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A Inteligencia Policial e Os Riscos de S PDF
A Inteligencia Policial e Os Riscos de S PDF
Belo Horizonte
Centro Universitário Newton Paiva
Fundação Escola Superior do Ministério Público de Minas Gerais
2010
Centro Universitário Newton Paiva
Fundação Escola Superior do Ministério Público de Minas Gerais
Curso de Especialização em Inteligência de Estado e Inteligência de Segurança Pública
____________________________________________________________
Prof. Dr. Denilson Feitoza Pacheco – orientador
____________________________________________________________
Profª. Drª. Priscila Carlos Brandão – coorientadora
____________________________________________________________
Prof. Me. Sergio Antônio Teixeira
____________________________________________________________
Prof. Esp. Cel. PM Wilson Chagas Cardoso
Aos professores da Fundação Escola Superior do Ministério Público de Minas Gerais, por
descortinarem novas possibilidades de pesquisa. Ao Prof. Dr. Denilson Feitoza, cuja orientação
me possibilitou compreender melhor os tortuosos métodos da pesquisa científica; à Prof ª. Drª .
Priscila Brandão, cujas críticas (imprescindíveis) ao sistema de inteligência
foram as sementes deste trabalho.
Aos colegas de curso: aos Promotores de Justiça, pela renovação de propósitos em favor dos
legítimos objetivos de defesa da sociedade e da ordem democrática; aos policiais, pela
renovação do compromisso de concretização do direito à segurança,
às vezes obnublado pelo sedutor (ou suicida?!) discurso abolicionista.
7 CONCLUSÕES ..................................................................................................................................... 73
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................... 77
9
1 INTRODUÇÃO
1
GUSTIN, Miracy Barbosa de Souza ; DIAS, Maria Tereza Fonseca. (Re)pensando a pesquisa jurídica, p. 41.
2
FERRAZ JÚNIOR., Tercio Sampaio. Introdução ao estudo do direito: técnica, decisão e dominação, p. 44-45.
11
3
BARATTA, Alessandro. Criminologia crítica e crítica do direito penal: introdução à sociologia do direito penal, p.
216-217.
4
BARATTA, Alessandro. Criminologia crítica e crítica do direito penal: introdução à sociologia do direito penal, p.
211.
12
5
FERRAZ JÚNIOR, Tércio Sampaio. Introdução ao estudo do direito: técnica, decisão e dominação, p. 41.
13
6
CEPIK, Marco A. C. Espionagem e democracia, p. 19
7
“[...] tomada de decisões e de implementação de políticas públicas nas áreas de política externa, defesa nacional e
provimento da ordem pública.” CEPIK, Marco A. C. Espionagem e democracia, p. 13.
15
8
Não há como preservar o termo inteligência, ainda que tomado em seus sentidos restritos, exclusivamente para a
atividade estatal típica, captada pelo leigo sob o estigma da espionagem. A propósito, Joanisval Gonçalves registra
que “hoje, cada vez mais, a atividade de inteligência também alcança o meio privado, sendo recurso importante às
corporações no mercado competitivo.” (GONÇALVES, Joanisval Brito. Atividade de inteligência e legislação
correlata, p. 7.)
9
A partir desse tópico, toda vez que nos referirmos à “inteligência” no sentido referido ao objeto deste trabalho, o
termo aparece com a inicial maiúscula, para realce da ideia de Inteligência como serviço público institucionalizado.
10
KENT, Sherman. Informações estratégicas, p. 7-18.
11
HEIDENRICH, John G. The State of Strategic Intelligence - The Intelligence Community's Neglect of Strategic
Intelligence. Disponível em: https://www.cia.gov . Acesso em 30 mai. 2009. Tradução livre: “inteligência estratégica
é aquela inteligência necessária para criar e implementar uma estratégia, especificamente a grande estratégia
oficialmente chamada de estratégia nacional.”
12
Tradução livre. Cf. SAIN, Marcelo Fabián. Democracia e inteligencia de Estado en la Argentina. Disponível em:
http://www.fafich.ufmg.br . Acesso em: 20 nov. 2009.
16
gerais – sobre pessoas, setores, organizações, entidades e associações, assim como sobre
as ações, atividades, relações, vínculos e acontecimentos por elas protagonizados, e de
situações, ambientes e lugares vinculados a todos esses aspectos. Para Gambier e
Zubiaur, citados pelo próprio Sain, a inteligencia – propriamente dita – é o resultado das
tarefas de seleção, ordenamento, qualificação, análise e interpretação da informação
obtida, precedentemente13 acerca daqueles aspectos, processos ou questões (sociais,
políticas, culturais, econômicas etc.) que necessitam da elaboração de um quadro de
situação ou diagnóstico em virtude de empreender um processo de tomada de
decisões14.
As dificuldades de estabelecimento de parâmetros conceituais específicos se
tornam ainda mais evidentes quando vislumbramos enunciados sobre ferramentas
desenvolvidas na administração empresarial. Curioso que também no setor privado se
fala dessa dificuldade, diante da ausência de um referencial teórico consolidado sobre a
gestão estratégica das informações15.
Na Doutrina Nacional de Inteligência de Segurança Pública, ações de
Inteligência de Segurança Pública são definidas como:
de natureza sigilosa, levadas a efeito por integrantes do organismo de
Segurança Pública, nas quais se empregam técnicas especiais de investigação,
visando a obter evidências, indícios ou provas da autoria e materialidade de
um crime, podendo ocorrer isoladamente ou não.16
E operação de Inteligência:
13
Entendemos fundamental a inclusão conceitual da prognose, a propriedade de antever-se ao evento, sem a qual a
atividade de inteligência se torna inócua e se confunde com outras, com que se relaciona e se aproxima, como é o
caso da investigação. Por isso grifamos o termo.
14
Cf. GAMBIER, Beltrán; ZUBIAUR, Carlos. La inteligencia como actividad del Estado, Buenos Aires, La Ley,
1991-E, apud SAIN, Marcelo Fabián. Democracia e inteligencia de Estado en la Argentina. Disponível em:
http://www.fafich.ufmg.br. Acesso em: 20 nov. 2009.
