveis magos da casa que as memórias dos
construtores seriam apagadas magicamente. Eles seriam
levados para suas várias terras natais e acordariam de seu
sonambulismo com ouro nos bolsos, se perguntando para
sempre como o mesmo foi parar ali.
Goratrix e Etrius mataram estes construtores. Aos
outros foi permitido se fixar nas vilas ao redor de Ceoris. Os
magi prometeram terras férteis para cultivar e a proteção de
seu poderoso castelo. Aqueles que não se viram atraídos por
estas ofertas também foram assassinados. Algumas destas
mortes foram adiadas: Eles morreram muitos anos depois
sobre as mesas de Tremere e Goratrix. Eu acredito que eles
estavam tentando construir homunculi a partir de carne
humana. Uma cobaia de laboratório em particular gritou de
um modo singular, como um gato sendo esfolado vivo, e seus
gritos ainda ecoam em meus ouvidos.
Há alguma coisa que se rasteja entre os pinheiros fora de
Ceoris. Eu posso vislumbrá-lo de forma muito fraca, porque
está muito longe da fundação na qual eu estou ligado. Seus
uivos lembram-me gritos antigos. Você deve encontrar esta
coisa, Bitiurges. Isso pode ser um homunculus foragido,
ansioso para acertar as contas. Ele pode confirmar este conto,
ou contar segredos dos quais até mesmo eu desconheça.
PRIMEIROS
ANOS: 980-999
Tremere não se mudou para esta nova capela.
Como era seu costume, ele se manteve indo de uma
embaixada à outra. Ele nomeou Goratrix senhor de Ceoris,
mas também instalou Etrius para trabalhar como seu braço
direito. A rivalidade entre os dois homens tornou-se
gangrenosa. Goratrix, que anteriormente exercitava um
interesse em assuntos carnais incomuns para um mago,
agora deitava-se sozinho. Sua “regeneração” deixou algo a
desejar. Ele resmungava incessantemente sobre isso em
seus momentos privados. Ele culpava Etrius por sua
condição lamentável; se Etrius não tivesse posto o membro
em minha boca, tudo teria terminado bem. Etrius fez pouco
para aliviar a mente turbulenta de Goratrix,
continuamente desaprovando-o por sua suposta
precipitação. Este puxa-saco conivente numa tacada só me
transformou numa sombra e a Goratrix num eunuco.
Outros magi da Casa Tremere se mudaram para Ceoris.
Alguns tentaram se manter em bons termos com ambos;
outros tomaram partido entusiasticamente com um rival
ou com outro.
Na próxima década e meia, Ceoris repeliu os ataques
ocasionais lançados por forças que na época chamávamos
de criaturas da noite.
Havia ataques criminosos também, com certeza
motivados pelos governantes demoníacos da região. Embora
os atacantes matassem a muitos camponeses nos arredores,
Ceoris permanecia impenetrável. Inicialmente os ataques
preocuparam muito os magi. As outras capelas da
Transilvânia sofreram mais com ataques inimigos, mas os
atacantes sempre falhavam em manter a pressão depois de
ataques bem sucedidos. Goratrix e Etrius se tornaram
igualmente complacentes. O timing aleatório e execução sem
planejamento dos ataques levaram ambos a presumir que as
criaturas da noite eram um grupo desorganizado, quase
irracional.
Um Mistério Inquietante
Durante este tempo, os magos de Ceoris encararam
crescentes frustrações em suas pesquisas. Investigações de
caminhos mágicos que pareciam promissores mostraram-se,
uma após a outra, decepcionantes. Encantos redescobertos
encontrados em textos mofados não funcionavam como
descritos. Novos encantamentos tomavam mais tempo para
serem formulados. Cada mago isolou-se atrás de suas próprias
estantes de tomos arcanos, no início nenhum deles notou que
seus colegas compartilhavam a sensação medonha de ter
chegado ao limite. Na França, a Grande Emanação das Facas
Esmeraldas de LeDuc´s entrou em colapsou sem aviso,
matando seus dois aprendizes. Alguns descobriram que seus
feitiços de imortalidade eram cada vez mais ineficientes para
levantar os músculos ou revigorar os ossos cansados. Somente
em 995 os magos de Ceoris discutiram seu dilema mútuo e
resolveram pesquisar suas causas. Eu vi o medo deles e tive
prazer nisso. Eles supostamente eram os mestres de tudo! Seus
conhecimentos ocultos lhes davam uma inigualável
compreensão de todas as forças atuantes no mundo.
Entretanto agora eles haviam provado como são tolos. Alguma
força que eles não compreendiam estava minando o seu senso
de controle sobre a existência. Minha gargalhada até tornou-se
audível, ecoando através dos meus corredores e subindo até a
cúpula da Grande Biblioteca.
Em 996, Etrius provou que a potência de vis da capela
estava de forma lenta, mas mesuravelmente diminuindo. Em
997, Ceoris hospedou um grande conclave de magi Tremere
que vieram de tão longe como a Inglaterra e Jerusalém. A casa
notou agora que havia uma diminuição universal de seus
poderes. Seus eruditos expuseram várias hipóteses para
explicar o fato. Uma teoria popular era de que a aproximação
do milênio tinha mudado as bases numerológicas para a
mágica. Outros disseram que as estrelas estavam mudando de
posição. Outros ainda diziam que os demônios estavam
vencendo a guerra no Céu. O conclave se concluiu em uma
orgia de idéias ilusórias; somente alguns dissidentes estavam
dispostos até mesmo a conceber a possibilidade de que o
poder no qual trabalhavam há tanto tempo, que em muitos
casos manteve sua imortalidade, podia acabar como uma vela
gasta. Qualquer que fosse o problema, com certeza era cíclico.
19
 O próprio Tremere decidiu de outra forma. Quando os
membros do conclave se foram, ele reuniu os magos de Ceoris e
propôs que procedessem como se o pior estivesse para
acontecer. Ele pôs Goratrix como encarregado de uma grande
investigação sobre o assunto. De 998 a 1000, Goratrix bajulou e
coagiu os outros residentes eruditos destes salões a focarem suas
pesquisas como ele queria. Através de augúrio, meditações
visionárias, cálculos astrológicos e análises alquímicas, eles
eventualmente descobriram que seus poderes estavam
começando a desaparecer. O caminho hermético estava
desaparecendo para sempre. Tanto Goratrix como Etrius
contribuíram enormemente na compreensão do problema.
Etrius queria dividir seus resultados com magos de outras
casas. Ele argumentou que se os pesquisadores de Ceoris foram
tão longe em tão pouco tempo, os esforços combinados das
melhores mentes da Europa certamente poderiam encontrar
uma solução ainda mais rápida para o mistério. (Bitiurges, se
você passar esta carta para um leitor
não iniciado, deve explicar que os magi da Casa Tremere
são apenas um dos muitos grupos que compõem a Ordem de
Hermes).
Tremere ordenou a Etrius e a todos os outros, a ficarem em
silêncio. Eles naturalmente o obedeceram, mas murmuravam
pelas suas costas. Porque ele guardaria o conhecimento que
tinham obtido? Goratrix pensou que Tremere pretendia que
eles encontrassem novos meios de alcançar a imortalidade para
sobrepor o método conhecido, o futuro que agora parecia
incerto. Com tão grande e novo segredo em mãos, sua Casa
poderia finalmente governar as outras. Tremere reverteria sua
falha prévia em tomar a Ordem de Hermes.
Foi mais ou menos neste período que Arundinis
desapareceu numa jornada ao sul para Atenas, junto com um
quarteto dos mais robustos guarda-costas da Casa. Um grupo de
busca seguiu a trilha de Arundinis até as margens do Danúbio,
onde não acharam nada além de um acampamento destruído e
vegetação estranhamente retorcida.
Os Anos de
Busca: 1000-1021
Tremere ordenou a seus seguidores que investigassem
todos os possíveis substitutos para seus métodos de
imortalidade. Ceoris dividiu-se em grupos rivais, todos com a
certeza de estarem certos em seus estudos e ansiosos para
provar como errado os métodos rivais. Nuntius
supervisionou um projeto para destilar ervas potentes numa
nova droga de imortalidade a qual alegava não requerer
mágica para funcionar. Paul Cordwood pesquisou meios de
medir e então destilar a alma humana. Epistatia se dedicou a
uma disciplina a qual nomeou Migração Espiritual, pela qual
os magi poderiam abandonar corpos envelhecidos em troca
de outros saudáveis.
20
A alquimista Therimna enviou grupos para os
cantos mais distantes do mundo para que capturassem
alguns monstros das lendas, cujas partes foram então
misturadas numa variedade de poções de gosto terrível e
completamente ineficazes.
Etrius Boca do Inferno
O hipócrita Etrius pesquisou o diabolismo, buscando
duplicar os efeitos daqueles rituais de campo proibidos sem
realmente fazer contato direto com demônios. Quão típico da
parte dele fazer tal distinção sem sentido! O próprio Tremere
esteve interessado no diabolismo até sua tentativa fracassada,
séculos atrás, de tomar a Ordem de Hermes – ele o abandonou
depois de perceber o seu paradoxo central. Demônios fracos o
bastante para serem dominados por magos mortais nunca são
poderosos o bastante para executarem tarefas que compensem
os problemas oriundos de se envolver com eles. Demônios
poderosos o bastante para garantir grandes favores não podem
ser dominados; sempre enganam o magus de algum modo.
Tremere proibiu seus seguidores de se engajarem em contatos
infernais, não por fervor moral ou espiritual, mas porque
os encantos não eram efetivos o bastante. Etrius imaginou
que o poder da adoração diabólica podia estar (ou poderia ser
feito a estar) não no poder dos demônios, mas na repetição das
demandas ritualísticas. Ele ganhou aprovação de Tremere para
embarcar num cuidadoso curso de pesquisa nesta hipótese.
Depois de ver ínfimos resultados com o sacrifício de porcos e
galinhas, mandou lacaios ao campo para raptar filhas virgens de
fazendeiros e camponeses. Ele sacrificou mais de duas dúzias de
jovens mulheres durante suas duas décadas de pesquisa. Etrius
repetiu seus experimentos com bebês recém-nascidos como
objetos de sacrifício, sem nenhum efeito melhor. Algumas vezes
conjurava demônios não intencionalmente, noutras conseguia
nada além de alguns odores nojentos problemáticos.
Porém, sua falha mais espetacular veio no equinócio
outonal de 1003. Ele havia descoberto que as estrelas estavam na
posição correta para fazer apelos ao Inferno, um grande ritual foi
posto em andamento. Ele tinha os nomes secretos de três
príncipes de Dis, ou assim pensou, e estava pronto para fazer
exigências em troca de pagamento em sangue de oito novas
vítimas. Ele foi bem-sucedido muito além de quaisquer
expectativas - abriu um portal para o Inferno, permitindo aos
demônios tomar um andar inteiro das catacumbas da capela! Eu
não me envergonho do refinado deleite que se abateu sobre mim
enquanto as criaturas fluíam das profundezas do inferno,
queimando carne e cortando ossos. Dois magi, quatro
aprendizes e meia dúzia de lacaios foram consumidos pelo fogo
do inferno ou rasgados em pedaços por garras demoníacas antes
de Etrius achar um meio para reverter parcialmente o ritual,
fechando o portal e selando o Inferno atrás dele.
Quando a crise passou, as recriminações começaram.
Naturalmente, os outros desejavam ver o favorito de Tremere
humilhado, expulso ou até mesmo morto, pelo perigo no qual
havia posto todos eles. Eles o levaram perante o conclave e
exigiram que se justificasse. Seus discursos retorcidos em defesa
de suas ações foram deliciosos de observar.
 Inicialmente argumentou ter feito tudo corretamente,
e que outros certamente o tinham sabotado. Como os olhos
de Goratrix se enfureceram quando viu Etrius tentando
botar a culpa nele! Eu não pude conter minha risada; os
magi não a ouviram, mas viram as chamas de seus
candelabros se mexerem. Ao comando de Tremere, Etrius
retirou a acusação e então alegou que os demônios
enganaram seus sentidos. Certamente, ele disse, seriam
compelidos por sua devota fé a atacá-lo. A negação de culpa
foi ridícula, e um por um, os outros optaram por sua
destruição. Entretanto ao final do conclave, Tremere
levantou sua mão e tomou sobre si a responsabilidade pela
falha de Etrius. Ele havia aconselhado Etrius, guiado sua
teoria e sancionado seu experimento. Se Etrius tivesse de
encarar a expulsão, ele próprio também deveria. Alguém
queria manter o voto por sua destruição? O conclave caiu
em silêncio. Os olhos úmidos de Etrius olhando para
Tremere em adoração, eram como os de um cão de
estimação.
A Solução de Goratrix
Foi Goratrix quem chegou a uma teoria plausível.
Notando que as florestas à noite fervilhavam com supostos
seres imortais, resolveu investigar as criaturas. Ele passou
anos lendo textos herméticos atrás de informações sobre
vampiros, encontrando pouca coisa útil.
Então alguém deixou a cabeça de Arundinis na entrada
de Ceoris. Servos cruzando a ponte levadiça acharam seus
restos dissecados numa úmida manhã de Novembro.
Indivíduos desconhecidos a tinham colocado no outro lado
do abismo que separa a fortaleza do terreno em volta dela.
Goratrix recolheu cabeça, pois queria testar um
encantamento que havia encontrado em textos
necromânticos nos quais esteve consultando. Realizando um
ritual que envolvia moer e ingerir o crânio, Goratrix reviveu
momentos cruciais dos últimos dias de vida de Arundinis.
Seu grupo havia sido atacado por um grupo de criaturas da
noite que ele logo veio a perceber como vampiros. Ele foi
mantido vivo por meses e torturado até ceder. Ele revelou
muitos dos segredos da Casa para seu torturador; uma besta
desprezível chamada Roland. Porém, em momentos de
autocontrole ele também forneceu muita informação falsa,
exagerando enormemente o poder dos magos de Ceoris.
Goratrix ditou o conteúdo de suas visões para um aprendiz e
depois analisou o texto por pistas do paradeiro das criaturas.
Ele enviou grupos a procura dos locais de referência que havia
visto.
Em 1005, Goratrix buscou a benção de Tremere para um
audacioso ataque. Ele pessoalmente liderou um grupo de
guerra ao refúgio de Roland. Seus soldados mais
barbaramente leais rasgaram seu caminho através das
próprias tropas de lacaios do ancião Tzimisce. Dúzias de
indivíduos foram mortos em ambos os lados da batalha, mas
os magos unidos finalmente prenderam Roland em correntes
inscritas com símbolos místicos e o feriram com fogo.
Goratrix prometeu sua liberdade em troca de respostas.
De Roland, ele ganhou suas primeiras informações de
amplitude da história e poder dos vampiros. Ele aprendeu
que os vampiros pertenciam a facções, chamadas de Clãs.
Roland, por exemplo, era dos Tzimisce, uma família de
aristocratas decadentes que moldavam carne como se fosse
barro. Ele também aprendeu que estas bestas se
reproduziam drenando o sangue dos mortais, então
transformando-os num processo conhecido como Abraço.
Não posso, nesse curto tempo em que controlo sua mão,
revelar tudo que Goratrix aprendeu sobre as criaturas da
noite, Bitiurges; devo continuar minha narrativa.
Quando sua cabeça se saturou com as respostas,
embora questões adicionais ainda o iludiam, Goratrix
ordenou que Roland Abraçasse dois de seus surpresos e
aprendizes que de nada suspeitavam, Stephen e Pharus. Ao
retornar a Ceoris, Goratrix ordenou que Stephen e Pharus o
seguissem descendo até a oficina e até seu “ateliê” privado.
Ele se isolou por anos sem alcançar qualquer progresso. Os
habitantes de Ceoris logo vieram a falar de Stephen e Pharus
usando verbos no passado.
O Desespero se Instala
Conforme os anos se passavam e grupo após grupo via
pesquisas promissoras surgirem e desmoronarem em falhas,
uma atmosfera de desespero desceu sobre a capela. Quando
experimentos não corriam como pretendido, os magi
lançavam olhares amargos a seus rivais, certos de que haviam
sido sabotados. Vincius, aprendiz de Paul Cordwood, foi
encontrado estrangulado em sua cama em 1011. Isto
aconteceu não muito depois que Epistatia se viu humilhada,
na frente de uma reunião de magi, ao falhar em projetar sua
consciência na mente de um caçador capturado. Ela acusou
Vincius de colocar um mau olhado sobre ela durante sua
demonstração. Mas negou envolvimento na morte de
Vincius. Nada foi provado contra ela.
Goratrix veio em sua defesa, mas a um preço: Ele insistiu
que ela abandonasse suas pesquisas e o ajudasse com as dele.
Epistatia foi recrutada para ajudá-lo a lançar sua consciência
para o mundo, ou talvez através dos reinos fantasmas do
mundo inferior, na busca de levantar informações adicionais
sobre os vampiros. A ajuda de Epistatia permitiu a Goratrix
diversos progressos. Tanto que não seria estranho alguém
imaginar que foi Goratrix quem matou Vincius de forma que
pudesse manter Epistasia ligada a ele (Eu não vi, mas acho
que é bem provável). Ele contatou pelo menos duas
entidades diferentes que o forneceram instruções cruciais.
Tendo sido a árvore do mundo de Ceoris, eu os reconheci
como a “Raiz-de-Tudo” e a “Estrelas-Além”, os seres que
encheram minhas raízes com ódio. As pesquisas de Goratrix
continuaram por onze anos. Bitiurges, você tem que
aprender o que estas entidades realmente são e o que elas
querem conosco.
21
 Sem eles, a maldita capela nunca teria sido construída e
nossa casa não estaria dividida e amaldiçoada. Talvez, armado
com estas informações, você e outros dignos de confiança
possam começar a desfazer o que o orgulho e a teimosia nos
fizeram.
A Transformação:
1022
Em 1022, Goratrix anunciou a uns poucos seletos que
eles eram necessários para ajudá-lo em seu experimento
final. Convidados a juntar-se a ele estavam: Tremere, Etrius,
Meerlinda e quatro outros membros mais próximos de
nosso fundador. Por sete dias e sete noites os participantes
ficaram sem dormir, engajados numa série de rituais tão
complexos que as instruções cobriam mil folhas de
pergaminho, as quais foram queimadas no decorrer do
ritual. No clímax da cerimônia, os participantes caíram
sobre os aprendizes Abraçados, Stephen e Pharus,
desmembrando-os com mãos nuas, em seguida comendo
sua carne e seu sangue, como os Mênades enlouquecidos de
antigamente. Saindo do delírio violento eles caíram num
estado de eufórica agonia, e depois na inconsciência.
Quando despertaram, horas depois, eram mortos-vivos.
Vampiros.
22
Ninguém além de Goratrix esperava esse resultado.
Calderon, o Espanhol, voou em seu pescoço, jurando matá-lo
por enganá-lo quanto ao propósito do ritual. Etrius, assustado,
acusou Goratrix de envolvimento diabólico de primeira ordem e
profetizou que este dia selaria seus destinos. Tremere, porém,
imediatamente sentiu a eficácia da mágica de Goratrix. Ele falou
naquela sua maldita voz de comando, aquela que é capaz de te
fazer esquecer todo senso e decência, e ordenou a todos que
parassem. Ele os manteve a mão, ordenando que castelões
governassem suas capelas em seus lugares. Eles permaneceram
em Ceoris pelos próximos sete anos, lutando para aprender e
dominar as novas leis que governavam seus corpos. Cada um se
tornou um recluso morador noturno, preocupados que seus
companheiros de capela pudessem ver através do ardil. Mas
ninguém viu; tipicamente, os outros magos estavam muito
preocupados com suas pesquisas pessoais para notar as
mudanças na rotina de seus colegas. Eu tentei gritar em seus
ouvidos, mas, como num sonho de criança, não pude me fazer
ouvir.
GAMBITOS FALHOS:
1024-1026
Por décadas eu tenho tentado dominar minha própria
nova condição, para exercer algum tipo de poder sobre os
eventos em Ceoris.
 Uma noite, eu acho que em 1024, eu observei Etrius se
alimentar de uma outrora inocente garota raptada de um
vilarejo próximo. Eu chorei por não poder fazer nada, como fiz
tantas outras vezes, chorando
lágrimas tão insubstanciais quanto o resto de mim. Mas
desta vez as lágrimas caíram sobre a testa de Etrius. Ele olhou pra
cima, chocado, e cessou sua alimentação. Etrius conseguiu me
ver.
Eu o odiava, mas ali tive uma oportunidade para falar.
Ainda havia racionalidade o bastante nele para fazê-lo ver o
declínio no qual ele e os outros entraram? Se eu pudesse
agarrá-lo pelo pescoço e sacudí-lo para que recuperasse a razão,
eu teria feito. Mas eu tinha palavras como minhas únicas armas.
Eu o contei que tinha observado os rituais exploratórios de
Goratrix e Epistatia. Eles sentiram minha presença e por várias
vezes tentaram me expulsar, e cada vez eu achava uma brecha
pela qual me esgueirar. Eu aprendi que quando humanos
bebem o sangue de vampiros, é extremamente improvável que
eles se tornem vampiros. Eles se tornam carniçais, meio mortais,
escravos daqueles cujo sangue consomem. Mas os patronos
espirituais de Goratrix e Epistasia haviam fornecido meios de
ignorar esta lei do vampirismo. Eles também forneceram poder
para o ritual. Etrius sacudiu a cabeça, rejeitando minhas
palavras. Eu pedi que ele relembrasse do ritual, relembrasse as
forças invocadas. Eu tinha sentido “Raiz-de- Tudo” e
“Estrelas-Além”, sentia que um deles era um tipo de demônio e
o outro como alguma outra coisa. Os mais poderosos Tremere,
que sempre se consideraram mestres de tudo, tinham feito de si
mesmos meros fantoches. E pelo o quê? Pelo o quê? Mera vida,
mera vida! Havia somente um meio de reverter o deslize, para
honrar qualquer grandeza que um dia tiveram. Os oito teriam
que tomar o controle final sobre suas próprias existências e
terminá-las. O suicídio seria a única saída.
Etrius acenou com a cabeça e concordou em suicidar- se.
Ele procurou Goratrix e contou-lhe de seu encontro comigo.
Junto a Epistasia, os dois vieram até mim com bocas cheias de
mentiras e tentaram me prender para sempre numa cela astral.
Não me considere estúpido. Eu estava preparado para uma
possível traição, e tinha aprontado uma artimanha
fantasmagórica — porque em Ceoris meu poder é grande. De
um certo modo, eu sou Ceoris. Pelo menos, sou tão parte dela
quanto suas paredes e fundações. Destrua-me, Bitiurges.
Destrua Ceoris.
Como Os Tzimisce
Souberam de Nós
Se os vampiros Tremere não podiam se matar, eu
imaginei que teria de motivar seus inimigos para fazer o
serviço no lugar deles. Eu esperei um espião Tzimisce aparecer
entre nossos lacaios, e um apareceu. Eu tomei suas mãos
como agora tomo as suas e escrevi cartas para seu mestre, um
vampiro chamado Rustovitch. As cartas repetiram os atos de
Goratrix na captura e morte de sua cria Roland, o Abraço de
Stephen e Pharus e o ritual de usurpação.
As cartas encontraram seu alvo e em pouco tempo
os exércitos de Rustovitch estavam cercando nossas
capelas.
UMA GUERRA DE VERDADE
Exércitos de carniçais liderados por vampiros varreram
as outras capelas Tremere da Transilvânia, destruindo a
maioria delas no curso de meros dois anos. Eu tenho, desde
então, aprendido sobre os outros Clãs de vampiros que se
juntaram na guerra de Rustovitch: os bárbaros Gangrel e os
horrendos Nosferatu. Mesmo os magos caíam enquanto
onda após onda de enxames de soldados gritando passavam
por suas defesas. Sobreviventes se esconderam na floresta e se
refugiaram em Ceoris. A própria Ceoris sofreu alguns
ataques simulados, nos quais Rustovitch pretendia mais
desmoralizar os Tremere do que lançar um golpe mortal. Ele
e seus aliados estavam vencendo, mas ainda não tinham
nenhum meio real de atravessar estas muralhas.
Como um ingênuo, eu tinha esperança que Rustovitch
pudesse ter um meio de matar somente os oito. Eu não
pretendia tornar todos os magos em seus inimigos. Eu nunca
quis uma guerra. Eu cessei minhas cartas e me desesperei
pelo meu gâmbito falho. Eu roguei para que o destino
deixasse a loucura me tomar, de modo que eu pudesse
esquecer meus erros. Mas ele não me ouviu. Isso ainda me
assombra, eu apenas consegui acelerar nossa danação ao
tentar pará-la.
CRISES INTERNAS:
1026-1036
A escalada da guerra contra as criaturas da noite fez
destes muros uma gaiola de terror. Os magi mortais sentiam o
horror no ar. Os mais perceptivos entre eles notaram que algo
estava muito errado dentro da ordem. Tanto Goratrix como
Etrius tinham se retirado das atividades do dia a dia. Outros
próximos a eles estavam se tornando igualmente reclusos.
Eles restringiram o acesso a muitas das câmaras
experimentais. Barulhos estranhos emanavam das câmaras,
agora também proibidas para quase todos. Eu admito ter
desempenhado um pequeno
papel em deixar pistas. Abrindo uma porta. Deixando
um livro aberto numa página crucial. Entretanto eu temia
intervir diretamente, tendo me comportado tão
estupidamente antes.
Eu tomei cada pequeno prazer que pude em observar as
hostilidades criarem desavenças entre os usurpadores.
Goratrix argumentava que somente o Abraço imediato de
todos os membros da Casa os daria a força que eles
precisavam para contra-atacar em pé de igualdade seus
inimigos vampiros. Etrius se mostrava um argumentador
igualmente fervoroso, mas pela cautela. O Abraço de magi
despreparados traria nada além de confusão e traição.
23
 Seus colegas tinham antes de ser preparados cuidadosa
e metodicamente para abandonarem suas ilusões de
moralidade. Tremere concordou com Etrius, mas acabou
colocando os dois homens um contra o outro, nutrindo o
ódio há muito tempo fervente entre eles. Em várias
ocasiões, Etrius se encontrou em necessidade de proteger-se
de ataques mágicos exploratórios contra ele. Ele culpou
Goratrix e pediu a Tremere por ajuda. Tremere o
tranquilizou, mas fez pouco para apaziguar a fúria de
Goratrix. Os dois rivais concluíram que seu mestre os estava
testando. Eles lutariam, e o vencedor receberia os favores de
Tremere. Cada um recrutou aliados entre os magi cainitas.
Calderon e o francês LeDuc tomaram partido com Etrius,
outros apoiaram Goratrix, e a habilidosa Meerlinda buscou
colocar um fim na disputa. A despeito de seus esforços, os
dois lados periodicamente atacaram um ao outro durante o
curso da próxima década.
INCIDENTE EM TESSALôNICA
Este conto crucial, eu só conheço de segunda mão,
porque isso ocorreu muito longe de meus portões e torres.
Em 1036, Etrius visitou a capela de outra ordem hermética,
os Bonisagi, em Tessalônica. Lá buscou por livros de
conhecimentos relativos aos vampiros. Enquanto estava lá,
sofreu um ataque de um exército de pequenos e sibilantes
homúnculos com dentes de fogo. Eles nasceram de um
encanto lançado por Vitório, um magus mortal sob
influência de Goratrix, o qual deu errado de tal maneira que
eu sou cruel o bastante para achar divertida. Se a falha
ocorreu porque ele usou apressadamente um ritual mal
formulado, ou se foi devido à volatilidade da nossa mágica,
eu não sei. O encanto retirou o material essencial para os
seres autômatos não dos tijolos da capela, como era a
intenção, mas da carne e sangue de outros magi
adormecidos próximos ao quarto de Etrius. Nenhum dos
magi de Tessalônica foi morto, mas vários foram mutilados:
Um teve seus olhos perfurados e outro perdeu a carne de
ambas as pernas. Furiosos, os Bonisagi rastrearam a cruel
magia de volta até a sua fonte. Eles concluíram que Ceoris
não estava somente no meio de uma guerra civil, mas seus
magos certamente estavam invocando poderes infernais.
Em meses este conto se espalhou como um vírus através das
capelas da Europa. Tremere passou cinco anos visitando
seus colegas poderosos, um após o outro, persuadindo-os de
que o Incidente de Tessalônica havia sido um mal
entendido. Vitório foi assassinado e considerado como o
único culpado. Como eu gostaria de poder ter viajado nos
ombros de Tremere, para vê-lo fingir,
implorar, adular, e humilhar-se perante aqueles que ele
considerava seus inferiores! Mas seus amaldiçoados poderes
de persuasão, sem dúvida tomando uma vantagem hábil dos
medos e percepções estreitas dos outros, prevaleceram.
24
Os outros concordaram em não impender qualquer ação
contra sua Casa. Eu temo que ele até recrutou alguns deles
sem contar a qualquer de seus seguidores que havia
Abraçado magi proeminentes de outras Casas.
AS PEDRAS
ANGULARES DA
PIRâmide: 1037
Tremere então cometeu um ato que se tornou o mais aberto
segredo do Clã. Usando o incidente de Tessalônica como um
pretexto, convocou os sete para sua câmara, onde os forçou à um
Laço de Sangue com ele. Estando no centro da lealdade mística
de cada um, poderia terminar a guerra civil. Assim, somente
Tremere ganhou com a luta entre Goratrix e Etrius. Se ele
deliberadamente atiçou a chama de suas rivalidades, esperando
que um deles precipitasse uma ação que justificasse o Laço de
Sangue? Claro que sim.
Tremere contou aos sete que o Laço de Sangue era somente
o primeiro passo para a renovação da Casa. A sobrevivência
dependia do exercício de uma vontade única e determinada. Ele
instituiria uma hierarquia de ferro através da qual cada Cainíta
Tremere recém-Abraçado no fim das contas obedeceria suas
ordens. Ele desenrolou um pergaminho com o qual apresentou
um diagrama mapeando uma pirâmide de lealdades. Tremere
estava no topo da pirâmide. O Conselho Interno dos Sete, como
ele chamava agora seus confederados, ficava imediatamente
abaixo dele. Quando o Abraço da Casa estivesse completo, cada
um comandaria um número de lordes, que por sua vez
supervisionaria vastas áreas, ou reinos, contendo muitas capelas.
Os regentes, cada um cabeça de uma capela menor, comandaria
os magi e aprendizes que vivessem ali. O Laço de Sangue
asseguraria os votos que cada Cainíta fez ao seu superior dentro
da hierarquia. Na iniciação, os aprendizes beberiam o sangue de
seus mestres, misturados com o de Tremere e dos conselheiros.
Magi beberiam da vitae de seu regente; o regente beberia o
sangue de seu lorde e assim por diante. Este controle firme sobre
as ações dos subalternos provaria ser uma arma até maior contra
os outros Cainítas do que o domínio Tremere sobre a magia, ele
assim disse a seu conselho. O caos estava varrendo a Europa e
aqueles que ficassem firmes triunfariam.
Antes de liberar o Conselho dos Sete, Tremere informou-os
que Etrius iria acompanhá-lo numa viajem pela Europa e pela
Terra Santa na busca de segredos Cainitas. Goratrix finalmente
governaria Ceoris sozinho. Um sorriso arrastou-se pelos lábios
de cada um — até que um viu o outro. Então as faces dos rivais se
mostraram como reflexos num espelho, ambas com suspeitas e
descontentamento.
O Reinado de
Goratrix:
1037-1133
Eu vi Goratrix engolir seus receios quando Tremere e os
outros conselheiros partiram. Agora ele se regozijava em seu
domínio total sobre Ceoris. Ele sempre quis governar Ceoris
sozinho. Por que outra razão teria
devotado tanto de sua magia pessoal? Enquanto Etrius, ou
qualquer outro participante no ritual original habitasse Ceoris,
seu poder estaria obscurecido. Eu também habitava Ceoris de
certa forma, mas evidentemente o velho e morto Ponticulus não
entrava em suas considerações.
Ele voltou sua fúria para a guerra contra os Tzimisce, cujos
exércitos de carniçais mais uma vez avançavam em seus ataques.
Estes ataques cresceriam e diminuiriam durante a década
seguinte. As criaturas da noite devastariam as capelas mais
afastadas, vindo uivar diante dos próprios portões de Ceoris,
deixando-a sob cerco. Então os magi desesperados dirigiriam
seus poderes enfraquecidos, destruiriam as criaturas com uma
obra terrível e os mandariam latindo de volta para seus refúgios
ao norte da Transilvânia. No início eu tive esperanças de que a
guerra pudesse mudar as coisas, mas quando o ciclo se repetiu,
só encontrei o tédio e talvez uma piada secreta do destino. Talvez
você esteja familiarizado com datas, Bitiurges, portanto eu
listarei as datas das piores lutas: 1040, 1046, 1062, 1066, 1086 e
1105. Eu não compreendo inteiramente as longas pausas entre
os ataques, porque não compreendo a mente dos Tzimisce. De
qualquer forma, os magi, durante o período de 1047 a 1061 e de
1067 a 1085, foram capazes de levantar proteções místicas para
impedir as criaturas da noite até mesmo de se aproximarem de
nossas propriedades. Eles reconstruíram as capelas afastadas
neste meio tempo, estocando vis freneticamente para usos
futuros. Então as proteções falharam, os exércitos inimigos uma
vez mais vieram, e os magi fugiram de volta para a mais poderosa
das capelas.
Muitos dos moradores de dentro destes muros foram
Abraçados nesta época. Você conhece Malgorzata, a de língua
afiada. Você sabia que ela não é uma nobre, mas uma jovem local
que Goratrix comprou dos pais camponeses? Ele a tornou sua
aprendiz, protegendo-a de seus rivais. Como é comum ocorrer
com aprendizes, ela se tornou uma versão mais rude e menos
sutil de seu mestre, imitando e exagerando suas características
mais visíveis. Sua ousadia e ascensão rápida garantiram poucos
amigos, mas a fizeram ganhar a admiração de outros aprendizes.
Cinco anos depois de seu próprio Abraço, ela trouxe seu mais
intenso admirador, Jervais, para o estado Cainíta.
Uma grande ofensiva Tzimisce veio em 1105. A ofensiva
esmagou todas as capelas da Transilvânia próximas a Ceoris.
Goratrix lutou contra o chamado do Laço de Sangue, desejando
Abraçar todos os magi de Ceoris de uma vez para melhor
alistá-los para a guerra.
Embora Abraçasse alguns poucos indivíduos, não pôde
romper com a influência de Tremere sobre ele passado tão pouco
tempo de realização da cerimônia do Laço de Sangue.
A Criação das Gárgulas
Necessitando de uma arma com a qual rechaçar os
Tzimisce e seus aliados, Goratrix voltou-se uma vez mais para
suas bibliotecas de pesquisa. Com Malgorzata e Epistatia como
apoio, ele Abraçou camponeses capturados na intenção de
estudar as mudanças ocorridas em sua anatomia causadas pelo
processo do vampirismo. Ele reuniu muita informação de seu
programa de dissecação de cobaias vivas, mas em 1109
considerou que o estudo de Cainítas recém-Abraçados tinha
alcançado seu limite. Epistatia, com sua mente nadando em
intuições sobrenaturais, aconselhou Goratrix a buscar
cobaias experimentais mais velhas que ele próprio. Ele teria
de capturar alguns Cainítas genuínos.
Goratrix começou a Abraçar não os magi de Ceoris, mas
seus lacaios, sobretudo os soldados. Veja que isso não
contrariava ao pé da letra a ordem de Tremere. Ele mandou
seus neófitos em missões suicidas para capturar Cainítas mais
experientes. Cinco ou seis dúzias deles morreram
trabalhando para completar suas ordens. Uns poucos grupos
tiveram sucesso, trazendo Tzimisce, Gangrel e Nosferatu
furiosos para encarar o bisturi de seu mestre. De 1110 até
1120, as cavernas de Ceoris reverberaram com os gritos de
Cainitas mutilados. Um novo nome entra na história agora,
um que você reconhecerá: a magi recém-Abraçada Virstania,
que mesmo naquele tempo já estava 3/4 louca. Foi seu amor
distorcido pelas criaturas que estavam criando que os
influenciaram e mantiveram maleáveis, infundindo suas
mentes com ódio por seus antigos companheiros. A aprendiz
mais leal de Goratrix, Malgorzata, impediu os participantes de
se entregarem a precipitados vôos experimentais
extravagantes, repreendendo-os quando se esqueciam de que
suas vidas dependiam do sucesso do projeto.
Em 1121, Goratrix revelou o primeiro de sua raça refeita.
A primeira Gárgula foi chamada de Chaundice. Suas
características se tornariam típicas de sua espécie, aparência
demoníaca, pele pedregosa, garras temíveis e asas de morcego.
Mas Goratrix, Malgorzata e Virstania criaram muitos outros
tipos de Gárgulas, de desing menos eficiente durante estes
anos.
Em 1125, eles haviam criado um número suficiente
destas criaturas terríveis para jogá-los sobre seus inimigos. As
Gárgulas viraram a mesa da guerra contra os Tzimisce. Eles
voaram sobre o campo de batalha, pegando como alvo os
poucos vampiros entre a multidão de carniçais loucos por
sangue, e assim aterrorizando os guerreiros mortais. Eles
mergulhavam, agarravam estes vampiros para levá-los voando
para Ceoris, onde também se tornariam matéria- prima para
novas Gárgulas.
Em 1126, Chaundice foi enviada em uma missão e não
retornou. Eu presumo que os Tzimisce a encontraram,
rasgaram-na em pedaços e descobriram do que ela era feita.
25
 Eles nos atacaram com ferocidade renovada logo
depois que perdemos Chaundice, nos levando a presumir
que reagiram com horror e ódio. (Eu ouvi Virstania
murmurar para seus discípulos Gárgulas sobre uma que
escapou e criou sua própria colônia fora do controle
Tremere. Eles o chamam de Lorde de Rocha. Pelo que eles
dizem, não acho que seja Chaundice, mas talvez seja).
AS PESQUISAS DE
TREMERE E ETRIUS:
1037-1133
Tremere e Etrius não estavam à toa durante este quase um
século de derramamento de sangue. De 1037 a 1121, eles
viajaram de uma capela para a outra, conduzindo experimentos
secretos que deram origem a sua arte vampírica da Taumaturgia.
Eles iniciaram tal trabalho em Ceoris e agora o continuavam
mundo afora. Eles converteram os feitiços e encantos da magia
hermética para um sistema de poder que não dependia de vis,
mas da potência sobrenatural do sangue estocado no corpo do
vampiro. Os dois apareceram em Ceoris somente para
incrementar suas teorias com os resultados atingidos no projeto
das Gárgulas de Goratrix. A maior parte das sete primeiras
décadas de suas buscas consistiram de trabalho teórico.
Progressos de utilidade prática aparentemente custavam a surgir
e eu vi Goratrix usar as propriedades viciantes de seu sangue para
escravizar vários magi de modo a serví-lo como seus substitutos
no projeto Gárgula e em outros assuntos.
Tremere e Etrius passaram os vinte anos finais
encontrando feitiços herméticos e rituais que podiam ser
convertidos em magia de sangue e traduzindo-os em fórmulas
taumatúrgicas. Talvez, Bitiurges, você possa levantar em
conversas os nomes de magos como Gyrus, Tabellarius, Decorar
e Cautus. Veja quais reações seus nomes provocam. Eles foram
escravizados por nossos supostos superiores, usados como
burros-de-carga mágicos, e então mortos, seus cérebros e
corações dissecados para a obtenção das informações que
Tremere pensava ser possível de se encontrar neles — sem
qualquer propósito útil, pelo que pude perceber.
A CAÇA
Em 1121, conhecendo o sucesso de Goratrix na criação
das Gárgulas, eles se sentiram prontos para seguir as várias
pistas e referências na literatura do vampirismo.
Acompanhados por algumas Gárgulas, eles perambularam
através dos cantos escuros da Europa, algumas vezes
posando como vampiros de outros Clãs (Aqui eu dependo
novamente de conversas ocorridas em Ceoris, cujos limites
não posso ultrapassar). Eles descobriram mais fatos básicos
da existência vampírica.
26
Descobriram que poderiam aumentar seus poderes
bebendo o sangue mais próximo de Caim, o primeiro vampiro
(Sim, Caim o primeiro assassino). Tremere testou
imediatamente esta teoria, matando um vampiro mais velho
em Roma e consumindo sua vitae. Tão logo soube que uma
hierarquia existia, Tremere trabalhou fervorosamente para
achar a posição mais alta e derrubar quem quer que a ocupasse.
De 1126 a 1132, ele e Etrius rastrearam os antigos vampiros
conhecidos como Matusaléns. Sempre que encontravam um,
planejavam cuidadosamente um ataque, convocando os
outros Conselheiros de seus postos para juntarem-se ao
ataque. Através desse método aumentaram o poder de seu
próprio sangue e, por conseguinte reforçavam a potência de
sua Taumaturgia.
A Próxima Depravação
No lamentável estado em que Etrius e os outros me
condenaram, minha percepção não vai mais longe do que meus
próprios muros, Bitiurges. Eu não sei o que os monstros a quem
outrora chamei de colegas, fizeram quando estiveram longe de
mim, portanto o próximo capítulo nesta lamentável história será
apenas de conjecturas. Do que eu pude perceber, a caça por
anciões vampiros levou Tremere a querer encontrar uma
criatura que chamava de Antediluviano. Esta coisa era um pai
dos vampiros, fundador de uma das grandes linhagens das crias
do inferno. Tremere quis este poder para si, e eu só posso
presumir que com ele seria possível a Tremere estabelecer sua
superioridade entre os vampiros.
Etrius e Tremere viajaram de maneira ampla e para longe.
Eu imagino que suas jornadas renderam frutos nas terras agora
controladas pelos Muçulmanos. Eu ouvi rumores de que eles
estavam procurando o refúgio do próprio Set, vil deus do Egito
antigo e um pai de vampiros. Mesmo que isso seja verdade, não o
puderam encontrar. Ao invés disso, em 1133, Tremere
convocou o Conselho dos Sete até ele e eu ouvi Goratrix relatar
que seu mestre tinha encontrado a tumba de uma criatura
chamada Saulot. Trazendo o terceiro olho da sabedoria, este
antigo vampiro era o pai de uma linhagem de criaturas chamadas
Salubri. Goratrix saiu com esperança de um novo poder. Ele não
retornou de mãos vazias, nem sozinho. Todo o conselho chegou,
com o corpo prostrado de Tremere sendo carregado. Alguns
estavam fluindo com novo poder, outros enfurecidos com a
tolice do excesso de confiança. Goratrix permaneceu em
silêncio, mas andava com um novo ódio em seus passos.
Eu não sei exatamente o que aconteceu, Bitiurges. Parece
que Tremere bebeu o sangue de Saulot e o matou. Agora ele
tinha o poder dos antigos, mas ficara propenso a sonos
profundos, misteriosas mudanças de personalidade e até de
forma física. Tremere já foi um homem, já foi um vampiro.
Agora é um monstro das lendas. Ninguém parecia preparado
para este resultado e tenho ouvido alguns rumores de que eles
previram a queda da Casa Tremere quando o mesmo cometeu
este novo crime.
Encontre a verdade se você puder Bitiurges, mas tenha
cuidado.
DESDE 1133
Durante um período em que esteve acordado em Ceoris,
Tremere definiu o desenvolvimento futuro do clã que leva seu
nome. LeDuc, mestre da desenvolvida Capela de Paris, deveria
viajar para o leste para procurar mais pistas e eventos que se
desencadearam. Ele aparentemente caçaria Salubri e seus
segredos. Goratrix deixaria de ser Lorde de Ceoris e iria para a
França tomar os salões parisienses. O leal Etrius tomaria Ceoris,
cuidando para que o descanso de Tremere não fosse
perturbado.
A Fúria GORATRIX
DE
Goratrix conteve sua fúria apoplética até chegar em suas
câmaras, onde eu o vi desabafar na presença de Malgorzata e
Jervais. Foi ele, Goratrix, quem tinha salvado
a Casa criando as Gárgulas e expulsando as criaturas da
noite! Foi ele quem havia sacrificado sua essência mística
para construir Ceoris. Ceoris supostamente sempre foi dele!
Sua força poderia ser fragmentada se ele não a ocupasse! O
covarde Etrius tinha lhe passado a perna no fim das contas.
Aquele lacaio sabia que a real posição de poder estava a
direita de Tremere. Que contribuição ele havia feito?
Certamente convenceu Tremere a tomar Ceoris dele. Que
faca nas costas aquilo representava! Que renúncia ao valor de
tudo que Goratrix tinha feito! Etrius tinha estado ali
meramente para bajular Tremere, para atender seus
caprichos. Etrius não tinha feito nada, mas ganhou tudo!
Goratrix pegou uma espada na parede e disse que
desceria o corredor até a câmara onde Tremere estava e
tomaria sua vida como Tremere havia tomado a de Saulot.
Mas então uma mudança de expressão caiu sobre sua face; eu
estou certo que foi mais do que uma ilusão da luz tremulante
da vela. Algumas vezes, quando me recordo do momento,
acho que ele deve ter sido subjugado pelo amor a Tremere,
como demanda o laço de sangue. Contudo é bem provável
que ele fosse avesso a trazer diretamente para si qualquer
maldição que tivesse se apossado de Tremere na tumba de
Saulot. Ao invés disso, contou para Malgorzata que iria para
França e encontraria um meio de fazer da capela de Paris o
que Ceoris deveria ter sido. Etrius seria governante apenas
em nome, ele disse. Ela teria de governar secretamente,
conspiratoriamente. Embora fosse verdade que eles queriam
proceder de forma mais rápida, e que Etrius era tímido e
muito cauteloso, ela nunca deveria esquecer a verdadeira
importância da disputa. Era sobre dois homens, Goratrix e
Etrius, e sobre a repugnância mútua entre eles. Goratrix
sentia um ódio tão grande que qualquer um poderia se
abrigar sob suas emanações e se fortalecer com ele. Obrigar a
lealdade de terceiros a um homem, isso é um engano, disse
Goratrix, porque os homens falham com você. Eles o
surpreendem. Eles hesitam. Mas entregue sua alma ao ódio e
você crescerá e ganhará força. Ele foi realmente muito
comovente.
Eu mesmo posso ter caído na situação que ele citou,
tendo meu próprio ser já há muito consignado ao ódio —
um ódio que o inclui como um de seus principais alvos.
Uma Velha Rivalidade
Reascendida
Goratrix levantou acampamento e foi para a capela de Paris,
da qual lançou um distante jogo de xadrez contra Etrius. Ambos
usaram meios taumatúrgicos de comunicação para recrutar
aliados. Malgorzata manteve Goratrix informado acerca dos
eventos ocorridos dentro destes muros. Sem que ela soubesse, os
relatórios também me mantiveram bem informado. Eu prestei
atenção com a mordaz tranquilidade que o tempo me ensinou a
cultivar.
Eu observei como Malgorzata, mais encantadora do que
Etrius, ganhou a empatia de muitos neófitos para a facção
conspiradora de Goratrix. Goratrix se movia cuidadosamente,
porque Tremere mostrava agora pouca tolerância com a rixa.
Em 1140, um dos novos peões mais efetivos de Goratrix,
Misia Gies, atraiu a atenção de Tremere; eu ainda não sei o
que ela fez. Ele a convocou aqui. Meses depois, ele terminou
com ela e a mandou de volta a Paris, com sua consciência
totalmente apagada. Goratrix, eu posso imaginar, viu isso
como um aviso de seu mestre e cedeu o campo de batalha para
Etrius.
O modo como Goratrix pensa é tão familiar para mim
que às vezes acho que o ouço sussurrando em meu ouvido. Até
que surja um momento mais propício para um confronto, ele
irá esperar acumulando poder. Eu sei que ele andou
abraçando, ou talvez fazendo de carniçais, cortesãos na corte
do Rei Luis VII da França. Ele contou a Malgorzata que acha a
politicagem mortal intrigante. Afinal ela se mostra excitante
já que as coisas acontecem rápido devido ao curto período de
vida mortal. Então descobriu que outros cortesãos eram
brinquedos de Clãs vampíricos que conhecia vagamente. Ele
entrou nesse mundo e forjou alianças com os clãs vampíricos.
Ele obteve sucesso especial com os clãs Lasombra e
Capadócio. Você cruza com seus enviados, Bitiurges:
Giacomo Guicciardini e Margaret Vasa, convidados
frequentes da Casa Tremere, são na verdade enviados
vampíricos ao clã Tremere. Eles começaram a vir para cá no
início de 1150.
Etrius não poderia permitir a Goratrix superá-lo como
manipulador. Em 1155, provou sua habilidade para intriga
recrutando o primeiro desertor de outro Clã de vampiros:
Dauud o Copta, anteriormente um seguidor do deus serpente
do Egito, Set. Etrius também reconstruiu e defendeu
agressivamente as capelas afastadas. Os magos mortais
clamaram para que retomasse as capelas mais ricas em vis.
Embora os garantisse que faria isso, na verdade estava
construindo capelas em locais estratégicos. Elas eram
fortalezas em tudo menos no nome. Ele contratou
mercenários e bandidos que usavam as capelas para
aterrorizar as populações dos vilarejos Tzimisce.
27
Elas também eram usadas como base para as expedições Muito abaixo de você, onde na maior parte do tempo
de caça quando os vampiros precisavam de novas sofre o tormento do meio-sono que os vampiros chamam
presas. de torpor, Tremere sonha e profetiza. Passo muito de

Infindável Guerra
meu tempo perto de seus lábios, tentando encontrar
sentido em seus murmúrios. Ele declara que seu clã um
dia olhará para trás para estes tempos desesperados,
Continua numa posição de poder inimaginável em que o mundo
inteiro lhe prestaria deferência sem igual. Eu posso ver a
A tediosa balança da guerra com os outros clãs
dúvida nos olhos até mesmo do bajulador Etrius. Quando
vampíricos da Transilvânia continuou. 1169 foi um ano
Ioan recua, os vampiros Tremere retomam suas intrigas
especialmente ruim para os ataques Tzimisce, e 1176 foi
uns contra os outros. Eles são ratos presos juntos numa
ainda pior. Foi então que um novo campeão Tzimisce,
jaula.
Ioan, tomou o comando de seus exércitos. Descobri pouca
coisa deste Ioan, sei apenas que é um habilidoso general. Você também está nesta jaula, Bitiurges. Agora que
Durante suas primeiras campanhas, esmagou muitas das sabe disso, precisa agir. É muito tarde, mas talvez nem
capelas afastadas e desencavou espiões infiltrados. tanto. Sua mão está cansada, e eu o sinto combatendo
meu controle. Eu extrapolei minha estadia. Talvez
Agora ele continua a fazer lentos e contínuos avanços
amanhã à noite eu volte e conte mais. Claro que você não
contra os Tremere. A situação é pior do que lhe contam.
deve deixar ninguém ver isso até que tenhamos decidido
Você sabe que as capelas remotas novamente jazem em
o que você deve fazer com esse conhecimento.
ruínas. Mas não sabe que as proteções originais falharam.
É a magia de sangue dos vampiros e não os rituais
herméticos de seus colegas, que impede os inimigos de
atravessarem como enxame, o meu portão principal.
— Ponticulus

28
 O DESTINO DE CEORIS
Nascida em assassinato e traição, Ceoris é uma casa maculada a caminho de um fim ignóbil. Mas isso ainda vai demorar e
muitas tribulações afligirão seus residentes antes que a deixem para trás de uma vez por todas.
Em apenas alguns anos a Ordem de Hermes descobrirá o segredo Tremere e marchará contra Ceoris. Esta guerra de
feiticeiros, chamada de guerra Massasa pelos magi herméticos, é uma batalha terrível realizada em circunstâncias desesperadas.
Nenhum dos lados têm os recursos de outrora e ambos encaram outros inimigos de prioridade mais urgente.
Os Tzimisce não dão folga simplesmente porque magos mais arrogantes querem atacar os Usurpadores. Ceoris enfrenta
ataques devastadores, mas as mágicas herméticas tradicionais estão falhando e os magos mortais eventualmente desaparecem.
A guerra com os feiticeiros desencadeia de uma vez por todas o Abraço dos membros mortais restantes da Casa Tremere.
Os Cainitas caem sobre seus companheiros mortais como lobos famintos e a maioria das novas crias acabam sendo gratas por
sua imortalidade; as outras são simplesmente assassinadas. Isso acalma a rivalidade dentro do clã por algumas décadas, mas o
ódio e inveja entre Etrius e Goratrix se recusa a desaparecer. Eles encontram outros assuntos para competirem, Etrius
argumentando por cautela e Goratrix por ação. O entorpecido Tremere no fim das contas apóia Etrius ainda que somente por
sua estagnação. Após uma reprimenda final em 1314, Goratrix dá as costas para o homem que ele outrora adorou e constrói
uma facção rebelde de Usurpadores, que eventualmente se tornará os Tremere antitribu dentro do emergente Sabá. (Os
detalhes da reprimenda final de Goratrix aparecem no Crônicas da Transilvânia I: A Subida das Marés Negras)
No final do século XV, enquanto os Tremere estão ajudando a fundar a Camarilla e acabar com a Revolta Anarquista,
Ceoris está tendo seus próprios problemas. A facção de Goratrix se faz conhecida entre os anarquistas e Virstania se junta a
revolta de suas amadas Gárgulas. Enquanto alguns da linhagem permanecem leais, muitos fogem para as montanhas e fixam
seus próprios feudos. Os Tzimisce não hesitam em atacar os odiados Usurpadores em seus momentos de fraqueza.
Tanto Goratrix quanto Virstania conheciam aos segredos de Ceoris antes de traírem-na, tornando a capela ainda menos
segura. Usando este argumento, Etrius finalmente convence o Conselho Interno a mover Tremere e o manto de poder para
Viena. Ele deixa Adan do Golden Lane na supervisão de Ceoris. Algumas décadas depois, os dois cooperam em finalmente
abandonar Ceoris de uma vez por todas. Em 1600 a prezada criação de Goratrix jaz em ruínas.

29
HOUSE OF TREMERE

30
 apítulo Dois:
Uma Cidadela
Remota
Bella Horrida bella,
Et Tibrium multo spumantem
sanguine cerno.
(Eu vejo guerras, guerras
horríveis, e o Tibre espumando
repleto de sangue).
- Virgil, A Eneida

31
PARA OS DEMônios
O relato de Alexandru Basarab, Servo dos Voivodes
Meu abençoado soberano,
Você sabe que não sou um homem de palavras. Eu pedi ao
escriba que me enviou para escrever com palavras rebuscadas,
para que meu jeito simples de falar não o ofenda. Você quer que
eu conte como é possível se infiltrar na fortaleza dos malditos
bruxos. Eu falo honestamente e conto tudo que conheço e espero
que você não confunda minha fala grosseira de camponês com
desrespeito.
Eu não tenho dúvidas de que há meios de atravessar aqueles
portões, meios políticos, meios de palavras doces das quais os
letrados podem gotejar nos ouvidos uns dos outros. Há modos de
iludir, sem dúvida, de tomar outro disfarce de modo que os
malditos homens- bruxos desçam sua ponte levadiça e o recebam
de braços abertos. Eu não sei nada destes meios. Sou um homem
das florestas, das montanhas e rios, sei somente como você pode
aproximar-se do Castelo de Ceoris por meios simples e materiais.
Portanto agora eu os descreverei para seu escriba aqui..
CHEGANDO Lá
Junto com as palavras que ele escreve eu mandarei este mapa.
Eu marco agora onde Ceoris está em relação ao resto de nossa
terra. Ela fica no âmago das montanhas que seus servos
provavelmente conhecem como os Alpes da Transilvânia.
32
Junto com as palavras que ele escreve eu mandarei este mapa. Eu
marco agora onde Ceoris está em relação ao resto de nossa terra. Ela
fica no âmago das montanhas que seus servos provavelmente
conhecem como os Alpes da Transilvânia. Ela fica aproximadamente
a oito léguas da nascente do Rio Arges, no alto daquela mesma
montanha. Isso também a situa ao leste das altas montanhas Mindra e
Negoiu. Isso quer dizer, 70 léguas, em linha reta voando
como um corvo, de Bucareste, que está a sudeste dela. Budapest
está a 240 léguas a nordeste dela, também como um corvo voando.
Seus servos pode precisar que eu diga em tempo de viagem ao invés de
léguas. Agora é onde o cálculo se torna difícil, o terreno é duro e cheio
de dificuldades. Vamos considerar um pequeno grupo viajando com
cavalos carregados com os equipamentos comuns para sobrevivência
e segurança num lugar tão inóspito. Se fossem por terra vindo de
Bucareste, naturalmente incapazes de voar como um corvo, mas
evitando as colinas mais altas e florestas mais densas, gastariam 11 dias
de jornada.
Se viessem de Budapest, fariam uma jornada pela água no Rio
Dunav, que seus servos podem conhecer como Danúbio. O senhor
pode esperar dois dias de jornada até alcançar uma vila onde as
mulheres são proibidas de falar exceto para entoar maldições. A vila
não tem um nome que o povo dividirá com forasteiros, mas no mapa
eu a marquei com um olho. Não beba nenhuma cerveja ou água que
lhe derem ali, mas você pode seguramente comer as refeições que eles
cozinham nos grandes potes no círculo da vila. Dali você inicia uma
jornada por terra de quatro léguas. Isso consumirá um tempo de 17
dias de viagem se você tiver sorte, ou mais se não tiver. A trilha é toda
ascendente, das terras baixas do Dunav até às montanhas onde Ceoris
os aguarda.
 Um de seus servos me contou uma vez que Ceoris está a
quase 1800 metros do nível do mar, embora eu não saiba como
ele calculou esse resultado. Se fosse possível subir o Rio Arges, o
tempo de viajem seria encurtado para menos de um dia.
Infelizmente o rio é quase intransponível nas partes superiores e
intensamente patrulhado por Gárgulas nas inferiores.
(Se seus servos viajarem no inverno, e eu digo que só devem
fazê-lo em circunstâncias terríveis, devem dobrar o tempo
estimado de viajem por terra. Viagem pela água é a mesma como
eu disse, e mais segura de se fazer, porque é possível usar trenós
sobre o rio congelado.)
Casas de Guarda
Os bruxos amaldiçoados mantêm várias casas de guarda
através da área. Eles as constroem de madeira de pinheiros. Elas
foram planejadas para serem erguidas rapidamente e depois
abandonadas ou transformadas em lenha. Pelas minhas contas,
para levantar um destes postos, leva apenas metade de um dia com
duas dúzias ou mais de trabalhadores mortais trabalhando direto.
Assim, eles podem mover seus postos continuamente num
esforço para nos confundir. Eu poderia marcar as localizações
onde as casas de guarda estavam no passado, mas com qual
finalidade? Quando você olhar este mapa elas estarão em locais
diferentes. Então ao invés disso eu marco uma linha pontilhada,
um limite. Eu nunca vi uma casa de guarda fora deste limite que
desenhei.
Eu posso apenas supor as forças que você pode encontrar
quando tropeçar no caminho destas casas de guarda temporárias.
Porém, treze é o número dos bruxos e parece que eles o usam na
organização de seus servos. Você deve esperar provavelmente um
grupo de no mínimo 13 experientes guerreiros com machados,
metade disso em arqueiros certeiros (com olhos tão adaptados à
noite quanto uma coruja) e uma ninhada de Gárgulas que pode ir
de meras 3 até tantas quanto 13. (Você não precisa de mim para
lembrá-lo de que não haverá Gárgulas de dia.) Quantos desses
homens de machado e arqueiros ainda são de origem puramente
mortal e quantos têm bebido do sangue dos feiticeiros, eu não
posso dizer. Só em raras vezes eu tenho encontrado os próprios
consortes do demônio nestes postos, e nunca a mais de uma légua
distantes da própria Ceoris. Quando eles estiverem presentes, é
prudente temer o fogo que eles lançam de seus dedos, a terra que
movem sob seus pés, o vento que corta a carne como uma lâmina
ensanguentada e a água que volta da sua garganta afogando-o por
dentro. Mas na verdade eu devo dizer que a aparição de feiticeiros
tem sido menos frequente hoje do que em décadas passadas, e que
sua fúria se acaba rapidamente após uma ou duas exibições de sua
temível magia. Em duas ocasiões, em que trombamos com casas de
guarda, eu vi criaturas saindo de dentro delas que eram tão
terríveis em aspecto que jurei que deviam ser demônios dos poços
mais fundos do Inferno. Entretanto, sua serva, aquela cuja risada
transformava vinho em vinagre, disse que também eram Gárgulas,
embora não tivessem nem pele de pedra nem asas de morcego.
Nós temos de tempos em tempos invadido casas de guarda, e eu
as tenho estudado de perto. Seu piso mede 3 metros de largura por
2,5 de profundidade, as paredes com aproximadamente meio
palmo de espessura. Elas são apenas construções simples,
garantindo àqueles dentro a vantagem da altura sobre seus
atacantes. Elas têm três pavimentos de altura, eu diria quarenta
palmos de altura também. O último pavimento é destelhado, de
modo que as Gárgulas possam voar facilmente de seus postos lá de
cima. Muralhas escondem os arqueiros, cujas janelas de tiro os dão
um espaço amplo para acertar qualquer um que tente atacar a casa
de guarda.
O segundo pavimento fornece abrigo e conforto de que os
vigias precisam.
O nível do chão é usado para estocagem de armas e provisões.
Não há piso aqui e os bruxos não guardam nada ali. Nunca achei
algo digno de saquear nestes postos. Elas não são prêmios a serem
tomadas, mas locais de encrenca que deve ser evitados.
O entusiasmo com o qual os guardas vigiam é tão confiável
quanto a virtude de uma mulher, ou seja, varia muito de uma noite
para outra. Se os feiticeiros forem avisados, ou se por algum motivo
têm razões para suspeitar de um ataque, é bem mais difícil para um
grupo de qualquer tamanho esgueirar-se sem ser notado. Eu já
consegui, mas não confiaria em ninguém para ir ao meu lado
porque dificilmente alguém terá minha experiência nesse assunto.
Também é difícil passar por eles em tempos de caça escassa,
porque nas vacas magras as Gárgulas estão ávidas para farejar a
mais fina pista de presa. E não se engane, somos apenas comida
para aquelas bestas, tanto faz se somos de carne mortal, da nobreza
secreta ou algo entre isso. Mas quando as Gárgulas estão
empanturradas e os feiticeiros ocupados com outros assuntos, os
soldados podem prestar mais atenção em seus jogos de dados e em
suas piadas do que nos estalos de galhos na floresta que os cerca.
Com a furtividade de um perito, você pode esgueirar por uma,
duas ou até três dessas casas de guarda no decorrer de um dia de
jornada.
Eu não posso dizer quantas casas de guarda os feiticeiros
mantêm num único dia. Não há como saber, até o dia em que
invadirmos o local inteiro. Eu posso confirmar que nunca vi mais
do que três casas de guarda no decorrer de uma trilha inteira da
bacia do Dunav aos tijolos de Ceoris.
Emboscadas
Guardas podem esperar em emboscadas, escondendo-se
atrás de pedras, em valas ou sobre as árvores. Raramente eles
fazem tal coisa, a menos que você tenha revelado sua presença por
alguma perturbação incomum. A paciência para montar uma
emboscada sem saber se um grupo cairá nela excede a que estes
guardas podem ter.
PATRULHAS
Seus servos também devem tomar cuidado com as patrulhas
que varrem os arredores do castelo. Marcarei no mapa um
segundo traçado mostrando a linha de segurança.
33
 Ao Norte desta linha deve-se manter os ouvidos atentos por
causa da presença de patrulhas. Ao sul dela, raramente são vistas
patrulhas. As patrulhas em si oferecem pouca ameaça para
nossos melhores bandos: Os patrulheiros sempre são meros
mortais, salvo talvez por um líder que tenha bebido do vinho
sombrio. Nunca vi um grupo de patrulheiros maior do que
quatro – entretanto não estou incluindo o número de vezes em
que vi os bruxos varrerem a colina em busca de um fugitivo ou
presa. Então se pode ver bem quantos escravos os bruxos
comandam, e desanimar à visão de seu poder concentrado.
Mais preocupante do que os patrulheiros mortais são as
Gárgulas que caçam livremente em busca de comida. Desejando
ver as Gárgulas se alimentarem na natureza e não sobre seus
estoques limitados, os bruxos as soltam nas florestas entorno do
castelo para caçar. Algumas caçam sozinhas, mas eu as tenho
visto mais frequentemente caçando em bandos de cinco ou seis.
Se pego, você deve adotar um comportamento de um camponês
sem bom senso perdido muito longe de um campo de caça
seguro. As Gárgulas são comandadas a conduzir prisioneiros
interessantes para interrogatório no castelo, um destino que
oferece perigos muito maiores do que a fome de um monstro.
Você tem uma chance de escapar dos dentes de uma Gárgula,
mas não da piedade cruel de Ceoris.
Contornando as Patrulhas
Seus servos podem querer passar pelas patrulhas sem lutar ou
se esconder delas, mas sim através do disfarce. Os próprios
feiticeiros, ou aqueles convidados a vir ao seu castelo, devem ser
capazes de passar por estas terras tranquilamente.
34
Eles fazem isso mostrando um sinal, mais frequentemente um
amuleto incrustado com um símbolo de presságio arcano, mas outras
vezes ganham passagem meramente com a pronúncia de uma senha.
Em várias ocasiões eu segui caravanas viajando
despreocupadamente para o castelo, e através de meios furtivos
consegui o amuleto necessário para passar. Um único amuleto garante
segurança para um grupo inteiro, porque poucos vêm ao castelo
desacompanhados de servos e acompanhantes.
Os próprios patrulheiros oferecem uma tática para aqueles
dispostos a manter uma farsa mais longa. Guerreiros mortais vêm e
vão, chegam e morrem com a frequência das moscas da primavera. Seu
número é grande o bastante para que nem todos se conheçam de vista.
Assim você pode atacar um pequeno grupo de patrulheiros, roubar
suas armaduras e insígnias e tentar passar como servos
recém-recrutados. Através de tal disfarce alguém pode aprender muito
da rotina no castelo, porque, com a língua solta pela bebida, os
soldados falam muito abertamente, até demais. Você deve estar
pronto para executar as ordens dos bruxos, e para o risco de ser
direcionado para as tarefas mais terríveis. Você pode se ver lutando
contra outros que querem se infiltrar nos domínios dos bruxos. Sendo
assim você pode achar mais seguro meramente usar armaduras e
insígnias roubadas
para mover-se nos arredores e sem tentar entrar no castelo.
Quando soltamos aquela coisa que nos mandou, ela escorreu pelo
chão queimando-o e fez um som que sangrou nossos ouvidos, foi por
meio dessa artimanha. Nós nos esgueiramos apenas até a beira do
abismo que rodeia o castelo, sem nenhuma intenção de ir adiante.
 Embora eu tenha tido sucesso com essa artimanha em várias
ocasiões, você deve usá-la de forma esparsa. Ninguém se torna
mais cauteloso do que servos recentemente enganados. É ainda
mais difícil enganar as Gárgulas ou os próprios feiticeiros.

ARMADILHAS
Onde os bruxos não podem patrulhar, seus servos mortais
deixam armadilhas. Você deve procurar com olho de águia, os fios
esticados que podem acionar lâminas ou cascatas de pedras das
árvores ou mandar uma ponta de lança no seu coração. As folhas e
gravetos que cobrem o chão da floresta durante todas as estações
podem esconder pranchas enfraquecidas sobre poços abertos. O
infeliz que cai num poço desses pode aterrissar sobre uma série de
estacas afiadas ou um piso de pedras.

ASSOMBRAções
As Gárgulas não são as únicas bestas estranhas a assombrar
as matas ao redor de Ceoris. Eu tenho escutado com meus
próprios ouvidos os gemidos de soldados já mortos faz tempo
naquela floresta sombria. Nossos próprios homens, na morte, se
tornam aliados do inimigo, despertando grande medo naqueles
que deixaram pra trás no mundo dos vivos.
Também há criaturas até mais estranhas. Bestas que são
metade uma coisa e metade outra. Eu vi um inseto de muitas
pernas tão grande quanto um urso, com braços de foice, cair
sobre um de meus homens e se alimentar do abdômen aberto.
Outros de nós têm visto criaturas como folhas de pele moldadas
como homem, ou uma besta alta que aparenta como se tivesse
sido feita das entranhas e sangue coagulado de centenas de
vítimas.
Uma vez um soldado de fibra caiu num dos poços dos
bruxos, onde encontrou uma criatura que descreveu como
tendo uma cabeça de cervo propelida por pernas de peixe
prateado. Ele sugou o líquido de seus olhos e cuspiu nele
poderosamente com um tipo de caldo. Três dias depois eu o
resgatei, e fiz o favor de afundar uma faca em seus rins, porque
ele tinha ficado louco.

