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7132 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.

o 295 — 23-12-1998

SUBSECÇÃO IV âmbito da Comissão de Revisão e Instituição de Regu-


Controlo de fumos nos pátios interiores lamentos Técnicos elaborou um regulamento que
abrange os edifícios destinados a instalações de carácter
Artigo 189.o administrativo, de escritórios e similares, públicas ou
privadas, incluindo os espaços reservados a actividades
Métodos aplicáveis
de apoio ou complementares, bem como zonas de aten-
O controlo de fumos nos pátios interiores cobertos dimento de público. Da preparação do documento base
prolongados até ao topo do edifício pode ser realizado foi encarregada a Direcção-Geral dos Edifícios e Monu-
por desenfumagem passiva ou activa. mentos Nacionais.
Foram ouvidas diversas entidades, tidas como as mais
Artigo 190.o directamente interessadas neste domínio e não repre-
sentadas na Subcomissão — faculdades de engenharia,
Instalações de desenfumagem passiva associações de classe, associações de industriais e de
empresas de construção civil, comissões de coordenação
1 — Nas instalações de desenfumagem passiva, as regional e algumas câmaras municipais.
aberturas para admissão de ar devem ser instaladas na Foram ainda ouvidos os órgãos de governo próprio
zona inferior do pátio e o mais baixo possível, enquanto das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, bem
as aberturas para evacuação de fumos devem consistir como a Associação Nacional de Municípios Portugueses.
em exaustores dispostos na sua cobertura. Assim:
2 — Excepcionalmente, podem ser considerados vãos Nos termos da alínea a) do n.o 1 do artigo 198.o da
de evacuação de fachada, desde que não contribuam Constituição, o Governo decreta, para valer como lei
com mais de um terço para a área total útil das aberturas geral da República, o seguinte:
de evacuação.
3 — O somatório das áreas livres das aberturas para Artigo 1.o
admissão de ar não deve ser inferior ao somatório das
áreas livres das aberturas para evacuação de fumos. É aprovado o Regulamento de Segurança contra
4 — A área total livre das aberturas para evacuação Incêndio em Edifícios de Tipo Administrativo, anexo
não deve ser inferior a 5 % da maior das secções hori- ao presente diploma e que dele faz parte integrante.
zontais do pátio, medidas em planta.
5 — As instalações devem dispor de: Artigo 2.o
a) Comando automático a partir de detectores Os projectos de edifícios de tipo administrativo ela-
ópticos lineares de absorção instalados na zona borados ao abrigo da legislação anterior podem ser sub-
superior do pátio e, no caso de pátios com altura metidos à aprovação das entidades competentes no
superior a 14 m, de detectores idênticos insta- prazo de um ano a partir da data da entrada em vigor
lados a média altura; do presente diploma.
b) Comando manual de recurso, accionável a partir Artigo 3.o
do piso principal. São revogadas, relativamente aos edifícios de tipo
administrativo, as disposições do capítulo III do título V
6 — No piso principal do pátio, bem como nos pisos do Regulamento Geral das Edificações Urbanas, apro-
que confinem com locais com camas, devem ser dis- vado pelo Decreto-Lei n.o 38 382, de 7 de Agosto de
postos painéis de cantonamento ao longo de todo o 1951.
seu perímetro. Artigo 4.o
7 — No caso de existirem espaços do edifício com
aberturas para o pátio dotados de instalações de desen- As normas de segurança contra incêndio a observar
fumagem activa, devem ser previstos painéis de can- na exploração de estabelecimentos de tipo administra-
tonamento entre tais espaços e o pátio. tivo, a aprovar por portaria dos Ministros da Admi-
nistração Interna e do Equipamento, do Planeamento
e da Administração do Território, são publicadas no
Artigo 191.o prazo de 180 dias a partir da data de entrada em vigor
Instalações de desenfumagem activa do presente diploma.
Artigo 5.o
São permitidas instalações de desenfumagem activa
desde que produzam resultados equivalentes aos das O presente diploma aplica-se às Regiões Autónomas
instalações referidas no artigo anterior. dos Açores e da Madeira, sem prejuízo de diploma regio-
nal que proceda às necessárias adaptações.
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 28
Decreto-Lei n.o 410/98 de Outubro de 1998. — António Manuel de Oliveira
de 23 de Dezembro Guterres — Jorge Paulo Sacadura Almeida Coelho —
João Cardona Gomes Cravinho.
De acordo com o plano de acções estabelecido com
o Serviço Nacional de Protecção Civil no sentido de Promulgado em 4 de Dezembro de 1998.
dotar o País com um conjunto de regulamentos de segu-
rança contra incêndio em determinados tipos de edi- Publique-se.
fícios, o Conselho Superior de Obras Públicas e Trans- O Presidente da República, JORGE SAMPAIO.
portes foi incumbido de elaborar os correspondentes
projectos de regulamentos, designadamente o relativo Referendado em 10 de Dezembro de 1998.
a edifícios de tipo administrativo.
Para o efeito, a Subcomissão de Regulamentos de O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira
Segurança contra Incêndio em Edifícios criada no Guterres.
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ANEXO pação e a cota do solo exterior no local onde seja possível


REGULAMENTO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO
aos bombeiros lançar eficazmente para todo o edifício
EM EDIFÍCIOS DE TIPO ADMINISTRATIVO as operações de salvamento de pessoas e de combate
a incêndio.
CAPÍTULO I 2 — No caso de existir mais de um local nas condições
do número anterior, deve ser tomada como referência
Disposições gerais e condições para licenciamento a cota do local mais elevado.
dos edifícios 3 — Os últimos pisos cobertos não são tidos em conta
SECÇÃO I para a determinação da altura dos edifícios quando
sejam exclusivamente destinados a alojar instalações e
Disposições gerais equipamentos que apenas impliquem a presença de pes-
soas para fins de manutenção e reparação.
Artigo 1.o
Objecto
Artigo 4.o
1 — Os edifícios de tipo administrativo, com vista a Edifícios com corpos de alturas diferentes
limitar os riscos de ocorrência e de desenvolvimento
de incêndio, a facilitar a evacuação dos ocupantes e 1 — Aos edifícios constituídos por corpos de alturas
a favorecer a intervenção dos bombeiros, estão sujeitos diferentes são aplicáveis as disposições do presente
às condições previstas no presente Regulamento. Regulamento correspondentes ao corpo de maior altura,
2 — Para efeitos de aplicação do presente Regula- com a excepção a seguir prevista.
mento, consideram-se edifícios de tipo administrativo 2 — Os corpos de menor altura que disponham de
aqueles em que mais de dois terços do volume de cons- estrutura independente e sejam isolados do resto do
trução, excluídas zonas de serviços comuns, é ocupado edifício por elementos de construção nas condições do
por instalações de carácter administrativo, de escritórios disposto na subsecção III da secção V do capítulo III
e similares, públicas ou privadas, incluindo os espaços podem ser considerados como edifícios autónomos.
destinados a actividades de apoio ou complementares,
bem como zonas de atendimento de público.
Artigo 5.o
Artigo 2.o Classificação dos edifícios de acordo com a altura

Âmbito de aplicação Para efeitos de aplicação do presente Regulamento,


os edifícios são classificados, de acordo com a sua altura,
1 — As disposições do presente Regulamento apli- do seguinte modo:
cam-se a edifícios de tipo administrativo a construir e,
com as necessárias adaptações, a: a) Edifícios de pequena altura: edifícios com altura
não superior a 9 m;
a) Edifícios ou partes de edifícios de outros tipos, b) Edifícios de média altura: edifícios com altura
a construir, no caso de utilização parcial para superior a 9 m e não superior a 28 m;
fins administrativos; c) Edifícios de grande altura: edifícios com altura
b) Edifícios de tipo administrativo existentes, sem- superior a 28 m.
pre que sofram remodelações de que resulte
a ultrapassagem dos limiares de altura de 9 m
ou de 28 m; Artigo 6.o
c) Edifícios ou partes de edifícios existentes, sem- Classificação dos locais dos edifícios
pre que sofram alterações de ocupação impli-
cando a sua utilização total ou parcial para fins 1 — Para efeitos de aplicação do presente Regula-
administrativos. mento, os locais dos edifícios são classificados, de acordo
com a sua natureza, do seguinte modo:
2 — Em imóveis classificados pode ser dispensada a
aplicação de algumas disposições, no caso de estas serem a) Locais de risco A, são os locais caracterizados
de execução manifestamente difícil ou lesiva do patri- pela presença dominante de pessoal afecto ao
mónio. edifício exercendo as actividades inerentes ao
3 — Nas situações referidas no número anterior, tipo administrativo, ou locais de atendimento
devem ser previstos meios de segurança compensatórios, de público, nos quais se verifiquem simultanea-
determinados para cada edifício, podendo abranger mente as seguintes condições:
domínios tais como o serviço de segurança e as ins- aa) O número total de ocupantes não ex-
talações de detecção, alarme, alerta ou extinção. ceda 100;
4 — A inclusão em edifícios de tipo administrativo bb) O número total de ocupantes não afectos
de espaços destinados a actividades distintas das con- ao edifício não exceda 50;
sideradas no n.o 2 do artigo 1.o é condicionada pelo
disposto no n.o 3 do artigo 11.o b) Locais de risco B, são os locais onde possam
permanecer mais de 50 pessoas não afectas ao
Artigo 3.o edifício ou mais de 100 pessoas no total;
Definição da altura dos edifícios
c) Locais de risco C, são os locais que apresentem
riscos agravados de incêndio, devido quer às
1 — Para efeitos de aplicação do presente Regula- características dos produtos, materiais ou equi-
mento, a altura de um edifício é definida pela diferença pamentos que contenham, quer às actividades
entre a cota do último piso coberto susceptível de ocu- neles desenvolvidas.
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2 — Os locais de risco C, referidos na alínea c) do 4 — Sempre que na fase de estudos seja previsível,
número anterior, compreendem: para um dado local ou zona do edifício, um índice de
ocupação superior aos indicados, o seu número de ocu-
a) Arquivos, depósitos e arrecadações de material
diverso com volume superior a 50 m3 ou des- pantes potenciais deve ser o correspondente a esse
tinadas à guarda de líquidos inflamáveis em índice.
quantidade superior a 10 l; 5 — Nos locais do edifício não abrangidos pelo n.o 2,
b) Oficinas em que se verifique qualquer das o número de ocupantes a considerar deve ser indicado
seguintes condições: no projecto, cabendo à entidade licenciadora decidir
da sua adequação.
aa) Sejam destinadas a impressão ou car- 6 — O número total de ocupantes das zonas do edi-
pintaria; fício afectas a actividades de tipo administrativo deve
bb) Sejam utilizadas chamas nuas, aparelhos constar do respectivo processo de licenciamento.
envolvendo projecção de faíscas ou ele-
mentos incandescentes em contacto com Artigo 8.o
o ar associados à presença de materiais
facilmente inflamáveis; Qualificação dos materiais e dos elementos de construção

1 — A qualificação da reacção ao fogo dos materiais


c) Cozinhas em que sejam instalados aparelhos, de construção e da resistência ao fogo dos elementos
ou grupos de aparelhos, com potência total útil de construção deve ser feita de acordo com as espe-
superior a 20 kW; cificações do Laboratório Nacional de Engenharia Civil
d) Locais afectos a serviços técnicos previstos no (LNEC).
capítulo V em que sejam instalados equipamen- 2 — A qualificação do comportamento ao fogo de
tos eléctricos, electromecânicos ou térmicos, ou
paredes exteriores de construção não tradicional deve
armazenados combustíveis;
ser feita no quadro da homologação a conceder pelo
e) Locais de recolha de contentores ou de com-
LNEC ao sistema construtivo em causa.
pactadores de lixo com capacidade total supe-
rior a 2 m3; 3 — A qualificação do comportamento ao fogo de
f) Locais cobertos de estacionamento de veículos outros componentes de construção poderá ser imposta
com área superior a 30 m2; por regulamentação específica aplicável a certas insta-
g) Outros locais que a entidade licenciadora con- lações ou equipamentos.
sidere comportarem riscos de incêndio ou de 4 — As exigências de comportamento ao fogo cons-
explosão, ou uma carga de incêndio elevada tantes do presente Regulamento para quaisquer mate-
associada à presença de materiais facilmente riais ou elementos de construção devem ser entendidas
inflamáveis. como mínimos a observar.
Artigo 7.o
Artigo 9.o
Determinação do número de ocupantes dos edifícios
Certificação das instalações de segurança
1 — Para efeitos de aplicação do presente Regula-
mento, o número de ocupantes potenciais dos edifícios 1 — Os componentes das instalações de segurança
é o somatório das lotações de todos os seus espaços devem satisfazer o estipulado nas normas harmonizadas,
susceptíveis de ocupação, determinadas de acordo com normas portuguesas, normas comunitárias ou normas
os critérios enunciados nos números seguintes. estrangeiras consideradas equivalentes pelo Instituto
2 — Nas zonas em que exista compartimentação defi- Português da Qualidade, condição que deve ser devi-
nida, a lotação a considerar em cada local não deve damente certificada.
ser inferior à correspondente aos índices de ocupação 2 — As instalações de segurança devem ser execu-
indicados no quadro seguinte, em função da sua fina- tadas e sujeitas a manutenção por empresas especia-
lidade e reportados a área útil, arredondada para o lizadas, devidamente credenciadas pelo Serviço Nacio-
inteiro superior: nal de Bombeiros (SNB).

Índices SECÇÃO II
Locais (pessoas por metro
quadrado)
Condições para licenciamento dos edifícios

Gabinetes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 0,10 Artigo 10.o


Salas de escritório . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 0,20
Salas de desenho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 0,17 Condições gerais
Salas de reunião sem lugares fixos . . . . . . . . . . . . 0,50
Zonas acessíveis a público . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 1 — O licenciamento de construção de edifícios de
Refeitórios: tipo administrativo, no que respeita a segurança contra
Zona de refeições . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 incêndio, depende de parecer de conformidade emitido
Zona de espera . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 pelo SNB, para o que os projectos de arquitectura que
Bares (zona de consumo) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 instruem os pedidos de licenciamento devem conter ele-
mentos que permitam identificar a observância das dis-
posições do presente Regulamento, nomeadamente
3 — Nas zonas em que não exista compartimentação quanto às condições de acesso aos edifícios, concepção
definida na fase de projecto, o número de ocupantes dos espaços interiores, número de ocupantes, meios de
a considerar não deve ser inferior ao correspondente compartimentação, isolamento e protecção, resistência
a um índice de ocupação de 0,10 pessoas por metro ao fogo dos elementos estruturais, condições de segu-
quadrado de área bruta, arredondado para o inteiro rança das instalações técnicas e equipamentos especí-
superior. ficos de segurança.
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2 — Nos edifícios de pequena altura, o parecer refe- CAPÍTULO II


rido no número anterior também pode ser emitido por
técnicos ou entidades credenciados para o efeito por Condições de acesso aos edifícios
aquele Serviço.
3 — Nos edifícios com altura superior a 60 m, o pro- Artigo 12.o
jecto de arquitectura deve ser acompanhado de estudo
relativo à segurança contra incêndio, elaborado por téc- Critérios de segurança
nico ou entidade especializado e credenciado pelo SNB, 1 — Os edifícios devem ser servidos por vias que per-
ou por associação profissional com competência legal
para o efeito, dependendo a decisão de licenciamento mitam a aproximação, o estacionamento e a manobra
de parecer favorável do SNB, após audição da comissão das viaturas dos bombeiros, bem como o estabeleci-
técnica interministerial de segurança contra incêndio, mento das operações de socorro.
a criar no âmbito do Ministério da Administração 2 — As vias referidas no número anterior devem dar
Interna. acesso a paredes exteriores através das quais seja pos-
4 — A ocupação e a entrada em funcionamento dos sível a entrada dos bombeiros no interior dos pisos ocu-
edifícios deve ser precedida de vistoria a realizar pela pados que estejam ao seu alcance.
entidade que emitiu o parecer a que se referem os núme- 3 — A construção de edifícios de grande altura deve
ros anteriores, para verificação da adequação das medi- ser condicionada pela existência de um quartel de bom-
das construtivas e da operacionalidade dos equipamen- beiros convenientemente apetrechado para intervir em
tos afectos à segurança contra incêndio. edifícios daquele porte e pela disponibilidade de acessos
5 — Nas obras sujeitas a licenciamento municipal, as que permitam uma pronta intervenção.
vistorias devem ser realizadas no âmbito dos procedi-
mentos conducentes à atribuição de licença de uti-
lização. Artigo 13.o
6 — Nas obras sujeitas ao Regime Jurídico de Vias de acesso aos edifícios
Empreitadas de Obras Públicas, as vistorias devem ser
realizadas no âmbito dos procedimentos conducentes 1 — As vias de acesso aos edifícios devem ter ligação
à elaboração do auto de recepção provisória. permanente à rede viária pública, mesmo que estabe-
7 — Os relatórios das vistorias devem referir a natu- lecidas em domínio privado, e possibilitar o estaciona-
reza e a periodicidade das inspecções a realizar para mento das viaturas dos bombeiros a uma distância não
verificação da manutenção e adequação dos meios pas- superior a 30 m de qualquer saída do edifício que faça
sivos e activos de segurança contra incêndio do edifício.
parte dos caminhos de evacuação, nem superior a 50 m
8 — Durante a elaboração dos projectos podem ser
solicitadas ao SNB informações técnicas sobre a ade- dos acessos aos ascensores para uso dos bombeiros em
quação das propostas de solução para satisfação das caso de incêndio, quando existam.
exigências de segurança contra incêndio. 2 — No caso de edifícios de pequena altura, as vias
de acesso devem dispor de uma faixa, situada nas zonas
Artigo 11.o adjacentes às paredes exteriores referidas no n.o 2 do
artigo anterior, destinada à operação das viaturas dos
Casos particulares bombeiros, apresentando as seguintes características:
1 — As salas de reunião ou conferência com lotação a) Largura livre mínima de 3,5 m que, nas vias em
superior a 200 pessoas devem obedecer às disposições impasse, deve ser aumentada para 7 m;
constantes do Regulamento das Condições Técnicas e
de Segurança dos Recintos de Espectáculos e Diver- b) Altura livre mínima de 4 m;
timentos Públicos, aprovado pelo Decreto Regulamen- c) Raio interior de curvatura mínimo de 11 m e,
tar n.o 34/95, de 16 de Dezembro. nas vias com raio interior de curvatura inferior
2 — Os parques de estacionamento cobertos de área a 50 m, produto da sobrelargura pelo raio,
bruta total superior a 200 m2 devem obedecer às dis- ambos medidos em metros, não inferior a 15;
posições constantes do Regulamento de Segurança con- d) Inclinação máxima de 15 %;
tra Incêndio em Parques de Estacionamento Cobertos, e) Capacidade para suportar um veículo de peso
aprovado pelo Decreto-Lei n.o 66/95, de 8 de Abril. total de 130 kN, correspondendo 40 kN à carga
3 — Os espaços integrados no edifício e destinados do eixo dianteiro e 90 kN à carga do eixo tra-
a actividades distintas das referidas no n.o 2 do artigo 1.o seiro, sendo de 4,5 m a distância entre eixos.
carecem de licenciamento fundamentado nos pareceres
das entidades competentes, face ao seu tipo de utili- 3 — No caso de edifícios de média ou grande altura,
zação, competindo, em cada caso, à entidade respectiva: a faixa referida no número anterior deve satisfazer o
a) Decidir, face aos riscos de incêndio e de explo- disposto nas alíneas b), c) e e) daquele número e, ainda,
são inerentes às actividades previstas, se elas as seguintes condições:
podem ser autorizadas;
b) Em caso afirmativo, e face à natureza das acti- a) Distância do bordo da faixa à parede do edifício
vidades e às dimensões e localização dos espa- compatível com a operacionalidade das auto-
ços, exigir medidas de segurança eventualmente -escadas;
mais gravosas que as previstas no n.o 1 do b) Extensão mínima de 10 m;
artigo 22.o, as quais poderão mesmo abranger c) Largura livre mínima, excluindo estacionamento,
a totalidade do edifício de 4 m, que nas vias em impasse deve ser aumen-
tada para 7 m;
4 — No caso de imóveis classificados, a dispensa de d) Inclinação máxima de 10 %;
aplicação de algumas disposições do presente Regula- e) Capacidade para resistir ao punçoamento de
mento prevista no n.o 2 do artigo 2.o deve ser precedida uma força de 100 kN aplicada numa área cir-
de parecer do SNB. cular com 0,2 m de diâmetro.
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Artigo 14.o intrusão dos gases de combustão e do fumo produzidos


Pontos de entrada dos bombeiros
no incêndio, bem como da exposição ao fogo, para faci-
litar a evacuação dos ocupantes e o acesso dos bom-
1 — As paredes exteriores referidas no n.o 2 do beiros.
artigo 12.o devem dispor de vãos com características 5 — As comunicações horizontais e verticais, bem
adequadas à sua transposição pelos bombeiros, os quais como as canalizações e as condutas dos edifícios não
devem ser previstos em todos os pisos abrangidos pelo devem comprometer a eficácia da compartimentação
alcance das auto-escadas, e cujo acesso não deve ser corta-fogo e do isolamento e protecção dos locais e das
comprometido por quaisquer obstáculos, nomeada- vias de evacuação.
mente elementos de vegetação, publicitários ou deco- 6 — Os materiais utilizados nos acabamentos dos edi-
rativos. fícios nos elementos de decoração e no mobiliário prin-
2 — Os pontos de entrada referidos devem ser loca- cipal fixo devem ter reacção ao fogo adequada para
lizados à razão de um ponto, no mínimo, por cada limitar os riscos de deflagração e de desenvolvimento
800 m2, ou fracção de 800 m2, de área do piso que servem de incêndio.
e podem consistir em vãos de porta ou de janela, even- 7 — A constituição e a configuração das paredes exte-
tualmente ligados a varandas ou galerias, desde que não riores e das coberturas, bem como a disposição dos vãos
disponham de grades, grelhagens ou vedações que difi- nelas existentes, devem ser concebidas de modo a limitar
cultem a sua transposição e que a partir deles seja asse- os riscos de propagação do fogo entre locais do mesmo
gurada a fácil progressão no piso. edifício ou entre edifícios vizinhos.
3 — Quando os pontos de entrada forem vãos de
janela, o pano de peito não deve ter espessura superior Artigo 17.o
a 0,3 m numa extensão de 0,5 m abaixo do peitoril, no
mínimo, para permitir o engate das escadas de ganchos. Definições
4 — Os pontos de entrada exclusivamente destinados Para efeitos de aplicação do presente Regulamento,
aos bombeiros devem ser sinalizados por forma a garan- entende-se por:
tir a sua inequívoca identificação a partir das vias que
lhes dão acesso. a) «Câmara corta-fogo», o dispositivo de comu-
Artigo 15.o nicação entre espaços do edifício que, para além
de apresentar resistência ao fogo, permite a sua
Localização dos edifícios de grande altura
transposição sem colocar em contacto directo
1 — A distância máxima a percorrer entre um quartel as atmosferas dos espaços que liga;
de bombeiros com as condições indicadas no n.o 3 do b) «Via de evacuação», a comunicação horizontal
artigo 12.o e um edifício de grande altura não deve, ou vertical do edifício que, de acordo com o
em regra, exceder 3 km. presente Regulamento, apresenta condições de
2 — O limite de distância referido no número anterior segurança para a evacuação dos seus ocupantes;
pode ser alargado mediante justificação, aceite pela enti- c) «Via de evacuação protegida», a via de eva-
dade licenciadora, com base na existência de condições cuação dotada de meios que conferem aos seus
especialmente favoráveis quanto à rede de quartéis exis- utentes abrigo contra os gases, o fumo e o fogo,
tentes e à natureza dos meios de que estes disponham, durante o período necessário à evacuação;
à facilidade de trânsito e às condições de segurança d) «Via de evacuação enclausurada», a via de eva-
globais do próprio edifício. cuação protegida, estabelecida no interior do
edifício dotada de envolvente com resistência
ao fogo;
CAPÍTULO III e) «Via de evacuação ao ar livre», a via de eva-
cuação protegida, separada do resto do edifício
Disposições relativas à construção por elementos de construção com resistência ao
SECÇÃO I fogo e dispondo de aberturas permanentes para
o ar livre.
Critérios de segurança e definições
SECÇÃO II
Artigo 16.o
Resistência ao fogo dos elementos estruturais
Critérios de segurança

1 — Os elementos estruturais dos edifícios devem Artigo 18.o


apresentar resistência ao fogo suficiente para limitar Condições gerais
o risco de colapso, nomeadamente durante o período
necessário à evacuação das pessoas e de combate a 1 — A classe de resistência ao fogo dos elementos
incêndio. estruturais — EF para elementos de suporte ou CF
2 — Os edifícios devem ser divididos em espaços deli- para elementos com funções de compartimentação e
mitados por elementos de construção com resistência de suporte — deve ser, salvo disposição mais exi-
ao fogo adequada para fraccionar a carga de incêndio gente constante do presente Regulamento, a indicada
do seu conteúdo. no quadro seguinte, em função da altura do edifício:
3 — Os locais dos edifícios que sejam ocupados por
entidades distintas e sem ligação directa entre si, ou Altura Classe (EF ou CF)
que apresentem riscos agravados, devem ser convenien-
temente isolados para não favorecer a propagação do
incêndio. Pequena . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
Média . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
4 — As vias de evacuação dos edifícios devem, nas Grande . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
circunstâncias de maior risco, ser protegidas contra a
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2 — Nos edifícios de altura superior a 60 m, a classe edifícios com grande desenvolvimento em planta, por
de resistência ao fogo dos elementos estruturais deve paredes que os dividam em espaços com a altura de
ser especificada no estudo referido no n.o 3 do um piso e área não superior a 1600 m2.
artigo 10.o, não devendo, contudo, ser inferior à cor- 2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior,
respondente ao escalão 120. são, no entanto, permitidos:
3 — Em cada local, e sem prejuízo do disposto no
a) Espaços com a altura de dois pisos e área
artigo seguinte, a classe de resistência ao fogo dos ele-
máxima de 800 m2, desde que o seu pavimento
mentos estruturais do edifício não pode ser inferior à
mais baixo se situe a uma altura não superior
mais gravosa das exigidas para a sua envolvente.
a 28 m;
b) Espaços livres constituindo pátios interiores
Artigo 19.o prolongados até à cobertura, desde que:
Casos particulares aa) A menor das suas dimensões, medida
em planta, seja superior a “7H, com um
1 — Não é exigida qualificação de resistência ao fogo
mínimo de 7 m, sendo H a altura do pátio
a elementos estruturais de edifícios de pequena altura
medida até ao pavimento do último piso;
em que se verifiquem simultaneamente as seguintes
bb) As paredes do edifício que confinem com
condições:
o pátio satisfaçam o disposto nos n.os 1
a) O edifício seja integralmente explorado pela ou 2 do artigo 43.o;
mesma entidade; cc) No caso de pátios cobertos, os materiais
b) O número de pisos não seja superior a três, de revestimento das paredes e os mate-
dos quais um, no máximo, situado abaixo do riais constituintes da cobertura garantam
solo exterior; a classe M 2.
c) A área de implantação não seja superior a
800 m2; 3 — Nos edifícios de pequena altura referidos no n.o 1
d) Os elementos estruturais referidos sejam cons- do artigo anterior não é requerida compartimentação
truídos com materiais da classe M 0, com corta-fogo.
madeira maciça ou com lamelados de madeira
colados; Artigo 21.o
e) Os materiais constituintes dos painéis de fachada Elementos de compartimentação
e dos enchimentos dos elementos de revesti-
mento térmico ou acústico sejam da classe M 1; 1 — Os pavimentos e as paredes de compartimen-
f) Os restantes elementos de construção, à excep- tação corta-fogo devem apresentar classe de resistência
ção de portas e janelas, e os elementos de mobi- ao fogo não inferior à exigida para os elementos estru-
liário principal fixo sejam constituídos por mate- turais do edifício.
riais da classe M 0; 2 — As paredes de compartimentação corta-fogo do
g) O edifício disponha de uma instalação de alarme último piso devem ser prolongadas até à cobertura do
concebida nas condições indicadas no ar- edifício e, a este nível, deve ser observado o disposto
tigo 126.o no n.o 3 do artigo 49.o
3 — As comunicações dispostas nas paredes de com-
2 — Para além dos casos previstos no número ante- partimentação corta-fogo devem ser evitadas e, quando
rior, também não se exige qualificação de resistência existam, ser protegidas pelos dispositivos indicados no
ao fogo aos elementos estruturais em edifícios de qual- quadro seguinte, de acordo com a altura do edifício:
quer altura, desde que estejam compreendidos no inte-
rior dos espaços previstos no n.o 2 do artigo 20.o e sejam Altura Dispositivos

satisfeitas simultaneamente as seguintes condições:


a) Os elementos estruturais referidos não exerçam Pequena . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Portas CF 30
Média . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Portas CF 60
funções de suporte de qualquer outra parte do Grande . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Câmaras contra-fogo
edifício;
b) Os espaços em causa não compreendam quais-
quer percursos incluídos em vias de evacuação SUBSECÇÃO II
dos restantes espaços do edifício.
Isolamento e protecção dos espaços do edifício

SECÇÃO III Artigo 22.o


Medidas de compartimentação, isolamento e protecção Isolamento entre locais do edifício ocupados por entidades distintas
no interior dos edifícios
1 — Os locais do edifício ocupados por entidades dis-
SUBSECÇÃO I
tintas e sem ligação directa entre si devem, em geral,
ser separados por paredes e pavimentos da classe de
Compartimentação corta-fogo resistência ao fogo CF 30 ou CF 60, consoante possuam
ou não ligação através de comunicações comuns.
Artigo 20.o 2 — No caso de espaços destinados a finalidades dis-
Condições de estabelecimento da compartimentação corta-fogo
tintas das referidas no n.o 2 do artigo 1.o, cabe à entidade
licenciadora definir as condições do seu isolamento rela-
1 — A compartimentação corta-fogo dos edifícios tivamente ao resto do edifício, nos termos do n.o 3 do
deve, em geral, ser assegurada pelos pavimentos e, nos artigo 11.o
7138 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 295 — 23-12-1998

