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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 3
1. SORAIA ................................................................................................................................. 4
3. BIXÔÔÔ ................................................................................................................................. 5
4. QUINHENTOS ANOS........................................................................................................... 8
5. O SOLO .................................................................................................................................. 9
6 . PRESIDENTE FIGUEIREDO ........................................................................................... 11
7. HARAS ................................................................................................................................. 13
8. ZOOTECNIA I ..................................................................................................................... 14
FEMININO ........................................................................................................................... 14
MASCULINO ...................................................................................................................... 15
9. FAETEC ............................................................................................................................... 17
10 . ITACOATIARA ................................................................................................................ 18
11. ZOOTECNIA II .................................................................................................................. 22
12. ZOOTECNIA III ................................................................................................................ 23
13. A CARA ESCRÔTA .......................................................................................................... 24
14. BEL.................................................................................................................................... 25
15. ROSIANE ........................................................................................................................... 26
16. DUPLA DINÂMICA ......................................................................................................... 27
17. A CONQUISTA ................................................................................................................ 29
18. O TRÔCO ........................................................................................................................... 30
19. O AUTÊNTICO ................................................................................................................. 32
20. PARADA 48 ....................................................................................................................... 36
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1. INTRODUÇÃO

Que coisa boa é ter um amigo, para ir conosco ao longo da estrada.


Um coração que se ajuste ao nosso e, nos ajude a levar nosso fardo.
Se pouco tenho para dar de volta: riquezas, dons, sabedoria... Deus possa assim
retribuir a um amigo.
Onde em cada homem ou mulher, há sementes de sonhos esperanças, objetivos...Que,
quando a dormência é quebrada, germinam a felicidade. Porém, as plantas oportunistas, ou
seja, as más companhias, não permitem tal desenvolvimento, devido a pouca luz e calor
presentes no homem ou na mulher.
Onde e quando, na ânsia de obter lucros. Boatos são espalhados de maneira perniciosa,
dizendo e afirmando nesses tais boatos, que os alimentos em épocas futuras, não serão
suficientes para atender a demanda populacional devido à alta prolificidade.
Utilizando a retórica, assim como, as ausências do conhecimento da massa
populacionais, são investidas na indústria químicas. A metodologia de quadruplicar a
produção de alimentos. São produzidos: fertilizantes químicos, agrotóxicos, implementos
agrícolas sofisticados...
O efeito desse desenvolvimento tecnológico na área agrícola surge de maneira
silenciosa, retrógrada e progressiva.
No decorrer dos anos os seres humanos vão contraindo doenças nocivas, alterações
hormonais, alterações genótipas e fenótipas, falecimentos estranhos etc.
Há um elevado grau de desmatamento, queimada. O planeta está agonizando.
O solo está improdutivo, há falta de água, o ar está poluído e ao mesmo tempo
contaminado.
Houve uma época em que: colônias e metais preciosos tornavam um país rico. Hoje
para uma nação ser considerada rica será necessário ter um planeta com água, solo produtivo,
ar puro... E, assim, inicia a expansão espacial.
A Lua não serve, não tem o que procuram. Marte também não, Mercúrio, nem pensar,
Vênus é paupérrimo, no Sol, lá é uma missão impossível, Plutão, Saturno... Não importa a
distância, brevemente, outros solos, outros ares, serão conquistados, e se por ventura houver
habitantes, haverá um novo derramamento de sangue...
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2. SORAIA

Ao abrir os olhos, ouvia eu,


Passos esporádica naquelas manhãs frias.
Sinal de um desenho não muito distante,
Reclamava constantemente:
- Qual a razão de viver?
- E o que é ser feliz?
Para muitos está próximo,
tão próximo como meus belos sonhos,
ou, será que eram transes?
Não possuo entendimento.
O Sol trazia sua energia.
Despertávamos, alimentávamos,
como qualquer ser vivente.
E, saíamos de nossa toca,
a passear nos campos verdejantes.
Tudo na mais pura realidade.
Saber admirar o belo e o feio.
Ser crítico e justo.
E o tempo é um paraíso na plenitude de voar,
passa ligeiramente ao alcance de nossos olhos num contraste,
funcionando como antídoto e veneno.
À noite o frio imposto pela natureza,
encorajamos em nossa timidez,
à aproximação
e, a noite brilha apesar da neblina,
porque não é o tempo que condiz
com a nossa vida,
e sim são os nossos olhos
que a vê assim.
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3. BIXÔÔÔ

Início do ano letivo cheguei na E A F M (Escola Agrotécnica Federal de Manaus)


muito feliz. Passei no processo seletivo com boas notas, pois, estudei muito.
Estou cheio de planos: - Sair daqui formado técnico agrícola, ajudar meus
familiares, o município e até a nação.
Os meus pais me falaram que aqui é o melhor lugar do mundo para se aprender
a trabalhar com produção animal e vegetal.
Fui bem recebido pelo corpo docente; seja bem-vindo, que bom que você veio,
estávamos lhe esperando... - assim fui recepcionado.
-Ah! Vou fazer o possível e o impossível, para ser o melhor aluno e aprendiz
desta instituição. – Pensava assim.
Sou prestativo nas aulas teóricas e práticas, não deixo nada passar em branco.
Nas reuniões de pais e mestres, somente elogios à minha pessoa. Minhas notas
são de oito a dez, não tenho nenhuma menor que oito.
Nas aulas práticas, fico estropiado. Minhas mãos estão calejadas, pele tostada...
No almoço, eu fico constrangido, quando por acidente minha colher cai no
chão, o refeitório falta desabar, é um bater na mesa... Parece tudo ensaiado... e, aquele grito
não me sai dos ouvidos: BIXÔÔ.
Fico trêmulo, vermelho, capiongo... Eu não gosto dessas atitudes não. Ainda
bem que no ano que vem vou deixar de ser BIXÔÔ. Vou ser ΠPOK.
ΠPOK, é mais respeitado que BIXÔÔ.
Fui o primeiro lugar de minha classe. No segundo ano estou mais seguro. A
síndrome do BIXÔÔ não existe mais. Porém, minhas notas não são as mesmas, tanto nas
aulas teóricas quanto nas aulas práticas. Baixou para sete a oito.
Não importa dar pra passar. – Penso eu.
Por um momento esqueço o meu objetivo de BIXÔÔ. Possuo muitos amigos.
Amigos de todo o interior amazônico. Aonde eu chegar sou bem chegado.
No refeitório na hora do almoço, meu copo caiu por acidente, minha nooosa!
Foi um coro sonoro bem harmônico: - BIXÔÔ.
Respondi na bucha: - Não sou BIXÔÔ não, porra! Agora eu sou é ΠPOK!
A gargalhada foi geral. Fiquei acabrunhado, pensativo e desajeitado.
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ΠPOK, não tem moral não. O ano vindouro está chegando. Aí sim, eu vou ser
PHINNA. A estória vai mudar.
No terceiro ano chego com outros pensamentos. Passei de ano arrastado. Os
objetivos de BIXÔÔ, não existem mais.
Agora eu sou o maioral. BIXÔÔ e ΠPOK, comigo é na porrada. Eles têm que
respeitar o PHINNA.
Meu rendimento nas aulas teóricas e práticas estão deixando a desejar. Minhas
notas são de cinco a seis em cada módulo didático. Aprendo cada vez menos. Fico reprovado
num módulo e em outro não. Falo com o professor, peço para ele me passar um trabalho e,
recuperar a nota insuficiente.
No refeitório, na hora do almoço, deixo o talher cair de propósito.
A gritaria é geral: - BIXÔÔ! Fecho a cara, estufo o peito, e falo: - eu sou é
PHINNA porra!
Todos se calam, o refeitório fica mudo.
Agora sim, ninguém me segura. Tem que respeitar o PHINNA, caralho! –
penso com meus botões.
Termina o ano letivo. Passei não sei como. Estou formado Técnico Agrícola.
Todos estão se despedindo. É um chorôrô, abraça-abraça... Será que vou deixar
mais saudades do que levar?
Será que aprendi o suficiente par realizar o meu sonho de BIXÔÔ?
Três meses depois houve um concurso público do estado. Inscrevi-me, vejam
só, me inscrevi. Vou passar. – Penso alto.
No dia da prova, estou nervoso. É neste momento, que eu vou saber se aprendi
ou não.
Olho para a prova de vinte questões. Leio e releio. Ignoro a primeira e a
segunda questão. Não sei o conceito de calagem e adubação. Chutei e errei.
A terceira e a quarta, também chuto. Era o nome científico do arroz e da soja.
Bateu na trave.
A quinta e a sexta questão eu acertei. Era a definição e os sintomas da
brucelose e febre aftosa.
No entanto, a sétima e a oitava, eram sobre a dentição do cavalo e da égua. O
chute foi muito grande. No módulo de eqüino, eu estava suspenso. A professora passou um
trabalho. Minha nota foi seis.
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A nona e a décima questão, eu também chutei. Era sobre as principais doenças


e vacinações das galinhas. Eu estava suspenso nas primeiras aulas. Passei nesse módulo
colando.
A décima-primeira e a décima-segunda era sobre as doenças carenciais dos
búfalos, chutei e errei. Passei nesse módulo por camaradagem do professor.
A décima-terceira e a décima-quarta acertei na mosca, era sobre os suínos.
Qual a idade que se pode castrar um suíno? E tudo sobre o aparelho reprodutor da fêmea.
A décima-quinta, décima-sexta, décima-sétima e a décima-oitava, chutei
errado. Era sobre a Silvicultura, espécies, ecologia, botânica e mapeamento da castanheira. Eu
dormia muito na sala de aula neste módulo.
A décima-nona e a vigésima. Viixe Maria, não deixa elas me verem não! Era
para fazer preparo e análise de solo e conceituar NPK.
NPK. Penso, penso, não vou chutar. – Falo para mim mesmo.
Penso e me lembro que em todos ou quase todos os módulos, os professores
falavam de NPK. Eu nunca dei importância.
O que é NPK pensava eu. Entreguei os pontos.
- Não sei Porra nenhuma, Karalho.
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4. QUINHENTOS ANOS

Sou apenas um adolescente.


Hoje me sinto velho, abatido,
Oprimido... Não sou mais aquele jovem rico,
Cheio de vida, saudável, feliz.
Não tenho mais os meus irmãos, que me protegiam;
Porque a todos vocês mataram,
Sem dó, sem piedade e sem escrúpulos,
Para roubar o meu ouro, à minha prata, a minha riqueza;
Eu era tão belo...! Tão amado e, acima de tudo, eu era feliz.
Hoje, sinto saudades da minha infância, estou morrendo aos poucos;
Águas para beber, quase não têm,
Os rios, os lagos, os oceanos,
Quase todos estão mortos. E, as florestas, as matas, as caatingas, os cerrados,
Que me davam: frutos, sombras; aonde vou me alimentar?
Onde vou saciar a minha sede?
Já, que a fauna, a flora, os rios e,
Tudo que neles existem vocês estão destruindo?
Hoje não muito longe daqui,
Sou chamado de caloteiro, corrupto, traficante, ladrão, assassino, ...
Todas essas agressões devem a vocês, homens inescrupulosos.
Afinal, o que vocês estão comemorando?
É a minha derrota? Ou a minha morte?
Já, que vocês não sabem a data do meu nascimento?
O meu nome vocês sabem?
Não, vocês apenas me puseram vários nomes!
Hoje, sou chamado Brasil.
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5. O SOLO

Estou muito doido!


Estou empanturrado de produtos químicos.
Ah! Que agonia, que angústia, que sofrimento!
Que mal eu fiz, para merecer essa intoxicação...
Minha cabeça é enorme. Abrange os continentes Asiático e Africano. Essas dosagens
de NPK, sulfato de amônia, molibdênio, estão me deixando eletrizado, com amnésia, míope,
surdo quase mudo. Aqui quem falar alguma coisa é considerado perigoso, talvez essa seja a
razão de tanta tortura.
O meu Tronco, Ave Maria! É considerada uma nobreza... Na América do Norte e no
Continente Europeu, onde estão localizados os pulmões e os músculos. As indústrias químicas
e a nuclear não podem combatê-las, pois minha bomba aspirante-premente precisa de
manutenção.
O tubo de ensaio, a batedeira, as tubulações finas e grossas, assim como a retorta está
entupida de boro, manganês, cobre, fósforo, enxofre, ferro, chumbo, SFS e SFT. Ai que
enjôo!
Estou tendo visões, estou delirando...
Não consigo fazer xixi, o filtro não funciona, o depósito de água está seca e a torneira
travada, a coluna quebrada, sabotaram o meu frasco e a dobradiça, imobilizando dessa
maneira o meu tanque de guerra.
Nessa região a vaidade impera a comida a mais em suas mesas não tem dono.
Há muito desfile de modas.
Prêmio Nobel para quem não merece.
Descrença, patriotismo, nepotismo, etc...
Na América Central os meus membros superiores estão ali. Eles defendem com unhas
e dentes com defensivos agrícolas das pragas e doenças, são atenciosos até demais e por isso
com essa ação pensam que estão fazendo o meu bem.
Aplicam-me diazinon, dipterex, servin, melatol, folidol, decis, dipel, etc. Esses
defensivos estão me deixando epiléticos.
Na América do Sul, está situado o meu membro inferior. Estou perneta, saturado de
Ca++, Mg++, K++, NO-3, Po4-- So4---., No3, N, O. (Cálcio, magnésio, potássio, fósforo, sulfatos,
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enxofre, nitritos, nitrogênio...). É uma nutrição desnecessária, é muito peso, excesso de pó


molhado, pó, pó solúvel, concentrado emulsionado.
Estou viciado, drogado. Preciso urgentemente de um médico, analista, técnico...
Quero voltar a ser aquele solo, onde tudo que se plantava dava. Quero ser curado,
quero ser sadio.
Quero deixar de ser esse solo doidão. Meu irmão!
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6 . PRESIDENTE FIGUEIREDO

- Amanhã haverá uma visita técnica, para Presidente Figueiredo: Avisa o professor
para os alunos do Pós-Médio em Agropecuária.
São quarenta e oito alunos. No dia seguinte aprecem cinqüenta.
- Quem são esses dois caras? Pergunta a Olívia Palito.
- Eles estão pagando módulos. Responde o Mundial.
- Trouxemos quatro litros de 51. Falam os dois recém-chegados ao mesmo tempo.
- Hei, Mundial! Eles sentam lá atrás com a gente, tu não te lembras não! Exclama o
Gosmento olhando para os quatro litros de cachaça, com os olhos e a boca cheia de água.
Ah ta! Porquês não disseram antes? – Questiona a Dona Madruga com a cara toda
escrota, se metendo onde não é chamada.
Fim da discussão. Dentro do ônibus a alegria é contagiante: Pagode samba, bregas,
enfim, todo estilo musical.
De repente alguém grita:- Maria Peidona!
- É a tua mãe desgraçado. – Responde a Olívia Palito.
O professor se levanta do assento e pergunta: - O que é que está acontecendo aí no
fundão?
- Foi a Olívia que peidou, professor. –Responde o Baby Sauro.
- Já falei que foi a tua mãe, desgraçado.
Gritaria é geral.
Faz-se um silêncio momentâneo.
Todos ou quase todos estão com os olhos fechados.
Alguém grita no meio do ônibus:- Tira o dedo que ela quer peidar! –Uns acham graça,
outros fecham a cara.
- Hei professor, mande o Baby Sauro se aquietar! - Não tem jeito não. Tem aluno que
lagrima de tanto rir.
O professor dar apenas uma olhada de revestrés em direção ao fundão, dando pouca
importância ao fato. Pois, ele é sabedor que a Olívia, não vale nada, nada, nada.
A batucada recomeça. A alegria volta a imperar. Todos estão satisfeitos, apreciando a
paisagem pelas janelas, quando a Mini-Mouse grita lá da frente: - Mata Gato, venha cá!
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- Quem matou o gato foi o Satanás. – Respondeu no mesmo tom, a Mata Gato, a
maioria dos alunos se banzem, outro falam: - Queima Jesus.
A Mata Gato atende o chamado, a contragosto, mas atende.
Houve vários acontecimentos na ida. Três paradas obrigatórias: uma no km/12, outra
no km/44, e a terceira no km/114. Se porventura, eu fosse narrar, daria para escrever três
livros, no mínimo.
No retorno, ou seja, na volta, oitenta por cento dos alunos estavam embriagados. A
batucada estava tinindo. Todos estão cantando harmoniosamente. Houve uma pausa para a
mudança de rítimo, quando se ouve um grito de gol. Um grito que vem em tom crescente: -
goooollaço da Cuca, garotinha da camisa número treze (13). A batucada recomeça,
homenageando a autora do gol:

Que bonito é,
as coxas da Cuquinha,
na cueca do Bife,
é um samba pra valer.

Todos comemoraram o gol. Uns se abraçam, outros gritam: - É campeão, é campeão.


O professor está pulando no meio dos alunos, procurando saber quem foi a autora do gol.
- Foi ela! – Aponta o Sêo Barriga, para a Cuca, que estava toda faceira.
Todos correm na direção da Cuca, o Yogue abraça, o Coivara beija, o Teletumber dar
uma dedada, o Mucureba levanta a Cuca. Enfim todos querem tirar uma casquinha.

-16x0, para o Pós-Médio, 16x0, para o Pós-Médio. - Fala o narrador Satanás. Para o
Pós-Médio, para o Pós-Médio. O narrador estava empolgado juntamente com a torcida. Fim
de jogo.
Chega no colégio o professor fala:
- Eu quero o relatório da visita, Hem!
Todos fizeram o relatório, na base do empresta rascunho e, a maioria se deu mal.
O Cara de Maloca começou a fazer o seu relatório quase um mês antes da visita
técnica.
Outros relataram que a água do Rio que passa em Presidente Figueiredo é mais fria do
que as águas do Rio Negro.
Poucos se salvaram nos seus relatos.
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7. HARAS

A visita técnica no haras, da família Nasser, tudo vai muito bem. O tratador de cavalos
está fazendo uma exibição com um Puro Sangue para os alunos. Alguém pergunta:- Quem
quer montar no Puro Sangue? – Todos respondem ao mesmo tempo: Eu, eu, eu, eu.
-Vamos fazer um sorteio. Somente quatro irão montar. É feito o sorteio. Os sorteados
foram: CARA DE PACA, TINHOSA, CHUCK (Thôk), BRUXA KEKA.
O Bob Esponja deu o maior pinote. Pois, ele queria, porque queria, montar no Puro
Sangue.
O Cara de Paca fez um pronunciamento cedendo o lugar para o Bob Esponja, que
ainda exigiu ser o primeiro a montar. E assim, foi o primeiro a fazer feio. Pois, o Bob Esponja
parecia um soldado de chumbo montado a cavalo.
-Sai daí... Bob Esponja:- Falou a ACESINHA DA FOGÁS, bem baixinho, num
sussurro quase gutural.
O Bob Esponja sai, entra a TINHOSA, fazendo pose pra PRECHETE tirar uma foto.
- Espera aí:- Gritou o PAPI. -Pega o chicote, Tinhosa! Continuou o Papi.
- Não quero o chicote não, professora, me arrume um remo. - Pediu a Tinhosa. Como é
que é? Pergunta o GOSMENTO, não acreditando no que estava ouvindo.
- Um remo, confirma a Tinhosa.
- Vai pra lá, sai daí te ajeita, viixe. – Fala o CATATAU, estupefato, e, dando as
costa para o grupo, sai de mansinho.
O pedido não foi atendido. A foto foi tirada, sem o remo e, sem o chicote.
O Chuck (Thôk) está se aquecendo, falando que vai fazer assim e assado.
Chega a sua vez. Monta no Puro Sangue. Dar três voltas. De repente o cavalo sai
trotando em ritmo acelerado, dar três pulos e, sai numa carreira desenfreada com o Chuck
montado. A professora está falando no celular, dar uma olhadela à sua volta, devido à gritaria.
Viu que os alunos não estavam nem aí, e, grita energicamente: - Jean Carlo (Chuck) volta
aqui. Hei pessoal o caso é sério. - fala a professora.
Todos os alunos correm atrás do cavalo. O Papi e o Teletunber conseguem segurá-lo
pelas rédeas. O Chuck desce amarelo, amarelo, amarelo de cima do cavalo. A gozação é geral.
Ainda bem, que a professora não pediu relatório da visita técnica, quando chegamos à
escola.
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8. ZOOTECNIA I

Numa segunda-feira, no ano de 2004, às 7h45min. Na sala de aula situada na


zootecnia l, os alunos estão chegando e ao mesmo tempo sentando nos seus respectivos
lugares.
À Acesinha da Fogás, juntamente com a sua irmã Sabe-Nada, se levantam e, vão até a
parede ao lado do quadro branco.
Na parede estava colado um papel, listando todos os apelidos dos alunos e alunas do
Pós-Médio em Agropecuária 2004.
Estava escrito assim:

FEMININO
Nº NOME VULGAR APELIDO
1º Júlia Rego Acesinha da Fogás
2º Jucinara Rubim Corujinha
3º Maria Vanalda Catirina
4º Alcilene Cuca
5º Daniele Coelho Danny Bananinha
6º Eleneide Boneth Dona Madruga
7º Miriam Foge-Foge
8º Ana Cristiane Mata-Gato
9º Deane Caresto Mini-Mouse
10º Katilândia Paraíba
11º Fabiane Prechete
12º Ana Carolina Olívia Palito
13º Eliane Rêgo Sabe-Nada
14º Lílian Juliane Sapupara
15º Cristina Terra-Preta
16º Simone Sales Tinhosa
Quadro 1 - Femininos
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MASCULINO
Nº NOME VULGAR APELIDO
1º Francisco Ripardo Advogado do Cão
2º Robson Baby Sauro
3º José Oliveira Bob Esponja
4º Laerte Bife
5º José Clécio Bruxa Keka
6º Paulinho Mendes Cara de Paca
7º Francisco Cândido Cara de Peixe
8º Overino Cidade Cara de Maloca
9º Luimilson Catatau
10º Elvis Ramos Coivara
11º Carlos Coelho Capitão Gancho
12º Paulo Henrique Esqueleto
13º Darlisson Daniel Gosmento
14º Jardel Graúna
15º Ricardo Franquilino Yogue
16º Antonio Edileno Mucureba
17º Hudson Mundial
18º Emanuel Barroso Papi
19º Domingos Rodrigues Satanás
20º Salomão Sêo Barriga
21º David Sêo Boneco
22º Flavio Super Ted
23º Edmar Puraqué
24º Jean Carlo Thôk (Chuck)
25º Jucimar Zôrra Total
26º Jaylen Teletunber
27º Paulo César Salsicha
28º Bruno Cobaia
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A Acesinha da Fogás ficou estupefata. A Sabe-Nada estava pasmática. Ambas não


estavam acreditando no que tinham acabado de ler.
O professor estava ministrando a aula normalmente. O mesmo pensava que se tratava
de algum aviso importante (formatura, por exemplo), que elas estavam lendo na parede. Foi
quando, a Acesinha da Fogás coloca as mãos na cintura e, fala com bastante histeria:
- Foi tu, Satanás, que escreveu aquilo ali. – Houve um silêncio total na sala de aula.
Foi você mesmo Satanás. Eu vou te processar. – Fala a Sabe-Nada em tom ameaçador,
apontando o dedo indicador para o rosto do Satanás.
O professor que até então, estava alheio aos acontecimentos, deu uma rápida lida no
papel colado na parede. Retirou-o, guardou-o no bolso traseiro de sua calça e, foi logo
falando:
- Meus amigos, eu tenho três faculdades. Tenho o nível superior. E, ninguém vai me
prender. Se porventura, eu for levado para a delegacia, não vou ficar atrás das grades não. Lá
na delegacia tem uma sala especial com televisão, freezer, cama com colchão de mola, ar
condicionado, telefone e, comida de primeira qualidade para quem tem o nível superior. E, eu
tenho o nível superior. – O professor puxou a carteira porta-cédula, dando três carteiradas,
uma em cima da outra, falando ao mesmo tempo:
- Essa é da Universidade Tal. Essa aqui é da Universidade Fulano, e, essa daqui é da
Universidade Sicrana. Eu sou é federal. Vamos parar com isso e, dar o caso por encerrado. Se,
vocês forem mesmo à delegacia, o delegado vai morrer de tanto rir de vocês.
- Prezados colegas, não vão brigar por causa de besteira, isso aí não passa de
brincadeira. Vamos sentar e, assistir a aula, que é o que nos interessa. – O Advogado do Cão,
que até aquele momento estava calado, falou com bastante energia.
O caso foi dado por encerrado, mas, todos os envolvidos ficaram com a pulga atrás da
orelha.
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9. FAETEC

O mais incrível acontecimento, ocorreu no Manejo Florestal, numa aula prática de


repicagem de mudas de buriti.
Foi feito o enchimento de 112 saquinhos de mudas com matéria orgânica e, em
seguida o plantio dos 112 pés de buritis.
O técnico em manejo florestal dar uma revisada em todo transplante. Olha com
atenção especial para um saquinho, levanta-o, examina, examina, mostra para a turma,
balança a cabeça negativamente... Dar mais uma olhadinha para o saquinho e outra para a
turma e, fala em tom de tristeza:
-Quem será... Quem será o artista que plantou essa mudinha!
- Foi eu professor. – Respondeu o Cara de Maloca, achando que tinha feito bonito.
- De onde tu és, ô Cara de Maloca? – Perguntou o técnico.
- Sou de Nhamundá.
- Só podia ser. Onde já se viu plantar um buriti de cabeça para baixo.
A gargalhada foi geral. Sem falar na gozação.
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10. ITACOATIARA

- Vinte reais será a cota de cada aluno para a visita de Itacoatiara. A saída será
depois de amanhã, quem não der o dinheiro não vai para a visita técnica. _ Lembra o
professor para os alunos, acrescentando: - O que houver ou acontecer por lá deverá ficar por
lá mesmo e, foi ditando as regras Tim-tim por Tim-tim.
Às seis horas e trinta minutos, todos os alunos do pós-médio, já se encontrava na
EAFM. (ESCOLA AGROTÉCNICA FEDERAL DE MANAUS).
O ônibus saiu às nove horas. Dentro do ônibus, apareciam litros de cachaça do nada.
De Mao à Ita foram secos quatro litros de 51 e duas garrafas de sapupara.
O Mundial juntamente com a Lílian Sapupara estava iniciando uns passes de Streep. A
algazarra está mandando no ônibus, é um apita-apita, é um grita-grita da moléstia.
- O culpado dessa confusão é do professor, quem não mandou ele vim no ônibus
com a gente! – Reclamou a Cuca, puta-puta da vida.
Chegamos em Itacoatiara. O professor não aparece, dão treze horas, quatorze horas.
Os agricolinos estão botando quebranto de fome em quem passa pela sua frente, pois, até
aquele momento ninguém tinha comido nada, nada, nada...
O professor chegou com a gente às quinze horas e, ainda por cima brabo-brabo,
valente que nem um siri na lata, chamando todo mundo no saco. E, como castigo, ninguém
almoçou naquele dia.
A janta foi àquela confusão. Tinha prato que parecia o Pico da Neblina, outros, a Serra
Pelada ou o Pico da Bandeira, etc. E, devido a esse motivo o Bob Esponja ficou sem jantar, o
mesmo, também não tinha almoçado.
- Sai de perto dele! Não deixa olhar pra ti não, cuidado com o quebranto de fome! –
Gritou o Mucureba deixando de sobreaviso o Cara de Maloca, que estava próximo do Bob
Esponja.
- O cruel ta na mão. Foi chegando e dizendo ao mesmo tempo o YOGUE, bem
baixinho para a turma do cruel.
- Ah, Ah, Ah! A Mini-Mouse está eletrizada, rindo com o tempo.
- Catatau saiu detrás da goiabeira às quedas.
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De madrugada, o professor o professor bate na porta de uma sala implorando:-


Salomon, Salomon, quero chupar, Salomon.
-Ta mole, vai pra lá. – Responderam de dentro da sala.
- Deixa de frescura Salomon, eu quero chupar. – Continuou o professor.
- Já falei que ta mole, porra! Deixa-me dormir, caralho!
- Tu não vais me dás não, gaiato? Perguntou o professor, fora de si.
- O que é que tu queres rapaz!
- Eu quero chupar manga, Salomon.
- Porque, tu não falaste logo, porra! Pega aí me deixa dormir. – Falou o Seo Barriga
entregando quatro mangas para o professor.
Seis horas da manhã do dia seguinte todos estão acordados. Uns tomando banho,
outros se vestindo, e, outros já estão dentro do ônibus.
Às sete horas, o ônibus sai com destino à Cooperativa Mista de Itacoatiara. Chegamos
à referida cooperativa às sete horas e quinze minutos. Fomos recebidos pelo administrador.
O administrador estava explicando o funcionamento do equipamento, que faz o
beneficiamento o arroz, feijão, milho, soja, etc. Perguntaram para o administrador, se ali eles
faziam compostagem, devido o forte odor no recinto.
Houve um excesso de riso, empurra-empurra... Alguém tinha soltado um cheiroso no
recinto. O professor saiu levando no peito o Seo Barriga, o Gosmento e, quem tivesse em sua
frente.
O administrador ficou boquiaberto, não acreditando no que estava vendo.
No dia seguinte os alunos vão passear no centro. A turma é dividida em grupo
involuntariamente.
A Olívia Palito, Mata-Gato, Corujinha, Mini-Mouse, formam um grupo, e assim
outros grupinhos são formados.
A Corujinha pesca um paquera. A Mata-Gato fica de olho, botando olho gordo no
paquera da Corujinha.
As quatro estão juntas com a presa da Corujinha.
A Corujinha dar uma saída pra cuspir.
A Mata-Gato não perde tempo. Fala para a presa da Corujinha:
-A Corujinha não vale nada, nada, nada. Ela tem uma ninhada de filhos em Santo
Antonio do Içá.
Essa atitude deixou o cara desconcertado. A Olívia Palito e a Mini-Mouse, quase
choraram com dó da Corujinha.
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Para quebrar o gelo, o cara marcou para a noite seguinte, (que seria nossa despedida
do Município) uma churrascada.
Imediatamente houve um reboliço, uma agitação. O quarteto (Olívia, Mini-Mouse,
Coruja e a Mata-Gato) fez logo uma lista de convidados.

A LISTA DOS CONVIDADOS:

OLÍVIA PALITO
MATA-GATO
MINI-MOUSE
CORUJINHA
TINHOSA
DONA MADRUGA
COBAIA
PORAQUÊ
COIVARA
PROFº JAIME.

Ainda falta alguém, Mata-Gato? – Perguntou a Mini-Mouse.


- Deixe-me ver, deixe-me ver. – Ficou pensando a Mata- Gato.
- Já sei! Eu falo o nome e vocês dizem que sim ou que não. Prosseguiu a Mini-
Mouse, toda convicta de quem estava abafando.
- Mucureba! - Exclamou a Mini.
- Esse aí não, ele come demais.
- Satanás! – Minha nooosa! Esse é que come mesmo.
- Paraíba! – Tu ta doida.
- Seo Barriga! - Viiixe.
- Gosmento! – Mais rapaz, tu te ajeitas Mini Mouse.
E, a Mini-Mouse, vendo que não obteria nenhum êxito, não fala o nome de mais
ninguém.
Só a gente ta bom, Mini. – Falou o Poraquê, fazendo uma mastigação imaginária num
pedaço de churrasco.
Levaram a lista, entregando-a ao professor, dizendo que aqueles listados, iriam jantar
fora e, não era preciso guardar a comida para eles.
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Três horas depois, todos estavam de volta. Umas capiongas, outros tristes, enfim todos
brocados, com fome, pois, não houve churrasco nenhum, o Cara não apareceu no lugar
combinado.
O Cobaia estava às quedas, querendo pelo menos um arroz branco, um macarrão, ou,
farinha, para matar a sua fome.
A cozinheira teve compaixão do Cobaia, dando-lhe um prato com arroz e, macarrão,
sendo devorados em questão de segundos.
Termina a visita técnica. O relatório é obrigatório. No entanto, como sempre, há
muitas cópias, o que deixa o professor contrariado. É nota zero
para uns, dois para outros... a minoria obtém notas que estão na média, outros acima
da média.
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11. ZOOTECNIA II

Numa aula de Ovino caprinocultura, está indo tudo muito bem. O Gosmento não
acreditando no que estava presenciando, comenta com a turma:
- Acho que vai acontecer alguma desgraça. O Cara de Maloca está muito quieto. O
Chuck está pensando. Cadê o Teletumber?
- Está tirando couro do bode. Respondeu o Yogue.
- Isso não vai prestar algo vai acontecer. – Disse o Satanás.
Dez minutos depois, o professor dar o maior pinote, xinga, gesticula...
O couro do bode estava completamente danificado, furado, não foi tirado o rabo. O
Teletumber conseguiu aleijar o bode mesmo depois de morto. Ele disse que foi sem querer. O
professor não quis nem saber. Mandou o mesmo, se retirar do recinto, antes que mudasse de
idéia.
- Mais professor, o erro aqui é válido. Não posso errar, é no campo de produção.
Desculpou-se o Teletumber.
- O erro é válido quando é cometido por uma pessoa normal, agricolino. Saia já
daqui, pelo amor de Deus, saia.
O Teletumber saiu à francesa.
- Vem-me outro aluno aqui. – Chamou o professor.
- Posso ser eu professor? Era o Chuck que tinha se manifestado. – O professor coçou
a cabeça, deu uma olhada para o Chuck e falou:
- Tu ta doido, vai pra lá.
- Hei, tu aí. És tu mesmo. Como é o teu nome?
- Meu nome é Overino Cidade, mas a turma me chama de Cara de Maloca...
- Minha nooosa! Esse aí é que é perigoso. Disse o professor.
- Deixa comigo, lá em Lábrea, eu era o rei do bode. – falou o Advogado do Cão.
- Manja muito...
23

12. ZOOTECNIA III

Foi um dia de terça feira,


Numa aula de bovino de corte,
A Tiane chutou um gato,
E, foi aquela confusão.

REF: Hã, hã, hã, hã, hã, hã, hã, hã.


Hã, hã, hã, hã, hã, hã, hã, hã.

O Luciano ficou ouriçado,


Ao ver o gato voar,
Perguntou quem chutou o gato,
E, a turma respondeu:
REF: Hã, hã, hã, hã, hã, hã, hã, hã.
Hã, hã, hã, hã, hã, hã, hã, hã.

O professor não entendeu,


O que estava acontecendo,
Levaram o gato para a ordenha,
E lá o bichano morreu
Miaaaaaauuuuu!
REF: Hã, hã, hã, hã, hã, hã, hã, hã.
Hã, hã, hã, hã, hã, hã, hã, hã.
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13. A CARA ESCRÔTA

Dona Madruga está sentada numa carteira próxima da Mata-Gato.


Dona Madruga está sentada de pernas cruzadas, balançando o pezinho em ritmo de
carimbo, as mãos batendo uma tabaca imaginária, nem se quer pres atenção à aula do
professor.
Dona Madruga está toda desajeitada, escambichada. Dar uma olhada de revestrés para
a Mata-Gato e, toda capionga, cheia de despautério... Foi pensando..., pensando..., mas
pensando com aquele pensamento canguinho:
- Há Mata-Gato xexelenta, sua coirona, fica tenta sua peste, tome continência,
sua xirisuda de uma figa. To de olho em você. Tu te ajeitas infitética, se não, eu vou te meter
o umbigo de boi na tua cernelha.
A Mata-Gato estava toda absorta em sua cadeira, de repentemente ela dá uma olhada
de três dedos para Dona Madruga como quem está adivinhando os pensamentos da opositora,
dá um sorrisinho debochado e uma piscadela de jabuti, cumprimenta-a em voz gutural:
- Oi amiga, tudo bem?
- To deixando, o vento me levar. – Responde Dona Madruga.
A Mata-Gato ficou toda desconcertada com aquela resposta e, fala para a Olívia Palito,
que está sentada na sua ilharga:
- A Dona Madruga ta com uma cara escrota!
- Viiixe bota escrota nisso: - Respondeu a Olívia Palito.
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14. BEL

Todas as manhãs, quando o sol desponta no horizonte, trazendo com ele a melodia dos
pássaros, a fragrância de toda flora e a diversidade da fauna. Por um instante temos a sensação
de liberdade de desprendermos da violência urbana, corrupção, sei lá.
Nossas vidas há muitos desafios e, devemos encara-lo qualquer decisão de frente e nos
empenharmos de corpo e alma. Decidir de maneira correta e consciente do que nossa
prescindida razão.
Não devemos dormir ou tentar adormecer, na tentativa de ludibriar nós mesmos.
Vamos aproveitar ouvir as melodias da vida e enveredar em seus caminhos; caminhos
desconhecidos de muitos, porém, conhecidos pela minoria; que não definem como aventura.
Seria fantástico olhar os campos verdejantes, as caatingas, os cerrados, as matas, as
florestas, lagos, rios, igarapés, oceanos, sem que houvesse qualquer interferência do homem.
A espada da ganância acertou a natureza no meio do coração, e a ferida está aberta.
Sangra, sangra e sangra.
Estamos presos, inutilizados, como um pássaro na gaiola, castrado de sua liberdade.
Nós somos parte da natureza. Muitos não a enxergam, mas sabemos de sua existência
e, que ela está aqui, por isso existimos.
E é isso que me doe. Saber quem prega a preservação, a conservação, o
desenvolvimento sustentável, na maioria dos casos, são os principais responsáveis pela
degradação ambiental.
A esperança é saber, que ainda restam pessoas, e, na maneira do possível, fazem uma
pequena parte, o que significa muito, porque o que fazem é por que amam a vida.
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15. ROSIANE

De que lugar me lembro de você?


Dos caminhos tortuosos, inconseqüentes de minha infância,
Das ruelas perdidas de minha lembrança dos sonhos,
E que sonhos!
Em que você esteve ao meu Bell prazer.
Hoje, estais presentes.
Não nas paisagens que outrora imaginei,
Mas, nas que podemos construir.
Construiremos com nossos toques.
Com o teu feminino, da beleza, ternura, carinho,
Do perfume natural do teu corpo e do teu amor.
E com o meu, humildemente, te farei feliz.
Pra que você, sendo feliz,
Dê todo o seu dote a nossa humilde e simples construção.
A amizade.
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16. DUPLA DINÂMICA

Quinze de dezembro será o último dia, para a entrega do relatório de estágio. - Avisa a
professora para os alunos do Pós – Médio, numa reunião em sala de aula.
- Mas professora, nossas aulas irão até o final do mês de março. – Disse a
Sabe-Nada com má intenção.
- Está bem, vocês podem entregar até o dia dez de março, só até esse dia eu
recebo daqueles que querem colar grau. – A professora deu a reunião por encerrada.
Trinta por cento dos alunos se interessaram em concluir o estágio, uma vez, que no
recesso do meio do ano, já tinham iniciado. Porém, não deram atenção ao restante das horas
de estágio, deixando-o para última hora.
Faltando dez dias para o prazo estipulado, o Cara de Maloca, consegue um
encaminhamento de estágio para o Puraquequara, consegue não, pois, os alunos ficam a
vontade para escolher o município ou até o Estado, desde que seja orientado por um técnico
no decorrer das atividades desempenhadas no campo de produção.
O Cara de Maloca chega com o produtor proprietário com dois papéis na mão, se
apresentando.
- Senhor Fulano, sou aluno da EAFM, vim encaminhado para a V.S.ª, para
fazer o meu estágio.
- Pois não, sinta como se estivesse em sua casa. Mas, esse outro papel aí na sua
mão direita, o que é que tem haver com o seu estágio, se o seu encaminhamento é este aqui
que você me entregou?
- Esse aqui é o relatório. Eu fiz no início do ano (2004), pois, sabia que iria
precisa no final do ano. O senhor assina aqui e deixa o resto comigo. _ Falou o cara de
Maloca.
O fato foi o maior comentário. Todos falavam da proeza do Cara de Maloca.
A Sabe-Nada, que até então, não tinha feito nada, nada, nada, pois esta sabia que não
iria colar grau, devido à mesma ter ficado reprovada em Bovino de Leite por não ter
alcançado nota suficiente, reprovada por falta em Topografia, Biologia do Solo e Física do
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Solo. Levantou as oiças, tomou continência cheia de despautério, levou um lero-lero e um


lari-lari com o Cara de Maloca, se tinha dado certo mesmo, ou se era invenção da turma.
O Cara de Maloca falou-lhe, que dera certo mesmo e, foi logo dando as coordenadas
para a Sabe-Nada, como se proceder.
Ela seguiu a risca, porém, com mais audácia. Pediu o relatório emprestado do
Advogado do Cão, fazendo uma cópia perfeita, sem tirar os pingos dos is.
Fez trabalhos dos módulos em que ficou reprovada, passando sabe lá como. Colou
grau junto com os demais agricolinos, deixando toda turma boquiaberta, pasmática,
estupefata, ninguém estava acreditando. Porém, a Sabe-Nada, com a sua astúcia botou toda a
turma no bolso.
No entanto, a respeito da Sabe-Nada, o comentário ainda é maior, pelo fato dela não
ter participado das aulas teóricas e práticas de Topografia, Biologia e Física do Solo, Safs e
ter ficado reprovada em Bovino de Leite e passado arrastada nos outros módulos.
A turma quer vê-la atuando no mercado de trabalho: fazendo castração e contenção em
ruminantes de grande e médio porte, aplicação de vermífugo, ferro e mochamento.
A turma quer vê-la fazendo curva de nível, faixa de retenção, plantio em faixa, preparo
do solo, calagem e adubação, coveamento..., ou seja, a turma quer vê a Sabe-Nada é atuando
mesmo. Este é o comentário.
Só sei que a Sabe Nada, não sabe n...
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17. A CONQUISTA

Estávamos (Satanás, Yogue e Coivara) na biblioteca da EAFM, fazendo um projeto de


codorna de postura, quando o Teletumber chega com a respiração ofegante no balcão, falando
para a estagiária do secretariado:
- Poxa, gata, é muito difícil fazer um trabalho perto de você?
- Por quê? – Pergunta a estagiária.
- Porque eu não consigo parar de olhar para você.
- Então não olha.
- É muito difícil.
- Eu não posso fazer nada. Aqui é o meu local de trabalho. – Prosseguiu a estagiária.
- Quantos anos você tem? – Pergunta o Teletumber.
- Tenho quinze anos.
- Estais brincando! Falou o Teletumber, dando uma tapa de mão aberta, no meio da
cernelha da estagiária. Este fato chamou a atenção de todos os presentes na biblioteca, devido
o barulho de ossos quebrados.
- Ai, Jesus, tu ta doido? Perguntou a estagiária, selando o corpo para frente, com os
olhos cheios de água.
- To doido por você. – Responde o Teletumber.
- Mas, desse jeito, você me mata. – Prosseguiu a estagiária.
- Só se for de prazer. – O gabola do Teletumber, falou estufando o peito.
Como a estagiária permaneceu calada o Teletumber, ficou cercando-a, assobiando uma
canção de Nhamundá, falando em seguida:
- Fala logo, se vai namorar comigo ou não. To afim de você, fala logo, fala que tem
três minas de olho em mim daquela mesa lá do canto.
- Ta bom, eu aceito, mas pelo amor de Deus, não me bata mais não! – Disse a
estagiária, que desde esse dia ficou conhecida como Dona Nhamundá.
O Teletumber chega na nossa mesa (Satanás, Yogue e Coivara) falando: - Essa aí ta no
papo.
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18. O TRÔCO

