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Eu ofereço uma Mentoria para Mulheres profissionais: “Mentoring Conexão entre Mulheres”.
Para mais informações acesse: annapatriciachagas.com/info
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INTRODUÇÃO
Meu desejo é que, por exemplo, se você é uma mulher que nunca me
conheceu, você possa receber estas páginas e possa compreender os pilares
fundamentais da minha experiência de 16 anos (estamos em 2019) ouvindo,
acompanhando, intervindo como terapeuta, e ensinando profissionalmente
mulheres das mais diversas profissões (especialmente aquelas que
trabalham diretamente com mulheres)... e que realmente isso faça a
diferença na sua vida profissional.
Se esta mulher já trabalha com mulheres, quais são os erros que ela provavel-
mente está cometendo (que eu também já cometi) e que, uma vez identificados
e corrigidos, poderão resultar num “ajuste”, que pode representar um salto para
transformar sua atuação profissional, seus resultados, sua ação no mundo?
Foi nesse sentido, pensando em poder contribuir com você, que eu es-
crevi o que segue nas próximas páginas… Desejo que você possa aproveitar,
multiplicar, transformar, divulgar, sempre com a delicadeza de citar a fon-
te do meu trabalho (porque você certamente sabe que mais uma década e
meia de vida dedicada às mulheres exigiram muitos anos de estudo, muito
trabalho, muito tempo e determinação, investimento financeiro e força inte-
rior para atravessar os obstáculos do caminho!).
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De que forma eu ajudo minhas alunas e mentorandas? Da mesma maneira
que quero ajudar você: convidando-a a olhar para a sua própria história,
como um primeiro passo. Eu ajudo você a ficar consciente dos seus próprios
“nós emocionais”, e a se lembrar de que todo ser humano tem os seus próprios
“nós”, as suas próprias questões. Todos temos, ninguém escapa disto!
E se você já é uma líder, esta reflexão servirá para você como um espelho,
para rever sua postura e sua prática, sua liderança, sua conexão com as
mulheres.
Eu ajudo você (se você quiser e estiver aberta) a tomar uma decisão
interna, a partir dos seus “nós emocionais”, percebendo a importância de se recon-
ciliar com a sua história de mulher.
Eu posso mostrar tudo isso para ajudar você, e contar o que tenho ensinado
às minhas alunas e mentorandas, e compartilhar também algumas das histórias
(das milhares) de lindas transformações das mulheres, das quais eu sou teste-
munha, todos os dias, com imensa gratidão! Mas o caminho – este que a gente
trilha por dentro – só poderá ser percorrido por você!
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1 6 AN OS OU VIN DO AS MU LHE RE S
Na verdade, o que eu queria era poder ser instrumento, para que (o que eu
considerava) o “sofrimento invisível” das mulheres pudesse ser partilhado.
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C O MO T U DO C OM EÇ OU...
U M P E D AC IN HO DA MIN H A HISTÓ RIA
Eu estava muito infeliz, com uma crise no meu casamento, sem saber por
onde seguir, logo após a morte da minha mãe, com quem eu tinha uma
relação profunda e intensa. Eu me sentia muito perdida, angustiada, com uma
insatisfação dentro de mim. E foi assim que eu mergulhei na minha própria
história de mulher.
Naquele momento, olhava pra mim e pensava em toda a vida que minha mãe
viveu (e no que ela não viveu!). Logo depois que minha mãe morreu, uns três
meses depois, eu encontrei um dos cadernos nos quais ela escrevia. Minha mãe
amava escrever também!
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Lá tinha anotações, poemas, reflexões...coisas íntimas e afetivas que me
levaram às lágrimas, mas algo me impactou mais que tudo: minha mãe tinha
uma lista de desejos, desejos muito simples de serem realizados... um deles era
voar de balão... e ela não chegou a voar, nunca…
Talvez você possa imaginar o quanto eu quis ter lido aquilo antes, uns
meses antes e poder ir com ela passear de balão… O quanto eu sofri.
Mas o fato de ela não ter vivido isso e algumas outras coisas simples foi a
maior lição que ela me deu! Como se ela me dissesse dentro do meu coração:
filha, viva a vida que você quer viver!
Bem, você já entendeu como eu estava, certo? Eu estava vivendo uma crise
profissional, uma crise no meu casamento, e elaborando a dor profunda da
perda da minha mãe.
Eu olhava sobretudo para a força e influência amorosa que uma mãe exerce
sobre uma filha, que são infinitas… e compreendi, depois de uma longa jornada
(que eu gostaria de encurtar para você), o quanto existia da minha mãe em mim,
mesmo naquilo que eu não gostaria tanto de repetir...
E eu fui entendendo, pouco a pouco, anos depois, através das histórias das
muitas mulheres, que
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Não sei se a sua mãe está viva, mas quero lhe dizer que esta reconciliação
tão vital, que traz profunda paz a uma mulher, deve ser feita internamente, den-
tro do seu coração. Por isso, não importa onde ela esteja, ou mesmo se você nem
conviveu muito com ela!
Eu não sei como é (ou como foi) o seu relacionamento com sua mãe. Mas
se você é mulher, saberá que ela (e ainda outras mulheres que educaram você,
que ensinaram você a se vestir, a se comportar, a se relacionar com os homens,
e até mesmo foram um “filtro” entre o seu olhar e o seu próprio corpo) estão
completamente presentes em tudo o que você aprendeu sobre si mesma!
Mesmo naquilo que você acredita ser a “sua” identidade!
Ou seja:
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Tudo isso está nos nossos desenhos escolhidos para nossa própria colcha,
e até mesmo na maneira como vamos costurando a nossa vida! Mesmo que você
não saiba disto! Mesmo que você não queira isto, ou que olhar para isto lhe pro-
voque dor…
Olhe para os seus relacionamentos na vida (consigo mesma, com sua família,
casamento, amigas, trabalho, religião) e em tudo você poderá ver um reflexo das
mulheres da sua família, na sua história. Especialmente, da história da sua mãe.
Através das falas das mulheres nos Círculos, eu enxerguei essa costura (que
estava também na minha própria alma). Junto com as mulheres, fui também fa-
zendo a minha (embora este seja o caminho mais difícil, e mais fácil para você se
misturar... porém eu não tive nenhuma mentora ou mulher para me ensinar!).
Eu gosto de dizer que estar entre mulheres é como estar num labirinto de
espelhos. Algumas vezes vamos caminhando um pouco perdidas e atordoadas
(dependendo do momento da vida em que estamos); ao mesmo tempo, toda
hora vemos a nossa própria imagem refletida no espelho que é a outra mulher
– e através desta imagem passamos a compreender coisas sobre nós mesmas,
que antes nem sequer enxergávamos.
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QUAIS AS MULHERES QUE
ME PROCURAVAM?
• Gestantes
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Este propósito me guiou e me levou muito mais longe do que eu poderia
imaginar…
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Capítulo 1
TRABALHAR COM MULHERES
O que uma mentora pode fazer por outra pessoa (e que eu tenho feito pelas
minhas mentorandas) é justamente iluminar o caminho, no sentido de mostrar
os erros que já cometeu, para que possam ser antecipados e evitados pela outra
pessoa.
Quais são os passos e decisões equivocadas que são invisíveis para nós, que
nós mesmas não percebemos, e que são naturais da jornada? E isto serve para
quem está no campo profissional e também para quem ainda não iniciou o seu
trabalho com mulheres, porque ao se tornar consciente desta trajetória, ao per-
ceber esses erros, será possível evitá-los.
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A PO ST U R A
Em qualquer lugar da nossa vida, em qualquer relação, em qualquer ativi-
dade profissional, existe antes, e atrás de tudo, a nossa própria postura.
O Q UE É A NO S S A PO S T U R A?
A nossa postura é algo “invisível” para nós mesmas, muitas vezes…
Vou explicar através de um exemplo masculino, comum na nossa cultura bra-
sileira: Vocês já viram dois homens brasileiros muito amigos que não se veem há
muito tempo?
Quando eles se encontram, o que eles falam? Alguns, brincando, falam pala-
vrão, xingamentos, enquanto sorriem e se abraçam... E eles se ofenderam? Não.
Isso é uma ofensa na nossa cultura? Não.