Aqui termina
minha missiva
Meu soberano, isto é tudo que sei sobre o caminho para
Ceoris e seus perigos. Eu o tenho servido aqui fielmente por
quase cinco anos. Agora o peço humildemente que deixe-me
retornar para minha casa e meus parentes. Por favor, mande
outro homem que o senhor possa confiar como tem confiado
em mim de modo que possa mostrá-lo como minha tarefa é feita.
Meus ossos ficam cansados à noite, e meus sonhos estão repletos
de sangue.
Seu inquestionável servo,
— Alexandru

Transcrito por Milos Krevcheski

35
HOUSE OF TREMERE

36
apítulo Três:
Uma Casa
Dividida
O Conspiracy!
Sham’st thou to show thy dan-
gerous brow by night,
When evils are most free?
—William Shakespeare, Julius Caesar

37
Relatório do
Castelão
Mestre Etrius—
Sei que o senhor não deseja a bajulação que um lorde menor
esperaria de seu factotum. O senhor sempre foi um homem que
exige fatos, que valoriza a clareza e não a ostentação, e que vê na
brevidade a sabedoria das eras. Eu agora devo cumprir o dever
incumbido a mim pelo senhor, e responder suas perguntas com
toda clareza. Mas pelo fato de que as palavras que escrevo neste
pergaminho representarem a sinceridade de um amigo, peço
que tenhas grande cuidado onde guardas este documento após
de tê-lo lido. Não que eu esteja nem de longe sugerindo que o
senhor seja irresponsável ou que não estejas ciente dos perigos
que podem resultar caso aqueles mencionados nestas linhas
venham a colocar as mãos neste pergaminho. O senhor sabe que
não se trata disso. Digo isso meramente porque há aqueles
dentro das muralhas deste centro de aprendizagem que
poderiam perfeitamente ser comparados a víboras agitadas em
seus ninhos, procurando incansavelmente a um inimigo ao qual
atacar. O conhecimento fica em sua forma mais afiada quando
mantido guardado em sua bainha. Nosso conhecimento a
respeito de suas reais motivações lhes deve ser negado até que
venha a noite em que estejamos melhor preparados para
agarrá-los por trás de suas cabeças, segurando na dobra de sua
mandíbula, o modo como deve-se proceder para pegar uma
víbora sem ser mordido. A falsidade destas serpentes me recorda
de que a traição surge de poder recém adquirido de forma tão
natural quanto o vegetal que brota de sua semente.
Agora relatarei como Ceoris opera, e o que deve ser feito
para tornar sua perfeição ainda mais grandiosa. O senhor me
incumbiu de pegar seus princípios de compreensão e aplicá-los
na direção noturna desta capela. Com este relatório o senhor
poderá julgar se tive sucesso e se sou digno de ser recompensado
por meus esforços.
Como prosperaremos
contra os antigos
demônios
Sem dúvida a maior vantagem que desfrutamos sobre as
criaturas de quem desvendamos o segredo da vida eterna é a
nossa nova compreensão da hierarquia como expressão natural
de toda ordem. Enquanto realmente nossos inimigos Tzimisce
gostam de empertigar-se e fanfarronar professando-se como
lordes de toda criação, possuem mentes muito antigas para
aplicarem a nova ciência da razão nas relações entre mestre e
servo. Eles entendem o Domínio sobre outros como um direito
de nascença, como algo que naturalmente floresce porque
sempre foi assim. Eles não param para considerar os elementos
constituintes do domínio, para determinar como os meios de
controle podem ser estendidos e aprimorados. Nenhum deus
ou autoridade determina nosso destino.
38
Governamos porque precisamos, se fôssemos privados do
poder sobre outros, muitos buscariam nossa destruição. Apenas
com uma mente afiada, com um profundo desbravamento dos
métodos e estruturas do mundo que nos cerca, poderemos fazer
o que for necessário e impor nossa vontade sobre aqueles que de
outra forma nos derrubariam. O momento em que nossa
compreensão e diligência nos falhar marcará o começo de nossa
queda.. É dito que a mente cainita ossifica com o passar do
tempo, que seus padrões se estabelecem. Se assim é, devemos
fazer do futuro o nosso agora para que o mundo venha a ser
nosso mesmo daqui a mil anos quando o véu dos tempos nublar
nossos pensamentos.
O que Ceoris é hoje, o resto do mundo o será no futuro.
Tudo estará ordenado por seu valor e categorizado por seus
deveres.
Lorde da capela
Tremere, que é o mestre de todos nós escolheu em sua
sabedoria como símbolo guia de nossa busca, a pirâmide, cheia
de mistérios do antigo Egito. Como os egípcios posicionavam
seus faraós, os quais consideravam como manifestações divinas,
no topo de sua pirâmide, nós posicionamos um único lorde e
mestre como líder de cada capela. Nesta que é a mais importante
das capelas, o senhor sagaz Etrius, é este mestre. Respondendo
apenas ao próprio Tremere, cujos períodos de sono têm sido
muito longos, o senhor se senta com sabedoria no topo de nossa
pirâmide, olhando para baixo para ver o resto de nós. Quando
um posto se torna vago, é o senhor que seleciona um sucessor.
Embora nós que estamos abaixo do senhor possamos tomar
aprendizes, até talvez os preparando para assumir nossas
funções, a decisão final está em suas mãos.
O Castelão
De sua boca para meus ouvidos, milorde Etrius. Sou eu,
como castelão desta capela que aplico suas ordens e cuido das
trivialidades noturnas. Deste modo o senhor fica livre para
perseguir suas pesquisas e dar continuidade às metas desta Casa
nestes tempos conturbados. Eu não o tenho visto muito
ultimamente milorde, então ouso crer que desempenhei minhas
incumbências competentemente.
Devo agora listar as muitas tarefas que executo
frequentemente, para que - caso algo ruim me aconteça - o senhor
possa direcionar adequadamente meu sucessor. Acredito ter sido
esta a razão pela qual o senhor me pediu para listá-las. Sou eu quem
supervisiona as defesas de Ceoris. A cada noite quando me
levanto, Eosara, o capitão de nossa guarda, vem até mim para me
entregar seu relatório. Caso Ceoris ou nossos vilarejos sejam
atacados durante o dia, ele me dirá o que aconteceu. Nós podemos
ter perdido camponeses, soldados, gárgulas ou magi. Construções
no vilarejo podem ter sido queimadas. Nossos suprimentos
podem ter sido roubados dos armazéns de nossos vilarejos. Se
qualquer uma destas coisas tiver acontecido ele me dirá o que fará
para imputar arrependimento no couro daqueles insolentes o
bastante para nos menosprezar. Eu me apresso para verificar que
nenhuma destas coisas ocorreu, que o dia transcorreu
normalmente.
 Talvez com a exceção de um problema menor de disciplina:
talvez um soldado que precise de açoitamento ou uma gárgula que
tenha se tornado demasiado louca para que lhe seja confiado
serviços de guarda. Eosara sabe que tenho grande interesse em
assuntos referentes a obediência. Nossos servos precisam nos
temer, e eu sou a face deste medo. Quando há uma punição a ser
executada, eu fico para observar o chicote acertando a carne. Os
sargentos de Eosara manejam tão bem o chicote que seria uma
vergonha não estudar sua arte..
Comandando os Escravos
Caso Eosara relate dificuldades com as gárgulas, Virstania
será a quem irei procurar. Por muitas vezes insisti com ela de que
meu papel como castelão exige respeito e que ela deve me
procurar todas as noites para apresentar um relatório de suas
atividades e as de suas gárgulas. Talvez se o senhor falar com ela
milorde, Virstania venha a aceitar
a necessidade de obediência. A pirâmide não pode se manter
de pé se seus blocos de fundação atacarem uns aos outros. Devo
confessar que até o presente momento eu preciso ir até ela todas as
noites em suas catacumbas úmidas e tortuosas. Se o relatório de
Eosara mencionar problemas com algum de nossos escravos,
devo repassar a incumbência a Virstania (eu havia pedido a
Eosara para que me acompanhasse nestas incômodas jornadas,
mas estava claro que os caprichos de Virstania o irritavam, e eu
não desejava forçar nosso campeão a se curvar a diplomacia básica
e adulação).
A dedicação de Virstania para com suas criações é, perdoe o fato de
eu incomodá-lo com tais reclamações insignificantes,
extremamente irritantes.. Estas criaturas são nossas melhores
armas contra nossos inimigos que tanto nos importunam, admito
livremente. Entretanto ela imita galinha para eles numa maneira
que eu chamaria de maternal se a própria ideia não fosse um
absurdo completo. Ai de mim se tiver que dizer a ela que uma de
suas criações agiu desobedientemente. Ela acusa Eosara de
exageros ou de não compreender ou... Nem todas suas criações são
tão bem feitas como ela acredita. Elas são meio loucas, algumas
incapazes de obediência por mais do que uns poucos meses.
Precisei ordenar a Eosara que matasse as piores. Em seguida disse a
Virstânia que elas tombaram em combate contra os Tzimisce.
Milorde, as coisas deste jeito estão intoleráveis. Imploro que o
senhor novamente a ajude a ver adequadamente a luz da pirâmide.
Recrutamento de
Mercenários
É meu dever frequentemente aprovar a contratação de
novos homens de armas. Antes de nossos problemas atuais,
garanto que nunca havia considerado como é difícil encontrar
um fluxo contínuo de mortais corajosos dispostos a morrer por
alguém. Isto é especialmente difícil neste canto esquecido do
mundo. Nossos vilarejos fornecem talvez um jovem por estação
com a força e o temperamento para arriscar a vida em nossa
defesa. Entretanto perdemos dúzias de homens por ano.
39
 Claramente precisamos atrair mercenários de outros
lugares. Muito de minha comunicação com outras capelas
envolve esta embaraçosa questão. Em qualquer cidade que
tenha a honra de ter uma capela Tremere, surgem certos
rumores. Pode-se ouvir o rumor nas piores tavernas, bairros
pobres e casas de depravação - nos lugares onde abundam gente
deste tipo. Apenas os mais brutos, desprezados e
desesperançados enxergam nestes rumores o chamado da sereia.
Os rumores dizem que existe um lugar distante, situado nos
Alpes da Transilvânia em que o ouro flui como água para aqueles
desesperados o bastante para vir e servir a seus mestres terríveis.
Eles chegam de Paris, Madrid, Bizâncio e até do Cairo. Eles
murmuram que ouviram histórias de uma fortaleza cheia de
ouro e prata e de barões que precisam que ela seja protegida.
Homicidas, loucos e estupradores constituem a maioria deles.
Sem nossos dons arcanos estes homens não poderiam ser
agrupados em segurança numa jaula. Muitas de minhas horas
são gastas nos trabalhos relacionados a fortalecer sua obediência
e temperar sua sede de sangue. Eles devem atacar como bestas
selvagens, mas apenas quando ordenarmos e apenas contra os
alvos que escolhermos. Pouquíssimos dentre eles são
verdadeiramente sagazes e favorecidos pelo destino, e ao mesmo
tempo brutais e desesperados. A estes transformamos em
carniças ou propomos ao Abraço. Eosara obviamente foi um
deles.
Os batedores de Eosara vasculham a terra buscando
oportunidades para atacar nossos inimigos. Nós precisamos de
mais gárgulas e de menos Tzimisce, Nosferatu e Gangrel.
Quando encontram uma boa oportunidade, Eosara vem até
mim com os mapas que desenhou. Ele me informa quantos
homens irá precisar, por quanto tempo ficarão fora e quais
suprimentos irá requerer. Eu decido se a recompensa vale o
risco. Eu digo sim ou não a qualquer proposta de ataque.
Alimentos Suprimentos
e diretamente do senhor. Quando digo para que participem da
Contudo, a administração da guerra é apenas um de meus
deveres. Preciso verificar se Ceoris está amplamente abastecida
com comida para os mortais e sangue para os imortais. Os
vilarejos que controlamos dão conta
das necessidades mais simples de Ceoris. Dos vilarejos
obtemos o pão, a carne e o vinho. As camponesas tecem as
mantas em nossas costas e fazem as costuras. Os homens cortam
nossa madeira e iniciam os jogos que aquecem nossas mesas
mortais. Eles pescam peixes nos rios e colhem frutos na floresta.
Estas iguarias são dadas primeiro a nossos companheiros que não
sabem de nossa natureza. Em seguida como recompensa especial
para aqueles que lutam bem por nós. Outros bens vêm de longe.
Caravanas de carniçais trazem tinta, pergaminhos, essências
arcanas, suprimentos alquímicos e tomos raros de outras capelas.
Eles (e alguns mercadores bem recompensados por sua coragem)
deixam estes carregamentos nos vilarejos e retornam para a
perigosa jornada de volta por território inimigo. Nossos próprios
servos levam uma carroagem para os vilarejos aproximadamente
uma vez por mês e recolhem o que os camponeses armazenaram
para nós. Se um mago, que respire ou não, desejar ter um
ingrediente especial para seus projetos, pede a mim. Se este mago
não o obtiver no tempo que julga aceitável, eu recebo suas
repreensões.
40
A capacidade de um magus de ignorar as praticidades
envolvendo a própria existência em nenhum lugar é mais
evidente do que nas atitudes de alguns de nossos companheiros.
Eles parecem se dar conta de que estamos em guerra somente
quando a batalha chega aos nossos portões. Quando o inimigo
temporariamente recua, a consciência de ameaça desaparece de
suas mentes. E novamente se consideram mestres de um mundo
onde as dificuldades acerca do transporte de bens pelo
continente é um problema a ser resolvido por terceiros. Quando
digo aos arrogantes sobre patrulhas inimigas, dificuldades de
terreno, condições de clima e limites de comunicação, vejo que
sua atenção desaparece de mim. Eu sugiro que suas pesquisas
busquem formas de transportar bens instantaneamente a
milhares de milhas. Mas tais comentários naturalmente caem em
ouvidos surdos pela indiferença.
Eu supervisiono nossos servos mortais, para que nossos
companheiros que andam durante o dia não precisem se
preocupar com o conforto de seus lençóis, com o sabor de sua
comida e a troca periódica de seus penicos. Felizmente, aqueles
convertidos ao sangue parecem menos preocupados com
confortos materiais. Eles pelo menos conseguem encontrar o
caminho da câmara de alimentação.
Mestres do sangue
Aqueles de nossos magos iniciados no mistério do sangue -
declaro que escrevo o termo cainita a contra gosto nestas páginas -
constituem o próximo nível da pirâmide. Isto não é, dizer que eles
estão cientes da posição em que eu lhes atribuo. Receio que o
senhor não lhes tenha deixado perceptível que eu, como castelão,
sou mais do que um mero serviçal. Todos se colocam num
pedestal apenas ligeiramente mais baixo que o senhor, milorde.
Eles não têm limites ao fazer requerimentos, ordens aliás, a mim.
Mas não obedecem a ordens, nem mesmo as que eu passo
defesa da capela, preciso argumentar, explicar, justificar e
lisonjear. Se quisermos ganhar esta guerra, preciso dispor de certa
obediência básica sem precisar perder tempo persuadindo nossos
pares arrogantes. Atualmente eles só aceitam ordens de Tremere,
a quem temem ilimitadamente, e as suas, pois ainda crêem que o
senhor tem o ouvido de nosso mestre. Contudo lamento
informar que existem alguns aqui - Malgorzata e Jervais para dar
nomes aos bois - que o obedecem somente até o ponto em que
exigem as aparências ou a vigilância os força. Sim, se souberem
que o senhor os observa fazem como os ordenou. Mas o que
puderem fazer longe de seus olhos, milorde... Digamos apenas
que seus corações ainda estão com Goratrix. Eles pretendem
esfaqueá-lo pelas costas no instante em que puderem fazê-lo a
salvo da reprovação de Tremere. E enquanto obedecer irradiar
ordenança. ..eles não me temem o suficiente para esperar até que
minhas costas estejam viradas antes de começar a me zombar. Nós
nunca teremos uma verdadeira pirâmide de autoridade até que o
senhor os faça amá-lo ou temê-lo. Não pretendo ser ofensivo ao
dizer que a primeira opção já é impossível, eles são incapazes de
amar. Eles precisam ser postos de joelhos milorde, e uma
verdadeira hierarquia precisa ser estabelecida.
 Se há algum conforto a ser considerado destas
circunstâncias infelizes, é que nossos companheiros de sangue
mostram tanto desafeto uns pelos outros como mostram pelo
senhor. Eles fazem da intriga uma substituta da respiração. O
bibliotecário Celestyn, talvez seu subalterno mais confiável
depois de mim encontrou anotações de um mês inteiro
queimadas. Qual crime levou a esta punição? Porque na noite
anterior ele recusou intervir numa discussão entre Epistasia e
Mendacamina na provável distribuição e natureza dos domos
celestiais. Ambas ficaram mais ofendidas com o tranquilo e
pacífico Celestyn do que estavam uma com a outra. Qualquer
uma das duas pode ter destruído seu trabalho por motivo não
maior do que mera irritação.
Dois meses antes disso Therimna tentou envenenar Paul
Cordwood com uma bebida alquímica, tenho certeza disso. O
que o veneno causaria, só posso imaginar. No fim das contas os
aprendizes de Therimna foram encontrados de garganta
cortada. Entretanto Therimna e Paul chegaram numa espécie de
acordo e nenhum dos dois dirá uma palavra contra o outro, pelo
menos não para mim.
Sei que estou sendo extensivo sobre o assunto, mas nossos
companheiros parecem determinados
a se matarem antes que o inimigo possa fazê-lo. Nós temos
que nos reorganizar toda noite, não apenas quando estamos sob
ataque. Como saberemos que vantagens teríamos com as
anotações das pesquisas de Celestyn? Ele sorri, dá de ombros e
diz que as anotações tinham pouca importância, mas Celestyn
sempre evita entrar em conflitos. Algumas vezes é preciso ter
pressa para pôr fim a uma situação.
Acadêmicos frequentemente são rivais entre si, mas o
mistério de sangue parece ter intensificado esta tendência,
transformando-a de incômodo em ameaça.. Este grande buraco
em nossa pirâmide precisa ser preenchido com disciplina de
cima e obediência de baixo. Milorde, o senhor precisa agir.
MOagi mortais
humor dos magos criados pelo sangue não pode ser
melhorado com a necessidade de tratar magos mortais como
seus iguais. Não me julgue como sendo um membro da facção
de Goratrix. Não alego que todos eles deveriam ser abraçados
imediatamente. E declaro não ter uma história enganadora o
bastante para convencer os mortais desapercebidos sobre a
repentina elevação dos magos de sangue acima deles. Ainda
assim, tudo sobre nossos antigos pares me irrita, embora eu me
considere o mais moderado de nossa cabala secreta. Quanto
mais tempo eles aceitam nosso engano, mais tolos parecem e
mais difícil é suportar sua arrogância cega. Nós nunca
aparecemos de dia. Nossa palidez excede até mesmo a de um
acadêmico típico, para os quais a luz do sol é um mero lembrete
de que se afastaram muito de sua sessão de consultas na
biblioteca. Nós falamos em código na frente deles, trocando
olhares de significado e gestos furtivos. É verdade que tivemos
que decapitar Jacobus no ano passado quando este se deparou
com um de nós num ato de alimentação - mas os outros estão
muito ocupados tentando espremer os últimos resquícios de
vis da terra para perceber as falhas na nossa história elaborada
às pressas sobre sua morte. Eu não deveria me enfurecer com o
fato de que nosso plano tenha funcionado tão bem entre eles,
mas com as lágrimas de Croesus eu me enfureço.
No passado considerei estes tolos como meus pares no
aprendizado, sagacidade e ambição! Magi da Casa Tremere,
mestres na criação da Ordem de Hermes! Que eles sejam
enganados tão facilmente me aborrece. E como eu disse, sou o
mais moderado entre nós.
O paradoxo duplica quando se considera que os magos
mortais são infinitamente mais mansos e obedientes do que seus
mestres secretos, eles temem enormemente os vampiros batendo
em nossos portões, especialmente com o poder da vis esvaindo-se
deles. Nós do sangue não somos nada se não formos confiantes, e
eles instintivamente se submetem a nosso senso de segurança. Eles
me aceitam como castelão com seus olhos e ouvidos e seguem
meus
comandos com poucas objeções, nada além do esperado.
Malgorzata inspira neles o instinto primal de submissão, como se
vissem nela a encarnação de uma voluntariosa e primordial
deusa do pântano. Eles vêem a Virstania como uma salvadora
por ter criado as gárgulas. Eles não se perguntam como ela
desvendou os segredos vampíricos necessários a sua construção.
Eis o que julgo ser a verdade: não é tanto que estejamos os
enganando, eles estão igualmente se deixando enganar. Eles
sentem o forte cheiro cúprico de sangue no ar. Eles vêem o que
goteja da parede quando a lua está errada. Os gritos vindos de
baixo não escapam a seus ouvidos. Mas temem levantar a
questão, compreendendo que seus destinos estão
completamente em nossas mãos.
AS SUSPEITAS DE
MENDACAMINA
Para ser completo, devo repetir as opiniões de
Mendacamina, mestra de nossas câmaras de tortura. Eu
insisti para que ela falasse diretamente ao senhor, mas ela
resistiu por razões que disse que o senhor saberia.
Mendacamina me alerta para não superestimar a
credulidade dos magos mortais. Os magos que se declaram
cristãos que vieram pra cá das ruínas da capela de Umor
Mons, liderados por Tosia e Omnifer, estão cada vez mais
unidos. Mendacamina alega que eles estão mais bem
informados do que parecem. Em toda parte ao redor deles,
ela diz, há sinais do que eles veriam como nossa corrupção.
Ela aponta para o baixo som de lamento que ecoa
periodicamente das portas trancadas em direção aos
laboratórios abandonados bem abaixo de nós. O sangue
que flui das estátuas dos filósofos como lágrimas em nossos
salões de espera em desuso. Mendacamina diz que eles fazem
muitas perguntas sobre a origem das gárgulas.
É verdade que precisamos cuidar da cabala de Tosia.
Mesmo com reservas reduzidas de vis eles podem nos causar
grandes danos caso nós os antagonizarmos. Em especial o
domínio de Creo Ignem de Omnifer é algo a ser considerado.
Mas precisamos ter cuidado para que pela vigilância óbvia e
excessiva levantarmos suspeitas que não existem no
momento.
41
Os Verdadeiros Aprendizes
Entre a pirâmide verdadeira e a falsa, é difícil saber onde
alocar os verdadeiros aprendizes, aqueles recentemente
tomados ao nosso grupo de sangue. Eu me refiro a eles como
“verdadeiros aprendizes” para marcar a diferença entre eles e os
aprendizes magi mortais (talvez seria melhor escolher outro
nome para os recém trazidos ao sangue para diminuir a
confusão. Eu fiz sugestões para vários de nossos membros de
chamá-los de neófitos. Contudo os contestadores desta
humilde sugestão começaram a ridicularizar-me, então é tolice
esperar que minhas palavras sejam ouvidas.
Devo agora reiterar os objetivos que o senhor nos passou
aludindo o ganho de novos aprendizes, como melhor avaliar se
estão sendo seguidos e quem os esteve ridicularizando. O
senhor nos disse para abraçarmos lentamente os magi da Casa
Tremere.
Se eles mantêm fraquezas religiosas, se sustentam a ética
dos antigos gregos, precisam ser cuidadosamente despidos
destas crenças limitadoras antes de podermos revelar a eles o
verdadeiro futuro da Casa Tremere com segurança. Cada um
deles precisa ser submetido a uma longa campanha para reduzir
gradualmente seu senso de ingênua retidão em favor da
verdadeira percepção. A guerra aqui em Ceoris serve como a
mais admirável ferramenta neste empreendimento. A
necessidade de lutar leva embora todas as crenças de um
homem tal como um rio veloz causando erosão em suas
margens, alargando-as.
42
É um longo e árduo caminho que o senhor traçou para nós
milorde, pois seu método requer falar convincentemente para
levar a verdade para dentro das tolas crenças que separam os
homens da verdadeira compreensão. Contudo este método é
sabedoria manifesta. Nenhum dos aprendizes tomados desta
forma se voltou contra nós. Nenhum gerou uma cria que nos
tenha traído, nenhum precisou ser destruído.
Despachando as falhas
Infelizmente os membros da facção de Goratrix não empregam
esta fina arte. A despeito de suas ordens eles abraçam casualmente,
sem preparações. Eles se perguntam apenas se a cria provavelmente
os servirá e será solidária com a causa de Goratrix. Eles abraçam
quase que exclusivamente magi, buscando reconstruir a Casa numa
questão de décadas ao invés de aproximadamente um século como é
o seu plano. Metade destes nos traíram de uma forma ou de outra.
Muitos propositadamente se voltaram contra seus senhores
prometendo informar nossos companheiros mortais. O choque de
um abraço repentino é muito grande para suas mentes. Eles ainda
não se percebem como acima da redenção.
Nós ainda não falhamos em matar nenhum destes antes que
pudessem nos causar prejuízo. Therimna sacrifica tempo que de
outra forma poderia dedicar as suas pesquisas alquímicas como
nossa executora mestre de aprendizes desobedientes. Ela executa a
tarefa com fria determinação. Therimna é uma caçadora que não
faço questão de encontrar. Ela ocasionalmente precisa destruir os
aprendizes que demonstram grande lealdade, mas pouca
sabedoria.
 Falhas que ameacem superiores, levantem suspeitas entre os
magi mortais ou permita aos Tzimisce aprender sobre nós são muito
graves para negligenciarmos. O primeiro erro é azar, o segundo gera
um castigo, o terceiro implica na morte pelas mãos de Therimna.
A Quem nós Abraçamos
No passado nós abraçamos apenas a magi, mas hoje temos
grande necessidade de guerreiros talentosos, guias furtivos e
homens bem colocados para espionar nossos inimigos. Os dois
primeiros tipos se provaram fáceis de
serem encontrados. Eosara, o capitão de nossa guarda,
mantém seus olhos de águia abertos. Ele escolhe seus favoritos e
lhes dá boas tarefas. Aqueles que muito o agradam, submete a
mim como aprendizes. Nestes ele não procura apenas por
sucessos demonstrados contra nossos inimigos, mas também
mentes rápidas e astutas. Eles precisam ser espertos o bastante
para elaborar soluções rápidas quando confrontados por
situações não antecipadas pelas ordens que receberam. Quando
um aspirante ganha a confiança de Eosara, peço para que venha
ao meu encontro em minhas câmaras. Eu o interrogo para avaliar
se sua perspicácia é de natureza rebelde ou subserviente. Eu o
pergunto se já refletiu sobre a verdadeira natureza de seus
mestres. Se ele olhar em outra direção, se embaralhar, balbuciar,
e alegar que fez com que sua mente não se incomodasse com tais
coisas, eu o dispenso como um cabeça oca ou fingido. Ele pode
por outro lado dizer que sabia que este dia chegaria, dando a
entender que sabe a nosso respeito. Seu peito pula de medo,
contudo ele diz que quer se juntar as nossas fileiras. Eu
reconheço aqueles que dizem estas palavras como um
superestimado estratagema, de alguém provavelmente enviado
pelo inimigo. Busco então o meio termo, aqueles que pensaram
no assunto - mas não muito – que seja perspicaz, mas não contra
seus superiores.
Nós também abraçamos aqueles que se aninham no seio do
inimigo, ou que possam trilhar seu caminho até eles. Estes não
habitam em Ceoris, moram atrás das muralhas dos Tzimisce. É
Paul Cordwood, nosso mestre dos espiões, quem escolhe quais
destes abraçaremos. Como ele os escolhe é algo que não
compartilha comigo. Suas crias são abraçadas muito longe
daqui, durante suas longas viagens ao norte, até as cidades do
inimigo. Quando Cordwood está aqui, recebe muitas
mensagens. Ele responde ao senhor, o senhor e não eu, sabe o
que há nestas mensagens. Acho que eu, como castelão, deveria
saber seu conteúdo, pois podem revelar perigos em potencial
para esta capela. Cordwood dá algumas dicas para mim quando
precisa, mas não me trata como aliado e sim como a um rival. Em
diversas ocasiões seus alertas sobre a aproximação do inimigo
vieram tarde demais. Com uma maior preparação, poderíamos
ter despachado mais vassalos do inimigo. Contudo ele faz
intrigas contra mim, me acusando de tentar acumular mais
poder aqui do que me é necessário. Ele é um magus Tremere
juramentado à razão. Imploro milorde, faça com que ele a veja.
APRENDIZES MORTAIS
Os aprendizes mortais que ainda respiram são os blocos
mais duvidosos de nossa grande pirâmide. Ainda é permitido a
cada mago mortal escolher seus próprios aprendizes. Poucos são
das redondezas.
Nossos antigos companheiros tendem a, tal como nós
fizemos, escolher aprendizes que conheceram em suas viagens.
Eles buscam por iniciativa, imaginação e sede de conhecimento: e
todas essas coisas são mortais para o nosso embuste. Ainda não
doutrinados nas técnicas de esquecer todo o resto e focar-se tão
somente em suas pesquisas, frequentemente são cheios de luxúrias
e curiosidades da carne, é muito provável que investiguem o que
não devem enquanto fazem suas tolices em busca de experiência.
Tivemos que forjar o desaparecimento repentino de 11 aprendizes
só nos últimos 5 anos. Ao travar uma guerra conosco, os Tzimisce
nos fizeram um serviço: forneceram uma explicação verossímil
para o desaparecimento repentino de qualquer um. Se meramente
suspeitarmos de problemas oriundos de um aprendiz, esperamos
até que seu mestre o envie para além dos limites das muralhas de
nossa fortaleza para cumprir alguma incumbência. Se houver
necessidade de urgência, eu ordeno a assistência do aprendiz num
grupo de batalha. Seus mestres inevitavelmente vêm até mim para
argumentar e suplicar. Todos precisam estar prontos para se
aventurarem além destas muralhas nesta guerra, eu lhes digo.
Contudo nosso objetivo é separar os aprendizes de seus mestres,
pois Therimna os aguarda.
São os aprendizes mortais que oferecem ao inimigo sua
melhor chance de penetrar em nossas muralhas pelo uso do
engano. Nós não sabemos a extensão do conhecimento dos
Tzimisce a nosso respeito. Quão difícil seria deixar um servo
agradável no caminho de um dos nossos ingênuos companheiros?
Eles os ensinariam as palavras certas a dizer, o modo correto de se
prostrar. Com certeza o inimigo um dia tentará fazer tal coisa,
esteja certo disso milorde.
Eu proponho que o senhor instrua os mortais em novas regras
referentes a trazer aprendizes a Ceoris. Nenhum aprendiz pode vir
de mais longe do que a mais distante torre de vigia sem antes
responder perguntas elaboradas por Eosara e por mim. Os
Tzimisce certamente prepararam seus papagaios com histórias
falsas sobre suas vidas e sobre como vieram a conhecer nossos
magos. Nós devemos olhar profundamente nos olhos destes
aprendizes para vermos o que há em suas almas. Devemos
desmascarar os farsantes e deles fazer fontes nas quais saciar nossa
sede. Até que esta regra esteja estabelecida, milorde, é como se
tivéssemos escancarado nossos portões para que o inimigo possa
entrar. Até Paul Cordwood concorda comigo nessa questão; ele diz
que é o primeiro estratagema que usaria contra nós se fosse o
mestre dos espiões do inimigo.
SERVOS E OUTROS
Cinco grupos de servos nos atendem aqui em Ceoris. Embora
no passado eu tenha achado que tais criaturas subalternas fossem
indignas de atenção, agora
que sou castelão de uma fortaleza em guerra os analiso com
minuciosa atenção. Muitos de nossos servos são de vilarejos
próximos e servem com pouco entusiasmo. Aproximadamente 1/6
dos que chegam em Ceoris são noivas ou crianças de mercenários
estrangeiros. Estas pessoas, em sua maioria agora viúvas ou órfãos, se
mostram mais prudentes e fiéis a nós. Uns poucos foram abraçados
por Paul Cordwood, pois serviam para algo mais do que
simplesmente esvaziar penicos e descascar cenouras. Obviamente
os servos mortais nos são uma fonte segura de sangue fresco e
vigoroso, e complementam os receptáculos enfraquecidos em
nossas câmaras de alimentação.
43
 Entretanto devo declarar que nos alimentamos deles
imprudentemente. Quando não somos cautelosos, os deixamos
muito fracos para que desempenhem suas tarefas. Debaixo da
luz causticante do sol, um número surpreendente deles acaba
por se ressentir de sua posição como reserva de sangue a despeito
do prazer causado pelo beijo. Só consigo atribuir seu mau humor
silencioso a suas recordações de séculos de domínio de cruéis
senhores Tzimisce. Mais de um servo ressentido cultivou laços
com um mago mortal para revelar nossos afazeres. Em tais
ocasiões precisamos nos livrar tanto dos servos como dos magos.
Os servos parecem ser dispensáveis, mas não podem ser
facilmente substituídos rapidamente como se imagina. Nós
necessitamos de camponeses nos vilarejos para arar o solo para
nós e para vigiar nossos bens armazenados. Assim sendo não
podemos tomar mais fazendeiros. E os seguidores de campo não
vêm até nós com suficiente regularidade. Eu lhe peço milorde,
crie editos que restrinjam a alimentação clandestina em servos.
Maus tratos generalizados também devem ser proibidos. Mês
passado Mendacamina eviscerou uma serva meramente por
incomodá-la durante um experimento. Tal comportamento é
contraproducente e reduz o empenho dos outros servos.
Cada um de nós tomou a liberdade de transformar em
carniçal um ou dois dos servos mais perspicazes e de acordo com
nossa própria predisposição. Eu mesmo sou servido por um
quinteto de antigos e experientes servos. Meus carniçais são o
cozinheiro chefe, o líder da lavanderia, a senhora do linho, o
mestre dos reparadores, e um quinto cuja quieta onipresença
quase me faz omití-lo aqui: Hadu, nosso mordomo. Embora
nenhum deles seja agradável de se olhar, sabem melhor do que
nós sobre o que ocorre dentro das paredes de Ceoris. Falo com
cada um deles mais de uma vez por noite, e é através deles que
fiquei sabendo de muitas das coisas que aqui relatei. O homem e
mulher velhos são sábios e perspicazes e me deram bons
conselhos sobre costumes locais. Em função de sua tutela eu
agora posso predizer as ações tanto dos camponeses como dos
Tzimisces. Um dia posso me ver forçado a abraçá-los, mas seria
uma perda elevá-los de seu ponto de observação inferior nos
quais podem ver tanto.
Prisioneiros
Há também os prisioneiros nas catacumbas. Eles
obviamente não pertencem a nossa pirâmide. Alguns são
humanos, outros são cainitas. Mendacamina é a responsável por
eles, extraindo qualquer informação que deseje saber.
Mantemos alguns deles como reféns. Estes não sentem por
completo os espinhos que Mendacamina oculta em seu Beijo,
pois quando quisermos um dia devolvê-los para aqueles que os
queiram, ainda estejam de forma apresentável. Muitos são
usados depois que seus segredos já foram revelados. Os vampiros
são dados a Virstania para que sejam transformados em gárgulas.
Já os mortais nos servem como alimento. Muitos dos
prisioneiros são companheiros magi, cujo sangue é como um
vinho arrogantemente fermentado. Algo inadequado para nós.
Precisamos manter a mente clara para vermos os perigos ao
nosso redor.
44
OBTENDO SANGUE
Grande é a nossa necessidade por sangue. Precisamos de
sangue para viver e também como força motriz de nossas
atividades, sejam grandes ou pequenas. Me pergunto se os antigos
Demônios gastam pelo menos um décimo do que precisamos usar
deste líquido da vida. É Epistasia quem organiza nossas caçadas
por mortais dos quais seja seguro se alimentar. Epistasia tirou
algumas gárgulas do peito excessivamente carinhoso de Virstania e
as usa como batedores em suas buscas, as quais precisam ocorrer
cada vez em terras mais distantes de modo a escapar da percepção
de nossos inimigos. Os demônios atacaram nossos grupos de caça
mais de uma vez na última década, e em todas as vezes perdemos
muitas gárgulas preciosas e habilidosos guerreiros. No ano
passado a cria de Epistasia, Roman, faleceu, e ela chorou por
consolo durante muitos meses (Ela reagiu mal quando sugeri que
o incidente mostrava os perigos de se preocupar excessivamente
com aqueles abaixo de nós na pirâmide).
O método de Epistasia é capturar muitos mortais de uma só
vez, frequentemente uma dúzia ou mais. Esta tática reduz a chance
de sermos descobertos pelo inimigo e alivia as suspeitas de nossos
magos mortais. O barulho provocado pelos prisioneiros sendo
transportados para a capela sempre levanta perguntas de nossos
companheiros, portanto é melhor fazê-lo de forma rara. Nós os
mantemos nas catacumbas até que adoeçam e morram. Eu faço o
melhor que posso para manter os pobres coitados vivos, com o
coração batendo. Epistasia deseja controlar o cronograma de
alimentação, mas creio que é mais adequado deixar a tarefa para o
Castelão. Há outros, especialmente na facção de Malgorzata, que
alegam que eles deveriam ser livres para se alimentarem a vontade.
Este assunto ameaça dominar as intrigas entre nós, pois o controle
das reservas de sangue representa o poder em seu nível mais
fundamental. O senhor precisa deixar esta tarefa comigo Milorde,
assim saberá que o sangue será dividido com justiça sem
favorecimentos a qualquer facção. Da forma como é feito hoje, os
receptáculos são esgotados muito cedo, forçando a Epistasia a mais
uma vez se arriscar nas florestas para encontrar mais uma dúzia de
prisioneiros.
Enviados e Visitantes
A despeito dos riscos a nossa segurança, precisamos
ocasionalmente receber estrangeiros em nossa capela, é mais
vantajoso forjar alianças com o mundo vampírico já existente.
Com suas mentes enevoadas por poeira de caixão, nossos novos
pares nos vêem como inexperientes intrometidos que
consideram suas tradições de ostentação tanto com ignorância
como desdém. Não podemos fazer com que nos amem, mas
podemos fazer alguns deles enxergarem como podemos
prosperar mutuamente perseguindo interesses em comum. Não
podemos esperar jamais chegar a um estado de paz com o clã
Tzimisce ou a curto prazo fazer amizade com os clãs Nosferatu e
Gangrel. Mas com os outros podemos chegar a um acordo.
Os enviados de dois clãs, Giacomo Guicciardini do clã
Lasombra e a Capadócio Margaret Vasa, passam muito tempo
aqui, e são tratados como acadêmicos visitantes pelos magos
mortais. Obviamente, não há como fazê-los se submeter a
pirâmide, e a imprevisibilidade que eles representam algumas
vezes me preocupa.
 Nós temos recebido visitantes da maioria dos clãs não
citados acima. A maioria é de casta inferior; evidentemente uma
missão em Ceoris é designada apenas aos dispensáveis. Os
Ventrue concordaram em enviar um servo guerreiro em troca de
certas informações fornecidas a seus superiores na França. No
presente momento estou negociando um acordo para enviar um
de nossos aprendizes para que aconselhe um importante
Toreador em Florença. Em troca ele enviará um de seus novatos,
ordenado a nos obedecer. Estes acordos têm seus riscos – todos
estes são estranhos para nós – mas estou de acordo com seu sábio
julgamento de que o futuro de nossa Casa depende de nossas
alianças.
Outras capelas
Também é meu dever como Castelão supervisionar as
relações com outras capelas por toda a Europa e no Leste
próximo. Eu me comunico com as outras capelas através de
rituais de minha própria autoria e que permitem conversar com
outros castelões submetidos a um ritual em sua visita a Ceoris.
Uma vez que este laço esteja estabelecido, a distância pouco
importa. Meu objetivo, como instruído
pelo senhor, é lentamente transformar todas as capelas
Tremere, para que sejam um espelho de Ceoris. Se assim
favorecer o destino, estas capelas não precisarão das defesas que
construímos aqui, mas ocultarão a mesma pirâmide de
autoridade. Eu uso seu nome para convocar magos de outras
capelas para que venham até Ceoris e vejo se possuem orgulho
suficiente para sobrepujar a moralidade que os mantém fracos –
se podem ser remoldados para que percam seus escrúpulos sem
perceber o déficit. Se suas defesas morais ainda precisam de
erosão adicional, eu não tomo nenhuma ação. Os anos
vindouros trarão muitas oportunidades de conversar com
nossos antigos companheiros. Durante estas visitas, preciso
vigiar cuidadosamente Malgorzata e Jervais, que como cães
farejadores circulam minha presa com a esperança de abraçá-la
antes de mim. Eu já mencionei as consequências desastrosas de
tal atitude. Muitos magos que com o tempo apropriadamente
sucumbiriam a mim, se rebelaram ao ser surpreendidos pela
mordida de Malgorzata, e assim não puderam ter outro destino
senão a destruição.
Quando sou bem sucedido, como fui com Probitas,
permito ao neófito aceitar sua condição. Em seguida faço com
que ele envie outros para Ceoris de modo a também serem
abraçados. Quando mais do que quatro magos do sangue em
segurança lideram uma capela exterior, eu lhes permito
começar a abraçar. Contudo, sou envergonhado pelas víboras,
pois os cachorrinhos de Goratrix já criaram suas próprias
pirâmides de autoridade dentro de cada capela. Assim, a luta
contínua pelo controle do poder acaba também espelhada de
Ceoris. Se o senhor pudesse apenas persuadir o Mestre Tremere
a intervir e terminar esta irracional rixa interna. Apenas a
palavra de Tremere nos uniria na luta contra nossos inimigos, e
não contra nós mesmos.
Os outros disseminaram o abraço numa velocidade que
certamente horrorizará Tremere quando o senhor o puser a par
das circunstâncias.
Certa vez, eu arranjei um encontro com um candidato promissor,
de nome Cuculus em Perugia, apenas para descobrir que o mesmo
já havia sido levado por uma das persuasões de Goratrix! Se nossa
pirâmide fosse pura, sua autoridade só seguiria numa direção. Eu
sei que o senhor verá que o estado das coisas pode ser verificado
por olhos perspicazes, milorde
A proposta na
despedida
Conforme completo esta missiva, ocorre-me mencionar
uma obrigação que cresceu em importância em minha mente
ultimamente. A cada ano que passa, se torna mais e mais difícil
ocultar dos visitantes e dos magos mortais a atmosfera de horror
que permeia nossas paredes. Os corredores frequentemente
ecoam com sussurros e
barulhos de arranhões, cujas fontes nunca podem ser
descobertas. Gotas do que parece ser sangue se materializam nas
paredes, ou emergem das pedras dos pavimentos – contudo a
substância não fornece sustento, e sim náusea. Brisas
congelantes sopram mesmo em câmaras seladas. Tudo isso
acompanha estranhos humores: Repentinamente alguém é
dominado pela melancolia, ira, alegria injustificada, como se
algum elixir intoxicante houvesse sido absorvido pela pele do
indivíduo.
Nós explicamos estas manifestações aos magos mortais
atribuindo-lhes como origem as emanações malignas das
criaturas da noite (E desta mesma forma justificamos o
selamento de Ceoris em relação a toda luz solar, ao dizermos que
se trata do único modo de proteger Ceoris da magia das criaturas
da noite). Estes eventos ocorrem com mais frequência durante a
noite, mas segundo relatos dos carniçais, começaram a se
manifestar em pleno meio dia. Há talvez a manifestação de um
grande evento a cada quatro semanas aproximadamente, mas os
pequenos maus presságios estão ficando muito frequentes. Os
carniçais relatam que um sentimento de pânico está lentamente
se desenvolvendo nas mentes mortais de Ceoris. Os vivos só
saem de suas câmaras quando é absolutamente necessário, e
andam com rapidez pelos corredores, com as cabeças para baixo.
Celestyn me contou a respeito do ritual de consagração de
Ceoris. Certamente a causa destas manifestações jaz nos erros
que o macularam. Talvez devêssemos investigar maneiras pelas
quais nossas fundações pudessem ser reconsagradas. Embora tal
ritual seja complexo e difícil, não tenho dúvida de que as
vantagens mais do que pagariam o tempo e os recursos
necessários. De outra forma, a estranheza de nossa residência se
tornará tão óbvia a ponto de ameaçar toda nossa pirâmide.
Pensarei mais sobre isso, e detalharei minha proposta numa
data futura. Incluí a ideia aqui apenas para compartilhá-la.
Creio que este relatório foi tudo o que o senhor desejava.
Naturalmente estou disponível para responder quaisquer
questões que este relatório possa fazer surgir.
De seu servo mais fiel
— Curaferrum
Castelão da Capela Ceoris
45
HOUSE OF TREMERE

46
apítulo Quatro:
O Ventre da
Besta
Per me si va nella città dolente,
Per me si va nelléterno dolore,
Per me si va tra la perduta gente...
Lasciate ogni speranza voi
ch´entrate!
(Por mim é o caminho da cidade
das lamentações Por mim é o
caminho do eterno sofrimento
Por mim é o caminho da união dos
perdidos... Aqueles que entrarem
abandonem toda a esperança!) -
Dante Alighieri, Divina Comédia –
“Inferno”

47
APROXIMAção
Visitantes e atacantes precisam se aproximar de Ceoris
através das traiçoeiras colinas de florestas densas ao Sul da
fortaleza. Como mencionado abaixo, ventos não naturais,
chuvas e névoa ocultam o vale dos raios do sol na maior parte do
tempo. Guardas patrulham o vale todo o tempo. Grupos de três a
seis mercenários desafiam qualquer visitante viajando
abertamente pelo vale e exigem ao líder do grupo viajante que
apresente a moeda de permissão de passagem. Todos os viajantes
com negócios legítimos com Ceoris recebem uma moeda do
Tremere que os convidou. Sabendo que os possuidores das
moedas podem ser poderosos, arrogantes e rápidos em se
ofenderem, os patrulheiros fazem suas exigências com firmeza,
mas sem beligerância. Se forem observados desprevenidos, é
igualmente provável que estejam procurando intrusos na
vegetação rasteira ou reclinados preguiçosamente contra uma
das muitas rochas ao redor da trilha que leva para Ceoris. Eles são
mais cautelosos durante a noite, quando gárgulas gigantes e
furtivos estão nas proximidades, bufando ameaçadoramente
para todos os mortais que ousem entrar em sua linha de visão
(Para uma descrição detalhada do vale e suas defesas, veja o
capítulo 2).
A trilha segue pelo vale e vai até uma inclinação que culmina
num precipício logo antes dos portões de Ceoris. O precipício é
suficientemente rochoso e os ventos são suficientemente fortes
para impedir que todos, exceto os mais determinados inimigos
levem armas de cerco até o ponto de estarem ao alcance das
muralhas da capela. Em muitos trechos, as tropas precisam sair
de suas montarias e andar em fila única ao redor de rochas
enormes que as gárgulas jogaram no caminho. As grandes rochas
são pontos de emboscada ideais para os defensores de Ceoris.

Guaritas
Tal como descrito no capítulo 2, os Tremere mantêm
algumas guaritas temporárias espalhadas em todo seu perímetro.
Os soldados designados para as guaritas realizam patrulhas
frequentes, observam sinais de movimento, jogam dados e bebem
para afogar seus medos.
Em todos os momentos existem 9 guaritas mais ou menos
equidistantemente distribuídas por toda a área ao redor. Em cada
guarita há de 10 a 15 soldados com machados, de 5 a 10 arqueiros e
de 2 a 5 gárgulas. Um número menor de soldados fica de guarda
em tempos de tranquilidade; números maiores em tempos onde
espera-se por hostilidades iminentes. Eosara, o capitão da guarda
de Ceoris, pode ser forçado a designar um número menor de
guardas caso ataques recentes venham a diminuir seu
contingente..

CEORIS A DISTância
A vasta e alta estrutura, que é Ceoris, com diversas torres e
torreões destaca-se das pedras erodidas pela chuva dos arredores
dos Alpes da Transilvânia. Uma espessa névoa não natural
esconde a capela do mundo, ocultando sua fachada. Por até 5
dias, um visitante se aproximando não consegue ver nada além
de um manto de névoa cinza que ocasionalmente revela uma
parte do rochedo ou do desfiladeiro da montanha.