- Hei Cealá, Cealá, me dê dois quilos de sal? – Pediu um menino, para o Ceará, que
devido está discutindo com dois papudinhos, não ouviu o pedido feito.
- Hei Cealá, dois quilos de sal, Cealá. – Continuou o menino, dessa vez gritando
bem alto para ser ouvido.
- O que é que tu queres, ô corninho! Exclamou o Ceará.
- Hei calálio, só tenho oito anos, nem namolá eu namolo. – disse o menino.
- Tu tens que se acostumar desde cedo a ser chamado de corno tem que ir
amansando, ficar dócil e domesticado, pra quando tu tiveres grande, não ficar brabo. –
explicou o Ceará para o menino, que entendeu o recado.
- Ta bom me dê dois quilos de sal?
O Ceará vai até a prateleira, pega um envelope de cibalena e, entrega para o menino,
este ao ver que o pedido fora trocado, sorriu e falou:
- Tu és bem de Nhamunda, em corno domesticado.
- Tu pediste o quê, ô corninho?
- Foi dois quilos de sal, além de ser corno, tu é de Nhamunda, em Cealá.
O Ceará ficou calado, retornou a prateleira, apanhou os dois quilos de sal e,
entregou para o menino.
No outro dia estamos (Satanás e Gosmento) no bar do Ceará, quando este Che
ga exibindo uma nota de cinqüenta reais e nos fala ao mesmo tempo:
-Satanás e Gosmento vou lhes falar, o que aconteceu comigo aqui no meu bar.
Chegou um prestanista, me pediu cinco cervejas e o troco, pois, o mesmo me deu essa nota
falsa de cinqüenta reais, confiado, eu não analisei, pra ver se era falsa ou não.
Hoje, estou triste e envergonhado, pois no meu Ceará, era tido como carcará.
Chego aqui no Amazonas, um prestanista estradeiro me faz de tolo. Perdi quarenta reais,
cinco cervejas e o prestígio, eu nunca tinha armado um laço, que alguém pudesse sair.
Isso me serviu de exemplo. Numa dessas não caio mais não. Antes pra mim,
seus meninos, todos eram cornos, otários. Agora são todos ladrões. Pernambucano, Sergipano
e Piauiense, eu os tratava como cornos, sem saber que um dia, as coisas fossem se reverter,
ando com os ouvidos aguçados.
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Muito tento, pensativo, todo cabreiro. Eu sei que levo muitas bicadas no
lombo, tanto dos motoristas quanto da vizinhança. Quando passo na rua Satanás, ouço
cochichos: aquele ali é corno... Aquele que vai passando do outro lado da rua é marido traído,
enganado. Ele é de Nhamundá.
Meus amigos, eu solto os bichos em cima desse bando de cornos e cornas.
Eu sou é do Ceará, bando de filhos de uma égua!
Quando o Ceará terminou de fazer esse relato, o Gosmento pediu a nota de
cinqüenta reais, falando-lhe que iria tentar passa-la adiante. O Ceará ficou cheio de
esperanças, pensando que o prejuízo seria amenizado. Falando em seguida para o Gosmento:
- Se tu passares, ô gosmento, dez reais é todo teu, se não passares, me devolve. Eita
marcada desgraçada, dor de cabeça dos infernos. To todo troncho, capiongo e cuspido!
- Essa doeu no chifre, Satanás! Furou o meu bolso e o meu ego. Todo castigo pra
corno é pouco, quem mandou ser confiado!
- Já dei nó em pingo d’água, comi calango e cascavel, bebi chumbo derretido e
solução de bateria. Agora me diga, Gosmento! Como é que pode acontecer tamanha tragédia
dessas, com seu amigo Ceará? Xinguem-me de tudo quanto é nome, mais pelo amor de Deus,
não me chamem de Nhamundá.
Nunca tinha visto o Ceará tão abalado. A coisa foi séria. Ele coçava a rodilha, limpava
os óculos, arrotava bacaba... De uma coisa eu tinha certeza, o Ceará deu uma de Nhamundá.
- Vou me recuperar vou me recuperar se Deus quiser. Ô Nogueira. Vê-me aí
meio litro de 51? Só meio litro, ô corno domesticado, perguntou o Ceará para um menino de
oito anos que acabara de pedir um litro de óleo soya.
32

19. O AUTÊNTICO

- Hum muié, essa antena parabólica tá pegando muito sol e chuva, acho que ela vai
ficar desmantelada:
Disse o Zé do Chifre para sua senhora, depois de algum tempo admirando aquele
objeto exposto ao sol e a chuva.
- É, meu véi, temos que fazer alguma coisa pra nóis num ficar no prejuízo:
Respondeu a madrinha e conselheira dos cornos com toda convicção.
- O que devemos fazer minha véa?
Questionou o Zé do Chifre.
- Essa antena foi muito cara, custaram os ói da cara, ainda tem essa TV por assinatura,
que nosso Fi, paga todo mês... É um dinheirão medonho:
Continuou o Zé do Chifre.
- Então meu véi, vamo proteger esse troço:
A Madrinha e Conselheira dos Cornos agiu imediatamente para proteger aquele
precioso patrimônio.
- Como?
Perguntou o Zé do Chifre.
- Chama o carpinteiro pra fazer o orçamento das têias, dos paus e dos pregos.
Aconselhou a Madrinha e Conselheira dos Cornos.
- É muié, tem um cabeça de biribá ali na frente que pode fazer esse serviço.
O Zé do Chifre acatou o conselho de sua senhora.
- Chama ele então:
Ordenou a madrinha e, ...
- Ei cabeça de biribá!
Gritou o Zé do Chifre.
- Ta falando comigo? Figura 1 - parabólica
Perguntou o cabeça de biribá
- Bem aqui corno, faz esse orçamento aqui.
Imperou o Zé do Chifre, todo pávulo.
- Oçamento de quê, corno?

Figura 2 – parabólica com entrada de ar


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Questionou o cabeça de biribá, como os olhos e a boca cheia de água, pois o tal
orçamento iria lhe render alguma grana, não que ele goste de grana, mas fazer o quê? Um
trabalho na biqueira de casa isso é excelente.
- Daqui corno, dar uma oiada, ver aí quantas têias, paus e quilo de prego vão pegar, e
me diz quanto vai custar a tua mão-de-obra, que quero isso pronto pra já:
Disse o Zé do Chifre, olhando todos os cornos presentes no seu estabelecimento, sem
uma mulher naquele momento.
- Deixe-me-ver... Compre isso aqui e, a mão-de-obra vai ser isso aí.
Falou o cabeça de biribá entregando um papel todo amassa pro Zé do Chifre.
- Hum! Ei, minha véa! Chegue mais cá? Dê uma oiadinha nesta lista! Ói aqui vais
pegar tanto de têia, tanto de pau e tanto de prego. A mão-de-obra é quinhentos reais.
- Hum! Até que num tá caro, pode mandar fazer.
Ambos concordaram com a proposta do cabeça de biribá, comprando todos os
materiais listados. O serviço foi feito imediatamente. Digo ainda um serviço de primeira
qualidade. Pagaram a mão-de-obra, ainda deram vinte reais de gratificação, uma vez que
ficaram satisfeito com o serviço prestado. O cabeça de biribá agradeceu e falou:
- Se precisar de mim sabe onde me encontrar. E saiu a francesa.
- É minha véa, vamo assistir aquele fogo que o Vasco derrotou o fluminense por três
tentos a zero (3X0)?
- De novo, aquele jogo. Já assistimos trezentas vezes.
- Sempre é bom ver uma vitória do Vasco.
- Então vamo.
Porém, não tinha sinal. Viraram até a antena, achando que o problema estava ali.
Depois de tentarem por uma hora ou mais, chegaram a conclusão de ligarem para a operadora,
para solucionar tal problema. O Zé do Chifre procurou na lista telefônica do celular o número
da operadora, ligando imediatamente.
- Tá chamando minha véa:
- Alô! Alô! Alô!
O Zé do Chifre estava agoniado falando ao telefone com o sinal de discagem.
- Alô! Pode falar meu amigo:
- É da skylaiti?
- Como é que é?
- Tô perguntando, se é da skylaiti?
- Como é que é rapaz!