Por que isso não é uma ofensa? É um costume! Por quê? Porque eles fazem
isso de uma maneira conectada, afetiva, divertida, que demonstra que eles têm
afeto entre si. E, neste contexto amigável, “xingar” significa que há um vínculo
de amizade e intimidade entre eles!
E tem algo a mais, que é ainda mais importante do que isso: eles sabem que
não é um xingamento! Como eles sabem? Pela maneira como aquilo está sendo
dito! Pela postura dos dois!
O que define a postura não é o que as pessoas falam, mas é como elas falam.
Neste exemplo acima, um dos homens pode estar falando um xingamento, mas
ele está falando rindo, de uma maneira amistosa, divertida, ele está brincando, dá
um tapão nas costas, está abraçando, tem contato corporal amigável, enquanto
“xinga”.
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Então fica claro que
nós respondemos à postura das pessoas,
e não ao que elas dizem.
É a mesma coisa que uma mulher chegar para você e falar: “Oi, tudo bem,
querida?” Você se sente bem ou mal? Depende! E depende do quê? Da maneira
(da intenção) que está por trás! Depende da entonação da voz e do sentimento
que ela carrega neste “querida”...
Houve uma época no Brasil em que as pessoas que eram contrárias à presi-
dente Dilma Rousseff difundiram uma campanha que era “tchau, querida”. E este
“querida” era claramente hostil, crítico, irônico. Entre duas amigas, ou quando
um homem fala carinhosamente para uma mulher “querida”, a mesma palavra
ganha conexões e significados opostos: de afeto, carinho, consideração.
Na maioria das vezes, eu não enxergo isso, eu não me dou conta da maneira
como eu me coloco. E por que eu não me dou conta? Por que eu não me dou con-
ta da minha própria postura?
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Uma mulher chegou em um dos Círculos de Mulheres que eu facilita-
va. Ela era alta, bonita, inteligente, bem articulada (falava muito bem), mas
tinha uma clara postura de alguém que se sente melhor, ou seja, uma postura
arrogante. Não demorou muito para ela incomodar outra mulher.
Mas o problema não estava no que ela falou, mas sim na maneira como ela
se colocava acima das outras mulheres, “dona da verdade”, acreditando que o
que ela pensava era “o mais certo”, “o mais razoável”, “o melhor”... Todo o meu
trabalho com ela foi aumentar a autoconsciência (a percepção que ela tinha de
si mesma) e espelhar para ela que tipo de sentimento aquelas falas e aquela pos-
tura dela provocavam nas outras mulheres…
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Demorou um pouco (alguns meses) mas quando finalmente ela se deu conta
da forma como vinha se colocando e se comunicando com as pessoas ao redor dela,
a vida inteira… ela ficou chocada, e fez uma grande “virada de chave”.
Por não estar presente... Porque a minha percepção não está treinada para
isso. Porque eu não percebo ainda os efeitos da minha postura na minha prática
profissional, nos meus relacionamentos. Porque eu, muitas vezes, preciso de
alguém que me mostre – espelhando para mim – para me tornar consciente
da minha postura e ação no mundo.
Quando uma aluna fala para mim: “Anna, eu tenho tanta dificuldade. As
mulheres não vão [para o Círculo de Mulheres, para o consultório, para o trabalho,
para a equipe, etc.]. Eu não consigo. Eu divulgo, mas não aparece ninguém. O meu
trabalho com mulheres não floresce. Não vai para frente”, ou frases deste tipo…
ofereço a ela o primeiro passo: (re)conectar-se consigo mesma!
Porque eu sei que ela mesma não percebe a sua postura, e nem mesmo per-
cebe que o seu resultado é fruto principalmente da sua postura profissional
(que envolve ainda outras questões que vou abordar mais à frente).
É por isso que precisamos de outra pessoa que nos mostre. Não fazemos
isso sozinhas! Se fosse possível fazer isso sozinhas, poderíamos ajustar tudo na
nossa vida…
A gente modificaria tudo o que nos causa dor, todas as relações que geram
conflitos, tudo o que necessita ser cuidado, curado, transformado. Por exemplo,
melhoraríamos nossas relações com nossos filhos, marido/companheiro ou pes-
soas que amamos...
Mas é isto que acontece? Na maioria das vezes, não! Na maioria das vezes, nos-
sos “nós emocionais” são invisíveis para nós ou, ao menos, não estamos achando
sozinhas quais as melhores saídas para “desatar estes nós”.
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Se fosse possível fazer tudo sozinhas, especialmente ajustaríamos a nossa
postura em relação a podermos receber o sucesso profissional, dinheiro, pros-
peridade, integrando a nossa capacidade de servir à vida e às pessoas.
Mas tudo o que escuto, há tantos anos, é que muitas mulheres têm imensa
dificuldade em receber. Receber tudo: elogios, ajuda, carinho, dinheiro, suces-
so… Você sente que também tem dificuldades de receber as coisas boas da vida?
Quero lhe lembrar (ou lhe contar!) que o sucesso profissional e o dinheiro
estão atrelados à sua capacidade de receber tudo da vida...
Quando não enxergo claramente a minha própria ação que impacta o mundo
e as pessoas, enxergo apenas o que vem do mundo (e das pessoas) para mim,
sem sequer perceber a relação de causa-efeito originada pelas minhas escolhas,
falas, ações, decisões. Sem estar consciente daquilo que parte de mim.
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SE VOCÊ JÁ TRABALHA COM MULHERES
Se você já trabalha com mulheres, tem coisas que você vai ler aqui que
você já sabe. Porém, tem alguns fios soltos na sua prática, provavelmente. E
você vai se tornar presente para isto o suficiente para conectar esses fios.
Você vai amarrar algumas pontas que parecem simples. Só que essa “pon-
tinha”, através da qual você amarra os fios da sua ação, fará uma diferença
enorme na sua postura, no seu trabalho e, claro, nos seus resultados.
Mesmo que você seja uma mulher que tenha muitas mulheres abaixo de
você, e se considere muito experiente... Sempre que podemos olhar para nós
mesmas, podemos ajustar nossa postura e isto vai fazer uma imensa diferença
no impacto que o seu trabalho gera, nos seus resultados.
Por isso precisamos ter também espaços de nutrição, ou seja, espaços para
cuidarmos de nós mesmas, nos recarregarmos, e alimentarmos nossos valores e
propósito de vida. Precisamos de espaços para olharmos para as nossas próprias
necessidades, para receber.
Precisamos também de
espaços e ferramentas para olhar para a nossa
prática, para a nossa atuação profissional.
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É como a Lívia
Lívia Kaminski,
Kaminski,que
quetrabalha
trabalhacomcomduas
duasmil
milmulheres,
mulheres,e vem para
e vem para
os os meus
meus trabalhos
trabalhos para
para cuidar
cuidar de side si mesma
mesma e sempre
e para para sempre “aparar”
“aparar” sua
sua relação
relação ecom
e conexão conexão com as mulheres
as mulheres da suaOu
da sua equipe. equipe. Ou aOvalle,
a Marcia MarciaDiretora
Ovalle, Di-
Na-
retora
cional de Nacional
uma empresade uma
de empresa de cosméticos,
cosméticos, que na
que trabalhava trabalhava
época comna época
mais de
com
seis milmais de seisemil
mulheres, foimulheres, e foi
minha aluna naminha aluna
1ª turma dena 1ª turma de Mentoria.
Mentoria.
A Márcia
Márciame medeudeuo seguinte
o seguinte depoimento
depoimento ao final
ao final do Mentoring:
do Mentoring: “Estou“Estou
saindo
saindo encantada
encantada daqui. Eu
daqui. Eu entendi entendi
que que
a ajuda a ajuda
pode podemais
ser muito ser muito maisseeficiente,
eficiente, você pode
se você com
trabalhar podeatrabalhar compessoas.
essência das a essência
Quedaseupessoas. Queme
ainda posso eu descobrir
ainda posso me de-
muito mais,
scobrir
para podermuito mais,
ajudar para
muito maispoder ajudar
ainda muito pessoas.
as outras mais ainda
E euasdesejo
outras para
pessoas.
todasE eu
elas
desejo para
[mulheres] todas
o topo, elas eu
e agora [mulheres]
tenho maiso topo, e agorapara
ferramentas eu tenho mais
fazê-las ferramentas
chegar ao topo”.
para fazê-las chegar ao topo”.
