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As Crônicas de

O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa

Realização:

Direção: Rose Marques


1ºSemestre/2017
AS CRÔNICAS DE NÁRNIA – O LEÃO, A FEITICEIRA E O GUARDA-ROUPA

PERSONAGENS
ASLAM
FEITICEIRA BRANCA
LÚCIA Pevensie
EDMUNDO Pevensie
PEDRO Pevensie
SUSANA Pevensie
Sr. TUMNUS
OREIUS
SR. CASTOR
SRA. CASTOR
RAPOSA
GINARRBRIK, o anão da Feiticeira
MAUGRIM, o lobo chefe
General OTMIN, líder da tropa da Feiticeira
PROFESSOR Digory Kirke
SRA. PEVENSIE, mãe dos Pevensie
PHILIP, cavalo de Edmundo
Sra. MARTA, governanta do Professor
CRIATURA, o guarda da Feiticeira
PAPAI NOEL

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AS CRÔNICAS DE NÁRNIA – O LEÃO, A FEITICEIRA E O GUARDA-ROUPA

SINOPSE

A aventura conta a história de quatro irmãos: LÚCIA, PEDRO, EDMUNDO e


SUSANA.
Durante a guerra que aconteceu em Londres onde moravam, as crianças
foram mandados para morar na casa de um velho PROFESSOR, o Sr. Kirke.
Estavam brincando de esconde-esconde pela casa quando LÚCIA, a mais
nova, encontrou uma sala vazia, com apenas um guarda-roupa, e para se
esconder, entrou nele. Sem perceber, foi parar em uma terra chamada Nárnia,
que fica em outro mundo! Lá, conheceu um fauno (criatura típica de Nárnia)
chamado Sr. TUMNUS que lhe ensinou sobre aquele lugar e, lhe falou sobre a
FEITICEIRA malvada que condenou Nárnia para que sempre fosse inverno.
Disse-lhe também sobre ASLAM um leão bondoso e fiel que havia criado
Nárnia.
Quando LÚCIA voltou para a Casa do PROFESSOR contou aos seus irmãos,
que não acreditaram na sua história.
Num outro dia, EDMUNDO (o segundo mais novo), entrou no guarda-
roupa, da sala vazia, e quando chegou à Nárnia encontrou a FEITICEIRA
Branca, e esta, pediu que trouxesse todos os seus irmãos, para que ela os
matasse, mas EDMUNDO não sabia disso.
Quando todos foram para Nárnia, LÚCIA, SUSANA e PEDRO fizeram muitos
amigos, já EDMUNDO não, pois, quando chegou a Nárnia foi aprisionado pela
FEITICEIRA.
Todos os amigos que as duas meninas e o menino fizeram os ajudaram a
salvar EDMUNDO. Agora, os quatro irmãos foram ao encontro de ASLAM
porque, para salvar Nárnia da ira da FEITICEIRA teriam que matá-la, e ASLAM os
esperava com um exército.
Com muitas dificuldades e com muita ajuda também conseguiram derrotar a
FEITICEIRA! Assim, LÚCIA, EDMUNDO, SUSANA e PEDRO se tornaram reis e
rainhas de Nárnia.
Passado um tempo, os irmãos já não eram mais crianças e sim adultos, e
passando pelos campos de Nárnia encontraram um lugar que lhes parecera
familiar, continuaram andando e abriram uma porta: todos caíram no chão e
voltam a ser crianças! Ou seja: voltaram para casa!

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AS CRÔNICAS DE NÁRNIA – O LEÃO, A FEITICEIRA E O GUARDA-ROUPA

CENA 1 – ATAQUE AÉREO


(Em meio à 2ª Guerra Mundial, os Pevensie são surpreendidos com ataques aéreos
perto de sua residência e imediatamente vão se esconder no abrigo subterrâneo
que possuem fora da residência).
SRA. PEVENSIE: Edmundo saia da janela. Pedro... (a Edmundo) O que está
pensando? Pedro vá para o abrigo. Agora!
PEDRO: Rápido.
EDMUNDO: Eu tenho que pegar...
PEDRO: Rápido, temos que ir.
LÚCIA (com medo): Mamãe!
SUSANA: Lúcia vem logo!
SRA. PEVENSIE: Vamos depressa!
PEDRO: Corram! Corram!
SUSANA: Rápido!
LÚCIA: Mamãe.
SUSANA: Vamos!
EDMUNDO: Espera! Para! (Edmundo volta para a parte interna da casa para
pegar o retrato do seu pai).
SRA. PEVENSIE: Edmundo, não!
PEDRO: Eu pego ele.
SRA. PEVENSIE: Volte aqui Pedro!
PEDRO: Volte aqui! Edmundo abaixe! (Uma bomba atinge a casa e coloca Pedro
e Edmundo em perigo). Vem logo seu idiota, corre! Corre! (Os dois saem
novamente da casa em direção ao abrigo).
SRA. PEVENSIE: Vamos! Venham depressa!

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PEDRO: Por que você só pensa em si mesmo seu egoísta? Podíamos ter morrido.
SRA. PEVENSIE: Chega!
PEDRO: Por que não consegue obedecer?

CENA 2 – ESTAÇÃO DE TREM


(São anunciadas as estações em que o trem tem as paradas como destino).
SRA. PEVENSIE: Precisa usar isto querida, está bem? (Coloca em Lúcia uma
identificação no pescoço) Está quentinha?
EDMUNDO: Se o papai estivesse aqui nós não iríamos.
PEDRO: Se papai estivesse aqui a guerra teria acabado e não teríamos que ir.
SRA. PEVENSIE: Vai obedecer ao seu irmão, não vai Edmundo? (a Pedro)
Prometa que vai tomar conta deles?
PEDRO: Eu vou mãe.
SRA. PEVENSIE: Que bom.
“Todos a bordo, todos a bordo.”
SRA. PEVENSIE: Susana seja boazinha. Muito bem. Agora vão.
“Todos os passageiros embarquem agora.”
EDMUNDO: Me larga, eu sei como entrar no trem sozinho. Anda, me larga!
FUNCIONÁRIA DO TREM: Posso ver os bilhetes? Bilhetes, por favor. (A
funcionária verifica os bilhetes dos quatro irmãos). Tudo certo. Podem ir.
PEDRO: Sim, obrigado. Edmundo fique perto de mim. Rápido Lúcia, temos que
ficar juntos agora. Vai dar tudo certo, vai ficar tudo bem. Tudo bem.
(Sra. Pevensie se despede dos seus filhos através da janela do trem).
SRA. PEVENSIE: Meus amores.

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PEDRO: Até logo.


SUSANA: Mãe, te amo!
LÚCIA: Mãe...
PEDRO: Vou ficar com saudades.
SUSANA: Adeus.
LÚCIA: Te amo, te amo.
(O trem parte com destino à Inglaterra).

CENA 3 – CHEGADA À CASA DO PROFESSOR


SUSANA: O Professor sabia que viríamos.
EDMUNDO: Será que fomos etiquetados errado.
(Chega Marta para receber e levar as crianças até a casa do Professor Kirke).
PEDRO: A senhora é a dona Marta?
MARTA: Eu preferia não ser. Só essa bagagem? Não trouxeram mais nada?
PEDRO: Não senhora. Somos só nós.
MARTA: Acho melhor assim. O senhor Kirke não está acostumado a ter crianças
em casa. Portanto, existem regras a serem seguidas. É proibido gritar, correr, nada
de ficar brincando no elevador manual. (Susana com curiosidade encosta num
artefato da casa do Professor) Não toque nos artefatos históricos. E acima de tudo:
vocês nunca devem incomodar o Professor.

CENA 4 – HORA DE IR PARA A CAMA


LÚCIA: Os lençóis pinicam.
SUSANA: Guerras não duram para sempre Lúcia. Voltaremos logo.

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EDMUNDO: É... Se a casa estiver lá.


SUSANA: Não está na hora de ir para a cama?
EDMUNDO (irônico): Sim mamãe!
PEDRO: Ed! Você viu lá fora. Este lugar é enorme, podemos fazer tudo aqui.
Amanhã vai ser ótimo. Verdade.

CENA 5 – PIQUE ESCONDE/LÚCIA ENTRE NO GUARDA-ROUPA


SUSANA: Gastrovascular. Anda logo Pedro. Gastrovascular.
PEDRO: Isso é latim?
SUSANA: É.
EDMUNDO: É latim? Foi o pior jogo já inventado.
LÚCIA: Vamos brincar de pique esconde?
PEDRO: Mas já estamos nos divertindo à beça aqui.
LÚCIA: Vamos brincar. Por favorzinho. Hmm...
PEDRO: 1, 2, 3, 4...
EDMUNDO: O quê?
(Começam a brincadeira).
PEDRO: 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16...
EDMUNDO: Eu cheguei primeiro.
(Lúcia entra no cômodo que está o guarda-roupa que dá acesso ao mundo de
Nárnia, tira o lençol que o cobre, abre o guarda-roupa e entra para se esconder.
Aos poucos vai adentrando mais e quando percebe já está em Nárnia).