48
 Um vento úmido uiva pelo local, mas, num desafio a lógica,
não dispersa a névoa. Ao invés disso a névoa ondula e circula a
estrutura como um espírito maculado. Os visitantes que conhecem
a verdadeira natureza dos habitantes de Ceoris podem especular
corretamente que o clima ocultando a estrutura é o resultado de um
grande ritual. Originalmente conjurado por Etrius e outro do
conselho interno de Tremere durante seus dias como mortais, o
ritual agora é mantido ativo com o uso de magia do sangue.
Ceoris durante o dia
Mesmo o mais poderoso dos rituais não é capaz de
constantemente servir de proteção contra os raios do sol. Durante
um dia a cada 5 dias, a luz do sol combate a cobertura de névoa
perpétua e afasta a neblina e a chuva. Nestes dias Ceoris é revelada
em toda sua glória. É uma grande construção de rocha negra que se
destaca num platô artificial. Sua superfície, ainda tem as marcas de
picareta deixadas por centenas de escravos que a talharam na
montanha, e tem uma decoração incomum. Apenas algumas dúzias
de janelas longas e estreitas, agora seladas com tijolos e tapagens
escuras interrompem a perfeição de sua superfície vertical.
Visitantes que decidem observar por muito tempo sua superfície por
vezes começam a ver formas, tais como crânios enormes ou caretas
zombeteiras de gárgulas, formando-se a partir do padrão das marcas
de picareta. Este pode ser um dos maus presságios que
periodicamente se manifestam em Ceoris e seus arredores, ou
simplesmente uma imaginação vívida do observador.
Torres e torreões
Como lanças na prateleira, oito torres e torreões se erguem da
construção de forma ímpar. Embora originalmente linear e direto
como a ambição de Goratrix em governar, começaram a se inclinar
suavemente, cada um em uma direção. Uma torre em particular, a
mais alta da face leste, parece particularmente precária, como se
estivesse preparando-se para se mergulhar para a morte no abismo
próximo.
As torres e torreões existem somente para fazer com que
inimigos aéreos encontrem seu fim. Nenhum tem conexão de
entrada ao castelo. A maioria foi construída para desabar, ruindo
caso forçados a suportar o peso de um grupo de homens. Algumas
são feitas para explodirem espetacularmente em chamas caso
tenham que suportar peso. A despeito de seu desejo de passarem
despercebidos, os Tremere não conseguem restringir totalmente
seus impulsos dramáticos, a despeito do fato de que os ventos
enfraqueceram essas outrora maravilhosas armadilhas
arquitetônicas.
O PRECIPício de Etrius
Um precipício, criado na encosta da montanha pela magia
da terra de Etrius, circula a capela. Com 4,5 metros em seu
pontos mais estreitos e 6 metros no ponto mais largo, o precipício
representa um grande obstáculo para intrusos. Soldados em
guarda no portão comandam o baixar da ponte levadiça que
permite a passagem. A ponte levadiça é robusta o bastante para
suportar um peso de várias toneladas.
GUARITA DOS PORTões
Em cima da ponte levadiça e ao lado da capela há uma guarita
dos portões que controlam o acesso à estrutura. Soldados de
prontidão atrás do parapeito podem observar qualquer um que
se aproxime do precipício. Eles se dirigem aos visitantes com o
tradicional “Pare! Identifique-se!”. Mesmo os mais poderosos da
capela precisam parar e se identificar. Os soldados temem
inquirir magos viajantes mas sabem que o castelão Curaferrum
ordenará que sejam esfolados casos sejam pegos sem fazê- lo.
Se os guardas decidirem que o pretenso visitante é hostil, o
encarregado da guarda faz uma avaliação: Devem tentar
capturá-lo ou simplesmente recusar-lhe a entrada? Se achar que
podem capturar com segurança estes supostos inimigos, ele os
convidará a entrar. Então, quando estiverem debaixo da arcada
da guarita do portão, os soldados soltarão as roldanas que fazem
descer os portões verticais em ambos os lados, aprisionando os
visitantes suspeitos. Se possuírem algum meio extraordinário de
lutar contra os soldados, como feitiços mágicos, os guardas
podem abrir um alçapão e derramar um caldeirão de líquido
cáustico nos atacantes.
Depois de capturá-los, a guarda toca um sino de alerta. Se
estiver disponível, Eosara vem pessoalmente determinar o
destino dos prisioneiros. Se decidir que a guarda agiu
erroneamente em deter os visitantes, ele os libertará e os indicará
o caminho apropriado para onde devem ir dentro da capela.
Embora possa prometer disciplinar os guardas, na verdade irá
recompensá-los pela vigilância – melhor derrotar
momentaneamente um visitante honesto do que permitir a
entrada de um intruso perigoso. Se Eosara não estiver disponível
(durante o dia por exemplo), aproximadamente uma dúzia de
guardas, liderados por um sargento carniçal, chegam para
escoltar os prisioneiros para as catacumbas. Lá irão esperar até
que Eosara, Curaferrum ou outro membro do círculo de poder
tenha tempo de interrogá-los. Eles libertam inocentes com
desculpas profundas, com falsas promessas de punir os
responsáveis pela captura e exortações da extrema vigilância que
os habitantes de Ceoris precisam manter.
O grupo de quatro a seis homens na guarita do portão são
todos arqueiros experientes. Durante um combate, recebem
reforços que multiplicam seu número por três, com o
suplemento de um grupo de até seis gárgulas. Durante a noite eles
dependem da luz de lampião. Caso atacados, apagam as luzes. Os
arqueiros comuns não podem ver seus alvos na escuridão e
acabam atingindo a borda da ponte levadiça.
Visitantes que são bem vindos logo recebem permissão de
entrada. Os guardas tocam um grande sino para alertar os
operadores de roldanas do outro lado da muralha da capela no
Grande Salão. A ponte levadiça leva aproximadamente cinco
minutos para ser erguida e, graças a gravidade, um minuto para
descer. Uma carga superior a de 900 quilos pode impossibilitar a
ponte de ser erguida.
Pátio
O espaço entre a guarita do portão e a capela é apenas um
pequeno campo rochoso, ponteado por ocasionais ramos de
acônito, mas os Tremere são grandiosos o bastante para referir-se
a ele como Pátio.
49
 Olhos afiados podem notar uma trilha suave que leva para a
esquerda. A verdadeira entrada é para a direita, mas feitiços
impedem que os muitos pés que passam formem qualquer tipo
de trilha visível.
Trilha Falsa
A trilha do pátio circula a montanha até uma saliência
rochosa com 30 centímetros. Um intruso pode cuidadosamente
seguir este caminho até chegar numa abertura de 18 metros onde
a saliência rochosa desabou. A trilha continua depois da
abertura. Se o intruso de algum modo conseguir passar pela
abertura, poderá continuar seguindo a saliência até uma porta
pequena e quase indetectável, engenhosamente elaborada para
parecer-se com a rocha a seu redor.
Trata-se de uma armadilha, a porta não abre. A porta e a
trilha existem com o único propósito de incitar os inimigos a
arriscarem seus pescoços procurando uma porta dos fundos
inexistente da capela.
Entrada Falsa
Uma trilha de pedra, com aproximadamente 9 metros de
largura se estende da guarita do portão, através do pátio, até a
capela de Ceoris propriamente dita. A trilha termina numa porta
dupla de 4,5 metros de altura, fortificada com ferro. As portas
estão entalhadas com símbolos arcanos que emanam uma suave
luz amarelo esverdeada. Um terceiro portão vertical fica entre os
visitantes e estas portas. O vento ao passar pelo portão vertical faz
um som misterioso, pois faz com que cada barra vibre com as
cordas de uma arpa ou alaúde. Aqueles tolos o bastante para ficar
parados ouvindo podem ficar convencidos de terem escutado
vozes de lamento quase imperceptíveis. Com o tempo os
ouvintes podem se convencer de que as vozes dizem coisas
discerníveis. Infelizmente estas coisas podem deixar louca uma
mente despreparada.
As portas estão seladas por dentro permanentemente com
chumbo derretido. Um grupo de guerra com um aríete seria
capaz de atravessar o portão vertical e as portas duplas. Isto os
levaria até o Grande Salão que não é usado e para outra
armadilha. Veja pág 53 para mais informações.
Entrada Verdadeira
T
O pequeno portão dos fundos pelo qual entram os
aliados da capela não pode ser visto frontalmente. Ele
situa-se numa esquina na parte direita. Na porta secreta, os
pretensos visitantes precisam dizer uma senha. Convidados
e residentes recebem senhas diferentes. Os guardas deste
local precisam saber ler para correlacionar uma longa lista de
senhas com seus respectivos donos. Eles consultam listas
criadas pelo castelão Curaferrum, a qual inclui perguntas a
serem feitas aos convidados. As perguntas se referem à
informações conhecidas apenas pelo dono da senha. A
categoria da senha reflete a hierarquia piramidal da Casa
Tremere. A lista, caso pudesse ser vazada, revelaria muita
informação sobre a organização de Ceoris. A lista é escrita
num código complexo, que Curaferrum ensinou aos guardas
da entrada.
50
Os quatro guardas com machados em serviço curvam- se
desajeitadamente para cumprimentar os superiores, e grunhem em
reconhecimento a soldados companheiros. Aos convidados
desacompanhados pede-se que se sentem numa pequena
antecâmara. O soldado sênior mexe num badalo para chamar um
garoto servo, e este por sua vez vai atrás de um residente da capela
para ser o anfitrião do convidado.
Se os guardas ouvirem o sino da guarita do portão tocar no
padrão distinto de alarme, tocarão um grande gongo que está
pendurado na muralha leste. Guardas em outros postos também
tocarão seus gongos e sinos (incluindo diversos colocados em
pontos estratégicos da capela) para alertar a Casa sobre o perigo.
Gongos nas barracas de acampamento e nas gaiolas de Virstania
indicam que os defensores da capela devem sair e enfrentar o
inimigo. Diversos sistemas engenhosos de cordas e sinos soam o
alarme por toda a casa sem a necessidade de recursos místicos.
Dentro Ceoris
de
Embora aqueles que conheçam o nome Ceoris sintam um
calafrio quando este nome é proferido, já que o local certamente é
um do tipo que inspira pesadelos, a capela também serve de
residência para centenas de indivíduos, desde taumaturgos cainitas
até humildes servos. Recém-chegados logo fazem observações gerais
sobre o ambiente e sobre as relações entre seus habitantes.
Governados pelo medo
A emoção predominante em Ceoris é o medo. O medo está
no ar como uma doença contagiosa. Os vampiros temem as
maquinações dos Tzimisce, os ataques dos Gangrel e Nosferatu
e, quando as ameaças externas diminuem, temem uns aos
outros. A ansiedade dos cainitas por sua vez infecta seus
carniçais, ao quais temem o dia em que não mais obterão
nutrição do sangue inebriante de seus mestres. Os servos de
posição mais baixa temem os governantes de Ceoris ainda mais
do que inimigos externos. Mercenários temem pela próxima
batalha. Magos ainda mortais temem a destruição nas mãos das
criaturas da noite. Aqueles que suspeitam que os líderes de
Ceoris estejam envolvidos com atividades diabólicas
preocupam-se que suas suspeitas sejam expostas antes que
descubram os segredos no âmago da questão.
Esta apreensão permeia o comportamento dos residentes
de Ceoris. Seus habitantes tendem a falar em sussurros como se
estivessem preocupados de que alguém os possa ouvir. Os
temperamentos se inflam facilmente; mesmo um pequeno
desentendimento entre soldados ou servos pode evoluir para
uma luta letal. Barulhos repentinos, como um garfo caindo ao
chão no refeitório, faz com que as pessoas pulem de seus
assentos.
O medo deixa outras emoções a flor da pele, especialmente
entre os habitantes humanos da capela. A perspectiva diária de
morte iminente os leva a extremos de desejo, ira, tristeza e
alegria. Muitos se percebem chorando de soluçar sem motivo
aparente. Uma suave brincadeira pode provocar risos intensos
de verter lágrimas e fazer doer a barriga.
 Uma centelha momentânea de atração entre um servo macho e
uma serva fêmea pode fazer com que pulem um no outro em sexo
selvagem – a despeito da proibição expressa de Curaferrum a respeito.
Os residentes de Ceoris, incluindo os magos cainitas, acreditam
que esta sensibilidade exacerbada tem natureza sobrenatural. Eles
teorizam que emoções vagantes, talvez enviada por mágica inimiga,
flutuam pelo ambiente para romper a determinação dos
mentalmente fracos. Esta opinião reflete sua tendência para
explicações esotéricas e sua tênue compreensão da mera natureza
humana. A população mortal está sob grande pressão e prestes a ceder.
A ausência perpétua de luz solar reforça a sensação de temor,
pelo menos para os habitantes mortais. Sua superfície externa
originalmente possuía diversas janelas longas e estreitas, que foram
fechadas com tijolos há muito tempo (Goratrix tomou a precaução de
selar os raios de sol em 1080, justificando ser uma medida para
fortalecer as proteções místicas da capela). A população original de
Ceoris sente falta da sul solar e sentem-se murchando sob a noite
eterna de Ceoris. Os soldados cobiçam ficar de guarda no período
diurno. Os servos inventam razões para sair durante o dia, e até
abandonam seus postos para sentir a luz do sol em sua pele. A maioria
dos magos mortais, que vivem debruçados sobre seus livros e
indiferentes aos benefícios do mundo exterior, não acreditam que a
ausência de luz solar pode afetar-lhes o humor. Eles não percebem que
isto os deixa irritados, perpetuamente cansados e altamente
sugestionáveis.
ENTRE MAUS PRESSágios
Ceoris nasceu sob uma estrela ruim. Mesmo que sua
consagração tivesse ocorrido perfeitamente, a capela ainda assim
seria um lugar obscuro. Com o ritual mal executado e que exigiu
o assassinato de Ponticulus, um de seus participantes, a capela
tornou-se uma morada fúnebre. As ações ritualísticas dos
fundadores da capela aprisionaram o espírito de seu
companheiro na construção. A passagem do tempo amplificou
sua angústia, desprezo próprio, desespero, amargura e
agressividade, a ponto de se manifestarem fisicamente de
diversas formas. Estas formas incluem frio repentino no ar,
corredores ou pavimento sangrando (embora o sangue não sirva
de nutrição ou para poderes taumatúrgicos), sussurros, risadas e
gemidos sem origem definida, uma umidade penetrante,
imagens de pesadelos (frequentemente decapitação) que surgem
na mente dos adormecidos, imagens similares que aparecem
momentaneamente em espelhos e outras superfícies reflexivas, e
o desaparecimento, materialização e movimento de objetos
quando ninguém está presente. Estes não são os atos voluntários
da sombra de Ponticulus, mas sim os ecos de sua raiva e
angústia.
A melancolia e mau agouro que permeiam Ceoris são
evidentes para os visitantes, mas aqueles que passam a morar por
longos períodos acabam acostumados com estes sentimentos. O
lugar corrói insidiosamente o julgamento dos residentes para
que venham a casualmente aceitar os muitos sinais de danação
iminente. Vítimas deste efeito ainda percebem os maus
presságios, mas perdem a noção do fato de que não é natural viver
num lugar onde estes ocorrem de forma banal.
Atividade Constante
Ceoris é o lar de mais de mil indivíduos e possui muita
atividade tanto de dia como durante a noite. Seus salões estão
cheios de servos com olhares furtivos movendo-se rapidamente
na realização de suas tarefas, rezando silenciosamente para não
atrair a atenção dos mestres nem presenciar nenhuma das
manifestações misteriosas que infestam o lugar. Qualquer um
deles que estiver carregando um item muito pesado ou volumoso
para ser transportado com apenas uma mão deve ser auxiliado
por um segundo servo carregando a lamparina. (os candeeiros
nas paredes de Ceoris, que outrora serviam de apoio para tochas
foram rebocados para se adequar ao temor irracional dos
vampiros em relação ao fogo). As lamparinas produzem sombras
longas no chão dos corredores e criam novas camadas de
escuridão para se somar com as incrustações negras que cobrem
cada teto.
Os soldados, com botas imundas de lama ao retornar do
serviço, passam pelos salões com suas brincadeiras comuns entre
guerreiros de todos os lugares. Já outros, designados para a
patrulha, esforçam-se ao máximo para parecerem ameaçadores e
vigilantes ao passarem pelos corredores, segurando o punho de
suas espadas. Aqueles ordenados a guardar portas curvam-se
contra as paredes, mantendo um ouvido atento ao caminhar
confiante dos sargentos e dos mestres. Quando um superior se
aproxima, eles rapidamente adotam a postura de atenção
resoluta.
De vez em quando, um mago (cainita ou mortal) passa pelos
corredores, acompanhado por uma comitiva que consiste de um
ou dois servos, um aprendiz e talvez outros. Os comumente
mestres antissociais reconhecem apenas seus iguais (ou
superiores) quando passam pelos salões, e mesmo assim com um
mero sinal ou mais suave aceno.
Câmaras da Casa
As seguintes câmaras são devotadas aos negócios da
Casa Tremere. Aqui os visitantes encontram magos, tanto
cainitas como mortais, assim como seus aprendizes e servos
de confiança da capela. Os magos de alta posição caminham
orgulhosamente pelas câmaras, saboreando a admiração de
seus inferiores. Quando diante de seus superiores, os
aprendizes curvam suas cabeças fazendo a adequada
reverência. Quando não estão, ficam de olhos abertos e
saboreiam as imagens e cheiros das câmaras, sonhando com
o tempo em que eles também marcharão por elas inchados
pelo sentimento de domínio e direito de posse. A câmara dos
Magi de Sangue no quarto andar (veja pág 56) é a grande
exceção, reservada para e conhecida apenas pelos cainitas
Tremere. De todas as câmaras da Casa, esta é a mais
importante.
Câmara do conselho
Os magos de Ceoris conduzem seus negócios oficiais nesta grande
e pomposa câmara. Quando há uma reunião do conselho na capela,
Etrius e seus tenentes de confiança sentam-se na cabeceira da mesa.
51
 Tremere passa a maior parte do tempo em torpor, portanto a
cadeira reservada para ele está quase sempre vazia. O castelão,
Curaferrum, conduz os negócios da reunião. Quando alguém com a
fala se dirige ao conselho, deixa sua cadeira seja na mesa dos oficiais
ou na bancada dos espectadores e caminha pelo grande salão
enquanto fala. É considerado rude olhar diretamente para a mesa
dos oficiais enquanto a fala é dirigida ao conselho, embora sejam as
pessoas lá sentadas as responsáveis por tomar todas as decisões.
Tremere raramente aparece nestes dias, e quando aparece,
uma calma toma conta dos participantes – uma questão de grande
importância está para ser revelada. A arrumação dos assentos trai o
atual progresso das disputas de poder na capela. Aqueles convidados
para sentar junto com Etrius estão no patamar mais alto. Alguém
que recentemente sentou-se na cabeceira da mesa mas agora está em
suas proximidades, é porque claramente sofreu um revés.
Atualmente, os oficiais do conselho são o castelão, Curaferrum;
Virstania, senhora das Gárgulas; Eosara, capitão da guarda; Jervais,
o ceifador de vis; Paul Cordwood, mestre dos espiões; e
Mendacamina, a guardiã das catacumbas. Malgorzata completa o
grupo, como participação da facção de Goratrix, ainda que ela não
desempenhe no momento nenhuma função oficial na casa. Os
magos mortais e seus aprendizes comparecem a reuniões do
conselho, assim como alguns dos convidados da capela. Por
conseguinte, nenhum assunto sério é tratado aqui. O conselho
agora é uma simulação elaborada para convencer os magos mortais e
os forasteiros de que os assuntos da capela seguem normalmente. Os
oficiais discutem o progresso da guerra contra os Tzimisce e
anunciam novas políticas relacionadas aos direitos ou conduta dos
magos mortais e suas comitivas.
52
Qualquer membro da casa ou residente da capela pode
trazer para o conselho assuntos pertinentes. A quantidade de
discussão que Etrius permite num determinado assunto
demonstra quão importante a questão é; em assuntos triviais é
permitido a todos amplo tempo de discurso. Decisões
realmente importantes são feitas pelos oficiais líderes da capela
(os cainitas) e anunciadas para os magos reunidos como fatos
consumados.
Ainda assim, a cerimônia que ocorre nas reuniões do
conselho pode parecer impressionante para visitantes. A
cerimônia reafirma o senso dos residentes da capela de que eles
pertencem a um grupo com uma grande história, uma que
certamente lhes oferece a força para sobreviver na crise atual.
Cada conclave se inicia com uma procissão. Os aprendizes dos
oficiais do conselho entram primeiro, balançando incensos e
recitando um cântico de invocação para proteger os
participantes de ataques mágicos. Eles ficam de pé atrás da
cabeceira da mesa conforme seus mestres entram na sala,
adornados com trajes cerimoniais. Cada oficial veste uma
túnica de veludo vermelho com enfeites de arminho, e um elmo
de ouro. Chifres de cervo estão no topo dos elmos, e cada um
apresenta uma superfície frontal de metal onde pode-se ver uma
figura alegórica diferente: Guerra (vestido por Eosara),
Benevolência (Curaferrum), Arte (Virstania), Misericórdia
(Mendacamina), Abundância (Jervais), Visão (Paul
Cordwood), Fidelidade (Malgorzata), Sabedoria (Etrius) e
Maestria (Tremere, caso esteja presente). Ainda mascarados, os
oficiais tomam seus assentos.
 O castelão então lê uma emocionante passagem das
Crônicas Tremere, uma grandiosa história dos primeiros dias
da Casa. Ele toca um sino três vezes, o que indica aos outros o
momento de removerem suas máscaras. Então os assuntos da
reunião são iniciados.
Quando o conselho não está em sessão, a câmara
permanece vazia, exceto para os debates que ali ocorrem talvez
uma ou duas vezes por semana. Dois magos com opiniões
diferentes em alguma questão envolvendo um obscuro
princípio de teoria arcana, o discutem em frente a seus pares.
No final da argumentação formal, os espectadores
apimentam os debates com perguntas. Cada debatedor
geralmente traz consigo alguns partidários para perguntarem
coisas embaraçosas a seu oponente. Por fim, o suposto árbitro
neutro designado para supervisionar o debate determina o
fim das discussões. Os espectadores então marcam pedaços de
barro com o nome daqueles que escolhem como vencedor.
Um assistente os coleta num cesto. Os auxiliares do árbitro
contam os votos em frente a todos os envolvidos. Ouvir os
debates é a atividade social mais popular da capela. Sabe-se
que alguns perdedores acabam atacando misticamente seus
oponentes – ou a membros do público que os perguntaram
questões embaraçosas – depois de uma derrota especialmente
humilhante. Em tempos passados, os debates
frequentemente preconizavam disputas de poder na casa.
Um mago ambicioso poderia avaliar seu apoio ao desafiar seu
principal rival. Uma vitória com grande margem indicava que
poderia se mover contra seu inimigo sem medo de represálias.
Uma derrota era um alerta para ficar quieto. Atualmente, a
importância dos debates diminuiu, pois os magos cainitas
estão cada vez menos interessados neles. Apoio dos magos
mortais não significa nada em relação a suas disputas de
poder. Agora eles nunca buscam debates, embora possam
sentir a necessidade de manter a pretensa normalidade
quando desafiados por um mago mortal de alta posição.
Contudo, eles comparecem a disputas de terceiros,
especialmente quando desejam ter acesso a magos visitantes
que não conheçam bem. Curaferrum e Malgorzata são os que
mais comparecem; ambos procuram por candidatos dignos
do Abraço.
A sala, longa e retangular, serve como local oficial de
encontro. As paredes são cobertas com madeira de carvalho,
exceto a parede sul, que é feita de alvenaria (esta é a parede que
limita a armadilha de lanças, adicionada depois da
construção das câmaras do conselho). Esta parede de má
aparência foi coberta com uma tapeçaria onde há uma
imagem de Etrius e Tremere diante da grande pirâmide de
Giza, no Egito. Um exame cuidadoso da tapeçaria revela que a
face de Etrius foi trançada na tapeçaria para substituir a de
alguém que foi arrancada (a face na tapeçaria costumava ser a
de Goratrix).
Duas elevações ficam adjuntas as paredes leste e oeste.
Cada elevação tem três camadas de assentos. As cadeiras são
feitas de carvalho, com braços feitos de chifres de veado. Cascos
de veado adornam os pés da cadeira. Símbolos e outras
marcações arcanas foram feitos nos encostos das cadeiras
durante os anos.
Um observador pode assumir que são poderosas mágicas de
proteção. As marcas na verdade devem sua existência a entediados
frequentadores indiferentes que prefeririam estar fazendo os
cálculos de seus últimos experimentos a ter que escutar detalhes
mesquinhos dos duntos da capela.
Na parede sul e em frente a tapeçaria há uma grande mesa feita
de madeira polida de nogueira. Esta mesa não foi maculada por
magos ociosos. Antes dos assuntos oficiais serem conduzidos, os
servos colocam sobre ela um pano de veludo de modo que o símbolo
Tremere, bordado em ouro fique de frente para os participantes.
Três candelabros estão suspensos na câmara, mantendo-a
bem iluminada durante as sessões. Curaferrum ordenou
recentemente que apenas um candelabro seja usado para diminuir
o desconforto de seus companheiros vampiros.
Grande Saguão
Antes de Etrius ter instruído aos servos a selar as portas
principais (veja pág 50), esta câmara fornecia ao visitante seu
primeiro vislumbre inspirador das maravilhas de Ceoris. Agora é
ocupada apenas por servos encarregados de operar as roldanas da
ponte levadiça.
Uma escadaria gigante domina a sala, conduzindo até um par
de portas de carvalho reforçadas com bronze. Um envoltório nas
portas possui a forma da cabeça de um homem com barba, de
modo que as pessoas passando pela porta precisem entrar por sua
boca. Isto tem a intenção de ser uma representação alegórica da
sabedoria, mas o tremeluzir das luzes de tocha acaba por criar um
aspecto sinistro. Em cima dos corrimões de mármore da grande
escada estão duas fileiras de bustos retratando os grandes sábios
do passado. Entre estes estão Aristóteles, Pitágoras, Arquimedes,
o Magus Simão, Anaximander e Anaxagoras. Eles estão
esculpidos em pedra na forma distorcida e altamente estilizada do
10º século. Durante o dia, estes bustos deixam a mostra diversas
pequenas rachaduras, incomuns porque foram esculpidos
recentemente. Durante a noite, os bustos de Aristóteles e
Pitágoras choram lágrimas de sangue. A quantidade de sangue é
muito pequena para fornecer nutrição, mas carrega o forte sabor
do sangue de magus. Este é o mais consistente dos maus presságios
descritos anteriormente.
Duas grandes roldanas, uma em cada lado das portas seladas,
permitem operar a ponte levadiça. Quatro guardas estão sempre
de serviço aqui. Quando os guardas da guarita do portão tocam
um grande sino, os homens nas roldanas da ponte levadiça sabem
que devem baixar ou subir a ponte.
A câmara agora é mantida sem iluminação, embora um
candelabro de ferro com saliências para duas dúzias de velas ainda
esteja pendurado na escadaria. A corda que o sustenta e permite
que seja baixado ainda está intacta, caso alguém deseje colocar
velas e erguê-lo em seguida.
ARMADILHA ARCANA
Esta armadilha está ao lado do Grande Salão (veja acima). Sua
entrada, emoldurada pela cabeça da sabedoria, uma vez conduzia
diretamente às Câmaras do Conselho. Uma sala falsa foi criada a partir
das câmaras para servir de armadilha para invasores. Para fazer a
armadilha parecer mais verossímil, a porta é aparafusada por dentro.
Qualquer grupo que tenha sucesso em derrubá-la com um aríete e passar,
será preso numa armadilha.
53
Uma segunda porta de metal, escondida na parede acima da entrada,
descerá atrás dos invasores. Conforme os intrusos se esforçam para
encontrar uma saída não existente, uma névoa carmesim aparecerá
como que vinda de lugar nenhum e começará a arrancar-lhes a carne.
Câmara Comum dos Mestres
Esta câmara fornece um local de encontro informal para os
magos completos da casa. Estes mestres vêm aqui para beber com
seus pares. Entretanto, eles são um grupo antissocial. A câmara é
raramente ocupada por mais do que um trio de magos. Alguns fazem
suas refeições aqui, mas a grande maioria dos magi ordena a seus
servos ou aprendizes para que lhes tragam comida enquanto
trabalham. Aqueles que se reúnem aqui sentam-se afastados uns dos
outros. Embora algumas vezes discutam sobre seus trabalhos ou
teoria do ocultismo, o tópico principal das conversas é a reclamação.
Os magos se queixam de maus feitos direcionados para eles por
colegas ausentes e especulam a respeito de seus atuais trabalhos
condenados. Embora cautelosos por alguns minutos quando
próximos de magos visitantes vindos de outros lugares, a liberdade
de difamar está arraigada nos residentes da capela de modo que logo
esquecem uns dos outros. Os convidados podem, portanto, reunir
uma considerável quantidade de informação através da fofoca, ao
sentarem-se cautelosamente na Câmara Comum dos Mestres. Eles
não irão, entretanto, obter uma imagem completa dos
acontecimentos de Ceoris porque os magos cainitas quase nunca
vêm aqui.
Mesas e cadeiras bem feitas, mas por muito tempo mal tratadas
estão na câmara num estado de perpétua desarrumação.
Candelabros de 1,8 metros estão dispostos pela sala; os magos os
arrastam para onde desejam ter a melhor iluminação.
54
A mobília, o chão e até as paredes estão salpicadas por décadas
de parafina. Uma série de frisos no mármore retratando uma
variedade de santos e figuras alegóricas decoram as paredes. As
figuras delicadas sofreram com o passar dos anos, conforme magos
ateus os cobriam repetidamente com parafina, e magos devotos os
limpavam, desbastando muitos narizes e dedos canonizados no
processo.
capela
Depois de sua escapada da capela Tremere de Umor Mons
devastada pela guerra em algum lugar da Transilvânia, a devota
maga mortal Tosia insistiu que uma capela fosse instalada em seu
novo refúgio em Ceoris. Embora Malgorzata e outros tenham se
oposto a esta medida, citando a distância tradicional da Casa em
relação a Igreja. Tosia apelou para Etrius, que ainda vendo a si
mesmo como devoto e aprimorado servo de cristo, não poderia ter
recusado tal pedido.
O resultado é esta pequena câmara, dominado por um ícone
pintado do menino jesus e da virgem maria retirado das ruínas de
Umor Mons. O ícone fica num pequeno altar, atrás do qual está
um grande pedaço de bronze (um grande crucifixo). Quatro
bancadas estão de frente para o altar. As bancadas só permitem
lugares para 16 pessoas, mas a capela nunca está tão cheia, mesmo
durante as missas dominicais de Tosia. Ceoris não tem um
sacerdote, então as missas (realizadas todas as noites) consistem
basicamente de um grupo de contemplação diante do altar.
 Dos cainitas, apenas Etrius frequenta as missas, uma vez por
semana, no máximo. Mendacamina pode ser vista circulando os
corredores, como se prestes a entrar na capela. Contudo ela sempre
se detém, e retorna pisando vigorosamente.
Pelo fato dos conspiradores, a quem temem, evitarem a capela,
o local fornece um ponto de encontro natural para Tosia, Omnifer e
os outros magos mortais que suspeitam de diabolismo entre os
residentes noturnos da capela. Eles podem ser encontrados aqui,
sussurrando juntos, depois de seus turnos diurnos terminarem.
Quando escutam terceiros se aproximando, rapidamente mudam o
teor da conversa para assuntos teológicos.
BIBLIOTECA
O coração de qualquer capela é sua biblioteca, e esta grande
câmara no terceiro andar da capela foi elaborada não apenas para
impressionar visitantes, mas também para intimidá-los. Embora
todos os magi de Ceoris possam facilmente usar as prateleiras e
escrivaninhas, nenhum mago com respeito próprio permitiria a si
mesmo ser visto estudando em público. Ao invés disso o mago leva o
material que está usando para seu laboratório ou câmara privada para
um estudo ininterrupto e sem testemunhas. Os magos Tremere são
sempre muito reclusos sobre seus estudos. Eles são conhecidos por
acumular livros importantes por anos, até décadas, algumas vezes
apenas para atrapalhar seus rivais.
Celestyn, o curiosamente afável cainita responsável pela
biblioteca de Ceoris, trava uma batalha perdida contra os esforços dos
residentes em desnudar sua coleção.
Seus aprendizes, que guarnecem uma pesada e longa mesa
arranhada que separa a rotunda das prateleiras, tentam fazer com
que os usuários assinem uma lista sempre que pegam um item. É
esperado que o mago requerente liste seu nome, o nome do item, o
número de catálogo de Celestyn e o tempo estimado que o item será
devolvido. Em função dos magos nunca gostarem de que outros
saibam no que estão trabalhando, quase invariavelmente fornecem
informações falsas, isso se dignarem-se a assinar o registro. Os
assistentes da livraria têm muito mais medo da maioria dos usuários
do que de Celestyn, e não irão confrontar seus sêniores. Se um novo
assistente parece ser muito zeloso, seus companheiros o contam a
respeito do pobre velho Sedulus, que desapareceu uma década atrás
depois de exigir que Paul Cordwood respondesse pelos muitos itens
que havia pego sem assinar o registro. Algumas vezes, tarde da noite,
o ar da biblioteca parece impregnado com o cheiro distinto de suor
ácido e cebolas fritas, os quais em vida seguiam Sedulus onde quer
que fosse.
O próprio Celestyn está ausente durante o dia, e
frequentemente fora de Ceoris em busca de novos materiais para a
biblioteca. Ele é, portanto, incapaz de disciplinar seus aprendizes por
se deixarem intimidar por terceiros. Seu complexo sistema de
catálogo, cujos princípios só ele conhece, desaba em pedaços sempre
que ele não está em Ceoris. Ele parece gostar de unir novamente as
peças quando retorna. É como brincar com um quebra-cabeças, ele
assim diz. Ele passa muitas noites indo de laboratório em laboratório
nos andares mais baixos da capela, batendo de porta e porta e
polidamente pedindo a devolução dos itens faltantes.
55
 Celestyn, um diplomata não usual e alguém
conhecidamente neutro na maior parte das disputas de poder, é
capaz de fazê-lo sem provocar a ira de seus companheiros. Até o
mais agressivo sente-se avesso a ferí-lo porque ele é uma fonte de
conhecimento em todos os assuntos arcanos e ajuda a todos nos
avanços de suas pesquisas.
Mais de mil tomos, pergaminhos, documentos soltos,
diários, mapas, tabuletas de barro, pedaços de rocha com
inscrições em hieróglifos e fragmentos de papiros aguardam os
pesquisadores do ocultismo nas altas prateleiras de madeira que
alinham as paredes sul e leste da enorme câmara da biblioteca e
nas prateleiras do anexo sul. A área de estudo possui uma
rotunda de 12 metros de altura. A rotunda é adornada por um
mosaico, representando uma dança completa de demônios,
anjos e elementais pelas esferas celestiais. Os azulejos são
cobertos por folhas de ouro ou foram prateados. Abaixo da
rotunda estão três fileiras de escrivaninha de estudo de madeira,
cada linha acompanhada por uma longa e grande bancada.
ala Comum dos Aprendizes
Esta câmara serve as dúzias de aprendizes mortais que vivem
em Ceoris. Em contraste com a Sala dos Mestres, esta câmara está
frequentemente cheia. Os aprendizes bebem cerveja, falam do
desprezo de seus mestres, lamentam pelos maus tratos usuais e
até se envolvem em discussões ocasionais em seus campos de
estudo. Não é proibido aos mestres vir até a Sala dos Aprendizes,
mas estes raramente aparecem. Quando aparecem, toda a sala
mergulha num silêncio imediato. Normalmente, se um mestre
quer a presença de seu aprendiz, ele manda um servo ir buscá-lo.
Uma aparição pessoal só pode significar que o mago está furioso
com o aprendiz e deseja dar-lhe um sermão, ou coisa pior. Um
infiltrado que tenha se estabelecido em Ceoris como um mago
completo não poderia passar tempo nesta sala para obter
informações úteis. Contudo, se estivesse disfarçado de aprendiz,
poderia aprender facilmente muitas coisas sobre Ceoris. Os
aprendizes não sabem que estão num ninho de vampiros, mas
são mais atentos do que seus mestres mortais em relação ao fato
de que algo está muito errado em Ceoris. Seus narizes não estão
tão enterrados nos estudos a ponto do divórcio do senso comum.
Eles percebem coisas como os bustos sangrando no Grande
Salão (veja pág 53) e os lamentos vindos das profundezas. Eles
sabem que seus companheiros estão desaparecendo em ritmo
acelerado.
Esta câmara é menor e mais humilde do que a câmara dos
mestres. Suas paredes são de pedra nua e sua mobília é de pinho
não trabalhado. Embora mais modesta em todos os sentidos, é
mais bem cuidada. Os aprendizes se encarregam da limpeza da
parafina derramada por seus candelabros. Eles decoraram as
paredes com mapas e diagramas de ocultismo retirados da
biblioteca.
Câmara dos Magi de Sangue
Esta câmara escura, secreta e não adornada serve como
verdadeira Câmara do Conselho de Ceoris. Nenhuma cerimônia
particular é feita na abertura de uma reunião dos magi de sangue. O
castelão Curaferrum é quem conduz as reuniões, embora seja Etrius
quem possui a autoridade.
56
As tensões nas verdadeiras reuniões do conselho são
frequentemente palpáveis. Malgorzata por vezes usa estas
reuniões para testar Etrius, direcionando suas farpas para
Curaferum que é seu representante.
Os tópicos para discussão geralmente incluem o estado das
defesas de Ceoris, o estado das capelas mais afastadas, a
conversão dos líderes de tais capelas e propostas diplomáticas
para os outros clãs cainitas. Os magi fazem gráficos do progresso
das tentativas de se infiltrarem no inimigo e compartilham
informações sobre as forças e movimentos dos Tzimisces. Depois
de discutir assuntos urgentes, as difamações começam. Os
participantes propõem projetos que tipicamente colocam as
responsabilidades alheias sob seu controle. Por exemplo, Paul
Cordwood pode exigir que Eosara lhe ceda um número de seus
melhores mercenários para uma jornada ao território Tzimisce
sem explicar como fará uso deles. Ou Curaferrum pode reclamar
que Epistasia foi negligente na captura de novos mortais para a
alimentação e que precisa ter urgência em organizar grupos de
captura. Quando a capela sofre a pressão de ataques inimigos, a
parte formal da verdadeira reunião do conselho tem prioridade,
e os cainitas em competição adiam o prosseguimento dos atritos.
Quando se sentem seguros, a maior parte dos debates do
conselho consiste em disputas.
Membros visitantes são frequentemente surpreendidos
pela calúnia aberta que paira no ar. Ninguém se sente mais a
vontade em Ceoris do que um visitante sem alianças declaradas.
Todos desejam formar laços de amizade com o visitante na
esperança de usá-lo para fins pessoais. Se o visitante não possui
uma aliança clara a uma das facções, ambos os lados tentam
envolvê-lo em seus estratagemas. Mesmo se confessadamente um
conspirador ou conservador, o visitante pode ser envolvido por
disputas mesquinhas. É no verdadeiro conselho que se espera
que o visitante escolha um lado e se junte na disputa. Mas fazer tal
coisa é perigoso; os cainitas de Ceoris se sentem mais seguros ao
atacar convidados do que residentes de longa data.
Os conselhos cainitas são mantidos somente na primeira e
terceiras quintas-feiras de cada mês. Etrius convoca sessões de
emergência depois de ataques na capela, antes de ataques
esperados e quando novas e significativas informações sobre as
atividades dos inimigos se apresentam. Ele também se viu
forçado a convocar algumas reuniões de emergência para tentar
impor a paz a cainitas em rixa. Pelo fato de liderar uma das
facções, só obtém sucesso nestas mediações quando a luta não
envolve conflitos entre conservadores e conspiradores. Todos os
cainitas Tremere atuamente presente em Ceoris devem
comparecer nas verdadeiras reuniões do conselho, mesmo se
forem visitantes vindos de outros lugares. Entretanto o próprio
Tremere quase nunca aparece. Se ele estiver presente, é porque
tem assuntos urgentes e pretende dar ordens diretas para se
assegurar de que sejam cumpridas.
As mesas e cadeiras da câmara são robustas e práticas. As
paredes e o chão são de pedra não trabalhada diretamente
talhada da rocha pela magia de Etrius. A porta é indistinguível
das pedras do corredor, e graças a uma poderosa magia de
proteção passou a ser parte das pedras dos arredores para todas as
intenções e propósitos.
 Desativar temporariamente o ritual de proteção,
permitindo que a porta se abra, requer um simples ritual
taumatúrgico que envolve fazer um corte em forma de um
triângulo na palma da mão de alguém. O sangue vampírico é
um componente deste ritual (embora a perda de sangue seja
irrelevante). Qualquer um dos cainitas de Ceoris veria com
grande alarme a presença de um intruso e faria de tudo para
despachá-lo.
Barracões
e barracões escurecidos estão sempre cheios de homens
Arsenais
Estas câmaras são dedicadas à defesa da capela e pertencem aos
soldados e seus comandantes. Quando acordados e de folga, os
soldados vão para a farra, se envolvem em provocações, bebem,
comem e de outras formas tentam esquecer a alta probabilidade de
que logo estarão mortos. Os recintos fedem de suor. Os soldados são
descuidados em relação a seus arredores, gerações deles fizeram
desenhos indecentes na mobília de madeira e nas paredes de pedra.
Somente os recintos administrados diretamente por Eosara
verdadeiramente refletem o estilo de comandante espartano.
Câmara de Observação
Paul Cordwood, Mestre dos Espiões de Ceoris mantém esta
câmara no piso térreo da capela. Eosara também é um visitante
regular, juntamente com alguns carniçais de sua confiança. Esta
câmara é dominada por um mapa preciso (pelos padrões da
época) da região ao redor de Ceoris, no qual Cordwood e Eosara
marcaram a posição de diversos itens que servem para a
observação. Estes talismãs horríveis, forjados com os olhos de
vítimas inocentes, permitem a certos Tremere ver através deles de
dentro da câmara. As paredes da câmara estão alinhadas com
arcas de chumbo contendo recipientes de vitae preparada. Esta
vitae preparada é o resultado do mesmo ritual que criou os olhos
de observação. Ao beber do recipiente certo, o Tremere pode ver
através do talismã mesmo se estiver a quilômetros de distância.
Beber desta mistura única de sangue é necessário para o uso
de um olho de observação, mas não é necessário estar dentro da
câmara. Por exemplo, Cordwood usa os itens de observação
posicionados por seus espiões, na privacidade de seus próprios
aposentos. Contudo, estar na câmara de observação é benéfico,
pois a geometria das pedras do pavimento cria um círculo de
poder, fortalecendo o poder taumatúrgico que conecta a poção e
o olho. Veja pág 110 para mais informações sobre “Sua Visão é
Nossa”, o ritual que cria os olhos de observação e as poções.
Câmara de Comando
Deste pequeno escritório, Eosara administra seus soldados.
Ele se reúne com seus sargentos para receber relatórios noturnos
sobre a disciplina dos homens e o progresso do regime de
treinamento. Os sargentos também relatam quaisquer atividades
suspeitas. Uma versão menor do mapa da área da Câmara de
Observação (acima) está entalhada na parede leste. Eosara pinta as
localizações atuais das guaritas no mapa.
A câmara é pequena e funcional, em acordo com seu
respeito espartano por todas as coisas. Sua mesa e cadeira
são bem feitas e resistentes, mas de pinho não envernizado.
As paredes são adornadas com armas e armaduras de
inimigos que o próprio Eosara matou. Eosara trava com
segurança esta câmara sempre que sai.
Barracões
Os soldados não têm camas que possam chamar de suas. Os
adormecidos. Quando o contingente é maior do que o normal, os
homens precisam dormir em sacos de dormir, no chão. Muitos
inclusive preferem os sacos de dormir pois as camas não são muito
mais confortáveis e seus colchões de palha estão invariavelmente
infestados com moscas, piolhos e percevejos. A câmara
ocasionalmente é tomada por uma agitação quando um soldado
adormecido pula da cama ao ser acordado por um rato
movendo-se dentro de seu colchão. Os soldados mantêm suas
parcas posses pessoais em sacos ao lado de suas camas. Eles
também mantêm armas e armaduras amontoadas nas
proximidades caso um alarme seja tocado, indicando uma batalha.
O capitão da guarda de Ceoris, Eosara, tenta manter um
contingente de quinhentos e cinquenta soldados para proteger a
capela. A divisão de forças preferida de Eosara é: 330 homens com
machados, 160 arqueiros e 10 lenhadores para agir como
batedores e patrulheiros. Depois de uma série prolongadas de
batalhas, suas forças podem ser reduzidas até pela metade. Um
baixo sucesso no recrutamento também atua como um redutor de
contingente. Os candidatos tendem a aparecer de tempos em
tempos. Frequentemente, ao fim de uma guerra em algum lugar da
Europa, rumores se espalham pelas fileiras de mercenários
preguiçosos de que há uma grande riqueza a ser obtida ao prestar
serviço para os feiticeiros. Quando grandes números aparecem de
uma só vez, sabe-se que Eosara é conhecido por contratar mais
mercenários do que pode acomodar confortavelmente, sabendo
que a próxima retomada de hostilidades rapidamente irá reduzir
suas forças para um número mais adequado. Portanto, a qualquer
momento, o número de soldados nos barracões pode variar de 200
a 600. Combinados, os barracões possuem camas para 160
homens. Os soldados servem em turnos de 8 horas, guarnecendo
as guaritas do lado de fora da capela. Assumindo que Eosara possa
ter quantos homens quanto desejar a sua disposição, ela terá 130
homens posicionados nas guaritas a todo momento.
Outros 170 estarão dormindo. Quarenta estarão de guarda
em vários pontos pela capela. Os 170 restantes estarão de folga. Em
seu tempo de folga, espera-se que os soldados dediquem pelo
menos metade de seu tempo ao treinamento.
Barracões dos Sargentos
Eosara escolheu cerca de 25 soldados para servir como
sargentos. Alguns deles são cainitas recém abraçados, mas a maioria
é carniçal. Eosara começa o processo sob o disfarce de elixires
mágicos, e só revela todos os detalhes da conspiração cainita no
momento certo. Ele não confia completamente no poder do laço de
sangue.
57
 Todos os carniçais que conhecem a verdade desejam se
tornar cainitas. Os cainitas anseiam por promoções como
capitães da guarda de outras capelas. Todos eles consideram os
magos mortais como tolos e têm dificuldade em esconder seu
desprezo irônico quando recebem ordens por eles proferidas.
Os sargentos dormem nesta lúgubre câmara. Todos
possuem uma cama e uma caixa de madeira com tranca, nas
quais guardar suas posses pessoais. As paredes não possuem
adornos e as tochas do local nunca foram usadas. Como
demônios conscientes de seu caminho para cima na pirâmide, os
sargentos são ardentemente territoriais. Qualquer um sem a
devida autoridade que entre nos barracões (ou a sala comum dos
sargentos – veja abaixo) é alvo de um raivoso interrogatório.
Sala Comum dos Sargentos
Esta pequena câmara dá aos sargentos onde congregar quando
estão de folga. Eles jogam jogos de dados, atiram dardos, afiam suas
espadas, reparam suas armaduras e bebem. Na maior parte do tempo
especulam sobre os eventos que ocorrem dentro da capela e planejam
meios de subir na hierarquia de Ceoris. Alguns poucos entre eles
podem estar, com variados graus de sucesso, ensinando a si mesmos a
ler ou até mesmo os caminhos da magia. Eles estão melhores
informados da verdadeira natureza das coisas do que qualquer um
fora do círculo interno de cainitas que governa o lugar. Os sargentos
reagem amargamente quando comandados por qualquer um que
não seja o seu verdadeiro comandante. Eles respeitam ou reverenciam
Eosara, pois ele ou é seu senhor, senhor de seu senhor, ou possuem
com ele laço de sangue. Muitos consideram Curaferrum, a quem
também precisam se reportar, como um espalhafatoso enjoado.
Embora com certeza dobrem seus joelhos em prostação sincera caso
Etrius ou Tremere algumas vezes venham a dignar-se a falar com eles, o
respeito que demonstram aos outros líderes cainitas é determinado
somente pelo medo que inspiram. Eles consideram os visitantes com
olhares de suspeita e hostilidade, avaliando que são espiões ou rivais
que estão entre eles e o avanço na hierarquia da pirâmide. Uma forma
de ganhar um favor de um sargento é prometê-lo de forma
convincente um avanço mais rápido do que ele teria sem a aliança.
As paredes do recinto são adornadas com alvos para dardos,
chifres de veado e algumas pequenas lembranças retiradas dos corpos
de inimigos contra os quais foi difícil de lutar. A mobília desgastada é
de pinho de baixa qualidade. Os servos não gostam de vir aqui, e os
sargentos não parecem se importar quando seu recinto fica
ocasionalmente sem limpeza por algumas semanas.
Câmara de treinamento
Esta grande câmara serve de ginásio para treinamento de
combate. Tanto de dia como durante a noite o local está repleto de
homens em luta corporal, treinando com espadas, correndo ou
praticando com o arco e flecha. A Europa não é conhecida pelo rigor
de seus métodos de treinamento de combate, mas Eosara sabe a
respeito dos antigos espartanos e até onde foram para
transformarem-se em guerreiros perfeitos. Através de seus sargentos,
ele tenta instilar as virtudes espartanas – ou pelo menos a ferocidade
espartana e a disposição para a morte se necessário – em sua milícia
que de outra forma seria de preguiçosos e bêbados mercenários.
Aproximadamente um quarto do contingente abraça
entusiasticamente o programa de treinamento, concluindo que pode
ser a diferença entre a vida e a morte em batalha contra um inimigo
com habilidades além de sua compreensão.
58
O restante se envolve no programa apenas com metade da
disposição, esforçando-se ao máximo apenas quando exigido por um
dos sargentos. Assumindo que o contingente esteja num número
ideal, 80 a 100 homens, além de alguns sargentos estarão treinando
com empenho num dado momento qualquer. As paredes e o chão da
câmara são grosseiramente cobertos com aniagem. Bonecos e postes
de treinamento improvisados estão distribuídos por toda a câmara.
Pilhas de armas falsas de treinamento também podem ser
encontradas no local, as estantes nas quais deveriam ser guardadas
quando não estiverem em uso quase invariavelmente estão vazias. A
câmara possui o odor de gerações de homens suando sem ventilação.
Os soldados parecem não notar o fedor.
Arsenal
Esta câmara guarda as armas reserva. Estantes de madeira
guardam aproximadamente cem machados e cinquenta arcos.
Arqueiros habilidosos em fazer flechas passam suas horas de
folga aqui, fazendo flechas. Geralmente não há mais de quatro
deles.
Aposentos dos
Magi
Cada mago sênior, sendo do sangue ou não, exige um grupo
de aposentos. Eles dormem, conduzem suas pesquisas e
socializam atrás de portas fechadas. Apesar disso, os andares
devotados aos aposentos dos magos dificilmente estão em
silêncio. Um constante fluxo de servos e aprendizes flui pelos
corredores, cumprindo as tarefas exigidas por seus mestres. Cada
mago mantém um servo ou dois a seu lado, pronto para executar
tarefas e comandos – um mago que deseje falar com um inferior
envia seu capacho para encontrá-lo. Por horas sem fim estes
servos, a quem os magi nunca sonhariam em admitir em seus
laboratórios, são sentenciados a esperar na entrada dos
aposentos de seus mestres. Uns poucos magi cordiais, como
Celestyn e Omnifer, podem permitir a seus servos sentar em
pequenos bancos ou bancadas próximo as suas portas. A maioria
espera que seus servos mostrem a devida reverência a sua
superioridade esperando de pé até serem chamados.
Divisões entre as câmaras separam os cainitas dos mortais.
Esta organização surgiu gradualmente com o passar das décadas
conforme indivíduos entravam e saíam da capela. Embora fosse
natural aos vampiros desejar estar perto uns dos outros,
Curaferrum passou a se preocupar que a divisão das câmaras
estivesse espelhando a estrutura de poder secreta da capela. Ele
gostaria de reorganizar as câmaras, misturando novamente
mortais e vampiros, mas sabe que seus ocupantes são criaturas de
hábitos
firmemente conectados com suas atuais câmaras e
laboratórios. Eles combateriam qualquer reorganização forçada,
portanto qualquer mudança teria que vir de forma tão gradual
como foi originalmente.
Os aposentos em si são similares, a câmara da cama é
pequena e geralmente cheia de altas pilhas de livros e
pergaminhos.
 A câmara tipicamente contém uma escrivaninha, a qual
pode ou não ter uma superfície nua a mostra, e um armário
trancado para guardar roupas, botas e outros objetos pessoais.
Uma mesa para lavagem sustenta uma pia e um jarro; os magos
mais minuciosos podem exigir uso regular da mesa. Uma
antessala contém diversas cadeiras, confortáveis para os padrões
medievais, e talvez uma pequena mesa. A maioria do espaço é
ocupado pelo laboratório dos magos. Cada laboratório contém
uma ou mais longas mesas de trabalho, suas superfícies estão
chamuscadas por incontáveis derramamentos de atividades
alquímicas. Equipamentos mágicos, desde estranhas
bugigangas de tubos de cobre até crânios de cristais, podem estar
cuidadosamente distribuídos ou espalhados caoticamente nas
mesas. Estas coisas competem por espaço nas mesas com
pergaminhos e livros. Estantes cheias de jarras, cada qual
contendo um perfume químico ou outro ingrediente místico,
delineiam as paredes. Alguns laboratórios contêm gaiolas
contendo espécimes vivas que variam de cobras, pássaros
canoros, e até galinhas.
Cada aposento tem um símbolo de poder em sua porta que
impede a entrada de todos exceto uns poucos selecionados.
Embora não se espere que ninguém vá criar um símbolo de
poder para impedir a entrada de Curaferrum ou Etrius, muitos
magos ousam fazê-lo para que apenas eles e seus aprendizes
possam entrar sem ativar um ataque místico. Alguns são tão
protetores em relação aos projetos de suas pesquisas a ponto de
colocar símbolos de poder (e outras armadilhas) por todo o
laboratório.
Deixadas as características em comum de lado, cada
aposento reflete a personalidade e atividades de seus ocupantes.
câmaras de Celestyn
As câmaras de Celestyn são incomuns no sentido que não
contêm livros em empréstimo permanente da biblioteca. Seria
hipócrita de sua parte, ele assim sente, pedir que outros não
retivessem materiais caso ele próprio assim o fizesse. Ele mantém
diários detalhados de suas viagens num lugar trancado, escrito
num código numérico complexo. Os diários descrevem em
detalhes sua transformação em vampiro em termos clínicos
desapegados. Eles não contêm informações úteis sobre a política
de Ceoris, um assunto de grande desinteresse para o autor. Ao
invés disso, um leitor indesejado encontraria página após página
com informações a respeito de descrições da natureza,
especulação histórica e diagramas de locais de escavação onde
Celesyn espera encontrar relíquias antigas.
câmaras de Curaferrum
As câmaras do castelão mostram que seu laboratório caiu em
desuso. Muito ocupado com a administração de Ceoris, ele não
pratica mais sua magia. Envolvido num pano e escondido no fundo
falso de seu guarda-roupa está um dedão dissecado humano. Ele
acredita que este dedão pertenceu a arrogante Malgorzata. Ele
acredita poder usá-lo para amaldiçoar, controlar ou mesmo destruí-la
caso as disputas de poder em Ceoris assim exijam.
câmaras de Epistasia
As câmaras de Epistasia são decoradas com mapas que fez dos
territórios ao redor. Os mapas são surpreendentemente precisos para o
século XII; eles abrangem toda a Transilvânia e vastas partes da Hungria,
Bulgária e Polônia. Ela marcou mais de duas dúzias de locais com sua cruz
de malta vermelha.
59
 Estas marcas são indicações de vilarejos que considera
vulneráveis a ataques, pois é sua competência como senhora da
caçada. Ela sempre mantém pelo menos três homens como
prisioneiros em seu laboratório. Aprisionados em barris
modificados, eles apresentam um semblante branco, de choque e
absoluto desespero. Mesmo que sejam geralmente crianças, os
barris são muito pequenos mesmo para elas, o que as obriga a ficar
eternamente numa dolorosa posição curvada. Epistasia só os solta
para a alimentação ou para o uso em suas experiências de migração
da alma. Ocasionalmente ela mata um prisioneiro e tenta capturar
sua alma. Ela acredita que os espíritos dos mortos podem ser
transformados numa fonte de poder muito maior do que a magia
do sangue. Quando está numa conversa com um aliado ou
aprendiz, ela pode caminhar até um barril e espetar um prisioneiro
através de uma pequena abertura, apenas pelo prazer de ouví-lo
gritar.
câmaras de Eosara
As câmaras do líder de guerra não possuem um laboratório,
escrivaninha, livros ou outros acessórios de magos. Ele é um soldado,
não um feiticeiro. O painel de madeira com marcas de perfuração é um
artefato usado em sua prática incessante de atirar dardos. Ele persegue
esta atividade obcessivamente enquanto reflete sobre as posições
defensivas de Ceoris, ou mesmo ao entreter um outro residente da
capela. Tal como seu escritório (veja pág 57), as paredes de seus
aposentos são decoradas com troféus retirados de inimigos mortos.
câmaras de Etrius
As câmaras de Etrius revelam uma compulsão pela ordem.
Cada item está colocado exatamente no lugar adequado. Um
suave cheiro de perfume está no ar. Sobre sua cama está um
símbolo em desacordo com o imaginário arcano e alegórico
observado por toda Ceoris: um ícone pintado da Virgem Maria,
com sua face serena circundada por um halo dourado.
câmaras de Goratrix
As câmaras de Goratrix estão sem uso desde seu exílio para a
capela de Paris, mas ele ainda as mantém para visitas ocasionais.
Toalhas estão sobre sua mesa do laboratório, com equipamentos
mágicos ainda sob elas. Servos ainda limpam o pó e retiram teias
de aranha.
câmaras de Jervais
Os itens na câmara de Jervais são imponentes e de tamanho
maior do que o normal. Enquanto seus companheiros dormem
em cama simples, o grosso colchão de Jervais está sobre uma
grande paleta de carvalho com cabeceira e laterais entalhadas.
Seu guarda-roupa possui 2,60 metros de altura, com portas
embutidas numa figura alegórica de rosto cruel que representa
Força. Trancado num grande baú no laboratório está seu
esconderijo pessoal de vis, o qual mantém ao alcance para
subornar magos mortais. Acumulados em frascos ou recipientes,
a substância está na forma de vis vaccuus, um líquido sem cor ou
cheiro que é caro de ser refinado, mas agradável para a vasta
maioria dos magos (veja pág 129 para mais Informações sobre
vis).
câmaras de
Malgorzata
Esta câmara trai o amor de seu ocupante pela luxúria. Ela
dorme sob lençóis de veludo; sua pia e jarra são feitas de prata; seus
candelabros são de ouro.
60
Tapeçarias, despojo de ataques contra as fortalezas
Tzimisce, cobrem todas as paredes, exceto as do laboratório.
Elas representam a procissão e reis do passado. As mais
impressionantes ficam ao lado de sua cama. Elas mostram
um rei furioso num cavalo apoiado somente nas patas
traseiras, cravando uma lança num javali gigante e de aspecto
ameaçador, com seus cães de guarda a seu redor.
câmaras de Dauud
Somente as ocasionais bugigangas das areias do Egito antigo
diferenciam os aposentos de Dauud. Diversos colares de
porcelana, com escaravelhos ou hipopótamos estão pendurados
em seu guarda-roupa. Um pequeno obelisco, marcado com
hieróglifos decora sua pia.
câmaras de Mendacamina
As câmaras de Mendacamina emanam um forte cheiro de
matéria vegetal em decomposição. O laboratório transborda
com jarros de plantas. Suportes no teto do laboratório sustentam
centenas de ramos ressequidos, galhos e folhas de mais de seis
dúzias de tipos de plantas. Ela decorou as paredes com centenas
de pequenos pedaços de pergaminhos, cada pedaço com um de
seus rascunhos de anatomia vegetal.
câmaras de Paul Cordwood
As câmaras de Paul Cordwood contêm alguns pratos gregos
antigos e potes que retratam cenas eróticas ou homens musculosos
em batalha. Em cima de sua mesa de trabalho estão textos
documentando diversas concepções do pós-vida extraídos de
obras como o livro egípcio Viajando Adiante ao Dia e diversas
outras obras gregas. Numa cabine trancada e fortemente protegida
estão escritos relatórios de seus vários espiões espalhados pela
Transilvânia. Eles contêm muita informação útil sobre os clãs
Tzimisce, Nosferatu e Gangrel na província, ocultas num
conjunto ainda maior de falsas suposições, loucos rumores e
mentiras deslavadas.
câmaras de Therimna
As câmaras de Therimna possuem cheiro de enxofre. Tendo
já ocupado completamente o espaço em seu laboratório com
toda sorte de equipamentos alquímicos, agora ela ocupa também
sua câmara de dormir com mesas adicionais para dar lugar a sua
sempre crescente coleção. Os itens incluem balanças,
incineradores de chama inextinguível, caldeirões, morteiros de
todos os tamanhos e um igual número de pilões. Milhas de tubos
de cobre dão voltas na câmara como uma serpente, circulando
suportes de cama, através de estantes e subindo prateleiras que
estão penduradas no teto. Therimna pode se localizar por sua
vasta teia de tubos de cobre, mas qualquer outra pessoa que tente
se mover por suas câmaras acabará tropeçando em alguma coisa.
câmaras de Appello
Estas câmaras dão a impressão de que um javali selvagem
passou por elas. A ira periódica de Appello o faz derrubar a mesa
do laboratório aproximadamente uma vez por mês, lançando
livros e equipamentos para todos os lados.
 Ele pega de volta algumas coisas, mas sempre deixa alguns
itens no chão. Envergonhado por sua crescente perda de
autocontrole, ele está disposto a fazer muita coisa para evitar
convidar qualquer um para seus aposentos.
câmaras de Bitiurges
O
câmaras de Omnifer
A mais notável das características das câmaras de Omnifer é a meia
dúzia de próteses de braços que possuem diversos estágios de finalização,
que estão sobre a mesa de seu laboratório. Cada um é feito de uma
substância diferente, incluindo mármore, barro e chumbo. Embora
Omnifer nunca fale sobre isso, relutante em fazer alegações a menos que o
sucesso seja garantido, é óbvio para todos que ele pretende criar um
substituto para seu braço em lento estado de petrificação.
câmaras de Tosia
Estas câmaras estão em segundo lugar em relação à
organização, ficando atrás apenas das de Etrius. Tosia teceu uma
corrente de flores silvestres num adorno para a cabeceira de sua
cama. Ela pintou as paredes com um suave tom de azul claro. Uma
tapeçaria em sua cama retrata o ressurgimento de Persephone do
submundo, com flores de primavera florescendo ao redor de seus
pés.
câmaras dos
Convidados
Diversos aposentos e pequenas câmaras no quinto andar
são separadas para os convidados de Ceoris. Algumas destas não
são nada além de dormitórios, enquanto outras possuem
laboratórios completos e são destinadas aos magi visitantes da
Casa Tremere. O fato de Dauud o Copta ocupar uma destas
câmaras completas para convidados (pag 60) demonstra sua
posição tênue na capela. Atualmente, enviados de outros clãs
cainitas ocupam duas câmaras simples (ver abaixo). Os
narradores podem precisar de mais câmaras de convidados para
acomodar os personagens de jogador; eles podem ser
acomodados no sexto andar – o qual deixamos de forma
indefinida.
câmaras de Giacomo Guicciardini
Estas câmaras estão intensamente decoradas, sugerindo que
Guicciardini, um enviado do clã Lasombra, pretende ficar por um
longo período. Ele cobriu as paredes de suas câmaras com prataria
e tapeçarias retirados de ataques contra os Tzimisce (Ele obteve
estes itens numa parceria com Paul Cordwood). Quando fala
sobre suas câmaras, ele discursa eloquentemente sobre a
qualidade destes itens.
câmaras de Margaret Vasa
As câmaras da enviada Capadócio são, em contraste, sem
adornos. Além de duas vestimentas em seu guarda- roupas, nem
um único objeto em seus aposentos dá qualquer dica sobre sua
personalidade ou interesses.
61
Quartos dos Aprendizes
Os aprendizes vivem coletivamente, oito num único
quarto. As câmaras apertadas, designadas anonimamente são
um lembrete a seus residentes sobre sua posição inferior.
Portanto, os aprendizes evitam passar tempo nestas câmaras,
fazendo-o apenas para dormir.
Os quartos dos aprendizes cheiram a suor e comida
estragada – muitos aprendizes levam petiscos da Sala Comum
para comer nas horas vagas. Cada aprendiz possui uma cama
simples e um baú para guardar posses pessoais.
A maioria tranca seus baús, mas sabem que seus mestres
podem exigir uma vasculha a qualquer momento. Eles não
adornam as paredes com mapas e gráficos roubados da
biblioteca como fizeram na Sala Comum. Seria muito fácil para
Celestyn perceber o culpado caso o mesmo pendurasse algo
acima de sua própria cama.
Etrius escolheu aprendizes não transformados dos cainitas.
Os cainitas vivem nos aposentos próximos as escadas. As
câmaras dos vampiros estão vazias durante a noite, assim como a
dos mortais estão vazias durante o dia; quando acordados os
aprendizes preferem congregar em sua Sala Comum (veja pág
56). Ocasionalmente um aprendiz pode vir aqui buscando
privacidade quando espera que o lugar esteja vazio. Qualquer
aprendiz encontrado sozinho aqui e que não esteja dormindo
provavelmente sentirá ressentimento de alguém de posição
igual ou inferior por estar entrando em sua bolha de solidão.
Entretanto, se um mestre entrar, qualquer aprendiz distraído
deve se posicionar de pé e pronto para servir.
Ash é um mortal debilitado que não consegue enxergar 30
centímetros a sua frente, mas consegue ver perfeitamente os
menores detalhes na cabeça de um alfinete. Ele está
completamente alheio ao que acontece em Ceoris. Paul
Cordwood brinca com a ideia de transformá-lo num carniçal ou
mesmo em cainita, simplesmente para mantê-lo vivo e assim
continuar com seu excelente trabalho. O trabalho bruto com
espadas e ferraduras e feito por um recruta mortal recente
chamado Tescu. Ele é grande, forte, cabeludo, suado e
extremamente territorial com suas ferramentas e local de
trabalho.
Salão de Jantar
Neste grande salão, mobilhado com longas mesas e bancadas,
os aprendizes mortais, servos e soldados comem. O salão de jantar
deve servir 560 soldados e 150 servos que moram em Ceoris duas
vezes ao dia. Devido aos turnos que tanto os soldados como os servos
adotam, o salão de jantar está quase sempre em uso. Este é o lugar
mais barulhento de Ceoris. É um dos poucos lugares onde servos e
soldados tem permissão de agir normalmente. Eles contam
histórias, piadas, insultos e ocasionalmente brigam fisicamente.
Embora perpetuamente cheio, o local é tratado como refúgio contra
a loucura do resto da capela. O sussurro das dúzias de conversas
reverbera por todo o andar.
Os magos comem em seus aposentos pessoais, sua comida é
trazida por servos. (cainitas fingem receber comida quando os magos
ficam muito atentos). Ocasionalmente um desce para este andar em

As Escadarias
fúria, pois sua concentração foi interrompida pelo som das
conversas
dos do salão de jantar que ecoaram pelas estruturas. A repentina
aparição de um mestre é motivo de temor e vergonha. Subitamente o

Fundos
lugar é tomado pelo absoluto silêncio, e as pessoas fixam seus olhares
para baixo. Os aprendizes podem ser um pouco menos temerosos,
mas ainda sabem que a chegada de um mestre é sempre uma coisa
Embora os mestres de Ceoris tenham se divorciado de ruim. Qualquer visitante dignitário entrando no salão irá evocar um
muitas necessidades mortais, sua capela ainda precisa receber estado similar de alarme. Tentativas de manter conversas de igual
comida, alimentar sua população humana e jogar o lixo fora. para igual com as pessoas daqui estão destinadas ao fracasso. Os
Uma verdadeira colmeia de servos trabalha incansavelmente servos e soldados conhecem seu lugar, e compreendem que a
para manter a capela funcionando, de formas que a maioria dos familiaridade com os mestres sempre causa prejuízos mais cedo ou
magos e cainitas estão apenas parcialmente cientes. mais tarde. Os soldados rasos ou meninos servos podem ter a
Nestas áreas os habitantes de baixa posição em Ceoris esperança de serem promovidos a posição de aprendizes e ensinados
tentam escapar de seu medo dos mestres e desfrutar de simples sobre os caminhos da magia. Embora possam falar favoravelmente
prazeres humanos. Estas são as únicas câmaras da capela que caso perguntados, eles manterão uma distância social de qualquer
ocasionalmente irrompem em risos. Seus habitantes se reúnem patrono em potencial.
sempre que podem, para brincadeiras e fofocas e para sentir uma
sensação de segurança numérica. Sempre que uma figura de Cozinha
autoridade invade sua ilha de humanidade comum, eles As chamas da cozinha estão quase que constantemente
congelam e se calam, lembrados novamente que não há em seu acesas, pois as dúzias de serviçais trabalham arduamente para
mundo um refúgio verdadeiro. alimentar os habitantes da capela, elas amassam o pão,
esquentam a sopa, preparam porcos ou bezerros, cortam vegetais
Ferraria e mexem mingaus em grandes potes pegajosos. A cozinheira
Esta ferraria manufatura e repara armas e armaduras dos guardas. chefe, Zuha, atua aqui como um olho vigilante de Curaferrum.
Ela faz ferraduras para os cavalos e outros itens de metal para usos gerais Ela o relata quaisquer atividades inesperadas que vier a observar.
na capela. Potes, panelas, garfos e outros pertences de cozinha são O aparecimento de qualquer pessoa de posição alta em seu
exemplo das especialidades da ferraria. A ferraria também faz joias e domínio certamente seria um motivo de suspeitas. Tal coisa só
itens delicados similares de metais preciosos, muitos dos quais são ocorreria se tivessem a intenção de envenenamento. A comida
usados ou consumidos durante a execução de rituais místicos. Por ainda não preparada é armazenada na despensa, um local
exemplo, os conjuntos de ouro delicados para os dispositivos de perpetuamente sujo de farinha. As necessidades da capela por
observação de Paul Cordwood (veja pág 110) são feitos aqui pelo água fresca são atendidas por um poço artesiano.
ferreiro da capela, Ziphias Ash.

62
 Sabendo que o poço é crucial para a sobrevivência de
Ceoris, Curaferrum designou uma grande guarda para
frustrar eventuais sabotadores.
Aposentos do Intendente
Hadu, um carniçal de cabelos grisalhos e esqueleticamente
magro, lidera o grupo de servos de Ceoris. Respondendo
diretamente a Curaferrum (tanto seu mestre como senhor), ele
determina tarefas para cada um dos servos, impõe disciplina de
ferro e reúne informações dos bastidores para seu mestre. Ele vive
em seu pequeno cubículo mofado. Sua posse mais estimada é sua
grande cama. Compulsivamente obediente mesmo para um
carniçal, ele dedica cada minuto acordado a suas tarefas, e
portanto raramente é encontrado aqui, exceto quando está
dormindo.
Aposentos dos Servos
Servos vivem em grandes áreas comuns semelhantes aos
barracões dos soldados. Os aposentos são divididos pelo sexo.
Os Tremere não fazem concessões aos desejos da carne de seus
servos. Aqueles que desejem ter cônjuges ou amantes devem
fazê-lo furtivamente. Hadu pune apenas aqueles cujos encontros
amorosos atraem a atenção dos mestres. Entretanto, ele recebeu
instruções estritas de reportar qualquer flerte de um soldado
para com uma serva para Eosara. Eosara manda açoitar aqueles
entre seus homens que são incapazes de controlar seus desejos.
As proibições estritas de Ceoris contra a conduta sexual
foram instituídas por Goratrix e são continuadas com
entusiasmo por Curaferrum, que vê o comportamento lascivo
como uma afronta à boa ordem.De todas as regras dos mestres,
esta é a que os soldados e servos mais violam. Mesmo os soldados
que admiram Eosara, ressentem-se amargamente da imposição
rígida desta regra fria e impossível de ser cumprida. Tanto os
servos como os soldados precisam de muita engenhosidade para
ter seus encontros amorosos sem serem flagrados.
Cada quarto contém por volta de 18 camas. Os servos
guardam os poucos itens que possuem em sacos embaixo de suas
camas. As camas também são usadas de dia, pois os servos
dormem em turnos. Assim como nos barracões, os colchões de
palha estão infestados de piolhos, carrapatos, moscas e ratos
ocasionais.
Lavanderia
Lavadeiras lavam roupas e lençóis na lavanderia (a vestimenta
padrão em Ceoris é lavada talvez uma vez a cada três meses).
Costureiras consertam as túnicas danificadas dos mestres numa
pequena alcova nesta sala. Roupas e lençóis limpos são
armazenados no anexo norte. Roupas sujas são armazenadas
numa sala gêmea ao leste. As mulheres que trabalham aqui
ficariam alarmadas e surpresas de ver qualquer um dos mestres ou
seus visitantes entrarem nestas dependências. Os intrusos mais
comuns aqui são os aprendizes de Tosia e Malgorzata, que são
periodicamente despachados para repreender e ameaçar as
lavadeiras quando uma peça delicada é danificada durante a
lavagem.
63
Áreas de coleta e dejetos
Os cerca de uma dúzia de Cainitas no topo da pirâmide
podem não mais comer ou evacuar, mas as centenas de servos e
soldados que os servem ainda produzem quantidades
consideráveis de mijo e merda. Os empregados mais humildes do
complexo são aqueles que recolhem os penicos e transportam seu
conteúdo em macas primitivas até um depósito. Os resíduos são
então recolhidos em grandes barris que, quando cheios, são
empilhados em uma carroça. Os carregadores de sujeira então
puxam a carroça pelo longo corredor até a alcova que eles
apelidaram de “Traseiro de Ceoris”. Este é um buraco na parede
do abismo, disfarçado dos observadores externos pela espessa
camada de névoa magicamente aprimorada que envolve a face
externa. Uma ponte levadiça pesada fornece proteção adicional
contra qualquer intruso capaz de chegar até lá. Os transportadores
de excrementos devem levantar a ponte levadiça antes de largar a
carga. Se por acaso estiverem obedecendo às instruções, param
para ouvir qualquer sinal de observadores na beira do abismo. Em
seguida, eles destrancam a traseira da carroça, fazendo com que os
barris rolem para fora do buraco e desçam centenas de metros até o
fundo do abismo. Os carregadores de merda não são espertos nem
atentos e certamente não estão armados. Embora ninguém ainda
tenha feito isso, o Traseiro de Ceoris continua sendo talvez a
melhor (embora a mais indigna) maneira de entrar furtivamente
no castelo. Aqueles dispostos a suportar mais indignidades
podem vestir as vestimentas respingadas de merda dos servos
depois de superá-las. Até mesmo outros servos tratam os
transportadores de merda como invisíveis. Ninguém se preocupa
em aprender seus nomes ou memorizar rostos.
64
Eles vivem em seus próprios aposentos e comem em uma
mesa separada no refeitório. Eles têm acesso a todos os aposentos
do castelo, mas foram instruídos a nunca se preocuparem em
limpar penicos dos quartos de certos magos. Estes são, claro, os
Cainitas, que não defecam mais. Assim, um intruso (ou Tremere
mortal) querendo uma lista completa dos vampiros de Ceoris
poderia obtê-la perguntando aos homens de merda quais suítes
privadas eles foram instruídos a evitar.
As Coisas Abaixo
Os andares inferiores de Ceoris guardam seus segredos.
Algumas câmaras inferiores são lavradas da pedra da montanha,
assim como alguns dos andares superiores. Outras são versões
maiores das cavernas originais que inspiraram Goratrix e Etrius a
construir o forte aqui. Eles o fizeram porque a maior das cavernas
era rica em vis.
Curaferrum mantém essa área fora dos limites de todos
exceto os mais confiáveis convidados e desencoraja os magos
mortais de entrarem aqui. Os magi sabem que os laboratórios que
geraram as Gárgulas estão aqui, junto de vários outros locais
insalubres como a câmara de tortura e a masmorra. Com exceção
do grupo de magi cristãos de Tosia, eles estão mais do que
contentes em colocar a triste realidade desses locais fora de suas
mentes. Naturalmente, eles são a principal fonte de suspeita de
Tosia, que imagina uma enorme catedral demoníaca com um altar
sangrento completando-a.
 Sem o conhecimento de Tosia, Omnifer e seus
partidários fizeram diversas buscas nesta área proibida,
invadindo vários dos laboratórios de Virstania. Eles até
mesmo ouviram os lamentos de prisioneiros na câmara de
alimentação (ver abaixo), mas assumiram que fossem
vítimas de sacrifícios futuros, e não fontes de sangue.
O ar aqui é úmido, e projeta um calafrio até nos ossos
mais vigorosos. Nos corredores, é possível encontrar
vampiros como Virstania, Malgorzata, Etrius, Paul
Cordwood ou Mendacamina, junto de seus séquitos. Os
dois primeiros estariam provavelmente indo ou voltando
de um experimento. Etrius estaria indo ou voltando de
uma audiência com Tremere. Os negócios dos dois
últimos tomam lugar nas celas e na câmara de tortura.
Todos ficam com a guarda alta aqui embaixo e
qualquer um deles rapidamente interrogaria aqueles sem
negócios legais nestes salões proibidos.
Aposentos de Virstania
Os aposentos de Virstania são monótonos e sem decoração.
Ela está muito obcecada com o projeto Gárgula para se preocupar
com coisas triviais tal como aparência. Servos não chegam até este
ponto, então os cantos estão repletos de teias de aranha. A pedra
pura do chão segura décadas de areia e sujeira. Já os lençóis e
cobertas de sua cama gasta não são lavadas há anos. A fina camada
de lodo no fundo de seu lavatório mostra seu crescente
desinteresse em higiene pessoal. .
Mistério Das Cavernas
As cavernas não são naturais. Elas se parecem com
cavernas criadas pela erosão da água através do calcário, mas
ocorrem na pedra vulcânica da qual as montanhas da região
são feitas. Ninguém em Ceoris está equipado para fazer essa
distinção. Demorará séculos antes de o conhecimento
geológico avançar ao ponto aonde uma pessoa com
educação média levantará a sobrancelha para uma rede de
cavernas extensa no meio de pedra vulcânica.
Muito tempo no futuro, Tremere e Etrius irão entender
este princípio básico geológico e começarão a pensar em que
força criou as cavernas de Ceoris. Eles hesitantemente
pensarão que foi Kupala, um poderoso demônio local
indiretamente responsável por muitos dos horrores da
região. Mesmo assim, eles não conseguirão juntar todas as
peças do envolvimento do demônio em sua transformação
de magi para Cainitas. Para mais sobre Kupala e seu possível
papel nas atividades Tremere, veja Transylvania By Night
págs 78 e 126.
Sua sala de estar é usada apenas como um depósito, com suas
cadeiras repletas de livros empilhados. Nenhum de seus pares
aprecia fazer uma visita a Virstania; se os negócios os forçam a
suportarem sua presença, eles marcam encontros na câmara dos
magi de sangue (ver pág 56)
A mais notável característica dos aposentos é um grande
corredor confinando os currais de Gárgulas. Uma série de sete
olhos-mágicos se espalham pela parede, e um longo banco de
couro permite que os observadores sentem- se e observem o
comportamento das criaturas.
65
 Virstania faz isso por horas diariamente, marcando suas
observações em uma série de livros com páginas brancas que
ela deixa presos próximos do banco. Quando ela vê algo
passível de nota, ela procura o livro mais próximo e começa a
anotar. Portanto, as observações de qualquer dia podem estar
espalhadas em qualquer uma de sua meia dúzia de cadernos.
Uma prateleira de madeira fica abaixo de cada olho-
mágico. Virstania colocou tinta e uma pena em cada uma
delas.
CURRAIS DAS Gárgulas
Esta série de cavernas conectadas, aumentadas com magia
de movimentação de terra, provê uma casa para o complemento
de Gárgulas de Ceoris. Seus números agora são de trezentas
bestas prontas para batalha, mais cerca de setenta e cinco
indivíduos mal-formados. Virstania sente uma grande afeição
por eles para fazer qualquer coisa além de deixá-los morrer por si
próprios. Gárgulas saudáveis mostraram um cuidado
surpreendente por seus irmãos mais fracos, levando para eles
animais capturados – ou algumas vezes soldados inimigos – para
se alimentar. Gárgulas fortes as vezes lutam entre si, mas nunca
atacam as aleijadas. Aproximadamente um terço das gárgulas de
Ceoris pode ser encontrada aqui a qualquer momento.
As câmaras em si são toscas e adornadas apenas por pilhas
de ossos. Apesar de ser possível encontrar ossos e crânios
humanos, a maioria delas é de gado, completamente limpos e
quebrados para alcançar a medula. De vez em quando as Gágulas
limpam os ossos, trazendo as pilhas para os aprendizes gárgula de
Virstania. Eles então separam os ossos por tipo de criatura e
pulverizam eles com almofariz e pilão. Pó de osso é um
ingrediente alquímico útil, que Ceoris exporta para outras
capelas em troca de sais e essências coletadas em outros lugares.
Além de lutar, as atividades das Gárgulas nos currais ficam
largamente confinadas a comer e dormir. De vez em quando eles
capturam um animal grande, soldado inimigo ou um aldeão
indefeso, para caçar, torturar e eventualmente matar. Eles fazem
isso por esporte, e para ensinar gárgulas recém-feitas, que ainda
são desajeitadas quando criadas, a caçar e matar. Virstania não
gosta de observá-los quando eles fazem isso. Ela uma vez proibiu
estas sessões de tortura, mas percebeu que sua moral sofreu
quando as gárgulas tentaram obedecê-la. Ela agora apenas aceita
com infelicidade os jogos.
Ceoris não consegue manter o vasto apetite por sangue das
Gárgulas. Cada Gárgula adulta tem permissão de ficar um terço
do seu tempo caçando. (Outro terço é gasto em serviço.)
Inicialmente, as criaturas caçavam no gado dos fazendeiros
próximos e pegavam veados e outros animais grandes da floresta
nos arredores. Logo, eles esgotaram a floresta e fizeram com que
os fazendeiros próximos fugissem da área. Virstania os ensinou a
expandir a rede de caça, e agora alguns espécimes conseguem
voar centenas de quilômetros em uma noite para trazer comida
para a comunidade.
As gárgulas dormem em pilhas, confortadas pela
proximidade física com outros de sua espécie. Elas dormem
fazendo sons fracos, mas não silenciosamente, emitindo uma
cacofonia de roncos, grunhidos, sibilos e guinchos que outras
gárgulas acordadas acham reconfortante, mas para observadores
(com exceção de Virstania) é uma sensação de rasgar a própria
orelha.
66
Gárgulas reagem mal a qualquer face que não seja familiar
dentro de seu lar. Eles se curvam a Virstania e se encolhem de
medo de Esoara. Os outros Cainitas de Ceoris evitam este lugar.
Qualquer um entrando sem Virstania ou Esoara será
imediatamente confrontado. Inicialmente, as gárgulas alertam
os intrusos assobiando, batendo asas e rangendo os dentes. Se
isso não os afastar, o intruso é atacado por quantas gárgulas o
conseguirem tocar fisicamente.
Ninho
Esta saída permite que as gárgulas voem para dentro e fora de
Ceoris sem precisar se locomover pelo castelo. É uma longa
câmara que se abre para o abismo que separa a capela das
montanhas próximas. Sua largura permite que as gárgulas
peguem impulso correndo antes de alçar vôo.
Aqui é onde as Gárgulas deixam seus ossos-troféu: Os
crânios de inimigos organizados em estacas. A saída é atualmente
alinhada com seis estacas, cada uma exibindo mais de vinte
crânios. A maioria desses crânios está completamente esmagada
ou com grandes furos no formato dos dentes das gárgulas. Pilhas
de ossos de dedos ficam no final da estaca. Virstania ajuda sua
coleção de troféus. Ela usa um ritual menor de sua invenção para
reconstituir o crânio dos cainitas mortos a partir de suas cinzas.
O ninho está a setenta pés do fim do penhasco. Seis Gárgulas
estão constantemente de guarda ali. Suas ordens são para
destruir qualquer mortal ou cainita que tente entrar em Ceoris
através do ninho, mesmo que eles se pareçam ou tenham o
mesmo cheiro que Virstania ou Esoara. Se atacados, os guardas
imediatamente guincham por ajuda, alertando
aproximadamente cem gárgulas adultas que estão pelos
arredores do complexo.
Durante o dia, o ninho é guardado por uma dúzia de
carniçais. Estes indivíduos insanos foram transformados em
carniçais pelas próprias gárgulas. Para se qualificar para esta
função dúbia, um mercenário deve demonstrar baixa
inteligência e uma sede de sangue voraz. Curaferrum balbuciou
raivosamente quando tomou conhecimento de que Virstania
havia permitido que suas gárgulas criassem carniçais. Ele
peticionou a Etrius pela destruição imediata deles, usando o
argumento de que bestas escravizadas não deveriam ter confiança
o suficiente para criar seus próprios juramentos de sangue.
Malgorzata, vendo uma oportunidade de consertar a relação com
Virstania e irritar Curaferrum, levantou-se para argumentar que
a defesa da pirâmide não poderia ser ameaçada por um bando de
guardas babões em um canto esquecido da capela. Etrius
enfureceu Curaferrum simplesmente por ter tomado
conhecimento do fato e não ter feito nada. Curaferrum ainda
gostaria de ver esses carniçais destruídos e não substituídos, e
pode procurar aliados jovens para cumprir seu objetivo.
guinchos que outras gárgulas acordadas acham
reconfortante, mas para observadores (com exceção de Virstania)
é uma sensação de rasgar a própria orelha.
Gárgulas reagem mal a qualquer face que não seja familiar
dentro de seu lar. Eles se curvam a Virstania e se encolhem de
medo de Esoara. Os outros Cainitas de Ceoris evitam este lugar.
Qualquer um entrando sem Virstania ou Esoara será
imediatamente confrontado. Inicialmente, as gárgulas alertam
os intrusos assobiando, batendo asas e rangendo os dentes. Se
isso não os afastar, o intruso é atacado por quantas gárgulas o
conseguirem tocar fisicamente.
Anexo de Simulacro
Este quarto pequeno e sem adornos contém quatro camas,
um lavatório com uma bacia e um guarda-roupas. Esta sala
provê uma casa para os simulacros de Ceoris – Gárgulas criadas
a imagem dos cainitas (veja pág 126). Estas criaturas
desgraçadas e desamparadas não podem se misturar com outras
Gárgulas. Eles aparentam para as outras criaturas como sendo
um Gangrel, Tzimice ou Nosferatu. A maioria das gárgulas é
instintivamente violenta para pelo menos um, quando não
todos estes clãs. Apesar de ansiar para se unir as outras gárgulas
no curral, elas sabem que seriam colocados de lado e
destroçados. Então elas passam o tempo aqui, esperando uma
missão perigosa dada por Paul Cordwood. Passatempos que
aliviariam o tédio de cainitas comuns, como ler, não são de
qualquer interesse para os simulacros. Eles apenas sentam,
encarando a parede, com suas faces contorcidas em sofrimento.
Virstania tem piedade destas criaturas e costumava visitá-las.
Porém, esperava que elas conseguissem responder como iguais
e ficou estressada com o fato de que não conseguiam. Seu
disforme aprendiz gárgula Fidus conseguiu superar seu
desgosto primitivo pelos simulacros e faz o melhor para prover
um pouco de conforto durante o período delas nesta câmara.
Uma vez que ele é uma Gárgula imperfeita, os simulacros
encontram uma companhia encorajadora, mas ainda desejam
mais.
Apesar de existirem quatro camas aqui, Ceoris
dificilmente abriga tantos simulacros ao mesmo tempo. Pode
não haver nenhum sequer. Simulacros são geralmente criados
para missões específicas e mandados imediatamente para
cumprí-las. Normalmente eles são capturados e mortos, então
há grandes chances de a sala estar vazia. Se esse for o caso, apenas
uma estranha sensação de tristeza inextinguível recepcionará os
Cainitas que se aventurarem nesta câmara.
Câmara de Exames
Virstania examina Cainitas capturados nesta longa e
úmida câmara com paredes toscas de pedra. Seu objetivo é
quantificar seu potencial como matéria-prima para novas
Gárgulas. Guardas carniçais levam a vítima, amordaçada e
acorrentada, desta cela, através da casa de guarda e até o fim do
corredor. Eles então a jogam de costas na mesa de exames de
Virstania e amarram seus cotovelos, joelhos e pescoço com tiras
de restrição. Estas tiras são de couro reforçado com fio de ferro.
Virstania, assistida por seu quarteto de gárgulas aprendizes,
realiza então uma série de procedimentos. Ela repetidamente
perfura cavidades no corpo para retirar fluidos para análise em
seu laboratório. Finalmente, coloca uma série de pedras
preciosas artificiais na pele da vítima para medir o fluxo de
energia mágica através do corpo. As gemas tornam-se
multicoloridas, dependendo do grau de energia detectada.
Enquanto fazem isso, queimam e chamuscam a pele da vítima.
Por mais invasiva que seja esta série de exames, ela tira pouco
sangue da vítima.
Câmara de estudos da Virstania
Esta sala parece uma versão menor dos laboratórios
conectados com os quartos privados dos outros magos. Uma
prateleira cheia de livros preenche a parede oriental.
As prateleiras das outras paredes contêm tubos e jarros
cheios de vários pós, pastas e soluções alquímicas. Nesta sala,
Virstania mede e testa os fluidos coletados durante os exames.
Ela os mistura com vários elementos alquímicos, os coloca em
uma solução para ver qual sal cristaliza e depois queima os sais.
Ela captura a fumaça em pergaminho, depois interpreta a
partir do padrão deixado no pergaminho os poderes que ela
passará para a gárgula usando os pedaços desmembrados da
vítima. Esta sala cheira a carne queimada.
Câmara de Conversão
Virstania e seus aprendizes desmembram seus
prisioneiros Cainitas nesta câmara antes de transformá-los
em gárgulas. Cada vítima deve ser desmembrada de acordo
com um procedimento específico, que Virstania determina
durante seu processo de examinação. Para se lembrar das
incisões precisas requeridas, ela faz um diagrama em tamanho
real da vítima com linhas pontilhadas para marcação. O
sangue borrifa tão livremente nesta sala que ela normalmente
coloca o diagrama na parede, presa pelo sangue coagulado de
desmembramentos anteriores.
O chão está permanentemente revestido de pegajoso
sangue quase seco e tem alguns pontos de vísceras dissecadas,
algumas do tamanho de dedões. Cabelo e sangue coagulado
entopem o ralo no meio do chão. Estacas de madeira travadas
nos buracos da parede seguram machados, serras, navalhas,
pinos, bisturis, tesouras, pinças, alicates e braçadeiras.
Restos rasgados de antigos diagramas ainda ficam
grudados em vários lugares. Se o personagem se infiltrou em
Ceoris procurando um camarada raptado, não é impensável
que ele ache fragmentos de um desenho com o nome de seu
antigo colega grudado nestas paredes.
Câmara de Semeadura
Nesta sala pequena, suas dimensões foram
matematicamente determinadas para ser ideal para a função.
Virstania e seus aprendizes levam suas vítimas “convertidas”,
agora reduzidas a pedaços de carne e osso, e começam a
tratá-la. Algumas partes são mergulhadas em soluções
químicas, outras são curtidas. Algumas ainda são deixadas
para secar, ou preservadas em sal. Quando estão todas
prontas, Virstania as pega e costura umas nas outras. Ela então
as coloca em couro fresco e não tratado de vaca, costurando
tudo em um saco mimetizando um útero. Então seus
assistentes levam o saco para a câmara de gestação.
Câmara de Gestação
As paredes e portas desta sala são fortemente
acolchoadas para tentar abafar os gritos incessantes da
criatura que está ali. Apelidado Alvusia por seu criador e
tormentador, esta criatura de vinte pés de altura e doze
toneladas é o gerador de Gárgulas (Virstania prefere acreditar
que ela é a mãe das Gárgulas.) Sua característica mais notável é
sua barriga distendida no formato de um domo, sua superfície
tensa tecida com veias pulsantes e pêlos.
67
 Uma cicatriz crua e avermelhada, fechada com rosca
entrelaçada, percorre toda a barriga, transpirando gotas verdes
e brancas de pus. Aonde se imaginariam pés e mãos com garras,
estão apenas cotocos, com suas superfícies costuradas e
cauterizadas. Grandes anéis de metal presos no chão de pedra
mantêm Alvusia aprisionada pelas costas. Apesar de não poder
se mover mais do que alguns centímetros, ela ainda assim
constantemente se contorce. Sua cabeça, um globo de seis pés
impropriamente acoplado a uma coluna que não é capaz de
suportar esse peso, está jogada para trás em agonia. Sua boca
longa e sem dentes busca alternadamente por ar e emite um
choro ensurdecedor. Virstania tampa os ouvidos contra os
gritos de Alvusia; seus assistentes acham o som reconfortante. É
o som que eles associam a seus meses no útero, sua canção
materna.
Quando Virstania cria uma semente – o saco cheio de
partes de corpo, desmembrado e depois costurado junto em
uma nova forma– ela leva para a sala de gestação. Com uma faca
afiada, ela reabre a cicatriz de Alvusia e manda suas Gárgulas
colocarem o saco na barriga aberta. Ela então costura a ferida
enquanto os gritos de Alvusia aumentam. Durante os próximos
meses, ela regularmente volta para a câmara para realizar
diverso rituais necessários para o processo de nascimento.
Finalmente, em um período que Virstania pode predizer com
precisão matemática, Alvusia estremece, grita ainda mais alto e
começa a dar a luz. Outras Gárgulas se juntam, se empurrando
para poder presenciar o milagre.
68
Elas ficam com nervos estremecidos, e com uma harmonia
aguda saúdam seu novo irmão ao mundo. A criatura se empurra
para fora do canal de nascimento gigantesco, rasgando as paredes
de carne para emergir, repleto de sangue verde. As gárgulas que
estão assistindo imediatamente se jogam em cima dele, lambendo
estaticamente os sucos de nascimento. Esta ação une a nova
Gárgula ao resto do grupo. Elas depois irão ensiná-lo a louvar
Virstania como mãe, criadora e deusa.
As Gárgulas tomam seu novo irmão e o levam para o curral,
enquanto Virstania irradia de satisfação em sua nova criação.
Câmara de Gestão Secundária
Quatro fileiras de barris de tamanho humano dominam esta
sala. A qualquer momento, aproximadamente um terço destes
barris estão tampados. Estes estão selados com grandes quantidades
de cera. Em cada barril há uma série de selos arcanos gravados, assim
como marcas menos permanentes de giz. As marcas em giz
normalmente são datas; nas mãos de Virstania, isto revela quando as
gárgulas fetais foram instaladas, e quando foram checadas pela
última vez.
Nascimentos usando Alvusia resultam em gárgulas de melhor
qualidade, além de prover ao resto da colônia uma experiência
muito mais comunitária do que quando elas nascem destes barris.
Por mais que Virstania quisesse preparar os rituais de cada gárgula de
forma perfeita, seus colegas a mandam produzir muito mais do que
os poucos que ela conseguiria por ano de sua forma.
 Então a maioria das gárgulas é criada em barris, pendurados
pela tampa, suspensos em um fluido alquímico nutritivo.
Virstania poderia convidar aliados muito confiáveis para
acompanhá-la em suas vistorias enquanto ela cuidadosamente
abre um ou dois barris e pega uma amostra do fluido. Ela não
deixará ninguém mexer nos sacos para ver as gárgulas em
formação. Gárgulas fetais podem ficar doentes e morrerem se
expostas aos “humores doentes” do ar.
Para lidar com possíveis intrusos que querem mexer com as
Gárgulas, Virstania colocou magia de vigilância que explode
quando a tampa do barril é movimentada. Apenas ela usa o
contra-amuleto que previne o gatilho da proteção. Como ela usa
uma série de amuletos similares, mesmo quando está dormindo,
é bem difícil conseguir este amuleto sem que Virstania perceba.
Em adição a Virstania, Malgorzata tem uma chave desta
câmara. Entretanto, ela quase nunca vem para cá ultimamente,
pois há muito perdeu o interesse na criação de Gárgulas.
Câmara de Espécimes
Virstania proíbe suas criações de entrarem nesta sala,
um repositório tanto para Gárgulas mortas quanto
preservadas, além de exemplos vivos de seus outros
experimentos em hibridização mágica. Empilhadas do chão
ao teto das paredes do norte e oeste estão dúzias de gaiolas de
arame, contendo as criaturas animalescas dos experimentos
de Virstania. Eles incluem aranhas do tamanho de mãos
humanas, com um rosto humanóide
agonizante em seu abdômen, cabeças desmembradas de
veados unidas por centenas de pernas milimétricas e uma
moite de tecido escamoso que pode envelopar e devorar um
rato em menos de um minuto. As criaturas aprisionadas
silvam, assobiam, murmuram e carcarejam quando alguém
entra na sala. Virstania carinhosamente alimenta essas
criaturas pela mão. Algumas delas tem a capacidade de
procriar ou de sobreviver sozinhos por qualquer período de
tempo. Outros são perigosos predadores. Em diversas
ocasiões anteriores, quando exércitos inimigos forçaram
toda a guarda a se esconder dentro da capela, Virstania soltou
hordas destas bizarras criaturas para amedrontar as forças
inimigas. Algumas delas ainda sobrevivem nas florestas
próximas. Os próprios guardas de Georis e Gárgulas matam
essas criaturas sempre que conseguem encontrá-las em
rondas selvagens ou colocam-as no fundo de armadilhas de
fosso para aguardar os infelizes intrusos.
Estantes profundas na parede sul contêm os corpos
preservados em sal de Gárgulas Mortas. Algumas parecem ter
sido inteiramente vivissecadas, enquanto outras continuam
intactas. Virstania estuda estes em seus esforços de tornar a
forma de Gárgula perfeita. Muitos eram recém- nascidos, e
tem uma aparecia asquerosamente deformada. Outros
apresentam malformação nas garras, múltiplas faces,
estranhos apêndices que parecem vermes ou órgãos
bifurcados.
A porta é de aço sólido. Apenas Virstania tem uma chave,
mas ela eventualmente esquece de trancar esta porta. Ela crê que
seus aprendizes Gárgulas continuam ignorantes do conteúdo da
sala, mas a mais corajosa de todas elas, Luma, uma vez entrou e
examinou cuidadosamente o que tinha na sala.
Anexo de Nascimento
Neste anexo da Câmara de Espécime, uma corça gigante e
quase morta fica amarrada de costas, com a barriga cortada e presa
da mesma forma que Alvusia, a geradora de Gárgulas. Esta criatura
desafortunada é para os animais alterados da câmara de espécies o
que Alvusia é para as Gárgulas: Uma câmara de incubação viva.
Câmara de Coleta de Icor
Esta é mais uma câmara da qual as Gárgulas desconhecem.
No centro da sala está uma prensa de torno gigante,
manualmente operada. Este aparato é grande o bastante para
esmagar um objeto do tamanho de um homem. Entre os dois
lados da prensa está uma área de malha de piso. Embaixo da
malha está uma grande vala usada para recolher os fluidos
corporais das criaturas esmagadas pela prensa. Um canal na vala
leva a uma bica.
Se a prensa estiver em uso, um balde de prata é colocado
embaixo da bica. Quando não, uma inspeção cuidadosa pode
revelar um círculo de uma substancia pegajosa no chão abaixo da
bica. Isto é o resíduo de sobras do recém usado balde. Contra a
parede há uma série de pranchas pesadas. Um investigador
perceptivo poderá notar que as pranchas são do tamanho exato
para se colocar acima da prensa e prevenir que a alma azarada que
a está enfrentando não consiga escapar.
Um observador invadindo esta sala também poderá ficar
confuso com seu propósito. Parece uma ineficiente forma de
coletar sangue. Na verdade, ela é usada em um ritual bizarro para
extrair sucos de uma criatura mais bizarra, uma ramificação das
gárgulas chamadas Hexápode. Veja a pág 113 para uma
descrição do ritual e 124 para os Hexápodes.
Celas de Prisão
Os Tremeres ocasionalmente mantêm alguns prisioneiros em
boas condições, para cobrar resgate pela liberdade de seus próprios
membros capturados. No presente, entretanto, os Tremere são tão
odiados e temidos por seus inimigos que a oportunidade de trocar
prisioneiros raramente se apresenta. Eles mantêm prisioneiros
primariamente para extrair informações. Eles podem oferecer
liberdade para aqueles que falam, mas não tem o hábito de manter sua
palavra nesse assunto. Cainitas capturados, como ingredientes vitais
da transformação de Gárgula, são um recurso que não pode ser
desperdiçado. Magos mortais que suspeitam da transformação dos
Tremere são muito perigosos para que possam contar o que sabem.
Os Tremere mantêm seus prisioneiros importantes em celas
pequenas e úmidas. Cada uma lavrada magicamente de pedra sólida.
Não existem pedras soltas para esconder objetos, e não há chances de
escavar a saída. Desenvolvida para quebrar a mente de seus habitantes,
as celas não têm janelas ou fontes de luz. Comida para prisioneiros
mortais são jogados nas celas através de pequenas fendas nas portas de
ferro. Prisioneiros não ganham pratos ou potes e tem que pegar a
comida do chão imundo, bocado por bocado.
69
 A água é entregue em conchas através da fenda; eles têm que ficar
embaixo das conchas como cachorros para conseguir beber água.
Guardas não têm permissão para falar com prisioneiros, mesmo para
ofendê-los. As portas não podem ser destrancadas por dentro. A única
forma de escapar de uma cela é fazer o que o Tremere mandar.
Naturalmente, até mesmo o mais intransigente prisioneiro é levado
para a câmara de tortura de vez em quando. Os prisioneiros atuais são
descritos no capítulo cinco.
Câmara de Alimentação
Nesta câmara bem mais larga que as demais, de cento e cinquenta
a trezentos aldeões se amontoam em correntes. Estas são as vítimas da
última caçada de Epistatia por comida. As demandas de Ceoris por
sangue são desordenadas mesmo para um grande covil de vampiros,
porque a prática da taumaturgia requer enormes quantidades de vitae.
Apesar de os Cainitas de Ceoris tentarem se alimentar com
moderação, algumas vezes eles ficam famintos demais e acabam
secando uma vítima. Os prisioneiros também tendem a morrer de
doenças e desnutrição. Algumas vezes até mesmo tentam matar uns
aos outros para acabar com seu sofrimento. Quando o número cai
para abaixo de sessenta, Epistatia organiza outra caçada. Os cativos
viram bem pouco de Ceoris, sabendo apenas que foram capturados
por demônios que se alimentam deles. Entretanto, uma vez que a
alimentação causa uma sensação de êxtase na vítima, eles também
oferecem os únicos momentos de alivio da miséria que estas criaturas
irão experimentar. Toda vez que alguém entra na prisão, os
prisioneiros andam para frente até onde suas correntes permitem,
implorando para serem sugados.
70
Os pálidos e escrupulosos prisioneiros normalmente buscam
suas próprias mortes se oferecendo para serem sugados até que seu
sangue acabe. Se eles buscam o suicídio de forma sã ou se ficaram
completamente loucos é algo que os vampiros de Ceoris observam
estudiosamente.
CASA DE GUARDA
Seis guardas estão sempre aqui: um carniçal, uma Gárgula e
quatro soldados mortais. Apesar da umidade de deteriorar ossos
da área, e dos inquietantes gritos dos prisioneiros torturados,
essa é considerada uma tarefa tranquila. Não é significantemente
perigosa e nem extenuante. Os guardas deixam a Gárgula no
final das escadas, próximo das celas. Com ela fora do caminho,
eles podem jogar dados, comer, atirar dardos em uma tábua
improvisada e geralmente vadiar. Até, pelo menos, ouvirem
passos se aproximando do corredor, ponto em que se colocam
em posição de atenção e escondem as evidências de sua bagunça.
O carniçal, obviamente, reporta tudo a Cordwood, que está
secretamente contente em deixar os homens gostarem de suas
funções.
A casa de guarda contém um banco, alguns dardos, um alvo
removível e alguns pratos pegos da sala de jantar. Os guardas
anteriores deixaram um quadro lascivo pendurado na parede. A
cena é de uma mulher e um urso fazendo sexo. A tinta está
começando a sair.
SALA DE TORTURA
Esta sala de tortura larga e bem equipada promove local para as
interrogações demoradas de Paul Cordwood.
 Ela tem uma cremalheira, uma dama de ferro, uma
variedade de gaiolas de cabeça, um brazeiro cheio de carvão e uma
variedade de pinos, facas e alicates. Vítimas que não são colocadas
nas cremalheiras podem ficar presas nas tiras de couro em alguma
das pesadas cadeiras de madeira. Um dreno de sangue brilha
cruelmente no centro da sala, seguido pela pequena chaminé em
cima do brazeiro. Cordwood insiste em manter a sala
absolutamente limpa. Muitos dos objetos de tortura são de prata e
recebem polimento regularmente dos guardas. Baldes de água e
detergente ficam próximos da porta aonde podem ser usadas para
lavar ou para jogar nos olhos e feridas abertas.
Ele usa esta sala com frequência. Acreditando na rigidez,
nunca termina um interrogatório se acredita que a vítima poderá
sobreviver a mais uma sessão na noite seguinte.
Caverna de Vis
Apesar de raramente visitada hoje em dia, esta câmara
subterrânea gigante foi a motivação original da localização de
Ceoris. Esta caverna uma vez foi lar de uma das mais ricas fontes
de vis de toda a Europa, a substância sobrenatural que os magos
mortais usam para realizar sua mágica. Vis pode aparecer em
qualquer formato – mineral, uma fruta mágica, ou entre os
órgãos de bestas mágicas. Nesta caverna de vis, ela aparecia em
forma de depósitos cristalinos no leito de uma piscina
subterrânea. A água da piscina continha poder mágico em baixa
concentração. Apesar de não ser útil para dar poder a magias, ela
tem efeitos alucinógenos quando bebida por mortais ou
Cainitas. Algumas Gárgulas descobriram seu efeito intoxicante
e ocasionalmente tentam espaçar para cá para tomar um pouco
da água.
A piscina costumava gerar dúzias de cristais por mês.
Atualmente, uma dúzia por ano é um recorde. A maior
parte do vis da capela agora vem de outras capelas.
Acesso a esta caverna de vis vem através de um túnel
vertical de trinta pés do subsolo da capela. Degraus de
metal espalhados por toda a altura do túnel permitem que
pessoas consigam escalar para cima e para baixo. Jervais
controla o acesso a vis. Os guardas aqui são sempre levados
por pelo menos um de seus carniçais e ele já impediu
outros magos de virem até aqui. Aqueles que tentam
entrar recebem comentários insolentes dos guardas, o que
costuma irritar ainda mais invasores. Apesar de qualquer
magus que seja humilhado por um mero mortal tenha a
experiência de uma fúria para obliterar o macaco insolente
com uma bola de fogo, os residentes de Ceoris sabem que
Jervais foi escolhido para o cargo por Tremere. Eles apenas
se restringem quando confrontam esses guardas
imprudentes. Jervais, como outros cainitas, não tem uso
próprio para a vis mas fica de olho sempre no estoque. Ele
usa essa vis para comprar a lealdade de magos mortais. Ele
os testa oferecendo vis em troca de trabalhos pequenos
mas desagradáveis, como espiar encrenqueiros ou roubar
notas experimentais. O mais flexível deles se tornou alvo
do abraço de Malgorzata. Jervais costuma trazê-los aqui
para suas propostas. A visão da vis em estoque aumenta sua
ganância.
71
 O trabalho de guarda na piscina de vis é outro trabalho
cobiçado. Os guardas aqui ficam ociosos, sentados em sofás
improvisados feitos com caixas velhas e lençóis roubados.
Entretanto, eles se arrumam quando ouvem alguém
chegando. Eles normalmente são reforçados por uma
gárgula da variedade Iecur, um subtipo que não tem interesse
em beber das águas.
As águas são levemente luminescentes, conjurando um
padrão assustador no teto em domo e na face de qualquer um
que olhe para lá. Um denso tapete de fungo incolor fica aos
lados da caverna próximos a piscina. Eles cheiram como um
bom vinho, mas são altamente venenosos para aqueles que
são tolos o bastante para experimentá-los. Jervais costuma
coletá-los para colocar um pouco nos drinques dos inimigos
de sua facção que ainda respiram.
Laboratórios Abandonados
Durante os inquéritos de Etrius sobre diabolismo, ele
cometeu um terrível engano, soltando uma hoste de
demônios no andar aonde a capela hospedava os
laboratórios de uma dúzia de magos. Sete aprendizes, dois
magos e dezesseis servos foram devorados pelos demônios
invasores. Etrius e seus colegas correram para expulsar os
demônios e conjurar magias de defesa para selar a porta.
Os demônios presumidamente ainda espreitam por ali.
Etrius e Malgorzata unem forças de vez em quando para
aumentar os selos que previnem sua escapada.
72
Talvez para irritá-lo, Malgorzata especulou abertamente
que Etrius abriu uma porta para o Inferno. Uma vez que os
demônios nunca passaram os selos, os líderes de Ceoris
estão contentes em deixar esse assunto esquecido. A entrada
para os laboratórios abandonados é altamente guardada.
Magos e aprendizes são avisados para nem sequer se
aproximar da área. Carniçais e Gárgulas ficam de guarda
neste lugar inquietante, com ordens de atacar e matar
qualquer coisa que tente se aproximar dos selos, depois de
soar um alarme em um enorme gongo que fica suspenso sob
seu posto. Mesmo que a porta seja aberta, selos no corredor
são fortes o bastante para impedir que os demônios passem
da porta. Os selos emitem ruído quando sofrem alguma
interferência.
Os habitantes do outro lado são quietos, a menos que
uma pessoa chegue a um pé ou menos da porta selada. A
porta começa a chacoalhar suas dobradiças e balançar, com
uma gosma densa surgindo do chão e um fedor sulfúrico
enche o ar enquanto uma fumaça ocre sobe. As ordens dos
guardas são impedir qualquer um de provocar esta reação.
Os laboratórios tomam todo o quinto andar do subsolo de
Ceoris. Note que o mapa representa o complexo de
laboratórios como construído por Etrius e Goratrix. Os
habitantes de Ceoris acreditam que os novos residentes
devam ter alterado as dimensões do andar. Qualquer um
que consiga entrar na região dos laboratórios é
imediatamente dominado por demônios
extraordinariamente poderosos.
Covil de Tremere
Aqui fica tremere, que raramente emerge do seu estado
de torpor com sintomas que, para consternação de seu clã,
não se parece com qualquer outra coisa em seu estudo dos
Cainitas. Apesar de inconsciente e insensato, ele reclama de
sua cama de carvalho elaboradamente entalhada. Ele está
sempre com pelo menos dois aprendizes Cainitas, que o
previnem de se machucar em seus tremores. Os aprendizes
consideram esta função com receio. Em certa ocasião,
Tremere, infundido de
uma força inumana, atacou-os amaldiçoando-os como
agentes de Saulot. Um dos aprendizes entrou em torpor com
o primeiro ataque. O segundo se desfez em pedaços com o
mero olhar dos olhos vítreos de seu mestre.
Os aprendizes não têm permissão para falar do estado de
Tremere; através dos anos, Therimna matou diversos deles
por quebrarem este juramento. Apesar disso ninguém além
de Etrius sabe que Tremere constantemente sai de seu torpor
para falar, que costuma falar com dois tons de voz distintos e
que uma de suas vozes fala em uma língua que nenhum deles
reconhece. Nenhum deles está ansioso para descrever suas
periódicas mudanças de aparência. Algumas vezes seus
braços se encolhem para seu torso e suas pernas se fundem.
Sua pele que já é pálida fica brilhante e extremamente
branca. Novos olhos surgem como bulbos em sua nuca,
apenas para explodir em uma erupção de pus e vapores
cáusticos.
Etrius passa boa parte do seu tempo aqui, estudando a
condição de Tremere. Ele ordena que seus ajudantes anotem
qualquer alteração de Tremere. Periodicamente ele conduz um
experimento delicado para restaurar a consciência e vontade de
Tremere – ele pode aplicar um cataplasma ou falar um
encantamento. Visitantes que possam ter ideia da condição de
Tremere serão levados rapidamente a sua câmara para
observarem por si próprios, mas apenas se tiverem a absoluta
confiança de Etrius. Etrius acredita que escondeu com sucesso
os detalhes das tribulações de Tremere de Malgorzata e sua
facção de legalistas de Goratix. Ele está enganado. Malgorzata
ameaçou um dos ajudantes para que se reporte a ela, e vem
passando o testemunho diretamente para Goratrix em Paris.
Ela está disposta a correr o risco de que uma das missivas para
Goratrix seja interceptada. Ela usa termos eufemísticos para
confundir um leitor que não esteja familiarizado com Tremere
e sua condição.
A única entrada da câmara é selada com uma porta de
ferro. Gárgulas, selecionadas por sua falta de curiosidade,
guardam a porta. As paredes desta câmara gotejam de água que
parece sair diretamente da pedra. Algumas vezes essa água fica
vermelha. Não há qualquer decoração na câmara. Nas raras
ocasiões em que Tremere recupera sua vontade e deseja
conversar com alguém que não seja Etrius, ele usa a Câmara dos
Magi de Sangue (veja pág 56)
73
HOUSE OF TREMERE

