Lobos

MaR do
TM

Um Livro de Referencia para Vampiro: A Idade das Trevas R

Por: Geoffrey C. GraBowski, Jason LanGLois e
roman a. ranieri, com Jess heiniG
Créditos
Escritores: Geoffrey C. Grabowski, Jason Langlois e
Roman A. Ranieri
Material Adicional: Jess Heinig
Desenvolvedores: Richard E. Dansky e Jess Heinig
Editor: Aileen E. Miles
Diretor de Arte: Lawrence Snelly
Artistas: Richard Kane Ferguson, Fred Harper, Clint
Langley, Brian LeBlanc, Alex Sheikman, Ron Spencer
Layout e Tipografia: Aileen E. Miles
Arte da Capa: Richard Kane Ferguson
Design da Capa e Contracapa: Aileen E. Miles
Testes de Jogo: Jason Cross, Ian Dunteman, Chris White
Agradecimentos
Especiais
Ed “Caça Grande” Hall, porque ele ainda está Furioso.
Justin “Cardiovascular”
Achilli — cuidado com a terrível doença!
Phil “Magicamente Ferrado” Brucato, por ficar exatamente
assim quando todos os Órfãos voltaram para casa na hora
errada.
Andrew “Detalhes” Bates, porque é lá que está a questão
no Campo de Batalha.
Aileen “Editora em Espera” Miles, que recebe um grande
OBRIGADO por ainda não ter me mordido a cabeça
(ainda).
Ken “Uh... onde estão os vampiros?” Cliffe — é como estar
em um show de perguntas.
Rich “Nos Meus Tempos” Dansky, por nos lembrar há
quanto tempo ele está neste trabalho.
Mark “Algo Chato Está Acontecendo” Cenczyk, por
apontar os inevitáveis problemas da litigação islandesa.
Zzzgh! Aah! Ethan “Aquaman” Skemp, que pegou o livro
muito encharcado. Ian “SI” Lemke, o doce fornecedor dessa
nova dependência mensal.

Créditos da tradução
Tradutor:
Revisores:
Diagramador: O Diagramador
© 1999 White Wolf Publishing, Inc. Todos os Revisão Geral: Círculo Interno
direitos reservados. A reprodução sem a permissão
escrita da editora é expressamente proibida, exceto para
fins de resenhas, e para folhas de personagem em
branco, que podem ser reproduzidas apenas para uso
pessoal. White Wolf, Vampire the Masquerade, Vampire
the Dark Ages, Mage the Ascension e World of Darkness
são marcas registradas da White Wolf Publishing, Inc.
Todos os direitos reservados. Werewolf the Apocalypse,
Wraith the Oblivion, Changeling the Dreaming, Agradecimentos do autor:
Werewolf the Wild West, Trinity, Wolves of the Sea e Geoffrey Grabowski gostaria de agradecer a Rob Barret, Dra.
World of Darkness the Bygone Bestiary são marcas Kathryn Grabowski e Dr. D.L. Ashliman por suas contribuições
comerciais da White Wolf Publishing, Inc. Todos os diretas e indiretas a este texto.
direitos reservados. Todos os personagens, nomes,
lugares e textos aqui contidos são protegidos por direitos
autorais da White Wolf Publishing, Inc.
A menção ou referência a qualquer empresa ou
produto nestas páginas não é um desafio à marca
registrada ou direito autoral concernente.
Este livro utiliza o sobrenatural para configurações,
personagens e temas. Todos os elementos místicos e
sobrenaturais são ficção e destinam­se apenas a
propósitos de entretenimento. A discrição do leitor é
aconselhada.
Visite a White Wolf online em
http://www.white­wolf.com; alt.games.whitewolf e
rec.games.frp.storyteller
IMPRESSO NA IMPRESSORA.
 Í
: “T
ndice
A saga de Hautala rilha de angue ongelado”
s c 5
Introdução 11
Capítulo Um: Cultura Viking 19
Capítulo Dois: Costumes e a Idade das Trevas 49
Capítulo Três: Criação de personagens 63
Capítulo Quatro: Sistemas 79
Capítulo Cinco: Modelos 91
Apêndice: Einherjar escandinavos notáveis 99

ÍNDICE


 Saga de
Hautala:
Trilha de
Sangue
Por Roman A. Ranieri
O vento uivava com a voz da morte.
Hautala apertou seu manto junto do peito, enquanto
o drakkar se aproximava da costa congelada. O ar estava
frio, gelado; mas não tão inóspito quanto os olhares intensos
que sentia em sua nuca. Como um finlandês, ele estava
constantemente ciente da necessidade de provar seu valor
a este bando de Nórdicos ferozes. Erik, o Lobo, movia-se
facilmente pelo convés gelado para ficar ao lado de seu
imediato. O frio recrudescia.


 Tem certeza de que esta é a ilha certa?” Erik rosnou.
Hautala estremeceu. “Sim, Capitão. Esta é a única
ilha que eles poderiam ter alcançado antes da alvorada
desta manhã.”
Erik abriu seu próprio manto e o jogou de lado,
mostrando seu desprezo pelo frio e também por seu
imediato, ignorando o gelo que começava a se formar em
seu colete de couro. Ele não era conhecido como o Lobo
apenas por sua sanguinolência nas batalhas, mas também
por seu temperamento em todas as outras questões.
“Mas ainda dá tempo?”
Hautala hesitou, inseguro sobre a resposta que sua
verdade provocaria. Mas sua honra exigia que ele falasse a
dura verdade a qualquer custo.
“Capitão, receio que agora já seja tarde demais. Os
vargr certamente mataram sua filha ou a fizeram como
uma das deles. Rezo para que ela esteja morta.”
A mão atroz de Erik esmagou o gelo na frente do
manto de Hautala, enquanto puxava o homem menor
para si.
“Controle a sua língua, Hautala, ou eu a arranco e a
dou de comer aos meus cães. Minha filha está viva e bem.
Eles a pegaram por um resgate. Tenho certeza disso. Se a
machucaram de alguma forma, nem mesmo Oðin
encontrará o suficiente de seus corpos para alimentar
seus vermes.”
“Calma, Capitão. Preciso apenas prepará­lo para o
que poderíamos encontrar. Não se lembra do que
aconteceu com a filha do Rei Hrothgarsson?”
Os dedos de Erik se fecharam perigosamente perto
da traqueia de Hautala. “Não acontecerá o mesmo agora.
Hrothgarsson era um tolo, fraco. Esperou demais para
iniciar a caçada. Nós, Nórdicos, sempre fomos os
caçadores, nunca os caçados... Hrothgarsson se esqueceu
disso e sua filha pagou com a vida dela, por sua covardia.”
Hautala recuou para aliviar a pressão em sua
garganta. “Capitão, lutei ao seu lado em muitas batalhas e
vim com o senhor agora preparado para morrer para
salvar sua filha. Por que me desonra desta forma?”
As feições de Erik suavizaram­se na luz decrescente
do dia de inverno. “Sim, Hautala,” ele disse, mal acima de
um sussurro, “Você me serviu bem como um guerreiro e
como amigo. Mas seu constante lamento por cautela me
enfurece. Guerreiros não se importam com cautela.
Ganhamos nossas batalhas no sangue.”
“Como fazem os vargr, Capitão.”
Erik encarou o pequeno homem por um momento,
antes de empurrá­lo para o lado. Hautala abriu a boca,
depois pensou melhor. Agora não era a hora de
confrontar Erik.
Já havia pouca luz do dia restante, e a noite, Hautala
temia, seria muito longa.
O céu a oeste estava quase todo avermelhado como
se houvessem fogueiras nas nuvens, quando a proa da
embarcação raspou contra a costa rochosa da ilha.
Hautala sinalizou, e dois homens saltaram na água gelada
e começaram a puxar o casco para longe do aperto
sedutor da maré.
Lobos do Mar


 "Preparem­se, homens," gritou Erik ao desembainhar
sua espada, "Um tesouro em ouro para quem matar mais
vargrs!"
Os guerreiros rugiram em uníssono. "Para Oðin e
para Signe Eriksdotter!"
"Que ela ainda seja a filha viva de Erik", Hautala
sussurrou para si mesmo.
"Então, façamos rápido a nossa vingança enquanto o
sol ainda brilha em nossas lâminas."
A ferocidade do grito de guerra dos homens encheu
a escuridão que se avizinhava, espalhando as poucas
criaturas vivas da ilha. Mas mesmo ao empunhar sua
espada e seguir seu capitão, Hautala sabia que corriam
para uma batalha quase sem chances de vitória, a menos
que Freyja acalmasse a fome cega de sangue do vingativo
Lobo.
Os homens alcançaram o alto da colina de areia
grossa, que separava a costa, do terreno rochoso da ilha,
quando Erik os parou.
"Onde?" ele perguntou, virando­se para seu segundo
em comando.
"Procure por uma caverna", respondeu Hautala, "É o
único lugar onde poderiam escapar do sol."
"Procurem por uma caverna", ecoou Erik. "Fiquem
atentos... Mas ninguém entrará antes de mim. A primeira
morte será minha."
Os homens avançaram para o coração silencioso da
ilha como se um cofre repleto de tesouros estivesse à
vista. Gritos e brados preencheram o crepúsculo latente.
A caçada havia começado. Logo, sangue, seja dos vivos ou
dos mortos­vivos, fluiria como água. Hautala só esperava
que, se seu sangue fosse derramado naquela noite,
significasse sua morte, e não o destino muito pior de um
vargr eterno.
"Aqui!"
Em princípio, o chamado ecoou pelas rochas, sem
direção. Então, Olaf ergueu sua espada acima da cabeça e
gritou novamente. "Aqui! Capitão. Encontrei uma
caverna... E isso."
Hautala sentiu seu coração acelerar dentro do peito,
quando o jovem guerreiro levantou um xale feminino no
ar. Estava rasgado e ensanguentado, mas não havia como
confundir a lã branca, nem os fios azuis, tecidos na borda
da peça. Todos os homens estavam lá quando Erik tirou
esse xale dos bens saqueados de um nobre irlandês,
proclamando que seria um belo presente para sua filha,
Signe.
Erik gritou de raiva e correu na direção de Olaf.
"Mostre­me a caverna!" ele bradou.
"Não, Capitão!" gritou Hautala, "Precisamos de um
plano. Se invadirmos a escuridão, os vargrs vão nos
massacrar!"
"Chega de sua covardia, Hautala", rugiu Erik, o calor
de sua raiva ardendo em seus olhos cinza­metálicos.
"Fique para trás se quiser, e que sua alma inútil vá para o
Salão de Hel por seu medo!"
Erik virou­se em direção à caverna e bradou o grito
de guerra de sua família. A tripulação ecoou seu brado,
então saltou morro abaixo atrás dele.
Hautala hesitou.
Seu coração e mente travavam uma batalha terrível.
Seu coração tentava forçar seu corpo para frente, ferido
pelo insulto à sua bravura. Sua mente segurava seu
corpo, certa de que um ataque selvagem falharia.
Subitamente, justo quando Erik e seus homens
alcançavam a borda das sombras lançadas pelas pedras
maiores, uma figura apareceu na boca da caverna.
Os Nórdicos pararam. Era Signe Eriksdotter.
"Pai", ela chamou, sua voz trêmula, "Você veio para
me destruir?"
Erik deu um passo à frente, abaixando levemente
sua espada. "Signe, eles te machucaram? Você está bem?"
"Sim, pai. Estou bem. Por favor, guarde sua arma.
Venha até mim. Me abrace."
Erik hesitou, com o queixo caído, enquanto
avançava cautelosamente. "Mas encontramos seu xale",
ele gaguejou, "O sangue."
"Estou aqui diante dos seus próprios olhos, ilesa.
Por favor, pai. Anseio estar segura em seus braços fortes.
Por favor, me abrace."
Lágrimas se formaram nos olhos de Erik enquanto
o amor por sua filha superava seu instinto de guerreiro.
Ele apontou sua espada para longe de Signe, mas não a
recolocou na bainha.
Signe sorriu enquanto os braços enormes de seu
pai a envolviam no abraço valioso do qual ela se
lembrava da infância. Sua barba áspera arranhou sua
bochecha macia enquanto ela alcançava para remover
seu capacete.
Quase rápido demais para ver, dois vargrs surgiram
das costas de Signe, agarrando os braços de Erik. Erik
rugiu de raiva e começou a lutar. Signe agarrou sua
barba com as mãos e torceu sua cabeça para o lado.
Presas longas brilhavam na luz fraca, enquanto ela se
lançava no pescoço desprotegido de seu pai.
"Não!" gritou Hautala. "Voltem para a luz do sol!"
Os Nórdicos olharam ao redor, percebendo de
repente que o sol poente havia se movido, lançando­os
na sombra das rochas. Antes que pudessem retornar à
luz, vários vargrs os atacaram, como um bando de lobos
famintos. Muitos bravos guerreiros foram derrubados
enquanto balançavam suas armas em vão. Seus gritos de
frustração e agonia ecoaram no pequeno cânion de
rochas caídas.
Hautala uivou poderosamente, correndo morro
abaixo na direção do massacre. Ele chegou a um ponto
escorregadio, no limite das sombras. As cenas de horror
o congelaram onde estava. Vargrs se banqueteavam nas
gargantas de guerreiros Nórdicos que se debatiam
inutilmente. Sangue reluzente esguichava de veias
jugulares cortadas, enquanto os vampiros se
alimentavam com movimentos prazerosos, sugando o
precioso líquido.
Trilha de sangue congelado

 Um vargr solitário se ergueu do meio dos corpos
derrotados pela morte e rastejou em direção a Hautala.
Ele tropeçou para trás, agitando­se desesperadamente ao
cair. O vargr saltou, suas presas totalmente expostas,
brilhando como punhais afiados. Hautala balançou sua
espada com toda a força, cortando o pescoço do vargr, que
estava prestes a pousar sobre ele. O corpo decapitado caiu
alguns metros à esquerda de Hautala. O cadáver fumegava
enquanto o sol poente, ainda potente, queimava a carne
podre.
Hautala recuou mais, afastando­se das sombras
mortais, e então se levantou. Ele estremeceu diante da
carnificina horrenda enquanto os vargr restantes se
afastavam dos corpos drenados e sem vida dos Nórdicos.
Eles se separaram enquanto Signe avançava.
"Hautala, amigo e homem de confiança de meu pai,
venha até mim. Conheço seu rosto desde que eu era
apenas uma criança. Beije minhas bochechas novamente,
como fez quando eu era pequena."
"Demônio vil!" cuspiu Hautala, "Você não é a Signe
que brincava aos meus pés quando menina. Ela está
morta!"
"Não. Não morta. Estou gloriosamente viva! Mais
viva do que jamais estive antes. Como uma Valquíria!"
Hautala virou­se e começou a correr pelas pedras,
mantendo­se longe das sombras. Uma imagem saltou de
sua memória, e com ela, um plano. Ele tinha visto uma
clareira irregular não muito longe de onde ele e os
Nórdicos haviam atracado seu drakkar. Se ele se
apressasse, poderia juntar madeira seca, ficar sob o sol
ainda fracamente brilhando alto nas pedras, acender a
madeira e atirá­la para baixo, sobre os vampiros.
O terreno escorregadio e cheio de pedras desafiava
cada passo enquanto Hautala corria contra o sol poente.
Ele tinha que ser cuidadoso. Um tornozelo quebrado ou
joelho deslocado o deixaria quase indefeso com a chegada
da noite. E ele sabia que com a escuridão os vargr se
lançariam sobre ele como um bando de abutres famintos.
Ele juntou um enorme feixe de galhos e arbustos secos, o
desespero permitindo que ele carregasse mais do que
poderia em circunstâncias normais. Movendo­se o mais
rápido que ousava, Hautala correu da floresta moribunda
para as pedras, acima da caverna amaldiçoada, e então de
volta, ganhando mais velocidade a cada viagem, enquanto
seu olhar cauteloso media o declínio do sol.
Os vampiros chamavam por ele lá de baixo,
tentando­o a descer entre as sombras e receber o Abraço
no Clã deles, mas ninguém ousava deixar a proteção das
sombras. Hautala os ignorava, com a intensidade de um
homem determinado a cumprir um único objetivo. Pouco
depois, quando eles adivinharam seus planos, os apelos
do grupo se transformaram em xingamentos.
Finalmente, Hautala parou, esperando ter
acumulado combustível suficiente para transformar a
caverna infernal dos vampiros em um inferno purificador.
O ar gelado chiava em seus pulmões trêmulos enquanto
ele procurava em seu colete de peles o saco que continha
sua pederneira. Suas mãos tremiam, enquanto ele batia a
pederneira em um pequeno tufo de musgo seco. Na
quinta batida, o musgo pegou fogo. Hautala
cuidadosamente trouxe o musgo ardente para seu monte
de galhos e arbustos. Conforme a madeira e as folhas
pegavam fogo, ele as arremessava para dentro da boca da
caverna.

Lobos do Mar


 Os vampiros gritaram de raiva e terror enquanto
muitos dos projéteis em chamas atingiam seus alvos,
incendiando a carne morta dos vargr. Vampiros em agonia
ardente correram para as profundezas da caverna,
incendiando ainda mais seus companheiros não­vivos.
Hautala desabou exausto após jogar seu último galho.
A caverna brilhava intensamente por dentro, enquanto
madeira e corpos mortos alimentavam a pira. Na luz
tremulante, ele não detectou movimento lá embaixo.
Quando recuperou forças, Hautala se levantou e voltou para
o drakkar à espera. Apenas um fraco brilho restava no
horizonte ocidental quando ele finalmente alcançou a praia.
A escuridão da noite estava quase completa. Hautala
respirou fundo e, com toda sua força restante, empurrou a
proa do navio.
O casco pesado de madeira não se moveu um
centímetro.
Hautala ofegou, depois empurrou novamente.
Ele tinha que sair dessa ilha maldita. Quão profunda
era aquela caverna? Quantos aftergangers sobreviveram ao seu
fogo?
Ele empurrou até não ter mais forças. Sua única
esperança agora era esperar a maré alta, para levantar o
casco o suficiente, para empurrá­lo de volta ao mar.
De repente, uma voz ecoou pelas rochas desoladas, não
muito longe.
"Hautala!" ela chamou.
Era a voz de Erik.
"Eu estava errado em te considerar um covarde. Você é
o guerreiro mais bravo e astuto que já conheci. Venha.
Junte­se a mim uma vez mais, velho amigo."
Trilha de sangue congelado

ntrodução

Saudações ao anfitrião,
O convidado chegou,
Em qual cadeira ele deve sentar?
Insensato é aquele que diante de
portas desconhecidas
Confia na boa sorte dele.
— O Hævamæl


 Havia uma terra ao norte da velha Europa, uma terra de
invernos congelantes e intermináveis noites uivantes. Uma
terra onde homens de ferro, homens livres, fortes e
orgulhosos, tomavam o mar quando o gelo deixava os
fiordes. Navegavam para o sul, para tomar riquezas das
igrejas do fraco deus­Cristo e dos cofres de senhores gordos
e abobalhados. Aqueles que falhavam desciam ao Salão de
Hel, mas aqueles que encontravam sucesso, ganhavam
tanto riquezas quanto fama eterna, enquanto toda a
Europa aprendia a falar a palavra “Nórdico” com lábios
tremendo de medo.
Agora os dias de ouro se foram. O deus­Cristo varreu
o culto aos deuses dos homens reais e tornou o povo gordo
e preguiçoso. As velhas canções foram esquecidas, e o
sangue dos heróis está desperdiçado nesses anões
insignificantes que se gabam de serem Nortenhos. Mas nas
sombras e no ermo, com olhos brilhando com o fogo
vermelho nas noites geladas da Escandinávia, os
verdadeiros heróis estão à espreita.
E os heróis de outrora não foram esquecidos.

O que é este
livro?
Lobos do Mar detalha a cultura escandinava durante a
era de ouro dos Vikings, entre 850 e 1050 d.C. Este livro
também detalha os vargr, os resistentes Einherjar dos dias de
lenda. De seus navios balançando no mar e dos Salões
escondidos nos ermos profundos, os guerreiros mortos que
ressurgem, pela graça do sangue de Oðin, mantendo os
Antigos Caminhos, em desafio à história e à Igreja do deus­
Cristo.
Nestas páginas, tanto o Narrador quanto o jogador
encontrarão um guia para a vida e cultura do povo
escandinavo desde a queda do Império Romano Ocidental
até a era da Idade das Trevas: Uma cultura de lobos cuja sede
de orgulho, liberdade e independência predatória não seria
igualada no Ocidente até os pioneiros americanos.
Os Vikings saíram das terras congeladas do Norte, da
Noruega, Islândia, Dinamarca e Escandinávia, buscando
riquezas e conflitos. Eles formavam uma sociedade de
homens e mulheres rústicos e duradouros, que reverenciavam
deuses sanguinolentos e valorizavam coragem e ação acima de
todas as outras virtudes. Por duzentos anos, eles negociaram e
pilharam pelas costas da Inglaterra, Espanha e outros países
europeus, exigiram tributos, saquearam cidades e mosteiros,
mas também se engajaram em assentamentos e comércio.
Como gigantes, eles atravessaram a história, com seus
berserkers empunhando machados e seus exploradores
astutos realizando feitos de bravura e proeza.
Na época da Idade das Trevas, os escandinavos que não
se fixaram foram rechaçados das terras ao sul de suas casas, e
a propagação do Cristianismo lentamente assimilou sua
cultura. Os dias passados de deuses terríveis e guerreiros
navegantes se foram; Agora, mercadores, agricultores e até
padres compõem a maioria da população. Poucos ainda
lembram os Antigos Caminhos, mas eles são uma raça em
extinção, expulsos pela propagação inexorável da palavra de
Cristo.

Lobos do Mar


 Claro que, entre um povo tão feroz e orgulhoso, existem
alguns que recusam abaixar as armas, cujas paixões ardem tão
intensamente que seus fogos não podem ser extintos. Entre
estes poucos valentes estão os verdadeiros lobos do Norte, e
eles atraem a atenção daqueles que desejam preservar seus
talentos e dons para a eternidade. Abraçados por sua coragem,
habilidade de sobrevivência e ferocidade implacável, os
Einherjar da Escandinávia preservam os Antigos Caminhos,
cercando­se de guerreiros que recusam se curvarem diante do
avanço do Cristianismo. Em bosques cobertos pela geada e
ilhas isoladas eles fazem seus lares, alguns até continuando a
navegar pelos mares como terrores profanos. Quando o sol se
põe por todo o inverno no glacial Norte, a prole de Oðin
cavalga as ondas na escuridão, caçando glória, ouro e sangue.
Capítulo 1: Cultura Viking aborda a cultura escandinava
pré­cristã e a cultura escandinava em geral. O que os Nórdicos
sentiam e pensavam? Como funcionava sua sociedade? Como
viviam quando não estavam engajados em pilhagens e
violências no exterior?
Capítulo 2: Costumes e a Era Moderna detalha os
costumes e práticas dos vargr do extremo Norte moderno, com
sua estranha democracia e feroz lealdade à sua antiga religião.
Capítulo 3: Criação de personagens aborda a criação de
um personagem escandinavo, seja um saqueador da era de
ouro Viking, um vargr anacrônico ou um cavalheiro
escandinavo moderno, negociando suas mercadorias nos
mercados de uma renascida Europa ocidental.
Capítulo 4: Sistemas auxilia os Narradores com os
sistemas mecânicos para emular os feitos dos Nórdicos e dos
vargr da Escandinávia em Idade das Trevas.
Capítulo 5: Modelos exibe alguns personagens vargr
iniciantes para jogos da Idade das Trevas contemporâneos que
podem ajudar a evocar a sensação do cenário Nórdico. Eles
podem ser usados como novos personagens de jogadores em
um jogo, ou como aliados ou antagonistas em uma crônica
existente.
Apêndice: Notáveis Einherjar Escandinavos detalha as
façanhas dos famosos Einherjar do Norte, ao longo dos tempos.
Os flagelos mais modernos e os heróis mais antigos estão
descritos aqui.
Guia de pronúncia
O Nórdico antigo e o islandês antigo usam alguns
caracteres que podem ser desconhecidos para falantes da língua
portuguesa.
Þ ou þ — FA.
Đ ou ð — DÍ.
Æ ou Ê — É. Pronunciado como o 'E' com acento agudo,
como em ATÉ. Ex. VITÆ, lê­se VITÉ.
Léxico
Afterganger — Um termo escandinavo comum para um
vampiro.
Althing — A assembleia nacional islandesa, que se reunia
anualmente para tomar decisões importantes sobre o povo
islandês, já que eles não tinham reis ou jarls.
Drakkar — Um navio do gênero “longo e plano”, menor
que um knorr, geralmente usado pelos Vikings para a pirataria.
Originalmente, as embarcações Vikings eram chamadas de
langskip, langskib ou långskepp.
Einherjar — Na mitologia Nórdica, os espíritos dos
guerreiros mortos em Valhalla, que lutarão no Ragnarök. Entre
vampiros escandinavos, alguns guerreiros se autodenominam
Einherjar.
Einvig — Combate pessoal ilimitado. Um duelo até à
morte, sem restrições.
Goði — O equivalente islandês mais próximo de um jarl.
Um Goði tinha certos direitos e responsabilidades no processo
democrático islandês e agiam como patronos de pequenos
proprietários, mas não eram nobres, no sentido estrito do termo.
Hirð — Os companheiros de um senhor. Eles comem em
sua mesa, dormem em seu Salão, recebem suas armas, armaduras
e riquezas como presentes, e têm seus títulos e honrarias
concedidos por ele. Enquanto ele puder festejá­los e presenteá­
los, eles devem ficar ao seu lado, até a morte, tanto no campo de
batalha, quanto fora dele.
Holmgang — Um ritual altamente estilizado que pode ser
descrito como um duelo ou um julgamento por combate,
dependendo do seu ponto de vista. Os combatentes trocam
golpes de espada ou machado, até que um não possa continuar.
Huskarl — Um membro do hirð, um guerreiro que faz o
pacto de hidromel e glória, por serviço leal a um senhor.
Jarl — Um nobre de posses não especificadas, geralmente
entre as de um cavaleiro e um barão ou conde. Ao contrário de
um huskarl, os títulos de um jarl não são concedidos pelo seu
senhor, mas derivam de suas posses hereditárias. Embora
houvessem diferenças formais, a marca de um jarl era a
capacidade de manter um Salão e um grupo de homens, e a
linha entre jarl e um proprietário livre era frequentemente tênue.
Knorr — Um navio do gênero “longo e plano”, maior que
um drakkar, geralmente usado para comércio.
Banido — Fora­da­lei. Além da lei. Uma punição para certos
crimes graves. Um banido não tem direito a wergild, se morto, e
seu assassino não precisa anunciar o feito.
Mordida da alma — Drenar a essência espiritual de outro,
o termo para Diablerie entre os vampiros da Escandinávia.
Thegn — O parceiro menor no equivalente Nórdico de um
contrato feudal. Os jarls de um rei são seus thegns. Entre
vampiros, um thegn é aquele que trabalha sob o Juramento de
Sangue.
Thing — A assembleia local de um distrito. Democrática ou
semi­democrática, a thing gerencia questões de justiça e vários
outros problemas de interesse local.
Vargr — Nórdico para "lobo". Usado para se referir aos
banidos, bandidos e Membros do Clã Gangrel, assim como lobos
mais mundanos.
Vikar — Vikar é um verbo que descreve a atividade de
viajar ao exterior, geralmente de navio, para enriquecer e
conquistar a glória, por saque e pilhagem.
INTRODUÇÃO

 Viking — Alguém que pratica o Vikar. Um habitante
genérico do Extremo Norte, que não se envolve em atos de
banditismo e pilhagem, é chamado apenas de “Nórdico” ou
“escandinavo”. No entanto, fora do meio acadêmico, essa
distinção é ignorada, e o livro usa Viking tanto em seu sentido
técnico, quanto no sentido genérico de ser uma alternativa
para “Nórdico” ou “escandinavo”.
Leituras recomendadas:
Muito já foi escrito sobre a era Viking, desde relatos
contemporâneos de suas depredações, até guias modernos que
pretendem revelar ao leitor crédulo os segredos da magia
sexual escandinava. Como este livro não pode cobrir seu tema
mais do que de forma resumida, a seguinte lista de livros é
sugerida para aqueles Narradores que desejam obter um
entendimento mais completo da cultura Nórdica
Ficção
A Saga de Hrolf Kraki. Poul Anderson. Baen Books,
1988. ISBN 0­671­65426­8
Uma transliteração da saga do herói nacional
dinamarquês Rei Hrolf. Anderson torna a saga acessível para
um leitor com apenas um conhecimento superficial da cultura
Nórdica da época.
Rheingold. Stephen Grundy. Bantam Spectra, 1995.
ISBN 0­553­56945­7
Uma transliteração e combinação da Volsungasaga e do
Nibelungenlied, combinando as melhores partes de ambas as
narrativas. Longa, mas mais fácil para um leitor moderno
compreender em comparação com os originais.
Northworld. David Drake. Ace, 1990. ISBN 0­441­84830­3
Northworld 2: Vingança. David Drake. Ace, 1991. ISBN
0­441­58615­5
Northworld 3: Justiça. David Drake. Ace, 1992.
Uma adaptação de SF de vários mitos e sagas Nórdicas.
Não ria — os livros são extremamente acessíveis em
comparação com as versões tradicionais das histórias, e
merecem atenção simplesmente pela adaptação para o gênero
Sci­Fi.
Literatura
A Edda em Prosa. Snorri Sturluson. trans. Jean I.
Young. University of California Press, 1954. ISBN 0­520­
01232­1
Escrita por Snorri Sturluson por razões que são objeto
de intenso debate acadêmico, a Edda de Snorri é um guia
para o mito Nórdico e a composição da literatura da saga em
forma escrita. O texto de Snorri teve sucesso muito além de
suas expectativas. Snorri fundou (e quase que sozinho
escreveu) um gênero da literatura islandesa que preservou para
a posteridade muitas das histórias e lendas que estavam
morrendo com a influência cristã e o passar do tempo. O
texto da Edda em Prosa pode ser desafiador, mas o grau em
que é central para o nosso entendimento da mitologia
escandinava não pode ser subestimado. Em muitos casos, a
Edda de Snorri é a única fonte de informação sobre a
cosmologia e o mito religioso Nórdico.
Lobos do Mar

Beowulf. Penguin Classics, 1973. ISBN 0­14­044268­5
Fortemente cristianizado e não estritamente uma saga
Nórdica, Beowulf é relativamente acessível e amplamente
disponível. Se você reluta em ler literatura da saga, a
popularidade de Beowulf como texto acadêmico significa que
há um grande número de edições altamente legíveis
disponíveis.
Volsungasaga. trans. Jesse L. Byock. University of Cali­
fornia Press, 1990. ISBN 0­540­06904­8
A clássica saga Nórdica do Rheingold e do destino que
trouxe àqueles que o possuíam. Uma excelente leitura e uma
introdução perfeita à tradição Nórdica da narrativa heróica.
Volsungasaga e o posterior Nibelungenlied formaram o núcleo
das óperas do Ciclo do Anel de Wagner.
Nibelungenlied. trans. Margaret Armour. Heritage
Press, 1991.
Uma versão alemã posterior da Volsungasaga.
Composta na tradição heroica medieval em vez do estilo
Nórdico, o Nibelungenlied está mais próximo do Canto de
Rolando ou das narrativas arturianas do que das sagas das
quais deriva. A quantidade de mortes faria Chow Yun­Fat
piscar e a história é menos coerente do que a de
Volsungasaga. Por outro lado, tem a força de personagens
bem desenvolvidos como Hagen e Fokker o Bardo.
Brennu Njalssaga
Frequentemente traduzida para o inglês como A Saga
de Njal Queimado ou A Saga de Njal. Geralmente
considerada a mais literária das sagas. é definitivamente uma
boa visão do complexo sistema legal da anarquia islandesa.
A narrativa complexa essencialmente culmina no martírio
voluntário de Njal para parar uma disputa. Isso é mais ou
menos como dizer que o ciclo do Rei Arthur é sobre um
homem cuja esposa tem um caso com seu melhor amigo.
Vale muito a pena ler, especialmente para dar uma ideia da
litigação islandesa.
LaxdÊlasaga
Egilssaga
Outras sagas bem recomendadas. LaxdÊlasaga está
disponível online, e em tradução pela Penguin e sem dúvida
de vários outros editores acadêmicos. Egilssaga, também
disponível pela Penguin, está disponível online apenas em
islandês antigo.
Referências
Há uma grande quantidade de material de referência
escrito sobre os Vikings, detalhando tudo, desde sua
capacidade de navegar pelo Atlântico Norte até sua vida
cotidiana. Infelizmente, os escandinavos começaram a
registrar sua história muito tarde, e por isso, embora
tenhamos muito material cultural, temos muito pouco fato
histórico.
A História dos Vikings. Gwyn Jones. Oxford
University Press, 1968. ISBN 0­19­285139­X
O trabalho de Jones oferece uma visão geral fina e
relativamente acessível do tópico. Este texto foi a referência
básica em comum entre os escritores deste projeto.
 Vida Cotidiana na Era Viking. Jaqueline Simpson.
G.T. Putnam’s Sons, 1967
Destinado ao público jovem, este livro tem muitas
informações sobre tudo, desde os jogos que os Vikings
jogavam até a rotina diária de suas vidas. Um ótimo
recurso para quem tenta entender os Vikings.
Deuses Nórdicos e Gigantes. Ingri e Edgar Darin
d’Aulaire. Doubleday, 1967. ISBN 0­385­04908­0
Uma obra sinóptica destinada a um público jovem,
com muitas ilustrações belas e coloridas, o trabalho de
d’Aulaire é um resumo dos mitos Nórdicos para o leitor
casual.
Islândia Medieval: Sociedade, Sagas e Poder. Jesse
L. Byock. University of California Press, 1988. ISBN 0­
520­05420­2
Uma obra altamente acadêmica detalhando a
intrincada estrutura de obrigação e advocacia que era o
Estado Livre Islandês. Quase certamente não disponível
sem pedido especial, este livro é uma referência superlativa
para Narradores com sólida base nas sagas e na cultura
escandinava, que desejam ambientar um jogo na Islândia.
O livro foca muito em detalhes e na estrutura legal
islandesa.
O Atlas Penguin da História Medieval. Colin
McEvedy. Penguin Books, 1961.
O texto é centrado na Europa Ocidental (então há
pouca escrita sobre Vikings), mas os mapas são um guia
inestimável para o fluxo e refluxo de reinos e culturas pelo
mundo medieval. Essencial para qualquer Narrador da
Idade das Trevas.
Recursos na internet:
Para cada hobby especializado, há pelo menos uma
página inicial (e possivelmente mais). Estudos Nórdicos
não são exceção. Abaixo estão algumas páginas dignas de
nota, a maioria com extensas seções de Links.
O Hævamæl.
http://asatru.org/havamal.html
http://members.aol.com/nkpage/nikweb.htm/
highone.html
http://home.c2i.net/espenjo/home/edda/
haa1_e.htm
"Os Dizeres do Alto". O Hævamæl é uma coleção de
ditos creditados a Oðin, e parte da maior Antiga Edda .
Profundamente reflexiva da cultura e atitudes Nórdicas,
bem como contendo muito senso comum vale a pena ler
no presente. Este texto é uma leitura obrigatória para
jogadores ou Narradores que desejam interpretar
personagens na ou influenciados pela Escandinávia da era
Viking. Embora as três versões não sejam idênticas, são
semelhantes — os múltiplos ponteiros foram incluídos para
permitir a deterioração da web.
A página dos clássicos Nórdicos. http://
members.aol.com/nkpage/nikweb.htm/norse.htm
Uma grande coleção. Contém a Antiga Edda e de
Snorri, Nibelungenlied, Volsungasaga e várias versões de
Beowulf. Também links para a História da Dinamarca de Saxo
Grammaticus e a Germania de Tácito.
INTRODUÇÃO


 Fábulas de D.L. Ashliman. http://www.pitt.edu/~dash/
folktexts.html
Uma coleção de traduções acadêmicas de fábulas de todo
o mundo, com forte ênfase na Alemanha e Escandinávia. Este
site contém múltiplas traduções, incluindo alguns materiais
difíceis de encontrar.
Uma cronologia da Era
• 793: Saqueadores atacam o mosteiro na Ilha Sagrada • 890: Preocupados com a propagação da selvageria Viking,
de Lindisfarne, entre a Inglaterra e a Escócia, em 8 de
junho. Eles saqueiam o lugar e matam os monges,
iniciando a era Viking.
• 795: O mosteiro irlandês em Iona é saqueado por
Vikings.
• 801: Iona é novamente saqueada por Vikings.
• 806: Vikings saqueiam o mosteiro em Iona pela
terceira vez, massacrando 68 monges; Os sobreviventes
finalmente fogem da área, em um padrão que se torna
demasiadamente familiar.
• 836: Um assentamento Viking é estabelecido em
Dublin, Irlanda.
• 839: Turgeis, um Nórdico, se estabelece em Armagh
como "Rei de todos os estrangeiros do Norte".
• 841: Vikings chegam em Ruão e saqueiam o mosteiro
em São Wandrille de Fontenelle.
• 842: Vikings tomam a Ilha de Noirmoutier no Golfo
da Biscaia, usando­a como base de inverno.
• 845: Turgeis é capturado pelos irlandeses e afogado
no Lago Owel.
• 850: Nórdicos se estabelecem na Inglaterra, tentando
capturar e colonizar Londres, Rochester, Canterbury e
Winchester.
• 852: Vikings saqueiam a Abadia de São Wandrille de
Fontenelle novamente.
• 853: Os irmãos Olaf e Ivar se estabelecem Dublin na
margem do Liffey, na Irlanda.
• 858: Vikings saqueiam a Abadia de São Wandrille de
Fontenelle mais uma vez. Desta vez, os monges fogem
com suas relíquias, não querendo sofrer ataques
constantes.
• 859: Hasteinn e Bjørn lideram 62 navios da França
através da Espanha, costa Ibérica, ao longo do Norte da
África e para a Itália. Após saquearem meia dúzia de
cidades, os navios retornam à França em 862. Dois
terços da frota foram perdidos, mas Hasteinn e Bjørn
retornam para casa fabulosamente ricos e famosos.
• 876: Membros do Clã Lasombra iniciam um plano para
catequizar os Vikings, a fim de mitigar sua ameaça à Europa.
Isso leva à formação da Guarda Varangiana, à medida que os
Vikings se tornam mercenários para os exércitos cristãos.
• 885: Dinamarqueses oferecem deixar Paris ilesa, em
troca de passagem pelo Rio Sena. Os franceses se
recusam e os dinamarqueses atacam Paris.
Lobos do Mar

Site FTP de traduções da Universidade de Kansas.
ftp://ukanaix.cc.ukans.edu/pub/history/Europe/Medieval/
translations/
A maioria das principais histórias do corpus heroico
europeu está presente neste site FTP, desde a LaxdÊlasaga e
Erybygjasaga até El Cid. Essencial para qualquer jogador ou
Narrador da Idade das Trevas interessado na lenda heroica
europeia.
Viking
os Ventrue da Inglaterra exercem sua influência para
fortalecer o exército local, preparando­os para a defesa do
território.
• 892: O Rei Alfredo, o Grande, de Wessex, constrói
uma série de defesas por toda a Europa. Fortes e
milícias organizadas são levantadas para afastar os
Vikings.
• 896: O Rei Alfredo projeta uma nova frota de navios
e, pela primeira vez, derrota regularmente os Nórdicos,
em um combate marítimo.
• 898: Uma convocação apressada dos Ventrue decide minar
os Vikings, assimilando­os. Aos Vikings é oferecida a
oportunidade de assumirem posições de poder e
responsabilidade, desde que defendam a ordem estabelecida.
• 910: Rei Eduardo, filho de Alfredo, o Grande, mata o
rei dinamarquês Halfdan e põe fim ao poder Viking na
Inglaterra.
• 911: Rei Carlos, o Simples, cede o Ducado de
Nêustria a Hrolf, o Andarilho, desde que Hrolf jure
fidelidade e se converta ao Cristianismo. Um ano
depois, Hrolf concorda.
• 930: A Althing islandesa é montada, fornecendo um
governo central sem um rei.
• 937: Vikings em Dublin se aliam aos celtas na
Escócia e invadem a Inglaterra, mas são derrotados na
Batalha de Brunanburh por Athelstan e Edmund, filhos
do ex­rei Eduardo.
• 976: A manipulação Brujah nas Cortes Ventrue assegura
a discórdia entre os governantes mortais, e Ethelred, herdeiro
da coroa inglesa, torna­se intratável, recusando­se a ouvir
quaisquer conselhos ou advertências.
• 870: O Rei Edmund da Ânglia Oriental é capturado
por Vikings. Recusando­se a renunciar à sua fé, ele é
amarrado a uma árvore e morto a flechadas.
• 874: Os irmãos Ingolf e Leif, com base em relatos de
outros marinheiros desviados de curso, partem para a
Islândia e iniciam a colonização.
• 978: Ethelred, o Desaconselhado, assume o reinado
da Inglaterra, estabelecendo um reinado de desastres
posteriormente encerrado pelos Vikings.
• 982: Erik, o Vermelho, exilado de sua casa, navega
para oeste e descobre a Groenlândia.
• 986: Várias centenas de escandinavos partem para
colonizar a Groenlândia junto com Erik, o Vermelho.
• 991: Olaf Tryggvason ataca a Inglaterra e exige de • 1012: Ethelred paga o Danegeld de 36.000 libras de
Ethelred o Danegeld 16.500 libras em prata.
• 994: Olaf Tryggvason e Svein Barba­de­Garfo coletam de
Ethelred o Danegeld de 12.000 libras em prata.
• 996: Olaf Tryggvason é eleito Rei da Noruega e começa a
converter a população ao Cristianismo.
• 1002: Os dinamarqueses reúnem 18.000 libras em prata
pelo Danegeld da Inglaterra.
• 1003: Navegando para oeste com direções do
comerciante Bjarni, Leif Eriksson (um viking catequizado e
filho de Erik, o Vermelho) chega à Vinlândia — as Américas
— mais de quatrocentos anos antes de Colombo.
• 1007: O Danegeld da Inglaterra chega a 27.000 libras em
prata.
prata.
• 1013: Svein Barba­de­Garfo ataca a Inglaterra; Ethelred
foge e Svein e seu filho Knut tomam a Inglaterra. Svein cai
de seu cavalo e morre logo depois, mas seu filho continua
seu trabalho.
• 1014: Sigtyrgg Barba­de­Seda ataca a Irlanda em Clontarf,
perto de Dublin, mas perde feio.
• 1016: Knut, filho de Svein Barba­de­Garfo, é reconhecido
como Rei da Inglaterra.
• 1018: Canuto, o Grande, envia seus Vikings para casa.
Neste momento, a ascensão ao reino significa o fim de
grande parte dos antigos modos democráticos dos Vikings,
e sua cultura é absorvida pela estrutura militar catequizada
da Europa. A Era Viking termina.
INTRODUÇÃO

 apítulo um:
Cultura Viking
Do leste vieram navios ansiosos pela batalha,
Com cabeças ferozes esculpidas em ouro,
A batalha começou, os berserkers uivando,
"Homens-lobo!" e selvagemente lançando suas lanças .
— Relatado por Snorri Sturluson