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CENA 6 – BEM-VINDA À NÁRNIA


(Lúcia começa a perceber uma movimentação estranha e de repente aparece o Sr.
Tumnuns).
TUMNUS: Ah, espere...
LÚCIA: Estava com medo de mim?
TUMNUS: Não...É... Eu.. Não...Eu só... Eu só ia... Não... Eu não quis assustar
você...
LÚCIA: Será que eu posso perguntar o que você é?
TUMNUS: Eu sou, eu sou... Eu sou um fauno. Mas e você? Você deve ser um anão
sem barba se eu não me engano.
LÚCIA: Eu não sou nenhum anão. Eu sou uma menina. Na verdade, eu sou a mais
alta da minha turma.
TUMNUS: Quer dizer que você é uma filha de Eva?
LÚCIA: Não. Minha mãe se chama Helena.
TUMNUS: Mas você é de fato humana?
LÚCIA: É claro que eu sou.
TUMNUS: O que faz aqui?
LÚCIA: Bom, eu fui me esconder no guarda-roupa da sala vazia e...
TUMNUS: Sala vazia? Fica em Nárnia?
LÚCIA: Nárnia?
TUMNUS: É.
LÚCIA: O que é isso?
TUMNUS: Ora essa, onde você está. Tudinho, desde o lampião até o castelo Cair
Paravel nos mares orientais, cada árvore e pedra que vê, cada pingente de gelo é
Nárnia.

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LÚCIA: Que guarda-roupa enorme.


TUMNUS: Que guarda rou... Por favor, me desculpe, permita que eu me apresente,
meu nome é Tumnus.
LÚCIA: Muito prazer senhor Tumnus. Sou Lúcia Pevensie. (Lúcia estende a mão
para cumprimentar Sr. Tumnus). Oh, aperte!
TUMNUS: É... Por quê?
LÚCIA: Ah, eu não sei o motivo. As pessoas fazem isso quando se conhecem.
TUMNUS: Hmm, tá. Então, Lúcia Pevensie da bela cidade do guarda-roupa, da
incrível terra de sala vazia o que acha de ir ao meu abrigo tomar chá comigo?
LÚCIA: Ora, muito obrigada, mas... Acho melhor eu voltar pra minha casa.
TUMNUS: Sim, mas fica tão pertinho e vai ter uma lareira quentinha com torradas
e chá e bolos e eu talvez abra uma lata de sardinhas.
LÚCIA: Não sei não.
TUMNUS: Venha. Não é todo dia que eu faço uma nova amiga.
LÚCIA: Tá, eu acho que posso ficar um pouquinho. Se você tem sardinhas...
TUMNUS: Tenho muitas pra você. Daqui a pouquinho você estará confortável e
aquecida. Você está bem?
LÚCIA: Uhum.
TUMNUS: Já chegamos, venha.
(Chegam ao abrigo do Sr. Tumnus).
TUMNUS: Pode entrar.
LÚCIA: Eu levo pra você.
TUMNUS: Muito obrigado.
(Lúcia pega um retrato nas mãos).
LÚCIA: Oh!
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TUMNUS: Esse aí é o meu pai.


LÚCIA: Ele tem um belo rosto. E se parece com você.
(Tumnus responde baixo como quem não gostou do comentário)
TUMNUS: Eu não sou nem um pouco parecido com ele.
LÚCIA: Meu pai foi lutar na guerra.
TUMNUS: Mas o pai foi pra guerra também. Mas isso foi há muito tempo. Antes
desse inverno terrível.
LÚCIA: Inverno não é tão ruim. Podemos patinar e fazer guerra de neve. Ah, e tem
o Natal.
TUMNUS: Aqui nós não temos um Natal há uns cem anos.
LÚCIA: O quê? Sem presente por uns cem anos.
TUMNUS: Só inverno, nunca Natal. Tem sido um longo inverno. Mas você teria
adorado Nárnia no verão. Nós faunos dançávamos com as drieds a noite toda e
nunca ficávamos cansados. E a música... ah Lúcia... A música... Você gostaria de
ouvir música?
LÚCIA: Claro, adoraria.
TUMNUS: E você conhece as baladas de Nárnia?
LÚCIA: Desculpe. Não.
TUMNUS: Que ótimo. Porque isso vai ficar provavelmente diferente.
(TUMNUS começa a tocar seu instrumento parecido com uma flauta, LÚCIA
parece gostar do que está vendo, mas na verdade, a canção de TUMNUS é para
hipnotizar a garota, que acaba caindo nos planos dele).
(LÚCIA acorda depois de um tempo e TUMNUS não está mais lá).
LÚCIA: Tenho que ir embora
TUMNUS: É tarde agora, eu sou um fauno muito ruim.

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LÚCIA: Não é não. É o fauno mais bonzinho que conheci.


TUMNUS: Infelizmente você teve péssimos exemplos.
LÚCIA: Você não fez nada tão ruim assim, fez?
TUMNUS: (Chorando). Não é nada que eu tenha feito Lúcia Pevensie. É o que
estou fazendo.
LÚCIA: O que está fazendo?
TUMNUS: Sequestrando você. É a Feiticeira, é ela que faz tudo nesse inverno
sempre frio, ela deu ordens que se algum de nós ver um humano vagando no
bosque nós temos que entregá-lo a ela.
LÚCIA: Mas o senhor não entregaria. Achei que fosse meu amigo.

CENA 7 – VOLTANDO PARA A CASA


(Sr Tumnus ajuda Lúcia a encontrar o caminho pra voltar pra casa).
TUMNUS: Olha talvez ela saiba que está aqui, eu acho que ela é cheia de espiões.
Existem árvores sobre o comando dela. Pode achar seu caminho de volta?
LÚCIA: Acho que sim
TUMNUS: Ótimo
LÚCIA: Você vai ficar bem? (Sr. Tumnus volta a chorar) Ei, ei, ei...
TUMNUS: Me perdoe. Eu peço perdão. Leve... (Sr Tumnus tenta entregar o lenço
que estava enxugando suas lágrimas para Lúcia levar com ela como recordação).
LÚCIA: É seu, precisa mais do que eu
TUMNUS: Não importa o que aconteça Lúcia Pevensie, foi um prazer conhecer
você, me fez mais feliz do que eu tenho sido há cem anos. Agora vá, vá logo.

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CENA 8 – LÚCIA VOLTA A CASA PELO GUARDA-ROUPA


LÚCIA: Calma, estou bem. Já voltei.
EDMUNDO: Cala a boca, ele já está vindo aí.
PEDRO: Bom, eu acho que vocês não entenderam a brincadeira.
LÚCIA: Você não queria saber onde eu estava?
EDMUNDO: Era isso mesmo, por isso ele estava procurando você.
SUSANA: Quer dizer que eu ganhei?
PEDRO: A Lúcia não quer mais brincar.
LÚCIA: Mas eu sumi por horas.

CENA 9 – LÚCIA MOSTRA O GUARDA-ROUPA PARA OS IRMÃOS


SUSANA: Lúcia, única madeira aqui é do guarda-roupa.
PEDRO: Um jogo de cada vez Lu, nós não temos tanta imaginação.
(Enquanto os irmãos vão saindo, Lúcia responde).
LÚCIA: Não foi minha imaginação.
SUSANA: Já chega Lúcia!
LÚCIA: Eu não mentiria sobre isso.
EDMUNDO: Eu acredito.
LÚCIA: Acredita?
EDMUNDO: É claro. Não contei sobre o campo de futebol nos armários do
banheiro?
PEDRO: Ah, você quer parar com isso? Adora piorar as coisas, não é?
EDMUNDO: Foi só uma piada.

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PEDRO: Quando você vai amadurecer?


EDMUNDO: Cala a boca! Você acha que é o papai, mas não é.
SUSANA: Ajudou muito sua atitude.
LÚCIA: Mas eu... eu estive mesmo lá.
PEDRO: Susana tem razão Lúcia, agora já chega.

CENA 10 – EDMUNDO SEGUE LÚCIA


(Lúcia entra no guarda-roupa, Edmundo vai atrás e acaba descobrindo o mundo
de Nárnia)
EDMUNDO: Lúcia... Tem medo do escuro? Lúcia? Lúcia? (Edmundo entra em
Nárnia) Lúcia, cadê você? Lúcia? Acredito em você agora. Lúcia?
(Edmundo ouve um barulho de algo estranho vindo em sua direção).
EDMUNDO: Lúcia?
(Aparece uma carruagem e de dentro dela está a Feiticeira Branca e Ginarrbrik
que vai atrás de Edmundo para capturá-lo).

EDMUNDO: Me deixa em paz.

FEITICEIRA: O que foi agora Ginarrbrik?

EDMUNDO: Manda ele me largar, eu não fiz nada de errado.

GINARRBRIK: Como ousa a se dirigir à Rainha de Nárnia?

EDMUNDO: Eu não sabia.

GINARRBRIK: Vai aprender a reconhecer a partir de agora.

FEITICEIRA: Espera! Qual é o seu nome filho de Adão?

EDMUNDO: Edmundo.

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FEITICEIRA: E como, Edmundo, conseguiu entrar em meus domínios?

EDMUNDO: Eu não sei bem. Eu estava seguindo minha irmã.

FEITICEIRA: Sua irmã? Quantos vocês são?

EDMUNDO: Quatro. A Lúcia é a única que já esteve aqui. Disse que conhecia um
fauno chamado... Tumnus. Pedro e Susana não acreditaram nela, eu também não.

FEITICEIRA: Edmundo parece com frio. Sente-se comigo. (Leva-o até a


carruagem). Agora, que tal uma bebida quente?

EDMUNDO: Sim, por favor, majestade.

(Com a sua poção mágica, a Feiticeira faz surgir uma taça com a bebida quente).

GINARRBRIK: Sua bebida senhor.

EDMUNDO: Como você fez isso?

FEITICEIRA: Posso fazer tudo o que quiser.

EDMUNDO: Posso ficar mais alto?

FEITICEIRA: Tudo o que quiser comer.

EDMUNDO: Manjar turco?

FEITICEIRA: Edmundo, eu gostaria muito de conhecer o resto da sua família.

EDMUNDO: Por quê? Não tem nada de especial.

FEITICEIRA: Ah, eu sei que não são tão agradáveis como você, mas sabe
Edmundo, não tenho filhos meus e você é um tipo de garoto que eu posso ver um
dia virando Príncipe de Nárnia, quem sabe até Rei.