Mesmo que você tenha muitas mulheres com as quais você trabalha, mes-
mo que você
Mesmo seja muito
que você tenha experiente, você vai
muitas mulheres comver que esse
as quais vocêprocesso
trabalha,(de ol-
mesmo
quehar para
você si mesma,
seja de ajustarvocê
muito experiente, sua postura de líder
vai ver que e rever a (de
esse processo suaolhar
prática) é si
para
permanente.
mesma, Porsua
de ajustar isso é que sempre,
postura de líder todas
e revernós, precisamos
a sua prática) éde ajuda.
permanente. Por
isso é que sempre, todas nós, precisamos de ajuda.
Precisamos nos olhar. Sempre digo às minhas mentorandas: Só levamos
asPrecisamos
outras mulheres até onde
nos olhar. Semprenósdigo
mesmas fomosmentorandas:
às minhas dentro de nós,Sócomo mul-as
levamos
heres.
outras mulheres até onde nós mesmas fomos dentro de nós, como mulheres.
E eu quero dizer
dizer para
para você
vocêque
queaacada
cadadia
diaeu
eumemesinto
sintomuito
muitomais
maisfeliz,
feliz,
porque
porque eu eu vejo
vejo crescer
crescer no Brasil
no Brasil umauma grande
grande rederede de mulheres
de mulheres que tra-
que trabalham
balham
com com mulheres.
mulheres. Eu estou contribuindo
Eu estou contribuindo ativamenteativamente
com isso!com isso!
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Já tivemos mulheres de quase todos os estados brasileiros nas minhas tur-
mas, e algumas brasileiras que estão fora do país. Esta rede de mulheres só
cresce! Mulheres que se importam com mulheres, que cuidam de mulheres.
E a minha contribuição é entregar tudo o que aprendi, para que aquelas que
passam por mim saiam capacitadas, porque olham para a sua postura profis-
sional com coragem, verdade e generosidade. Porque se importam com uma
ação ética e equilibrada entre o “eu” e o “outro”.
Quanto mais esta rede cresce, mais todas nós (e especialmente todas as
mulheres atendidas/cuidadas por nós) se beneficiam… É um lindo movimento
de cura, amor e serviço, que ao mesmo tempo gera sustentabilidade e cria um
caminho profissional para mulheres de todos os cantos!
Agora eu convido você a olhar para alguns dos principais erros (que eu apon-
to para as alunas) que naturalmente cometemos na nossa prática profissional.
Erros que podem ser antecipados, evitados, corrigidos.
Vamos lá?
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Capítulo 2
QUAIS ERROS COMETEMOS NA NOSSA
PRÁTICA PROFISSIONAL?
#1º ERRO
Existem muitas mulheres que começam, por exemplo, com rodas de conver-
sas em torno de causas muito importantes, em trabalhos voluntários (parto hu-
manizado, questões de gênero, trabalhos sociais). Outras começam de maneira
informal, com amigas, vizinhas. Outras ainda fazem trabalhos voluntários den-
tro das igrejas (de todas as igrejas, católica, evangélica, etc.).
Embora sejam muito bons encontros informais, será que as mulheres real-
mente vão me escutar? Às vezes, escutam. Muitas vezes, não.
Podemos estar com as amigas, num chá da tarde em casa, em uma atividade
na igreja, conversando. Pode ser que uma delas esteja presente e escute, mas
pode ser que não, porque eu entro para elas em um lugar comum. A minha fala
é igual à fala de todo mundo.
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Ali não é o local, nem seria adequada uma fala profissional. Não é uma pos-
tura profissional. Ali não levo algo preparado, e nem sempre minha amiga, ou
outra mulher que me pede ajuda, está de fato aberta. E é provável que eu nem
consiga detectar quando uma mulher está aberta e quando não está... ou quan-
do ajudar ou quando ficar calada… (O que não quer dizer que não seria bom ter
uma amiga dentro de um trabalho nosso, com a nossa postura profissional).
Eu mesma hoje tenho uma grande alegria de ter algumas amigas de infância
que vão aparecendo nos meus trabalhos, e eu fico muito grata por isso, por elas se
permitirem, num certo sentido, ser conduzidas por mim. Isso para mim é a maior
confiança que pode existir. Mas mesmo para aquelas que já são profissionais,
precisarão ficar atentas para permanecer na postura adequada durante o tra-
balho, na presença de grandes amigas.
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Estamos prestando um serviço, que merece ser qualificado e planejado,
além de incluir a nossa intuição feminina. Não basta ser mulher para trabalhar
com outras mulheres. É preciso saber conduzi-las, e ter clareza e propósito so-
bre onde queremos levá-las.
Então o que acontece quando você começa a trabalhar com mulheres e não
encara isso como um trabalho profissional?
Será que a sua postura é diferente de uma mulher que faz um trabalho profis-
sional? O que difere? Sim, claro que muda a sua postura, o propósito, e a própria
forma de conduzir o trabalho.
Elas, no fundo, querem “salvar” todas as mulheres das suas próprias dores.
E o resultado disto é, por exemplo, levar para casa os problemas das mulheres,
entrar no papel de “mãe”, ou outras posturas equivocadas, que têm consequên-
cias. Isso é sério, isso é muito sério!
Isso torna o seu trabalho muito pesado! É comum estas mulheres narrarem
para mim que saem do trabalho carregando o mundo todo nas costas, sentindo-se
responsáveis pelas outras pessoas.
Nesta postura, com todo o amor e boa vontade, elas fazem o contrário do
que um bom trabalho transformador com mulheres pode fazer. Porque elas ti-
ram a autonomia das mulheres, querem fazer por elas.
Nesta postura de querer “salvar”, uma mulher não consegue ver a força
da outra. Como ela poderá ser uma facilitadora, uma agente para que a outra
mulher se conecte com a sua própria força? E se o seu trabalho está pesado,
certamente este é um importante alerta, um sintoma, para que você perceba
que está provavelmente fora do seu lugar. É como um aviso, uma luz vermelha
que se acende e está sinalizando que algo está fora do eixo...
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Há uma coisa linda que eu escuto das mulheres que passaram pelo Men-
toring comigo e que é uma forma de perceber a mudança de postura de cada
uma delas, de crescimento mesmo. Elas dizem: “Anna, ficou tão mais leve! Eu
entendi a minha postura. Eu entendi que eu não tenho que fazer pela outra. Eu
não tenho que salvar ninguém”.
E quanto temos que caminhar para entender que o desejo de salvar outra
mulher (ou qualquer outra pessoa) fala mais sobre mim mesma, sobre as minhas
necessidades, sobre as minhas próprias dores não curadas, do que sobre as
outras mulheres...
Aqui, talvez você me pergunte: “Anna, como vou saber disso? Qual o
caminho que eu devo percorrer para deixar de salvar as mulheres e passar a
criar um ambiente favorável para que elas se empoderem (por si mesmas) e
busquem a sua própria transformação?”.
Ampliando ainda mais, nas minhas palavras e percepção: uma mulher que de-
cide se curar ilumina o caminho por onde muitas outras também irão trilhar o seu
próprio caminho de cura e despertar.
Eu descobri que basta uma mulher empoderada (da sua própria história),
conectada com o seu centro, para que ela possa tomar a decisão de ensinar às outras
mulheres este mesmo caminho. É uma mulher no centro que conecta todas as outras
e constrói um caminho de transformação e cura.
Em outras palavras: o que você precisa para criar com as mulheres relações
de autonomia, ao invés de relações de codependência emocional, é curar a si
mesma!
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É olhar para a sua história, reconciliar-se com a sua mãe e as outras
mulheres da sua origem, estar liberada de grandes feridas emocionais
(porque pronta ninguém nunca estará!), para estar disponível para as
mulheres, para a escuta, para a conexão com elas, ao invés de estar ali
no centro de um grupo, ou no consultório, ou num atendimento com uma
cliente, ou com a sua equipe, em busca de algo para você mesma!
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Não é só porque somos mulheres que estamos prontas para trabalhar com
outras mulheres. Não é simplesmente porque você se transformou que você
está pronta para ajudar outras a se transformarem. São coisas bem diferentes!
E você vai precisar das duas coisas!
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Sororidade: União e aliança entre mulheres, baseada em empatia, cooperação, respeito, afeto e apoio mútuos.
O Q UE É PR EC IS O PA R A FAC ILITAR UM
CÍ RC ULO D E MU LHER ES ?
Uma outra pergunta que as mulheres me fazem muito é essa: “Somente sen-
do psicóloga para facilitar um Círculo de Mulheres?”. A resposta é: “Não!”
Porém, você precisa descobrir exatamente quais são suas habilidades, sua
formação, sua expertise, seus saberes, aquilo em que você é realmente boa. E de-
pois você vai ampliar o seu saber, estudar, preparar-se para compartilhar esse
saber. Tem uma dimensão teórica e uma dimensão prática deste trabalho.
Não é só teórico. Não basta ler livros de psicologia, ler livros sobre mulheres
e trabalhar. Mas é também teórico. É preciso ter um embasamento daquilo que
você se propõe a oferecer/falar/compartilhar.
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Por que isto aconteceu com ela? Porque ela começou como eu comecei,
de forma intuitiva! É aquele improviso do início, sabe? É fazer aos trancos
e barrancos, usando a intuição, a nossa experiência pessoal, e achando que
isso já é suficiente. E aí a gente vai fazendo e vai cometendo erros. Demora
muito mais para ter os resultados que poderia ter se tivesse tido acesso a um
método organizado, um planejamento passo a passo, alguma ajuda profis-
sional, e isso, às vezes, paralisa, ou impede o crescimento do trabalho.
#2º ERRO
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E algumas mulheres podem até se sentir ofendidas com meus “palpites” e
“conselhos” pessoais. Porque o que é um valor para mim, para meu sistema fa-
miliar, pode significar o oposto para o sistema familiar de outra pessoa!
O que acontece nestes casos? Uma mulher traz uma questão. Quando eu
estou cometendo esse erro, eu falo para ela uma solução que foi minha. Eu já
vivi aquilo, ou vivi algo parecido, ou presenciei alguém vivendo uma história
semelhante. A Tatiane me conta algo da vida dela, importante, e eu, por exem-
plo, vivi aquilo também em algum momento da minha história.
Será que servem? Muitas vezes, não. Algumas vezes, sim. Uma vez ou
outra vai ter uma mulher parecida com você. Mas, quanto mais você
quiser expandir o seu trabalho, mais você vai precisar soltar essa postura de
aconselhamento, que não é uma postura profissional. E abrir mão da ideia de
universalizar o que foi a sua experiência.
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E não comece a mudar o seu comportamento simplesmente para copiar você
ou outra mulher do grupo, ou lhe agradar, ou seguir seus conselhos... Se assim
for, a mudança dela só dura o tempo que ela estiver perto de você. Não é uma
mudança sustentável!
Isso é muito bom, mas é diferente de oferecer para a outra mulher a mes-
ma solução que você encontrou para a sua vida. Existe um princípio sistêmi-
co que diz: Quem tem o problema tem a solução. Confiar nisto implica em você
acreditar na força da outra mulher para encontrar as suas próprias soluções.
E compreender que as melhores soluções para ela só poderão vir dela mesma!
Por que, o que vai acontecer? Muitas coisas vão acontecer. Pode ser que as
suas resoluções de problemas não vão ter significado para ela, e aí, por exemplo,
ela vai dizer: “Nossa, isso que a Anna está falando não tem nada a ver comigo. Nos-
sa, eu nunca faria isso. A Anna está contando um problema com a mãe dela, e eu não
tenho com a minha” ou “Ela está dizendo que tem uma ótima relação com a mãe, mas
eu não tenho com a minha mãe. Não é o meu caso”.
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No momento em que você está diante de uma mulher que tem valores
diferentes dos seus, se você estiver na postura adequada e centrada, vai per-
ceber o quanto isso exige muito mais de você! Exige ser capaz de acolher esta
mulher tão diferente, de forma equânime. E aí, como é que faz quando você es-
tiver diante de uma mulher que é, exatamente, em certa área da vida, o oposto
daquilo que você acredita?
Como é que é isso para você? Ou você vai escolher trabalhar apenas com
mulheres que pensam igual a você?
Por último, quero lembrar que lidar com as diferenças exige ajustes na
nossa postura, exige que possamos “alargar” nosso espaço interno, e rever em
que lugar nos colocamos quando estamos com as mulheres. Exige uma escuta
ativa (falarei disto mais à frente), e uma circularidade entre iguais no Círculo
de Mulheres.
#3º ERRO
Quando uma mulher procura por você – exatamente por você – ela
provavelmente se conectou com o seu jeito, sua fala, seu campo, sua per-
sonalidade, sua força, sua história. Algo daquilo que você é e comunica para
o mundo a atrai: ou porque é algo semelhante a um pedaço da história dela,
ou porque você já trilhou na vida um “caminho interno” que ela precisa trilhar,
e ela sente claramente que você será capaz de conduzi-la. Ela sente que tem
algo a aprender com você, mesmo que ela não saiba ainda com clareza do que
se trata (acredite: muitas já me disseram isto literalmente!).
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Sempre que uma mulher nos procura ela está em busca de um caminho de
cura. Mesmo quando ainda não tem consciência disso! Mesmo quando uma
mulher chega por indicação de alguém, e nem nos conhece, ela está em busca
de algo que seja verdadeiro, autêntico, único, diferente.
Algo que só você pode oferecer! Um trabalho com seu “sotaque”: seu jeito,
sua cara, seu modo de se expressar no mundo! Ela está em busca de sentido, de
uma mulher que possa conduzi-la, ou também de um grupo que possa apoiá-la,
ou de um caminho profissional, ou de um espaço de acolhimento e escuta para
fazer suas próprias mudanças.
Ninguém confia em alguém que imita outro alguém. Isso pode “colar” uma
ou duas vezes, mas não se sustenta! Muitas vezes vira uma caricatura – exagera-
do, lugar-comum, previsível. Ou então uma mulher, ao copiar o estilo de outra,
passa toda a sua insegurança para as mulheres com quem trabalha, ou ainda
alimenta nelas um sentimento de desconfiança.
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Por que estou repetindo isso? Eu quero
dizer que o seu trabalho com mulheres depende
da sua jornada interna para que ele tenha
alma, cor, sentido, criatividade!
Para que seu trabalho ganhe força… é preciso que você esteja conectada
com a sua força!
E você vai precisar de ajuda para isto? Muito, muito provavelmente sim!
Aqui a grande questão é: Como é que você vai construir um trabalho com a
sua cara, se você não sabe qual é a sua cara? Se você ainda não se (re)conectou
com as suas habilidades? Se seus próprios valores não estão claros para você?
Quando eu falo para você: “Faça um trabalho com as mulheres com as suas
habilidades únicas”, se você não sabe quais são suas habilidades únicas ainda,
existe um trabalho anterior, que vem primeiro, que é com você mesma! Um
trabalho de autodescoberta, de autodesenvolvimento, de cura e de reconexão
consigo mesma.
Precisamos nos perguntar sobre qual é a vida que queremos viver. E como
começamos HOJE a construir esta nova vida?
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Sabe, não importa o quão longe você hoje sinta que está da vida que você
quer viver… mesmo que você precise dar vários, vários passos… Aqui esta-
mos falando sobre começar, sobre dar o primeiro e depois o próximo pas-
so. Um mentor que eu tive me contou a seguinte história: ele disse que um
maratonista faz a sua prova e quando ele está extenuado, muito cansado,
para que ele consiga concluir a sua prova, ele segue olhando para os próxi-
mos 50 metros, e depois para mais 50 metros, e assim por diante… Ele cum-
pre 50 metros de cada vez (e para isto se sente capaz!), e assim chega ao seu
grande objetivo final dequilômetros!
Com você não é diferente! Você precisa de ajuda para identificar qual é o
seu próximo passo (seus próximos 50 metros) e assim por diante… um passo
sustentável de cada vez promove as verdadeiras grandes mudanças da nossa
vida!
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No meio disso, você vai se deparar também com tudo aquilo que está difícil
para você mesma.
Com tudo aquilo que você vê que é um nó, que fez com que você se
paralisasse. Sabe aquela experiência (ou lição) que na sua vida se repete?
Você se pergunta: “De novo? De novo isso aqui? Mas eu já lidei com isso. Eu
achei que isso não ia acontecer mais [...]”. E aí de novo, de novo e de novo. Você
sabe que quando a lição se repete significa que a gente ainda não aprendeu?
