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Fontes Normativas
Mestrado em
ISCTAC
Beira
2018
Inácio Chitsumba
Fontes Normativas
Docente:
ISCTAC
Beira
2018
Índice
INTRODUÇÃO...............................................................................................................................1
1. Noções do direito......................................................................................................................2
1.2 Fontes de Direito........................................................................................................................4
1.3 Fontes normativas em geral.......................................................................................................6
1.4 As fontes normativas fiscais em especial..................................................................................7
2. Tipologia das fontes do direito....................................................................................................8
2.1 Fontes intencionais (voluntárias)...........................................................................................8
Lei constitucional; ............................................................................................................9
Tratados Internacionais;....................................................................................................9
Leis; ..................................................................................................................................9
Decretos-lei; .....................................................................................................................9
Decretos Legislativos Regionais (não aplicável ao caso moçambicano); ........................9
Regulamentos (Externos: objectivados para os contribuintes).........................................9
2.1.1 Lei Constitucional...........................................................................................................9
2.1.2 Tratados internacionais....................................................................................................9
2.1.3 L E I...............................................................................................................................10
2.1.4 Decreto-lei.....................................................................................................................11
2.1.5 Regulamentos................................................................................................................11
2.2 Fontes Costumeiras..................................................................................................................11
2.3 fontes Jurisprudenciais.....................................................................................................13
Conclusão......................................................................................................................................15
Referencias Bibliográfica..............................................................................................................16
INTRODUÇÃO
O homem não vive isolado como uma ilha no meio do oceano, ele vive junto a outros
indivíduos e assim se comportando, ele vive em sociedade. Com isso, podemos perceber porque
se afirma que “o homem é um ser social”, portanto, a vida em sociedade depende de sua própria
natureza e das suas necessidades e aspirações.
Esta visão é fruto da reflexão em torno do que vindo a ser aflorado na literatura ligada
as Normas Jurídicas onde destacamos a Teoria do Estado Social de J. J. Rousseau segundo a
qual o homem por natureza é bom, mas a sociedade o corrompe e da Teoria Associal de Tomas
Hobbes, ao considerar que o homem é um ser mau por natureza, e que a sociedade lhe torna
bom. Associada a estas duas teorias, encontramos a Teoria Eclética de Jonh Locke, ao referir que
mesmo sendo bom, o homem por natureza pode ser mau na sociedade, e sendo mau por natureza,
a sociedade pode lhe tornar bom.
O homem na sua forma de ser, estar e fazer dentro da sociedade guia-se por regras que
regulam o seu comportamento em vários aspectos ligados a filosofia de vida e as políticas de
uma sociedade. Numa perspectiva didáctica, não podemos pensar numa sociedade, sem antes
pensarmos nos seres humanos que a compõem. De igual modo, não podemos pensar nos homens
em uma sociedade, sem pensar nas normas regem o ser, estar e fazer dentro dela.
Para melhor compreensão o trabalho numa primeira fase conceitua as fontes do direito,
onde se debruça sobre as fontes normativas em geral e fontes normativas e fiscais em especial,
para depois elucidar dobre as tipologias das fontes onde se focalizam as fontes intencionais,
fontes costumeiras e fontes jurisprudenciais.
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1. Noções do direito
Vivendo em uma sociedade, o homem deve pautar por comportamento que seja
adequado a sociedade onde ele esta inserido, para tal existem normas e/ou regras que regem o
comportamento do individuo. Segundo Sousa e Galvão (2000: 9) o “Direito anda associado à
ideia de um conjunto de regras de comportamento social ou de cada dessas regras. A lei é
Direito. O regulamento é Direito. Os estatutos são Direito. Todos eles constituem Direito que
preside à nossa vida em sociedade.”
A palavra "direito" vem do latim directus, a, um, "que segue regras pré-determinadas ou
um dado preceito", do particípio passado do verbo dirigere. O termo evoluiu em português da
forma "directo" (1277) a "dereyto" (1292) até chegar à grafia actual (documentada no século
XIII).
