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1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 3
1. SORAIA ................................................................................................................................. 4
3. BIXÔÔÔ ................................................................................................................................. 5
4. QUINHENTOS ANOS........................................................................................................... 8
5. O SOLO .................................................................................................................................. 9
6 . PRESIDENTE FIGUEIREDO ........................................................................................... 11
7. HARAS ................................................................................................................................. 13
8. ZOOTECNIA I ..................................................................................................................... 14
FEMININO ........................................................................................................................... 14
MASCULINO ...................................................................................................................... 15
9. FAETEC ............................................................................................................................... 17
10 . ITACOATIARA ................................................................................................................ 18
11. ZOOTECNIA II .................................................................................................................. 22
12. ZOOTECNIA III ................................................................................................................ 23
13. A CARA ESCRÔTA .......................................................................................................... 24
14. BEL.................................................................................................................................... 25
15. ROSIANE ........................................................................................................................... 26
16. DUPLA DINÂMICA ......................................................................................................... 27
17. A CONQUISTA ................................................................................................................ 29
18. O TRÔCO ........................................................................................................................... 30
19. O AUTÊNTICO ................................................................................................................. 32
20. PARADA 48 ....................................................................................................................... 36
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1. INTRODUÇÃO
2. SORAIA
3. BIXÔÔÔ
ΠPOK, não tem moral não. O ano vindouro está chegando. Aí sim, eu vou ser
PHINNA. A estória vai mudar.
No terceiro ano chego com outros pensamentos. Passei de ano arrastado. Os
objetivos de BIXÔÔ, não existem mais.
Agora eu sou o maioral. BIXÔÔ e ΠPOK, comigo é na porrada. Eles têm que
respeitar o PHINNA.
Meu rendimento nas aulas teóricas e práticas estão deixando a desejar. Minhas
notas são de cinco a seis em cada módulo didático. Aprendo cada vez menos. Fico reprovado
num módulo e em outro não. Falo com o professor, peço para ele me passar um trabalho e,
recuperar a nota insuficiente.
No refeitório, na hora do almoço, deixo o talher cair de propósito.
A gritaria é geral: - BIXÔÔ! Fecho a cara, estufo o peito, e falo: - eu sou é
PHINNA porra!
Todos se calam, o refeitório fica mudo.
Agora sim, ninguém me segura. Tem que respeitar o PHINNA, caralho! –
penso com meus botões.
Termina o ano letivo. Passei não sei como. Estou formado Técnico Agrícola.
Todos estão se despedindo. É um chorôrô, abraça-abraça... Será que vou deixar
mais saudades do que levar?
Será que aprendi o suficiente par realizar o meu sonho de BIXÔÔ?
Três meses depois houve um concurso público do estado. Inscrevi-me, vejam
só, me inscrevi. Vou passar. – Penso alto.
No dia da prova, estou nervoso. É neste momento, que eu vou saber se aprendi
ou não.
Olho para a prova de vinte questões. Leio e releio. Ignoro a primeira e a
segunda questão. Não sei o conceito de calagem e adubação. Chutei e errei.
A terceira e a quarta, também chuto. Era o nome científico do arroz e da soja.
Bateu na trave.
A quinta e a sexta questão eu acertei. Era a definição e os sintomas da
brucelose e febre aftosa.
No entanto, a sétima e a oitava, eram sobre a dentição do cavalo e da égua. O
chute foi muito grande. No módulo de eqüino, eu estava suspenso. A professora passou um
trabalho. Minha nota foi seis.
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4. QUINHENTOS ANOS
5. O SOLO
6 . PRESIDENTE FIGUEIREDO
- Amanhã haverá uma visita técnica, para Presidente Figueiredo: Avisa o professor
para os alunos do Pós-Médio em Agropecuária.
São quarenta e oito alunos. No dia seguinte aprecem cinqüenta.
- Quem são esses dois caras? Pergunta a Olívia Palito.
- Eles estão pagando módulos. Responde o Mundial.
- Trouxemos quatro litros de 51. Falam os dois recém-chegados ao mesmo tempo.
- Hei, Mundial! Eles sentam lá atrás com a gente, tu não te lembras não! Exclama o
Gosmento olhando para os quatro litros de cachaça, com os olhos e a boca cheia de água.
Ah ta! Porquês não disseram antes? – Questiona a Dona Madruga com a cara toda
escrota, se metendo onde não é chamada.
Fim da discussão. Dentro do ônibus a alegria é contagiante: Pagode samba, bregas,
enfim, todo estilo musical.
De repente alguém grita:- Maria Peidona!
- É a tua mãe desgraçado. – Responde a Olívia Palito.
O professor se levanta do assento e pergunta: - O que é que está acontecendo aí no
fundão?
- Foi a Olívia que peidou, professor. –Responde o Baby Sauro.
- Já falei que foi a tua mãe, desgraçado.
Gritaria é geral.
Faz-se um silêncio momentâneo.
Todos ou quase todos estão com os olhos fechados.
Alguém grita no meio do ônibus:- Tira o dedo que ela quer peidar! –Uns acham graça,
outros fecham a cara.
- Hei professor, mande o Baby Sauro se aquietar! - Não tem jeito não. Tem aluno que
lagrima de tanto rir.
O professor dar apenas uma olhada de revestrés em direção ao fundão, dando pouca
importância ao fato. Pois, ele é sabedor que a Olívia, não vale nada, nada, nada.
A batucada recomeça. A alegria volta a imperar. Todos estão satisfeitos, apreciando a
paisagem pelas janelas, quando a Mini-Mouse grita lá da frente: - Mata Gato, venha cá!
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- Quem matou o gato foi o Satanás. – Respondeu no mesmo tom, a Mata Gato, a
maioria dos alunos se banzem, outro falam: - Queima Jesus.
A Mata Gato atende o chamado, a contragosto, mas atende.
Houve vários acontecimentos na ida. Três paradas obrigatórias: uma no km/12, outra
no km/44, e a terceira no km/114. Se porventura, eu fosse narrar, daria para escrever três
livros, no mínimo.
No retorno, ou seja, na volta, oitenta por cento dos alunos estavam embriagados. A
batucada estava tinindo. Todos estão cantando harmoniosamente. Houve uma pausa para a
mudança de rítimo, quando se ouve um grito de gol. Um grito que vem em tom crescente: -
goooollaço da Cuca, garotinha da camisa número treze (13). A batucada recomeça,
homenageando a autora do gol:
Que bonito é,
as coxas da Cuquinha,
na cueca do Bife,
é um samba pra valer.
-16x0, para o Pós-Médio, 16x0, para o Pós-Médio. - Fala o narrador Satanás. Para o
Pós-Médio, para o Pós-Médio. O narrador estava empolgado juntamente com a torcida. Fim
de jogo.
Chega no colégio o professor fala:
- Eu quero o relatório da visita, Hem!
Todos fizeram o relatório, na base do empresta rascunho e, a maioria se deu mal.
O Cara de Maloca começou a fazer o seu relatório quase um mês antes da visita
técnica.
Outros relataram que a água do Rio que passa em Presidente Figueiredo é mais fria do
que as águas do Rio Negro.
Poucos se salvaram nos seus relatos.
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7. HARAS
A visita técnica no haras, da família Nasser, tudo vai muito bem. O tratador de cavalos
está fazendo uma exibição com um Puro Sangue para os alunos. Alguém pergunta:- Quem
quer montar no Puro Sangue? – Todos respondem ao mesmo tempo: Eu, eu, eu, eu.
-Vamos fazer um sorteio. Somente quatro irão montar. É feito o sorteio. Os sorteados
foram: CARA DE PACA, TINHOSA, CHUCK (Thôk), BRUXA KEKA.
O Bob Esponja deu o maior pinote. Pois, ele queria, porque queria, montar no Puro
Sangue.
O Cara de Paca fez um pronunciamento cedendo o lugar para o Bob Esponja, que
ainda exigiu ser o primeiro a montar. E assim, foi o primeiro a fazer feio. Pois, o Bob Esponja
parecia um soldado de chumbo montado a cavalo.
-Sai daí... Bob Esponja:- Falou a ACESINHA DA FOGÁS, bem baixinho, num
sussurro quase gutural.
O Bob Esponja sai, entra a TINHOSA, fazendo pose pra PRECHETE tirar uma foto.
- Espera aí:- Gritou o PAPI. -Pega o chicote, Tinhosa! Continuou o Papi.
- Não quero o chicote não, professora, me arrume um remo. - Pediu a Tinhosa. Como é
que é? Pergunta o GOSMENTO, não acreditando no que estava ouvindo.
- Um remo, confirma a Tinhosa.
- Vai pra lá, sai daí te ajeita, viixe. – Fala o CATATAU, estupefato, e, dando as
costa para o grupo, sai de mansinho.
O pedido não foi atendido. A foto foi tirada, sem o remo e, sem o chicote.
O Chuck (Thôk) está se aquecendo, falando que vai fazer assim e assado.
Chega a sua vez. Monta no Puro Sangue. Dar três voltas. De repente o cavalo sai
trotando em ritmo acelerado, dar três pulos e, sai numa carreira desenfreada com o Chuck
montado. A professora está falando no celular, dar uma olhadela à sua volta, devido à gritaria.
Viu que os alunos não estavam nem aí, e, grita energicamente: - Jean Carlo (Chuck) volta
aqui. Hei pessoal o caso é sério. - fala a professora.
Todos os alunos correm atrás do cavalo. O Papi e o Teletunber conseguem segurá-lo
pelas rédeas. O Chuck desce amarelo, amarelo, amarelo de cima do cavalo. A gozação é geral.
Ainda bem, que a professora não pediu relatório da visita técnica, quando chegamos à
escola.
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8. ZOOTECNIA I
FEMININO
Nº NOME VULGAR APELIDO
1º Júlia Rego Acesinha da Fogás
2º Jucinara Rubim Corujinha
3º Maria Vanalda Catirina
4º Alcilene Cuca
5º Daniele Coelho Danny Bananinha
6º Eleneide Boneth Dona Madruga
7º Miriam Foge-Foge
8º Ana Cristiane Mata-Gato
9º Deane Caresto Mini-Mouse
10º Katilândia Paraíba
11º Fabiane Prechete
12º Ana Carolina Olívia Palito
13º Eliane Rêgo Sabe-Nada
14º Lílian Juliane Sapupara
15º Cristina Terra-Preta
16º Simone Sales Tinhosa
Quadro 1 - Femininos
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MASCULINO
Nº NOME VULGAR APELIDO
1º Francisco Ripardo Advogado do Cão
2º Robson Baby Sauro
3º José Oliveira Bob Esponja
4º Laerte Bife
5º José Clécio Bruxa Keka
6º Paulinho Mendes Cara de Paca
7º Francisco Cândido Cara de Peixe
8º Overino Cidade Cara de Maloca
9º Luimilson Catatau
10º Elvis Ramos Coivara
11º Carlos Coelho Capitão Gancho
12º Paulo Henrique Esqueleto
13º Darlisson Daniel Gosmento
14º Jardel Graúna
15º Ricardo Franquilino Yogue
16º Antonio Edileno Mucureba
17º Hudson Mundial
18º Emanuel Barroso Papi
19º Domingos Rodrigues Satanás
20º Salomão Sêo Barriga
21º David Sêo Boneco
22º Flavio Super Ted
23º Edmar Puraqué
24º Jean Carlo Thôk (Chuck)
25º Jucimar Zôrra Total
26º Jaylen Teletunber
27º Paulo César Salsicha
28º Bruno Cobaia
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9. FAETEC
10. ITACOATIARA
- Vinte reais será a cota de cada aluno para a visita de Itacoatiara. A saída será
depois de amanhã, quem não der o dinheiro não vai para a visita técnica. _ Lembra o
professor para os alunos, acrescentando: - O que houver ou acontecer por lá deverá ficar por
lá mesmo e, foi ditando as regras Tim-tim por Tim-tim.
