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META - FACULDADE DE TECNOLOGIA DO AMAPÁ

GRADUAÇÃO EM TECNOLOGIA EM RADIOLOGIA

ADENILDO COSTA DE SOUZA

ARTEFATOS DE IMAGEM NA ÁREA DA RADIOLOGIA: TOMOGRAFIA


COMPUTADORIZADA

MACAPÁ – AP
2020
ADENILDO COSTA DE SOUZA

ARTEFATOS DE IMAGEM NA ÁREA DA RADIOLOGIA: TOMOGRAFIA


COMPUTADORIZADA

Trabalho apresentado à disciplina de Imaginologia,


como requisito avaliativo do curso de Tecnologia
em Radiologia da Faculdade de Tecnologia do
Amapá – META, sob orientação do Profº.
Jefferson Luiz Monteiro Sanches.

MACAPÁ – AP
2020
SUMÁRIO

1 REFERENCIAL TEÓRICO -------------------------------------------------------------- 3


1.1 A história da Tomografia Computadorizada - TC ---------------------------------- 3
1.2 Componentes do aparelho e aquisição da imagem--------------------------------- 4
REFERÊNCIAS --------------------------------------------------------------------------------------- 9
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1 REFERENCIAL TEÓRICO

1.1 A HISTÓRIA DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA - TC

O histórico da tomografia computadorizada confunde-se um pouco com o do


raio X, porque partiu da mesma descoberta, ou seja, de que os raios poderiam servir
para revelar imagens internas. A descoberta dos Raios X Em 1895 pelo físico
Wilhelm Conrad Roengten (Fig. 1), foi um marco na história da ciência médica.

Fig. 1. Wilhelm Conrad Roengten (1845 – 1923)

Fonte: MARTINS (1997)

Desde então, passou a investigar a fundo o que aqueles raios recém-


descobertos faziam. Com o passar do tempo, a descoberta revolucionária foi sendo
aperfeiçoada, ganhando até mesmo uma área especifica dentro da medicina, a
Radiologia.

A tomografia computadorizada, uma técnica tomográfica axial, produz imagens


seriadas perpendiculares ao eixo longo do corpo (Fig. 2). Os valores de atenuação
gerados pela TC refletem a densidade e o número atômico de vários tecidos e são
normalmente expressos na forma de coeficientes de atenuação relativa, ou unidades
de Hounsfield (UHs). (CHEN, MICHAEL, 2012, p. 7)
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Fig. 2. Imagem de TC contrastada do abdome


superior revelando duas áreas de baixa
atenuação (M) confirmadas como metástases
hepáticas múltiplas de tumor estromal
gastrintestinal.

Fonte: CHEN, MICHAEL (2012)

A revolucionária criação desta modalidade de exame, no início da década de


70, pelo engenheiro inglês Hounsfield, juntamente com o físico norte-americano
Comark, lhes valeu o prêmio Nobel de Medicina de 1979 (PAPAIZ; CARVALHO,
1998, p. 667). O primeiro aparelho de TC foi colocado no Hospital Atkinson Morley,
em Londres, acomodava somente a cabeça do paciente e gastava 4,5 minutos para
escanear uma fatia e mais 1,5 minuto para reconstruir a imagem no computador
(PARKS, 2000, p. 371). Felizmente, durante os últimos 30 anos, ocorreram muitas
inovações e grandiosas evoluções na tecnologia dessa área, que melhoraram o
tempo de aquisição e a qualidade das imagens, assim como reduziram
significantemente a dose de radiação. Os aparelhos atuais, denominados de nova
geração, acomodam o corpo todo e a reprodução de uma secção dura um segundo
ou menos. Algumas máquinas alcançaram tal perfeição, que reproduzem uma fatia
em 0,5 a 0,1 segundo, permitindo estudos funcionais em vez de somente análises
estáticas (PARKS, 2000, p. 371- 394).

1.2 COMPONENTES DO APARELHO E AQUISIÇÃO DA IMAGEM

O aparelho de tomografia computadorizada tradicional apresenta três


componentes principais (Fig. 3): 1) o gantry, no interior do qual se localizam o tubo
de raios-x e um anel de detectores de radiação, constituído por cristais de cintilação;
2) a mesa, que acomoda o paciente deitado e que, durante o exame, movimenta-se
em direção ao interior do gantry e 3) o computador, que reconstrói a imagem
tomográfica a partir das informações adquiridas no gantry.
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Fonte: GARIB (2007)

Fig. 3. Aparelho de tomografia computadorizada tradicional: A) Gantry e mesa, B) Computador

Neste aparelho, a fonte de raios-x emite um feixe estreito (colimado) em forma


de leque, direcionado a um anel com diversos detectores (Fig. 4). Durante o exame,
no interior do gantry, o tubo de raios-x gira dentro do anel estacionário de
receptores. Os sinais recebidos pelos detectores dependem da absorção dos tecidos
atravessados pelo feixe radiográfico e são registrados e processados
matematicamente no computador. Por meio de múltiplas projeções no curso de 360º
ao redor do paciente, os receptores registram uma série de valores de atenuação
dos raios-x. Estes múltiplos coeficientes de atenuação são submetidos a complexos
cálculos matemáticos pelo princípio da matriz (Fig. 5), permitindo ao computador
reconstruir a imagem de uma secção do corpo humano (FREDERIKSEN, 1994, p.
266-294)

Fig. 4. Representação
gráfica do interior do
gantry.

Fonte: GARIB (2007)


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Fonte: GOOGLE

Fig. 5. O princípio da construção da imagem em TC tradicional.

Na figura 5 (A) mostra os valores de atenuação do feixe de raios X, após


atravessar o objeto em diversas direções, e (B) mostra a matriz com cálculos
computadorizado da densidade de cada região atravessada pelos feixes de
radiação.