Figura 3 skylaiti
34

- Cabeça de Tôro, num tá dando sinal não?


- Sinal aonde meu amigo!
- Na minha televisão, cabeça de tôro:
- Ah tá! Estou entendendo. Tu pagas mensalmente e sem atraso a operadora?
- Pago.
- Então, gire a ripiboca da antena, talvez o problema esteja ali.
- Já girei.
- Pra todos os lados?
- Sim.
- E aí?
- Nem sinal.
Figura 4 – sem sinal
- Hum! Deixe-me-ver, deixe-me-ver...
- Espere aí, me lembrei.
- De quê?
- Protegi a antena, fazendo uma cobertura pra ela num pegar nem chuva, nem sol.
- Então meu amigo, só tem uma saída!
- Qual é?
- Quebrar as telhas!
- Quebrar...?
- Sim.
Figura 5 – com chuvisco

- Mais sêo moço, paguei quinhentos e vinte reais de mão-de-obra e mais mil e
setecentos reais pelo material pra proteger a antena contra as intempéries climáticas.
- Quer um conselho meu?
- Quero.
-TCPC é P. (todo castigo pra corno é pouco).
- Você tem razão, há um vascaíno aqui em casa, que é o orgulho do papai e da mamãe,
e não vai gostar do que fizemos hoje aqui em casa é dia sagrado, é jogo do Vasco.
- E daí? O que é que eu tenho com isso?
- Se até o horário do jogo não pegar sinal. Quando ele chegar, vai quebrar tudo...
- TCPC é P. (todo castigo pra corno é pouco).
- Tudo bem vou trabalhar, sou vigia noturno, amanhã eu resolvo.
- Beleza.
- Tchau.
35

O Zé do Chifre foi trabalhar preocupado uma vez julgando que tinha feito besteira.
O orgulho do papai e da mamãe chega cansado depois de uma longa jornada de
trabalho. Liga a televisão no canal da operadora que vai passar o jogo do Vasco. Tenta, tenta,
tenta... E nada. Nem sinal.
Resolve perguntar o que está havendo, e quando fica sabendo do ocorrido...
- Puta que pariu! Vou quebrar tudo, num quero nem saber. Baxim! Neguim! Codó!
Pega aí um pé-de-cabra! Quebra esse teiado. Posso ficar sem as têias, mas, nunca perdo um
jogo do Vasco.
- Quebre não meu Fi! Isso aí custou os óis da cara.
Falou a madrinha e conselheira dos cornos, sua genitora.
- Tudo bem pessoal! Pegue essa serra, pode serrar tudo! É nóis Vascão.
Deu certo. Depois de retirarem as telhas de cima da antena o sinal voltou. E para
felicidade dos cornos vascaínos, o Vasco derrotou o contrário. E ainda deu um chocolate.
- Acho que desta vez o meu time não erra o caminho de casa!
Falou o orgulho do papai e da mamãe com seus botões. Lembrando que quando o
Vasco foi goleado, eles erraram o caminho de São Januário.

Figura 6 -madrinha dos cornos


Figura 8 dançarinos

Figura 7 - orgulho Figura 9 - zé do Chifre


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20. PARADA 48

Ouve-se uma gritaria... Alvoroço... Aglomeração de cornos de todas as


qualidades no meio da rua. Parecia torcida do MMA, mas não era. Era apenas um princípio de
traição. E aquela agitação era apenas para controlar o incêndio entre dois seres que queria
arder-se em chamas entre quatro pernas, num quarto semiescuro.
- Que houve?... Pergunta um transeunte:
- Não sei. Responde outra de muitas pessoas que estavam naquela localidade.
- Outro ainda mais ousado, fala: - é chifre!
- Como é que é? É o que ouvi mesmo? É sem-vergonhice de quem? Fala outro
corno pasmático e estupefato.
- é a espingarda mais o mazá que estão fazendo moganga um para o outro na
frente de sua kitinet, cabeça de biribá. Responde o Zé do Chifre.
Naquele momento pasmem. Flashes e mais flashes. Parecia celebridade
descendo a passarela. E por incrível que pareça o casal: espingarda e mazá faziam pose de
todas as maneiras, e os cornos paparazzo procurava o melhor ângulo para registrar aquela
cena de triângulo amoroso. Outro mais ousado atrás de notícias de última hora adentrou na
kitinet de porta adentro e registrou a situação que para uns eram sem-vergonhice, para outros,
distração entre duas almas que se amam, porém para os adeptos ao chifre, era cornagem
mesmo.
Quinze minutos após o Mazá, o ator principal, chega ao bar todo suado, tirando
todos de tempo, dizendo: estava fazendo uma necessidade psicológica. Porém, a atriz também
principal daquela cena de orgia, saía da kitinet andando com passos trôpegos, topando em
pedras, larges, esbarrando no poste e olhando para trás com aquele olhar de missão cumprida.
Meia hora após o seu digníssimo esposo chega todo estropiado, com as mãos
todas calejadas, cansado, querendo repousar, não é permitido pelos cornos da localidade,
chamando-o e exibindo todas as cenas do fato ocorrido entre aquele casal: espingarda e mazá.
O corno coçou a cabeça, esfregou a mão na testa, olhou a fotografia e perguntou:
- Quem é esse cara?
- Esse cara não é você. Responde um corno todo inchado de tanto tomar corote.
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- Não acredito no que estou vendo! Veja só minhas mãos, todas calejadas de
tanto trabalhar para botar o que ela comer, e ela fazendo isso comigo. Não aceito não.
Desabafou o chifrudo.
O chifrudo mais do que depressa vai a sua casa, coloca todas as roupas da sua
digníssima esposa em um saco plástico e amarra na porta do Mazá, dar as costas e vai embora.
Cinco minutos após volta e recolhe a roupa de sua esposa, arrependido do que tinha feito,
voltando todo alegre e satisfeito, pois quase fizera uma besteira, segundo ele. Quando alguém
pergunta o que houve realmente naquela kitinet entre sua esposa e o Mazá ele responde:
- Ela veio somente tirar a roupa do Mazá pra ser lavada em casa. Ela é que é a
lavadeira de confiança do Mazá, quando ele precisa dela ele chama e ela vem. Não é chifre
não abestado tu ficas pensando besteira, minha mulher é sincera.

Figura 10 Figura 11 Figura 12


Casa 48 vista lateral casa 48

Figura 13 Figura 14 Figura 15

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