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PORTUGUÊS ESPECIAL

CURSO DE FORMAÇÃO
PROFISSIONAL DE RADIALISTAS E
PUBLICITÁRIOS DO ESTADO DO
CEARÁ

2018

Professor, radialista e jornalista Luciano Luque


Disciplina: Língua Portuguesa
Promoção: Sindicato dos Radialistas e Publicitários do Ceará (SINDRADIOCE)
Rua Capitão Melo nº 3.750 – Bairro Pio XII, Fortaleza-CE – CEP 60120-220
www.sindradioce.wordpress.com
E-mail: sindradioce@gmail.com
Fones: (85) 32271208 | (85) 32272535

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Apresentação
Caro futuro colega radialista, desenvolvemos este Curso de Português,
exclusivo para você, com o objetivo de torná-lo um profissional competente
e cada vez mais amante da “Flor do Lácio”.

Esta missão propõe ofertar novos conhecimentos para que cumpra sua
verdadeira tarefa diante do microfone. O Curso vai proporcionar-lhe uma
comunicação mais leve, facilitando o entendimento por parte de seu público-
ouvinte.

O Curso foi preparado para o Radialista, porém, algumas outras propostas


de Português foram inseridas para um conhecimento mais amplo da nossa
língua, que servirão, também, para o seu dia-a-dia.

Dominar a língua portuguesa não é difícil, basta aceitar dois conselhos: muita
leitura e ouvir muito rádio. Leitura para saber escrever e sempre ouvir os
grandes profissionais radialistas para melhor se comunicar com seus
ouvintes.

Recomendamos que você esteja concentrado, durante o Curso, para melhor


absorver as informações e transformá-las em conhecimento e, assim,
tenhamos uma boa produtividade.

Êxito nos estudos.

Atenciosamente,

Radialista Edilson Alves


PRESIDENTE DO SINDICATO DOS RADIALISTAS E
PUBLICITÁRIOS DO ESTADO DO CEARÁ EM NOME DOS DEMAIS
MEMBROS DE DIRETORIA

“Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que


acredite que ele possa ser realizado”.
Roberto Shinyashiki, médico e professor paulista

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HAVER/FAZER - Ambos os verbos, quando indicam passagem de tempo, não ganham
plural (invariáveis): Exs: Não conversávamos havia três anos (certo); haviam três anos.
(errado)/Faz três anos que não nos vemos (certo)/Fazem três anos (errado)

HAVER/EXISTIR - No sentido de "existir", o verbo "haver" é invariável. O verbo


"existir" pluraliza: Exs: Na reunião, existiam cerca de 100 pessoas (certo); Na reunião,
haviam cerca de 60 pessoas (errado); Na reunião, havia cerca de 60 pessoas (certo)

MENOS (CERTO)/MENAS (ERRADO) – A palavra "menas" não existe na nossa


gramática. Diga sempre "menos". Exs: Hoje vou comprar mais calças e menas camisa
(errado); Hoje vou comprar mais calça e menos camisa (certo).

SEJE (ERRADO)/SEJA (CERTO) - É comum o cidadão deixar o parente na rodoviária


ou no aeroporto e na despedida dizer: Exs: Boa viagem, SEJE muito feliz (errado); Boa
viagem, SEJA muito feliz (certo).

MAS E MAIS - Esta provoca muita confusão. Tudo, no entanto, precisa ser esclarecido
para que nunca mais erremos. “Mas” é conjunção adversativa e tem o mesmo valor de
“porém”, “contudo” ou “entretanto”. “Mais” é advérbio de intensidade ou conjunção
aditiva, indicando adição ou acréscimo. É também o oposto de “menos”.

HÁ ou A - As duas formas podem ser usadas, mas precisam ser empregadas de forma
correta. “Há” indica passado e equivale a faz, enquanto ”a” exprime distância ou tempo
futuro (não pode ser substituído por faz). Ex: Chegou "há" duas horas e vai embora daqui
"a" cinco minutos (certo).
HÁ – deve ser utilizado para indicar tempo passado: Ex: Há duas semanas a torcida espera
ansiosa pela convocação do time (certo); Ex: Ele partiu há (faz) pouco menos de dez dias.
A – Deve ser utilizado para indicar tempo futuro: Ex: A duas semanas, o técnico
apresentará a escalação do time.

ASSISTIR AO/ASSISTIR O - Quando usado no sentido de "ver", o verbo "assistir" rege


a preposição "a": Exs: Assistiu ao programa (certo)/ assistiu o programa (errado); Assistiu
ao vídeo (certo)/Assistiu o vídeo (errado); Vamos assistir ao jogo. (certo)/vamos assistir
o jogo (errado); Já no sentido de "ajudar" ou "prestar auxílio", o verbo vem sem a
preposição. Exs: O vendedor assistiu o cliente; O médico assiste o doente; Assistiu o culto
(auxiliou) certo/Assistiu ao culto (espectador) - certo

MEU ÓCULOS CAIU OU MEUS ÓCULOS CAÍRAM? - A armação tem duas lentes,
portanto, são dois óculos: Exs: Ele quebrou "o" óculos. (errado); Estes óculos são meus
(certo). Da mesma forma: Meus parabéns, meus pêsames, seus ciúmes, nossas férias,
felizes núpcias.

