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DATA – 26/04/2017
AULA – 05/12
EMENTA:
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
1– Evolução histórica
A – Irresponsabilidade do Estado
B – Responsabilidade Subjetiva/ com Culpa/ Civilista.
C – Responsabilidade por Culpa do Serviço/ da Falta do serviço/ da Faute du Service/ da Culpa Anônima
D – Responsabilidade Objetiva
2 – Fundamentos da responsabilidade civil objetiva
3 – Responde pelo dano de forma objetiva
4 – Dano
5 – Agentes, nessa qualidade
6 – Terceiros
7 – Excludentes de responsabilidade
8 – Responsabilidade Civil por Omissão
9 – Ação de Regresso
10 – Prescrição
11 – Responsabilidade civil por atos judiciais
12 – Responsabilidade civil por atos legislativos
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
Lei nº 8.429/92
1 – Quem sofre ato de improbidade administrativa
Art. 43 do CC
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
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§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos
seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo
contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.
1- Evolução histórica
A – Irresponsabilidade do Estado
Nos período absolutista não tinha o responsabilidade civil do Estado, pois o marca era a
vontade que prevalecia.
D - Responsabilidade Objetiva
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Ex. Agente que dirigia viatura atropela A. A, ajuíza ação de reparação de danos contra o
Estado B (responsabilidade objetiva)
Estado B, cobra do agente público por ação de regresso comprovando dolo ou culpa o seu
ressarcimento.
Ex. Posto de gasolina e prefeito fecha a rua por interesse publico, mesmo que a conduta
seja licita o comerciante poderá pedir indenização.
A responsabilidade civil do Estado do art. 37, §6º da CR/88 tem fundamento em uma
relação extracontratual.
Princípio da repartição dos encargos – essa responsabilidade serve para que coletividade
divida o prejuízo com aquele que sofreu o dano
Diferente da:
A regra adotada no Brasil é a Teoria do Risco Administrativo, mas há três situações que os
autores adotam a teoria do risco integral:
Se qualquer uma destas pessoas não tiver condições de arcar com as indenizações, surge
a Responsabilidade Subsidiária da Administração Direta.
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4 – Dano
- Material;
- Estético;
- Moral
Anormal – é o dano que não deriva da vida em sociedade, além do risco social.
Significa dizer que o agente público deve estar no exercício da função ou a pretexto do
exercício.
Ex. Policial em ato de serviço com arma da corporação atinge transeunte, individuo A
poderá pedir indenização.
Policial de férias atua para evitar assalto e acerta com disparo de arma de fogo com arma
da corporação transeunte alheio a situação.
Por sentimentos pessoais não há de se falar em responsabilidade civil do estado. Ex. pega
a mulher com outro e atira com arma da corporação acertando o amante.
Informativo 370
Responsabilidade Civil do Estado e Ato Ilícito Praticado fora das Funções Públicas - 2
A Turma concluiu julgamento de recurso extraordinário interposto pelo Estado de São Paulo
contra acórdão do tribunal de justiça daquele Estado que, reconhecendo a existência de
responsabilidade objetiva, condenara o ente federativo a indenizar vítima de disparo de arma
de fogo, pertencente à corporação, utilizada por policial durante período de folga. Alegava-se,
na espécie, ofensa ao art. 37, §6º, da CF, uma vez que o dano fora praticado por policial que
se encontrava fora de suas funções públicas - v. Informativo 362. Considerou-se inexistente o
nexo de causalidade entre o dano sofrido pela recorrida e a conduta de policial militar, já que o
evento danoso não decorrera de ato administrativo, mas de interesse privado movido por
sentimento pessoal do agente que mantinha relacionamento amoroso com a vítima.