 Vivendo em uma terra quase que perpetuamente
congelada, com recursos limitados de comida e metal, os
Nórdicos devem confiar em sua própria engenhosidade e
coragem inabalável para sobreviver. Naturalmente, com seus
navios (longos e planos) e independência feroz, rapidamente
se voltaram para invadir culturas externas em busca de
sustento e riqueza. No entanto, mesmo em seus lares gélidos,
eles sobrevivem através da agricultura e pecuária, espalhando­
se para colonizar outras terras conforme as oportunidades se
apresentam. Onde o seu espírito aventureiro encontra outras
culturas, eles se engajam no comércio; quando a expansão da
Europa invade seus territórios, eles coletam tributos. Por
mais de duzentos anos dominam as rotas marítimas e a
maioria das terras do extremo norte.
O guerreiro viking está gravado na mente de todos
como um feroz marinheiro com um machado, um escudo e
uma cota de malha como armadura. Rápido na arte de se
irritar e valorizando mais a ação do que a contemplação, eles
epitomizam os aterrorizantes lutadores e invasores que
varrem a Europa e os oceanos. No entanto, mesmo com seus
modos brutais e guerras sangrentas, eles evoluem para uma
cultura poderosamente independente e ritualística. As
cidades da Escandinávia desenvolvem um sistema de
obrigação e responsabilidade que sugere o processo
democrático. O sistema legal da Islândia floresce e as
vinganças de sangue se transformam em meios de resolver
disputas, em vez de simples ferramentas de vingança. Skalds
compõem histórias que ecoam através dos tempos, com os
mitos e lendas de um povo resiliente e orgulhoso.
Lobos do Mar

Essa dicotomia de honra e guerra sangrenta se une para
definir os Vikings como um povo complexo e cativante.
Naturalmente, os vampiros entre eles são igualmente
viscerais, mortais e imponentes.
Civilização
escandinava
A raiz de qualquer cultura está na maneira como seu
povo obtém seu pão diário. A Escandinávia não é uma
exceção. Uma terra áspera, com verões curtos e suaves e
invernos longos, escuros e brutais, o clima e a geografia do
Extremo Norte ditam um modo de vida que fez dos
Nórdicos um povo sombrio, ávido por novas terras. Na Era
das Migrações, isso levou as tribos germânicas para o sul,
pressionando o império romano, na tentativa (muitas vezes
bem­sucedida) de conquistar novas terras. Na Era Viking, as
condições mais uma vez enviaram jovens homens contra as
costas da Europa em busca de riquezas através de pilhagens e
comércio, novas terras para se fixarem e, acima de tudo, a
fama eterna pelos feitos gloriosos. Na época da Idade das
Trevas, tais incursões diminuíram, mas os vampiros que
ainda se lembram e praticam os Antigos Caminhos
continuam a se deleitar na glória de feitos passados.
Agricultura e
geografia
Na era medieval, a principal fonte de alimento para a
Escandinávia é a agricultura, caracterizada por ser
precariamente apenas de subsistência. O sistema de rotação
de cultivo e o clima úmido torna difícil cultivar grãos, e os
invernos são, em muitos casos, tão severos que na primavera
o agricultor deve carregar o seu gado, em seus braços, de sua
cabana até o pasto.
Na Escandinávia não apenas as condições climáticas
são severas, mas a terra arável também é escassa.
Especialmente na Noruega e na Islândia, a terra arável é
uma mercadoria preciosa, transmitida através das gerações
de uma mesma família e protegida por lei e tradição contra
impostos e o confisco. Com tão pouca riqueza excedente
disponível em casa, os Nórdicos são impelidos ao comércio
ou ao saque no exterior, se desejam garantir riqueza pessoal,
ou em alguns casos, as próprias necessidades básicas da vida.
Da mesma forma, o caráter acidentado da terra impede a
conquista fácil por parte dos aspirantes­a­construtores de
impérios locais, e reforça o individualismo robusto e a
democracia e a justiça comunitária, que caracterizam na
Escandinávia da era Viking, uma necessidade para a
sobrevivência, e não uma liberdade a ser aspirada. No
entanto, os Nórdicos reconhecem o quão valiosa é a sua
liberdade e são extremamente desdenhosos, como a maioria
dos nômades de regiões marginais, quanto ao que definem
como uma vida mansa e servil das civilizações mais
organizadas ao sul.
Finalmente, enquanto a geografia e política da
Escandinávia tornam desejável uma prole numerosa
(especialmente filhos), também encorajam a enviar
segundos, terceiros, quintos e outros filhos para o mundo
em busca de sua sorte em outro lugar, após atingirem a
idade adulta. Assim nasce uma grande massa de homens
que buscam riquezas e glória eterna, sob a bandeira de
algum senhor ou grande e famoso herói. São esses segundos
filhos, além de banidos, refugiados políticos e outros
excluídos, que tripulam navios e expedições rumo ao sul e
leste, em busca de pilhagem e comércio ou buscando novas
terras para se fixarem.
Para os Einherjar, os assentamentos do norte são
lugares perigosos, mas emocionantes. Um vampiro deve ser
astuto e forte para sobreviver, assim como as pessoas das
quais ele se alimenta. A caçada é difícil por causa dos longos
dias de verão, da independência teimosa do povo e do
tamanho pequeno das comunidades. Por outro lado, os
escandinavos respeitam muito a força e o poder; Em uma
pequena comunidade agrícola, um vampiro tem a
oportunidade de usar seus poderes para estabelecer um
pequeno feudo, exigindo sacrifício de sangue dos
agricultores, em troca de proteção.
Capítulo Um: Cultura Viking


Abandono de infantes
O abandono de infantes deformados ou
indesejados é uma tradição antiga e sagrada no
Extremo Norte. Na maioria dos casos, a criança é
apresentada ao pai imediatamente após o nascimento
e ele decide, na hora, se a criança deve ser jogada no
monturo, para os cães, ou não. Embora seja uma
prática sombria, lembre­se de quão brutal é a
existência na Escandinávia durante o período
medieval. Não há espaço para deficientes congênitos
em uma sociedade onde a margem de sobrevivência é
tão estreita que o gado, enfraquecido pela fome, deve
ser carregado para o pasto na primavera. Na Islândia, a
questão da exposição era tão significativa que a
proteção das práticas de exposição contra a censura da
Igreja foi uma das condições da conversão nacional ao
Cristianismo no ano 1000. A exposição, sem dúvida,
parecia tão dura e desumana para as pessoas
envolvidas, quanto parece para qualquer homem
moderno, e essas escolhas eram tão dolorosas para eles
quanto seriam para nós.
Viking
Do ataque à Ilha Sagrada de Lindisfarne em 793 até o fim
da era Viking em 1070, toda a Europa, da Espanha à França,
viveu com medo das frotas Vikings. Sozinhos e em frotas que
variam de dois a até cinquenta navios, as embarcações desses
saqueadores causaram dois séculos de terror e derramamento
de sangue na paisagem europeia. Aqueles lugares que são
fortemente defendidos, eles saqueiam; aqueles lugares que são
divididos, como a Irlanda e a Grã­Bretanha, são invadidos e
colonizados.
Os ataques Viking não são uma questão de política
nacional, mas sim empreendimentos privados. Indivíduos se
juntam a um líder prestigioso em busca de riquezas e fama.
Quando o tempo permite, os líderes então seguem para o sul,
indo tão ao sul quanto se atrevem e saqueando centenas de
quilômetros, pelos grandes rios da Europa.
Em sua própria maneira sórdida, esses ataques por saque
e glória podiam ser épicos. Em 844, uma frota de 150 navios
saqueou até Toulouse, pelo rio Garonne, possivelmente como
parte de uma guerra civil na França da época. A frota então
navegou para o sul e, após muitas escaramuças e pilhagens,
navegou pelo rio Guadalquivir para saquear Sevilha, embora os
Vikings tenham acabado sitiados e contado com a sorte para
escapar do cerco das tropas de Abd al­Rhaman II.
Björn Ironside, que parece ter saído da ilha de Oissel,
saqueia o Sena em 856­7 e é sitiado por Carlos, o Calvo,
embora o cerco seja suspenso pela traição dos nobres de
Carlos. Novamente sitiado por outro Viking chamado Weland,
a pedido de Carlos, Björn e seus homens são forçados a fugir,
deixando Weland 11.000 libras em prata mais rico, tanto do
Danegeld de Carlos quanto do resgate de Björn. Björn então
embarca em uma odisseia de quatro anos de pilhagens que leva
sua frota de 62 navios à Espanha, norte da África e Itália. Os
Vikings falharam em tomar Sevilha, mas conseguiram saquear
Lobos do Mar

Algeciras, Narbonne, Pisa, Luna, Pamplona e a maior parte da
costa entre a Noruega e o porto de Alexandria, no Egito.
No entanto, a vida de um Viking não é só pilhagem e
glória. Vikings que chegam em números muito pequenos, para
causar pânico na milícia local, correm o risco de simplesmente
serem capturados como criminosos e enforcados. Para cada
homem que vai em aventuras Vikings e volta rico, há outro
(ou dois, ou cinco) que morre sem glória, na lança de um
fazendeiro ou na forca, ou que se afoga em um drakkar virado.
Dos 62 navios dos saqueadores de Björn Ironside, apenas 20
retornaram, e mesmo esses, estavam com suas tripulações
consideravelmente reduzidas. Claro, aqueles que voltam vivos
são tão inacreditavelmente ricos que muitas vezes têm
problemas para conceber maneiras de gastar suas fortunas. O
risco deve parecer valer a pena para muitos terceiros filhos de
pescadores e camponeses cuja única alternativa é uma vida de
trabalho como um homem contratado, se tiver sorte, ou um
servo, se sua sorte azedar.
Capitalismo ardente
Mais cedo ou mais tarde, os escandinavos foram a todos
os lugares. Às vezes eles foram lá para roubar tudo que é
pequeno o suficiente para carregar e queimar as ruínas, e
outras vezes eles foram para vender mercadorias para qualquer
um que ficasse parado por tempo o suficiente para que eles
fizessem sua oferta. Os Nórdicos não eram apenas os
saqueadores mais vorazes da Europa, mas também seus
capitalistas mais ardentes. Igualados apenas pelos árabes (que
foram alguns de seus parceiros comerciais mais regulares) os
povos escandinavos eram mercadores extraordinários. Seja
vendendo a lã e o queijo da Escandinávia ou objetos de valor
anteriormente pertencentes àquela cidade que fica a alguns
dias de navegação pela costa, os mercadores escandinavos
estavam ansiosos e dispostos a viajar para fazer negócios
acontecerem. Na era Viking, as rotas comerciais marítimas dos
Nórdicos se estendiam da América do Norte à Espanha. Para
o leste, se estendiam pelo Mar Báltico e pelos grandes rios da
Rússia, até o Mar Negro. E essas são apenas as rotas regulares;
os ousados comerciavam ainda mais longe: Vínland,
Groenlândia, Islândia, Bizâncio, Pérsia, Magrebe, França,
Ibéria, Irlanda e Inglaterra. A lista inclui todas as nações na
Europa e no Oriente Médio que tinham uma costa ou rios
navegáveis.
Em sua busca por riqueza, os Vikings viajavam,
negociavam e saqueavam por uma grande parte do mundo
conhecido, até o ponto de descobrir alguns lugares novos.
Durante o período de sua ascendência, os escandinavos
estiveram substancialmente mais próximos de terem uma
economia monetária real, do que qualquer um ao norte de
Constantinopla ou da Espanha. Dinheiro era um meio regular
de troca no Extremo Norte, e até um caseiro provavelmente
usava moedas, além de bens, em suas compras. O grau em que
as economias monetárias estão enraizadas na cultura Nórdica
é demonstrado pelos islandeses, que mantêm uma economia
baseada em onças legais de prata em uma ilha praticamente
desprovida de moedas (embora outros bens e jóias tenham
sido utilizados para comércio).
A importância do capitalismo para os Nórdicos é difícil
de ser ignorada. Talvez devido à sua visão individualista ou à
natureza altamente marginal da região escandinava, ainda sob
práticas agrícolas medievais, os escandinavos tornaram a troca
de bens e serviços algo central para seu modo de vida. Tanto
o assassinato quanto o casamento são propostas comerciais, e
um huskarl está ligado ao seu senhor pelos presentes de
hidromel, malha, mesa e espada que ele aceita. Na Islândia,
durante o Estado Livre, na ausência de autoridade real ou
qualquer outra forma de poder executivo organizado, isso era
ainda mais pronunciado. A Islândia, nesse período, foi o
maior estado caótico de indivíduos livres para comércio já
documentado.
Líderes cultuados e
a busca pela glória
Hidromel é doce, mas amarga quando é pago.
— Aforismo Nórdico
De mãos dadas com o individualismo Nórdico e o
capitalismo, vêm o culto ao magnetismo pessoal e a busca pela
imortalidade através da fama e da glória.
Uma influência poderosa é exercida por aqueles que
prometem riquezas e renome aos seus seguidores. De fato, a
cultura Nórdica centra­se em feitos e ações, e aqueles que
agem, com certeza, atraem a admiração de seus companheiros
pelos seus contos e sagas. A maioria das incursões Vikings é
liderada por um ou dois homens muito carismáticos, que
atraem seguidores para si, através da força de suas
personalidades e da promessa de celebridade e pilhagem.
Os homens que seguem esses líderes e formam as
comitivas de reis menores e heróis ao longo da história são
de dois tipos. Os primeiros são os seguidores simples, que
trabalham com um líder de livre vontade, em troca de uma
parte dos lucros. Estes seguidores vêm e vão conforme as
fortunas de um líder sobem e descem, nenhum homem
sendo mais ou menos leal que outro.
No entanto, os seguidores mais próximos do líder são
diferentes. Conhecidos como seu hirð ou grupo de guerra,
eles apostaram sua sorte em seu líder. Em troca de sua
lealdade ao longo de suas vidas, o hirð recebe consideração
especial. Se o líder é um Viking ou outro saqueador, então o
hirð recebe a primeira escolha dos espólios. Se o líder é um
rei menor, então o hirð senta à cabeceira de sua mesa,
bebendo hidromel, além da cerveja, e seu soberano os
presenteia com braceletes de prata, coletes de malha fina,
armas, comida e alojamento. Enquanto o líder puder
cumprir sua parte no acordo e trazer­lhes glória e riquezas, a
hirð está comprometida a ficar ao seu lado, estando com ele
em todas as coisas e dispostos até a morrer com ele em
batalha.
Capítulo Um: Cultura Viking

 Por ser tão recompensador, um cargo no hirð, existem
sempre muitos jovens ansiosos por glória e riquezas, dispostos a
se juntar a um herói em potencial. Esta é a origem dos
exércitos que os segundos e terceiros filhos, competindo pela
sucessão, parecem conjurar do nada. Cada um desses grupos
de guerra está cheio de homens ansiosos para amealhar a
propriedade e o privilégio de um huskarl. Este acordo, hidromel
e riquezas, por lealdade e serviço, leva muitos jovens a mortes
solitárias, sob céus estrangeiros. Mas as recompensas para
aqueles que têm sucesso são mais do que suficientes para
manter os jovens sonhando com fama e riquezas, apesar de
todas as probabilidades.
Os Einherjar que mantêm Salões, sem dúvida fecham seus
acordos com os Carniçais, oferecendo força sem limites e
juventude eterna, o que é fácil de incorporar nos rituais do
hirð. Se os vampiros informam ou não suas condições aos seus
servos mortais, o culto à lealdade pessoal é feito sob medida
para a prole de Oðin. Manipuladores Ventrue e ardilosos
Lasombra são propensos a se deliciar com bandos de
seguidores condicionados com o Juramento de Sangue, mas até
os guerreiros Gangrel que assumem a posição de jarl podem ser
encontrados com grupos de guerra compostos por Carniçais.
Principalmente, pelo fato de que a troca de serviço e lealdade
por presentes generosos serem uma parte central da cultura
Nórdica, o que ajuda todo o processo de criação de Carniçais a
parecer muito mais natural. Membros do hirð podem ser
abertamente prometidos ao Sangue, como parte do contrato
entre o Senhor e seu grupo de guerra. Alternativamente, isso
pode ser colocado em seu hidromel, sob algum pretexto falso,
durante as cerimônias celebrando sua adesão ao grupo de
guerra, como parte de algum ritual de três noites de lealdade.
Assim, os efeitos do ritual no guerreiro adicionam e reforçam o
Juramento de Sangue.
A busca pela imortalidade da fama é tão importante para
os Vikings quanto a busca por riqueza e poder. Como os
antigos gregos, os Nórdicos conhecem bem a temporalidade da
vida. Sua existência marginal não deixa ilusões sobre sua
própria mortalidade, e a visão Nórdica do submundo não lhes
dá esperança de uma vida melhor após a morte. Assim, como
os antigos gregos, eles buscam a imortalidade da lenda. O
Hævamæl, palavras de sabedoria de Oðin, diz que "O gado
morre, parentes morrem, todo homem é mortal: Mas eu sei de
uma coisa que nunca morre, a glória do grande feito." Morrer,
mesmo como um homem rico, é tornar­se nada mais do que
barro, ou ir para o Salão de Hel e beber apenas poeira de taças
vazias. Morrer em um grande empreendimento é ganhar a
imortalidade através da memória de seu feito. Os bravos
esperam viver para sempre em saga, e ir para o Valhalla, para se
juntar aos Einherjar após a morte, para lutar ao lado dos Æsir
contra os Jotuns e os demônios de fogo, no dia do Ragnarök.
A abordagem quase ateísta em relação à morte torna os
Nórdicos muito mais receptivos à condição dos Einherjar do
que os cristãos da Europa. Enquanto os aftergangers são
frequentemente vistos como antinaturais e mais do que um
pouco repulsivos, aqueles que escolhem seu estado como uma
maneira de sobreviver ao longo dos séculos, não são
considerados impuros. Eles podem ser vistos como perigosos,
bestiais, vaidosos e covardes, diante da morte e da velhice, mas
Lobos do Mar

Líderes femininas na Escandinávia
Embora a situação das mulheres escandinavas seja
frequentemente pintada como sombria, são poucos,
homens ou mulheres, cuja situação no Extremo Norte,
durante o período viking não seja sombria. A cultura
Nórdica certamente oferece muito mais oportunidades
para mulheres nobres do que qualquer cultura, europeia
ou mediterrânea. Não apenas limitadas a serem o poder
por detrás do trono, as mulheres detêm abertamente o
poder em toda a Escandinávia durante a Era Viking,
principalmente por causa do culto ao magnetismo
pessoal. Embora elas raramente entrem em campo de
batalha ou se juntem às expedições Vikings, a sabedoria
é considerada uma característica tão valiosa em um
líder, quanto um braço forte. Os Nórdicos são um povo
extraordinariamente pragmático, e qualquer pessoa
capaz de atrair homens para o seu lado e liderá­los para
a glória e riquezas, pode obter um poder,
independentemente do sexo.
Unnr, a Racional, foi a filha do chefe de guerra
norueguês Björn Buna e esposa de um rei viking morto
na Irlanda. Unnr veio para a Islândia com seu povo e se
estabeleceu em um grande território na região de
Breiðafjöðr, compartilhou suas terras entre seus jarls
como qualquer outro soberano e os governou até sua
morte, por volta de 900. Ethelflæd foi rainha de Mércia,
após a morte de seu marido Ethelred, em 911. Ela e seu
irmão Eduardo, rei de Wessex, continuaram o trabalho
de seu pai Alfredo, de conter e subjugar os
dinamarqueses na Inglaterra, reconquistando­a para os
povos anglo­saxões. Na época de sua morte, em junho
de 918, Ethelflæd e seu irmão estavam preparados para
atacar o coração do Danelaw inglês.
Essas duas notáveis são apenas algumas das dezenas
de mulheres que detêm tronos na região escandinava
durante a Era Viking. Apesar das leis Nórdicas
proibirem as mulheres de se expressarem nas assembleias
ou possuírem terras, a praticidade dos Nórdicos apoia
mulheres fortes. Qualquer mulher capaz de reunir um
grupo de homens livres ou rica o suficiente para
controlar várias dezenas de fazendas, é certamente
poderosa demais para ser desafiada pelos detalhes da lei.
Somente com a chegada do Cristianismo e a
feudalização dos pequenos reinos da Escandinávia é que
a capacidade da mulher, de manter o poder, declina.
Mesmo assim, a região é mais receptiva a mulheres
fortes do que a Europa Continental.
os soberanos Einherjar ainda conseguem viver abertamente e
enviar alguém ao mercado, sem que o seu servo seja
apedrejado. Respeitando a força e o carisma, os Nórdicos são
muito mais propensos a considerar a condição vampírica uma
bênção — vigor eterno, poderes incríveis e a capacidade de se
curar rapidamente — ao invés de uma maldição.
SOCIEDADE E
POLÍTICA NÓRDICA
Até o final da Era Viking, quando a região escandinava
se feudaliza, a política da Escandinávia é feita de pequenos
reinos e comunidades agrícolas. Da Dinamarca ao norte da
Noruega, a história avança por mais de mil anos, com
reinados pequenos, se sucedendo uns aos outros. Cada
soberano luta suas guerras, conquista, ou é conquistado por
seus vizinhos. Quando um reino é fraco, dissolve­se em
guerra civil, crises de sucessão ou pela predação de seus
vizinhos. A unificação em larga escala começou um pouco
antes da catequização, primeiro na Dinamarca, depois na
Noruega sob os éditos de Harald Hardradi. Argumenta­se
que a unificação da Noruega (que se desintegrou novamente
após o herdeiro de Harald, Eirik Bloodaxe, não conseguir
manter o reino unido) foi apenas um fenômeno passageiro,
semelhante ao trabalho lendário do Rei Hrolf na unificação
da Dinamarca. No entanto, uma vez feito, atrairia
imitadores e esperançosos, e a unificação da Noruega como
um único reino acabou se tornando uma realidade.
O “Distrito”
A base da política escandinava é o distrito, similar em
tamanho a um condado europeu ou um conjunto de várias
pequenas propriedades. Enquanto o nome aplicado a esta
região varia de local para local, seu tamanho e propósito
geral permanecem constantes. No centro de cada um há um
local de encontro que serve como mercado, local de reunião
para a assembleia local e, sem dúvida, como ponto de
encontro para o arremedo de milícias, em tempos de
conflito.
As bases da sociedade escandinava são seus pequenos
proprietários, chefes de família ferozmente independentes,
que geralmente são agricultores, pescadores ou uma
combinação de ambos. Como os pequenos proprietários são
homens livres e sem obrigações, uma democracia
rudimentar é a regra geral. Disputas e crimes são levados a
uma assembleia local, geralmente sob o olhar atento de um
dos huskarls do rei, para garantir a justiça e um resultado
aceitável para os poderes estabelecidos. Na Islândia, com
seus assentamentos coloniais extremamente caóticos, não há
jarls, e os casos são levados à assembleia local ou (se
considerados muito importantes) levados perante os quatro
"Tribunais de Quarteirão" do Althing. A justiça na Islândia é
uma questão de riqueza e reputação — um homem deve ter a
ajuda de um respeitado soberano local, que possa garantir
que os veredictos da assembleia ou da Althing sejam
mantidos.
Sem dúvida, os Einherjar mais sociais têm alguma
dificuldade, a menos que vivam como pequenos reis plenos.
Espera­se que os proprietários compareçam à assembleia, ao
invés de enviar um de seus homens contratados. Embora
um vampiro possa convencer a assembleia local a se reunir de
noite (a Disciplina Presença é útil nessas ocasiões), ele
provavelmente operará em grande desvantagem na rede de
acordos feitos por cima e por baixo da mesa, até mesmo
porque as alianças que compõem a política local
Capítulo Um: Cultura Viking

escandinava são rapidamente mutáveis, simplesmente por
causa de sua incapacidade de se envolver nos acordos que
ocorrem durante o dia, fora da assembleia.
Servidão
Como toda a agricultura pré­moderna, a escandinava se
baseia, em parte, no trabalho forçado. Embora a
Escandinávia use menos trabalho forçado que a Europa
continental, a escravidão ainda é uma prática comum no
mundo Nórdico. Na Islândia, a escravidão desaparece
rapidamente devido às condições locais; com grandes
quantidades de terra arável e a falta de jarls e soberanos
centrais, os homens são livres para cultivar e viver como
quiserem. A escravidão na Escandinávia termina com a
introdução do Cristianismo, embora muitos, servos e
homens livres, sejam reduzidos à condição de camponeses,
então isso pode não ser um ganho tão grande quanto parece.
Os servos na sociedade Nórdica têm uma vida precária
pela frente. São tratados como patrimônio e propriedade, de
modo que podem ser comprados ou vendidos. Se mortos,
não têm preço de sangue, embora seus donos tenham direito
à compensação. Podem se casar, mas seus filhos nascem
servos. A Manumissão — libertação de escravos ou compra da
liberdade — é permitida, mas não há um preço legalmente
fixo para a liberdade (embora, sem dúvidas, houvesse
convenções locais). Os servos também são usados para os
sacrifícios humanos ocasionais, exigidos pela religião Nórdica
e para alimentar os apetites dos vorazes Einherjar. De fato, um
vampiro com um estoque de prata ou bens comerciais pode
simplesmente comprar servos de um pequeno proprietário
local, assim como um fazendeiro compraria gado — e com
fins muito semelhantes...
Em suma, a vida do servo é sombria, embora não seja
totalmente desprovida de alguns pontos altos. A condição
dos servos de um homem é um indicador tão importante do
status desse homem quanto o de seu gado e de seu Salão. No
mundo materialista Nórdico, isso significa que, mesmo que o
soberano esteja passando fome, os servos provavelmente
serão alimentados tão bem quanto ele puder, para manter as
aparências. Além disso, não há caráter étnico na servidão no
mundo Nórdico. Qualquer um pode se tornar um servo, e
muitos heróis de sagas passam um tempo acorrentados, pelas
desventuras da guerra ou do naufrágio. Os Nórdicos não
tentam fingir que seus servos são subumanos, precisam de
sua proteção ou estão destinados por Oðin ou Deus a serví­
los. Os servos são apenas azarados o suficiente para estarem
na parte inferior — qualquer homem que se encontre
endividado ou desamparado em uma terra hostil pode muito
bem ser escravizado. Embora isso pareça um pequeno favor
em troca de uma grande maldição, sem dúvida, torna a vida
de muitos servos muito mais fácil, além de tornar possível a
Manumissão. Afinal, um servo tem menos probabilidade de
se revoltar se houver esperança de uma eventual salvação.
Soberanos vampíricos, claro, mantêm servos por razões
diferentes de seus equivalentes humanos. Um pequeno
“estábulo” de servos serve para facilitar a alimentação de
excelência; como os servos são propriedade, matar o
vasilhame é apenas um inconveniente. Inteiras gerações de
servos são geradas para saciar os apetites de seus soberanos
vampíricos, já que os filhos dos servos também são servos. Os
servos também realizam tarefas mundanas e de manutenção,
especialmente durante o dia, sem necessidade de pagamento.
Um vampiro que não deseja sustentar um grupo de huskarls
barulhentos e famintos, pode manter servos em vez disso,
Lobos do Mar

pois os servos não exigem constantes presentes de prata e
armas. Einherjar particularmente sádicos e desiludidos
enviam seus servos para competições de batalha e resistência;
enquanto um huskarl valorizado não pode ser desperdiçado
em tais frivolidades, um servo é facilmente substituível, e o
entretenimento de assistir humanos se degradarem e
lutarem até a morte é o tipo de entretenimento que mais
intriga os vampiros antigos.
Jarls
Um jarl é um nobre proprietário de terras, cujas posses
variam (para fornecer uma escala baseada nos padrões da
Europa Continental) entre as de um cavaleiro proprietário de
terras e as de um barão ou conde. Suficientemente grande para
manter um Salão e uma mesa para homens contratados em
tempo integral, o jarl vive do produto de suas terras, das taxas
de justiça, dos resultados da guerra e possivelmente de
impostos sobre o mercado local. Na Islândia, os chefes
(chamados goði) fazem o mesmo, subsistindo principalmente
nos aluguéis de suas terras e nos resultados da arbitragem. Um
jarl geralmente vive em uma relação semi­feudal (muito) frouxa
com um governante local de pequeno porte. As linhas entre
agricultor bem­sucedido, jarl e rei são turvas, no entanto — a
Escandinávia da Era Viking é uma terra dourada de
oportunidades e aventuras, desde que o escalador social em
ascensão esteja preparado para se envolver em um certo
montante de pilhagem sangrenta. Um agricultor bem­sucedido
o suficiente para manter uma grande mesa e um Salão é
efetivamente um jarl, e um rei é pouco mais do que um jarl
muito bem­sucedido.
Jarl é a classe social mais adequada para os Einherjar
sociais: poderosos o suficiente para sustentarem homens
contratados e um Salão, mas não tão poderosos a ponto de
atraírem a inveja de outros reis menores, ansiosos para explorar
a fraqueza diurna do Einherjar. Até os vargr, especialmente
aqueles contrários à catequização, podem escolher manter um
Salão isolado para apoiar suas campanhas.
Reis
O conceito escandinavo de liderança é espiritual e
temporal — um chefe, seja ele rei menor, jarl ou goði, é o líder de
seu povo, o responsável pelas boas colheitas, e está intimamente
conectado com a saúde de sua comunidade. A vida na
Escandinávia é escassa ao extremo, e o desempenho de um
chefe em deveres rituais religiosos é considerado uma
importante salvaguarda para o bem­estar de seu povo. Esteja
avisado — um líder cuja sorte falha pode ser expulso ou mesmo
sacrificado a Oðin ou Þonar, para trazer clima favorável e
colheitas.
Os benefícios da liderança são muitos, embora os reis
Vikings, como os jarls, sejam consideravelmente mais pobres do
que seus primos “Continentais”. Enquanto um rei menor pode
subsistir nas taxas de seu cargo e do produto de suas
propriedades pessoais, aqueles que desejam ser grandes ou
gloriosos são frequentemente impulsionados ao comércio ou ao
saque.
A sucessão na Escandinávia é irregular, para dizer o
mínimo. Huskarls do hirð do rei, filhos, esposas e filhas
determinadas e resolutas, têm chances iguais de assumir o
controle do reino após a morte do soberano reinante. Às vezes,
o rei nomeia um herdeiro aparente ou divide o reino em partes
iguais para sua prole ou seguidores leais, antes de sua morte.
Independentemente das tentativas em contrário, disputas civis
(se não a guerra declarada) são a regra, e não a exceção.

Os refugiados e integrantes dos lados perdedores dessas
guerras civis aumentam as fileiras dos invasores e migrantes
que margeiam as bordas da civilização europeia durante a era
Viking.
Quando exercendo controle de longo prazo sobre
grandes áreas de território, a sucessão disputada não é do
melhor interesse dos mestres vampiros ocultos. Um vampiro
que não assume o manto de realeza por si mesmo, deve se
preparar para os problemas de sucessão. Muitas vezes, isso
significa matar ou neutralizar as partes opostas (não
controladas ou indesejáveis), enquanto manobra o candidato
favorito dele (e devidamente preparado) para assumir o
trono. Com o poder de Disciplinas como Dominação e
Presença, e a habilidade de caçar e matar adversários mortais
com relativa facilidade, isso não é uma proposta muito difícil
— até que um Einherjar rival se envolva. Apoiados por
vampiros em disputa, lados separados de uma batalha pela
realeza podem rapidamente passar de famílias disputando
desorganizadamente para exércitos irregulares, à medida que
os soberanos imortais puxam as cordas de seus agentes para
fazer seus fantoches trabalharem em conjunto. Naturalmente,
uma vez que insultos aleatórios e o ocasional assassinato são
trocados por queima proposital de Salões e massacres em
massa, a disputa sangrenta e a guerra são o resultado final.
Nessas situações, um lado ou outro é geralmente destruído
completamente, antes que o assunto seja resolvido. Em casos
raros, um Einherjar pode recuar de tal desafio, abandonando
seus servidores involuntários e partindo para um território
mais amigável em outro lugar (seja se estabelecendo ou por
conquista), mas o orgulho dos Einherjar muitas vezes resulta
em um conflito até a Morte Final.
Contenda e o
conceito Nórdico
de honra
O individualismo rígido dos Nórdicos forma um
sistema fortemente coeso de honra e retaliação, que forma a
base de grande parte de sua cultura. A região escandinava é
incrivelmente rigorosa, uma terra de recursos agrícolas
extremamente limitados, invernos brutalmente frios e
terreno difícil. Apenas indivíduos de disposição igualmente
robusta podem sobreviver aqui. O fardo esmagador da vida
na Escandinávia gera um povo muito mais guerreiro,
individualista e autossuficiente do que os povos greco­
romanos, celtas e germânicos, ao sul. Terra de arabilidade
limitada significa que as pessoas devem se unir para
sobreviver, mas não há recursos suficientes para realmente
capacitar qualquer tipo de classe nobre. Quando uma geada
tardia ou uma colheita ruim resulta em fome, apenas os
corajosos o suficiente para lutar por suas vidas sobreviverão;
eles matam sem hesitação e remorso, saqueando outras
cidades, por comida e dinheiro. Em uma sociedade tão
violenta, e ainda assim unida, apenas códigos rígidos de
honra e comportamento impedem que os homens se matem
abertamente.
Esse senso de autossuficiência e individualismo é
melhor expressado através do conceito Nórdico de honra
pessoal e da tradição da disputa. O ideal Nórdico de honra é
Capítulo Um: Cultura Viking

inabalável e fatalista; enfatiza a bravura, intransigente diante
de qualquer e todo perigo, adesão absoluta a juramentos e
promessas, lealdade total a amigos e família, aceitação
sombria de dificuldades e uma dignidade pessoal que não
tolera nem zombaria, nem fracasso.
O grau que define o que é honrado varia de indivíduo
para indivíduo, mas o senso Nórdico de honra é muito mais
próximo do ideal romano do que do ideal japonês. Não há
aceitação implícita de duplicidade e subterfúgio como a graxa
que faz a sociedade funcionar; não há aparência superficial
de adesão a um código moral rígido, apenas honra ou
desonra. Diferente do Japão, enquanto o código ético
escandinavo é egoísta, é, em última análise, prático. Nenhum
guerreiro auto­respeitado considera o suicídio quando há
algo a ser feito, não importa quão desesperadora seja a tarefa.
Cometer suicídio é admitir medo, e a covardia é o único
pecado que o Corvo­glutão admite.
No centro do conceito escandinavo de honra está a
tradição do feudo. Quando um indivíduo é prejudicado, a
restituição deve ser feita. Em alguns casos, particularmente
na Islândia, isso pode não ser nada mais do que uma espécie
de acordo, negociado por um terceiro isento. No caso de
ofensas graves (especialmente as cometidas
intencionalmente), os apaziguadores não podem ser trazidos
à discussão, enquanto as partes ainda fizerem suas exigências
de honra. O resultado: uma Contenda.
Algumas Contendas começam entre indivíduos e sem
derramamento de sangue. Eventualmente, no entanto, a
maioria delas se resume a sangue e família. O mecanismo é
simples: Um indivíduo que se sente prejudicado retalia da
melhor forma que pode, seja contra a pessoa por quem foi
prejudicado ou contra alguém ou algo próximo a essa pessoa.
O alvo da retaliação responde, e uma cadeia belicosa se inicia,
à medida que cada parte busca igualar ou superar a outra. À
medida que os indivíduos são mortos ou solicitam ajuda de
seus amigos e parentes, a Contenda se expande e assume um
Insultos e a Jactância
Os Nórdicos são mestres tanto do insulto, quanto da
jactância. A diferença entre um insulto ou jactância do
Norte em relação ao similar de uma inclinação mais
meridional é que o Nórdico provavelmente não está
falando da boca para fora. Insultos Nórdicos são prelúdios
verbais para o combate. Nenhum guerreiro verdadeiro
enfrentaria um oponente sem antes vilipendiá­lo, caluniá­lo
e questionar tanto sua masculinidade quanto sua
descendência. Trocar insultos — especialmente difamações
ruidosas — é o equivalente escandinavo de um desafio para
duelo.
Da mesma forma, uma jactância é uma declaração
pública de intenção. Guerreiros se gabam antes de uma
batalha das façanhas que irão realizar, cada um tentando
superar seus pares em prometido atos de heroísmo. Depois
que as palavras são proferidas, no entanto, não existe
retorno. Um jovem guerreiro que diz que capturará a
bandeira do oponente durante uma batalha iminente,
capturará a bandeira, ou irá para o Salão de Hel tentando.
Ele disse que fará, e é assim que é. Consequentemente, a
maioria dos guerreiros escandinavos teve carreiras breves,
mas gloriosas.
Lobos do Mar

caráter mais abrangente. Eventualmente, o principal ponto
da Contenda se torna irrelevante ou é deixado de lado, à
medida que mais participantes se envolvem.
Algumas Contendas são de curta duração, mas outras
se arrastam por gerações de derramamento de sangue e
vingança. Particularmente na Islândia, onde não existe uma
autoridade centralizada, um sistema intrincado de Contenda
e de arbitragem se desenvolveu para manter a paz. Na
ausência de um rei ou outra forma de controle social, o
sistema contencioso islandês resolve disputas interpessoais.
No resto da Escandinávia, a Contenda é reconhecida e (pelo
menos até a chegada do Cristianismo) legítima, embora
governantes locais, em diferentes tempos e lugares, suprimam
ou tentem suprimir certas Contendas ou o próprio sistema
contencioso, no geral.
Iniciando uma Contenda
Contendas podem e começam por inúmeras questões.
Sedução, roubo de gado e propriedade, assassinato, insulto;
qualquer coisa que a parte ofendida sinta que mereça
retaliação pode marcar o início de uma Contenda.
Dependendo da natureza do desacordo, a Contenda pode
começar imediatamente, ou pode esperar algum tempo e
começar quando calculado, para trazer o máximo
desconforto ao alvo. Uma Contenda geralmente leva a um
intercâmbio público de insultos, seguido por um assassinato
igualmente público, para realmente acender o fogo. No
entanto, a causa raiz da Contenda e os temperamentos dos
envolvidos também têm muito a ver com a evolução da
disputa.
Deve­se entender que, mesmo fora da Islândia, a
Contenda é uma força socialmente estabilizadora, em vez de
desestabilizadora. Enquanto Contendas, quando ocorrem,
são sangrentas e de longa duração, a ameaça de retaliação
certa impede muito mais violência do que encoraja. Mesmo
quando Contendas de longa duração irrompem, elas (como
o Vikar, por exemplo) fornecem uma válvula de escape para a
pressão econômica e social nas frágeis comunidades agrárias
da Escandinávia, sem recorrer a uma guerra aberta e
prolongada.
Contenda Sangue
de
Nem toda Contenda é um banho de sangue. Mesmo a
Contenda mais acirrada entre inimigos desesperados, tem
períodos em que os combatentes se envolvem em pouco
mais do que roubo de gado e disseminação de rumores,
enquanto buscam aliados, entram com processos ou buscam
a justiça do rei, e tentam renovar recursos esgotados.
Algumas Contendas, especialmente as islandesas, são pouco
mais do que batalhas legais de longa duração. Esses tipos de
desacordo sobre marcos limítrofes e a propriedade de uma
novilha roubada são a função primária da assembleia local,
bem como a preocupação diária de reis menores, Einherjar
ou não.
Francamente, no entanto, personagens de Vampiro: A
Idade das Trevas provavelmente não são do tipo que
processam o agricultor vizinho no fiorde, por conta da
propriedade de algumas ovelhas, que parecem ter
desaparecido. Suas Contendas são mais memoráveis, como
sagas, com traições surpreendentes, alianças desesperadas e
resoluções sangrentas. O material que segue é adaptado para
isso.
 De qualquer forma, Narradores que desejam uma
Crônica mais mundana, provavelmente estão dispostos a
pesquisar sobre as leis regionais da época relacionadas a
estoque, propriedade e agricultura.
Vampiros e Contendas
Dada a paixão e a tragédia dos imortais não­vivos, não
é de se admirar que vampiros se envolvam em disputas,
tanto de longa duração, quanto aterrorizantes, em sua
intensidade. De fato, os peões mortais de vampiros podem
se encontrar no meio de disputas geracionais que servem
aos propósitos de seus sombrios manipuladores Einherjar.
Para criaturas com muito tempo, pouco medo da morte
pelas mãos dos mortais e um gosto acentuado pelo
melodrama, a Contenda é uma forma superlativa de
entretenimento. Embora os Einherjar Nórdicos não tenham
as Cortes e protocolos da nobreza, seus esforços
manipulativos não são menos intensos. De fato, para um
vampiro Nórdico realizar uma Contenda contra um
oponente, famílias inteiras e grupos de amigos são
convocados; muitas vezes, o titereiro deve confiar em
parentes próximos e conhecidos, não nos peões sem rosto
dos jogos europeus. Uma semente de discórdia
cuidadosamente plantada aqui, um insulto à honra de
alguém ali, e de repente emerge uma disputa sangrenta, que
o vampiro espera usar para eliminar um adversário — ou
simplesmente como distração de seus outros planos. Os
antigos jarls vampiros manipulam linhas de sucessão e
casamentos para garantir as descendências apropriadas, para
trazer mais aliados quando uma disputa irrompe, enquanto
estranhos são escrutinados por quaisquer potenciais
perturbações que possam causar. Quando os servos caem e a
Contenda se desenrola, círculos de irmãos e filhos são
assassinados, casas são queimadas e líderes de vilas são
depostos. Tal turbulência, claro, facilita para o vampiro
exercer controle pessoal e evitar escrutínio contra si. Não é
de se admirar, então, que muitos Einherjar Nórdicos
(especialmente as poucas mulheres, que devem trabalhar
através de manipulação oculta) mostrem habilidade para a
orquestração sangrenta que levantaria as sobrancelhas de
magistrados europeus em aprovação.
No entanto, os jarls vampíricos do norte não são todos
jogadores ocultos. As paixões são intensas entre os Nórdicos,
e mais ainda no seio dos imortais. Enquanto um Einherjar
pode arranjar uma Contenda para alcançar um objetivo
específico (derrubar um líder problemático ou destruir os
peões de um rival), um senhor­da­guerra está igualmente
propenso a empreender uma vingança pessoal contra outro
que o tenha insultado. Com o alcance do poder vampírico e
a assistência de aliados ligados pelo Juramento de Sangue,
tais recriminações são frequentemente rápidas e brutais.
Ainda assim, um círculo determinado de guerreiros mortais
que façam os preparativos e possuam equipamentos
adequados, pode resistir às intenções de um Einherjar. Tais
eventos podem até levar o vampiro a participar pessoalmente
da Contenda, em vez de apenas direcionar auxiliares e
lacaios. De fato, quando a situação ameaça sair de controle,
Capítulo Um: Cultura Viking

os senhores Nórdicos da noite tendem a intervir para dirigir
os assuntos pessoalmente, como convém à sua herança
guerreira. Fracos são os líderes que não confrontam seus
inimigos diretamente, brandindo o aço e com um desafio nos
lábios. Se uma disputa com um adversário — vampírico ou
não — ultrapassar o alcance de um jarl vampírico, esse
Einherjar pode muito bem vestir sua armadura e se preparar
para a batalha pessoal, indo diretamente ao coração do
problema, na casa do inimigo.
Preço do sangue
Como nas culturas germânicas e celtas, o assassinato na
Escandinávia pode ser pouco mais que uma transação
comercial. A vida de cada pessoa tem um certo valor
monetário, baseado na classe social e geralmente modificado
por circunstâncias, incluindo o número de parentes e homens
contratados que tanto os herdeiros quanto o assassino
poderiam facilmente convocar se resultasse em Contenda.
Esse preço do sangue, chamado wergild, geralmente é
estabelecido pela assembleia ou governante local quando o
caso é levado à sua atenção. Os herdeiros do falecido podem
aceitar o valor, ou recusar o pagamento e exigir outra
restituição, geralmente um duelo, Contenda ou que declarem
o banimento do assassino. Da mesma forma, o autor do crime
pode recusar pagar o wergild, embora a alternativa seja, quase
certamente, ser banido.
De fato, dependendo das circunstâncias, as exigências de
wergild surgem de lugares estranhos. Um wergild pode ser, e
muitas vezes é, exigido para homens mortos no campo de
batalha ou durante ataques Viking, se o seu assassino puder
ser identificado e houverem testemunhas suficientes para o
ato produzido. Pode­se até exigir wergild do hirð de um senhor;
tal pedido é válido e adequado — embora seja provavelmente
perdido em uma explosão de gargalhadas. Um peticionário
que faça tal demanda, é melhor estar preparado para
respaldar suas palavras com força, ou ser expulso do Salão
pela orelha.
Embora os wergilds variem de indivíduo para indivíduo e
de lugar para lugar, existem alguns princípios. Um cottar
norueguês, ou pequeno proprietário de terras, vale dois
marcos e meio de ouro, e um cidadão islandês vale 48 onças
Assassinato secreto
O assassinato é uma parte aceita da cultura Viking.
Sempre que os eventos do assassinato forem tornados públicos
imediatamente, o simples processo de “Contenda” e “preço
do sangue” assume o controle, e não há estigma social
particular (a menos que você encontre um parente do
falecido). Assassinato secreto, no entanto, é uma ofensa tão
terrível quanto ou até mais odiosa que o estupro. Ter seu
banimento declarado, o confisco de suas propriedades e o
exílio são o melhor que se pode esperar por alguém que
cometeu assassinato, mas posteriormente ocultou o ato. Ser
enforcado e deixado para os corvos é um outro destino
também provável. Esse tabu particular provavelmente será
um problema para os Einherjar Nórdicos, que podem não
ter escolha a não ser ocultar um assassinato cometido durante
o Frenesi, em vez de apresentar um cadáver ressecado para
inspeção da assembleia local.
Lobos do Mar

legais de prata (uma unidade de valor islandesa que tem
pouco a ver com prata, mas que totaliza cerca de 178 metros
quadrados de tecido caseiro). Um jarl de alto escalão pode
valer dez ou vinte marcos, enquanto um pequeno rei poderia
valer até várias centenas de marcos de ouro, embora estes
provavelmente seriam pagos, pelo menos parcialmente, em
gado e propriedades, em vez de dinheiro.
Holmganga e Einvigi
A Holmgang, ou duelo Nórdico, é uma maneira pela qual
disputas podem ser resolvidas na região escandinava.
Semelhante em muitos aspectos a um oráculo, a Holmgang é
uma forma de combate singular estritamente regulamentada.
Embora as especificidades variem de lugar para lugar,
geralmente envolve uma troca de golpes dentro de um
ambiente firmemente com área delineada, tornando­a um
pouco como Combate Irlandês, mais espadas ou machados. A
parte injustiçada tem primeiro o golpe, depois o acusado, e
assim sucessivamente até que um deles fique incapacitado ou
morto. Às vezes os combatentes usam armaduras, enquanto em
outras tradições, eles não usam nada, às vezes enquanto estão
manchados com suportar gordura. Em termos de jogo, estes
são basicamente ataques corpo­a­corpo dos quais o alvo não
pode se esquivar. Pelo fato dos golpes serem certeiros, sucessos
aumentam o dano.
O Einvigi, um costume relacionado, é uma forma
ilimitada de combate singular. Qualquer armadura e arma que
os oponentes desejem usar podem ser trazidos para o combate,
não há restrições rígidas, nem limitação de área de duelo, e não
há séries de golpes rigidamente prescritos. Esquivar, bloquear e
aparar são permitidos. O combate é, claro, até a morte.
Tanto a Holmganga quanto o Einvigi são ilegais na Islândia,
onde exercem uma influência desestabilizadora sobre o sistema
social na ausência de um governante local. Eles também são
restritos em vários graus entre a população escandinava em
geral, dependendo da força do governante local.
Ambos são usados principalmente para resolver disputas
de honra entre jarls e huskarls, cuja lealdade ao seu thegn proíbe
Contendas prolongadas. Eles também são restritos em vários
graus entre a população escandinava em geral, dependendo da
força do governante local. À medida que o Cristianismo se
espalha pela região e erode as liberdades historicamente
desfrutadas pelos indivíduos, sob as políticas centralizadoras de
feudalismo, a Holmgang e a Contenda se tornam igualmente
obsoletas. Os súditos de um senhor feudal não são seus
seguidores ou seu protetorado, mas seus bens móveis e
propriedades, e a liberdade indevida de envolver­se em
conflitos é um desperdício tanto dos recursos dele, quanto dos
recursos do Senhor (não esqueçamos daqueles valiosos
dízimos).
Banidos declarados
Ser declarado banido é geralmente o castigo legal
máximo na cultura Nórdica. Enquanto a servidão aguarda o
devedor destituído, seus laços familiares e a possibilidade de
manumissão podem torná­la incomum e superável. No
entanto, o banimento é algo que está além dos limites da lei.
Tal é a natureza da Contenda, que qualquer homem pode
matar um banido impunemente, e o banido não merece
wergild (embora isso não impeça o irmão biológico, sogro ou
homem contratado do banido morto de enfiar uma lança nas
costas do assassino, três meses depois).
A proclamação de banimento é tanto uma sentença de
exílio, quanto de morte. Como o ostracismo ou a rejeição, a
condição deixa um homem desprovido de proteção, em um
mundo hostil, cercado por inimigos. Muitos banidos fogem
para os ermos, tornando­se bandidos ou servos dos poderes
sombrios da floresta e do inverno. Outros fogem pelo
caminho das baleias, navegando para terras distantes e
buscando refúgio nas mesas de senhores famosos. Muitos
daqueles que fogem para outras terras são seguidos por
parentes e amigos vingativos.
Um homem declarado banido nunca mais se sentirá
completamente confortável, pois há sempre a chance de seu
passado alcançá­lo.
Para um vampiro, ser um banido resulta no status de
vargr — o Einherjar deve fugir de seu lar e encontrar meios de
subsistência em outro lugar. Isso não é difícil para um
vampiro já errante, mas um jarl bem­estabelecido pode se
encontrar em uma situação extremamente desconfortável se
o Althing decidir que suas ações merecem o status de
banido. Nesse caso, o vampiro tem pouca escolha: ele deve
partir em busca de uma nova comunidade para se alimentar,
ou arriscar conflito com toda a sua atual comunidade.
Embora um vampiro possa concebivelmente destruir toda a
oposição mortal, tal feito deixaria o Einherjar na
insustentável posição de não ter rebanho para se alimentar
— o que significa que a única solução real é partir em busca
de novas e melhores chances em outro lugar.