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OBRIGADO/OBRIGADA - Essa regra é muito simples: Um homem diz
“obrigado”/dois homens dizem "obrigados"; Uma mulher diz “obrigada”; duas mulheres
dizem "obrigadas"; Um homem e uma mulher agradecem dizendo “obrigados” porque o
masculino prevalece.

Os pronomes demonstrativos ESTE e ESSE


ESTE - Regra básica: a) Quando o objeto ou a pessoa estiver perto usa-se ESTE
Exs: A verdade é esta: a equipe está realmente empenhada; Neste exemplo, o pronome
“esta” refere-se ao ato de a equipe estar empenhada.
ESSE - Regra básica: a) Quando o objeto ou a pessoa estiver distante usa-se ESSE. Ex:
Essa turma aí é interessada?

FIGURAS DE LINGUAGEM - Uma das figuras de linguagem mais utilizadas é o


pleonasmo. Trata-se da repetição desnecessária que tem o mesmo significado, numa
mesma oração, e que as bancas de vestibulares, de concursos e do Enem não perdoam.
“Há 20 anos atrás houve muitas brigas”. (Este pleonasmo é usado frequentemente. É um
erro crasso). Outros muito comuns: sair para fora, subir para cima, cego dos olhos, bater
palmas com as mãos, unanimidade de todos, acabamento final, surpresa inesperada,
conviver juntos, encarar de frente, gritar alto, cheirar com o nariz, elo de ligação, dupla
de dois, estreia pela primeira vez, panorama geral, ganhar de graça, própria autobiografia,
almirante da Marinha, adiar para depois, conclusão final, surdo do ouvido.

Cacofonia – É outro vício que deve ser evitado. Esta consiste em sons produzidos pela
junção do final de um vocábulo e começo de outro. Ecoam desagradavelmente, causando
tonalidades ridículas ou muitas vezes que levam a não distinção da mensagem. A
pronúncia emitida é, em certos casos, engraçada, mas, há também situações em que esta
figura gera termos ofensivos ou inconvenientes. Exemplos: Eu vi ela na praça (vi+ ela=
viela); Alma minha gentil que te partiste (Alma + minha = maminha); Não me preocupei,
já que tinha terminado a prova. (ja + que+ tinha = jaquetinha); Ela tinha uma bolsa de
couro. (la+ tinha= latinha); Vou-me já.

RÉCORDE OU RECORDE? - Recorde é uma palavra paroxítona e, portanto, a sílaba


tônica é o "cor". A confusão é feita por causa de "record", do inglês, que pode ser
pronunciado como "récord". Portanto, o correto é pronunciar "recórde". E a "TV
Record"? Ninguém diz "TV Récordi", mas sim "TV Recór". Bem, é que "record", em
inglês, pode significar "registrar" ou "gravar". Assim, a pronúncia muda para "recór" ao
invés de "récorde".

ELA MESMO OU ELA MESMA – A palavra “mesmo”, quanto equivale a próprio, é


variável: Ela "mesmo" arrumou a sala (errado). Exs: Ela mesma (própria) arrumou a sala
(certo); Elas mesmas arrumaram a mala. (certo); Eles mesmos arrumaram a mala. (certo);
As vítimas mesmas recorreram à polícia. (certo).

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POSOU E POUSOU - A modelo ficou cansada porque pousou o dia todo (errado).
Modelo posa (de pose). Quem pousa é ave, avião, viajante, etc. Não confunda também
tráfico (contrabando) com tráfego (trânsito).

USO CORRETO DAS FORMAS PARA EU/PARA MIM


PARA EU – Usado no meio da frase e quando houver ideia de finalidade.
Ex: Esta atitude do jogador é reprovada por mim. Parece até que foi feita para eu não mais
comentar futebol. Pelo amor de Deus! (certo)
Ex: O ouvinte enviou aqui um recado para eu lê-lo e comentá-lo. (certo)
PARA MIM – Usado no final da frase. Porém, quando for complemento pode ser
deslocado sem causar qualquer prejuízo.
Ex: Não é difícil para mim fazer este comentário. (FAZER ESTE COMENTÁRIO NÃO
É DIFÍCIL PARA MIM).
Observação – Não há nenhum erro nesta construção. Ao pormos a frase na ordem, a forma
PARA MIM ficou no final da frase.

OCTOGENÁRIO OU OCTAGENÁRIO? -Quem completa 80 anos passa a ser


octogenário ou octagenário? Pode surpreender, mas, para o Vocabulário Ortográfico da
Academia Brasileira de Letras só existe octogenário. A palavra “octagenário” não existe
no dicionário. Os prefixos gregos usados na formação de muitas palavras com sentido de
multiplicação são tri, tetra, penta, hexa, hepta, octo, nona. Reparem: octo é o único que
acaba com “o”, e não “a”; isso certamente será o que explica que, por analogia, os falantes
tenham “criado” o prefixo “octa”, usado em formas como octagenário. Assim, quem
chega na posição de número 80 chega em octogésimo (e não em octagésimo) e uma
palavra ou verso com oito sílabas é octossílabo (e não octassílabo).