15
Rivadávia Alvarenga Neto, em defesa de uma autêntica gestão do conhecimento, leciona: “Uma gestão voltada
para o conhecimento é aquela capaz de estabelecer uma visão estratégica para o uso da informação e do
conhecimento, promover a aquisição, criação, codificação parcial e transferência de conhecimentos tácitos e
explícitos, estimular e promover a criatividade, a inovação, a aprendizagem e a educação continuada, além de
propiciar um contexto organizacional adequado – ao se reconhecer o papel fundamental da cultura organizacional,
das pessoas, seus comportamentos e atitudes – em tempos onde a informação e o conhecimento constituem-se como
os únicos fatores capazes de fortalecer as competências essenciais das organizações e contribuir para a consolidação
de vantagens competitivas sustentáveis." (Cf. ALVARENGA NETO, Rivadávia Correa Drummond de. Gestão do
conhecimento em organizações: proposta de mapeamento conceitual integrativo. Disponível em:
http://www.bibliotecadigital.ufmg.br. Acesso em: 08 jul. 2009)
16
BRASIL. Ministério da Justiça. Doutrina de Inteligência de Segurança Pública. Secretaria Nacional de Segurança
Pública. Plano Nacional de Segurança Pública. Brasília, 2006, p. 42.
17
17
BRASIL. Ministério da Justiça. Doutrina de Inteligência de Segurança Pública. Secretaria Nacional de Segurança
Pública. Plano Nacional de Segurança Pública. Brasília, 2006, p. 42.
18
18
CEPIK, Marco A. C. Espionagem e democracia, p. 207.
19
BRANDÃO, Priscila. A Inteligência de Segurança Pública no Brasil, na virada do segundo milênio: uma história
institucional. XXVIII International Congress of the Latin American Studies Association. Rio de Janeiro, junho de
2009.
19
administração empresarial? Por que não operar com outra ferramenta, fora a Inteligência
– sob pena de sua banalização? Para a atividade de Segurança Pública, especialmente
desenvolvida pelas polícias, vamos adotar qual conceito de Inteligência?
Não temos a resposta definitiva para essas indagações (nem pretendemos,
neste trabalho, respondê-las); questionamentos que permanecem em aberto, com relação
à legitimidade e transparência – necessidade de controle – frente à evidente necessidade
de sigilo da Inteligência. Não se pode fundamentar sua necessidade (relevância e
imprescindibilidade) a partir da constatação de sua utilidade. Inteligência é um
instrumento de exceção, porque desigual20.
Essas perguntas nos servem de pano de fundo, enfim, para o confronto entre
a necessidade da atividade de Inteligência e sua especificidade em relação às demais
atividades desempenhadas pelas instituições e órgãos vinculados, direta ou
indiretamente, à Segurança Pública, como consequente ao desempenho de atividade de
investigação, bem como sua (im)prescindibilidade, sobretudo em face da escassez de
investimento na superação de questões estruturais e conjunturais que se relacionam à
(in)eficiência na gestão de recursos e informações. Nosso único porto seguro, para que
as perguntas lançadas ao mar do conhecimento nos sirvam, além de bússola, também de
vela e timão, é a determinação conceitual e o rigor terminológico.
20
Vale lembrar que a Constituição de 1988 previu uma série de garantias que guarnecem o cidadão investigado, não
disciplinando situação similar quanto ao emprego da inteligência, situação que nos autoriza supor que o constituinte
originário tinha em mente a inteligência desenvolvida, até então, pelo SNI, em detrimento das liberdades individuais
com objetivos políticos.
21
3 DESENVOLVIMENTO E INSTITUCIONALIZAÇÃO DA
INTELIGÊNCIA NO BRASIL
21
Cf. CEPIK, Marco A. C. Espionagem e democracia, p. 14.
22
CEPIK, Marco A. C. Espionagem e democracia, p. 86.
23
CEPIK, Marco A. C. Espionagem e democracia, p. 89.
22
24
CEPIK, Marco A. C. Espionagem e democracia, p. 90.
25
Cf. CEPIK, Marco A. C. Espionagem e democracia, p. 91.
23
26
BRANDÃO, Priscila Carlos. Serviços de Inteligência no Cone Sul: um estudo comparado sobre o legado das
transições para a democracia na Argentina, no Brasil e no Chile, p. 162.
27
BRANDÃO, Priscila Carlos. Serviços de Inteligência no Cone Sul: um estudo comparado sobre o legado das
transições para a democracia na Argentina, no Brasil e no Chile, p. 162.
28
CEPIK, Marco A. C. Espionagem e democracia, p. 102.
29
Francisco de Souza Brasil explica, a respeito da doutrina de Segurança Nacional, que “A ciência e a tecnologia,
transformando a guerra, de localizada em total, de convencional em nuclear, fizeram com que, pouco a pouco, o
antigo conceito de „defesa‟ fosse [...] evoluindo para outro, mais amplo, de segurança.” Em flagrante apologia à
doutrina que fundamentaria as incursões autoritárias do governo militar brasileiro, sob a vigília insone do SNI, “nos
porões da ditadura”, buscava suas raízes no positivismo (“O amor por princípio, a ordem por base, o progresso por
fim”), para definir a Segurança Nacional como “Grau de garantia que – através de ações Políticas, Econômicas,
Psicossociais e Militares – o Estado proporciona à Nação para a conquista e manutenção dos Objetivos Nacionais a
despeito de antagonismos ou pressões, existentes ou potenciais”, para em seguida buscar as raízes de seus aspectos
legais desde a primeira Constituição outorgada por D. Pedro I, em 25 de março de 1824, quando a função de
24
Com o fim da Guerra Fria, que culminou com o esfacelamento da URSS e teve
sua representação simbólica na queda do muro de Berlim, emergiu um novo contexto
mundial, identificado desde então como globalização, mas que melhor seria explicado
pelo fim da bipolarização político-ideológica e por relações multilaterais num contexto
de complexidade e conflituosidade, fundamentadas por várias questões, inclusive ou
especialmente motivadas pelo recrudescimento da questão religiosa como pretexto ou
pano de fundo, ainda que para acobertar interesses macroeconômicos e a disputa por
mercados e recursos energéticos.
