Introdução

Um conjunto de três tensões sinusoidais, da mesma

Sistemas trifásicos frequência e amplitude, desfasadas de 120° em relação umas
às outras constituem o que se designa de sistema de tensões
trifásico simétrico. Os valores instantâneos de tais tensões
podem ser representadas, como se segue:
Sistema de tensoes trifasicas
6
uA uB uC

u A  U m sen  t ; 2

Tensao, [V]

uB  U m sen ( t  120 ) ; 0


uC  U m sen ( t  120 ) -2

-4

-6
0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025 0.03
Tempo, [s]

ELECTROTECNIA TEORICA 2 - 1 ELECTROTECNIA TEORICA 2 - 2

2015 2015

Princípio de funcionamento de Princípio de funcionamento de

um gerador trifásico
Fig. 1 Princípio de funcionamento de uma máquina
síncrona
ELECTROTECNIA TEORICA 2 -
2015
um alternador trifásico
A Fig. 1,a representa o esquema de um gerador trifásico
síncrono na sua forma mais simples. Sobre o anel do induzido
foram escolhidos os pontos a, b e c, separados cada um em
relação ao outro de ângulo de 120º. Os três pontos foram
ligados aos três anéis fixos solidários com o veio. Estes por
sua vez ligarão à rede de corrente alternada através das
escovas A1, B1, C1 (as quais deslizam sobre os anéis) e dos
terminais A, B e C. Neste caso temos sobre o induzido três
enrolamentos de fase: a-x, b-y e c-z ligados em triângulo.
Quando o induzido gira num campo magnético, nos
enrolamentos a-x, b-y e c-z são induzidas as f.e.m. EA, EB, EC
de frequência f = pn e desfasadas em 120º, Fig. 1,b.
3 ELECTROTECNIA TEORICA 2 - 4
2015

1
 Métodos de ligação dos Ligação gerador - carga
enrolamentos Ligação estrela – estrela com neutro
Cada uma das bobinas representa uma fase e as formas A a
comuns de ligação das fases são em estrela e em triângulo: Ia
In N Za
N n
Zb
Zc
Na ligação em estrela existe um ponto C
Ic B c b
comum a todos enrolamentos. Ib

Os condutores que interligam Aa, Bb e Cc são designados

Na ligação em triângulo o fim de uma condutores de linha. AN, BN e CN ou an, bn e cn são chamados
bobina é ligada ao princípio da outra de fases. O condutor Nn é chama-se condutor neutro.
segundo uma certa sequência. Neste sistema as correntes de linha e as correntes de fase são
Iguais.

ELECTROTECNIA TEORICA 2 - 5 ELECTROTECNIA TEORICA 2 - 6

2015 2015

Ligação gerador - carga Ligação gerador - carga

As tensões de linha e de fase relacionam-se pela
expressão: U C Sendo as cargas equilibradas,
UC

1
120

UA as correntes que resultam IC

UA
U AB  U A cos 30  U AB  3 U A 120 formam um sistema simétrico e IB

2 IA

U AB equilibrado.
UB
No caso de um gerador equilibrado as correntes
resultam em:
No caso em que as impedâncias UC

  
U 0 U   120 U 120 formam um sistema desequilibrado, IC
IA  ; IB  ; IC  ; I N  ( I A  I B  IC )  0 UA
Za Zb Zc as correntes resultantes também IB
IA
serão desequilibradas. Nestes casos
No caso em que as impedâncias em cada fase sejam as a corrente no condutor neutro não UB
mesmas, isto é, tenham o mesmo módulo e ângulo de fase, as será nula.
cargas designam-se de equilibradas.
ELECTROTECNIA TEORICA 2 - 7 ELECTROTECNIA TEORICA 2 - 8
2015 2015

2
 Exemplo 1 Exemplo 1
Considere uma carga equilibrada conectada em estrela Diagrama de fasores de tensões e correntes
com neutro e determine as correntes.
UC
U A  220 V ; U B  220   120 V ; IC

 A a
U C  220 120 V ;
Ia
Z  Z A  Z B  Z C  (40  j 40)  N
In N
n
Za
Zb
U B IB
 3,89   45 , A;
UA
IA  Ib Zc
b
Za Ic c
C IA

I B  3,89   165 , A ;
UB
IC  3,89 75 , A ;
I N  ( I A  I B  IC )  0
ELECTROTECNIA TEORICA 2 - 9 ELECTROTECNIA TEORICA 2 - 10
2015 2015

Ligação gerador - carga Ligação gerador - carga

Ligação estrela – estrela sem neutro Ligação estrela – estrela sem neutro
A a A a
Ia Ia Za As correntes nas fases podem então ser determinadas
N UN n n
Za
N
Zb
n pelas expressões abaixo:
Zb
B b
Ib
Zc Zc
C
Ic B c b Ic  U A  I a Z a  U n N  0  I a  (U A  U n N ) Ya
C c
Ib
Un N I b  (U B  U n N ) Yb ; I c  (U C  U n N ) Yc

O cálculo da tensão entre os pontos neutros da fonte e da

carga, N e n respectivamente, pode ser feito recorrendo a
equação que se segue: U Y  U Y U Y A a B b C c
UnN 
Ya  Yb  Yc