EDMUNDO: Jura?

FEITICEIRA: Teria de trazer sua família.

EDMUNDO: Hmm... Então, Pedro também seria Rei.

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FEITICEIRA: Não! Não, não! Mas um rei precisa de servos.

EDMUNDO: Acho que posso trazer.

FEITICEIRA: Além do bosque, aquelas duas colinas, minha casa fica bem entre
elas. Você iria adorar Edmundo. Ela tem muitos quartos abarrotados de manjar
turco.

EDMUNDO: Não. Eu posso comer mais um pouco?

FEITICEIRA: Não! Não queira estragar o apetite. Além disso, vamos nos rever
em breve, não vamos?

EDMUNDO: Tomara que sim, majestade.

FEITICEIRA: Até lá querido. Hmm, vou sentir saudade.

CENA 11 - LÚCIA ENCONTRA EDMUNDO EM NÁRNIA

LÚCIA: Edmundo? Ah, Edmundo, você entrou aqui também não é formidável?

EDMUNDO: Onde você esteve?

LÚCIA: Com o Sr. Tumnus. Ele está bem. A Feiticeira ainda não sabe que ele me
conhece.

EDMUNDO: Feiticeira?

LÚCIA: Ela diz que é a rainha de Nárnia, mas não é não. Tudo bem com você?
Parece péssimo.

EDMUNDO: Ora, o que você queria? Poxa, está um gelo. Como nós saímos daqui?

LÚCIA: Vamos, por aqui.

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CENA 12 – LÚCIA E EDMUNDO VOLTAM DE NÁRNIA

LÚCIA: Pedro, Pedro! Acorda! Pedro! Está lá mesmo.


PEDRO: Lúcia, do que está falando?
LÚCIA: Nárnia. Fica no guarda-roupa como eu disse a você.
SUSANA: Você só está sonhando Lúcia.
LÚCIA: Mas não foi sonho, eu vi o senhor Tumnus outra vez, e dessa vez o
Edmundo também foi.
PEDRO: Você viu o fauno?
(Edmundo confirma com a cabeça que não viu o fauno).
LÚCIA: Na verdade ele não foi comigo, ele... O que ficou fazendo Edmundo?
EDMUNDO: Eu quis brincar um pouco. Desculpa Pedro, eu não devia ter
encorajado, mas sabe como são as crianças de hoje em dia, elas não sabem como
parar de fingir.
(Lúcia sai chorando e dá de encontro ao Professor)
MARTA: Vocês estão por um triz de irem dormir no estábulo... (avista o Professor
com as crianças). Professor me desculpe. Eu disse a eles que não devia ser
incomodado.
PROFESSOR: Tudo bem Dona Marta, eu sei que existe alguma explicação. Mas
primeiro eu acho que a pequena precisa de um chocolate quente.
MARTA: Venha querida. (saem Marta e Lúcia).
PROFESSOR: Parece que mexeram com o frágil equilíbrio interno de minha
governanta.
PEDRO: Pedimos desculpas senhor, não vai se repetir.
SUSANA: Foi a nossa irmã, senhor, Lúcia.
PEDRO: A que chorava.

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SUSANA: Sim senhor. Ela está magoada.


PROFESSOR: E a causa do choro?
PEDRO: É... Não foi nada. Cuidamos de tudo.
PROFESSOR: Já percebi.
SUSANA: Ela entrou num guarda-roupa lá em cima e pensa que ele é mágico.
PROFESSOR: O que você disse?
PEDRO: Ah, um guarda-roupa lá em cima. A Lúcia acha que descobriu uma
floresta dentro dele.
SUSANA: E ela não para de falar a mesma coisa.
PROFESSOR: E como é que ela está?
SUSANA: Ela está falando disso feito louca.
PROFESSOR: Não, não, ela não, a floresta.
PEDRO: Não diga que acredita nela?
PROFESSOR: Você não?
SUSANA: É claro que não. Isso é logicamente impossível.
PROFESSOR: O que ensinam nas escolas hoje em dia?
PEDRO: Edmundo disse que era só brincadeira.
PROFESSOR: Não é ele o que mais fala a verdade, não é?
PEDRO: Não, esta seria a primeira vez.
PROFESSOR: Se ela não está louca, nem mentindo, logicamente devemos supor
que ela disse a verdade.
PEDRO: Está dizendo que devemos acreditar nela?
PROFESSOR: Ela é sua irmã, não é? Sua família. Podia tentar agir como se fosse.

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CENA 13 – CRIANÇAS BRINCANDO NO BOSQUE


PEDRO: E Pedro se prepara pra mais um grande arremesso. (acerta Edmundo).
EDMUNDO: Ai!
PEDRO: Opa! Acorda Bela-Adormecida.
EDMUNDO: Por que não brincamos de pique esconde outra vez?
PEDRO: Você não disse que era jogo de criança?
SUSANA: E aqui podemos brincar ao ar livre.
EDMUNDO: Não acho a menor graça ficar aqui fora.
PEDRO: Está pronto?
EDMUNDO: E você?
(Pedro arremessa a bola, Edmundo rebate com o taco e acerta a vidraça da janela
da casa do Professor Kirke).
(Dentro da casa)
PEDRO: Eu não acredito Ed.
EDMUNDO: Você quebrou.
MARTA: O que é que está havendo aí em cima?
SUSANA: Dona Marta!
PEDRO: Venham!
(As crianças correm se esconder).
EDMUNDO: Espera. Não, por aqui, por aqui.
(Vão até o cômodo em que está o guarda-roupa que dá acesso à Nárnia).
EDMUNDO: Entrem...
SUSANA: Só pode ser piada.

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(Ao perceberem que Dona Marta está se aproximando, não pensam duas vezes e os
quatro irmãos entram no guarda-roupa e consequentemente, entram em Nárnia).
SUSANA: Impossível!
LÚCIA: Tudo bem, só pode ser imaginação de vocês.
PEDRO: Eu imagino que pedir desculpas não é o bastante.
LÚCIA: Não, é pouco. (Arremessa uma bola de neve em Pedro). Mas isso basta!
(Pedro, Lúcia e Susana começam a brincar com as bolas de neve enquanto
Edmundo avista o alto da montanha que é onde vive a Feiticeira).
EDMUNDO: Ai! Parem!
PEDRO: Seu mentiroso.
EDMUNDO: Você também não acreditou.
PEDRO: Peça desculpas a Lúcia. Peça desculpas.
EDMUNDO: Tá bem. Me desculpe.
LÚCIA: Não tem problema, algumas crianças não sabem a hora de parar de fingir.
EDMUNDO: Ah, engraçadinha.
SUSANA: Melhor a gente voltar.
EDMUNDO: Nós devíamos pelo menos dar uma olhada.
PEDRO: Eu acho que a Lúcia deve decidir.
LÚCIA: Queria que conhecessem o Sr. Tumnus.
PEDRO: Vamos conhecer o Sr. Tumnus.
SUSANA: Nós não podemos andar pela neve com essas roupas.
PEDRO: Não. Mas aposto que o Professor não se importa que usássemos esses
casacos. Enfim, se pensar em logicamente, não estamos nem tirando do guarda-
roupa.

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AS CRÔNICAS DE NÁRNIA – O LEÃO, A FEITICEIRA E O GUARDA-ROUPA

EDMUNDO: Mas é casaco de menina.


PEDRO: Eu sei.
(As crianças vão ao encontro de Sr. Tumnus).
LÚCIA: Aqui tem muita comida gostosa e nós vamos beber muito... chá.
PEDRO: Lu? (Lúcia corre em direção a casa de Sr. Tumnus). Lúcia!
(Ao entrarem na casa as crianças se deparam com ela totalmente vazia e com
muitas coisas quebradas espalhadas pelo chão).
LÚCIA: Quem faria uma coisa dessas?
PEDRO: (Encontra uma carta na parede da casa e lê). O fauno Tumnus foi
acusado de traição contra sua majestade imperial Jadis, rainha de Nárnia, por
abrigar inimigos e confraternizar com humanos, assinado, Maugrim,
comandante da Polícia Secreta, viva a Rainha.
SUSANA: Chega! Agora temos mesmo que ir embora.
LÚCIA: Mas e o Sr. Tumnus?
SUSANA: Se ele foi preso só por estar com humano, acho que não temos muito a
fazer.
LÚCIA: Você não entende, não é mesmo?! Eu fui a humana, ela deve ter
descoberto que ele me ajudou.
PEDRO: Melhor chamarmos a Polícia.
SUSANA: Eles são a Polícia.
PEDRO: Não se preocupe, vamos dar um jeito.
EDMUNDO: Por quê? Ora, ele é um criminoso.
SUSANA: Aquele pássaro fez psiu pra nós?
(As crianças vão até a parte externa da casa verificar o barulho e se deparam com
um castor).

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AS CRÔNICAS DE NÁRNIA – O LEÃO, A FEITICEIRA E O GUARDA-ROUPA

LÚCIA: É... É um castor.


PEDRO: Vem cá. Vem, vem cá.
CASTOR: Eu não vou cheirar isso se é o que você quer.
PEDRO: Desculpe.
CASTOR: Lúcia Pevensie?
LÚCIA: Sim. (O castor entrega a Lúcia o lenço que era do Sr. Tumnus). É o
lencinho que eu dei ao Sr. Tumnus.
CASTOR: Ele me entregou antes que o levassem.
LÚCIA: Ele está bem?
CASTOR: Sigam-me.
SUSANA: O que vai fazer?
EDMUNDO: Tem razão. Como vamos saber se é confiável?
PEDRO: Ele disse que conhecia o fauno.
SUSANA: Ele é um castor. Não devia dizer absolutamente nada.
CASTOR: Está tudo bem?
PEDRO: Está. Só estamos conversando.
CASTOR: Melhor conversar num lugar seguro.
LÚCIA: As árvores ouvem.
CASTOR: Vem. Não é bom ficar aqui depois que anoitece.
(Em um lugar um pouco mais distante).
CASTOR: Ah, que maravilha, parece que a minha esposa já esquentou um pouco
de água para uma xícara de chá.
LÚCIA: Que gracinha.