Essa nova realidade mundial, ainda em processo de estruturação ou exaurimento
– e certamente ainda não compreendida e cabalmente interpretada –, fez revelar o
agigantamento da criminalidade transnacional e organizada, fazendo com que a questão
da criminalidade, sob o viés do terrorismo ou da intolerância ao estrangeiro, na ordem
externa, ou da crescente atuação de grupos criminosos implementadores de poder
paralelo ao oficial, no ambiente interno, produzisse uma intercessão ou mesmo uma
sobreposição de interesses informacionais, cada vez mais ávidos pela segurança, no
plano nacional ou local: Segurança Nacional e Segurança Pública interligadas e
canalizadoras de atividades de Inteligência.
Essa aparente (e questionável) comunhão de objetos entre a Inteligência clássica
e a Inteligência de segurança, em especial a Inteligência Policial, exige um maior
comprometimento com a análise dos riscos e ameaças à democracia, a serem defendidos
pela Inteligência, mas também dos riscos que a própria atividade, cujo controle é
peculiar e tormentoso, traz para os valores democráticos de afirmação da cidadania.
segurança esteve (desde sempre) positivada, inclusive com a diferenciação entre segurança externa e interna,
cometendo-se à “força militar” a missão de “defesa contra inimigos externos ou internos (art. 145)”. Francisco Brasil
registra, enfim, que “A Emenda Constitucional n. 1, de 17 de outubro de 1969, deu nova redação à Constituição de
1967, formando juntamente com o Ato Institucional n. 5, de 13 de dezembro de 1968, com o Decreto-lei n. 200, de 25
de fevereiro de 1967; e com o Decreto-lei n. 898, de 29 de setembro de 1969, e alguns textos esparsos menos
importantes, a base positiva atual da segurança nacional”. [Cf. BRASIL, Francisco de Souza. Doutrina de
Segurança Nacional: muito citada, pouco comentada, p. 399-400, 403 e 406-407.] Aliás, foi o Dec.-lei 200/67, com
sua alteração de 29 de setembro de 1967, que disciplinou a organização do Conselho Nacional de Segurança e do
Serviço Nacional de Informações (cuja estrutura já havia sido ampliada, em julho de 1967, com a aprovação de um
novo regulamento).
25
30
BRANDÃO, Priscila Carlos. Serviços de Inteligência no Cone Sul: um estudo comparado sobre o legado das
transições para a democracia na Argentina, no Brasil e no Chile, p. 164.
31
Cf. BRANDÃO, Priscila Carlos. Serviços de Inteligência no Cone Sul: um estudo comparado sobre o legado das
transições para a democracia na Argentina, no Brasil e no Chile, p. 164. O Centro de Informações do Exército - CIE,
criado em 1967 com o objetivo de combater a subversão, forneceu o maior número de agentes para os Destacamentos
de Operação Interna – DOI‟s, que, apesar de funcionarem subordinados aos Centros de Operações e Defesa Interna –
CODI‟s, mantinham alto grau de autonomia, desempenhando atividades reservadas, sem fardamento e com viaturas
disfarçadas. Os DOI‟s eram, no SISSEGINT, os responsáveis pelas “batidas”, prisões e interrogatórios. BRANDÃO,
Priscila. Idem. Ibidem.
32
BRANDÃO, Priscila Carlos. Serviços de Inteligência no Cone Sul: um estudo comparado sobre o legado das
transições para a democracia na Argentina, no Brasil e no Chile, p. 168.
33
BRANDÃO, Priscila Carlos. Serviços de Inteligência no Cone Sul: um estudo comparado sobre o legado das
transições para a democracia na Argentina, no Brasil e no Chile, p. 169.
26
34
ANTUNES, Priscila. Segurança Pública e Inteligência: a criação do SISP no processo de (re) institucionalização
do Sistema Brasileiro de Inteligência.
35
BRANDÃO, Priscila Carlos. Serviços de Inteligência no Cone Sul: um estudo comparado sobre o legado das
transições para a democracia na Argentina, no Brasil e no Chile, p. 184.
36
ANTUNES, Priscila. Segurança Pública e Inteligência: a criação do SISP no processo de (re) institucionalização
do Sistema Brasileiro de Inteligência.
27
37
BRANDÃO, Priscila Carlos. Serviços de Inteligência no Cone Sul: um estudo comparado sobre o legado das
transições para a democracia na Argentina, no Brasil e no Chile, p. 184.
28
3.3 Perspectivas
Após a Guerra Fria, parece ter havido uma relativa retração40 da atividade
de Inteligência, no plano das relações internacionais – ou, no mínimo, aumentou o nível
de questionamento sobre a imprescindibilidade, a função desses serviços no novo
contexto mundial e a manutenção de recursos orçamentários vultosos para o setor. O
mundo, afinal, inaugurava uma nova ordem de estabelecimento de relações, com
38
ANTUNES, Priscila. Segurança Pública e Inteligência: a criação do SISP no processo de (re) institucionalização
do Sistema Brasileiro de Inteligência.
39
SAMPAIO, Alexandre Buck Medrado. Controle judicial das atividades de inteligência no Brasil: eficiência
democrática na agência brasileira de inteligência, p. 60-62.
40
Embora não se possa afirmar, por ausência de referencial seguro, o encolhimento da atividade, certamente o
questionamento que sobreveio implicou uma certa mudança de foco e de objetivos.
29
41
Cf. CEPIK, Marco A. C. Espionagem e democracia, p. 14.
30
42
DE CARO, Alessia. Hizbollah in Sudamerica: fra jihad e narcoterrorismo. Disponível em:
http://www.sisde.it/Gnosis . Acesso em: 02 fev. 2010.
31
43
KANT, Emmanuel apud GUINSBURG (Org.) A paz perpétua: um projeto para hoje, p. 31-88.
44
PEREIRA, Dersú Georg Menescal e MAROJA, Ângela. A teoria do contrato e o pensamento político-jurídico da
filosofia Kantiana. Disponível em: http://www.ufpa.br/rcientifica . Acesso em: 28 jan. 2010.
32
45
Cf. CEPIK, Marco A. C. Espionagem e democracia, p. 16.
46
Cf. CEPIK, Marco A. C. Espionagem e democracia, p. 17.
47
Cf. CEPIK, Marco A. C. Espionagem e democracia, p. 15.
33
48
CEPIK, Marco A. C. Espionagem e democracia, p. 16.
49
CEPIK, Marco A. C. Espionagem e democracia, p. 158.
34
50
CEPIK, Marco A. C. Espionagem e democracia, p. 158-159.
35
51
BRANDÃO, Priscila Carlos. Serviços de Inteligência no Cone Sul: um estudo comparado sobre o legado das
transições para a democracia na Argentina, no Brasil e no Chile, p. 191.
52
CEPIK, Marco A. C. Espionagem e democracia, p. 178.
36
53
CEPIK, Marco A. C. Espionagem e democracia, p. 178-180 e 185.
54
Federal, aqui, referindo-se às unidades federadas e às relações recíprocas que estabelecem entre si e com a União.
55
FERRAJOLI, Luigi. Direito e Razão: teoria do garantismo penal.
37
56
HIGUCHI JÚNIOR, Mário Konichi. O controle externo da atividade de inteligência pelo ministério público, p. 6.
57
MELLO JÚNIOR, João Cancio. A função de controle dos atos da administração pública pelo Ministério Público.
Dissertação (Mestrado em Direito Administrativo). Faculdade de Direito da UFMG, Belo Horizonte, 1998, p. 65
apud HIGUCHI JÚNIOR, Mário Konichi. O controle externo da atividade de inteligência pelo ministério público, p.
40-43. O próprio Mário Higuchi registra, apesar de extrair das normas citadas no texto o fundamento para o controle
da atividade de inteligência pelo Ministério Público: “Questão tormentosa acerca do controle externo da atividade de
inteligência pelo Ministério Público diz respeito ao acesso às informações sigilosas, inerentes à própria existência dos
serviços de inteligência.” (ob. cit., p. 44).
38
58
A PEC 398/09 (Disponível em: http://www.camara.gov.br/sileg/integras/683712.pdf), apresentada em 26/08/09
pelo Deputado Severiano Alves (PDT-BA), obteve, em 30/09/09, parecer favorável (pela admissibilidade) da CCJC
da Câmara, nos termos do relatório do Deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), sendo esta a situação verificada em
janeiro de 2010, quando encerramos esta pesquisa. Eis o texto aprovado na respectiva Comissão:
“Insere o Capítulo IV ao Título V da Constituição Federal referente à atividade de inteligência e seus mecanismos de
controle.
As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, nos termos do § 3º do art. 60 da Constituição Federal,
promulgam a seguinte Emenda ao texto constitucional:
Art. 1º O Título V da Constituição Federal passa a vigorar acrescido do Capítulo IV com a seguinte redação:
Capítulo IV – Da Inteligência
Seção I - Da Atividade de Inteligência
Art. 144-A. A atividade de inteligência, que tem como fundamentos a preservação da soberania nacional, a defesa do
Estado Democrático de Direito e da dignidade da pessoa humana, será exercida, por um sistema que integre os órgãos
da Administração Pública direta e indireta dos entes federados.
§ 1º A lei regulará a atividade de inteligência e suas funções, bem como a organização e funcionamento do sistema
brasileiro de inteligência e seus mecanismos de controle interno e externo.
§ 2º Os direitos, deveres e prerrogativas do pessoal de inteligência, inclusive no que conserve à preservação de sua
identidade, o sigilo da atividade e seu caráter secreto são resguardados por esta Constituição, cabendo a lei específica
dispor sobre esses assuntos.
Art. 144-B. A atividade de inteligência será desenvolvida, no que se refere aos limites de sua extensão e ao uso de
técnicas e meios sigilosos, com irrestrita observância dos direitos e garantias individuais e fidelidade às instituições e
aos princípios éticos que regem os interesses e a segurança do Estado.
Parágrafo único. A lei regulará o uso de meio s e técnicas sigilosos pelos serviços secretos e os deveres e garantias do
pessoal de inteligência no exercício de suas funções, inclusive no que concerne ao recurso a meios e técnicas
operacionais.
Seção II - Do Sistema Brasileiro de Inteligência
Art. 144-C. Para o efetivo exercício das ações de planejamento e execução das atividades de inteligência do País, com
a finalidade de fornecer subsídios ao processo decisório em distintos níveis, a lei instituirá o Sistema Brasileiro de
Inteligência, compostos pelos seguintes órgãos:
I – órgão central de inteligência, ao qual competirá o planejamento e a execução da atividade de inteligência
estratégica e que coordenará as ações no sistema;
II – os serviços de inteligência militar;
III – os serviços de inteligência policial;
IV – os serviços de inteligência fiscal;
V – os serviços de inteligência financeira;
VI – outros órgãos e entidades da Administração Pública que, direta ou indiretamente, possam produzir
conhecimentos de interesse das atividades de inteligência, em especial aqueles responsáveis pela defesa externa,
segurança interna e relações exteriores.
§ 1º Os entes federados poderão constituir seus subsistemas de inteligência, os quais deverão estabelecer vínculos
com o Sistema Brasileiro de Inteligência.
§ 2º O Sistema Brasileiro de Inteligência deverá operar de forma coordenada, em defesa do Estado e da sociedade,
bem como dos direitos e garantias individuais, devendo seus membros estabelecerem mecanismos para o intercâmbio
de informações, difusão do conhecimento produzido e iniciativas operacionais conjuntas em âmbito estratégico e
tático.
Seção III - Do Controle da Atividade de Inteligência
39
capítulo IV, cuja Seção III prevê a inclusão, na CCAI, de um membro indicado pelo
Conselho Nacional do Ministério Público, verbis:
“Seção III - Do Controle da Atividade de Inteligência
Art. 144-D. O controle e a fiscalização da atividade de Inteligência serão
exercidos em âmbito interno e externo, na forma da lei.
Art. 144-E. O controle e a fiscalização externos da atividade de Inteligência
serão exercidos pelo Poder Legislativo, especialmente por meio de um órgão
de controle externo composto por Deputados e Senadores, e com o auxílio do
Conselho de Controle da Atividade de Inteligência, na forma da lei.
§ 1º O Conselho de Controle da Atividade de Inteligência, órgão auxiliar do
controle externo do Poder Legislativo, será composto por sete Conselheiros,
escolhidos entre cidadãos brasileiros com notórios conhecimentos técnicos e
experiência referentes ao controle finalístico da atividade de Inteligência e
indicados:
I – dois pelo Senado Federal;
II – dois pela Câmara dos Deputados;
III – um pelo Presidente da República;
IV – um pelo Conselho Nacional de Justiça;
V – um pelo Conselho Nacional do Ministério Público”.[g.n.]