ELECTROTECNIA TEORICA 2 - 11 ELECTROTECNIA TEORICA 2 - 12

2015 2015

3
 Ligação gerador - carga Ligação gerador - carga
Ligação estrela – triângulo Uca


Sendo as cargas equilibradas,
U ab 0 A a
I ab  ; I ab as correntes que resultam I ca

Ia I ca
Za Zc
formam um sistema simétrico e U ab
Za I bc
U bc   120  N equilibrado. I ab

I bc  ; c Zb
Zb C B
I bc
b Ubc
Ic
 Ib
U 120
I ca  ca ; Uca
Zc
No caso em que as impedâncias I ca
Neste sistema as fases estão ligadas entre as linhas. Logo as formam um sistema desequilibrado, U ab
tensões de fase e de linha são iguais. as correntes resultantes também
I bc

I ab
Neste sistema as correntes de linha e as correntes de fase são serão desequilibradas.
diferetntes e são determinadas por aplicação da lei dos nós.
Ubc
ELECTROTECNIA TEORICA 2 - 13 ELECTROTECNIA TEORICA 2 - 14
2015 2015

Potência em circuitos trifásicos Potência em circuitos trifásicos

Sistema trifásico equilibrado – aquele em que as Sistema trifásico desequilibrado – aquele em que as
impedâncias nas três fases são iguais impedâncias das fases são diferentes.

P  3U f I f cos   3 U L I L cos  P  P1  P2  P3 Pi  U i I i cos 

Q  3U f I f sen  3 U L I L sen Q  Q1  Q2  Q3 Qi  U i I i sen

S  3U f I f  3 U L I L S  P2  Q2

ELECTROTECNIA TEORICA 2 - 15 ELECTROTECNIA TEORICA 2 - 16

2015 2015

4
 Métodos de medição de Métodos de medição de
potência em circuitos trifásicos potência em circuitos trifásicos
Sistema trifásico equilibrado – Num sistema com carga A utilização do método de dois wattímetros e aplicavél em
equilibrada pode-se medir a potência total utilizando apenas sistemas trifásicos com três condutores, isto é, sistemas em
um wattímetro. triângulo ou em estrela sem neutro.
A potência em qualquer sistema trifásico, seja de carga
equilibrada ou não, pode ser medida utilizando dois ou três 
A
 a
wattímetros. Ia I ca
I ab I a  I ab  I ac ;

 Zc Za I b  I bc  I ab ;
A a B
Ia
Zb
I c  I ca  I bc ;
Za c I bc
In N
N n C  b I a  Ib  I c  0
Zb  Ib
B Ic
Ib Zc
c b
Ic
C

ELECTROTECNIA TEORICA 2 - 17 ELECTROTECNIA TEORICA 2 - 18

2015 2015

Métodos de medição de Princípio de criação do campo

potência em circuitos trifásicos magnético girante
P  Re (U AB I A )  Re (U CB I C )  Re (U A I A  U B I A  U C I C  U B I C )
P  Re (U A I A  U B I A  U C I C  U B I C )  Re [U A I A  U B ( I A  I C )  U C I C ]



I A  I B  IC  0  I A  I C   I B
 
I A  I B  I C  0  I A  I C   I B BC BA
 

P  Re (U A I A  U B I B  U C I C )  U A I A cos  A  U B I B cos  B  U C I C cos  C BB




ELECTROTECNIA TEORICA 2 - 19 ELECTROTECNIA TEORICA 2 - 20

2015 2015

5
 Princípio de criação do campo Princípio de criação do campo
magnético girante magnético girante
Supondo um sistema trifásico equilibrado de correntes
a indução magnética resultante destas correntes terá a forma:
2
i A  I m sin  t B A, inst  Bm sin  t B B , inst  B m sin( t  )
3
2 2
iB  I m sin( t  ) BC , inst  Bm sin( t  )
3 3
2
iC  I m sin( t  )
3 As induções magnéticas BA,inst, BB,inst e BC,inst são pulsatórias
sendo que cada uma delas verifica-se no eixo da fase
respectiva.
ELECTROTECNIA TEORICA 2 - 21 ELECTROTECNIA TEORICA 2 - 22
2015 2015

Princípio de criação do campo Princípio de criação do campo

magnético girante magnético girante

Num sistema de eixos cartesianos, a indução magnética
Bres, inst resultante em cada instante pode ser representada, em
C C C
geral, conforme mostra a figura,
  
BC ,inst BB, inst BB, inst

A A A y

 
BA,inst Bres, inst Bres  1,5Bm
  
BC ,inst BB,inst BC ,inst
   t
Bres  B x2  B y2
 By  Bres
B  t1  0 B  t2  B  t3  
2

Bres,inst
a) b) c)

 x
Bx
ELECTROTECNIA TEORICA 2 - 23 ELECTROTECNIA TEORICA 2 - 24
2015 2015

6
 Princípio de criação do campo
magnético girante
Recorrendo ao caso a)
3
Bx  0 By  Bm Bres  1,5Bm
2
para o caso b)
3 Bres  1,5Bm
By  0 Bx  Bm
2
Constata-se que a indução magnética resultante em cada
instante tem o mesmo módulo, e o vector correspondente roda,
com o tempo, no sentido horário com velocidade angular ,
isto é, podemos afirmar que o campo resultante é girante.
ELECTROTECNIA TEORICA 2 - 25
2015