Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ECONOMIA EMPRESARIAL
SANTO ANDRÉ
2012
Sumário
2. Resumo ................................................................................................................................. 4
3. Glossário ............................................................................................................................... 6
5. Bibliografia ........................................................................................................................... 8
2
O ESTADO DE SÃO PAULO
O ajuste adiado
Celso Ming
Um dos princípios mais fortemente questionados nesta crise econômica global é a suposta
separação entre a política de juros (política monetária, a cargo dos bancos centrais) e a de
gastos públicos (política fiscal, sob incumbência dos Tesouros nacionais).
Cada vez mais os bancos centrais vêm executando políticas com objetivos fiscais, para
compensar o que os Tesouros nacionais não conseguem fazer. Quando, por exemplo, emitem
enormes volumes de moeda, os bancos centrais concorrem para forte redução dos juros. Com
juros insignificantes, os custos de rolagem das enormes dívidas dos países avançados ficam
mais baixos. Ou seja, ao derrubá-los a níveis próximos de zero ao ano, os bancos centrais de
países altamente endividados atuam para impedir o colapso fiscal imediato dos respectivos
Tesouros nacionais.
É o que está fazendo o Federal Reserve (o banco central dos Estados Unidos) ao recomprar,
como vem fazendo agora, US$ 40 bilhões por mês em títulos do Tesouro americano. Com o
mesmo objetivo, em setembro, o Banco Central Europeu, por sua vez, criou as operações de
Transações Monetárias Diretas (OMT, na sigla em inglês).
Essa atuação monetária de natureza fiscal não se restringe aos grandes bancos centrais. Nesta
segunda-feira, por exemplo, o ministro da Fazenda do Brasil, Guido Mantega, em entrevista à
Globo News, avisou que, em 2013, o Tesouro brasileiro deixará de pagar entre R$ 30 bilhões
e R$ 40 bilhões apenas em juros da dívida pública. Essa economia se tornou possível graças à
política do Banco Central do Brasil, que, em pouco mais de um ano, derrubou os juros básicos
(Selic) de 12,50% para os atuais 7,25% ao ano.
Na verdade, Mantega não está dizendo só isso. Está tentando justificar a forte elevação de
despesas públicas com a compensação de menores dispêndios com juros. E não é bem assim.
Esse tipo de economia nem sempre tem impacto imediato relevante no caixa do Tesouro,
porque os custos com juros não são desembolsados imediatamente; são incorporados ao
principal da dívida, ou seja, são transformados em dívidas que só vão pagar juros lá na frente.
Tanto para a presidente Dilma Rousseff como para o ministro Mantega, a atuação de natureza
fiscal dos grandes bancos centrais produz efeitos colaterais adversos. Despeja moeda
3
estrangeira em excesso no câmbio dos países emergentes – fator que encarece excessivamente
seu produto e provoca distorções no comércio exterior. É o que a presidente vem chamando
de tsunami monetário e o ministro Mantega, de guerra cambial.
Glossário
3. Gastos Públicos - Dá-se o nome de gasto público (ou despesa pública) àquele que é
realizado pelas administrações públicas.
6. Custos de Rolagem - Rolagem é o termo designado para liquidar este termo e jogá-lo
para outro vencimento.
7. Dívidas – Total dos débitos contraídos por uma pessoa física ou jurídica junto a outras
pessoas físicas ou jurídicas.
9. Banco Central – Instituição financeira governamental que funciona como “o banco dos
bancos” e do próprio governo. Destina-se a assegurar a estabilidade da moeda e o
controle do crédito num país.
4
10. Títulos Públicos – são aqueles emitidos pelo poder público, ou seja, são emitidos pela
União, pelos estados e Municípios e também pelo Banco Central do Brasil e pelo Tesouro
Nacional.
12. Dívida Pública - Dívida pública é quanto o governo deve para entidades e para a
sociedade. O governo toma dinheiro emprestado para financiar parte dos seus gastos que
não são cobertos com a arrecadação de impostos, ou para a gestão financeira para
alcançar controlar o nível de atividade, o crédito ou o consumo ou para captar dólares no
exterior.
14. Selic – Iniciais de Sistema Especial de Liquidação e Custódia, que significa uma forma
de registro escritural de débitos e créditos de operações financeiras utilizado pelos bancos
de liquidação de títulos, depósitos de cheques, etc. A taxa de juros praticada nestas
operações é a taxa básica de juros da economia brasileira e fixada pelo banco central.