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Em relação ao sentido do Direito, Pereira (2001:10) realça três:
Assim, este autor considera ainda que “Direito é o sistema normativo de conduta social,
coactivamente protegido porque mobilizado à realização da justiça”.
Pode-se depreender como exposto acima que as normas jurídicas têm por objectivo criar
direitos e obrigações para pessoas, quer sejam pessoas naturais ou jurídicas. E associado a este
aspecto, o direito também disciplina as coisas e os animais, com o objectivo de proteger direitos
ou gerar obrigações para pessoas, ainda que, modernamente, o interesse protegido possa ser o de
toda uma colectividade ou, até mesmo, da humanidade abstractamente.
Sousa e Galvão (2000:10) dividem o direito em dois, sendo o direito subjectivo e direito
objectivo. Segundo estes autores, “ao direito como poder de cada qual agir ou exigir um
comportamento de outrem chama-se direito subjectivo. E, ao contrário do direito objectivo,
normalmente escrito com maiúscula, o direito subjectivo é-o com minúscula”. Acrescentam
ainda que, o Direito objectivo cria, modifica e extingue o direito subjectivo.
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1.2 Fontes de Direito
As normas do direito são criadas, modificadas e extintas por meio de certos tipos de
actos, chamados pelos juristas de fontes do direito. A fonte é ao mesmo tempo processo e facto:
processo de criação de normas e facto deste processo (a norma em si). Como já referimos acima,
as fontes do direito são o ponto de partida para a busca da norma. Contem a norma. Assim sendo,
são modos de formação e revelação das normas jurídicas.
“… estamos a considerar fontes do Direito, e não fontes de direitos; caso ampliássemos para este sentido
havia que considerar, tanto, os actos administrativos, como uma classe de factos jurídicos de primeiro
relevo no comércio jurídico (…). O Direito positivo, como é frequente, pode (e deve) apresentar um quadro
hierárquico das fontes legais, mas tal não prejudica o relevo indelével que outras possam ter, pelas suas
próprias natureza e forca jurídica. Sobretudo, porque toda a jurisprudência e a seu modo também a
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doutrina, não apenas ‘revelam’ e aplicam o Direito, como o recriam, num ‘continuum constituendo’:
criação acontece, quer na produção legislativa da norma, quer nos recorrentes ciclos das suas diversas
reelaborações, interpretações e aplicações concretas”.
Portanto, são várias as fontes de Direito, e a base para sua criação se encontra na
sociedade, onde este aparece para reger as relações entre os seres humanos. A ênfase para este
estudo vai para o sentido técnico-jurídico numa perspectiva próxima do sentido tradicional pelo
facto de ter maior sedimentação.
Por outro lado, as fontes formais podem ser divididas em autónomas, quando
provenientes dos próprios sujeitos participantes da relação de trabalho, ou heterónimas, quando a
norma jurídica é elaborada por um terceiro, alheio à relação de trabalho. Assim, podemos
apresentar a seguinte classificação:
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Excerto extraido em https://oab.grancursosonline.com.br/fontes-formais-e-materiais-do-direito-do-trabalho/,
acessado no dia 26/11/2018, pelas 14H53
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a) fontes materiais: fatores econômicos, sociais, políticos, culturais, religiosos,
biológicos, que influenciaram a produção da norma;
Um dos aspectos da soberania do Estado é o do seu poder especial de penetrar nos patrimónios
dos particulares. exigindo-lhes contribuições derivadas e compulsórias.
Este poder é representado pelo poder de criar tributos, de estabelecer proibições tributárias, isto
é, de emanar normas jurídicas tributárias.
O poder fiscal é inerente ao próprio Estado, que advém de sua soberania política, consistente na
faculdade do estabelecer tributos, de exigir contribuições compulsórias, a fim de poder atender ás
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necessidades públicas. Vulgarmente expressa-se como "Fisco" o poder de exigir tributos do
Estado.