CAMPEONATOS ESPORTIVOS - Qual destas formas é a correta? A - Bicampeão,


tricampeão, tetracampeão, pentacampeão, hexacampeão; ou B - Bi-campeão, tri-
campeão, tetra-campeão, penta-campeão, hexa-campeão. Escolheu a letra a? Acertou. Os
prefixos que indicam vezes nunca aceitam hífen, com a exceção imposta pelo último
acordo da língua portuguesa, caso de 23 vezes campeão: tri-icosacampeão.

1 vez campeão – campeão; 2 vezes campeão – bicampeão; 3 vezes campeão – tricampeão;


4 vezes campeão – tetracampeão; 5 vezes campeão – pentacampeão; 6 vezes campeão –
hexacampeão; 7 vezes campeão – heptacampeão; 8 vezes campeão – octocampeão; 9
vezes campeão – eneacampeão; 10 vezes campeão – decacampeão; 11 vezes campeão –
unodecacampeão; 12 vezes campeão – duodecacampeão; 13 vezes campeão –
tridecacampeão; 14 vezes campeão – tetradecacampeão; 15 vezes campeão –
pentadecacampeão; 16 vezes campeão – hexadecacampeão; 17 vezes campeão –
heptadecacampeão; 18 vezes campeão – octodecacampeão; 19 vezes campeão –
eneadecacampeão; 20 vezes campeão – icosacampeão; 21: henicosacampeão; 22:
doicosacampeão; 23: tri-icosacampeão; 24: tetraicosacampeão; 25: pentaicosacampeão;
26: hexaicosacampeão; 27: heptaicosacampeão; 28: octoicosacampeão; 29:
eneaicosacampeão; 30: triacontacampeão; 40: tetracontacampeão; 50:

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pentacontacampeão; 60: hexacontacampeão; 70: heptacontacampeão; 80:
octocontacampeão 90: nonacontacampeão; 100: hectacampeão

BENEFICENTE (CERTO)/BENEFICIENTE (ERRADO) - A forma correta é


"beneficente" porque "beneficiente" não existe na língua portuguesa.

OS CAMPI UNIVERSITÁRIOS E AS BLITZE DO DETRAN - Campus é um nome


masculino, do latim “champ” que significa ‘campo’, ‘plano´, ‘terreno’, diferentemente de
‘terreno cultivado ou cultivável’ que tem origem em ‘ager, agr(i)’. Campus entra no
português pelo inglês, com a nova acepção de área que compreende terreno e edifícios de
uma universidade. O plural de campus é campi; assim como o plural de blitz é blitze.

PLURAIS QUE SE ERRA COM FACILIDADE - Cidadão – cidadãos; Escrivão –


escrivães; Tabelião – tabeliães; Mau caráter - maus caracteres; Ancião – anciães, anciãos,
anciões (se faz de três formas)

DIMINUTIVOS QUE SE ERRA COM FACILIDADE - Algumas pessoas pensam que


é errado usar as palavras diminutivas, mas engana-se quem pensa dessa forma, até porque
existem outras maneiras além das terminações inho e inha para indicar o diminutivo de
uma palavra, como “icha”, “eco”, “zinho” e “zinha”. Devemos ficar atentos à forma de
escrever e também na forma de pronunciar corretamente a palavra no diminutivo e sempre
tentar buscar a real gramática das palavrinhas que ainda deixam aquela dúvida, como:

Veja, também, se o diminutivo é com “z” ou com “s” e o por quê: Bolsa: bolseta ou
bolsinha (bolsinha é o mais comum); Casa: casinha; Lapis – lapisinho; Livro: livrinho ou
livrozinho; Banho: banhinho ou banhozinho; Papel: papelinho ou papelzinho; Menino:
menininho ou meninozinho; Voz: vozinha; Luiz – Luizinho; Luís – Luisinho; Pão:
pãozinho; Pães: pãezinhos; Chuva: chuvazinha ou chuvinha; Anel: anelzinho; Anéis:
aneizinhos; Devagar: devagarzinho ou devagarinho; Ilha: ilhazinha ou ilhinha ou ilhota;
Mulher: mulherinha ou mulherzinha; Rapaz: rapazinho; Luz: luzinha; Flor: florzinha;
Flores: florezinhas; Texto: textozinho ou textinho; a foto: a fotinho; Moto: a motinho;
Árvore: arvorezinha; Barba: barbinha ou barbicha; Xícara: xicarazinha, xicarinha,
xicarazita; Rua: ruela; Rio: riozinho, riacho, ribeiro.

PROIBIDA ENTRADA OU PROIBIDA A ENTRADA? - Sempre que utilizar verbo


de ligação (ser, estar, parecer, ficar, permanecer, continuar), principalmente o verbo ser,
e não houver elemento modificador do sujeito (artigo, por exemplo), tanto o verbo quanto
o predicativo do sujeito devem permanecer na forma masculina, singular. Agora, se
houver o elemento modificador, o verbo e o predicativo concordam com o modificador.
O sujeito da oração é "a entrada", feminino e acompanhado de artigo: “Proibida a
entrada". Sem o artigo, porém, a frase fica assim: “Proibido entrada”. Exs: Proibida a
entrada (certo) e ou Proibido entrada (certo); Proibido a entrada (errada). Outros
exemplos: Pimenta é bom; Esta pimenta está boa; É necessário dedicação; A dedicação é
necessária; Está proibido brincadeiras; Estão proibidas as brincadeiras; Batata é bom; A
batata é boa. Resumo. Se você generalizar, isto é, se você não usar um determinante, a
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concordância com valor genérico fica no masculino: É proibido entrada de animais/É
permitido venda de bebidas. Mas, se tiver o determinante, o verbo vai concordar, neste
caso, com a palavra entrada. Portanto, flexiona para o feminino: É proibida a entrada de
animais ou É permitida a venda de bebidas.