Asseverou-se que o art. 37, §6º, da CF exige, para a configuração da responsabilidade objetiva
do Estado, que a ação causadora do dano a terceiro tenha sido praticada por agente público,
nessa qualidade, não podendo o Estado ser responsabilizado senão quando o agente estatal
estiver a exercer seu ofício ou função, ou a proceder como se estivesse a exercê-la. Entendeu-
se, ainda, inadmissível a argüição de culpa, in vigilando ou in eligendo, como pressuposto para
a fixação da responsabilidade objetiva estatal, que tem como requisito a prática de ato
administrativo pelo agente público no exercício da função e o dano sofrido por terceiro. O
relator retificou o voto anterior.
RE 363423/SP, rel. Min. Carlos Britto, 16.11.2004. (RE-363423)
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DISPARO COM ARMA DE FOGO PERTENCENTE À SUA CORPORAÇÃO, CAUSANDO A
MORTE DE PESSOA INOCENTE. RECONHECIMENTO, NA ESPÉCIE, DE QUE O USO E O
PORTE DE ARMA DE FOGO PERTENCENTE À POLÍCIA MILITAR ERAM VEDADOS AOS
SEUS INTEGRANTES NOS PERÍODOS DE FOLGA. CONFIGURAÇÃO, MESMO ASSIM, DA
RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DO PODER PÚBLICO. PRECEDENTE (RTJ
170/631). PRETENSÃO DO ESTADO DE QUE SE ACHA AUSENTE, NA ESPÉCIE, O NEXO
DE CAUSALIDADE MATERIAL, NÃO OBSTANTE RECONHECIDO PELO TRIBUNAL "A
QUO", COM APOIO NA APRECIAÇÃO SOBERANA DO CONJUNTO PROBATÓRIO.
INADMISSIBILIDADE DE REEXAME DE PROVAS E FATOS EM SEDE RECURSAL
EXTRAORDINÁRIA. PRECEDENTES ESPECÍFICOS EM TEMA DE RESPONSABILIDADE
CIVIL OBJETIVA DO ESTADO. ACÓRDÃO RECORRIDO QUE SE AJUSTA À
JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RE CONHECIDO E IMPROVIDO.
6 – Terceiros
Informativo 557:
Informativo 563:
(...) “para a produção dos efeitos supostos na regra é irrelevante se a vítima é usuário do
serviço ou um terceiro em relação a ele. Basta que o dano seja produzido pelo sujeito na
qualidade de prestador do serviço público. Também não se poderia pretender que, tratando-se
de pessoa de Direito Privado, a operatividade do preceito só se daria quando o lesado
houvesse sofrido o dano na condição de usuário do serviço, porque o texto dá tratamento
idêntico às ‘pessoas jurídicas de Direito Público e as de Direito Privado prestadoras de serviços
públicos’. Assim, qualquer restrição benéfica a estes últimos valeria também para os primeiros,
e ninguém jamais sufragaria tal limitação à responsabilidade do Estado”. (...)
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7 – Excludentes de responsabilidade
De acordo com o STF a administração tem o dever especial de cuidado com o preso em
um presídio (relação de custódia). Há não ser que se comprove a tentativa de evitar o dano, a
responsabilidade civil é objetiva.