Artigo 23.o tência ao fogo indicada no quadro seguinte, de acordo


com a altura do edifício em que se situem:
Protecção dos locais de risco B

1 — Os locais de risco B devem, em regra, ser sepa- Altura Paredes Portas


rados dos espaços adjacentes por elementos de cons-
trução que garantam as seguintes classes de resistência Pequena . . . . . . . . . . . . . . . . . CF 30 PC 15
ao fogo: Média ou grande . . . . . . . . . CF 60 PC 30

a) Paredes — PC 30;
b) Portas — PC 15. 2 — As vias horizontais enclausuradas de grande
extensão devem ser seccionadas por divisórias transver-
2 — Quando os espaços adjacentes sejam locais de sais equipadas com portas, montadas a intervalos não
risco A, as exigências do número anterior apenas se superiores a 30 m e garantindo a classe de resistência
aplicam às paredes envolventes do conjunto formado ao fogo PC 15.
pelos locais de riscos A e B e às portas nelas situadas, 3 — As vias horizontais ao ar livre devem dispor de
desde que a área daquele conjunto, medida em planta, vãos permanentemente abertos para o exterior, conve-
não exceda 400 m2. nientemente distribuídos e com uma área total não infe-
rior a metade da área da parede em que se inserem.
Artigo 24.o
Isolamento dos locais de risco C Artigo 26.o
1 — Os arquivos, as arrecadações, os depósitos e as Protecção das vias verticais de evacuação
cozinhas referidos nas alíneas a), b) e c) do n.o 2 do 1 — As vias verticais de evacuação para as quais se
artigo 6.o devem ser separados dos restantes espaços exige protecção devem ser separadas dos restantes espa-
do edifício por elementos de construção que garantam ços por paredes e pavimentos apresentando classe de
as seguintes classes de resistência ao fogo: resistência ao fogo não inferior à exigida para os ele-
a) Paredes e pavimentos — CF 60; mentos estruturais do edifício.
b) Portas — CF 30. 2 — As vias verticais de evacuação ao ar livre devem
dispor de aberturas permanentes para o exterior, judi-
ciosamente distribuídas por toda a altura da via, com
2 — No caso de cozinhas ligadas a salas de refeições, altura não inferior ao pé-direito deduzido da altura das
é permitido que apenas as paredes e os pavimentos guardas e com largura, em cada piso, não inferior ao
envolventes do conjunto e as portas dispostas naquelas dobro da largura dos lanços.
satisfaçam as condições requeridas no número anterior, 3 — Os acessos às vias referidas nos números ante-
desde que sejam observadas as disposições do n.o 4 do riores devem ser protegidos nas condições indicadas no
artigo 146.o quadro seguinte, em função da altura do edifício e do
3 — O isolamento dos locais técnicos referidos na alí- tipo de via:
nea d) do n.o 2 do artigo 6.o deve ser assegurado nas
condições expressas nas correspondentes secções do
Altura Via enclausurada Via ao ar livre
capítulo V.
4 — As oficinas e os locais de recolha de contentores
ou de compactadores de lixo referidos nas alíneas b) Pequena ou média . . . . . . Portas PC 30 Portas PC 30
e e) do n.o 2 do artigo 6.o devem ser separados dos Grande . . . . . . . . . . . . . . . Câmaras corta-fogo Portas CF 60
restantes espaços do edifício por elementos de cons-
trução que garantam as seguintes classes de resistência
ao fogo: Artigo 27.o
a) Paredes e pavimentos — CF 90; Isolamento de outras comunicações verticais
b) Portas — CF 60. 1 — As comunicações verticais interiores que não
constituam vias de evacuação devem, em regra, ser sepa-
5 — Os parques de estacionamento referidos na alí- radas dos restantes espaços por paredes e portas da
nea f) do n.o 2 do artigo 6.o devem ser separados dos classe de resistência ao fogo nos termos indicados no
restantes espaços do edifício por paredes, pavimentos quadro seguinte, de acordo com a altura do edifício
e portas nas condições do n.o 1, excepto se tiverem área em que se situem:
bruta total superior a 200 m2, caso em que deverão
satisfazer o previsto no n.o 2 do artigo 11.o Altura Paredes Portas
6 — Os locais referidos na alínea g) do n.o 2 do
artigo 6.o devem ser isolados em condições a definir
pela entidade licenciadora. Pequena ou média . . . . . . . . CF 30 PC 30
Grande . . . . . . . . . . . . . . . . . CF 60 PC 60

Artigo 25.o
2 — O disposto no número anterior não se aplica a:
Protecção das vias horizontais de evacuação
a) Comunicações verticais situadas nos espaços
1 — As vias horizontais de evacuação para as quais previstos nos n.os 1 e 2 do artigo 19.o;
se exige protecção devem ser separadas dos restantes b) Paredes das caixas e portas de patamar de ele-
espaços do piso por paredes e portas da classe de resis- vadores que confinem ou comuniquem com o
N.o 295 — 23-12-1998 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 7139

interior de caixas de escada isoladas ou pro- Artigo 30.o


tegidas, desde que a máquina respectiva se loca- Condições de isolamento
lize superiormente.
1 — Com excepção das condutas de ventilação e tra-
3 — No caso de escadas mecânicas ou tapetes rolantes tamento de ar, devem ser alojadas em ductos as cana-
não incluídos nas vias verticais de evacuação, o isola- lizações e as condutas que:
mento pode ser realizado por obturadores de acciona- a) Sejam situadas em edifícios de grande altura
mento automático em caso de incêndio. e atravessem pavimentos ou paredes de com-
4 — Junto das escadas mecânicas ou dos tapetes partimentação corta-fogo;
rolantes referidos no número anterior deve ser afixada b) Sejam situadas em edifícios de qualquer altura
a inscrição «Em caso de incêndio não utilize este e tenham diâmetro nominal superior a 315 mm,
caminho». ou secção equivalente.
SUBSECÇÃO III
2 — As canalizações e as condutas não abrangidas
Isolamento de canalizações e condutas pelo disposto no número anterior devem ser isoladas
de acordo com as disposições dos números seguintes,
por qualquer dos meios indicados no n.o 1 do artigo 29.o
Artigo 28.o
3 — Devem ser dotadas de meios de isolamento que
Âmbito de aplicação garantam a classe de resistência ao fogo exigida para
os elementos atravessados:
As disposições desta subsecção aplicam-se a cana-
lizações eléctricas, de esgoto e de gases, incluindo as a) As condutas ou canalizações com diâmetro
de ar comprimido e de vácuo, bem como a condutas nominal superior a 75 mm, ou secção equiva-
de ventilação, de tratamento de ar, de evacuação de lente, que atravessem paredes ou pavimentos
efluentes de combustão, de desenfumagem e de eva- de compartimentação corta-fogo ou de separa-
cuação de lixos, sem prejuízo das disposições específicas ção entre locais ocupados por entidades dis-
do presente Regulamento relativas às instalações a que tintas;
respeitam. b) As condutas que conduzam efluentes de com-
bustão provenientes de grupos electrogéneos,
Artigo 29.o centrais térmicas, cozinhas e aparelhos de aque-
cimento autónomos.
Meios de isolamento

1 — O isolamento das condutas e das canalizações 4 — As canalizações e as condutas com diâmetro


dos edifícios pode ser obtido por: nominal superior a 125 mm, ou secção equivalente, com
percursos no interior de locais de risco C devem, naque-
a) Alojamento em ductos; les percursos, ser dotadas de meios de isolamento nas
b) Atribuição de resistência ao fogo às próprias condições do n.o 3.
canalizações ou condutas; 5 — As adufas, os ramais de descarga e os tubos de
c) Instalação de dispositivos no interior das con- queda das condutas de evacuação de lixo devem ser
dutas para obturação automática em caso de estanques, construídos com materiais da classe M 0 e
incêndio. garantir a classe de resistência ao fogo CF 60.
6 — As condutas das instalações de controlo de fumos
2 — O isolamento referido no número anterior, em caso de incêndio devem satisfazer as disposições
quando exigido, destina-se a prevenir que: do capítulo VIII que lhes forem aplicáveis.
7 — As canalizações e as condutas não consideradas
a) As canalizações e as condutas constituam veí- nos números anteriores e com diâmetro nominal supe-
culos propagadores do incêndio entre diferentes rior a 75 mm, ou secção equivalente, que atravessem
espaços do edifício; pavimentos ou paredes para os quais se exige quali-
b) Um incêndio no interior de uma conduta ou ficação de resistência ao fogo devem ser dotadas de
de uma canalização se transmita aos espaços meios de isolamento que garantam a classe PC 30 ou,
que sirva. no caso de apenas atravessarem paredes naquelas con-
dições, a classe CF 15.
3 — Nos casos referidos na alínea a) do número ante- 8 — As exigências expressas no número anterior são
rior, é considerado suficiente que as paredes das con- consideradas satisfeitas nos seguintes casos:
dutas, das canalizações ou dos ductos que as alojem a) Condutas metálicas com ponto de fusão supe-
apresentem classe de resistência ao fogo não inferior rior a 850oC;
a metade da requerida para os elementos de construção b) Condutas de PVC da classe M 1 com diâmetro
que atravessem, desde que sejam construídas com mate- nominal não superior a 125 mm, desde que
riais homogéneos e que as ligações entre troços sejam reforçadas nos atravessamentos com mangas de
executadas de acordo com as regras da arte. material idêntico, da mesma espessura, prolon-
4 — Nos casos referidos na alínea b) do mesmo gadas por um comprimento não inferior ao seu
número, é necessário garantir que, se não forem ins- diâmetro.
talados dispositivos de obturação automática em caso
de incêndio, as paredes das condutas ou das canalizações 9 — Em condutas isoláveis por meio de dispositivos
apresentem classe de resistência ao fogo não inferior de obturação automática em caso de incêndio, as exi-
à requerida para os elementos de construção que atra- gências de resistência ao fogo expressas nos números
vessem, ou sejam protegidas por ductos que assegurem anteriores apenas devem ser asseguradas nos pontos de
aquela classe. atravessamento das paredes ou dos pavimentos.
7140 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 295 — 23-12-1998

Artigo 31.o Artigo 34.o


Características dos ductos Dispositivos de fecho das portas resistentes ao fogo
2 As portas corta-fogo ou pára-chamas devem ser pro-
1 — Os ductos com secção superior a 0,20 m devem
ser construídos com materiais da classe M 0. vidas de dispositivos de fecho que as reconduzam auto-
2 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte, maticamente, por meios mecânicos, à posição fechada.
os ductos devem, sempre que possível, ser seccionados
por septos constituídos por materiais da classe M 0 nos Artigo 35.o
pontos de atravessamento de paredes e pavimentos de
Dispositivos de retenção das portas resistentes ao fogo
compartimentação corta-fogo, ou de isolamento entre
locais ocupados por entidades distintas. 1 — Com excepção das portas das câmaras corta-fogo
3 — Nos ductos destinados a alojar canalizações de de acesso a vias verticais de evacuação, as portas cor-
gases combustíveis: ta-fogo ou pára-chamas que, por razões de exploração,
devam ser mantidas abertas, devem ser providas de dis-
a) Não é permitido qualquer seccionamento;
positivos de retenção que as conservem normalmente
b) Os troços verticais devem dispor de aberturas
naquela posição e que, em caso de incêndio, as libertem
permanentes de comunicação com o exterior do automaticamente, provocando o seu fecho por acção
edifício com área não inferior a 0,10 m2, situadas do dispositivo referido no artigo anterior.
uma na base do ducto, acima do nível do terreno 2 — Nas portas equipadas com dispositivos de reten-
circundante, e outra no topo, ao nível da ção deve ser afixada, na face aparente quando abertas,
cobertura. a inscrição «Porta corta-fogo. Não colocar obstáculos
que impeçam o fecho».
4 — A classe de resistência ao fogo dos elementos
de protecção dos vãos de acesso aos ductos pode ser Artigo 36.o
obtida pela soma dos escalões da portinhola e da porta Dispositivos de fecho das portinholas de acesso a ductos de isolamento
do compartimento que lhe dá acesso, desde que esse
As portinholas de acesso a ductos de isolamento de
compartimento seja exclusivamente destinado a fins téc-
canalizações ou condutas devem ser munidas de dis-
nicos e não contenha uma carga de incêndio apreciável.
positivos que permitam mantê-las fechadas.

Artigo 32.o
SECÇÃO IV
Dispositivos de obturação automática
Acabamentos interiores, mobiliário e decoração
O accionamento dos dispositivos de obturação auto-
mática referidos na alínea c) do n.o 1 do artigo 29.o Artigo 37.o
deve ser comandado por meio de dispositivos de detec- Revestimentos dos pavimentos
ção automática de incêndio, duplicados por dispositivos
manuais. 1 — Nos edifícios de pequena ou média altura, os
materiais de revestimento e de recobrimento dos pavi-
SUBSECÇÃO IV mentos devem garantir a classe de reacção ao fogo a
seguir indicada, consoante o local em que se situem:
Protecção dos vãos de comunicação
a) Classe M 0 em:
Artigo 33.o aa) Centrais térmicas;
Caracterização das câmaras corta-fogo bb) Oficinas em que sejam manipulados líquidos
inflamáveis em quantidade superior a
1 — As câmaras corta-fogo devem ser separadas dos 10 l;
restantes espaços do edifício por elementos de cons- cc) Locais de recolha de lixos;
trução que garantam as seguintes classes de resistência
ao fogo: b) Classe M 3 em:
a) Paredes e pavimentos — CF 60; aa) Locais de risco B;
b) Portas — PC 30. bb) Locais de risco C não previstos na alínea
anterior;
2 — As dimensões das câmaras devem satisfazer as cc) Vias de evacuação.
seguintes condições:
2 — Nos edifícios de grande altura, os materiais refe-
a) Área compreendida entre 3 m2 e 6 m2; ridos no número anterior devem garantir a classe de
b) Distância entre portas não inferior a 1,2 m; reacção ao fogo a seguir indicada, consoante o local
c) Pé-direito não inferior a 2 m. em que se situem:
a) Classe M 0, nos locais indicados na alínea a)
3 — No interior das câmaras não devem existir quais- do mesmo número;
quer objectos ou equipamentos, com excepção de extin- b) Classe M 3, nos restantes locais, excepto para
tores portáteis ou bocas de incêndio, nem acesso a quais- elementos de recobrimento em locais de risco
quer ductos, canalizações ou condutas, com excepção A com área inferior a 50 m2.
dos que sirvam dispositivos de segurança contra incên-
dio. 3 — Aos locais não abrangidos pelas disposições dos
4 — Nas faces exteriores das portas das câmaras deve números anteriores não é exigida qualificação da reac-
ser afixada a inscrição «Câmara corta-fogo. Manter esta ção ao fogo dos materiais de revestimento e de reco-
porta fechada». brimento dos pavimentos.
N.o 295 — 23-12-1998 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 7141

