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TRATADOS INTERNACIONAIS
BELÉM – PARÁ
2020.1
BIANCA DA FONSECA SILVA
TRATADOS INTERNACIONAIS
BELÉM – PARÁ
2020.1
Tratados Internacionais
Assim, a Convenção de Viena de 1969 sobre Direito dos Tratados pode ser
considerada como um divisor de águas no processo de elaboração dos tratados, já que
positivou normas costumeiras aceitas e eficazes, e buscou harmonizar os procedimentos
de elaboração, ratificação, denúncia e extinção desses atos jurídicos internacionais
(ALCOFORADO, 2010).
Desta promulgação, que por muito tempo foi aguardado pela comunidade
jurídica brasileira, decorre três importantes efeitos: o tratado internacional é
efetivamente promulgado; seu texto é publicado oficialmente e sua executoriedade
passa a vincular e a obrigar no plano do direito interno (ALCOFORADO, 2010).
Por esta razão, uma das prioridades, desde o início de seus trabalhos em 1949,
da Comissão de Direito Internacional (CDI) da Organização das Nações Unidas (ONU)
foi inserir o Direito dos Tratados dentro de seus temas prioritários para serem discutidos
no pós-guerra (MAZZUOLI, 2009, pg.146).
CLASSIFICAÇÃO
1.2.1. Tratados-contratos (os Estados têm objetivos desiguais, por exemplo, um tratado
comercial é um contrato);
1.2.5. Tratados que criam organismos não dotados de personalidade jurídica (como os
que criam tribunais arbitrais, comissões mistas etc);
1.2.6. Tratados que criam empresas (como aquele que criou a Binacional de Itaipu,
envolvendo Brasil e Paraguai).
2 DENOMINAÇÕES
2.1. Tratado. Trata-se da expressão genérica por natureza, eleita pela Convenção de
Viena de1969, para indicar todo acordo internacional, bilateral ou multilateral,de
especial relevo político, qualquer que seja sua denominação específica (art. 2°, § 1°,
alínea a). O termo designa normalmente (mas não exclusivamente) os ajustes solenes
concluídos entre Estados e /ou organizações internacionais, cujo objeto, finalidade,
número e poderes das partes têm maior importância.
2.2. Convenção. Essa expressão começou a ser empregada no sentido atual a partir da
proliferação dos congressos e conferências internacionais, nos quais matérias da maior
relevância para a sociedade internacional passaram a ser frequentemente debatidas,
gerando atos internacionais criadores de normas gerais de Direito Internacional Público,
demonstrativos da vontade uniforme das partes em assuntos de interesse geral.
2.8. Protocolo. Além da sua utilização designativa dos resultados de uma conferência
diplomática ou de um acordo menos formais que o tratado, o termo protocolo também
tem sido empregado para nomear acordos subsidiários ou que mantêm ligação lógica
com um tratado anterior.
2.9. Ato ou ata. Terminologia utilizada há alguns anos para designar a resolução sobre
assistência mútua e solidariedade americana, conhecida por Ato de Chapultepec,
firmado em 1945, na Conferência lnteramericana do México. Também se emprega a
terminologia quando se estabelecem regras que incorporam o resultado de uma
conferência ou de um acordo entre as partes (ex: Ato Geral de Berlim, de 1885).
2.10. Declaração. É expressão utilizada para aqueles atos que estabelecem certas regras
ou princípios jurídicos, ou ainda para as normas de Direito Internacional indicativas de
uma posição política comum de interesse coletivo.
2.18. Estatuto. Geralmente empregado para os tratados que estabelecem normas para
os tribunais de jurisdição internacional (ex: Estatuto da CIJ, de 1920;Estatuto de Roma
do TPI, de 1998 etc.)
2.19. Regulamento. Um tanto quanto rara, essa terminologia não apresenta uma
definição muito nítida. Foi a denominação utilizada, v.g., no Congresso de Viena
de1815 para estabelecer a ordem de precedência no serviço diplomático.
2.20. Código. A expressão não tem sido formalmente utilizada no cenário internacional,
sendo o único texto de que se tem notícia sob essa denominação o Código Sanitário
Pan-Americano de Havana, de 1924.
2.21. Constituição. É raríssimo o emprego do termo Constituição para designar tratados
internacionais, sendo um dos motivos óbvios para tanto a confusão que se pode fazer
com as Constituições estatais.
2.22. Contrato. Sua utilização tem sido evitada na prática internacional, por ser um
termo intimamente ligado ao Direito interno, apropriado para designar aqueles acordos
celebrados entre um sujeito do Direito Internacional Público e uma entidade privada,
em oposição a um tratado internacional de terem idêntica força obrigatório,sejam eles
chamados de tratados, de pactos,de acordos,de convenções e etc.
FASES
Vamos tratar, neste tópico, a respeito das fases de celebração dos tratados, as
quais são rigorosamente levadas à cabo pelo Poder Executivo dos Estados,
desdobrando-se, em negociações preliminares, adoção do texto, autenticidade,
assinatura, ratificação e eventual adesão.
Por fim, como se vê, as fases são imprescindíveis para o devido ingresso dos
Estados nos tratados internacionais, cuja fases possuem critérios específicos de
validação.
Validação
O pacto de São José da Costa Rica foi um tratado solene realizado entre os
integrantes da Organização de Estados Americanos (OEA), com o objetivo de tratar
sobre conteúdos de direitos humanos, bem como sobre a criação do Sistema Comissão
Interamericana de Direitos Humanos/Corte Interamericana de Direitos Humanos, o qual
tem a finalidade de verificar os casos de violação dos direitos humanos nos países que
integram tal organização. Ademais, permitiu que os Estados partes elaborassem reservas
em relação a uma ou mais disposições especificas do Protocolo.
REFERÊNCIAS
ALCOROFADO, Luis. Convenção de Viena Direito dos Tratados afeta Direito Interno.
Consultor Jurídico, 2010. Disponível em:<https://www.conjur.com.br/2010-jan-
27/artigo-promulgacao-direito-tratados-incide-diretamente-direito-interno>.
BRASIL. [Constituição 1998]. Atividade Legislativa. Disponível
em:<https://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/con1988_26.06.2019/art_49_.a
sp>.
____, Decreto – nº 7030, de 14 de Dezembro de 2009. Convenção de Viena sobre os
Direito dos Tratados. Planalto. Disponível
em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d7030.htm>
FILHO, Petrúcio. A validade dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos no
Brasil. Conteúdo jurídico, 2010. Disponível
em:<https://www.conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/21719/a-validade-dos-
tratados-internacionais-de-direitos-humanos-no-brasil>.
FURTADO, Antônio. Tratados Internacionais. Nulidades e Extinção. Disponível
em: <http://blogdoprofantoniofurtado.blogspot.com/2011/11/tratados-internacionais-
nulidades-e.html>.
REZEK, José Francisco. Direito dos Tratados. Rio de Janeiro. Ed. Forense. 1984. 627
p.
Tratados internacionais: processo de formação e a relação com o direito interno, mais
especificamente no caso brasileiro. JusBrasil. Disponível em:
<https://ceresac.jusbrasil.com.br/artigos/380610338/tratados-internacionais-processo-
de-formacao-e-a-relacao-com-o-direito-interno-mais-especificamente-no-caso-
brasileiro>