Tem algo ali que você ainda não aprendeu. Claro que cada uma tem o seu
tempo! Mas a vida está convidando você a olhar para algo importante, para
poder seguir adiante!
Todas temos essas questões na nossa vida, esses “nós emocionais”, essas
repetições. Estão ligadas a coisas muito mais profundas e que são decorrentes
também da nossa postura na vida. E é por isso que você precisa começar esse
processo interior de (re)conexão consigo mesma.
Porque aquilo que seus pais tinham/podiam dar para você, eles já deram.
Já deram muito mais do que o essencial, na maioria das vezes. Muito provavel-
mente, já deram muito mais. Fizeram aquilo que puderam, aquilo que deram
conta de fazer. Agora é com você. Agora, sua tarefa é com você mesma.
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Eu sei que você vai me dizer: “Não é fácil, Como eu faço isso?”. E eu respondo
para você: não é fácil para ninguém! Mas viver uma vida medíocre, mediana,
abaixo das nossas possibilidades, sem sentir que faz a diferença na vida das pes-
soas ao seu redor, sem colocar todo o seu potencial a serviço do mundo, ou ain-
da vivendo uma vida infeliz, também não é nada fácil!
E nem eu, nem ninguém, pode trilhar este caminho interno por você, ou fazer
uma capacitação por você! Eu posso ajudá-la – como os terapeutas e mentores
podem –
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Agora, quando você decidir, quiser ajuda, abrir-se para este mergulho em
si mesma, uma nova realidade começará na sua vida. Você vai mudar de lado, e
passar a ter uma vida significativa e a serviço!
Olhar para as nossas dores nos causa, sim, desconforto, e é verdade que não
é fácil, mas é um caminho de cura (que deve preferencialmente ser trilhado com
ajuda profissional) e que nos leva muito adiante do que estávamos.
É o caminho que vai permitir a você realmente conhecer quem você é: e com
isto você vai descobrir suas habilidades, construir um trabalho com autoria e
enxergar a sua própria força, empoderando-se dela!
#4º ERRO
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Por que (muitas delas) têm tanta dificuldade de receber o retorno do seu
trabalho, de receber o justo, equilibrado? Por que não entram num fluxo de
abundância na vida? O mesmo fluxo de amor e doação? Afinal, o mesmo amor
que vai, vem...
É claro que se você não encarar seu trabalho como algo profissional vai ser
bem provável que você não queira cobrar! Neste caso, fica muito misturado o
que eu posso dar e o que eu posso receber, e é muito provável que você esteja
fazendo uma troca (dar e receber) que não está equilibrada.
E outras já escreveram na internet: “Ah,se você põe o dinheiro, você está con-
taminando a relação de sororidade”. Quando uma mulher me fala isso, eu percebo
que ela tem uma questão com o dinheiro. O dinheiro é contagioso, ou ruim por
si só? Por que o dinheiro está separado da afetividade? Quem paga esta conta?
O dinheiro não é bom, nem é ruim. O dinheiro é fruto da vida, é fruto do seu
tempo, é fruto do seu trabalho, é fruto de suas habilidades, é fruto de todo o seu
melhor na vida, é fruto de tudo o que você construiu.
A gente não troca vida para ganhar dinheiro? Sim, porque a gente troca
tempo por dinheiro. Você troca capacidade profissional por dinheiro. Então,
o dinheiro é vida. Ele é uma moeda de troca e de equilíbrio das relações hu-
manas.
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Ele não é bom, nem é ruim. Depende como você usa isso. Ele não é um bem,
nem um mal em si. Mas muitas vezes essa porta está bloqueada para você. E aí
você vai sempre encontrar justificativas para as suas escolhas e decisões. E está
tudo certo! Algumas me dizem: “Meu trabalho é diferente, é voluntário”. Eu acho
que nenhum trabalho é melhor ou pior porque tem ou não a troca através do
dinheiro. Não trocar através do dinheiro tem suas consequências, e você preci-
sa saber quais são para avaliar o que quer para sua vida.
Eu sei que ninguém neste mundo pode viver sem precisar de dinheiro, e para
muitas pessoas o problema começa aqui: elas negam tudo aquilo que elas pre-
cisam, simplesmente porque detestam precisar…
Como toda a riqueza da nossa vida, como o amor e o tempo para viver, o
dinheiro é a parte mais visível e material da riqueza, e nos ensina uma lição de
humildade, e nos convida a nos sentirmos merecedores da riqueza da vida, do
mesmo modo que precisamos receber o amor.
Tudo é fluxo.
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Contribuímos e tomamos, o tempo todo.
Incessantemente estamos precisando tomar e estamos doando.
Na Mentoria, a Caroline pôde olhar para o que está por trás da dificuldade
em receber. É lindo vê-la hoje colocando toda a sua contribuição para o mundo,
na sua potência de mulher e de profissional.
Muitas vezes, quando preciso de algo para mim, entro no papel de “boazinha”,
ou de salvadora generosa. É perigoso isso, por muitos motivos! Estando com-
prometida com ser boazinha, ou ser salvadora, eu não estou livre para fazer de
fato o que precisa ser feito para ajudar as mulheres, pelas mulheres.
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Posso também colocar algumas (ou muitas) mulheres em uma postura de
exigência. Aquilo que uma “mamãe” faz por uma filha não é possível ser recriado
nesta relação profissional. Elas vão “cobrar” você de outras maneiras, se este for
o caso, e isto se torna muito pesado! Isso também tem muitos desdobramentos.
E, depois que emerge uma crise, uma dificuldade, algo mais grave no meio
disso, como é que você vai lidar com isso? Está preparada? Lembre-se: quando
fazemos este trabalho (informal ou não, recebendo por ele ou não) assumimos
uma grande responsabilidade! Temos um compromisso ético com cada mulher!
Quando você encara uma postura profissional, você assume esta responsabili-
dade publicamente! Não é um “ensaio”, não é um “favor”. E, ao receber pelo trabalho,
você deixa a outra mulher livre. Ela está pagando pelo trabalho e sabe o que pode
esperar.
Ela fica se o trabalho for bom. Ela não fica porque ela está sem graça,
porque foi na sua casa, você fez o chá e o café e a chamou, e ela está sem graça
de não ir. Porque ela trabalha com você e você insistiu tanto e ela foi para lhe
prestigiar, e ela está se sentindo em dívida. Porque fica chato na igreja ela não
participar… Porque é sua amiga… Ela está indo por ela ou por você, nessas
condições? Por você, muitas vezes! Você percebe?
E como é que uma mulher que está indo para agradar você, que está indo por
você, pode ser ajudada? Quem está sendo ajudada? Você ou ela, neste caso?
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Mas quando você assume uma postura profissional, muda tudo. É uma
troca profissional. Eu estou aqui como uma profissional para ajudá-la. Sim,
uma profissional da ajuda, mas não qualquer ajuda. Porque ajudar é uma arte.
Existem formas de ajudar, para que ela realmente seja eficaz e para que ela
realmente promova benefício e valor na vida da outra mulher. E existem limites
para a ajuda (que é algo que eu sempre mostro às minhas mentorandas).
A maior parte dos enroscos começa a aparecer quando eu não tenho uma
postura profissional. E quando eu não tenho uma postura profissional tam-
bém, às vezes, isso esconde uma insegurança minha. Eu não quero assumir
que eu quero trabalhar com mulheres ou que eu trabalho com mulheres.
Então, eu não assumo isso e fica aquela coisa meio no favor, meio na
amizade, meio que para eu não ser cobrada daquilo que eu tenho medo de
ser cobrada.
Mas você de fato dá o seu melhor nessa condição? Não. O que acontece
quando alguém paga pelo seu trabalho? Você está implicada nisso. Você está
implicada numa retribuição, e vai ser cobrada por isso.
Então, você vai oferecer o seu melhor. Você vai se preparar de outra ma-
neira. Você vai oferecer as coisas de outra maneira. Você vai planejar o seu tra-
balho. E isso muda completamente a qualidade do seu trabalho.
#5º ERRO
Aqui vamos começar a olhar para tudo aquilo que emerge quando as
mulheres se juntam. Para tudo o que é a nossa totalidade humana: somos
seres de luz e de sombra. Somos “duais”, paradoxais: somos alegria e tris-
teza, força e vulnerabilidade, sensibilidade e agressividade...assim somos
nós, seres humanos!
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As mulheres não são diferentes disso. Quando escuto alguém dizer
“as mulheres são muito competitivas”, eu sempre digo que a competitivi-
dade não é um atributo feminino, não é uma característica das mulheres.
É uma característica humana, presente nas relações entre os homens, en-
tre homens e mulheres (inclusive dentro dos casamentos, entre os casais,
posso falar disso com muita clareza pois atendo casais há muitos anos, e
isto faz parte desta relação), e também entre mulheres.
Por que é que se diz tanto que as mulheres competem entre si? Você
certamente já ouviu ou já falou isso... E tem também aquela frase: “Uma
mulher se veste para outra mulher”. Será? Sempre? Você já ouviu isto?
O S D O I S E XT R EMO S
A SOMBRA...
Existem dois tipos de visões (das mulheres) que eu acredito que são
equivocadas sobre nós, mulheres, quando estamos juntas: uma parte delas
acredita que é horrível um monte de mulheres juntas, porque olham apenas
para a sombra: competição, crítica, julgamentos, exclusão.
A LUZ...
Outras mulheres, muitas já envolvidas em grupos e trabalhos sobre o femini-
no, olham para isto de forma idealizada, somos irmãs, é linda a sororidade entre as
mulheres, as mulheres são mais amigas, intuitivas, guerreiras, cooperativas, sensíveis,
humanas… Estas olham apenas para a luz, para o melhor que emerge quando as
mulheres estão juntas.
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As mulheres que olham apenas para a sombra, e têm dificuldade em estar
com mulheres, geralmente têm uma história pessoal em que foram feridas, ou
sentiram-se excluídas, ou estão com muitas mágoas e dificuldades em relação
às mulheres da sua própria família de origem (incluindo a relação com a sua
própria mãe).
Não somos “irmãs” o tempo todo. Não é necessário também quando esta-
mos nos propondo a uma ajuda adequada e profissional. Mas também não es-
tamos ali para competir. Não é disso que se trata! Estamos ali, ao lado umas das
outras. Podemos mostrar o caminho.
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Sobre isto, quero compartilhar uma postagem minha no Instagram (em
12/07/2018):
É tão belo quando uma mulher escuta a si mesma! Quando ela atravessa uma
ponte interna (e invisível) para o seu próprio coração.
Uma vez li uma terapeuta que disse que quando uma mulher toca as cordas do
seu próprio coração todos ao seu redor escutam esta melodia...
Ela contagia a tudo e a todos, ela enche tudo de alma, de criatividade, de frescor,
pulso, vida, alegria, coração apaziguado, brilho no olhar.
Atravessar a ponte é o lindo trabalho de amor por si mesma, que pertence a cada
mulher – e a ninguém mais. Eu fico ao lado. E admiro todas!
As que sentem medo e as que atravessam… porque para mim é só uma questão de
tempo: do tempo de cada uma.
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Abrir nosso espaço interno para nós mesmas, mergulhar na nossa jornada
interior (como já disse anteriormente) tem um reflexo direto na capacidade am-
pliada de olhar para a sombra das outras mulheres com um espaço interno de
não julgamento, de acolhimento, de humanidade.
O Q UE É A S O MB R A?
O conceito de sombra é junguiano (Carl G. Jung) e nos mostra que tudo
o que não gostamos em nós mesmas tendemos a esconder, excluir da nossa
consciência, negar.
Porém, excluir ou negar “faces” de nós mesmas não faz com que elas de-
sapareçam... Porque nós somos um campo de informação. Nosso psiquismo
(nossas emoções e pensamentos, a força inteligente que geramos a partir dos
nossos estados psicológicos, internos) é vivo. E dentro desse “campo vivo” tem
o quê? Tem luz e sombra.
Tem coisas que você gosta (sobre si mesma) e coisas que você não gosta.
Nem um pouquinho. Certo? Sentimentos, pensamentos e comportamentos que
você critica, comportamentos que você daria tudo para “eliminar”, e outros dos
quais você não está nem consciente, porque você sequer admite que você possa
ser assim, ou fazer tais e tais coisas.
E o que costumamos fazer com aquilo que não suportamos, que criticamos,
que excluímos em nós mesmas? Muitas vezes sem nem ter consciência disto,
nós reprimimos esse tipo de sentimento, de comportamento, aquilo que não
está “ de acordo” com o que eu penso sobre mim mesma, com meus valores, com
o que eu gostaria de ser...
Então, o que eu não gosto, o que está excluído, está mais reprimido, geral-
mente é o que mais me incomoda nas outras pessoas. Ou seja, os comportamen-
tos que eu acredito que “bani” de mim mesma, e outros que eu não admito em
uma pessoa, serão justamente aqueles que mais me incomodarão nas pessoas
ao meu redor, e especialmente são os que vão emergir, provavelmente, no meu
trabalho com as mulheres.
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Porque estes comportamentos/sentimentos são parte da minha própria som-
bra, que não foi percebida por mim mesma, não foi reconhecida ou integrada!
Mas a questão é que somos educados a olhar somente para nossa luz, es-
tamos sempre mostrando ao mundo a nossa “melhor versão” (tipo facebook), e
ainda achando que “estamos certos”, que o nosso ponto de vista é o melhor, o
mais correto, e olhamos para a sombra das outras pessoas… somos uma civili-
zação viciada em criticar e julgar as outras pessoas diferentes de nós, o tempo
todo!Grande parte das vezes aquilo que a outra pessoa faz, ou sente, ou mani-
festa, ou representa (se me incomoda mesmo) está vinculado a algo meu, que eu
preciso reconhecer, trabalhar, aprender a lidar, integrar.
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Por que fazemos isto?
Como uma forma de nos defendermos daquilo que não aprovamos em nós
mesmas! Projetamos nossa sombra sobre as outras pessoas, e também nossos
desejos, e conteúdos inconscientes. E assim “brigamos” com aquilo na outra,
criticamos e julgamos, muitas vezes tentando até “eliminar” fora de mim o que
me pertence, mas eu não admito ou não reconheço como algo “meu”.
Como assim?
Dentro de cada uma de nós, através das nossas células, trazemos a memória
de toda a nossa família, dos nossos pais, avós, bisavós. Junto com o nosso DNA,
nós carregamos o nosso campo familiar: e nele não estão apenas as informações
sobre tipo de pele, cor de cabelo, etc.
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A cada dia vamos nos dando conta da amplitude que é uma herança familiar.
Através, por exemplo, das Constelações Familiares, Bert Hellinger (que foi o seu
criador) tem mostrado, há décadas, o quanto o nosso comportamento é afetado
pelas memórias, histórias e pendências emocionais (“nós”) das nossas famílias.
E muitas vezes estamos excluindo algo que está relacionado à nossa família
de origem, rejeitando e esquecendo que tudo nos pertence.
Sabe, por exemplo, aquela fala de mãe para a filha: “Pode ir, minha filha. Mamãe
está passando mal, mas você pode ir”. Já falou ou presenciou isso? Esta chantagem
emocional com alguém que você ama?
A sombra feminina é mais “sutil” para ser detectada porque ela é um pouco
mais insidiosa, ela é mais silenciosa. Lidar com a sombra feminina é um proces-
so de autoconhecimento. Toda vez que você estiver trabalhando com mulheres
será desafiada a olhar para isto e para a grande lição feminina sobre a sedução.
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Nesse processo todo, então, a gente sabe que a sombra vai aparecer em
qualquer lugar: no consultório, na rua, na sala de aula, nos grupos. Sempre vai
emergir.
Tem sempre uma mulher que traz para mim algo da minha própria história
que não foi iluminado. Algo que não está bem ordenado dentro de mim... uma
pendência que eu tenho, uma dor, uma ferida, um sentimento de exclusão, um
local da minha história onde eu fiquei paralisada e ainda não me curei, ainda não
me reconstruí.
Uma outra mulher vai me obrigar a voltar lá, me faz olhar novamente para
algo que eu desejava evitar, ou acreditei que bloqueei. Esses são os embates
mais difíceis, porque são as nossas jornadas interiores, que em alguns mo-
mentos são verdadeiras batalhas. Daí vêm os grandes conflitos, as grandes
dificuldades que paralisam a gente, que irritam a gente, que machucam a
gente.