MEIO-DIA E MEIA (CERTO)/ MEIO-DIA E MEIO (ERRADO) - Quando a palavra


"hora" é fracionada sempre se utiliza "meia" - portanto, "meio-dia e meia". "Meia" é
numeral fracionário e deve concordar em gênero com a unidade fracionada. Outra coisa:
"meio-dia" permaneceu com hífen após o Novo Acordo Ortográfico.

HAJA VISTA E HAJA VISTO - "Haja visto" não existe. O certo é HAJA VISTA e
não varia: Haja vista seu empenho; Haja vista seus esforços; Haja vista suas críticas.

“SE VOCÊ VER O JOÃO, DIGA QUE QUERO FALAR COM ELE” (errado) Se
eu vir, revir, previr. Da mesma forma se eu vier (de vir), convier; se eu tiver (de ter),
mantiver; se ele puser (de pôr), impuser; se ele fizer (de fazer), desfizer; se nós dissermos
(de dizer), predissermos. Então, o CERTO é Se você vir o João por aí. (certo); Se eu vir
você por aí.

EMINENTE/IMINENTE - Formas parecidíssimas, significados diferentes e grande


chance de confusão. Para memorizar: "eminente" está relacionado a qualidade,
excelência, como em "é um profissional eminente"; já "iminente" indica que "vai
acontecer em breve". Ex: O prédio está em risco de perigo iminente (imediato); ´pronome
de tratamento para cardeal “Vossa Eminência” (para o Papa é “Vossa Santidade” e para
Padre é “reverendo”).

DE ENCONTRO A ou AO ENCONTRO DE - As duas formas são corretas. DE


ENCONTRO A – indica ideia contrária, oposição. Ex: Minhas ideias vão de encontro ao
do treinador. AO ENCONTRO DE – significa ser favorável, estar de acordo. Ex: Meu
pensamento, sem dúvida alguma, vai ao encontro das afirmações do treinador.

MEIO (advérbio) - O vocábulo MEIO, quando intensifica é invariável porque é um


advérbio. Exs: Parece-me que a torcida está meio apática. (certo); Ela está meio triste
porque está meio doente (certo); Ela está meia triste porque está meia doente (errado)

ERMO E ESMO - ERMO - do grego "éremos", significa deserto, desabitado, solitário:


Exs: É bom evitar lugares ermos; A fazenda fica numa região erma. ESMO - quer dizer
"à toa", "ao acaso", "sem rumo", "sem certeza": Ex: Americano preso por atirar a esmo
em escola.
SOB E SOBRE - Sob: A preposição “sob” tem sua origem no latim sub. É empregada
em situações em que seu significado corresponde a “embaixo de”, “em estado de”,
“sujeito à influência ou ao comando de algo ou alguém”. Sob significa debaixo de: Ex:
Escondeu-se sob a cama (certo). A preposição “sobre” também tem sua origem no latim
- super. É empregada em situações em que seu significado corresponde a “em cima de”,

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“acima de” ou “a respeito de”. Exs: Ficou "sobre" a mira do assaltante (errado); Ele ficou
sob a mira do assaltante (certo); Ele estava sobre o telhado (certo).

PRONÚNCIAS CORRETAS DE DETERMINADOS VOCÁBULOS


IMPROBO ou ÍMPROBO (DESONESTO)? - A pronúncia correta é ímprobo. Trata-
se de um vocábulo proparoxítono. Exs: Não se pode dizer que o presidente do clube é
ímprobo; Ela é ímproba.

GRATUITO ou GRATUÍTO? - A pronúncia correta é gratúito, assim como circúito,


intúito e fortúito (o acento não existe. É só para indicar a letra tônica). Da mesma forma:
flúido, condôr, recórde, aváro, ibéro. Portanto, não existe “gratuíto”. Não há hiato, mas
ditongo. Ex: É um comentário GRATUITO, sem necessidade.

INEXORÁVEL (decisão severa e inflexível de um juiz, por exemplo) - Algumas


pessoas pronunciam dessa forma INEKSORÁVEL, som de KS. Isso é um erro. A
pronúncia correta é com som de Z. O X tem som de Z – INEZORÁVEL. A escrita, claro,
é com X, o qual deve ser pronunciado com som de Z. Isto, quando o X” aparece entre
duas vogais.

SUBSÍDIO OU SUBZÍDIO - A escrita correta é com S não com Z. Logo, a pronúncia


também deve ser com S sem o som de Z. A letra S terá som de Z se vier entre duas vogais
(asa-mesa-lousa e presa...). No caso do vocábulo SUBSÍDIO o S não se encontra entre
suas vogais, logo a pronúncia deve ser SI e não ZI, como alguns costumam pronunciar.
Subsídio é um substantivo masculino que entre os seus significados estão: apoio, recurso,
reserva, reforço entre outros. Exs: Enviarei alguns subsídios para a sua tese; Criou-se uma
reserva de subsídio destinada aos menos favorecidos.