Art. 144-D. O controle e a fiscalização da atividade de inteligência serão exercidos em âmbito interno e externo, na
forma da lei.
Art. 144-E. O controle e a fiscalização externos da atividade de inteligência serão exercidos pelo Poder Legislativo,
especialmente por meio de um órgão de controle externo composto por Deputados e Senadores, e com o auxílio do
Conselho de Controle da Atividade de Inteligência, na forma da lei.
§ 1º O Conselho de Controle da Atividade de Inteligência, órgão auxiliar do controle externo do Poder Legislativo,
será composto por sete Conselheiros, escolhidos entre cidadãos brasileiros com notórios conhecimentos técnicos e
experiência referentes ao controle finalístico da atividade de inteligência e indicados:
I – dois pelo Senado Federal;
II – dois pela Câmara dos Deputados;
III – um pelo Presidente da República;
IV – um pelo Conselho Nacional de Justiça;
V – um pelo Conselho Nacional do Ministério Público.
§ 2º Os Conselheiros terão mandato de cinco anos, admitida uma recondução, podendo ser destituídos apenas por
decisão do Congresso Nacional, mediante proposta do órgão de controle externo ou de um quinto dos membros de
cada Casa.
§ 3º A lei disporá sobre as atribuições e prerrogativas dos Conselheiros, estrutura e funcionamento do Conselho, bem
como de sua organização e pessoal.
Art. 2º Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua publicação.”
40
59
Hely Lopes Meirelles ensina que o uso do poder é prerrogativa da autoridade, mas o poder deve ser “usado
normalmente, sem abuso.” Usar normalmente do poder, complementa, “é empregá-lo segundo as normas legais, a
moral da instituição, a finalidade do ato e as exigências do interesse público. Abusar do poder é empregá-lo fora da
lei, sem utilidade pública. [..] A utilização desproporcional do poder, o emprego arbitrário da força, a violência contra
o administrado constituem formas abusivas do uso do poder estatal, não toleradas pelo Direito e nulificadoras dos
atos que as encerram.” Cf. MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro, p. 94.
60
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro, p. 96.
41
democracia, pode abrir caminho para a renovação e um Estado de Polícia, agora sob
pretexto de combate ao crime organizado, sendo que, na prática, populações marginais
envolvidas com o pequeno tráfico de drogas baratas são o principal alvo, com um
sistema peculiar de interpretação de garantias constitucionais, que as aniquila sob a
suspeita de um Estado de flagrância permanente.
61
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro, p. 96.
62
BRANDÃO, Priscila Carlos. Serviços de Inteligência no Cone Sul: um estudo comparado sobre o legado das
transições para a democracia na Argentina, no Brasil e no Chile, p.166.
63
PACHECO, Denilson Feitoza. Atividades de inteligência e processo penal. Disponível em:
http://www.advogado.adv.br . Acesso em: 30 jan. 2010.
43
64
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro, p. 90.
65
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo, p. 83.
66
Cf. ANTUNES, Priscila. Segurança Pública e Inteligência: a criação do SISP no processo de
(re)institucionalização do Sistema Brasileiro de Inteligência.
44
“propor a integração dos órgãos de ISP dos Estados e do Distrito Federal ao Subsistema,
estabelecer as normas operativas e de coordenação da atividade de Inteligência de
Segurança Pública”. De onde se extraem outros problemas operacionais do sistema, pois
o estabelecimento formal desses subsistemas acaba submetido ao grau de confiança e
relacionamento entre os seus principais condutores, em uma área em que os interesses
corporativos são muito fortes e geridos num ambiente de competição entre si – com
reflexos na distribuição de recursos orçamentários escassos.
Todos esses problemas, identificados por Priscila Antunes, a nosso sentir,
relacionam-se com os riscos decorrentes, ainda que indiretamente, da indeterminação
conceitual da atividade, complementando-se com as dificuldades de intercâmbio de
dados e conhecimentos entre os órgãos componentes do sistema.
67
DANTAS, George Felipe de Lima; FERRO JÚNIOR, Celso Moreira. A descoberta e a análise de vínculos na
complexidade da investigação criminal moderna. Disponível em: http://jus2.uol.com.br . Acesso em: 29 jan. 2010.
68
Cf. ANTUNES, Priscila. Segurança Pública e Inteligência: a criação do SISP no processo de
(re)institucionalização do Sistema Brasileiro de Inteligência.
45
69
Cf. BRASIL, Francisco de Souza. Doutrina de Segurança Nacional: muito citada, pouco comentada, p. 410.
70
VANOSSI, Jorge Reinaldo. La doctrina de la seguridad nacional: su inconsistência e inseguridad jurídica, p. 135.
71
VANOSSI, Jorge Reinaldo. La doctrina de la seguridad nacional: su inconsistência e inseguridad jurídica, p. 136.
47
72
BRANDÃO, Priscila Carlos. Serviços de Inteligência no Cone Sul: um estudo comparado sobre o legado das
transições para a democracia na Argentina, no Brasil e no Chile, p. 184.
73
SAIN, Marcelo Fabián. Democracia e inteligencia de Estado en la Argentina. Disponível em:
http://www.fafich.ufmg.br . Acesso em: 20 nov. 2009.
74
GONÇALVES, Joanisval Brito. Atividade de inteligência e legislação correlata, p. 43-44.
48
75
Cf. CEPIK, Marco A. C. Espionagem e democracia, p. 95.
76
CEPIK, Marco A. C. Espionagem e democracia, p. 96.
77
CEPIK, Marco A. C. Espionagem e democracia, p. 98.
49
78
PACHECO, Denilson Feitoza. Atividades de inteligência e processo penal. Disponível em:
http://www.advogado.adv.br . Acesso em: 30 jan. 2010.