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CASTOR: É um dique modesto, há muito fazer, ainda nem terminei. Vai dar um
trabalho danado.
SRA. CASTOR: Castor é você? Estava preocupada. Se souber que saiu com
texugo outra vez eu... Não são texugos. Oh, eu nunca pensei que viveria para ver
esta cena. Olha meu pelo. Podia ter avisado pra eu me arrumar.
SR. CASTOR: Avisaria uma semana antes se fosse adiantar.
SRA. CASTOR: Podem entrar, vou ver se consigo alguma comida e uma
companhia civilizada.
SR CASTOR: Cuidado, olhem onde pisam.
SRA CASTOR: Desculpem a bagunça. Não consigo tirar o Castor da minha vida.
SR CASTOR (A Edmundo): Apreciando a paisagem?
PEDRO: Não há nada a fazer para ajudar Tumnus?
SR CASTOR: Foi levado para a casa da Feiticeira e você sabe o que dizem...
Poucos são os que passam pelo portão e voltam de lá.
SRA CASTOR: Peixe com fritas. (À Lúcia) Mas, há esperança querida. Esperança
SR CASTOR: Ah sim, muito mais esperança. Aslam está a caminho.
EDMUNDO: Quem é Aslam?
SR CASTOR: (Rindo da pergunta). Hahaha, quem é Aslam?! Hahaha, ele é muito
engraçado, hahaha. Que foi? Vocês não sabem, não é?!
PEDRO: Bom, não estamos aqui há muito tempo.
SR CASTOR: Ele é só o Senhor dos Bosques, o maioral, o verdadeiro Rei de
Nárnia.
SRA CASTOR: Ele está fora há algum tempo.
SR CASTOR: Mas ele voltou! E aguarda vocês na mesa de pedra.
LÚCIA: Ele nos aguarda?

21
AS CRÔNICAS DE NÁRNIA – O LEÃO, A FEITICEIRA E O GUARDA-ROUPA

SR CASTOR: Só pode ser brincadeira! Eles nem conhecem a profecia.


SRA CASTOR: Bem, então...
SR CASTOR: Escutem, o retorno de Aslam, a prisão de Tumnus, a Polícia Secreta
está acontecendo por causa de vocês.
SUSANA: Está nos culpando?
SRA CASTOR: Não, culpando não. Agradecendo.
SR CASTOR: Existe uma profecia: Quando a carne de Adão, quando
o osso de Adão,em Cair Paravel no trono sentar, então há de chegar
ao fim a aflição.
SUSANA: Essa rima não é muito boa.
SR CASTOR: Eu sei que não é boa, mas será que não percebem?
SRA CASTOR: Há muito tempo foi previsto que dois filhos de Adão e duas filhas
de Eva derrotariam a Feiticeira e trariam paz à Nárnia.
PEDRO: E vocês acham que somos nós?
SR CASTOR: É melhor que sejam. Aslam já preparou o exército de vocês.
LÚCIA: Nosso exército?
SUSANA: Mamãe nos deixou para não nos envolvermos numa guerra.
PEDRO: Acho que vocês se enganaram, não somos heróis.
SUSANA: Somos de Phisley. Escutem, obrigada pela hospitalidade, mas nós temos
mesmo que ir.
SR CASTOR: Mas não podem sair assim.
LÚCIA: Ele tem razão. Temos que ajudar o Sr. Tumnus.
PEDRO: Não podemos fazer nada. Desculpem, mas tá na hora de voltarmos pra
casa.

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AS CRÔNICAS DE NÁRNIA – O LEÃO, A FEITICEIRA E O GUARDA-ROUPA

EDMUNDO: Ed... Ed? (Verificam que Edmundo saiu escondido e está andando
por Nárnia). Eu mato ele.
SR CASTOR: Talvez não precise. O Edmundo já esteve em Nárnia antes.
CENA 14 – PROCURANDO EDMUNDO
LÚCIA: Edmundo!
SR. CASTOR: Xiu... Vão ouvir você.
(Pedro tenta correr pra entrar no Castelo da Feiticeira e Castor o puxa pelo
braço).
SR CASTOR: Não!
PEDRO: Me larga.
SR CASTOR: Você está fazendo o que ela quer.
SUSANA: Não podemos deixá-lo entrar.
LÚCIA: Ele é meu irmão.
SR CASTOR: Ele é isca. A Feiticeira quer vocês quatro.
PEDRO: Pra quê?
SR CASTOR: Pra impedir que a profecia se realize. Matá-los.
SUSANA: (A Pedro). Isso é tudo culpa sua.
PEDRO: Minha culpa?
SUSANA: Pra começar, nada disso teria acontecido se tivesse me escutado.
PEDRO: Ah, e você sabia o que ia acontecer?
SUSANA: Eu não sabia o que ia acontecer. Nós devíamos ter saído enquanto
podíamos.
LÚCIA: Parem! Isso não vai ajudar o Edmundo.
SR CASTOR: Ela tem razão. Só Aslam pode ajudar seu irmão agora.

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AS CRÔNICAS DE NÁRNIA – O LEÃO, A FEITICEIRA E O GUARDA-ROUPA

PEDRO: Nos leve até ele.


CENA 15 – EDMUNDO DENTRO DO CASTELO DA FEITICEIRA
(Ao brincar com as estátuas na entrada do Castelo, sem perceber Edmundo
tropeça em Maugrim, um lobo que não era uma estátua).
MAUGRIM: Parado estranho ou não se moverá mais. Quem é você?
EDMUNDO: Sou Edmundo, conheci a rainha no bosque. Ela me disse pra voltar
aqui. Eu sou um filho de Adão!
MAUGRIM: Hm, peço desculpas. Feliz favorito da rainha, ou melhor, nem tão
feliz assim. Venha comigo. (Edmundo acompanha o lobo até à rainha, quando
chegam a certo ponto, o lobo pede para que Edmundo espere). Espere aqui!
(Edmundo senta no trono da Feiticeira e ao mesmo momento ela chega).
FEITICEIRA: Gostou?
EDMUNDO: Eu... Sim. Gostei majestade.
FEITICEIRA: Eu já imaginava. Diga-me Edmundo: suas irmãs são surdas?
EDMUNDO: Não.
FEITICEIRA: E seu irmão, ele é um débil mental?
EDMUNDO: Bom, eu acho, mas eu...
FEITICEIRA: E são! Como você ousa a vir sozinho?
EDMUNDO: Ah, eu tentei!
FEITICEIRA: Edmundo, eu pedi tão pouco a você.
EDMUNDO: Eles não me escutam.
FEITICEIRA: Não conseguiu nem isso.
EDMUNDO: Trouxe eles até a metade do caminho. Estão numa casinha no dique
com os castores.
FEITICEIRA: Ora, eu suponho que não seja um completo inútil, não é?!
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AS CRÔNICAS DE NÁRNIA – O LEÃO, A FEITICEIRA E O GUARDA-ROUPA

EDMUNDO: Eu... Eu queria saber se posso comer mais manjar turco agora.
FEITICEIRA: Ah, o convidado tem fome.
GINARRBRIK: Por aqui!
FEITICEIRA: Maugrim! Já sabe o que fazer.
(Maugrim faz um som de lobo onde chama o restante da alcateia para ir atrás dos
outros três irmãos e dos castores).
CENA 16 – CAÇA AOS CASTORES
SR. CASTOR: Rápido! Eles estão atrás de nós!
SRA. CASTOR: Está bem. (Sra Castor vai até o armário e recolhe suas comidas).
PEDRO: O que você tá fazendo?
SRA. CASTOR: Vão me agradecer mais tarde. É uma longa viagem e o Castor fica
de mau humor quando tem fome.
SR. CASTOR: Eu já estou!
MAUGRIM: Atrás deles! (Os lobos vão em direção à casa dos castores).
SUSANA: Vão precisar de geleia?
PEDRO: Só se a Feiticeira servir torradas.
(Os lobos cercam a casa dos castores e tentam entrar à força).
SRA. CASTOR: Não, não, não!
SR. CASTOR: Rápido.
(Os lobos conseguem entrar e já não encontram mais ninguém dentro da casa. Um
lobo avista um túnel que é por onde saíram os castores e as crianças).
SR. CASTOR: O texugo e eu cavamos. Vai sair perto da toca dele.
SRA. CASTOR: Você disse que íamos sair na igreja.
(Lúcia cai).

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AS CRÔNICAS DE NÁRNIA – O LEÃO, A FEITICEIRA E O GUARDA-ROUPA

SUSANA: Lúcia! (Os castores e as crianças ouvem o barulho dos lobos).


LÚCIA: Estão no túnel.
SR. CASTOR: Rápido! Por aqui, rápido!
SRA. CASTOR: Rápido!
PEDRO: Corram!
(Os castores e as crianças chegam num ponto do túnel onde tem várias direções e
eles nãos sabem por onde ir).
SRA. CASTOR: Devia ter trazido um mapa.
SR. CASTOR: Um mapa ou a geleia?
(Conseguem sair do túnel).
SUSANA: Vem Lúcia.
(Ao sair do túnel, eles se deparam com vários animais congelados pelo feitiço da
Feiticeira Branca, entre eles, os castores encontram alguns amigos).
SRA. CASTOR: (a Sr. Castor) Eu sinto muito querido.
SR. CASTOR: Meu melhor amigo.
PEDRO: O que houve aqui?
(Aparece a Raposa).
RAPOSA: É o que acontece quem brinca com a Feiticeira.
SR. CASTOR: Dê mais um passo traidor que eu faço você em pedaços.
RAPOSA: Relaxe, eu sou um dos mocinhos.
SR. CASTOR: É?! Pois se parece muito mais com um dos vilões.
RAPOSA: Uma infeliz semelhança familiar. Mas falando de raças neutras, temos
que ir.
PEDRO: O que você sugere?