AEROSOL OU AEROSSOL? - A grafia e pronúncia são aerossol, com dois “S”. A


palavra aerosol é frequentemente utilizada pelos falantes da língua portuguesa, mas está
errada. A escrita correta é com ss e a pronúncia correta é com som c, como sol, sopa,
sonho, massa e pássaro.

INTERVIU ou INTERVEIO? - Não é incomum percebemos o uso equivocado da forma


verbal INTERVIU. O uso correto é sempre INTERVEIO. Ex: O capitão do time interveio
na decisão do árbitro.

MANTER OU MANTIVER - As duas formas são corretas, no entanto, observa-se o uso


equivocado, especialmente no futuro do subjuntivo.
Ex: Se ele mantiver o jogador em campo, a partida já estará definida. (certo)
Ex: Se ele manter o jogador em campo, a partida já estará definida (errado)
Ex: Pra ele manter o jogador em campo, precisará fazer outras mudanças táticas (certo)
Ex: Pra ele mantiver o jogador em campo, precisará fazer outras mudanças táticas (errado)

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PREVILÉGIO OU PRIVILÉGIO - A pronúncia não é PRE e sim PRI. Ex: É um
privilégio está ao seu lado para comentarmos este grande jogo de futebol. (certo)

Incorreto Correto
Impáfia Empáfia
Impecilho Empecilho
Empasse Impasse
Tauba Tábua
Viria Virilha
Granito Granizo
Detetização Dedetização
Pertubar Perturbar
Júniors Juniores
Sêniors Seniores
Espinho de peixe Espinha de peixe
Iorgute Iogurte
Célebro Cérebro
Mortandela Mortadela
Estruprar Estuprar
Gunverno Governo
Metereologia Meteorologia
Imendas Emendas
Asterístico Asterisco
Bicabornato Bicarbonato
Supérfulo Supérfluo
Beneficiente Beneficente
Triologia Trilogia
Reinvindicar Reivindicar
Intrevista Entrevista
Degladiar Digladiar
Poblema ou pobrema Problema
Mindingo Mendigo
Imbigo Umbigo
Priguiça Preguiça
Frustado Frustrado
Madastra Madrasta
Padastro Padrasto
Sombrancelha Sobrancelha
Neufrágico Nevrálgico (ou Neurálgico)

PALAVRAS PARÔNIMAS - Palavras que são escritas de forma parecida e são


pronunciadas de forma parecida, mas que apresentam significados diferentes. Fonética
(som) semelhante; Grafia (escrita) semelhante; Significado diferente

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Despensa/Dispensa
- A despensa está cheia de arroz
- O técnico dispensou o jogador
A caução/o calção - A caução é substantivo feminino que significa cautela, garantia ou
valor depositado ou aceite para garantia de qualquer responsabilidade. Fiança, fiador.
O calção é uma vestimenta.
Absorver/absolver
- Tentaremos absorver toda esta água com esponjas (sorver).
- Após confissão, o padre absolveu todos os fiéis de seus pecados. (inocentar)
Aferir/auferir
- Realizaremos uma prova para aferir seus conhecimentos (avaliar, cotejar).
- O empresário consegue sempre auferir lucros em seus investimentos (obter).
Cavaleiro/cavalheiro - Todos os cavaleiros que integravam a cavalaria do rei
participaram na batalha (homem que anda de cavalo); Meu marido é um verdadeiro
cavalheiro, abre sempre as portas para eu passar (homem educado e cortês).
Cumprimento/comprimento - - O comprimento do tecido que eu comprei é de 3,50
metros (tamanho, grandeza). - Dê meus cumprimentos a seu avô (saudação).
Delatar/dilatar/deletar - Um dos alunos da turma delatou o colega que chutou a porta e
partiu o vidro (denunciar); Comendo assim tanto, você vai acabar dilatando seu estômago
(alargar, estender); Vou deletar o texto do computador.
Dirigente/diligente - O dirigente da empresa não quis prestar declarações sobre o
funcionamento da mesma (pessoa que dirige, gere).
- Minha funcionária é diligente na realização de suas funções (aplicada).
Discriminar/descriminar - Ela se sentiu discriminada por não poder entrar naquele clube
(diferenciar, segregar); Descrimine a relação dos que você precisa; Em muitos países se
discute sobre descriminar o uso de algumas drogas (descriminalizar).
Estofar/estufar - Meu pai mandou estofar a velha poltrona da sala. (pôr estofo); Vou
estufar esta carne com ervilhas e cenouras. (refogar)
Fluvial/pluvial - É muito alto o índice de precipitação numa floresta pluvial (relativo a
chuva); Muitos utilizam diariamente transportes fluviais (relativo a rio).
Infligir/infringir - O juiz infligirá uma multa altíssima a todos condutores embriagados
(aplicar); Ele infringiu as leis de trânsito com uma condução muito agressiva
(transgredir).
Retificar/ratificar - É preciso retificar este documento mal redigido (corrigir).
- Ratifico tudo aquilo que já disse sobre o assunto (confirmar).
Tráfego/tráfico - Há engarrafamento devido ao intenso tráfego (trânsito).
- Todos os dias ouvimos notícias sobre o tráfico de drogas (comércio clandestino).
Mandado/mandato - O oficial de Justiça entregou o mandado; O parlamentar estadual
tem mandato até janeiro de 2019.
Frauda – fralda - Ele frauda o contrato (enganar, burlar); Ele fralda a criança (coloca
fralda no bebê).
Espiar – Expiar - Ele espia (brecha) a conta; Ele expia (paga) a conta.
Pleito – Preito - Pleito (litígio, contenda, reivindicação (o pleito dele é por melhor
salário); Preito – Homenagem, respeito (Meu preito de gratidão)