50
79
Embora não se possa demonstrar tal assertiva empiricamente, a crítica que se faz é voltada para dois aspectos: a) a
distorção da inteligência por órgãos de inteligência que atuam, em nível tático ou operacional, em agências locais,
especialmente vinculados a pequenos grupamentos (batalhões, companhias, pelotões), com alinhamento deficitário
com a agência central de que emana a estratégia; b) o incremento do discurso localizado de combate ao narcotráfico
como forma de controle da criminalidade massificada, em que os policiais, quanto mais trabalham e apreendem
drogas, mais dificultam, paradoxalmente, a investigação sobre os complexos mecanismos de distribuição de drogas
em larga escala. Aparece, assim, como argumento contrastável validamente com a realidade, a inexorabilidade da
expansão do mercado consumidor de droga no mundo, a ampliação da produção e a absorção de resíduos
aproveitados para o comércio que tem como destinatário as populações periféricas, como o que se observa,
atualmente, na escalada do “crack” no Brasil, sem a menor perspectiva de controle efetivo.
80
PAPI, Mario, Sistema de inteligencia, seguridad y democracia, Diario La Segunda, Santiago de Chile, 21 de
noviembre de 1995 apud SAIN, Marcelo Fabián. Democracia e inteligencia de Estado en la Argentina. Disponível
em: http://www.fafich.ufmg.br. Acesso em 20 nov. 2009.
51
81
A análise criminal é, genericamente, a coleta e análise de dados relativos à ocorrência de crimes. Por ela,
estatísticas, ocorrências geograficamente referenciadas e grandes quantidades de dados são interpretados para
detecção de padrões criminais; para estabelecimento de correlações entre delitos e autores; desaparecimento de
pessoas e encontro de cadáveres etc.; identificação de perfis de alvos e respectivos delinquentes habituais,
possibilitando a previsão do cometimento de novos crimes. Tais informações, providas pelo analista, são utilizadas
para o dimensionamento e posicionamento dos recursos, bem como para a realização de ações gerais de gestão em
relação ao patrulhamento e investigação policial. Cf. DANTAS, George Felipe de Lima; SOUZA, Nelson Gonçalves
de. As bases introdutórias da análise criminal na inteligência policial. Disponível em:
http://www.observatorioseguranca.org . Acesso em: 30 jan. 2010.
52
82
DANTAS, George Felipe de Lima; FERRO JÚNIOR, Celso Moreira. A descoberta e a análise de vínculos na
complexidade da investigação criminal moderna. Disponível em: http://jus2.uol.com.br . Acesso em: 29 jan. 2010.
53
83
JAKOBS, Günther. Ciência do direito e ciência do direito penal, p. 55-57.
54
Entre nós, o discurso não é novo, sendo que a ideologia penal tradicional, de
inspiração liberal-burguesa, projeta, há tempos, sob a égide do princípio do bem e do
mal a distinção entre o “homem-de-bem” e o bandido.
Sabido que ideologia das escolas criminológicas de influência clássica ou
positivista seriam marcadas profundamente pelo princípio da defesa social,
particularmente expresso na máxima de que o Direito Penal seria instrumento para
proteção do corpo social contra indivíduos maléficos (ou quase doentios) – máxima que
somente começa a ser questionada com o advento das escolas estrutural-funcionalistas
próprias da criminologia organizacional e, mais tarde, com as bases interacionistas do
labelling approach. Também entre nós, houve quem questionasse o princípio do bem e
do mal subjacente na Doutrina da Segurança Nacional. A propósito, Celso Ribeiro
Bastos, em comentário à primeira Lei de Segurança Nacional pós-64 (Decreto n.
84
JAKOBS, Günther. Ciência do direito e ciência do direito penal, p. 57.
55
314/67, que seria mais tarde substituído pela Lei n. 6.620, de 17/12/1978, ambos
inspirados pela mesma doutrina):
A legislação pós-revolucionária tem uma concepção maniqueísta que divide a
sociedade em bons e maus. É dizer, a sociedade é um organismo e os
conflitos e antagonismos que nela surgem são decorrentes de uma
anormalidade, de uma patologia e, dessa forma, são tratadas as dissidências. 85
85
BASTOS, Celso Ribeiro. Considerações em torno da Segurança Nacional: pressupostos filosóficos e seu
enquadramento jurídico-constitucional, p. 57. Miguel Reale Júnior frisava a similitude entre a ideologia da Segurança
Nacional e o pensamento que instruiu a formação do Nazismo. Cf. BASTOS, Celso. Idem. Ibidem.
86
SAIN, Marcelo Fabián. Democracia e inteligencia de Estado en la Argentina. Disponível em:
http://www.fafich.ufmg.br. Acesso em: 20 nov. 2009.
87
SAIN, Marcelo Fabián. Democracia e inteligencia de Estado en la Argentina. Disponível em:
http://www.fafich.ufmg.br. Acesso em: 20 nov. 2009.
56
88
REALE, Miguel. Lições preliminares de direito, p. 137.
89
BOBBIO, Noberto. Teoria da norma jurídica, p. 182.
57
90
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Discricionariedade e controle jurisdicional, p. 29.
91
ABREU, Frederico do Valle. Conceito jurídico indeterminado, interpretação da lei, processo e suposto poder
discricionário do magistrado. Disponível em: http://jus2.uol.com.br. Acesso em: 02 fev. 2010.
92
Cf. MARTINS-COSTA, Judith; BRANCO, Gerson Luiz Carlos. Diretrizes teóricas do novo código civil
brasileiro, p. 117-119.
93
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Discricionariedade e controle jurisdicional, p. 48.
58
94
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Discricionariedade e controle jurisdicional, p. 30.
95
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Discricionariedade e controle jurisdicional, p. 29.
96
CEPIK, Marco A. C. Espionagem e democracia, p. 28.
97
CEPIK, Marco A. C. Espionagem e democracia, p. 29.
59
98
GILL, Peter & PHYTHIAN, Mark. Intelligense in na Insecure World. Cambridge: Polity Press, 2006, p. 7, apud
GONÇALVES, Joanisval Brito. Atividade de inteligência e legislação correlata, p. 17.
99
GONÇALVES, Joanisval Brito. Atividade de inteligência e legislação correlata, p. 102.
60
100
CEPIK, Marco A. C. Espionagem e democracia, p. 188.
101
SAIN, Marcelo Fabián. Democracia e inteligencia de estado en la Argentina. Disponível em:
http://www.fafich.ufmg.br. Acesso em: 20 nov. 2009.