Em caso de inobservância do seu dever específico de proteção previsto no art. 5º, XLIX, da CF,
o Estado é responsável pela morte de detento. Essa a conclusão do Plenário, que desproveu
recurso extraordinário em que discutida a responsabilidade civil objetiva do Estado por morte
de preso em estabelecimento penitenciário. No caso, o falecimento ocorrera por asfixia
mecânica, e o Estado-Membro alegava que, havendo indícios de suicídio, não seria possível
impor-lhe o dever absoluto de guarda da integridade física de pessoa sob sua custódia. O
Colegiado asseverou que a responsabilidade civil estatal, segundo a CF/1988, em seu art. 37,
§ 6º, subsume-se à teoria do risco administrativo, tanto para as condutas estatais comissivas
quanto paras as omissivas, uma vez rejeitada a teoria do risco integral. Assim, a omissão do
Estado reclama nexo de causalidade em relação ao dano sofrido pela vítima nas hipóteses em
que o Poder Público ostenta o dever legal e a efetiva possibilidade de agir para impedir o
resultado danoso. Além disso, é dever do Estado e direito subjetivo do preso a execução da
pena de forma humanizada, garantindo-se-lhe os direitos fundamentais, e o de ter preservada
a sua incolumidade física e moral. Esse dever constitucional de proteção ao detento somente
se considera violado quando possível a atuação estatal no sentido de garantir os seus direitos
fundamentais, pressuposto inafastável para a configuração da responsabilidade civil objetiva
estatal. Por essa razão, nas situações em que não seja possível ao Estado agir para evitar a
morte do detento (que ocorreria mesmo que o preso estivesse em liberdade), rompe-se o nexo
de causalidade. Afasta-se, assim, a responsabilidade do Poder Público, sob pena de adotar-se
a teoria do risco integral, ao arrepio do texto constitucional. A morte do detento pode ocorrer
por várias causas, como homicídio, suicídio, acidente ou morte natural, não sendo sempre
possível ao Estado evitá-la, por mais que adote as precauções exigíveis. Portanto, a
responsabilidade civil estatal fica excluída nas hipóteses em que o Poder Público comprova
causa impeditiva da sua atuação protetiva do detento, rompendo o nexo de causalidade da sua
omissão com o resultado danoso. Na espécie, entretanto, o tribunal “a quo” não assentara
haver causa capaz de romper o nexo de causalidade da omissão do Estado-Membro com o
óbito. Correta, portanto, a decisão impositiva de responsabilidade civil estatal.
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Obs.3 Fuga do preso
Nexo entre a fuga do preso e dano causado: risco criado em determinadas situações a
administração traz mais risco para as pessoas.
Ex. presídio construído próximo a cidade, preso foge e assalta domicilio desta cidade da
região. Neste caso tem responsabilidade civil
Não tem nexo entre a fuga do preso e o dano causado: após um lapso de 2 anos o preso
que fugiu assaltou em outra região do país.
É possível que haja falta de conduta licita da administração quando ela está obedecendo
ao princípio da legalidade.
Exemplos:
1- Professora é ameaçada em escola pública, ela comunica à diretora que nada faz. Certo dia o
aluno agride violentamente a professora. Caberá indenização. Recurso especial 1 142 245 DF;
1. Não houve pronunciamento do juízo a quo sobre a norma veiculada pelo art. 403 do CC,
razão pela qual é de se inadmitir, neste trecho, o recurso especial, nos termos da Súmula
211/STJ.
2. No presente caso, o acórdão recorrido concluiu pela conduta omissiva do Estado, tendo
em vista que a recorrida, professora da rede distrital de ensino, foi agredida física e
moralmente, por um de seus alunos, dentro do estabelecimento educacional, quando a
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direção da escola, apesar de ciente das ameaças de morte, não diligenciou pelo afastamento
imediato do estudante da sala de aula e pela segurança da professora ameaçada.
3. Destacou-se, à vista de provas colacionadas aos autos, que houve negligência quando da
prestação do serviço público, já que se mostrava razoável, ao tempo dos fatos, um
incremento na segurança dentro do estabelecimento escolar, diante de ameaças perpetradas
pelo aluno, no dia anterior à agressão física.
4. O Tribunal de origem, diante do conjunto fático-probatório constante dos autos,
providenciou a devida fundamentação dos requisitos ensejadores da responsabilidade civil
por omissão do Estado. Neste sentido, não obstante o dano ter sido igualmente causado por
ato de terceiro (aluno), atestou-se nas instâncias ordinárias que existiam meios, a cargo do
Estado, razoáveis e suficientes para impedir a causação do dano, não satisfatoriamente
utilizados.
5. A decisão proferida pelo juízo a quo com base nas provas que lastreiam os autos é
impassível de revisão, no âmbito do recurso especial, nos termos da Súmula 07/ STJ.
6. O Tribunal de origem aplicou de maneira escorreita e fundamentada o regime da
responsabilidade civil, em caso de omissão estatal, já que, uma vez demonstrados onexo
causal entre a inação do Poder Público e o dano configurado, e a culpa na máprestaç ão do
serviço público, surge a obrigação do Estado de reparar o dano.Precedentes.