Aquilo que realmente nos mobiliza é sobre nós mesmas, dificilmente é sobre
a outra – ela apenas nos aponta algo que está dentro de nós. Por isso é que eu digo
sempre para minhas alunas: uma mulher que trabalha com mulheres é diferente,
especial, e sempre será transformada. Porque é um palco, um terreno fértil para
a sombra emergir.
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Não tem casamento feliz. Não tem casamento sem traição. Ninguém se ama
de verdade. Ninguém é confiável. Mas quero dizer que, mesmo no meio da som-
bra, somos seres tão generosos, capazes de gestos incríveis!
Ela começou a fazer Círculo de Mulheres. Eu posso contar porque ela me au-
torizou, mandou o lindo relato da sua história, que eu já compartilhei nos stories
do Instagram. Essas mulheres são tão maravilhosas, que depois me permitem
contar a história delas, compartilhar com outras mulheres. Isso é uma bênção,
um presente para todas as outras, e elas sabem disso.
Ela se sentiu muito invadida. Ela se sentiu muito agredida. A mulher liga-
va para todas as mulheres do Círculo. Ela teve uma atuação muito destruti-
va. E a Ju parou, parou de fazer Círculo. Ela não queria mais.Ficou assustada
com tudo o que aconteceu, com a intriga, com os conflitos que aconteceram.
A sombra de manipulação, fofoca e ataque que a mulher manifestou naquele
momento paralisaram a Ju.
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Aqui existe uma lição: às vezes estamos abertas, mas de uma forma um pou-
co infantil e inocente, olhando apenas para a luz. Nestes momentos, a sombra
comparece e é um importante aprendizado. Quando invocamos a totalidade de
um trabalho, a sombra sempre vai comparecer!
Quando ela chegou no Mentoring, muito ferida, ela foi se dando conta de
que tem questões da história dela que deram a abertura, que criaram um
“espaço” por onde a sombra entra e atua – através da outra mulher. Porque
algumas vezes a gente abre a porta demais.
Existe também uma outra linda lição do feminino, que sempre trago para as
minhas alunas, que é uma lição sobre medida. Para tudo na nossa vida precisa-
mos ter medida, inclusive para nos abrirmos para a vida e para os outros. Eu per-
mito que a outra entre, com respeito, mas até o meu próprio limite. E temos que
desenvolver resistência e defesa também para a maldade, para ataques, porque
os seres humanos não são somente sombrios, mas são também sombrios e ca-
pazes de manifestar maldade ou qualquer outro tipo de comportamento.
Como é que a gente lida quando aparece uma sombra, quando uma mulher
é tão diferente de mim, que ela me traz algo que me irrita profundamente? Você
já observou quem são as mulheres que irritam ou incomodam você?
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Chegou uma mulher no sexto encontro do Círculo. Ela não tinha participado
de nenhum, e começou a trazer questões que a gente tinha trabalhado no pri-
meiro, no segundo.
O que acontecia ali? Em um Círculo tinha dez, em outro Círculo tinha três,
noutro Círculo tinha doze... Não existia previsibilidade nenhuma. Elas traziam
questões lá na frente que já tinham sido trabalhadas lá atrás. E isso cansava...
Havia duas heroínas da resistência lá, que estavam indo emtodos.
E aí chega uma mulher que não só trouxe questões que eram lá de trás, mas
ela chega com uma postura muito arrogante com as outras mulheres. Uma fala-
va e ela já atropelava e dava um palpite. Outra falava e ela simplesmente criti-
cava. Foi a primeira vez que eu tive uma mulher assim ativamente competitiva e
destrutiva dentro do Círculo! E eu não estava preparada! Eu não sabia lidar com
a sombra dentro do grupo!
Ela foi uma mestra para mim. E eu fiquei muito incomodada. Eu não lembro
exatamente o que eu fiz, mas eu lembro exatamente o que eu deixei de fazer
e o que deveria ter feito. Eu tive dificuldade de colocar limites para ela. Você
também já teve dificuldade de colocar limites para outra mulher, assim como eu
tive naquela época?
Eu fui gentil e sutil demais... Eu precisava ter sido firme. É que eu não
compreendia com clareza a minha postura de líder naquela época. E foi mui-
to destrutivo para o grupo a atuação daquela mulher. Eu saí daquele Círculo
pensando: o que eu poderia ter feito diferente? Como eu poderia ter lidado
com essa situação?
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Você está deixando esse espaço vazio.
Aqui não tem a ver com disputa. Tem a ver com você estar no seu lugar. Mas
para isso, primeiro, você tem que compreender exatamente qual é a sua postura de
líder. Porque, também, se você não tem clareza disso, não vai conseguir assumir o
seu lugar com serenidade, firmeza e com doçura. A gente consegue colocar limite
com doçura, com respeito, em um espaço de não julgamento. Sim, a gente consegue.
Ainda sobre isso, uma questão: Por que essa moça estava sendo agressiva?
Porque uma questão que foi colocada por uma outra mulher tocou exatamente
em uma questão da história dela. Era algo da sombra dela! E ela começou a dar con-
selhos para as outras mulheres. Ela começou a dar palpite, falar com uma e falar
com outra. E falar o que elas tinham que fazer, baseada na experiência dela mesma!
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Quem tem mais dificuldades com a sombra? Com a diferença?
Atrás de cada dificuldade profissional que você tem, existe uma dificuldade
pessoal. Tem uma ponta da sua história que não foi costuradinha ainda. Tem uma
pendência. Essa que é a grande questão. Essa que é a grande virada.
Quem tem mais dificuldades com a sombra feminina são as mulheres que
ainda não estão reconciliadas com a sua história pessoal, com as suas mães, com
as mulheres da sua família.
Como é que você vai lidar com as sombras de outra mulher, se você não se
conhece, se você não olhar para o que é ser mulher para você, para sua relação
com o seu corpo, e com todas as mulheres que foram um modelo para você e
ofereceram um “olhar” sobre o feminino e as mulheres? Se você ainda nem sabe
quais são as suas pendências?
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Capítulo 3
OS PILARES FUNDAMENTAIS DO MEU
TRABALHO COM MULHERES
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1º PILAR
C ON E X ÃO C O M A
F O RÇ A F E M ININA INT ER NA
A M ULHE R R E CO N CI L I ADA CO M A S UA H IS TÓ RIA
Fica superficial, sem autoria, e você se sentirá insegura para conduzir outras
mulheres!
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Se você é uma profissional da área de estética, beleza, profissional da saúde
que trabalha com atendimento individual, se você é uma empresária, ou pro-
fessora, talvez você pense: “Mas eu não faço Círculo de Mulheres nem grupo de
desenvolvimento humano, então não preciso disso, pois não é esta a minha proposta”.
Mas eu lhe digo que você está enganada! Porque todos os problemas humanos
se enroscam nas pendências emocionais das pessoas, sejam elas quais forem,
estejam onde estiverem, façam quaisquer atividades…
2º PILAR
E S C U TA AT I VA
C O NS TRUI ND O A CO N E X ÃO CO M CADA M U L H E R
O próximo pilar que eu vou falar é sobre a Escuta Ativa. A nossa capacidade
de escutar a nós mesmas, e a todas, escutar outra mulher, está conectada dire-
tamente com estarmos interiormente “limpas”.
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Ou seja, quanto menos pendências e “nós emocionais”, mais “limpas” emo-
cionalmente estamos. Eu falo para as minhas alunas que o processo é uma es-
pécie de “disk-entulho”, numa certa fase. Todo mundo precisa de uma fase na
vida de soltar entulhos emocionais, mágoas antigas, questões que às vezes você
carregou por anos e anos, algumas por uma vida inteira...
Soltar tudo isso permite que você vá aos poucos abrindo seu espaço inter-
no. Nesse sentido, o trabalho é permanente? É permanente. A gente sempre vai
precisar de ajuda? Sempre. Mas não ajuda para as mesmas questões.
Mas todo ser humano que deseja e busca os caminhos pode se curar, o que
é maravilhoso! As pendências emocionais que você percebe na sua própria
vida que já se movimentaram, que já impulsionaram você para um outro lugar,
para novos aprendizados, estão apontando para o caminho da Cura.
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Mas existe uma forma de você perceber com mais clareza o caminho já
trilhado. Sabe qual é? Pelos seus resultados!