O Direito Tributário regula principalmente as relações jurídicas entre o "Fisco", como sujeito
activo, e o Contribuinte, ou terceiros, como sujeitos passivos; regula a cobrança e a fiscalização
dos tributos.
Segundo o artigo 7, da Lei n.º 2/20062, de 22 de Março, são fontes normativas dos tributos em
Moçambique as seguintes:
a) a Constituição da República;
b) a lei;
c) o decreto-lei;
d) o decreto;
e) os diplomas ministeriais;
f) o regulamento das autarquias locais;
g) o contracto fiscal, nos termos previstos na legislação tributária;
h) a convenção internacional que vigore na ordem interna, nomeadamente convenções bilaterais
sobre matéria fiscal e aduaneira.
Em breves palavras, fonte do direito é o ponto de onde promana o direito, onde tem o
seu nascedouro, a sua origem na vida social para aparecer, com segurança e clareza, no campo da
regulação da conduta humana, sendo inseparável o conceito de fonte da ideia da obrigatoriedade
das normas por ela enunciadas.
As fontes têm várias classificações possíveis: podem ser voluntárias (ou intencionais) e
involuntárias, materiais ou formais; as formais, por sua vez, podem ser imediatas e mediatas.
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Com esta Lei estabelecem-se os princípios e normas gerais do ordenamento jurídico tributário moçambicano
aplicáveis a todos os tributos nacionais e autárquicos.
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nomeadamente, as leis, e que resultam de um processo formal legislativo, intencional, tendo em
vista a criação de regras de Direito.
Lei constitucional;
Tratados Internacionais;
Leis;
Decretos-lei;
Decretos Legislativos Regionais (não aplicável ao caso moçambicano);
Regulamentos (Externos: objectivados para os contribuintes).
Em sentido FORMAL, porém, a Constituição é uma LEI, escrita portanto, hierarquicamente
superior às demais leis, que com ela não poderão conflitar, sob pena de nulidade.
A expressão tratado designa um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e
regido pelo direito internacional, quer seja considerado um instrumento técnico, quer em dois ou
mais instrumentos conexos, e qualquer que seja a sua denominação panicular (Convenção de
Viena, art 2º, alínea a)).
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O acolhimento dos tratados internacionais como fontes de Direito está condicionado à sua
rectificação e publicação dos referidos acordos, pela Assembleia da República.
2.1.3 L E I
A Lei é outra fonte de grande importância, especialmente no direito moderno, pela
tendência quase universal de adoção das normas jurídicas legisladas, ou seja, do direito escrito,
em substituição às normas consuetudinárias.
A lei é tida também como acto legislativo, que segundo Sousa e Galvão (2000:46) é um
acto do poder político do Estado que provem do órgão constitucionalmente competente, obedece
a um procedimento constitucionalmente definido e reveste a forma constitucionalmente
qualificada de lei.
Para este autor, associa-se a definição da lei, o facto de ter conteúdo político uma vez
que contem opções ou escolhas colectivas com uma liberdade só limitada pela constituição.
Assim, a lei visa reger as relações entre cidadãos ou entre estes e o poder político.
Assim a lei, pode ser entendida como o conjunto de textos editados pela autoridade
superior (em geral, o poder Legislativo ou a Administração pública), formulados por escrito e
segundo procedimentos específicos. E pode-se incluir neste grupo os regulamentos
administrativos.
2.1.4 Decreto-lei
Decreto-lei3 é um decreto com força de lei, que emana do Poder Executivo, previsto nos
sistemas legislativos de alguns países. Os decretos-leis podem aplicar-se à ordem económica,
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Decreto-lei, acessado no dia 26/11/2018, pelas 14H20
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fiscal, social, territorial e de segurança, com legitimidade efetiva de uma norma administrativa e
poder de lei desde a sua edição, sanção e publicação no diário ou jornal oficial.