7. Recurso especial parcialmente conhecido e, nesta parte, não provido.
3- Fazendeiro toma conhecimento que terá suas terras invadidas, pede ajuda ao município,
comunica a polícia e demais órgãos responsáveis pedindo ajuda, não obtendo um grupo de Sem
Terras invade a fazenda e pratica atos ilícitos com os donos da propriedade. O fazendeiro então
pede indenização pela responsabilidade civil por omissão. Recurso extraordinário 283. 989 PR;
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CONSTITUCIONAL. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO. ARTIGO 37, § 6. º, DA
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. DANOS CAUSADOS POR TERCEIROS EM IMÓVEL
RURAL. DESCUMPRIMENTO DE ORDEM JUDICIAL. INDENIZAÇÃO. ILEGITIMIDADE DE
PARTE. DENUNCIAÇÃO DA LIDE. Esta Corte já firmou entendimento de que é incabível, na
via extraordinária, alegação de ofensa indireta à Constituição Federal, por má interpretação de
normas processuais, contidas na legislação infraconstitucional. Caracteriza-se a
responsabilidade civil objetiva do Poder Público em decorrência de danos causados, por
invasores, em propriedade particular, quando o Estado se omite no cumprimento de ordem
judicial para envio de força policial ao imóvel invadido. Recursos extraordinários não
conhecidos.
(STF - RE: 283989 PR, Relator: ILMAR GALVÃO, Data de Julgamento: 28/05/2002, Primeira
Turma, Data de Publicação: DJ 13-09-2002<span id="jusCitacao"> PP-00085 </span>EMENT
VOL-02082-03<span id="jusCitacao"> PP-00537</span>)
O STF vem decidindo que a responsabilidade por omissão é objetiva, pois tem que
comprovar somente se descumpriu ou não a lei. E não dolo e culpa.
ARE 655.277
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suplicante e as atividades praticadas durante o serviço militar ficaram devidamente
comprovados, conforme se pode inferir das informações prestadas pelo perito oficial às
fls.129/130, nas respostas aos quesitos do autor: Resposta aos quesitos do autor: 1 Existe
nexo de causalidade entre os males vivenciados pelo autor, com as atividades físicas por ele
desempenhadas durante o serviço militar, atividades essas descritas na peça de ingresso, em
razão do excesso de sobrecarga de exercícios físicos? Explique e justifique as respostas. R.:
Sim, considerando-se os diagnósticos das folhas 62 e 87, e ainda o diagnóstico da perícia. A
explicação está na evolução dos fatos, conforme os dados dos autos e a história do autor. (...)
3 Consta nos autos que o requerente foi submetido a duas intervenções cirúrgicas no joelho
esquerdo. Queira o nobre expert explicar com riqueza de detalhes em que consistiram referidas
cirurgias, principalmente no que se refere à submissão deste à segunda intervenção cirúrgica.