Contenda avançada
O curso normal de uma Contenda é de acusação,
assassinato e traição. Mas algumas Contendas,
particularmente aquelas que se tornam parte de lendas e
sagas, apresentam atos tão hediondos que possuem um tipo
de grandiosidade sombria. Como o RPG é um meio
dramático, esses atos são detalhados aqui. Qualquer um
deles pode terminar uma Contenda ou transformá­la em
material lendário.

A águia‐sangrenta
Visto como o insulto pessoal definitivo, a águia­
sangrenta (posteriormente chamada de anjo­sangrento) é
uma maneira de matar um homem de forma a transmitir
uma mensagem de profundo desgosto para seus amigos e
herdeiros. Após a vítima ser contida e colocada inerte, várias
de suas costelas superiores são cortadas de sua coluna. As
costelas são então afastadas pela força bruta. Os pulmões são
puxados através do buraco entre as costelas e a coluna e
dispostos nas costas da vítima como asas sangrentas — daí a
"águia­sangrenta". A águia­sangrenta é uma obra de um
açougueiro e considerada como assassinato a sangue­frio, e
requer não apenas força de vontade, mas também imensa
força física e um tempo considerável com o cadáver, sem ser
perturbado.
A “águia­sangrenta” não é um método popular de
matar, mas em grandes disputas muitas vezes desempenha
um papel proeminente. Além disso, cortar a águia é a
maneira adequada de um filho vingar a morte de seu pai.
Por exemplo, diz­se que em 865, os senhores Ivar, o
Desossado, Ubbi e Halfdan lideraram um grande exército
da Escandinávia e Irlanda para a Inglaterra para vingar a
morte de seu pai, Ragnar. Ragnar foi jogado em um poço de
víboras pelo Rei Ella de Nortumbria, e após derrotar
decisivamente o exército nortúmbrio, os filhos de Ragnar
cortaram a águia de sangue nas costas de Ella.
Claro, como os Cainitas são criaturas passionais e

Capítulo Um: Cultura Viking


 Cortando a águia‐sangrenta: Sistemas
O trabalho requer uma combinação prolongada de Destreza + Armas Brancas (Dificuldade 6) e Força + Atletismo
(Dificuldade 8). O menor número de sucessos é contado. Cada período requer quatro minutos, e o indivíduo cortando a
'águia' deve acumular nove sucessos para terminar a tarefa. Uma falha crítica deve ser interpretada conforme o Narrador
escolher — cortar a águia­sangrenta é um trabalho difícil e perigoso envolvendo muito sangue viscoso e facas afiadas. A
dificuldade deve ser aumentada se o ato ocorrer no escuro ou em silêncio. Vampiros famintos cortando a 'águia' devem
fazer testes contra a Virtude apropriada para evitar o Frenesi. Vampiros na maioria dos Caminhos, exceto o Via Diabolis
ou o Via Einherjar (vingando pais e Senhores caídos) terão que fazer testes de degeneração conforme suas bússolas
morais, se arriscando na prática de um ato tão hediondo e bestial.
Um vampiro que realmente sofra a águia­sangrenta recebe cinco níveis de dano agravado que não podem ser
absorvidos e perde cinco Pontos de Sangue (ou a totalidade de seu total de Pontos de Sangue, se tiver menos de cinco
Pontos de Sangue). Isso pode muito bem destruir um vampiro já ferido, mas mais humilhante ainda é a possibilidade de
sofrer tal ataque e ter que regenerar o dano. Como o vampiro está em grande angústia, até que o dano seja curado, ele é
incapaz de caçar por si mesmo ou mesmo se mover; conseguir sangue suficiente para curar é, portanto, problemático, no
mínimo. Um Einherjar deve ter vários amigos leais ou serviçais, se espera sobreviver à águia­sangrenta.

vingativas, os Einherjar escandinavos ainda mais, a águia­

sangrenta é o menor dos ultrajes infligidos a seus inimigos
Embora o insulto da águia­sangrenta certamente sirva para
iniciar uma rivalidade, um vampiro pode muito bem exercer
um reinado de terror cortando a águia de sangue em
qualquer um para contestar seu domínio. Mais revelador
ainda, um Einherjar pode realmente sobreviver tendo o corte
da águia­sangrenta nas costas; curar tais feridas leva muito
tempo e sangue, e qualquer oponente vampírico pode
encontrar o sol nascendo enquanto ele ainda está indefesa
por conta dos ferimentos sofridos…
Salão Flamejante
Nenhuma tradição é tão sagrada na saga e na lenda da
rivalidade como o incêndio doloso de Salões. Do lado de
fora do Salão, um único herói decidido a se vingar pode
lutar contra muitos homens enfrentando oponentes, um ou
dois de cada vez, enquanto eles saem tropeçando pela porta.
Presos no interior de um Salão, um bando de heróis pode ser
forçado a lutar em desvantagem, ao invés de abrir uma rota
de fuga pelo fogo e tomar fôlego. Claro, um Einherjar dentro
de um Salão Flamejante enfrenta alguns desafios únicos.

Lobos do Mar


 Combate e turnos em um Salão Flamejante
Quando o Salão é incendiado, a compressão de tempo se torna crítica. As ações começam a ocorrer em
"períodos", cada um com cinco turnos de duração. O primeiro período começa assim que as tochas são
colocadas sob os beirais. Qualquer um dormindo no Salão deve fazer um teste de Raciocínio + Prontidão
(Dificuldade 8) para acordar. Se o personagem estava bebendo, a dificuldade aumenta em dois. Os Einherjar
usam Percepção + Auspícios durante o dia, conforme as regras normais de despertar. Os personagens dentro do
Salão podem fazer um teste a cada período. A dificuldade do teste diminui 1 para cada período que passa, e
aqueles adormecidos devem acumular três sucessos para acordar plenamente o suficiente para agir (aqueles
com sono pesado devem acumular cinco). Não se pode gastar Força de Vontade nos testes até que o primeiro
sucesso seja obtido. Após os personagens acordarem, eles podem realizar uma ação por período. Os Narradores
devem enfatizar a fumaça e a confusão e limitar consideravelmente as ações que podem ser tomadas durante
um determinado período. Pegar armadura é uma ação, mas vesti­la é outra. Jogadores de personagens Einherjar
podem jogar uma vez por turno, como de costume, para despertar.
Jogadores cujos personagens desejam combater os incêndios devem realizar testes de Vigor + Atletismo
para fazê­lo. A dificuldade deste teste é igual a seis +1 para cada período que o incêndio estiver ocorrendo.
Aqueles que combatem o incêndio devem acumular sucessos iguais a três vezes o número de períodos que o
fogo estiver queimando, para extinguí­lo. Um teste pode ser feito, por personagem, a cada período, e um
número de personagens igual ao número de períodos que o fogo estiver queimando pode combater ativamente
o incêndio causado por uma fonte específica. Se álcool, água ou outros líquidos (penicos não esvaziados, etc.)
estiverem disponíveis para ajudar a combater o fogo, subtraia 2 da dificuldade dos testes de combate ao
incêndio, enquanto o líquido durar. Os Einherjar em um Salão Flamejante vão fazer testes de Rötschreck a cada
período, e tentar apagar incêndios com seus mantos vai aumentar significativamente a dificuldade desses testes.
Observe que as pessoas fora do Salão podem continuar a atear fogo nos beirais, enquanto os personagens
do lado de dentro combatem os incêndios. Pessoas dentro e fora do Salão também podem jogar jogos letais de
gato­e­rato, com lanças e espadas através do colmo, enquanto o processo de combate ao incêndio está
acontecendo. A dificuldade mínima para tais ataques é 8.
Após dez períodos de queima contínua, o Salão estará quente e esfumaçado o suficiente para que
personagens mortais comecem a fazer testes de Vigor, a menos que queiram respirar fundo e morrer
prontamente de inalação de fumaça. A dificuldade base para tais testes é 4, aumentando um a cada cinco
períodos após o primeiro. Personagens ativos devem tentar absorver três níveis de dano se quiserem resistir à
inalação de fumaça. Personagens conservando sua respiração devem tentar absorver um nível de dano.
Personagens que estão extremamente ativos (combatendo incêndios, abrindo buracos nas paredes, combatendo
na porta) devem tentar absorver três níveis a cada turno. Este dano por inalação de fumaça se cura rapidamente
(dentro de um dia ou dois), mas é letalmente incapacitante neste momento crucial.
Tentativas de abrir um buraco na parede, seja pela força ou usando ferramentas cortantes, exigem um
teste de Força + Atletismo ou Armas Brancas, dependendo, se mesas e baús ou machados e espadas estão sendo
usados. A dificuldade varia de 8 a 6, dependendo da adequação da ferramenta ao trabalho. Cinco sucessos ou
mais devem ser acumulados para abrir um buraco, e uma falha crítica provavelmente significa que uma viga em
chamas pesando várias centenas de quilos foi deslocada do teto e esmagou alguém (oops!). Se o arrombamento
for bem­sucedido, o buraco aberto é grande o suficiente para várias pessoas saírem de uma vez. Se um machado
ou espada for usado, apenas uma pessoa pode sair por vez.
Arrombar e cortar pelas paredes é, em grande parte, fútil, em Salões feitos de toras em vez de madeira.
Cortar o colmo requer testes de Força + Atletismo ou Armas Brancas, o que for maior, com uma dificuldade de
entre 6 e 8, dependendo da adequação. Três sucessos devem ser acumulados para abrir o buraco. Nos casos de
arrombamento e corte no teto, se os sucessos não forem todos acumulados em um único período, aqueles fora
do Salão podem reagir e esperar pelas vítimas saírem. Os Narradores devem se sentir livres para limitar ou
proibir tais tentativas de fuga após um determinado ponto, pois a estrutura está muito danificada para que se
aproximem das paredes laterais.
Se aqueles dentro tentarem lutar para sair, até três indivíduos (ou dois Garou na forma Crinos) podem
bloquear a porta do lado de fora, e geralmente apenas uma pessoa pode tentar sair por vez. Aqueles fora do
Salão têm iniciativa automática sobre aqueles que tentam lutar para sair na primeira rodada de ataques, e o
personagem tentando lutar para sair não pode se desviar de seus ataques. Pelo menos um daqueles esperando
na porta deve ser incapacitado ou afastado, momento em que qualquer um esperando atrás deles pode se
juntar à luta do lado de fora sem correr o risco. A partir desse ponto, a luta deve ser resolvida através do
sistema de combate regular do Storyteller, a menos que aqueles do Salão recuem para dentro e a porta seja
bloqueada novamente.

Capítulo Um: Cultura Viking


 A lista de heróis que morrem ou enfrentam um Salão
Flamejante é quase infinita. Njal, o herói de Njalssaga, morreu
queimado em seu Salão, e seu filho Skarp­Hedin morreu
defendendo a soleira da porta. Da mesma forma, no
Nibelungenlied, a penosa última resistência de Guther, Hagen e
Fokker, o Bardo, ficou ainda mais difícil com o fogo, embora
em virtude de serem heróis em um romance medieval, ao
invés de estarem uma verdadeira saga, eles resistam às chamas
e depois ainda matem várias centenas de homens.
O método padrão para incendiar Salões é esperar até
“tarde da noite”, nas rasas horas da madrugada, pouco antes
do amanhecer, quando todos lá dentro com certeza estarão
dormindo. Depois de um banquete é ainda melhor, quando o
Salão está com seus habitantes entorpecidos pela bebida e
mais difíceis de acordar, e as sentinelas, se houverem, também
estarão provavelmente bêbadas. Depois que quaisquer
sentinelas são assassinadas, tochas ardentes são atiradas ou
posicionadas sob os beirais, onde acendem a parte inferior da
palha seca que forra o teto do Salão. Aqueles que ateiam fogo
ao Salão ficam do lado de fora da entrada ou entradas com
espadas ou machados, esperando por habitantes cegos e
enfraquecidos pela fumaça e pelo fogo emergirem, um de
cada vez.
A menos que os habitantes acordem imediatamente e
lutem contra o fogo, o Salão está condenado. Como o
incêndio de um Salão é, muitas vezes, obra de vários
indivíduos trabalhando juntos, para colocar diversas tochas
sob os beirais de uma só vez, mesmo a resposta imediata pode
não ser suficiente. Se o fogo não puder ser debelado, começa
a carnificina.
Geralmente leva algum tempo antes que o Salão seja
consumido, pois as vigas de suporte de madeira queimam
lentamente, e mesmo que, por dentro a palha queime bem,
por fora, o Salão fica perpetuamente úmido. Se os habitantes
do Salão acordarem cedo o suficiente, eles pode ser que até
tenham tempo para vestir a armadura, antes de saírem do
Salão.
Seja qual for o caso, os habitantes devem lutar para
passar pela porta ou tentar fazer outra saída. Isso pode
envolver cortar a palha com uma faca, espada ou machado, ou
pode envolver pegar uma mesa e quebrar uma nova saída por
uma das paredes. Seja qual for o caso, para ter uma chance de
sucesso, a tentativa deve ser feita rapidamente, antes que as
vítimas fiquem demasiadamente fracas pela fumaça.
Incendiar Salões ao meio­dia é um dos métodos usados
regularmente pelos lupinos escandinavos para lidar com
inimigos Einherjar. Os Einherjar que querem viver em um
Salão, como um lorde, devem se esforçar para se tornarem
imunes a tais ataques, seja através do domínio de
Metamorfose ou através de alguma outra solução mais
inteligente. Hrothgar, o Bruto Gentil, filho de Ask Pé­
estranho, do sangue de Tzimisce, construiu seu Salão
encostado em um penhasco, de onde corria um límpido
córrego, da montanha. Não só a caverna atrás da cachoeira
fornecia um lugar seguro e úmido para dormir, como também
fornecia águas cristalinas para preparar sua cerveja thegn e
lavar as bandeiras depois dos banquetes canibais. Mais
notoriamente, serviu para combater os incêndios que o grupo
de guerra do lupino Grim Ulfsson começou em seu Salão até
que os homens de Grim perderam a paciência e entraram no
Salão, apenas para serem confrontado não apenas por
Hrothgar e seus huskarls szlachta, mas também pelos corpos de
seus Parentes.
Lobos do Mar

Vaticínio
Vaticínio é o termo usado para descrever magia
negra ou hostil nas sagas Nórdicas. Ainda que quase
sempre o termo seja empregado com conotações
negativas, nem sempre é o caso. Vaticinante é um
termo genérico para uma bruxa vulgar, e muitas
esposas vaticinantes são personagens que
desempenham papéis positivos nas sagas. Por outro
lado, as bruxas eram muitas vezes temidas como
formidáveis magas sombrias, e muitos pensavam que
elas se relacionavam intimamente com trolls e uma
variedade de outras criaturas desagradáveis.
Em termos de Mundo das Trevas, algumas
vaticinantes podem ser consideradas como Verbena
com Avatares Despertados. A maioria, no entanto, são
feiticeiras. Elas podem comprar as linhas: Locomoção;
Maldição; Adivinhação; Encantamento; Efêmera;
Fascinação; Cura; Conjurar Sombras; Transmorfose;
Invocar, Subjugar e Proteção (Material); Invocar,
Subjugar e Proteção (Daimônico); e Manipulação do
Clima. Desses, Maldição, Adivinhação, Fascinação,
Cura e Transmorfose são de longe as mais comumente
praticadas. Trolls invocados ou outras criaturas
semelhantes podem ser inventadas pelo Narrador a
partir da roupagem dada à sua história ou criadas com
a Trilha Taumatúrgica Rego Manes Infernal, da pág.
107 do Dark Ages Companion.
Feiticeiras que desejam vender suas almas por
poder, podem fazê­lo, se tornando consortes de trolls e
espíritos malignos para ganhar conhecimento mágico e
poder espiritual. Isso pode ser feito conforme
detalhado na pág. 83 de World of Darkness: Sorcerer.
As criaturas perversas do norte ensinam magia em
troca de favores sexuais ou da degradação espiritual da
alma da feiticeira. Ambos ou pactos menores estão
disponíveis. Enquanto a feiticeira escandinava
geralmente tem mais liberdade para usar seu poder do
que sua sombria contraparte medieval no Continente,
provavelmente seus mestres são significativamente mais
brutais e menos preocupados com a saúde e o bem­
estar de seus servos.
Conspirações a longo prazo e
magia Negra
Enquanto assassinato, Salões Flamejantes e a águia­
sangrenta são a essência da lenda da Contenda, são todas
soluções de curto prazo — adequado para o guerreiro Nórdico
de temperamento explosivo e braço forte. Mas nem todo
participante de uma Contenda é jovem e forte e está disposto
a agir de maneira tão visível. Mulheres e homens velhos ou
fracos, incapazes de resolver suas próprias Contendas,
rivalizam com os Einherjar mais velhos em sua habilidade de
encontrar substitutos para realizar suas tarefas sanguinárias.
Embora para a maioria desses problemas de longo prazo
tenham enredos bastante simplórios (tanto quanto qualquer
maquinação política que leva uma década ou mais para se
concretizar pode ser chamado simples) e não são melhores
que o trabalho de um mera Ancilla, outros são de caráter
diabólico, tanto em sua inteligência quanto em sua poesia.
Muitas são as quedas arquitetadas por alguém com paciência
o suficiente para ter filhos que vão vingar seu marido caído,
muitas vezes gerado pelo assassino do marido, para tornar a
ironia mais deliciosa.
Nem todas as conspirações obscuras se limitam a
assuntos políticos. Os Nórdicos não são estranhos aos
poderes das trevas, e as bruxas e as trevas são muito temidas
nas terras nevadas da Escandinávia.
Chame­os de Trolls, Alfares Sombrios, Demônios,
Espectros ou Flagelos como quiser, aqueles que se associam
às forças do mal são temidos por todos os homens de bem,
pelo estrago que trazem à terra e pela ajuda que dão para
aproximar o dia do Fimbulwinter com seus atos antinaturais.
A magia negra das bruxas e feiticeiras pode assumir muitas
formas. Pode ser sutil, como maldições que trazem prejuízo
nas colheitas, doenças no gado, enfermidades debilitantes e
pragas. Outras vezes, é flagrante, como na saga do Rei Hrolf.
Poderosas magas negras, ao contrário daquelas que são
apenas perversas ou gananciosas e astutas o suficiente para
aprender algo da arte sombria, dispõem de magias
formidáveis, e muitos são os heróis abatidos pelas
maquinações de um maléfico feitiço. Uma verdadeira
feiticeira poderia mudar de pele, conjurar trolls ou chamá­los
das florestas e montanhas, invocar os mortos profanos,
conversar com espíritos malignos, aprisionar as mentes dos
homens ou causar uma variedade de outras desgraças.
Runas
Para os Vikings, a escrita — de fato, o próprio ato de
registrar a sabedoria para uso futuro — é mística. Ao
entender os símbolos, alguém consegue ter noções sobre o
passado e o futuro. Com o poder da escrita, os devidamente
treinados podem ler e aprender o que os ignorantes não
conseguem. O que poderia ser mais mágico?
As Runas, os símbolos da escrita, são mais do que letras
para os Vikings. Runas são presságios, sinais e portadoras de
poder místico. Uma Runa pode ser um som, mas a natureza
da Runa, como símbolo, também significa que ela pode ser
muito mais. Ao marcar algo com Runas, o Nórdico
estabelece uma conexão entre a Runa e o objeto marcado;
isso significa que a Runa associa seu poder ao alvo. Assim,
batizar um recipiente de bebida ou uma lança lhe dá um
caráter lendário, mas gravar Runas em tal objeto o investe de
verdadeiro poder.
Claro, os Nórdicos vivem em uma sociedade de
sacrifícios e existência dolorosa. As Runas não são exceção a
essa fórmula: a descoberta delas e de seu poder é uma
provação exaustiva, não um simples processo de
aprendizado. O próprio Oðin não soube das Runas até que,
segundo a lenda, se pregou a uma árvore por nove dias com
sua própria lança, finalmente obtendo visões, através da dor
de se sacrificar. Para os homens, as Runas vêm em visões,
sussurros de sabedoria divina ou através de aprendizado
árduo. Qualquer homem pode riscar algumas Runas em
uma mesa com uma faca, deixando um nome ou um rabisco;
a verdadeira força das Runas, as impressões internas que
unem Runa e poder, são domínio dos poucos aprendizes que
arriscam suas vidas e sanidade por elas.
Entre os vampiros, as Runas também são símbolos de
grande poder. No entanto, as associações que as Runas
mantêm são o dom do conhecimento de Oðin para os
homens. Até mesmo os sábios em Runas descobrem que os
caracteres têm pouco poder para os não­vivos. Para
desbloquear o poder das Runas, os Einherjar devem usar o

Capítulo Um: Cultura Viking


poder dado a eles por Oðin: o poder de seu sangue. Fazendo
um sacrifício de sangue a Oðin, os Einherjar que conhecem os
segredos das Runas podem desbloquear seus poderes mais
uma vez, mesmo que por breve tempo.
(Veja pág. 76 para mais detalhes sobre a magia das Runas
usada pelos vampiros.)
Seja forjada por um homem ou um monstro, as Runas
são ferramentas para empoderar e proteger. Moldar uma
Runa não é uma questão breve; é um ritual de artesanato que
exige toda a atenção e a alma do artesão. Através deste
cuidado minucioso, a Runa adquire seu poder. Colocada
num escudo, a Runa protege contra golpes; na carne,
acelera a cura; em um corno de hidromel, resguarda contra
veneno; em um osso, a Runa convoca os mortos a falar.
Cada Runa tem poderes específicos e, combinadas,
invocam magias ainda maiores. O criador deve estar sempre
atento, para que o poder da Runa não se desvie da sua
função primordial.

Fehu Uruz Thurisaz Ansuz Raido Kano Gebo

Posses Força Portal Sinais Jornada Abertura Parceria

Wunjo Hagalz Nauthiz Isa Jera Eihwaz Perth

Alegria Disrupção Constrição Imobilidade Colheita Defesa Iniciação

Algiz Sowelu Teiwaz Berkana Ehwaz Mannaz

Proteção Completude Guerreiro Crescimento Movimento Eu mesmo

Laguz Inguz Othila Dagaz

Fluxo Fertilidade Separação Rompimento

Lobos do Mar


Sexo, casamento e
divórcio
casamento e divórcio
O casamento no mundo Viking é teoricamente um
assunto arranjado entre o futuro marido e o guardião da
mulher, geralmente seu pai ou seu irmão mais bem­sucedido
(se o pai estiver morto ou não for bem­sucedido). O noivado
é muito mais um acordo de negócios, no qual o pai ou
irmão deve proteger os interesses da mulher, tanto
financeira, quanto socialmente. Como ser recusado pode ser
interpretado como um insulto à honra do pretendente (e,
portanto, motivo para uma disputa), frequentemente um
terceiro representa o pretendente nas negociações. Este
representante é geralmente um parente masculino ou amigo
próximo de alta posição, que vai até os protetores da mulher
para defender a causa do pretendente. Desta forma, o
acordo pode ser intermediado, sem que envolvam emoções,
evitando a possibilidade de um pretendente rejeitado
recorrer à violência, para compensar ofensas contra sua
pessoa.
Note­se a ênfase no caráter teórico do casamento
arranjado escandinavo. Dependendo do status social, do
número de pretendentes, da força de vontade da mulher e
da política familiar e situação econômica do momento,
mulheres podem e recusam pretendentes. Elas fazem isso
por razões não desconhecidas para mulheres de nossa
própria época; pretendentes com a combinação errada de
estupidez, feiura, pobreza e grosseria podem ter dificuldade
em encontrar parceiras, embora na Escandinávia,
certamente não falte a escalada social através do casamento.
Além disso, a sociedade Nórdica impõe irrisória penalidade
social à bastardia. Uma mulher em uma posição social
confortável pode simplesmente escolher não se casar, ter
filhos com um ou mais amantes e criá­los com a ajuda de
seus irmãos. Deve­se notar que ter muitos irmãos ou
homens contratados é uma grande vantagem para esse estilo
de vida, já que relacionamentos que terminam mal podem
escalar para Salões queimados e águias­sangrentas em muito
pouco tempo.
Geralmente, mulheres Nórdicas também têm um
grande poder pessoal. Em conjunto com seus irmãos,
amantes ou homens contratados, uma mulher pode exercer
tanto poder social e político quanto um homem de estatura
equivalente, embora um casamento conveniente com uma
figura decorativa, muitas vezes, ajude a acalmar os egos
masculinos. Como é típico para mulheres em sociedades
com papéis sexuais fortemente bifurcados, mulheres
escandinavas controlam as finanças e os assuntos internos
de suas casas. Para a esposa de um camponês, isso pode
significar manter a casa em condições habitáveis, enquanto
o marido trabalha na fazenda, pesca ou caça. Isso não é uma
tarefa pequena — mesmo sem as responsabilidades de cuidar
de crianças, manter um lar medieval é um trabalho de
proporções hercúleas. Se o marido tem uma posição mais
elevada, espera­se (e ela é treinada para tal) que ela cuide do
Salão e gerencie os assuntos, incluindo homens contratados
e servos.
Mulheres podem possuir propriedades. Embora seja
muito incomum, não há nada que impeça uma viúva ou
mulher solteira de participar da assembleia, se ela conseguir
reunir homens suficientes para dar peso à sua voz. Além
disso, mulheres que conquistaram proeza através da guerra
ou astúcia são respeitadas, e embora tecnicamente sejam
proibidas de falar por si nas assembleias, é simples organizar
para que um homem auxilie na elaboração de metas e
estratégias.
Divórcio de maridos inadequados está longe de ser algo
desconhecido. Inadequações que vão desde impotência e
maus­tratos até a pobreza pura e simples são motivos para
divórcio. Dependendo das especificidades do divórcio (o
status do dote e do preço da noiva, a idade do casamento e
quais bombas específicas desencadearam a separação), o
divórcio pode ser um assunto de grande peso. A mulher
deixa o marido e vai para a casa de um parente, e ou se
estabelece ou começa a procurar novos pretendentes. Claro,
nas circunstâncias erradas, um divórcio pode resultar em
uma disputa épica, com parentes e amigos de todos os lados
sendo arrastados para o turbilhão de derramamento de
sangue, por um dote ou preço da noiva particularmente
atraente.
Sexo
"O mais frequentemente possível" descreve melhor a
atitude Nórdica em relação ao sexo. Seduções, tanto por
homens, quanto por mulheres, representam uma
porcentagem significativa das disputas nas sagas. Da mesma
forma, muito dos conselhos que Oðin dá no Hævamæl estão
diretamente relacionados ao sexo, sedução e adultério. Os
Nórdicos são tão explícitos sobre sexo, quanto sobre
qualquer outro assunto. O único verdadeiro tabu sexual
(além dos óbvios, como a bestialidade e o incesto) era contra
um homem "fazer o papel da mulher". Isso não é algo
inesperado em uma sociedade tão implacavelmente
masculina quanto a cultura Nórdica na era Viking, e forma
a base de muitos insultos. Feiticeiros masculinos também
eram considerados, em muitos casos, como tendo aprendido
suas artes com um troll em troca de assumir um papel
homossexual passivo. Loki assume um papel feminino para
dar à luz Sleipnir, e diz­se que Oðin se vestiu de mulher para
aprender feitiçaria.
Além do tabu contra a homossexualidade passiva para
machos agressivos, tudo é permitido. Homens Nórdicos
mantêm servas femininas para fins sexuais, e homens
islandeses abertamente mantêm concubinas até muito
depois da catequização. A prática é bem aceita, e filhos de
concubinas são reconhecidos e têm tantas chances de
herança quanto qualquer outro. As façanhas das mulheres
são um pouco menos registradas, mas dado o número de
homens em sagas, que seduzem a mulher de um Salão ou
que rejeitam tentativas de sedução, podemos supor que as
mulheres participam de um regime frenético de atividade
sexual similar. Claro, um único erro de cálculo pode resultar
em uma disputa, mas as coisas boas da vida nunca vêm sem
um risco envolvido.
Religião
Os Nórdicos são tão práticos sobre sua religião, quanto
sobre tudo o mais que fazem. Embora, por parte dos
escandinavos mais devotos, haja uma grande oposição à
catequização e à expansão do Cristianismo, o conceito geral
de religião e seu lugar no mundo Nórdico são
suficientemente diferentes para merecer alguma discussão.
Capítulo Um: Cultura Viking

 Na crença Nórdica, o mundo foi construído a partir dos
ossos de Ymir, um gigante criado pelas interações de
Niflheim, o lugar do frio congelante, e Muspelheim, o lugar
das chamas ardentes. Do calor e da matéria do corpo de Ymir
nasceram os trolls e os jotuns. Da lambida da vaca de Ymir
nasceram Oðin, Hoenir e Lodur. Eles mataram Ymir, e dele
fizeram o mundo: o solo de sua carne, as montanhas de seus
ossos. Sobre toda a sua criação, eles colocaram seu crânio para
protegê­la do calor de Muspelheim. Eles fizeram o sol e a lua,
e do cabelo de Ymir vieram as florestas e vales.
Apesar deste início um tanto pitoresco, a religião
Nórdica não tem um caráter consolador, nem seus deuses são
onipotentes, imortais ou mesmo eternos. Os Æsir são os
defensores e guardiões do Midgardð contra um cosmos hostil
de trolls e jotuns, mas também são quase inteiramente
humanos, cheios de luxúria, raiva e ganância mesquinha.
Alguns deles, como Oðin, são quase tão perigosos quanto os
seres que protegem o homem. Alguns deles, como Loki, são
piores.
Embora os Æsir sejam numerosos e acima de tudo
prolíficos, nem todos recebem grande adoração — muitos
deles são simplesmente figuras em histórias sobre os deuses.
Esses deuses menores são objetos de adoração ocasional, se
houver. Os deuses mais frequentemente venerados (ou
homenageados) são Oðin, Þonar e Freyr.
Lobos do Mar

Odin
Oðin, o deus do céu que chamamos de Odin, tem muitas
lamentações. Ele foi chamado de Sapientíssimo, Altíssimo,
Vencedor­das­Runas, Deus­de­um­olho­só­dos­homens. No
entanto, ele também era Arremessador­da­lança, Artífice do
mal, Alegre­na­guerra, Corvo­glutão, Necromante, Senhor dos
Mortos. Oðin é o único dos Æsir que almeja sacrifício
humano. Talvez uma figura tão sinistra quanto um defensor do
homem possa ser, Oðin é melhor descrito como um diabo cuja
maldade trabalha em favor da humanidade. Uma força
distante, mas frequentemente presente na queda de grandes
homens, Oðin é um deus de reis e de últimos recursos, bem
como o patrono dos necromantes e das bruxas.
Os sacrifícios para Oðin são pendurados, pelo pescoço,
em árvores ou dentro de santuários consagrados. Lá eles são
deixados para os corvos, o animal sagrado de Oðin, bicarem.
Servos são geralmente sacrificados, embora um homem
considerado culpado de assassinato secreto ou um rei que
trouxe ruína a seu povo possa ser usado, em vez disso. No
entanto, muitos escandinavos desaprovam a tributo de sangue
a Oðin, e tal recusa, em parte, provocou a queda do Rei Hrolf
da Dinamarca.
Einherjar escandinavos prestam homenagem especial a
Oðin. Como o senhor dos mortos e detentor dos ritos de
sangue, ele é visto como a fonte do vampirismo. De fato, muitos
vampiros Nórdicos rejeitam as lendas de Caim, referindo­se a si
como o "prole de Oðin". Os rituais de sangue de Oðin são um
excelente banquete entre os vampiros que participam, e muitos
vampiros Vikings até se fazem conhecidos e exigem homenagem,
apresentando­se como servos abençoados de Oðin.
Þonar
Þonar, a quem chamamos Thor, é um deus do céu como
Oðin. O deus do trovão é companheiro constante de Oðin em
suas viagens pelo Midgardð, e o mais poderoso guerreiro dos
Æsir. Um dos deuses mais populares, Þonar é o verdadeiro
protetor do homem contra colheitas ruins, doenças, espíritos
malignos e (em abstrato) trolls e jotuns. Especialmente popular
na Islândia, o símbolo de Þonar é o Martelo de Þonar em forma
de T. Também, o sinal de dois­dedos­e­polegar contra o mau­
olhado é conhecido no norte como o Martelo de Þonar.
Þonar é temperamental, com cabelos vermelhos espessos e
uma grande barba vermelha e desgrenhada. Ele está sempre
em movimento, viajando pelos céus em uma carroça puxada
por duas cabras. No entanto, basta os Æsir chamarem­no, e ele
aparece como um relâmpago, pronto para lutar contra os
inimigos dos deuses. O som do trovão e o lampejo do
relâmpago são o seu martelo, Mjölnir, atingindo os inimigos do
homem.
Freyr
Freyr é um dos Vaníres, uma raça de deuses muito mais
gentil do que os sombrios e belicosos Æsir que os suplantaram.
Freyr e sua irmã Freyja são os Vanires mais adorados entre os
deuses Nórdicos. Como Þonar, Freyr é um deus, da fertilidade.
Diferente de Þonar, Freyr está longe de ser belicoso. Freyr não é
o relâmpago e o trovão das tempestades de primavera,
quebrando o gelo do inverno, mas o sol gentil que traz o novo
crescimento e descongela a terra com carícias quentes.
Freyr deu sua espada dourada no cortejo de Gerd, e só
lhe restam seu javali dourado e seus chifres. Sem armas, ele
está fadado a ser morto por Surt, senhor dos demônios de
fogo, no dia de Ragnarök. Como todos os deuses da fertilidade
de seu tipo, Freyr é enormemente dotado. Os agricultores
prestam homenagem a Freyr, e ele é o deus com o qual aqueles
da Europa continental que praticam a Velha Religião se
identificam intimamente.
Os deuses e o destino
A visão Nórdica do universo é uma trama estranha e
confusa, cheia de contradições e lendas meio­lembradas, crenças
sobrepostas e influências posteriores, que tentam tornar a
religião competitiva com o Cristianismo. Mas o fio que corre
quase sem interrupção pelo corpus da mitologia escandinava é a
visão Nórdica, sombria e estóica, da vida e a preeminência do
destino, ou weird, nos assuntos dos homens. A vida é um
trabalho e um sofrimento, uma existência frequentemente
marcada pela miséria, na qual os bons momentos são breves,
como lampejos brilhantes na escuridão. O Hævamæl adverte:
"Campos e rebanhos tinham os filhos de Fitiung, que agora
carregam tigelas de esmola: a riqueza pode desaparecer num
piscar de olhos, o ouro é o mais falso dos amigos." Nenhuma
sorte pode proteger um homem contra o destino cruel. Isso
pode parecer uma perspectiva sombria, mas leve em
consideração os aspectos da vida na Escandinávia medieval.
Mesmo o senhor mais rico pode se tornar um servo
Capítulo Um: Cultura Viking