61
102
GONÇALVES, Joanisval Brito. Atividade de inteligência e legislação correlata, p. 28.
103
GONÇALVES, Joanisval Brito. Atividade de inteligência e legislação correlata, p. 28.
104
Anita Mello prefere a utilização do termo genérico, inteligência criminal, ao específico, inteligência policial,
porque este significaria preterir a investigação criminal conduzida pelo Ministério Público. Cf. MELLO, Anita
Bethania Rocha Cavalcanti de. Uso da atividade de inteligência nas investigações de organizações criminosas
realizadas pelo ministério público com enfoque na produção de provas, p. 40.
105
MELLO, Anita Bethania Rocha Cavalcanti de. Uso da atividade de inteligência nas investigações de
organizações criminosas realizadas pelo ministério público com enfoque na produção de provas, p. 39.
106
MELLO, Anita Bethania Rocha Cavalcanti de. Uso da atividade de inteligência nas investigações de
organizações criminosas realizadas pelo ministério público com enfoque na produção de provas, p. 39.
62
107
GONÇALVES, Joanisval Brito. Atividade de inteligência e legislação correlata, p. 31.
63
108
MORAES, Elster Lamoia de. Princípios que regem o moderno inquérito policial, p. 186-187.
109
Necessário frisar que a expressão inglesa security intelligence pode induzir à sua identificação com a inteligência
de Segurança Pública (noção mais restrita e associada, especialmente, à compreensão e manifestação dos fenômenos
criminais, especialmente para sua prevenção e obstrução, em complementação à investigação criminal). Essa aparente
contradição é facilmente superada a partir da compreensão de que a inteligência interna, também chamada de
doméstica, ocupa-se da reunião, processamento e produção de conhecimentos estratégicos relacionados à segurança
interna (daí security intelligence). A questão da Segurança Pública, neste aspecto, assume feição mais restrita, no
sentido de que há ameaças á segurança interna que são tratadas, por exemplo, no âmbito de espionagem, sabotagens
ou ações encobertas de Estados estrangeiros no território nacional, extremismo religioso etc., e que não se enquadram
necessariamente no âmbito de atuação dos órgãos de Segurança Pública da forma como a estamos tratando –
relacionada, especialmente, nesse sentido, ao enfrentamento da criminalidade formal (atos previstos na legislação
como crime), cuja atuação de destaque se dá, na fase pré-processual, pelas polícias, na processual e na execução
penal, pelo Ministério Público, Judiciário e Administração Penitenciária.
64
sistema nacional de información e inteligencia del Estado” em cujo marco seja possível
regular o funcionamento e as atividades dos organismos destinados a desenvolver
institucionalmente essas missões110.
Nesse ponto, uma questão fundamental se apresenta, qual seja, definir e
diferenciar a investigação criminal da atividade de Inteligência Policial. Nos últimos
anos, com o aumento da criminalidade ou ao menos da sensação de insegurança
generalizada na sociedade, passou a ser comum a referência de que a solução é o
investimento nas ações de “Inteligência”, em certa medida sem que haja a devida
atenção à necessária reestruturação dos mecanismos básicos de suporte às investigações.
Exemplo emblemático da ampliação e reprodução desse discurso é apresentado por
Marcelo Augusto Couto, ao registrar que a Inteligência recebeu especial destaque no
documento intitulado Modernização da Polícia Civil Brasileira, elaborado sob os
auspícios da SENASP, que elenca a Inteligência Policial como uma macropolítica de
articulação das demais políticas estratégicas policiais (administração logística, ensino e
pesquisa, correição e administração tático-operativa) com o plano tático, de acordo com
uma “política de captação, tratamento e difusão de dados e conhecimentos produzidos
no âmbito de toda a organização policial”, capaz de promover o “fluxo entre o saber e o
fazer da instituição.”111
O que percebemos, porém, é que, mesmo com o avanço da Doutrina
Nacional de Inteligência de Segurança Pública, permanecem nebulosos os contornos ou
marcos fronteiriços entre investigação e Inteligência, havendo em certa medida, na
prática policial, um perigoso reducionismo da Inteligência ao auxílio da investigação
para a descoberta de autoria e a demonstração de materialidade de crimes já ocorridos,
hipótese em que a Inteligência serviria de um mecanismo sigiloso e “fora de controle”
(ou no mínimo ancorado invariavelmente no anonimato de fontes de informação) para a
consecução de objetivos próprios da investigação criminal (que se submete a restrições
constitucionais sob pena de contaminação de futuras provas e invalidação do processo
penal). Com acerto e precisão, todavia, adverte Marcelo Couto que seria equívoco
110
SAIN, Marcelo Fabián. Democracia e inteligencia de estado en la Argentina. Disponível em:
http://www.fafich.ufmg.br. Acesso em 20 nov. 2009.
111
Cf. COUTO, Marcelo Augusto. Investigação policial e inteligência policial, p. 17.
65
112
COUTO, Marcelo Augusto. Investigação policial e inteligência policial, p. 19-20.
113
PACHECO, Denilson Feitoza. Atividades de inteligência e processo penal. Disponível em:
http://www.advogado.adv.br. Acesso em: 30 jan. 2010.
66
desenrolar até que o Juiz verifique se recorrem as condições legais para condenação ou
absolvição114.
O próprio Marcelo Couto nos apresenta, a partir de critérios distintivos não-
supressivos dos pontos de contato entre os institutos da ação governamental, uma
abordagem diferencial sobre os pressupostos (infração penal para investigação,
demanda informacional para Inteligência), meios (diligências policiais x ciclo de
Inteligência) e fins (processo penal x processos decisórios de Segurança Pública) de
ambas115. E conclui:
A atitude que melhor se harmoniza com o objetivo de transformar esse
movimento rumo à Inteligência Policial numa realidade exitosa passa,
conforme entendemos, pela adequada compreensão da atividade em todos os
seus caracteres especiais, os quais não constituem rotulações supérfluas,
configurando, ao revés, formatações impostas pela própria natureza da
atividade.116
114
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo penal, p. 182-183.