4 — Nos locais onde possam permanecer ou circular 2 — Nos locais de risco A são permitidos tectos falsos
mais de 50 pessoas, os revestimentos e os elementos construídos com materiais da classe M 2, desde que
de recobrimento dos pavimentos devem ser convenien- sejam do tipo descontínuo e o somatório das áreas das
temente fixados. suas partes cheias, medidas em planta, não seja superior
Artigo 38.o a 50 % da sua área total.
3 — Os materiais constituintes dos difusores para ilu-
Revestimentos das paredes e divisórias móveis minação, natural ou artificial, dispostos nos tectos ou
1 — Os materiais de revestimento e os painéis dis- nos tectos falsos podem apresentar a classe de reacção
postos nas paredes, incluindo os de isolamento térmico ao fogo indicada no quadro seguinte, consoante os locais
ou acústico em contacto directo com o ambiente, devem em que se situem, desde que sejam judiciosamente dis-
garantir as seguintes classes de reacção ao fogo, con- tribuídos e o somatório das suas áreas, medidas em
soante o local em que se situem: planta, não seja superior a 25 % da área do local:
a) Classe M 0 em: Local Classe

aa) Locais de risco C;


bb) Câmaras corta-fogo; Vias de evacuação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . M2
Locais de riscos A e B . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . M3
b) Classe M 1, em vias verticais de evacuação;
c) Classe M 2, nos casos restantes.
4 — Os dispositivos de fixação e de suspensão dos
2 — Nos locais previstos na alínea c) do número ante- tectos falsos devem ser constituídos por materiais da
rior podem ainda ser utilizados materiais de revesti- classe M 0 e não estar sujeitos a tensões, determinadas
mento da classe M 3, desde que o somatório das suas a frio, superiores a 20 N/mm2.
áreas não ultrapasse 20 % das áreas das paredes sobre
as quais são aplicados. Artigo 40.o
3 — Os papéis colados e as pinturas aplicadas nas
Mobiliário
paredes não carecem de qualificação de reacção ao fogo,
desde que possuam potencial calorífico não superior a 1 — Os elementos principais do mobiliário devem ser
2,1 MJ/m2 ou sejam aplicados sobre materiais da construídos com materiais da classe M 3.
classe M 0. 2 — As cadeiras, bancos e poltronas a utilizar em
4 — Os painéis de revestimento não aderentes às pare- locais de risco B devem ser construídos com materiais
des devem ser aplicados nas seguintes condições: da classe M 3, podendo os componentes almofadados,
a) O afastamento máximo entre a face interior dos quando existam, ter enchimento da classe M 4, desde
painéis e as paredes que recubram não deve exce- que o respectivo forro seja constituído por materiais
der 50 mm; da classe M 2 e bem aderente ao enchimento.
b) Os materiais eventualmente aplicados no espaço 3 — Para além do disposto nos números anteriores,
entre os painéis e as paredes que recobrem devem não é exigida qualificação de reacção ao fogo aos mate-
garantir a classe M 3; riais do mobiliário corrente do edifício.
c) No caso de painéis construídos com materiais da
classe M 2, o espaço referido na alínea anterior Artigo 41.o
deve ser dividido em células cuja maior dimensão Elementos murais em relevo
não deve exceder 3 m.
1 — Os elementos de informação, sinalização ou
5 — As divisórias móveis devem ser construídas com decoração dispostos em relevo nas paredes de vias hori-
materiais da classe M 3. zontais de evacuação para as quais se exige protecção
6 — As grandes superfícies transparentes ou espelha- devem ser constituídos por materiais da classe M 2,
das que possam iludir o sentido das saídas devem ser excepto se tiverem dimensões muito reduzidas.
dotadas de elementos opacos, colocados em posição bem 2 — Nos restantes locais, a exigência do número ante-
visível, destinados a facilitar a sua identificação e rior apenas se aplica nos casos em que o somatório
localização. das áreas dos elementos referidos, medidas em projec-
Artigo 39.o ção vertical, ultrapasse 20 % da área total da parede
respectiva.
Revestimentos dos tectos e tectos falsos
Artigo 42.o
1 — Com as excepções previstas nos números seguin- Elementos suspensos
tes, os materiais de revestimento dos tectos, os materiais
constituintes dos tectos falsos e os materiais de isola- 1 — Os elementos de informação, sinalização ou
mento térmico ou acústico aplicados nos tectos devem decoração com área superior a 0,50 m2, suspensos em
garantir a classe de reacção ao fogo a seguir indicada, paredes e tectos de locais de risco B e de vias de eva-
consoante o local em que se situem: cuação, devem ser constituídos por materiais da
classe M 1.
a) Classe M 0 em:
2 — As cortinas, os reposteiros e os cortinados dis-
aa) Locais de risco C; postos nas vias de evacuação para as quais se exige pro-
bb) Vias de evacuação para as quais se exige tecção devem ser constituídos por materiais da
protecção; classe M 1.
3 — Nos restantes locais do edifício os materiais refe-
b) Classe M 1, nos restantes locais do edifício. ridos nos números anteriores devem garantir a
7142 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 295 — 23-12-1998

classe M 2, excepto nos locais de risco A com área infe- e os vãos nelas existentes distar entre si, pelo menos,
rior a 50 m2, caso em que não se requer qualificação 2 m na horizontal ou 8 m na vertical.
de reacção ao fogo. 9 — Os vãos de fachada situados a menos de 3 m
4 — Não é permitida a disposição de reposteiros ou das aberturas permanentes das vias de evacuação esta-
de cortinados transversalmente ao sentido da evacuação belecidas ao ar livre devem ser protegidos por elementos
nas saídas dos locais de risco B e nas respectivas vias da classe PC 30.
de evacuação. 10 — Nas fachadas devem existir vãos de entrada para
acesso dos bombeiros, nas condições do disposto no
SECÇÃO V
artigo 14.o
Paredes exteriores e coberturas
Artigo 44.o
SUBSECÇÃO I
Revestimentos exteriores e guarnecimento de vãos
Fachadas
Nos edifícios com mais de um piso em elevação, a
Artigo 43.o classe de reacção ao fogo dos revestimentos exteriores
das fachadas, dos elementos transparentes das janelas
Concepção das fachadas e de outros vãos, da caixilharia e dos estores ou persianas
1 — Nas fachadas de construção tradicional, as partes exteriores deve ser a constante do quadro seguinte, de
compreendidas entre vãos sobrepostos situados em pisos acordo com a altura do edifício:
sucessivos devem ter altura superior a 1,1 m, com excep-
Revestimentos Caixilharia
ção dos casos previstos no número seguinte. Altura
e elementos transparentes e estores ou persianas
2 — Nas fachadas que comportem, entre vãos sobre-
postos situados em pisos sucessivos, elementos salientes, Pequena ou média . . . . . . M3 M3
tais como palas, galerias corridas ou varandas prolon- Grande . . . . . . . . . . . . . . . M1 M2
gadas para ambos os lados numa extensão superior a
1 m, ou delimitadas lateralmente por guardas cheias,
a altura indicada no número anterior pode ser deduzida SUBSECÇÃO II
do balanço desses elementos, desde que estes garantam
Coberturas
a classe de resistência ao fogo PC 60.
3 — As fachadas de construção não tradicional devem
Artigo 45.o
satisfazer os requisitos definidos no correspondente
documento de homologação, nomeadamente no que res- Estruturas de suporte
peita ao risco de propagação do fogo entre pisos
1 — As estruturas de suporte das coberturas devem
sucessivos.
ser construídas com materiais da classe M 0, com
4 — Nas zonas das fachadas em que existam diedros
madeira maciça ou com lamelados de madeira colados.
de abertura inferior a 135o, deve ser estabelecida de
2 — Com a excepção prevista no número seguinte,
cada lado da aresta do diedro uma faixa vertical, garan-
as estruturas devem garantir a classe de resistência ao
tindo a classe de resistência ao fogo indicada no quadro
fogo indicada no quadro seguinte, de acordo com a
seguinte, de acordo com a altura do edifício:
altura do edifício:

Altura Classe Altura Classe

Pequena ou média . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . PC 30 Pequena ou média . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . EF 30


Grande . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . PC 60 Grande . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . EF 60

5 — A largura das faixas referidas no número anterior 3 — Não é exigida qualificação de resistência ao fogo
não deve ser inferior à indicada no quadro seguinte, às estrutruas de suporte da cobertura dos edifícios nos
em função do ângulo de abertura do diedro: casos previstos no n.o 1 do artigo 19.o se aquela for
visível de qualquer local do último piso e se a sua ruína
Largura
Ângulo de abertura
(em metros)
não provocar o colapso do edifício.

A ‹ 100o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1,5 Artigo 46.o


100o « A ‹ 135o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
Materiais de revestimento

6 — No caso de diedros entre corpos do edifício com Os materiais de revestimento exterior das coberturas
alturas diferentes, a faixa estabelecida no corpo mais devem ser da classe de reacção ao fogo M 0, admitin-
elevado deve ser prolongada por toda a sua altura, com do-se contudo materiais da classe M 3, no caso de serem
um máximo exigível de 8 m acima da cobertura do corpo fixados em suporte contínuo da classe M 0.
mais baixo.
7 — As disposições dos n.os 4, 5 e 6 não se aplicam Artigo 47.o
nas zonas da fachada avançadas ou recedidas de 1 m, Elementos de obturação dos vãos de cobertura
ou menos, do seu plano geral.
8 — Em fachadas curvas, as zonas côncavas com raio 1 — Com a excepção prevista no número seguinte,
de curvatura inferior a 3 m devem ser da classe PC 60 os elementos de obturação dos vãos praticados na cober-
N.o 295 — 23-12-1998 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 7143

tura para iluminação, ventilação ou outras finalidades 8 m acima da cobertura daquele edifício devem ser pro-
devem ser constituídos por materiais da classe M 0. tegidos por elementos da classe de resistência ao fogo
2 — Nos casos em que os vãos sejam conveniente- indicada no quadro seguinte, em função da altura do
mente distribuídos e não ocupem mais de 25 % da área edifício:
da cobertura, os elementos de obturação podem ser
constituídos por materiais que satisfaçam as condições Altura Classe
do n.o 3 do artigo 39.o, desde que o material de reves-
timento exterior da cobertura seja da classe M 0.
Pequena . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . PC 30
3 — Se os vãos forem obturados por elementos con- Média ou grande . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . PC 60
tendo vidros, devem ser tomadas medidas para que estes
não caiam sobre os ocupantes quando quebrados ou
estilhaçados pelo fogo, considerando-se esta exigência 5 — Se as fachadas dos edifícios formarem um diedro
satisfeita se os elementos de obturação forem consti- de abertura inferior a 135o, deve ser estabelecida uma
tuídos por vidro aramado, ou por vidro comum disposto faixa vertical, da classe PC 60, adjacente à aresta do
sobre grelhagens ou redes metálicas com malha não diedro e por toda a altura do edifício, com um máximo
superior a 30 mm. exigível de 8 m acima da cobertura do edifício adjacente,
Artigo 48.o com a largura indicada no quadro seguinte, em função
do ângulo de abertura do diedro:
Protecção entre corpos com alturas diferentes
Largura
1 — Nas coberturas dos corpos do edifício adjacentes Ângulo de abertura
(em metros)
a corpos mais elevados devem ser estabelecidas faixas
de protecção sempre que as paredes que lhes sejam
A ‹ 100o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
sobranceiras disponham de vãos não protegidos nas con- 100o « A ‹ 135o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
dições do disposto nos artigos 49.o e 50.o
2 — As faixas referidas no número anterior devem
ter largura não inferior a 4 m e garantir a classe de 6 — A largura da faixa referida no número anterior
resistência ao fogo PC 30. pode ser reduzida até metade, por dedução da largura
de faixas eventualmente estabelecidas nas mesmas con-
SUBSECÇÃO III
dições, no edifício adjacente.
Isolamento relativamente a outros edifícios
Artigo 50.o
o
Artigo 49. Edifícios em confronto
Edifícios adjacentes
1 — As paredes exteriores do edifício que confrontem
1 — As paredes de empena dos edifícios devem garan- com outros edifícios a uma distância inferior a 8 m
tir as classes de resistência ao fogo indicadas no quadro devem garantir a classe de resistência ao fogo PC 60
seguinte, em função da altura do edifício: e os vãos nelas praticados ser protegidos por elementos
da classe PC 30.
Altura Classe
2 — As exigências expressas no número anterior são
dispensadas nos edifícios de pequena altura que distem,
pelo menos, 4 m dos edifícios em confronto.
Pequena . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CF 60
Média ou grande . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CF 90
Artigo 51.o
2 — Se o edifício adjacente tiver altura superior, deve Galerias de ligação entre edifícios
ser estabelecida uma faixa na cobertura, adjacente à As galerias de ligação entre edifícios, ou corpos de
parede de empena, com a largura mínima de 4 m, a um edifício, devem ser separadas daqueles por paredes
qual deve garantir a classe de resistência ao fogo indi- e portas da classe de resistência ao fogo PC 30, ou PC 60,
cada no quadro seguinte, em função da altura do no caso de galerias subterrâneas.
edifício:

Altura Classe
CAPÍTULO IV

Pequena . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . PC 30 Concepção dos espaços interiores


Média ou grande . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . PC 60

SECÇÃO I
3 — Se o edifício adjacente tiver a mesma altura, deve
ser tomada uma das seguintes disposições: Critérios de segurança e definições

a) Prolongar a parede de empena acima das cober-


turas numa altura não inferior a 1 m; Artigo 52.o
b) Estabelecer uma faixa na cobertura nas con- Critérios de segurança
dições do disposto no número anterior.
Os espaços interiores do edifício devem ser organi-
4 — Se o edifício adjacente tiver altura inferior, os zados por forma que, em caso de incêndio, os ocupantes
vãos praticados na parede de empena e situados até possam alcançar o exterior pelos seus próprios meios,
7144 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 295 — 23-12-1998

de modo fácil, rápido e seguro, para o que devem ser de circulação, desde que satisfaçam as seguintes con-
tidas em conta as seguintes exigências: dições:
a) Os locais de permanência devem dispor de saí- a) Sejam solidamente fixados às paredes ou aos
das em número e com largura suficientes; pavimentos;
b) As vias de evacuação devem ter largura ade- b) Não reduzam as larguras mínimas impostas em
quada e, quando necessário, ser protegidas con- mais de 0,1 m;
tra o fogo e contra a intrusão do fumo e dos c) Não possuam saliências susceptíveis de prender
gases de combustão; o vestuário ou os objectos normalmente trans-
c) As distâncias a percorrer devem ser limitadas. portados pelos ocupantes.