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Rangido – Rugido - Ele rangeu os dentes (ruído áspero); O leão rugiu (grito)

CASOS DE CONCORDÂNCIA E DE REGÊNCIA


CONCORDÂNCIA COM O COLETIVO - O verbo deverá ficar sempre no singular,
nunca no plural. Exs: A multidão gritaram gol. (errado); A maioria está ansiosa para o
início do jogo, professor Henrique Martins (certo); A galera vibra na arquibancada (certo)

CONCORDÂNCIA COM UM DOS QUE - Quando se pretende estabelecer a


concordância com esta expressão, o verbo poderá ficar no singular ou no plural. No
entanto, depende da ideia que se deseja passar. Exs: Romário foi um dos que mais
contribuiu para a vitória do time. (ênfase a Romário); Ex: Romário foi um dos que mais
contribuíram para a vitória do time. (além de Romário, outros também foram importantes)
Observação – a forma plural é a mais adequada.

CONCORDÂNCIA COM FRAÇÕES - O verbo deverá concordar com número da


fração. Exs: Dois terços da população SOBREVIVEM com muitas dificuldades; Um
terço da população SOBREVIVE com muitas dificuldades.

CONCORDÂNCIA COM UM MILHÃO - Se não aparecer substantivo no plural, o


verbo ficará no singular. Ex: Um milhão assistiu ao espetáculo. Se houver o substantivo
no plural, a concordância poderá ser realizada com numeral ou com o substantivo,
podendo o verbo ficar ou singular ou no plural (neste caso, concordando com o mais
próximo). Exs: Um milhão de pessoas participou da manifestação ou um milhão de
pessoas participaram da manifestação; Um milhão de árvores foram derrubadas; Um
milhão de árvores foi derrubado

56 – CONCORDÂNCIA COM O VERBO SER - Quando não há sujeito (referindo-se


a tempo ou a espaço) deve concordar com a palavra seguinte:
Ex: É uma hora da tarde. (certo)
Ex: São duas horas da tarde. (certo)
Ex: São treze quilômetros até o centro da cidade. (certo)
EX: A distância até o centro da cidade É de 13km. (certo)

QUANTO AO DO DIA DO MÊS - Hoje É dia oito de julho (certo); Amanhã SERÁ dia
nove (certo); Hoje são oito de julho (certo)

Uso do ONDE e AONDE - "Onde" é o lugar em que alguém ou alguma coisa está.
ONDE – usa-se com verbos que indicam estaticidade/fixo (MORAR–RESIDIR–
ESTUDAR–FICAR–ESTAR–PERMANECER–TRABALHAR). Exs: Onde tu estás
(pelo telefone), Edilson Alves?; O técnico não sabe onde deve atuar o Adalbeto; Onde
ocorreu o gol?; A cidade onde ocorrerá o jogo é muito quente.
AONDE – usa-se com verbos de movimento (CHEGAR–IR–VOLTAR–
RETORNAR) - Por isso, quem vai, vai "a" algum lugar: "vai aonde". Exs: Aonde tu vais,

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Gualber Calado?; Não sei aonde o técnico quer chegar com essa escalação/O estádio,
aonde iremos, não é um dos melhores da região.

USO CORRETO DE ALGUMAS LOCUÇÕES E EXPRESSÕES

À CUSTA DE ou ÀS CUSTAS DE - Não existe a locução ÀS CUSTAS DE, o correto


é À CUSTA DE. Ex: O filho ainda é pequeno e vive à custa do pai (certo).

À ESPERA DE ou NA ESPERA DE - A locução correta é À ESPERA DE;


Exs: Os jogadores estão à espera da decisão do treinador (certo)/Os jogadores estão na
espera da decisão do treinador (errado).

EM VEZ DE / AO INVÉS DE - As duas formas estão corretas, no entanto, apresentam


sentidos distintos. EM VEZ DE – deve ser utilizado na indicação de NO LUGAR DE:
Ex: Em vez de vir para o campo com todos os titulares, manteve apenas quatro; AO
INVÉS DE – indica oposição; Ex: Ao invés de instigar seus jogadores para a vitória,
incentivou-os à derrota.

SANTO E SÃO - O uso segue uma regra: nomes que começam com consoante recebem
“são” (São Paulo, São Pedro) e nomes iniciados com vogal ficam com “santo” (Santo
Agostinho). A contração é oficial e reconhecida pela Igreja Católica. Gramaticalmente
falando, a regra evita a cacofonia, como “santo João” ou “são André”. A exceção é Santo
Tomás ou São Tomás. O uso de Santo Tomás, em substituição a São Tomás, é apenas por
razão eufônica, pois para quem ouve, São Tomás pode soar como Santo Más.