74
 apítulo Cinco:
Os Condenados
e os que logo o
Serão
...Crimine ab uno
Disce Omnis.
(a partir do crime reconhecereis
todos eles como culpados)
- Virgílio, A Eneida

7575
 No topo da sempre sangrenta pirâmide de ambição de
Ceoris está um círculo de elite de Cainitas, a maioria dos quais
foram Abraçados durante o século XI. Eles são os sobreviventes
da capela. Aprendizes e convidados mostram-se menos
duradouros, morrendo no lugar dos mestres que os
manipulam. Os magos mortais perseguem inconscientemente
seus próprios objetivos estreitos ou, com cautela assustada,
procuram encontrar provas para reforçar suas suspeitas sobre
Etrius e seu círculo. Sob a atenção dos conspiradores, os ghouls
cumprem seus deveres e os Gárgulas, sem saber, constroem sua
própria sociedade.
UMA TEIA DE
AMBIção e ódio
Embora as duas facções que levem adiante disputas de poder
dentro do clã Tremere façam sua presença conhecida, a política
dentro de Ceoris consiste, acima de tudo, de uma rede de alianças
temporárias entre jogadores isolados perseguindo metas
motivadas principalmente por amargura e maldade. Mesmo antes
do Conselho Interno se submeter a barganha arrogante e
irresponsável que os transformou em vampiros, os magi líderes da
Casa Tremere eram igualmente conhecidos tanto por fomentar
perigosas rivalidades internas bem como por fazer intrigas por
poder dentro da grande Ordem de Hermes. Desde sua concepção,
a Casa Tremere sempre foi um exemplo das piores características
de um grupo erudito, desde o grande desprezo pelo homem
comum até um olhar atravessado de nojo por colegas cujas
realizações eram maiores do que suas próprias. Para a maioria dos
magi vampíricos, a transformação apenas intensificou estes
defeitos. Alguns, arrependidos de seu erro irreversível, caíram nas
profundezas do desprezo a si próprios e aprenderam a exteriorizar
este ódio. Outros se agarraram gananciosamente à existência
vampírica, encontrando na indulgência da crueldade, um senso
de poder mais refinado e primal do que haviam conseguido através
da mágica. Se isto não fosse o bastante para garantir que a Alta
Capela viria a tornar-se uma gaiola cheia de ratos lutando uns com
os outros pelo domínio, o cerco contra Ceoris por clãs inimigos
transformou cada um destes ferozes e obstinados indivíduos
dependentes uns dos outros para sobreviver – e para eles não há
situação mais detestável do que precisar reconhecer o valor de
outrem. Sua maldita interdependência traz mais atrito a sua
purulenta inveja e ciúmes.
Facções Vampíricas
As duas facções consistentes em Ceoris são os
Conspiradores e os Conservadores. Os conspiradores
argumentam pelo abraço imediato de todos os Tremere mortais.
Os conservadores defendem uma aproximação lenta para
assegurar que nenhum indivíduo seja trazido para o grupo antes
de que sua aceitação seja certa. Esta diferença de estratégia parece
uma haste estreita e fraca na qual pendurar um conflito
mortífero e centenário, e precisa ser entendida como uma
batalha de personalidades entre dois homens que se desprezam
mutuamente com fervor explícito. Eles são obviamente, Etrius e
Goratrix.
76
Etrius lidera a facção conservadora em Ceoris, assim como
lidera o clã como um todo. Seu mais leal factótum é seu castelão,
Curaferrum, que faz da bajulação um credo pessoal.
Os conspiradores prefeririam ser mais abertos e francos
sobre seu desejo de Abraçar, mas precisam usar de astúcia para
driblar o poder de Etrius e as proibições de Tremere. A líder dos
conspiradores é Malgorzata, protegida e serva de Goratrix. Ela
jurou manter sua capela preparada para o dia inevitável em que
ele a governasse novamente. Ela pode contar com a devoção
absoluta de Jervais, o mestre de vis da capela. Através de seu
acesso a esta substância, Jervais desfruta de vantagem em
relação aos outros magi mortais da capela.
O restante dos cainitas, ocupando posições sênior, são
Eosara – o mestre da guerra, Paul Cordwood – o mestre dos
espiões, Epistasia – a caçadora, Celestyn o Bibliotecário e
Mendacamina – a Torturadora. Eles obedecem às ordens de
Etrius (que geralmente são transmitidas por Curaferrum) sem
considerar a si mesmos como membros da facção conservadora.
Eles obedecem a Etrius simplesmente porque ele é o atual
Lorde de Ceoris. Eles provavelmente obedeceriam a seu
sucessor da mesma maneira. A maioria assegura seu futuro ao
ocasionalmente compactuar com Malgorzata, só por garantia
caso ela destrone Etrius. Apenas Celestyn está abertamente
mais interessado em sua própria pesquisa (descobrir segredos
dos Tzimisce) do que entrar em conflito com companheiros
Tremere. Os demais intrometiam-se nas responsabilidades uns
dos outros, sabotavam experimentos e tentavam subornar os
aprendizes de terceiros. Para a maioria, a política da capela é
uma questão de atingir uma vingança mesquinha e pontual
contra qualquer colega que mais recentemente os tenha
ofendido.
Dentre Magi
os
Muitos dos Magi mortais, especialmente os visitantes de
outras capelas, são absorvidos pelas rivalidades internas sem
saber que estão fazendo intriga com ou contra vampiros. Por
exemplo, o enganador e perspicaz Bitiurges recentemente se
uniu a Mendacamina e agiu sem saber que a interrogadora da
capela foi abraçar o aprendiz que Curaferrum havia reservado
para si.
Uma facção relativamente nova entre os magi mortais,
única em Ceoris, é a de feiticeiros cristãos. Eles consideram
Tosia como sua líder, uma venerável maga que redescobriu sua
fé religiosa depois de uma humilhação nas mãos de Tremere.
Em sua agora destruída capela de Umor Mons, ela se cercou de
magi com pensamentos similares. Os membros mais jovens de
sua facção se preocupam cada vez mais com sua capacidade de
liderá-los, e se voltam silenciosamente para seu antigo aprendiz,
o maldito porém vigoroso Omnifer. Os magi cristãos sabem
que há algo muito errado em Ceoris, e em conclaves secretas,
apontam Etrius como seu autor. Entretanto, eles pensam que
Etrius lidera uma cabala de diabolistas e não suspeitam de
vampirismo.
VISITANTES
A despeito de sua reputação como uma fortaleza
impenetrável, Etrius está na verdade fortemente motivado a abrir
seus portões para estrangeiros que sejam úteis. Ele está
especialmente preocupado em cultivar possíveis alianças com
outros clãs. Ele sabe que Goratrix está fazendo o mesmo, e não quer
ver sua facção eclipsada pela diplomacia superior de seus rivais.
Enviados dispensáveis
Cainitas de alta posição em outros clãs estão relutantes em
entrar em Ceoris (a mágica dos Usurpadores ainda é pouco
compreendida), mas mandam seus inferiores mais dispensáveis
como enviados permanentes ou temporários. Alguns enviam
agentes de confiança, mas outros selecionam novatos, rivais muito
ambiciosos e violadores de leis do clã. Algumas vezes um cainita que
deseja indiretamente se livrar de um inferior, o envia para Ceoris,
sabendo que as chances do indivíduo lá encontrar a morte final são
excelentes. Em casos extremos, o enviado chega já levando uma carta
transferindo sua aliança feudal para os Tremere, que estão felizes em
explorar petições de lealdade incondicional.
Enviados vulneráveis e nervosos podem encontrar interesses
em comum e podem até mesmo se juntar num círculo informal
dentro da capela. Um grupo recente de enviados incluía um
cavaleiro francês do clã Ventrue, um Lasombra italiano exilado por
seu senhor hostil e um pesquisador capadócio buscando aumentar
seu conhecimento sobre a magia da morte. O grupo desapareceu
durante uma viagem para o norte até o território do lorde Tzimisce
Ioan. Curaferrum recentemente enviou algumas cartas para
requisitar um novo grupo de enviados para substituí-los.
Os ouvidos atentos de Calnor ouviram rumores de magi
Magi de outras Casas próximos; e isso o levou a uma capela nos limites das terras de
seu senhor. Ele se dirigiu diretamente para a porta e pediu para
Embora visitantes vampiros sejam cobiçados, Etrius desencoraja ser tomado como um aprendiz. Incapaz de conter a língua do
tanto quanto possível a chegada de magi de outras Casas Herméticas, rapaz e de negar sua sede por conhecimento esotérico, um mago
temeroso de que possam descobrir a conspiração. De sua parte, a chamado Persigno o aceitou e lhe deu o nome de Celestyn em
maioria dos magi não-Tremere preferem evitar Ceoris. Quando reconhecimento a seu interesse sobre corpos celestiais.
alguma questão os obriga a ir a uma capela Tremere, eles preferem uma Celestyn progrediu rapidamente e em 995, se envolveu numa
menos proibitiva, como a do Portão do Leão na Inglaterra ou nos existência itinerante, viajando pela Europa em busca de antigas
ensolarados vilarejos de Perugia (ambas descritas no capítulo 7). relíquias, livros perdidos e mitos quase esquecidos. Em 999
Por fim, há os magos ocasionais que concluem que suas pesquisas Etrius soube da habilidade de Celestyn ao administrar a
exigem que explorem a famosa biblioteca de Ceoris. Tosia se encarrega biblioteca de Londres e o convocou até Ceoris. Os magi,
de receber calorosamente tais visitantes e atender suas necessidades. prontos para iniciar sua busca para encontrar uma alternativa
ao encanto hermético de imortalidade, acumularam uma vasta
Aqueles que considera confiáveis podem obter permissão de e completamente desorganizada coleção de textos das capelas
compartilhar de suas suspeitas a respeito de Etrius e seus seguidores. tremere. Etrius o ordenou que os reunisse num todo mais

O amaldiçoado
Cainitas Tremere
Celestyn, Bibliotecário chefe.
Antecedentes: Celestyn começou no mundo de enigmas
em 971. Sob o nome de Calnor, ele nasceu próximo de Londres e
de um excêntrico senescal de um Lorde. A ligação o permitiu ter
uma educação aristocrática. Seu amor pelo aprendizado
englobava todos os campos de conhecimento, incluindo o
ocultismo.
acessível. Celestyn se juntou a busca e também impressionou
seus mestres com suas bravas (ou loucas) investidas em distritos
controlados por Tzimisces na busca por informações. Etrius o
abraçou em 1039.
Incomumente franco para um Tremere, Celestyn está
sempre em busca por aliados em sua busca por conhecimento.
Pode ser que ele se reúna com pessoas de fora do clã durante
suas explorações e então os peça para serem convidados de
Ceoris.
Imagem: Celestyn apresenta a mesma aparência saudável
que tinha ao ser abraçado, seu cabelo é loiro escuro e seus olhos
são castanhos. Sua presença é amigável embora não seja de
imensa beleza. Em Ceoris ele usa túnicas de erudito, as quais
são bem cuidadas e servem até para um pouco de ostentação.
Fora de Ceoris ele adota roupas simples e ásperas que o
permitam escalar ruínas ou impender fugas rápidas.

THOSE DAMNED AND SOON TO BE

77
 Dicas de interpretação: Você não consegue decidir o Disciplinas: Auspícios 3, Rapidez 2, Dominação 1, Fortitude
que o excita mais: encontrar uma obscura, mas promissora 1, Taumaturgia 4
passagem enterrada no texto de uma página cheia de pó, ou Trilhas Taumatúrgicas: Rego Aquam 2, Rego Mortus 3,
lutar com urrantes homens lobo enquanto foge de uma Rego Vitae 1
colina antiga que acabou de escavar. Sua transformação em Antecedentes: Contatos 4, Influência 2, Recursos 2, Lacaios
cainita não lhe deprimiu, ela lhe deu a chance de explorar o 1, Status 3 (entre os Tremere)
conhecimento vampírico e o permitirá sobreviver por séculos Virtudes: Consciência 4, Autocontrole 3, Coragem 4
de estudo e exploração. Suas investigações atuais o levaram ao Caminho da Humanidade: 7
coração do território Tzimisce. Aprender seus segredos se Força de vontade: 7
tornou sua obsessão primária, a qual você acredita ser capaz
de levar ao fim da guerra. Talvez se não existirem mais Paul Cordwood, Mestre dos
inimigos ao redor de Ceoris, a loucura que se intensifica em Espiões
todos a sua volta acabe se revertendo. A única coisa que o Antecedentes: Paul Cordwood cresceu com o nome de
entedia completamente é a política da capela, e para você ela Harald, o Magricela. O mais novo e mais esquelético de cinco
é uma completa perda de tempo. irmãos. Seu pai era um notório senhor feudal que lutou ao lado de
Segredos: Celestyn escondeu a extensão na qual suas Eric Bloodaxe, ocupante escandinavo da Yorkshire do século X.
aventuras o levaram a entrar em contato com cainitas de Seus irmãos afiaram seus valores marciais sendo abusivos tanto
outros clãs. Ele não quer ser considerado como um possível com palavras como com punhos. Herald aprendeu a se fazer de
traidor. Tampouco ser pressionado a contar segredos de insignificante, para evitar a atenção alheia. Ele passou muito de
guerras e de política cainita de seus companheiros em seus seu tempo vagando pelas florestas na companhia de um tio
estudos. O Gangrel francês Aristotle De Laurent é um amigo considerado como abobado. Este tio guardava segredos. Ele
particular; já o Tzimisce bizantino Myca Vykos (ver iniciou o rapaz nos segredos da mágica popular (a qual Harald
Constantinopla à Noite) é um terrível inimigo. gostava) e os da carne (a qual não gostava). Acostumado a ser
Influência: Celestyn é valioso e tem boas relações com abusado por aqueles que eram maiores do que ele próprio,
ambas as facções de Ceoris. Se ele tentasse mediar o conflito escondeu seu ódio do homem que abusava dele. O tio o
ou se envolver em seus assuntos, perderia rapidamente este apresentou a outros magos que, em comparação, faziam seus
status. Suas investigações (e batalhas) contra os Tzimisce o truques parecerem insignificantes. Eles pertenciam a Diedne, a
está rendendo reputação até mesmo fora do clã. casa de mágicos da natureza. Eles reconheceram o talento e
induziram Harald a suas fileiras. Para demonstrar seu desprezo
Destino: Celestyn deixa Ceoris pela última vez em 1313 por seu povo, mudou seu nome para Paul Cordwood.
e desaparece. Seus colegas assumiram que ele fora morto por
Tzimisces. Na verdade, ele foi escolhido para explorar os
segredos esotéricos de outras terras em busca de
conhecimento sobre a Gehenna. Ele reaparece no século 20,
se tornado mestre na arte chinesa da geomancia, a qual
espera usar para influenciar os eventos que levam a Gehenna
(como mostrado em Crônicas da Transilvânia IV: A
Ascenção do Dragão).
Clã: Tremere
Senhor: Etrius
Natureza: Arquiteto
Comportamento: Juiz
Geração: 6ª
Abraço: 1039
Idade Aparente: 20 anos
Físico: Força 3, Destreza 4, Vigor 4
Social: Carisma 3, Manipulação 2, Aparência 3
Mental: Percepção 5, Inteligência 5, Raciocínio 4
Talentos: Prontidão 3, Esportes 2, Briga 2, Esquiva 2,
Empatia 2, Roubo 3, Subterfúgio 1
Perícias: Empatia com animais 1, Arqueirismo 1, Etiqueta 3,
Herbalismo 2, Armas Brancas 3, Cavalgar 3, Furtividade 2,
Sobrevivência 4
Conhecimentos: Acadêmicos (metafísica) 5, Astrologia 1,
Cartografia 2, Sabedoria Popular 3, História 3, Investigação
3, Linguística 4 (árabe, francês, grego, húngaro), Navegação
2, Ocultismo 3, Ciência 2.

78
 Mesmo entre seus novos associados ele desfrutava de
status inferior. Ele desejava as mulheres que o tratavam
apenas como um bicho de estimação. Os homens lhe davam
ordens. Seu poder havia crescido, mas ainda estava cercado
por outros que eram maiores do que ele e que o viam como
algo pouco acima de um vassalo.
Em 1003, Epistasia, uma maga de outra tradição veio
morar em Diedne. Eles não gostavam ou confiavam nela, mas
precisavam de sua ajuda em algum ritual grandioso que Paul
não tinha familiaridade. O jovem magus gostou de Epistasia,
que o tratou com respeito e inclusive queria saber suas
opiniões sobre as coisas. Epistasia perguntava sobre tudo,
sobre quem era cruel e quem era justo, quem era perspicaz e
quem era estúpido. Paul de modo ávido compartilhou os
segredos que aprendeu ao se fazer de observador silencioso.
Ele não fazia ideia que Epistasia usaria esta informação para
começar uma guerra entre magos que destruiria Diedne.
Epistasia levou Cordwood consigo, o inserindo na casa
Tremere. Cordwood se tornou uma figura menor na casa,
mais interessado em suas pesquisas do que nas intrigas que
ocupavam Tremere e o círculo interno. Seu interesse
fundamental se tornou a projeção da consciência astral para
fora da forma física. Seus companheiros magi o
consideravam inofensivo, ou de forma quase absurda um
companheiro com quem podiam contar para obter respostas
de natureza esotérica. Alguns até mesmo o zombavam
abertamente, mas em comparação com o que já havia
suportado no passado, isso mal se configurava para ele com
um mau tratamento.
Ele chegou a Ceoris em 1004. Tanto Etrius como
Goratrix o viam como um zé ninguém neutro que poderia
auxiliar magis mais importantes em suas pesquisas já que
ficava vagabundeando em seu laboratório. Como os magis
buscavam meios de sustentar suas magias que falhavam, ele
de forma infrutífera buscava a migração de alma como meio
de colher o equivalente mais potente da vis em outras esferas
celestiais.
Em 1023 ele se tornou um dos primeiros depois do
círculo interno a ser abraçado. Novamente nem Etrius nem
Goratrix podiam pensar em razões suficientes para dar
desconto quando seu nome era posto em debate. Quando
abordado por Tremere, Cordwood concordou, com alguns
tremores, a entrar no grupo. As buscas por viagens astrais
haviam chegado a um impasse. Talvez uma existência
perpétua entre a vida e a morte o trouxesse alguma
iluminação.
A transformação o mudou mais do que ele antecipara. A
força do sangue, a fúria da fome da besta, tudo isso trouxe
uma intensidade que ele nunca conheceu. Ele abandonou
seu comportamento habitual de fraqueza e passou a andar
com a graça de um predador recém-criado. Companheiros
que não estavam cientes da conspiração cainita não podiam
deixar de perceber a mudança; ele tinha um ar de ameaça que
os forçava a prestar atenção. Ele começou a falar no conselho,
esmagava propostas tolas de outros magi. Dedicava um
desprezo especial por aqueles que queriam mandar uma
delegação de paz para acabar com a guerra entre as criaturas
da noite.
Havia apenas uma coisa a se fazer com os inimigos:
exterminá-los.
Nas décadas seguintes sua atenção se voltaria de forma
crescente na guerra contra os Tzimisces. Ele argumentava que
os Tremere não tinham escolhas a não ser aprender mais sobre
o inimigo. Isso seria conseguido com uma infiltração em seu
território. Com uma confiança silenciosa que surpreendeu
tanto Goratrix como Etrius, ele tomou o controle desta tarefa e
permanece o mestre dos espiões de Ceoris até hoje. Embora
disposto a explicar seus esforços a Tremere ou Etrius, ele
persegue esta missão sem supervisão ou segundas intenções.
Conforme constrói sua rede de operativos por toda a
província, abraça os não magi com impulsividade. Se não fosse
pelo fato de que suas crias eram rapidamente encontradas e
destruídas pelos Tzimisce, teriam há muito excedido a
capacidade da região de sustentar cainitas.
Cordwood está sempre procurando novos recrutas para
se juntar a suas redes de espiões. Ele ou seus agentes podem
contatar cainitas com esta finalidade, levando-os até Ceoris.
Imagem: Paul Cordwood tem mais de um metro e 80 cm.
O topo de sua cabeça é exposto, com resquícios de cabelos
prateados. Seus olhos são de azul vivo. Com as maçãs do rosto
altas e protuberantes. Seus ombros são largos e seus braços
musculosos; quando está do lado de fora se veste com uma
túnica preta que parece se mover silenciosamente por conta
própria.
Dicas de interpretação: Antes de se tornar um vampiro
você era fraco e estúpido. Todos estavam certos em te tratar
mal. Você ama seu novo senso de poder pessoal. Agora é
agradável quando você usa o seu corpo. Embora você não
tenha mais o desejo de possuir mulheres sexualmente, você
gosta do fato de poder virar-lhes as cabeças. Nada te dá mais
prazer do que saber que os outros o temem. Você também
gosta do desafio de se infiltrar nos refúgios Tzimisce. Suas
antigas obsessões parecem superficiais e inúteis comparadas a
esta tarefa nova e perigosa de que seus aliados dependem.
Finalmente você se tornou o homem que sempre deveria ter
sido.
Segredos: Somente Cordwood conhece as identidades
de todos os espiões Tremere na Transilvânia. Ele também tem
conhecimento razoável sobre os Gangrel, Tzimisce e
Nosferatu, muitos que ele não revela a seus companheiros.
Ele guarda em oculto a extensão de seu desrespeito para o
presunçoso e incômodo Curaferrum. Um dia ele pode
precisar eliminar o tolo. Seus agentes lhe disseram que um
dos cainitas em Ceoris fez um acordo secreto com os
Tzimisce. A cada poucos dias ele muda de palpite sobre quem
este traidor seria.
Influência: Seus servos incluem meia dúzia de cainitas,
duas dúzias de carniçais e por volta de 60 operativos mortais.
Talvez um terço destes mortais saibam a verdadeira natureza
de seu mestre e de seus inimigos.
Destino: Cordwood estende sua influência conforme os
séculos passam, tomando aos poucos a liderança de todas as
atividades de espionagem da casa Tremere. Ele
aparentemente desapareceu de Ceoris no final do século XV,
logo depois que a maioria das gárgulas rompeu os laços com o
clã.
79
 O consenso geral é que ele foi morto na luta ou nos conflitos
permanentes do sabá, mas um rumor persiste que ele tenha se
juntado aos Tremere de Goratrix ou que simplesmente esteja
enterrado. Alguns acreditam que ele ainda coordene espiões
Tremere a partir de uma capela secreta.
Clã: Tremere
Senhor: Epistasia
Natureza: Solitário
Comportamento: Autocrata
Geração:7a
Abraço:1023
Idade Aparente: 30 e poucos anos
Físicos: Força 3, Destreza 3, Vigor 2
Sociais: Carisma 3, Aparência 3, Manipulação 4
Mentais: Percepção 2, Inteligência 3, Raciocínio 3
Talentos: Atuar 2, Prontidão 2, Esportes 1, Briga 1, Esquiva
1, Intimidação 3, Liderança 2, Subterfúgio 4
Habilidades: Empatia com animais 1, Armas Brancas 4,
Cavalgar 1, Furtividade 1
Conhecimentos: Acadêmicos 2, Investigação 5, Linguística 2
(inglês e escandinavo), Medicina 1, Ocultismo 5
Disciplinas: Auspícios 5, Dominação 3, Taumaturgia 5
Trilhas Taumatúrgicas: Creo Ignem 4, Perdo Magica 2,
Rego Tempestas 2, Rego Vitae 4, Caminho da Passagem 2
Antecedentes: Contatos 5, lacaios 5, Status 3 (entre os
Tremere). Em 1135, os Tzimisce invadiram Umor Mons. Os
Virtudes: Convicção 5, Instintos 2, Coragem 3 sobreviventes foram para Ceoris. Lá, o ambicioso Curaferrum,
Caminho do Demônio:7 recentemente na posição de mago iniciante, abandonou Iusta
Força de Vontade: 7 como sua patrona e começou a cultivar uma amizade com
CURAFERRUM, CASTELão e Etrius. Etrius havia acabado de ser colocado como líder em
escalador da pirâmide Ceoris, e tinha poucos aliados com os quais pudesse contar.
Curaferrum passou a aconselhar o as vezes desatento Etrius
Antecedentes: Curaferrum é relativamente um novato sobre os pontos cruciais na administração de uma capela. Ele se
tanto nas fileiras de magos como de cainitas. Com excelentes viu respondendo uma série de perguntas estranhas e sutis,
instintos políticos e incansável energia, ele acumula poder em feitas no curso de alguns meses, diretamente pelo líder da
Ceoris. capela. Etrius, finalmente satisfeito com suas respostas,
Ele nasceu próximo a Minsk em 1098 com o nome de Yan, abordou a questão secreta dos cainitas Tremere. Curaferrum
filho de Symon. Seu pai era um fazendeiro, mas seu irmão mais
engoliu a seco quando soube da verdade, mas vendo que era o
velho, Frantsyk se tornou um mercador itinerante. O irmão de
Yan viajou pela Europa Oriental vendendo relíquias sagradas único caminho para ter mais poder dentro da casa,
(apenas uma pequena fração delas era autêntica) para nobres imediatamente consentiu o abraço. Etrius designou como
abastados. senhor de Curaferrum um taumaturgo agora desaparecido
Vendo com horror uma vida futura entre porcos e galinhas, chamado Pervicax. Seis anos depois, em 1146, Etrius designou
Yan decidiu seguir os aparentemente gloriosos passos de seu Curaferrum como Castelão. Malgorzata fez objeções
irmão. Conforme construíam sua lista de patronos, descobriram fervorosas, mas não tinha meios de impedir.
que um certo número de indivíduos interessados em ossos de Nas 5 décadas seguintes, Curaferrum se tornou
santos e pedaços da verdadeira cruz também desejavam outros gradativamente insistente sobre seus privilégios como Castelão
itens exóticos: ovos de basiliscos, chifres de unicórnios e alguns e menos astuto quanto a manter e expandir seu poder. A facção
cristais de formação natural. Depois de Frantsyk morrer em 1125 conspiradora o despreza tanto quanto pode sem provocar uma
nas mãos de um cliente a quem havia enganado, Yan decidiu intervenção direta de Etrius. Tosia o considera um imprudente
deixar de lado os itens falsos e explorar seu talento natural em
manipulador e se arrepende de tê-lo deixado cruzar os portões
localizar itens imbuídos com o que seus clientes chamavam de vis.
Em 1128 um cliente de Yan negociou informação por um de humor Mons. Outros magi mortais o vêem como um novato
punhado de pedras de Yan imbuídas de vis. O cliente o contou arrogante elevado além de sua posição. Aprendizes mortais
sobre uma capela na Transilvânia, governada por uma honesta fazem dele uma figura de piada, imitando seu comportamento
maga chamada Tosia. Esta capela, chamada Umor Mons, teria esnobe e sua exigente devoção com regras insignificantes. Sua
toda a vis que Yan pudesse desejar e ele seria recompensado arrogância e insaciável autoconfiança o impedem de ver o que
enormemente por ela. Yan se dirigiu para a capela de Tosia. os habitantes de Ceoris pensam a respeito dele.

80
 Ele é muito cauteloso para conspirar por conta própria
contra seus inimigos dentro da casa. Ele só agirá contra
Jervais e Malgorzata com a sanção de Etrius ou Tremere.
Ele quer se estabelecer numa posição maior do que
castelão em Ceoris e espera provar sua ampla acuidade
política trazendo um enviado de outro clã para Ceoris
Imagem: Curaferrum usa uma humilde túnica marrom
como a de Etrius, mas a adorna com jóias e enfeites feitos de
pêlos. Além disso usa um elaborado chapéu de couro
bordado com símbolos místicos. Embora ainda possua uma
aparência jovem, Curaferrum usa uma longa barba, com o
intento de parecer sábio e imponente.
Dicas de interpretação: Ordem é o seu lema. Você
acredita na pirâmide de autoridade que Tremere decretou.
Sua meta é impor controle aos incontroláveis e geniosos
habitantes de Ceoris, que de outro modo estariam perdidos.
Eles são tolos que estariam mortos se não fosse seu reforço das
sábias políticas de Etrius. Algum dia eles verão o que você fez
por eles e se curvarão agradecendo. Etrius é o mestre mais
admirável. Você não liga quando zombam de sua pessoa, mas
fica furioso quando não demonstram o devido respeito a
Etrius. Você nem consideraria trair Etrius ou Tremere; tal ato
seria uma nojenta hipocrisia.
Segredos: Uma rede de servos carniçais se reportam a
Curaferrum. Através deles, Curaferrum descobriu algumas
coisas interessante sobe os magi mortais. Ele sabe que Tosia e
a outra magi cristã estiveram se encontrando secretamente e
conversando em sussurros com olhares apreensivos. Ele
também sabe que Biturges mantém um tipo de carta
escondida em sua pessoa, e está muito curioso sobre seu
conteúdo.
Influência: Curaferrum gerencia as atividades noturnas
de Ceoris. Nesta posição, ele tem influência considerável.
Entretanto depende completamente de Etrius para ter este
poder, pois falhou em cultivar aliados fiéis somente a si
próprio.
Destino: Curaferrum é retirado da posição de castelão
em 1250, quando Goratrix e Malgorzata o enquadraram e a
um de seus aprendizes. Acusado de ser cúmplice num
incidente onde um Gangrel guerreiro não apenas penetrou
em Ceoris como quase chegou na câmara do próprio
Tremere, Curaferrum passou 5 anos numa catacumba
sofrendo torturas periódicas. Contudo Ceoris caiu em
indisposição e confusão sem ele, e Tremere oficialmente
perdoou sua traição inexistente em 1255. Curaferrum
permanece como castelão até 1476, quando Virstânia levou
suas amadas gárgulas até sua câmara. Elas o penduraram e
Virstânia bebeu o sangue de seu coração como um ato final de
desdém pela hierarquia do clã. Ardan de Golden Lane, o
mestre de uma pequena capela em Praga, assumiu o posto
depois da revolta das gárgulas.
Clã: Tremere
Senhor: Pervicax
Natureza: Autocrata
Comportamento: Autocrata
Geração: 8ª
Abraço: 1140
Físicos: Força 2, Destreza 2, Vigor 2
Sociais: Carisma 2, Manipulação 4, Aparência 1
Mentais: Percepção 3, Inteligência 5, Raciocínio 3
Talentos: Esquiva 1, Intimidação 2, Liderança 3, Subterfúgio 3
Habilidades: Herbalismo 4, Armas Brancas 1
Conhecimentos: Acadêmicos 2, Linguística 2 (grego e
romeno), Medicina 2, Ocultismo 3, Política 2, Ciência 2,
Senescalismo 3
Disciplinas: Auspícios 2, Dominação 2, Taumaturgia 4
Trilhas Taumatúrgicas: Trilha das Proteções 4, Rego
Mágica 3. Rego Mortus 2, Rego Tempestas 2
Antecedentes: Mentor 4, Lacaios 5, Status 4 (entre os
Tremere)
Virtudes: Consciência 2, Autocontrole 3, Coragem 3
Caminho do Cavaleiro: 6
Força de Vontade: 7
Eosara LÍder de Guerra de Ceoris
Antecedentes: Eosara nasceu numa vila fora de Bistritz em
1116. Sua mãe era uma vítima de estupro de 14 anos, filha do
dono de um moinho. Ela morreu no parto e os avós de Eosara o
trataram como se ele fosse de algum modo responsável pelo
estupro e morte de sua filha. Eles nunca se cansavam se
amaldiçoar o mercenário portando um machado de rosto
severo que uma noite adentrou no moinho e tirou-lhes a filha. A
misteriosa figura com cabelos revoltos e armadura escurecida
pelo fogo, povoava a imaginação de Eosara. Ele decidiu que se
tornaria um guerreiro mercenário, para que um dia encontrasse
e lutasse ao lado de seu pai brutal. Tão logo teve idade o bastante
para ser capaz de levantar um machado de batalha, saiu de casa
em busca de batalhas a serem travadas. Ele perguntava a
soldados companheiros se haviam visto seu pai. Todos davam
de ombros e o davam vagas pistas que o levavam a mais guerras
ainda mais longe de casa. Em 1137 ele estava muito longe de casa
e havia se tornado um mercenário experiente. Ele lutou junto
com o povo de Pisa no saque a Amalfi naquele ano. Em 1144 ele
lutou por Alonzo de Portugal, que tomou Lisboa dos
Muçulmanos. Em 1160, usou seu machado por Frederick
Barbarossa e ajudou a arrasar Milão.
Poucos meses depois, numa taverna espanhola, ouviu por
alto um grupo de homens de péssimo estado gabando-se de seus
feitos malignos do passado. Um deles, o mais franzino do grupo,
listava todos os seus estupros. Dentre eles estava descrito com
detalhes inquestionáveis o ataque a mãe de Eosara. O jovem
estava chocado. Este não era um poderoso cavaleiro num
garanhão negro infernal. Mesmo em sua melhor forma, ele não
teria sido nada disso. Pelo relato do homem, ele havia sido um
covarde e oportunista saqueador, bandido e aproveitador.
Eosara pensou em matar o homem por desapontá-lo, mas não
conseguiu fazer nem isso. Ele decidiu voltar para casa.
81

Seu caminho de volta para a Transilvânia o levou para o meio
de uma batalha noturna entre estranhos guerreiros com os rostos
repletos de sangue. Alguns o atacaram, assumindo que era um
inimigo. Eosara se defendeu e sem perceber acabou incentivando
as forças acuadas do outro lado. No momento em que Eosara
subira em seu cavalo já prestes a decapitar um outro inimigo
também a cavalo, um trovão ecoou. Ele observou uma breve
imagem de si mesmo refletida numa poça lamacenta. Ele havia se
tornado a terrível imagem que sempre imaginava quando pensava
em seu pai. Ele arrancou a cabeça de seu inimigo e ergueu seu
machado bem alto, dando um urro de desespero e exultação.
O cainita liderando as forças Tremere, pelas quais Eoasara
lutara sem saber, havia sido morto antes da chegada de Eosara. O
segundo líder em comando das forças Tremere, um dos carniçais
de Curaferrum, agradeceu Eosara e lhe disse que seus mestres
certamente o recompensariam com um cargo. Avaliando que o
destino o havia trazido até aquele momento, Eosara concordou.
Ele seguiu as tropas até Ceoris, onde se encontrou com o castelão e
foi nomeado sargento. Eosara rapidamente mostrou sua iniciativa
e habilidade. Curaferrum fez dele carniçal seis meses depois, e o
abraçou em 1167.
Como capitão da guarda, Eosara fez de si mesmo um
elemento indispensável à defesa de Ceoris. Ele representava
conhecimento e experiência de primeira mão sobre batalhas a um
grupo dominado por feiticeiros e acadêmicos. Embora leal a
Curaferrum e a Etrius, começou a se entediar do papel limitado
que exercia em Ceoris.
82
Ele queria abraçar novos guerreiros e realizar um grande
ataque as fortalezas Tzimisce. Na mente de Eosara, seus mestres
viam a guerra como um incômodo temporário digno de
atenção somente quando esta chega a seus portões. Ele sabia
que o modo de lidar com um inimigo é destruí-lo
completamente, e tomar a iniciativa sobre ele. Jervais passou
tempo com Eosara e ouviu sobre estas reclamações. Eosara tem
suspeitas sobre o homem, mas espera usar o alarde de sua
conspiração para incitar seus mestres a tomarem ações mais
decisivas.
Imagem: Eosara é um homem gigante com ombros de urso
e cabelos encaracolados negros e oleosos. Uma barba rala cobre
seu queixo e pescoço. Uma grande veia palpitante desce por sua
testa, apontando para seu grande nariz. Os olhos em seu crânio
são tão escuros como o carvão. Ele usa armadura pesada, seu
peitoral tem por ornamento um elaborado desenho de uma
cobra serpenteando por um crânio e costelas humanos. Ele
carrega consigo seu grande machado aonde quer que vá,
inclusive frequentemente esquecendo que o está segurando.
Dicas de interpretação: remoer o passado danifica a
confiança de um homem. Você não é do tipo que lamenta o
caminho que escolheu ou que considere as ironias de sua vida.
O destino o trouxe a Ceoris e te transformou num vampiro. O
destino não é algo para se brincar. Ele o transformou num
poderoso guerreiro. Você nasceu para lutar e para liderar. Isto é
o que você faz, seu destino se cumpre nas batalhas. Seu único
problema é a inabilidade de seus mestres em ver o que precisa
ser feito para derrotar os inimigos. Você fará o que for preciso
para convencê-los. E então mostrará o que um verdadeiro
guerreiro é capaz de fazer.
Segredos: Eosara ficou atraído por Meerlinda, membra do
conselho interno e líder da capela de Londres, quando a
conheceu. Ela o bajulou ao buscar seu aconselhamento em
assuntos militares. Em pouco tempo ele havia concordado em
manter um olho em Etrius a mando de Meerlinda e reportar
qualquer sinal de que pudesse estar agindo contra Goratrix sem
a aprovação de Tremere. Ela lhe apresentou esta proposta de
modo que esta cooperação não soasse como se ele estivesse
sendo num um pouco desleal. Afinal ela queria o melhor para
Etrius e buscava apenas protegê-lo de si mesmo. Meerlinda deu
a Eosara uma concha marinha prateada na qual podia sussurrar
qualquer revelação que quisesse compartilhar com ela.
Influência: Eosara chefia as operações militares de Ceoris,
mas tem pouco interesse na política. Ele se reporta agora a
Curaferrum, mas seria leal a qualquer castelão devidamente
nomeado sem qualquer resmungo de desaprovação. O castelão
ainda não renovou o voto de sangue e, portanto este
enfraqueceu para um respeito em relação a hierarquia, e não ao
homem.
Destino: Eosara se torna o supervisor militar de toda a
Ceoris para os Tremere durante sua batalha contra os magi
herméticos que começa em alguns anos. Embora
frequentemente saia de Ceoris para supervisionar cercos a
capelas rivais, esta permanece como sua habitação principal.
Ele lutou bravamente quando as gárgulas se rebelaram e
quando a revolta anarquista sacodiu o mundo vampírico.
 Entretanto nunca se tornou um taumaturgo e veio a
perceber seu status em lenta erosão. Em 1720 sai da capela de
Viena e se junta aos Tremere antitribu de Goratrix.
Clã: Tremere
Senhor: Curaferrum
Natureza: Bárbaro
Comportamento: Defensor
Geração: 9ª
Abraço: 1167
Idade Aparente: 40 e poucos anos
Físicos: Força 4, Destreza 3, Vigor 3
Social: Carisma 2, Manipulação 2, Aparência 2
Mental: Percepção 3, Inteligência 2, Raciocínio 3
Talentos: Prontidão 2, Esportes 2, Briga 2, Esquiva 2,
Intimidação 3, Liderança 2
Habilidades: Empatia com animais 1, Arqueirismo 2, Armas
brancas 3, cavalgar 3, Furtividade 2, Sobrevivência 1
Conhecimentos: Investigação 1, Linguística 3 (espanhol,
Italiano e francês), Senescalia 1
Disciplinas: Auspícios 1, Dominação 2, Fortitude 2, Potência 2
Antecedentes: Mentor 3, Lacaios 3, Status 2 (entre os
Tremere)
Virtudes: Consciência 4, Autocontrole 3, Coragem 5
Caminho da Humanidade: 4
Força de Vontade: 10
Ela direcionou sua pesquisa de migração de alma para o
Epistasia, CaÇadora esforço de conter o declínio nas magias Tremere eficazes. Em
1011, ela acusou o aprendiz de Paul Cordwood, Vincius, de
Usurpadora colocar mau-olhado nela, arruinando uma demonstração que
Antecedentes: As pesquisas mágicas de Epstatia ela havia encenado diante dos magos reunidos de Ceoris. Ele
deixaram-na apenas com lembranças obscuras de sua infância, um logo foi encontrado estrangulado em sua cama. Embora
fato que dificilmente a perturba. Às vezes, imagens peculiares vêm suspeita do assassinato, nenhuma prova foi apresentada contra
a ela em sonhos, que podem ser extraídas de suas memórias ela. Goratrix frustrou tentativas de investigar mais, exigindo
desaparecidas. Talvez ela fosse filha de um senador durante os que ela abandonasse suas pesquisas para ajudá-lo nas dele. Ele a
últimos dias do Império Romano. Ou talvez um oráculo cuidando fez ajudá-lo a lançar sua consciência no espaço astral. Foi
de um templo antigo. Não importa. Ela sabe que é uma maga durante esses experimentos que ela contatou as duas entidades
Tremere há muito tempo, o que é tudo que importa para ela. que ensinaram a Goratrix partes-chave do ritual de
Desde que ela se lembra, ela tem sido obcecada pela ideia de transformação – ou pelo menos é o que ela afirma.
que almas fracas podem ser temporariamente deslocadas de seus Epistatia não gozava de posição suficiente na casa para
corpos, que poderiam então ser operados à distância pela mente garantir sua participação na cerimônia de transformação. Mas,
superior de um mago. Ela acha que talvez ela escolhesse apenas imediatamente depois, ela se tornou a primeira fora do
criminosos como cobaias para seus experimentos. Infelizmente, Conselho Interno a ser Abraçada quando Goratrix a sangrou
os rebeldes e os bandidos tendiam a manifestar vontades fortes e sem a permissão dos Tremere. Desde que ela sabia sobre o ritual,
independentes, o que tornava difícil desalojar as suas almas. Há sua única outra escolha teria sido matá-la, e ela provou ser útil
cerca de duzentos anos, ela decidiu que os interesses do demais para isso. Epistatia não se lembra de ter feito objeções à
conhecimento exigiam que ela utilizasse camponeses de vontade sua nova condição.
mais fraca e outros supostos inocentes de pouco valor para Deus Por vários anos, os Cainitas de Ceoris festejaram
ou para o homem. Escondendo suas maquinações do mestre de indiscriminadamente. Mas logo eles perceberam por que havia
sua capela, ela pagou bandidos para capturar vítimas para seu uso tão poucos vampiros no mundo; as vítimas tornaram-se escassas
experimental. Ela continuou esse hábito depois de se mudar para a quando caçadas abertamente. Então os Tzimisce bateram nas
capela de Etrius em Viena, em meados do século X. Suas portas de Ceoris. Epistatia se ofereceu para se tornar dona da
anotações dizem que Etrius descobriu suas atividades em 990. Ele
caça, organizando grupos de ataque para capturar um grande
a baniu de sua capela; ela foi até Ceoris em busca da proteção de
número de vítimas em caçadas únicas. Eles seriam então levados
Goratrix. Goratrix a envolveu na guerra contra os magos da Casa
de volta para Ceoris e mantidos acorrentados, fornecendo
Diedne, recompensando seus sucessos com camponeses para
sangue para o resto de suas vidas.
fazer experiências.

83
 Desde que se tornou mestra da caça, Epistatia continuou suas
investigações sobre a migração de almas. Se, no decorrer de suas caçadas, ela
encontrar vampiros que ela acha que podem ser úteis para Ceoris – ou
fornecer insights sobre a mecânica da alma – ela pode trazê-los para a capela,
voluntariamente ou não.
Imagem: Epistasia é uma mulher baixa, desajeitada, com uma
face pálida e sem expressão. Seu nariz é fino e reto, seus olhos são
ligeiramente afastados, sua boca é murcha e indefinida. Seus longos
cabelos amarelos esbranquiçados descem de sua cabeça em mechas
despenteadas. Ela usa vestidos largos e sem forma de tecido marrom
claro. Suas características permanecem plácidas e tranquilas mesmo
quando comete terríveis crueldades.
Dicas de Interpretação: A única coisa importante para você é a
sua pesquisa. Qualquer coisa feita para desenvolvê-la é justificável.
Tornar-se uma vampira a manteve viva para continuá-la, e pode dar
importantes perspectivas na natureza física da alma. Você assume os
deveres de caçadora porque são necessários. Eles a mantêm
alimentada, e impedem que outros magos, que são dos tipos
invejosos e intrometidos, de atrapalhar os seus trabalhos. As vidas
das pessoas que você captura raramente são dignas de preocupação.
Você não deve formar laços com seus colegas; lealdade é um
caminho que requer alianças. Mantenha os outros a distância, e
sempre cuide do poder de sua posição.
Segredos: embora Epistasia admita ter uma memória falha,
esconde de seus colegas a verdadeira extensão de sua amnésia. Outro
fato que ela esconde é que foi inicialmente contatada pela entidade
“Estrelas Além” em 1007, cinco anos antes dos experimentos que
culminaram na transformação. A entidade entrou em contato
quando Epistasia tentava remover e aprisionar a alma de um
indivíduo capturado, oferecendo conhecimento em troca de seu
silêncio. A entidade forneceu novas perspectivas para pesquisa,
algumas das quais com relação direta com os vampiros antigos que
Tremere e Etrius estavam caçando na época.
Influência: Mesmo com a saída de seu patrono, Goratrix,
Epistasia mantém uma posição inatacável na capela. Os cainitas de
Ceoris podem desfrutar dos benefícios de sua nova existência, mas
não gostam de considerar seus custos. Eles são gratos que Epistasia
os alivie da vergonha, do perigo e da perturbação envolvida na caça a
seres humanos. Epistasia alega desinteresse nos assuntos maiores da
casa, professando neutralidade em relação a disputa entre os
conservadores e conspiradores. Na verdade, ela frequentemente faz
favores em oculto para ambos os lados, de modo a proteger sua
posição. Nisto, ela emula o modo como Tremere joga uma facção
contra a outra.
Destino: Epistasia desaparece em 1282, e presume-se que foi
derrubada por magos mortais, que na época estavam em guerra
contra os Tremere. A verdade é que Epistasia sucumbiu
completamente aos efeitos de sua amnésia, e esqueceu
completamente sua existência como membro da Casa. Ela vagueia
de cidade em cidade, permanecendo periodicamente em alguns
lugares por curtos períodos, adotando diversos papéis que a
permitam uma existência e alimentação noturna sem ser detectada.
Em 1932 ela se torna proprietária de uma empoeirada loja de
conveniências em Baltimore, Maryland. Ela administra sua loja até
os dias de hoje, capturando os desabrigados ocasionais e os ladrões
para se alimentar. Ocasionalmente, imagens curiosas de um terrível
castelo na montanha aparecem em seus sonhos.
84
Clã: Tremere
Senhor: Goratrix
Natureza: Fanática
Comportamento: Inovadora
Geração: 6ª
Abraço: 1022
Idade Aparente: 60 e poucos
Físicos: Força 3, Destreza 4, Vigor 3
Sociais: Carisma 2, Manipulação 2, Aparência 1
Mentais: Percepção 3, Inteligência 4, Raciocínio 2
Talentos: Prontidão 4, Atletismo 3, Briga 3, Esquiva 3,
Intimidação 4, Liderança 3, Subterfúgio 2
Habilidades: Empatia com animais 1, Arqueirismo 2,
Herbalismo 1, Armas Brancas 4, Cavalgar 2, Furtividade 3,
Sobrevivência 2
Conhecimentos: Acadêmicos 3, Linguística 2 (grego,
aramaico), Medicina 2, Ocultismo 5, Política 2, Ciência 2,
Senescalismo 1
Disciplinas: Auspícios 4, Dominação 4, Taumaturgia 6
Trilhas Taumatúrgicas: Creo Ignem 3, Perdo Magica 2,
Capturar o Medo da Alma 2, Rego Elementum 2, Rego
Mortus 2, Rego Tempestas 3, Rego Vitae 5, Caminho da
Passagem 4
Antecedentes: Status 3 (entre os Tremere)
Virtudes: Convicção 4, Instintos 2, Coragem 3
Caminho do Demônio: 6
Força de Vontade: 7
Etrius, Lorde de Ceoris
4ª Geração – cria nominal de Tremere
Natureza: Tirano
Comportamento: Conformista
Abraço: 1022
Idade Aparente: Início dos 30
Nascido fora de Gothenborg , Suécia, em 850, Etrius era uma
criança estudiosa e reclusa de um viking bronco que foi um dos
primeiros cristãos convertidos naquelas terras. O pai de Etrius
serviu como protetor e patrono de Ansgar, o bispo alemão que fez a
primeira viagem missionária oficial para a Suécia em 869. Ansgar
causou uma grande e boa impressão no maleável e jovem Etrius,
vendo-se fortemente atraído pela doutrina cristã. Mesmo no
começo, sua fé era idiossincrática. Sua crença principal consistia
em sua própria santidade. Como um santo em formação,
frequentemente perdoava em si mesmo transgressões que
condenaria em terceiros. Avaliando que o primeiro passo da
canonização era vestir as túnicas do clero, decidiu tornar-se um
sacerdote. Isso seria uma tarefa difícil na ainda pagã Suécia. Seu pai
o enviou a uma peregrinação para Roma. Em poucos dias de
jornada, os peregrinos foram atacados pelos inimigos do pai de
Etrius. Etrius foi levado como escravo e eventualmente vendido na
longínqua Constantinopla. Etrius sabia que tudo era parte do
grande plano de deus para ele. Seu comprador foi Tremere, que
imediatamente identificou nele tanto um talento cru para a magia,
como uma aptidão para acatar ordens.

Tremere fez de Etrius seu aprendiz, o primeiro desde a falha
terrível em sua tentativa de dominar a Ordem de Hermes.
Etrius permaneceu ao lado de Tremere muito depois de já ter
se provado como um magus poderoso. Tremere tolerava sua
retórica cristã, ocasionalmente alfinetando-o ao lembrá-lo do
antagonismo da igreja em relação aos feiticeiros. Etrius não achava
apropriado explicar que o Senhor certamente queria que ele se
tornasse um magus.
Por qual outra razão teria arranjado o destino de Etrius do
modo como fez?
A arrogância de Etrius cresceu quando foi capaz de deter seu
próprio envelhecimento, vivendo mais do que seus
contemporâneos. Ele colocou de lado a ideia de beatificação
iminente, ao concluir que deus teria um propósito maior para ele do
que a de um mero santo. Em meados de 900, começou a agir como
se qualquer ação que realizasse fosse do agrado de deus por
definição. Em 962 reduziu a cinzas um informante que desejava
revelar um pequeno plano de Tremere para um magi rival. Ele se
justificou dizendo que se os discípulos estivessem dispostos a matar
por ele, Cristo nunca teria sido crucificado. Tremere sorriu ao ouvir
isso.
Quando Etrius conheceu Goratrix, enquanto ainda era
aprendiz, os dois detestaram-se mutuamente a primeira vista.
Tremere o havia preparado para detestar seu predecessor. Etrius viu
em Goratrix toda a malignidade que se julgava imune. Goratrix o
considerou um hipócrita de proporções bíblicas. Quanto mais
habilmente Goratrix apontava as falhas da teologia conveniente de
Etrius, mais Etrius a ela se apegava. Etrius, percebendo que Goratrix
desejava eclipsar Tremere, começou a considerar sua lealdade ao
mestre como a maior virtude de todas.
Etrius construiu a pequena capela de Vienna em 920, e era seu
frequentemente ausente, embora mestre nominal até 1022.
Durante o exercício do cargo, ele silenciosamente quebrou
o banimento tácito hermético contra o envolvimento em
assuntos da política mortal ao ajudar o rei alemão (e
posteriormente Imperador Romano) Otto o Grande contra as
hordas Magyar na batalha de Lechfeld em 955. Ele assim o fez
como parte de seu plano de cultivar contatos dentro da igreja
austríaca e dentro das classes governantes. Embora os Magyares
tenham sido incomumente abertos à conversão cristã em 955,
Etrius os via como pagãos malditos tal como seus compatriotas.
Além disso, em seus anos em Viena, Etrius conheceu
Mendacamina, e se sentiu atraído por ela, numa paixão mútua
condenada e não realizada.
Em 980, assumiu o papel de líder secundário no ritual de
Goratrix para consagrar Ceoris. Ele decidiu colocar o membro
arrancado de Goratrix, humilhantemente dentro da boca do
Mago Ponticulus, que teve de ser decepado depois de cometer um
erro ritualístico. Depois disso, ele questionou os métodos de
construção de Goratrix, e criou o abismo que separa a capela da
montanha. Ele passou muito tempo em Ceoris durante seus dias
iniciais, para a consternação de seu rival, Goratrix. Em 996,
esnobou Goratrix ao provar que a magia estava diminuindo. Os
dois então competiram furiosamente para encontrar um meio de
contrabalancear o fenômeno.
Seu zelo em vencer levou Etrius a abandonar as proibições
de seu mestre a respeito do diabolismo. Ele tentou duplicar as
formas de conjuração de magia dos diabolistas sem de fato fazer
contato com demônios. Seus experimentos terminaram em
desastre em 1014, quando atraiu uma verdadeira horda de
demônios (e pode até ter aberto um portal para as esferas
infernais, forçando o abandono de um conjunto de laboratórios
para um hóspede infernal. Goratrix passou-lhe a frente em 1022,
trabalhando na magia que transformou a Tremere e sete de sua
Casa, incluindo Etrius e Goratrix, em vampiros. Etrius ficou
horrorizado e lamentou por sua alma imortal. Seus
companheiros trocaram olhares de consentimento e Etrius se
calou. (Suas objeções morais não tiveram longevidade. Em noites
posteriores, com a saída de Goratrix e com o vampirismo como
centro da existência Tremere, Etrius seria capaz de ir tão longe a
ponto de assumir a autoria da elaboração do grande ritual).
Em 1024, o fantasma de Ponticulus apareceu diante de
Etrius para alertá-lo de que Goratrix havia compactuado com
entidades de outros mundos para elaborar a cerimônia de
transformação. Ponticulus insistiu que Etrius convencesse os
outros participantes do ritual a cometer suicídio, para que a
magia não fosse destruída em todo o mundo. Etrius há muito já
esperava a aparição de Ponticulus e tomou uma ação para
escravizar o fantasma, mas falhou. Ponticulus escapou e decidiu
revelar os segredos dos Tremere para os Tzimisce.
Etrius retornou para sua luta contra Goratrix, insistindo por
cautela, conforme o clã se movia e abraçava novos membros.
Etrius argumentava que não se poderia confiar naqueles
abraçados sem consentimento. Ele obscureceu a sabedoria
estratégia de seu plano ao disfarçar suas objeções em termos
religiosos. Como Tremere não interferiu, Etrius e Goratrix
travaram uma guerra mortífera um com o outro. Em 1036,
quando o conflito ameaçou expor publicamente os Tremere, o
próprio Tremere entrou em cena e usou o conflito como pretexto
para submeter todos os 7 do Conselho Interno ao Laço de
Sangue. Etrius considerou isso como um bom resultado.
85
 Tremere levou Etrius consigo em sua épica jornada para
aprender mais sobre os vampiros e seus costumes. Pelo ano de
1026, ambos já estavam ativamente rastreando e capturando
matusaléns, para que também o conselho dos 7 pudesse
diablerizá-los. As petições de Etrius para que Goratrix fosse
excluído dos benefícios de suas buscas foram em vão.
Em 1133, Etrius auxiliou Tremere a encontrar e matar
Saulot. Alguma parte de sua consciência há muito enterrada lhe
dizia que este era o maior crime de todos, e que ele deveria parar.
Contudo, Tremere estava ansioso por ir adiante e com certeza
Goratrix o ajudaria se Etrius não o fizesse. Ele segurou o ancião
dormente enquanto Tremere bebia seu sangue. Todas as dúvidas
remanescentes desapareceram quando Tremere o recompensou
ao dar-lhe Ceoris e ao enviar Goratrix para Paris.
Contudo, ao assumir o comando da capela, Etrius percebeu
que as forças de Goratrix ainda estavam ativas. Malgorzata era
especialmente perturbadora, uma cria manipuladora do mestre
exilado e que estava faminta por subir na hierarquia. A facção
conspiradora continuou a ignorar suas ordens de ir devagar e
abraçar somente magos que consentirem com o vampirismo. O
conflito continua até o presente momento.
Jervais, o ceifador de vis
Antecedentes: O pai de Jervais serviu como escriba na casa de
um nobre francês menor. Jervais nasceu em 1070 e foi educado para
seguir a carreira do pai. O mestre de seu pai desfrutava de algumas
conexões exóticas e, em 1085, providenciou para que Jervais fosse
colocado como escrivão na capela Tremere de Paris. O bibliotecário Embora Jervais estivesse presente, Etrius não o reconheceu
de lá o encarregou de copiar vários textos. Jervais achou os nem se dirigiu a ele diretamente. Jervais ainda cuida desse
manuscritos ocultos que copiou difíceis, mas interessantes. Os desprezo.
magos de lá viram uma centelha de talento mágico em Jervais, embora Desde o seu Abraço, Jervais continuou a farejar vis. Ao
não o suficiente para se preocuparem em cultivar. Alguns gostaram distribuir isso aos magos mortais, ele trabalha para ganhar a
dele e lhe mostraram alguma gentileza; a maioria o desprezava da confiança deles. Sua amante permite que seu prazer em
maneira arrogante dos mágicos nobres. aterrorizar mortais tome rédea solta sobre sua necessidade de
Em 1088, Malgorzata visitou a capela de Paris com Goratrix. conquistá-los para seu lado. Jervais apresenta o rosto mais
Jervais desmaiou ao vê-la, com os joelhos cedendo ao absorver sua amigável da facção. Ele sugere aos magos que não foram
beleza e terrível autoridade. Ele se aproximou dela e disse que nada transformados que existem segredos que, quando revelados,
mais lhe agradaria do que colocar-se totalmente à sua disposição. mostrarão que ela é uma autoridade benevolente, com seus
Malgorzata, apreciando seu servilismo, viu nele o que os outros não verdadeiros interesses sempre em mente. É Etrius, ele explica, que
viam. Jervais tinha talento, mas só poderia florescer sob a mão de um eles deveriam realmente temer. Sua inação irá condená-los
mestre firme e inflexível. Malgorzata sabia de tudo isso; na época ela enquanto a magia desaparece do mundo. Jervais avalia
era um ghoul de Goratrix. Ela levou Jervais de volta para Ceoris para cuidadosamente as reações dos seus ouvintes às suas sugestões.
se tornar seu aprendiz. O encantamento de Jervais pela sua nova Magos que parecem especialmente desdenhosos de Etrius
amante deu-lhe a motivação necessária para avançar nas artes tornam-se candidatos ao Abraço dos conspiradores.
herméticas. Logo ele provou que seus empregadores parisienses Imagem: Jervais, de estatura e constituição medianas, olha
estavam errados ao tê-lo ignorado. Ele mostrou um talento especial para o mundo com olhos míopes. Sua cabeça e mandíbula
para cálculos esotéricos e fez avanços importantes nas técnicas para quadradas são emolduradas por uma franja de cabelo castanho e
uma barba bem aparada. Embora vá adquirir uma aura de ameaça
descobrir a substância mágica conhecida como vis. No exato com o passar dos séculos, atualmente ele projeta o ar ligeiramente
momento em que esse precioso “combustível” se tornava mais raro, inepto de um homem gentil, mas maltratado. Isto desmente
ele encontrou novos estoques. Ele também estudou formas de coletar completamente a sua verdadeira natureza como um sedutor
essas delicadas frutas, pérolas e outras formas de vis. Seu pronto político talentoso.
acesso aos suprimentos do material que desaparecia rapidamente fez Dicas de Interpretação: Embora Malgorzata continue
com que os outros magos ficassem em dívida com ele – e, através dele, sendo sua deusa (você ainda é seu escravo), seus anos como
com Malgorzata e Goratrix. Em 1102, cinco anos após seu próprio Cainita lhe deram maior confiança. Agora você sabe que há certas
Abraço, Malgorzata o sangrou, com a aprovação de Goratrix. Uma coisas, como persuadir magos mortais, que você faz melhor do
visita de Etrius deu a Jervais motivos pessoais para não gostar dele. que ela. Isso lhe agrada e lhe dá esperança para o futuro. A maior
Etrius questionou a decisão de Goratrix de Abraçar Jervais porque ela ameaça a esse futuro é Etrius, que se opôs ao seu Abraço após o
não havia sido aprovada por Tremere. fato. Dá-lhe grande satisfação miná-lo.