Artigo 53.o 4 — Nas zonas de transposição de portas com largura


superior a 1 up é permitida uma tolerância de 5 % nas
Definições larguras mínimas requeridas, medidas em unidades
Para efeitos de aplicação do presente Regulamento, métricas.
entende-se por: Artigo 55.o
a) «Caminho de evacuação», o percurso total de Características das portas dispostas nas saídas
qualquer ponto do edifício susceptível de ocu- 1 — As portas de saída utilizáveis por mais de 50
pação até ao seu exterior, compreendendo, em pessoas devem satisfazer as seguintes condições:
geral, um percurso inicial num local de perma-
nência e outro nas vias de evacuação; a) Abrir facilmente no sentido da evacuação sem
b) «Saída», qualquer vão, disposto ao longo dos recurso a meios de desbloqueamento de fer-
caminhos de evacuação, que os ocupantes rolhos ou outros dispositivos de trancamento;
devam transpor para atingir o exterior do b) Se a evacuação for possível nos dois sentidos,
edifício; ser do tipo vaivém e comportar superfícies trans-
c) «Saídas distintas em relação a um ponto», duas parentes à altura da visão.
saídas para as quais, a partir desse ponto, se
possam estabelecer linhas de percurso para 2 — As portas de saída utilizáveis por mais de 200
ambas, tendo em conta o mobiliário principal pessoas devem ser equipadas com sistemas de abertura
fixo e o equipamento, divergindo de um ângulo antipânico.
superior a 45o; 3 — O disposto nos números anteriores não se aplica
d) «Impasse», qualquer zona do edifício sem acesso aos componentes de obturação dos vãos que sejam man-
a saídas distintas, designadamente de vias de tidos fixados na posição aberta durante os períodos de
evacuação onde a fuga só seja possível num ocupação, desde que não sejam providos de dispositivos
único sentido; de fecho automático em caso de incêndio.
e) «Unidade de passagem (up)», a largura tipo 4 — As portas que abram para o interior de vias de
necessária à passagem de pessoas caminhando evacuação devem, quando possível, ser recedidas, a fim
em fila, no decurso da evacuação, com as seguin- de não comprometer a passagem nas vias quando se
tes correspondências em unidades métricas: encontrem total ou parcialmente abertas.
5 — Nos casos de manifesta impossibilidade do cum-
aa) 1 up = 0,9 m; primento do disposto no número anterior, as respectivas
bb) 2 up = 1,4 m; folhas devem ter possibilidade de rodar segundo um
cc) N up = N × 0,6 m (para N›2); ângulo que lhes permita encostar totalmente à parede
adjacente à porta, quando se encontrem na posição
f) «Capacidade de evacuação de um conjunto de aberta.
saídas», o somatório das larguras úteis das saídas 6 — Nas posições intermédias de abertura, as portas
que formam o conjunto, medidas em unidades de saída que dão acesso a vias de evacuação não devem
de passagem. reduzir em mais de 50 % as larguras úteis mínimas
impostas no presente Regulamento.
SECÇÃO II 7 — As portas de locais de risco C com fortes riscos
de incêndio ou de explosão devem abrir no sentido da
Disposições gerais saída.
Artigo 54.o
Artigo 56.o
Medição da largura útil das saídas
e dos caminhos de evacuação Portas de tipos especiais

1 — A largura útil das saídas e dos caminhos de eva- 1 — As portas giratórias e as portas de deslizamento
cuação é medida em unidades de passagem e deve ser lateral não motorizadas não são consideradas como por-
assegurada desde o pavimento, ou do focinho dos tas de saída em caso de incêndio.
degraus das escadas, até à altura de 2 m. 2 — As portas motorizadas dispostas nas saídas
2 — O número de unidades de passagem a considerar devem, em caso de falta de energia ou de falha no sis-
para um componente dos caminhos de evacuação é o tema de comando, abrir por deslizamento lateral auto-
inteiro resultante do arredondamento por defeito do mático, libertando o vão respectivo em toda a sua lar-
número obtido pela conversão da sua largura em uni- gura, ou poder abrir-se por rotação no sentido da eva-
dades métricas. cuação, obtida por pressão manual, segundo um ângulo
3 — Nas vias de evacuação com mais de 1 up é per- não inferior a 90o.
mitida a existência de elementos de sinalização e deco- 3 — Sempre que existam nos caminhos de evacuação
ração ou de equipamentos compreendidos nos espaço portas dos tipos referidos no n.o 1, devem ser dispostas,
N.o 295 — 23-12-1998 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 7145

junto a elas, outras portas, satisfazendo as condições 2 — Se os locais referidos no número anterior se situa-
do artigo anterior, tendo afixada a inscrição «Saída de rem em pisos abaixo do piso de saída do edifício, a
emergência». diferença entre a cota do piso de saída e a cota do
Artigo 57.o ponto mais baixo do pavimento do local não deve ser
superior a 6 m.
Guardas das vias de evacuação elevadas
Artigo 62.o
A altura mínima das guardas das vias de evacuação
elevadas, medida em relação ao pavimento ou ao focinho Limitação das distâncias a percorrer
dos degraus da via, deve ser a indicada no quadro
seguinte, em função da diferença de cotas entre o pavi- Nos locais de risco B, a distância máxima a percorrer
mento ou o cobertor do degrau da via, no ponto con- de qualquer ponto até à saída mais próxima deve ser
siderado, e o plano horizontal a que sejam sobranceiras: de:
a) 40 m, nas zonas com acesso a saídas distintas;
Altura da guarda
Diferença de cotas
(em metros) b) 10 m, nas zonas em situação de impasse.

Não superior a 6 m . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 0,9 Artigo 63.o


Superior a 6 m . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1,2
Acessibilidade das saídas

SECÇÃO III 1 — Os locais de risco B devem satisfazer o disposto


no artigo 59.o
Locais de risco A
2 — O mobiliário e os equipamentos dispostos nas
proximidades dos percursos de acesso às saídas devem
Artigo 58.o
ser solidamente fixados ao pavimento ou às paredes sem-
Limitação das distâncias a percorrer pre que não possuam peso ou estabilidade suficientes
1 — Nos locais de risco A com uma única saída, a para prevenir o seu arrastamento ou derrube, pelos ocu-
distância máxima a percorrer de qualquer ponto até pantes, em caso de fuga precipitada.
à saída deve ser de 15 m. 3 — As diferenças de nível existentes nos percursos
2 — Nos locais dotados de mais de uma saída, a dis- para as saídas devem ser vencidas por rampa com declive
tância máxima a percorrer de qualquer ponto até à saída não superior a 10 %, ou por grupos de degraus iguais,
mais próxima deve ser de: em número não inferior a três, elementos estes que
devem distar mais de 1 m de qualquer saída.
a) 40 m, nas zonas com acesso a saídas distintas;
b) 15 m, nas zonas em situação de impasse.
Artigo 64.o
3 — Sempre que todos os caminhos de evacuação de
Número e localização das saídas
um local de risco A incluam percursos num outro local,
classificado nos riscos A ou B, e este disponha de uma 1 — Os locais de risco B devem ser dotados de duas
única saída, a distância máxima a percorrer de qualquer saídas, no mínimo, comunicando directamente com vias
ponto do primeiro até à saída do segundo deve ser de de evacuação ou com o exterior do edifício.
20 m. 2 — Nos locais que possam admitir mais de 500 pes-
Artigo 59.o soas, o número de saídas não pode ser inferior a três.
Acessibilidade das saídas 3 — As saídas devem ser criteriosamente distribuídas
pelo perímetro dos locais, por forma a prevenir o seu
Nos locais de risco A, o mobiliário, os equipamentos bloqueio simultâneo em caso de sinistro.
e os elementos decorativos devem ser dispostos por 4 — Quando o pavimento dos locais não seja hori-
forma que os percursos até às saídas sejam clara e per- zontal, como é o caso nos anfiteatros, as saídas devem
feitamente delineados. ser posicionadas por forma que pelo menos metade da
capacidade de evacuação exigida para o local seja situada
Artigo 60.o abaixo do nível médio do pavimento.
Largura das saídas
Artigo 65.o
Nos locais de risco A com área superior a 50 m2 a
largura mínima de cada saída deve ser de 1 up. Largura das saídas

1 — A largura mínima das saídas deve ser de 1 up.


SECÇÃO IV 2 — No caso de locais que possam receber mais de
Locais de risco B 200 pessoas, apenas podem ser consideradas para a
determinação da capacidade de evacuação saídas com
Artigo 61.o largura não inferior a 2 up.
3 — A largura das saídas dos locais deve ser deter-
Situação dos locais acessíveis a público
minada de modo que, sendo N o número de saídas do
1 — Os locais de risco B acessíveis a público devem local, a capacidade de qualquer conjunto de N–1 saídas
ser situados a níveis próximos do piso de saída do edifício seja a correspondente a 1 up por 100 pessoas, ou fracção
e, sempre que possível, comunicar com o ar livre. de 100 pessoas.
7146 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 295 — 23-12-1998

SECÇÃO V b) Vias, ou troços de via, compreendidas em edi-


fícios de grande altura e de comprimento supe-
Locais de risco C
rior a 5 m;
Artigo 66.o c) Vias incluídas nos caminhos horizontais de eva-
cuação de locais de risco B, nos casos em que
Situação dos locais afectos a serviços técnicos os locais não disponham de vias alternativas com
Os locais de risco C afectos a serviços técnicos devem características adequadas;
ser situados, sempre que possível, na periferia do edi- d) Vias, ou troços de via, em situação de impasse
fício, ao nível do terreno circundante, e não comunicar com comprimento superior a 5 m, excepto se
com locais de risco B nem com vias verticais de todos os locais que servirem dispuserem de saí-
evacuação. das para outras vias de evacuação com carac-
Artigo 67.o terísticas adequadas.
Limitação das dimensões das arrecadações e dos arquivos
Artigo 71.o
1 — As arrecadações e os arquivos não devem, em
geral, ter volume unitário superior a 1200 m3. Largura das vias horizontais de evacuação
2 — O limite referido no número anterior é reduzido 1 — A largura útil em qualquer ponto das vias hori-
a metade no caso de arrecadações ou arquivos situados
zontais de evacuação não deve ser inferior à corres-
em edifícios de grande altura ou em pisos enterrados.
pondente a 1 up por cada 100 utilizadores, ou fracção,
3 — No caso de locais para depósito ou armazena-
com um mínimo de 2 up nos seguintes casos:
mento de materiais que apresentem carga de incêndio
particularmente reduzida, ou que sejam dotados de a) Vias de evacuação de locais de risco B;
meios de extinção especiais, pode a entidade licencia- b) Vias de evacuação situadas em edifícios de
dora autorizar dimensões superiores às indicadas nos grande altura e utilizáveis por mais de 50 pes-
números anteriores. soas.
Artigo 68.o
Saídas 2 — Para determinação da largura útil mínima dos
troços de vias que estabeleçam ligação entre vias ver-
Os locais de risco C devem dispor de saídas em ticais de evacuação e saídas para o exterior do edifício
número e situação compatíveis com a segurança na eva- deve ser considerado o maior dos seguintes valores:
cuação do pessoal que os utiliza.
a) Número de utilizadores provenientes do piso
de saída;
SECÇÃO VI b) Número de utilizadores considerados para o
Caminhos horizontais de evacuação dimensionamento das vias verticais de evacua-
ção.
Artigo 69.o
Artigo 72.o
Características gerais
Limitação das distâncias a percorrer
1 — Os caminhos horizontais de evacuação devem
proporcionar o acesso rápido e seguro às saídas de piso 1 — A distância máxima a percorrer nos impasses de
através de encaminhamentos claramente traçados e tão vias horizontais de evacuação deve ser de 15 m, excepto
curtos quanto possível. nos casos em que todos os locais de permanência ser-
2 — As vias horizontais de evacuação devem conduzir vidos possuam saídas para outras vias de evacuação.
directamente a vias verticais de evacuação ou ao exterior 2 — Os caminhos horizontais de evacuação devem ser
do edifício. organizados por forma que a distância máxima a per-
3 — Nos pisos que, por força do presente Regula- correr no piso, de qualquer ponto susceptível de
mento, sejam servidos por duas ou mais vias verticais ocupação até à saída que lhe esteja mais próxima, não
de evacuação protegidas, os caminhos horizontais de exceda, em regra, 50 m.
evacuação não devem ter percursos no interior daquelas, 3 — A distância referida no número anterior é redu-
de modo a garantir a evacuação de todos os ocupantes zida para 40 m nos pisos que se encontrem numa das
do piso em caso de bloqueio de uma das vias verticais seguintes circunstâncias:
por um sinistro noutro piso.
4 — Nos caminhos horizontais de evacuação de locais a) Situados em edifícios de grande altura;
de riscos A e B não são permitidos percursos em locais b) Situados abaixo do piso da saída.
ocupados por outras entidades.
5 — Aos desníveis existentes nas vias horizontais de
SECÇÃO VII
evacuação é aplicável o disposto no n.o 3 do artigo 63.o
Vias verticais de evacuação
Artigo 70.o
Vias horizontais de evacuação a proteger Artigo 73.o
As vias horizontais de evacuação devem ser prote- Número e localização das vias
gidas, nas condições do artigo 25.o, em qualquer das 1 — O número de vias verticais de evacuação a con-
seguintes circunstâncias: siderar no edifício é o decorrente da limitação das dis-
a) Vias, ou troços de via, incluídas nas comuni- tâncias a percorrer nos seus pisos, de acordo com o
cações comuns do edifício; disposto nos artigos correspondentes.
N.o 295 — 23-12-1998 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 7147

2 — Nos edifícios que, por força do presente Regu- c) Número de degraus por lanço compreendido
lamento, disponham de mais de uma via vertical de eva- entre 3 e 25.
cuação, estas devem ser convenientemente espaçadas,
por forma a prevenir o seu bloqueio simultâneo em 2 — Em cada lanço, os degraus, com eventual excep-
caso de incêndio. ção do primeiro inferior, devem ter as mesmas dimen-
Artigo 74.o sões.
3 — Se os degraus não possuírem espelho, deve existir
Características gerais das vias uma sobreposição mínima de 50 mm entre os seus
1 — As vias verticais de evacuação devem, sempre cobertores.
que possível, ser contínuas ao longo da sua altura até 4 — A distância mínima a percorrer nos patamares,
ao piso de saída do edifício. medida no eixo da via em escadas com largura de 1 up,
2 — Quando, excepcionalmente, o desenvolvimento e a 0,5 m da face interior em escadas com largura supe-
de uma via não for contínuo, os percursos horizontais rior, deve ser de 1 m.
de ligação devem ter comprimento reduzido e traçado 5 — Nas escadas curvas, os lanços devem ter as
simples e claro. seguintes características:
3 — Com a excepção prevista no número seguinte, a) Declive constante;
as vias que sirvam pisos situados abaixo do piso de saída b) Largura mínima dos cobertores dos degraus,
do edifício não devem comunicar directamente com as medida a 0,6 m da face interior da escada, de
que sirvam os seus pisos elevados. 0,28 m;
4 — O disposto no número anterior é dispensado nos c) Largura máxima dos cobertores dos degraus,
edifícios com um número de pisos não superior a três. medida na face exterior da escada, de 0,42 m.
5 — Devem ser reduzidos ao mínimo os recantos e
outros espaços que encorajem o armazenamento nas
vias, ainda que temporário, de quaisquer materiais ou 6 — As escadas devem ser dotadas de, pelo menos,
equipamentos. um corrimão, o qual, nas escadas curvas, se deve situar
na sua face exterior.
Artigo 75.o 7 — As escadas com largura igual ou superior a 3 up
Vias verticais de evacuação a proteger devem ter corrimão de ambos os lados.

