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Um conto Cosa Nostra- O arsenal do Pai Tempo

Capítulo 1- O Roubo da Estátua Sagrada

Depois que a localização do Dofus Ébano, o último dos seis ovos primordiais fora
revelada, muita correria foi vista de Bonta à Brakmar. Os chefes das milícias
recrutando seus mais poderosos heróis, aventureiros levantando seus escudos e
arrumando seus sacos de viagem, todos preparados para enfrentar o que quer que se
intrometesse em seu caminho em busca do ovo de Grugalorasalar. Os Protetores da
Cidade Branca estavam apreensivos. Sabiam que quem possuísse o Dofus negro
poderia mudar o balanço da trégua pífia que sustentava a paz entre as cidades, ainda
mais se o guardião possuísse algum dos outros 5 dofus. Jiva não queria nem pensar
na possibilidade de um aventureiro que reunisse os 6 Dofus, o poder que tornaria
qualquer um deus, alguém que poderia mudar drasticamente o rumo da história do
Mundo dos Doze.

Alguns meses depois, uma notícia surpreendente abalou o conselho da ilha de


Pandala: A estátua sagrada dos 6 dofus fora roubada de Pandala fogo. Em uma
reunião, os líderes de cada raça, Bonta, Brakmar, Astrub e Amakna foram informados
e instaurou-se uma confusão generalizada. Os Ecaflips acusavam os Srans, enquanto
estes clamavam inocência. Iops olhavam com desconfiança para os membros do clã
Smisse ali presentes, enquanto brakmarianos aos brados gritavam que era mais uma
artimanha de Bonta para um ataque. Entre todos que brigavam, ao canto podia-se ver
uma figura pequena e encapuzada alheia à discussão ao seu redor. Ao que tudo se
encaminhava para uma briga entre milícias, a figura pulou no centro da sala e bradou:
- CHEGA! Todos se calaram e olharam para a figura do embaixador de Bonta, Joris
Jurgen.
- Ao invés de acusarmos uns aos outros, deveríamos levar em conta as informações
que temos até o momento, se me permitirem, gostaria de fazer algumas afirmações
perante esse consel... um pigarro seguido de um grito interrompeu a sentença de
Joris.
- E por que nós deveríamos ouvir o que um Bontariano tem a dizer? Obviamente que
ele dirá qualquer coisa para inocentar Bonta do crime que ela certamente cometeu! -
Gritou Oto Mustam, enraivecido.
- Deveriam ouvir o que o papai tem a dizer sim, meu querido Brakmariano, haja vista
que dentre os presentes ele é o único que já foi guardião de dois dofus primordiais –
Atcham elevou sua voz.
- É, creio que Joris já provou seu valor em combate mais de uma vez, deixem o
baixinho falar! Retumbou a voz do líder dos Iops.
Joris lançou um olhar de soslaio para Atcham, antes de pigarrear e prosseguir:
- Pois bem, como ia dizendo, precisamos levar duas coisas em consideração. A
primeira é que a estátua não estava apenas guardada em Pandala Fogo, ela estava
protegida por encantamentos que vão além da compreensão de um simples ladrão.
Ouso dizer que nenhum dos presentes possui a capacidade necessária para sozinho,
quebrar os encantamentos e retirar a estátua de lá.
- Isso é verdade, os encantamentos elementais que cercam a estátua foram feitos pela
magia da Balança Krósmica através dos dofus elementais. Rimanda, a líder dos
Huppermagos disse, com os olhos altivos esperando que alguém desafiasse a
veracidade da informação.
- De fato minha cara Rimanda, o que nos leva à segunda consideração. Para a estátua
ter sido roubada, podemos concluir que o ladrão, além de poderoso, possui no mínimo
os quatro dofus elementais.
Murmúrios encheram o salão. Os presentes trocaram olhares preocupados,
imaginando o que viria a seguir.
- Mas isso já faria dele um dos seres mais poderosos existentes! Fallanster exclamou.
- É, isso já é algo que me preocupa bastante – respondeu Joris – Minha mãe, Julith,
com o poder de um único Dofus quase extinguiu a vida de mais de mil bontarianos,
mal posso imaginar o que alguém faria com o poder de quatro dofus.
- Existe algo que não está levando em conta, Joris. Segundo as lendas, para que um