A Fé‐Verdadeira e os Nórdicos
Para o Nórdico comum, os deuses são objetos de
medo e veneração. Eles são distantes, conduzindo seus
próprios negócios fora do alcance dos homens em
Midgard, os visitando apenas quando eventos de grande
porte ou o tédio, chamam sua atenção para o mundo
mortal. Os Aesíres e os Vaníres têm pouco a ver com a vida
cotidiana; eles são guerreiros atrozes e sanguinários a serem
aplacados e emulados em batalha. O escandinavo
pragmático tenta evitar a atenção dos deuses, buscando seu
favor volátil por meio de grandes feitos, mas apenas
quando necessário.
Isso não quer dizer que a Fé­Verdadeira esteja ausente
entre os Nórdicos. No entanto, seus deuses não são o tipo
de deuses aos quais se atribui normalmente as operações
cotidianas do universo. Para os escandinavos, os deuses são
tão sujeitos aos caprichos e variações do universo quanto
outros homens. Até mesmo os deuses não podem ir contra
o destino, como decretado pelas Nornas; um homem deve
aceitar esse destino. Cada homem faz sua própria sorte;
confiar plenamente nos deuses é estar sujeito aos seus
caprichos caoticamente poderosos e iras. Apenas o mais
devoto e temerário dos guerreiros dedicaria sua vida à
vontade dos deuses.
Ainda assim, para aqueles que são tocados pelos
caminhos da espiritualidade, o mundo está cheio de magia.
Com a segunda visão, um Nórdico pode ver e falar com
espíritos e ler as linhas do destino das Nornas. Até os
próprios deuses devem reconhecer as verdades faladas por
um homem com a segunda visão. As mãos dos deuses e
dos espíritos são evidentes em todos os lugares, para
alguém tocado com a percepção dos funcionamentos de
Midgard. No entanto, o conhecimento prévio da segunda
visão é tanto uma maldição quanto uma bênção; tal
homem vê seu próprio destino, a morte que é predita pelo
Destino e que não pode ser evitada.
Ao construir um personagem com Fé­Verdadeira,
lembre­se também que os Nórdicos são politeístas. Os Fiéis
entre eles reverenciam e temem todas as divindades, não
apenas as individuais. Um viking pode prestar homenagem
a um patrono particular acima dos outros, mas todos os
deuses são considerados reais pelos fervorosos devotados.
por conta de colheitas ruins, incêndio no Salão, azar na
batalha ou infortúnio em viagem ao exterior. Enquanto a
perspectiva austera Nórdica sobre o mundo está longe de ser
alegre, ela é também uma reação completamente natural às
condições sob as quais os Nórdicos vivem.
Nem os deuses são imunes ao poder do destino. O
Völuspá e o Engano de Gylfi detalham amplamente a
destruição do mundo e o fim dos Æsir. As coisas que são
profetizadas não são possibilidades remotas, mas
predestinadas. Por isso, a habilidade oracular é
frequentemente considerada tanto uma bênção, quanto uma
maldição. Embora um clarividente possa ser sábio quanto aos
caminhos para o futuro, não é uma habilidade que se possa
Lobos do Mar

usar em alguns momentos e não em outros. Sombria é a vida
do clarividente, pois ele pode ver o eventual fim que se
esconde por trás do rosto de todas as coisas vitais. Ainda
assim, o clarividente é respeitado, pois sua sabedoria e
percepção desvendam o véu da obscuridade, para revelar os
fios das Nornas. Até mesmo vampiros entre os Nórdicos
atendem às palavras dos clarividentes. Quando o destino
decreta que a vida de um homem acabe, mas seu corpo
continue, a trama sombria no tear das Nornas continua sem
cessar; a urdidura e a trama do tempo ainda puxam o
afterganger, de maneiras surpreendentes reveladas apenas aos
poucos dotados.
A aceitação de um destino predestinado no fim da
história é um tema que se tornará preeminente na mitologia
Einherjar da Gehenna. O que causa isso? São as palavras do
Altíssimo, de seu refúgio no templo de Uppsala, profetizando
o fim dos Filhos de Caim, mal­interpretadas e tomadas como
as palavras de Oðin prevendo o fim dos deuses? Ou são nada
mais do que um sincretismo mitológico, que nos traz mais
um dia do juízo final predestinado, quando o mundo será
desfeito? Só o tempo dirá.
Dado o seu olhar fatalista, não é surpreendente que os
escandinavos encontrem a transição para o vampirismo sem
perturbação. Os homens e mulheres da Europa,
aterrorizados pela condenação e fervorosos crentes nos
demônios e infernos do Cristianismo, encontram­se lançados
em uma existência de pesadelo, de servidão ao diabo e ao
Frenesi de sangue, após o Abraço. Não é assim com os
Nórdicos. Einherjar escandinavos aceitam de coração sua
condição, vendo o dom da não­vida como uma dádiva de
Oðin. O guerreiro poderoso bebe o sangue de seus inimigos e
assim absorve a força deles; a juventude eterna, o vigor e
poder para lutar no Ragnarök, são recompensas por uma vida
de valor e distinção. A Besta é pouco mais do que a fúria
frenética do berserk, ou assim muitos Einherjar Nórdicos
acreditam. Se o destino traz a um homem a honra singular
de juntar­se à prole de Oðin, esse homem deve aceitar sua
glória — desviar dos caminhos do destino é um curso letal,
mesmo para os já falecidos.
A pós‐vida
Se os seguidores da religião Nórdica veem a vida como
um lugar sombrio, certamente eles não buscam alívio na vida
após a morte. Na melhor das hipóteses, em muitos aspectos,
a crença Nórdica na pós­vida é superficial. Enquanto
menções dos mortos indo para o Salão de Hel ou Valhalla são
comuns, em muitos casos parecem não ser mais do que
metáforas para "uma morte natural" ou "morte em batalha".
O quanto o falante realmente acredita na realidade da pós­
vida e é uma questão em aberto. Certamente, aqueles que
preparam seus parentes para o descanso com todas as
ferramentas que eles precisariam para seguirem na pós­vida,
estão fazendo muito mais do que apenas aceitando a morte
dos seus. Mulheres são sepultadas com suas roupas, agulhas e
rocas de tear, os fazendeiros com suas enxadas, mercadores
com suas balanças e mercadorias. Reservados para os chefes
de guerra são os enterros mais gloriosos de todos. Navios
inteiros são descomissionados, e a cota de malha do chefe,
sua espada e escudo, seus cães, seus falcões e, às vezes, um
escravo que lhe agradava, são enterrados com ele.
Para aqueles que estudam contos de existência após a
morte, os mitos Vikings pintam um quadro sombrio. A pós­
vida Nórdica é, de muitas maneiras, semelhante à dos
primeiros gregos e romanos.
Os poucos afortunados morrem em batalha e o
Altíssimo ou suas servas, as Walquírias, notam sua bravura.
Para eles o Valhalla está reservado, o Salão em Æsirgarð onde
os guerreiros escolhidos de Oðin festejam e aguardam o
Último Dia. Para o resto, apenas a miséria e o Salão de Hel,
em Niflheim, esperam. O Salão de Hel é um lugar frio,
escuro, sem conforto ou alívio. É um lugar dos mortos, sem
tentativas de recompensa ou punição. Para os
verdadeiramente perversos ou azarados, aguarda uma descida
ao labirinto nas raízes da Árvore do Mundo, para serem
devorados na escuridão, onde o dragão Nidhogg rói
eternamente. Os mortos Nórdicos, como os da Grécia e
Roma antigas, encontram as Terras Sombrias de Stygia,
exatamente como esperavam.
Cultos
Os deuses Nórdicos são adorados em festivais, em vez de
em celebrações e rituais regulares, sendo que os reis e os chefes
compõem a maior parte de seu clero. O jarl ou rei não é
apenas o líder político de seu povo, mas também seu líder
espiritual. Em seus ombros repousa o fardo das atividades
cerimoniais necessárias para aplacar o invisível. Não há uma
estrutura ou hierarquia abrangente na prática Nórdica.
Embora existam santuários e templos, alguns até grandes o
suficiente para sustentar sacerdotes em tempo integral, a
maioria dos locais sagrados é mantida às custas desse ou
daquele jarl ou chefe de guerra. Os deuses Nórdicos esperam
que seus seguidores não sejam devotos, nem pios, e enquanto
ofertas são feitas em espírito de gratidão ou exaltação, não há
tradição de dízimo pela piedade. Embora muitos homens
venham a se destacar na defesa de sua fé e de seu modo de
vida, contra o fraco e morto Cristo do sul, o curso usual da
vida Nórdica não é repleto do que se chamaria de
espiritualidade.
Ofertas aos deuses Nórdicos são inevitavelmente práticas.
Os animais mais velhos são sacrificados, e se não houver
animais idosos disponíveis, um acordo é feito com os deuses
para adiar o sacrifício até que um animal não lhes seja mais
útil. A carne do sacrifício é (claro) comida. Servos sacrificados
a Oðin também são velhos ou menos úteis de alguma outra
forma. Objetos oferecidos em sacrifício e bens funerários são
bem reais, no entanto, embora os navios usados para os
enterros em vez de cremação sejam frequentemente réplicas
menores de drakkares reais. Objetos sacrificados aos deuses são
enterrados ou lançados na água, às vezes depois de serem
dobrados, quebrados ou de outra forma tornados sem valor.
Vampiros fazem bom uso das ofertas e sacrifícios feitos
aos deuses Nórdicos. Às vezes, os ímpios até imitam os
próprios deuses, exigindo homenagem e tesouro, mas mais
comumente um Einherjar local participa do sacrifício de
maneira semelhante aos adoradores. Assim, se os Nórdicos
sacrificarem um bode e comerem sua carne, o vampiro pode
muito bem drenar o sangue do animal, para seu próprio
consumo. Einherjar menos escrupulosos e piedosos roubam os
tesouros que são enterrados ou lançados ao mar. Os vampiros
Nórdicos virtuosos, porém, não interferem na vontade dos
deuses e, em vez disso, fazem sacrifícios próprios. Sangue,
prata e servos são todos aceitos como sacrifícios usuais. Entre
os Einherjar verdadeiramente devotos (alguns diriam insanos),
é até costume Abraçar jovens homens e mulheres de bravura e,
em seguida, decapitá­los para que possam ir diretamente para
Valhalla, para batalhar junto de guerreiros de eras passadas.
Lendas vampíricas
Ouça as palavras de Hasteinn Mordedor­de­Fígado
enquanto ele relata a Saga do Sangue:
"Escutem bem, minha prole, pois estas são as palavras
transmitidas a cada um dos Einherjar. De Canarl a seus huskarls e
assim, a todos os Einherjar, este conto chegar.
No início, na escuridão do Vazio, Oðin e os Æsir nasceram
dos gigantes e dos deuses antigos. Matando Ymir e tomando
Æsirgarð como seu lar, os Æsir governaram sobre Valhalla, o Salão
dos valentes, na terra além do reino mortal. Muitas e variadas
eram as criaturas que viviam além de Miðgarð: os alfar, os dverges,
os trolls e os jotuns; de tempos em tempos, esses seres lidavam ou
entravam em conflito com os deuses, e em dias estranhos vinham a
Miðgarð, para se envolver nos trabalhos dos homens.
Oðin­Caolho, senhor dos mortos e necromante, veio a
Miðgarð com suas Walquírias para encontrar guerreiros de valor.
Entre os mortos, eles escolhiam e selecionavam, levando os mais
habilidosos e corajosos para ficarem em Valhalla, lá para festejar e
lutar até que o Ragnarök viesse reivindicar os deuses e sacudir o
mundo. Com a lança e as Runas, Oðin caminhava pelos campos
dos moribundos, buscando os guerreiros que resistiriam aos jotuns e
forjariam o destino do novo mundo, após o fim de Miðgarð.
Nos campos de uma terrível batalha, Oðin encontrou um
guerreiro de grande força e tenacidade. Por sua fúria, expulso por
sua família, este berserker reuniu em torno de si um leal grupo de
huskarls que compartilhavam seus destinos e lutavam com ele em
todas as coisas. Mas, ferido pela guerra, abatido pela mágica
maligna e pelos golpes decisivos, eles foram espalhados, mortos,
pelos campos de batalha, onde o sangue manchava a terra como
ferro vermelho. Apenas o berserker solitário ainda vivia, seu corpo
proscrito se recusando atender ao chamado do chifre de Heimdall.
Por sua vitalidade e habilidade, Oðin marcou o guerreiro
moribundo; aproximando­se do homem, como um ladrão buscando
bens no campo de batalha, ele sussurrou para o espírito do homem
moribundo, perguntando seu nome, para que pudesse endereçá­lo
em Valhalla.
'Canarl, é como me reconhecem', ofegou o banido, 'Chamado
de Bastardo, pois minha família me renegou. Lutei em muitos
campos de batalha desde então, mas pela marca de Runa na
minha testa, nunca posso morrer.'
Oðin olhou para a cabeça do homem e viu ali a marca, e
soube que suas palavras eram verdadeiras. Então, com visão de seu
único olho, Oðin leu os fios do destino e lançou a sorte de Canarl.
'Como sua bravura resiste à morte, assim você resistirá aos
estragos do tempo. Sua habilidade é poderosa, mas pela minha mão
será mais poderosa ainda. Seu sangue derramado neste campo tornará
a terra vermelha; vou transformar meu sangue para você, e através dele
você conhecerá minha força. Seja forte o vigor de suas pernas! Seja
poderoso o seu aperto em sua lança! Pela marca de Runa, você nunca
será tocado pela idade: pelas artes da guerra você governará.'
Enquanto Oðin falava, ele abaixou sua lança para enfrentar
Canarl, e da ponta de Gungnir escorreu o sangue vermelho e brilhante
do deus.
Três gotas caíram sobre os lábios de Canarl, e ele foi tomado
pelo transe de batalha; seu corpo se contorceu e seus pulmões
sufocaram, e ele morreu mas ainda vivia.
Capítulo Um: Cultura Viking

 Com os poderosos pronunciamentos do destino e o poder de seu
sangue, Oðin deu a Canarl a eternidade, mas o destino exigiu
satisfação. O olho de Oðin olhou novamente para os caminhos do
futuro e ele entoou as demandas das Nornas.
'Com este pacto secretamente feito, você deve sempre se
esconder da descoberta, e assim você deve fugir da luz do sol e do
fogo. Nenhuma carne contém a potência para sustentá­lo, nenhum
hidromel pode intoxicá­lo; apenas o sangue dos homens trará calor
ao seu peito. Do sangue vital dos fortes é multiplicada sua potência.
Sangue você derramou, e mais sangue ainda derramará; e apenas
aproximando­se mais do meu sangue, você e sua casa conhecerão a
grandeza.'
Finalmente, Oðin falou uma última vez, desta vez lentamente
e com deliberação, dizendo, 'Mas se você desprezar os caminhos da
guerra, se você assumir o manto dos Vaníres, então você ficará de
lado deles nas noites finais; deixe de lado a lança e o machado e
você não conhecerá paz entre seus irmãos, mas encontrará a paz de
Vanaheim. Nas palavras dos Vaníres você sobreviverá com os gentis,
enquanto os guerreiros conhecerão glória e morte no Ragnarök.'
Oðin se afastou de Canarl, ergueu sua lança e chamou seus
corvos. Canarl levantou­se do chão, e à sua esquerda ele colocou
suas feridas na boca de Ivar, seu thegn, que então se levantou; e à
sua direita ele colocou suas feridas na boca de Odindisa, sua esposa,
que então se levantou; e diante dele ele colocou suas feridas na boca
de Eyjolf, seu skald, que então se levantou. E eles reuniram a eles os
sacramentos dos mortos, e construíram ali uma cidade erguida para
Oðin.”
Assim dizem os Einherjar Nórdicos...
Os Nórdicos têm uma antiga lenda de criação transmitida
através da tradição oral. Diferente das narrativas bíblicas do
resto da Europa, os contos Nórdicos apresentam muitos deuses
e deusas, bem como gigantes e monstros antitéticos. O mundo
e os reinos exteriores — Midgardð e Asgardð — se formam
separadamente, mas abrigam muitas características
semelhantes; os homens de Midgardð e os deuses de Asgardð
vivem em campos cobertos de gelo, em alojamentos de
madeira.
Do ponto de vista do vampiro Nórdico, no entanto, as
diferenças mais significativas em mito e lenda estão na
mitologia da criação. Já que os escandinavos dos tempos
pagãos (antes de 900 d.C., aproximadamente) não seguem o
culto ao Cristianismo, eles não têm histórias de Caim, Éden
ou Lilith. Em vez disso, a herança do vampirismo vem de
Oðin e dos deuses Nórdicos. Visto como um rito de sangue e
uma bênção dos deuses, o vampirismo é a recompensa de um
guerreiro por valor e dever. Sem a culpa e o desprezo das
lendas cristãs, os vampiros da Escandinávia reivindicam uma
herança orgulhosa e honrada como o sangue­prole de Oðin.
Se o destino e os deuses decretaram que um homem está
destinado à glória e juventude eternas, quem pode contrariar
as Nornas?
Naturalmente, a grande dicotomia entre as lendas de
vampiros Nórdicos e europeus leva a conflitos de ideologia.
No mínimo, os Cainitas acham estranho a aceitação do
vampirismo pelos Einherjar; na pior das hipóteses, as
acusações de heresia levam à guerra. Em particular, os
Lasombra religiosamente inclinados acham desagradável a
religião pagã dos Einherjar, mas até a grande maioria dos
vampiros europeus Cainitas ficam chocados com o flagrante
desrespeito pelo conhecimento Nodista entre os Vikings. De
sua parte, os Einherjar consideram as lendas de Caim pouco
Lobos do Mar


viris: os escolhidos de Oðin são descendentes de um
matador de irmãos que foi amaldiçoado? Existem tradições que
vinculam os de sangue? Os Vikings não têm desejo de se
enredar na estrutura hierárquica culpada dos Cainitas da
Europa e vivem por suas próprias regras.
Equipamento
Viking
Com recursos limitados e renda impulsionada por invasões
e comércio esporádicos, os Vikings têm equipamentos distintos
daqueles usados no restante da Europa continental. A escassez
de aço de boa qualidade tornava armas e armaduras itens de
luxo. Além disso, os navios Nórdicos são bem diferentes das
embarcações usadas em outros lugares. A imagem do grande
navio dragão e do guerreiro Viking com machado de batalha e
escudo está firmemente gravada na mente do europeu comum.
Armas Vikings
Entre os invasores Nórdicos, a espada e o machado são as
armas mais favorecidas. Diferentemente das guerras na Europa,
há pouco combate montado, então as armas de haste comuns
entre os camponeses não são frequentemente usadas. O combate
a pé em massa é a regra, e a escolha de armas entre os Nórdicos
reflete isso
Espadas e adagas
Assim como os povos do continente, nenhum escandinavo
seria visto sem um punhal no cinto. O punhal típico tem de oito
a doze polegadas de comprimento, é de lâmina dupla e é muito
utilizado como uma ferramenta utilitária, bem como arma de
combate próximo.
As espadas entre os nórdicos são assuntos simples e práticos.
Uma lâmina de dois gumes, com cerca de três pés de
comprimento, supera uma cruzeta simples e um cabo para uma
mão. Espadas nórdicas raramente são gravadas com qualquer tipo
de ornamentação ou douração, exceto por trabalhos em arame ou
padrões no pomo (a parte inferior do cabo); sulcos de sangue na
lâmina são desconhecidos. Ao contrário da crença popular,
espadas desse tipo não têm uma borda afiada como navalha — em
vez disso, a lâmina é forjada em uma borda semelhante a um
cinzel, de modo que possa cortar através da armadura (armas de
ferro tendem a perder o fio em combate de qualquer maneira).
Algumas lâminas de períodos mais tardios são feitas com uma
ponta afiada para estocadas, mas muitas não são. De fato, um
guerreiro em armadura poderia muito bem ser espancado até a
morte sem sofrer um corte.
Antes de 900 d.C., espadas escandinavas eram forjadas por
soldagem de padrão; barras de ferro eram aquecidas em tijolos de
carvão para absorver carbono e se transformar em aço de boa
qualidade. As barras eram então cortadas e refundidas juntas e
submetidas repetidamente ao processo, produzindo uma massa
mista e giratória de aço que deu origem ao nome "solda de
padrão" por causa dos padrões hipnotizantes, semelhantes a uma
serpente, de ferro escuro e aço mais claro. Após 900 d.C.,
melhorias no minério e na fundição levaram ao desenvolvimento
de espadas mais leves, com pontas mais afiadas e de aço de boa
qualidade. De qualquer forma, a espada é uma arma leve de uma
mão usada para cortes amplos e golpes, muitas vezes em
combinação com saltos e esquivas rápidas.
Machados de Guerra e Machados de Arremesso
Os vikings têm uma afeição extraordinária por machados
de guerra, provavelmente devido ao trauma massivo que tais
armas infligem. Afinal, um machado adequadamente pesado
decepa membros com aparente facilidade. Além disso, o uso do
machado é um teste de força, especialmente se acompanhado
por um escudo (e, portanto, manejado com uma mão). O
machado nórdico típico é feito de ferro, frequentemente com
uma fina tira de aço ao longo da borda, e tem um cabo de três
ou quatro pés de comprimento, concedendo uma grande
alavanca. Os primeiros machados eram pouco mais do que
ferramentas agrícolas com parte traseira de martelo, mas o
desenvolvimento do machado em uma arma de guerra levou a
um aumento geral no tamanho, peso e eficiência. O machado de
guerra escandinavo também possui uma saliência quadrada
peculiar na parte inferior da lâmina, que é útil no combate navio
a navio como uma espécie de gancho para agarrar e escalar; esta
peça saliente específica confere o termo "machado de guerra
barbado".
Machados de arremesso são incomuns devido à dificuldade
de usá­los efetivamente. Apesar de sua escassez, são armas muito
desagradáveis e dramáticas. Para ser usado adequadamente, um
machado de arremesso deve ser especialmente balanceado e
requer uma grande quantidade de força e habilidade para ser
lançado com precisão. Portanto, mesmo que tal arma possa ser
feita de ferro (já que será lançada uma vez e depois não será
usada novamente até a próxima batalha), ela ainda é
relativamente cara devido à habilidade artesanal exigida em sua
construção. O machado de arremesso tem um cabo mais curto e
uma lâmina menor que sua contraparte de mão, pois deve ser
leve o suficiente para viajar uma distância razoável — caso
contrário, sua vantagem é perdida (uma arma que viaja apenas
cinco pés tem utilidade limitada, já que o inimigo, se ainda capaz
de lutar após o ataque lançado, chegará ao alcance do combate
corpo a corpo antes que o lançador possa preparar sua arma de
combate próximo).
Lanças
Carregadas pelo deus Oðin e de valor inestimável no
combate navio a navio, a lança é uma arma comum entre os
nórdicos, e a maioria dos guerreiros sabe como usá­la. Com
comprimento de seis a oito pés, com um cabo de madeira de uma
polegada de espessura e uma lâmina de impalação de seis
polegadas na extremidade, a lança é excelente para manter um
inimigo à distância. O cabo é frequentemente reforçado com
espinhos e bandas de metal para torná­lo difícil de ser cortado
pela arma. Lanças podem ser usadas para caça e pesca, bem como
batalha, tornando­as utilitárias e práticas (sempre apreciadas pelos
nórdicos). No entanto, a formação em massa de lanças é
desconhecida pelos vikings; em vez disso, lanças são usadas por
guerreiros individuais para afastar e espetar oponentes, e então
descartadas em favor de espadas ou outras armas para o combate
próximo. Lanças vikings são primariamente armas lançadas; de
fato, as primeiras lanças de cabeça larga dos escandinavos são
frequentemente usadas apenas para lançar, embora designs mais
tardios sejam construídos para estocadas próximas também. Alguns
vikings carregam um escudo além de uma lança, mas mais controle
é possível quando ambas as mãos são usadas.
Alguns Vikings carregam um escudo, além de uma lança,
mas o controle da arma melhora muito quando utilizada com
ambas as mãos.
Capítulo Um: Cultura Viking

 Martelos
O deus do céu Þonar usa um poderoso martelo, e alguns
de seus seguidores também. Por não precisar manter uma
lâmina afiada, o martelo requer pouca manutenção e pode ser
feito de forma barata. Muito como um machado, o martelo de
guerra tem uma única área de impacto, fixada a um cabo de
60 ou 90 cm de comprimento, e os Nórdicos valorizam o
martelo por sua capacidade de pulverizar os ossos de
oponentes, mesmo fortemente protegidos por escudos ou
armaduras. Um espinho pode ser colocado no centro da
cabeça de alguns martelos, apoiado pelo peso tremendo do
martelo, pode facilmente perfurar armaduras ou escudos. Ao
contrário de muitas outras armas, os martelos frequentemente
ostentam Runas de força ou vitória.
Arcos
Os Vikings geralmente não usam bestas (já que tais
armas são uma tecnologia desconhecida), mas fazem uso
eventual do arco de caça comum. Enquanto o arqueirismo é
um passatempo respeitado, ela não conquista a glória do
combate corpo­a­corpo e é geralmente uma habilidade de
batalha secundária para a maioria dos escandinavos. O arco
Nórdico é uma arma de caça, talvez de 1,20 a 1,50 m de
altura, e assim tem um poder de penetração limitado; ele não
se compara ao longbow inglês. Além disso, os Vikings não
contam com o combate em formação na batalha, e assim
raramente há grupos organizados de arqueiros; o uso de
arcos é mais comum no combate navio a navio, quando
se ataca um navio que se aproxima.

Armadura Viking
Na maior parte, a armadura é muito cara para o Nórdico
médio. Além disso, uma cultura que enfatiza a coragem no
combate e o desprezo pela dor despreza o uso de tal proteção.
Ainda assim, Vikings ricos ou cautelosos podem se permitir
formas variadas de armadura.
Peles e couros
A forma mais comum de “armadura” escandinava é um
conjunto pesado de peles e couros. Afinal, o norte gelado
torna tais vestimentas uma necessidade prática. Um bom
conjunto de peles pesadas pode diminuir o impacto de alguns
golpes, e o couro pesado impede flechas e até golpes de adaga.
Como os materiais são baratos e facilmente disponíveis, os
guerreiros Vikings mais frequentemente usam este tipo de
armadura.
Cota de malha
Ricos senhores Vikings podem usar uma cota de malha
chamada byrnie ou hauberk, que é essencialmente uma camisa
de mangas curtas feita de anéis metálicos interligados. Mais
frequentemente, esses anéis são elos circulares finos que são
cortados e depois unidos. Porém, por volta de 900 d.C., os
anéis passam a serem achatados, cortados, unidos e então
selados com rebites, reduzindo significativamente a perda de
malha, devido a golpes. Com um acolchoado pesado por trás,
esta armadura amortece golpes e bloqueia cortes, fornecendo
proteção efetiva contra espadas e machados. Enquanto a
Europa vê o advento de soldados blindados da cabeça aos pés
em cotas de malha, os Nórdicos raramente usam mais do que
uma longa camisa de malha.
Ainda assim, a proteção oferecida ao tronco por esta
armadura cara é muito valiosa para os jarls da Escandinávia.

Lobos do Mar


 Elmos e capacetes
Contrariamente à crença popular, os Vikings não usam
capacetes com chifres. Em vez disso, aqueles que podem pagar
por um equipamento de metal para proteção da cabeça, usam
elmos e capacetes redondos, com proteção para os olhos e uma
lâmina de metal protegendo o nariz. Tais proteções, muitas vezes,
deixam as bochechas e o queixo desprotegidos, mas protegem o
crânio contra golpes decisivos.
Escudos
Espadachins e homens de machado geralmente carregam
escudos redondos de madeira, simplesmente referidos como
escudos redondos. Estes escudos são construídos a partir de
comprimentos cortados de madeira unidos por uma borda
circular de metal aparafusada. Às vezes, as faces dos escudos são
cobertas com couro pesado para proteção extra; às vezes são
pintados com cores vivas ou símbolos ferozes, especialmente
símbolos familiares. Um escudo redondo requer o uso completo
da mão livre do guerreiro, pois é pesado e difícil de manusear,
mas oferece uma grande quantidade de proteção extra (um
escudeiro habilidoso pode tornar­se muito difícil de ser atingido)
e é relativamente barato. Isso torna os escudos populares entre
a maioria dos invasores Vikings de recursos modestos.
Embarcações dos Nórdicos
Os Nórdicos são um povo marítimo e usam uma
variedade de navios para propósitos específicos. Para cada
uma dessas diferentes tarefas, os alongados navios Nórdicos
compartilham uma série de características comuns. Todos são
construídos com a técnica de clinker, o que significa que as
tábuas do casco se sobrepõem, em vez de se alinharem lado a
lado. Isso resulta em um navio mais leve e flexível. Cada navio
alongado tem um único mastro e lados baixos com um calado
raso de 90 a 120 cm. Uma vela quadrada, endurecida com
tiras diagonais de couro de foca ou outro material semelhante,
é manobrada por uma longarina especial que permite ao
navio navegar rapidamente com o vento ou contra ele. O
leme de um navio Nórdico fica a estibordo e é controlado por
uma única pessoa, geralmente o jarl. Devido ao leme
lateralmente montado, o timoneiro pode se posicionar na
proa ou na popa, para fins de navegação, e ainda manobrar a
embarcação.
Os navios mercantes
A karfi e a knorr são as típicas embarcações mercantes dos
Nórdicos. Seu desenho teve uma grande influência nos navios
comerciais de outras terras. A knorr, em particular, é emulada
pelos construtores navais da Liga Hanseática. Knorrs e karfi,
usados como navios mercantes, carregam uma grande
quantidade de carga, às custas de uma velocidade menor. Em
tempo bom, esses navios conseguem percorrer cerca de 22 a
27 milhas náuticas, por dia.
A karfi é construída para viagens curtas, mais próximas
à costa, com uma tripulação relativamente pequena de 20 a
30 homens. Um navio alongado típico desta classe pode
carregar cerca de oito toneladas de carga. A karfi tem remos,
variando de 10 a 15 bancos ao longo de seus 16 m de
comprimento. Navegando pelo Báltico e pela costa
norueguesa, esses navios transportam mercadorias entre os
portos comerciais.
Capítulo Um: Cultura Viking

 A dimensão reduzida de uma karfi permite que ela
navegue pelos grandes rios da Europa sem muitos problemas.
Em comparação, a knorr é a embarcação principal, utilizada para
transportar mercadorias pelo mar aberto e estabelecer
assentamentos. Com pouco mais de 20 m de comprimento, um
pouco mais longa do que a karfi, ela tem bordas mais altas que
a tornam mais adequada para a navegação marítima. No
entanto, possui apenas um conjunto simbólico de remos (cerca
de dez) para manobras de atracação ou para encalhar na praia
(visto que ainda não havia sido desenvolvida a âncora). Com
menos remos, a tripulação é de apenas cerca de 20 pessoas, e a
maioria não é guerreira. Sua capacidade de carga é de
impressionantes 25 toneladas, algumas das quais são abrigadas
em um convés removível. Obviamente, tal embarcação é ideal
para um Einherjar itinerante.
Os navios de guerra
Em contraste com os lentos navios comerciais, a scutta e o
drakkar são os ágeis navios de ataque da esquadra Nórdica. Eles são
rasos, permitindo que encalhem facilmente e naveguem pelos rios
da Europa. Estes navios são projetados para serem rápidos e
manobráveis, e para transportar pessoas para a batalha. Geralmente,
eles conseguem cobrir de 25 a 40 milhas náuticas por dia, com bons
ventos ou uma tripulação forte.
A scutta é uma embarcação costeira leve, frequentemente
usada como iate pelos jarls ou reis abastados. De 20 a 30 guerreiros
operam os remos, dependendo do comprimento total da scutta (de
12 a 15 m). A capacidade de carga do navio é insignificante,
Lobos do Mar

projetada para viagens curtas e com o clima favorável. Este é o tipo
de navio mais provável de ser visto em uma perseguição ou em um
strandhogg de ataque ou transportando um jarl visitante que não
espera uma batalha.
O drakkar é o principal navio de guerra da esquadra
Nórdica e reflete essa posição por ser o mais longo dos
navios Nórdicos, alcançando 25 m ou mais. Quando
totalmente equipado para a batalha, o drakkar transporta até
70 ou 80 guerreiros, um terço dos quais realmente opera os
remos. O resto está lá apenas para a luta. Sob circunstâncias
comuns, o drakkar leva de 25 a 35 guerreiros. Geralmente, a
embarcação tem uma proa ferozmente esculpida, ganhando o
apelido de "navio­dragão".
Ferramentas do cotidiano
Os Nórdicos não eram todos saqueadores e guerreiros.
Muitos escandinavos se dedicavam à agricultura e pecuária.
Como resultado, eles possuíam muitos dos equipamentos da
Europa medieval: arados e tesouras, fornos e mesas. Como
os camponeses do sul, os escandinavos tinham as
ferramentas de uma cultura agrícola. No entanto, eles
usavam algumas ferramentas e habilidades pessoais
praticamente desconhecidas no resto da Europa, durante
bastante tempo, antes que tais itens se tornassem mais
difundidos.
A higiene pessoal é uma parte curiosamente
proeminente da vida Nórdica. Os Nórdicos usam pentes, e
de fato alguns mercadores se dedicam à fabricação e venda
de pentes. Palitos de dente também são usados, e muitos
escandinavos têm dentes em muito melhor estado do que
outros europeus.
Sem os tabus contra nudez, comuns ao Cristianismo, os
Nórdicos também tomam banho regularmente, talvez uma
vez por semana; relatos de mercadores escandinavos até falam
de Nórdicos na Europa e no Levante (as disputadas terras
santas do Oriente Médio) que tomam banho, penteiam seus
cabelos e barbas, e vestem suas melhores roupas para seduzir
as mulheres locais com sua limpeza superior!
Outra curiosidade que aparece no vestuário escandinavo
é o uso de patins e calçados para a neve. Os patins são feitos
com lâminas de osso, para viagens rápidas sobre o gelo; sem
dúvida, eles são funcionais e também divertidos. Esquis são
mencionados em algumas das sagas, e de fato alguns homens
se gabam de sua habilidade em usar esquis. No entanto, os
esquis usados pelos Nórdicos não são longas lâminas para
correr na neve; em vez disso, são mais parecidos com raquetes
de neve, largas e planas, projetadas para permitir que o usuário
se mova sobre neve superficial, sem afundar.
Com o tempo, alguns dos hábitos e efeitos pessoais dos
Nórdicos se espalharam pela Europa. Mesmo com o advento
do Cristianismo e seus curiosos tabus, os escandinavos
relutam em abandonar seus hábitos de limpeza.
Capítulo Um: Cultura Viking

 apítulo dois:
Costumes e a
Idade das Trevas
Neste livro, registrei antigas histórias, conforme
contadas por pessoas inteligentes, sobre líderes que
dominavam o norte e falavam a língua
dinamarquesa..
— Prelúdio da Heimskringla, de Snorri Sturluson


Não‐vida
dos
Nórdicos
Um Einherjar é um dos últimos de uma raça moribunda,
apegado a velhas tradições que estão sendo substituídas pelo
Cristianismo e pelo feudalismo. Misture isso com o fatalismo
típico do guerreiro Viking, e surge uma mentalidade de
cerco. Os Einherjar se veem como os últimos guerreiros de
Oðin em Miðgarð, preparando­se para lutar no iminente
Ragnarök. Tudo que podem fazer é se prepararem para a
batalha e morrerem uma gloriosa morte heroica.
Nem todos os aftergangers compartilham as crenças
apocalípticas de seus irmãos. Alguns viajam para a Islândia e
as Ilhas Faroé para tentar preservar um pouco mais o seu
modo de não­vida. Outros abandonam as comunidades das
quais faziam parte e se refugiam na natureza para aguardar o
retorno dos velhos tempos. Os vampiros que restam, no
entanto, tentam restaurar as antigas glórias, com espada e
fogo.
Lar, casa e ausência
Para o jarl vampiro, o ano começa na longa noite do
Solstício de Inverno. Entre os Membros Cainitas e mortais
da comunidade, banquetes marcam o início do novo ano.
Após os banquetes, os Vikings mortais se ocupam com os
preparativos para o verão; confeccionam e consertam suas
roupas, forjam e limpam suas armas, e preparam os drakkars
para velejarem. Enquanto isso, o jarl desempenha um papel
ativo na comunidade; planeja ataques e expedições, realiza
assembleias para resolver queixas, inicia novos huskarls e
celebra casamentos.
Com a chegada do verão, a crescente luz do dia obriga o
jarl vampiro a passar menos tempo entre a sua comunidade.
Einherjar com Fortitude se envolvem em trajes protetores,
para se moverem durante o crepúsculo fraco ou em dias
nublados, mas a maioria dos vampiros passa as horas diurnas
em descanso, conforme o sono inexorável os domina.
Enquanto o jarl está menos envolvido nas atividades do Salão
ou da vila, mantém o controle por meio de seus huskarls e
seus aliados.
A Véspera de Verão (Equinócio de Primavera) é
celebrada com mais banquetes. Um jarl vampiro abençoa os
campos com o seu sangue, prometendo um bom ano ao
povo. No mês seguinte a essas cerimônias, as colheitas são
plantadas e o gado é levado aos pastos das colinas. Guerreiros
reúnem­se no Salão, prontos para ir ao sul e começar a
temporada de incursões.
Conforme o Solstício de Verão se aproxima, o jarl
vampiro e sua tripulação partem para passar os meses de
verão saqueando o sul e evitando os longos dias ensolarados
do Norte. A expedição segue pela costa, procurando vilarejos
e navios mercantes desavisados para pilharem. Um ataque
pode chegar até o Mediterrâneo e o Oriente Médio, antes de
retornar. Enquanto os saqueadores estão fora, aqueles que
ficam para trás celebram o Solstício de Verão com mais
banquetes e cuidam do gado nas colinas.
Lobos do Mar

Com o retorno dos Vikings, os mortais se dedicam à
preparação do feno e à colheita enquanto os vampiros dividem
os espólios. O Solstício de Outono sinaliza o fim do verão, e o
gado é recolhido das colinas. Se as incursões e a colheita forem
boas, um cavalo forte e um jovem escravo são escolhidos para
sacrifício em um banquete cerimonial; caso contrário, apenas
um cavalo velho é usado. Após a celebração e os banquetes, o
jarl vampiro parte para participar do Althing (se convocado) ou,
a cada nove anos, de uma celebração sacrificial.
Um ano perigoso
da
não‐vida
O ano não é só de festas e celebrações, mas também de
luta e perigo para os vargr. A natureza selvagem da
Escandinávia abriga mais do que vampiros foragidos e
bandidos — Lobisomens e Alfares (fadas) rondam as florestas e
as montanhas. No inverno ou no verão, os vargr devem estar
sempre atentos.
Para o vargr selvagem, o ano começa no Equinócio de
Primavera, nos primeiros sinais de verão. À medida que a vida
selvagem retorna à atividade normal, a caça é boa e um
vampiro pode facilmente saciar sua sede de sangue. O vargr
vaga para o leste e o sul durante esse tempo, tentando se
manter à frente das longas horas de luz do dia. Ao chegar o
Solstício de Verão, um vargr provavelmente estará na Rússia,
ou em Kiev. A jornada nômade se inverte à medida que o
inverno se aproxima, com o vargr retornando ao Norte e suas
longas noites.
Aqueles com a Disciplina Metamorfose que dominem a
fusão com a terra têm uma vantagem como vargr, já que se
escondem no solo durante as horas diurnas. Aqueles sem essa
habilidade precisam se contentar com cavernas, tendas
improvisadas e celeiros, para o descanso diurno.
Costumes atuais
Na medida do possível, os Einherjar mantêm as antigas
tradições, buscando recriar os dias de glória do passado. No
entanto, o número decrescente de pessoas dispostas a seguir
esses caminhos torna difícil manter alguns costumes. Ao
mesmo tempo, o número reduzido força algumas mudanças
nos costumes que restam.
A hierarquia do Salão
Dentro do Salão, o vampiro mais velho é sempre o
jarl. Carniçais formam os huskarls, a guarda pessoal do
mais velho, e são os segundos em importância, depois
dele. A Claviculária, nos primórdios, era a função da
esposa do jarl, que seria o “terceiro­em­comando”. Em
um Salão Einherjar, a mulher mortal mais responsável
ou uma Cria do mais velho muitas vezes preenche essa
posição. Depois disso, a hierarquia desce para os karls,
os guerreiros livres que seguem o jarl, e os servos, que são
menos escravos do que fontes de sangue para o jarl.
Política & leis
Na maioria das vezes, as comunidades Einherjar não
podem realmente participar das assembleias do restante da
Escandinávia. O jarl vampiro pode ter dificuldades em
participar dos julgamentos durante as horas do dia, por
exemplo, e a presença de cristãos torna as crenças pagãs dos
Vikings perigosas. Consequentemente, a assembleia de uma
comunidade liderada por vampiros é um assunto local.
Crimes como roubo e assassinato secreto ainda são
puníveis com a morte, mas, como muitos dos integrantes das
comunidades de redutos vampíricos já são banidos, devido a
crimes cometidos em vida ou após a morte, a sentença de
banimento é raramente proferida. Em seu lugar, o acusado e
o acusador frequentemente realizam um duelo de armas,
conhecido como a holmganga, e batalham um contra o
outro durante a assembleia local. Apenas quando tal
duelo é impossível, e qualquer outra resolução seja
desesperançosa, é que alguém é declarado como
banido.
A importância da participação de um jarl não­
vivo na criação e aplicação das leis não pode ser
superestimada. Em muitos casos, ela pode ser a
única criatura na comunidade que lembra as
antigas leis e como as coisas devem proceder.
Além disso, o vampiro deve manter uma
demonstração de força e equidade, ou arriscar
perder o respeito e apoio da comunidade. Já que os
verões são frequentemente passados no sul,
navegando e saqueando, o inverno é o período usual
em que o afterganger lidera seu povo na assembleia e
resolve problemas. Isso reforça a natureza local da
assembleia, e torna o Althing uma ocasião extremamente
rara.
Quando um Althing ocorre, é geralmente por
causa de um conflito surgido entre comunidades
vampíricas. O Althing é usado como um meio de
evitar uma guerra potencialmente devastadora,
que poderia deixar os Einherjar restantes muito
fracos para sobreviver. Tal Althing é realizado
durante a Primavera ou o Outono, quando a noite
é longa o suficiente e a viagem por mar não é
impossível. Este Althing é uma reunião de todos os
vampiros escandinavos, que decidem sobre a
disputa.
Reis‐Vargr e
bandos de Einherjar
Como nenhum vampiro se submete ao
domínio mortal, a maioria dos Einherjar do
Extremo Norte desenvolve e governa seus
próprios pequenos feudos, muito parecido com os
Cainitas da Europa. Com a aceitação de cultos de
sangue e proezas sobrenaturais, porém, vampiros
na Escandinávia desfrutam de um status muito
elevado, em comparação com seus colegas em terras
mais ao sul. Durante a Era Viking, um vampiro pode
anunciar­se publicamente em uma cidade como um
saqueador noturno beberrão de sangue, e ao invés de ser
morto imediatamente por sacerdotes tementes a Deus e
camponeses, ele pode esperar a veneração e um lugar de
honra, desde que governe com diligência e força
inabaláveis.