1 — As vias verticais de evacuação, bem como o per-


curso horizontal no piso de saída até ao exterior, devem, Artigo 78.o
em geral, ser protegidas nas condições do artigo 26.o Características das rampas
2 — A protecção exigida no número anterior pode
ser dispensada nas vias situadas em edifícios com um As rampas incluídas nas vias verticais de evacuação
máximo de três pisos, desde que não constituam a única devem ter as seguintes características:
via vertical de evacuação de locais de risco B, bem como
nos casos previstos no n.o 2 do artigo 19.o a) Declive máximo de 8 %;
3 — As comunicações entre vias protegidas e locais b) Distância mínima a percorrer nos patamares,
de risco C devem ser estabelecidas através de câmaras medida no eixo da via em rampas com largura
corta-fogo. de 1 up, e a 0,5 m da face interior em rampas
com largura superior, de 2 m;
Artigo 76.o c) Piso antiderrapante.
Largura das vias verticais de evacuação

1 — A largura útil em qualquer ponto das vias ver- Artigo 79.o


ticais de evacuação não deve ser inferior à correspon- Condições de utilização das escadas mecânicas e tapetes rolantes
dente a 1 up por cada 60 utilizadores, ou fracção, com
um mínimo de 2 up em edifícios de grande altura. 1 — As escadas mecânicas e os tapetes rolantes são
2 — O número de utilizadores a considerar em cada permitidos em vias verticais de evacuação sempre que
piso é o correspondente à maior de entre as lotações os pisos que sirvam disponham de outras vias de eva-
desse piso e dos que lhe são superiores, ou inferiores cuação com capacidade não inferior a 50% da capa-
no caso de pisos situados abaixo da saída para o exterior, cidade exigida pelo presente Regulamento.
não sendo necessário acumular lotações de diferentes 2 — As escadas mecânicas e os tapetes rolantes incluí-
pisos. dos nas vias de evacuação devem ter as seguintes
3 — No caso de pisos com acesso a mais de uma via, características:
o número de ocupantes a evacuar por cada uma delas
é calculado distribuindo a sua lotação proporcional- a) Operarem, em exploração normal, no sentido
mente às larguras úteis das vias. da saída;
b) Possuírem dispositivos, de accionamento fácil
e evidente, em cada um dos seus topos, que
Artigo 77.o promovam a sua paragem;
Características das escadas c) A distância a percorrer nos patamares, medida
no eixo da via, não ser inferior a 5 m, ou a
1 — As escadas incluídas nas vias verticais de eva- 3 m, no caso de vias com a largura de 1 up.
cuação devem ter as seguintes características:
a) Declive máximo de 78 % (38o); 3 — As escadas mecânicas dispostas nas vias de eva-
b) Número de lanços consecutivos sem mudança cuação devem satisfazer o disposto nas alíneas b) e c)
de direcção no percurso não superior a 2; do n.o 1 do artigo 77.o
7148 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 295 — 23-12-1998

CAPÍTULO V b) Sejam locais que alojem as baterias referidas


no n.o 1 do artigo anterior, situados em edifícios
Instalações técnicas de qualquer altura.
SECÇÃO I
2 — Nos casos em que a ventilação dos locais afectos
Segurança das instalações a serviços eléctricos seja realizada por meios mecânicos,
devem ser observadas as seguintes condições:
Artigo 80.o
a) A alimentação dos respectivos ventiladores deve
Critérios de segurança ser apoiada por fontes de emergência, de acordo
As instalações técnicas do edifício devem ser reali- com o disposto no artigo 84.o;
zadas nos termos legais, de modo que não constituam b) A paragem dos ventiladores deve provocar auto-
causa de incêndio nem contribuam para a sua propa- maticamente a interrupção da alimentação dos
gação, devendo satisfazer as exigências expressas neste dispositivos de carga das baterias.
capítulo.
Artigo 83.o
SECÇÃO II
Grupos electrogéneos accionados por motores térmicos
Instalações eléctricas
1 — Nos grupos electrogéneos accionados por moto-
SUBSECÇÃO I res térmicos, a evacuação dos gases de escape deve ser
Equipamentos de potência feita para o exterior do edifício por meio de condutas
estanques, construídas com materiais da classe M 0, nas
Artigo 81.o condições do artigo 30.o
2 — Se forem utilizados como combustível dos moto-
Isolamento de locais e equipamentos afectos res líquidos inflamáveis com ponto de inflamação infe-
a serviços eléctricos
rior a 55oC, a respectiva quantidade máxima permitida
1 — Os transformadores de potência, os grupos elec- no local do grupo é a seguinte:
trogéneos e as baterias de acumuladores nas quais o
produto da capacidade pela tensão de descarga exceda a) 15 l, no caso de alimentação por gravidade;
1000 VAh devem ser instalados em locais reservados b) 50 l, no caso de alimentação por bombagem a
a pessoal especializado e separados dos restantes espa- partir de reservatório não elevado.
ços do edifício por elementos de construção que garan-
tam as seguintes classes de resistência ao fogo: 3 — Nas situações referidas na alínea b) do número
anterior não é permitido o abastecimento dos depósitos
a) Paredes e pavimentos — CF 90; por meios automáticos.
b) Portas — CF 60. 4 — No caso de serem utilizados como combustível
do motor líquidos inflamáveis com ponto de inflamação
2 — Os quadros eléctricos de distribuição de energia igual ou superior a 55oC, apenas é permitido o seu arma-
situados em locais de risco B ou nas suas vias de eva- zenamento no local do grupo se em reservatórios fixos
cuação devem satisfazer as seguintes condições: e em quantidades não superiores a 500 l.
a) Se tiverem potência estipulada superior a 40 kVA,
mas não superior a 100 kVA, ser encerrados em
invólucros metálicos, excepto se, tanto a apa- SUBSECÇÃO II
relhagem como o invólucro, obedecerem ao Instalações eléctricas de segurança
ensaio do fio incandescente de 750oC/5 s;
b) Se tiverem potência estipulada superior a 100 kVA,
satisfazer o disposto no número anterior e ser Artigo 84.o
embebidos em alvenaria, dotados de portas da Fontes centrais de energia de emergência
classe PC 30, ou encerrados em armários garan-
tindo classe de resistência ao fogo equivalente. 1 — Os edifícios de grande altura devem ser equi-
pados com fontes centrais de energia de emergência
3 — A potência estipulada de cada quadro deve ser dotadas de sistemas que assegurem o seu arranque auto-
entendida como a correspondente ao somatório das mático no prazo máximo de quinze segundos em caso
intensidades nominais dos aparelhos de protecção dos de falha de alimentação de energia da rede pública.
alimentadores que lhes possam fornecer energia simul- 2 — Os edifícios de pequena ou média altura devem
taneamente. ser dotados de fontes centrais de energia de emergência
sempre que disponham de instalações cujo funciona-
Artigo 82.o mento seja necessário garantir em caso de incêndio, e
Ventilação de locais afectos a serviços eléctricos cuja alimentação não seja assegurada por fontes locais
de emergência.
1 — Os locais afectos a serviços eléctricos devem dis-
3 — As fontes centrais de energia de emergência
por de evacuação directa do ar para o exterior do edifício
podem ser constituídas por grupos electrogéneos ou por
sempre que se encontrem numa das seguintes cir-
baterias de acumuladores e devem apresentar autono-
cunstâncias:
mia suficiente para assegurar o fornecimento de energia
a) Sejam postos de transformação situados em edi- às instalações que alimentam, nas condições mais des-
fícios de grande altura; favoráveis, durante o tempo mínimo de uma hora.
N.o 295 — 23-12-1998 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 7149

4 — Com a excepção prevista no n.o 6, as fontes cons- 2 — Os circuitos de alimentação de sobrepressores


tituídas por grupos electrogéneos apenas podem alimen- de água para combate a incêndio e de ventiladores inte-
tar as seguintes instalações: ressados no controlo de fumos devem ser dimensionados
para as maiores sobrecargas que os motores possam
a) Iluminação de emergência e de vigília;
suportar e protegidos apenas contra curto-circuitos.
b) Controlo de fumos em caso de incêndio;
3 — As canalizações eléctricas dos circuitos das ins-
c) Retenção de portas resistentes ao fogo;
talações de segurança devem ser constituídas, ou pro-
d) Obturação de condutas;
tegidas, por elementos que assegurem, em caso de incên-
e) Pressurização de água para ataque ao incêndio;
dio, a sua integridade durante o tempo necessário à
f) Ascensores;
evacuação, com um mínimo de uma hora.
g) Obturadores de escadas mecânicas;
4 — O disposto no número anterior não se aplica aos
h) Ventilação de locais afectos a serviços eléctricos.
circuitos de alimentação de fontes locais de energia de
emergência com autonomia igual ou superior a uma
5 — Com a excepção prevista no n.o 6, as fontes cons-
hora.
tituídas por baterias de acumuladores apenas podem
alimentar as instalações referidas na alínea a) do número Artigo 87.o
anterior, bem como as referidas nas alíneas b), c) e Sistemas de gestão técnica centralizada
d) do mesmo número, desde que estas instalações pos-
suam potência compatível com a capacidade das bate- Nos edifícios que disponham de sistemas de gestão
rias. técnica centralizada, estes sistemas não devem interferir
6 — As fontes centrais de energia de emergência com as instalações relacionadas com a segurança contra
podem alimentar instalações ou equipamentos não incêndio, podendo apenas efectuar registos de ocor-
directamente interessados na segurança contra incêndio rências.
se forem reunidas as seguintes condições: SUBSECÇÃO III
a) O edifício disponha de mais de uma fonte Instalações de iluminação
central;
b) No caso de avaria de uma delas, as restantes Artigo 88.o
disponham de potência suficiente para assegu-
rar o fornecimento de energia às instalações de Iluminação normal dos locais de risco B
segurança contra incêndio, nas condições do Nos locais de risco B, a protecção contra contactos
n.o 3; indirectos dos circuitos de iluminação normal, quando
c) As instalações de segurança contra incêndio do exista, deve ser assegurada por forma que um defeito
edifício possam ser alimentadas indistintamente de isolamento num circuito não prive o local de
por qualquer das fontes; iluminação.
d) A avaria de qualquer das fontes não compro-
meta a operacionalidade das restantes.
Artigo 89.o
Iluminação de ambiente e de circulação
Artigo 85.o
Fontes locais de energia de emergência 1 — Os aparelhos de iluminação de ambiente e de
circulação, quando exigidos pela regulamentação que
1 — As fontes locais de energia de emergência, para lhes é aplicável, devem ser localizados de modo que
apoio de instalações de potência reduzida, devem ser a relação entre a distância, medida em planta, entre
constituídas por baterias do tipo níquel-cádmio estan- dois aparelhos consecutivos e a sua altura em relação
que, dotadas de dispositivos de carga e regulação ao pavimento não seja superior a quatro.
automáticas. 2 — Nas instalações de iluminação de ambiente e de
2 — Os dispositivos referidos no número anterior circulação, as lâmpadas de descarga, quando existam,
devem garantir as seguintes funções: devem possuir tempos de arranque não superiores a
a) Na presença de energia da fonte normal, asse- quinze segundos.
gurar a carga óptima dos acumuladores; 3 — Nos locais técnicos classificados de risco C devem
b) Após descarga por falha de alimentação da ener- ser instalados aparelhos de iluminação de ambiente, os
gia da rede, promover a sua recarga automática quais podem consistir em blocos autónomos.
no prazo máximo de trinta horas, prazo durante 4 — Os blocos autónomos de iluminação devem ser
o qual as instalações apoiadas pelas fontes dotados de sistemas de telecomando que permitam colo-
devem permanecer aptas a funcionar. cá-los em estado de repouso fora dos períodos de ocu-
pação dos espaços.
3 — O tempo de autonomia a garantir pelas fontes
deve ser adequado à instalação ou ao sistema apoiados. Artigo 90.o
Sinalização de saídas
Artigo 86.o
1 — Os dispositivos de sinalização de saídas, quando
Protecção dos circuitos das instalações de segurança exigidos pela regulamentação que lhes é aplicável,
devem ser instalados nas seguintes condições:
1 — Os circuitos de alimentação das instalações refe-
ridas no n.o 4 do artigo 84.o devem ser independentes a) Nos locais de permanência, a distância, medida
de quaisquer outros e protegidos por forma que qual- em planta, de qualquer ponto susceptível de
quer ruptura, sobreintensidade ou defeito de isolamento ocupação ao dispositivo mais próximo não deve
num circuito não perturbe outros circuitos. exceder 30 m;
7150 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 295 — 23-12-1998

b) Nas vias horizontais de evacuação de compri- tação corta-fogo a que se refere o n.o 1 do artigo 20.o,
mento superior a 15 m devem ser montados dois um dos ascensores, pelo menos, deve ser destinado a
dispositivos, no mínimo; uso exclusivo dos bombeiros em caso de incêndio, nas
c) Nas vias verticais de evacuação deve ser mon- condições dos números seguintes.
tado um dispositivo por piso, no mínimo; 2 — O ascensor deve ser equipado com um dispositivo
d) Nos locais de permanência e nas vias horizontais complementar do dispositivo de chamada indicado no
de evacuação acessíveis a público deve ser visível artigo anterior, accionado por operação de uma fecha-
um dispositivo, pelo menos, a partir de qualquer dura localizada no interior da cabina, que restabeleça
ponto susceptível de ocupação. a operacionalidade dos botões de envio da cabina e
dos dispositivos de comando de abertura das portas.
2 — No caso de utilização de blocos autónomos, 3 — O ascensor para uso dos bombeiros em caso de
devem ser instalados sistemas de telecomando nas con- incêndio deve ainda satisfazer as seguintes condições:
dições do n.o 4 do artigo anterior.
3 — Junto dos dispositivos de sinalização das saídas, a) Ter capacidade de carga nominal não inferior
e na sua linha de visão, não devem ser dispostos objectos a 630 kg;
ou sinais intensamente iluminados ou que, pela sua b) Ter portas de patamar e da cabina com largura
forma, cores ou dimensões, possam ocultar os dispo- não inferior a 0,8 m;
sitivos ou iludir os ocupantes, confundindo o sentido c) A duração teórica do percurso entre o piso de
de saída. entrada do edifício, ou piso principal, e o último
piso servido não ser superior a sessenta segun-
SUBSECÇÃO III dos;
Instalações de elevadores d) Ser dotado de um sistema de intercomunicação
entre a cabina e o piso principal, ou o posto
Artigo 91.o de segurança;
e) Ser apoiado por fontes de energia de emergên-
Isolamento da casa das máquinas
cia, nas condições dos artigos 84.o e 86.o
As máquinas de elevadores com carga nominal supe-
rior a 100 kg devem ser instaladas em locais próprios, Artigo 94.o
reservados a pessoal especializado e isolados dos res-
tantes espaços do edifício, com excepção da caixa do Dispositivos de segurança contra a elevação anormal de temperatura
elevador, por elementos de construção que garantam
as seguintes classes de resistência ao fogo: 1 — Os ascensores devem ser equipados com dispo-
sitivos de segurança contra a elevação anormal de tem-
a) Paredes e pavimentos — CF 60; peratura, produzindo efeitos idênticos aos indicados no
b) Portas — CF 30. artigo 92.o por acção de detectores automáticos de tem-
peratura, os quais devem ser integrados nas instalações
Artigo 92.o de alarme dos edifícios, quando existam.
2 — Os detectores referidos no número anterior
Dispositivo de chamada em caso de incêndio
devem ser instalados por cima das vergas das portas
1 — Os ascensores devem ser equipados com dispo- de patamar, regulados para a temperatura de 70oC, e
sitivos de chamada em caso de incêndio, accionáveis na casa das máquinas dos ascensores, regulados para
por operação de uma fechadura localizada junto das a temperatura de 40oC.
portas de patamar do piso principal de saída do edifício,
mediante uso de chave especial, e também a partir do Artigo 95.o
quadro de sinalização e comando do sistema de alarme
de incêndio, quando exista. Indicativos de segurança
2 — O accionamento do dispositivo referido no
número anterior deve ter os seguintes efeitos: Junto dos acessos aos ascensores deve ser afixada
a inscrição «Não utilizar o ascensor em caso de incên-
a) Envio das cabinas para o piso principal, onde dio».
devem ficar estacionadas com as portas abertas;
b) Anulação de todas as ordens de envio ou de
chamada eventualmente registadas; SECÇÃO IV
c) Neutralização dos botões de chamada dos pata-
Instalações de aquecimento e de tratamento de ar
mares, dos botões de envio e de paragem das
cabinas e dos dispositivos de comando de aber-
tura das portas. SUBSECÇÃO I