86
Sua maior esperança é que um dia Malgorzata e Goratrix lhe dêem a Malgorzata, a Conspiradora
chance de destruí-lo. Antecedentes: Malgorzata, sob seu nome de nascença Malana,
Segredos: Jervais mantém algumas informações em trabalhou arduamente como serva dos ocupantes húngaros que
segredo, mesmo de Malgorzata. Jervais conhece pelo menos 4 invadiram a Romênia e destituíram sua família da posição de
reservas de vis dentro de um dia de viagem de Ceoris, o qual
nobreza. Seus pais poderiam ter mantido seu status caso estivessem
pode fazer a colheita, caso alguma emergência exija que ele
suborne algum mago mortal. Ele também compreende as dispostos a se converter da adoração ortodoxa para a fé do ocidente
ambições e medos dos magos mortais melhor do que qualquer dos húngaros. Ainda que ela, como a sexta filha, viesse a desfrutar
outro cainita em Ceoris. Ele sabe até que Tosia e Omnifer apenas de um status menor caso os húngaros não tivessem invadido,
suspeitam de Etrius em relação ao diabolismo, mas ainda não os pais de Malgorzata colocaram nela um forte ressentimento. Eles a
compartilhou isto para Malgorzata. Ele teme que sua adorada ensinaram que seu verdadeiro destino havia sido roubado, e que os
senhora possa agir agressivamente ao encorajar Tosia; afinal, se a sacerdotes da igreja católica tinham uma parcela de
ordem hermética os descobrir, sua ira inquisitória não poupará responsabilidade.
nenhuma facção. Entretanto, quando seus pais a venderam para um estrangeiro
Influência: Jervais é bem quisto pelos magi mortais e tem usando uma capa e que andava com um ar de poder inato,
um poder significativo sobre eles por causa de seu acesso a vis. Malgorzata não se sentiu traída e sim justificada. Ela sabia que este
(ele tem acesso ao equivalente a 40 pontos armazenados e pode homem, Goratrix, tinha a chave para que ela pudesse recuperar o
conseguir mais). Os cainitas de Ceoris o consideram apenas status e autoridade que seus desafortunados pais haviam perdido.
como um serviçal de sua senhora, mas Malgorzata lhe confia De sua parte, Goratrix viu poder na garota. Seu potencial místico
importantes tarefas além da coleta de vis. Por diversas vezes ele
era tão grande que ele conseguia cheirar o ar ardendo ao redor da
viajou como seu mensageiro para várias cidades na Hungria e
Transilvânia. garota. Ela aprendeu rapidamente, surpreendendo Goratrix com
Destino: Jervais é seriamente ferido durante a revolta das suas exigências famintas por sua atenção. Aos treze anos ela já era
gárgulas em 1476 e fica em torpor por muitos anos. Em 1653 ele uma maga completa. Ela combinou seu próprio nome, o de seu
ressurge, aparentemente tendo feito as pazes com Etrius diante mestre e o de uma deusa local maligna para dar a si mesma o nome
do desaparecimento de sua senhora Malgorzata. Ele deu de Malgorzata.
continuidade aos interesses Tremere ao obscurecer o primeiro Quando se tornou uma cainita em 1022, Goratrix não
ministro da França, Cardeal Mazarin. Ele encontra sua morte conseguiu ocultar dela a sua transformação. Ela implorou por este
final em 1931, queimado por republicanos espanhóis agindo dom de imortalidade. Embora Goratrix não tenha cedido
aparentemente sob ordens de Goratrix. imediatamente a suas súplicas ferventes, ele arriscou sofrer a fúria de
Clã: Tremere Tremere ao transformá-la em sua carniçal, violando um edito do
Senhor: Malgorzata feiticeiro mais antigo.
Natureza: Arquiteto
Comportamento: Tirano
Geração: 7ª
Abraço: 1102
Idade Aparente: Metade dos 30
Físicos: Força 2, Destreza 2, Vigor 2
Sociais: Carisma 3, Manipulação 3, Aparência 2
Mentais: Percepção 4, Inteligência 3, Raciocínio 3
Talentos: Prontidão 1, Esportes 1, Briga 1, Esquiva 1,
Subterfúgio 3
Habilidades: Empatia com Animais, Arqueirismo 1, Etiqueta 2,
Herbalismo 1, Armas Brancas 2, Cavalgar 2, Furtividade 1,
Sobrevivência 2
Conhecimentos: Acadêmicos 2, Ocultismo (vis) 4, Política 2,
Senescalismo 1
Disciplinas: Auspícios 3, Taumaturgia 5
Linhas Taumatúrgicas: Perdo Mágica 4, Rego Aquam 3, Rego
Vitae 3, Caminho de Levinbolt 3
Antecedentes: Contatos 3, Mentor 2, Status 2 (entre os
Tremere)
Virtudes: Convicção 3, Instintos 3, Coragem 3
Caminho do Demônio: 6
Força de Vontade: 5

87
 Por décadas ela implorou que ele convencesse Tremere,
finalmente conseguindo ganhar o abraço 75 anos depois. Embora o
laço de sangue a tenha deixado infalivelmente leal a Goratrix, a espera
acabou por fazê-la acumular amargura para com Tremere. Ela também
aprendeu a odiar o capacho de Tremere, Etrius, a quem Goratrix
culpava pela cautela de seu mestre em abraçar magi fora do Círculo dos
Sete.
Três anos depois, Goratrix buscou sua ajuda na criação das
gárgulas. Ela trabalhou ao lado de Virstânia e Epistasia, mas as
considerou muito inclinadas a buscar tangentes acadêmicas e não
suficientemente cientes da necessidade imediata das armas que
trabalhavam para criar. Malgorzata as intimidou, por vezes admoestou
suavemente até o próprio Goratrix, para que eles mantivessem os olhos
no verdadeiro objetivo. Ela também supervisionou os esforços para
colocar armadilhas nas torres falsas de Ceoris, usando suas magias de
fogo para criar uma surpresa explosiva para qualquer um tolo o
bastante para pousar ali.
O exílio de seu mestre em 1133 para Paris enfureceu Malgorzata,
fazendo com que se lembrasse da forma como seus pais foram despidos
de seu direito de nascença. Ela queria ir com ele, mas Goratrix insistiu
para que ela ficasse como sua emissária. Concordando
relutantemente, ela fez um juramento de acelerar o abraço dos magi da
casa. Goratrix a assegurou de que isto é o que Tremere realmente quer,
e que por seus esforços ela assumirá o lugar de Etrius como mestre da
capela. Sua lealdade a Goratrix a impede de questionar a credibilidade
desta afirmação.
O distanciamento de Etrius em relação aos assuntos noturnos de
Ceoris dão muito espaço no qual Malgorzata possa atuar. Ela despreza
abertamente seu castelão, Curaferrum, obedecendo a seus editos
apenas quando lhe convém. Infelizmente, seus planos sofrem de uma
grande desvantagem: Os magi que abraça sem avisar previamente,
frequentemente a desprezam e ameaçam revelar a conspiração cainita
para os outros mortais. Therimna precisa então captura-los para a
transformação em gárgulas. A caçadora deixa seu prazer em fazê-lo de
forma muito óbvia para o gosto de Malgorzata.
Malgorzata tem um interesse especial em quaisquer enviados
rebeldes de outros clãs que venham a Ceoris. Ela tenta colocá-los em
seu círculo, com a esperança de frustrar as tentativas de Etrius de
superar os esforços diplomáticos de seu mestre.
Imagem: Malgorzata apresenta uma imagem de beleza fria e
autoritária. Seus olhos são da cor do céu limpo e gelado. Seus cabelos
castanhos são frequentemente adornados com joias de ouro reluzente
e com pedras preciosas. Dentro de Ceoris ela usa túnicas suntuosas de
mago. Quando está viajando ela se veste como uma mulher da nobreza
húngara.
Dicas de Interpretação: Goratrix é seu único igual. Tremere é
uma figura distante e caprichosa que deve ser temida. Todos os demais
que você conheceu, desde seus pais até o miserável Etrius, são tolos a
serem esmagados por seus pés. O poder é o único objetivo digno de ser
perseguido, e o medo que os outros sentem de você é mais prazeroso do
que o gosto de qualquer vinho. Mostre seu valor a Goratrix abraçando
o maior número de magi que puder. Quando forem cainitas, eles a
amarão pelo modo como os governará.
Segredos: Malgorzata conhecem bem os segredos de Ceoris,
incluindo os relativos às gárgulas de Virstânia.
Além disso ela guarda um segredo de Goratrix: Ele diz ter
encontrado um meio de chegar a um grande poder, e que irá
naturalmente compartilhar com ela quando for o momento certo.
88
Ela passou a organizar suas próprias buscas secretas por
alimento, para que Etrius não possa usar o controle de Curaferrum
sobre o rebanho da capela para submeter sua facção ao deixá-la
faminta. Ela mantém prisioneiros na caverna de uma montanha a
meio dia de viagem dos portões de Ceoris.
Influência: Malgorzata provoca o medo tanto em magos
mortais como em cainitas. Embora outros vampiros ambiciosos,
como Therimna, Epistasia e Paul Cordwood em algumas ocasiões
a sujeitem a golpes verbais e intrigas para envergonhá-la, nenhum
deles ousa atacá-la diretamente. Ela tem em Jervais um aliado leal, e
desfruta do apoio de Goratrix que, mesmo distante, nunca pode
ser subestimado.
Destino: Depois do afastamento das graças do clã em 1314.
Goratrix mantém contato ocasional com Malgorzata. Ela
permanece sendo seus olhos e ouvidos em Ceoris até a década de
1570, quando anarquistas Tzimisce a capturam numa invasão da
capela em declínio. Levada como prisioneira e torturada, ela revela
tudo que sabe sobre as defesas de Ceoris e sobre os planos de
Tremere. O próprio Goratrix, agora líder dos Tremere antitribu
do Sabá a encontra depois de diversas décadas de tortura. Ela olha
para ele pedindo um resgate, mas Goratrix lhe vira as costas e a
deixa. É bem possível que ela ainda esteja na mesma situação,
deformada e esquecida.
Clã: Tremere
Senhor: Goratrix
Natureza: Tirano
Comportamento: Autocrata
Geração: 6ª
Abraço: 1097
Idade Aparente: Início dos 20
Físicos: Força 3, Destreza 3, Vigor 4
Sociais: Carisma 1, Manipulação 5, Aparência 4
Mentais: Percepção 3, Inteligência 4, Raciocínio 4
Talentos: Atuar 2, Prontidão 2, Esportes 1, Briga 3, Esquiva 1,
Intimidação 3, Liderança 3, Subterfúgio 2 Habilidades: Etiqueta
2, Empatia com as Gárgulas 3, Herbalismo 2, Armas Brancas 2,
Furtividade 2 Conhecimentos: Acadêmicos 2, Investigação 3,
Linguística (grego) 1, Ocultismo 4, Política 3,Ciência
1,Senescalismo 1
Disciplinas: Auspícios 4, Dominação 4, Fortitude 1, Potência 2,
Taumaturgia 6
Linhas Taumatúrgicas: Creo Ignem 5, Perdo Magica 3, Rego
Vitae 4
Antecedentes: Mentor 4, Recursos 1, Lacaios 2, Status 3 (entre os
Tremere)
Virtudes: Convicção 4, Instintos 3, Coragem 3
Caminho do Demônio: 6
Força de Vontade: 7
Mendacamina,
a Dama de Ferro
Antecedentes: Mendacamina era conhecida como
Irmã Agnes quando, como jovem residente de um convento
nos arredores de Viena, descobriu pela primeira vez o seu
interesse pela vida vegetal. Ela construiu um grande jardim e
começou a coletar variedades de ervas medicinais.
 Embora alguns no convento considerassem que o seu
interesse desviava os olhos de Deus, a Madre Superiora encorajou
os interesses da Irmã Agnes. Irmã Agnes pensava que isso
acontecia porque as poções e cataplasmas que ela preparava com
suas ervas aliviavam uma série de doenças sofridas por várias irmãs.
Na verdade, a Madre Superiora, outrora uma mulher mundana,
era confidente do mago Etrius, a quem ela considerava um
homem santo, apesar dos seus conhecimentos ocultos. Em 945,
Etrius ouviu suas descrições da Irmã Agnes e pensou que a jovem
poderia possuir talento mágico. Ele providenciou o envio de
cópias de livros antigos sobre plantas e jardinagem. Nas margens
ele inscreveu notas explicando seu significado místico. Intrigada,
Irmã Agnes perguntou por seu misterioso benfeitor. A abadessa
permitiu relutantemente que ela trocasse cartas com Etrius.
Esta correspondência entre dois crentes solitários e
estudiosos levou a um amor florescente, expresso em exclamações
de fervor religioso e excitadas descrições botânicas. Uma irmã
mais velha, desaprovadora, encontrou o esconderijo de cartas de
Agnes, viu nelas as emoções que ambos os escritores se recusaram a
reconhecer e levou-as à Madre Superiora, que leu as cartas e
expulsou Agnes do convento. Ela pensou que iria para Etrius, o
que ela fez. Ela também pensou que os dois admitiriam seu amor
um pelo outro e se casariam. Eles não. Etrius, dilacerado pela
vergonha de separar Inês de Deus, suprimiu seu desejo por ela.
Agnes, certa de que Etrius desaprovava seus impulsos básicos e
carnais, não ousou se declarar.
Sem parentes vivos, Agnes não tinha como se sustentar.
Etrius encontrou um companheiro mágico maternal Etrius
encontrou uma colega maga maternal na capela de Viena para
fazer de Agnes sua aprendiz.
Agnes adotou o nome de Mendacamina e continuou seu
fascínio pela magia das ervas. Ela e Etrius circulavam à
distância, cada um com medo de ser dominado pela paixão.
Com o passar das décadas, seu ardor pareceu esfriar.
No entanto, com a virada do século, Etrius passou grande
parte do seu tempo em Ceoris, apesar da sua liderança nominal
na capela de Viena. Encorajado pela distância, Mendacamina
voltou a se corresponder com ele. A paixão entre eles floresceu
novamente. Em 1022, conheceram-se em Viena e quase
consumaram o seu amor, recuando no último momento.
Etrius prometeu a ela que eles se casariam primeiro. Depois foi
até Ceoris, para participar de um certo ritual.
Mendacamina recebeu uma carta de Etrius, dizendo que
não poderia se casar com ela. Ele não quis explicar por quê. Ela
foi até Ceoris para confrontá-lo. Ela chorou quando ele se
afastou dela. Ela sentiu que algo havia dado terrivelmente
errado durante o ritual. Ela continuou a procurar sua
companhia. Finalmente, um ano depois, ele cedeu. Ele a
tomou nos braços e a abraçou. Quando ela ressuscitou da
morte, seus sentimentos por Etrius foram destruídos. O ódio a
consumiu quando ela percebeu que ele havia destruído sua
capacidade de amar o verdadeiro. Ela se tornou a mais amarga e
cruel dos Cainitas de Ceoris. Ela rejeitou Etrius. Ela se juntou a
Goratrix, ajudando-o em seus esforços para matar o homem
que ela amou. Quando Tremere forçou Goratrix e os outros
conselheiros a um juramento de sangue, Goratrix achou difícil
convencê-la a desistir de sua busca por vingança. Vendo que a
hora de atacar já havia passado, mas achando que um dia
voltaria, Mendacamina prometeu deter a mão. Ela fez Goratrix
sofrer primeiro, porém, esfregando toda a ironia de ele ter que
implorar pela vida de Etrius.
Goratrix a considerava uma aliada, mas não podia negar o
poder de sua ira inesgotável. Em 1042, ele a nomeou senhora
das masmorras de Ceoris e interrogadora-chefe de seus
prisioneiros. Quando Goratrix foi enviada para a França em
1133, ela manteve o cargo. Até hoje, Etrius tem medo de falar a
sós com ela. Embora preocupado com a violência caprichosa
que ela ocasionalmente exerce contra servos que a desagradam,
ele se junta aos outros Cainitas para esconder seus crimes dos
magos mortais.
Mendacamina quer aliados para ajudá-la em sua busca por
vingança contra Etrius, mas ainda não encontrou nenhum em
quem possa confiar completamente. Ela pode fazer amizade
com visitantes juniores de Ceoris e usá-los para alcançar seus
objetivos, sem avisá-los de seus verdadeiros motivos.
Imagem: A pele de Mendacamina brilha com um brilho
que desmente a fúria sombria que atua por trás de seus olhos
verde-oliva. Seu rosto tem o formato de uma lágrima perfeita.
Ela se veste toda de branco, com um vestido cortado para
lembrar ao espectador o hábito de freira. Dicas de
Interpretação: A pessoa que você amou uma vez o traiu e
amaldiçoou. Agora você vê Etrius em toda a sua hipocrisia. Ele
não amou nem você nem a Deus, apenas a si mesmo. Você terá
sua vingança contra ele. Mas isso significa esperar, ganhar
tempo, fingir que você tem alguma outra razão para viver.
89
 Você se apresenta como apenas mais um mago intrigante e Therimna, a executora
obcecado pela tradição. Você finge que se preocupa com o Antecedentes: Therimna, nascida em Flandres em 882,
destino da casa, com sua pesquisa e com o andamento da guerra. nunca esperou se tornar uma feiticeira, muito menos uma
Tudo isso você faz simplesmente para manter o objeto do seu vampira. Ela fez o que era necessário para sobreviver, e essas
ódio ao seu alcance. Cada vez que você mata um servo irritante ações juntas a trouxeram ao estado atual. Ela não sabe o que os
ou enfia um atiçador em brasa na carne flexível de um próximos séculos trarão, mas tem certeza de que sobreviverá a
prisioneiro, você vê as feições agonizantes de Etrius no lugar das eles.
de sua vítima. O nome dela era Irene e ela começou a vida como filha de
Segredos: Só Goratrix sabe o quanto ela tentou matar uma prostituta. Embora ela não desejasse ser apalpada e
Etrius. Ninguém sabe que ela apenas espera antes de tentar apalpada como sua mãe havia sido, ela teve pouca escolha no
novamente. assunto. Um servidor da corte do governante de Flandres,
Influência: Através de seus interrogatórios habilidosos, Balduíno II, comprou-lhe a virgindade quando ela tinha 12
Mendacamina provou sua utilidade para os outros Cainitas. anos. Embora jovem, Irene viu uma oportunidade e abriu
Mesmo que ela não tenha aliados verdadeiros na capela, ela é caminho para o coração dele. Ela o induziu a estabelecê-la como
tão vingativa e alimentada pelo ódio que todos têm medo de cortesã, em uma luxuosa mansão, atendida por criados. Ao
contrariá-la. Ela desenvolveu uma fascinação distante pelo completar 20 anos, ela já havia dormido com muitos membros
ex-Setita, Dauud, o Copta. Não é amor, ela diz a si mesma, pois da elite de Flandres e estava a caminho de se tornar uma potência
sua capacidade para sentir essa emoção foi erradicada para secreta por trás de seus assuntos. Então aconteceu de ela
sempre. Ainda assim, talvez depois de muitos anos de conhecer e dormir com Goratrix, que estava caçando vis na
observação cuidadosa, ele possa provar ser confiável o suficiente província francesa. Irene adivinhou corretamente que Goratrix
para se tornar um amigo. era um mago antigo, e ele adivinhou corretamente que ela seria
Destino: Tremere torna-se chefe da capela de Viena em uma aprendiz ávida e talentosa. Ele a levou consigo quando
1232, quando seu antecessor é morto pela Ordem de Hermes. deixou Flandres, dando-lhe o nome de Therimna.
Mendacamina aceita os magos mortais como inimigos No momento em que ela se tornou uma maga completa,
substitutos e se torna seu mais terrível perseguidor. Em 1240, Therimna também se deitou com Tremere para mostrar a
ela renunciou ao cargo para perseguir os magos como uma Goratrix que ela poderia facilmente trocar de patronos.
caçadora solitária. Ela tem prazer especial em destruir aqueles Contudo, depois de obter a imortalidade efetiva através da
que se cobrem com um manto de pureza. Em 1284, ela encontra magia hermética, ela restringiu suas atividades sexuais. Ela
Etrius inesperadamente na Catedral de Beauvais. Ela tenta conseguiu o que queria com o sexo e encontrou uma maneira
matá-lo, e a batalha deles faz a estrutura desabar ao redor deles. melhor de fazê-la os colegas precisam dela: ela se tornou a
Etrius escapa, mas ela é destruída. principal praticante de alquimia da Casa.
Clã: Tremere
Senhor: Etrius
Natureza: Fanática
Comportamento: Monstro
Geração: 6ª
Abraço: 1023
Idade Aparente: Final da adolescência
Físicos: Força 2, Destreza 3, Vigor 2
Sociais: Carisma 3, Manipulação 3, Aparência 2
Mentais: Percepção 3, Inteligência 4, Raciocínio 3
Talentos: Prontidão 5, Esquiva 5, Intimidação 5,
Subterfúgio 5
Habilidades: Empatia com animais 2, Herbalismo 5,
Armas Brancas 2
Conhecimentos: Acadêmicos 2,Investigação
2,Ocultismo 3
Disciplinas: Auspícios 3, Dominação 3, Taumaturgia 6
Linhas Taumatúrgicas: Creo Ignem 3, Linha da
Proteção 2, Predar o Medo da Alma 5, Rego Mortus 3,
Rego Tempestas 2, Rego Vitae 5
Antecedentes: Status 2 (entre os Tremere)
Virtudes: Convicção 5, Instintos 3, Coragem 3
Caminho do Demônio: 7
Força de Vontade: 10

90
 Ela viajou de capela em capela ao longo do século X,
aprimorando seu conhecimento. Quando Ceoris foi
construído, ela montou um laboratório lá e raramente se
aventurou além de suas paredes desde então.
Quando, em 996, Etrius demonstrou o declínio iminente
da magia hermética, Therimna foi tomado de medo pela
primeira vez em muitos anos. Ela trabalhou sem cessar para
encontrar um meio alquímico de manter sua juventude, mas
falhou. Em 1026, ela começou a envelhecer rapidamente.
Naquela época, ela adivinhou que algo estranho havia
acontecido com Goratrix, Tremere e outros. Eles não pareciam
mais preocupados com os segredos da imortalidade. Ela
confrontou seu antigo amante, Goratrix, e implorou que ele
compartilhasse tudo o que havia encontrado. Ela não gostou da
maneira como ele se deleitou com sua fraqueza; desde que ela
era cortesã em Flandres ele não exercia tanto poder sobre ela.
Depois de fazê-la sofrer e rastejar, ele disse a ela que Ceoris
dificilmente poderia viver sem seu melhor alquimista e a
Abraçou.
Therimna sentiu alívio, não horror ou culpa, após sua
transformação. Sua sobrevivência parecia garantida, mas
quando a guerra Tzimisce piorou, ela percebeu que sua
existência continuada ainda estava em dúvida. Ela também se
preocupava com a descoberta da conspiração vampírica por
magos mortais. Ela começou a ficar de olho em seus colegas da
Ceoris. Embora ela ocasionalmente ajudasse Goratrix em suas
lutas pelo poder contra Etrius no início do século 11, ela o fez
visando o sigilo. Em 1042, ela sufocou um aprendiz mortal que
assustou Mendacamina e viu suas presas. Depois de matar
vários outros que se mostraram curiosos demais para seu gosto,
Goratrix oficializou sua posição como carrasco. Nos últimos
150 anos, ela matou quase duas dúzias de magos e aprendizes
por chegar muito perto da verdade. O primeiro mago completo
que ela despachou foi um fitoterapeuta chamado Nuntius, que
já foi seu aluno. Ele sucumbiu às misericórdias letais dela em
1049. Em 1176, após avanços feitos contra os Tremere pelo
general Tzimisce Ioan, Therimna começou a temer que a causa
Tremere pudesse estar condenada. Entre a Ordem de Hermes,
a igreja e os vários clãs Cainitas, os inimigos que enfrentavam
eram muito fortes. Era hora mais uma vez de trocar de cliente.
Ela subornou Neru, um dos melhores espiões mortais de Paul
Cordwood, tornando-o seu ghoul. Ela o enviou aos Tzimisce
para abrir negociações. Em 1178, após a troca de muitas
mensagens, Therimna deixou Ceoris, supostamente caçando
um aprendiz fugitivo. (Ela mesma providenciou o
desaparecimento do sujeito inocente, para encobrir a
verdadeira natureza de sua jornada.) Ela se encontrou com Ioan
e prometeu agir como seus olhos e ouvidos dentro de Ceoris.
Desde então, ela lhe enviou centenas de mensagens. Ela
fornece a ele apenas informações suficientes para garantir sua
segurança caso Ceoris seja invadido. Ela finge ter pouca
influência ou conhecimento sobre os assuntos da capela.
Sempre que ela pode fazê-lo com credibilidade, ela o engana.
Quando ela o presenteia, ela faz com que suas traições sirvam
aos seus próprios propósitos. Há uma década, um mago
Abraçado por Curaferrum interceptou uma de suas mensagens
para Ioan.
Este mago, chamado Gravis, começou a chantageá-la,
exigindo seus serviços como alquimista em troca de seu
silêncio. Quando ele visitou a capela de Viena, ela certificou-se
de que Ioan conhecesse a rota e os horários de sua caravana.
Apenas alguns meses atrás, Paul Cordwood começou a
suspeitar do papel de Therimna no desaparecimento de seu
homem, Neru, em 1185. Em um gesto de retaliação, ele matou
seu aprendiz, Pugio. Eles então chegaram a uma trégua
provisória. Ela convenceu Cordwood de que havia matado
Neru porque ele estava prestes a traí-los para Ioan.
Therimna recentemente assumiu o papel de enviado ao
Ventrue em Buda-Pest. (O diplomata anterior, Contionari, foi
capturado e morto pelos Tzimisce durante uma viagem de
retorno.) Ela faz incursões semestrais lá para exigir suprimentos
de seu príncipe, o Ventrue Vencel Rikard (veja Transilvânia à
Noite, p. 105). Ela também incita Rikard a fornecer a Ceoris
enviados Cainitas, sejam de seu próprio clã ou de outros que lhe
devem favores. Etrius enviou a cria de Therimna, Locus, à corte
de Rikard. Taumaturgo estudioso, mas político tímido, ele
frequentemente a lembra de seu desejo de ser substituído por
um candidato mais adequado.
Em termos de sua pesquisa mágica, Therimna descobriu
que sua condição vampírica é uma verdadeira bênção. Não mais
preocupada com sua própria mortalidade, ela abriu novos
caminhos com sua alquimia. A alquimia taumatúrgica (veja
Dark Ages Companion, p. 92) é sua criação, garantindo seu
status adicional dentro do clã.
Imagem: O cabelo de Therimna é irregular e descolorido
por causa de dúzias de acidentes químicos sofridos durante os
anos. A pele de suas mãos é perpetuamente grossa e descamada.
Ela demonstra pouca preocupação com vestuário. Suas túnicas
são surradas por excesso de uso e manchadas por contato com
substâncias do laboratório.
Dicas de Interpretação: Durante a noite, você é confiante
em sua destreza manipulativa, e orgulhosa da forma como foi
capaz de manter-se viva por mais de 3 séculos. Mas quando a luz
ameaçadora do amanhecer chega e você precisa se esconder em
sua cama fria, o medo a domina. Você só consegue pensar nos
incontáveis inimigos reunidos contra si mesma, na ameaça de
ser exposta, e no fato de que ao aliar-se com todos os lados,
acabou por tornar-se ainda mais solitária.
Segredos: Além de sua aliança com Ioan, Therimna agora
tenta se tornar útil tanto para os Lasombra como para os
Ventrue. Ela fornece informações sobre as disputas de poder
entre os Tremere para Guiacomo Guicciardini, dando pistas de
que ela possa requerer proteção dos Lasombra caso os Tzimisce
destruam seu clã. Ela também indicou ao príncipe Rikard de
Budapeste que pode estar disposta a mudar de aliança, se
receber motivação suficiente. Os dois homens foram
cautelosamente receptivos, pois sabem que ela tem mais
utilidade para eles em Ceoris do que como uma fugitiva da
vingança dos Tremere.
As pesquisas taumatúrgicas de Therimna também a
levaram a direções únicas. Combinando sua alquimia com
domínio sobre o sangue vampírico, ela encontrou formas de
quebrar o laço de sangue que a conecta com a pirâmide
Tremere. Suas alianças secretas são um testamento de seu livre
arbítrio
91
 Influência: Therimna é respeitada, e talvez até temida, mas Virstania demonstrou desde cedo aptidão para a magia e
também detestada por seus pares. Seus serviços como executora foi aprendiz do chefe da capela, Iubara, aos treze anos. Sua
e enviada a permitem ampla oportunidade de se mover para fora compreensão natural dos princípios esotéricos e sua vontade
da capela, mas restringe sua influência dentro dela. de agradar permitiram que ela eclipsasse os aprendizes mais
Destino: Em 1327, um olho espião místico nas câmaras do velhos, cuja inveja ela rapidamente conquistou. Em vez de
tentar conquistar a amizade deles, ela decidiu vingar suas
Príncipe Rikard, colocado por Paul Cordwood, mostrou
provocações, tornando-se a maga completa mais jovem da
Therimna traindo segredos dos Tremere para os Ventrue. Ele história da capela. Ela ganhou esta honra em 1080. Porém, sua
tenta capturá-la em seu retorno, mas falha. Therimna busca carreira na capela logo estagnou. Os magos mais velhos a
refúgio em Budapeste mas é expulsa por Rikard uma década tratavam como uma curiosidade, não como uma colega. Ela
depois sob a suspeita de que o estivesse espionando para os ainda era mais jovem que muitos aprendizes. Ela achava
Tzimisce. Ela se torna uma andarilha, auxiliando vários lordes impossível fazer amizades ou proteger-se das lutas internas
cainitas na supervisão de seus domínios. No século XX, ela atua mesquinhas da política da capela. Então ela decidiu fazer
sob o nome de Uta Kovacs, viajando de cidade em cidade como alguns companheiros. Ela animou figuras de argila e animais
consultora e assassina. Uta Kovacs se apresenta como uma anciã hibridizados, escondendo dos outros magos os resultados vivos
pária dos Tzimisce. muitas vezes horríveis de seus experimentos. Em 1105, ela era
Clã: Tremere uma maga grisalha e sem amigos, com um laboratório cheio de
animais estranhos e secretos. Naquele mesmo ano, um ataque
Senhor: Goratrix Tzimisce arrasou Cephesis e fez com que seus habitantes
Natureza: Sobrevivente sobreviventes corressem para Ceoris. Ao fugir de seus
Comportamento: Juíza aposentos, Virstania abraçou seu animal hibridizado favorito,
Geração: 6a um vison amarelo com cabeça de esturjão, contra o peito.
Abraço: 1023 Porém, ao chegar em Ceoris, a coisa escapou, deslizando pelas
Idade Aparente: varia pernas dos guardas e finalmente causando acessos de histeria
nos aposentos da criada. Goratrix entrou em sua câmara e
Físicos: Força 3, Destreza 4, Vigor 4 encurralou a coisa, apenas para vê-la morrer a seus pés.
Social: Carisma 2, Manipulação 3, Aparência 2 Ele não repreendeu Virstania. Em vez disso, ele a declarou
Mental: Percepção 3, Inteligência 4, Raciocínio 3 madura para um empreendimento: a criação de Gárgulas.
Talentos: Atuar 2, Prontidão 3, Esportes 3, Esquiva 3,
Intimidação 3, Subterfúgio 3
Habilidades: Empatia com animais 1, Arqueirismo 2,
Herbalismo 1, Armas brancas 2, Cavalgar 2, Furtividade 2,
Sobrevivência 2
Conhecimentos: Acadêmicos 2, Investigação 4, Linguística
(francês, flamengo) 2, Ocultismo 5
Disciplinas: Auspícios 5, Dominação 5, Serpentis 1,
Taumaturgia 6
Trilhas Taumatúrgicas: Perdo Magica 4, Rego Elementum 2,
Rego Magica 4, Rego Vitae 5, Taumaturgia Alquímica 5
Antecedentes: Contatos 4, Status 3 (entre os Tremere)
Virtudes: Convicção 3, Instintos 3, Coragem 5
Caminho do Demônio: 6
Força de Vontade: 10
Virstania – Mãe das Gárgulas
8ª Geração – Cria de Brunavog
Natureza: Fanática
Comportamento: Inovadora
Abraço: 1111
Idade Aparente: 30 e poucos anos
Virstania nasceu em 1060, a muitas centenas de milhas a
sudeste de Ceoris, na capela Cephesis da Casa Tremere. Seu pai
era um guerreiro lacaio dos Tremere, sua mãe era a cozinheira
chefe. Virstania não conhecia nenhum tipo de sociedade fora do
mundo dos magi Tremere. Ela cresceu falando latim como
língua primária, e usava equipamentos alquímicos descartados
como brinquedos.

92
 Ele permitiu que um de seus aliados, Brunavog, a abraçasse em A perda de seu mestre deixou Dauud sem planos e sem
1111. Goratrix então o mandou embora e assumiu ele mesmo a escolhas. A adoração a Set significava pouco para ele. Era o
tutela dela. No ano seguinte, ele a colocou trabalhando ao seu lado dinâmico Umar que ele gostava de seguir. Dauud não conseguia
no projeto. Virstania pouco se preocupava com os fardos espirituais formular objetivos para perseguir; lembrava dos dias antes de ter
do vampirismo; em vez disso, ela floresceu novamente, animada por bebido o sangue de Umar, e não conseguia se lembrar de
finalmente desfrutar da aprovação de um colega mago. Ela colocou nenhum sonho ou aspirações. Ele concluiu que mesmo antes de
suas técnicas de hibridização à prova e, em 1121, ajudou Goratrix a seu abraço, não passava da sombra de um homem.
criar as primeiras Gárgulas. Ela os banhou com o mesmo amor Dauud saiu da capital do Egito e foi em direção ao deserto
inabalável que ela deu às suas construções bizarras em Cephesis. Eles procurando algo que soprasse vida em suas natimortas paixões.
respondiam a ela como pintinhos respondem à mãe, e seus instintos
Ele encontrou diversos cultos a Set em vilarejos, mas acabava
filiais os tornavam fáceis de controlar.
inevitavelmente entediado. Periodicamente encontrava
Quando Goratrix foi exilado em Paris em 1133, Virstania Salubris, e se esforçava ao máximo para matá-los, para vingar a
pensou que havia perdido seu único amigo entre os homens ou Umar. Mas isso também o fazia se sentir vazio. Dauud
Cainitas. (É questionável que Goratrix retribuiu seus sentimentos
considerou cair em torpor voluntário, mas considerou isso como
de amizade.) Virstania retirou-se para as câmaras inferiores,
continuando seu esforço para aperfeiçoar sua raça Gárgula. Ela os uma falha de personalidade. Ele continuou a vagar pelo Egito,
traz ao mundo, atribui-lhes suas tarefas e oficia suas cerimônias de algumas vezes se juntando com grupos mistos, ajudando-os a
luto. Ela os encoraja a pensar nela como sua Grande Mãe. encontrar o que buscavam. De tempos em tempos pensava ter
encontrado um mentor entre eles, mas no fim sempre o
Com o passar dos anos, Virstania passou a se importar mais
com os Gárgulas do que com seus companheiros Cainitas. Seus desapontavam – assim ele continuou num ciclo de experiências
filhos ainda precisam da proteção de Ceoris, ela raciocina, e assim o sem sentido.
farão por muitos mais anos. Mas algum dia eles serão uma raça Isso mudou em 1132, quando próximo da pequena cidade
independente, uma raça que tanto os magos quanto os Cainitas de Dara, se viu novamente comandando de má vontade um
devem temer. Luma, a mais ambiciosa das aprendizes Gárgulas de grupo de bandidos que atacava viajantes. Os seguidores de
Virstania, convenceu-a de que tanto Esoara quanto Paul Cordwood Dauud o avisaram sobre a presença em Dara de um par de
atrapalham essa esperança e devem ser minados, se não eliminados. europeus. Com a ajuda de um intérprete, eles estavam
Embora a própria Virstania não tenha apetite por brigas internas, ela procurando informações sobre o deus Set. Dauud encontrou um
concedeu permissão a Luma para vigiar o capitão da guarda e mestre dos europeus e fez amizade com ele: Etrius. Embora Etrius não
dos espiões em busca de fraquezas para explorar. tivesse revelado sua natureza cainita, Dauud percebeu o que ele
era.
Cainitas Convidados e
Aliados
A
DAUUD, O COPTA
8ª geração, cria de Umar
Clã: Seguidores de Set
Natureza: Solitário
Comportamento: inovador
Abraço: 902
Idade Aparente: 45 anos
Dauud nasceu em Fustat, no Egito, em 877. Sua família
tem sido partidária da igreja cóptica egípcia. Eles lideravam
sua comunidade e serviam a várias dinastias islâmicas como
burocratas sênior. O impassível Dauud, acostumado a
cumprir as expectativas de sua família e comunidade, tomou
a posição esperada como um burocrata. Na ocasião, sua
posição foi desmantelada por agentes de um setita de nome
Umar, que desejava derrubar o regime por dentro. Umar
gostava da obediência instintiva de Dauud e o transformou
em seu carniçal. Sua vontade foi entorpecida pelo laço de
sangue, e Dauud seguiu por muitos anos as instruções de
Umar sem questionamentos. Finalmente Umar o abraçou e
começou a instruí-lo nos caminhos da feitiçaria de sangue
setita. Infelizmente Umar encontrou a morte final poucos
anos depois nas mãos de um guerreiro Salubri.

93
 Mais importante ainda, ficou cativado pela ambição que O homem, altivo e controlado, parecia inicialmente estar
transparecia no olhar de Etrius. Etrius poderia ser seu novo Umar, em fúria assassina, mas ao interrogar Giacomo, passou a
fornecendo-lhe força e propósito. Ele queria e jogar aos pés do inspecionar o assassino de seu filho com um olhar predatório
homem e implorar por aceitação, mas manteve a compostura. Um cada vez mais intenso.
homem tão importante como Etrius não aguentaria um puxa saco. Enrico, era um vampiro que há muito havia desistido da
Etrius estava investigando algo em Dara, e retornaria. Dauud esperança de um dia introduzir seu filho inútil ao grupo do qual
esperaria por sua chance. pertencia. Por outro lado, este jovem presunçoso e ousado – suas
Etrius voltou para Dara diversas vezes nas décadas seguintes. ações mostravam que tinha futuro! Enrico exigiu que Giacomo
Em todas as vezes visitou Dauud. Em 1153 Dauud o disse que era um se apresentasse como um filho bastardo recém revelado. Seus
setita. Dois anos depois Etrius o sugeriu que se juntasse a causa servos carniçais ensinaram secretamente a Giacomo sobre os
Tremere e se mudasse para Ceoris. Ainda desesperado para métodos da elite endinheirada. Depois de passar muitos anos se
impressionar Etrius como um servo útil, Dauud ocultou a provando digno do privilégio, Giacomo obteve o abraço de
verdadeira extensão de sua alegria. A partir de então ele tem Enrico, e então foi instruído nos caminhos dos Lasombra. Ele
fornecido seu conhecimento sobre os mistérios setitas ao grande enviou seu “novo verdadeiro filho” para Paris, para estudos
projeto de transformar rituais herméticos em magia de sangue. adicionais sob as asas de um mentor de posição maior,
Dauud teve participação na escolha por Saulot, embora ainda Raymond o Menor, um dos poderes por trás do trono de Louis
não o tenha admitido para Etrius. Durante seus ataques periódicos a VII. Em 1152, quando intermediários de Goratrix se
Salubris egípcios, Dauud lentamente reuniu uma coleção de aproximaram de Raymond para fazer propostas de alianças,
documentos Salubri, elementos que correspondiam a coisas que Giacomo foi despachado para a capela de Paris para testar as
havia lido em antigas inscrições setitas. Dauud fez pesquisas possibilidades. Ele perspicazmente administrou sua relação
adicionais, e foi recompensado com o possível local de descanso do com Goratrix, dizendo a seus companheiros Lasombra que os
antediluviano Salubri, Saulot. Em 1128, seus seguidores em Dara se Tremere confiavam apenas nele. De outra forma, suas tarefas
infiltraram num grupo de sacerdotes de Osiris que procuravam pela como enviado aos Tremere teria sido passado para um
tumba de Set. Dauud os forneceu falsas informações, levando-os Lasombra de posto mais alto.
para Saulot. Ele acredita que os sacerdotes involuntariamente Giacomo continua a negociar sua conexão com os
levaram os Tremere ao progenitor dos Salubri. Dauud só percebeu a Tremere para melhorar sua posição dentro do clã. Ele
conexão consegue tesouros místicos e segredos dos Tremere,
entre seu estratagema e seu amado Etrius em 1153. Ele não entregando-os para os aliados de seu senhor. Em retorno, ele
contou nada sobre isso a Etrius, porque recentemente começou a filtra informação da política cainita para os Tremere, tanto em
rever os incidentes que o levou a conseguir os documentos em Paris como em Ceoris. Ele passa talvez 3 meses do ano em
questão. Muitas coincidências unem os eventos. Dauud agora teme Ceoris, imaginando como fazer para aproveitar o potencial da
que alguma força maior do que ele próprio – Set com certeza, fez dele magia do sangue e dos exércitos gárgulas para acelerar sua
um peão. própria ascensão pelas fileiras dos Magistrados.
Giacomo Guicciardini, Enviado
Magister
10ª geração, cria de Enrico Guicciardini
Clã: Lasombra
Natureza: Vagabundo
Comportamento: Sobrevivente
Abraço: 1147
Idade Aparente: Início dos 20
Os companheiros Lasombra de Giacomo Guicciardini ficariam
escaldados ao saber de sua verdadeira origem. Ele começou sua vida
como o filho de um capturador de ratos, mendigo e vagabundo sem
valor. Giacomo (então usando um sobrenome diferente) seguiu os
passos de seu pais, mantendo a si mesmo mal vestido e mal alimentado
nas ruas de Nápoles. Forçado num período de escassez a recorrer à
prostituição, foi um dia contratado por Beniamino Guicciardini,
filho de um proeminente banqueiro com conexões com o governo
republicano de Nápoles. Ele planejou fazer o jovem se apaixonar por
ele para que pudesse receber diversos presentes caros. Depois de
alguns anos de relacionamento, Beniamino o flagrou flertando com
uma mulher. Uma violenta discussão se seguiu. Enfurecido pelos
golpes de
Beniamino, Giacomo matou seu amante. Ele teve o bom senso
de fugir de Nápoles, mas mesmo assim foi capturado pelos agentes do
pai de Beniamino, que parecia particularmente efetivo em seguir seus
passos. Giacommo foi levado diante de Enrico Guicciardini, o pai de
Beniamino.

94
 Ultimamente lhe ocorreu que poderia ser uma boa ideia
ajudar para que seja arranjado a instalação de enviados de baixa
patente de outros clãs em Ceoris – desde que possa garantir de
antemão suas lealdades.
Margaret Vasa, Enviada Ladra
de Túmulos
11ª Geração – cria de Wechsel
Clã: Capadócio
Natureza: Juiz
Comportamento: Inovador
Abraço: 1145
Idade Aparente: Final da Adolescência
Margaret Vasa, uma nativa da Hungria, mereceu o abraço
depois de ter sobrevivido a uma praga que dizimou todo seu
vilarejo. Caminhando em meio aos cadáveres cheios de pústulas
de seus amigos e família, ela buscou aquilo que também acabaria
com sua vida. Tal coisa veio na forma dissecada de Wechsel, um
ladrão de túmulos fascinado por pragas. Ela pediu pela morte, e ele
a deu a não-vida.
Nos 50 anos posteriores, Margaret cresceu e tornou-se uma
promessa erudita no clã. A despeito da obsessão de Wechsel pela
pestilência, ele era um bom professor e a preparou bem para o
mundo. De sua parte, Margaret não teve problemas em aceitar sua
nova existência. Ela estava pronta para uma morte dolorosa e ao
invés disso encontrou a imortalidade e um novo mundo de
possibilidades. Ela começou a estudar a animação de cadáveres e as
criaturas zombu utilizadas por alguns de seu clã. Ela soube que os
italianos Giovanni têm muito a ensinar sobre este assunto.
Uma década atrás, Wechsel anunciou a Margaret que a havia
ensinado tudo que podia e a enviou para encontrar seu próprio
rumo.
Ela viajou para o templo em Erciyes, onde a anciã
Constância concordou em se tornar sua nova professora em
troca de serviços ao templo e ao clã. Margaret concordou sem
hesitar; a chance de estudar com tal renomada Thanatologista
como a matrona do maior templo do clã era impossível de
declinar.
Constância primeiro enviou Margaret para Paris para se
tornar enviada de Goratrix e agora para a própria Ceoris. Sua
incumbência é aprender os segredos dos Usurpadores e avaliar
suas forças. O clã da morte não confia nos recém-chegados, mas
o potencial da taumaturgia é de fato grande. Os relatórios de
Margaret podem acabar por determinar se Constância
procurará firmar uma aliança com os Tremere em noites futuras.
Margaret agora passa um terço de seu tempo em Ceoris,
auxiliando Paul Cordwood e Epistasia em seus experimentos.
Ela gostaria de ajuda Virstania, mas foi impedida por
Curaferrum para não obter conhecimento detalhado sobre as
gárgulas.
o taIS
M
r
APPELLO, AS TREVAS OCULTAS
Antecedentes: Por gerações, a família de Appello enviou
um de seus filhos não-herdeiros para fazer parte da capela
Tremere de Creta. A tradição começou no 9º século, depois de
Tremere ter salvo o líder da família, na ocasião um humilde
pescador, da maldição de uma bruxa. Em 1130, o descendente
de pescador, um mercador de alto nível, enviou seu segundo
filho mais jovem, Phillip, para se tornar um mago. Phillip queria
uma posição nos negócios da família. Tendo sido renomeado de
Appello, ele se tornou um aprendiz indisciplinado que passava
de mestre para mestre. Seu temperamento violento e teimosa
recusa em aceitar autoridade fez dele alguém quase impossível de
ser treinado. A mestra da capela, Clementia, pediu permissão a
Tremere para expulsar apelo, mas não a obteve sob a justificativa
de que quebrar uma tradição antiga
poderia trazer má sorte para a capela e para o próprio
Tremere. Clementia ficou desagradada, e com o uso de surras e
aprisionamento ocasional, trabalhou para reduzir o
temperamento de Appello. Por fim, Appello admitiu que seu
espírito havia sido quebrado e acalmou-se em seus estudos. Ele se
tornou um mago de habilidade confiável, se não extraordinária.
Entretanto seu temperamento ainda aparecia de tempos em
tempos, e Appello se tornou impopular entre todos os seus
colegas de Creta. Em 1190, talvez num surto de irritação,
Clementia elaborou uma justificativa para a transferência de
Appello para Ceoris. Desde então, ele tem trabalhado
continuamente em suas pesquisas – uma técnica obscura que ele
chama de “medir a ausência”. Ninguém entende o que ele quer
dizer com isso. Os magi e cainitas de Ceoris o consideram como
um embaraçoso excêntrico que precisa ser tolerado em prol da
paz e da quietude.
Imagem: O alto e musculoso Appello tem uma aparência
jovem a despeito de sua cada vez maior senilidade. Uma
rachadura divide o queixo de sua bela face. Quando perturbado,
sua voz diminui de volume e fica abafada.
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 Dicas de Interpretação: Você não queria ser um mago.
Eles acham que você esqueceu o que fizeram contigo, das surras
terríveis, mas você não esqueceu. No final, você vai acertar as
contas com todos eles. Por não ser obtuso como eles, consegue
ver o que eles não conseguem. Uma vez tendo provado sua
teoria da Ausência Cósmica, você destruirá a todos.
Segredos: Appello esteve em contato com uma entidade
celestial que se identifica como Raízes de Tudo. A entidade
fornece novas perspectivas e ideias em troca de certos favores
menores, cuja importância Appello não consegue entender.
Pode ser que lhe seja pedido para colocar o crânio de um corvo
atrás de uma cortina ou lamber as páginas de um texto antigo e
depois transferir o pó e a tinta para um pano. A entidade o
avisou para manter este contato em segredo, especialmente de
Etrius e Curaferrum.
Recentemente ele foi instruído a fazer uma viagem para o
Portão do Leão, a capela Tremere na cidade inglesa de Durham.
Lá ele conheceu o magus Erro, o qual havia sido contatado por
Raízes de Tudo durante uma visita a Ceoris. Ele identificou
Raízes de Tudo como sendo o demônio Kupala e revelou que
estava promulgando sua adoração na Inglaterra. Ele previu um
grande destino para Appello, o prometendo que um dia poderia
liberar sua ira no mundo inteiro, tornando-o num lugar
adequado para os adoradores de Kupala. Por enquanto, sua
tarefa é encontrar outros possíveis cultistas. Kupala agora quer
estender seu alcance para além dos Tremere. Ele deve observar
novos chegados em Ceoris e examiná-los para ver se são
adequados. Ele deve desenhar uma certa marca com giz nas
portas de seus quartos, e assim marcá-los para o toque de
Kupala.
96
Influência: Appello tem pouca influência – ainda.
Destino: Appello permanece em Ceoris até 1329, quando
Tectusa, uma agressiva membra da facção conspiradora, decide
abraçá-lo. A esta altura Appello já havia se transformado num
servo demoníaco de Kupala, embora ainda capaz de manter uma
aparência humana. A tentativa de abraço mata Tectusa,
derretendo-a num lodo corrosivo, e revela a verdadeira natureza
de Appello para os outros. Ele quase não consegue escapar de
Ceoris e se dirige para a Inglaterra. Ele ressurge como abade de
um rico monastério, como o financiador de exploração durante
a Renascença e, no início do século XXI, como um interveniente
majoritário em diversas grandes firmas de comunicações..
Casa: Tremere
Idade real: 82
Idade Aparente: Início dos 30
Físicos: Força 2, Destreza 2, Vigor 2
Sociais: Carisma 2, Manipulação 3, Aparência 2
Mentais: Percepção 2, Inteligência 3, Raciocínio 4
Talentos: Esportes 4, Briga 3, Esquiva 3, Intimidação 3
Habilidades: Arqueirismo 1, Herbalismo 1, Armas Brancas 2,
Cavalgar 2
Conhecimentos: Acadêmicos 2, Linguísticas (Hebreu, Grego)
2, Medicina 2, Ocultismo 3
Linhas: Creo Ignem 1, Aflição 3, Linha da Proteção 3, Linha da
Invocação 3
Antecedentes: Contatos 1
Reserva de Vis: O equivalente a 15 pontos de Força de
Vontade
Força de Vontade: 5
BITURGES, UM TOLO DIANTE DE
TODOS
Antecedentes: o empertigado, metrossexual Bitiurges tem
origem numa longa linha de magi Tremere. Ele cresceu numa
capela, fala Latim como língua nativa e sabe pouco do mundo
mundano que não tenha lido em algum livro. Ele muda de refúgio
aproximadamente a cada 5 anos, e já viveu em cada uma das capelas
Tremere. Ele também morou como convidado em diversas capelas
que pertencem a Casas rivais. Isto faz dele uma excelente fonte de
fofocas, um passatempo que dá indulgência com prazer
indecoroso. Embora finja ser tolo e não tenha interesse em
pesquisas laboratoriais, desfruta da reputação de ser um mago
habilidoso.
Imagem: Bitiurges veste túnicas adornadas, calças coloridas, e
chapéus elaborados. Ele se sente sem roupas a menos que tenha
pelo menos 3 penas espetadas em sua
túnica ou coladas em seu chapéu. Ele demarca sua pequena
face redonda com um grande bigode e um pequeno cavanhaque.
Dicas de Interpretação: Os sábios sabem quando devem se
fingir de tolos. Você sabe quando revelar o que sabe e quando deter
sua língua. Você sabe que algo errado ocorre em Ceoris, e você
pretende descobrir o que é sem ser morto.
Segredos: a sombra de Ponticulus recentemente tomou o
controle do corpo de Bitiurges por tempo o suficiente para escrever
uma missiva detalhada da história da Conspiração vampírica de
Ceoris. (cujo texto aparece no capítulo 1 deste livro).

Embora Ponticulus tenha desejado que ele tomasse ação
contra os Tremere e seus aliados, Bitiurges acabou chegando as
suas próprias conclusões. Ele mantém a carta em sua guarda
pessoal o tempo todo para que não seja descoberta enquanto
espera pacientemente por sua própria oportunidade de ser
abraçado.
Influência: Bitiurges exerce uma surpreendente influência.
Ele deduziu os segredos de muitos dos residentes de Ceoris. Ele
sabe quem detesta quem, e, se alguém vier a detestá-lo, pode
engendrar um plano contra seu rival simplesmente deixando
dicas discretas nos ouvidos certos.
Destino: Em 1202, quando a Ordem de Hermes descobre o
segredo Tremere, é Bitiurges quem traz o primeiro alerta para
Etrius. Em troca por seus serviços, ganhou o abraço que tanto
desejava. Em 1707 ele aparentemente deixa os antitribu, mas em
1917 está de volta entre os Tremere.
Ele supostamente morreu em 1977 durante um ataque da
polícia ocidental alemã num esconderijo terrorista que lhe servia
como refúgio.
Casa: Tremere
Idade Real: 40
Idade Aparente: 40
Físicos: Força 2, Destreza 2, Vigor 2
Sociais: Carisma 2, Manipulação 3, Aparência 3
Mentais: Percepção 3, Inteligência 4, Raciocínio 3 Talentos:
Atuar 2, Prontidão 2, Esquiva 3, Empatia 2
Habilidades: Etiqueta 2, Herbalismo 1, Música 1, Cavalgar 1,
Furtividade 1
Conhecimentos: Acadêmico 2, Investigação 3, Linguística
(Acadiano antigo,Babilônio, Árabe, Semita) 4, Ocultismo 4
Linhas: Adivinhação 2, Encantamento 3, Efemeridade 3, Linha
da Proteção 4
Antecedentes: Contatos 4, Recursos 3, Lacaios 1
Reserva de Vis: O equivalente a 17 pontos de Força de Vontade
Força de Vontade: 7
OMNIFER, O FORTE
Antecedentes: Omnifer nasceu na Swabia em 936, o filho
de um armeiro. Sob seu nome de batismo, Reinhard, lutou no
exército saxão do rei Henry o Passarinheiro. Em 956 ele recebeu
a tarefa da guarda de uma mulher que possuía direito de livre
passagem pela Saxônia. Esta mulher era Tosia, ainda ferroada
pela deserção de Canalista, uma aprendiz por quem sentia
grande afeição. Tosia decidiu encontrar um homem para ser seu
próximo aprendiz, analisando que poderia melhor deduzir suas
intenções caso começasse a fazer planos contra ela. Brusco e
ingênuo, Reinhard se deixou levar por seu carisma, e a confessou
seu desagrado para com a vida de soldado. Ela viu um talento
apenas mediano, mas grande franqueza no jovem homem, e o
ofereceu uma nova vida como seu aprendiz. Ele debateu com
escrúpulos religiosos durante toda a jornada, mas continuou
com Tosia depois de terem alcançado a fronteira do reinado.
Embora não fosse um estudante perspicaz, ele mostrou
perseverança e tornou-se finalmente um mago completo em 980,
adotando o nome Omnifer. Ele ficou ao lado de Tosia na capela
da Transilvânia de Umor Mons até sua destruição final em 1176.
Logo depois do êxodo, ele teve uma visão da Virgem nas florestas.
Ela lhe disse que o estava concedendo uma benção terrível que
testaria sua força. Uma que lhe causaria muito sofrimento, mas
que o faria conhecer uma verdade que precisava ser revelada. Se
suportasse, seria absolvido do pecado de bruxaria. Antes que
Omnifer pudesse fazer qualquer pergunta, a visão desapareceu.
O incidente o perturbou por muitos anos, mas nada aconteceu, e
ele gradualmente tirou isso da cabeça. A visão retornou a sua
memória dois anos atrás, quando seu braço direito se tornou
gradualmente enrijecido, e por fim começou a transformar-se em
pedra. A ossificação começou nas pontas dos dedos, subindo até
o ombro. Ele não consegue sentir as partes petrificadas, mas a
pele e músculos diretamente limítrofes estão perpetuamente
inflamadas e irradiam dor pelo seu corpo. Embora sua parte que
é um magus imparcial ache que isto possa ser um sintoma de sua
imortalidade mágica estar lentamente apresentando efeitos
colaterais, a fé em sua alma lhe diz que isto é uma tribulação
religiosa.
A dor é tão grande a ponto de impedí-lo de dormir por mais
do que algumas horas. Ele passou a caminhar pelos corredores da
capela quando não consegue dormir. Tendo visto as atividades
noturnas com seus próprios olhos ele concluiu que há algo muito
errado. Tremere, Etrius, Curaferrum e talvez outros certamente
estão envolvidos em adoração demoníaca. Esta deve ser a
verdade que a Virgem queria que ele visse. Ele foi afligido para
que estes fossem expostos. Omnifer contou para Tosia, que já
tinha suas próprias suspeitas. Juntos eles lideram um grupo de
magi mortais que secretamente estão preocupados com os
acontecimentos noturnos de Ceoris.
97

Tosia os alertou para terem cuidado. Omnifer jurou ter
cuidado, mas considera difícil não compartilhar suas especulações
mais sombrias com os outros de modo a aliviar o fardo que suporta.
Seu julgamento é obscurecido pela dor constante e pela
incapacidade de dormir.
Imagem: a face retangular e plana de Omnifer e características
proeminentes apresentam uma imagem de determinação de
pedra. Gotas de suor se acumulam em sua sobrancelha espessa,
indicando a dor que tão resolutamente oculta. Exceto em ocasiões
cerimoniais, ele usa uma roupa comum de soldado que não está em
serviço. Uma adaga em seu cinto também revela seu passado como
soldado.
Dicas de Interpretação: Você não pode permitir que
ninguém saiba a verdadeira extensão de sua dor. Você foi criado
como um homem, e homens ocultam suas fraquezas. Você se
preocupa porque Tosia é muito cautelosa; quando ela estiver
pronta para agir, talvez você já seja um homem feito inteiramente
de pedra. Um temor ainda maior é falhar no teste da Virgem, e
sofrer a danação.
Segredos: Ansioso em trazer o mistério de Ceoris até o
conhecimento de um líder, Omnifer recentemente enviou uma
mensagem para o Arcebispo de Viena, um oficial da igreja
conhecido por sua visão permissiva da Ordem de Hermes. Na
carta, ele dá fortes sugestões de diabolismo ocorrendo em Ceoris,
mas não faz acusações claras.
Influência: Sem Omnifer, muitos magi mortais teriam medo
de seguir Tosia. Eles não confiam que ela tome decisões práticas ou
que mantenha sua cabeça numa crise. A sinceridade, coragem e
postura militar de Omnifer os acalma.
98
Embora ela seja a maga sênior do grupo de mortais
preocupados, é a Omnifer a quem procuram quando querem um
direcionamento.
Destino: Em 1202, quando a Ordem Hermética expulsa a
Casa Tremere e os rotula como anátemas, Omnifer ajuda muitos
magi mortais, inclusive Tosia, a escapar das gárgulas de Ceoris. Ele
vai para o norte e se une a uma pequena cabala de refugiados
Tremere mortais que eventualmente assumem o nome de Casa
Liban. Diversas décadas depois, com sua saúde falhando e a
maldição da ossificação chegando até seu coração, ele viaja para o sul
para tentar encontrar Tosia. Ele cai diante da Inquisição e acaba
alimentando uma pira na França (Para mais informações da Casa
Liban, veja Feiticeiros, edição revisada para Mago: A Ascensão)
Casa: Tremere
Idade Real: 261
Idade Aparente: Início dos 50
Físicos: Força 5, Destreza 1, Vigor 3
Sociais: Carisma 3, Manipulação 2, Aparência 2
Mentais: Percepção 3, Inteligência 3, Raciocínio 4
Talentos: Prontidão 3, Esportes 2, Briga 2, Esquiva 3, Empatia 3,
Liderança 4
Habilidades: Herbalismo 2, Armas Brancas 2, Cavalgar 2,
Furtividade 2, Sobrevivência 3
Conhecimentos: Acadêmicos 3, Investigação 2, Linguística
(Nórdico, Árabe, Gaélico, Borgonhês, Frísio) 5, Ocultismo 5,
Política 3, Ciência 2
Linhas: Creo Ignem 5, Encantamento 3, Perdo Mágica 3, Caminho
de Levinbolt 4
Antecedentes: Aliados 3, Contatos 3, Lacaios 3
Reserva de Vis: O equivalente a 30 pontos de Força de Vontade
Força de Vontade: 8
Tosia, a Sagrada Mãe
Antecedentes: Nascida há mais de 600 anos numa família
erudita ateniense, Tosia é o mago que por mais tempo serve aos
Tremere fora do círculo de cainitas. Nos primeiros dias da casa,
ela estava ao lado de Goratrix como uma das conselheiras mais
próximas de Tremere, e o ajudou em sua tentativa de dominar a
Ordem de Hermes depois de sua fundação.
Tosia foi ensinada por seus pais céticos a não acreditar em
deuses de quaisquer tipos. Eles eram meras representações das
esperanças e medos humanos, seu pai assim disse. Ela incorpora
esta atitude na sua vida como maga. Mas em 869 ela passou por
uma conversão religiosa. Enquanto investigava uma cripta
próxima à Jerusalém, foi dominada por uma visão. Ela viu o
cristo morto se erguer e ascender da tumba. Quanto mais ela
tentava esquecer a experiência ou considerá-la como subproduto
do mal funcionamento da mágica, mais a lembrança ficava forte
em sua mente. Ela lutou contra o significado da visão por décadas
antes de finalmente procurar um sacerdote e se submeter ao
batismo. Durante seus anos de crise espiritual, ela se distanciou
de Tremere e seus planos. Tosia não o confrontou, simplesmente
ficou reclusa em suas pesquisas, ficando indisponível quando
Tremere executava suas vinganças contra vários magi rivais.
Embora magi cristãos não fossem desconhecidos na Casa, Tosia
manteve suas crenças para si por mais de 30 anos depois de seu
batismo.
 Ela rapidamente estabeleceu relacionamentos com outros
cristãos Tremere. Em 928 ela supervisionou a construção da
capela em Umor Mons, a qual colhia vis a partir de uma fonte
mágica no alto dos Alpes da Transilvânia. Ela encorajou
outros devotos Tremere a se unirem a ela lá, e em 950 a
maioria dos cristãos da casa chamavam o lugar de lar. Etrius,
estava muito interessado em obter favores de Tremere, e ao
não aceitar a existência quase monástica como magi em Umor
Mons, provou-se uma notável exceção.
Em 954, sua aprendiz, Canalista, a traiu. Tosia manteve
um diário codificado com suas ponderações espirituais, o qual
incluía muitas descrições não favoráveis sobre as ações de
Tremere durante os séculos. Canalista roubou o diário e o
decodificou, passando suas anotações para Etrius. Etrius por
sua vez as passou para Tremere, e este desafiou Tosia para um
certámen, um duelo mágico. Tosia sabia que Tremere, o
criador desta forma de combate, certamente venceria. Ela
recusou o duelo, perdendo assim o respeito de seus seguidores
cristãos. Embora ela permanecesse como líder titular da
capela, seus magi começaram a tratá-la como líder figurativa,
respeitando mais as ordens de seu castelão. Canalista aceitou
um posto de prestígio na capela de Etrius em Viena.
Em 956, Tosia tomou Omnifer como seu aprendiz. Ela
sempre havia ensinado mulheres, mas agora havia decidido
que mulheres não são dignas de confiança. No alvorecer do
século XI, ela se cercou com um novo e mais jovem grupo de
legalistas, e novamente estava no comando de Umor Mons.
Então os ataques Tzimisce começaram.
Por três vezes ela teve que fugir da capela pois os inimigos se
aproximavam de seus portões. Uma horda de homens morcego
urrando (ou seja, carniçais de guerra Tzimisce transformados por
Vicissitude) arrasaram Umor Mons em 1176. Vários aliados
mais jovens de Tosia morreram para permitir que ela escapasse
para Ceoris.
Tosia imediatamente sentiu a maldição que estava sobre
Ceoris, mas acreditou por muitos anos ser o resultado das
emanações malignas das criaturas da noite.
Apenas em anos recentes, o insone Omnifer a convenceu de
que a malignidade de Ceoris vem de dentro. Nenhum dos dois
suspeita de transformação vampírica; ao invés disso
encontraram evidências das pesquisas falhas de Etrius da virada
do século e sentiram o fedor de adoração demoníaca. Tosia
resistiu as exigências de Omnifer para um rápido confronto. Se
Tremere e Etrius estivessem nas garras de um demônio, seu
poder poderia ser incalculável. Ela já havia sido humilhada por
Tremere uma vez e sabia o revés que sofreria caso se lançasse
contra e viesse a errar. Ela quer ter certeza da vitória antes de
atacar.
Imagem: O pecado que muitos atribuem a Tosia é o
orgulho, tal como sua aparência demonstra. Ela mantém a si
mesma com uma aparência bem jovial, púbere. Suas feições
atraentes são emolduradas por uma guirlanda de cabelos
dourados. Túnicas de um vermelho vivo delineiam seu corpo.
Em ocasiões cerimoniais ela se permite usar um decote, com um
colar de crucifixo de prata ao redor de seu pescoço. Como os
métodos herméticos de imortalidade estão ficando mais difíceis
de serem realizados, Tosia precisa devotar cada vez mais tempo e
energia em seus rituais de rejuvenescimento. Se encontrada
numa hora de ansiedade ou preocupação, pode repentinamente
estar com uma aparência muito mais velha do que o usual.
Dicas de Interpretação: Cristo espera muito de você. Não é
o bastante ser meramente virtuosa, você precisa ser bem sucedida
em esmagar seus inimigos. Tudo depende de você. Se você for
envergonhada ou exposta como fraca, então a causa de cristo
entre os Tremere estará ferida. Você, portanto, precisa agir com
cautela e dentro dos limites da moralidade cristã. Se o poder de
Tremere fosse uma tentação para que você sacrificasse a pureza
de sua alma em sua tentativa de derrubá-lo, ele obteria a maior e
mais doce vitória.
Segredos: Tosia começou a ver diabolismo em todos os
lugares. Etrius, a quem certa vez considerou puro, é claramente o
líder de algum empreendimento satânico. Seu aliado mais
próximo, Omnifer, aparentemente leal, ainda sofre de uma
maldição de ossificação, a qual não consegue evitar acreditar ser
derivada de alguma marca em sua alma. Parece que a mágica é
inerentemente maculada. Procurando um direcionamento,
Tosia começou a se corresponder com alguns eruditos na igreja.
Influência: Tosia é respeitada pelos magi mortais que
suspeitam de diabolismo em Ceoris – mas do mesmo modo que
respeita-se um veterano de batalha que não pode mais lutar. Eles
confiam em seu direcionamento espiritual, mas procuram
Omnifer para planos de ação. Os cainitas de Ceoris a
subestimam como ameaça, tendo-a desconsiderado como uma
força desde sua recusa do certámen contra Tremere.
Destino: Em 1202, em grande parte graças aos relatórios de
Tosia, a Ordem descobre a verdade sobre Tremere e declara
guerra a sua Casa. Infelizmente para Tosia, os espiões Tremere
ficam sabendo da decisão no momento em que é tomada,
obrigando Tosia a fugir durante a noite.
99
 Ela se une as outras casas herméticas, mas também vê
neles a malignidade. Em 1225 ela foge para a igreja e se une a
emergente Inquisição, pronta para se redimir. Logo depois
ela ouve notícias sobre Omnifer. Considerando que ele seja
uma cria do inferno, ela com prazer o envia para a pira.
Casa: Tremere
Idade Real: 630
Idade Aparente: Metade dos 50
Físicos: Força 2, Destreza 2, Vigor 2
Sociais: Carisma 4, Manipulação 2, Aparência 3
Mentais: Percepção 3, Inteligência 5, Raciocínio 2
Talentos: Esquiva 5,Empatia 3, Intimidação 2, Liderança 2
Habilidades: Etiqueta 3, Herbalismo 5, Cavalgar 1
Conhecimentos: Acadêmicos 5, Investigação 2, Linguística
(Grego, Hebreu, Aramaico, Egípcio antigo, Francês)
5, Medicina 1, Ocultismo, Ciência 2
Linhas: Adivinhação 4, Efemeridade 5, Cura 4, Caminhos
Herbáceos 4 , Perdo Mágica 2, Invocação 4
Antecedentes: Aliados 5, Contatos 5, Influência 3, Recursos
3, Lacaios 3
Reserva de Vis: O equivalente a 30 pontos de Força de
Vontade
Força de Vontade: 10
O homem ameaçador listou as muitas regras que Hadu
deveria seguir. É fácil um servo acabar assassinado aqui, ele disse.
Hadu aprendeu as regras. No refeitório, sentava-se com os
outros servos mais jovens. Sua aparência não era ruim, Hadu
acabou encontrando uma serva com quem conversar. Seu nome
era Zuha. Ele passou a amá-la e logo estavam compartilhando
tempo juntos. Ela o disse que um dos homens bruxos visitantes a
havia ordenado que limpasse seus aposentos. E que depois ela
deveria fazer outras coisas. Ela encontrou alguns pergaminhos
que ele escondeu debaixo de seu guarda-roupas. Hadu pediu para
vê-los. Se o visitante estava escondendo os pergaminhos, deviam
ser interessantes. Hadu levou os papéis para o novo castelão,
Curaferrum. Ele disse que os pergaminhos não eram
importantes, mas que a decisão de Hadu em trazê-los mostrava
uma inteligência não usual num servo. Ele nomeou Hadu
assistente do intendente, um homem velho e corcunda tal como
seu avô. Hadu realizou bem suas tarefas. Um dia o intendente não
estava em sua cama. Hadu não sabia o porquê. Ele procurou
Curaferrum e argumentou que poderia fazer todas as coisas que o
homem desaparecido fazia, de forma mais rápida e melhor.
Curaferrum o nomeou seu intendente. Mas também o fez beber
uma poção num frasco opaco. Ele alertou que Hadu seria
transformado, que viveria para sempre, Curaferrum assim

SERVOS E ESCRAVOS prometia. Ele também teria que beber três doses do líquido, com
um intervalo de muitas noites.
Quando Hadu bebeu a última dose, desmaiou. Quando
CARNIçais acordou, olhou-se no espelho. Ele estava velho e corcunda, tal
como o homem antes dele.
HADU, INTENDENTE DE CEORIS
Carniçal de Curaferrum
Natureza: Fanático
Comportamento: Cuidador
Idade Real: 50
Idade Aparente: 90
Hadu nasceu numa vila próxima. Ele cresceu ouvindo
histórias de homens magos no castelo negro da montanha. Ele
viu seus servos vindo para a cidade. Vestidos com roupas
elegantes, bem alimentados, armados e seguros. Eles eram
tudo que Hadu queria ser. Ele procurou por seu avô, que o
havia criado sozinho depois que uma praga veio e matou o
restante de sua família. Seu avô, que também se chamava Hadu
era corcunda e sujo. Seu gado estava morrendo. Uma tosse
persistia em seu peito e em breve também o levaria. Hadu
amava seu avô mas não queria terminar do mesmo jeito. Ele
queria ser um servo dos homens magos. Na próxima vez que os
homens do castelo vieram para deixar pacotes no armazém,
implorou para se juntar a eles. Eles de forma grosseira o
cutucaram, para avaliar o quanto tinha de musculatura; e
levantaram seu lábio superior para ver o estado de suas
gengivas. Eles foram embora, sem fazer promessas. Semanas
depois voltaram e levaram Hadu para o terrível castelo. Lá ele
tremeu sozinho num cômodo escuro até que um homem velho
e ameaçador entrou e passou-lhe suas ordens. Ele começaria
esfregando o chão. Se fizesse bem o seu trabalho, talvez um dia
conseguisse uma tarefa melhor.