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AS CRÔNICAS DE NÁRNIA – O LEÃO, A FEITICEIRA E O GUARDA-ROUPA

(Os lobos saem do túnel).


RAPOSA: Saudações primos. Perderam alguma coisa?
MAUGRIM: Não tem que me enganar, eu sei de quem você é aliado. Procuramos
os humanos.
RAPOSA: Humanos? Aqui em Nárnia? Tá aí uma informação valiosa, não acha?!
(Maugrim ataca a Raposa e logo solta).
MAUGRIM: Sua recompensa é viver, não é muito, mesmo assim, onde estão os
fugitivos?
RAPOSA: Norte... Fugiram pro Norte.
MAUGRIM: Farejem.

CENA 17 – RAPOSA AVISA SOBRE ASLAM


RAPOSA: Estava ajudando Tumnus, a Feiticeira chegou aqui antes de mim.
LÚCIA: Você está bem?
RAPOSA: Adoraria dizer que cães que ladram não mordem.
SRA. CASTOR: Pare de se mexer. Está pior do que o Castor em dia de banho.
SR. CASTOR: O pior dia do ano.
RAPOSA: Obrigado pela gentileza é uma pena, mas, não disponho mais de tempo.
LÚCIA: Vai partir?
RAPOSA: Foi um grande prazer minha rainha e uma honra, mas o tempo é curto e
Aslam em pessoa me enviou para reunir mais tropas.
SR. CASTOR: Você viu o Aslam?
SRA. CASTOR: Como ele é?

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AS CRÔNICAS DE NÁRNIA – O LEÃO, A FEITICEIRA E O GUARDA-ROUPA

RAPOSA: Ora, como sempre ouvimos dizer. Será um prazer ter vocês ao nosso
lado na batalha contra a Feiticeira.
SUSANA: Mas não pretendemos lutar contra a Feiticeira.
RAPOSA: Mas com certeza o Rei Pedro... A profecia.
SR. CASTOR: Não iremos à guerra sem você.
PEDRO: Só queremos nosso irmão de volta.

CENA 18 – PEDRO APRISIONADO NO CASTELO DA FEITICEIRA


(Pedro se encontra acorrentado dentro de uma sala no Castelo tentando comer e
não percebe que tem outro aprisionado ali próximo, é o Sr. Tumnus).
TUMNUS: Você... Você não vai comer mais?
(Pedro pega o pedaço da comida que estava comendo e entrega para Tumnus).
TUMNUS: Eu levantaria, mas minhas pernas...
EDMUNDO: Senhor... Tumnus?
TUMNUS: O que sobrou dele. Você é irmão de Lúcia Pevensie?!
EDMUNDO: Meu nome é Edmundo.
TUMNUS: Sim. Vocês tem o mesmo nariz. A sua irmã está bem? Está a salvo?
EDMUNDO: Eu não sei.
(Entram Feiticeira Branca e Ginarrbrik).
FEITICEIRA: Minha polícia estraçalhou o dique, sabia?! Sua familiazinha não foi
encontrada. (Levanta Edmundo pela roupa) Pra onde foram?
EDMUNDO: Eu não sei.
FEITICEIRA: Então você não serve mais.
(Feiticeira faz o movimento para atacar Edmundo e ele interrompe).

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AS CRÔNICAS DE NÁRNIA – O LEÃO, A FEITICEIRA E O GUARDA-ROUPA

EDMUNDO: Espera! O Castor disse alguma coisa sobre Aslam.


FEITICEIRA: Aslam? Onde?
EDMUNDO: Eu...
TUMNUS: Ele não conhece nada majestade. Ele não pode saber de nada.
(Ginarrbrik ataca Tumnus com um golpe).
FEITICEIRA: Eu perguntei onde está Aslam?
EDMUNDO: Eu... Eu não sei. Saí antes que dissessem. Queria muito ver você.
FEITICEIRA: Guarda!
CRIATURA: Majestade?
FEITICEIRA: Liberta o fauno. (O guarda da Feiticeira Branca liberta Tumnus e
o joga na frente da Feiticeira). Sabe por que está aqui fauno?
TUMNUS: Porque eu acredito numa Nárnia livre.
FEITICEIRA: Está aqui porque ele entregou você por docinhos (Aponta para
Edmundo). Levem-no para cima. Preparem minhas renas. Edmundo sente falta da
família.

CENA 19 – SR. CASTOR MOSTRA ONDE FICA O REINO DE ASLAM


SR. CASTOR:O acampamento de Aslam é perto da mesa de pedra do outro lado
do rio congelado
PEDRO: Rio?
SRA. CASTOR: Ah, o rio está congelado há cem anos.
PEDRO: É imenso.
SR. CASTOR: Igual ao nosso mundo. Pensou que fosse pequeno?
PEDRO: Menor.

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AS CRÔNICAS DE NÁRNIA – O LEÃO, A FEITICEIRA E O GUARDA-ROUPA

CENA 20 – FEITICEIRA LEVA EDMUNDO PROCURAR OS IRMÃOS


(Ginarrbrik leva Edmundo para outro lugar do Castelo onde ele se depara com o
Sr. Tumnus congelado)
FEITICEIRA: Estou aguardando, filho de Adão.
GINARRBRIK: Vamos!
(Feiticeira Branca, Ginarrbrik e Edmundo saem do castelo à procura dos outros
três irmãos).

CENA 21 – AO ENCONTRO DE ASLAM


(Sr. e Sra. Castor e os três irmãos vão à procura de Aslam atravessando o rio
congelado).
SR. CASTOR: Venham humanos, enquanto somos jovens.
PEDRO: Se ele nos apressar mais uma vez, e vou fazer dele um chapéu bem fofo.
SR. CASTOR: Rápido! Venham!
LÚCIA: Ele está ficando mandão.
SRA. CASTOR: Não! Olhem para trás... É ela.
(Avistam um trenó se aproximando).
SR. CASTOR: Corram! Corram!
PEDRO: Rápido!
SR. CASTOR: Ali dentro, vem. Se abaixem.
(Encontram um esconderijo numa cabana coberta por gelo. Após um tempo sem
movimentações, eles acreditam que estão a salvo).
LÚCIA: Parece que já foi.

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AS CRÔNICAS DE NÁRNIA – O LEÃO, A FEITICEIRA E O GUARDA-ROUPA

PEDRO: É melhor eu ir ver.


SR. CASTOR : Não vão servir à Nárnia mortos.
SRA. CASTOR: E nem você meu velho.
SR. CASTOR: Obrigado querida. (Sr. Castor sai do esconderijo para verificar se
o trenó já não está mais por perto e volta logo depois). Saiam, saiam! Espero que
tenham sido bonzinhos porque vocês tem visita. (Todos saem do esconderijo e
encontram a visita).
LÚCIA: Feliz Natal senhor!
PAPAI NOEL: Com certeza Lúcia. Desde que vocês chegaram.
SUSANA: Olha, eu aguentei muita coisa desde que cheguei, mas isso?
PEDRO: Pensamos que fosse a Feiticeira.
PAPAI NOEL: Eu sei, eu sei. Desculpe o mau jeito, mas eu devo dizer que eu
dirijo um desses há mais tempo que a Feiticeira.
SUSANA: Achei que não houvesse Natal em Nárnia.
PAPAI NOEL: Não. Por muito tempo. Mas a esperança que trouxeram majestades
começa a enfraquecer o poder da Feiticeira. Porém, ouso a dizer que vocês vão
precisar disso. (Papai Noel tira um saco de presentes dentro do trenó).
LÚCIA: Presentes...
PAPAI NOEL: (À Lúcia) O suco da flor de fogo uma só gota cura qualquer ferida.
(Entrega à Lúcia). Apesar de torcer pra que nunca use.
LÚCIA: Obrigada senhor, mas, eu seria capaz de não ter medo.
PAPAI NOEL: Aposto que seria, mas, batalhas são brigas feias. Susana confie
neste arco, ele quase nunca vai errar.
SUSANA: Mas não disse que batalhas são brigas feias?
PAPAI NOEL: Apesar de não ter problemas em se expressar, assopre isto e onde
estiver o auxílio virá.

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AS CRÔNICAS DE NÁRNIA – O LEÃO, A FEITICEIRA E O GUARDA-ROUPA

SUSANA: Obrigada.
PAPAI NOEL: Pedro, a hora de usar isto pode estar próxima. (Entrega um escudo
e uma espada a Pedro).
PEDRO: Obrigado senhor.
PAPAI NOEL: São armas, não brinquedos. Usem com sabedoria. Agora, eu
preciso ir. O inverno está quase no fim e tudo se acumula quando você some por
cem anos. Vida longa a Aslam. E Feliz Natal.
LÚCIA: Feliz Natal.
SUSANA: Feliz Natal.
LÚCIA: Muito obrigado.
PEDRO: Até mais, obrigado.
SUSANA: Feliz Natal.
PEDRO: Feliz Natal.
LÚCIA: (A Susana) Eu disse que ele existia.
PEDRO: Ele disse que o inverno está quase no fim. Não perceberam? Chega de
gelo.
(Pedro, Lúcia e Susana vão avistar o rio congelado e ao verem se deparam com o
rio descongelando).
PEDRO: Vamos atravessar agora!
LÚCIA: Os castores não fazem diques?
SR. CASTOR: Não sou tão rápido querida.
PEDRO: Vamos! (Puxa Lúcia pelo braço).
SUSANA: Espere! Quer pensar no assunto um minuto?
PEDRO: Não temos um minuto!
SUSANA: Eu só tentei ser realista.
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AS CRÔNICAS DE NÁRNIA – O LEÃO, A FEITICEIRA E O GUARDA-ROUPA

PEDRO: Não, tentou bancar a esperta como sempre.


