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FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS

ECONOMIA EMPRESARIAL

ELIANA MENDES DA SILVA


SAMIRA ALICE SILVA
SIBELE PAULA DE NORONHA MARIANO
VANESSA DA SILVA LIMA
VANESSA VIANA DO VALE

SANTO ANDRÉ
2012
Sumário

1. Texto: O ajuste adiado........................................................................................................... 3

2. Resumo ................................................................................................................................. 4

3. Glossário ............................................................................................................................... 6

4. Opinião do grupo .................................................................................................................. 7

5. Bibliografia ........................................................................................................................... 8

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O ESTADO DE SÃO PAULO

O ajuste adiado

19 de novembro de 2012 | 20h00

Celso Ming

Um dos princípios mais fortemente questionados nesta crise econômica global é a suposta
separação entre a política de juros (política monetária, a cargo dos bancos centrais) e a de
gastos públicos (política fiscal, sob incumbência dos Tesouros nacionais).

Cada vez mais os bancos centrais vêm executando políticas com objetivos fiscais, para
compensar o que os Tesouros nacionais não conseguem fazer. Quando, por exemplo, emitem
enormes volumes de moeda, os bancos centrais concorrem para forte redução dos juros. Com
juros insignificantes, os custos de rolagem das enormes dívidas dos países avançados ficam
mais baixos. Ou seja, ao derrubá-los a níveis próximos de zero ao ano, os bancos centrais de
países altamente endividados atuam para impedir o colapso fiscal imediato dos respectivos
Tesouros nacionais.

No entanto, a política monetária não se limita a manter o volume de moeda em patamares


elevados, de maneira que os juros básicos fiquem muito próximos de zero. Algumas
operações monetárias estão sendo ativadas para recomprar títulos públicos com a intenção de
achatar mais o custo das dívidas carregadas pelos Tesouros nacionais.

É o que está fazendo o Federal Reserve (o banco central dos Estados Unidos) ao recomprar,
como vem fazendo agora, US$ 40 bilhões por mês em títulos do Tesouro americano. Com o
mesmo objetivo, em setembro, o Banco Central Europeu, por sua vez, criou as operações de
Transações Monetárias Diretas (OMT, na sigla em inglês).

Essa atuação monetária de natureza fiscal não se restringe aos grandes bancos centrais. Nesta
segunda-feira, por exemplo, o ministro da Fazenda do Brasil, Guido Mantega, em entrevista à
Globo News, avisou que, em 2013, o Tesouro brasileiro deixará de pagar entre R$ 30 bilhões
e R$ 40 bilhões apenas em juros da dívida pública. Essa economia se tornou possível graças à
política do Banco Central do Brasil, que, em pouco mais de um ano, derrubou os juros básicos
(Selic) de 12,50% para os atuais 7,25% ao ano.

Na verdade, Mantega não está dizendo só isso. Está tentando justificar a forte elevação de
despesas públicas com a compensação de menores dispêndios com juros. E não é bem assim.
Esse tipo de economia nem sempre tem impacto imediato relevante no caixa do Tesouro,
porque os custos com juros não são desembolsados imediatamente; são incorporados ao
principal da dívida, ou seja, são transformados em dívidas que só vão pagar juros lá na frente.

Tanto para a presidente Dilma Rousseff como para o ministro Mantega, a atuação de natureza
fiscal dos grandes bancos centrais produz efeitos colaterais adversos. Despeja moeda

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estrangeira em excesso no câmbio dos países emergentes – fator que encarece excessivamente
seu produto e provoca distorções no comércio exterior. É o que a presidente vem chamando
de tsunami monetário e o ministro Mantega, de guerra cambial.

No entanto, muito provavelmente a consequência mais perversa das políticas expansionistas


dos bancos centrais dos países avançados é o amortecimento da crise. Se, de um lado, evitam
naufrágios espetaculares, de outro, prolongam indefinidamente a agonia. Assim, o ajuste vai
sendo adiado, com custos provavelmente mais altos.

Glossário

1. Crise Econômica – Perturbação na vida econômica, atribuída pela economia clássica a


um desequilíbrio entre a produção e o consumo, localizado em setores isolados da
produção.

2. Política Monetária – Conjunto de medidas adotadas pelo governo visando adequar os


meios de pagamento disponíveis às necessidades da economia do país.

3. Gastos Públicos - Dá-se o nome de gasto público (ou despesa pública) àquele que é
realizado pelas administrações públicas.

4. Política Fiscal – Denominação dada à política de tributação (receitas) e gastos (despesas)


que um governo adota em um determinado momento.

5. Tesouros Nacionais – Secretaria do Ministério da Fazenda que centraliza a


administração dos negócios financeiros da União, especialmente no que se refere às
receitas e despesas públicas. Tem jurisdição em todo o território nacional e é
representado em cada estado, por uma delegacia fiscal que executa os serviços
fazendários.

6. Custos de Rolagem - Rolagem é o termo designado para liquidar este termo e jogá-lo
para outro vencimento.

7. Dívidas – Total dos débitos contraídos por uma pessoa física ou jurídica junto a outras
pessoas físicas ou jurídicas.

8. Juros – Remuneração que o tomador de um de um empréstimo deve pagar ao


proprietário do capital emprestado.

9. Banco Central – Instituição financeira governamental que funciona como “o banco dos
bancos” e do próprio governo. Destina-se a assegurar a estabilidade da moeda e o
controle do crédito num país.

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10. Títulos Públicos – são aqueles emitidos pelo poder público, ou seja, são emitidos pela
União, pelos estados e Municípios e também pelo Banco Central do Brasil e pelo Tesouro
Nacional.