100
 “Eu tive que fazer você parecer velho, para que os outros
não fiquem enciumados”, Curaferrum disse para Hadu. Eles
pensarão que você é fraco e estúpido, e soltarão a língua em sua
presença. Você ouvirá o que dizem e contará para mim.
Hadu achou que deveria sentir raiva, mas não sentiu. Agora
ele amava Curaferrum. Quando Zuha o viu enrugado e com
olhos de idoso, chorou, mas Hadu não se importou. Ele alertou
Curaferrum que talvez fosse preciso livrar-se dela. Curaferrum
decidiu pelo oposto. Ele queria que seus carniçais fossem
amigos. Ele precisava de uma nova cozinheira chefe. Outros
servos o haviam dito que ela era tão inteligente quanto Hadu.
Curaferrum também deu a Zuha sua poção. Hadu sentiu
ciúmes. Ele não queria que Zuha compartilhasse esta coisa
maravilhosa. Mas ela compartilhou. Zuha veio até ele, sua pele
era como o leito ressecado de um rio e seus seios estavam caídos
como os de uma vaca leiteira. Ela revelou estar grávida de um
filho homem de Hadu quando bebeu da poção. Agora a criança
não nasceria normal, mas isso parecia não importar mais. Hadu
refletiu sobre o assunto, e percebeu que também não se
importava. Ele perguntou para Zuha como ela sabia tratar-se de
um filho homem. Ela respondeu “porque eu o sinto dentro de
mim, agora mais do que nunca”. Hadu deu de ombros. Algo a
respeito disso o incomodava, mas ele não deixaria que tal coisa
afetasse seu amor por Curaferrum.
Posteriormente Hadu percebeu que haviam outros
carniçais nas listas de servos de Curaferrum, e não gostou disso. golas
Fidus, a besta cabisbaixa Beast
G
r
Ele se livraria deles caso pudesse fazê-lo sem desapontar o mestre
que tanto amava. Tudo isto ocorreu há mais de 50 anos. Gárgula – 10ª Geração
Ninguém parece ter percebido que Hadu não envelheceu, nem Natureza: Inovador
morreu. Ninguém presta atenção nele. Ele é como a tapeçaria, a Comportamento: Solitário
mobília, a própria rocha na qual Ceoris foi construída: Ele está Criação: 1187
sempre presente, embora pouco notado. Fidus tem 10 anos de Idade. Ele é o mais novo dos 4
ZUHA, SENHORA DAS COZINHAS aprendizes. Fidus impressionou Virstania com seu entusiasmo e
Carniçal de Curaferrum inteligência.
Natureza: Fanática
Comportamento: Criança
Idade Real: 60
Idade Aparente: 60
Muito da história de Zuha foi dita acima, como parte da
história de Hadu. Ela nasceu para ser uma serva do castelo, sendo
criada num vilarejo vizinho, e então recrutada para servir tal como
sua mãe serviu. Ela se apaixonou pelo ambicioso Hadu. Ela estava
grávida de seu filho quando Curaferrum o transformou em sua
carniçal, tal como havia feito com Hadu. Zuha esqueceu do amor
por Hadu e começou a amar Curaferrum. Ele a nomeou
cozinheira chefe.
Cinquenta anos depois de ter provado a vitae de Curaferrum
pela primeira vez, o feto ainda se move e chuta dentro de seu útero.
Isto supostamente não deveria ocorrer quando mulheres grávidas
se tornam carniçais, mas Ceoris é um lugar onde coisas estranhas
acontecem. Zuha há muito se habituou ao desconforto.
Zuha espiona os outros servos e se assegura de que cumpram
as ordens de Curaferrum. Ela é especialmente vigilante com os
novos servos, que podem ser infiltrados de outros lugares.

101
 A menos que não possa evitar, jamais sai do lado de Virstânia.
Muito fraco e deformado para agir como guarda ou participar de
ataques, se faz útil de outras formas. Dos quatro é o único que possui
algum entendimento sobre magia. Ele é capaz de ler e já deu a
Virstânia dicas úteis de cunho místico em algumas ocasiões. Olhando
para os rituais de Virstânia, Fidus enxerga formas de mudá-los para
que as gárgulas possam ter mentes mais independentes. Entretanto
não vê uso para este conhecimento porque não acha que são leais o
suficiente no momento.
Tendo apenas 1,20 metros de altura, Fidus possui um pescoço
perpetuamente reclinado e uma longa cabeça na qual há um grande
bico curvo. Seus olhos parecem como pequenas contas negras
brilhantes. As asas de Fidus são pequenas, deformadas e inúteis. Ele se
baba incontrolavelmente e fala com o “S” carregado de maneira que
muitos consideram cômica.
Luma, a beleza Pétrea
Gárgula – 9ª geração
Natureza: rebelde
Comportamento: tirano
Criação: 1183
Luma nasceu há 14 anos. Virstânia gostaria de poder
duplicar as exatas condições de sua criação para poder fazer
outras gárgulas como ela. Luma não é somente uma das mais
agressivas gárgulas, também é a mais carismática. As outras
gárgulas instintivamente dão atenção a seus comandos. Todos os
machos desejam copular com ela mas têm muito medo de se
aproximar sem permissão.
Luma, sem o conhecimento de Virstânia, seduziu duas
gárgulas recém criadas, Crystallus e Ampulla, a se submeterem a
laço de sangue com ela. Ambas foram criadas usando os mesmos
métodos ritualísticos feitos na criação de Luma, e suas formas
são muito semelhantes as dela. Luma agora serve como uma das
assistentes de Virstania.
102
Das quatro gárgulas, ela é a menos interessada em executar
tarefas servis para Virstania. Ela se submite a indignidade para
aprender mais sobre sua senhora e sobre os segredos de sua raça.
Luma é uma criatura esguia com a face serena e amável de
uma antiga estátua grega. Suas garras longas e consideravelmente
curvas, bem como suas asas com pontas afiadas como lâminas, de
alguma forma complementam sua beleza inumana. Sua pele de
alabastro brilha num tom tênue de amarelo; efeito que só é visível
no escuro.
SAXUM, MESTRE DOS ESCRAVOS
Gárgula – 8ª geração
Natureza: Autocrata
Comportamento: Defensor
Criação: 1123
Saxum é o silencioso líder dominante dos aprendizes
gárgulas de Virstania (existem outros 3 líderes além dele). Ele é o
mais antigo gárgula sobrevivente, tendo sido criado em 1123 (a
gárgula original, Chaundice, fora perdida em 1127 se presume
que foi destruída). Assim como auxilia Virstania em seus
experimentos, Saxum atua como gárgula líder, passando as
instruções de Virstania para as outras gárgulas. Ele interrompe as
lutas, divide a comida e relata suas reclamações para a Grande
Mãe. Sua lealdade é para com ela, não para com os Tremere.
Saxum é um espécime exemplar do tipo básico de gárgula.
Seus traços faciais são fortemente talhados, quase heróicos. Sua
pele de pedra é suave como mármore e sua musculatura é
impressionante. A envergadura de suas asas é maior do que a
maioria dos de sua espécie, ultrapassando 3 metros da ponta de
uma asa a outra. Ele com orgulho veste uma túnica com adornos
dourados dado a ele por Virstania.
PRISIONEIROS
As pobres almas seguintes padecem nas prisões de
Ceoris no ano de 1197
ITERA, USURPADORA DESPREZível
Tremere de 7ª Geração, cria de Malgorzata
Natureza: Arquiteto
Comportamento: Juiz
Abraço: 1197
Idade Aparente: fim dos 30
Itera é uma maga visitante recentemente abraçada por
Malgorzata, Ela escreveu uma carta para Probias, líder da
capela Perugia da Casa Tremere, alertando sobre as
maquinações vampíricas de Ceoris. Ela não suspeitou que
Probias já havia sido transformado ou que a conspiração se
estendia para além de Ceoris. Etrius quer que Itera seja
mantida viva como um lembrete da tolice de Malgorzata.
Malgorzata a quer morta. Curaferrum removeu os guardas
carniçais de Malgorzata das catacumbas para impedir que
matassem Itera a mando de Malgorzata. Isto enfureceu
Malgorzata e pode provocar uma enxurrada de intrigas entre
facções em Ceoris.
Marta, espiã charlatã
9ª Geração, Ravnos – Cria de Vassily Taltos
Natureza: Sobrevivente
Comportamento: Andarilha
Abraço: 1175
Idade Aparente: Início dos 20
A Ravnos de nome Marta foi capturada depois de se
infiltrar em Ceoris no disfarce de uma serva.
Curaferrum a encontrou caída ferida diante de sua
porta, ferida pela runa de proteção que ele havia criado e
colocado na porta. Marta ficou cega com a explosão.
Cordwood agora a alimenta apenas o bastante para que
regenere seus olhos. Em seguida, tão logo ela recupera
alguns traços de visão, ele a cega novamente usando um
espeto em brasa. Já é a terceira vez que Curaferrum a fere
desta forma, e Marta está quase pronta para falar. Ela
alegou até agora que só quis penetrar em Ceoris pela
diversão uma vez que ouviu dizer que o lugar era
impenetrável. Mas na verdade o lorde Tzimisce
Vladimir Rustovich (Veja Transilvânia à noite pág
117) assegurou seus serviços em troca da liberdade de
seu irmão mortal, a quem mantém prisioneiro. Marta já
decidiu admitir que trabalha para Rustovich, mas não a
parte sobre seu irmão. Ela tem a esperança de enganar
Cordwood oferecendo-se para espionar Rustovich para
ele.
Pulsatio, O Aprendiz Perdido
Aprendiz mortal da Casa Tremere
Natureza: Defensor
Comportamento: Defensor
Idade Real: 35
Idade Aparente: meados dos 30
O musculoso mortal Pulsatio serviu tanto como guarda
costas como aprendiz de Tosia, a mais influente dos magos
não transformados em Ceoris. Recentemente ele foi
capturado e se tornou um prisioneiro, depois de fazer muitas
perguntas num encontro do conselho. Ele não sabia o que
estava acontecendo antes, mas desde seu aprisionamento ele
conseguiu juntar as pistas. Pulsatio acha que pode escapar
sobrepujando os guardas no caminho da câmara de tortura.
Portanto, precisa dar a Cordwood um motivo para torturá-lo.
Ele inventou a história de que foi enviado por uma casa
hermética rival para descobrir os mistérios dos Tremere. Ele
pretende contar esta história um pouco de cada vez,
suportando sessões de tortura, até que tenha a chance de
fugir. Ele então tentará encontrar Tosia e organizar os magos
mortais contra as criaturas da noite de Ceoris. Sua grande
confiança o impede de ver a completa tolice de provocar a
tortura.
Vilich, o Mártir Leproso
Nosferatu de 12ª geração, filho de Tybald
Natureza: Solitário
Comportamento: Penitente
Abraço: 1193
Idade Aparente: desconhecida
Vilich é um neófito Nosferatu capturado
oportunisticamente pelas gárgulas durante uma revoada. Seu
senhor leva uma existência de eremita, abraçando somente os
párias dos vilarejos para que tenha alguém com quem
conversar e jogar xadrez. O senhor de Vilich o ensinou a ser
muito cauteloso em relação a envolvimento com a guerra
entre cainitas, especialmente em relação à batalha com o
novo clã de feiticeiros. Vilich lamenta sua captura como uma
terrível e injusta virada do destino. Ele implora por sua
sobrevivência a qualquer um que esteja escutando. Embora
tenha sido verdadeiro quando diz não saber nada sobre os
esforços dos Nosferatu contra os Tremere, Paul Cordwood
não acredita nele. Cordwood o submete a sessões regulares de
tortura, ficando
103
HOUSE OF TREMERE

104
apítulo Seis:
Os Segredos
das Oficinas
Vós sereis como deuses, conhecereis
o bem e o mal.
- Gênesis 3:5

105
Desenvolvimentos
Taúmaturgicos
Nos aproximadamente dois séculos desde que Tremere e
seus companheiros se transformaram em vampiros, boa parte de
seus esforços são dedicados a encontrar formas de preservar e
recuperar suas habilidades com as artes místicas. A nova magia
do sangue a qual chamam de Taumaturgia é o resultado desta
busca, que ainda está em progresso. De forma geral, Tremere e
os outros taumaturgos ainda estão na fase inicial de seu
trabalho. Eles estabeleceram os fundamentos básicos da
Taumaturgia e estão ocupados adaptando as artes e rituais
herméticos a seus propósitos (usando a trilha da Rego Magica,
detalhada logo abaixo). Foi obtida relativamente pouca
inovação, com a notável exceção da trilha baseada no sangue
Rego Vitae. Em poucas décadas, a Casa Tremere romperá os
laços com a Ordem de Hermes de magos mortais. Isto marca o
fim da fase de “conversão” de desenvolvimento taumatúrgico,
tanto pelo fato de Etrius e Tremere terem exaurido as artes e
rituais mais viáveis, como por terem sido banidos das grandes
bibliotecas herméticas. A partir da metade do século 13 em
diante, a taumaturgia toma seu próprio curso separado do
conhecimento hermético.
Leitores interessados no desenvolvimento da taumaturgia
e em outras formas de magia do sangue devem consultar o livro
Magia do Sangue: Segredos da Taumaturgia. Aqueles que
desejarem ver o precipício que separa Tremere e a magia
hermética nos séculos subsequentes deve consultar Traição de
Sangue, um suplemento para Mago: A Ascensão. Entretanto,
nenhum destes livros é necessário para desfrutar do livro Casa
Tremere ou dos sistemas abaixo.
As duas seguintes Linhas taumatúrgicas estão disponíveis
apenas a critério do narrador. A Rego Magica é especialmente
rara e é mostrada aqui apenas para dar um vislumbre ao
narrador do processo de conversão mística em ação. A Linha
Perdo Magica é mais amplamente conhecida.
Rego Mágica
(nova Linha)
Tremere, Goratrix e Etrius inventaram esta trilha para
permití-los converter técnicas herméticas para magia do sangue.
Tremere ordenou que o conhecimento desta trilha fosse
rigidamente controlado. Ele não quer seus jovens inventando
trilhas que ele mesmo não saiba. Isso pode ser desastroso no
evento de uma rebelião. A trilha também oferece uma formidável
série de técnicas para usar contra magi inimigos. Therimna e
Curaferrum têm sido treinados nesta trilha: a anterior para
dobrá-los melhor; o último para exterminá-los mais
eficientemente. O Círculo Interno sabe da sua existência, embora
nem todos eles possam usar a trilha. No momento, nenhum outro
a segue.
CRIANDO NOVAS TRILHAS
Depois de um período conveniente de pesquisa nas mágicas
Herméticas equivalentes, o taumaturgo pode criar uma nova
trilha na qual ele, e os taumaturgos após ele, possam usar. A trilha
deve girar em torno da criação (Creo), controle (Rego), percepção
(Intéllego), transformação (Muto) ou destruição (Perdo) de
categoria simples de força ou objeto.
106
Categorias comuns incluem animais, cada um dos quatro
elementos clássicos, a mente ou plantas. O termo em Latim para a
força ou objeto aparece como a segunda palavra do nome da
trilha. Por exemplo, uma trilha permitindo ao taumaturgo a criar
doenças pode ser chamado Creo Malum.
O processo de pesquisa envolve anos de esforço maçante
sobre tomos empoeirados, fazendo cálculos e realizando testes
alquímicos. A chave é descobrir os vários meios nos quais imitar
os efeitos herméticos através do poder do sangue Cainita. O
taumaturgo começa criando o primeiro poder na trilha, e então
cria mágicas mais poderosas sucessivamente, até que tenha
criado no mínimo cinco poderes. Taumaturgos que tenham
ganho nível 6 na trilha criada podem adicionalmente improvisar
efeitos poderosos. O vampiro pode fazer anotações extensivas
permitindo a outros aprender a trilha ou confiar os segredos à
memória de maneira que possa mantê-la para si mesmo. Porém,
se falhar em tomar notas no processo de criação, achará muito
difícil ensiná-la para outros taumaturgos depois.
Sistema: O jogador cria um poder escrevendo-o no formato
dado aqui, com informações descritivas sobre suas capacidades
listadas em um ou dois parágrafos seguidos por informação
específica sobre mecânica de jogo num parágrafo classificado
"Sistema". O Narrador tem a palavra final sobre a trilha e os
poderes individuais; ele deve seguir os seguintes critérios:
• Ele deve combinar com o nível desejado. Se o
personagem está criando seu primeiro poder na trilha, deve ser
um poder de nível um. Depois disso, deve criar o poder de nível
dois e assim por diante.
• O nível do vampiro em Rego Mágica deve exceder o nível
do poder desejado em, no mínimo, 2.
•Ele deve ser aproximadamente tão efetivo quanto os
poderes de outras trilhas Tremere que compartilham seu nível.
Poderes de nível 1 não têm maior efeito numa história que o
movimento de um objeto de meio quilo, a conjuração de névoa
ou uma chama de vela, ver eventos passados numa localização
específica ou o aumento de Atributos gastando Força de
Vontade. Poderes de nível 2 são quase tão efetivos quanto forçar
outro vampiro a gastar Pontos de Sangue involuntariamente, o
movimento de 10 quilos, conjuração de uma chuva ou a chance
de conversar com um objeto inanimado. Poderes de nível 3 fazem
coisas como permitir o vampiro abaixar sua geração
temporariamente, criar uma chama de uma fogueira de
acampamento, mover 100 quilos, remover um nível de
Vitalidade por sucesso alcançado sobre o teste oposto da vítima
ou fazer uma cadeira agarrar seu ocupante. Poderes de nível 4 são
de magnitude suficiente para roubar Pontos de Sangue a
distância, conjurar uma grande fogueira ou tempestade, mover
250 quilos ou criar um muro aquoso através do qual seres
sobrenaturais não podem passar. Níveis 5 devem ser não menos
poderosos que aqueles que removem tanto níveis de Vitalidade
quanto Pontos de Sangue por sucesso, faz cair raios, movem 500
quilos ou conjurar uma poderosa entidade de outro reino da
existência.
O Narrador pode modificar o parágrafo sistema para
nivelá-lo mais com os outros poderes comparáveis.
 Ele pode permitir à vítima do poder um teste para resistir,
fazendo menos efetivo para cada sucesso alcançado, escalar o
efeito para o número de sucessos alcançados, aumentar ou
diminuir o tamanho do efeito ou impor requerimentos sobre o
usuário, assim como sua proximidade física para afetar ou um
gasto de Ponto de Sangue extra além do normal de 1 por poder
usado.
• Ele deve adequar-se ao tema geral da trilha. Por exemplo,
se o jogador está criando a trilha Creo Malum, o poder deve criar
uma doença.
• Ele não pode duplicar o efeito de outra trilha ou poder de
Disciplina. (Porém, ele pode oferecer uma versão mais ampla de
um efeito conferido por um ritual existente). Os Narradores não
precisam se preocupar sobre poderes listados em livros dos quais
eles não têm acesso. Efeitos extremamente comuns - assim como
os relacionados à dano - podem ser aceitos se propõem uma
distorção única sobre a fórmula básica ou simplesmente parece
muito interessante para rejeitar.
Uma vez que jogador e Narrador tenham chegado à um
consenso final para o poder, o personagem embarca num período
de extensiva pesquisa, procurando meios de tornar teoria em
prática. Ele deve gastar um ano para cada bolinha do poder,
assumindo que o taumaturgo possa devotar pelo menos trinta
horas por semana para seus esforços. Tendo gasto este tempo, o
vampiro testa Inteligência + Ocultismo (dificuldade 6); e deve
alcançar um número de sucessos igual ou maior que o nível do
poder. Falha requer um retorno à biblioteca e ao laboratório,
gastando no mínimo seis meses para cada "bolinha" do poder
antes que uma nova tentativa possa ser feita.
Se um poder prova ser insatisfatório em jogo, os
Narradores devem reservar o direito de revisar os detalhes do
sistema. Eles devem introduzir limitações adicionais para
balancear um poder muito útil para seu nível de "bolinha",
enquanto ser justo e inteligente para encorajar a efetividade
de poderes que acabam ficando sem atrativo.
CRIANDO NOVOS RITUAIS
Rego Magica permite também a criação de novos rituais de
sangue. O taumaturgo querendo fazer isso deve primeiro
conduzir extensas pesquisas sobre rituais herméticos existentes.
Ele deve esforçar-se para achar aquele que duplica mais
aproximadamente o efeito desejado e deve então selecionar e
purificar os itens de ritual que correspondem às forças que
deseja controlar. As ações ritualísticas que realiza com estes itens
servem como uma metáfora visual para a mágica que deseja criar.
Por exemplo, se quiser criar um ritual que liga uma vítima
confiante à sua vontade, ele pode selecionar um cetro de rei
(representando comando) e marionete (para ficar como alvo).
No decorrer do ritual, pode atar as linhas da marionete ao bastão
de controle e então mexer o cetro sobre o fantoche completado.
O ato de amarrar a marionete representa seu domínio desejado
sobre o alvo, como faz o mexer do cetro.
Ele deve ir para seu laboratório e formular sais, humores ou
pomadas. Estes podem fortificar o praticante durante o ritual,
efetuar transformações necessárias nos itens do ritual
(incluindo sua destruição) ou trabalhar diretamente sobre o
item ou individuo alvo.
107
 Ele deve inventar os cânticos e encantamentos usados
para soltar o poder inato do ritual. Para este propósito, deve
empregar um manual de cálculos, estabelecidos por Goratrix,
que ajusta fórmulas herméticas para o uso dos magi de sangue.
Este manual ainda é uma obra em mero progresso e fornece
somente equivalências grosseiramente úteis para
experimentações; o taumaturgo ainda deve fazer ajustes em seu
laboratório.
Uma vez que tenha inventado seu ritual, deve ensaiar
extensivamente, praticando seus movimentos e encantos
testando repetidamente qualquer reação alquímica requerida.
Ele insere cânticos ridículos e inofensivos e movimentos em
momentos pivôs, de modo que não puxem magias poderosas
antes que esteja certo dos meios para controlá-lo. Durante isso
deve permanecer precavido de espíritos travessos escondidos
ou outras forças atraídas pelo potencial de brincadeiras
malignas. Eles podem tentar confundir sua mente, de modo
que os movimentos e invocações do praticante faça chover
desastres sobre si.
Finalmente ele tenta o ritual, sabendo que pode ter um
dos três resultados. Ele pode ter sucesso em estabelecê- lo como
um método razoavelmente seguro e permanente de invocar o
efeito desejado. Ele pode falhar de certo modo que o permita
refazer seus passos e tentar o ritual de novo depois. Ou pode
sofrer uma catástrofe a qual acarretará várias consequências
imediatas, e também o impedirá para sempre de estabelecer
direito o ritual ou passar adiante suas anotações para que
outros as completem.
Assumindo o primeiro resultado, o último passo em
finalizar um novo ritual bem sucedido é dá-lo um nome poético
adequado. Uma breve frase é escrita sobre uma peça de
pergaminho e queimada, de forma que todos os elementais da
criação e demônios possam conhecer e temê- lo.
Sistema: O jogador cria um ritual escrevendo de acordo
com o formato visto aqui ou em outros produtos. A primeira
seção descreve, sem mecânica de jogo, o efeito do ritual e
fornece uma descrição breve dos métodos requeridos para
invocá-lo.
O Narrador olha primeiro para ver se o efeito é similar ao
de outra Disciplina ou ritual. Ele precisa se preocupar somente
com aqueles listados em livros aos quais tem acesso. Se o efeito
já é conhecido, o criador descobre isto durante os primeiros
estágios de pesquisa e não poderá avançar. Se o efeito não é
conhecido, o Narrador então se pergunta se isto obedece aos
temas associados com mágica dos Tremere. Os detalhes do
ritual deveriam evocar os atos racionalistas, rígidos e
semicientíficos dos Tremere.
1 1 Semana
3 1 Mês
1 3 Meses
3 Anos
10
108
Os efeitos aos quais os rituais Tremere são mais adequados
são os seguintes:
• O efeito interfere com a composição natural de seres
vivos ou morto-vivos, assim como rituais Gárgulas ou de criaturas
híbridas listados mais a frente neste capítulo. (Casa Tremere)
• Ele oferece proteção contra os muitos inimigos dos
Tremere.
• Eles alteram as leis do vampirismo para ajudar em sua
sobrevivência.
Porém, os Tremere ainda estão em seu início, estágio
criativo, e podem ser capazes de ramificar-se em novas áreas se o
Narrador desejar.
Se o Narrador aceitar o efeito, deve então determinar o nível
do ritual comparando o novo ritual aos existentes em termos de
sua utilidade para o praticante e o grau de mudança que exerce
sobre seu alvo. Efeitos que terão somente um pequeno impacto no
curso de uma crônica merecem baixos níveis de ritual. Aqueles
com o potencial para mudar abruptamente a direção de uma linha
de história exigem altos níveis. Similarmente, efeitos que trazem
mudanças amplas e óbvias requerem níveis altos de ritual.
Apesar do nível determinar a dificuldade padrão de um
ritual, o Narrador sempre pode adicionar mais requerimentos
para limitar o uso de um efeito poderoso. O mais seguro desses é o
custo de um Ponto de Sangue. Comece com um custo de 1 Ponto
de Sangue por nível do ritual e ajuste como o necessário. Um
Narrador também pode exigir o gasto de itens raros ou valiosos na
execução do ritual, estipular que ele requer a ajuda de assistentes
ou outros taumaturgos, estender o tempo requerido para lançar o
ritual ou limitar a duração de seu efeito. Nunca use o resultado
exato de um erro crítico como fator limitante, nem se forem
especialmente sórdidos. Erros críticos nunca devem ser
previsíveis de modo que os Narradores podem desfrutar de rédeas
livre para adequá-los diabolicamente às circunstancias à mão.
(Jogadores sempre podem criar adiantadamente limitações em
suas descrições, esperando influenciar o Narrador para sua causa.
Alguns Narradores podem querer evocar os rigores do processo de
pesquisa recusando a sugerir limitações por si mesmos. Invés
disso, eles simplesmente rejeitariam o ritual como escrito e
mandariam o jogador de volta para a prancheta de desenho sem
orientação específica de como melhorá-lo).
Uma vez que o jogador e o Narrador tenham, por qualquer
que seja o meio, chegado à um ritual aceitável, o personagem pode
tentar fazer do ritual parte do cânone Tremere e aprendê-lo. A
quantidade de tempo que deve gastar em pesquisa e ensaio do
ritual é o seguinte:
Tempo antes de outra tentativa
1 Ano
5 Anos
 Pesquisa Successos Resultado dos sucessos de execução
0 0 O ritual não foi criado. Qualquer tentativa futura que o taumaturgo faça para


criá-lo (ou algo muito similar) estará destinada a falhar.

1+ 0 O ritual não foi criado. O taumaturgo pode tentar de novo gastando o tempo


listado em “tempo antes de outra tentativa”.

2+ 0 O taumaturgo criou com sucesso um ritual que ainda não compreende totalmente.


Depois de dedicar um período extra de tentativas, aprende o novo ritual, sem

necessidade de nenhum outro teste.

0 1+ O ritual não foi criado. O taumaturgo pode tentar de novo gastando o tempo


listado em “tempo antes de outra tentativa”.

0 2+ O efeito se manifesta, mas o taumaturgo não pode repetir o ritual ou ensiná-lo a


outros. O taumaturgo pode tentar de novo gastando o tempo listado em “tempo

antes de outra tentativa”

1+ 1+ O ritual foi criado. Seu efeito se manifesta.


O tempo gasto aqui assume que o taumaturgo gasta uma vasta
quantidade de seu tempo de pesquisa sobre este único ritual e que EVITANDO LIMITAções de Níveis
suas outras obrigações não o impedem de devotar pelo menos 30 de Ritual
horas por semana para pesquisa. Ao fim deste tempo, ele faz dois Taumaturgos podem criar rituais de níveis maior que o
testes. Normalmente o vampiro pode continuar com estes testes seu de Rego Mágica normalmente aprovando níveis,
somente se seu nível em Rego Mágica excede o nível do ritual em, no pesquisando primeiro rituais similares, mas menos efetivos.
mínimo 2. O primeiro é um teste de Inteligência + Ocultismo Fazendo isso, eles constroem uma descoberta maior via um
(dificuldade 5); isto mede seus sucessos em pesquisar o ritual. Então processo de desenvolvimento gradual. Eles podem agir
ele deve realizar de fato o ritual com sucesso; o segundo teste é como se seus pontos em Rego Mágica tivessem aumentado
portanto aquele do ritual que deseja criar. Os resultados variam em 1 para cada ritual relacionado e de menor nível que
dependendo dos sucessos alcançados em cada teste, como na tabela tenham criado no passado (até um número de pontos de
que se segue. bônus máximo igual ao seu verdadeiro nível em Rego
Depois de criar o ritual com êxito, o taumaturgo é o único que o Mágica.)
conhece. Se desejar dividí-lo com outros, pode ensiná-los Rituais de desenvolvimento frequentemente caem em
diretamente, ou escrever instruções detalhadas num livro ou desuso depois que seus pesquisadores fazem o
pergaminho. Transcrever o ritual o torna mais fácil para colegas quebra-cabeça desejado. Para um exemplo de ritual de
distantes aprenderem, mas também cria uma oportunidade para os desenvolvimento, veja "Povoar o Jardim Noturno" (veja pág.
rivais. Os pesquisadores de Ceoris são altamente ciumentos uns 104). Goratrix, Malgorzata e Virstania desenvolveram este
com os outros e nunca dividem os frutos de suas pesquisas ritual como um passo para "Ao Nosso Comando Ele
desatentamente. Eles afrouxam sua segurança sobre seus segredos Respira" (veja pág. 116). Hoje, somente Virstania retém
mágicos quando querem cimentar alianças, resolver mágoas ou qualquer interesse em realizar o ritual menor.
fornecer recompensas por serviços prestados. Outro exemplo de um ritual de desenvolvimento é o
COMBINANDO ESFORçOS "Deslocamento de Pneuma" de Epistatia (pág.113). Por
Os taumaturgos podem superar as limitações sobre a criação anos ela suou sobre rituais para fazer uma alma migrar de seu
de trilhas ou rituais trabalhando em conjunto. Para o nível efetivo corpo. Ela ainda tem de alcançar sua conclusão definitiva;
de Rego Mágica de um grupo de pesquisadores, subtraia 1 do nível está estudando o efeito do Deslocamento de Pneuma com
de Rego Mágica de cada participante individual e então os some. um olho para a criação de um ritual de quarto nível mais
Só um dos pesquisadores pode fazer os testes necessários para efetivo.
sucesso.
A habilidade de combinar esforços de pesquisa exerce uma Um lorde da capela tem o direito de mandar um praticante
grande influência sobre a política de Ceoris. A pesquisa de de Rego Mágica auxiliar outro. Taumaturgos ressentem-se
assistência de outros magos do sangue é uma mercadoria amargamente de serem forçados a abandonar seus próprios
projetos para servir aos interesses de um colega, assim um lorde
altamente cobiçada. A oferta de assistência é um poderoso sábio usa esta lei moderadamente.
PERDO Mágico
incentivo, e é frequentemente usado para resolver hostilidades ou
trocas para outros favores potentes. Por exemplo, Mendacamina
persuadiu Epistatia uma vez à trazer um mago que ela caçava de Cainitas Tremere continuam a existir face a face com
volta à Ceoris como um prisioneiro ao invés de matá-lo na hora. magos não transformados, e sabiamente temem suas
Ela fez isso prometendo ajudá-la com seus rituais mais recentes de habilidades. Eles adaptaram a trilha seguinte das práticas
migração de alma. (Mendacamina queria matar o colega por si Herméticas para defenderem-se contra os colegas mortais.
mesma - vagarosamente).