115
COUTO, Marcelo Augusto. Investigação policial e inteligência policial, p. 26-38. Para nós, a necessidade de
atenção a essas especificidades, de certa forma, conduziria inclusive ao afastamento do critério criminal (criminal
standard) adotado por Alexandre Buck Medrado Sampaio para defender a extensão do controle judicial das
interceptações telefônicas às solicitações dos órgãos de inteligência, especialmente as eventualmente emanadas da
ABIN. (SAMPAIO, Alexandre Buck Medrado. Controle judicial das atividades de inteligência no Brasil: eficiência
democrática na agência brasileira de inteligência, p. 60-62)
116
COUTO, Marcelo Augusto. Investigação policial e inteligência policial, p. 42.
67
117
ANTUNES, Priscila. Segurança Pública e Inteligência: A criação do SISP no processo de (re) institucionalização
do Sistema Brasileiro de Inteligência.
118
Entre os dias 5 e 7 de dezembro de 2001 a SENASP promoveu o I Seminário Nacional sobre a atividade de
Inteligência de Segurança Pública. A metodologia desenvolvida durante o seminário incluía palestras e discussões em
Grupos de Trabalho/GT. O primeiro GT ficou responsável pela discussão sobre o papel da inteligência no contexto de
Segurança Pública, por levantar as deficiências e necessidades dos Estados quanto a pessoal, treinamento e
reaparelhamento. Cf. ANTUNES, Priscila. Segurança Pública e Inteligência: a criação do SISP no processo de
(re)institucionalização do Sistema Brasileiro de Inteligência.
68
119
Cf. MAGALHÃES, Luiz Carlos. A inteligência Policial como ferramenta de análise do fenômeno: roubo de
cargas no Brasil. INFOSEG, 2004. Disponível em http://www.infoseg.gov.br. Acesso em 10 jan. 2010.
120
MARTENS, Frederick T. apud PETERSON, Marilyn B., MOREHOUSE, Bob, WRIGTH, Richard (ed.).
Intelligence 2000: revising the basic elements. 2nd. Print. Sacramento-CA: Lawrenceville-NJ: Law Enforcement
Intelligence Unit – L.E.I.U. International Association of Law Enforcement Intelligence Analysts – IALEIA, 2002, p.
70-71. Tradução livre: “sistemas de informações são essenciais para a manutenção de algum tipo de „conhecimento‟
que pode auxiliar a segurança pública no controle do crime. Temos de usar nossos recursos de maneira mais criativa e
inteligente, se quisermos manter o delicado equilíbrio entre o controle da criminalidade e as garantias fundamentais e
a liberdade. Para conseguir isso, temos de compreender e cuidadosamente reservar nosso uso da inteligência para as
ameaças que representam maior prejuízo para nosso bem-estar social, mantendo as metodologias tradicionais de
segurança pública para o controle reativo da criminalidade tradicional. É através da compreensão dos erros do
passado que podemos evitar corromper o processo de inteligência e diminuir o seu valor na manutenção de uma
sociedade livre e aberta no futuro.”
70
121
SOUZA, Eduardo Pascoal de. Sobre as semelhanças e diferenças entre inteligência e investigação. Disponível
em: http://www.forumseguranca.org.br. Acesso em: 30 jan. 2010.
122
Em sentido contrário à nossa afirmação, “a Polícia Federal fez uma adaptação proveitosa da inteligência „clássica‟
às necessidades específicas de suas atividades policiais, especialmente pela inclusão da produção de provas para
investigações criminais e processos penais. Sua atividade de inteligência produz um conhecimento que, conforme o
caso, objetiva a produção de prova durante investigação ou processo criminais (especialmente quanto à ação
criminosa complexa), subsidia o planejamento e a execução de outras ações, operações e investigações policiais,
estima a evolução da criminalidade ou serve para assessorar autoridades governamentais na formulação de políticas
de prevenção e combate à violência. Também operou uma adequação do conteúdo dos conhecimentos e da
terminologia dos documentos, os quais se denominam informação policial, análise de conjuntura criminal e
estimativa de evolução da criminalidade (além do informe policial, que não contém „conhecimento de inteligência‟
propriamente), no lugar dos „clássicos‟ informe, apreciação, informação e estimativa. Portanto, a atividade de
inteligência policial da Polícia Federal é voltada especialmente para a produção de provas da materialidade e da
autoria de crimes, exercendo atividade de natureza eminentemente executiva (inteligência tática), mas também pode
realizar atividade de natureza consultiva, quando, por meio dos conhecimentos contidos em análises de conjuntura
criminal ou em estimativas de evolução de criminalidade, assessora autoridades governamentais na formulação de
políticas de prevenção e combate à criminalidade (inteligência estratégica). A atividade de inteligência „clássica‟ (ou
„de Estado‟), diversamente, é voltada especialmente para o assessoramento do processo decisório.” Cf. PACHECO,
Denilson Feitoza. Atividades de inteligência e processo penal. Disponível em: http://www.advogado.adv.br. Acesso
em: 30 jan. 2010.
71
123
COUTO, Marcelo Augusto. Investigação policial e inteligência policial, p. 38.
124
PACHECO, Denilson Feitoza. Atividades de inteligência e processo penal. Disponível em:
http://www.advogado.adv.br. Acesso em: 30 jan. 2010.
72
125
COUTO, Marcelo Augusto. Investigação policial e inteligência policial. Monografia. Belo Horizonte. Biblioteca
da FESMPMG, 2008, p. 41.
73
7 CONCLUSÕES
desenvolvida, com maiores riscos de: a) excesso de poder e/ou desvio de finalidade; b)
ofensa aos direitos fundamentais e às garantias constitucionais do processo penal; c)
ineficiência dos serviços de inteligência frente aos macrodesafios do Brasil nos cenários
continental e mundial.
77
REFERÊNCIAS
11. BOBBIO, Noberto. Teoria da norma jurídica. 3. ed. São Paulo: Edipro, 2005.
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pouco comentada. Revista de Direito Administrativo. 137 (399-411). Rio de
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Inteligência, cria a Agência Brasileira de Inteligência – ABIN, e dá outras
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16. BRASIL. Decreto nº 3.695, de 21 de dezembro de 2000. Cria o Subsistema de
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Inteligência, e dá outras providências.
17. BRASIL. Resolução n. 1, de 15 de julho de 2009. SENASP. Regulamenta o
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19. CEPIK, Marco A. C. Espionagem e democracia. Rio de Janeiro: FGV Editora.,
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