(Pedro, Lúcia, Susana e os castores tentam atravessar o rio enquanto a Feiticeira
Branca se aproxima deles. Os lobos pelo faro também se aproximam de onde eles
estão).
SR. CASTOR: Esperem, talvez eu deva ir primeiro.
PEDRO: É, é melhor.
SRA. CASTOR: Você anda comendo fora de hora, não anda?
SR. CASTOR: Ora, nunca se sabe qual refeição pode ser a última.
(Após o Sr. Castor todos iniciam a travessia do rio).
PEDRO: (A Lúcia) Cuidado!
SUSANA: Se a mamãe soubesse disso...
PEDRO: Mamãe não está aqui!
LÚCIA: Essa não!
(Avistam os lobos se aproximando).
PEDRO: Corram!
SUSANA: Rápido!
(Maugrim ataca Senhor Castor).
SUSANA: Não!
LÚCIA: Pedro!
(Pedro pega sua espada)
MAUGRIM: Abaixe isso rapaz. Alguém pode se ferir.
SR. CASTOR: Não se preocupe comigo. Acabe com ele.
MAUGRIM: Saem enquanto podem e seu irmão irá com vocês.
SUSANA: Pare Pedro! Melhor fazer o que ele mandou.
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AS CRÔNICAS DE NÁRNIA – O LEÃO, A FEITICEIRA E O GUARDA-ROUPA

MAUGRIM: Garota esperta.


SR. CASTOR: Não acreditem nele. Mate-o, mate-o agora.
MAUGRIM: Ora, por favor, esta guerra não é sua. Minha rainha só deseja que
pegue sua família e sumam.
SUSANA: Olha, não foi porque um homem de vermelho lhe entregou uma espada,
não pode se achar um herói. Abaixe isso!
SR. CASTOR: Não Pedro! Nárnia precisa de você. Mate-o enquanto ainda tem
chance.
MAUGRIM: Como é que vai ser filho de Adão? Não vou esperar para sempre. E
muito menos o rio.
LÚCIA: Essa não! Pedro!
(As geleiras do rio começam a se quebrar e se soltar enquanto eles estão tentando
de alguma forma fugir dos lobos).
PEDRO: Segurem-se em mim.
(Pedro golpeia a placa de gelo que está em cima com a espada e faz com que toda
a geleira acima deles comece a cair, todos acabam atingidos pelas geleiras. Alguns
instantes depois as crianças aparecem em cima de uma placa de gelo. A placa de
gelo em que eles estão para próximo a beira do rio, ao saírem da placa para
pisarem em terra firme, percebem a ausência de Lúcia).
SUSANA: (A Pedro) O que você fez? Lúcia! Lúcia!
(Lúcia aparece em outro lugar vindo ao encontro dos irmãos).
SR. CASTOR: Não se preocupe querida, seu irmão vai cuidar muito bem de você.
SRA. CASTOR: E eu acho que não vão precisar mais de casacos.

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AS CRÔNICAS DE NÁRNIA – O LEÃO, A FEITICEIRA E O GUARDA-ROUPA

CENA 22 – FEITICEIRA BRANCA CHEGA À BEIRA DO RIO


(Feiticeira Branca acompanhada de Edmundo e Ginarrbrik chegam à beira do rio
que antes estava congelado devido à sua maldição e se depara com o rio
totalmente descongelado e as águas correntes).
FEITICEIRA: Não!
GINARRBRIK: Quentinho aqui. (Feiticeira olha com uma cara de poucos amigos
para Ginarrbrik) Eu vou ver o trenó. (Sai Ginarrbrik)
(Entram os lobos e o Raposa).
MAUGRIM: Achamos o traidor. Ajudando os seus inimigos seus inimigos perto
do bosque tremendo em dia.
FEITICEIRA: Ah, que bom que apareceu. Foi tão útil aos meus lobos ontem à
noite, talvez possa me ajudar agora.
RAPOSA: Perdoa-me majestade.
FEITICEIRA: Ah, não gasto meu tempo com bajulações.
RAPOSA: Sem querer ser rude, mas não estava falando com a senhora. (Feiticeira
e Raposa olham para Edmundo).
(Feiticeira aponta a varinha para a Raposa).
FEITICEIRA: Aonde os humanos foram?
(A Raposa não responde, então, a Feiticeira faz um movimento com a varinha
como se fosse fazer algum encanto com a Raposa e Edmundo a impede).
EDMUNDO: Espere! Não! O Castor falou sobre uma mesa de pedra, que Aslam
tinha um exército lá.
FEITICEIRA: Um exército? Obrigada Edmundo. Foi bom essa criatura ter visto
um pouco de honestidade antes de morrer.
(Feiticeira transforma a Raposa em estátua de pedra).
EDMUNDO: Não! (Feiticeira Branca dá um tapa na cara de Edmundo).

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AS CRÔNICAS DE NÁRNIA – O LEÃO, A FEITICEIRA E O GUARDA-ROUPA

FEITICEIRA: Decida logo de que lado está Edmundo. Do meu ou do deles? (A


Maugrim e os lobos) Prossigam, juntem os fiéis. Se é guerra o que Aslam quer, é
guerra que ele terá.

CENA 23 – SE APROXIMANDO DO REINO DE ASLAM


(Lúcia, Pedro, Susana e os Castores são recebidos por Oreius com uma marcha
alegre de recepção).
SUSANA: Por que está olhando pra nós?
LÚCIA: Talvez ache você engraçada.
SR. CASTOR: Ei, ei, você está linda.
(Enquanto eles vão se aproximando, as criaturas vão se aproximando deles
também, curiosos por saber quem são).
PEDRO: (A Oreius) Nós viemos para ver Aslam.
(Oreius e todas as criaturas todas se ajoelham no momento em que Pedro levanta
sua espada).
(Aslam aparece).
ASLAM: Bem vindo Pedro, filho de Adão. Bem vindas Susana e Lúcia, filhas de
Eva, e sejam bem vindos castores, agradeço a vocês. Mas onde está o quarto?
PEDRO: Por isso viemos senhor. Precisamos de ajuda.
SUSANA: Nós tivemos um problema pelo caminho.
PEDRO: Nosso irmão foi capturado pela Feiticeira.
ASLAM: Capturado? Como aconteceu?
SR. CASTOR: Ele os traiu majestade.
OREIUS: Então traiu todos nós.
ASLAM: Paz Oreius, sei que existe uma explicação.

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AS CRÔNICAS DE NÁRNIA – O LEÃO, A FEITICEIRA E O GUARDA-ROUPA

PEDRO: Foi minha culpa. Fui severo com ele.


SUSANA: Todos nós.
LÚCIA: Senhor, ele é nosso irmão.
ASLAM: Eu sei minha querida, mas isso torna a traição pior ainda. Será mais
difícil do que pensam.

CENA 24 – ASLAM CONTA A PEDRO SOBRE A PROFECIA


ASLAM: Aquela é Cair Paravel, o Castelo dos Quatro Tronos. Num deles você
sentará Pedro, como grande rei. Duvidas da profecia?
PEDRO: Não... É só que... Aslam, não sou quem vocês pensam.
ASLAM: Pedro Pevensie, cidadão de Phisley. O Castor contou que você também
queria transforma-lo num chapéu. Pedro existe uma magia profunda mais poderosa
do que nós que governa Nárnia, ela separa o certo do errado e guia todos os
destinos, o seu e o meu.
PEDRO: Mas nem pude proteger a minha família.
ASLAM: Trouxe-os em segurança até aqui.
PEDRO: Nem todos.
ASLAM: Pedro vou fazer o possível para ajudar seu irmão, mas preciso que pense
no que peço a você. Eu também quero minha família segura.

CENA 25 – GINARRBRIK DEBOCHA DE EDMUNDO


(Edmundo se encontra preso junto à uma árvore e Ginarrbrik está de guardião
para a Feiticeira Branca).

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AS CRÔNICAS DE NÁRNIA – O LEÃO, A FEITICEIRA E O GUARDA-ROUPA

GINARRBRIK: O principezinho está desconfortável? Quer que amacie o seu


travesseiro? Tratamento especial para o garoto especial. Não era isso que você
queria?

CENA 26 – SUSANA E LÚCIA EM PERIGO


LÚCIA: Parece até a mamãe.
SUSANA: Ela não tem um vestido assim desde antes da guerra.
LÚCIA: Vamos levar um pra ela. Um baú cheinho.
SUSANA: Se é que voltaremos... Desculpe ser pessimista. Nos divertimos juntas,
não é?!
LÚCIA: É... Antes de você ficar chata.
SUSANA: Ah, é?! (Susana começa a jogar água em Lúcia, ela retribui e fazem
uma pequena guerra de água. Quando saem do rio, ao pegar a toalha no varal
para se secar, Susana dá de cara com Maugrim).
MAUGRIM: Por favor, não tentem correr. Estamos cansados e preferimos matá-
las rapidamente.
(Susana joga a toalha em direção a um presente que foi dado pelo Papai Noel, que
quando ela estivesse em perigo, era pra soprar que a ajuda viria. Imediatamente, o
brinquedo emite um som que faz Pedro perceber que elas estão em perigo).
(Em outro lugar estão Pedro e Aslam conversando quando toca o som do
brinquedo de Susana).
PEDRO: Susana!
(Susana e Lúcia conseguem subir em cima de uma árvore enquanto os lobos tentam
atacá-las. Pedro chega ao local).
PEDRO: Pra trás!
SUSANA: Pedro!