109
 Quando realizar contramágica, o taumaturgo faz um gesto
repudiador, como se espantasse mosquitos, e diz um breve
encantamento.
A trilha oferece várias dúzias destes encantamentos, cada um
deles correspondendo à uma força ou elemento comumente
presente nos trabalhos mágicos. O encantamento para dissipar
mágica de fogo inclui uma referência para água, por exemplo.
A trilha bloqueia parcialmente outros tipos de feitiçaria,
incluindo necromancia e práticas Setitas, Assamitas e Koldúnicas.
Porém, Perdo Magica não bloqueia Disciplinas não feiticeiras.
Perdo Magica provará sua utilidade logo, quando a Casa
Tremere vem a ser banida pela Ordem de Hermes, levando a uma
guerra de oito anos contra seus antigos companheiros. Quando a
guerra terminou, a liderança Tremere desencorajou o uso desta
trilha porque também é efetiva contra Taumaturgia. Os
taumaturgos mais poderosos do clã não querem que outros saibam
como contra-golpear seus trabalhos mais letais. Na época das noites
modernas, a Ordem de Hermes terá alterado suas práticas o
suficiente para fazer a Perdo Magica ineficaz, enquanto os Tremere
se concentram em desfazer os trabalhos de seus inimigos internos.
Nas noites modernas, ela se torna a Contramágica Taumatúrgica
(veja o Guia da Camarilla , pg. 108)
Sistema: O vampiro pode anular o efeito de qualquer trilha ou
ritual Taumatúrgico ou Hermético, desde que seu nível em Perdo
Magica iguale ou exceda os pontos do poder da trilha ou o nível do
ritual. O jogador gasta um Ponto de Sangue e testa um número de
dados igual ao dobro do nível do personagem em Perdo Magica
(dificuldade igual àquela do efeito sendo anulado). Cada sucesso
que tenha cancela um sucesso alcançado pelo mágico oposto.
Quando bloquear trilhas ou rituais que não são nem
Taumatúrgicos nem Herméticos, a Parada de Dados do vampiro em
Perdo Magica é dividida pela metade.
Rituais
Taumatúrgicos
Ceoris é atualmente o centro de aprendizado Tremere, e é a
primeira universidade da emergente arte taumatúrgica da magia
do sangue. Como tal, é o lar de uma variedade de rituais novos e
únicos, muitos dos quais são desconhecidos fora de suas
muralhas. A menos que seja indicado de outra forma, todos os
rituais exigem a rolagem padrão de Inteligência + Ocultismo
(dificuldade 4 + nível do ritual). O tempo padrão para realizar
um ritual é de 5 minutos por nível.
RITUAIS DE NíVEL UM
ATRASAR COMO MOSCAS DO CADáver
Este ritual permite a preservação de partes do corpo de seres
vivos (ou mortos-vivos), de modo que possam ser usadas em rituais
que demandam componentes de carne fresca muito tempo depois
de ser cortada de seu dono original. O feiticeiro deve fazer uma série
de encantamentos antes de dissecar a vítima viva. Ele conduz a
dissecação e então passa as partes desejadas através da fumaça de um
incenso queimando sais alquímicos.
110
Vampiros criativos podem inventar outros usos para o
ritual. Por exemplo, é mais perturbador para a família de um
inimigo jogar uma cabeça aparentemente fresca em sua capa do
que enviar uma mera caveira. Também é útil na formação de
álibi; na hora que encontrarem um corpo tratado desta forma,
o feiticeiro pode ter viajado muitas léguas, deixando um corpo
que parece recém morto. Este ritual também pode preservar
sangue para consumo posterior.
Sistema: Um simples sucesso preserva cinco Pontos de
Sangue ou 50 kg de carne de uma única espécie por uma
semana. Os jogadores podem gastar sucessos adicionais para
estender o tempo de preservação (uma semana por sucesso) ou a
quantidade preservada (cinco Pontos de Sangue/50 kg por
sucesso).
Nota Histórica: O advento da refrigeração torna este
ritual uma relíquia do passado.
Agora Sua Visão é Nossa
Este ritual cria um artifício de vigilância que pode ser
usado para observar inimigos e eventos com segurança; Paul
Cordwood o inventou para seu uso e de seus espiões. O ritual
requer um alfinete dourado de sete centímetros e meio, um
arame, uma pequena garra dourada feita no formato de um pé
de galo, um pouco da vitae do feiticeiro e uma vítima humana
com no mínimo um olho sadio. Quando o ritual inicia, a vítima
está ajoelhada, amarrada, amordaçada e vendada. O ritualista
(ou um assistente; geralmente dois ajudantes são requeridos
para reter a vítima durante o estágio a seguir) retira a venda da
vítima e incide uma luz brilhante em sua face. Usando um
compasso, o vampiro retira o olho desejado, tomando cuidado
para não o danificar desnecessariamente. Enquanto os
assistentes removem a vítima, o ritualista recita uma série de
encantamentos e fura o olho com o alfinete. Ele fixa o alfinete
ao arame e o arame à garra, passa o olho através da fumaça de
vários incensos como uma medida preservativa e então o
mergulha na sua própria vitae que descansa num recipiente
dourado inscrito com a imagem de Thoth, o deus egípcio do
conhecimento. Então a vitae é retirada, colocada numa solução
de sais e essências preservativas e então guardada.
Agora o artifício pode ser colocado em qualquer local que
o vampiro deseje vigiar a distância. A garra é usada para
segurá-lo à superfície. Desnecessário dizer, deve ser bem
escondido dos alvos observados.
Para ver através do olho do artifício, o usuário (que deve ser
um vampiro, mas não necessariamente o ritualista original)
ingere a poção da vitae. O artifício sobrepõe sua percepção
visual; ao invés daquilo que está a sua frente, ele vê o que o
artifício vê.
Sistema: O ritualista precisa gastar no mínimo 3 Pontos de
Sangue na preparação da poção de vitae mas não é limitado à
esta quantidade. Cada ponto fornece quatro doses da poção.
Usar o artifício não requer nenhum teste, a menos que o
usuário tenha bebido o sangue preparado à força. Neste caso ele
pode rolar Força de Vontade contra uma dificuldade 9 para
resistir à visão. A imagem que cobre a visão do usuário é plana,
um único olho não tem percepção de profundidade. A
sensação é puramente visual, cobrindo nenhum som, cheiro ou
outra informação sensorial.
 O usuário pode variar a duração da visão alterando a
quantidade de poção de vitae que bebe. Ela dura por dez
minutos por dose consumida. A poção não nutre quem a bebe;
ela não pode ser usada para aumentar seus Pontos de Sangue.
O olho permanece potente até que seja destruído, mas é
inútil sem a poção de sangue correta. O taumaturgo original, e
somente taumaturgo original, pode realizar o ritual usando um
olho existente (e sem novas vítimas) para ganhar mais doses de
sangue. Cada vez que ele é feito para um único olho, a
dificuldade do ritual aumenta em 2.
RITUAIS NíVEL DOIS
DE
Pó da Lembrança
Curaferrum criou este ritual para alertá-lo sobre sinais de
desordem em seu santuário. Para realizá-lo, o taumaturgo corta
um de seus dedos, permitindo-o desfazer- se em pó enquanto
cresce outro novo. Ele combina o pó com mirra, vinha podre,
pó de prata e sal extraído das lágrimas de uma criança, deixa
que a mistura seque e então realize uma série de
encantamentos. O resultado são vários dracmas de pó
esbranquiçado. O taumaturgo joga o pó sobre um objeto de seu
interesse. Se o objeto é movido enquanto ele não estiver em sua
presença, o taumaturgo sente uma dor aguda em seu dedo
regenerado.
O castelão usa isso estrategicamente colocando pó sobre
certas portas para saber quando ocorrem intrusões
indesejáveis. Algumas vezes também faz usos insignificantes
disso. Ele pode colocar o pó em armários de roupa de cama para
flagrar os servos mortais ou sobre a tapeçaria representando
Etrius, para ver quem o tem respingado com tinta.
Sistema: O ritualista pode espalhar o pó sobre até vinte
objetos durante o ritual. Ele pode dizer qual dos objetos está
sendo interferido se o jogador passar num teste de Inteligência
+ Ocultismo. A conexão com o objeto preparado dura um mês
lunar por sucesso no teste do ritual.
Apropriação
Membranosa
A matéria prima para este ritual é a pele reconstituída que
aparece no aparato alquímico do ritualista após um Cainita ser
atacado pelos comedores de pele (veja pág 123). Diferente dos
outros rituais usando este material, o taumaturgo deve tomar o
cuidado de que a pele derive de um único indivíduo. O
ritualista mistura a pele como massa de pão, então cozinha
num forno esquentado não por chamas, mas por vis destilada
(veja pág 129). Remove do forno alquímico durante processo
de cozimento e esculpe numa mão direita ou numa máscara.
Ele deve retornar o material ao forno, periodicamente batendo
com alume, resina de pinho e pó de escamas de serpente.
Sistema: Quando o ritual é completado, o taumaturgo
possui um objeto com uma ligação ao indivíduo cuja pele foi
usada. Isso pode ser uma mão ou uma máscara. Se a vítima
estiver consciente, o item também começará a pulsar, torcer-se
e em instantes começará a reproduzir os movimentos do alvo
quando ele os faz. Distância entre a vítima e o item não
constitui um impedimento.
O item deve ser disposto apropriadamente para permitir
que os movimentos da mão ou face sejam vistos claramente.
Uma mão é colocada no fim de uma série de hastes de cobre,
construída para garantir o alcance de movimento de um braço,
uma máscara em uma moldura redonda de metal. O observador
pode então deduzir a atividade atual da vítima pelas articulações
da mão ou expressões da máscara. Se a vítima escreve alguma
coisa, uma pena pode ser colocada na mão para obter uma cópia
indistinguível do documento. A máscara ostenta uma boca bem
formada, lábios e língua, e reproduz todos os sons feitos pela
vítima. (O toque de uma vara com ponta de ágata induz ao
silêncio. Dois toques rápidos fazem falar de novo.) Uma vez
criado, o ritualista pode dá-lo para alguém com instruções para
preservá-lo.
O ritualista pode cortar a conexão entre o item e a vítima a
qualquer hora. No caso da máscara é útil fazer isso algumas vezes.
A máscara retém suas articulações e pode ser usada sobre o rosto
para disfarçar alguém como a vítima. Quando usada dessa
forma, a máscara move conforme as manipulações faciais do
usuário. Apesar da face parecer real e ser difícil distinguir da
vítima, ela não confere nenhuma habilidade para mímica de
suas expressões características. O ritualista não pode
restabelecer uma conexão cortada.
A pele que faz o item está, em algum sentido, viva e deve ser
mantida dessa forma. O usuário nutre a mão a banhando numa
solução de sangue e água uma vez por semana. A solução requer 3
Pontos de Sangue para fazer.
ISSO ROUBA SEUS SUSSURROS
O ritualista cria um aparato com o qual pode ouvir sons à
uma grande distância. Também criado por Paul Cordwood, ele
é similar ao ritual Agora Sua Visão É Nossa (p. 110), com as
seguintes exceções: a parte tomada da vítima humana é a orelha;
o ritualista deve cortá-la fora com uma pequena serra de prata,
com um punho onde aparece a imagem de Hades, deus grego do
submundo. A orelha é mergulhada na vitae do vampiro, e então
é extraído um elixir. O ritualista reveste a superfície de um chifre
de cobre com o vapor.
Sistema: Assumindo que o ritual tenha sido bem sucedido,
o vampiro cria um item que pode então ser colocado
secretamente num local de interesse. Ele captura qualquer som
dentro do campo de audição humano, mandando-o para o
chifre de cobre. Qualquer um que beba uma porção do elixir
ouve os sons capturados. O jogador ritualista deve gastar no
mínimo três Pontos de Sangue, mas pode gastar mais. Para cada
ponto gasto, o ritualista cria uma dose.
A duração do ouvido distante depende da quantidade de
elixir que o usuário toma: o efeito dura 10 minutos para cada
dose consumida. Durante este tempo ele é incapaz de ouvir sons
emanando da área em seu entorno. O elixir não é nutritivo; os
Pontos de Sangue do usuário não aumentam. A magia
desconsidera distâncias e obstáculos entre a orelha e o chifre. O
aparato não melhora sons abafados ou traduz idiomas
desconhecidos ao ouvinte.
111
 Como um olho no outro ritual de Cordwood, o ouvido
permanece potente até que seja destruído, mas é inútil sem a
poção do elixir correto. O taumaturgo original, e somente o
taumaturgo original, pode realizar um novo ritual usando uma
orelha existente (e nenhuma vítima nova) para ganhar mais
doses. Cada vez que isso é feito com a mesma orelha, a
dificuldade do ritual aumenta em 2.
Seu Destino Deve Ser Conhecido
O taumaturgo troca sangue com um participante disposto
que pode ser ou Cainita ou carniçal. O taumaturgo então usa
uma pequena agulha dourada para perfurar um dos olhos do
alvo e retirar uma pequena quantidade de humor vítreo, a
substância tipo geléia que preenche o globo ocular. Ele pega uma
ágata ou outra pedra semi preciosa e esfrega o humor nele. No
decorrer de uma semana, a gema é passada numa série de
vapores alquímicos. Uma pele quase humana se forma no
entorno da gema durante o processo. Quando o ritual é
completado, a pele se parte em duas, revelando que a gema se
transformou num olho.
Paul Cordwood criou o ritual para manter o rastro de sua
rede de espiões. Ele mantém os olhos sobre um pingente que usa
debaixo da túnica. Virstania também usa o ritual para saber o
destino de suas Gárgulas preferidas. Ela cravou os olhos à uma
coroa de prata, que usa algumas vezes em seu laboratório.
Sistema: Realizar o ritual (bem sucedido ou não) causa um
nível de dano letal ao vampiro ou carniçal em questão. Um erro
crítico pode resultar em mais níveis de dano ou cegueira à
escolha do Narrador, embora as habilidades regenerativas dos
vampiros façam com que tais aflições sejam temporárias.
112
Considerando um ritual bem sucedido, o olho fica aberto
enquanto o alvo evitar a Morte Final. Se o alvo entrar em
torpor, as pálpebras do olho se fecham. Elas se abrem de novo
quando ele despertar. Se o alvo encontrar a Morte Final, o olho
desfaz-se em pó. O olho então serve como um indicador do
estado atual do alvo.
Ritual de Nível Três
PROVAção da Agonia
Complacente
Mendacamina, torturadora chefe de Ceoris, realiza
muitas de suas obras usando técnicas perfeitamente mundanas
e efetivas. Ela, no entanto, tem dirigido seu talento
taumatúrgico para pressionar as fronteiras da dor e da
persuasão. Provação da Agonia Complacente desassocia o
corpo torturado da vítima de sua dor, portanto obtendo muitas
fortalezas mentais. Isso é idealmente útil para criar obediência,
mas tem outros usos.
Duas vítimas são colocadas juntas numa longa cama com
base de ferro de modo que seus pés se toquem. O ritualista
costura as solas de seus pés juntos. Se as vítimas são capazes de
sentir orgasmo, assistentes trabalham para estimulá-las, com o
objetivo se trazê-las ao êxtase ao mesmo tempo. Se o ritualista
tem um colaborador Cainita, os dois se alimentam
simultaneamente dos alvos quando o chega o clímax, para
intensificar o efeito.
 Então o taumaturgo começa a torturar um alvo com
implementos que tenham sido banhados em sais e vapores
alquímicos.
O segundo alvo sente toda a agonia sofrida pelo primeiro,
mas permanece fisicamente intacto. O sofrimento do primeiro
derruba qualquer resistência que ele poderia exibir contra ser
“dobrado” sob tortura. Se a primeira vítima é morta, a segunda
ficará a beira da morte.
Sistema: Se o taumaturgo está usando o ritual como uma
simples ajuda pra tortura, os sucessos no teste de ritual do jogador
adicionam à sua Parada de Dados para um teste de tortura ou
interrogatório subsequente. Porém, se o ritual é usado pra criar
simples obediência, o teste do ritual é resistido por um teste de
Força de Vontade do jogador da vítima. Se o ritualista obtiver
qualquer sucesso, a vítima concordará em realizar quaisquer
instruções que o taumaturgo imponha, exceto o suicídio.
Se os sucessos do taumaturgo excederem os da vítima em 2
ou mais, ele pode, à vontade, evocar a dor experimentada pela
vítima durante o ápice do ritual, desde que ela possa fazer contato
visual com ele.
Se as ordens do taumaturgo colocarem a vítima em imediato
perigo de morte, o Narrador pode permitir um segundo teste de
Força de Vontade (dificuldade 8) para resistir ao comando até que
o perigo passe. A vítima sob ordens tem uma vontade quebrada e
embora não em transe per se, parece exausta e apática.
DESLOCAMENTO DA PNEUMA
Um prisioneiro é suspenso dentro de uma estrutura de
tubos de cobre, preso a isso por um sistema elaborado de correias
de couro e correntes de ferro. Grampos são colocados nas
pálpebras da vítima, forçando-as a abrir. Grampos de cobre são
presos em incisões no pescoço da vítima, sobre seu coração, rim e
estômago, sobre seus genitais e dentro do reto. Vapores
alquímicos são soprados dentro dele, com a ajuda de um fole. Se a
vítima passa da dor para o terror, o ritual é suspenso até que ela
recobre a consciência.
Um animal, tal como uma cabra ou ovelha, é levado para a
sala. Ele é colocado numa gaiola, incisado em vários pontos
críticos de sua anatomia e grampeado. Os grampos são
conectados a cordas, feitas de tripas de gato, que levam à um tonel
fervente. O taumaturgo realiza encantamentos para extrair as
energias de seres do outro mundo para o tonel. Ele “mata” o
prisioneiro ritualisticamente passando uma lâmina cega pela sua
garganta. A lâmina é oca e contém um pouco de seu próprio
sangue; um mecanismo na lâmina falsa libera o sangue, que
escorre sobre o peito da vítima. O ritual funciona melhor se a
vítima não estiver ciente do truque e acreditar
momentaneamente que está vendo sua própria garganta sendo
rasgada.
Neste momento, o taumaturgo grita uma palavra de poder
no ouvido da vítima, tão alto quanto puder. Se tiver sucesso, ela
joga a alma da vítima para fora de seu corpo. Ela viaja através dos
grampos, das cordas, para o tonel e então sai para o corpo do
animal.
Sistema: Um sucesso significa que a alma da vítima foi
separada do corpo, mas não viajou para o animal. A vítima pode
muito bem ter sido morta por meios mundanos. Não há meio
conhecido para retornar a alma ao corpo, embora ela possa vagar
como um fantasma à escolha do Narrador.
Dois sucessos indicam que a alma viajou para o animal de
fato, mas não pode ser retornada. A vítima vive o resto do
tempo de vida do animal, presa em seu corpo. Ela carece dos
instintos do animal e pode estar mal preparada para
sobrevivência. Um vestígio do intelecto da vítima, restos de
memória, desejo ou força de vontade, permanecem no corpo
humano. O ser desalmado é sugestionável e segue instruções
dadas pelo taumaturgo, mas somente se não requerer
interpretação. Ele continua a seguir instruções quando longe
da presença do ritualista, mas somente por alguns minutos.
Após notar que o taumaturgo não está mais presente, ele
simplesmente pára. Ele permanece em pé ou encolhe-se no
chão em posição fetal. Sem vontade, ele nem mesmo busca
sua sobrevivência básica e morrerá de sede se não for
ordenado a beber.
Três sucessos permitem ao taumaturgo retornar a alma da
vítima para seu corpo na conclusão do ritual. A vítima não
reterá nenhuma memória do tempo em que sua alma passou
fora do corpo. Quatro sucessos não só permitem que a alma
retorne como permite que a vítima relate as sensações que
experimentou tanto no corpo do animal quanto durante a
transmigração. Em cada um dos dois últimos casos, a alma
permanece deslocada por aproximadamente duas horas,
menos dez minutos por cada ponto de Força de Vontade da
vítima. A vítima pode anular o efeito totalmente gastando
pontos de Força de Vontade além dos pontos do ritualista em
Taumaturgia.
Nota: Este ritual é um trabalho em progresso, a expressão
mais coerente são de longe as pesquisaas de Epistatia na
transmigração da alma. Ela considera sucesso se for capaz de
colher memórias e impressões da vítima no final. Ela mantém
anotações cuidadosas destas sensações extra-corpóreas,
esperando um dia ser capaz de usá-las para criar um ritual
mais completo. Sua meta final é ser capaz de possuir o corpo
da vítima à vontade, sem danos permanentes à alma. Ela
continua estas investigações por curiosidade, mesmo apesar
da casa ter encontrado um substituto para a imortalidade
Hermética. Ela não sabe onde isso dará, mas está certa de que
há poder nisso.
ICOR DO HEXápode
O hexápode é uma forma de Gárgula incomum que rastreia
sua vítima e, quando a confronta, a cobre com uma substância
estabelecendo uma ligação psíquica entre a vítima e o hexápode
(veja pág 124). Para fazer uso da ligação, o vampiro usa este ritual
para espremer o suco do corpo do hexápode para destilação. O
hexápode, que deve estar consciente durante o ritual, é abaixado
numa prensa gigante, tamanho humano. Apesar de ser menos
inteligente do que as outras Gárgulas, o hexápode geralmente
nota o que está para acontecer e luta para se livrar de quaisquer
contenções que seus captores tenham posto nele. Se escapar,
certamente atacará seus torturadores. Se não, os portadores o
descem na prensa e lutam para colocar pranchas pesadas sobre o
topo, evitando que o hexápode espirre da prensa. Então,
enquanto o vampiro canta e desenha uma série de sinais arcanos
no ar, os assistentes começam a girar a grande roda que controla a
prensa como um torno.
113
 O hexápode contorce sobre a malha de arame que forra o
chão da prensa. Enquanto as duas metades do torno espremem a
vida de seu corpo, seu sangue e outros líquidos derramam pela
malha e são coletados numa gamela de cobre embaixo. A massa
lamacenta derrama dali para um balde de prata. Quando nada
mais pode ser prensado da criatura, o vampiro leva a vasilha toda
de volta para o seu laboratório, onde mistura com mirra, pó de
cobre, vinha podre e um pouco de sua própria vitae. Então
derrama a mistura numa tigela rasa de prata com um metro de
diâmetro. Após outra rodada de cânticos, acompanhada pela
queima de seis tipos diferentes de incenso, uma imagem aparece
no líquido vermelho esverdeado na tigela. Quando olha na
tigela, o taumaturgo pode ver agora uma representação
embaçada do que a vítima do hexápode vê. Se inclinar-se para
frente e concentrar-se um pouco, pode ouvir os pensamentos
superficiais da vítima como uma voz baixa atrás de sua própria
cabeça.
Epistatia é a responsável pela criação do hexápode. Ela os
criou para Paul Cordwood, para mostrar a ineficiência de seus
próprios rituais insignificantes. Embora no início, tenha se
irritadoe apavorado pela postura, agora ele encontra ocasiões
para empregá-lo utilmente. Como o simulacrum (pág 126), ele
os achou não somente úteis o bastante por seus efeitos
desmoralizantes sobre os azarados para observá-los, bem como
pelas informações que podem reunir.
Sistema: Um sucesso permite o observador ver o que a
vítima vê; dois são precisos para ouvir seus pensamentos. A
menos que o vampiro consiga três ou mais sucessos, a vítima
experimentará uma sensação assustadora de vigilância sempre
que o taumaturgo olhar na tigela. O líquido deve ser refrescado
com um ponto do sangue do taumaturgo uma vez por semana.
Senão congelará numa massa coagulada e não receberá mais
imagens.
Notas Históricas: O uso dos hexápodes pelos Tremere logo
chega ao fim quando eles se juntam à Camarilla e aceitam os
termos da Máscara.
POVOAR O JARDIM NOTURNO
Com este ritual o taumaturgo cria um híbrido de animais de
dois ou mais tipos diferentes. Virstania, Malgorzata e Goratrix
estabeleceram-no como um prelúdio para o projeto Gárgula com
alguma assistência de Epistatia. Somente Virstania continua
como uma entusiástica usuária do ritual, cujos resultados
parecem divertí-la por si mesmos. Os outros vêem sua obsessão
com os híbridos como gratuitamente mórbida e estão felizes de
esquecer que o ritual foi inventado.
Sistema: O ritual acontece em estágios. O vampiro pode
levar tanto tempo quanto quiser entre os estágios. O jogador deve
ser bem sucedido em cada estágio antes que o vampiro possa
prosseguir para o próximo; porém, falha em qualquer estágio não
invalida os sucessos anteriores.
• Estágio Um: Vivisseção.
O vampiro disseca, pelo menos, três espécimes vivos de cada
tipo de animal a ser “hibridizado”. Desenham-se diagramas
exatos da anatomia da criatura, nomeando as partes. O processo
toma duas noites inteiras de trabalho, depois das quais o jogador
testa Destreza + Medicina (dificuldade 5).
114
• Estágio Dois: Encontro das Correspondências.
O vampiro identifica as qualidades que deseja investir na nova
criatura. Ele consulta textos eruditos sobre o mundo natural. Ele pega
as partes preservadas das criaturas vivissecadas no primeiro estágio e
as banha em substâncias alquímicas. Através destes meios, determina
quais partes das criaturas abrigam as qualidades que ele busca. Por
exemplo, pode querer criar uma centopéia com o instinto de caça de
um cão de caça. Ele pode supor que este instinto esteja no focinho do
cão de caça, mas deve confirmar isso sujeitando o focinho aos testes
alquímicos. Quando estiver satisfeito ao achar as partes corretas do
corpo, ele prossegue. Este processo demora aproximadamente duas
noites de pesquisa, após as quais, o taumaturgo testa Inteligência +
Ocultismo (dificuldade 6).
• Estágio Três: Construção da Entidade Fetal.
Pega-se então um espécime de cada criatura a ser usada e as
disseca. Coloca-se de lado as partes retiradas e identificadas durante o
Encontro de Correspondência, bem como qualquer outra necessária
para dar ao animal a anatomia desejada. (Se quiser uma centopéia
com cabeça de coruja, deve ter uma cabeça de coruja e um corpo de
centopéia.) Coloca-se num saco feito com o útero de uma vaca, ovelha
ou outro animal grande. Então os coloca na câmara de gestação. Esta
pode ser um barril cheio de solução uterina criada por alquimia. Mais
poderosamente, esta pode ser o útero de uma criatura feita por uma
realização prévia deste ritual para servir como um artifício de geração
para horrores posteriores. (A criatura no Anexo de Nascimento de
Virstania, pág 67, fornece um exemplo desta técnica.) Isto toma
algumas horas de trabalho, depois das quais o jogador testa Destreza +
Medicina (dificuldade 6).
• Estágio Quatro: Vestir o Manto do Criador
Usando uma efeméride astrológica, o vampiro calcula a
quantidade de tempo necessária para a gestação. Quando a criatura
está pronta para nascer, ele abre o barril de gestação ou faz uma
incisão na barriga da besta de gestação. O vampiro puxa a criatura
recém-nascida e sopra a fumaça de sais de sangue queimado sobre ela
com um fole. O vampiro deve tomar grande cuidado, pois a nova
criatura pode atacar imediatamente, especialmente se foi criada por
maldade. A duração mínima para a gestação fica a cargo do Narrador,
e o jogador testa Inteligência + Ocultismo (dificuldade 7). O uso de
um útero vivo durante o estágio três diminui a dificuldade do estágio
quatro para 5.
A quantidade de sangue usada durante o estágio final depende
da estatística de jogo desejada para a nova criatura. O jogador deve
gastar 3 Pontos de Sangue para cada ponto de Força, Destreza, Vigor
ou Percepção e 9 para cada ponto de Carisma, Manipulação,
Inteligência ou Raciocínio que o animal geralmente não possua.
Prontidão, Briga, Esquiva, Intimidação, Furtividade e Sobrevivência
também custam 3 Pontos de Sangue por ponto. Animais imbuídos
com Inteligência podem, de acordo com o Narrador, usar outras
Habilidades, ao custo de 5 por ponto. Cada ponto de dano feito pela
criatura quando ataca custa 1 Ponto de Sangue. Ataques usados
raramente podem custar meio Ponto de Sangue por ponto de dano.
O Narrador pode impor custo de sangue adicional para ataques ou
habilidades especiais, assim como mordida venenosa, olhar
petrificante, sentidos incomuns ou métodos exóticos de locomoção.
 O estágio final do ritual pode levar longos períodos de
tempo, permitindo ao ritualista estocar a quantidade de sangue
necessária. Também é possível colaborar com outros, retirando
sangue de aprendizes. As Gárgulas de Virstania são fielmente
prontos para ajudá-la sempre que ela os chama por sangue.
O ritual faz criaturas de vida curta; elas morrem após um
número de dias igual ao número de Pontos de Sangue gastos no
estágio final. Nem o ritual garante ao feiticeiro qualquer controle
sobre a criatura. Porém, ambos os problemas podem ser
resolvidos se o vampiro escolher tornar a criatura num carniçal,
que garante as vantagens padrões da longevidade e obediência.
As criaturas são inférteis, mas o feiticeiro pode tentar um
teste adicional de Inteligência + Ocultismo (dificuldade 8) na
conclusão do Vestir o Manto do Criador. Se tiver sucesso, a
criatura é fértil de pode procriar com outro espécime de seu tipo
exato. (Carniçais perdem qualquer fertilidade que viessem a ter.).
Acasalar as criaturas requer um teste de Inteligência + Empatia
com Animais (dificuldade 7). Leva até cinco dias antes que o
sucesso da tentativa seja determinado. Um espécime nasce para
cada sucesso. Os espécimes nascidos são de sexos aleatórios,
geralmente férteis e tem um tempo de vida cerca de trinta vezes
maior do que o de seus pais criados. Gerações subsequentes
mantêm a fertilidade e longevidade de seus pais.
Nota Histórica: Quando Virstania deixa os Tremere, o
ritual é esquecido. Embora algumas cópias dele ainda existam na
Capela de Viena e em algumas outras Capelas, Cainitas
modernos hesitariam antes de arriscar a Máscara com produção
em larga escala de horrendas bestas híbridas.
ENGUIA MERCúrio
Misturando várias substâncias alquímicas em seu
laboratório, o taumaturgo cria um artifício que pode enterrar-se
na carne de um mago e roubar sua vontade. O ritual produz uma
bola de mercúrio contraída do tamanho aproximado de um
punho humano. Ela deve ser colocada num recipiente não poroso
para transporte. Uma garrafa de vidro com tampa funciona bem.
Quando o usuário (que não precisa ser seu criador)
encontra-se na presença de um mago mortal, ele libera o artifício
deste recipiente. (Numa situação de combate, ele pode jogar o
frasco de vidro para quebrar nos pés do inimigo.) Quando
liberado, o artifício ganha uma impressão de vida, lembrando um
girino líquido prateado com uma face cheia de dentes tipo adagas.
O artifício se lança no mago mais próximo, enterrando-se através
de suas roupas ou sapatos até sua carne. Ele então segue seu
caminho até o esqueleto da vítima por dentro, segue a coluna
espinhal até o cérebro. Dali inicia a devorar a vontade da vítima e
com isso sua habilidade de realizar mágica.
Este ritual foi criado por Epistatia para enfraquecer e até
destruir magos mortais que algumas vezes ela deve caçar. Ela acha
esta manifestação de sua criatividade infinitamente fascinante. Às
vezes senta-se ao lado da vítima enquanto o artifício cobra seu
preço, verbalmente ridicularizando-o enquanto sua Força de
Vontade desvanece como o pavio de uma vela agonizante.
Sistema: Se não houver magos (personagens com pontos
em qualquer magia limitada ou outro poder sobrenatural)
dentro de 30 metros da enguia mercúrio ao ser liberada, ela segue
numa direção aleatória até que encontre alguém ou perca sua
potência. Ela permanece potente por um número de dias igual ao
dobro dos sucessos que o jogador conseguiu ao invocar o ritual. A
enguia fere o mago devorando sua vontade individual,
considerado pelos magos herméticos como o centro de todo
poder mágico. A vítima não sofre nenhum ferimento quando a
enguia se enterra nele, embora certamente possa sentí-la
nadando através de sua carne e nervos. Para cada dia que
permaneça instalada no cérebro do alvo, ela diminui
permanentemente a Força de Vontade em um. Qualquer trilha,
númina ou outra Característica sobrenatural mortal classificada
igual ou maior do que a Força de Vontade do personagem
também é reduzida em um nessa hora.
Se a Força de Vontade da vítima cair para 0 enquanto a
enguia mercúrio estiver ativa, ele testará Vigor. Falha significa
morte instantânea, conforme a massa cerebral seca e desmorona
em pó. Um ou mais sucessos o permite vagar como uma casca
babona e retardada de seu eu anterior.
Se a enguia sobreviver em sua vítima, ela pode ser extraída
do corpo. Se destilada, ela fornece 2 pontos de vis para cada
ponto de Força de Vontade devorada. O tipo de vis compara-se
ao tipo usado mais frequentemente pela vítima.
Ritual de Nível Quatro
A Cabeça de Bronze Fala
Mendacamina criou este ritual para contrapor uma irritante
limitação da Disciplina Auspícios. Enquanto o poder Roubar
Segredos possibilita experimentar os pensamentos superficiais da
vítima, os resultados frequentemente são uma série perturbadora
de imagens. Quando buscam os planos e segredos do inimigo, os
Tremere requerem precisão. Quando questionam um prisioneiro
sobre onde está o refúgio Tzimisce mais próximo, querem uma
descrição exata, não uma visão nublada de um riacho barulhento e
uma ponta ao luar. Este ritual permite a exatidão necessária, pelo
menos quando o alvo é um prisioneiro infeliz e amarrado pronto
para vivisseção nas mesas do laboratório de Virstania.
Enquanto assistentes cantam uma elegia para as almas
perdidas, avisando que outro condenado está para se juntar a elas,
o ritualista esfrega sais alquímicos na cabeça da vítima que minam
a vontade, derrete os cabelos que interferem e amaciam o crânio.
Ele então pega um tubo de bronze flexível (uma Cânula) com a
ponta afiada (um Trocar) e golpeia através da têmpora direita do
prisioneiro até seu cérebro. O tubo é preso a uma bomba operada
manualmente. Assistentes giram a manivela da bomba durante o
resto do processo, extraindo a matéria mole do cérebro da vítima
através dos tubos para uma grande cabeça de bronze. A cabeça é
cara para se produzir e deve ser feita por um mestre artesão. Ela tem
60 centímetros de altura e um maxilar articulado para falar. Os
olhos são bolas de marfim suspensas num pequeno cristal cheio de
água; elas sacodem sempre que a vítima sofre um espasmo de dor
ou um sofrimento de arrependimento pelos segredos que ouve
revelados.
115
 Uma vez que a cabeça irrompa em seu aspecto de vida, o
ritualista pode fazer as perguntas. O conhecimento da cabeça é
restrito às lembranças da vítima, mas a má vontade ou falta de
memória do prisioneiro não é impedimento para a cabeça. A cabeça
pode cavar fundo em sua mente para trazer lembranças há muito
enterradas até de sua vida pré-cainita ou até memórias suprimidas
por meios mágicos. Quanto mais além da consciência da vítima a
memória estiver, mais longe a cabeça deve ir para revelar.
A cabeça não fala com a voz da vítima; em vez disso ela tem uma
personalidade própria rudimentar. A cabeça de Ceoris, chamada
Paracelsus, comporta-se obsequiosamente, perguntando pela saúde
de Mendacamina e aproveitando qualquer oportunidade para
elogiar a perspicácia que a levou à construí-lo. Ele também pode fazer
piadas cruéis às custas da vítima ou oferecer informações
humilhantes sobre ela. (“Esse aqui foi muito pecaminoso com a irmã
quando era mortal, estou triste em dizer”) Quando fica difícil
encontrar a resposta a uma questão, ele pode encorajar os assistentes
a bombear mais forte ou avisar Mendacamina que o cérebro agora
esponjoso da vítima é improvável de ir mais longe. Mendacamina
nem sempre é distraída por suas brincadeiras e pode ordená-lo a
silenciar-se, o que ele faz.
Nunca duas cabeças têm a mesma personalidade, embora todas
sejam de algum modo friamente indiferente do sofrimento das
vítimas.
Sistema: o jogador taumaturgo testa Inteligência + Ocultismo
(normal), oposto pelo Vigor + Fortitude (dificuldade 9) da vítima.
Cada sucesso provê o taumaturgo com uma parte de informação
imediatamente. O valor exato fica a cargo do Narrador.
Um mortal, ou um carniçal sem Fortitude, não pode sobreviver
ao processo de ter seu cérebro bombeado. Vampiros, especialmente
aqueles com Fortitude (e carniçais com essa Disciplina), tem uma
chance de sobreviver por causa de suas habilidades regenerativas
inumanas. O jogador testa Vigor + Fortitude (dificuldade 9) e requer
três sucessos para o personagem sobreviver e terminar a sessão de
tortura em torpor. Cinco sucessos deixam o personagem apenas
Incapacitado. Carniçais não podem entrar em torpor e então
precisam de cinco sucessos até para sobreviver.
Um vampiro morto pelo ritual pode ser dissecado para o
propósito de usá-lo como matéria prima para uma Gárgula, desde
que suas partes possam ser usadas de pronto ou se forem
magicamente preservadas.
Nota Histórica: Embora Paracelsus seja destruído com Ceoris
em 1476, o ritual sobreviveu e várias capelas Tremere importantes
construíram novas cabeças de bronze quando encontravam-se em
guerra com inimigos. O ritual ainda está em uso hoje, suas
capacidades intrusivas são dificilmente eclipsadas por detectores de
mentiras ou soros da verdade.
TEGUMENTO FURTIVO
O taumaturgo cria um espécime de quase-Gárgula
chamado Velluma (veja pág 127). O ritual acontece em duas
etapas. Primeiro, o mágico consagra uma série de frascos de vidro
e canecas buscando a benção de um elemental da carne. Então
ele solta um enxame de cuidadosos insetos manufaturados
chamados de comedores de pele (veja pág 127) para jantarem
sobre a vítima.
116
Quando o fazem, muito da pele da vítima vai para o
aparato de vidro. O taumaturgo tem agora a matéria prima para
criar um Velluma. Ele alisa a pele com um ferro quente,
tomando cuidado para não a queimar. Então a estica numa
armação de arame cuja forma imita uma silhueta de corpo
humano. Ele conjura espíritos de ilusão chamados fantasmas e
induz um a entrar na folha de pele esticada, que ele então
anima.
Este ritual foi criado por Virstania numa enrolada
tentativa de fazer outros usos de uma criação prévia, os
comedores de pele. Ela apresentou o primeiro Velluma como
um presente para Paul Cordwood em um gesto de paz
necessário quando uma de suas queridas Gárgulas quebrou o
pescoço de um de seus aprendizes. Embora cético a início da
utilidade da coisa, Cordwood agora a encoraja a criá-los para
ele. Ela os doa generosamente, esperando garantir o apoio de
Cordwood quando um dia ela pedir à Etrius e Tremere para
estender maiores direitos à suas Gárgulas.
Sistema: O jogador testa Destreza + Ocultismo
(dificuldade 6) para o ritualista fazer uma forma adequada para
animação, então Carisma + Ocultismo (dificuldade 6) para
atrair um fantasma. O Velluma vive por seis meses por sucesso
no último teste. Por tanto sangue ser derramado pela vítima do
comedor de pele, o ritualista não precisa suprir qualquer de seu
sangue.
Nota Histórica: Virstania leva suas notas sobre a
manufatura dos Velluma consigo quando deixa Ceoris.
Tremere modernos não conhecem o ritual.
Ritual de Nível Cinco
Ao Nosso Comando Ele Respira
Este ritual permite a criação de um Gárgula de partes
desmembradas de Cainitas mortos e é o processo através do qual
o primeiro desta linhagem veio à vida. O vampiro (com
assistentes, se desejado) pega porções de carne cortada do corpo
de várias vítimas e as costura numa forma humanóide simples.
Ele costura, então, uma bolsa feita do útero de um animal
(normalmente de uma vaca, mas algumas vezes de ovelha ou
cervo) em volta de sua criação. Então a bolsa é suspensa em um
barril contendo um alquímico equivalente ao líquido
amniótico ou posto dentro de uma Gárgula fêmea enorme
preparada especialmente para a gestação. Durante um período
de um a três meses, o taumaturgo deve visitar periodicamente a
Gárgula gestante e fazer vários encantamentos e bênçãos. Se ela
sair da câmara de gestação por mais de uma semana de uma vez, o
feto Gárgula morre e não pode ser revivido. Finalmente, ou o
Gárgula força seu caminho pelo canal de nascimento da mãe
viva ou estoura do seu barril. O ritualista deve estar presente para
soprar fumaça purificadora no Gárgula recém-nascido.
Qualquer outro Gárgula dentro de meia milha de distância
sente instintivamente o nascimento iminente de um novo
irmão. Eles sentem um desejo poderoso para se reunir a seu lado
quando nascer e lamber completamente os fluidos fora de sua
pele. Embora este costume ajude a unir o Gárgula à sua nova
comunidade, não é um requisito para o ritual. Um Gárgula pode
nascer em isolamento.
 Sistema: o taumaturgo costura partes de cainitas para
formar uma forma totalmente humanóide e garantir várias
capacidades para o novo Gárgula. A correspondência das partes
para capacidades é disposta em uma variedade de textos médicos
antigos e arcanos (por exemplo, o coração provê coragem e decisão,
os olhos percepção e sabedoria) mas também depende de
preparações alquímicas específicas. Porém, beleza física está além
das capacidades do ritual. Todos os Gárgulas parecem pedregosos
e retorcidos.
O taumaturgo faz o teste do ritual enquanto a bolsa fetal é
colocada em gestação. O teste é Inteligência + Ocultismo
(dificuldade 9 + um para cada depois do primeiro). Um útero
morto vivo (assim como o de Alvusia, veja pág. 67) reduz a
dificuldade em 4. Um sucesso simples permite a criação de um
personagem Gárgula construído de acordo com as regras de
criação de personagens padrões (veja Livro de Segredos do
Narrador). O custo básico de sangue do ritual é 5 pontos para cada
Cainita usado na manufatura do Gárgula. Adicione 5 pontos
extras se o ritualista quiser que o Gárgula seja fértil.
Devotando anos de pesquisa nas artes Gárgula, o taumaturgo
pode inventar e construir tipos variantes como o hexápode, iecur
ou portadores de úteros como Alvusia (veja as pág 124, 125 e 67
para descrições).
Nota Histórica: Os Tremere pararam de fazer Gárgulas
depois da revolta dos Escravos, e como parte das negociações da
Camarilla, prometeram nunca mais reviver a técnica. As
instruções para o ritual têm estado escondidas, mas não destruídas.
Alguns suspeitam que o Gárgula Fidus faz uso delas
ocasionalmente.
Poções Malignas
Durante os anos, Virstania, Malgorzata e Goratrix criaram uma
série de rituais permitindo-os formular poções mágicas. Todas estas
aumentam temporariamente as capacidades das Gárgulas, mas cobram
um preço mais tarde.
Por causa destes rituais particularmente rotineiros serem fracos em
drama e interesse visual, os Narradores devem detalhar mais o processo
real de manufatura. Cada ritual requer sua própria lista de materiais
exóticos, a natureza exata dos quais é deixada para o Narrador. Os
ingredientes correspondem com a natureza da poção. Por exemplo,
Leite Cruel da Serpente, uma poção que garante ao usuário uma
mordida venenosa, pode requerer uma serpente venenosa viva junto
com outras toxinas.
O usuário não pode apenas beber uma poção como beberia uma
caneca de cerveja. Ele deve se submeter a um processo de transfusão no
qual uma considerável quantia de vitae é drenada com a ajuda de um
grande aparelho mecânico. A vitae é misturada com a poção, então
transfundida de volta numa vítima cativa, que pode ser um humano,
Cainita ou animal grande. (Poções usando sangue de Lupinos ou magos,
cujo sangue tem propriedades incomuns, provavelmente terão efeitos
colaterais tão inesperados quanto desagradáveis.) As
Gárgulas então se alimentam sobre estes receptáculos temporários,
bebendo seu próprio sangue perdido, algum da vítima e a poção.
O processo inteiro leva no mínimo seis horas. Receptáculos
perdem três Níveis de Vitalidade. Eles também podem sofrer outros
efeitos ruins relacionados à natureza da poção, especialmente se usado
repetidamente para este propósito. (Aqueles que são usados como
receptáculo por três vezes estão sujeitos ao laço de sangue) A substância
permanece dormente no sistema do usuário até que ele queira fazer uso
do poder. Então ele falará um breve encanto que ativa sua magia
inerente.
A menos que outra coisa seja dita, somente o jogador do ritualista
que criou a poção precisa fazer um teste. Ele faz o teste padrão de
Inteligência + Ocultismo contra uma dificuldade igual a 4 + o nível. Um
simples sucesso indica que o vampiro preparou a poção com sucesso e a
infundiu na Gárgula através do receptáculo. O jogador da Gárgula não
precisa fazer testes; a menos que especificado, a ativação é automática tão
logo a Gárgula diga o encanto apropriado.
A poções existem no que Malgorzata eufemisticamente chama de
“um estágio antes da perfeição”. Em outras palavras, seus efeitos muitas
vezes impressionantes vêm a um grande risco de sérios danos aos seus
usuários. Estas desvantagens foram construídas no ritual de acordo com
a Lei de Equilíbrio, um princípio Hermético que diz que qualquer ação
mágica é oposta em algum lugar por uma contra ação. Aceitando os
efeitos colaterais da força de contrabalança, pode-se trabalhar magias
mais fortes. Porém, as poções só são usadas tipicamente em Gárgulas, e
Virstania quer torná-las mais seguras para proteger seus encarregados.
Isto exigiria criar rituais novos e mais avançados de formulação baseados
nos atuais. Os outros taumaturgos, indiferentes ao sofrimento das
Gárgulas, têm movido-se para outros interesses.
Embora os criadores das Gárgulas não tenham feito grandes
esforços para esconder a existência das poções, nem todos os residentes
de Ceoris sabem de sua existência. Aqueles que sabem acreditam que elas
funcionem apenas em Gárgulas. Na verdade, também funcionam
perfeitamente bem em outros Cainitas. Porém, Goratrix decidiu
proteger os outros Tremere da tentação de usar as perigosas substâncias –
ao menos por enquanto. Sem dúvida há circunstâncias suficientemente
alarmantes para estimular a ele, Virstania e Malgorzata a por de lado
qualquer escrúpulo que tenham, especialmente se o recipiente é um
neófito, membro de outros clãs ou outro idiota de baixo posto.
Poções de Nível Um
Mistura da Justa Aquiescência
Esta não é uma poção em si, mas uma substância misturada à
outra poção para assegurar que o recipiente siga os comandos do
ritualista que o forneceu.
O ritualista instrui o recipiente nos detalhes de sua missão
enquanto se alimenta do receptáculo. Se, em qualquer ponto da
duração da mistura, a Gárgula desejar transgredir diretamente os
comandos do ritualista, o jogador deve fazer um teste de
Autocontrole ou Instinto contra uma dificuldade igual à Força de
Vontade do ritualista. Se ele falhar, a Gárgula perderá 1 Ponto de
Sangue por turno até que aja novamente de acordo com suas
instruções. Nada impede o usuário de agir contra o espírito das
instruções. Tão logo possa fazer uma interpretação literal razoável
que se adapte aos seus propósitos, permanecerá a salvo de seus efeitos
punitivos.
117
 Duração: Uma noite por ponto de Força de Vontade
do Ritualista.
Terríveis Consequências: Em alguns casos, a
necessidade de obedecer ao pé da letra as instruções do
ritualista pode impedir o usuário de tomar um curso de
ação necessário, seja para salvar sua vida ou completar sua
tarefa com sucesso. O criador da mistura eliminou
qualquer risco que a Lei de Equilíbrio pudesse ter proposto
para si mesmo como beneficiário desta magia.
Nota: A Mistura da Justa Aquiescência foi
desenvolvida por Goratrix e é às vezes usada por
Malgorzata. Virstania considera-se suficientemente bem
amada por sua ninhada para tornar desnecessária tal
coerção grosseira.
Poções de Nível Dois
Bebida da Verdade Lembrança
Ativando esta poção quando começa a devorar o cérebro de um
Cainita, o usuário ganha suas memórias. Ao completar seu
banquete, deve fazer um teste de Força de Vontade (dificuldade 6);
para cada sucesso ganha uma década de memórias, começando no
presente e movendo- se para trás no tempo. Não se pode ganhar
memórias esquecidas pela vítima. Pode-se trazer à mente o que a
vítima estava vendo, ouvindo, sentindo e pensando num tempo
específico. As memórias mais acessíveis são aquelas de eventos
dramáticos que causaram uma reação emocional na vítima.
Momentos de contemplação calma, assim como memorização de
um livro, são mais difíceis de alcançar. Conjurar uma memória
específica requer que o jogador faça um teste de Inteligência contra
uma dificuldade determinada pelo Narrador. Eventos dramáticos
impõem uma dificuldade de 4 ou até menos, enquanto detalhes
acadêmicos precisos impõem uma dificuldade de 8 ou mais.
Duração: O acesso às memórias dura uma hora para cada
ponto de Força de Vontade do ritualista.
Terríveis Consequências: As memórias alheias não são coisas
simples de se intrometer; elas podem enraizar-se na consciência do
usuário, tomando uma vida própria. Quando a duração passa, o
Narrador faz um teste secreto de Caminho (dificuldade 8) para o
jogador. Se falhar, as memórias da vítima surgem para a mente da
Gárgula espontaneamente. Estas memórias emocionais irresistíveis
ocorrem quando o usuário menos pode se permitir pensar em
distrair, e pode aumentar a dificuldade de uma variedade ampla de
testes. Elas podem até provocar frenesi ou Rötschreck. A Gárgula
sofre um número de flashbacks separados igual à Força de Vontade
da vítima.
ASPIRAção da Fúria Fundida
O usuário não só ignora os efeitos debilitantes dos ferimentos
durante o calor da batalha, como usa sua dor para abastecer golpes
poderosos contra seus agressores. Após a Gárgula ativar o poder da
poção, seu jogador faz um teste de Força de Vontade (dificuldade
7) cada vez que perde um nível de vitalidade em combate. Se tiver
sucesso, o jogador ignora qualquer nova penalidade de parada de
dados e no lugar disso ganha aquele mesmo número de dados para
propósitos de seus testes de dano.
118
Por exemplo, se uma Gárgula cai de Ferido Gravemente
para Espancado, o jogador normalmente perderia três dados,
indo de –2 para –5. Se ele tiver sucesso no teste, ele ignora a
perda e pode aplicar três dados adicionais de dano. Isso funciona
até se já tiver sucesso em seu teste de Força de Vontade anterior e
não sofreu uma penalidade real. Ele pode aplicar estes dados de
Aspiração da Fúria Fundida a despeito de qualquer outra
limitação no número de dados que possa rolar. Se a Gárgula
alcançar Incapacitado ou abaixo ela ainda cai inconsciente,
entra em torpor ou é destruída, como apropriado.
Duração: Um número de turnos igual à Força de Vontade
do ritualista.
Terríveis Consequências: A poção só adia os efeitos dos
ferimentos, que os esforços do usuário pioram. Quando a
duração da poção passa, toda penalidade acumulada se aplica. O
jogador também deve absorver contra um número de dados
igual ao total de bônus de dano que desfrutou graças à poção.
Vítimas que falham sofrem um ferimento não-agravado por
noite até que elas morram ou caiam em torpor, ou o veneno
perca sua efetividade. Uma vítima mortal que se torne
incapacitada pelo veneno pode ser impedida de escorregar no
precipício da morte com um teste diário de Medicina
(dificuldade 8, requer dois sucessos).
P
otio a ty ium
M
r
r
O usuário pode fazer seu próprio corpo explodir numa
terrível erupção de carne flamejante. Ele é imediatamente
destruído e qualquer um dentro de um metro dele sofre como se
exposto à uma intensa fogueira. Testemunhas mais distantes
podem ser atingidas por pedaços da carne ardente do usuário,
propelida tão longe quanto dez metros de distância. (Os
espectadores jogadores devem testar Raciocínio + Esquiva contra
uma dificuldade 6 para evitar os pedaços). Assim, a Potio
Martirium fornece uma arma ideal para usar em ataques suicidas.
Embora seja possível forçar uma vítima a beber a poção, ou
iludí-la a isso, é o usuário quem deve ativar o seu poder desejando
a morte. Isso permanece no sistema do usuário por um tempo
indefinido. Assim é possível para um desconhecido beber e, após
décadas, explodir depois de sentir um desejo suicida
momentâneo.
Duração: Instantâneo
Terríveis Consequências: Óbvias
Nota: A Potio Martirium foi criada por Malgorzata.
Virstania luta contra seu uso sempre que outros Tremere a
propõem, mas algumas vezes é vencida.
O LEITE CRUEL DA SERPENTE
Quando o usuário se alimenta, ele repõe o sangue que toma com
um veneno corrosivo que tem um papel letal sobre suas vítimas. O
jogador da vítima testa Vigor (ou Vigor + Fortitude, se tiver) contra uma
dificuldade igual a Força de Vontade original do ritualista.
Vítimas que falham sofrem um ferimento não- agravado por
noite até que morram ou caiam em torpor, ou o veneno perca sua
efetividade. Uma vítima mortal que se torne incapacitada pelo veneno
pode ser impedida de escorregar no precipício da morte com um teste
diário de Medicina (dificuldade 8, requer dois sucessos). O usuário
pode gastar um Ponto de Força de Vontade para impedir que a vítima
sofra o ferimento daquela noite, desde que a Gárgula esteja na
presença da vítima. (Isto faz do veneno um meio ideal pelo qual
ameaçar uma vítima a obedecer ao usuário). Uma vítima pode ser
envenenada múltiplas vezes pelos mesmos (ou separados) usuários e
sofre múltiplos ferimentos por noite.
 Duração: A mordida do usuário é venenosa por um turno por
ponto de Força de Vontade do ritualista. Depois que a vítima sofre seus
efeitos, o veneno prolonga-se por três vezes aquele número em noites.
Terríveis Consequências: Um dos ingredientes da poção é um
pouco de energia mental de um imp ou outra entidade maligna menor.
Algumas vezes esta energia retém algo da malignidade de seu
indisposto dono, e funciona vingativamente para balancear a
utilidade do efeito com um resultado indesejado. O Narrador faz um
teste secreto de Vigor (dificuldade igual à Força de Vontade original do
ritualista) para o jogador. Se o teste falhar, ele envenena a vítima de
uma alimentação subsequente querendo fazer isso ou não. O
Narrador determina aleatoriamente qual alimentação subsequente
dará errado. Porém, o veneno em tal alimentação só dura um terço do
número normal de noites.
Poções nível três
de
Bile cáustica
O usuário faz a pele de suas mãos (ou outra parte do corpo, se
quiser) escorrer uma substância tóxica que, se transferida para a
pele exposta de uma vítima, exerce um efeito lentamente
debilitante. Fora seu método de aplicação, seus efeitos são os
mesmos do Leite Cruel da Serpente. O jogador deve alcançar no
mínimo um sucesso em Briga para aplicar o veneno.
Duração: O usuário produz a toxina por um turno por ponto
de Força de Vontade do ritualista. Uma vez aplicado, o veneno
dura três vezes este valor em noites.
Terríveis Consequências: A Lei do Equilíbrio age
cruelmente neste caso. Quando a duração termina, o jogador da
Gárgula testa Vigor (dificuldade 6). Falha indica que ele também
sofre os efeitos venenosos da bile.
MEDICAMENTO DA CARNE
RESISTENTE
Invocar esta poção concede resistência contra a temível
habilidade Tzimisce de moldar a carne de uma vítima como
barro. A poção reduz a Parada de Dados do jogador do Demônio
para usos contra a Gárgula pela metade da Força de Vontade
original do ritualista. Se usado por uma Gárgula formada, no
mínimo em parte, do corpo de um Tzimisce, ela reduz a Parada de
Dados do Tzimsice pelo total de Força de Vontade do ritualista.
Duração: Uma hora por ponto de Força de Vontade do
ritualista.
Terríveis Consequências: Ao formular este ritual, Virstania
obedeceu a Lei de Equilíbrio fazendo o usuário tornar-se mais
vulnerável à Taumaturgia. Se o usuário se tornar vítima de algum
efeito taumatúrgico indesejado dentro de um mês após o
consumo do medicamento, o jogador taumaturgo adiciona
metade da Força de Vontade do criador da poção à sua Parada de
Dados para aquele único efeito.
LáGRIMAS DE PHOBOS
O usuário resiste aos efeitos destrutivos da luz solar. Para cada
quatro pontos completos na Força de Vontade do ritualista, a
dificuldade de resistir ao dano da luz solar é reduzida em 1, até um
mínimo de 2. (Veja o gráfico na pág. 200 de Vampiro: A Idade das
Trevas.)
119
 Duração: Dois turnos por ponto de Força de Vontade do
ritualista.
Terríveis Consequências: A poção aumenta a resistência
do usuário roubando um pouco de sua futura habilidade de
opor-se a ele. O jogador do usuário deve fazer um teste de
Caminho (dificuldade 7) quando a duração termina. Se falhar, a
dificuldade de resistência
durante a próxima exposição da Gárgula ao sol aumenta na
mesma quantidade que foi reduzida na ocasião.
POções de Nível Cinco
SORO DA VITAE PERPETUANTE
Sempre que o jogador do usuário gastar um Ponto de Sangue,
ele faz um teste de Força de Vontade (dificuldade 8). Se conseguir,
a poção faz os ossos da Gárgula gerarem uma quantia
compensadora de sangue, de modo que sua Parada de Sangue
permaneça inalterada.
Duração: Uma noite para cada ponto de Força de Vontade
do ritualista.
Terríveis Consequências: A Lei do Equilíbrio cobra seu
preço em sangue quando a duração do soro passa. Daí pra frente, o
usuário ganha somente 1 Ponto de Sangue para cada dois Pontos
de Sangue que drena daqueles de quem se alimenta. A má
consequência continua pelo mesmo tempo da poção original. Isso
pode ser compensado tomando outra dose do Soro. Quando a
duração de qualquer dose do soro termina, o vampiro também
sofre uma fome enfurecida por sangue quando a Besta surge. O
jogador deve testar para evitar o frenesi (dificuldade 10) na
próxima vez que ele estiver diante de uma fonte de sangue mortal.
Guardiões Gárgulas contornam este problema garantindo uma
vítima para saciar a criatura.
SORO DA LOUVADA EXORTAção
feito: O usuário resiste mais facilmente ao Rötschreck. A
dificuldade de qualquer teste é reduzida em -1 para cada sucesso
alcançado pelo jogador ritualista quando formula a poção.
Duração: Dois turnos para cada ponto de Força de
Vontade do ritualista.
Terríveis Consequências: De acordo com a Lei do
Equilíbrio, o soro cria um déficit mágico que o usuário deve
pagar eventualmente. Ela o fornece coragem no presente
roubando-a no futuro. O usuário perde 1 dado quando testar
Coragem da próxima vez sem a ajuda da poção. A penalidade
permanece até que falhe num teste de Coragem.
pOções de Níveis
Variados
Essência da Transmissão Oculta
Efeito: O usuário pode fazer um uso de um poder individual
de uma Trilha Taumatúrgica conhecida do ritualista. O próprio
ritualista deve ser capaz de usar aquele poder. O jogador faz um
teste de Taumaturgia quando o vampiro cria a essência, como se
estivesse realmente liberando o poder. (Por sua escolha, o
narrador pode fazer um teste secreto para o jogador).
120
Este teste é aplicado contra a dificuldade relevante quando o
usuário ativa a poção.
Duração: Como a do poder em questão.
Terríveis Consequências: O uso cego de poderes mágicos
geralmente causa um aumento de energia arcana entorno de seu
usuário mal treinado. Algumas vezes estas energias se dissipam por
conta própria, mas podem descarregar tudo de uma vez numa
maneira que reverte os sucessos originais do usuário. O Narrador faz
um teste secreto de Raciocínio + Ocultismo (dificuldade 6) para o
jogador da Gárgula. Falha significa que ele sofrerá um erro crítico
para o poder em questão antes do fim da história atual. O Narrador
guarda o erro para um efeito mais dramático.
Crias da
oficina
A linhagem de sangue dos Gárgulas é um dos exemplos mais
claros do poder e da loucura dos Tremere. Esta raça escrava nasce
da fusão taumatúrgica de várias linhagens cainitas (Tzimisce,
Gangrel e Nosferatu). Ela tem desequilibrado a balança da guerra
contra os Demônios, porém também tem conseguido aumentar o
ódio que estes sentem pelos Usurpadores.
A natureza das gárgulas está se desenvolvendo, como ocorre
com a da própria Casa Tremere. São Cainitas, porém imperfeitos
por carecerem de consciência própria. A nível psicológico, sentem
um instinto de bando muito poderoso, animal. Se protegem umas
nas outras, se inclinam frente a um tremere, a quem consideram
seus mestres, e inclusive praticam o ato sexual. Essas copulações
não geram crias é claro, e parecem girar mais em torno da
dominação e vinculação dentro do bando do que quaisquer
prazeres.
A gárgula de rosto pétreo e asas de morcego é a culminação de
uma investigação exaustiva e numerosos experimentos. Estes
espécimes ideais constituem um terço do total de gárgulas. As
demais são formas menores, deformes ou deficientes em um ou
outro aspecto. A maioria das gárgulas ideais pode abraçar progênie,
enquanto que a maioria das demais, não. Os Tremere seguem sem
estar seguros acerca da viabilidade da progênie das melhores
gárgulas, e Virstania está ciente de que as crianças não são aceitas de
início pelo bando como aqueles que emergem de úteros artificiais
nos laboratórios. Por esse motivo, ela emprega a maioria das
crianças como forças de choque e prefere continuar com seu
processo de criação artificial que, não por casualidade, lhe assegura
sua posição como mãe e criadora da linha de sangue.
O Caminho do Serviço
Muitos Tremere acreditam que as gárgulas carecem de
vontade própria. Portanto, segundo eles, as gárgulas obedecem
suas ordens porque a magia dos rituais que as criou não lhes dá
outra alternativa. Na verdade, as gárgulas seguem seu próprio
Caminho, o Caminho do Serviço, o qual coincide por
casualidade com os interesses de seus criadores.
 No futuro eles o abandonarão e se tornarão
independentes dos Tremere...se não de sua Grande Mãe,
Virstania.
O Caminho do Serviço, a Via Servilis, proclama que só
aquelas ações que agradem e venerem os criadores da raça das
gárgulas seriam dignas de admiração. A Grande Mãe,
Virstania, é a mais gentil e adorável de todos os criadores, e se
deve saúda-la acima de todas as coisas. Porém também se deve
render homenagem ao distante Goratrix e a amedrontadora
Malgorzata. Tanto a Grande Mãe como os demais criadores
decretam que o propósito das gárgulas não é outro senão
seguir os editos do clã Tremere. Se eles dizem, é por que deve
ser. Se os criadores chegarem a alterar suas intenções e
ordenassem os Gárgulas que sirvam a outro clã, eles o fariam,
porém, até que esse dia chegue, a glória e a honra banham a
quem obedeça às ordens dos Tremere com maior coragem e
exatidão. Os Tremere são os senhores. Questioná-los é como
cuspir na cara da Grande Mãe e seus criadores.
As gárgulas são regidas por poderosas paixões. Ao
contrário do resto dos vampiros, ainda possuem impulsos
sexuais, o desejo de copular. Sua esterilidade as enfurece e elas
suplicam a Virstania que lhes conceda a capacidade de gerar
outras gárgulas. Tratam a quem abraçam como fazem os lobos
com suas crias, e sentem um poderoso instinto de proteger
seus novatos das inclemências do mundo. São gregários e
sentem-se muito cômodos, inclusive estáticos, na presença de
uma grande quantidade de semelhantes. As gárgulas fortes
sentem um forte impulso de dominar as fracas. As fracas se
submetem aos fortes por instinto. Quando uma gárgula jovem
e ambiciosa vê o líder dominante dar sinais de fraqueza, sua
primeira reação será de saltar sobre ele, arrancar-lhe as asas,
machucar-lhe o rosto e apoderar-se do manto de liderança.
Curiosamente as gárgulas sentem uma profunda aversão aos
membros dos clãs de vampiros dos quais pertencem as partes
que lhes compõem.
Ainda que as ordens de seus senhores permitam as
gárgulas render-se a essas paixões, em ocasiões devem antepor
o serviço ao instinto. Aqui é onde o Caminho se torna difícil de
seguir. Um dos senhores poderia ordenar uma gárgula que
poupe a vida de um Tzimisce, ainda que o ódio a esse clã lhe
aflija como uma febre. Os senhores poderiam ordenar os seus
adorados “filhotes” a fazer algo que os pusesse em perigo, e
proibir a gárgula de progê-los. Poderiam designar como líder
uma gárgula considerada fraca pelo resto da ninhada. Todas
estas ordens devem ser acatadas. Ceder aos instintos é
converter-se em uma besta, em um objeto. Algum dia, as
gárgulas se mostrarão dignas de seus senhores, que se darão
conta de terem conquistado suas paixões e ganharão o
reconhecimento como iguais. Então eles criarão um novo
caminho, ou adotarão algum caminho seguido pelos cainitas.
Ao menos, isso é o que diz
a grande mãe. Esse dia só chegará quando as gárgulas
dominarem o caminho do serviço. Qualquer gárgula que se
afaste dele trairá a si mesma e ao resto da ninhada. Não
merecerá outra coisa mais que o desprezo e a morte.
O Caminho do serviço faz uso das virtudes da
convicção e do instinto.
Híbridos Horripilantes
Virstania também tem soltado, ocasionalmente, animais
"hibridizados" no pé das montanhas que cercam Ceoris. Ela diz
fazê-lo para apoiar as defesas da capela. As selvagens criaturas podem
atacar intrusos, diz ela, alertando os guardas e Gárgulas. Esoara
desaprova veementemente seus esforços de encher as florestas com
bestas extravagantes; ele alega que elas estão mais dispostas a atacar
suas forças, que devem patrulhar as florestas toda noite, do que os
invasores ocasionais. Sempre que Esoara pressiona suas queixas,
Curaferrum as repassa para Etrius, que pode ou não se levantar para
descer ao covil de Virstania e pedir gentilmente a ela para desistir.
TRATO COM GARGULAS
(NOVA HABILIDADE)
As gárgulas são seres inteligentes dotados de vontade
própria, em alguns aspectos, e animais gregários, em outros.
Odeiam por instinto os cainitas pertencentes aos clãs que
compõem as partes que as constituem e veneram seus
criadores como entidades quase divinas. A fim de não
induzí-las ao frenesi por acidente, aqueles que tratem com
elas deverão compreender seus costumes primários. As
gárgulas só obedecem a outros Tremere sem ser Virstania
enquanto lhes parecer que suas ordens se ajustam aos
desejos de sua Grande Mãe. As gárgulas, ainda que agora
sejam menos rebeldes do que já foram, ainda podem negar
seguir as instruções que lhes são dadas por superiores alheios
a sua hierarquia animal ou a suas aspirações a coisas maiores.
Os mais adeptos no trato com as Gárgulas apóiam suas
instruções com sinais sem palavras, como grunhidos ou
mostrando os dentes, que as criaturas utilizam para
estabelecer assuntos importantes entre si.
• Amador: pode conversar com uma gárgula e
conseguir que ela não sinta desejo de te matar.
•• Praticante: se Virstania lhe autoriza a dar ordens
aos Gárgulas, eles seguirão renegadamente
aquelas instruções que façam sentido.
••• Competente: se gozas da autorização de Virstania, as
Gárgulas obedecerão inclusive aquelas ordem suas
que não tenham sentido para elas.
•••• Especialista: Os Gárgulas assumem por seu
porte que você recebeu a benção de Virstania
para dar-lhes ordens..
••••• Mestre: Gárgulas arriscarão suas vidas por você.
•••••• Lenda: Gárgulas reconhecem você como seu5
criadora e deusa.
Possuído por: Lideres Cainitas de Ceoris; seus
capitães e sargentos.
Especialidades: trabalhos de guarda, ajudantes
de laboratório, patrulhas, incursões.
121
 Quando repreendida, Virstania para de soltar suas
criaturas - por um tempo.
Esoara, por outro lado, tem considerado soltar estas
criaturas em território inimigo para atormentar os soldados
opostos. Ele ainda tem de implementar este plano por falta de
servos robustos adequados para fazê-lo. Quanto mais
utilmente perigosa uma criatura pode ser para o inimigo,
maiores os riscos que um grupo de guerra pode encarar em
transportá-las para o norte. Um círculo designado para servir
aos mestres de Ceoris pode encarar isto como um teste de
suas perícias e lealdade.
Embora o ritual para criação fosse um precursor do Ao
Nosso Comando Ele Respira, híbridos não são Gárgulas.
Eles nem são vampiros de outro tipo. Eles são animais
estranhos produzidos por meios mágicos. Assim, não podem
Abraçar e não sofrem a Maldição de Caim. Eles nem podem
ser Abraçados.
Chitte e Malkaviano.
r
r
O chitterer é feito das partes traseiras de dois lobos; eles
encaram-se e unem no meio. A superfície do seu corpo rosado
e despelado é coberta com dúzias de bicos de pássaros piando.
A coisa alimentada pelos bicos é somente moderadamente
estridente e arrepiante. Mas algo em torno da cacofonia dos
gritos combinados pode afetar a mente. Alvos não podem
evitar ouvir padrões nos grasnados. Mesmo se ouvirem por
poucos segundos, zombeteiramente enumerando seus
pecados e crimes. Os conhecimentos que trazem não
parecem vir somente dos pensamentos das vítimas.
De algum modo as vozes do chitterer parecem conhecer
fatos verídicos previamente desconhecidos ao ouvinte.
HIERARQUIA DE PECADOS
10
9 Honrarás os que colaboraram com a Grande Mãe
8 Desobedecer uma ordem direta de um dos mestres Tremere
que tenha recebido dos Criadores autoridade sobre as gárgulas
7 Decepcionar a Grande Mãe é uma grande vergonha, dobrada
6 Sem os mestres e sua pirâmide de autoridade, não
5 Falhar em punir um insulto contra os mestres
4
3
2 Derramar sangue no campo de batalha demontra a
1 Os mestres nos deram a vida, é adequado que um dia
122
Um vampiro exposto a um chitterer deve resistir ao frenesi
(dificuldade 7).
Chitterers usam seus bicos para se alimentar, bicando por
sementes, raízes e brotos comestíveis. Porém, não podem se
alimentar rápido o bastante para nutrirem-se e, assim, também
sustentam seus corpos absorvendo as energias mágicas perdidas
que permeiam a área em volta de Ceoris.
Mendacamina, a sempre colérica punidora dos pecados,
algumas vezes usa chitterers para amaciar um prisioneiro para
interrogatórios. Ela solta um dentro da cela do prisioneiro,
depois de ter certeza de que seu alvo esteja limitado e incapaz de
matar a criatura. Paul Cordwood levou um casal consigo em
missão no território Tzimisce, mas eles escaparam no caminho
para casa e ainda espreitam nos pés de Ceoris. Eles se
reproduzem pondo ovos; cada traseiro pode fertilizar o ovo do
outro.
Malgorzata conduziu uma vez, uma experiência na qual um
prisioneiro vampiro foi forçado a beber o sangue de um
chitterer. A vítima Gangrel se tornou uma imitação de um
Atributos: Força 1, Destreza 1, Vigor 1, Percepção 1 e
Raciocínio 1.
Níveis de Vitalidade: Ok, -1,-3, -5, Incapacitado.
Ataque: Nenhum, mas força testes contra frenesi para cada
dois turnos de exposição a si próprio.
Habilidades: Esquiva 5, Furtividade 2.
Pontos de Sangue: 3
Força de Vontade: 2
Nota Histórica: Chitterers morrem algumas centenas de
anos depois da destruição de Ceoris. Nesta época, a estranha
aura mágica do lugar dissipou. Sem isso, eles definharam até a
morte.
Racionalização
Virstania é sua deusa; desafiá-la é o pior dos
sacrilégios.
em nossa criação.
Os mestres são mais sábios do que nós, e podem
escolher nossos comandantes.
se peneirar suas palavras como desculpa para falhar.
existiríamos.
Permitir falta de respeito aos mestres é o mesmo que ser
conivente.
Se os inimigos não nos temem, somos inúteis.
Não nos compete questionar nossos superiores.
profundidade de nossa devoção
seja devolvida.
CEIFADOR
O Ceifador, nomeado por causa dos dois grandes
antebraços de foice, perfeitamente criados para decapitações, é
um besouro de tamanho humano com uma concatenação de
cabeças de ratos hostilizando e assobiantes onde sua face
deveria estar. Possui asas murchas e incapazes de voar dobradas
em baixo da carapaça de fuligem preta. Ele caça de noite,
atacando criaturas tão pequenas quanto raposas e tão grandes
quanto ursos. Ceifadores vivem em buracos que cavam em
terra fofa. Se for ameaçado, um ceifador pode se espremer e
desaparecer num buraco, desde que exista um perto. Ele pode
ruir rapidamente seu exoesqueleto de modo que seu corpo se
torne não mais espesso que dois pés no ponto mais largo. Eles
têm medo de fogo, flechas e tinidos de espadas de metal.
O Ceifador é um exemplo singular das tentativas
equivocadas de Virstania para defender a capela soltando
criaturas perigosas e incontroláveis nas florestas. Embora as
coisas sejam difíceis de exterminar, eles parecem pouco
interessados em expandir seu alcance. Talvez só possam
sobreviver com a ajuda das energias mágicas vagas que rodeiam
a capela. Ocasionalmente, Esoara descobre um ninho deles e
manda uma tropa de soldados e Gárgulas para exterminá-los.
Uma vez ele encontrou uma cova contendo mais de uma dúzia
dessas coisas. Se estiver no comando de, digamos, um grupo de
jovens vampiros mandados a Ceoris para servir seus mestres,
pode muito bem mandá-los numa missão de extermínio como
um teste preliminar de seu valor. Se eles se provarem contra os
ceifadores, podem estar realmente prontos para os terrores da
Guerra Tremere-Tzimisce.
Atributos: Força 3, Destreza 5, Vigor 5, Percepção 5 e
Raciocínio 2.
Níveis de Vitalidade: Ok, Ok, -1, -3, -5, Incapacitado
Ataque: braços tipo-foice, 8 dados de dano
Habilidades: Prontidão 3, Esportes 3, Briga 5, Esquiva 2,
Furtividade 3
Pontos de Sangue: 10
Força de Vontade: 5
Nota Histórica: Os antigos vassalos mortais dos Tremere nos
vilarejos próximos esperaram um tempo adequado depois da
destruição de Ceoris e então as caçaram sistematicamente.
Nenhuma sobreviveu até os dias modernos.
Comedores de Pele
Para criar os comedores de pele, Virstania usou o ritual Povoar
o Jardim Noturno para criar insetos minúsculos tipo pulga com
apetites glutônicos. Ela os criou em barris cheios com o sangue de
suas assistentes Gárgulas. Eles se tornam, dessa forma, Laçados
como carniçais às Gárgulas de cujo sangue cresceram. Sob os olhos
vigilantes de Virstania, as Gárgulas treinam as criaturas para
obedecer a comandos simples, criando um circo de pulgas voraz com
uma fome por pele ao invés do sangue habitual.
Um comedor de pele e quase pequeno demais para ser visto a
olho nu; parece uma pinta de pimenta vermelha. Sob lentes de
aumento, um observador pode ver que são bichinhos vermelhos
com mandíbulas estranhamente fora do tamanho. Ao contrário de
algumas outras criações de laboratório, Virstania mantém os
comedores de pele bem controlados. Um pote selado cheio de
comedores de pele constitui uma arma terrível. Therimna e Paul
Cordwood os usam contra inimigos quando querem poupar seus
servos preferidos do risco ou a inconveniência de um assalto direto.
Comedores de pele também provêm um meio esplêndido de
fumegar um inimigo para fora de sua toca. O usuário necessita
meramente esgueirar-se para a construção, caverna ou trincheira na
qual o inimigo está escondido. Ele joga o pote de comedores de pele
e corre por sua vida, esperando que nenhuma das minúsculas
criaturas pegue o cheiro de sua própria carne.
Comedores de pele se orientam quase inteiramente pelo
cheiro; eles podem farejar mamíferos, mortais e
Cainitas de tão longe quanto 50 jardas. Eles fervilham para a
fonte de carne mais próxima. Se tiverem sucesso em entrar em
contato com carne nua, percorrem rapidamente seu caminho
através do corpo da vítima, despindo-a de suas camadas de pele mais
externas em questão de momentos.
Nem Briga nem Armas Brancas são úteis quando os comedores
de pele atacam. Algumas vezes é possível fugir de um enxame. Um
enxame move-se a uma velocidade de 26 jardas por minuto.
Comedores de pele não voam enquanto atacam ou alimentam.
Quanto mais complexo o terreno, mais lentamente se movem em
termos absolutos.Uma mesa virada pode atrasá-los tempo suficiente
para que uma vítima em potencial consiga vários turnos de
dianteira, por exemplo. Naturalmente, se a presa fugitiva é parada
por seus próprios obstáculos, os comedores de pele podem
capturá-la.
Água ou outros líquidos os atrasam. Contato direto com ácido,
chamas, óleo fervente ou frio extremo os matam imediatamente. É
difícil, mas possível, esmagar um enxame inteiro de uma vez,
jogando um objeto grande como uma grande pedra do piso de
mármore em cima deles. Outros métodos exóticos de matar
comedores de pele sem dúvida existem.
Contato com o enxame resulta na perda de 1 nível de vitalidade
por turno até que a vítima esteja Espancado, ponto no qual o
comedor de pele pára de se alimentar porque a vítima está na carne
viva.
123
 Porém, sem qualquer pele, a vítima logo sangrará até a morte,
continuando a perder 1 nível de vitalidade por turno até morrer ou
cair em torpor. Vampiros forçados a regenerar toda sua pele nunca
parecerão os mesmos de novo. A pele crescida, toda de uma vez,
parece lisa demais e deformada, dando ao sofredor uma aparência
de cera homogênea. Tais sobreviventes dos ataques dos comedores
de pele perdem 1 ponto de Aparência.
As criaturas são capazes de comer uma quantidade de carne
centenas vezes maior que o peso de seus corpos combinados. As
criaturas cessam seus ataques depois de consumir a pele, ponto em
que revelam minúsculas asas e voam de volta pra Ceoris. Eles
retornam para um coletor de cerâmica especial montado dentro de
um grande precipício. Quando o alcançam, caem de exaustão. Os
sons destas centenas de minúsculas batidas são algo como uma mão
de areia sendo jogada numa superfície de mármore. A morte de um
enxame de comedores de pele parece uma explosão de pó branco de
calcário. Deixado atrás no coletor está um "glob" de tecido epitelial
indistinguível, que as Gárgulas resgatam para Virstania. Ela o usa
como a matéria prima na Apropriação Membranosa (pág 111), e do
ritual para criar as Gárgulas chamadas Velluma (pág 127).
Gárgulas Estranhas
As seguintes criaturas são formas raras de Gárgulas. Como
tais, são vampiras e também sofrem a Maldição de Caim. Porém,
os rituais usados para criá-las as tornam mulas, incapazes de
Abraçar.
124
Hexápode
Raramente feito porque a construção requer seis braços
vampíricos bons, o Hexápode permite aos Tremere um duradouro
conhecimento dos pensamentos e percepções do inimigo.
O Hexápode orienta-se horizontalmente, como um inseto, com
as costas do seu corpo para cima. Sua cabeça sai dentre os ombros.
Fixado do lado de baixo do tórax estão duas séries de três braços. Os
cotovelos ficam no chão, agindo como pé. Os antebraços e mãos
estendem-se acima das costas do tórax. Seus dedos são cobertos numa
substância pegajosa e adesiva com a qual ele pode grudar, como uma
mosca, em tetos ou paredes. Sua locomoção é muito mais rápida
quando se move via ponta dos dedos do que quando se sacode sobre
os cotovelos. O hexápode não usa pernas em sua construção; o tórax
termina nas nádegas. Sua cabeça carece de uma face; em lugar disso é
uma massa de carne cicatrizada. Uma peculiar incisão furiosa e
vermelha vai de sua testa ao queixo. Tiras de couro cruzam-se através
da incisão para mantê-la bem fechada. Apesar de frescas quando
aplicadas, estas grossas tiras rapidamente tornam-se impregnadas
com sangue, pus e sujeira.
Imbuído da inteligência de um cachorro, mas com instintos
poderosos, o hexápode rastreia incansavelmente uma vítima uma vez
conhecida, com seu faro psíquico. O criador da Gárgula só precisa
agitar um objeto recentemente usado ou extensivamente tocado pelo
alvo perto do tórax do hexápode.
 Logo um esfíncter enrugado se abre no tórax, soltando um
apêndice tipo verme protegido com uma carapaça quitinosa e
afiada. O apêndice é equipado com órgãos sensitivos que parecem
narinas, mas que na realidade lêem a aura da vítima, o resíduo do
qual ainda resta no objeto. Após dar uma boa cheirada, o
hexápode sai agitado. Instintivamente capaz de abrir portas, se
livrar de fechaduras e evitar guardas, supera qualquer obstáculo
que esteja entre ele e a vítima desejada. Seus poderes de rastreio,
embora não infalíveis, excede de longe o de qualquer criatura
normal. Cheirando constantemente o ar atrás de traços da aura de
sua presa, ele pode seguí-la a centenas de milhas de distância. Por
preferência, se locomove pelos tetos em recintos fechados. Em
locais abertos prefere topos de árvores, pedras altas ou penhascos.
Quando ameaçado, seu instinto prevalecente é fugir. Se
escapa de seus perseguidores, se esconde por um tempo e então
continua sua caçada. Se não tiver escolha além de lutar, ele
lança-se de barriga sobre o inimigo. Sua única arma é o apêndice,
que é afiado o bastante para furar através de uma armadura média.
Ele tenta enterrar seu afiado apêndice no tórax da vítima, da qual
sugará o sangue.
Quando finalmente confronta sua presa, estende uma de
suas mãos dianteiras e rasga as tiras de couro que mantém as duas
metades de seu rosto juntas. A face se abre. Então o hexápode
cospe uma massa de carne espumosa do seu cérebro exposto sobre
a vítima.
Tendo formado uma poderosa ligação psíquica com a
vítima, ele recua. Com um invencível instinto guia, ele retorna ao
ponto no qual teve o primeiro contato com o cheiro de sua presa.
Seu retorno para casa só é atrasado levemente pelas batidas
periódicas das metades de sua cabeça. Uma camada de folhas,
terra, sementes espinhentas e outros detritos podem se juntar
sobre seu cérebro exposto, mas isso não representa um sério
impedimento.
Como um cão alegre trazendo um bastão para seu mestre, o
hexápode busca seu criador. Ao invés de uma recompensa, ele
encara uma terrível traição. O taumaturgo ordena capangas
relutantes a prender e imobilizar o hexápode, e então trazê-lo para
uma câmara especialmente equipada para o ritual Suco do
Hexápode.
Atributos: Força 3, Destreza 5, Vigor 5, Percepção 5,
Raciocínio 2.
Níveis de Vitalidade: OK, OK, OK, -1, -1, -1, -1, -3, - 3, -5,
Incapacitado.
Ataque: Ataques manuais causam dano normal. A cabeça
do apêndice causa 8 dados mas pára de atacar após um golpe
certeiro, a partir daí drena 3 pontos de sangue por turno.
Habilidades: Prontidão 3, Esportes 3, Briga 5, Esquiva 5,
Furtividade 7.
Disciplinas: Auspícios 2, Potência 2, Fortitude 3. Pontos de
Sangue: 10
Força de Vontade: 5
Nota Histórica: Os Tremere criaram poucos hexápodes
após a formação da Camarilla mas mantêm registros dos rituais
necessários para criá-los em várias de suas antigas capelas,
incluindo Vienna.
e u
I
c
r
O bom sobre o iecur é que ele pode ser feito dos restos
deixados da construção de Gárgulas normais. O ruim é que o
resultado é tão profundamente abominável que até mesmo
outras Gárgulas não podem olhar para ele sem uma sensação
de náusea. Um iecur é uma pilha rastejante de entranhas,
órgãos e vísceras com 1,80m de altura. Vagamente moldado
como um cone, a superfície de um iecur é enfeitada com
dúzias de fígados e bexigas úmidas e pingando. O iecur cria
fígados e bexigas extras durante o processo de gestação;
embora somente cerca de seis de cada possam ser juntados no
saco fetal, dúzias aparecem quando a criatura está totalmente
desenvolvida. Iecur (o termo é tanto plural quanto singular)
não fala, mas mostra sinais de inteligência, assim como a
habilidade para responder a ordens complexas. Eles podem
até reinterpretar suas instruções quando confrontados com
circunstâncias novas. Porém, são governados principalmente
por um instinto avassalador de devorar a carne de vampiros, e
agirão em favor disso a menos que seja dado instruções com
mãos de ferro em contrário. Tendo uma escolha de vítimas,
eles preferem Cainitas dos clãs dos quais suas partes vieram.
Eles digerirão carniçais, mortais ou outras Gárgulas se
ameaçados por eles, mas iniciarão ataques contra estes seres
menos apetitosos somente sobre ordens ou quando
extremamente famintos.
O iecur come espremendo-se contra a vítima e a
envolvendo. Quando possível, prende sua vítima contra uma
parede ou outra superfície dura e então espreme-se sobre ela.
Se nenhuma superfície adequada estiver presente, o iecur
tenta laçar uma das pernas da vítima com uma jogada de
intestino, e então puxa a vítima para dentro de seu corpo, para
um contato máximo com suas centenas de canais biliares.
Cada canal libera grandes quantidades de um poderoso ácido
digestivo que começa imediatamente a reduzir o corpo da
vítima numa pasta mole. O fluido digestivo cega se atingir os
olhos. Seu cheiro poderoso frequentemente dispara um
senso primordial de terror, quando a vítima instintivamente
nota que está sendo digerida. Em Cainitas, este terror aciona
o Rötschreck.
Felizmente para os inimigos Tremere, o iecur move-se
vagarosamente exceto em superfícies lisas. Troncos caídos,
pedras, barrancos e outras características comuns de terrenos
abertos os deixam quase imóveis. Virstania os mantém dentro
de Ceoris. Eles não patrulham ou vão em invasões. Em raras
ocasiões o clã leva iecur para outras capelas para realizarem
deveres de guarda em seus porões proibidos. Para transportar
um iecur, deve-se colocá-lo num caixão banhado a chumbo e
levá-lo até seu destino como uma carga. (O chumbo impede os
ácidos digestivos do iecur de atravessar o baú e destruí-lo.) O
iecur morre se não comer 5kg de carne fresca por dia. Eles se
tornam alternadamente apáticos e voláteis a menos que um
quarto dessa carne venha de um Cainita. Felizmente, eles
podem armazenar qualquer substância mágica que
produzirem ao devorar carne Cainita. Cada ponto de sangue
possuído por uma vítima vampírica permite ao iecur passar
um dia sem carne Cainita.
125

Virstania ocasionalmente Abraça um mortal da câmara de
abastecimento simplesmente para gerar comida para o iecur. Ela
sabe que Etrius desaprovaria isso e assim mantém segredo aos
seus colegas. Ela ocasionalmente experimenta sobre os iecur na
esperança de encontrar um meio de reduzir seus pesados
requerimentos alimentares, mas tem feito pouco progresso.
Embora bizarros, os iecur são, como as Gárgulas padrão,
uma forma de Cainita. Eles são tão vulneráveis ao fogo e luz solar
quanto qualquer outro vampiro.
Atributos: Força 5, Destreza 1, Vigor 10, Percepção 1,
Raciocínio 1.
Níveis de Vitalidade: OK, OK, OK, OK, -1, -1, -3, -3, - 5,
Incapacitado.
Ataque: Deve realizar um Encontrão ou Agarrar bem-
sucedido antes de iniciar a digerir a vítima. Tendo feito isso,
priva sua vítima de um nível de vitalidade e um ponto de sangue
por turno, nenhum teste é mais necessário. Para uma vítima se
soltar de um iecur, o jogador deve testar Força + Briga. Se preso
contra uma parede, uma vítima não tem saída do agarramento, e
deve esperar que ela mesma (ou seus aliados) possam matá-lo
antes que ele a reduza inteiramente em pasta.
Habilidades: Prontidão 3, Briga 8. Pontos de Sangue: 10.
Força de Vontade: 5
126
Nota Histórica: Os iecur permanecem em Ceoris após a
deserção das outras Gárgulas e continuam a servir como
guardiões de seus cantos sombrios. Todos os iecurs são
destruídos juntos com a própria capela em 1476.
imu a um
S
l
cr
Virstania ocasionalmente cria Gárgulas na imagem de um
dos vampiros dos quais seu corpo é feito. A criatura resultante
parece como uma grosseira versão mal acabada do Cainita
original, mas pensa e age como uma Gárgula. Um simulacrum
não passaria numa inspeção dos amigos íntimos do original, mas
pode muito bem levar a diante uma postura com aqueles que
conheciam o Cainita de passagem ou só pela reputação.
Simulacra algumas vezes são providos por Paul Cordwood com
falsas identidades e usados em suas tramas. Ele pode, por
exemplo, mandar um simulacrum Nosferatu infiltrar-se numa
conversa entre membros deste clã. Os antecedentes falsos de
Cordwood geralmente alegam que o simulacrum foi Abraçado
numa terra distante por um senhor já destruído. Os simulacra,
cujos pensamentos podem ser lentos, não são adaptados para
farsas complexas e longas. Os planos de Cordwood assumem que
serão rapidamente descobertos. Frequentemente espera que eles
meramente entrem no refúgio inimigo, façam uma ação rápida e
então fujam. Eles podem ser designados para instalar aparatos de
espionagem, roubar documentos ou fazer tentativas de
assassinato imprudentes. Algumas vezes Cordwood os usa
puramente para desmoralizar seus inimigos, mais
frequentemente com Virstania tendo convertido um protegido
especial do inimigo em simulacra e então mandando-o de volta
para seu mentor. Ele o faz simplesmente para causar um alto
impacto emocional em seu inimigo, forçando-o a matar seu
estimado aliado. Os simulacra são agressivos, e este horrível ato
pode demorar um pouco.
Os simulacra são os mais lamentáveis e solitários das
Gárgulas. Eles terão sorte se as Gárgulas comuns meramente os
evitarem. Para uma Gárgula, eles parecem e cheiram como
Gangrel, Nosferatu ou Tzimisce. Os simulacra, desejando nada
mais do que estar com o resto do bando, sentem-se torturados por
essa rejeição. Enquanto esperam por instruções, sentam-se em
sua câmara escura, desamparadamente escutando os uivos e
rosnados excitados do ninho Gárgula mais próximo.
Ocasionalmente uma lágrima azeda cai de um olho, para
manchar o lençol grosseiro que cobre sua cama.
Cordwood e Virstania trabalham para esconder dos
simulacra o quanto são considerados dispensáveis. As solitárias
criaturas são informadas que foram criadas para realizarem um
grande e nobre sacrifício para seus criadores. Os simulacra
imaginam essa tarefa com uma mistura de medo e ansiedade. Eles
esperam ser destruídos e libertados de sua meia-existência
miserável, mas são possuídos de um amaldiçoado e gorte instinto
de sobrevivência, que os impedem de realizarem seus deveres
com intenção suicida. Quando são feridos, descobrem, para seu
desgosto, que são muito difíceis de matar.
Cordwood não tem meios de saber com certeza que cada
simulacra mandado para a morte realmente morreu.

É inteiramente possível que alguns deles tenham escolhido
não retornar para Ceoris após completar suas tarefas com
sucesso. Se estes individuos existem, estão provavelmente
buscando algum tipo de consolação ou existência
significantiva.
Simulacra se parecem com exageros grosseiros de seu "eu"
anterior. Características faciais são grosseiras e inchadas. Todos
os cabelos do corpo ficam descoloridos e devem ser rudemente
coloridos para aproximarem-se da aparência original. Grandes
cicatrizes passam como um halo ao longo do cume da cabeça,
mostrando onde seus cérebros foram retirados e tratados.
Cicatrizes também zigue-zagueiam suas caixas tóraxicas. A pele
dos simulacra é branca e fraca, não importa quão robusto fosse a
aparência do original. A carne da criatura ou incha ou
desenvolve lascas de pele mole que balançam frouxamente do
corpo. As juntas e as genvivas ficam inchadas, pálpebras ficam
contraídas, deixando o simulacra com aparência esbugalhada.
Atributos: Força 2, Destreza 2, Vigor 2, Carisma 1,
Manipulação 1, Aparência 1, Percepção 2, Inteligência 1,
Raciocínio 2.
Níveis de Vitalidade: Ok, -1, -1, -2, -2, -2, -2, -2, -5,
Incapacitado.
Habilidades: Representação 1, Prontidão 1, Esportes 2,
Briga 3, Esquiva 1, Lábia 1, Armas Brancas 3, Furtividade 2,
Sobrevivência 2.
Pontos de Sangue: 10 Força de Vontade: 3.
Se você já conhece as estatísticas do Cainita original, reduza
todos os Atributos Sociais para 1. Subtraia 3 da Inteligência e todos
os Conhecimentos. Subtraia 2 de todas as outras Habilidades e
Disciplinas. (1 permanece como mínimo) Divida por 2 a Força de
Vontade; reduza os Pontos de Sangue para 10.
e uma
V
ll
Virstania e Fidus envolvem-se em acalorados debates
semânticos sobre se os vellumae são Gárgulas ou aberrações
híbridas. Um velluma é feito de tecidos roubados, mas não é
formado pelo ritual usual. Também não é necessário que seus
doadores sejam Cainitas. Por outro lado, são danificados
pela luz solar e fogem do fogo, como qualquer Gárgula ou
vampiro.
Um velluma é feito de carne devorada pelos comedores
de pele (ver p. 123), que é colhida em um conjunto de frascos
nos laboratórios de Virstania sempre que despojam uma
vítima. Tem forma humana, mas é totalmente plano,
consistindo em uma folha de pele não mais espessa que um
pergaminho. A luz forte atravessa-o. Pode esticar ou contrair
sua forma. Expandindo seus braços em estruturas
semelhantes a asas, pode se tornar uma pipa de pele, para
planar ao vento. A maioria dos vellumae não possui nenhum
sinal de traços faciais em suas cabeças planas e redondas;
alguns exibem feições esmagadas, sorrindo fixamente em um
ricto eterno.
Os Tremere valorizam sua habilidade de penetrar
lugares de outra forma intransponíveis. Um velluma pode se
dobrar em um quadrado de poucos centímetros de largura e
um quarto de polegada de espessura. Pode fluir por baixo de
uma porta ou entre as tábuas que compõem um chão. Quase
qualquer sala oferece a um velluma uma infinidade de
esconderijos: pode se achatar contra uma cortina, dobrar-se
em uma gaveta, até se esconder entre os pertences pessoais de
alguém. Portanto, servem como espiões ideais. Os vellumae
são frequentemente equipados com dispositivos de
observação e enviados para seguir os inimigos dos Tremere.
Embora incapazes de falar, os vellumae são inteligentes.
Se formados a partir da pele de uma pessoa alfabetizada, eles
podem escrever. Assim, é possível enviar um para espionar
sem um dispositivo de observação. Em vez disso, pode
escrever um relatório de suas atividades. Mais
frequentemente, o velluma fará isso ao retornar a Ceoris. Em
algumas circunstâncias, Paul Cordwood fez arranjos para
que um velluma permaneça em território inimigo, deixando
seus relatórios em um local predeterminado. Outros
membros de sua rede de observadores então recuperam o
documento e organizam para que seja enviado a Ceoris.
Os vellumae são facilmente danificados e normalmente
não possuem meios de prejudicar aqueles que os atacam. Esta
deficiência pode ser corrigida com um humor,
particularmente Bile Cáustica (ver p. 119). O Leite Cruel da
Serpente é às vezes usado, mas raramente é útil em combate
porque os vellumae acham difícil morder oponentes em meio
à batalha antes de serem despedaçados. Quando descobertos,
normalmente fogem, erguendo-se com velocidade
surpreendente para desaparecer noite adentro em uma série
de saltos longos e elásticos.
Um velluma se alimenta ao se colocar contra a pele nua
de sua vítima. Ele extrai sangue pelos poros da vítima e para
dentro de si. O velluma fica avermelhado e ligeiramente
inchado imediatamente após uma alimentação. Eles contêm
apenas pequenas quantidades de sangue e devem se
alimentar regularmente ou morrer.
127
 Por serem incomunicáveis, é difícil saber o que os vellumae
pensam ou quais emoções sentem. Seus relatórios não revelam
muito sobre este tópico, embora, se lermos nas entrelinhas, um
prazer sinistro em sua habilidade de se mover despercebido pelo
mundo Cainita parece evidente. Eles podem sentir um tipo de
desprezo por aqueles que espionam, especialmente aqueles de cujas
peles são feitos. Um velluma formado a partir da pele de um
Tzimisce parece mostrar um entusiasmo especial por espionar
Tzimisces, por exemplo. Alguns escaparam dos Tremere, mas ainda
assombram seus alvos designados. Eles podem estar cientes de quão
perturbadora é sua presença e se deleitam em aparecer em
momentos inoportunos.
Atributos: Força 1, Destreza 5, Vigor 2, Percepção 3,
Inteligência 1, Raciocínio 1.
Níveis de Vitalidade: Ok, -2, -5, Incapacitado.
Habilidades: Acadêmicos 1 (ocasionalmente), Prontidão
4, Esquiva 4, Armas Brancas 1, Furtividade 4, Sobrevivência 2.
Pontos de Sangue: 3 Força de Vontade: 3
A Magia dos Mortais
Existentes em Ceoris, os magi mortais ainda passeiam por
seus corredores. Esses feiticeiros já passaram de seu tempo e vêem
muitos de seus artifícios começando a falhar, porém não carecem
de recursos. A sessão a seguir proporciona algumas formas de
retratar a magia dos Tremere mortais dentro de uma crônica de
Vampiro: A Idade das Trevas.
MAGIA TREMERE
A magia Tremere é uma variação da magia hermética que
praticam as diversas facções da Ordem de Hermes. A ordem
existe porque é permitido a seus membros compartilhar (de
forma imperfeita) seus conhecimentos e aprender com os
demais. A ordem em geral, e os Tremere em particular, utiliza
fórmulas e complexos encantamento para realizar seus artifícios.
Seguem as instruções detalhadas em tomos, preparam seus feitos
alquímicos, escrevem símbolos antigos em círculos de poder. Os
Tremere destacam pelo pragmatismo de suas formas e sua
feitiçaria reflete esse caráter sistemático e quase cientifico.
Seguem invocando espíritos e entoando cânticos, porém com a
atitude de um engenheiro ao operar uma maquinaria complexa.
Os Tremere e muitos outros herméticos seguem uma
grande variedade de trilhas como nomes em latim. Esses nomes
combinam no geral o que faz (técnicas) e o como ela faz (formas).
As técnicas mais comum são de controle (Rego), a criação (Creo),
a destruição (Perdo), a percepção (Intellego) e a transformação
(Muto). As formas são muito mais variadas e variam de Magus
para Magus. As mais comuns incluem o corpo (Corporem), a
terra (Terram) e os sentidos (Imagonem). As trilhas
taumatúrgicas derivam e obtêm seus nomes dessas artes.
Os Tremere mortais também utilizam uma grande
variedade de rituais, que funcionam de modo muito similar aos
rituais taumatúrgicos – apesar de não estarem tão relacionados
com o sangue.
128
POR QUALQUER OUTRO NOME
Mago verdadeiro, magus, bruxo menor, feiticeiro,
encantador. Os nomes são tantos como vãs suas
distinções. Apesar das afirmações de uma hierarquia de
valor entre aqueles capazes de realizar feitos
sobrenaturais, na perspectiva de Vampiro (e Vampiro:
Idade das Trevas), são todos bruxos. Alguns serão
poderosos e outros não, porém não existe nenhuma
diferença cosmológica entre eles.
É claro que um magus da Casa Tremere se distingue
da bruxa do povo, porém o que converte a Casa Tremere
em algo especial é sua organização e seus ensinamentos
sistemáticos, não somente o inerente status de “magos
verdadeiros”. Os Tremere formam parte da Ordem de
Hermes, possuem suas capelas e bibliotecas, ensinam a
seus aprendizes e anotam seus descobrimentos. Só
selecionam os mais dotados para entrar e fazer parte de
suas filas. Isso é o que os fazem especiais.
Tudo bem, para aqueles que possuem interesse na
perspectiva global em termos de jogo do Mundo das
Trevas, o certo é que no século XII o sistema de esferas
mágicas, a base de poder dos “magos verdadeiros”, ainda
não foi desenvolvido. Essas distinções terão lugar no
futuro e inclusive continuaram sendo vagas... e
completamente irrelevantes para um jogo centrado nos
vampiros.
SISTEMAS
Os jogadores de Vampiro: Idade das Trevas possuem
personagens vampiros, não magos, mas os narradores podem
utilizar uma estrutura mais versátil para ajustar os efeitos da magis
dos mortais. Em qualquer caso, quem quiser interpretar o tempo
anterior ao abraço de um Tremere ou desejar dar consistência aos
personagens mortais do narrador podem utilizar as seguintes
opções para representar a magia arcana dos Tremere. Quem
desejar empregar sistemas mais elaborados designados com os
personagens dos jogadores em mente podem consultar Mago: A
Ascensão, o suplemento para Mago, Feiticeiro, edição revisada
ou Mago: A Cruzada dos Feiticeiros.
Note que, em todo caso, a habilidade para utilizar esses
diversos poderes mágicos desaparece com o abraço, ainda
que não haja o conhecimento sobre isso.
Como Utilizar Magia Vulgar
Em Liege, Lord and Lackey são detalhadas as regras para a
chamada magia menor utilizada pelos mortais. Apesar do
suplemento dizer que essas trilhas são inferiores as artes dos
“magos verdadeiros”, a distinção carece de fundamento. O que
ocorre é que os Tremere têm acesso a múltiplas trilhas e a níveis
muito altos. Ainda que a correlação entre as trilhas de magia
menor estabelecidas e as combinações de técnicas e funções dos
Tremere não seja perfeita, tão pouco constitui um obstáculo
impossível. O Narrador é livre para ajustar as trilhas e moldá-las
ao estilo dos Tremere e dar-lhes nomes em latim adequados a elas
(Perdo Corporem para uma trilha de Castigo, por exemplo).
Utilizando a Taumaturgia
Quase todas as diversas trilhas de taumaturgia derivam de
antigas artes e trilhas herméticas, convertidas e transformadas em
magia do sangue pelos Cainitas da Casa Tremere. Portanto, é
perfeitamente viável empregar estas trilhas com magi tremere
mortais, com algumas modificações.
O sistema básico para o emprego das trilhas é o mesmo que
para os vampiros, salvo que o jogador de magus gastará força de
vontade no lugar de sangue. Em seguida rolando Força de
Vontade contra uma dificuldade igual ao nível do poder + 3.
Algumas trilhas relacionadas com a condição vampirica, como
Rego Vitae e Rego Mágica, não estão disponíveis para os mortais.
A maioria dos rituais taumatúrgicos também está disponível, mas
sob formas menos horripilantes (a critério do Narrador).
is
V
Outra das razões pela qual os Magi da Casa Tremere (e
outras ordens herméticas) conseguem feitos maiores que
aqueles que se denigrem com o nome de bruxos menores é seu
constante acesso a uma rara substância (ou substancias)
chamada vis. A verdadeira natureza do vis dá lugar a muitos
debates, porém parece ser o potencial para o poder feito tangível.
Do mesmo modo que a lenha e o carvão são capazes de alimentar
enormes fogueiras, o vis parece mundano a primeira vista,
porém é capaz de alimentar magníficos feitos mágicos. Acentua e
magnífica a vontade do feiticeiro do mesmo modo que uma
alavanca aumenta a força do operário. O vis aparece sob diversos
aspectos, no geral ligados a algum dos elementos clássicos, as
pedras preciosas poderiam ser vis da terra, uma bruma rarefeita
seria do ar, e assim por diante. Os órgãos de criaturas exóticas e os
frutos de àrvores quase extintas também poderia proporcionar
vis. No passado, o vis era abundante. Agora é escasso e os magi
mortais lutam pelo privilegio de explorar um fio. O vis é o
ingrediente chave das numerosas poções e ritos de imortalidade
que mantêm jovens os magi herméticos. Foi a crescente
diminuição de seus efeitos que levou a casa a incursar no
vampirismo.
Para fins de jogo, o vis serve ao magus mortal de reserva de
Força de Vontade para gastar em efeitos mágicos. Essa Força de
Vontade pode ser usada em um efeito e conseguir sucessos
automáticos no mesmo. Não pode ser utilizado para proezas que
não estejam relacionadas com a magia e não afeta a pontuação de
Força de Vontade do magus.
Magi Rápidos e Sujos
Caso deseje utilizar outros magi mortais como personagens
do Narrador além dos apresentados no capítulo cinco, você pode
usar os seguintes exemplos para conferir-lhes características em
função de sua posição. Os conhecimentos costumam ser as
habilidades primárias e os magi mais antigos raramente possuem
atributos físicos elevados, especialmente com o corrente fracasso
das poções herméticas que os mantêm jovens.
Os primeiros exemplos são opções apropriadas para um
personagem do jogador antes do abraço.
Aprendiz (20 anos): Atributos (6/4/3 pontos),
Habilidades (11/7/4 pontos), Antecedentes (5 pontos),
Trilhas (1 ponto), Virtudes (7 pontos), Pontos de Bônus (21),
Vis 0
Magus jovem (5 anos): Atributos (7/5/3 pontos),
Habilidades (13/9/5 pontos), Antecedentes (5 pontos),
Trilhas (5 pontos), Virtudes (7 pontos), Pontos de Bônus (15),
Vis 10
Magus veterano (60 anos): Atributos (8/5/3 pontos),
Habilidades (21/12/7 pontos), Antecedentes (10 pontos),
Trilhas (10 pontos), Virtudes (7 pontos), Pontos de Bônus
(15), Vis 20
Mestre do envelhecimento (100 anos): Atributos (8/5/3
pontos), Habilidades (25/15/10 pontos), Antecedentes (10
pontos), Trilhas (20 ponto), Virtudes (7 pontos), Pontos de
Bônus (15), Vis 30
A MORTE DA MAGIA E OUTRAS
FALáCIAS
Os Tremere começaram a buscar outra rota até o
poder e a imortalidade quando descobriram que a magia
estava morrendo. O vis estava escasso, seus feitos e
proteções começavam a fraquejar e sobretudo, voltavam a
experimentar o tempo passar. Que sirva de testemunho da
exacerbada soberba dos Tremere que puderam chegar a
pensar que a magia estava morrendo. A magia não é uma
quantidade contável que pode crescer ou envelhecer, mas
sim uma concepção parcial das poderosas forças no
caminho perpetuo da criação. Nada estava (nem está)
morrendo. O mundo estava caminhando, tal e como
sempre tem feito.
Os Tremere não se deram conta, e continuam sem
vê-lo agora. O mesmo fechamento dogmático e
sistemático à magia que lhes permitiu crescer e prosperar
como uma grande casa também lhes impede de
compreender que uma mudança estava em progresso.
Não pode ser que as formas de recorrer a magia estejam
mudando, não, tem que ser tudo ou nada. Só uma medida
drástica pode substituir a magia “moribunda” algo como o
vampirismo.
Os Cainitas Tremere vêem os magi humanos como
idiotas condenados a extinção. Alguns merecerão receber
o abraço e o resto murchará e morrerá. A ironia reside em
que, ainda que muitos magi herméticos desapareçam
durante as contínuas mudanças universais, outros
sobreviveram. Conseguiram deixar seu dogmatismo de
lado para colaborar com as demais tradições e formular o
sistema das nove esferas de magia. Conseguiram crescer.
A Ordem de Hermes e o clã Tremere têm perdurado
até nossas noites, porém qualquer semelhança que
puderam ter compartilhado, há muito já não existe.
129
HOUSE OF TREMERE