Capítulo Dois: Costumes e a Idade das Trevas


 No fim das contas, os Einherjar, a prole sangrenta de
guerreiros mortos de Oðin, são os mais honrados entre os
mortos, pois foram escolhidos, especialmente, para lutar no
Ragnarök.
A organização entre vampiros escandinavos se divide
em três grupos distintos. Os aftergangers do norte
frequentemente se autodenominam pequenos reis,
governando abertamente sobre distritos feudais. Alguns
guerreiros vagam em busca de batalha e sangue; esses
bandos de Einherjar errantes são, muitas vezes, heróis para o
povo comum, apesar de sua fúria e apetites monstruosos.
Poucos vampiros até governam sobre cultos e locais
sagrados, tornando­se objetos de adoração.
Com a catequização da Escandinávia, vampiros
Nórdicos se veem cada vez mais em desacordo com a
população nativa. As exortações dos padres cristãos os
pintam como monstros e predadores em aliança com o
Diabo. O declínio dos cultos pagãos resulta em menos
oportunidades de obter sangue de adoradores fanáticos. Até
o fim das invasões Viking é um golpe mortal, pois vampiros
escandinavos não podem mais viajar ao sul em expedições
com um punhado de leais Carniçais huskarls. Aqueles
Einherjar que desfrutavam da existência como governantes e
objetos de veneração durante a Era Viking subitamente
encontram em seu mundo um pesadelo claustrofóbico de se
esconder de fazendeiros convertidos e padres irados. Alguns
se recusam a ceder às mudanças, enfurecidos com aqueles
que ousam caçá­los ou atacá­los, mas seus números
diminuem, a cada noite que passa.
Reis‐Lobos não‐vivos
Como a realeza na Era Viking era uma questão de
governo pela força e carisma, vargrs tinham pouca
dificuldade em estabelecer seus próprios protetorados e
territórios. De fato, muitos pequenos assentamentos
espalhados pela terra se gabavam da residência de um
Einherjar local que exigia dízimos de sangue, em troca de
sua orientação e braço armado. Algumas dessas
comunidades, escondidas de olhos curiosos, ainda existem
sob o jugo de mestres vampiros. Lá, fora do passar do
tempo, pequenos enclaves mantêm os velhos costumes
enquanto podem, resistindo à incursão do mundo exterior.
Aftergangers que não se ajustam aos tempos podem se
encontrar em grave perigo. Um único missionário pode
precipitar a conversão de grande parte de uma cidade; uma
vez convertida, os habitantes da cidade podem decidir
eliminar seu governante gerado pelo Diabo. Vampiros
jovens e ambiciosos, criados após a Conversão — e se
autodenominando Cainitas em vez de Einherjar — também
são um incômodo; muitos Cainitas cruzados se consideram
incumbidos de livrar o norte dos diabos pagão, que
desafiam abertamente a vontade de Deus. Os Reis­Lobos
estão cada vez mais raros; seus dias terminaram.
Cultos pagãos e proles de
vampiros
A influência dos velhos deuses morre lentamente conforme
a crença neles se esvai. No entanto, em alguns lugares isolados,
os deuses continuam vivos em Midgardð — ou assim acreditam
seus adoradores. Quando os agentes do Deus Cristo têm que
lidar com mais do que simples fiéis, com seres que se auto
proclamam como os próprios Æsir, os velhos costumes se tornam
difíceis de destruir. É através de tais cultos que muitos dos
antigos e poderosos Einherjar mantêm sua influência.
Lobos do Mar

Em vez de simplesmente se proclamarem prole de
Oðin, alguns dos mortos realmente assumem o manto da
divindade, declarando­se os Æsir encarnados. Em tais
lugares, o culto a Cristo encontra pouco espaço.
Reforçados pela presença de deuses sanguinários, as
pessoas se rebelam contra os missionários do sul. Existindo
abertamente entre o povo, usando seus poderes para obter
influência e riqueza, recebendo tributos e sacrifícios de
sangue, tais vampiros lideram cidades inteiras de
seguidores devotos.
Ainda assim, a disseminação da fé cristã provoca
discórdias e destruição entre os cultos de vampiros
divinamente dissimulados. Aqueles com Fé­Verdadeira
podem repelir os poderes dos Einherjar e expulsá­los;
cruzados com espada e fogo caçam os vampiros durante o
dia ou com a proteção de suas cruzes. Sem defesa real
contra os fiéis cristãos, os Einherjar que se consideram
deidades devem vagar de cidade em cidade e exigir seus
tributos rapidamente, antes de seguir adiante, ou devem
proteger suas casas do mundo exterior, para que os cristãos
da Europa nunca os descubram.
De fato, o mais poderoso Viking a formar um culto,
autodenominando­se o próprio Altíssimo, não resistiu à fé
cristã. O Altíssimo se estabeleceu em Uppsala, dirigindo o
culto com sua poderosa prole Walquírias e Carniçais
huskarls. Mesmo com sua força orientadora, a influência
persistente do Deus Cristo converteu seu rebanho entre os
suecos, levando, por fim, a uma revolução dos humanos. O
templo do Altíssimo foi queimado, e os Einherjar de toda
parte, que outrora olhavam para o antigo vampiro em
busca de orientação, estremeceram com a destruição dos
velhos costumes. As brasas moribundas do templo do
Altíssimo em Uppsala sinalizaram, de maneira muito real,
para os vampiros na Escandinávia, o fim da influência dos
velhos deuses.
Einherjar errantes
Ameaçados pela constantemente crescente influência
cristã e pelos tempos em mudança, mais e mais vampiros
Nórdicos se tornam andarilhos, viajando de cidade em
cidade e ganhando ouro e sangue, como mercenários
contratados ou bandidos. Em tempos antigos, vampiros
vagavam por escolha ou quando eram expulsos por um
rival Einherjar, mas nestes tempos os mortais se tornam
perigosos e rebeldes. É extremamente difícil encontrar
seguidores da velha religião na Idade das Trevas; como
resultado, a prole de Oðin ganha pouco respeito.
Durante o auge dos Vikings, os bandos de Einherjar
eram tratados com a deferência devida aos guerreiros
escolhidos entre os mortos. Caçar monstros e lutar contra
estrangeiros era normal; em troca, os Einherjar ocupavam
lugares em suas comunidades, até partirem. Agora, porém,
muitas comunidades temem seus antigos protetores. Mais
de um grupo de vampiros Vikings foi expulso de seus
antigos lares, por aldeões com tochas. Como resultado,
mais e mais aftergangers se voltam para a vida selvagem,
sobrevivendo de caça e predando viajantes ocasionais ou
banidos.
Outros se movem para o sul em busca de pastagens
mais verdejantes, mas frequentemente se veem enredados
nas sórdidas armadilhas da política Cainita. Apenas os
Einherjar mais fortes e resistentes sobrevivem à Inquisição e
além dela.
O Althing dos vampiros
O Althing é frequentado por todos os vampiros
Nórdicos capazes de comparecer, independentemente do
Clã. Começa com a seleção do primeiro juiz quando pelo
menos nove Einherjar estão presentes. A cada nove vampiros
presentes, outro juiz é selecionado, até um máximo de nove
juízes. Seu papel é atuar como árbitro e legislador para os
vampiros do Norte. Suas decisões são vinculantes para todos
os presentes, teoricamente até acima das políticas de seus
Clãs. Os juízes também formulam a lei, com base no
consenso percebido dos presentes.
Toda noite, durante o Althing, os juízes perguntam se
algum dos presentes tem disputas a serem resolvidas. Cada
questão é então discutida por todos os presentes, com cada
lado apresentando sua solução. Quando a questão foi
discutida a contento dos juízes, eles emitem um veredito
sobre a questão.
Um Althing tem várias maneiras de decidir uma
disputa. O conselho pode declarar um vampiro como
banido e ordenar sua morte. Pode ordenar o pagamento de
wergild (geralmente na forma de escravos) por crimes
cometidos. Território e propriedade podem ser
redistribuídos a critério dos juízes. Mesmo a guerra ou a paz
podem ser declaradas, se a disputa justificar tal coisa.
Obviamente, os conselhos de vampiros convocados em
um Althing são altamente partidários, e quando um Althing é
declarado, os Einherjar mais próximos frequentemente correm
para o local para apresentar candidatos favoráveis como juízes.
Além disso, não é desconhecido (e, de fato, é bastante
comum) para os juízes, emitirem decisões baseadas em
políticas de Clãs ou locais, especialmente se uma ou mais
partes prejudicadas estiverem ausentes. Nestes casos, o
Einherjar afetado adversamente pode protestar contra a
decisão do conselho, o que invariavelmente leva a uma
disputa ou à guerra. Se o conselho sentir que tem apoio
suficiente, pode declarar o banimento de tal sujeito
argumentativo, tornando­o vulnerável à destruição de maneira
semelhante às Caçadas de Sangue do continente europeu. No
entanto, se o alvo for poderoso demais ou tiver apoio
suficiente para que o conselho não emita tal julgamento,
pouco resta além da guerra oculta.
Religião dos vampiros
Os antigos vampiros Vikings sobreviventes
permanecem pagãos, adorando Oðin (Odin), Þonar (Thor) e
Freyr (Frey), como faziam em tempos melhores. Enquanto
estão em suas incursões, os Einherjar prestam culto a bordo
do navio. Em casa durante o inverno, adoram no calor de
seus Salões ou templos. As pessoas que lideram ainda os
adoram em bosques e florestas ao redor de suas casas,
quando podem. Se uma comunidade for suficientemente
isolada, tal adoração ocorre ao ar livre. Se a comunidade
estiver no sul ou tiver visitantes, a adoração prossegue em
segredo.
Capítulo Dois: Costumes e a Idade das Trevas

 Afinal, na era da expansão do Cristianismo, os vampiros
não desejam chamar atenção desnecessária e indesejada para
os velhos costumes.
O culto menor consiste em rituais realizados na
plantação de primavera ou antes da colheita. Outros rituais
são realizados durante nascimentos, mortes, quando navios
são lançados e quando um grupo de guerra parte para
batalhas. São, principalmente, oferendas queimadas, algumas
palavras oferecidas aos deuses ou cânticos e invocações,
acompanhadas de música e gestos apropriados (martelos
batendo para Þonar, palmas e sinos para Freyr). As festas de
primavera, outono e Yule também são consideradas oferendas
aos deuses.
A cada nove anos, os Einherjar de uma área se reúnem
para oferecer sacrifícios aos deuses. Este grande festival dura
nove noites e é realizado em um bosque isolado. Vítimas de
sacrifício, geralmente escravos e gado, são trazidas. As
festividades de uma noite começam com canções e cânticos,
agradecendo a Oðin e Freyr. Então, um homem e um animal
são pendurados de cabeça para baixo dos galhos de uma
árvore próxima, e suas gargantas são cortadas. À medida que
o sangue escorre, os adoradores aftergangers bebem e se
marcam com o líquido carmesim. Muitas vezes, isso leva ao
Frenesi e lutas, o que é considerado parte da ocasião. Os vargr
testam uns aos outros em batalha, tirando força do sangue
dos sacrifícios e trocando golpes em fúria inebriante. Quando
o último dos sacrifícios foi feito, os vampiros retornam para
casa.
Lobos do Mar

O caminho dos
Einherjar
Os vampiros do norte não são simplesmente Vikings
com Clãs. As particularidades de sua herança Nórdica
conferem aos Einherjar uma visão do mundo muito diferente
de muitos de seus primos do sul. As diferenças em religião,
sociedade e estilo de vida não se manifestam apenas na
população mortal — hábitos e traços se prolongam na
eternidade.
Mais notavelmente, os Einherjar raramente têm
escrúpulos em atuarem abertamente e em público. A ideia
do Silêncio do Sangue é estrangeira — esconder­se da vista
mortal? Os guerreiros escolhidos de Oðin? Nos últimos dias,
a Máscara da Camarilla é vista como uma desculpa fraca e
patética para jogos de poder e intrigas entre aftergangers que
não conseguem se levantar e lutar como homens.
Os mitos de criação dos Einherjar, tão diferentes quanto
são dos vampiros cristãos da Europa, fomentam diferentes
deveres. Não existe senso de responsabilidade filial. Ser
escolhido como um Einherjar é ser abençoado como um dos
guerreiros que lutarão e morrerão no Ragnarök. Senhor e
Cria não são posições; ao invés, o Abraço — a Escolha, como
alguns Einherjar o chamam — é um reconhecimento pelo
valor e pela astúcia de alguém. Todos os filhos de Oðin são
iguais; todos lutarão e morrerão nos Tempos Finais.
 Os mais velhos não exigem respeito. O respeito é
conquistado pela força; para ganhar respeito, é preciso lutar.
Coragem e proeza em batalha falam mais alto do que a
idade entre os Einherjar.
Como seus primos do sul, os Einherjar abominam a
prática da Diablerie, mas por razões diferentes da maioria
dos Anciãos. A Mordida da Alma é uma prática vil,
cometida apenas por aqueles que se aliam ao inimigo: os
jotuns e trolls. Um verdadeiro guerreiro ganha força através
de provações e crescimento pessoal, não roubando o vigor
alheio com artes vis. Os Einherjar são todos escolhidos
mortos e devem lutar como um, com os deuses e contra os
gigantes. Matar outro Einherjar com magia ou com a
Mordida da Alma — infligir a Morte Final, da qual não se
ressuscita no dia seguinte — é algo abominável e sacrílego.
Vampiros que praticam tais atos são caçados e mortos por
qualquer Einherjar que tome conhecimento.
Para os aftergangers do Norte, os Cainitas que vivem na
Europa são espíritos malignos, contrapartes deturpadas, que
merecem destruição. Aqueles guerreiros que ganham
respeito, através da honra de atos valentes são colegas a
serem tratados com dignidade; alguns até sobrevivem para
lutarem como aliados, nos últimos dias. Mas os vampiros
que usam astúcia e engano, que distorcem palavras e
praticam as trapaças de Loki, são adversários a serem
abatidos. Não é de se admirar, portanto, que os vampiros da
Europa temam e combatam os Einherjar tanto quanto os
mortais europeus enfrentam os Vikings mortais.
Geografia
moderna
Durante o auge da Era Viking, os Nórdicos viajaram
por toda a Europa e se estabeleceram na Irlanda, Inglaterra,
França e Rússia. Eles se estabeleceram nas ilhas remotas do
Atlântico: as Faroé, Islândia e Groenlândia. Houve até uma
breve colônia na América do Norte. Os descendentes dos
Nórdicos estão agora em toda parte, da Escócia à Sicília, de
Constantinopla à Islândia. Com eles vêm os Einherjar;
vampiros sobrevivem e prosperam em comunidades dos dois
lados do Oceano Atlântico.
No entanto, gerações mais tarde, os Nórdicos que se
estabelecem na Europa se assimilam à cultura local e,
embora algumas palavras ou tradições sobrevivam, os
colonos da Inglaterra e da Normandia já não são
verdadeiramente Nórdicos. É apenas na Escandinávia,
Islândia e Groenlândia que a cultura Nórdica sobrevive de
forma reconhecível. Apesar do lento declínio da cultura
escandinava, muitos Einherjar ainda se apegam aos velhos
modos, tentando fervorosamente promover a valentia e a
violência de seus dias de glória.
Noruega
A Noruega se estende ao longo da costa montanhosa
oeste da península Escandinava. Rochas e pequenas ilhas
protegem seus profundos fiordes do Atlântico, e a Corrente
do Golfo mantém os portos abertos o ano todo. O clima é
ameno, com verões frescos e invernos quentes. A terra ao
redor de Oslo, Jaeren e Trondheim é adequada para
agricultura e tem a maior concentração de pessoas. Cada um
dos fiordes e vales dos rios tem faixas de terra fértil e
sustenta vilas e cidades.
Os principais recursos da Noruega são ferro e madeira,
ambos disponíveis em quantidades quase ilimitadas. O país
também é repleto de vida selvagem; renas, alces, lobos,
ursos, raposas, carcajus e martas são caçados no sul, por sua
carne e pele, enquanto no norte são focas, baleias e morsas.
O peixe também é abundante, pululando nas águas costeiras
e no mar aberto.
Uma terra de montanhas e bosques, a Noruega
permanece um lugar de mistério e isolamento, mesmo no
século XII. Escondidos nos fiordes estão comunidades
solitárias, cada uma isolada da influência do resto do país.
Nos Halogaland e fiordes da Noruega, os velhos modos ainda
são praticados, em vilarejos solitários, longe do alcance do
rei.
Vampiros da Noruega
Na Noruega, o afterganger é encontrado vivendo nos
ermos das montanhas como um vargr, escondido entre a
população cristã nas principais cidades, ou governando
como um jarl em uma das pequenas comunidades do Norte.
Um vargr na Noruega sobrevive principalmente da vida
selvagem encontrada nas florestas, complementada
ocasionalmente por foragidos, viajantes ou aldeões.
Vampiros que se estabelecem em comunidades têm mais
opções.
A comunidade típica governada por um Einherjar
consiste em um grande Salão principal, onde residem o jarl
vampiro e seus huskarls. Ao redor disso estão as fazendas dos
locais, cada uma com um celeiro, um curral e uma casa. Um
cais comunitário fica próximo, com os drakkars e as
embarcações de pesca da vila, ancorados ali. Comunidades
cristãs têm uma igreja de pedra em seu centro. Ao todo, não
mais do que cem pessoas vivem em cada lugar desses.
As cidades na Noruega são centros religiosos,
administrativos ou comerciais e a população vive do
comércio e do artesanato, ao invés de agricultura ou caça.
Para um vampiro, esses grandes assentamentos oferecem
uma boa chance de anonimato. As principais cidades na
Noruega são Oslo, Trondheim e Skien, cada uma com uma
população de milhares.
Suécia
Longa e estreita, a Suécia compartilha uma fronteira
montanhosa com a Noruega e é banhada pelo Golfo de
Bótnia e o Mar Báltico. As partes mais altas do norte
montanhoso são permanentemente cobertas de neve e
alimentam os muitos rios que fluem para leste nas planícies
costeiras. As terras baixas ao redor dos lagos Mälaren,
Vänern e Vättern dominam o centro da Suécia. Com seus
muitos pântanos e áreas úmidas, a área é difícil de viajar,
exceto em caminhos e trilhas marcadas.
Como a Noruega, a Suécia desfruta de um clima
ameno no sul. No entanto, no norte, as temperaturas são
muito mais frias e a população é mais esparsa. Os recursos
naturais da Suécia são também semelhantes aos da Noruega,
com ferro e madeira quase ilimitados e excelente caça e
pesca. Diferente da Noruega, porém, a Suécia se vira para o
leste, para as terras germânicas e eslavas ao longo do Báltico.
Capítulo Dois: Costumes e a Idade das Trevas

Einherjar da Suécia
Os vampiros da Suécia são encontrados em bandos
isolados nas montanhas florestadas do norte, em enclaves nas
ilhas do Báltico ou escondidos nos pântanos dos lagos
centrais. Raramente são encontrados em cidades ou
governando vilas como seus parentes noruegueses.
Um bando vargr na Suécia varia de um a um punhado
de vampiros, com outro punhado de seguidores mortais ou
Carniçais. Quanto mais ao norte, menor o tamanho dos
bandos. Um bando típico vagueia de norte a sul e vice­versa,
conforme o clima e o sol permitem, alimentando­se de
animais selvagens e aldeões, conforme necessário. Se a caça é
escassa, o bando atravessa para a Rússia, através da Finlândia,
e busca sangue entre os eslavos.
As ilhas no Báltico fornecem um lar para piratas —
alguns liderados pelos Einherjar. Uma tripulação pirata típica
consiste de um drakkar ou uma scutta com o número
apropriado de guerreiros, baseados em um pequeno
assentamento, em uma das ilhas. Estes piratas saqueiam o
comércio mercantilista entre as grandes cidades comerciais ao
longo do Báltico e o resto da Europa, obtendo muitos
tesouros e mercadorias.
Dinamarca
A Dinamarca é um país pequeno, especialmente se
comparado à Noruega e à Suécia. A diferença não está apenas
no tamanho — a Dinamarca é muito plana, está diretamente
ligada à Europa e é metade arquipélago. O constante contato
com os saxões, frísios e eslavos ao sul exerce uma profunda
influência cultural. Esta proximidade leva à sua conversão ao
Cristianismo, sendo o primeiro entre as terras escandinavas e
ao estabelecimento de um estado feudal.
A Dinamarca é um portal para o Báltico e o Mar do
Norte e coleta uma parte do comércio que passa entre eles,
com tarifas e taxas. Ao contrário da Noruega e da Suécia, a
Dinamarca não tem um suprimento interminável de madeira
ou ferro. Em vez disso, depende de sua posição estratégica ao
longo de uma rota comercial, e da agricultura e artesanato,
para sua riqueza.
A podridão na Dinamarca
Vampiros Vikings na Dinamarca existem ou no
anonimato das cidades comerciais ou como vargr solitários
nas limitadas florestas disponíveis. Uma comunidade Viking
seria rapidamente notada e tratada severamente pelo rei ou
seus agentes. Além disso, a Dinamarca é lar de vários
Cainitas não­Vikings que competem pelos seus recursos
limitados. Um vargr ou vampiro Viking é forçado a sobreviver
sozinho, vivendo do que pode ser saqueado das vilas e
cidades, ou a encontrar um lugar entre os Cainitas europeus
em sua terra.
Islândia, Ilhas Faroé e
Groenlândia
Colonizadas durante o auge da Era Viking, essas
colônias permanecem parte da Escandinávia em 1197 d.C.
Os Vikings transformaram essas ilhas, outrora desabitadas,
Lobos do Mar

em comunidades estáveis com laços com a Escandinávia.
Os antigos costumes, com algumas mudanças, sobreviveram
à catequização e esses assentamentos retêm o sabor do
Nórdico.
A Islândia é a mais antiga das colônias, com várias vilas
e uma população crescente graças a um clima ameno
proporcionado pela Corrente do Golfo. A estranheza dos
vulcões e terremotos é compensada pela familiaridade das
costas rochosas e áreas montanhosas áridas, que se
assemelham às da Noruega. A Islândia tem boas pastagens,
peixes no mar e rios, fácil acesso a baleias e focas; e madeira
para construção de casas.
As Ilhas Faroé, um arquipélago ao sul da Islândia,
também têm um clima moderado e excelentes pastagens.
Apesar de sua proximidade com a Escócia e a Irlanda, as
Faroé têm mais contato com a Noruega do que com
qualquer outro lugar. A população aqui é dispersa e
pequena, com vilas apenas nas maiores ilhas.
A Groenlândia é uma terra de neve e gelo em todos os
lugares, exceto por uma pequena área costeira no sudoeste
adequada para assentamentos. Aqui, não muito longe dos
campos de gelo centrais, encontram­se fazendeiros Nórdicos
sobrevivendo das pastagens e do solo. Importações essenciais
de ferro, madeira e grãos da Noruega são pagas com as peles
de ursos polares e raposas árticas, presas de morsa, chifres de
narval e ossos de baleia. No entanto, os assentamentos na
Groenlândia são frágeis, e alguns anos ruins ou uma praga
poderiam destruí­los.
Membros do Atlântico
Os vargr na Islândia e na Groenlândia são muito raros e
muito cuidadosos. Embora o povo se apegue aos antigos
costumes, eles também são isolados e não muito numerosos.
As ilhas não podem sustentar grandes populações de
vampiros, e os vargr presentes tomam muito cuidado para
policiar a si mesmos e a quaisquer vampiros que cheguem de
fora.
Um vampiro poderia ser encontrado liderando uma
comunidade semelhante a uma na Noruega, mas menos
isolada. A natureza vampírica de um jarl pode ser mantida
em segredo, mas a localização da comunidade não. Além
disso, o vampiro islandês pode contar com mais apoio para
suas incursões e aventuras, e sustentar um grupo de guerra
maior do que seus homólogos noruegueses isolados.
O restante da Europa
Vampiros e mortais no restante da Europa sentem que
a Era Viking acabou, e muitos estudiosos já escrevem sobre a
Era Viking no passado. O aumento nas fortificações e a
rápida resposta armada aos ataques Vikings tornaram as
incursões mais arriscadas, enquanto a conversão ao
Cristianismo as tornou moralmente impróprias. Escravos
eram um incentivo primário para as incursões, algo que está
fora de moda nos novos arranjos feudais. Os únicos grupos
que continuam a saquear são os jarls vampiros, e seus
números são pequenos.
Os Clãs
Assamitas
Os Assamitas são muito seletivos em sua filiação,
recrutando quase exclusivamente dos Ismalis. Contudo,
guerreiros Nórdicos fizeram expedições ao Oriente Médio já
nos anos 700, e alguns desses podem ter sido Abraçados.
Além disso, vários Nórdicos serviram na Guarda Varegue,
um corpo mercenário de guarda­costas do Imperador
Bizantino em Constantinopla durante o século XI. Não é
inconcebível que alguns deles tenham sido Abraçados, para
estender a influência Saracena ao palácio do Imperador.
Um Assamita Nórdico é dedicado, corajoso e um
guerreiro temível. Ele vive na selva da Escandinávia, caçando
os vargrs e jarls do Norte. De fato, sua iniciação no Clã faz
com que um Assamita escandinavo se torne o inimigo de
sua própria espécie, caçando outros vampiros do Norte por
seu sangue. As características particulares dos Assamitas
(pele escura, religião e assassinato secreto) marcam um
Assamita Nórdico como um estranho e dificultam sua
adaptação entre os demais Membros do norte.
Como os filhos de Haqim (os Assamitas) sentem que é
seu dever lutar contra os filhos de Caim (Khayyin), há
obviamente uma tensão religiosa entre qualquer Nórdico e
as crenças do Clã Assamita. Sem uma lenda que inclua
Caim ou Haqim, afinal, os Nórdicos não têm razão para
promover zelosamente a agenda de assassinato do Clã.
Como resultado, aqueles escandinavos que não se
convertem diretamente à estrutura de crenças do Clã, em
vez disso, consideram Khayyin um dos jotuns, ou gigantes,
que enganou Haqim e roubou o poder de criar falsos
Einherjar. Nesses casos, o fato de Haqim supostamente ser
um descendente de Khayyin, e não o contrário, é descartado
como uma falácia.
Brujah
Após os Gangrel, os Brujah são provavelmente os mais
numerosos entre os vampiros Nórdicos. Os Nórdicos
saquearam ou negociaram ao longo da costa de Portugal e
da África por séculos, e tiveram muito contato com os
Fanáticos. A relação entre o povo Nórdico e os Einherjar é
fascinante para os Brujah. Os tênues laços de dever entre os
jarls vampíricos e seus huskarls mortais lembram os Brujah
da perdida Cartago, e eles compartilham isso ao Abraçar
alguns dos Nórdicos.
Os Brujah Nórdicos são encontrados principalmente
nas novas cidades comerciais da Escandinávia, como Bergen
e Schleswig. Lá, eles tentam encontrar um equilíbrio entre
os antigos costumes pagãos e os novos caminhos cristãos. Há
elementos da sociedade Nórdica que têm grande apelo aos
Brujah: o valor do indivíduo, a admiração pelo corajoso, a
lealdade da família e o respeito dado aos Einherjar. Esses
valores são o que os Fanáticos desejam preservar.
Claro, os vampiros escandinavos têm suas próprias
visões Vikings exclusivas sobre o lugar do vampiro entre os
mortais. Enquanto muitos Brujah professam buscar
igualdade entre Membros e Mortais, os Einherjar governam e
lutam como guerreiros escolhidos. Os Brujah mais velhos
trabalham a partir dos pontos comuns de vampiros
coexistindo abertamente com mortais, e tentam suavizar as
dificuldades que inevitavelmente resultam quando já ferozes
guerreiros Vikings sucumbem à incrível raiva dos Fanáticos.
Capadócios
Embora os Nórdicos tenham percorrido toda a Europa,
as chances de qualquer um deles ser Abraçado por este Clã
secreto e escondido são quase nulas. Há pouco que os
Nórdicos têm a oferecer a este Clã, e menos ainda o que ele
tem a oferecer a qualquer Viking.
Gangrel
Os mais numerosos entre os Membros Nórdicos são os
Gangrel. Mesmo antes dos Nórdicos iniciarem sua
expansão, os Gangrel já habitavam entre eles — às vezes
como aliados, outras vezes como monstros. As terras da
Escandinávia são perfeitamente adequadas ao
temperamento Gangrel, com seus fiordes isolados,
montanhas e selvas. No entanto, os Gangrel Nórdicos estão
longe de se restringirem ao Norte. Nos navios alongados dos
Vikings, os Gangrel se espalharam pelo resto da Europa.
Eles podem ser encontrados em todo o continente, em
qualquer lugar que as incursões Vikings possam ter levado.
Alguns Gangrel Nórdicos se cercam de outros
guerreiros, tentando manter os antigos costumes pagãos.
Esses jarls se esforçam para serem parâmetros de virtude
Viking e incutir isso nos mortais sob seus cuidados. Outros
Gangrel Nórdicos são banidos vivendo na selva como vargrs.
Esses vargrs podem ser encontrados por toda a Europa,
predando o mundo civilizado ao seu redor.
Os Gangrel Nórdicos se importam pouco com lendas e
contos de velhos vampiros e sua história. Em vez disso, eles
se preocupam com as sagas de grandes feitos e coragem. É
raro um vargr que não seja também um contador de
histórias habilidoso; os vargrs passam suas horas trocando
histórias, quando se encontram nas profundezas das
florestas. Se foi Caim ou Oðin que trouxe a maldição ou
bênção da vida eterna é irrelevante; o que importa é a
sobrevivência no aqui e agora. Pragmáticos até o cerne, esses
vampiros são os mais propensos a sobreviver às noites
difíceis da Conversão e da Inquisição, e a evitar a política e a
teologia que dilaceram os Cainitas da Europa.
Lasombra
Os Lasombra recentemente voltaram sua atenção para
os Nórdicos, apenas devido à recente ocupação da área.
Poucos Lasombra existem no Norte, sempre enviados do sul,
embora raros Vikings da Dinamarca tenham sido Abraçados
para ajudar a estender a influência Lasombra na política do
emergente reino.
Os Lasombra precisam ser extremamente cuidadosos
em suas ações no Norte, dada a atitude hostil de quase todos
os outros vampiros que provavelmente encontrarão. Os
laços do Clã com a escuridão e as sombras são muito
reminiscentes dos mitos Nórdicos sobre Niddhogr e outros
poderes obscuros; os Lasombra tendem a deixar os Vikings
extremamente desconfortáveis. Lidar com os escandinavos,
portanto, é uma questão delicada para os Magistrados.
Claro, os Lasombra garantem estar à altura do desafio,
Abraçando apenas os mais carismáticos para carregar a sua
palavra.
Capítulo Dois: Costumes e a Idade das Trevas

Laibon
As terras ardentes da África são anátemas para os
Vikings, que chamam a terra de lar de gigantes e piores. Na
história inteira do Mundo das Trevas, é improvável que
qualquer Einherjar tenha sequer encontrado um dos reclusos
Laibon.
Lamia
As sacerdotisas­da­morte de Lilith são quase
desconhecidas na Escandinávia. As predileções obscuras dos
Capadócios têm pouco interesse para os pragmáticos
Nórdicos, e assim a Linhagem irmã do Clã da Morte tem
contato limitado com os Einherjar. Talvez as únicas Lamia dos
Vikings sejam as raras Walquírias, que são Abraçadas para
cumprir seu papel como mulheres­guerreiras e escolhedoras
dos mortos entre as fileiras dos Cainitas europeus.
Entre os vampiros Vikings que se apegam às antigas
lendas, alguns chamam as Lamia de servas de Hel, marcando­
as como Einherjar especiais, que guardam os reinos dos
mortos para prevenir a fuga de almas perdidas. Dada a
predileção das Lamia pelo estudo da morte e da guerra, isso
não surpreende.
Lobos do Mar

Lhiannan
As relações entre os Celtas e os Vikings são respeitosas,
mas tensas — cada um vê o outro como guerreiros valentes,
mas inimigos perigosos. As relações entre Lhiannan e
Einherjar de outros Clãs são similares — os vampiros da
Escandinávia são inimigos mortais. Os Lhiannan
moribundos recebem pouca trégua dos Vikings; suas
comunidades são saqueadas e pilhadas tanto quanto as de
qualquer cristão. Nenhum viking é Abraçado nesta
Linhagem.
Malkavianos
Os Malkavianos são Membros raros entre os Nórdicos,
mas aqueles que são Abraçados são tratados com uma
mistura de medo e respeito. Independentemente do papel
real que o Malkaviano desempenhe, ele é tratado como um
skald e recebe a hospitalidade que um integrante dessa
ordem merece. Muitos Nórdicos veem os Malkavianos como
personificações de Loki (com toda a mistura de admiração e
medo que isso implica).
Nosferatu
Raramente encontrados no Norte, os Nosferatu tendem
mais a criar um Carniçal Viking, do que Abraçá­lo. Os
poucos que chegam ao Norte são geralmente rotulados de
monstros e caçados quando encontrados. O tamanho
reduzido das cidades e dos assentamentos no Norte torna a
descoberta fácil demais, para que um Nosferatu se sinta
confortável.
Ravnos
Os Ravnos raramente cruzam caminhos com os
Nórdicos, então, Vikings Ravnos são inexistentes. Quando
os caminhos de um Ravnos e um vargr se cruzam, a violência
é geralmente o resultado. De fato, nessa época, tão poucos
ciganos (e shimulos acompanhantes) deixaram a Índia que é
improvável que um Nórdico encontre um Membro do Clã
Ravnos.
Salubri
Os curandeiros entre os Salubri são tratados com a
desconfiança reservada aos magos, mas os guerreiros Salubri
ganham grande respeito, por sua valentia e ferocidade.
Embora os Salubri não Abracem os escandinavos — uma vez
que seus temperamentos violentos e pagãos são vistos como
indesejáveis — muitos Einherjar brandiram espadas com os
seguidores de Saulot e falam bem das habilidades dos
profetas condenados.
Seguidores de Set
Outra raridade é o Setita Nórdico. Os aspectos
religiosos dos Seguidores de Set tornava improvável que eles
Abraçassem um Viking. No entanto, nem todos os Nórdicos
são imunes à corrupção da vida civilizada, e é possível que
um, longe de casa, seja convertido ao serviço do Clã. Esse
convertido seria então enviado para o meio dos Nórdicos,
para semear a corrupção em sua terra natal.
Como outras lendas vampíricas, os contos de Set são
frequentemente incorporados ao mito Einherjar em formas
diferentes das versões europeias. Os Vikings veem Set como
Jormungandr, a serpente do mundo, um inimigo voraz dos
Æsir e descendente de Loki e dos gigantes. Como resultado,
qualquer verdadeiro guerreiro Einherjar vê como seu dever
solene lutar contra as forças diabólicas dos Setitas.
Toreador
Há uma certa beleza nas artes dos Nórdicos, e os
Toreador fizeram um esforço para preservar tais produtos.
Junto com skalds saudáveis, os Toreador Abraçaram vários
artesãos responsáveis por criar algumas das melhores obras
de metal e madeira do Norte. Estes são Toreador corajosos e
ousados, arriscando muito em sua busca para preservar a
beleza. Afinal, os Nórdicos têm pouco uso para futilidade
efeminada; um Toreador Viking cria objetos de arte como
um testemunho de habilidade e dedicação.
Tremere
Os Tremere apareceram pela primeira vez no final da
Era Viking e, como tal, tiveram pouco contato com os
Nórdicos. Desde então, sua infâmia alcançou os Einherjar do
Norte e marcou os Usurpadores como inimigos. As esparsas
tentativas dos Tremere de estender seu poder à Escandinávia
(e estas foram poucas) foram recebidas com uma ação rápida
e violenta. Por enquanto, longe de seus redutos, os Tremere
têm pouca chance no Norte.
Com o sequestro de vários Gangrel pelos Tremere na
Europa, as relações entre os dois Clãs são extremamente
hostis. Como a maioria dos Einherjar Nórdicos são Gangrel,
os Usurpadores têm pouca ou nenhuma esperança real de
contato significativo entre os Vikings. De fato, até os poucos
Nórdicos conhecedores de Runas, ou inclinados
misticamente, rejeitam os Tremere como praticantes de uma
arte antinatural e demoníaca. Por outro lado, os Tremere
cobiçam o poder das Runas e frequentemente enviam
estudantes finlandeses ou lapões para se infiltrarem entre os
vampiros escandinavos. Esses espiões raramente duram mais
do que um único inverno antes de serem destruídos por
suas maneiras traiçoeiras e obras mágicas negras.
Tzimisce
Quase desde o início, os Tzimisce tiveram negócios
com os Nórdicos, e quase sempre foram de mal a pior. As
tradições Nórdicas de liberdade, individualidade e
resistência inflexível os colocam em desacordo com os
autocráticos Tzimisce e seus servos Carniçais. Some a isso as
frequentes incursões Vikings em redutos Tzimisce, em busca
de escravos, e as tensões estão no ponto de ebulição. No
entanto, isso não significa que os Malignos não tenham
conseguido fazer alguns convertidos involuntários entre os
Vikings capturados. Os Vikings Tzimisce retornam ao Norte
como monstros, buscando destruir, com violência, o que
resta da antiga cultura Nórdica.
Nos últimos anos, os Tzimisce e os Gangrel foram
forçados a uma aliança incômoda de conveniência para
combater os Tremere, e um vampiro Nórdico capturado na
Europa pode conter suas garras simplesmente devido a essa
trégua. Por outro lado, um vargr que se veja frustrado pela
natureza dominadora de um Maligno provavelmente lidará
com a situação de maneira direta e definitiva.
Ventrue
Uma forte presença dos Ventrue na Europa, junto com
o crescente feudalismo da Escandinávia, levou a um
aumento no número de Membros Nórdicos pertencentes a
este Clã. Os Ventrue veem o Norte como mais um lugar
para estender sua influência e impedir os esforços
expansionistas dos Brujah e dos Lasombra. O fato de os
Gangrel já estarem no local é de pouca preocupação, já que
são vistos como simples selvagens a serem domados pelos
conquistadores que chegam.
Caitiff
Existem alguns Caitiff na Escandinávia. Tentar
sobreviver sem orientação na selva e nas cidades é perigoso
para um vampiro, dada a escassez de presas e outros
problemas da não­vida no extremo norte. Os poucos Caitiff
Nórdicos são abandonados na natureza, por vargrs
irresponsáveis, ou por jarls que superestimam o suprimento
de sangue de uma vila. Poucos sobrevivem ao primeiro
inverno ou ao seu primeiro encontro com os Cria de Fenris.
Capítulo Dois: Costumes e a Idade das Trevas

Narrativas no
Extremo Norte
Qualquer Narrador com material de referência e um
esboço dos Einherjar escandinavos pode construir uma
história com vampiros Vikings. Mas criar uma Crônica
verdadeiramente memorável requer esforço e bastante
reflexão. Os Einherjar da Escandinávia não são
simplesmente vampiros com machados e dracares. Foque
nas diferenças culturais e mentais para destacar as tensões
entre os Einherjar e Cainitas.
Lasombra, a Igreja
e as incursões Vikings
Na era de pilhagens, muitos alvos das incursões
Vikings são os mosteiros dos Lasombra. Bastiões remotos
do Cristianismo, os mosteiros são saqueados de seus
tesouros, queimados, e seus habitantes, vampiros e
mortais, assassinados. Os Lasombra têm uma memória
longa e não esquecem ataques aos seus redutos. Seu
método de vingança é, claro, sutil, como convém aos
manipuladores Tutores.
Os Lasombra atacam o problema dos Vikings usando
a religião. Através de seus agentes na Igreja, incentivam os
esforços existentes para converter a Escandinávia ao
Cristianismo. Enquanto nem todo missionário no Norte é
um espião Lasombra, os que são fazem seu melhor para
minar a cultura local, que produz as incursões Nórdicas.
Não fosse pela presença contínua dos jarls vampiros e dos
vargr, a presença viking na Europa seria eliminada — algo
que os Lasombra desejam muito ver.
• Os personagens são saqueadores vampiros,
pilhando mosteiros costeiros por tesouros. Encontros
desagradáveis com padres de Fé­Verdadeira os forçam a
recuar. Quando retornam, encontram a área sob controle
dos Lasombra. Como eles removem os Tutores, quando os
Cainitas continentais podem desencadear a força da Fé­
Verdadeira? Os personagens devem superar os planos dos
manipuladores para eliminar os padres e então confrontar
diretamente os vampiros.
• Os personagens são convertidos, mas acham a
ideia de vampiros controlando a igreja repulsiva. Eles
buscam remover os Lasombra, mas precisam lidar com
questões sobre seu próprio lugar no mundo cristão. Como
justificam matar um Lasombra, que também é um padre?
• Controlando uma comunidade no Extremo Norte,
os personagens enfrentam a incursão do Cristianismo.
Padres missionários trazem a palavra e começam a
converter os locais, causando problemas e suspeitas.
Matar os missionários apenas garante aldeões convertidos
irritados e cruzados mais zelosos, buscando concluir as
tarefas dos mártires. Como os personagens eliminam os
fantoches dos Magísteres?
Lobos do Mar

Conversão Ventrue
Em contraste com os movimentos sutis dos Lasombra,
os Ventrue sempre foram muito explícitos em suas
tentativas de lidar com a ameaça Nórdica. Oferecendo
propinas à conquista direta, os Ventrue fizeram um forte
esforço para eliminar a ameaça das incursões viking. A
disseminação de fortificações e resposta armada em terras
dos Ventrue não foi um acidente.
Com sua conversão ao Cristianismo, e sua
proximidade com os domínios Ventrue, a Dinamarca
provou ser muito receptiva aos Ventrue. Os Ventrue
começaram a estabelecer relações feudais com o Rei da
Dinamarca e, ao mesmo tempo, estão promovendo uma
campanha militar agressiva para expulsar os vargr do país.
Quanto tempo levará até que levem suas forças para a
Noruega e Suécia é desconhecido.
• Por vários anos, agentes Ventrue pagaram o
Danegeld para evitar que os Vikings saqueassem áreas
específicas da costa. Agora, as cidades estão sendo
fortificadas e forças militares treinadas. Se a situação
continuar, os Vikings serão expulsos da área, e uma vez que
os saques falhem, não haverá mais Danegeld. Os
personagens buscam reafirmar sua dominação física sobre a
área, para garantir futuras riquezas.
• Um embaixador Ventrue assume controle do jarl ou
rei local, seja através do uso de Dominação, do Juramento
de Sangue ou da ajuda secreta de um Tremere. Agora, os
personagens se veem desprezados enquanto o líder local
tenta um acordo pacífico com os Ventrue. Os Cainitas
manipulam as situações para remover os personagens do
poder político; pior de tudo, se os personagens partirem
para fazer algo sobre os Ventrue, podem se encontrar
declarados como banidos, ao retornarem. Os Vikings
devem aprender o jogo político e controlar o líder ou
organizar um golpe sangrento.
• Escaramuças entre fronteiras se intensificam, e os
personagens são jogados na guerra. Eles lideram suas forças
na batalha, mas as táticas superiores e armas dos exércitos
Ventrue começam a esmagá­los. Os personagens podem
transformar seus exércitos em Carniçais, mas correm o
risco de despovoar o campo, em sua busca por sangue.
Chegar a um acordo significa aceitar termos desfavoráveis.
Os personagens devem atacar rápido e forte, tomando a
capital inimiga — e derrotando o Ventrue inimigo e seu
séquito — para acabar com o conflito rápida e
decisivamente.
Recrutamento Brujah
Quanto aos Brujah, a relação desfrutada por muitos
dos jarls vampiros com os mortais é algo a ser emulado. O
cisma nas fileiras Brujah, entre aqueles que apoiam reis
mortais e aqueles que os opõem, também fez do guerreiro
Nórdico uma adição valiosa ao clã. Emissários de ambos os
pontos de vista viajaram ao Norte, para tentar estabelecer
relações com os isolados jarls vampiros dos fiordes e os vargr
selvagens.
Até agora, os Brujah não conseguiram restabelecer os
caminhos de sua amada Cartago, mas isso não os impede de
tentar constantemente.
 • Iconoclastas de Constantinopla veem os guerreiros
Vikings, brutais e berserkers, como ferramentas perfeitas
para destruir uma sociedade falha. Os personagens se veem
manipulados por poderosos Brujah que são guerreiros
potentes em busca de seus direitos inatos. Uma trégua
incômoda deve ser feita com outros Cainitas europeus
enquanto os Einherjar lidam com os rebeldes que tentariam
controlar os Vikings.
• Uma pacífica e estudiosa Brujah chega ao Norte,
buscando observar as things da Escandinávia. Ela toma notas
sobre as interações abertas entre jarls vampiros e seus huskarls
mortais, tentando encontrar meios de uma coexistência
pacífica, e finalmente pede permissão para transformar uma
Cria — ou talvez até faça uma secretamente. Ela é uma
visionária idealista ou uma emissária perigosa?
• Um pequeno círculo de guerreiros Brujah busca os
personagens para testarem seus limites em batalha, tendo
ouvido lendas sobre a proeza deles. Após a luta, os Brujah
trocam histórias, absorvendo ansiosamente as histórias
escandinavas de Ragnarök. Os Brujah pedem para se
tornarem Einherjar, unindo­se ao grupo dos personagens e
buscando conflitos valentes, mas seus excessos se provam
demais até para os Vikings. Os personagens os destroem,
desassociam­se e os transformam em inimigos, ou se juntam
a eles na depravação sanguinária?
Capítulo Dois: Costumes e a Idade das Trevas

 apítulo três:
Criação de
Personagem
Há nove habilidades conhecidas por mim —
Em mesas, eu jogo habilmente;
Raramente fico sem Runas;
Leitura, forja, ambos vêm naturalmente;
Posso deslizar no chão com esquis,
Manejar um arco, remar bem;
Para ambas as artes posso dobrar minha mente:
Canção de poeta e tocar de harpista.
— Jactância atribuída ao Conde Rognvald das
Órcades


 A seção a seguir trata da criação de personagens para
uma crônica ambientada na Escandinávia, ou construir um
personagem escandinavo para jogar em um jogo
convencional de Vampiro: a Idade das Trevas.
CONSIDERAÇÕES
SOBRE OS AJUSTES
Período
Personagens Vikings serão fortemente afetados pela era
em que vivem e morrem; as profundas mudanças na religião e
na crença, próximas à virada do milênio, mudam a fé e as
práticas da Escandinávia e seus habitantes. O primeiro é a Era
Pagã, que inclui a Era Viking e o tempo antes dela, quando a
Escandinávia é inteiramente pagã. O segundo é o período da
Conversão, quando o Extremo Norte aceita o Cristianismo,
aos poucos; esse período dura várias décadas. O terceiro é a
era pós­Conversão, depois que a fé cristã está bem
estabelecida e as práticas pagãs podem ter desaparecido ou se
tornado completamente catequizadas. Narradores que
conduzem um jogo escandinavo devem decidir em qual
período o jogo está ambientado, já que essas influências
culturais certamente terão um grande impacto no jogo.
Jogos convencionais da Idade das Trevas ocorrerão,
claro, na era pós­Conversão. No entanto, isso particularmente
não deve limitar os jogadores. A Conversão é um evento
historicamente recente, ocorrendo (aproximadamente) entre
os anos 900 e 1000, dependendo da localização. Todos Todos
os einherjar Nórdicos, exceto os mais jovens guerreiros,
nasceram e foram criados nos Velhos Caminhos, e podem ou
não ter se convertido, dependendo da escolha pessoal.
Conceitos de grupo
para
jogos escandinavos
Os grupos para jogos escandinavos, particularmente
aqueles ambientados na Era Viking, precisam de um motivo
convincente para estarem juntos. Ao contrário da Europa
Continental, o Extremo Norte tem uma baixa densidade
populacional. Grandes grupos de vampiros comprometem o
suprimento disponível de sangue. Por outro lado, vampiros
tendem a buscar a companhia de outros da sua espécie,
mesmo que seja pela camaradagem, que dura mais do que as
breves vidas dos mortais ao redor deles. Com esses fatores em
mente, o Narrador deve organizar as coisas para que os
jogadores tenham um motivo plausível para a associação
deles, mas ao mesmo tempo tenham um meio viável de
sobrevivência. A existência na Escandinávia deve ser difícil,
mas não impossível.
Alimentar­se é provavelmente o maior problema para
vampiros na Escandinávia. Múltiplos einherjar em um local
terão dificuldade para não esgotar (ou pelo menos alienar)
seus suprimentos alimentares, mesmo que suplementem sua
dieta com animais. Os grupos podem sobreviver através de
manadas de grandes animais influenciadas por Animalismo,
como renas, caçando como lobos através de Metamorfose, ou
simplesmente vivendo como bandidos e errantes, mudando
Lobos do Mar

de local frequentemente e bebendo de viajantes e dos
habitantes dos Salões onde se hospedarem.
Assim como com o período, o Narrador provavelmente
deve preparar o conceito para um jogo escandinavo com
antecedência, ou estar disposto a mediar entre os jogadores e
ajudá­los a encontrar um compromisso que todos do grupo
gostem. No geral, preparar o conceito com antecedência
provavelmente será o mais gratificante. Quatro ou cinco
einherjar em um lugar, sem algo para fazer, rapidamente vão
se meter em problemas, por razões de caráter e também
econômicas. Não há muitos lugares amigáveis a vampiros na
Escandinávia. Com a maior parte da civilização centrada em
torno de Salões isolados, simplesmente não há muito o que
fazer durante uma noite que dure cinco inteiros meses,
passada em uma grande casa, de um só cômodo, exceto se
irritarem uns aos outros. Dada a predileção escandinava pela
violência, algum trabalho sério deve ser feito para fazer com
que os personagens se harmonizem bem.
Vikings
Esta Crônica é possível em todo o espectro da
Escandinávia pré e (como vargr) pós­Conversão. Os
personagens são líderes de um grupo Viking, navegando pelos
mares para trazer glória e riquezas a si e à sua robusta
tripulação de corsários. Cada noite de verão é um novo
pedaço de costa e um novo ataque por provisões. Isso não é
necessariamente uma saga de curto prazo. Muitas expedições
Vikings passaram anos longe de casa, invernando em ilhas e
em estuários ao longo da costa da Europa.
O Narrador precisa trabalhar duro para dar um
propósito a esse tipo de Crônica. Uma Crônica que não seja
nada mais do que uma série de ataques costeiros rapidamente
perde seu brilho. Em vez disso, a Crônica precisa focar no
desenvolvimento dos personagens, suas interações nas longas
viagens marítimas, e os meios pelos quais eles conduzem seus
ataques. Saqueadores bem­sucedidos podem muito bem se
estabelecer e gastar sua riqueza arduamente conquistada na
construção de um novo assentamento. Da mesma forma,
inimigos de longa data (especialmente Cainitas do
continente, que perderam riquezas e prestígio para as
depredações dos personagens) ajudam a manter os jogadores
em estado de alerta.
Huskarls leais
Para uma Crônica apresentando intrigas dignas das
sagas, construa os personagens como huskarls de um
poderoso jarl (se o jarl também será interpretado por um
jogador, fica a critério do Narrador). Os personagens
realizam negócios para o jarl, constantemente disputando
por presentes (sangue potente? favores?) enquanto garantem
que os rivais não ganhem vantagem. Como grupo, os
personagens podem ser colocados uns contra os outros, cada
um tentando ganhar um lugar de honra com o jarl, ou até
mesmo substituí­lo; alternativamente, eles podem formar um
grupo de guerreiros, lutando para apoiar o jarl contra uma
ameaça externa. De qualquer maneira, espere muitos
holmgang, assassinatos, traição e guerra aberta.
Perfeito para mostrar a sociedade Viking em sua
totalidade, uma Crônica desse tipo lida profundamente com
os costumes e crenças dos escandinavos. Juntos, os
personagens devem enfrentar ameaças externas de outros jarls,
bem como inimigos mais sobrenaturais como trolls e
lobisomens, enquanto ainda vigiam suas próprias costas da
traição em seu meio. Embora a maioria das histórias aconteça
em ou perto do Salão do jarl, huskarls leais podem ser chamados
para viajar para terras distantes a fim de garantir tesouros ou
artefatos raros para seu senhor, ou para cimentarem alianças.
Para uma variação do jogo usual da Idade das Trevas, crie
uma Crônica de huskarls cujos integrantes (os personagens dos
jogadores) são todos Carniçais. Observe a traição aumentar à
medida que cada Carniçal compete pelo favor do jarl na
esperança de receber o Abraço. Tal modificação também oferece
aos personagens a oportunidade de agir durante o dia, mas se
eles empreenderem missões longas, devem estar atentos à
possibilidade de sucumbirem à fraca mortalidade.