CONJUGAÇÃO CORRETA DE ALGUNS VERBOS


DISTINGUIR – Não se deve pronunciar o U. Temos, na verdade, um dígrafo.
COMPETIR – Não se deve pronunciar EU COMPETO, mas EU COMPITO.
ADERIR – Não existe a forma EU ADERO, mas EU ADIRO.
INTERVIR – Não se deve pronunciar nem se conjugar ELE INTERVIU, mas ELE
INTERVEIO.
PREVER – Não se deve pronunciar nem conjugar ELE PREVEU, mas ELE PREVIU.
VER – Atenha-se à conjugação no futuro do subjuntivo – não se deve pronunciar ou
conjugar “quando eu ver”, mas QUANDO EU VIR.
PREMIAR – Não se deve pronunciar nem conjugar EU PREMEIO, mas EU PREMIO.
REMEDIAR – Não se deve pronunciar nem conjugar EU REMEDIO, mas EU
REMEDEIO.
DESPEDIR – Não se deve pronunciar nem conjugar EU DISPEÇO, mas EU DESPEÇO.
ENTREVER – Não se deve pronunciar nem conjugar ENTREVEU, mas ENTREVIU.
ENTRETER – Não se deve pronunciar nem conjugar ELE ENTRETEU, mas ELE
ENTRETEVE.
DISPOR – Não se deve pronunciar nem conjugar “quando ele dispor”, mas QUANDO
ELE DISPUSER.
CABER – Não se deve pronunciar nem conjugar “eu cabo”, mas EU CAIBO.

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PLURAL DE ALGUNS VOCÁBULOS
CIDADE-SEDE – A forma correta do plural é CIDADES-SEDE. Apenas o primeiro
elemento flexiona. Ex: As cidades-sede estão quase todas prontas para a Copa do Mundo.
HOMEM-BOMBA – A forma correta do plural é HOMENS-BOMBA. Apenas o
primeiro elemento se flexiona. Ex: Torçamos para que não surjam homens-bomba.
ESCOLA-PADRÃO – A forma correta do plural é ESCOLAS-PADRÃO. Apenas o
primeiro se flexiona. Ex: As escolas-padrão de futebol no Brasil estão escassas.
MATÉRIA-PRIMA– A forma correta do plural é MATÉRIAS-PRIMAS. Os dois
vocábulos se flexionam. Ex: Que as nossas matérias-primas permaneçam sendo as
melhores do mundo, amigo Gilmar Maciel.
BEL-PRAZER – A forma correta do plural é BEL-PRAZERES. Apenas o segundo
elemento se flexiona. Ex: Os nossos bel-prazeres não devem ser extintos.
ALTO-FALANTE – A forma correta do plural é ALTO-FALANTES. Apenas o segundo
elemento se flexiona. Estes alto-falantes atrapalham a nossa transmissão.
PRIMEIRA-DAMA – A forma correta do plural é PRIMEIRAS-DAMAS. Os dois
elementos se flexionam. Ex: As primeiras-damas do Piauí e do Maranhão se encontram.

COLOCAÇÃO PRONOMINAL - O pronome deverá vir antes da forma verbal quando


se inicia com atrativos ou com qualquer outro vocábulo (substantivo–pronome
substantivado). Exs: Não me diga!; Ela se dispôs a patrocinar a seleção. (não atrativo); A
seleção nos deixa emocionados (não atrativo); A seleção deixa-nos emocionados (forma
também correta). O pronome deverá vir no meio da conjugação verbal quando o verbo
vir no futuro do presente ou do pretérito. Exs: Far-me-ei presente ao estádio/Dir-te-ia que
a seleção está muito bem preparada. O pronome deverá vir após a forma verbal quando
iniciamos frases com verbos. Exs: Diga-me onde houve gol.

COLOCAÇÃO PRONOMINAL - 1 - Iniciando frase com pronome - Ex: Me diga o


que o técnico passou para os jogadores (errado); Diga-me (certo).

USO CORRETO DA VÍRGULA


1. Intercalações e explicações (aposto)
a) Os times, mesmo desfalcados, entram em campo confiantes.
b) A Copa do Mundo, maior evento futebolístico, vai ser realizada na Rússia.

2. Ao iniciar com preposição, após o termo, deve-se virgular


a) Após o jogo, o treinador deu uma entrevista bem veemente.
b) Em se tratando de clássico, prefiro, professor Maurício Benevides, não opinar.
c) Com o apoio da torcida, Moura Pinto, o time jogou com muita determinação.
d) Foi um espetáculo! Só nos resta, professor Freire Neto, confiar mais na nossa seleção.