Explique e justifique. R.: Nos autos não encontrei descrição dos atos operatórios. Pela
cronologia dos fatos, a primeira foi para proceder-se à remoção de um cisto sinovial ou de
Baker. A segunda foi decorrente de não ter sido obtida cura com a primeira intervenção. Na
primeira ocorreu limitação de movimentos. Na segunda ocorreu supuração, conforme história e
indícios. Não existe confirmação de exame por imagem (radiografia, ultrassom, tomografia, etc)
que garanta o diagnóstico inicial. Em um dos documentos citados é informado que foi
submetido à remoção do cisto de Baker. Em outro, o relatório reservado da Junta de Inspeção
e Saúde da Guarnição de Juiz de Fora (fl. 87) é informado: Geraldo Weberson Neves
apresenta hérnia muscular recidivante da fossa poplítea esquerda. Se seu diagnóstico final foi
hérnia muscular recidivante, isto significa que o diagnóstico inicial foi também hérnia muscular
primária. Caso contrário, não se justifica a expressão recidivante. Esse fato é importante
porque o cisto de Baker poderia ter origem não traumática. Para a hérnia muscular, não
encontramos etiologia sem algum tipo de traumatismo, ficando justificado o nexo. Desse modo,
estabelecido o nexo entre a conduta estatal e os danos experimentados pelo autor, e
inexistindo culpa concorrente ou exclusiva do autor, é de se reconhecer a obrigação
indenizatória da ré.” Cumpre ressaltar, por tal razão, em face do caráter soberano do
reconhecimento, na espécie, do nexo de causalidade material (que se revela indiscutível, por
isso mesmo, em sede recursal extraordinária), que o Tribunal recorrido, ao proferir a decisão
em causa, interpretou, com absoluta fidelidade, a norma constitucional que consagra, em
nosso sistema jurídico, a responsabilidade civil objetiva do Poder Público. Com efeito, o
acórdão ora impugnado nesta sede recursal extraordinária, ao fazer aplicação do preceito
constitucional em referência (CF, art. 37, § 6º), reconheceu, com inteiro acerto, no caso em
exame, a cumulativa ocorrência dos requisitos concernentes (1) à consumação do dano, (2) à
omissão do Poder Público, (3) ao vínculo causal entre o evento danoso e a omissão do Poder
Público e (4) à ausência de qualquer causa excludente de que pudesse eventualmente
decorrer a exoneração da responsabilidade civil da União. Conclui-se, portanto, que a
pretensão recursal deduzida pela União não tem o amparo da própria jurisprudência que o
Supremo Tribunal Federal firmou sobre a matéria ora em exame. Sendo assim, e tendo em
consideração as razões expostas, conheço do presente agravo, para negar seguimento ao
recurso extraordinário, eis que o acórdão recorrido está em harmonia com diretriz
jurisprudencial prevalecente nesta Suprema Corte (CPC, art. 544, § 4º, II, b, na redação dada
pela Lei nº 12.322/2010). Publique-se. Brasília, 02 de março de 2012. (STF - ARE: 655277 MG,
Relator: Min. CELSO DE MELLO, Data de Julgamento: 02/03/2012, Data de Publicação: DJe-
056 DIVULG 16/03/2012 PUBLIC 19/03/2012)
9 – Ação de Regresso
Judicialmente.
De acordo com STF não é possível a ação de indenização diretamente contra o agente
público, devido a Teoria da Dupla Garantia, porque A poderá pedir indenização da administração
de forma objetiva e também para o agente que será cobrado posteriormente ao ocorrido.
A Turma negou provimento a recurso extraordinário em que se sustentava ofensa ao art. 37, §
6º, da CF, ao argumento de ser cabível o ajuizamento de ação indenizatória diretamente contra
o agente público, sem a responsabilização do Estado. No caso, a recorrente propusera ação de
perdas e danos em face de prefeito, pleiteando o ressarcimento de supostos prejuízos
financeiros decorrentes de decreto de intervenção editado contra hospital e maternidade de
sua propriedade. Esse processo fora declarado extinto, sem julgamento de mérito, por
ilegitimidade passiva do réu, decisão mantida pelo Tribunal de Justiça local.
RE 327904/SP, rel. Min. Carlos Britto, 15.8.2006. (RE-327904)
Para o STJ é possível ajuizar em face da pessoa jurídica, em face do agente público ou em
face dos dois.