11. Juros Básicos - à menor taxa de juros vigente em uma economia.

12. Dívida Pública - Dívida pública é quanto o governo deve para entidades e para a
sociedade. O governo toma dinheiro emprestado para financiar parte dos seus gastos que
não são cobertos com a arrecadação de impostos, ou para a gestão financeira para
alcançar controlar o nível de atividade, o crédito ou o consumo ou para captar dólares no
exterior.

13. Dispêndios com juros – Gastos com juros.

14. Selic – Iniciais de Sistema Especial de Liquidação e Custódia, que significa uma forma
de registro escritural de débitos e créditos de operações financeiras utilizado pelos bancos
de liquidação de títulos, depósitos de cheques, etc. A taxa de juros praticada nestas
operações é a taxa básica de juros da economia brasileira e fixada pelo banco central.
15. Despesas Públicas - gasto ou no dispêndio de bens por parte dos entes públicos para
criarem ou adquirirem bens ou prestarem serviços suscetíveis de satisfazer necessidades
públicas; elas concretizam o próprio fim da atividade financeira do Estado – satisfação de
necessidades.
16. Custos – Avaliação, em unidades de dinheiro, de todos os bens materiais e imateriais,
trabalho e serviços consumidos pela empresa na produção de bens industriais, bem como
aqueles consumidos também na manutenção de suas instalações.
17. Câmbio – Operação financeira que consiste em vender, trocar ou comprar valores em
moedas de outros países ou papéis que representem moedas de outros países.
18. Produto – é o conjunto de todos os bens e serviços resultantes da atividade produtiva de
um indivíduo, empresa ou nação.
19. Comércio Exterior – nome dado ao conjunto das operações de compra e venda de bens e
serviços de um país no exterior, chamadas respectivamente importação e exportação.
20. Países Emergentes – são aqueles países cujas economias partiram de um estágio de
estagnação ou subdesenvolvimento e se encontram em pleno desenvolvimento
econômico. São também chamados de "países em desenvolvimento". 
21. Políticas Expansionistas - Na política expansionista, o dinheiro em circulação aumenta
de quantidade para aquecer a economia, a demanda de mercado e consequentemente o
crescimento econômico do país. O aquecimento possui o risco de gerar efeito
inflacionário na economia.

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Resumo

A grande discussão a respeito da crise econômica global é a separação da política monetária,


que está atrelada aos juros e moeda, da política fiscal, que envolve os gastos públicos e a
tributação.

Os bancos centrais têm emitido enormes volumes de moeda que contribuem para uma forte
redução dos juros, com isso, postergando as enormes dívidas dos países ricos através de juros
baixos obtidos devido ao grande volume de moeda no mercado. Desta maneira, é necessária a
atuação dos bancos centrais de países altamente endividados para impedir uma crise fiscal dos
Tesouros Nacionais.

A política monetária não se limita ao volume de moeda e juros baixos, mas também atua na
recompra de títulos públicos, com a intenção de diminuir o custo das dívidas administradas
pelo Tesouro Nacional. Inclusive, o Banco Central dos Estados Unidos e o Banco Central
Europeu estão utilizando essa prática.

O Banco Central do Brasil anunciou que, a partir de 2013, o Tesouro brasileiro deixará de
pagar entre R$ 30 bilhões e R$ 40 bilhões apenas em juros da dívida pública devido à redução
dos juros da Selic de 12,50% para os atuais 7,25% ao ano.

Este comentário foi uma tentativa de justificar a elevação de despesas públicas com a
compensação de menores pagamentos de juros. No entanto, isto não é a verdade, pois esse
pagamento não é imediato ao caixa, mas será incorporado ao principal da dívida que deverá
ser paga futuramente.

A atuação dos bancos centrais despeja moeda estrangeira em excesso no câmbio dos países
emergentes, produzindo efeitos indesejáveis – fator que encarece os produtos nacionais e
provoca distorções no comércio exterior. Essa situação é chamada de “tsunami monetário”
pela presidenta Dilma Rousseff e de “guerra cambial” pelo ministro Mantega.

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Como descrito acima, a dívida se prolonga indefinidamente através de um maior volume de
moeda no mercado e juros mais baixos. Essas medidas apenas amortecem a crise e adiam o
ajuste, o que provavelmente acarretará em custos mais altos.

Opinião

O grupo não concorda com a declaração do ministro Mantega e sim com o ponto de vista do
economista Celso Ming. Segundo Mantega, o tesouro brasileiro deixará de pagar entre R$ 30
e R$ 40 bilhões de dívida pública com a redução da taxa de juros (Selic), entretanto, esse
montante será incorporado no principal da dívida e sim, será pago futuramente.

O excesso de câmbio em países emergentes efetuado pelos grandes bancos centrais causa um
efeito negativo no comércio exterior e encarece o produto nacional. Isso acontece porque os
países emergentes não possuem infraestrutura necessária para se tornarem competitivos
devido à falta de investimento.

Enquanto o Brasil não iniciar uma grande reforma tributária e não investir em infraestrutura e
educação, continuará à mercê de qualquer influência do mercado externo, pois não terá forças
suficientes para competir no mercado global.

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Bibliografia

Site: http://blogs.estadao.com.br/celso-ming/

Livros:

- PAULO SANDRONI, Novo Dicionário de Economia do Século XXI. Terceira Edição


Editora Record. 2005;

- N. GREGORY MANKIW, Introdução à Economia. Terceira Edição. 2005.

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