Mercadores
Mais do que os Vikings, os mercadores escandinavos são
uma constante na história. Se existem negócios a serem feitos, lá
estarão os Nórdicos, comprando e vendendo. Esse estilo de vida
permite que o vampiro escandinavo se alimente com quase
impunidade da população alienígena e fornece um motivo
perfeito para um personagem Nórdico em um jogo
convencional da Idade das Trevas, em praticamente qualquer
local na Europa. Claro, a maioria dos mercados fecha à noite,
então um Carniçal com um sólido conhecimento dos princípios
mercantis é essencial. Alternativamente, os vampiros podem
negociar materiais que atraiam compradores a qualquer hora do
dia: âmbar, peles finas ou joias, consideravelmente vendidas por
preços mais convidativos, dada ao seu pertencimento anterior
ao povo residente várias centenas de quilômetros ao longo da
costa.
Esse tipo de campanha é ideal para grupos que podem se
mudar ou permanecer em um lugar ao capricho deles. Como
mercadores, os personagens podem facilmente arrumar as malas
e viajar para novos mercados, mas um comércio próspero
oferece um bom incentivo para permanecer em um lugar.
Assim, uma ampla gama de histórias é possível, já que os
personagens, sem dúvida, encontrarão muitas pessoas e se
envolverão em esquemas abrangentes enquanto viajam,
compram e vendem.

Conquistadores no exterior
Nem toda viagem dos escandinavos tinha como propósito
saquear e comerciar. A colonização, com sua característica repelência
da população local através de pilhagem, do estupro ou simplesmente
da expulsão deles, era um pilar da cultura Nórdica. Groenlândia,
Islândia e o Arquipélagos Shetland, Órcades e Faroé foram todas
colonizadas pelos escandinavos. Colônias menos bem­sucedidas
foram iniciadas em Vínland, na Inglaterra e na Irlanda. Enquanto
os assentamentos Nórdicos na Irlanda e no Danelaw da Inglaterra
foram eventualmente abolidos, eles tiveram vidas longas e pareciam
jamantas imparáveis, nos tempos de sua fundação. Os Einherjar
buscando pastos mais verdes e sustento mais abundante podem
achar a participação em tais assentamentos­invasões muito atraentes.
Guerra aberta ou encoberta com as populações mortais e
sobrenaturais locais, intrigas políticas entre os colonos e o desafio
de se adaptar a um novo ambiente, oferecem obstáculos a serem
superados. A população sendo deslocada é definitivamente um alvo
justo para a alimentação e fornece sustento suficiente para vários
Einherjar existirem nas proximidades do conflito.
A colonização oferece a oportunidade para a construção de
impérios. Para jogadores com gosto por intriga, não há substituto
para construir um reino do zero. Mesmo que a colônia em si
fracasse, os Einherjar podem se infiltrar nas sociedades locais.

Capítulo Três: Criação de personagens


 A colisão de culturas, especialmente entre vampiros
estabelecidos e os escandinavos emergentes, forma a base de
muitas intrigas e conflitos
Missionários
Os principais impulsos por trás da Conversão vieram
dos escandinavos que viajaram à Europa Continental, se
converteram e trouxeram a fé de volta consigo. Não há razão
para que uma criatura sobrenatural escandinava não possa
passar pela mesma experiência que um mortal. Devido à sua
força sobre­humana, os Cainitas terão uma vantagem
significativa na tentativa de converter mortais, mesmo que o
vampiro não use Disciplinas sociais — é extremamente difícil
para um mortal vencer um Cainita em uma holmgang. No
entanto, os Cainitas têm a oportunidade de pregar para os
habitantes sobrenaturais da Escandinávia, além da população
humana. Os Cainitas missionários enfrentam os mesmos
problemas que os missionários normais, como serem
zombados, torturados, escravizados, assassinados em suas
camas ou mortos durante a holmganga por campeões da fé
nativa.
Aqueles Cainitas que tentam pregar para outros seres
sobrenaturais enfrentam riscos adicionais. Poucos Cria de
Fenris veem vampiros exortando­os à Fé Cristã como algo
além de bonecos de pano para serem despedaçados, com um
entusiasmo extra. Aqueles missionários que tentam ministrar
a seus companheiros Cainitas devem temer a Amaranth,
assim como o ódio religioso — quem notaria ou se importaria
se um grupo problemático de missionários fosse a um Salão
vargr e não saísse mais de lá?
Imitadores de deuses
Segundo a crença Nórdica, os Æsir frequentemente
andavam pelos Salões dos homens. Vampiros com a
aparência certa poderiam imitar os deuses, com bastante
precisão. Para vampiros pré­Conversão, esta é uma maneira
simples de obter sustento. Também pode ser uma maneira
para os Cainitas da era da Conversão se oporem à
propagação do Cristianismo, fornecendo evidências físicas
dos deuses Nórdicos para seus crentes. Se bem executado,
imitações divinas podem garantir rebanhos de escravos de
sangue ao vampiro e ajudar a combater a propagação da fé
Cristã. No entanto, é um disfarce perigoso, que qualquer
bruxa pode arruinar. Independentemente das crenças
daqueles assim defraudados, as vítimas provavelmente
ficarão muito descontentes com as ações dos "deuses".
Um pequeno grupo de Einherjar poderia razoavelmente
se disfarçar como um grupo dos deuses aventureiros
vagando juntos; os deuses Nórdicos eram notáveis por suas
incursões em pequenos grupos, em reinos estranhos. Dessa
forma, os Einherjar de diferentes Clãs podem cada um
assumir um papel apropriado a uma divindade particular,
exigindo tributo ou hospitalidade de seus companheiros
mortais. No entanto, deve­se lembrar que os escandinavos
davam respeito através da força, e deuses que não
demonstram seu poder ou testam e socorrem seus
seguidores serão questionados e eventualmente descobertos
pelo que são.
Lobos do Mar

Estamos em uma missão de Deus
Uma excelente possibilidade para uma campanha
crossover é a expedição missionária. Não há razão para
que vários seres sobrenaturais que receberam o
chamado não possam trabalhar juntos para espalhar a
fé. Lupinos e vampiros formam um grupo potente,
embora altamente improvável (já que os lobisomens,
como regra, não seguem nenhuma religião humana),
combinando o poder de batalha dos Garou com as
habilidades oratórias dos Membros. Testemunhas
Ressuscitadas da necessidade de salvação podem
fornecer poder de combate e proteção diurna para um
grupo missionário vampírico, assim como Carniçais ou
feiticeiros. Como sempre, crossovers são realizados por
conta e risco do Narrador; não há garantia de que tal
grupo terá uma seleção equilibrada de poderes e
habilidades.
Conceito de personagem
O conceito de um personagem realmente varia,
dependendo da natureza do jogo. De qualquer forma,
lembre­se de que há uma grande variedade dentro até
mesmo dos papéis escandinavos mais estereotipados. Um
guerreiro dedicado pode ser grosseiro ou culto, pensativo ou
impetuoso, ansioso ou reservado, alegre ou sombrio. Assim
como todos os sacerdotes, mercadores, monges e nobres não
são iguais, tampouco serão iguais todos os guerreiros
Nórdicos. Para usar um exemplo da mitologia grega, Aquiles,
Odisseu e Nestor “Quebra­Cavalos” teriam capacidades
muito semelhantes, mas são pessoas muito, muito diferentes.
Pense nas condições em que seu personagem cresceu, como
foram suas experiências de vida e qual é sua atitude em
relação às expectativas da sociedade, e logo você o
encontrará diferenciado do resto do grupo. Seu personagem
esperava embarcar numa incursão Viking com seus irmãos
mais velhos, ou era o único filho que adotou a saga para
preencher seu tempo? Sua personagem era uma Valquíria
iniciante, ou ela sempre planejou se casar por posição?
Qualquer Nórdico provavelmente passou algum tempo
como agricultor, pastor ou produtor de leite; seu
personagem brandiu a espada e o machado por dinheiro,
fama, pressão social ou desespero?
Além disso, reserve um tempo para pensar em
personagens menos estereotipados. O Extremo Norte não
era povoado inteiramente por robustos refugiados beberrões
de cerveja das fileiras dos Cavaleiros Teutônicos de
Alexsandr Nevsky. Havia tantos estudiosos, místicos,
mascates, monges, missionários, agricultores, menestréis,
viúvas, criadores de cavalos e pescadores, quanto em
qualquer outro lugar da Europa.
Personalidade e objetivos
Já se falou muito sobre os escandinavos e sua cultura
em geral, mas cada personagem precisa de uma impressão
única. Certamente, a imagem do guerreiro Viking, alto e
barbudo é atraente; ainda assim, os Nórdicos são tão
ecléticos quanto qualquer outro povo. Até mesmo os nomes
e as narrativas épicas escandinavas dão uma visão do
individualismo dos Nórdicos.
 O sobrenome de um típico escandinavo revela muito
sobre suas características pessoais. Muitos Nórdicos
simplesmente adotam os nomes de seus pais (“Eriksson — Filho
de Erik,” “Haraldsdatter — Filha de Harald”), outros ganham
nomes através de suas personalidades, feitos ou aparência física.
Sobrenomes como Runewise (Sábio­das­Runas), Trollbane
(Maldição­dos­Trolls) e Forkbeard (Barba­de­Garfo) distinguem
os muitos Hrolfs e Gunnars. De fato, a aquisição de um
sobrenome pode ter algo a ver com as Habilidades particulares
de um personagem, suas Qualidades, Defeitos ou feitos em um
prelúdio.
Lembre­se também que os Nórdicos não são todos
saqueadores, invasores bestiais e pilhadores. Certamente, o
desejo por glória e riqueza impulsionou muitos a se tornarem
Vikings, mas tantos escandinavos são exploradores,
colonizadores ou mercadores. Um Einherjar tem ainda mais
motivações para viajar: Descobrir sobre o seu Senhor ou mais
informações sobre suas capacidades é um ponto central da
busca vampírica, e vampiros Nórdicos valorosos podem se
impor para saquear e pilhar entre seus semelhantes não­vivos,
em busca do sangue potente, que não pode ser igualado pelo
mero ouro e prata. Inversamente, com os poderes das
Disciplinas, um Nórdico pode facilmente se estabelecer como
um jarl, um líder poderoso de uma comunidade que por sua
vez apoia outros Einherjar com sangue e proteção. Para um
Viking, com toda a eternidade pela frente, os objetivos de longo
prazo são numerosos e variados.
Claro, a imagem dos guerreiros Vikings emerge
precisamente por causa da preeminência do estereótipo.
Nenhuma crônica Viking está completa sem ao menos alguns
guerreiros com machados, sedentos por sangue e muito
competitivos. Independentemente de seus outros traços, os
Nórdicos são criaturas apaixonadas, cheias de convicção e ação.
Onde outras culturas podem valorizar o estudo e a
contemplação, os Nórdicos valorizam o aprendizado através da
experiência. Personagens escandinavos estão sempre em
movimento; morrer em batalha ou em uma grande busca é o
ápice do herói lendário. Um vampiro escandinavo é ainda mais
aterrorizante por causa dos poderosos impulsos de Frenesi e da
Besta, mas os berserkers dos Vikings mortais podem até se
equiparar às fúrias dos Einherjar. Esse desejo inigualável pela
vida deve ser refletido em todos os personagens, mesmo nos
mais perspicazes e passivos; o sangue de um verdadeiro Nórdico
sempre corre quente, apesar do frio inverno.
Nomes
Os Nórdicos têm muitos e variados nomes. "Joe, o Viking"
não faz sentido para um personagem escandinavo,
especialmente dada a importância dos nomes para os Vikings.
Enquanto o nome pessoal é uma marca da individualidade, o
nome familiar ou de feitos é uma lembrança de uma herança
ou passado importantes.
Os Nórdicos não apenas usam nomes pessoais, mas
também mantêm nomes de famílias (“Gunnarsson”) para o
filho de Gunnar), e também adotam nomes de lugares e de
feitos (“Aud de Uppsala” ou “Eirik, o Matador de Parentes”).
Além disso, os Nórdicos usam nomes fantasiosos para suas
ferramentas e ofícios: “Mordida de Aço” pode se referir a
uma espada, enquanto “hidromel de Oðin” se refere à poesia.
Personagens Vikings devem ter nomes cuidadosamente
escolhidos, e qualquer contador de histórias que se preze,
certamente, se entrega à expressão poética.

Capítulo Três: Criação de personagens


 • Novato: Você conhece as histórias. E tudo começou com…
NOMES NÓRDICOS POPULARES •• Praticante: Você conhece as tramas das grandes sagas. Você
Nomes Masculinos Nomes Femininos raramente se atrapalha ou titubeia no recital.
Agnar Leif Asa ••• Competente: Você conhece todas as maiores sagas, e sua
Asmund Njal Aud narrativa é boa o suficiente para ganhar a vida.
Atli Odd Bera •••• Especialista: Você conhece todas as sagas menores e tem
Björn Olaf Bergthora habilidade suficiente para adaptar a história ao público
Brand Ottar Brynhild ouvinte e alterar os menores detalhes, sem nunca tropeçar
nas palavras. Você criou ou compôs sagas que entraram
Egil Ragnar Edda
para a história geral.
Eirik Ragnvald Freydis
••••• Mestre: Conhece a Saga do Rei Hrolf (Hrolf's Saga Kraka)?
Eyolf Rollo Gudrid Claro que sim, pois foi você quem a escreveu!
Frakki Rolf Hallgärd
•••••• Lenda: Você ensinou ao Snorri tudo o que ele sabe
Frodi Sigmund Hild Possuída por: skalds, vampiros do Clã Toreador,
Grim Sigurd Hildirid senhores aposentados buscando uma vida de lazer, homens
Gunnar Snorri Ingeborg que buscam atenção de mulheres.
Especialidades: sagas heróicas, sagas familiares, sagas de
Gyrd Sven Ingegerd uma região, improvisação, composição, recitação, oralidade,
Hafgrim Thorbjörn Isgerd escrita.
Halfdan
Harald
Thorliev
Thorfinn
Kara
Kostbera
CONSTRUÇÃO NAVAL
Em sua essência, a perícia de construtor de navios é a
Hasting Tjodolf Nauma capacidade de reparar e construir navios. Também confere a
Hedin Ubbe Ragnhild habilidade de avaliar a capacidade e o estado de um navio.
Hogni Ulfe Sigrid Isso também permite a uma pessoa, cortar e dispor os
quadros e as quilhas, usar o machado e a adaga para moldar
Hrani Ulfhedin Svanvit a madeira e reparar os danos nos navios.
Ingvi Valthjof Thorborg Independentemente da habilidade do construtor de
Ivar Volund Thorgerd navios, navios feitos de materiais inferiores ou reparados de
Jarnskeggi Thorhilda forma inadequada sempre são inferiores àqueles feitos com
os materiais e as ferramentas certas.
Jetmund Unn
Ketil Vætild
• Novato: Você pode calafetar um vazamento
•• Praticante: Você sabe como medir a largura das
madeiras e moldar a quilha.
••• Competente: Você pode construir um navio do zero
•••• Especialista: Seus navios são duráveis e velozes. Seu
trabalho é muito procurado..

HABILIDADES, ••••• Mestre: Os melhores chefes de guerra lhe dão vinho

de suas ânforas e banquetes só para pedirem que você

ANTECEDENTES,
trabalhe para eles.
•••••• Lenda: Eles têm comprado seus navios, desde que
você fez o primeiro de juncos.

DISCIPLINAS E
Possuída por: construtores navais, estaleiros,
mercadores, marinheiros e Vikings.
Especialidades: drakkars, knorrs, nova construção,

CAMINHOS reparos emergenciais, reparos em um estaleiro.

NOVAS PERÍCIAS
sagaman
Esta habilidade abrange a capacidade de compor e
recitar poesia épica no estilo Nórdico tradicional. Também
abrange conhecimento de lendas históricas escandinavas,
práticas religiosas, ditados e aforismos. Um skald habilidoso
(bardo / trovador) comanda muito respeito e pode encontrar
um lugar em qualquer Salão, seja recitando uma saga ou
compondo a história do senhor do Salão.
NOVOS CONHECIMENTOS
DIREITO
A lei é um conhecimento extremamente importante no
mundo Nórdico. O personagem conhece as intrincadas
habilidades de litígio, incluindo como prestar queixas, arrolar
testemunhas, avaliar e pedir a reparação por danos sofridos,
cabimento e ritos processuais e como encontrar e contratar
os serviços de um advogado por um preço justo. A lei
também cobre os direitos do personagem fazer alegações da
maneira adequada, bem como reunir um bom seguimento e
como falar melhor diante da assembleia ou da Althing.

Lobos do Mar


• Diletante: Você já assistiu a um processo judicial.
•• Estudante: Você conhece os procedimentos
adequados para arrolar testemunhas e apresentar
casos. Você é igual a um fazendeiro islandês.
••• Formado: Você sabe qual o rito correto e o que cada
um realmente significa. As pessoas sempre buscam
seus conselhos jurídicos. Você pode se igualar a um
go›i islandês.
•••• Erudito: Pessoas de perto e longe buscam sua ajuda.
••••• Sábio: Você costumava conversar com Njal sobre
questões legais o tempo todo.
•••••• Visionário: Agora, quando o Pai­de­Todos lhe
transmitiu a lei, ele foi bastante específico em seu
significado.
Possuído por: goði, lordes, jarls, karls, todos na Islândia
com mais de 12 anos.
Especialidades: homicídio culposo, busca de
indenizações, advocacia, arbitragem de disputas, evitar as
condenações (principalmente a declaração de banimento)
SABEDORIA DAS RUNAS
As Runas são uma linguagem secreta e de um poder
oculto. Muitos homens podem formar alguns caracteres
rudes, mas o verdadeiro entendimento das Runas traz
sabedoria. Para um guerreiro simples, as Runas são um meio
de comunicação e de batizar algo. Para o sábio das Runas, os
caracteres falam de magia, arte e controle.
• Diletante: Você pode reconhecer e ler algumas Runas.
•• Estudante: Você pode esculpir algumas Runas e ler de
forma iniciante.
••• Formado: Você sabe como esculpir seu nome nas
Runas e pode ler o trabalho em Runas de outros.
•••• Erudito: Suas obras possuem relevo e detalhamento.
Seu trabalho com Runas é claro e preciso.
••••• Sábio: O trabalho com Runas é uma arte em suas
mãos, pois elas são ferramentas de mistério e beleza.
Você esculpe épicos com facilidade e embeleza
qualquer superfície com a graça gentil do seu trabalho.
•••••• Visionário: Nove dias você dependurado, empalado,
antes de compreender o segredo das Runas…
Possuído por: Feiticeiros, Vaticinantes, loucos, deuses.
Especialidades: relevo, leitura, trabalho com Runas,
encantamentos, clareza, velocidade
NAVEGAÇÃO
Navegação é um conhecimento que abrange desde o
manuseio de navios ao conhecimento marítimo. Navegação
representa a habilidade de navegar em um navio, tanto em mar
aberto, quanto em vias pluviais navegáveis. Navegação também
rege a habilidade do personagem de encontrar a posição do navio
e o conhecimento de rotas marítimas, que são primariamente
navegadas pelos pontos de referência. Esta habilidade também
abrange habilidades incidentais relacionadas a navios, como
manuseio de cordas, equilíbrio de carga, transporte e afins.
Capítulo Três: Criação de personagens

• Iniciante: Se você está perdido, navegue para
leste. Essa é a direção onde o sol nasce.
•• Estudante: Você não é um navegador regular, mas
possui algum conhecimento marítimo.
Aprendiz: Você pode navegar pelas principais
•••
rotas do Báltico e do Atlântico Norte.
•••• Erudito: Você conhece as rotas marítimas da
Groenlândia até Gibraltar.
••••• Sábio: Você navega há mais tempo do que a
maioria das pessoas está viva e conhece o
Atlântico, o Báltico e o Mediterrâneo, como a
palma da sua mão.
•••••• Visionário: Você navegou pelas vias marítimas de
Vinlândia a Cathay.
Possuído por: Vikings, mercadores, construtores navais,
pescadores, missionários, São Brandão.
Especialidades: o Báltico, o Atlântico Norte, rios, o
oceano aberto, navegação costeira, ancoragens.
Novos
Antecedentes
Fama
Este antecedente reflete o grau com que a reputação do
seu personagem se espalhou entre os Salões dos homens e
pela grande estrada das baleias. Para o bem ou para o mal,
personagens que possuem grande fama são mais propensos a
ter suas ações notadas, do que aqueles desconhecidos. Além
Lobos do Mar

disso, personagens famosos têm mais facilidade em serem
convidados, encontrar espaço em mesas, salões e navios, e
também chamar a atenção do sexo oposto. A fama também é
a medida pela qual a maioria dos escandinavos mede o
sucesso pessoal, e um aventureiro famoso com nada mais
que a camisa sob sua pele terá precedência sobre um homem
rico, com um grande Salão, mas que não tenha realizado
feitos notáveis.
• Você tem um certo grau de fama local no seu distrito.
•• Você é famoso localmente, e alguns homens de longe
conhecem seus feitos.
••• Você é famoso regionalmente, e aqueles que viajam
frequentemente provavelmente ouviram falar de você,
embora os contos possam ser grandemente
distorcidos.
•••• Você é famoso por toda a Escandinávia, e a maioria
dos escaldos conhece suas ações.
••••• Você é uma lenda em sua própria (não)vida. Todo
homem de Vinlândia a Uppsala sabe quem você é.
Novas Disciplinas
Pele do urso
Animalismo 2, Metamorfose 4
Segundo a lenda, alguns berserkers assumem o aspecto
temível de ursos durante a fúria de batalha. Embora nem todos
os Einherjar sejam verdadeiramente berserkers, aqueles com esta
capacidade dominaram os meios de simular a pele do urso,
concedendo resistência adicional e uma visagem temível.
 Sistema: Os Einherjar devem estar em Frenesi para usar
este poder. O jogador gasta um Ponto de Sangue. Nos
próximos segundos, os músculos do vampiro torcem e
aumentam, e pelo grosso brota em todo lugar onde ele
normalmente tem cabelo. A mandíbula do vampiro se
alarga, tornando­se capaz de morder e arrancar braços e
pernas, enquanto sua pele fica espessa e insensível. Neste
estado, o Einherjar ganha dois dados adicionais em todos os
testes de Força e Vigor, incluindo absorção de dano; o pelo
grosso até protege contra a luz solar (o bônus de Vigor se
aplica aos testes de absorção contra a luz solar). Uma vez
invocada, a “Pele do Urso” permanece enquanto o
personagem estiver em Frenesi.
Aprender este poder custa 18 pontos de experiência.
Garras de Fenrir
Fortitude 2, Metamorfose 2
Muitos vargr do norte gelado contam com suas
habilidades superlativas nas caçadas, combinadas com a
arma natural fornecida pelo poder “Garras da Besta”,
resultando em uma aprimorada habilidade de caça. Afinal,
as garras inatas fornecidas pela Disciplina Metamorfose não
podem ser perdidas ou roubadas. Alguns vampiros
particularmente ferozes, no entanto, aumentam seu
armamento natural com garras mais adequadas ao Lobo
Fenris, o grande adversário lupino dos deuses Nórdicos.
Garras de 15 cm de comprimento, quase inquebráveis e
quase metálicas em sua cor são as armas desses Einherjar.
Sistema: Sempre que o Einherjar ativa o nível “Garras
da Besta”, ele projeta garras cinza­escuro de 15 cm de
comprimento, ao invés das típicas unhas de 3 cm da
Disciplina original. Essas armas dilacerantes infligem Dano
Agravado de Força + 3 em combate corpo­a­corpo, e
enquanto permanecerem presas ao vampiro em questão, são
quase indestrutíveis; com força suficiente (ou Potência), o
vampiro pode cortar armaduras de aço, paredes de madeira
e pedra (qualquer coisa que possa ser quebrada com até dez
sucessos em Força pode ser quebrada com essas garras, sem
danificá­las). Por outro lado, o vampiro sofre uma
penalidade de dois dados em todas as tarefas de Destreza
que requerem manipulação fina enquanto as garras
estiverem projetadas.
Desenvolver as Garras de Fenrir custa 12 pontos de
experiência.
Hibernação
Animalismo 4, Fortitude 2
Nos profundos invernos da Escandinávia, muitos
animais conservam seus suprimentos de comida e dormem
durante grande parte da noite fria e faminta. Vampiros
Nórdicos às vezes podem emular essa façanha, dormindo
durante os longos períodos em que a caça é escassa, mas
despertando mais tarde. Ao "hibernar" (embora a habilidade
possa ser usada a qualquer momento), o Einherjar preserva
suas reservas de sangue, para que ainda seja capaz de
sobreviver por vários dias depois de acordar, antes de
precisar caçar novamente.
Sistema: Um vampiro entrando voluntariamente em
Torpor pode usar esta habilidade para conservar reservas de
sangue para uso posterior ao despertar. O vampiro deve
testar Vigor + Sobrevivência (dificuldade 8). Cada sucesso
permite ao vampiro reter um Ponto de Sangue, apesar de
Capítulo Três: Criação de personagens

permanecer em Torpor, até o limite de sua atual Reserva de
Sangue. Portanto, se um Einherjar com esse poder entra em
Torpor, voluntariamente, com três Pontos de Sangue e obtém
um sucesso, ele despertará com um Ponto de Sangue salvo; se
ele tivesse obtido quatro sucessos, despertaria com três
Pontos de Sangue intactos. O uso deste poder não significa
que o sangue não possa ser roubado por Taumaturgia ou
qualquer tipo de ataque enquanto o vampiro dorme; ele
simplesmente permite ao vampiro armazenar sangue que
normalmente seria consumido durante o Torpor.
Aprender este poder requer 18 pontos de experiência.

Novos Caminhos
A Via Einherjar
A Via Einherjar, o Caminho do Abate, ensina a adesão
estrita à ética Nórdica de responsabilidade pessoal, coragem
diante da adversidade e iniciativa individual. Este Caminho é
geralmente seguido por guerreiros escandinavos que
escolhem se ater aos arreios de sua civilização, em vez de se
tornarem vargr como tantos outros.
Os seguidores do Caminho dos Einherjar acreditam que,
seguindo os códigos de comportamento consagrados pelo Pai­
de­Todos e pela tradição Nórdica, eles podem dominar a
Besta através da coragem e da sólida autodisciplina. Muitos
são os seguidores do Caminho dos Einherjar que morreram
nas portas de seus Salões, forçando­se a assistir o nascer do
sol, sem medo.
Os seguidores do Caminho dos Einherjar não são
"virtuosos", nem "bons", no sentido dos vampiros mais
humanos ou honrados de certos outros Caminhos. Eles são
brutais, diretos, grosseiros, egoístas e muitas vezes
intoleráveis, exceto para aqueles que respeitam. Para seus
verdadeiros amigos, eles são leais até a morte e dariam até os
seus últimos pertences. Aqueles que não são seus amigos, não
passam de objetos a serem espancados, desprezados,
enganados, roubados, violentados ou desafiados, até que
provem seu valor.
O Caminho dos Einherjar ensina as Virtudes do
Autocontrole e da Convicção.

Via Einherjar
Hierarquia de pecados
Nível Transgressão mínima para testar Convicção

10 Roubar ou trapacear.
9 Não desafiar um líder fraco.
8 Mendigar ou pedir ajuda.
7 Falhar em matar por razões de consciência.
6 Falhar em se gabar e espalhar histórias de suas
ações.
5 Acumular bens ou praticar ações mesquinhas.
4 Realizar um ato "não­viril", como fazer uma
3 Jactância e falhar em cumprí­la.
Mostrar medo ou hesitação diante do perigo.
2 Fugir do perigo. Quebrar um juramento
solene.
1 Recuar de um desafio.

Lobos do Mar


A Via Aesirgarð
Aqueles verdadeiramente tocados pelos deuses, para
quem o mundo natural está constantemente repleto de
espíritos e presságios, seguem os códigos transmitidos desde
as sagas e cantos mais antigos. Se os homens quiserem viver
em harmonia com o mundo natural, os deuses devem ser
aplacados, e os ritos adequados obedecidos. Claro, para os
vampiros, as coisas são um tanto diferentes — o “mundo
natural” já não é mais o seu lugar. Ainda assim, os velhos
caminhos e as tradições devem ser mantidos, e a força
sobrenatural e a longevidade não são defesa contra as
Nornas; até os deuses estão sujeitos ao destino.
A Via Æsirgarð é semelhante ao Caminho do Paraíso,
pois é religiosa em seu foco. No entanto, os conceitos
Vikings de “santidade” e “pecado” são bem diferentes
daqueles de seus equivalentes cristãos. Um Viking repudia a
covardia ou a mentira, mas tem poucos escrúpulos sobre
estupro, roubo ou matar, em conflitos ou desafios. Por outro
lado, um homem “devoto” não é necessariamente um fraco
seguidor do pálido deus­Cristo, mas sim um estudioso
devoto dos caminhos dos deuses e um mestre das Runas e
das sagas.
Para seguir adequadamente a Via Æsirgarð, um Nórdico
deve abraçar o poder das Runas, os trabalhos das Nornas e as
maquinações ocultas dos deuses. As virtudes defendidas
pelos guerreiros Vikings são necessárias e adequadas em uma
terra árida, e apenas os valorosos sobreviverão para lutar no
Ragnarök. O homem sábio busca espalhar as sagas, para que a
verdade seja conhecida, e encoraja outros a atos de bravura e
Via Aesirgarð
Hierarquia de pecados
Nível Transgressão mínima para testar Convicção
10 Deixar de mostrar respeito aos deuses ou
aos homens de sabedoria devotada.
9 Deixando de se posicionar contra a
covardia, traição, desonra, etc.
8 Ser motivado pela compaixão, gula
(quanto ao sangue) ou medo.
7 Roubar, mentir ou trapacear amigos ou
aliados.
6 Causar dano a uma pessoa devotada e
virtuosa (pelos padrões Viking).
5 Alimentar­se de uma pessoa devotada sem
a permissão dela.
4 Atos blasfemos ou heréticos (profanar uma
imagem de Fionar ou Oðin, apoiando a
adoração do deus­Cristo).
3 Permitir que um crime ou ato grave de
traição ou desonra fique impune.
2 Cometer assassinato secreto ou trair
aliados.
1 Ajudar um demônio, troll, jotun ou outro
servo sobrenatural maligno.
honra, para que mais guerreiros possam se erguer em
Valhalla nos tempos finais. E em todos os momentos, os
seguidores da Via Æsirgarð buscam superar os inimigos dos
homens e dos deuses: os jotuns, os trolls e gigantes das
lendas, que buscam corromper e dominar Miðgarð.
A Via Æsirgarð ensina as virtudes do Autocontrole e da
Convicção.
Qualidade e
Defeitos
Aptidões
Recomendadas: Faz­Tudo; Não Educado.
Proibida: Nenhuma.
Sensitividade
Recomendadas: Caolho.
Proibida: Nenhuma.
Laços vampíricos
Recomendadas: Favor; Presente especial; Reputação;
Senhor infame.
Proibida: Nenhuma.
Mentais
Recomendadas: Vontade de ferro; Autoconfiança.
Proibidas: Confuso; Distraído.
Sociedade mortal
Recomendadas: Mansão [para um Salão]; Nobre;
Conhecido por estar morto.
Proibidas: Grau na Igreja [apenas antes da
Catequização]; Controle institucional
Compositor (Qualidade de 2 pontos)
Você é educado nos ditados tradicionais de sabedoria,
composições e frases de efeito da poesia Nórdica. Sua
dificuldade é reduzida em 1 quando você está tentando
parecer sábio para aqueles que respeitam as Velhas Tradições,
e ao recitar ou compor uma saga. Você pode tentar usar a
sabedoria popular para aconselhamento; teste Inteligência +
Composição e Narração, dificuldade 7, para se lembrar de um
aforismo particularmente apropriado para a situação, embora
tal informação não seja profética, nem necessariamente útil.
Drakkar (Qualidade de 2 pontos)
Você possui um drakkar, um navio alongado adequado
para expedições Vikings. Não é o que se chamaria de
confortável, e não pode carregar muito mais do que dez ou
quinze toneladas de carga, mas é rápido, durável, digno do
mar e perfeito para ataques rápidos. Os drakkars têm quilhas
completas para boa manobrabilidade, mas são muito rasos (a
maioria tem menos de 2 metros do fundo da quilha ao topo
da amurada). Eles podem, assim, atravessar quase qualquer
rio navegável para botes e embarcações menores. Os navios
Vikings são normalmente movidos a vela, reservando os remos
Capítulo Três: Criação de personagens

para emergências ou viagens fluviais. O navio é guiado por um
grande leme lateral (não na popa), e é surpreendentemente
manobrável — os escandinavos usavam uma vela com verga que
permite ao navio navegar contra ou até perto do vento. A
tripulação varia entre 24 e 48 integrantes, e o navio pode ser
coberto com tendas, para dormir no oceano aberto. Drakkars
tendem a se encher com muita água, então, quanto mais homens,
melhor.
Knorr (Qualidade de 3 pontos)
Você possui uma knorr, uma forma de navio alongado
Viking maior que o drakkar, e melhor para empreendimentos
mercantis do que para saquear. Uma knorr pode carregar entre
20 e 40 toneladas, e tem uma tripulação de entre 12 e 24
homens. Knorrs têm um calado ligeiramente maior que o
drakkar, e tendem a se encher menos de água por cima da
amurada. Eles também são mais largos na viga, tornando­os um
pouco menos manobráveis e um pouco mais lentos.
Finalmente, eles têm substancialmente menos remos e menos
assentos para remadores auxiliares, tornando­os menos
adequados para viajar centenas de quilômetros rio acima, para
saquear, queimar e negociar, do que o drakkar. Você ainda pode
saquear comunidades costeiras ou se envolver em pirataria com
uma knorr, claro, mas o navio simplesmente não é projetado
especificamente para isso.
Família vingativa (Qualidade de 3
pontos)
Você tem muitos irmãos, primos e tios, e sua família
tem reputação de se manter unida em todas as situações.
Lobos do Mar

Sempre que você interagir com escandinavos, você tem um
dado extra em interações sociais envolvendo intimidação ou
intervenção em situações violentas. Se aprisionado ou
capturado, sua família provavelmente comprará sua
liberdade. Além disso, se você for morto (ou sofrer a Morte
Final), seus parentes provavelmente buscarão vingança
contra o seu assassino, embora isso, por razões óbvias, não
seja um consolo para você. Note que esta Qualidade não o
protege de seus próprios parentes. Vocês podem se manter
unidos contra o mundo exterior, mas a política interna da
família é um assunto completamente diferente!
Pagão/Cristão sincero (Defeito
de 4 pontos)
Você é um crente declarado no panteão Nórdico ou, se
antes da conversão da Escandinávia, no deus cristão. Este
Defeito pode e frequentemente deve ser tomado como Fé­
Verdadeira. Isso causa todo tipo de problemas sociais,
incluindo tentativas de assassinato por aqueles que têm
crenças opostas às suas. Note que cristãos sinceros ainda são
cristãos Nórdicos sinceros. Espera­se que você lute em uma
holmgang por Jesus, já que acredita tanto nele. Não ria, isso
aconteceu no mundo real.
Físicos
Recomendadas: Tamanho enorme; Coxo; Maneta;
Ferimento permanente.
Proibida: Deformidade.
Personalidade
Recomendadas: Código de honra (Ética do guerreiro
Nórdico); Berserker; Exclusão de presas (Mulheres) [se
homem]; Excesso de confiança; Territorial; Vingança.
Proibida: Nenhuma
Ferocidade impávida (Qualidade de 2
pontos)
Quando confrontado com medo ou terror, você se
fortalece com raiva. Em vez de entrar em Rötschreck, você
pode optar por entrar em Frenesi de raiva ao enfrentar fogo,
luz solar ou outros desafios à sua coragem. No entanto, se
escolher entrar em Frenesi desta forma, você não pode usar
Força de Vontade para controlar sua loucura.
Valquíria (Qualidade de 2 pontos)
Esta Qualidade é permitida apenas para personagens
femininas. Você escolheu assumir o papel tradicionalmente
masculino de um guerreiro na sociedade escandinava. Mais
importante, você já matou vários homens notáveis em
holmganga por isso, e seu status é, portanto, aceito. Você tem
mais problemas com homens e mulheres tentando seduzí­la
do que com jovens guerreiros tentando provar sua
masculinidade ao matá­la. Adicione 1 dado em todos os
testes sociais em culturas escandinavas; homens e mulheres
respeitam igualmente suas proezas.
Sobrenatural
Recomendadas: Sorte e Destino sombrio.
Proibida: Repulsa por alho
Parentesco Lupino (Qualide de 3,
5 ou 7 pontos)
Você tem um relacionamento cordial com um ou mais
Lupinos (provavelmente da Tribo Cria de Fenris). Isso pode
ser porque você os ajudou em uma Contenda, abrigou­os
durante o período em que estiveram foragidos, é
considerado um guerreiro heróico, ou simplesmente porque
você fez amizade com eles. Seja qual for o caso, enquanto
eles não necessariamente aparecerão para ajudá­lo em uma
luta (esse nível de confiança é uma função da interpretação
do jogador), eles não virão te desmembrar, em uma manhã
de tédio.
Por três pontos, você conhece um Lupino, em
particular, que o considera uma companhia tolerável. Vocês
podem ocasionalmente trocar histórias ou ajudar um ao
outro com pequenos favores, mas nenhum dos seus
respectivos lados aprecia tal relação, então vocês devem agir
em segredo. Vocês não necessariamente concordam em
tudo, mas pelo menos têm um entendimento mútuo.
Por cinco pontos, você tem um aliado Lupino, e o resto
da Matilha dele (um tipo de família pequena de lobisomens)
sabe de seu relacionamento. Embora sua existência e a
amizade entre vocês não sejam sempre aprovadas, você não
será necessariamente morto, à primeira vista, por um dos
companheiros de matilha de seu aliado. Muito
provavelmente, seu relacionamento é tolerado apenas
enquanto você for útil, então, embora você possa pedir
favores de seu aliado principal, é melhor retribuir o quanto
antes. Você também deve ter o Antecedente Fama de nível
pelo menos •• para mostrar que é conhecido e respeitado
por seus feitos — caso contrário, você nunca teria feito algo
notável o suficiente para aliviar as suspeitas dos Lupinos.
Por sete pontos, você tem um pouco de reputação entre
os Lupinos do Extremo Norte. Talvez você seja considerado
um guerreiro poderoso e justo, ou talvez tenha ajudado uma
matilha inteira em um momento de necessidade. Seja qual
for o caso, você pode contar com a ajuda de um aliado
Lupino específico (como nos níveis inferiores desta
Qualidade), e a Matilha dele tolera sua companhia. Entre
outros Lupinos, você pode ter o benefício do salvo­conduto
(ou não) — a dificuldade de todos os testes Sociais com os
Lupinos do Extremo Norte é reduzida em 1, desde que
reconheçam quem você é. Tal posição luminosa entre os
Lupinos é excepcional para um afterganger, e você e seu
Narrador certamente devem trabalhar os detalhes do evento
histórico que trouxe essa parceria — seu personagem deve
certamente ter habilidades e poderes que são capazes de
justificar sua participação em um desastre onde ele foi capaz
de ajudar um grupo inteiro de lobisomens. Você deve ter o
Antecedente Fama de nível pelo menos ••• para
representar sua participação em tais eventos heróicos.
Por outro lado, uma boa reputação com os Cria de
Fenris na Escandinávia não necessariamente o ajuda com os
Fianna da Irlanda. No geral, esta Qualidade simplesmente
indica que o ódio usual e desenfreado que os lobisomens
nutrem em relação aos vampiros é um pouco aliviado, pelas
ações de seu personagem em nome de um indivíduo ou
grupo específico. Obviamente, tal comportamento meritório
está além da norma para a maioria dos Einherjar, e os
Narradores certamente não têm obrigação de permitir que
esta Qualidade perturbe suas Crônicas, ou de permití­lo.
Não é preciso dizer que esta Qualidade é incompatível com
o Defeito Inimizade com os Lupinos.
Segunda visão (Qualidade de 3
pontos)
Você vê além do véu de Midgarð, percebendo as
criaturas que trabalham além do conhecimento dos homens
comuns. Talvez você tivesse essa visão em vida; talvez sua
nova condição a tenha provocado. De qualquer maneira,
você conhece os truques do hulderfolk e pode identificar os
dverge e os trolls, mesmo quando eles se escondem dos
olhos de outros homens. Os sons nos juncos são o riso dos
pukje, e as ondas na praia são causadas pelos movimentos do
grande linnorm do oceano.
Em termos de jogo, você não é afetado pelas ilusões
usadas por muitas das criaturas que vivem nas margens do
mundo humano. Você vê as formas verdadeiras de elfos,
anões e outros seres estranhos, e às vezes até pode perceber
as formas de espíritos poderosos (com um teste de Percepção
+ Ocultismo, com dificuldade 8). Esse poder sempre
funciona e não custa nada — exceto talvez sua sanidade, ao
perceber que o conselheiro de confiança do jarl é realmente
um astuto dark alfar, ou que o gigantesco inimigo blindado
de seus amigos é um troll disfarçado. Se você usa
Changeling: O Sonhar, seu personagem automaticamente
verá todos os Chimera e Seemings, embora eles não
necessariamente o afetem a menos que ele esteja encantado
(embora isso não o impeça de reagir como se fossem reais!).
Capítulo Três: Criação de personagens

