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1 OBJETIVOS

1) Apresentar propostas práticas de ensino dos números racionais para DV’s


encontradas na Dissertação de Mestrado de Elen Graciele Martins;
2) Analisar estas propostas quanto ao domínio do conhecimento específico da
professora a respeito da disciplina.

2 INTRODUÇÃO

“...Nós como professores somos ferramentas de mudanças na nossa


vida e na vida de outras pessoas também... precisamos entender as mudanças
ocorrentes de tempos em tempos.” MARTINS, Elen.

Este trabalho visa expor diferentes propostas de ensino dos Números Racionais
para deficientes visuais (dv) e analisa-las quanto ao domínio do conhecimento específico da
professora Elen Graciele Martins1.
Para as análises será utilizada a entrevista que foi realizada em Maio de 2018 por
José Marques Corrêa Neto, sobrinho da entrevistada, utilizando um aplicativo de
comunicação a distância chamado Hangout, tendo em mãos um roteiro de perguntas proposto
pela Profª. Dra. Cássia Sales, Prof. Dr. Rodrigo R. Gomes e Profª. Mestre Meire Moraes.
Além da entrevista também será utilizado a dissertação de mestrado da entrevistada.
Quanto a entrevista, Neto visou conduzi-la de forma a permitir que a professora
pudesse falar de suas experiências sem sair do inicialmente contexto proposto que era
encontrar possíveis oportunidades de problematização de suas práticas educativas. Foi notável
o envolvimento da entrevistada com a atividade, em diversos momentos foi observado em
suas expressões, tom de voz e comentários evidências de que ela se sentia lisonjeada por ter
sido selecionada e pela oportunidade de transmitir suas experiências para os alunos de
Licenciatura em Matemática do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São
Paulo, Campus Bragança Paulista (IFSP-Bragança).

1
Professora e Mestre Elen Graciele Martins, coordenadora de programas multidisciplinares do
município de Guarulhos, Licenciada em Matemática e Pedagogia pela Universidade de Guarulhos (UNG), Pós
Graduada Latu-Sensu em Educação Especial Inclusiva, Mestre em Educação Matemática e Doutoranda em
Educação Especial Inclusiva em Matemática sobre o tema Álgebra para Portadores de Deficiências Visuais
3 O CONCEITO DE CEGUEIRA

Usaremos como base para compreender o que se define como Deficiência Visual
(DV) a definição proposta pelo Instituto Benjamin Constant (IBC) em 2016 que considera
portador de tal deficiência os indivíduos que possuem “perda (cegueira) ou redução da
capacidade visual (baixa visão) em ambos os olhos em caráter definitivo, que não possa ser
melhorada ou corrigida com uso de lentes, tratamento clínico ou cirúrgico. ” Esta definição
foi escolhida uma vez que não descaracteriza o DV como desprovido de algum tipo de
capacidade cognitiva, segundo Koepsel (2016) “...a única diferença entre ele (DV) e os
videntes é a maneira como o conhecimento é adquirido.”

4 METODOLOGIA DE ANÁLISE

Para uma análise efetiva das práticas propostas pela professora iremos observar se
tais práticas visam a assimilação do algoritmo ou a compreensão cognitiva do conteúdo.
Entendemos como algoritmo um dispositivo lógico com uma sequência ordenada
de ações que devem ser rigorosamente seguidas para a solução de um problema, realizar uma
tarefa ou operação Matemática (PAIS, 2006).
A compreensão cognitiva do conteúdo é a capacidade de entendimento de cada
ação realizada no algoritmo e suas justificativas.
Adotaremos como objetivo da educação Matemática do público em questão a
compreensão cognitiva uma vez que esta é prioritária à memorização das regras, fórmulas e
algoritmos. A partir daí identificaremos dentre as práticas propostas quais que atendem este
critério.

5 O DESAFIO DA EDUCAÇÃO DE DEFICIENTES VISUAIS

No ano de 1996, quando tornou-se obrigatória a introdução dos deficientes visuais


nas Classes Comuns de Educação Básica2, foi criado um ambiente desafiador ao professor de
Matemática que deveria, a partir daí, adequar a sua prática de ensino de forma que tanto os
alunos videntes quanto os deficientes visuais pudessem ter acesso e compreensão dos
conteúdos da disciplina.

2
Classes Comuns de Educação Básica se refere às classes de estudantes que não contemplam uma
turma em que fossem agrupadas os estudantes com uma única deficiência específica como as classes especiais
para Deficientes Visuais.
O desafio de ensinar alunos deficientes visuais ao mesmo tempo que alunos
videntes levou a necessidade de desenvolvimento de projetos de ensino específicos para cada
categoria de deficiência em classes ocorrentes no contra turno escolar, as chamadas Classes
Especiais.
Trabalhando com estes alunos das Classes Especiais para Deficientes Visuais a
professora Elen Graciele Martins buscou desenvolver, registrar e discutir as práticas de ensino
dos Números Racionais específicas para estes alunos.

6 ATIVIDADES PROPOSTAS POR ELEN EM CADA ENCONTRO

6.1 Encontro Inicial, Compreensão do Conhecimento do Aluno


Para entender até que ponto se estende a compreensão dos alunos a respeito dos
Números Racionais foi feita uma entrevista onde eles falariam a respeito do assunto e uma
atividade rápida na qual eles deveriam identificar dentre vários números aqueles que são
racionais justificando a escolha.
6.2 Segundo Encontro, Apresentação do Software a ser utilizado
No segundo encontro foi apresentado um software que continha uma calculadora
musical colorida (MusiCALcolorida) onde usuários com cegueira poderiam conferir os
números digitados pelos sons que eram atribuídos aos diferentes dígitos de zero a nove e
aqueles com baixa visão poderiam também identifica-los nas cores diferentes.
1
Para interagir com a calculadora os alunos fizeram uma sequência de divisões ,
3

1 1
... .
4 11
6.3 Terceiro Encontro, Organizando e Classificando os Números
Racionais
Em uma caixa diversas frações foram colocadas em Braille e os alunos deveriam
identifica-las e classifica-las em Números Inteiros, Decimais Exatos, Decimais Periódicos
Simples, Decimais Periódicos Compostos. Para auxiliar na separação destes números eles
utilizaram o software de cálculo apresentado no encontro anterior.
6.4 Quarto Encontro, Discussão a Respeito das Descobertas dos Alunos
Através da comparação do conhecimento Matemático estabelecido com as
descobertas dos alunos nos encontros anteriores objetiva-se mostrar como que as descobertas
pessoais contribuíram para a conceptualização teórica do assunto.
www.ibc.gov.br/o-ibc visualizado às 9h20 no dia 6 de Junho de 2018
Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília, 2008. Disponível em
<http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/politicaeducespecial.pdf>. Acesso em: 6 Jun. 2016.
MORGADO, J. Os desafios da educação inclusiva: fazer as coisas certas ou fazer certas as
coisas.

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