2.1.5 Regulamentos
Por outro lado, Sousa e Galvão (2000:150), consideram que o costume supõe dos
elementos essenciais. O uso, ou um a pratica social reiterada – o usus. E a convicção da
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obrigatoriedade da conduta que é objecto de repetição ao longo do tempo – a opinião júris vel
necessitatis.
Os usos, consideradas por Pereira (2001:92) como fonte diversa do costume, que
consistem na conduta social repetida duradouramente. Estes são acolhidos como fonte de direito
quando a lei expressamente os admita, por isso são fonte apenas mediata.
O autor refere ainda que, “o mero uso, só por si, não é suficiente para definir o costume.
Pode existir uso, sem que esse uso se juridifique e crie Direito”.
Podemos assim entender que costume é a regra não escrita que se forma pela repetição
reiterada de um comportamento e pela convicção geral de que tal comportamento é obrigatório
(isto é, constitui uma norma do direito) e necessário. O costume é fruto da dinâmica da sociedade
civil.
Isto revela que, além do direito escrito, a lei, existe um outro direito, não escrito,
costumeiro ou consuetudinário, que é fruto das pulsões diárias do grupo e da sociedade, sem
necessidade de intervenção do poder político do Estado. (Sousa e Galvão 2000:149).
2. Costume praeter legem – costume que regula a matéria não prevista pela
lei, isto é, vai para além da lei;
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3. Costume contra legem – costume de conteúdo oposto a lei, ou, que se
opõe a lei.
Os casos mais frequentes os dois últimos, isto é, o praeter e o contra legem. No entanto
é importante frisar que, em qualquer dos casos, a relevância jurídica não depende do facto de ser
acolhido, consagrado ou, sequer, tolerado pela lei.
É uma decisão dada por um órgão jurisdicional como é o caso do tribunal, isto é,
conjunto de interpretações das normas do direito proferidas pelo poder Judiciário.
Esta ideia é defendida Pereira (2001:92) que considera a jurisprudência como uma
“decisão jurisdicional, e, complexivamente, o conjunto das orientacoes seguidas pelos tribunais
no julgamento de casos concretos”. Refere que, esta, é uma fonte constitucional mas não legal de
normas jurídicas positivas.
Tribunal supremo
Tribunal regional
Conselho constitucional
Em termos de hierarquia de baixo para cima temos
1. Tribunal distrital
2. Tribunal provincial
3. Tribunal regional
4. Tribunal supremo
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Há também hierarquia de competências em que os processos julgados na cidade e o
recurso vai directo para o supremo e não só. Recentemente em Moçambique foram introduzidos
os tribunais regionais que vão contribuir na redução do tempo de recurso.
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Conclusão
O direito vigente nos países da Europa influenciou a regência das normas nos países
africanos durante o processo de colonização.
O costume é uma prática normativa aceite por uma determinada sociedade e pode ser
passada de geração por geração, de carácter obrigatório associado a uma convicção desta
obrigatoriedade. Assim podemos considerar o costume como uma forma de ser estar e fazer
dentro de uma sociedade com convicção de sua obrigatoriedade.
A doutrina desempenha um papel preponderante através dos seus reflexos nas funções
legislativas, jurisdicional e administrativa do Estado.
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Referencias Bibliográfica
SILVA, Edna da Lucia, Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. 3. ed. rev. atual.
Florianópolis, 2001.
PEREIRA, Potyara Amazoneida Pereira. Estado, regulação social e controle democrático. In:
BRAVO; PEREIRA (org.). Política social e democracia. São Paulo: Cortez; Rio de Janeiro:
UERJ, 2001.
FERREIRA, PINTO- Princípios Gerais do Direito Constitucional Moderno, Edição Saraiva, 1.962, 4a.
edição, 2 vols
GILISSEN, John, Introdução histórica ao direito, Lisboa, Fundação Gulbenkian, 1988 (ed. orig. :
Bruxelles, Bruylant,. 1979).
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