Clarividente (Qualidade de 4 pontos)
Você é um clarividente, ou seja, tem uma consciência
minuciosa do funcionamento do destino e uma habilidade
perturbadoramente precisa de prever o futuro. Infelizmente,
não há como controlar esse dom. Ao escolher esta
Qualidade, você deve imediatamente escolher a Dificuldade
para o teste de experienciar suas visões premonitórias,
variando de 4 a 8. Sempre que quiser, você pode gastar um
Ponto de Força de Vontade e testar sua Inteligência, com
uma dificuldade igual à escolhida ao adquirir a Qualidade. Se
você obtiver sucesso, pode pedir ao Narrador informações
sobre qual caminho trilhar a seguir. Devido ao fato desta
Qualidade ser, de muitas maneiras, bastante prejudicial ao
personagem, o Narrador deve tentar lhe dar uma resposta
bastante completa, em compensação. Quanto mais sucessos
você alcançar, mais completa será a sua consciência do
futuro. Se você fracassar no teste para ver o futuro, verá algo
terrível e (como todos os eventos futuros) impossível de
evitar.
Por outro lado, sempre que você recuperar um ou mais
pontos de Força de Vontade, deve testar sua Inteligência com
a dificuldade escolhida ao comprar esta Qualidade. Se obtiver
algum sucesso, você falha em recuperar o Ponto de Força de
Vontade. Se falhar no teste, não há penalidade, mas se você
fracassar no teste, você não ganha Força de Vontade e de fato
perde mais um ponto de Força de Vontade.
Sábio das Runas (Qualidade de 5 pontos)
Durante a sua vida mortal, você compreendeu o segredo
das Runas. Como resultado, você tem a habilidade de realizar
magia esculpindo as Runas e encantando­as com sacrifícios
de seu sangue e poder. Você pode comprar Linhas de Magia
Primitiva do World of Darkness: Sorcerer, tanto durante a
criação do personagem (apenas com Pontos de Bônus)
quanto após a criação do personagem (com Experiência) pelo
custo listado no Sorcerer. Você pode aprender qualquer
Linha de Magia Primitiva até o seu nível de habilidade em
Conhecimento de Runas (veja os novos Conhecimentos,
acima). Você deve gastar tempo para ativar essas Linhas,
assim como um feiticeiro normal, mas em vez de gastar Força
de Vontade, você deve usar Pontos de Sangue para completar
seus feitiços. Você esculpe as Runas em rituais delicados para
canalizar sua magia; um moldador de Runas não pode
simplesmente "lançar um feitiço", mas deve trabalhar
cuidadosamente o efeito. Você conhece apenas a magia
escandinava, e não pode comprar os caminhos de Alquimia,
Conjuração, Transporte, Fogo Infernal ou Invocação, Ligação
e Proteção (Material), nem pode aprender Linhas ou Rituais
de Taumaturgia, sem antes aprender Taumaturgia como uma
Disciplina regular, incluindo a necessidade de um tutor.
Aceite, você (provavelmente) não é um Tremere.
Note especificamente que sua magia não é a mesma que
a feitiçaria mortal. Em vez disso, você invoca o poder inerente
nas Runas e o invoca através de seu próprio sangue
sobrenatural. Como você deve desbloquear os segredos desse
estranho poder sozinho, você não pode aprender outras
formas de magia mortal — o trabalho espiritual dos vivos não
funciona mais para você, e você deve usar sua energia não­
viva. Inversamente, seus métodos de lançamento de Runas
não funcionam quando usados por mortais, que não têm o
poder de seu sangue.

Lobos do Mar


 Um personagem mortal pode possuir esta Qualidade;
nesse caso, o indivíduo realiza os rituais apropriados usando
as regras normais do World of Darkness: Sorcerer. O custo
desta Qualidade simplesmente enfatiza a raridade dos
lançadores de Runas Nórdicos.
Berserk legítimo (Qualidade de 5 pontos)
Eles avançaram sem cotas de malha, e estavam frenéticos
como cães ou lobos; mordiam seus escudos; eram fortes como ursos
ou javalis; derrubavam homens, mas nem fogo, nem aço os
marcavam. Isso era chamado de Fúria Berserk.
— Relatado por Snorri Sturluson
Você é um legítimo Berserk, e a fúria da batalha, que é
o presente de Oðin para os homens corajosos, corre grossa
em seu sangue. Mesmo com a sua Besta interior, você leva
um tempo para ativar sua habilidade e se entregar à alegria
da guerra. Você pode fazer isso cortando­se com uma faca,
queimando­se, ou roendo a borda de seu escudo, a bainha
de sua espada ou o cabo de seu machado. Quando estiver
no modo berserk, você adiciona dois dados à sua força,
adiciona um dado à sua resistência e ganha três níveis de
vitalidade “Machucado”. Além disso, enquanto berserk, suas
penalidades de ferimentos são reduzidas em dois dados, de
modo que você não sofre impedimentos por ferimentos até
alcançar o nível de Vitalidade “Aleijado”. Berserk é um
estado que dura por uma cena, ou até você passar três
turnos se acalmando, longe do combate ou de outras
atividades físicas extenuantes.
Berserkers não podem usar armadura enquanto
estiverem em berserk (e vão se livrar de tal armadura se
entrarem em um berserk), nem podem entrar em um berserk
quando não estiverem em forma humana, ou permanecer lá
se perderem sua forma humana — eles imediatamente caem
em um Frenesi. Geralmente os Berserkers são bastante
controlados, embora qualquer pessoa que se interponha entre
um guerreiro berserk e o alvo escolhido do guerreiro será
casualmente empurrado para o lado. Berserkers não podem
entrar em Frenesi ou entrar em Rötschreck enquanto estiverem
em modo berserk, e inversamente não podem entrar em seu
estado berserk se estiverem em Frenesi ou Rötschreck. Aqueles
que têm apenas um vislumbre de um berserk, de relance durante
a batalha, frequentemente confundem os ferozes guerreiros
com ursos.
Legalista ao extremo (Defeito de 2 pontos)
Apesar de sua existência sobrenatural, você está preso
às leis estritas, e pode ser processado por seus atos
antinaturais. Se chamado a um tribunal, mesmo um
informal, você pode ser condenado à situação de banido,
exilado ou possivelmente até forçado ao Torpor em seu
túmulo. Você pode escolher fugir da área em vez de se
submeter ao julgamento, mas não pode retornar à área por
vários anos vindouros. Este Defeito é comum entre
vampiros islandeses.
Inimizade Lupina (Defeito de 4 pontos)
Por algum motivo, os Cria de Fenris estão famintos por
você. Talvez você tenha tornado sua presença muito óbvia
ou matado um Lupino em uma Contenda. Talvez os
metamorfos simplesmente não gostem de você (mais do que
seu desgosto usual por vampiros). Seja qual for o caso, há
pelo menos uma matilha procurando por você. Você não
pode viajar ao exterior sem temer pela sua segurança, e os
Parentes lobisomens são uma ameaça constante para seus
Carniçais. Se você tiver um Salão, invista em proteção
contra incêndio. Este Defeito não pode ser tomado com a
Qualidade Parentesco Lupino.
Capítulo Três: Criação de personagens

 apítulo
Quatro:
Sistemas
Muito te contamos, te contaremos
mais,
é importante que saibas, queres saber
mais?
— A Breve Völuspá


 A não­vida no extremo Norte traz dificuldades únicas
devido às estranhas estações e atividades agressivas dos
mortais. Sem uma adesão estrita ao Silêncio do Sangue, e
orgulhosos de sua descendências, os Einherjar Nórdicos
muitas vezes vivem entre seus companheiros mais humanos
como senhores e guerreiros, evitando as delicadas
manipulações da Europa. Equilibrar tradição e dever com as
noites extremamente longas ou curtas da região e a caça pelo
sangue requer um vampiro habilidoso e determinado. Juntos,
essas diferenças das terras sulistas significam que os vampiros
escandinavos têm algumas atividades e hábitos incomuns,
que por sua vez exigem explicação se o Narrador quiser
explorá­los como elementos da história.
Claro, vampiros Vikings ainda usam os mesmos Clãs e
Disciplinas, como os outros Filhos de Caim. No entanto, eles
têm tipos muito diferentes de seguidores, e as ferramentas de
sua cultura — os navios, costumes e práticas da Escandinávia
— são bem diferentes de qualquer coisa em Idade das Trevas,
e como tal, merecem detalhe.

O inverno
Para o vampiro Nórdico, o inverno é uma época de
liberdade e celebração. O sol permanece escondido e o
vampiro tem muitas horas livres da luz do sol para desfrutar.
Enquanto o sol permanecer abaixo do horizonte, um
vampiro não sente a necessidade de descansar e pode
permanecer ativo. Nos confins do Norte, isso significa que
alguns vargr nunca dormem durante o inverno.
O inverno dura de meados de setembro a meados de
abril e o sol passa uma quantidade de tempo cada vez menor
no céu. Durante os Equinócios de Primavera e Outono, o dia
tem uma divisão de 12 horas de dia/noite; mas, no meio do
inverno, a noite dura 16 horas. Quanto mais ao norte se vai,
mais longa é a noite, até que na fronteira norte da Noruega o
único sinal do dia são algumas horas de crepúsculo.
Noites que duram um mês anunciam uma liberdade
sem paralelo para muitos aftergangers, mas como muitas
novidades entre os não­vivos, as vantagens da atividade
constante muitas vezes se desgastam. Embora um vampiro
escandinavo seja mais do que capaz de permanecer acordado
por toda a extensão das noites quase intermináveis,
realmente permanecer acordado e ativo por vários meses
seguidos pode ser desgastante. O tédio e a estafa
inevitavelmente se instalam, à medida que a imutabilidade da
noite continua. Vampiros que buscam entretenimento e
diversão voltam­se para perseguições cada vez mais macabras
e ultrajantes, criando jogos e manipulações elaboradas para
manter seu interesse. Aqueles que tiram tempo para relaxar e
descansar logo sucumbem à paranoia vampírica comum,
temendo que outros de sua espécie aproveitem o tempo em
seus esquemas. Para o vampiro de vontade fraca, ou um sem
companhia e atividade constante, a loucura muitas vezes
desperta, mesmo após apenas alguns meses de escuridão.
Um vampiro astuto faz bom uso do tempo ininterrupto
nas noites de inverno do Extremo Norte. Ao permanecer
ativo, um vampiro evita o manto do tédio. Já que vampiros
não precisam dormir durante uma noite interminável, eles
podem facilmente trabalhar em torno de seus inimigos
mortais ou marionetes, colocando as oito ou doze horas
extras, por dia, em bom uso.

Lobos do Mar



Longas noites
Permanecer acordado por longas horas durante o
inverno dificilmente será um esforço para um vampiro.
Um vampiro não sente necessidade de descansar; até
mesmo atividades prolongadas não causam efeitos
prejudiciais. Nas regiões mais distantes do Norte, onde
as noites de inverno nunca terminam, um vargr pode
ficar sem dormir por "dias" a fio. Nesses casos, o
vampiro ainda sofre a drenagem de sangue, perdendo
um Ponto de Sangue a cada rotação completa da Terra
(24 horas), desde o último pôr­do­sol.
Tempo extra de caça significa que a busca por sangue
pode ser mais tranquila e prolongada, se o vampiro tiver
uma fonte confiável. Planos contra inimigos podem agora
ser executados ao longo de muitas noites seguidas, em vez
de em pequenos incrementos noturnos. O melhor de tudo,
para o vampiro que se esforça para aprender, estudar e
realizar experimentos, a pesquisa e leitura são conduzidas
em contemplação ininterrupta.
No entanto, o inverno não é só bom, pois as fontes de
sangue se tornam escassas, especialmente para os banidos
nas florestas e montanhas. Além disso, a temperatura cai e o
vampiro arrisca sofrer os efeitos da exposição ao frio,
especialmente porque a roupa oferece pouca proteção para
os não­vivos. Um vampiro pego ao ar livre e sem qualquer
tipo de fonte de calor ou abrigo começa a sofrer os efeitos
do frio extremo (veja Vampiro: A Idade das Trevas pág. 201)
dentro de uma hora. Os vargr mais poderosos escolhem o
Torpor durante os meses frios, esperando o calor e as
melhores caças da primavera.
Alimentação de inverno
Para o vampiro, a primeira preocupação do inverno
deve ser o suprimento de sangue. No festival que marca a
chegada do inverno, realizado no Equinócio de Outono,
ocorre o abate de animais muito fracos para sobreviver nos
meses vindouros. Tipicamente, um vampiro faz todo o
esforço para se abastecer durante esta celebração. No
entanto, como a próxima celebração do festival não
acontecerá até o meio do inverno, é improvável que este
festival sozinho seja o suficiente.
Em uma comunidade onde o vampiro é o jarl, as
pessoas mantêm vivos alguns dos animais mais fracos. Eles
ajudam a manter o jarl alimentado durante os primeiros
meses do inverno e o sustentam até o festival do Yule no
meio do inverno. Do festival do Yule até a chegada da
Primavera, o vampiro jarl deve depender de escravos ou de
seu povo, para se alimentar até que as neves derretam e as
colheitas sejam plantadas.
Com o início das noites nevadas, em uma comunidade
onde um vampiro se esconda, a alimentação se torna difícil.
Durante o inverno, os Salões estão cheios de fogueiras e
pessoas. O gado está em celeiros, geralmente anexados às
casas dos proprietários. Com presas fáceis difíceis de
encontrar, um vampiro tentando fazer uma refeição secreta
deve tomar cuidado extra. Se o Narrador simplesmente
escolher usar testes para resolver caçadas, o vampiro sofre
um aumento de 1 ponto na dificuldade para caçar nessas
condiçõe
Para os vargr nos ermos, a sobrevivência é um assunto
desesperado. Os grandes animais de caça e similares, que
normalmente compõem a dieta dele, estão escondidos ou
migraram para longe. Os vargr mais fracos se sustentam com
coelhos e outros banidos. Alguns encontram uma
comunidade remota e a assolam durante os meses de
inverno, usando seu sangue para sobreviver às inóspitas
nevascas. Muitos outros migram para o sul, com os
rebanhos, entrando em conflito com outros vampiros que
fazem o mesmo (ou que já vivem nas terras do sul).
Caçada nos ermos de inverno
Um vargr nos ermos tem poucas opções de sangue
durante os meses de inverno. Aqueles com Animalismo
podem usar o “Chamado de Noé” para atrair refeições
potenciais, geralmente criaturas de dois a quatro Pontos de
Sangue. Um teste de Percepção + Sobrevivência contra uma
dificuldade de 9 permite que um vargr encontre animais
pequenos suficientes para restaurar um Ponto de Sangue,
para cada sucesso. Por fim, um vargr pode restaurar uma
quantidade de Pontos de Sangue igual ao teste de dados,
caçando em vilas e aldeias após fazer uma jogada de caça
bem­sucedida, contra uma dificuldade de 10 (lançando um
dado por cada hora gasta caçando). Obviamente, um
afterganger sem escrúpulos quanto a ser pego pode
facilmente drenar um ou dois mortais e fugir (ou até mesmo
ficar e lutar), mas como não há garantia de encontrar outra
refeição em breve, isso é uma proposição arriscada.
O verão
Para um vampiro, o verão no Norte é um período de
desconforto. Enquanto a noite é longa no inverno, no verão,
a noite pode desaparecer completamente. Não é de se
admirar, então, que os vampiros Nórdicos zarpem para
climas do sul durante o verão, para saquear as costas de uma
Europa escura, em vez de arriscar os dias intermináveis do
verão Nórdico.
O verão é o inverso do inverno, com menos horas
disponíveis para atividade para os Einherjar. No meio do
verão, a noite tem apenas 3 horas de duração, e parte disso é
crepúsculo. Um vampiro que deseje permanecer ativo por
qualquer período de tempo, deve se arriscar ao toque
ardente do sol, ou viajar para o sul.
Breves noites de verão
A principal dificuldade que um vampiro enfrenta ao
caçar no verão é a falta de tempo. Com apenas algumas
horas disponíveis para caçar, e a escassez de grandes
populações humanas no Norte, encontrar sangue torna­se
uma corrida contra o tempo. Ao usar as regras de caça,
lembre­se de reduzir o número de dados disponíveis para os
jogadores, pois a maioria dos personagens terá apenas três
horas para caçar. A menos que os personagens estejam em
uma grande cidade comercial, a dificuldade de caça deve ser
8 ou 9.
Entretanto, para o vargr, as coisas ficam um pouco mais
fáceis durante o verão. A caça é abundante, mesmo com as
horas mais curtas. Os vargr com Animalismo podem usar o
Chamado de Noé para convocar criaturas com quatro a seis
Pontos de Sangue para as refeições.
Capítulo Três: Criação de personagens

 O teste de Percepção + Sobrevivência, para caçar
animais na floresta, agora é contra uma dificuldade de 7,
com cada sucesso restaurando um Ponto de Sangue.
Uma vez que o verão se inicia, tudo corre sob a pressão
do tempo. Vampiros Nórdicos têm apenas algumas horas
para completar suas tarefas, e a caça ocupa grande parte desse
tempo. Alguns vampiros tentam permanecer ativos em dias
nublados, mas enquanto o sol estiver alto, o sono os ataca —
apenas aqueles Einherjar muito avançados em seus Caminhos
de Iluminação, ou dotados de grande vontade, podem
permanecer ativos. Pior ainda, os mortais agora têm a
oportunidade de construir seus próprios esquemas, sem a
interferência dos vampiros, durante 3/4 do dia. Um
afterganger exposto a caçadores agora se arrisca sofre um
ataque durante as 21 horas do dia. Vampiros nos verões do
norte devem fazer o melhor uso possível de seu tempo,
evitando serem notados, enquanto caçam cuidadosamente e
ainda tentando fazer tempo, para avançar em seus próprios
esquemas. Aqueles Einherjar que tentam estudar ou planejar,
a longo prazo, são forçados a interromper suas atividades;
Narradores podem penalizar tentativas de aprendizagem ou
trabalho artesanal prolongado — melhorando uma Disciplina,
construindo um navio, gerenciando uma comunidade —
devido à falta de tempo.
Migração
Durante a aproximação do verão, os vargr tendem a
migrar para o sul, para a Finlândia e a Rússia. Fazendo isso,
eles se mantêm à frente do sol e evitam as noites curtas do
Lobos do Mar

verão. O processo se inverte com a aproximação do inverno,
quando os vargr seguem a noite de volta ao norte. No
entanto, essa migração não é incólume, já que os vargr
devem viajar através do território normalmente reivindicado
pelos Lupinos.
Os vargr não são os únicos vampiros a viajar durante os
meses de verão. Jarls vampiros lideram suas equipes em
incursões no sul, mantendo­se à frente do sol e buscando
novas fontes de sangue. Quando o inverno começa a se
aproximar, essas equipes retornam para casa com escravos e
tesouros, para ajudá­los durante as noites de inverno.
Outros vampiros, sem acesso às equipes dos jarls ou às
habilidades dos vargr, também têm opções. Juntar­se à
equipe de um drakkar de incursão ou embarcar secretamente
em uma knorr mercantil é arriscado, mas pode levar o
afterganger a melhores terrenos de caça na Europa.
Infelizmente, viajar pela Europa arrisca despertar a ira dos
Cainitas estabelecidos que lá residem, mas é possível se
perder nas muitas pequenas cidades espalhadas pelo campo.
Viagens marítimas
Com seus assentamentos isolados nos fiordes e ao
longo das costas, os Nórdicos usam o mar como sua
principal rota de viagem. Ao contrário do resto da Europa, a
viagem entre vilas e cidades é bastante comum para o povo
do Norte. Viajar 800 milhas náuticas é normal, mesmo para
um lugar distante, como a Islândia ou a Groenlândia.

clandestinos
Navios Nórdicos oferecem poucos esconderijos
para um vampiro tentando se ocultar, tornando a sua
descoberta um perigo real. A knorr é provavelmente o
navio mais seguro para um vampiro se esconder, com
um convés e carga para cobertura. A scutta e o drakkar
são mais abertos, e um vampiro se escondendo a bordo
deve se esconder à "vista de todos", usando desculpas,
Dominação e Carniçais para se manter seguro.
Uma tripulação descobrindo um vampiro a bordo
age rapidamente. Dado o gosto Nórdico por (tola)
coragem, guerreiros Vikings provavelmente não se
renderão ou implorarão por misericórdia a um
vampiro; em vez disso, têm uma perturbadora
tendência de se lançarem contra a ameaça, até o último
homem. Se descobrirem o vampiro durante o dia,
tentarão amarrá­lo com cordas e jogá­lo ao mar. Se
descoberto à noite, tochas e armas são usadas numa
tentativa de expulsar o vampiro do navio para o mar.
Embora o afogamento não seja uma grande ameaça, o
sol pode destruir o vampiro se ele não conseguir
alcançar a costa.
Enquanto o mar evita os perigos de assaltantes pela
estrada, apresenta seus próprios obstáculos. Tempestades,
bancos de areia, rochas, piratas e gelo tornam a viagem
marítima algo apenas para os bravos e os habilidosos... ou
para os tolos.
Uma viagem marítima apresenta ainda mais desafios
para um vampiro. Proteção contra o sol é algo difícil de se
encontrar, particularmente nos alongados navios Nórdicos,
que são abertos; vampiros devem providenciar tendas,
cobertores ou outras coberturas necessárias para evitar o sol.
Fontes fáceis de sangue também são difíceis de encontrar,
especialmente em longas viagens oceânicas, pois os Einherjar
não podem se arriscar a se alimentar dos homens com
muita frequência sem enfraquecer os marinheiros. Então
existem os riscos de caírem no mar, exposição às intempéries
e contato constante com uma tripulação mortal. Uma perda
de controle pode precipitar um desastre.
Navegação
Os Nórdicos navegam seus navios usando os marcos
costeiros da Europa, e por tradição oral passaram um gráfico
verbal de pai para filho. Para definir um curso para um
destino na Europa ou ao longo da costa da África, é
necessário um teste de Inteligência + Navegação com
dificuldade 7. Ao navegar pelo oceano aberto para destinos
como a Islândia ou a Groenlândia, os Nórdicos usam a
altura do sol para julgar sua latitude e o curso correto.
Realizar isso requer um teste de Percepção + Navegação com
dificuldade 8, embora tal tarefa seja obviamente difícil para
um vampiro.
Os Einherjar podem desejar usar as estrelas noturnas
para navegação, e os Nórdicos usam a Estrela do Norte
como guia. Verificando contra o aparente aumento ou
queda da Estrela do Norte (já que parece subir ao se dirigir
ao norte e cair ao sul), um marinheiro pode determinar a
latitude aproximada dentro de cerca de 160 milhas náuticas.
Usando ferramentas de navegação simples, como um bastão
de madeira com marcações de 2 cm para verificar o
movimento da estrela em relação à sua posição original, é
possível obter uma latitude dentro de 12 milhas náuticas.
De qualquer forma, um navegador faz um teste de
Inteligência + Navegação (ou Astrologia) para determinar a
posição, com dificuldade de 6 a olho nu e 4 com o uso de
instrumentos auxiliares de navegação. A determinação da
latitude permite ao navegador saber se o navio viajou muito
ao norte ou ao sul, para alcançar seu destino correto.
Com observação suficiente, é possível ver terra firme a
uma distância de mais de oitenta milhas náuticas, e os
escandinavos fizeram bom uso disso. Durante o dia, em
boas condições, observadores podem ver grandes distâncias,
identificando picos de montanhas no horizonte. De fato, é
até possível para os Nórdicos navegar da Noruega para a
Vínland (América do Norte) sem perder a vista de terra por
mais de um dia e meio, passando pela Islândia, Groenlândia
e várias ilhas do Atlântico Norte. Combinando um mapa
rudimentar com o senso de um bom navegador para
latitude e direção, é bastante possível para os Nórdicos
fazerem viagens oceânicas prolongadas com grande precisão.
Claro, os Einherjar podem não ter a opção de vigiar durante
o dia, e à noite a visibilidade é severamente limitada mesmo
para aqueles com a Disciplina Metamorfose “Testemunha
das Trevas”, mas um simples Carniçal vigia pode preencher
tais papéis adequadamente, especialmente com a Disciplina
Auspícios.
Marinheiros Nórdicos também usam correntes de
vento e marcos do mar para determinar posição. Como os
ventos e correntes oceânicas são constantes, os Vikings
podem discernir a localização aproximada simplesmente
sentindo a direção do vento. Cardumes de baleias, certos
tipos de peixes e a presença de algas oceânicas determinadas
também marcam águas específicas e podem ser usadas como
marcos marítimos para auxiliar na navegação. Um
navegador Viking usa Percepção + Navegação (dificuldade 8)
para reconhecer tais sinais e usá­los para determinar a sua
localização.
Aprovisionamento
Para um vampiro no mar, há uma série de etapas que
garantem uma viagem segura. Proteção contra o sol é uma
prioridade, assim como um suprimento seguro de sangue.
Felizmente, cuidar dessas preocupações faz parte do
procedimento normal para uma tripulação Nórdica.
Para se protegerem dos elementos, as tripulações
Nórdicas normalmente incluem uma tenda, cobertores e
peles entre os suprimentos a bordo do navio. Normalmente
usados apenas à noite para fornecer cobertura em uma
longa viagem, a tenda é muito mais utilizada como proteção
contra o sol em um navio com um jarl vampiro. O vampiro
a bordo ainda tem que se enrolar em cobertores e peles
antes de descansar, embora uma tenda simples ainda deixe
entrar luz solar filtrada mas perigosa, e interrupções infelizes
— como uma tempestade repentina ou um atacante
marítimo — possam lançar o vampiro no sol abrasador. Nos
maiores navios comerciais, porém, há a proteção adicional
de um convés.
Capítulo Três: Criação de personagens

 Junto com tendas e cobertores, qualquer provisão para
uma longa viagem inclui gado, como ovelhas e cabras.
Quando a Fome ataca, o vampiro a bordo pode se alimentar
dessas criaturas, em vez da tripulação. Um vampiro faminto
também pode se alimentar dos peixes pescados pela
tripulação, embora o vitae ictioide seja particularmente
repulsivo e pobre em nutrição. Alimentar­se da tripulação é
geralmente um último recurso para um vampiro, pois sem a
tripulação não há chance de chegar com segurança ao
destino.
No entanto, as preparações para uma viagem só vão até
certo ponto. Eventualmente, o vampiro e a tripulação vão
querer mais do que os suprimentos a bordo podem oferecer.
Dada a facilidade de navegação ao longo da costa e os perigos
de navegar à noite, não é surpresa que os Nórdicos tenham
uma solução para seus problemas de suprimentos: strandhogg
À medida que a noite se aproxima, ou conforme a Fome
chama, a tripulação Nórdica encalha o drakkar em um lugar
propício, na costa, para realizar saques. Durante o verão, as
chances são sempre boas de que tal incursão encontre uma
fonte de alimento para mortais e vampiros. Na prática, o
strandhogg frequentemente permite que um drakkar zarpe sem
provisões originais (mais leve).
Claro, tal incursão possui seus próprios perigos,
especialmente se for contra uma vila Nórdica. Uma vez
alertada, a vila atacada envia seus guerreiros atrás dos
saqueadores. Se necessário, a vila lança seus próprios drakkars
ao mar e pode perseguir os agressores por dias, em uma
tentativa de vingança. Um capitão habilidoso pode evitar esta
perseguição escondendo­se ao longo da costa com um teste
contestado de Raciocínio + Navegação. Falhar neste teste
resulta em uma perseguição (veja pág. 85).
Perigos mar
do
Tempestades são um dos perigos mais comuns de
viagens pelo mar. Quando uma tempestade se aproxima, uma
tripulação Nórdica busca abrigo em algum lugar ao longo da
costa para esperar sua passagem. Tempestades obviamente
incluem chuva forte, ventos e mares agitados que ameaçam
inundar um drakkar; em condições particularmente ruins, a
neve pode se acumular e sobrecarregar as velas, ou ventos
muito fortes podem literalmente rasgar a estrutura do navio.
Se não houver abrigo disponível, ou se a tempestade pegar o
navio de surpresa, não há outra escolha, senão tentar resistir.
Durante a tempestade, a tripulação deve esgotar o navio
com o que tiver à mão. Se não conseguirem acompanhar a
entrada de água, o navio afunda, então esta é uma tarefa vital
(Destreza + Navegação). Além disso, o capitão do navio tem
que controlar o leme para manter o navio de ser arrastado
pelas ondas (Força + Navegação). A dificuldade de ambas
essas tarefas depende da gravidade da tempestade.
Em uma tempestade particularmente feroz, o navio
pode sofrer danos; qualquer tempestade completa pode
facilmente quebrar um drakkar e causar algum estresse em
uma knorr. Tais danos estão além da capacidade de prevenção
da tripulação, então o Narrador deve simplesmente jogar três
dados contra uma dificuldade da gravidade da tempestade
(com um bônus de ­2 na dificuldade para uma knorr, que se
dobram e flexionam melhor nas tempestades); falha indica
que o navio está fortemente danificado e deve ser reparado
Lobos do Mar

Strandhogg e caça
Para um vampiro, o strandhogg oferece uma
excelente oportunidade de se alimentar. Rasgar as
vítimas do saque e se banhar em seu sangue é normal
para um berserker, então o Einherjar não tem
problemas em se alimentar durante a batalha. Certos
Einherjar inescrupulosos podem até mesmo capturar
prisioneiros para devorar mais tarde.
antes de viajar mais um dia, enquanto uma falha crítica
indica que o navio se despedaça e afunda.
Severidade da tempestade Dificuldade
Garoa 5
Mares agitados & chuva 6
Ventos fortes, ondas altas 7
Tempestade de verão completa (chuva forte e vento, 8
oceano agitado)
Tempestade de inverno completa (chuva de granizo ou 9
neve, ventos muito fortes)
Outros perigos potenciais, particularmente ao navegar à
noite ao longo da costa, incluem águas rasas e rochas
cobertas pela maré. Durante o dia, ver esses perigos é
bastante fácil. No entanto, vê­los à noite é mais difícil
(Percepção + Navegação com uma dificuldade de 7). Usar a
Disciplina Metamorfose “Testemunha das Trevas” pode
facilitar muito a navegação à noite, eliminando a
necessidade de fazer uma rolagem.
Falhar no teste para evitar bancos de areia ou rochas
resulta no navio encalhado. A menos que o teste seja uma
falha crítica, o dano ao navio será reparável pela manhã, mas
mais navegação será impossível. Claro, reparar um navio
nessas condições requer que a tripulação mova o navio do
obstáculo e adquira suprimentos suficientes para remendar
o dano. Com uma falha no teste, o navio afunda e deve ser
abandonado.
Vampiros e afogamento
Embora um vampiro não vá se afogar no sentido
literal da palavra, cair no Mar do Norte não é uma
experiência agradável para ninguém. As águas do mar
são extremamente frias, e é muito possível que um
vampiro imerso sofra os efeitos da exposição ao frio
severo. Para mais, veja a página 201 das regras de
Vampiro: A Idade das Trevas.
Além disso, vampiros tendem a afundar, a menos
que façam um esforço considerável para nadar. À
medida que um vampiro afunda até o fundo do oceano,
os efeitos do aumento da pressão começam a esmagar o
infeliz afterganger. Qualquer vampiro que atinja mais do
que alguns centenas de metros abaixo da superfície da
água sofre com a pressão punitiva do oceano, e mesmo
a Fortitude apenas prolonga ligeiramente a capacidade
do vampiro de sobreviver em grandes profundidades.
Vampiros esmagados pela pressão das profundezas do
oceano sofrem Morte Final.
 Estar no mar também atrai a atenção de outras
tripulações Nórdicas, que podem tentar abordar e capturar
um navio alongado. Um navio é o predador e o outro a
presa. Esses encontros começam como um concurso de
habilidade dos capitães. Se ambos os navios estiverem
navegando no momento, faça um teste contestado contra
Percepção + Navegação. Se um ou ambos os navios usarem
remos, a situação se complica um pouco. Calcule a média da
Força dos remadores (geralmente 2 ou 3 para tripulações
mortais) e jogue a Força média + a Navegação do capitão,
para o concurso. O número de sucessos necessários para
escapar ou pegar um navio depende do seu tipo. O
concurso continua até que um navio acumule sucessos
suficientes para capturar ou escapar, ou até que algum
evento externo interfira na perseguição.
Tipo de navio Sucessos necessários
Navio mercante 2
Karfi, Knorr 3
Scutta, Drakkar 5
Exemplo: Se o perseguidor for uma scutta e a presa
uma knorr, o perseguidor precisa de três sucessos para
capturar a presa. A presa, no entanto, precisa de cinco
sucessos para escapar.

Lutando no mar
O perigo da luta no mar é principalmente uma questão
de equilíbrio (bem, e armas). Uma vez que duas tripulações
se envolvem, devem se preocupar tanto com o oceano
quanto com os seus oponentes. Um passo em falso pode
enviar um guerreiro direto aos braços gelados do mar
(permanentemente, se estiver usando armadura pesada). A
maneira mais fácil de lidar com isso é esperar até que
alguém obtenha um fracasso durante a luta, e então cair no
mar. Também é possível derrubar alguém deliberadamente;
se a vítima estiver a poucos passos da borda, um empurrão
ou um arremesso pode ser usado para derrubá­la para fora
do navio. Claro, um personagem jogado para fora assim
deve realizar um teste de Destreza + Atletismo (dificuldade
8) para tentar agarrar a amurada ou a borda do navio, antes
de cair.

Expansão
Durante a Era Viking, misturado com as invasões e o
comércio, os Nórdicos emigraram pela Europa. Quase tão
popular quanto navegar para invadir, era navegar para
começar uma aldeia ou assentamento em um local remoto.
O maior exemplo disso é provavelmente a Islândia (que foi
batizada especificamente para desencorajar novos colonos,
devido à sua terra fértil e clima razoavelmente agradável),
mas há muitos lugares remotos na Europa e em outras
regiões que uma expedição Nórdica poderia colonizar.

Recrutamento
A primeira coisa de que qualquer tentativa de
colonização precisa é um grupo de pessoas dispostas a deixar
suas casas e apostar tudo no sonho de começar de novo em
um lugar melhor. Entre os Nórdicos, isso se traduzia em
seguir um líder com carisma, boa sorte e reputação de
bravura. Para um vampiro, a Disciplina da Presença é um
método rápido de recrutamento, embora meios menos
diretos, como discursos e espalhar a palavra, possam ser
igualmente eficazes.

Capítulo Três: Criação de personagens


 Perigos fantásticos
Dependendo do quão fantástica é sua campanha,
outro perigo potencial é a Serpente Marinha ou o
Dragão — especialmente se o navio estiver viajando
pelo inexplorado mar aberto. Essas criaturas são
tipicamente hostis a navios visitantes, tentando fazer
um lanche de qualquer tripulação que encontrem.
Seu tamanho varia de pequeno (o tamanho de um
navio alongado) ao mítico (a Serpente de Midgard,
que dizem circundar o mundo). Veja O Bestiário
Antigo para mais detalhes.
Vikings usam o termo "Linnorm" para se referir a
dragões, embora a versão Viking dessas criaturas seja
tipicamente serpentina, viscosa e não particularmente
astuta ou inteligente. Se usar criaturas fantásticas
desse tipo, certifique­se de consultar algumas das
referências na Introdução. Lembre­se, porém, que
criaturas fantásticas e mágicas nem sempre são
apropriadas para um cenário de Vampiro — por isso
elas não são todas descritas neste livro.

Assim que um grupo de pessoas estiver disposto a partir

para criar um novo assentamento, os colonos devem
organizar um meio de transporte. Isso requer pelo menos
uma knorr para o gado, equipamentos e colonos, e
provavelmente um drakkar para protegê­lo e ao assentamento.
Um organizador Einherjar pode usar seus Recursos,
Influência ou Aliados para providenciar tripulações e
materiais; indivíduos menos abastados devem se contentar
com recrutamento ou roubo. Com os suprimentos
adquiridos, a viagem começa.

Encontrando o lugar perfeito

Encontrar um bom local para um assentamento é uma
arte, e como diz o ditado, tudo está na localização. Embora
preocupações como água e madeira sejam bastante óbvias,
determinar a adequação de um local não é fácil. Uma
tripulação de futuros colonos não pode simplesmente
navegar pela costa e escolher um lugar aleatório; as áreas
devem ser avaliadas conforme a presença da água doce,
disponibilidade de animais para caça, existência de plantas
comestíveis e recursos naturais. Encontrar uma boa
localização exige um teste de Percepção + Sobrevivência
contra uma dificuldade de 8, geralmente feita pelo Narrador.
Avaliar um local dessa maneira requer pelo menos alguns
dias (três ou mais) enquanto os batedores e guerreiros
verificam os recursos necessários; a dificuldade do teste cai
para 7 se o grupo passar pelo menos uma semana avaliando.
O sucesso ou fracasso deste teste determina a viabilidade do
assentamento para o primeiro inverno.