Quanto mais presente você estiver, quanto mais você ampliar a sua per-
cepção, quanto mais você caminhar e se capacitar, compreendendo o seu lugar
como profissional, e os limites como profissional, mais você estará liberada para
escutar as outras mulheres.
Por isso, ter uma mentoria, fazer os exercícios de percepção, escutar e apli-
car, errar e retomar, treinar, tudo isso é tão importante. Porque vai ampliando,
ampliando, ampliando a forma como você consegue ver a realidade. A forma
como você consegue lidar com a realidade. Quanto mais presente você está,
mais clareza vai tendo de tudo isso. Até dos seus limites.
Acreditar que você não precisa de ajuda é não reconhecer seus próprios
limites como profissional da ajuda, como pessoa, como mulher. Uma pessoa
que não reconhece os seus limites é uma pessoa perigosa. Qual é a melhor
metáfora disso? A melhor comparação é uma pessoa que saiu à noite, bebeu, e
aí pega a chave do carro e vai sair. E alguém fala: “Dá a chave aqui e deixa que eu
dirijo”. “Não, estou bem”. Ela está bem? Não, não está bem. Aí ela entra no carro
e sofre um acidente. Essa é uma comparação trágica, bem no extremo, mas a
gente faz isso na vida. Quando você não reconhece os seus próprios limites,
você se coloca em risco e coloca em risco outras pessoas.
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Para escutar, preciso olhar
para meus pontos cegos, para os meus limites,
preciso saber exatamente qual é o meu
lugar como profissional. Escutar é estar
disponível para as mulheres.
Para todas.
A Escuta Ativa é uma escuta BEM diferenciada, mas vamos compreender o
que é esta escuta:
- Uma postura de “abertura”: não estou ouvindo somente porque acho que
isso é importante, ou porque concordo com isto! Escuto porque é importante
para a outra mulher!
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3º PILAR
LI D E R A N D O MU LHER ES
C O LOC A R - S E E X ATAM E N T E N O SE U L U G AR CO MO
P ROFI S S I ONA L E E X E RCE R S UA L I D E R AN ÇA F E MIN IN A
O que significa colocar-se exatamente no seu lugar? Afinal, qual é o seu lu-
gar de profissional, de ajuda, de líder de mulheres?
Se eu estou ali por mim (por minhas pendências emocionais) ou por elas. Se
eu sei até onde vão os limites da minha ajuda, qual a ajuda que de fato é efetiva
e especialmente as complicações e desdobramentos de ajudas “salvadoras” ou
“invasivas”.
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E quando aceito e exerço o papel de liderança, eu assumo o compromisso
de ser o vórtice desta transformação. Por isso não existe outro caminho. Tudo
vai passar inicialmente por mim: pelas minhas crenças, pelo que eu sinto, pela
minha postura! E mesmo que eu “não fale”, postura vai muito além daquilo que
é dito!
Porém, não foi nada fácil este caminho que eu construí! Você já compreen-
deu que, quando as mulheres se reúnem, as histórias do passado e do presente
se sobrepõem! Memórias felizes e memórias profundamente dolorosas se
conectam, luz e sombra emergem…
Porque o que é verdadeiro para mim pode ser totalmente agressivo para
outra mulher. E nisto consiste o maior erro que você já compreendeu, que as
mulheres que trabalham com outras mulheres cometem: elas querem univer-
salizar a sua própria experiência!
Querem “fazer caber” suas experiências, como uma camisa de força, para
outras mulheres, com caráter de verdade universal… mas isto simplesmente não
funciona, afasta muitas mulheres silenciosamente (que não voltam mais para os en-
contros), ou cria conflitos dentro dos grupos!
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Lembre-se:
você é o seu instrumento de conexão!
SENDO ASSIM, cada mulher que cruza o meu caminho reflete um pe-
dacinho da minha alma, das minhas questões internas e profundas, e espe-
cialmente aquelas questões que eu não cuidei, excluí ou não tenho consciên-
cia vão emergir nestas relações!
Cuidar de mim é cuidar das mulheres ao meu redor. Pedir ajuda é investir na
minha postura de profissional, reconhecer os meus limites e confiar na força das
mulheres juntas!
Sem querer salvá-la de sua própria história, sem sentir dó, sem me sentir
melhor, sem ser dona da verdade, sem rejeitar aquilo nela que me incomoda
ou é diferente de mim, numa postura crescente (dentro do que me é possível a
cada momento) de abertura, de aprendizado, de humildade e de serviço.
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C ONS IDER AÇ Õ ES F IN AI S
Eu espero que ler esse e-book tenha sido um bom investimento para
você, tenha trazido percepções novas sobre as questões reais da prática de
mulheres profissionais que trabalham com mulheres.
Eu gastei meses para conseguir escrever e revisá-lo, por conta dos muitos
eventos e da agenda de aulas ao vivo e demais compromissos que eu tenho com
todas as minhas alunas e mentorandas. Se eu consegui colaborar com você eu
já me sinto alegre, mas de verdade tem algo que me deixa inquieta...
A verdade é que não importa o quão bom tenha ficado esse e-book, ou o
quanto ele possa ter contribuído com você, porque infelizmente eu nunca vou
conseguir aqui transmitir tudo o que ensino ( e tudo que eu gostaria de te en-
sinar) como quando acompanho o trabalho de cada mulher no Mentoring.
Por isso, se você quer algo mais individualizado, se quer a minha presença e
as minhas intervenções nas suas dificuldades, se a minha experiência com cen-
tenas de alunas faz sentido pra você, eu recomendo fortemente que você venha
participar do Mentoring Conexão entre Mulheres.
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Temos também encontros de MENTORIA nos quais eu faço intervenções
diretas e falo sobre qual é o seu próximo passo, a partir do ponto em que você
está. Encontros exclusivos sobre a prática profissional, com mulheres que já es-
tão no mercado de trabalho, e as que estão querendo começar.
E por último fechamos com um bônus a mais (que não é obrigatório) para
aquelas que podem e querem, uma imersão de 3 dias, presencial.
Agora que você finalizou a leitura, eu gostaria de te pedir para deixar o seu
comentário sobre o que você achou deste e-book.
Assim você me ajuda a fazer este conteúdo chegar até mais mulheres. Basta
acessar aqui e me contar o que achou, eu vou amar ler!
https://institutoipeamarelo.com/review-liderando-mulheres/
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S U MÁ R IO
INTRODUÇÃO............................................................................................................................... 3
A postura................................................................................................................................ 14
O que é a nossa postura?...................................................................................................... 14
Se você já trabalha com mulheres......................................................................................... 19
#1° Erro – Mulheres que não encaram seu trabalho com mulheres
como profissão................................................................................................................... 22
#2° Erro – Universalizar a própria história.............................................................................. 29
#3° Erro – Um trabalho sem autoria....................................................................................... 32
#4° Erro – Não cobrar pelo trabalho, não equilibrar o “dar e receber”
(quando o dinheiro está excluído)...................................................................................... 38
#5° Erro – Não saber lidar com a sombra feminina................................................................ 43
CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................................... 66
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E por último eu gostaria de te convidar a me acompanhar pelas redes sociais,
estou publicando conteúdos diariamente no Facebook, Instagram e YouTube.
Vejo você em breve,
Anna Patrícia.
S O B R E A AU TO R A
Anna Patrícia Chagas é Psicóloga, Coach Sistêmica, Facilitadora de Círculos de Mulheres
há mais de 16 anos, Mentora de Mulheres Profissionais que Trabalham com Mulheres. Escri-
tora e Consteladora familiar, Terapeuta Corporal, Terapeuta Comunitária, com experiên-
cia de mais de 20 anos com famílias, casais e atendimentos terapêuticos. Mestre em Ciên-
cias da Religião pela PUC-SP, foi professora universitária e coordenadora de cursos de
pós-graduação em diferentes instituições. Co-fundadora do “Instituto ipê amarelo e Edi-
tora Diálogos do Ser”, co-criou a "ESCOLA DE LIDERANÇA", um programa de desenvolvi-
mento de liderança, com abordagens sistêmica e integrativa. Autora dos livros: "Maria Ma-
dalena: o feminino na luz e na sombra" e "Corpo: prazer, dor e luz". Mãe do João Gabriel e
da Ananda, amante das plantas e da música.
Facebook
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YouTube
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