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AS CRÔNICAS DE NÁRNIA – O LEÃO, A FEITICEIRA E O GUARDA-ROUPA

MAUGRIM: Por favor, nós já passamos por isso antes. Sabemos que você não tem
coragem.
SUSANA: Pedro, cuidado!
(Chegam Aslam, Oreius e suas tropas. Aslam solta um rugido que assusta os lobos
e as crianças. Oreius tira uma espada da cintura para usar no ataque aos lobos e
Aslam o impede de usar).
ASLAM: Não! Guardem as armas. Esta batalha é de Pedro.
MAUGRIM: Pode pensar que é um rei, mas você vai morrer como um cão.
(Maugrim avança para cima de Pedro, leva uma espadada e cai por cima dele).
LÚCIA: Pedro!
(Lúcia e Susana descem da árvore e tiram Maugrim de cima de Pedro e abraçam o
irmão, logo em seguida, Maugrim foge).
ASLAM: Atrás dele. Vai levar-nos a Edmundo. (Oreius e alguns da tropa vão
atrás de Maugrim). Pedro limpe sua espada. (Pedro limpa a espada e depois se
ajoelha na frente de Aslam com a espada no chão) Levante-se, ser Pedro ruína dos
lobos, cavaleiro de Nárnia.

CENA 27 – TROPA DA FEITICEIRA BRANCA SE PREPARA PARA A


BATALHA
OTMIN – Os Nemotauros vão atacar pela esquerda, vamos manter os Gigantes na
retaguarda e mandá-los pra nós primeiro.
(Entra Oreius junto com alguns da tropa de Aslam, travam uma pequena batalha e
consegue capturar Edmundo).
OTMIN – O prisioneiro.

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AS CRÔNICAS DE NÁRNIA – O LEÃO, A FEITICEIRA E O GUARDA-ROUPA

(Feiticeira Branca e General Otmin vão até o campo de preparação, onde


Edmundo estava preso, mas ao chegar encontram Ginarrbrik no lugar dele e o
solta).
GINARRBRIK: Você não vai me matar?
FEITICEIRA: Não agora. (a OTMIN) Temos muito que fazer.

CENA 28– ASLAM CONVERSA COM EDMUNDO


(Ao sair das cabanas no Reino de Aslam, Pedro avista ao longe Aslam conversando
com Edmundo, Lúcia e Susana também saem da cabana e também vê Edmundo e
ficam muito felizes que seu irmão foi salvo).
LÚCIA: Edmundo!
(Edmundo e Aslam se aproximam)
ASLAM: O que passou, passou. Não vale a pena falar com Edmundo sobre o
ocorrido. (Aslam sai).
EDMUNDO: Olá. (Recebe abraço de Lúcia e Susana).
SUSANA: Você está bem?
EDMUNDO: Um pouco cansado.
PEDRO: Descanse um pouco. (Edmundo segue em direção à cabana quando
Pedro o interrompe) Edmundo, tente não se perder.
CENA 29 – VAMOS VOLTAR PRA CASA?
(Edmundo, Lúcia e Susana estão comendo).
LÚCIA: (a Pedro) Nárnia não vai ficar sem torradas.
PEDRO: Preparem alguma coisa para a viagem de volta.
SUSANA: Vamos pra casa?

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AS CRÔNICAS DE NÁRNIA – O LEÃO, A FEITICEIRA E O GUARDA-ROUPA

PEDRO: Vocês. Eu prometi à mamãe que ficariam seguros, não quer dizer que eu
não possa ficar para dar apoio.
LÚCIA: Mas precisam de nós. De todos nós.
PEDRO: Lúcia é muito perigoso. Você quase se afogou e Edmundo quase foi
morto.
EDMUNDO: É por isso que temos que ficar. Vi o que a Feiticeira pode fazer e
ajudei a fazer. Não podemos permitir que esse povo sofra por isso.
SUSANA: Então já está decidido. (Susana sai da rodinha, se levanta em direção a
um ao seu arco e flecha).
PEDRO: Aonde você vai?
SUSANA: Treinar um pouco.

CENA 30 – TREINAMENTO DOS IRMÃOS PARA A BATALHA


(Enquanto Lúcia e Susana treinam a mira com a faca e o arco e flecha, Pedro e
Edmundo treinam luta de espadas em cima dos cavalos).
PEDRO: Vamos Ed! Espada pra cima como Oreius nos mostrou.
EDMUNDO: Pra cá.
PEDRO: Agora bloqueia.
EDMUNDO: Ow.
SR. CASTOR: Pedro! Edmundo!
EDMUNDO: Uow cavalinho.
PHILIP: Meu nome é Philip.
EDMUNDO: Desculpe.
SR. CASTOR: A Feiticeira exigiu um encontro com Aslam. Está vindo para cá.

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AS CRÔNICAS DE NÁRNIA – O LEÃO, A FEITICEIRA E O GUARDA-ROUPA

CENA 31 – CHEGADA DA FEITICEIRA NO REINO DE ASLAM


(Feiticeira Branca chega acompanhada de Ginarrbrik, Otmin e algumas criaturas)
GINARRBRIK: Saem daí, vem aí Jadis, a rainha de Nárnia.
FEITICEIRA: Você tem um traidor entre os seus Aslam.
ASLAM: A ofensa dele não foi contra você.
FEITICEIRA: Vejo que se esqueceu das leis nos quais Nárnia foi construída.
ASLAM: Não estique a magia profunda para mim Feiticeira. Eu estava lá quando
foi escrita.
FEITICEIRA: Então se lembra bem que todo traidor pertence a mim. O sangue
dele é minha propriedade. (Pedro tira a espada da cintura e ameaça Feiticeira).
PEDRO: Então tente pegá-lo.
FEITICEIRA: Acredita mesmo que a força bruta vai tirar o meu direito? Reizinho.
Aslam sabe que a menos que eu tenha o sangue dele como manda a lei, toda Nárnia
será subvertida e perecerá em fogo e água. Esse menino (aponta para Edmundo)
morrerá na mesa de pedra como diz a tradição. (a Aslam) Não ouse recusar.
ASLAM: Basta! Quero falar com você a sós.
(Após um tempo a sós, Feiticeira e Aslam voltam para fora da cabana).
ASLAM: Ela renunciou ao direito do sangue do filho de Adão.
FEITICEIRA: Como vou saber se manterá a promessa?
(Aslam apenas solta um rugido forte para que Feiticeira Branca se contenha.
Todos se abraçam felizes com a decisão e Feiticeira Branca volta para o seu
castelo).
LÚCIA: Incrível.

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CENA 32 – MORTE DE ASLAM


LÚCIA: Susana!
(Lúcia acorda Susana e as duas perseguem Aslam que sente a presença das
meninas).
ASLAM: Não deveriam estar na cama?
LÚCIA: Não conseguimos dormir.
SUSANA: Por favor, Aslam, não podemos ir com você?
ASLAM: Ficarei contente com a companhia por enquanto. Obrigado.
(Ao caminhar Aslam interrompe o passeio e para pra falar com as meninas).
ASLAM: É a hora! Daqui devo seguir sozinho.
SUSANA: Mas Aslam...
ASLAM: Tem que confiar em mim, pois deve ser feito. Obrigado Susana, obrigado
Lúcia. Adeus.
(Lúcia e Susana ficam de prontidão observando até onde Aslam vai ir, quando se
deparam com um local totalmente obscuro, cheio de criaturas estranhas com
tochas de fogo para receber Aslam. Mais a frente está a Feiticeira Branca com um
punhal na mão para realizar o sacrifício de Aslam).
FEITICEIRA: Observem o grande leão.
(General Otmin se aproxima de Aslam e lhe fere com uma espada. Lúcia e Susana
ficam observando toda a cena).
LÚCIA: Por que ele não reage?
FEITICEIRA: Amarrem o animal.
(As criaturas se aproximam de Aslam e começam a amarrá-lo).
FEITICEIRA: Esperem! Tirem todo o pelo dele.

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(Ginarrbrik se aproxima de Aslam e começa a cortar seus pelos. As outras


criaturas se aproximam e também começam a cortar os pelos de Aslam).
FEITICEIRA: Podem trazê-lo a mim. (Aslam é arrastado até os pés da Feiticeira
Branca. As criaturas começam a bater o bastão em volta de Aslam como se
estivessem cumprindo um ritual). Sabe Aslam, estou meio decepcionada com você.
Achou mesmo que com tudo isso poderia salvar o traidor humano? Você vai me dar
a sua vida, mas ninguém será salvo. É nisso que dá o amor. (A todos) Nesta noite
será satisfeita a magia profunda, mas amanhã nós tomaremos Nárnia para
sempreee... Consciente disso, desespere e morra!
(Feiticeira ataca Aslam com o punhal. Lúcia e Susana choram enquanto as
criaturas da Feiticeira Branca comemoram).
FEITICEIRA: O grande gato está mooooorto! (ao General Otmin) General,
prepare suas tropas para a batalha. (Otmin apenas acena como positivo) Por mais
curta que eu possa ser...

CENA 33 – SUSANA E LÚCIA SE APROXIMAM DE ASLAM MORTO


(Após Feiticeira Branca, Otmin, Ginarrbrik e todas as outras criaturas da
Feiticeira Branca saírem do local onde Aslam foi morto, Lúcia e Susana se
aproximam chorando.Lúcia pega da sua bolsa a garrafinha com o suco de flor de
fogo dada de presente pelo Papai Noel para tentar reverter a situação de Aslam e
fazer com que ele renasce).
SUSANA: É tarde.Se foi... Ele sabia o que estava fazendo.
(Lúcia e Susana continuam chorando quando de repente aparecem uns ratos que
começam a roer a grande corda que mantém Aslam preso).
SUSANA: Saiam daí, saiam todos vocês.
LÚCIA: Não... Olha!
SUSANA: Temos que contar aos outros.
LÚCIA: Nós não podemos deixá-lo.