3 — Se, no momento do accionamento do dispositivo, Centrais térmicas


qualquer das cabinas se encontrar em marcha, afastan-
do-se do piso principal, deve parar, sem abertura das Artigo 96.o
portas e, em seguida, ser enviada para o piso referido.
Exigências de estabelecimento

Artigo 93.o Os aparelhos ou grupos de aparelhos para aqueci-


Ascensor para uso dos bombeiros em caso de incêndio
mento de fluidos por combustão, com potência útil total
superior a 20 kW, devem ser instalados em centrais tér-
1 — Nos edifícios de grande altura, em cada uma da micas de acesso reservado a pessoal especializado, esta-
zonas criadas pelos elementos verticais de compartimen- belecidas nas condições dos artigos seguintes.
N.o 295 — 23-12-1998 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 7151

Artigo 97.o Artigo 101.o


Condições de isolamento Passagem de canalizações ou condutas

1 — As centrais térmicas com potência útil total ins- Não é permitida a passagem pelo interior das centrais
talada não superior a 70 kW devem ser separadas dos térmicas de canalizações para transporte de fluidos com-
restantes espaços do edifício por elementos de cons- bustíveis, de canalizações eléctricas afectas a instalações
trução que garantam as seguintes classes de resistência de segurança ou de condutas de ventilação e tratamento
ao fogo: de ar que as não sirvam em exclusivo.
a) Paredes e pavimentos — CF 60;
b) Portas — CF 30. Artigo 102.o
Matérias perigosas
2 — As centrais térmicas com potência útil total ins-
talada superior a 70 kW mas não superior a 2000 kW Nas centrais térmicas não é permitido o emprego,
devem ser separadas dos restantes espaços do edifício como combustível, de líquidos inflamáveis com ponto
por elementos de construção que garantam as seguintes de inflamação inferior a 55oC nem o armazenamento
classes de resistência ao fogo: de matérias inflamáveis.
a) Paredes e pavimentos — CF 90;
b) Portas — CF 60. SUBSECÇÃO I
Ventilação e condicionamento de ar
3 — As centrais térmicas com potência útil total ins-
talada superior a 2000 kW não são permitidas no interior Artigo 103.o
de edifícios de tipo administrativo.
Condições de isolamento de unidades de cobertura
o
Artigo 98. As unidades de cobertura destinadas a aquecimento
Aparelhos de produção de calor ou a refrigeração por ar forçado, ou a condicionamento
de ar, que comportem aparelhos de combustão com
1 — Os aparelhos de produção de calor instalados potência útil superior a 200 kW devem ser alojadas em
sobre o pavimento devem ser montados em maciços centrais térmicas satisfazendo as condições do n.o 2 do
com a altura mínima de 0,1 m, construídos com materiais artigo 97.o
da classe M 0. Artigo 104.o
2 — Em torno dos aparelhos devem ser reservados
corredores com largura adequada para assegurar a Dispositivo central de segurança
manobra dos órgãos de comando e de regulação, bem
1 — Com a excepção prevista no n.o 3, as instalações
como as operações de manutenção, conservação e
limpeza. de ventilação, de aquecimento por ar forçado e de con-
dicionamento de ar devem ser dotadas de um dispositivo
Artigo 99.o de segurança que assegure automaticamente a paragem
Ventilação e evacuação de efluentes de combustão dos ventiladores e dos aparelhos de aquecimento,
quando existam, sempre que a temperatura do ar na
1 — As centrais térmicas devem dispor de sistemas conduta ultrapasse 120oC.
de ventilação permanente, compreendendo aberturas 2 — Os dispositivos referidos no número anterior
para admissão de ar fresco, localizadas junto ao pavi- devem ser instalados na origem das condutas principais,
mento, e aberturas para evacuação do ar ambiente, loca- imediatamente a jusante dos aparelhos de aquecimento,
lizadas junto ao tecto, ambas com secção não inferior quando existam, e duplicados por dispositivos de accio-
a 0,01 m2. namento manual bem visíveis e convenientemente
2 — A evacuação dos efluentes dos aparelhos de com- sinalizados.
bustão deve ser feita para o exterior do edifício por 3 — Os dispositivos centrais de segurança não são
meio de condutas estanques, construídas com materiais requeridos nos casos em que o aquecimento do ar se
da classe M 0, nas condições do artigo 30.o realize em permutadores de calor nos quais a tempe-
3 — As condutas referidas no número anterior não ratura do fluido no circuito primário não possa exceder
devem ter percursos no interior de locais de depósito 110oC.
ou de armazenamento de combustíveis, nem de locais Artigo 105.o
de risco B.
Baterias de resistências eléctricas dispostas nos circuitos
Artigo 100.o de ar forçado
Dispositivos de corte de emergência
1 — As baterias de resistências eléctricas dispostas
1 — Nas centrais térmicas de potência útil total ins- nos circuitos de ar forçado devem ser protegidas por
talada superior a 20 kW, os circuitos de alimentação invólucros constituídos por materiais da classe M 0.
de energia eléctrica e as canalizações de abastecimento 2 — Os materiais combustíveis eventualmente exis-
de combustível aos aparelhos devem ser equipados com tentes no interior das condutas em que as baterias se
dispositivos de corte, de accionamento manual, que asse- encontrem instaladas devem ser resguardados da radia-
gurem a interrupção imediata do funcionamento dos ção directa das resistências.
aparelhos. 3 — Imediatamente a jusante de cada bateria, a uma
2 — Os dispositivos referidos no número anterior distância máxima de 0,15 m, devem ser instalados cor-
devem ser accionados por órgãos de comando situados ta-circuitos térmicos que assegurem o corte no forne-
no exterior das centrais, junto dos seus acessos, em locais cimento de energia às baterias quando a temperatura
visíveis e convenientemente sinalizados. do ar na conduta ultrapasse 120oC.
7152 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 295 — 23-12-1998

4 — A alimentação de energia eléctrica das baterias de dimensões não superiores a 10 mm, ou por outros
centrais ou terminais deve ser impossibilitada em caso elementos de eficácia semelhante contra a introdução
de não funcionamento dos ventiladores de impulsiona- de objectos estranhos nas condutas.
mento de ar.
Artigo 106.o
SUBSECÇÃO III
Condutas de distribuição de ar
Aparelhos de aquecimento autónomos
1 — Os materiais das condutas de distribuição de ar,
bem como quaisquer outros aplicados no seu interior, Artigo 109.o
devem ser da classe M 0.
2 — O disposto no número anterior não se aplica a Condições de utilização
acessórios de dispositivos terminais de condutas exclu- 1 — Nos locais com lotação superior a 500 pessoas
sivas aos locais que servem. não é permitida a instalação de aparelhos de aqueci-
3 — Os materiais de isolamento térmico aplicados na mento autónomos.
face exterior das condutas, bem como os materiais de 2 — Nos restantes locais de risco B e nas vias de eva-
correcção acústica aplicados localmente no seu interior, cuação de qualquer local, apenas são permitidos apa-
devem garantir a classe M 1. relhos autónomos exclusivamente alimentados a energia
4 — Não é exigida qualificação de reacção ao fogo eléctrica que não apresentem resistências em contacto
às juntas das condutas. directo com o ar.
5 — Os motores de accionamento dos ventiladores
3 — Os aparelhos autónomos instalados em locais de
devem ser instalados fora dos circuitos de ar, excepto
se forem equipados com dispositivos térmicos de corte risco B e nas vias de evacuação devem ser fixados às
automático da alimentação de energia eléctrica em caso paredes ou aos pavimentos.
de sobreaquecimento.
6 — As condutas de ventilação dos locais de risco Artigo 110.o
B não devem servir locais de risco C.
Aparelhos autónomos de combustão

Artigo 107.o 1 — Os elementos incandescentes ou inflamados dos


Filtros
aparelhos autónomos de combustão devem ser prote-
gidos, por forma a prevenir contactos acidentais e pro-
1 — Os elementos de filtragem de ar utilizados em jecções de partículas para o seu exterior.
centrais de tratamento com capacidade superior a 2 — Os aparelhos autónomos que utilizem combus-
10 000 m3 de ar por hora devem satisfazer as condições tíveis líquidos ou gasosos devem ser dotados de dis-
indicadas nos números seguintes. positivos de corte automático de fornecimento de
2 — As caixas que comportam os filtros devem ser combustível.
construídas com materiais da classe M 0, excepto no 3 — Os aparelhos autónomos de combustão devem
que se refere a colas e a juntas de estanquidade, e ser ser fixados sobre elementos construídos com materiais
afastadas de 0,2 m de quaisquer materiais combustíveis, da classe M 0.
ou deles separadas por painéis que assegurem protecção 4 — No caso de aparelhos instalados sobre o pavi-
equivalente. mento, deve ser prevista uma faixa em seu redor com
3 — Os materiais constituintes dos filtros devem, em a largura mínima de 0,3 m, construída, ou revestida, com
geral, garantir a classe de reacção ao fogo M 3, podendo materiais da classe M 0.
contudo ser da classe M 4, ou não classificados, desde 5 — A distância mínima dos aparelhos de queima a
que sejam regeneráveis através de lavagem por água quaisquer partes inflamáveis deve ser de 0,5 m, excepto
nas suas caixas e a massa dos materiais referidos seja se aquelas partes forem protegidas com materiais iso-
limitada a 0,5 g por metro cúbico por hora de caudal lantes térmicos da classe M 0, caso em que pode ser
da instalação. reduzida para 0,25 m.
4 — Imediatamente a jusante de cada conjunto de 6 — A evacuação dos efluentes dos aparelhos de com-
filtros devem ser instalados detectores de fumo que asse- bustão deve ser feita para o exterior do edifício por
gurem, quando activados, o corte no fornecimento de meio de condutas estanques, construídas com materiais
energia aos ventiladores e às baterias de aquecimento, da classe M 0, nas condições do artigo 30.o
quando existam, bem como a interrupção da conduta 7 — Os aparelhos de combustão sem circuito de
respectiva. queima estanque apenas são permitidos em locais dota-
5 — No caso de utilização de filtros de óleo, devem dos de aberturas para ventilação que assegurem, no
ser tomadas medidas para evitar o seu derrame acidental
mínimo, uma renovação de ar por hora, ou, no caso
para as condutas.
6 — Devem ser instaladas tomadas de pressão a mon- de aparelhos não ligados a condutas de evacuação dos
tante e a jusante de cada conjunto de filtros para deter- produtos de combustão, duas renovações por hora.
minação do seu grau de colmatação.
7 — Junto ao acesso das caixas que alojam filtros SECÇÃO V
devem ser afixadas placas metálicas com a inscrição
«Perigo de incêndio — Filtro com poeiras inflamáveis». Instalações de confecção de alimentos

Artigo 108.o Artigo 111.o


Bocas de insuflação e de extracção Instalação de aparelhos de confecção de alimentos

As bocas de insuflação e de extracção acessíveis ao 1 — Os aparelhos, ou grupos de aparelhos, com


público devem ser protegidas por grelhagens com malha potência útil total instalada superior a 20 kW devem
N.o 295 — 23-12-1998 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 7153

ser instalados em cozinhas isoladas nas condições do CAPÍTULO VI


disposto nos n.os 1 ou 2 do artigo 24.o
2 — Nos espaços acessíveis a utentes, tais como bares, Instalações de alarme
os aparelhos de confecção ou de regeneração de ali-
mentos devem ser fixos, com excepção dos que dispo- SECÇÃO I
nham de potência inferior a 4 kW. Critérios de segurança e definições
3 — Os aparelhos para confecção de alimentos devem
satisfazer as disposições do artigo anterior que lhes Artigo 116.o
forem aplicáveis. Critérios de segurança
Artigo 112.o Os edifícios devem ser equipados com instalações que
Ventilação e evacuação de fumos permitam, em caso de emergência, difundir avisos de
evacuação para os seus ocupantes, alertar os bombeiros
1 — As cozinhas referidas no n.o 1 do artigo anterior e accionar os dispositivos previstos para intervir em caso
devem ser dotadas de aberturas para admissão de ar de incêndio.
em quantidade necessária ao bom funcionamento dos Artigo 117.o
aparelhos de queima, bem como de instalações para Definições
evacuação de fumos, vapores e ar viciado, de modo a
proporcionar um número adequado de renovações por Para efeitos de aplicação do presente Regulamento,
hora. entende-se por:
2 — As instalações de evacuação referidas no número a) «Alarme restrito», o sinal sonoro ou óptico emi-
anterior devem ser concebidas para poder funcionar tido para prevenir o pessoal do edifício afecto
como instalações de desenfumagem em caso de incên- à segurança de uma situação de incêndio;
dio, nas condições do capítulo VIII. b) «Alarme geral», o sinal sonoro, eventualmente
3 — Os apanha-fumos devem ser construídos com acompanhado de sinais ópticos, emitido para
materiais da classe de reacção ao fogo M 0. difundir o aviso de evacuação aos ocupantes do
4 — O circuito de extracção de ar deve comportar edifício;
um filtro, ou uma caixa, para depósito de matérias c) «Alerta», a mensagem de socorro transmitida
gordurosas. aos bombeiros.
Artigo 113.o
SECÇÃO II
Dispositivos de corte de emergência
Composição e princípios de funcionamento das instalações
As cozinhas com potência útil total instalada superior Artigo 118.o
a 20 kW devem ser equipadas com dispositivos de corte,
instalados junto ao respectivo acesso principal, que asse- Composição das instalações
gurem a interrupção do fornecimento de energia aos As instalações de alarme podem ser constituídas pelos
aparelhos por accionamento manual, qualquer que seja seguintes componentes:
o tipo de combustível ou energia utilizados.
a) Dispositivos de accionamento do alarme, que
podem ser de operação manual ou de actuação
SECÇÃO VI automática (detectores de incêndio);
b) Centrais e quadros de comando e de sinalização;
Outras instalações técnicas c) Sinalizadores de alarme restrito;
d) Difusores de alarme geral;
Artigo 114.o e) Equipamentos de transmissão da mensagem de
alerta;
Instalações de armazenamento e utilização de líquidos f) Dispositivos de comando das instalações de
e gases combustíveis segurança;
1 — Para satisfação das exigências de segurança g) Fontes de energia de emergência.
expressas no artigo 80.o devem ser atendidas as dis-
posições da regulamentação de segurança em vigor rela- Artigo 119.o
tiva a estas instalações. Princípios de funcionamento das instalações
2 — Os locais onde sejam armazenados ou utilizados
1 — Nos períodos de exploração do edifício as ins-
líquidos inflamáveis em quantidade superior a 10 l talações devem estar no estado de vigília, facto que deve
devem ser dotados de ventilação natural permanente ser sinalizado na central, quando exista.
por meio de aberturas inferiores e superiores criterio- 2 — A actuação de um dispositivo de accionamento
samente distribuídas, com secção total não inferior a do alarme deve provocar, de imediato, o funcionamento
1 % da sua área, com um mínimo de 0,10 m2. do alarme restrito e dos dispositivos de comando das
instalações interessadas na segurança.
Artigo 115.o 3 — Nos edifícios de pequeno porte e número redu-
zido de ocupantes que não disponham de meios huma-
Instalações de pára-raios nos para explorar uma situação de alarme restrito, a
actuação de um dispositivo de accionamento do alarme
Os edifícios devem, sempre que aconselhável ou deve provocar, de imediato, o funcionamento do alarme
necessário, de acordo com os critérios da Direcção-Ge- geral.
ral da Energia, ser dotados de uma instalação de pro- 4 — Nos outros edifícios deve existir uma tempori-
tecção contra descargas atmosféricas. zação entre os alarmes restrito e geral, de modo a per-
7154 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 295 — 23-12-1998