130
apítulo Sete:
As Sombras de
Ceoris
Sentar nas trevas aqui
E dar origem a fúteis impérios
- John Milton, Paraíso Perdido

131
 Embora a parte sul da Transilvânia tenha sido por muitos
séculos um local de atividade dos Tremere, a influência da Casa
se estende por toda a Europa. Mais do que a maioria das facções
Herméticas, os Tremere sempre se sentiram atraídos por
assuntos mundanos. Desdenhando das clareiras na floresta e
dos vales ocultos preferidos por seus rivais, eles frequentemente
estabelecem capelas dentro de cidades ou em suas vizinhanças.
Suas duas capelas européias ocidentais mais importantes são as
de Paris e Viena. A primeira serve de reduto primário da facção
conspiradora, e a segunda é um posto avançado dos
conservadores. A capela de Durham é digna de nota devido a
influência recente exercida sobre ela por uma misteriosa
entidade que de alguma forma está conectada ao arquidemônio
da Transilvânia, Kupala. A capela de Perugia na Itália fornece
um exemplo menor, pálido de um local de encontro Tremere,
no qual os neófitos podem testar a profundidade das águas
antes de serem totalmente atraídos pelas disputas de poder
internas do clã.
PARIS, O NINHO DE
VIBORAS
Em 1133, Tremere afastou Goratrix de sua criação,
Ceoris, e o mandou aqui para encabeçar a capela de Paris. Na
época, Goratrix encarou isso como uma terrível derrota, para
não mencionar a humilhante traição por parte do mestre que
serviu tão fervorosamente. Ele jurou vingança a ambos,
Tremere e Etrius, seu animal de estimação.
132
Porém, após vários anos em Paris, ele veio a compreender a
metodologia na aparente loucura de Tremere. A França
brindava Goratrix com uma fascinante visão da política mortal.
Reis disputavam com suas relações de nobreza por territórios, e
pelas vantagens advindas
disso. Clero tramando por ouro e vantagens. Goratrix não
podia resistir em envolver-se neste caldeirão em ebulição; assim
poderia fazer com outros o que Tremere havia feito com ele. A
descoberta de que clãs Cainitas mais antigos tinham entrado no
jogo já há muito tempo simplesmente afiou seu senso de desafio.
Embora tenha supervisionado ao menos um grande
experimento mágico secreto desde sua chegada em Paris, as
atenções de Goratrix nos anos recentes fixaram-se na busca de
poder temporal. Eventualmente, ele irá exceder-se, trazendo a
cólera da Inquisição sobre todos os Cainitas e provocar seu
rompimento final com Tremere. Mas por agora, sua influência e
senso de confiança estão a todo vapor.
Um Rei Poderoso, Uma
Cidade em crescimento
A Paris de 1197 é uma cidade energética e em crescimento.
Embora os Cainitas não possam escutar os sons constantes das
construções em andamento durante o dia, podem ver os
melhoramentos e expansões resultantes nas casas da cidade,
construções portuárias e nas estradas. Eles podem ver a riqueza
da cidade nas roupas suntuosas e jóias cintilantes utilizadas por
sua próspera classe mercante. O ouro dos mercantes atrai
pessoas para a cidade de toda a Europa, enchendo Paris com
presas em potencial.
 Os lacaios de Goratrix abraçaram alguns membros
proeminentes do marchandise de l´eau, a guilda mercantil
que é dona do principal porto da cidade. Com
considerável autonomia dada pelo rei, eles com orgulho
tomam o crédito pela prosperidade da cidade.
O próprio Goratrix tem feito carniçais de várias cortes
influentes do Rei Felipe II (também conhecido como
Felipe Augusto), um dos homens mais terríveis a usar a
coroa francesa. Unindo-se com uma aliança Cainita
favorável ao rei, Goratrix ajudou Felipe a levar os nobres
rivais ao chão, deixando-o livre para combater os reis
ingleses Henrique II e em seguida Ricardo Coração de
Leão pelo controle da Normandia. Usando suas conexões
na Igreja, Goratrix recentemente incentivou a
participação de Felipe na Terceira Cruzada. Goratrix
mandou lacaios para a guerra na esperança de descobrir
conhecimentos secretos sobre Saulot e os Salubri. Embora
Felipe retornasse depois de um ano de desconfortável
aliança com seu rival, o Rei Ricardo, Goratrix descobriu os
nomes de muitos sobreviventes Salubri e seus esconderijos
através da região do Mediterrâneo. Ele agora pretende
rastreá-los na esperança de extrair informações úteis ao
Tremere. Dependendo da natureza destes eventuais
segredos, ele os usará ou para recuperar a preferência de
Tremere ou para chantageá-lo a entregar Etrius sua
punição merecida.
Servos Goratrix
de
Os únicos magos mortais deixados na capela de Paris são
aqueles que vêm para visitas breves. Mesmo eles devem vigiar
seus pescoços à noite porque Goratrix continua a Abraçar, ou
permitir outros a fazê-lo, num ritmo que chocaria a maioria dos
outros Cainitas. Seu castelão, Lucubratio, entusiasticamente
alimenta as intrigas políticas de Goratrix e ele próprio tem
Abraçado meia dúzia de parisienses proeminentes. Um guloso
na vida mortal, ex- mago voraz entrega-se a degustação com
sangue humano, que ele analisa com o mesmo rigor que outrora
aplicara aos vinhos finos. Ele negligencia as habituais operações
noturnas da capela, deixando-as para sua carniçal, Isabella, que
tem em suas veias o que Lucubratio alega ser o sangue do mais
fino paladar em toda França. As contribuições de Isabella para o
sucesso da capela deveriam ter garantido a ela o Abraço, mas
Lucubratio resiste, e tem até agora convencido Goratrix a
atender seus desejos. Ele argumenta que não quer perder seu
sangue mais admirável (já que, como uma Cainita, ela não
produzirá nenhum), mas realmente se preocupa que o laço de
sangue de Isabela à pirâmide Tremere supere aquele que ele
mantém sobre ela. Neste caso, ele pode imaginá-la rapidamente
eclipsando-o se elevada a um status pleno. Lucubratio tem um
interesse especial nos afazeres da Igreja e é o principal expert de
Goratrix nesta área.
Goratrix ordena a morte de muitos magi que reagem
desfavoravelmente ao Abraço. Sua agente neste assunto é a fria
Frondator.
Uma mulher alta e de ossos finos, a casualmente sádica
Frondator tornou-se inteiramente careca após seu Abraço. Ela
usa uma grande coleção de perucas para mudar sua aparência
regularmente.
Embora isso seja útil para caçar neófitos fugidos, ela adota
as perucas principalmente por questões de moda.
Goratrix deixa a pesquisa alquímica para a erudita,
socialmente atrasada, Lectora, cuja crônica falta de educação
teria causado sua morte há muito tempo se não fosse pela
proteção de seu mestre e sua cegueira para as intrigas da capela.
Ela fornece suprimentos e tempo de laboratório de mãos
beijadas para aqueles residentes da capela interessados em
investigação mágica.
Orlando Oriundus é um velho ex-mago de rosto redondo
conhecido por suas alegações absurdas. Por exemplo, ele disse
que uma vez desenvolveu um ritual para viajar de volta no
tempo e que passou um tempo como o “faz tudo” de Alexandre
o Grande. Goratrix o Abraçou a despeito de seu óbvio
charlatanismo. Como um Cainita, mostrou uma perspicácia
que nunca mostrara em vida. Ele tornou-se o conselheiro mais
próximo de Goratrix sobre políticas mortais. Ele diz que sendo
um perfeito mentiroso, pode infalivelmente farejar mentiras
alheias. Orlando adotou uma falsa identidade como o monge
borgonhês, Irmão Osvaldus. Neste disfarce, ele acompanhou
peregrinos ricos e acumulou fofocas úteis aos planos de
Goratrix . Com o nome de Osvalus ele viajou com o Rei Felipe
para a Terra Santa, onde descobriu a lista de nomes Salubri.
Goratrix passou a valorizar enormemente os conselhos de
Orlando, mas também quer instalá-lo pelo menos como um
visitante frequente em Ceoris. Se qualquer coisa acontecer
com sua protegida, Malgorzata, Goratrix certamente tentará
mandar Orlando para substituí-la como seu agente infiltrado
no domínio de Etrius.
Marcel de Dreux, um cavaleiro faminto por batalhas, foi
com Orlando na Terceira Cruzada. Na rota, ele protegeu o rei
durante um ataque bandido, recebendo uma doação de terras
que repassou para a capela. Originalmente Abraçado como um
servo dispensável, Goratrix agora se arrepende de tê-lo
alimentado com tanta vitae artificial (pág 134). A poção
corroiu a razão de Marcel e ele se encontra perpetuamente a
beira da fúria incontrolável. Mesmo com esta desvantagem,
Goratrix valoriza altamente sua habilidade com armas brancas
e seu apurado senso ao perigo. Recentemente, ele salvou a vida
de Goratrix de um bando de cães de guerra carniçais,
derrubando sozinho uma dúzia deles. Goratrix ordenou a
Lectora que encontrasse um meio de reverter o efeito
enlouquecedor da vitae artificial. Enquanto isso, Marcel fica
cada vez mais inquieto, saindo da capela à noite em busca de
simples encrenca física para distraí-lo de sua loucura acelerada.
O mago mouro Remugio juntou-se à Casa Tremere uma
década atrás depois de ser exilado de sua terra natal. (Ele
adotou seu nome de mago em latim depois dessa época embora
tenha sido educado por magos árabes.) Ele fala com uma voz
profunda e imponente que, quando emitida em seu vigor total,
intimida até a Goratrix.
133
 Remugio se ressente amargamente de seu Abraço
involuntário, mas sabiamente mantém seu ódio para si.
Ele continuou suas pesquisas e manteve os olhos
abertos. Embora não seja parte do círculo de Goratrix,
também não é visto como uma ameaça. Remugio viaja para
Viena quase todo ano, e tem feito contatos silenciosos com
membros da facção conservadora de lá. Ele secretamente
manda cartas para Viena reportando as atividades de
Goratrix. Estas, então, são passadas para Etrius em Ceoris.
Embora seus aliados dentro do clã o façam se sentir mais
seguro, Remugio está amargurado com os Tremere em geral
e agora pondera uma deserção para outro clã. Ele tem feito
aproximações discretas a um Ventrue da corte leal aos rivais
de Felipe. Porém, não deixará a capela de Paris a menos que
possa dar um golpe decisivo em Goratrix no processo.
Vingança o interessa mais do que sobrevivência, embora não
tenha nenhum desejo especial de encontrar a Morte Final.
Ele faz uma política de auxiliar neófitos Tremere designados
a Paris por mestres não conectados a Goratrix e pode tentar
tornar-se mentor de um novato promissor.
A maternal e cabeça quente Lignupeda, chegou
recentemente da capela de Durham, certa de que havia sido
sábia em fugir da sombria opressão daquela capela. Duas
noites depois, ela foi atacada por um dos servos de Goratrix,
Culmen, o boca-fétida, e Abraçada. Chocada e enfurecida,
ela liberou um encanto reduzindo Culmen a uma pilha de
serragem úmida. Algemada na masmorra, ela deixou
Goratrix pensar que havia seduzido-a em aceitar seu novo
status. Tendo ganho a liberdade, pondera o que fazer agora.
Remugio considera aproximar-se mas deseja se certificar que
pode confiar nela antes de revelar suas intenções. Ela pode
também se voltar para outros recém chegados para
aconselhamento e assistência. Suas eventuais lealdades
ainda estão por ser firmadas.
O tagarela maníaco compulsivo Manicae esconde-se na
capela depois de ter assassinado um dos escribas do Rei
Felipe na frente de uma dúzia de testemunhas. Um mago de
poucas realizações antes do Abraço, ele foi mandado, depois
de sua transformação, para posar como um dos escrivãos do
rei. Ele se fez útil por copiar mensagens vitais e mandá-las
para Goratrix. Infelizmente, também lhe foi dado vitae
alquímica para que não precisasse se arriscar caçando na
corte. O efeito da vitae alquímica o levou ao assassinato.
Frondator quer matá-lo imediatamente, um fato que não se
importou de esconder do já aterrorizado Manicae. Goratrix
por outro lado pensa em mandá-lo para Ceoris para matar
Etrius.
Goratrix ainda não percebeu a extensão total da fúria
dos antigos Cainitas residentes da cidade despertada em
função do número explosivo de vampiros sob seu controle.
Os Cainitas governantes de Paris, mais notavelmente o
Ventrue Alexander, pesa um número de punições criativas
para a insolência de Goratrix, mas ainda não se moveu
contra ele.
134
SOBRE (E ABAIXO Da)
A MARGEM ESQUERDA
A capela é localizada no quarteirão acadêmico da
cidade. A Universidade de Paris existe como uma guilda de
tutores, mas ainda não foi formalmente reconhecida pelo
Rei. Quando, daqui alguns anos, ele o fizer, nomeará esta
área como Margem Esquerda. Dúzias de tutores autônomos
competem pelo patrocínio de estudantes abastados,
ensinando ao livre em locais considerados nobres e até
mesmo em alguns caindo aos pedaços. Os estudantes, que
são geralmente aristocratas, cabeças quentes e bêbados,
frequentemente desentendem-se violentamente com outros
cidadãos.
A capela se disfarça como apenas outra instituição
privada de ensino, desviando a atenção de clérigos
inquisidores. Ela não recruta estudantes; somente aqueles
que já conhecem sua verdadeira natureza e que buscam
aprendizado. Para enganar ainda mais as autoridades,
Goratrix ordenou que o exterior, outrora opulento, caísse
em descuido. Estátuas em ruínas decoram sua face de pedra
esburacada. Suas mãos, pés e rostos já ruíram, embora um
observador astuto possa ainda dizer que representam figuras
alegóricas de aprendizado e desenvolvimento espiritual.
Escondendo-se através de disfarce, a capela evita a
necessidade das medidas defensivas rigorosas de Ceoris.
Servos carniçais inspecionam todos os possíveis visitantes
através de um olho mágico, barrando a porta contra aqueles
que falham em passar pela inspeção. Proteções místicas
contra intrusos aparecem sobre a porta da frente e em alguns
locais estratégicos por toda da capela. Os guardas
dificilmente são perturbados. Os Tzimisce não habitam a
França. Os Gangrel não vêm na cidade exceto nas piores
emergências. Os Nosferatu parisienses certamente estão
cientes das lutas de seus irmãos contra os Tremere da
Transilvânia, mas sem aliados, parecem não ter pressa em
abrir uma frente de batalha aqui. Eles não querem ser
transformados em Gárgulas. (Goratrix brinca
periodicamente com a ideia de mandar Frondator caçar
Nosferatu para este propósito, mas sempre conclui que isso
não vale o risco. Assim, ele importa lacaios Gárgulas de
Ceoris quando qualquer um de seus pequenos
complementos de criaturas devem ser substituídos).
Laboratórios, quartos e salas comuns estão geralmente
acima do solo, num dos cinco andares da construção.
Masmorras, ninhos de Gárgula e o laboratório secreto
(veja abaixo) são encontrados muito abaixo de uma antiga
catacumba que sustenta a capela. Apesar de sua atual
fachada humilde, a capela é bem equipada e bastante
espaçosa.
Vitae Alquímica
Em 1135, logo depois da presunção de Goratrix de
governar em Paris, vários de seus neófitos foram caçados e
empalados depois de se alimentarem indiscretamente.
 Uma delegação constituída por Lasombras e Ventrues
interceptou Goratrix durante um carnaval e o avisou para
prestar mais atenção na proporção correta de predadores e
presas. Goratrix temeu desafiar os Cainitas estabelecidos de
Paris, mas não queria desacelerar seus Abraços. Assim,
iniciou um novo projeto, usando conhecimento da
anatomia vampírica reunido durante suas pesquisas sobre
Gárgulas em séculos anteriores. Como Goratrix ficou cada
vez mais hipnotizado pelos jogos políticos, cedeu o trabalho
em si para Lectora, que em 1141 desenvolveu um método
alquímico para manufaturar adequadamente sangue
nutritivo. Um prisioneiro vivo (ou Cainita) ainda é
necessário para catalisar o processo. Tubos de extração tiram
o sangue da vítima, circulando-o por uma série de barris e
coletores, onde é misturado com vários traços de metal,
órgãos de criaturas exóticas e uma pequena quantidade de
vis. A mistura resultante torna um litro de sangue da vítima
em 10. A vitae pode ser estocada por até um mês e resiste às
degradações do frio e do calor. Tem um gosto péssimo em seu
estado natural, mas Lectora é capaz de disfarçar o gosto e
textura de pequenas quantidades do líquido se necessário. A
vitae artificial não pode ser usada para energizar poderes de
magia do sangue.
Goratrix distribui este sangue aos seus neófitos
dispensáveis, mas não consome nem distribui para seus
aliados confiáveis na capela. Embora mantenha seu usuário
vivo e possa ser gasto como Pontos de Sangue normais
(exceto Taumaturgia), o uso a longo prazo de vitae alquímica
tem efeitos corrosivos sobre a alma. Depois que um vampiro
tenha consumido 50 pontos de vitae artificial, o jogador deve
fazer um teste de autocontrole/Instinto (dificuldade 4) ou
perder um ponto do nível de autocontrole/instinto do
vampiro. Para cada 10 pontos da substância que o vampiro
consuma depois disso, o jogador deve fazer outro teste e a
dificuldade aumenta em 1 a cada vez. (Os Narradores devem
randomizar levemente o limiar ao qual o jogador deve fazer
os testes de forma que o verdadeiro ponto de sangue perigoso
não possa ser exatamente previsto.)
Vitae artificial só resolve o problema de Goratrix
parcialmente. Os neófitos que o bebem se tornam cada vez
mais instáveis e algumas vezes chamam atenção espetacular
para si quando são finalmente levados ao frenesi. Depois de
um breve caso envolvendo um abade estripado, Goratrix
aprendeu a procurar pelos sinais e agir preventivamente. Ele
designou Frondator para silenciosamente arranjar o
desaparecimento permanente de qualquer servo que mostre
os sinais de ter sorvido muita vitae falsa – olhos
esbugalhados, lábios secos e veias inchadas.
Goratrix esperava que apenas a vitae artificial fosse
suficiente para aliviar o medo e a hostilidade dos outros
Cainitas para com os de sua capela. Não aliviou. Agora ele
recomenda aos neófitos a mascarar sua verdadeira natureza
dos outros vampiros da cidade.
VIENA,
A CASA QUE
ETRIUS CONSTRUIU
Apenas uns poucos da maior parte de seus habitantes têm
conhecimento, mas a capela de Viena acabou de sair de um estado
de quarentena de mais de um século. Depois da transformação,
Etrius expressou forte preocupação em espalhar o vampirismo
através da casa. Tremere eventualmente apoiou sua cautela e
ordenou uma lenta conversão. Etrius usou esta autoridade para
banir todos os Abraços em Viena, alegando que ele seria o
responsável pelo pequeno número de magi de lá. De 1030 à 1185,
ele e Tremere foram os únicos vampiros a entrar na capela
austríaca. Enquanto Goratrix Abraçava magi tão rápido quanto as
ordens de Tremere permitiam, Etrius aguardou sua hora e
lentamente desgastou a moral de seus candidatos em potencial.
Em 1185, ele convidou uma cabala de magi de Viena até Ceoris e
deu o passo final. Eles retornaram como seus firmes aliados e
agentes. Etrius orgulhosamente anunciou Viena aberta para o
resto do clã.
Todo este planejamento cuidadoso valeu a pena. Viena é o
lugar mais seguro para a facção conservativa do clã. Seu mestre,
Filaereus, é um aliado de Etrius tão dedicado na não-vida quanto
foi em vida. Visitantes desta capela conhecidos por sua aliança
com Goratrix são postos sob vigilância cerrada a fim de fazê-los se
sentirem indesejáveis. Filaereus recebe os outros com um forte
discurso de protesto contra a precipitação e estupidez da “facção de
Paris”, maneira como com desdém se refere aos conspiradores. Até
mesmo magi mortais são alertados a respeito da perfídia de
Goratrix. Naturalmente, uma capela governada por
conservadores vai abrigar uma grande e incomum proporção de
magi mortais. Somente quatro de seus dez magi sênior foram
Abraçados.
Influência Incomum
A capela de Viena, que data de 920, foi construída de acordo
com as especificações de Etrius. Ele atuou como mestre da capela
desde sua fundação até 1022, embora estivesse bastante ausente
na virada do século, deixando a administração nas mãos de seu
então castelão, Filaereus. Durante seu tempo em Viena, Etrius
desprezou a proibição da Ordem de Hermes sobre envolvimento
em afazeres mundanos de modo a cultivar favores com
governantes locais. Ele estabeleceu laços amigáveis com líderes
da igreja, suas expressões fervorosas de religiosidade
desarmaram qualquer receio que os clérigos poderiam de outra
forma ter a respeito de feiticeiros. Ele esforçou-se para minimizar
a importância tanto do tamanho da Casa Tremere e da
verdadeira extensão de suas habilidades sobrenaturais. Quando
concedeu ajuda mágica para seus aliados temporários, evitou
levar o crédito por suas ações. Em 955, sutilmente empregou sua
magia de controle da terra para ajudar o rei germânico “Otto, o
Grande” a repelir os invasores magyars. Ele ajudou a atacar os
magyars porque eles eram pagãos e, portanto, inimigos de todos
os homens tementes a Deus.
135
 Ele fez o chão ficar como lama sob os pés dos magyars, e
sólido sob as forças de Otto. O caos no campo de batalha
disfarçou o papel de Etrius na vitória. Etrius também manteve
sua intervenção em segredo para seus companheiros magi,
incluindo Tremere. Ele achou que Tremere zombaria de seu
altruísmo. Na época, ele não tinha idéia de que os magyars
tinham vampiros em suas fileiras. E nem percebeu os sinais
intrigantes de envolvimento vampírico na corte de Otto.
Quando as aparições de Etrius em Viena ficaram mais
escassas, Filaereus buscou aberturas para os amigos de seu líder
na corte e na hierarquia da Igreja. Em meados do século XI, se
tornou um conselheiro ocasional para o governante da
Áustria, Duque Leopoldo III, o então chefe da família
governante mais poderosa da região, os Babenburgs. Filaereus
não ajudou os Babenburgs abrindo vastas fendas na terra ou
mandando florestas de árvores andantes para cercar seus
inimigos no campo de batalha. Pelo contrário, ele se
apresentou como um erudito capaz de alguns divertidos
truques de salão. Muito dos conselhos que dispensava
continham mais de seu inato senso de cautela do que de
qualquer intuição arcana. Filaereus também falhou em
perceber maquinações Cainitas por trás de certas decisões
estranhas feitas por vários Babenburgs durante os anos. Nem
fez a conexão entre os vários atentados a sua vida feitos pelas
“criaturas da noite” que na época também atormentavam
Ceoris. Os seres que ficavam nas sombras dos Babenburgs
eventualmente acostumaram- se com a presença de Filaereus,
ou assim pareceu – ele não foi atacado por décadas.
1197 é o último ano de um período de quatro anos no qual
os quatro filhos do falecido Leopoldo V dividiram o governo
dos territórios austríacos entre si. Filaereus tomou gosto por
Leopoldo VI, obviamente o mais brilhante e carismático dos
quatro. Apesar do seu temporário interesse em política tenha
diminuído, ele visita ocasionalmente Leopoldo VI, suprindo-o
com augúrios e sábios conselhos livre de insinuações e
disfarces.
A confusão que reina agora na Áustria retarda a
prosperidade de Viena. Filaereus, agora vampiro, tem notado
que Cainitas manipulam a política mortal do local, como
fazem por toda Europa. Vários clãs apoiam cada um dos quatro
irmãos competidores. Desaparecimentos noturnos ficam cada
vez mais frequentes enquanto a secreta luta de Cainitas
aumenta em ferocidade. A despeito do senso de perigo,
Filaereus começou a aprender os nomes e os planos da
hierarquia secreta da cidade. Embora preferisse ver o triunfo
de Leopoldo VI, esta meta é secundária para a proteção
contínua da capela. Para esse fim, ele forjou uma aliança com
os apoiadores Ventrue de Leopoldo, e chegou a um
entendimento com os Lasombra de Viena, que apóiam
Frederick Babenburg. O último acordo de não agressão foi
quebrado com a ajuda de Giacomo Guicciardini, um
Lasombra enviado à Ceoris. Se qualquer dos outros irmãos
vencer, Filaereus teme um ataque dos clãs inimigos contra sua
pacífica capela. Embora preferisse se retirar da luta por poder,
os Ventrue o estão levando cada mais fundo, felizes em
surpreender seus inimigos com os estranhos poderes que
Filaereus e seus seguidores possuem.
136
Filaereus até Abraçou fora da capela para prover aos
Ventrue os agentes que demandavam.
Embora Etrius esteja vagamente ciente de que Guicciardini
tenha alguns negócios em Viena com Filaereus, não tem ideia da
profundidade do envolvimento de seu protegido na crise
política de Viena. Filaereus ocultou suas ações de Etrius,
justamente como Etrius escondeu de Tremere sua participação
nas batalhas de Otto. Filaereus teme a desaprovação de Etrius e
está certo de que seu papel crescente e óbvio como um peão
Ventrue garantiria exatamente isso.
Contra os Agentes de
Goratrix
Filaereus é um homem de rosto escabroso que esquece sua
habitual taciturnidade quando pensa em Goratrix. Ele já há
muito tempo desistiu de tentar esconder seu ódio pelo
fundador de Ceoris. Filaereus foi trazido para Casa Tremere
por Etrius após ser traiçoeiramente expulso de outra casa
hermética. Embora tenha gratidão por Etrius tê-lo dado abrigo,
seu ódio por Goratrix não é uma mera sombra da de seu amigo.
Noventa anos atrás, Goratrix humilhou Filaereus durante
uma demonstração mágica em Ceoris. Filaereus trabalhou
duro por meses em um efeito com o qual pretendia
impressionar o próprio Tremere: Ele materializaria diamantes
do ar, que cairiam sobre o salão do conselho como uma chuva
suave. Ao invés disso, a assembleia dos grandes magi Tremere
foram cobertos com pó de carvão. Goratrix sujeitou Filaereus a
sua sagacidade traiçoeira e Tremere juntou-se à gargalhada
coletiva. Embora nunca tenha conseguido provar, Filaereus
suspeita que Goratrix tenha interferido em seu feitiço. Até seus
aliados em Viena conhecem esta história e atribuem o ódio de
Filaereus por Goratrix a esta ocasião – embora nunca vão ser tão
imprudentes de dizer isso diante dele. Em seus momentos mais
sombrios, Filaereus está preparado para admitir a si mesmo que
seus esforços de expurgar sua humilhação simplesmente o
fazem parecer mais ridículo. Mas quanto mais ele pensa sobre
este antigo incidente, mais cresce o seu ódio. Ele sofreria a
Morte Final, mesmo mandando sua alma para o tormento
eterno, se isso significasse levar Goratrix junto consigo.
Ala, com seus cabelos loiros e voluptuosos, amou Filaereus
de longe por muitos anos antes de ser tomada em seu Abraço.
Em vida, sua fé cristã forte e expressada em silêncio selou uma
amizade com Tosia, agora a líder moral dos magi vivos de
Ceoris. Ala a conheceu em Umor Mons, sua capela na
Transilvânia. Porém, por cultivar desejos libertinos e
luxuriosos que nunca poderia realmente suprimir, Ala
secretamente considerou-se indigna da admiração de Tosia.
Quando ela fugiu para Viena, suas fantasias “mandadas pelo
diabo” começaram a se focar no mestre da capela, Filaereus.
Embora seu aspecto desgastado e porte físico o tornassem um
homem atraente, o desejo de Ala por ele parecia totalmente
irracional para ela. Até os amigos dele o viam como uma figura
um pouco estranha. Ele parecia perceber como ela se sentia a
respeito dele, o que a levou para um tormento ainda maior.
Quando ela finalmente cedeu e jogou-se em seus braços, ele a
Abraçou.
 A descoberta de seu vampirismo provou-se um grande
alívio para ela: Claramente, ele a enfeitiçara com seus
poderes sobrenaturais. Ela estava tão aliviada de encontrar
uma explicação para sua luxúria que pouco se importou em
lamentar sua inocência roubada. Ao contrário, ela alegrou-se
em sua nova condição. Ela se tornou a mais estrondosa aliada
de Filaereus em Viena. Enquanto alguns dos outros
habitantes cainitas zombavam Filaereus pelas costas, temiam
e respeitavam Ala. Se ela ainda está disposta a apoiar
Filaereus, assim eles também estarão. Porém, se algo
acontecer com ela, ele pode ter sua liderança desafiada por
um colega cuja dedicação à causa conservadora cresça mais de
convicções inteligentes do que de ações rancorosas. Este
desafio pode bem vir do sobrenaturalmente jovem Audax,
que é vítima de uma maldição do demônio.
Aos quatorze anos, ele usou seus talentos mágicos inatos
para compelir um demônio, que tomara a forma humana, de
sua vila natal. Ele o encantou de forma que sua aparência
nunca mude. Por toda sua carreira, de seu aprendizado para
um magus Tremere para seu atual estado como um Cainita
em Viena, ele sofreu a inevitável tendência dos outros em
tratá-lo como um jovem imaturo. Mesmo aqueles que sabem
de seus grandes feitos como um mago e erudito não podem
evitar vê-lo como um jovem com cara de filhote. Audax vê o
mundo com grande seriedade, determinado a superar sua
deficiência sem amargura daqueles que são pegos pelas
aparências. Ele quase nunca sai da capela de Viena, onde os
outros o conhecem e respeitam. Ele se fez um Cainita aceito
idealmente; agora opera num mundo onde a idade aparente
de alguém é descontada. Ele se tornou o mais dedicado
participante na política das noites austríacas. Ele se diverte
encontrando outros Cainitas; mesmo os inimigos que deve
tentar destruir, o fascinam. Um dia ele pode parar e notar que
isso pode ter sido o objetivo inteiro da maldição do demônio
– prepará-lo para o dia quando poderia descartar sua alma
para abraçar alegremente uma existência vampírica.
Acompanhando Audax na luta secreta sobre o apoio de
Leopoldo VI está Peter Schloss, um ex-mercenário cujo
sangue já corria gelado mesmo antes do Abraço. O forte de
Schloss é morte à distância. Ele manda seus adversários para a
Morte Final construindo armadilhas bobas elaboradas,
dosando vítimas com venenos alquímicos ou manipulando
inimigos mandando uns contra os outros. Schloss tem
temido amargamente a morte desde sua primeira investida
no campo de batalha como um jovem homem. Ele é grato aos
Tremere, e Filaereus em particular, por oferecê-lo a
possibilidade de existência eterna. Mas nunca permitiria seu
senso de lealdade forçá-lo em ação que possa ameaçar
genuinamente sua própria sobrevivência. Ele gosta da
companhia de Audax e tem tomado a tarefa de encorajar o
sério companheiro a desfrutar os prazeres efêmeros do
mundo.
Entre os magi mortais, talvez a ameaça chefe à
autoridade de Filaereus seja o rigorista teutônico Lucidus.
Calvo, vaidoso e arrogante, só é rancorosamente tolerado
por seus companheiros de capela. Ele tem memorizado textos
ocultos inteiros e mostrado uma chata habilidade de responder
rapidamente quase qualquer questão de metodologia arcana
posta diante de si, não importa quão obscura. Suas habilidades
como um mágico são lendárias – uma vez ele derrotou o próprio
Tremere em certámen, o duelo mágico inventado pelo outro
mago. Porém, Lucidus é relutante em usar seus poderes sem um
exame completo de quaisquer e todas as possíveis consequências.
Ele em breve criticará outros que tomam ações que possam
estimular o escárnio e escrutínio alheio. Filaereus conhece
Lucidus muito bem para confundir sua impopularidade com
tolice, e se preocupa que ele logo descobrirá a verdade. Lucidus o
tem em desprezo claro, e Filaereus tem designado à amável Ala a
tarefa de prepará-lo para o Abraço. Ela teme que ele seja tão
teimoso até para juntar-se voluntariamente ao posto dos magi de
sangue exageradamente adepto da magia para desprender-se
disso.
Fundações Robustas
Erguido sobre uma escarpa irregular várias milhas ao norte da
cidade, a capela de Viena parece como uma imponente casa de
caça. Suas muralhas são compostas de blocos maciços de pedra
cinza, talhada da terra pela magia de Etrius. Fortes troncos agem
como pilares e vigas cruzando toda a estrutura. Todas as câmaras
são grandes e exageradas.
Uma extensa rede de câmaras sem uso cruza a colina na qual a
construção fica. Etrius as construiu para deixar salas para futuras
expansões sem levantar atenções indesejadas. A capela nunca
precisou do espaço e as câmaras têm estado seladas por séculos.
Intrusos na capela podem ficar tentados pelos selos nas portas
levando às câmaras subterrâneas e gastar um esforço considerável
para arrombar uma área que não é usada nem como armazém.
Os laboratórios de Viena são maiores e mais bem estocados
do que Ceoris. É muito mais fácil levar ingredientes alquímicos
exóticos para Viena do que para os Alpes da Transilvânia. Os
laboratórios não são anexos aos quartos individuais. Cada mago
pode selecionar um laboratório para seu próprio uso e reforçar sua
privacidade com trancas, proteções e alarmes.
A biblioteca é a melhor que os Tremere têm a disposição, fora
aquela de Ceoris. Quando Goratrix criou a biblioteca de Ceoris,
ele invadiu as coleções de outras capelas. Etrius defendeu a
biblioteca de sua capela apelando com sucesso a Tremere por
socorro. A biblioteca de Viena é menor do que a de Ceoris mas é
mantida em melhor ordem. Sua bibliotecária, a maga mortal
Farica, policia rigidamente seus colegas, intimidando-os pelo
retorno de material perdido. Apesar dos residentes da capela –
especialmente os Cainitas – enfurecerem-se com suas broncas,
reconhecem que sua paixão rude por ordem os beneficia no final.
Farica assegura que os documentos estejam disponíveis e
facilmente localizados. Tremere vienenses retornando de Ceoris,
com suas coleções caoticamente controladas, encontram razões
para admirar Farica por sua incansável, senão perturbadora,
determinação.
137
 Os próprios magos de Ceoris vêm algumas vezes à Viena
para encontrar tomos que devem estar prontamente acessíveis
em sua própria capela mas têm sido roubados por um rival.
Áreas comuns são ao mesmo tempo suntuosas e hostis. O
pesado mobiliário de madeira é acolchoado em veludo
adornado com ouro. Incensos de doçura predominante,
protegidos por Ala, flutuam de numerosos incensórios de cobre.
Tapeçarias descrevem Tremere, Goratrix, Etrius e vários
fundadores da tradição Hermética mortos há muito tempo;
todos parecem olhar de forma desaprovadora para os ocupantes
da sala. Sólidos chifres de veados, cabeças de ursos e outros
troféus de jogos aparecem através da construção.
A capela de Viena carece das elaboradas medidas defensivas
da sempre atacada Ceoris, mas Filaereus tem adicionado
algumas características quando os Tremere tornaram-se
crescentemente visíveis nos círculos Cainitas. Audax e Peter
Schloss têm juntado-se para espalhar no chão armadilhas
astutas; Schloss as desenhou e Audax as criou com Alquimia
Taumatúrgica..
Uma Fortaleza
Conservadora
Viena é bem conhecida nos círculos conspiradores como
território inimigo. Eles a chama de “Capela do Etrius” – um
insulto duplo que questiona tanto o direito de Etrius governar
Ceoris e o status de Filaereus como qualquer outra coisa do que
um lambe botas de seu mentor. Goratrix não tem pisado em Viena
desde sua transformação. Malgorzata nunca esteve lá, embora
tenha mandado Jervais usar sua biblioteca em várias ocasiões
desde sua reabertura. Fora o seu papel como um bastião
conservador, a alegação primária de Viena por eminência é sua
biblioteca bem ordenada. Quando Goratrix deseja colocar um par
de ouvidos dentro dos muros de Viena, manda um aliado de
pouco status vasculhar através de suas estantes. Filaereus gostaria
de barrar a entrada dos procuradores de Goratrix, mas tem sido
desaconselhado por Etrius. Etrius sabe que tal movimento seria
visto como uma provocação pelos conspiradores, que
provavelmente apelariam a Tremere e possivelmente garantiriam
a expulsão de Filaereus. Ao invés disso, Filaereus faz os visitantes
conspiradores sentirem-se incomodados mantendo vigias óbvios
sobre eles. Um jogador indelicado, nunca pensaria em seduzí-los
ou persuadí-los a trair seu líder. Audax, por outro lado, vê que o
orgulho de Goratrix e seu gosto pelo ridículo o tornam um mestre
difícil de servir. Ele faz um ponto de escuta dos servos de Goratrix
quando visitam e tem assinalado vários deles como desertores
potenciais. Ele acha que Frondator, a caçadora parisiense de
Goratrix, possa ser convencida a virar-se contra Goratrix se lhe for
prometido uma pequena capela. Audax tem até tentado atrair
Jervais numa forma curta e grossa. Embora Jervais não tenha
nenhuma intenção em trair Malgorzata, gosta da luta verbal com
Audax e tem até criado uma invejosa afeição por ele.
Cada um espera não ter que destruir um ao outro se uma
guerra aberta rachar o clã.
138
Durham, o Leão
Adormecido
A Capela de Durham é conhecida como o covil do leão.
Meerlinda, aparentemente a mais benevolente do Conselho dos
Sete, administra-a com êxito. Dedica seus consideráveis talentos
diplomáticos à reconciliação das facções conspiradora e
conservadora. Uma estranha conspiração que tem surgido nas
fileiras dos magi mortais tem conseguido escapar de sua atenção.
Fora dos Muros
Como na França, a Inglaterra desfruta de sua prosperidade,
constrói novos portos e se beneficia dos frutos do comércio. Ricardo
partiu até a França para defender o território da Normandia de
Felipe II, que está decidido a expulsá-lo. Em sua ausência, o arcebispo
de Canterbury, Hulbert Walter, administra o país. Em 1197, ostenta
o título de Justicar; em 1199, será nomeado Chanceler.
Os residentes da capela não se preocupam com o que ocorre do
outro lado de seus muros. Seus interesses estão mais do que servidos
sem a necessidade de intrometer-se na política. A prosperidade da
Inglaterra facilita o abastecimento. Podem passear pelo condado
sem ter que preocupar-se com bandidos, dado que os senhores locais
são suficientemente abastados para equipar as patrulhas. O clero,
engordado a base de generosas doações e preocupado com o
governo, esta saciado demais para dedicar-se a caçar feiticeiros.
Se os Cainitas de Durham prestassem mais atenção à política
do exterior, dariam conta de que a aparente placidez do seu entorno
oculta ressentimentos que ameaçam acabar com a paz. Os nobres e
os patronos das cidades queixam-se igualmente dos abusivos
impostos que tiveram de suportar para pagar a Leopold o resgate de
Ricardo. O seguinte aspirante ao trono é João, que quando chegar ao
trono em de alguns anos, será um monarca notoriamente
impopular. Ele propiciará uma revolta da nobreza que terminará
obrigando-lhes a firmar a Carta Magna. Muitos dos Cainitas ingleses
mais experientes já prevêem essa série de acontecimentos; de resto,
alguns dedicam seus esforços para que tudo isto ocorra. Os Tremere
que estabeleceram contatos com outros clãs poderão ver-se imersos
no tumulto. A maioria, no entanto, ocupa-se com seus próprios
assuntos. Sabem que o príncipe de Londres se chama Mithras e
temem o seu poder, por isso sua capela está distante da capital. Outra
das razões para ter construído o Covil do Leão em Durham é devido
a ressonância mágica da região. Diz-se que guarda os ossos de São
Cuthbert e os evangelhos de Lindisfarne, assim
como toda uma rede de linhas de leis pagãs; a magia inata da
região nas imediações rivaliza com a da Transilvânia.
O Domínio de Meerlinda
Meerlinda apresenta o aspecto de uma mulher serena e
atrativa que ainda não chegou aos quarenta anos. Governa a
capela de Durham com voz suave, porém firme. Confia em seus
extraordinários poderes de persuasão para se assegurar da
cooperação de seus subordinados.
 A discórdia a irrita e se esforça para resolver o menor indício
de problemas. Procura as partes desentendidas em qualquer
disputa e fala com elas em separado, permitindo- lhes que olhem
profundamente em seus olhos límpidos, ela lhes assegura que
compreende suas posturas, porém que não aprova seus
métodos. Meerlinda lhes promete que conseguirão seus
objetivos se seguirem seus conselhos, dessa forma garante paz e
cooperação e, no processo, consegue que ambas as partes
cheguem a um acordo. Ela pode não conseguir que dois inimigos
que declarem ódio amargo cheguem a se amar, porém consegue
persuadí-los para que conduzam suas disputas de modo que não
ameacem os interesses da capela.
Meerlinda desempenha o mesmo papel dentro do conselho
interno. Conserva o respeito tanto de Goratrix como de Etrius, e
atua frequentemente para acalmar os ânimos entre ambos.
Meerlinda tem pedido a seus informantes tanto dentro de
Ceoris como em Paris que a informem se encontrarem alguma
prova que demonstre que algum dos dois líderes planeja tomar
medidas drásticas contra o outro. Ainda que o Covil de Leão
possua membros de ambas facções, eles não são tão estúpidos a
ponto de brigar sob sua vista atenta. Limitam sua rivalidade as
discussões, brincadeiras verbais farpadas e algo como uma
sabotagem de pouca repercussão. Ela deixa vislumbrar para os
membros de cada lado que está disposta a deixar-se persuadir
para sua causa; com o fim de conseguí-lo, todos se prestam a
mantê-la informada sem deixar passar nada.
O Castelão de Meerlinda, o agradável e calvo Dulcis, ocupa
uma posição quase totalmente cerimonial. Meerlinda não pode
deixar de se envolver inclusive nos detalhes mas minúsculos das
operações da capela, desde a quantidade exata de dinheiro que
há para a contratação de cavalariços. Dulcis diz que
provavelmente ele poderia desenvolver esses trabalhos com
maior habilidade que sua senhora, e não deixa de fazer
comentários caricatos a respeito. Sabe que ela não seria
Meerlinda se não se intrometesse continuamente em suas
tarefas. Ele a amava com loucura secretamente antes de seu
abraço e juramento de sangue, e morreria com um sorriso se
pudesse sacrificar- se por ela. Os demais habitantes do Covil do
Leão o depreciam em vão por seu caráter espião; sabe-se que ele
informa pontualmente a sua senhora a menor infração nos
procedimentos da capela. Meerlinda sabe que ele a ama e
valoriza sua lealdade, mas nem remotamente corresponde seus
sentimentos. Dulcis poderia rebelar-se, e inclusive chegar ao
assassinato, se algum dia tiver que enfrentar a prova definitiva de
que seu amor é uma causa perdida.
Virfortis, de semblante sonolento e agitado, já era um
ancião quando o abraço chegou, e preferiu não revigorar-se
depois dele, crendo ser uma perda de tempo. Apesar de sua
insistência, às vezes petulante, sobre os direitos que lhe
correspondem como ancião da Casa, vários Cainitas da capela
seguem acudindo-o em busca de liderança, relembrando-o de
suas façanhas passadas. Em seus dias foi um mago guerreiro de
considerável valor e ferocidade, e combateu como um lobo
enfurecido durante a chamada Guerras das Bruxas contra a Casa
Diedne.
Ainda que adore contar histórias de seus tempos de glória,
odeia ver nos demais a impetuosidade que marcou sua
juventude. Mais por seu temperamento e prejuízo do que por
estar de acordo com Etrius, Virfortis converteu-se no defensor
mais icônico da causa conservadora dentro da capela. Que o
chefe dos conspiradores da capela personifique tudo o que
Virfortis hoje odeia apenas adiciona lenha a fogueira de suas
acaloradas acusações.
O jovem e formoso Oblatam encabeça a facção
conspiradora do Covil do Leão. Ruivo, de porte viril e dono de
um sorriso deslumbrante (algo pouco comum na idade das
trevas), Oblatan aprendeu há muito a considerar- se uma obra
que Deus havia feito no século XII. Para ele, o poder é seu direito
por nascimento, e se envolveu na causa de Goratrix porque
pensou que o antigo Cainita prevaleceria sobre Etrius. É um
entusiasta hipócrita religioso que crê em Deus porque
seguramente Deus crê nele. Não sente curiosidade para
examinar as contradições entrex sua suposta fé e suas atuais
atividades como Cainita. Ainda que lhe agradaria impressionar
Goratrix, enviando- lhe a cabeça de Virfortis, por exemplo,
Meerlinda lhe impõe demasiado respeito para permitir tamanha
ousadia. Em vez disso, limita-se a informar a Goratrix com
regularidade e aguarda a sua hora chegar, esperando a
oportunidade que o catapulte ao lugar que lhe corresponde
como membro destacado do clã.
A principal rival Cainita de Meerlinda compartilha da
neutralidade desta no que diz respeito entre a eterna rivalidade
que se mantém entre conservadores e conspiradores. Quando
Domina foi abraçada por Brunavog há trinta anos, teve uma
surpresa – mas não pela transformação em si, e sim porque não
entendia como não a haviam pego antes. Atribuiu a culpa a
Meerlinda, a quem há anos a via como o objeto que encobria seu
verdadeiro valor aos olhos de Tremere com quem, há séculos,
Domina teve uma relação de amor não correspondido. Acredita
que Meerlinda desfrutou de sua posição antes da transformação
de 1023 e a manteve afastada de seu lugar de direito dentro do
Circulo Interno. O ódio que sente por Meerlinda tem crescido a
ponto de superar os limites do razoável. Ela fantasia como
capturar Meerlinda e mantê-la prisioneira durante anos, ou até
décadas. Domina dedica grande parte de seu tempo a refinar
elaboradas sessões de tortura que seguiriam após o
encarceiramento. Desde que desceu ao vampirismo, tornou-se
imprevisível e poderia cometer uma loucura a qualquer
momento. Ela mantém a esperança de conseguir aliados
impressionantes que sintam o mesmo ódio que ela por
Meerlinda entre os recém chegados ao Covil do Leão. Domina
trairia o Covil do Leão a qualquer outro clã, sem nenhum
remorso, se assim acreditasse que poderia destruir sua inimiga.
Tal como Paris, o Covil do Leão aquartela vampiros
suficientes para que os Cainitas já estabelecidos na região antes
dos Tremere sintam-se inquietos. Ao contrário de Goratrix,
Meerlinda sabe manejar os problemas com tato e diplomacia,
prometendo a seus inimigos em potencial que manterá suas
atividades dentro dos limites restritos. Ela tem demostrado à
hierarquia local como a magia do sangue pode ser útil para
conseguir seus fins.
139
would-be enemies to keep her activities within strict
bounds. She’s shown the local hierarchy how useful
blood magic can be when turned to their ends.
A INFLUência de Kupala
Meerlinda, capaz de observar as atividades diurnas dos
Magi mortais somente através dos informes de seus servos
carniçais, não conseguiu descobrir, todavia uma crescente
cabala de diabolistas entre eles. Esse grupo de seis magi é
comandado pela oficiosa e envarada Erro, uma mulher
esquelética envolta de um ar de retidão que não permite
suspeitas de suas verdadeiras ações. Erro regressou a sua capela
natal no ano passado, após uma prolongada estadia em Ceoris.
Quando lá esteve, estudou a magia referente a alma humana,
despertando a inveja e a desconfiança de Epistasia, que não acha
graça naquela intrusão em sua especialidade. A medida que
transcorreram os meses, seus sonhos se encheram cada vez mais
de visões de um campo de batalha infernal empapado de sangue.
Essas visões começaram a aparecer durante as horas de vigília e
conseguiram levá-la até a beira da loucura. Uma entidade
começou a manifestar-se durante seus experimentos. A
principio, identificou-se como Estrelas do Além, porém
terminou convidando-a a chamar-lhe de Kupala. Disse-lhe que
havia efetuado uma transformação nos líderes de sua casa, com a
esperança de desencadear algum tipo de batalha final que lhe
permitira vagar livremente sobre a face da terra. Mas Tremere
havia falhado; sua mente estava limitada pelo seu estreito
conceito de poder pessoal.
140
Kupala só havia falado com Tremere por meio de
intermediários, porém não havia encontrado nada digno de
ser convertido em seu consorte e ocupar seu trono de crânios.
Havia convertido Tremere e seus seguidores em meros
iniciantes do sangue, porém Erro seria muito mais que isso.
Mas, a fim de conseguir sua transformação, teria que destruir
aqueles a quem Kupala havia investido erroneamente com
sua magia. Erro desejava formar uma cabala de magi em
Ceoris e erodir o âmago dos cainitas de lá. Custou-lhe instigar
seus colegas com a íntegra Tosia no caminho. Por fim,
Epistasia conseguiu que a expulsassem de Ceoris.
Erro, que jamais gozou de status algum, encontrou-se no
Covil do Leão com alguns dons de poderes de persuasão que
rivalizavam com os de Meerlinda. Com cautela, sempre com
um olho fora para espionar, reuniu os magi mais
independentes da capela, um por um, verteu pulverizantes
em suas bebidas e lhes transmitiu as mesmas visões
enlouquecedoras que havia visto em Ceoris. Um dos magi
teve que ser queimado em seu próprio leito, porém os demais
se prestaram a pôr-se a serviço de Kupala.
Erro descende de uma familia nobre que possui um
grande terreno com bosques a poucos dias a cavalo de
Durham. Guarda um modesto altar a Kupala em um canto
pouco frequentado da fazenda de seu pai. O pequeno bosque
que rodeia o altar tem se tornado cada vez mais lúgubre e
recorda a paisagem da Transilvânia.
 Quatro vezes ao ano, Erro e sua cabala viajam em segredo até
aqui para realizar oferendas a Kupala, que há pouco tem
começado a exigir sacrifícios humanos. Erro o satisfaz alugando
os serviços de criminosos que raptam órfãos de rua. A
necessidade de transportar as crianças cativas com eles em sua
peregrinação ao altar dificulta não chamar a atenção. Ainda que
sejam vistos molestados em várias ocasiões, Erro sempre
consegue persuadir os viajantes curiosos de que tudo estava em
ordem.
Entre os membros da cabala de Erro encontramos o forjado
na batalha Fascinare, o gracioso Singula e a volúvel Numem.
Todos subjulgaram suas antigas personalidades para o
imperceptível chamado imposto a eles por Kupala.
O primeiro objetivo de Erro é destruir Meerlinda e logo os
demais membros do Círculo Interno dos Tremere. Só então
poderá acabar com Tremere. Erro deseja regressar a Ceoris, mas
Kupala proíbe isso agora. Ele, no entanto, anima-a enviar outros
membros de sua cabala a respirar o ar saturado de medo da
Transilvânia.
UMA MANSão Modesta
O Covil do Leão é uma torre de pedra. A maioria dos
vizinhos acredita que se trata de uma casa de campo, propriedade
secundária de algum nobre que prefere a vida da cidade. Pouco
disposta a expandir a estrutura para não chamar a atenção,
Meerlinda obriga os seus ocupantes a viverem apertados. As
habitações estão abarrotadas. Os quartos menos frios já foram
requisitados há muito tempo pelos membros de maior
graduação da capela. As habitações para as visitas e os recém
chegados são gélidas. Apesar de ser fria o bastante para lembrar a
um Cainita que seus ossos também podem congelar, os
aposentos dos convidados não representam risco real para a
saúde de seus ocupantes.
A outra majestosa biblioteca está caindo no abandono
desde que seu antigo administrador, Celestyn, foi chamado a
Ceoris. Ela ocupa quase toda uma planta. Suas enormes estantes
de madeira, invadidas pela umidade, estão deformadas.
Florescem rachaduras sobre os visitantes da biblioteca,
ameaçando desmoronar a qualquer momento. Os livros e os
pergaminhos há muito deixaram de estar ordenados, o que torna
quase impossível encontrar rapidamente qualquer documento,
incluindo saber o que existe na coleção, uma busca de referências
ao diabolismo será em vão: Erro e sua cabala têm
sistematicamente roubando todos os textos úteis e ocultando-os
em algum esconderijo próximo ao altar de Kupala.
Os magi devem compartilhar um dos quatro laboratórios
comunais, distribuídos para evitar potenciais conflitos. Os
estudiosos se vêem obrigados a trabalhar sob os invejosos olhares
de seus colegas. Os experimentos mais delicados resultam em
nada devido a uma intervenção acidental de outros magi ou,
quando os ânimos esquentam, pela sabotagem deliberada. Em
ocasiões, vários experimentos simultâneos interferem entre si,
com resultados desastrosos. Vários anos antes de entregar sua
alma a Kupala, o mago Fascinare perdeu a capacidade de escutar
pelo ouvido direito quando uma nuvem de gás procedente de
cubas alquímicas de um colega confundiu seus sentidos durante
um ritual de invocação. Os diabinhos apareceram e lhe
roubaram o tímpano.
Os Cainitas da Capela há tempos cederam os laboratórios
aos magi mortais e confiam em Ceoris para a contínua inovação
da Taumaturgia.
O Covil do Leão carece de celas e salas de tortura. Meerlinda
raramente precisa confinar ou interrogar seus inimigos. Os
inimigos capturados são levados aos aposentos privados dos
Cainitas, aonde não tardam em ser despachados. Isso ocorreu
somente em duas ocasiões nas últimas três décadas. Aqueles que
escolhem o Covil do Leão em busca de câmaras secretas buscarão
em vão. Algumas poderosas defesas impedem que os convidados
inesperados entrem nas habitações dos Cainitas durante o dia.
Essas proteções têm provocado comentários de curiosidade
entre os magi mortais que se instalaram primeiro. Mas logo
criaram suas próprias barreiras em suas portas, tornando-as
indicadores de status. Agora são parte da capela, até o ponto que
alguns magi esquecidos ocasionalmente negligenciam
reajustá-las para permitir a entrada de criados recém
incorporados ao serviço.
Talvez a característica mais notável do covil do leão sejam os
suntuosos jardins, desenhados pela própria Meerlinda. A
delicadeza perturbadora do labirinto de cercas evoca epifanias
sutis em quem os atravessa à luz da lua. Mais de um aprendiz
descobriu que a melhor maneira de conseguir que Meerlinda
perca sua habitual placidez consiste em arrancar uma rosa ou em
pisar sem querer um canteiro de botões.
PERUGIA, LONGE
DA TEMPESTADE
Aninhada nas colinas irregulares desta pequena cidade ao
norte de Roma no centro da Itália, a capela de Perugia é um
exemplo de uma modesta fortaleza Tremere. Seu chefe, Probitas,
foi só recentemente trazido para o lado dos mortos-vivos. Apesar
de situado perto de uma fonte rica em vis, a maioria dos Tremere
a conhece como uma espécie de ponto de fuga, onde os magi
podem reunirem-se informalmente e desfrutar uma mudança de
cenário.
facilidade eclipsada
pela turbulência
A Itália não está mais livre do que qualquer outra parte da
Europa de tumultos interessantes, agitados nos bastidores por
facções Cainitas concorrentes. Ela é dominada de longe pelo rei
alemão (e Imperador do Sacro Império Romano) Henrique IV.
Ele afasta o poder temporal do idoso papa, Celestino III. Revolta
agita-se ao sul na Sicília, provocando repressão brutal pelas forças
de Henrique. Mas até agora os Tremere não prestaram atenção à
política italiana, cuja complexidade até mesmo supera suas
próprias lutas internas.
No passado, Perúgia era um refúgio de descanso das intrigas
Herméticas. A Casa de Tremere deixou seus conflitos internos se
suavizarem sob uma névoa de relaxamento e companheirismo.
141
 No entanto, nem as adegas de vinho de Perúgia nem seus
pátios ensolarados oferecem qualquer tipo de prazer para seus
membros Cainitas. Embora Perúgia ainda seja tratada como um
local de lazer por magos mortais, que se reúnem aqui às dezenas
para fugir dos invernos de capelas mais ao norte, os vampiros na
maioria das vezes a evitam. Quando vêm aqui, isso significa em
vez disso que rivalidades faccionais atingiram um ponto crítico,
forçando um confronto em terreno neutro.
Uma Capela Administrada
por Neófitos
O chefe da capela, Probitas, tem sido um Cainita por
apenas dois anos. Um ano atrás ele recebeu autorização de
Etrius para Abraçar outros, desde que fossem bem preparados
para a transformação. Quando um de seus neófitos rebelou e
ameaçou revelar a trama Cainita para outros magi, Etrius
mandou um Cainita mais experiente de Ceoris para ajudá-lo.
Goratrix, ansioso para impedir Perugia de tornar-se outra
Viena, mandou vários servos também. Porém, os agentes de
ambos Conselheiros Internos são de baixo posto. Perugia é
apenas um peão no tabuleiro de xadrez Tremere.
Antes de seu Abraço, Probitas sentiu sua fé cristã com
uma veemência que esbarrava na santidade. O castelão de
Ceoris, Curaferrum, jogou brilhantemente sobre seu orgulho
e insegurança e ao longo de vários anos convenceu Probitas a
cometer atrocidades em nome da pesquisa oculta, e então
aceitar alegremente o manto de cainita.
142
Diferente de Etrius, Probitas agora tem rejeitado sua
antiga fé. Em noites boas, diz para si mesmo que havia
descartado um modo tolo de ver o mundo, um que o impedia
de agir como deveria um verdadeiro mago.
Quando climas mais sombrios o cercam, admite para si
mesmo que se amaldiçoou além da redenção. Seu objetivo
primário como chefe de capela é atrasar a inevitável descoberta
da conspiração cainita pelos magos mortais da casa. De todos os
cainitas Tremere, Probitas demonstra a maior consciência para
as consequências devastadoras de um embate com os magos
mortais. Tanto Etrius quanto Goratrix, ele acredita, estão
muito preocupados com as ameaças representadas pelos outros
Cainitas para reconhecer o grave perigo em sua própria
organização. Como um recente convertido ao vampirismo, ele
compreende muito bem o abismo que separa um poderoso
mago, bem abastecido com vis, de um praticante da mera
Taumaturgia. Probitas, muito humilde para justificar a atenção
de Tremere, ainda não recebeu os segredos Taumatúrgicos
relacionados a conter a magia Hermética, assim ele não vê as
raízes da confiança de seus mestres. Ele vê quase todos os
mortais restantes da casa no curso de um ano. (Tosia e sua corte
são uma exceção. Eles permanecem em Ceoris para monitorar
os acontecimentos diabólicos ali.) Todo dia ele deve avaliar um
mago visitante. Ele sabe quem suspeita e pode identificar
prováveis candidatos ao Abraço. Ele despreza o conflito entre
Etrius e Goratrix, temendo que isso levará um lado ou outro a
cometer um erro que revelará a todos. Infelizmente, Probitas
carece tanto da estatura quanto dos talentos persuasivos de
Meerlinda. Isso o obriga apenas a manter os partidários locais
de ambas as facções seguramente separados.
 Sua cria, Sodalis, devotou sua vida ao recrutamento e
sedução de jovens aprendizes escorregadias. Embora sua
degradante aparência selvagem e sua inteligência ridícula
não pudessem lhe render muito sucesso romântico fora dos
confins da capela, o rendeu, por séculos, com um número
surpreendente de feiticeiras iniciantes. Sua lista de
conquistas inclue Farica, atual bibliotecária de Viena, e
Lignupeda, que agora está nas masmorras da capela de Paris.
Embora assustado com o Abraço, Sodalis se adaptou
rapidamente. Para ele, as semanas e meses de sedução eram
sempre mais satisfatórias do que o ato da consumação. Ele
não se arrepende da perda de sua capacidade sexual, e
saboreia seus poderes de dominação mental. Ele segue as
ordens de Probitas meramente para ganhar tempo para
entregar-se a estas deliciosas novas habilidades. Sodalis, que
nunca se preocupa com o dia de amanhã, não pode imaginar
que algo de verdadeiramente mau virá da transformação
Cainita da casa. Embora não possa objetar o Abraço de cada
mago na casa imediatamente, ele vê a luta entre
conspiradores e conservadores como pura tolice. Apesar de
sua completa falta de simpatia por Probitas, sua neutralidade
e esperteza o faz o aliado mais confiável do líder da capela.
Sodalis por sua vez Abraçou sua última aprendiz
disposta, Merusa, de longas tranças, sem a permissão de
Ceoris. Probitas retroativamente assegurou
consentimento da Transilvânia, sem informar Curaferrum
que o ato já havia sido feito. Merusa, filha de um rico cortesão
elevado num esplendor que muitos nobres locais invejariam,
foi bem instruída desde pequena na arte de confundir
homens ambiciosos. Somente meses após o Abraço, ela
percebeu que já havia extraído todo beneficio disponível de
sua associação com Sodalis. Ela vê o vampirismo como a porta
para um poder inimaginável. Ela quer ir para Ceoris, onde
está o verdadeiro avanço. Tendo sido uma aprendiz apenas
alguns meses antes do Abraço, ela não tem nenhum respeito
real pela tradição da casa. Ela despreza os magi mortais e não
entende porque os Cainitas desejam abraçá-los. Todos
devem ser mortos de modo que recrutas jovens e vibrantes
como ela mesma possam fornecer ao clã a força que precisa.
Merusa não releva falhas. Ela já matou dois magos em seu
caminho de volta para suas capelas. Ninguém sabe que ela é a
responsável pelos ataques, que preparou para parecer obra de
bandidos.
O representante de Etrius em Perugia é Jean Entende,
um guerreiro de ombros largos que ganhou distinção nas
Cruzadas e gradualmente vagou para Ceoris como
mercenário. Esoara admirou seu valor contra os Tzimisce,
mesmo quando em menor número, e pôs seu nome para o
Abraço. Mais tarde Etrius foi forçado a mandá-lo embora de
Ceoris depois que Tosia descobriu que ele era um
ex-sacerdote que renunciou seus votos para uma vida de
soldado. Tosia tomou um desgosto irracional por Jean e
começou a suspeitar dele como o ponto central no suposto
diabolismo em Ceoris.
Ela imaginou-o conectado aos Cavaleiros Templários,
sobre quem ela ouvira rumores de magia negra. Sua visão dele
como um exemplar do mal é ironicamente descompassada
com seu caráter plácido e trabalhador. Jean abandonou o
sacerdócio porque lhe era mentalmente muito exigente. Ele é
bom em batalha, mas raso com intrigas, em Perugia ou
qualquer outro lugar. Ele aprendeu a odiar Merusa e os
amigos de Goratrix na capela. Assumindo que possa se safar,
ele quer fazer algo simples com eles – matá-los,
provavelmente.
Os homens de Goratrix são os gêmeos idênticos Michel e
Martial Culrier. Altos, braços ágeis e com lábios inferiores
salientes, ambos são ridiculamente ex-valentões Abraçados
por Frondator por seu domínio da violência. Cada um finge
ser mais esperto e refinado que o outro, mas ambos são
brutamontes sádicos e preguiçosos. Goratrix logo cansou-se
de suas presenças mas queria mantê-los vivos para possíveis
usos futuros. Ele mandou Michel e Martial para Perugia com
ordens de impedir que os conservadores tomem o local. Eles
ocupam seu tempo ameaçando Jean de forma não tão discreta
e alimentando- se indiscriminadamente dos residentes da
cidade. Uma Merusa entediada brinca com eles, colocando
um contra o outro fingindo um interesse romântico. Probitas
os considera como a escória mais suja que já saiu das
o rachaduras da terra, e instruiu Sodalis a livrar-se deles na
primeira oportunidade. Sodalis espera fazer isso através de
trapaça, talvez levando-os a antagonizar um Cainita de fora
do clã.
Poucos magi mortais fazem de Perugia um lar
permanente. O mais proeminente entre eles é Cultor,
companheiro alcoólatra cujos modos mundanos contrastam
severamente com a propensão erudita comum entre os
Tremere. Seu domínio das várias magias de vegetais é sem
paralelo entre os Tremere. Probitas teme suas habilidades.
Ele é capaz de mobilizar florestas inteiras para atacar
fortalezas Cainitas, tornando-o uma ameaça até para a
própria Ceoris. Cultor, que gasta muito do seu tempo
cuidando pessoalmente do vasto bosque de olivas que cerca a
capela, parece especialmente resistente ao Abraço. Ele fala
frequentemente de seu amor pela vida como manifestado na
natureza. Muito estranhamente, ele se dá bem com os brutos
gêmeos Culrier. Suas completas faltas de trato social o faz
tremer de gargalhar. Muitos magi estudiosos sentem-se
intimidados pela auto-confiança e gosto declarado de Cultor
pela vida. Se sobreviver aos próximos anos, eles podem vê-lo
como um líder na sua iminente batalha contra os vampiros
Tremere.
Louro e arrogante Aculeus guarnece a torre que coleta a
aurum vis. A capela é situada para coletar as rajadas das
correntes de ventos mágicos. As redes cuidadosamente
supervisionadas de Aculeus retiram os resíduos destes
ventos. Um formidável praticante da magia do ar, ele usa
muito da própria vis.
143
 O que não usa, passa para os outros magi, fazendo com que
saibam o quão grande é o favor que eles o devem. Sua imensa
convicção na superioridade de seus talentos o torna difícil de
gostar. Probitas o considera egoísta o bastante para aceitar o
Abraço mas se preocupa que não aceite sua subordinação aos
seniores do clã. Aculeus brande seu desprezo por Probitas a cada
oportunidade mas tolera a companhia de Sodalis. Sodalis não
está certo de que Aculeus estará pronto para a transformação,
mas continua a testá-lo sutilmente.
SALões Mármore
de
A capela de Perugia é uma complexa extensão de vilas de
um pavimento. A estrutura mais alta da área é a torre de
Aculeus, uma estrutura cheia de aranhas e de pinho caiado.
Um sistema de suportes de madeira apóia a rede pentagonal de
finos tecidos. Degraus em volta da torre permitem Aculeus
escalar e recolher a vis coletada. Fora isso, as estruturas em
Perugia são todas construções de mármore de baixa elevação.
A maioria são quarteirões privados, com quartos, alojamento
de servos, um laboratório pequeno e mal equipado e espaço
para entreter convidados. Uma grande estrutura central
fornece uma área comum para reuniões, junto com uma
grande cozinha e despensa. Muitas das interações sociais da
capela acontecem em pátios anexos à este salão central. Um
pátio ao leste recebe o sol da manhã; visitantes mudam para seu
equivalente ocidental de tarde. Cainitas naturalmente
recusam-se a exporem-se ao sol, mas suas fugas não são tão
óbvias como seria em outras companhias. Os magi são
acostumados a queimar o óleo da meia noite em seus
laboratórios e as atividades nos pátios muitas vezes continuam
no decorrer da noite. Grandes lanternas balançam dos
suportes altos dos pátios, sacudindo gentilmente no balanço
dos ventos mágicos. Embora a discussão de minúcias do
ocultismo seja sempre a atividade principal, os magi reunidos
sempre bebem vinho, muitas vezes declamando poesia e às
vezes jogando elaborados jogos de azar. Um jogo popular
envolve a animação de pequenas gotas de mercúrio, que os
magos correm ao redor das telhas do pátio. Qualquer uma
destas atividades podem se tornar amargas rapidamente,
quando a brincadeira fica mais trapaceira e os participantes
mais bêbados. Rivalidades nunca ficam muito abaixo da
superfície entre magi orgulhosos. Beber vinho é impossível
para vampiros; Sodalis quase expôs sua nova natureza quando
um ex- companheiro em total embriaguez forçou um pouco de
vinho pela sua garganta durante uma depravação
especialmente selvagem. Sodalis deixou seu velho amigo,
Praedurus de Flanders, vivo, mas agora deseja não ter deixado.
Palavras de Flanders revelam que Praedurus planeja uma visita
à Tosia em Ceoris.
144
A capela gera uma surpreendente quantidade de
rendimentos. Espera-se que magi visitantes paguem um
generoso e regular montante de acordo com a duração se sua
estadia.
Probitas tem mantido falsamente por anos que estes
honorários dificilmente cobrem suas simples despesas, da
manutenção das construções ao custo da comida. Na
verdade, ele tem superfaturado desavergonhadamente. Ele
costumava doar o dinheiro aos pobres de Perugia como um
ato de contrição. Desde sua transformação ele tem desviado
os honorários extras para apoiar a comunidade, cada vez
maior, de guardas, servos e seus dependentes. Magi visitantes
adoram ser recebidos extravagantemente pela enorme
equipe de Perugia. Eles não têm idéia de que o séquito existe
como um rebanho para os Cainitas visitantes e residentes de
Perugia.
Os outros Cainitas da área estão somente turvamente
cientes da presença Tremere ali, deixando a capela livre de
ataques até agora. No preparo para o conflito inevitável,
Probitas tem permitido aos irmãos Culrier treinar os
membros do rebanho mais corpulentos como guardas. Ele
também começou a construir um muro baixo de mármore em
torno do perímetro da capela. Ele não é alto o bastante para
impedir invasores, mas permite a colocação de proteções
mágicas. No momento, o muro está somente na metade.
SOLO NEUTRO
Perugia às vezes se torna um ponto de encontro
tenso para delegações representando Etrius e Goratrix.
Antes que Probitas fosse transformado, ele confundia
estas discussões diplomáticas com convocações de
diabolistas. Agora ele sabe porque grupos de magi
irados apareciam repentinamente, retiravam-se para as
vilas para conferências privadas e abruptamente iam,
muitas vezes carregando expressões ainda mais
amargas. Ele cuida para proteger os negociantes
Cainitas da bisbilhotagem de magi mortais. Para ambas
as facções ele deixa claro o perigo da indiscrição, e até
hoje eles têm respeitado os limites que tem imposto.
Num encontro recente em Perugia, as duas facções
concordaram em não empreender dano físico à outro
Cainita na capela, nem submeter rivais com feitiços
taumatúrgicos. Probitas equipou várias das vilas com
tapeçarias encantadas cujas figuras começam a saltar e
gemer quando magias acontecem na sala.
 ABRA AS PORTAS DE CEORIS...
No alto dos Alpes Transilvanos está Ceoris, o lar de Tremere e seus
Usurpadores. De suas ameias, eles conspiram contra magos e Cainitas,
enviam seus Gárgulas escravos contra os Tzimisce e aumentam seu poder
noturnamente. Um dos locais mais secretos e protegidos em todo o
mundo Cainita, Ceoris abriga o próprio Tremere, bem como os mais
poderosos e ambiciosos de seu clã.
...E TREMA ™COM OS SEGREDOS REVELADOS
A Casa Tremere é um guia completo para Ceoris, a principal capela
do Clã e Casa Tremere em Vampiro: Idade das Trevas®.
Inclui um elenco completo de personagens e um guia
detalhado para as linhas de frente da guerra com os
Tzimisce. Aprenda as agendas secretas por trás dos
planos dos Usurpadores, veja os poços de desova
dos torcidos Gárgulas e desempenhe seu papel no
destino de todos os Cainitas.
CASA DE TREMERE INCLUI:
Uma descrição sala por sala de toda a capela,
completa com plantas detalhadas;
Detalhes sobre outras capelas Tremere
pela Europa;
Novos rituais taumatúrgicos, poções e
outras criações fétidas dos laboratórios
herméticos.

Maia