Às seis horas e trinta minutos, todos os alunos do pós-médio, já se encontrava na
EAFM. (ESCOLA AGROTÉCNICA FEDERAL DE MANAUS).
O ônibus saiu às nove horas. Dentro do ônibus, apareciam litros de cachaça do nada.
De Mao à Ita foram secos quatro litros de 51 e duas garrafas de sapupara.
O Mundial juntamente com a Lílian Sapupara estava iniciando uns passes de Streep. A
algazarra está mandando no ônibus, é um apita-apita, é um grita-grita da moléstia.
- O culpado dessa confusão é do professor, quem não mandou ele vim no ônibus
com a gente! – Reclamou a Cuca, puta-puta da vida.
Chegamos em Itacoatiara. O professor não aparece, dão treze horas, quatorze horas.
Os agricolinos estão botando quebranto de fome em quem passa pela sua frente, pois, até
aquele momento ninguém tinha comido nada, nada, nada...
O professor chegou com a gente às quinze horas e, ainda por cima brabo-brabo,
valente que nem um siri na lata, chamando todo mundo no saco. E, como castigo, ninguém
almoçou naquele dia.
A janta foi àquela confusão. Tinha prato que parecia o Pico da Neblina, outros, a Serra
Pelada ou o Pico da Bandeira, etc. E, devido a esse motivo o Bob Esponja ficou sem jantar, o
mesmo, também não tinha almoçado.
- Sai de perto dele! Não deixa olhar pra ti não, cuidado com o quebranto de fome! –
Gritou o Mucureba deixando de sobreaviso o Cara de Maloca, que estava próximo do Bob
Esponja.
- O cruel ta na mão. Foi chegando e dizendo ao mesmo tempo o YOGUE, bem
baixinho para a turma do cruel.
- Ah, Ah, Ah! A Mini-Mouse está eletrizada, rindo com o tempo.
- Catatau saiu detrás da goiabeira às quedas.
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Para quebrar o gelo, o cara marcou para a noite seguinte, (que seria nossa despedida
do Município) uma churrascada.
Imediatamente houve um reboliço, uma agitação. O quarteto (Olívia, Mini-Mouse,
Coruja e a Mata-Gato) fez logo uma lista de convidados.
OLÍVIA PALITO
MATA-GATO
MINI-MOUSE
CORUJINHA
TINHOSA
DONA MADRUGA
COBAIA
PORAQUÊ
COIVARA
PROFº JAIME.
Três horas depois, todos estavam de volta. Umas capiongas, outros tristes, enfim todos
brocados, com fome, pois, não houve churrasco nenhum, o Cara não apareceu no lugar
combinado.
O Cobaia estava às quedas, querendo pelo menos um arroz branco, um macarrão, ou,
farinha, para matar a sua fome.
A cozinheira teve compaixão do Cobaia, dando-lhe um prato com arroz e, macarrão,
sendo devorados em questão de segundos.
Termina a visita técnica. O relatório é obrigatório. No entanto, como sempre, há
muitas cópias, o que deixa o professor contrariado. É nota zero
para uns, dois para outros... a minoria obtém notas que estão na média, outros acima
da média.
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11. ZOOTECNIA II
Numa aula de Ovino caprinocultura, está indo tudo muito bem. O Gosmento não
acreditando no que estava presenciando, comenta com a turma:
- Acho que vai acontecer alguma desgraça. O Cara de Maloca está muito quieto. O
Chuck está pensando. Cadê o Teletumber?
- Está tirando couro do bode. Respondeu o Yogue.
- Isso não vai prestar algo vai acontecer. – Disse o Satanás.
Dez minutos depois, o professor dar o maior pinote, xinga, gesticula...
O couro do bode estava completamente danificado, furado, não foi tirado o rabo. O
Teletumber conseguiu aleijar o bode mesmo depois de morto. Ele disse que foi sem querer. O
professor não quis nem saber. Mandou o mesmo, se retirar do recinto, antes que mudasse de
idéia.