Segundo Sukovic:
Nas primeiras gerações de aparelhos de TC, o feixe de raios-x completava
um giro em torno do paciente e, posteriormente, a mesa se movimentava
para capturar a imagem em fatia da próxima região adjacente. Nos
aparelhos atuais, denominados de última geração, a mesa com o paciente
movimenta-se simultaneamente à rotação do tubo de raios-x, determinando
uma trajetória helicoidal da fonte de raios-x em torno do paciente, o que
provê a denominação aos aparelhos de TC modernos: tomografia
computadorizada helicoidal ou espiral. (SUKOVIC, 2003, p. 31)

Com os avanços nas tecnologias dos aparelhos de TC, incrementou a


qualidade da imagem e reduziu o tempo de exposição do paciente. Além disso, os
aparelhos modernos apresentam a tecnologia multislice, isto é, são capazes de
adquirir 4 a 16 fatias de imagem para cada giro de 360º do feixe de raios-x em torno
do paciente. A imagem compõe-se unitariamente pelo pixel (Fig. 6), cada um dos
quais apresenta um número que traduz a densidade tecidual ou o seu poder de
atenuação da radiação. Tais números, conhecidos como escala Hounsfield, variam
de –1000 (densidade do ar) a +1000 (densidade da cortical óssea), passando pelo
zero (densidade da água) (LANGLAIS; LANGLAND; NORTJÉ, 1995, p. 17)
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Fonte: FREDERIKSEN (1994)

Fig. 6. Representação esquemática das unidades que compõe a imagem da tomografia


computadorizada.

Mas devemos lembrar que a imagem de TC ainda apresenta uma terceira


dimensão, representada pela espessura do corte. Assim, uma outra palavra deve ser
familiar aos profissionais que trabalham com imagens tridimensionais é o voxel.
Denomina-se voxel a menor unidade da imagem na espessura do corte (Fig.6),
podendo variar de 0,5 a 20mm, a depender da região do corpo a ser escaneada e da
qualidade da imagem desejada (FREDERIKSEN, 1994, p.266-290). Deste modo,
quando se deseja imagens muito precisas de pequenas regiões como a face, ajusta-
se o aparelho para adquirir cortes de 1mm de espessura, por exemplo, e assim
o voxel das imagens resultantes corresponderá a 1mm.

A boa resolução da imagem de TC deve-se ao grande poder de contraste da


técnica, já que pequenas diferenças na densidade tecidual podem ser percebidas e
traduzidas em 5.000 tons de cinza em cada pixel. Para se ter uma ideia, os
aparelhos atuais reconhecem diferenças de densidade de menos de 0,5%, enquanto
as técnicas radiográficas convencionais detectam desigualdades mínimas de 10%.
Ademais, a natureza digital da TC permite introduzir melhoras na qualidade da
imagem por meio da computação gráfica. E diferentemente das radiografias
convencionais, o fator de magnificação da tomografia computadorizada é nulo, ou
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seja, a imagem em TC reproduz o tamanho real do objeto escaneado


(CAVALCANTI; RUPRECHT; VANNIER, 2001, p. 342-345)

Fig. 7. Imagem de tomografia computadorizada reproduzindo secções do corpo humano em


diferentes planos do espaço.
Fonte: GARIB (2007)

Fig. 8. Imagens originais de tomografia computadorizada tradicional obtidas no sentido axial.


Fonte: GARIB (2007)

Com o surgimento da telemedicina, é possível que profissionais avaliem os


resultados das tomografias computadorizadas e descrevam os laudos médicos
mesmo se estiverem em outra cidade, estado ou até país, tudo graças às
tecnologias de telecomunicações usadas em favor da medicina.
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Assim, muitas clínicas que possuem o aparelho para fazer a tomografia, mas
não contam com os médicos para avaliar o resultado e dar o laudo, podem oferecer
o exame aos pacientes e submetê-los a essa análise de um profissional externo.

REFERENCIAS

CAVALCANTI, M. G; RUPRECHT, A.; VANNIER, M. W. Avaliação de um fibroma


ossificante usando tomografia computadorizada tridimensional. Radiologia
Dentomaxilofacial, v. 30, n. 6, p. 342-345, 2001.

Chen, Michael Y. M. Radiologia básica / Michael Y. M. Chen, Thomas L. Pope, David


J. Ott; [tradução: Ana Cavalcanti Carvalho Botelho; revisão técnica: Carla Colares]. –
2. ed. – Porto Alegre: AMGH, 2012. p. 7

FREDERIKSEN, N. L. Técnicas radiográficas especializadas. Radiologia oral, p. 266-


290, 1994.

GARIB, Daniela Gamba et al. Tomografia computadorizada de feixe cônico (Cone


beam): entendendo este novo método de diagnóstico por imagem com promissora
aplicabilidade na Ortodontia. Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia
Facial, v. 12, n. 2, p. 139-156, 2007.

LANGLAIS, R. P.; LANGLAND, O. E.; NORTJÉ, C. J. Tomada de decisão em


radiologia dentária. Diagnóstico por imagem dos maxilares. Baltimore: Williams &
Wilkins, p. 1-17, 1995.

PAPAIZ, Élio Giacomo; CARVALHO, Pedro Luiz de. Métodos recentes de


diagnóstico através da imagem. In: Radiologia odontológica. 1998. p. 667-84.

PARKS, Edwin T. Aplicações de tomografia computadorizada para odontologia.


Clínicas Odontológicas da América do Norte, v. 44, n. 2, p. 371-394, 2000.

SUKOVIC, P. Tomografia computadorizada de feixe cônico na imagem craniofacial.


Ortodontia e pesquisa craniofacial, v. 6, p. 31-36, 2003.

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