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SUSANA: Mas os outros precisam saber. Não há tempo.


LÚCIA: As árvores...
(As árvores começam a desflorar e em uma dessas árvores, as folhas que começam
a cair chegam até a cabana em que se encontra Pedro e Edmundo. Essas folhas ao
entrar no quarto formam a figura de uma mulher que avisa Pedro e Edmundo
sobre a batalha).
FOLHAS: Preparem-se meus príncipes, eu trago más notícias de suas irmãs.

CENA 34 – AGORA VOCÊ É O LÍDER, PEDRO


PEDRO: Ela tem razão. Ele morreu.
EDMUNDO: Agora você é o líder. Pedro tem um exército lá fora pronto a seguir
você.
PEDRO: Eu não posso.
EDMUNDO: Aslam acreditava em você... E eu também.
OREIUS: O exército dela se aproxima senhor. Dê as ordens.

CENA 35 – A BATALHA FINAL

CRIATURA VOADORA: Chegaram Alteza, em número e armas que superam e


muito os nossos.
OREIUS: Números não vencem batalhas.
PEDRO: Não. Mas aposto que ajudam.
(A tropa da Feiticeira Branca chega ao local da batalha. Eles se põem frente a
frente e Pedro dá ordem de iniciar a batalha).

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FEITICEIRA: (Ao General Otmin) Não tenho interesse em prisioneiros. Matem


todos!
(A tropa da Feiticeira Branca e já começa a batalha com a tropa de Pedro
atacando pelo céu).
PEDRO: (A Oreius) Você está comigo?
OREIUS: Até a morte!
PEDRO: Por Nárnia e por Aslam! (A tropa de Pedro avança).
OTMIN: Avante! (A tropa da Feiticeira Branca avança mais ainda).
(Começa a batalha).
CENA 36 – RENASCIMENTO DE ASLAM
SUSANA: Temos que ir.
LÚCIA: Está frio.
(Ao saírem, Susana e Lúcia sentem um forte tremor, quando olham pra trás, Aslam
já não se encontra mais no local em que estava morto).
LÚCIA: Susana! Cadê o Aslam?
SUSANA: O que fizeram?
(De repente do alto da Mesa de Pedra, Aslam aparece ressuscitado totalmente
saudável).
LÚCIA e SUSANA: ASLAM! (Correm felizes para abraçá-lo).
SUSANA: Mas nós vimos o punhal, a Feiticeira...
ASLAM: Se a Feiticeira entendesse o significado de sacrifício, talvez tivesse
interpretado a Magia Profunda de outro jeito. Se uma vítima voluntária inocente de
traição é morta num lugar de um traidor, a Mesa de Pedra se partirá e talvez mesmo
a própria morte seja revogada.
SUSANA: Mandamos avisar de sua morte. Pedro e Edmundo já foram pra guerra.

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(Lúcia tira um pequeno punhal da roupa).


LÚCIA: Precisamos ajudá-los.
ASLAM: E vamos querida, mas não sozinhos... Subam em minhas costas. O
caminho é longo e o tempo é curto. Talvez queiram cobrir as orelhas.

CENA 37 – DE VOLTA À BATALHA


(A batalha não para e a Feiticeira Branca apenas fica de longe observando sua
tropa).
EDMUNDO: Fogo!
(No início, a iniciativa com o fogo dá certo, mas logo é quebrado pelo gelo da
Feiticeira Branca).
PEDRO: Recuar! Atraiam eles para as montanhas!

CENA 38 – PRA ONDE ESTAMOS INDO?


SUSANA: Pra onde estamos indo?
ASLAM: Segurem-se.

CENA 39 – E A BATALHA CONTINUA


(O cavalo de Pedro é ferido por uma flecha. Oreius e o rinoceronte avançam
contra a tropa da Feiticeira Branca).
PEDRO: Não!
(Oreius consegue atacar General Otmin e parte pra cima da Feiticeira Branca,
mas é atacado por ela).

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CENA 40 – RESGATE DE TUMNUS E DOS PRISIONEIROS


(Ao entrarem no castelo da Feiticeira Branca, Susana e Lúcia encontram Sr.
Tumnus transformado em pedra. Lúcia chora. Aslam encosta em Sr. Tumnus
fazendo com que ele volte á vida).
LÚCIA: Susana.
SUSANA: Sr. Tumnus!
ASLAM: Vamos! Precisamos revistar o castelo. Pedro vai precisar de todos que
encontrarmos aqui.

CENA 41 – ASLAM CHEGA À BATALHA


(Em meio à batalha, Pedro percebe a superioridade da tropa da Feiticeira Branca
e alerta Edmundo).
PEDRO: Edmundo, eles são muitos. Saia já daqui, pegue as meninas e leve-as pra
casa.
SR. CASTOR: (a Edmundo) Você ouviu, vamos embora!
(Ao comando de Pedro, Edmundo começa a sair pra ir embora, mas ao olhar pra
trás, vê que Pedro está lutando contra muitas criaturas ao mesmo tempo e a
Feiticeira está se aproximando dele para também o atacar. Imediatamente,
Edmundo tira sua espada e volta para ajudar o irmão).
SR. CASTOR: Pedro mandou sair daqui.
EDMUNDO: Pedro ainda não é rei.
(Edmundo parte pra cima da Feiticeira Branca, mas é ferido. Pedro parte para
cima da Feiticeira Branca e eles se confrontam).
(Aslam chega ao campo de batalha e todos o veem).
FEITICEIRA: Impossível!

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(Após se espantar com a presença de Aslam e de todos os seus ex-prisioneiros,


Feiticeira volta a atacar Pedro, Aslam corre até a direção deles para conter o
ataque e ajudar Pedro. No momento em que a Feiticeira está pronta para dar o
golpe final em Pedro, Aslam a ataca).
ASLAM: (a PEDRO): Está terminado!
SUSANA: Pedro!
LÚCIA: Pedro!
SUSANA: Onde está Edmundo?
(Em outro local do campo de batalha, Edmundo está ferido no chão e Ginarrbrik
pronto para dar um golpe. Nesse momento, chegam seus irmãos e Susana usa seu
arco e flecha para proteger o irmão. Lúcia usa sua garrafinha com suco da flor de
fogo e dá um pouco para Edmundo beber. Ao beber, Edmundo fica um pouco
inconsciente e seus irmãos pensaram que ele estaria morto, mas logo Edmundo dá
os sinais de que está bem).
PEDRO: (a Edmundo) Quando vai aprender a fazer o que mandam?

CENA 42 – COROAÇÃO DOS NOVOS REIS DE NÁRNIA


(Aslam entra no Castelo do Reino acompanhado de Pedro, Edmundo, Susana e
Lúcia, os novos reis de Nárnia).
ASLAM: Em nome dos brilhantes mares orientais, apresento-lhes rainha Lúcia, a
destemida.
(Sr Tumnus vai até os castores, pega a coroa de Lúcia para coroá-la).
ASLAM: Em nome dos grandes bosques do ocidente, rei Edmundo, o justo. Em
nome do radiante sol do sul, rainha Susana, a gentil. Em nome do limpo céu do
norte, apresento-lhes rei Pedro, o magnífico. Quem é coroado rei ou rainha de
Nárnia será sempre rei ou rainha. Que vossa sabedoria nos abençoe até que estrelas
caiam dos céus.

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CORO: Viva o Rei PEDRO! Viva o Rei EDMUNDO! Viva a Rainha SUSANA!
Viva a Rainha LÚCIA!

CENA 43 – ASLAM VAI EMBORA


(Enquanto todos comemoram o reinado dos quatro irmãos, Aslam deixa o reino).
TUMNUS: Não se preocupe, vamos vê-lo outra vez.
LÚCIA: Quando?
TUMNUS: Na hora certa. Um dia ele estará e... No outro não. Não gosta que o
prendam. Afinal, ele não é domesticado.
LÚCIA: Não. Mas ele é bom.
TUMNUS: Ah, tome! (Tira o lenço da roupa e o entrega a Lúcia) Precisa mais do
que eu.

CENA 44 – DE VOLTA PRA CASA


(Anos depois Pedro, Edmundo, Susana e Lúcia aparecem em Nárnia num passeio a
cavalo).
EDMUNDO: Está bem Philip?
PHILIP: Não sou tão jovem quanto já fui.
SUSANA: Venha Ed.
EDMUNDO: Estou recuperando o fôlego.
SUSANA: É tudo o que vamos recuperar nesse passeio.
LÚCIA: O que ele disse mesmo, Susana?

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SUSANA: Meninas esperem no castelo que eu pego o alce sozinho.


PEDRO: O que é isso? Parece familiar.
SUSANA: Feito um sonho,
LÚCIA: Ou um sonho de um sonho. Sala vazia... (Lúcia corre em direção ao
guarda-roupa).
PEDRO: Lúcia!
SUSANA: De novo não!
PEDRO: Lu!
LÚCIA: Venham!
PEDRO: São só galhos.
SUSANA: São casacos.
EDMUNDO: Susana pisou no meu pé.
(Ao saírem do guarda-roupa e caírem dentro da sala vazia, eles voltam a ser
crianças).
PROFESSOR: Ah, estão aí. O que estavam fazendo no guarda-roupa?
PEDRO: Se nós contássemos, não ia acreditar senhor.
PROFESSOR: Experimentem.

FIM.

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