Na hipótese de dano causado a particular por agente público no exercício de sua função, há de
se conceder ao lesado a possibilidade de ajuizar ação diretamente contra o agente, contra o
Estado ou contra ambos. De fato, o art. 37, § 6º, da CF prevê uma garantia para o administrado
de buscar a recomposição dos danos sofridos diretamente da pessoa jurídica, que, em
princípio, é mais solvente que o servidor, independentemente de demonstração de culpa do
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agente público. Nesse particular, a CF simplesmente impõe ônus maior ao Estado decorrente
do risco administrativo. Contudo, não há previsão de que a demanda tenha curso forçado em
face da administração pública, quando o particular livremente dispõe do bônus contraposto;
tampouco há imunidade do agente público de não ser demandado diretamente por seus atos, o
qual, se ficar comprovado dolo ou culpa, responderá de qualquer forma, em regresso, perante
a Administração. Dessa forma, a avaliação quanto ao ajuizamento da ação contra o agente
público ou contra o Estado deve ser decisão do suposto lesado. Se, por um lado, o particular
abre mão do sistema de responsabilidade objetiva do Estado, por outro também não se sujeita
ao regime de precatórios, os quais, como é de cursivo conhecimento, não são rigorosamente
adimplidos em algumas unidades da Federação. Posto isso, o servidor público possui
legitimidade passiva para responder, diretamente, pelo dano gerado por atos praticados no
exercício de sua função pública, sendo que, evidentemente, o dolo ou culpa, a ilicitude ou a
própria existência de dano indenizável são questões meritórias. Precedente citado: REsp
731.746-SE, Quarta Turma, DJe 4/5/2009. REsp 1.325.862-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão,
julgado em 5/9/2013.
10 – Prescrição
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente,
servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de
ressarcimento.
A ação da administração contra o seu agente público para ressarcimento ao erário o prazo é
de 3 anos. Para o STF o ressarcimento ao erário (salvo improbidade administrativa, Art. 37, § 5º
da CR/88) tem prazo de prescrição que é de três anos, conforme Informativo 813 STF.
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excepcional de imprescritibilidade. Seria necessário aplicar o prazo prescricional comum para
as ações de indenização por responsabilidade civil em que a Fazenda figurasse como autora.
Ao tempo do fato, o prazo prescricional seria de 20 anos de acordo com o CC/1916 (art. 177).
Porém, com o advento do CC/2002, o prazo fora diminuído para três anos. Além disso,
possuiria aplicação imediata, em razão da regra de transição do art. 2.028, que preconiza a
imediata incidência dos prazos prescricionais reduzidos pela nova lei nas hipóteses em que
ainda não houvesse transcorrido mais da metade do tempo estabelecido no diploma revogado.
A Corte pontuou que a situação em exame não trataria de imprescritibilidade no tocante a
improbidade e tampouco envolveria matéria criminal. Assim, na ausência de contraditório, não
seria possível o pronunciamento do STF sobre tema não ventilado nos autos. Vencido o
Ministro Edson Fachin, que provia o recurso. Entendia que a imprescritibilidade constitucional
deveria ser estendida para as ações de ressarcimento decorrentes de atos ilícitos que
gerassem prejuízo ao erário.
RE 669069/MG, rel. Min. Teori Zavascki, 3.2.2016. (RE-669069)
Para doutrina o prazo de prescrição de 3 anos é aplicado para o ressarcimento feito pelos
particulares, no entanto o ressarcimento pelo agente público continua imprescritível.
Erro judiciário art. 5º, LXXV, o erro deve ser substancial e inescusável, com
desconstituição da decisão judicial;
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso
além do tempo fixado na sentença
Lei inconstitucional - tem que comprovar que o dano sofrido foi desproporcional
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
...
Ressarcimento ao erário.
Pode responder por improbidade administrativa poderá também responder por ação penal
se for considerado crime ou contravenção. Bem como poderá responder um processo
administrativo disciplinar.
Lei nº 8.429/92
Art. 1º Caput:
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra
a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao
patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou
concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na
forma desta lei.
§ único
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade
praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal
ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja
concorrido ou concorra com menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual,
limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição
dos cofres públicos.
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Entidades que recebem benefício, incentivo ou subvenção (3º setor), entidades para as
quais o erário concorra com menos de 50 % do patrimônio ou receita anual.
Ex. Pessoa Jurídica de Direito Privado cria Entidade B com capital de 500 mil, a Administra
Pública resolve participar com 100 mil. Funcionário pratica ato de enriquecimento ilícito e
desaparece com 200 mil. É ajuizada uma ação de improbidade administrativa, o máximo de
ressarcimento que poderá ser determinado a 100 mil, devido à participação do erário.
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