Lobos do Mar


Sucessos Capacidade de sobrevivência
Falha Crítica O assentamento parece viável, mas não resistirá
ao inverno.
Falha A localização adequada não é encontrada, faça
outra checagem após uma semana de navegação.
1 Sobreviveu por pouco ao inverno, com metade
da população morrendo de doença e fome.
2 Vai bem, apenas um terço da população morre
neste inverno.
3 Toda a população sobrevive ao inverno.
4+ Prosperidade. O assentamento tem um sucesso
automático em checagens de sobrevivência
subsequentes (veja Sobrevivendo, abaixo).
O assentamento
Os melhores locais para um assentamento são aqueles
com terra plana e arável e um local protegido para atracar os
navios. Uma fonte próxima de água doce e madeira também
são vitais. Ao encontrar um local adequado, os navios
atracam e o trabalho no assentamento começa. O trabalho
começa em um parapeito (uma parede de terra e madeira)
para proteger os colonos nos primeiros dias. Durante esse
período, guerreiros exploram a área próxima em busca de
comida e água potável.
Após a conclusão do parapeito, uma torre de vigia e
um Salão são construídos. Se houver necessidade premente
de mais proteção, o parapeito é atualizado se transformando
em uma paliçada de troncos (uma parede de madeira
reforçada). A construção de um cais e um abrigo para os
navios também deve ser concluída antes do inverno, assim
como o plantio de culturas, dependendo da época do ano, e
a engorda do gado, na vegetação disponível. O primeiro
inverno é um teste para o assentamento, mas serão o
segundo e o terceiro invernos que determinam se ele será
viável ou não.
Sobrevivendo
Ultimamente, a sobrevivência do assentamento após o
primeiro inverno tem tanto a ver com a sorte do líder,
quanto com seu posicionamento e sua preparação. Se os
deuses não estiverem com o assentamento, nenhum
planejamento pode ajudar. Claro, os deuses ajudam aqueles
que se ajudam. Isso se traduz em um teste de Raciocínio +
Senescalia após o primeiro inverno. Uma falha crítica
significa que o assentamento provavelmente perecerá no
próximo inverno, enquanto uma falha indica que os colonos
desejam partir no verão. A dificuldade deste teste é 8 para o
segundo inverno e 7 para o terceiro. Conseguir 4+ sucessos
neste teste gera um sucesso automático para a próxima
checagem. Se o assentamento sobreviver a três invernos, ele
se torna estabelecido e não são necessários mais testes.
Claro, há muitas oportunidades para histórias na
construção de um assentamento. Um Einherjar
empreendedor ou desesperado pode partir para descobrir e
tomar os suprimentos necessários para garantir o sucesso do
assentamento. Afinal, um vampiro que se irrita sob a regra
dos Anciãos pode decidir começar um novo lar para se
tornar um Príncipe. Da mesma forma, um banido ou
aventureiro pode deixar terras familiares, levando seguidores
leais consigo. E, claro, alguns Einherjar empreendem a
colonização por motivos estratégicos, para controlar recursos
ou territórios que possam ser úteis na constante Jyhad.
Dependendo do resultado de tais expedições, o Narrador
pode alterar os testes de sobrevivência do assentamento ou
removê­las completamente, baseando a sorte e o destino do
assentamento nas ações dos jogadores.
Enfrentando as
questões vampíricas
Um assentamento liderado por um vampiro tem
necessidades especiais que devem ser atendidas, para que a
colônia seja bem­sucedida. Um vampiro deve ter um
rebanho grande o suficiente para se alimentar sem ferir ou
matar a população mortal e requer abrigo seguro contra a
luz solar. Como resultado, estabelecer uma nova colônia é
um projeto mais trabalhoso para um grupo com um
vampiro do que para uma expedição puramente mortal.
O abrigo é provavelmente a preocupação mais urgente
para um colonizador não­vivo. Afinal, apenas alguns minutos
de luz solar destruirão todos, exceto os mais resistentes
aftergangers. Como o vampiro obviamente tinha algum meio
de sobreviver à viagem para o assentamento, ele pode
simplesmente esperar, em reclusão, pela construção de um
local adequado — um vampiro dormindo abaixo do convés
ou em uma tenda durante o dia não precisa abandonar tal
segurança razoável. No entanto, entre os Vikings, um líder
que não se posiciona à frente dos seus comandados
dificilmente permanecerá no poder por muito tempo. Um
Einherjar colonizador é bem­aconselhado a usar seus talentos
especiais para realizar explorações e assentamentos à noite.
De fato, ao explorar o terreno enquanto outros colonos
dormem e ao usar força e velocidade sobrenaturais para
acelerar a construção de prédios e defesas importantes, um
Einherjar pode reduzir consideravelmente o tempo necessário
para estabelecer um assentamento.
Em qualquer assentamento com um vampiro, o
constante chamado da Fome exige a necessidade de um
suprimento razoável de sangue. Novamente, o vampiro
provavelmente trouxe alguns suprimentos de sangue na
jornada, para não sobrecarregar os marinheiros com perda
de sangue, mas uma colônia deve esperar perder alguns
animais e pessoas durante o inverno. Enquanto caçadores
perseguem a população animal nativa e descobrem quais
criaturas são comestíveis, o vampiro deve igualmente
aprender quais tipos de criaturas fornecem sangue nutritivo
o suficiente para complementar o suprimento da colônia.
Na falta disso, muitos Einherjar entram em Torpor após o
estabelecimento do assentamento, despertando após o
inverno para se aproveitarem da prosperidade dos
sobreviventes — embora nessas circunstâncias, mais de um
vampiro tenha acordado em uma vila abandonada. Um
Einherjar adormecido precisa deixar Carniçais ou huskarls
competentes no comando ou arriscar a perda de controle
sobre o assentamento.
A recompensa do sucesso
Chegar a uma terra estranha e transplantar costumes e
modos de vida é uma atividade repleta de perigos e riscos.
Um assentamento enfrenta a possibilidade de uma
população nativa hostil, plantas e criaturas estranhas,
padrões climáticos incomuns e a simples má­sorte. Esses
mesmos riscos e desafios tornam a colonização um
passatempo popular entre os Nórdicos imprudentes.
Capítulo Três: Criação de personagens

 Se você tiver sucesso, a glória de suas ações será
eternamente lembrada. À medida que mais colonos chegam à
nova terra, seu local pode se tornar a capital e o centro
comercial para outros colonos.
Tripulação &
Grupos de guerra
Cada vampiro precisa decidir sobre a natureza da
tripulação com a qual deseja navegar ou o tipo de grupo de
guerra que deseja ter ao seu redor. Existe perigo em confiar
aos mortais os segredos da não­vida, mas também há certos
custos inerentes à criação de Carniçais. Cada opção tem seus
apoiadores, e alguns encontram um equilíbrio confortável
entre as duas.
Mortais
Os Nórdicos valorizam muito os juramentos, e os
observam com diligência. Se um vampiro conseguir os
juramentos de seus seguidores mais próximos, para protegê­lo
a todo custo, então os mortais formarão um séquito leal. O
truque é obter esses juramentos. Na maioria das vezes, são
juramentos que foram mantidos desde antes do Abraço. No
entanto, os Nórdicos juram a vampiros que são bravos
guerreiros e líderes.
Os Nórdicos respeitam a sorte de seus líderes e se um
líder pode trazer prosperidade, pouco importa se ele está vivo
ou não­vivo. Contanto que o vampiro mantenha o respeito
de seus seguidores trazendo riqueza e felicidade, ele governa.
Isso pode ser um ato de equilíbrio complicado de se manter,
mas o resultado é um grupo de guerra motivado.
O perigo de empregar apenas mortais é o livre arbítrio.
Os Nórdicos valorizam muito suas liberdades individuais e
exercem sua própria discrição quando podem. Se um
guerreiro Nórdico se sentir maltratado ou sobrecarregado, ele
pode decidir que um juramento foi quebrado e partir. Se as
coisas piorarem por mais de algumas estações, ele pode
decidir que a sorte do líder mudou. O resultado usual disso é
a tentativa de destruição do jarl.
Os Einherjar escandinavos raramente mantêm as
Tradições de Sangue na mesma consideração que seus
contemporâneos europeus mais antigos. De fato, muitos
vampiros andam abertamente entre os Nórdicos,
reivindicando prestígio e poder, de sua proximidade com o
sangue de Oðin, e como esse deus, exigindo sacrifícios
sangrentos. As atitudes Nórdicas sobre coragem, honra e
franqueza raramente mudam com a morte; como resultado,
vampiros Nórdicos sentem pouca necessidade de se esconder
dos mortais. De fato, a promessa de força e juventude eterna
é atraente, e muitos guerreiros entram voluntariamente no
pacto de servidão de existência como um Carniçal, para
desfrutar dos benefícios. Claro, com a chegada do
Cristianismo à Escandinávia, essas tendências mudam — a
Igreja não tolera os mortos errantes, e aqueles que não
aprendem a esconder suas naturezas de seus convertidos
irmãos que ainda respiram, se tornam terrores sobrenaturais
a serem caçados. De fato, mesmo durante a Era Pagã, os
Einherjar imprudentes ou excessivamente orgulhosos podem
encontrar guerreiros mortais enfurecidos como uma ameaça,
considerando sua falta de medo e seu poder de combate.
Lobos do Mar

Os Nórdicos têm suas superstições em relação aos
mortos, e nem todos estão dispostos a deixar isso de lado
apenas por algum grau de sucesso na batalha. Se o vampiro
jarl não for cuidadoso, os huskarls confiáveis podem decidir
lidar com ele como fariam com qualquer assombração do
além­túmulo. Pior, eles podem chamar os padres Cristãos para
lidar com o problema. No entanto, desde que o vampiro
cumpra sua parte nos acordos e obedeça as leis da
comunidade, ele é pouco mais do que um guerreiro escolhido
por Oðin — pelo menos até que os Cristãos cheguem com suas
visões bastante mortíferas sobre o vampirismo.
Carniçais
Carniçais são a alternativa aos mortais. O vampiro
ambicioso pode tentar transformar toda a tripulação de um
drakkar, cerca de 35 guerreiros, em Carniçais para mantê­los
leais. O problema com tal plano deve ser óbvio, no entanto —
35 bocas para alimentar com seu próprio sangue. Um
vampiro mantendo tal tripulação teria que recrutar vampiros
adicionais para ajudá­lo, levando às complicações de Laços de
Sangue e lealdades conflitantes.
Ainda assim, a tripulação toda de Carniçais tem suas
vantagens. Todos os guerreiros se tornam muito fortes e de
vida longa. Carniçais são muito menos frágeis que seus
equivalentes mortais, e assim precisam de menos substituição.
Um vampiro não precisa esconder sua condição, e questões
como navegar à noite não precisam de explicação.
Despertando o berserk
Um benefício de se cercar com um círculo interno
de Carniçais é aparente apenas com o domínio da
Disciplina Animalismo “Despertando a Besta”. Os
huskarls fornecem um excelente repositório para a
Besta, e são frequentemente receptores dispostos. Uma
vez em Frenesi, o guerreiro muitas vezes se assemelha a
um berserk, e com sua força aumentada e capacidade
de ignorar ferimentos, pode ser um oponente terrível e
assustador.
Mistura & Combinação
A solução mais comum para o problema de mortais e
Carniçais é misturar os dois. Tipicamente, os huskarls de um
jarl são seus Carniçais, enquanto o resto de sua tripulação e
do seu povo permanecem como mortais. Isso tem a
vantagem de manter gerenciável o número de Carniçais que
requerem sangue, ao mesmo tempo que fornece um núcleo
de guerreiros confiáveis para proteger o vampiro, em tempos
de problemas e incertezas.
Recrutar os huskarls raramente é um problema, pois
eles recebem isenções do trabalho no campo e ganham os
benefícios de ser um Carniçal: força e longevidade. Tudo o
que um guerreiro precisa fazer é convidar o sujeito para se
juntar ao grupo “especial”. Após um ano ou dois, para julgar
a dignidade do suplicante, o jarl decide se deve ou não
adicioná­lo às fileiras do círculo interno.
Em um arranjo como este, os Carniçais são respeitados
na comunidade. Eles personificam as características de
bravos guerreiros e protegem seu Mestre.
 No entanto, nem todos os Carniçais vivem de acordo
com esse ideal. Alguns usam seu novo poder para intimidar
e abusar das pessoas da vila. Os mortais tendem a evitar
esses huskarls.
Vampiros
Uma tripulação toda de vampiros pode parecer
vantajosa à primeira vista. Todos os tripulantes possuem a
resiliência dos não­vivos e as Disciplinas, e nenhuma
explicação complicada é necessária. No entanto, tal
tripulação só pode navegar à noite; um navio ancorado na
costa durante o dia se torna um alvo fácil para saqueadores e
piratas. Além disso, com tantos aftergangers famintos a
bordo, a necessidade de sangue se torna um problema
premente. Mesmo com a tradição do strandhogg, alimentar­se
pode ser difícil; se os vampiros saquearem uma vila apenas
uma vez por semana, aproximadamente, a Fome
(especialmente entre as gerações mais fracas, que não podem
armazenar tanto sangue) se torna um problema. Mesmo
trazer animais a bordo não é suficiente, já que esses animais,
por sua vez devem ser alimentados e cuidados, para que
possam fornecer nutrição.
No entanto, para missões breves e enxutas, um
pequeno grupo de vampiros faz uma força de ataque
assustadoramente eficaz. Quando viagens de apenas uma
semana, ou mais, são planejadas, um grupo de vampiros
reúne uma alta concentração de habilidades e poderes
sobrenaturais. A curta duração de uma viagem rápida limita
os problemas de alimentação. A tripulação vampírica pode,
portanto, realizar uma breve viagem para saquear uma vila
específica ou capturar um determinado navio e ainda
retornar a tempo de se alimentar e descansar.
Capítulo Três: Criação de personagens

apítulo Cinco:
Modelos


O lobo do mar
Citação: Com minha cota de malha, eu nadei, do navio até a costa, para atacar as muralhas de um castelo. Se você me acha um mero fanfarrão, saia
aqui fora para resolvermos isso.
Prelúdio: Enquanto você crescia, trabalhando nos campos e cuidando do gado, a cada verão, via seu pai ir ao mar para saquear. Quando
ele voltava, trazia tesouros e histórias de atos de bravuras. Logo, em cada momento livre, você pegou uma espada e
praticou com ela. Em sua mente, você era um herói como Harald Cabelo­Belo ou Eirik Machado­Sangrento. Sua
juventude passou rapidamente, e quando chegou à maioridade, viajou para o mar com seu pai e
nunca mais olhou para trás.
Você se mostrou um marinheiro natural e, mais importante, um guerreiro audacioso.
Na primeira viagem, atraiu a atenção de seu jarl com sua habilidade e bravura em várias
batalhas. Quando o jarl ofereceu recompensas, você surpreendeu a todos pedindo
ousadamente para se juntar aos seus huskarls. Era um pedido incomum para alguém
tão jovem, mas o jarl permitiu. Nunca mais você trabalharia nos campos. Em vez disso,
passou seus dias em constante competição, provando sua força e habilidade contra os
outros huskarls. Em poucos anos, você superou todos, exceto seu jarl. A fama de sua
bravura e ferocidade se espalhou pelo resto da Escandinávia.
Não demorou muito até você navegar para o norte para estabelecer seu próprio Salão e
iniciar o seu clã. Sua reputação, por sorte e habilidade, significou que muitos o seguiram nessa
missão. Você encontrou um Salão isolado e, em uma curta, mas sangrenta batalha, dominou o jarl de
lá e debelou as defesas, para reivindicá­lo como seu. Sua sorte persistiu, e o novo assentamento
prosperou, assim como sua lenda.
No entanto, o assentamento anterior não estava sem seus segredos. Em
uma noite de inverno, após você se deitar, uma convidada
indesejada lhe fez uma visita secreta. Ela afirmou ser uma
protetora do jarl anterior e uma filha de Oðin, encarregada
de selecionar os melhores guerreiros. Sentada em seu peito,
com garras em sua garganta e dentes afiados à mostra, a Valquíria lhe
fez uma oferta: junte­se ao exército de Oðin em Miðgarð ou se junte às
legiões de Hel.
Você tentou sobrepujar fisicamente a mulher, mas ela se mostrou
impossível de derrotar. Ferido e sangrando, você viu que sua ameaça era
real e algo que não podia ser ignorado. Novamente, a Valquíria lhe fez a oferta,
lambendo seu sangue dos dedos. Desta vez, você fez a única escolha possível.
Conceito: O clássico saqueador Nórdico de lendas e pesadelos,
você é um guerreiro poderoso e líder corajoso. Manter aqueles que
o seguem saudáveis, seguros e felizes é seu objetivo principal, já que
eles estarão com você durante o Ragnarök que virá. Como apenas
os fortes serão úteis, você tem que testar seus seguidores com
longas viagens marítimas, saques e batalhas. Aqueles que falharem
em seus testes não terão uma segunda chance.
Dicas de interpretação: Manter o respeito de seus
seguidores e iguais vem antes de tudo, e para isso você nunca deve
mostrar medo ou hesitação. Além disso, como um dos escolhidos
de Oðin em Miðgarð, você não tem nada a temer dos que estão ao
seu redor, a menos que Oðin retire suas bênçãos. Não tenha
medo de se gabar do que fez e se vangloriar do que pode
fazer; suas novas habilidades permitem realizar o
impossível. Esforce­se para ser a figura­maior­do­que­a­
vida que todos esperam.
Como vampiro, você é um terror profano.
Enquanto vivo, você era um guerreiro temido; agora,
com os poderes concedidos pela não­vida, você é
imparável. Embora justo e generoso com
seus seguidores, você é implacável e
sanguinário com suas muitas vítimas. Um
dos escolhidos de Oðin, você acredita
firmemente que estará no Ragnarök, então
cultiva uma fúria devastadora e busca
constantemente a guerra e o conflito.
Equipamento: Drakkar,
grupo de guerreiros, armadura
pesada, espada, escudo.

Lobos do Mar


 

10ª

Gangrel Lobo do Mar

Ombros
largos
• • •
• • •
• • •

Machados

Animalismo
Fortitude
Aliados
Fama
•
Metamorfose Geração •
Potencia Recursos
Lacaios •
Construção naval Einherjar
Sabedoria das Runas
Construção naval


Fio das Nornas Você deixou os outros saberem da Voz, e logo as
pessoas vinham até você para buscar a sabedoria das
Citação: “As Nornas vieram à sua casa naquela noite, Nornas. Um daqueles que veio até você se mostrou ser
aquelas que teceriam o destino de um príncipe; grande fama, mais do que apenas o bobo que parecia. Ele fez muitas
disseram, marcaria seu futuro, ele seria chamado de melhor dos perguntas sobre a Voz, se vinha ou ia, e como você se
reis.” Não tivemos muitas Nornas por aqui, não é? sentia sobre o mundo e seu lugar nele. Então ele lhe
Prelúdio: Você gosta de dizer que na manhã em que contou muitas coisas sobre o mundo real, e como era
nasceu, um corvo estava morto na porta de sua casa e um importante que sua mensagem fosse falada. Ele ofereceu
lobo uivava para a alvorada. Você prefere deixar de fora o lhe dar uma vantagem, para ajudá­lo a ouvir melhor a Voz
fato de seu pai ter caído morto e o leite da vaca ter talhado. e alcançar as pessoas, com mais efeito. Intrigado, você
Se as circunstâncias do seu nascimento foram de mau­ concordou em tentar o que ele sugeriu. Após algumas
agouro, o resto da sua juventude pareceu bastante normal. lições para melhorar seus talentos, você pagou o preço que
Seu tio o criou para ser um guerreiro, e você parecia ele pediu de você. Afinal, sua vida era um preço irrisório.
adequado para tais coisas até a Voz primeiro sussurrar em Conceito: Um contador de histórias de grande
seu ouvido. habilidade, você é um doador de sabedoria para qualquer
Murmurando para você, a Voz contava histórias sobre um que te ouça. No entanto, há um indício de loucura e
os deuses e heróis. Quando você falava dessas coisas profecia em sua performance, que faz todos assumirem
para sua família, eles ficavam admirados e que você faz o trabalho de algum poder superior.
assustados. Seu tio convocou uma vidente, para Alguns até o consideram uma ferramenta das Nornas,
curar o que lhe enviada para garantir que sua tecelagem saia da
afligia. Os esforços maneira correta. Você não é quem desconstruirá
essa noção que os outros possuem ao seu
dela foram em vão, respeito, especialmente quando pode usá­la
pois a vidente logo para conseguir uma refeição ou duas, de
decidiu que as graça.
Nornas o haviam Dicas de interpretação: Embora
escolhido. As histórias você sempre tenha ouvido a Voz,
que você falava eram os desde o Abraço ela começou a
Cantos dos skalds, mas fazer mais sentido para você.
não havia como você tê­ Seja a Voz das Nornas, de Oðin
los aprendido, exceto pela ou algum ser estranho falando
vontade das Nornas. através de você, você não se
Conforme você cresceu importa, desde que possa
até a idade adulta, a Voz entregar sua mensagem
vinha e ia, mas as histórias àqueles que precisam ouví­
permaneceram uma grande la. Se, às vezes, essa
parte da sua vida. Quando a mensagem não é o que as
pessoas querem ouvir,
oportunidade surgiu, você que assim seja. Seu
pegou um navio para o sul, dever para com a
para procurar skalds e Voz vem em
aprender com eles outros primeiro lugar.
Cantos, histórias, sagas e a Equipamento:
arte do composição e da Traje de plebeu,
narração. Embora você mochila de viagem,
nunca tenha sido um botas de caminhada
mestre da forma, havia resistentes.
uma certa verdade em
suas versões particulares
dos Cantos, que
sugeria profecia.

Lobos do Mar


 

12ª

Malkaviano Linha de Norns

• • •
Perspicaz

• • •
Definido
• • •

Auspícios
Demencia
Contatos
Fama
•
Ofuscação Recursos •
Presença
•
Sabedoria das Runas Æsirgarð
Sagaman


Claviculária
Citação: Ottar está morto? Um acidente de caça? Estou
chocada. Ele parecia um homem tão bom quando partiu para
fundar seu próprio assentamento. Você não estava pensando em
seguí­lo, Jorund, estava?
Prelúdio: Crescer como filha de um poderoso jarl
significava estar preparada quase desde o nascimento para ser
a esposa de um jarl importante. Você aprendeu tudo que
podia sobre administrar uma casa e uma vila com sua mãe, e
ela lhe impressionou quando contou sobre o papel
importante que você desempenharia no sucesso de seu
marido. Ao mesmo tempo, você estudou as técnicas que seu
pai usava para manter seus guerreiros na linha.
Quando chegou a hora do seu casamento, foi com um
jarl envelhecido de Trond, a quem seu pai devia um favor.
A combinação foi decepcionante desde o início, pois seu
marido era inábil em gerenciar seu povo. Ele se
apoiava no medo, em vez do respeito, para mantê­los
na linha. No final do primeiro ano, grávida de seu
primeiro filho, você sabia que seu governo não
duraria o tempo necessário para seu filho assumir
seu lugar.
Enquanto seu marido estava em incursões,
você cultivou o respeito das mulheres da vila
com uma preocupação prática pelo bem­estar
delas. Você confiou seu filho aos cuidados do
melhor guerreiro de seu pai, dizendo ao seu
marido que era para fortalecer os laços entre
seus clãs. Então, você convenceu seu marido a
empreender uma última incursão para
estabelecer sua reputação nas lendas — e
para mantê­lo longe por mais de um
verão.
A incursão durou dois anos, e
você aproveitou o tempo em que seu
marido estava ausente para alcançar
seus objetivos. Primeiro, você
cultivou o apoio dos guerreiros
mais velhos que ficaram e dos
jovens que estavam entrando na
idade adulta.
Aqueles poucos que não
vieram para o seu lado, você
encontrou maneiras de
secretamente matar ou
provocar em atos
imprudentes que
levaram à sua morte. Em segundo lugar, você
trabalhou longa e arduamente para garantir que a
sorte da vila fosse melhor sob sua regra cuidadosa
do que a do seu marido. Você preparou tudo para
o retorno dele.
Foi então que as coisas tomaram um rumo
estranho. Seu marido retornou um homem
mudado, vibrante e rejuvenescido, agindo como
se tivesse metade de sua idade. Sua tripulação
era menos de um terço do tamanho original, e
os guerreiros restantes estavam fracos e pálidos.
Não demorou muito para que rumores se
espalhassem, de que seu marido era um
monstro e que algo tinha ser
feito.
Lobos do Mar

O que os aldeões não sabiam era que na primeira noite
de seu retorno, seu marido a levou para o Abraço, e lhe
contou seus planos. Ele falou com você sobre Abraçar seu
filho também, e criar uma família de seu tipo. Ele prometeu
seu amor por você e lhe disse como esperava torná­la Rainha
de uma Escandinávia unificada. Você fingiu interesse nessas
grandes histórias de uma nova era, esperando, por alguns
dias, o momento certo.
Quando você julgou que os aldeões estavam prontos, e
que seu marido confiava completamente em você, você agiu.
Nas primeiras horas da manhã, quando seu marido se
deitou para descansar, você cravou uma estaca em seu
coração e o destruiu. Você inventou uma história para os
aldeões sobre mortos­vivos e monstros, e como seu marido
tinha sido um. O povo aceitou a história, e também o
retorno de seu jovem filho para liderá­los. No entanto,
todos sabemque você é quem realmente comanda as
coisas e eles a tratam com respeito e um pouco de
medo. As coisas estão boas, mesmo que você não
possa mais ver o nascer do sol.
Conceito: O Salão é seu domínio, e
aqueles dentro e ao redor dele estão sob sua
responsabilidade. Você trabalhou duro para
tornar esta uma comunidade próspera e não
permitirá que nada, nem ninguém, ameace
sua prosperidade. Qualquer um que
atravesse seu caminho descobrirá isso,
sejam eles parentes ou estranhos. Não
seria bom para aqueles que dependem de
você, saberem de sua crueldade, mesmo
que seja o melhor para eles. Algumas
coisas são melhores quando mantidas
em segredo, em nome de um bem maior.
Dicas de interpretação: Você opera nas
sombras e na noite, quando os outros
já foram para suas camas. Sua nova
existência torna
mais difícil fazer suas vontades conhecidas,
mas você encontrou maneiras de contornar isso. Se
houver uma ameaça à saúde do Salão ou a você
mesma, você lida com isso, rapidamente e sem
piedade.
No entanto, sua predileção por tramas vai
muito além daquelas de qualquer senhor mortal. A
existência paranóica como uma vampira te obriga a
tecer teias dentro de teias, e a colocar seus seguidores
uns contra os outros, para descobrir lealdades
ocultas. A constante busca por sangue a torna
insensível e fria, embora você projete um ar de falsa
compaixão para aqueles sob seus cuidados. Na
verdade, administrar um Salão não é mais uma
questão de prestígio pessoal ou poder; é uma
questão de autopreservação e sobrevivência. Você
constantemente sente que está perdendo algo, mas
não sabe o que é. No entanto, se você encontrar
outro vampiro,
as maquinações serão, de fato,
ferozes — e mais satisfatórias do que
qualquer
sangue quente.
Equipamento: Chaves do
Salão, vestido fino, adaga.
 

11ª

Ventrue Detentor das chaves

• • •
• •
Astuciosa
•
• • •

Dominação
Fortitude
Geração
Recursos
•
Presença Lacaios •
Auspícios
•
Humanidade


 pêndice:
Einherjar
Escandinavos
Notáveis
A furore Normannorum libera nos, Domine!
(Da fúria dos Nórdicos nos livre, Senhor!)
— Oração de toda a cristandade ocidental
durante a Era Viking

A impressão deixada pelos Vikings ressoa ao

longo da história. Pouco surpreendente, então,
que os vampiros entre eles exerçam influência
semelhante na sociedade dos não-vivos.



O Altíssimo
Poucos Einherjar projetam uma sombra tão extensa nas
terras do Extremo Norte quanto o Matusalém Gangrel
conhecido como o Altíssimo. Ele já era velho quando se
mudou para o norte, durante a Era das Migrações. Naquela
época, ele era conhecido por um nome diferente e servia como
sacerdote entre os povos germânicos. Lá, ele se identificou com
o deus Oðin, tanto na mente de seus adoradores germânicos
quanto, talvez, na sua própria.
Raramente permanecendo em um único refúgio por mais
de dois ou três anos, o Altíssimo se mudou para o norte,
deixando tudo para trás, enquanto o Império Ocidental caía
em ruínas. Eventualmente, como se tivesse encontrado um
objetivo há muito procurado, ele se estabeleceu em Uppsala, o
centro do culto Nórdico aos Æsir. Do ano 650 até os primeiros
anos do século 12, ele morou lá como sumo­sacerdote e
principal objeto de adoração, considerado meio homem e
meio deus, como talvez ele de fato o seja.
Com o Altíssimo vieram os aparatos do culto a Oðin.
Como seu modelo divino, o Altíssimo viaja extensivamente
pela Escandinávia durante a Era Viking, Abraçando aqueles
que chamavam sua atenção. A maioria dos Gangrel na
Escandinávia pode rastrear sua descendência diretamente ao
Altíssimo, e muitos usam de sua linhagem como justificativa
para seu governo como reis vargr.
Sob a direção do Altíssimo, o Templo em Uppsala veio a
se assemelhar ao Valhalla. As Walquírias, subordinadas, e prole
direta do Matusalém, viajaram pela Escandinávia durante a
Era Viking em busca do sangue de heróis.
Lobos do Mar

O futuro das Walquírias
Após a catequização da Escandinávia e a destruição
de Uppsala, as Walquírias desapareceram de cena.
A maioria entrou em Torpor voluntário no Extremo
Norte, e umas poucas outras se infiltraram na sociedade
Einherjar convencional, individualmente ou em duplas.
Mas mesmo aquelas que ficaram alertas nos séculos que se
seguiram não se esqueceram. No início da década de
1980, as Walquírias restantes mais uma vez se reuniram em
Uppsala, cujo cemitério já fora escavado e seus túmulos
encontrados estranhamente vazios. Seus motivos são
misteriosos, e as Walquírias ressuscitadas podem ter
objetivos próprios, ou podem aguardar o despertar de
seu antigo Senhor.
Alguns, demasiadamente feridos para sobreviverem, foram
drenados até a morte. Pouquíssimos heróis foram Abraçados,
pois o Altíssimo proibiu as Walquírias de procriarem. A grande
maioria dos heróis feridos e moribundos que chamaram sua
atenção, no entanto, foram feitos ghouls e levados de volta ao
santuário de Uppsala para servir o Todo­Alto.
No templo, esses Einherjar e huskarls eram festejados e
tratados como heróis. Todos os dias treinavam com armas e
armaduras reais. Todas as noites, festejavam com javalis
selvagens e bebiam do Chifre­de­Sangue, o maior tesouro do
Altíssimo. Quando apenas uma única gota de sangue era
adicionada à cerveja na gigantesca cornucópia, toda a cerveja
dentro dele se transformava em sangue. Se fosse preenchido
com hidromel e apenas uma única gota de vitae de Einherjar
fosse adicionada ao chifre, ele se tornava inteiramente o vitae
do Einherjar que adicionou a gota. Assim o Altíssimo e sua
prole sustentavam a si mesmos e seus Carniçais na mesa do
Valhalla.
Aqueles Einherjar que não estavam praticando suas
habilidades de batalha ou festejando eram encarregados pelo
Altíssimo de guardar os três cemitérios próximos ao templo.
Dia e noite, os montes eram vigiados por dezenas de olhos
atentos. Os sentinelas mantinham cada um uma tocha apagada
e os materiais para flechas de fogo feitas à mão, prontos para
engajar contra os invasores aftergangers, que o Altíssimo os
advertia ser o primeiro sinal de um Ragnarök iminente.
Nos primeiros anos de 1100, o povo da Suécia finalmente
começou a se converter em massa para a fé cristã. Novos na
região e ainda fortes pela fé e os milagres da conversão,
campeões e homens santos vieram de toda a região, durante o
dia, para arrasar o templo pagão em Uppsala. Embora os
huskarls do Altíssimo os resistissem, eles foram logo dispersados
com milagres e aço, e o templo foi incendiado, queimando
muitas das Walquírias. O Altíssimo não foi visto depois desse dia
e pode ter perecido nas chamas, fugido ou talvez entrado em
Torpor.
Durante sua residência em Uppsala, o Altíssimo serviu
como o Ancião e centro da sociedade Einherjar escandinava.
Não apenas sua própria prole recorria a ele por justiça e
julgamento, mas também a vasta maioria dos Einherjar da
Escandinávia. Com o desaparecimento do Altíssimo e a
catequização total da Escandinávia nos anos de 1110, a posição
dos vargr como o último reduto de um sistema social
moribundo foi consolidada, e o toque de finados soou para o
paganismo Einherjar na Escandinávia.
Eirik Dente‐Longo
Eirik Dente­Longo (à época chamado por um nome
diferente) fugiu da Noruega civilizada nos anos 870 quando
Harald Cabelo­Belo incendiou seu Salão e confiscou suas
propriedades familiares, pela oposição de Eirik à campanha
de Harald, para unificar a Noruega. Diferente de outros
noruegueses, Eirik não fugiu através da estrada das baleias
para as Shetlands ou Órcades, ou para as colônias recém­
fundadas na Islândia. Em vez disso, ele recuou para as escuras
florestas de pinheiros do interior norueguês, para viver como
um vargr, um banido e uma ameaça à justiça do rei.
A maioria dos homens teria encontrado uma morte
congelante, mas Eirik sobreviveu com os produtos de seus
roubos e com a ajuda e simpatia de alguns jarls. Um dos
homens mais procurados na Noruega, Dente­Longo parecia
possuir uma habilidade mágica para se evadir da
perseguição, e o poder sobre­humano de matar todos que o
perseguiram até seu covil na selva, apesar do número ou das
chances. Esse mortal excepcional evadiu de vargrs
saqueadores e de monstros selvagens, retornando
esporadicamente para atacar os seguidores de Harald. Em
um incidente notável, ele entrou em uma casa pública em
Trondheim e assassinou três dos huskarls de Harald no salão
público, fazendo a águia­sangrenta neles, depois de arrastar
os corpos para a rua. Quase cento e vinte homens e o dobro
de cães vasculharam o campo por três dias, até que os
caçadores perceberam como seus números pareciam ter
diminuído drasticamente. Os setenta e dois caçadores
sobreviventes e seus cães se retiraram da caça. Eirik Dente­
Longo se tornou uma lenda viva, e um símbolo heroico de
resistência para aqueles noruegueses odiosos à mão­de­ferro andamento com outros Einherjar escandinavos e só evitou o
de Harald. Mas quando a regra do sucessor de Harald, Eirik status de banido porque proclamá­lo como tal, reconhecendo
Machado­de­Sangue, desintegrou­se em um caos de tensões que ele estava além da lei, o tornaria uma ameaça maior aos
regionais e ambições políticas, Dente­Longo não saiu das vargrs e seu lugar na Escandinávia — afinal, um homem
florestas para retomar sua reputação assustadoramente caçado é uma coisa, mas um Einherjar caçado é uma ameaça
cultivada, se dedicando à sua propriedade rural e seu a todos os não­vivos, uma vez que os mortais começam a
assentamento. matar todos os vampiros que encontram. Mais cedo ou mais
Em uma noite congelante, em algum momento entre a tarde, a sorte de Eirik vai falhar.

queima de seu Salão e o fim do primeiro reino norueguês
unificado, Eirik Dente­Longo morreu e renasceu como um
dos filhos de Oðin. Como uma Cria de um dos verdadeiros
vargrs, os Gangrel florestais do norte, não havia mais volta
para casa.
Desde o seu Abraço, Eirik tem sido o líder do
acampamento vargr mais extremo em oposição à era
moderna. Enquanto o culto a Cristo é seu alvo prioritário,
Eirik e seu povo se opõem não apenas à catequização da
Escandinávia, mas à centralização de seus governos. Se
dependesse deles, Eirik e seus aliados dissolveriam à força os
estados escandinavos e trariam de volta os velhos dias de reis
menores.
Eirik e sua prole foram diretamente responsáveis pelo
saque e incêndio de sete igrejas no interior ou próximas da
Noruega e Suécia, bem como pelo assassinato de inúmeros
missionários, padres mendicantes e frades itinerantes,
incluindo três Lasombra que se afastaram demais de Oslo,
em uma expedição de caça. Eirik tem várias rixas em
Arnulf Jormungandrsson
Arnulf Jormungandrsson nasceu Arnulf Seamundsson.
Ele veio ao mundo em Bergen, em 793, no mesmo ano em
que os Vikings realizaram a primeira incursão na Irlanda.
Seu pai era ativo no comércio de âmbar, e Arnulf viajou
para o sul na companhia dele, tomando as longas rotas
fluviais pela Rússia e pelo Império Bizantino para negociar
com mercadores árabes em Alexandria.
Lá, Arnulf encontrou uma vida completamente
diferente da que havia vivido no norte. Suas luxúrias na
Escandinávia eram itens comuns nas casas de qualquer
comerciante que se prezasse. Seu pai ignorante foi
sistematicamente roubado por bugigangas, enquanto
ignorava o mundo do aprendizado, do comércio e da
sensualidade ao seu redor. Em vez disso, seu pai escolheu se
embebedar de vinho superfaturado no quarteirão dos
comerciantes, com seus comparsas.

Capítulo Três: Criação de personagens



Arnulf fez alguns amigos entre os locais e teve a chance
de ver a vida noturna de Alexandria.
Em seguida, ele fez alguns amigos entre a corte e teve a
chance de ver a verdadeira vida noturna de Alexandria. Ele
atraiu a atenção dos Seguidores de Set e aprendeu o que as
palavras "vida noturna" realmente significam. Em 805, Arnulf
Lobos do Mar

tornou­se um disposto convertido de Set. Vivendo além do
túmulo em Alexandria, é fácil ver as condições árduas e
atitudes de sua terra natal como facilmente exploráveis a
serviço de Set. Com a bênção e assistência de seus
companheiros, Arnulf partiu para o norte para iniciar a
conquista histórica do Extremo Norte para o Maioral.
Não foi tão fácil quanto ele imaginava. Nidhoggr, o
grande réptil que rói a Árvore do Mundo na escuridão do
vazio, já tinha adoradores, sórdidos e desagradáveis e muito,
muito poderosos. Isso custou a ele um culto iniciante,
quando os verdadeiros seguidores de Nidhoggr eliminaram
os recém­chegados de Arnulf, em um ataque bastante
espetacular e sombreado. Jormungandr, a serpente que
envolve o mundo, não tinha cultistas, mas isso era
principalmente porque não era exatamente o tipo de
divindade que incentiva um culto ativo. No entanto, o
aspecto escamoso é, Arnulf sente, importante para o culto
de Set. Havia outras dificuldades — os Cria de Fenris, a
escassez de recursos e a falta das cidades onde os Seguidores
de Set prosperam melhor. Apesar desses problemas, Arnulf
perseverou, desenvolvendo um pequeno grupo de homens
que seguiram sua direção e adoraram a serpente em troca de
vitalidade eterna.
No meio do século X, a Revolução Ismaelita fez Arnulf
perder contato com sua organização matriz. Até então, ele
havia construído um culto moderado de Ragnarök no
ambiente hostil da Escandinávia. Composto principalmente
por Vikings aposentados cuja decadência era igualada
apenas por suas riquezas, o culto focou seus esforços
principalmente no crescimento gradual e na acumulação de
riquezas durante a era Viking. Os Einherjar com peões
mortais ricos ou parentes podem cruzar espadas com Arnulf
e seus lacaios.
Durante o período da Idades das Trevas, após a
dissipação da riqueza Viking, o culto se torna muito menos
ativo. Em vez disso, concentra­se puramente na
sobrevivência no Norte hostil enquanto conserva seus
recursos para o crescimento futuro.
pêndice 2:
Notas do
Tradutor


 Althing — Nome similar ao da reunião periódica do Clã
Gangrel, que é escrito com “LL”, traduzida pelo Círculo
Interno como “Todas­as­coisas”.
Æsir — são uma das duas principais famílias de deuses
na mitologia nórdica, a outra sendo os "Vanir". Os Æsir
residem em Asgard, um dos Nove Mundos ancorados na
árvore do mundo, Yggdrasil.
Æsirgarð — é um termo da mitologia nórdica que se
refere ao reino dos deuses Æsir. Æsirgarð é frequentemente
associado a Asgard, que é o reino celestial dos deuses Æsir na
mitologia nórdica. Neste reino, estão localizados os salões de
Valhalla, onde os guerreiros caídos em batalha são recebidos
após a morte. As lendas e mitos sobre os deuses nórdicos e
seus reinos têm sido fonte de inspiração para diversas obras
literárias, cinematográficas e culturais ao longo dos séculos.
Altíssimo — uma das alcunhas para o deus Nórdico
Odin;
Armagh — é uma cidade na Irlanda do Norte, sede do
Condado de Armagh. Armagh é a cidade menos populosa da
Irlanda do Norte, e a segunda menos populosa da ilha da
Irlanda, sendo superada apenas por Kilkenny.
Batalha de Brunanburh — confronto em 937 entre o
exército do Reino de Wessex, liderado pelo rei Athelstan de
Inglaterra e pelo seu irmão Edmund, contra uma coligação
formada por Olaf III Guthfrithson, monarca hiberno­nórdico
do Reino de Dublin dos Vikings, Constantino II da Escócia e
Owen I de Strathclyde.
Cathay — é um nome histórico da China que foi usado
na Europa;
Danegeld — tributo ou taxa Viking, pago aos
saqueadores para poupar uma terra de ser saqueada.
Danelaw — como registrado na Crônica Anglo­Saxã, é o
nome dado historicamente à parte da Grã­Bretanha na qual
as leis dos dinamarqueses eram hegemônicas e sobrepujavam
as leis dos anglo­saxões. Costuma ser usado em contraste com
a "Lei Saxã Ocidental" ou "Lei Mércia".
Fimbulwinter — um dos sinais do Ragnarök, claramente
associado a um inverno de longuíssima duração, causado na
mitologia pela morte de Baldur;
Grande estrada das baleias — alcunha poética para o
oceano;
Hævamæl — escrituras do Altíssimo.
Iona — é uma ilhota pertencente ao arquipélago das
Hébridas da Escócia.
Ilha de Noirmoutier — é uma ilha de maré da França,
situada no Oceano Atlântico e pertencente ao departamento
da Vendée. Desde 1971 está unida ao continente por meio de
uma ponte, e também através da famosa Passage du Gois,
uma via que fica submersa pelo mar duas vezes por dia.
Liga Hanseática — aliança de cidades mercantis do Mar
do Norte e do Mar Báltico — alemãs ou de influência alemã
— que estabeleceu e manteve um monopólio comercial sobre
quase todo norte da Europa e Báltico, no fim da da Idade
Média e começo da Idade Moderna);
Miðgarð — o mundo habitado pelos humanos, situado
no meio do universo da mitologia nórdica, cercado por um
vasto oceano impenetrável e conectado a Asgard pela ponte
Bifrost.
Nibelungenlied — poema Canção dos Nibelungos;
Nortúmbria — reino anglo formado na Grã­Bretanha
no início do século VII; é também o nome de um condado,
bem menor em território, que sucedeu ao reino. O termo
provém do limite meridional do reino, o estuário Humber.
Foi um dos sete reinos da Heptarquia anglo­saxã que deu
origem à Inglaterra.
Nêustria — o território surgiu em 511 d.C.,
compreendendo a região desde a Aquitânia até o Canal da
Mancha, correspondente à maior parte do norte da atual
França, tendo como principais cidades Paris e Soissons.
Onças legais de prata — uma onça é uma unidade de
medida de massa, com dois valores diferentes, dependendo
do sistema que é utilizado: No sistema avoirdupois uma onça
equivale a 28,349523125 gramas, ou seja: 437,5 grãos 16
dracmas avoirdupois 0,0625 libras avoirdupois. No sistema
troy a onça vale 31,1034768 gramas, ou seja: 480 grãos);
Oissel — Oscellus. Ilha pluvial na França, região
administrativa da Normandia. Estende­se por uma área de
22,18 km².
Ruão — é uma cidade localizada na região histórica da
Normandia, no noroeste da França. Uma das mais prósperas
cidades do norte europeu na Idade Média, Ruão é, hoje, a
capital da região francesa da Normandia e do departamento
do Sena Marítimo.
São Brandão — Catolicismo: padroeiro dos
navegadores;
Strandhogg — em Nórdico antigo era uma tática viking
que consistia em um ataque costeiro com a intenção de
capturar gado e povos nativos para o comércio de escravos;
Uppsala — cidade sueca;
Valhalla — é um local mítico na mitologia nórdica onde
os guerreiros Vikings mortos em batalha vão para a vida
após a morte. Em outras palavras, o paraíso de um guerreiro.
Valhalla está localizada em um reino celestial chamado
Asgard, onde vivem os deuses nórdicos. É um lugar de
comida, bebida, prazer e batalha quase perpétuos.
Vínland — (Vinlândia) nome dado pelos Nórdicos a
uma região indeterminada da costa do Nordeste do Canadá,
durante a Era Viking e a Idade Média — abrangendo a ilha da
Terra Nova, o Golfo de São Lourenço, e os territórios de
Nova Brunsvique e da Nova Escócia;
Wergild — na antiga lei germânica, descreve o valor da
indenização paga por uma pessoa que comete um crime à
parte lesada ou, em caso de morte, à sua família.
Yule — celebração à chegada do inverno;
Notas do Tradutor

Por mais de duzentos anos eles pilharam pela Europa, exigindo tributos, saqueando cidades
e tomando navios. Os Vikings se espalharam da Escandinávia, pela Inglaterra, França,
Groenlândia e Vinlândia, como uma sociedade de valentes guerreiros e mercadores. Com
eles vieram os vampiros do Norte, os escolhidos por Oðin, para se erguerem e lutarem.
Todo a Cristandade tremia com a aproximação dos Nórdicos, e seu sangue banhava os
berserkers e os Einherjar que ameaçavam o domínio de todo Cainita
acordado na Europa.

Que os poderosos lutem no Ragnarök,

E os fracos caiam em Hel, é o destino!
Este livro detalha a cultura dos Nórdicos, sua fabulosa Era
Viking e a eventual queda perante a expansão do
Cristianismo. Os Vikings transcendem culturas que
sobreviveram por centenas de anos. No entanto, para os
eternamente vivos, os anos não importam — e qualquer
inverno é motivo para uma incursão Viking.
Lobos do Mar inclui:
• Novos Caminhos, Habilidades e Disciplinas para os
guerreiros do Extremo Norte;
• A cultura e os costumes dos Nórdicos, tanto no auge de
sua cultura, quanto no cenário da Idade das Trevas;
• Senhores­da­guerra Vikings, lançadores de Runas, banidos
e vampiros, com toda as aventuras estridentes, espadas e
machados voando pelos ares, viagens em drakkars e tudo o
mais que você puder imaginar!