mortal consiga o poder dos dofus, eles devem se provar dignos de se tornar um
guardião, ser um herói capaz de provar o seu valor aos dragões, um mero ladrão
nunca conseguiria tal feito. Disse a mestra Cra, aos gritos e vaias dos ladinos depois
de desmerecer um bom gatuno.
- Entretanto, não podemos deixar de considerar que apesar de ter sido considerado
justo, roubar a estátua foi um ardil digno de Sram, e não podemos nos esquecer que
até o poderoso Dragão Branco, Dardondakal, já se enganou no passado, o que nos
impede de imaginar que...ah, isso...
A voz de Joris foi morrendo, ao mesmo tempo em que todos na sala ficavam mais
sonolentos, com movimentos lentos. A energia para um movimento de cabeça exigia
mais do que o normal. Kerubim Crepim, o lendário semideus, sendo menos limitado
pela magia olhou em direção ao mestre Xelor.
- Isso... é... magia... temporal... Xelor... o que pensa que está fazendo?! Arfou o
Ecaflip.
- Não... é... coisa...nossa... mal consigo...respirar... muito... difícil... isso é magia...
além do comum... de um xelor... Foi o que o mestre conseguiu responder.
Como que por encanto, a sala foi tomada por uma névoa tênue, mas ao mesmo tempo
tão substancial que parecia pó voando ao vento. Rapidamente, a névoa se condensou
no centro da sala, até formar um quadrante que refletia dentro de si outro lugar, e uma
figura enfaixada falou, com uma voz feminina que ressonava por todo o ambiente,
recheada de mistério e poder.
“Me escutem e prestem atenção, líderes de todas as nações, pois a mim só foi
permitido falar uma vez. Eu sou a xelor Sthevone, uma mera emissária de Sua
Divindade. Estão debilitados pois graças ao aumento de poder proporcionado pelo
Dofus Ocre, conferido a mim pelo Ser Supremo para entregar esta mensagem,
consigo limitar suas ações.”
Para provar seu argumento, a xelor abriu sua capa, onde repousado em suas mãos
brilhava o dofus Ocre, criação do dragão Terrakurial.
“Vocês buscam resposta, e eu aqui vos darei. A estátua está longe de seu alcance,
embora possa ser vista, caso desejem. Ela agora é propriedade do Pai Tempo, que
por capricho de Sua Vontade a pegou para sua morada. Saibam que a Estátua agora
abriga novamente os seis dofus, pois uma guilda de Poderosos se uniu para reuni-los.
Perto do pântano onde a feiticeira mais poderosa reside, onde a água é encantada os
dofus estão. Um Palácio construído em volta para proteger seus membros, ao mesmo
tempo que a glória, riqueza e poder foram construídas pelos mesmos. O Pai Tempo
repousa em seu trono, onde atrás brilham os lendários Dofus Primordiais. Não temam
por guerras ou desavenças, pois assim não é o desejo Dele. Em 7 dias, mensageiros
entrarão em contato com cada um de vocês, para que tenham a honra de conferenciar
com o Pai Tempo, como prova de Sua boa vontade e desejo de diplomacia. Isso é
tudo. Por hora me despeço, mas todos nós ansiamos para encontra-los sob a Sombra
do Pai Tempo quando a hora chegar.”
Quando ela pronunciou “todos nós”, a imagem no quadrante mudou, mostrando uma
legião de mais de 100 guerreiros de todas as raças que circundavam um trono
sombrio, onde atrás brilhavam 5 dos 6 dofus na estátua do dragão, A figura sentada
no trono permaneceu nas sombras enquanto o quadrante se desfazia.
Pela primeira vez naquele dia, a sala se manteve silenciosa, pois todos os presentes
estavam estupefatos. Joris franziu o cenho, com inúmeras dúvidas percorrendo sua
mente. Quem era o Pai Tempo? Seria o próprio Deus Xelor? As mensagens de trégua
que a mensageira Sthevone proferia eram verdadeiras? Joris tremia ao ver que, caso
não fosse ilusão, aquela guilda possuía tanto o Dofus Marfim quanto o Dofus Ébano.
Embora muitas fossem suas dúvidas, de uma coisa ele tinha certeza: Aquela guilda
que repousava sobre os Lagos Encantados, na Montanha dos Koalaks traria imensas
mudanças ao mundo. Seriam elas boas ou ruins? Só o tempo diria.

Continua...

Por Giovanni “Mansiel” Rodrigues

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