- Mais professor, o erro aqui é válido. Não posso errar, é no campo de produção.
Desculpou-se o Teletumber.
- O erro é válido quando é cometido por uma pessoa normal, agricolino. Saia já
daqui, pelo amor de Deus, saia.
O Teletumber saiu à francesa.
- Vem-me outro aluno aqui. – Chamou o professor.
- Posso ser eu professor? Era o Chuck que tinha se manifestado. – O professor coçou
a cabeça, deu uma olhada para o Chuck e falou:
- Tu ta doido, vai pra lá.
- Hei, tu aí. És tu mesmo. Como é o teu nome?
- Meu nome é Overino Cidade, mas a turma me chama de Cara de Maloca...
- Minha nooosa! Esse aí é que é perigoso. Disse o professor.
- Deixa comigo, lá em Lábrea, eu era o rei do bode. – falou o Advogado do Cão.
- Manja muito...
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14. BEL
Todas as manhãs, quando o sol desponta no horizonte, trazendo com ele a melodia dos
pássaros, a fragrância de toda flora e a diversidade da fauna. Por um instante temos a sensação
de liberdade de desprendermos da violência urbana, corrupção, sei lá.
Nossas vidas há muitos desafios e, devemos encara-lo qualquer decisão de frente e nos
empenharmos de corpo e alma. Decidir de maneira correta e consciente do que nossa
prescindida razão.
Não devemos dormir ou tentar adormecer, na tentativa de ludibriar nós mesmos.
Vamos aproveitar ouvir as melodias da vida e enveredar em seus caminhos; caminhos
desconhecidos de muitos, porém, conhecidos pela minoria; que não definem como aventura.
Seria fantástico olhar os campos verdejantes, as caatingas, os cerrados, as matas, as
florestas, lagos, rios, igarapés, oceanos, sem que houvesse qualquer interferência do homem.
A espada da ganância acertou a natureza no meio do coração, e a ferida está aberta.
Sangra, sangra e sangra.
Estamos presos, inutilizados, como um pássaro na gaiola, castrado de sua liberdade.
Nós somos parte da natureza. Muitos não a enxergam, mas sabemos de sua existência
e, que ela está aqui, por isso existimos.
E é isso que me doe. Saber quem prega a preservação, a conservação, o
desenvolvimento sustentável, na maioria dos casos, são os principais responsáveis pela
degradação ambiental.
A esperança é saber, que ainda restam pessoas, e, na maneira do possível, fazem uma
pequena parte, o que significa muito, porque o que fazem é por que amam a vida.
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15. ROSIANE
Quinze de dezembro será o último dia, para a entrega do relatório de estágio. - Avisa a
professora para os alunos do Pós – Médio, numa reunião em sala de aula.
- Mas professora, nossas aulas irão até o final do mês de março. – Disse a
Sabe-Nada com má intenção.
- Está bem, vocês podem entregar até o dia dez de março, só até esse dia eu
recebo daqueles que querem colar grau. – A professora deu a reunião por encerrada.
Trinta por cento dos alunos se interessaram em concluir o estágio, uma vez, que no
recesso do meio do ano, já tinham iniciado. Porém, não deram atenção ao restante das horas
de estágio, deixando-o para última hora.
Faltando dez dias para o prazo estipulado, o Cara de Maloca, consegue um
encaminhamento de estágio para o Puraquequara, consegue não, pois, os alunos ficam a
vontade para escolher o município ou até o Estado, desde que seja orientado por um técnico
no decorrer das atividades desempenhadas no campo de produção.
O Cara de Maloca chega com o produtor proprietário com dois papéis na mão, se
apresentando.
- Senhor Fulano, sou aluno da EAFM, vim encaminhado para a V.S.ª, para
fazer o meu estágio.
- Pois não, sinta como se estivesse em sua casa. Mas, esse outro papel aí na sua
mão direita, o que é que tem haver com o seu estágio, se o seu encaminhamento é este aqui
que você me entregou?