15. Despesas Públicas - gasto ou no dispêndio de bens por parte dos entes públicos para
criarem ou adquirirem bens ou prestarem serviços suscetíveis de satisfazer necessidades
públicas; elas concretizam o próprio fim da atividade financeira do Estado – satisfação de
necessidades.
16. Custos – Avaliação, em unidades de dinheiro, de todos os bens materiais e imateriais,
trabalho e serviços consumidos pela empresa na produção de bens industriais, bem como
aqueles consumidos também na manutenção de suas instalações.
17. Câmbio – Operação financeira que consiste em vender, trocar ou comprar valores em
moedas de outros países ou papéis que representem moedas de outros países.
18. Produto – é o conjunto de todos os bens e serviços resultantes da atividade produtiva de
um indivíduo, empresa ou nação.
19. Comércio Exterior – nome dado ao conjunto das operações de compra e venda de bens e
serviços de um país no exterior, chamadas respectivamente importação e exportação.
20. Países Emergentes – são aqueles países cujas economias partiram de um estágio de
estagnação ou subdesenvolvimento e se encontram em pleno desenvolvimento
econômico. São também chamados de "países em desenvolvimento".
21. Políticas Expansionistas - Na política expansionista, o dinheiro em circulação aumenta
de quantidade para aquecer a economia, a demanda de mercado e consequentemente o
crescimento econômico do país. O aquecimento possui o risco de gerar efeito
inflacionário na economia.
5
Resumo
Os bancos centrais têm emitido enormes volumes de moeda que contribuem para uma forte
redução dos juros, com isso, postergando as enormes dívidas dos países ricos através de juros
baixos obtidos devido ao grande volume de moeda no mercado. Desta maneira, é necessária a
atuação dos bancos centrais de países altamente endividados para impedir uma crise fiscal dos
Tesouros Nacionais.
A política monetária não se limita ao volume de moeda e juros baixos, mas também atua na
recompra de títulos públicos, com a intenção de diminuir o custo das dívidas administradas
pelo Tesouro Nacional. Inclusive, o Banco Central dos Estados Unidos e o Banco Central
Europeu estão utilizando essa prática.
O Banco Central do Brasil anunciou que, a partir de 2013, o Tesouro brasileiro deixará de
pagar entre R$ 30 bilhões e R$ 40 bilhões apenas em juros da dívida pública devido à redução
dos juros da Selic de 12,50% para os atuais 7,25% ao ano.
Este comentário foi uma tentativa de justificar a elevação de despesas públicas com a
compensação de menores pagamentos de juros. No entanto, isto não é a verdade, pois esse
pagamento não é imediato ao caixa, mas será incorporado ao principal da dívida que deverá
ser paga futuramente.
A atuação dos bancos centrais despeja moeda estrangeira em excesso no câmbio dos países
emergentes, produzindo efeitos indesejáveis – fator que encarece os produtos nacionais e
provoca distorções no comércio exterior. Essa situação é chamada de “tsunami monetário”
pela presidenta Dilma Rousseff e de “guerra cambial” pelo ministro Mantega.
6
Como descrito acima, a dívida se prolonga indefinidamente através de um maior volume de
moeda no mercado e juros mais baixos. Essas medidas apenas amortecem a crise e adiam o
ajuste, o que provavelmente acarretará em custos mais altos.
Opinião
O grupo não concorda com a declaração do ministro Mantega e sim com o ponto de vista do
economista Celso Ming. Segundo Mantega, o tesouro brasileiro deixará de pagar entre R$ 30
e R$ 40 bilhões de dívida pública com a redução da taxa de juros (Selic), entretanto, esse
montante será incorporado no principal da dívida e sim, será pago futuramente.
O excesso de câmbio em países emergentes efetuado pelos grandes bancos centrais causa um
efeito negativo no comércio exterior e encarece o produto nacional. Isso acontece porque os
países emergentes não possuem infraestrutura necessária para se tornarem competitivos
devido à falta de investimento.
Enquanto o Brasil não iniciar uma grande reforma tributária e não investir em infraestrutura e
educação, continuará à mercê de qualquer influência do mercado externo, pois não terá forças
suficientes para competir no mercado global.
7
Bibliografia
Site: http://blogs.estadao.com.br/celso-ming/
Livros: