Entretanto a responsividade dos nociceptores a estímulos dolorosos
pode ser intensificada, de acordo com as alterações que ocorrem nos
receptores do sistema nervoso periférico (SNP) e nos neurônios do corno dorsal da medula, no sistema nervoso central (SNC). Essas alterações são referidas como sensibilização periférica e sensibilização central, e ambas, resultam em hiperalgesia e alodínea (SCHENKMAN et al., 2016, p. 405). A sensibilização periférica caracteriza-se pela maior responsividade dos nociceptores e diminuição de seu limiar de ativação. Resulta da liberação de um grande número de mediadores inflamatórios decorrentes da lesão, que são capazes de ativar os nociceptores silenciosos. E como consequência, este fenômeno causa a hiperalgesia primária, no qual ocorre aumento da sensibilidade dolorosa no sítio da lesão (MANICA, 2008, p. 1265).
Se a transmissão dos impulsos dolorosos da periferia para a medula
espinhal persistir, podem ocorrer alterações no sistema nervoso central, resultando em sensibilização central. A sensibilização central caracteriza-se pela hiperexcitabilidade no corno dorsal da medula devido aos estímulos dolorosos constantes e sustentados, que levam a hiperalgesia secundária. Na hiperalgesia secundária, ocorre um aumento da resposta dolorosa ao redor da área da lesão (PERGOLIZZI et al., 2013, p. 1129). A sensibilização central é um fator importante na transição da dor aguda para crônica, pois resulta em uma dor que se estende para além do curso normal da lesão ou doença (BÉLANGER, 2012, p. 45).
Quando o nociceptor é ativado, esses neurotransmissores são liberados
centralmente na sinapse com o neurônio de segunda ordem na medula espinal e, perifericamente no local da lesão. Na periferia, esses neurotransmissores levam a hiperemia, edema e dor à palpação