- Esse aqui é o relatório. Eu fiz no início do ano (2004), pois, sabia que iria
precisa no final do ano. O senhor assina aqui e deixa o resto comigo. _ Falou o cara de
Maloca.
O fato foi o maior comentário. Todos falavam da proeza do Cara de Maloca.
A Sabe-Nada, que até então, não tinha feito nada, nada, nada, pois esta sabia que não
iria colar grau, devido à mesma ter ficado reprovada em Bovino de Leite por não ter
alcançado nota suficiente, reprovada por falta em Topografia, Biologia do Solo e Física do
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17. A CONQUISTA
18. O TRÔCO
- Hei Cealá, Cealá, me dê dois quilos de sal? – Pediu um menino, para o Ceará, que
devido está discutindo com dois papudinhos, não ouviu o pedido feito.
- Hei Cealá, dois quilos de sal, Cealá. – Continuou o menino, dessa vez gritando
bem alto para ser ouvido.
- O que é que tu queres, ô corninho! Exclamou o Ceará.
- Hei calálio, só tenho oito anos, nem namolá eu namolo. – disse o menino.
- Tu tens que se acostumar desde cedo a ser chamado de corno tem que ir
amansando, ficar dócil e domesticado, pra quando tu tiveres grande, não ficar brabo. –
explicou o Ceará para o menino, que entendeu o recado.
- Ta bom me dê dois quilos de sal?
O Ceará vai até a prateleira, pega um envelope de cibalena e, entrega para o menino,
este ao ver que o pedido fora trocado, sorriu e falou:
- Tu és bem de Nhamunda, em corno domesticado.
- Tu pediste o quê, ô corninho?
- Foi dois quilos de sal, além de ser corno, tu é de Nhamunda, em Cealá.
O Ceará ficou calado, retornou a prateleira, apanhou os dois quilos de sal e,
entregou para o menino.
No outro dia estamos (Satanás e Gosmento) no bar do Ceará, quando este Che
ga exibindo uma nota de cinqüenta reais e nos fala ao mesmo tempo:
-Satanás e Gosmento vou lhes falar, o que aconteceu comigo aqui no meu bar.
Chegou um prestanista, me pediu cinco cervejas e o troco, pois, o mesmo me deu essa nota
falsa de cinqüenta reais, confiado, eu não analisei, pra ver se era falsa ou não.
Hoje, estou triste e envergonhado, pois no meu Ceará, era tido como carcará.
Chego aqui no Amazonas, um prestanista estradeiro me faz de tolo. Perdi quarenta reais,
cinco cervejas e o prestígio, eu nunca tinha armado um laço, que alguém pudesse sair.
Isso me serviu de exemplo. Numa dessas não caio mais não. Antes pra mim,
seus meninos, todos eram cornos, otários. Agora são todos ladrões. Pernambucano, Sergipano
e Piauiense, eu os tratava como cornos, sem saber que um dia, as coisas fossem se reverter,
ando com os ouvidos aguçados.
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Muito tento, pensativo, todo cabreiro. Eu sei que levo muitas bicadas no
lombo, tanto dos motoristas quanto da vizinhança. Quando passo na rua Satanás, ouço
cochichos: aquele ali é corno... Aquele que vai passando do outro lado da rua é marido traído,
enganado. Ele é de Nhamundá.
Meus amigos, eu solto os bichos em cima desse bando de cornos e cornas.
Eu sou é do Ceará, bando de filhos de uma égua!
Quando o Ceará terminou de fazer esse relato, o Gosmento pediu a nota de
cinqüenta reais, falando-lhe que iria tentar passa-la adiante. O Ceará ficou cheio de
esperanças, pensando que o prejuízo seria amenizado. Falando em seguida para o Gosmento:
- Se tu passares, ô gosmento, dez reais é todo teu, se não passares, me devolve. Eita
marcada desgraçada, dor de cabeça dos infernos. To todo troncho, capiongo e cuspido!
- Essa doeu no chifre, Satanás! Furou o meu bolso e o meu ego. Todo castigo pra
corno é pouco, quem mandou ser confiado!
- Já dei nó em pingo d’água, comi calango e cascavel, bebi chumbo derretido e
solução de bateria. Agora me diga, Gosmento! Como é que pode acontecer tamanha tragédia
dessas, com seu amigo Ceará? Xinguem-me de tudo quanto é nome, mais pelo amor de Deus,
não me chamem de Nhamundá.
Nunca tinha visto o Ceará tão abalado. A coisa foi séria. Ele coçava a rodilha, limpava
os óculos, arrotava bacaba... De uma coisa eu tinha certeza, o Ceará deu uma de Nhamundá.
- Vou me recuperar vou me recuperar se Deus quiser. Ô Nogueira. Vê-me aí
meio litro de 51? Só meio litro, ô corno domesticado, perguntou o Ceará para um menino de
oito anos que acabara de pedir um litro de óleo soya.
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19. O AUTÊNTICO
- Hum muié, essa antena parabólica tá pegando muito sol e chuva, acho que ela vai
ficar desmantelada:
Disse o Zé do Chifre para sua senhora, depois de algum tempo admirando aquele
objeto exposto ao sol e a chuva.
- É, meu véi, temos que fazer alguma coisa pra nóis num ficar no prejuízo:
Respondeu a madrinha e conselheira dos cornos com toda convicção.
- O que devemos fazer minha véa?
Questionou o Zé do Chifre.
- Essa antena foi muito cara, custaram os ói da cara, ainda tem essa TV por assinatura,
que nosso Fi, paga todo mês... É um dinheirão medonho:
Continuou o Zé do Chifre.
- Então meu véi, vamo proteger esse troço:
A Madrinha e Conselheira dos Cornos agiu imediatamente para proteger aquele
precioso patrimônio.
- Como?
Perguntou o Zé do Chifre.
- Chama o carpinteiro pra fazer o orçamento das têias, dos paus e dos pregos.
Aconselhou a Madrinha e Conselheira dos Cornos.
- É muié, tem um cabeça de biribá ali na frente que pode fazer esse serviço.
O Zé do Chifre acatou o conselho de sua senhora.
- Chama ele então:
Ordenou a madrinha e, ...
- Ei cabeça de biribá!
Gritou o Zé do Chifre.
- Ta falando comigo? Figura 1 - parabólica
Perguntou o cabeça de biribá
- Bem aqui corno, faz esse orçamento aqui.
Imperou o Zé do Chifre, todo pávulo.
- Oçamento de quê, corno?
Questionou o cabeça de biribá, como os olhos e a boca cheia de água, pois o tal
orçamento iria lhe render alguma grana, não que ele goste de grana, mas fazer o quê? Um
trabalho na biqueira de casa isso é excelente.
- Daqui corno, dar uma oiada, ver aí quantas têias, paus e quilo de prego vão pegar, e
me diz quanto vai custar a tua mão-de-obra, que quero isso pronto pra já:
Disse o Zé do Chifre, olhando todos os cornos presentes no seu estabelecimento, sem
uma mulher naquele momento.
- Deixe-me-ver... Compre isso aqui e, a mão-de-obra vai ser isso aí.
Falou o cabeça de biribá entregando um papel todo amassa pro Zé do Chifre.
- Hum! Ei, minha véa! Chegue mais cá? Dê uma oiadinha nesta lista! Ói aqui vais
pegar tanto de têia, tanto de pau e tanto de prego. A mão-de-obra é quinhentos reais.
- Hum! Até que num tá caro, pode mandar fazer.
Ambos concordaram com a proposta do cabeça de biribá, comprando todos os
materiais listados. O serviço foi feito imediatamente. Digo ainda um serviço de primeira
qualidade. Pagaram a mão-de-obra, ainda deram vinte reais de gratificação, uma vez que
ficaram satisfeito com o serviço prestado. O cabeça de biribá agradeceu e falou:
- Se precisar de mim sabe onde me encontrar. E saiu a francesa.
- É minha véa, vamo assistir aquele fogo que o Vasco derrotou o fluminense por três
tentos a zero (3X0)?
- De novo, aquele jogo. Já assistimos trezentas vezes.
- Sempre é bom ver uma vitória do Vasco.
- Então vamo.
Porém, não tinha sinal. Viraram até a antena, achando que o problema estava ali.
Depois de tentarem por uma hora ou mais, chegaram a conclusão de ligarem para a operadora,
para solucionar tal problema. O Zé do Chifre procurou na lista telefônica do celular o número
da operadora, ligando imediatamente.
- Tá chamando minha véa:
- Alô! Alô! Alô!
O Zé do Chifre estava agoniado falando ao telefone com o sinal de discagem.
- Alô! Pode falar meu amigo:
- É da skylaiti?
- Como é que é?
- Tô perguntando, se é da skylaiti?
- Como é que é rapaz!
Figura 3 skylaiti
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- Mais sêo moço, paguei quinhentos e vinte reais de mão-de-obra e mais mil e
setecentos reais pelo material pra proteger a antena contra as intempéries climáticas.
- Quer um conselho meu?
- Quero.
-TCPC é P. (todo castigo pra corno é pouco).
- Você tem razão, há um vascaíno aqui em casa, que é o orgulho do papai e da mamãe,
e não vai gostar do que fizemos hoje aqui em casa é dia sagrado, é jogo do Vasco.
- E daí? O que é que eu tenho com isso?
- Se até o horário do jogo não pegar sinal. Quando ele chegar, vai quebrar tudo...
- TCPC é P. (todo castigo pra corno é pouco).
- Tudo bem vou trabalhar, sou vigia noturno, amanhã eu resolvo.
- Beleza.
- Tchau.
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O Zé do Chifre foi trabalhar preocupado uma vez julgando que tinha feito besteira.
O orgulho do papai e da mamãe chega cansado depois de uma longa jornada de
trabalho. Liga a televisão no canal da operadora que vai passar o jogo do Vasco. Tenta, tenta,
tenta... E nada. Nem sinal.
Resolve perguntar o que está havendo, e quando fica sabendo do ocorrido...
- Puta que pariu! Vou quebrar tudo, num quero nem saber. Baxim! Neguim! Codó!
Pega aí um pé-de-cabra! Quebra esse teiado. Posso ficar sem as têias, mas, nunca perdo um
jogo do Vasco.
- Quebre não meu Fi! Isso aí custou os óis da cara.
Falou a madrinha e conselheira dos cornos, sua genitora.
- Tudo bem pessoal! Pegue essa serra, pode serrar tudo! É nóis Vascão.
Deu certo. Depois de retirarem as telhas de cima da antena o sinal voltou. E para
felicidade dos cornos vascaínos, o Vasco derrotou o contrário. E ainda deu um chocolate.
- Acho que desta vez o meu time não erra o caminho de casa!
Falou o orgulho do papai e da mamãe com seus botões. Lembrando que quando o
Vasco foi goleado, eles erraram o caminho de São Januário.
20. PARADA 48
- Não acredito no que estou vendo! Veja só minhas mãos, todas calejadas de
tanto trabalhar para botar o que ela comer, e ela fazendo isso comigo. Não aceito não.
Desabafou o chifrudo.
O chifrudo mais do que depressa vai a sua casa, coloca todas as roupas da sua
digníssima esposa em um saco plástico e amarra na porta do Mazá, dar as costas e vai embora.
Cinco minutos após volta e recolhe a roupa de sua esposa, arrependido do que tinha feito,
voltando todo alegre e satisfeito, pois quase fizera uma besteira, segundo ele. Quando alguém
pergunta o que houve realmente naquela kitinet entre sua esposa e o Mazá ele responde:
- Ela veio somente tirar a roupa do Mazá pra ser lavada em casa. Ela é que é a
lavadeira de confiança do Mazá, quando ele precisa dela ele chama e ela vem. Não é chifre
não abestado tu ficas pensando besteira, minha mulher é sincera.