- Essa parte do livro começa falando sobre o cenário econômico
global do século 20 até hoje, e como os países são rotulados de um jeito ou outro, considerando os termos “central” e “periférico” os mais apropriados por serem mais flexíveis em seus contextos. Também fala sobre a situação do Brasil e seus designers nesse período, e que apesar do crescimento das opções de consumo, o número de consumidores não aumentou proporcionalmente. “Para o designer brasileiro, (...) como fazer design na periferia do sistema?” * - Após isso, é introduzido um contexto sobre a discussão entre as várias áreas do design e o início história do design formal no Brasil, e como ele era mal reconhecido nacionalmente naquele tempo, sendo visto apenas como um “instrumento para aumentar a competitividade da produção nacional”*. A discussão dessa época era entre usar o design para dar uma identidade marcante para o Brasil no comércio internacional ou não usá-lo ao todo porque o Brasil deveria se manter como exportador agrícola e de matérias-primas, mas esse último argumento acaba se invertendo e apoiando a industrialização. - Nessa época também surge uma teoria que o Brasil era industrialmente atrasado de propósito para manter sua dependência tecnológica, irritando a comunidade do design, já que havia uma forte presença de multinacionais no país e que elas supostamente se sobrepunham sobre o design nacional. É citado Gui Bonsiepe, um dos fundadores dessa teoria, onde ele afirma que a teoria não explica o fato que os designers brasileiros não aproveitarem mais suas possibilidades dentro do país. - Contudo, pode-se dizer que o design brasileiro estava dividido entre projetos modernos voltados para o exterior e projetos mais vanguardistas voltados para o Brasil. No começo, a maioria ficou do lado moderno e tentou usar os princípios de outros países, que não funcionaram com o povo brasileiro. Quando os profissionais começaram a pensar em seus projetos voltados para os brasileiros, a área toda começo a ganhar reconhecimento nacionalmente. - Depois disso, as autores Victor Papanek e E.F. Schumacher são destacados com seus livros “Design for the Real World” e “Small is Beautiful”, respectivamente, onde condenam o consumismo desenfreado, a destruição da natureza e o elitismo profissional. “Entre outras coisas, ele propunha que os designers voltassem a sua atenção prioritariamente para a solução de problemas sociais e que abrissem mão do seu narcisismo autoral em prol do bem comum (...)”*. O livro de Schumacher propõe desacelerar o desenvolvimento tecnológico a fim de democratizá-lo, assim mais pessoas poderiam aproveitar a tecnologia já existente. - Após isso, é discutido a relação dos designers com o Estado. Apesar de serem menos reconhecidos do que arquitetos e engenheiros, o poder público usava e ainda usa serviços de designers (agindo mais como um cliente importante), além de sempre estarem presentes em universidades, e mais tarde terem suas próprias associações (como por exemplo a APDINS e ADG). - Depois disso, é discutida a reputação do design no Brasil atualmente, ainda sendo uma área menosprezada ou desconhecida pelo povo, e isso é preocupante. ”(...) Percebe-se um desconcerto frequente entre as preocupações da profissão e aquelas da própria sociedade”* . São dados mais exemplos dessa desarmonia. - O encerramento se dá com a esperança que as novas gerações de designers, sem os preceitos de seus antepassados, construam uma reputação melhor para sua área nacionalmente e internacionalmente.