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SÓ PARA RELEMBRAR E NUNCA ESQUECER
- "Cerca de 188 pessoas o saudaram (errado). Cerca DE indica arredondamento e não
pode aparecer com números quebrados: cerca de 200 pessoas o saudaram; cerca de mil
pessoas... (número fechado).
- A modelo "pousou" o dia todo (errado). Modelo posa (de pose). Quem pousa é ave,
avião, viajante, etc. Não confunda também tráfico (contrabando) com tráfego (trânsito).
– Se você ver o João por aí; Se eu "ver" você por aí. (errados). O certo é: Se você me vir;
Se eu vir você por aí;
- Ela "mesmo" arrumou a sala (errado). Mesmo, quanto equivale a próprio, é variável:
Ela mesma (própria) arrumou a sala./Elas mesmas arrumaram a mala/Eles mesmos
arrumaram a mala/ As vítimas mesmas recorreram à polícia.
- Acordos "políticos-partidários" (errado). Nos adjetivos compostos, só o último elemento
varia: acordos político-partidários, luso-brasileiros. Bandeiras verde-amarelas, medidas
econômico-financeiras, partidos social-democratas.
- Tons "pastéis" predominam (errado). Nome de cor, quando expresso por substantivo,
não varia: Tons pastel, blusas rosa, gravatas cinza, camisas creme. No caso de adjetivo, o
plural é o normal: Ternos azuis, canetas pretas, fitas amarelas.
- Todos somos "cidadões" (errado). O plural de cidadão é cidadãos. Veja outros:
caracteres (de caráter), juniores, seniores, escrivães, tabeliães.
- Vendeu "uma" grama de ouro (errado). Grama, peso, é palavra masculina: Vendeu um
grama de ouro, vitamina C de dois gramas. Femininas, por exemplo, são a agravante, a
atenuante, a alface, a cal, etc.
- Soube que os homens "feriram-se (errado). O QUE atrai o pronome: Soube que os
homens se feriram. / A festa que se realizou... O mesmo ocorre com as palavras negativas,
as conjunções subordinativas e os advérbios: Não se vá... /Não lhe diga nada. / Nenhum
dos presentes se pronunciou. / Quando se falava no assunto./Como as pessoas lhe haviam
dito... / Aqui se faz, aqui se paga./ Depois o procuro.
- Veja outras confusões: O "fuzil" (fusível) queimou./Casa "germinada" (geminada).
- Quebrou "o" óculos (errado). Concordância no plural: os óculos, meus óculos. Da
mesma forma: Meus parabéns, meus pêsames, seus ciúmes, nossas férias, felizes núpcias.
- Não há regra sem "excessão" (errado). O certo é exceção. Veja outras grafias erradas e,
entre parênteses, a forma correta: "paralizar" (paralisar), "beneficiente" (beneficente),
"xuxu" (chuchu), "previlégio" (privilégio), "zuar" (zoar), "frustado" (frustrado),
"advinhar" (adivinhar), "benvindo" (bem-vindo), "ascenção" (ascensão), "pixar" (pichar),
"impecilho" (empecilho).

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA - Para encerrar, dizemos que há 6.000 línguas faladas no


mundo nos dias atuais. As 10 mais faladas, chamadas de megalínguas, são as seguintes:
mandarim, inglês, espanhol, hindu, árabe, português, francês, bengali, russo e o japonês.
Demos exemplos para confirmar que a linguagem popular enriquece o dicionário. A
palavra original é mastruço, porém, de tanto o povo pronunciar – talvez por influência do
sucesso de uma banda de forró – já foi oficializada a palavra mastruz. Também não existia
“Ela é membra da comissão”, porém, já foi dicionarizada como feminino de “membro”.
Existia só assobiar, mas de tanto o povo falar já foi oficializada assoviar. Outro exemplo

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é alpercata, que ganhou como dicionarizadas as variantes alparca, alparcata, alpargata e
alpergata. Tudo se chama neologismo.

Há, porém, o estrangeirismo, que também sempre existiu. Do francês (galicismo) vieram
janela, abajur, ateliê e banquete. Do inglês (anglicismo) foi adaptada a maioria das
palavras: diet, milkshake, hamburguer,light, fashion, designer, fitness, outdoor, notebook,
Big Brother, cheeseburguer, Windows, Word, download, internet, e-mail, etc.

A língua portuguesa é a sexta mais falada no mundo, por cerca de 250 milhões de pessoas.
Porém, é a quinta mais usada na internet e a terceira nas redes sociais. E é a terceira do
Ocidente, superada pelo inglês e pelo castelhano. A língua portuguesa é a oficial em
Portugal, Guiné-Bissau, Angola, Cabo Verde, Moçambique, Timor Leste, São Tomé e
Príncipe e Guiné Equatorial, além do Brasil, claro.

Diante da grandiosidade da “Flor do Lácio”, é obrigatório o ensino do português como


disciplina escolar nos países do Mercosul. Existem ainda lugares que utilizam a língua
portuguesa de forma não oficial, assim, o idioma é falado por uma restrita parcela da
população: Macau e Goa (um estado da Índia). O português é oriundo do latim vulgar
(essa variação era apenas falada), língua que os romanos inseriram numa região ao norte
da Península Ibérica, chamada de Lusitânia. A partir da invasão dos romanos na região,
praticamente todos os povos começaram a usar o latim, salvo o povo basco. Nesse
processo teve início a constituição do espanhol, português e do galego.

Em sua essência é uma língua românica, ou seja, ibérico-românico, que deu origem
também ao castelhano, catalão, italiano, francês, romeno e outros. O português se
diferencia por meio da variedade de dialetos e subdialetos e no âmbito internacional, pois
a língua é classificada em português brasileiro e europeu. Deixemos claro que a gramática
não é estática. Muda de acordo com a linguagem popular. Isto se chama “variação
linguística”, fenômeno que acontece com a língua e pode ser compreendida por
intermédio das falas históricas e regionais. Como não é um sistema fechado e imutável, a
língua portuguesa também ganha diferentes nuances.

“Imagine uma nova história para sua vida e acredite nela....”


Paulo Coelho, escritor brasileiro

Somos fortes, somos bons; seremos grandes profissionais.


Muito obrigado.

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