mitir a intervenção do pessoal afecto à segurança, para Artigo 122.o


eventual extinção da causa que lhe deu origem, sem Centrais de comando e de sinalização
proceder à evacuação.
5 — A temporização referida no número anterior As centrais de comando e de sinalização das insta-
deve ter duração adaptada às características do edifício, lações devem ser situadas em locais reservados ao pes-
devendo ainda ser previstos meios de proceder à sua soal afecto à segurança do edifício e assegurar as seguin-
anulação sempre que seja considerado oportuno. tes funções:
6 — O alarme geral deve ser claramente audível em
a) Alimentação dos dispositivos de accionamento
todos os locais do edifício, ter possibilidade de soar
do alarme;
durante o tempo necessário à evacuação dos seus
b) Alimentação dos difusores de alarme geral, no
ocupantes, com um mínimo de cinco minutos, e de ser
caso de estes não serem constituídos por uni-
ligado ou desligado a qualquer momento. dades autónomas;
7 — Uma vez desencadeados, os processos de alarme c) Sinalização de presença de energia de rede e,
e as acções de comando das instalações de segurança no caso de possuírem fonte de energia autó-
não devem ser interrompidos em caso de ocorrência noma, sinalização de avaria do respectivo car-
de rupturas, sobreintensidades ou defeitos de isolamento regador;
nos circuitos dos dispositivos de accionamento. d) Sinalização sonora e óptica de alarme restrito;
8 — A transmissão do alerta, quando automática, e) Sinalização do estado de vigília das instalações;
deve ser simultânea com a difusão do alarme geral. f) Sinalização de avaria nos circuitos dos dispo-
sitivos de accionamento de alarme;
SECÇÃO III g) Comando de accionamento e de interrupção do
Características dos componentes das instalações
alarme geral;
h) Temporização do sinal de alarme geral, quando
Artigo 120.o exigido;
i) Comando dos sistemas de segurança do edifício,
Dispositivos de accionamento do alarme
quando exigido.
Os dispositivos de accionamento manual do alarme
devem ser instalados nos caminhos horizontais de eva- Artigo 123.o
cuação, sempre que possível junto às saídas dos pisos Fontes de energia de emergência
e a locais sujeitos a riscos especiais, a cerca de 1,5 m
do pavimento, e por forma que não sejam ocultados 1 — As fontes de energia de emergência devem asse-
por quaisquer elementos decorativos ou outros, nem gurar o funcionamento das instalações de alarme no
por portas, quando abertas. caso de falha na alimentação de energia da rede pública,
nas condições do artigo 85.o
Artigo 121.o 2 — As fontes devem ser incorporadas na central, ou
nas unidades autónomas de alarme, e assegurar o fun-
Difusores de alarme geral
cionamento dos sistemas, colocados no estado de vigília,
1 — Os difusores de alarme geral devem, sempre que por um período mínimo de doze horas, seguido de um
possível, ser instalados fora do alcance dos ocupantes período de cinco minutos no estado de alarme geral.
e, no caso de se situarem a uma altura do pavimento 3 — As fontes de energia de emergência que apoiam
inferior a 2,25 m, ser protegidos por elementos que os as instalações de alarme não podem servir quaisquer
resguardem de danos acidentais. outras instalações.
2 — O sinal emitido deve ser inconfundível com qual- Artigo 124.o
quer outro e audível em todos os locais do edifício a Meios de transmissão do alerta
que seja destinado.
3 — No caso de difusores de alarme geral integrados 1 — Os meios de transmissão do alerta para os bom-
em unidades autónomas, estas devem assegurar as beiros podem consistir em postos telefónicos ligados à
seguintes funções: rede pública ou em transmissores automáticos ligados
a linhas telefónicas, comutáveis ou privativas.
a) Alimentação dos difusores em caso de falha no 2 — No postos referidos no número anterior deve ser
abastecimento de energia da rede, nas condições afixado de forma clara o número de telefone da cor-
do artigo 85.o; poração de bombeiros.
b) Exploração da informação recebida permitindo
quer a difusão imediata do alarme geral, quer
SECÇÃO IV
a sinalização do alarme restrito na central, e
a posterior difusão do alarme geral, mediante Concepção das instalações de alarme
sinal de comando proveniente daquela;
c) Interrupção do sinal de alarme geral, quer por Artigo 125.o
meios manuais, quer de forma automática, após Edifícios de grande altura ou com área bruta de construção
um tempo determinado; igual ou superior a 2000 m2
d) Possibilidade de comando das instalações de
segurança do edifício que lhes sejam afectas. 1 — Os edifícios de grande altura ou com área bruta
de construção igual ou superior a 2000 m2 devem ser
4 — Nos locais equipados com instalações de sono- dotados de instalações compreendendo os seguintes
componentes:
rização, o sinal de alarme geral pode consistir numa
mensagem gravada, previamente aprovada pelo SNB, a) Dispositivos de accionamento manual de alarme;
prescrevendo claramente a ordem de evacuação, a qual b) Centrais de comando e sinalização, com dispo-
deve ser automaticamente difundida após a interrupção sitivos de temporização do alarme geral e
do programa normal. comando dos sistemas de segurança do edifício;
N.o 295 — 23-12-1998 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 7155

c) Difusores de alarme geral; de incêndio pelos seus ocupantes e de meios que faci-
d) Fontes de energia de emergência. litem aos bombeiros o lançamento rápido das operações
de socorro.
2 — O alerta deve ser transmitido de forma automática. Artigo 130.o
Meios de extinção exigíveis
Artigo 126.o
Edifícios de média altura e com área bruta de construção
Os meios de extinção a exigir nos edifícios podem
inferior a 2000 m2 ser os seguintes:
1 — Os edifícios de média altura e com área bruta a) Extintores portáteis, redes de incêndio armadas
de construção inferior a 2000 m2 devem ser dotados e outros meios de primeira intervenção;
de instalações compreendendo os seguintes compo- b) Colunas secas ou húmidas;
nentes: c) Hidrantes exteriores;
d) Outros meios a exigir pela entidade licencia-
a) Dispositivos de accionamento manual de alarme; dora, de acordo com as disposições deste
b) Quadros de comando e sinalização, assegurando capítulo.
as funções descritas nas alíneas a) a g) do
artigo 122.o; SECÇÃO II
c) Difusores de alarme geral. Meios de primeira intervenção

2 — O sinal de alarme geral pode ser difundido em


simultâneo com o de alarme restrito. SUBSECÇÃO I
3 — O alerta pode ser transmitido por posto tele- Meios de extinção portáteis
fónico ligado à rede pública.
Artigo 131.o
o
Artigo 127. Condições gerais de instalação de extintores
Outros edifícios
1 — Os edifícios devem, em regra, ser equipados com
1 — Com excepção dos casos previstos no n.o 1 do extintores portáteis, da classe de eficácia 8 A, adequa-
artigo 19.o, os edifícios não abrangidos pelo disposto damente distribuídos, à razão de 18 l de agente extintor
nos artigos 125.o e 126.o podem dispor de sistemas sim- padrão por 500 m2 de área de pavimento do piso em
plificados de alarme, compreendendo apenas disposi- que se situem, com um mínimo de dois, e por forma
tivos de accionamento manual e difusores de alarme que a distância a percorrer de qualquer ponto susceptível
geral, podendo o alerta ser transmitido nas condições de ocupação até ao extintor mais próximo não exceda
do artigo anterior. 15 m.
2 — Os sistemas simplificados de alarme podem não 2 — Os extintores devem ser instalados em locais bem
satisfazer o disposto no artigo 9.o, desde que apresentem visíveis e convenientemente sinalizados, sempre que pos-
fiabilidade suficiente para o fim a que se destinam. sível nas comunicações horizontais ou no interior das
3 — Nos edifícios com um único piso e lotação não câmaras corta-fogo, quando existam, e colocados de
superior a 50 pessoas, o alarme pode ser dado por quais- modo que o seu manípulo fique a cerca de 1,2 m do
quer dispositivos sonoros claramente audíveis, tais como pavimento.
sinetas ou campainhas. Artigo 132.o
Casos particulares
Artigo 128.o
1 — Devem ser dotados de extintores de água pul-
Casos particulares
verizada com capacidade unitária de 6 l os seguintes
1 — Os edifícios com altura superior a 60 m devem locais:
dispor de detectores automáticos de incêndio em todos a) Arquivos;
os locais de riscos A, B e C, bem como nas vias de b) Cozinhas;
evacuação. c) Depósitos e arrecadações;
2 — Nos espaços de qualquer edifício que apresentem d) Locais de recolha de lixo.
condições de risco especialmente gravosas, pode a enti-
dade licenciadora impor uma instalação de detecção 2 — Nos arquivos, depósitos ou arrecadações em que
automática de incêndio. a natureza do seu conteúdo não aconselhe o emprego
de água, deve ser utilizado agente extintor apropriado,
CAPÍTULO VII em quantidade equivalente.
3 — Nas oficinas e nos depósitos de líquidos infla-
Meios de extinção máveis devem ser instalados extintores utilizando agen-
tes de acordo com os seguintes critérios:
SECÇÃO I a) Pó químico para líquidos inflamáveis;
Critérios de segurança e meios exigíveis b) Anidrido carbónico para aparelhos eléctricos;
c) Água, com eventual aditivo molhante, para
Artigo 129.o madeira, papel, cartão e plástico.
Critérios de segurança
4 — Nos parques de estacionamento devem ser ins-
Os edifícios devem dispor de meios próprios de inter- talados extintores portáteis ou móveis, das classes 13 A
venção que permitam a actuação imediata sobre focos ou 21 B, ou extintores polivalentes da classe 13 A/21 B.
7156 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 295 — 23-12-1998

5 — Nos locais afectos a serviços eléctricos e nas casas 2 — Os carretéis devem ser devidamente sinalizados
das máquinas dos elevadores, devem ser dispostos extin- e, se forem encerrados em armários, as portas respec-
tores das classes 8 A ou 10 B, contendo anidrido car- tivas não podem ter fechadura.
bónico, pó químico polivalente ou outro agente apro-
priado aos riscos correspondentes. Artigo 136.o
6 — Nas centrais térmicas com potência útil não supe-
rior a 70 kW, devem ser instalados extintores adequados Redes de alimentação e disponibilidades de água
ao combustível utilizado. 1 — A alimentação das bocas-de-incêndio deve, em
7 — Nas centrais térmicas com potência útil superior geral, ser assegurada por canalizações independentes
a 70 kW devem ser instalados os seguintes meios de a partir do ramal de ligação do edifício.
primeira intervenção, consoante o tipo de combustível 2 — A rede de alimentação das bocas-de-incêndio
utilizado: deve garantir as seguintes condições, em cada boca-de-
a) Nos casos de combustível sólido ou líquido: -incêndio em funcionamento, com metade das bocas
abertas, com um máximo exigível de quatro:
aa) Um recipiente com 100 l de areia e uma
pá; a) Pressão dinâmica mínima de 250 kPa;
bb) Extintores das classes 34 B, à razão de b) Caudal instantâneo mínimo de 1,5 l/s.
dois por queimador, com um máximo exi-
gível de quatro; 3 — Nos casos em que as condições de pressão e de
caudal exigidas no número anterior sejam asseguradas
b) Nos casos de combustível gasoso, um extintor por grupos sobrepressores accionados a energia eléc-
de pó químico polivalente, da classe 5 A/34 B. trica, estes devem ser apoiados por fontes de energia
de emergência, nas condições dos artigos 84.o e 86.o
SUBSECÇÃO II 4 — Sempre que a entidade licenciadora o exija, em
zonas onde o sistema de abastecimento público não
Redes de incêndio armadas apresente garantias de continuidade, pressão ou caudal,
devem ser previstas reservas de água que assegurem
Artigo 133.o o funcionamento da rede durante uma hora nas con-
Exigências de estabelecimento dições indicadas no n.o 2.
Devem ser servidos por redes de incêndio armadas
Artigo 137.o
os espaços que se encontrem em qualquer das seguintes
circunstâncias: Controlo da pressão da água

a) Locais que possam receber mais de 200 pessoas; A pressão da água nas redes de incêndio deve ser
b) Zonas do edifício de acesso difícil, por serem indicada por meio de manómetros instalados nos seus
situadas em empreendimentos complexos, ou pontos mais desfavoráveis.
que não apresentem uma organização simples
dos espaços interiores, sempre que exigido pela SECÇÃO III
entidade licenciadora.
Colunas secas ou húmidas
Artigo 134.o Artigo 138.o
Número e localização das bocas-de-incêndio
Exigências de estabelecimento
1 — As bocas de incêndio devem ser dispostas por Os pisos situados a uma altura superior a 20 m ou
forma que: a mais de 9 m abaixo do piso de saída devem ser servidos
a) Permitam atingir todos os pontos do espaço a por colunas secas ou húmidas instaladas em todas as
proteger a uma distância não superior a 5 m; vias verticais de evacuação protegidas que lhes dêem
b) O seu manípulo de manobra se situe a uma acesso.
altura do pavimento não superior a 1,5 m; Artigo 139.o
c) Sempre que possível, exista uma boca-de-incên-
Características das colunas
dio a uma distância não superior a 5 m de cada
saída do piso. 1 — Cada coluna deve ter diâmetro nominal não infe-
rior a 70 mm e ser dotada, em cada piso que serve,
2 — Nas proximidades das bocas-de-incêndio deve de duas bocas-de-incêndio.
existir um espaço desimpedido e livre de quaisquer ele- 2 — As colunas que sirvam pisos situados a uma altura
mentos que possam comprometer o seu acesso ou a superior a 28 m devem ter diâmetro nominal não inferior
sua manobra, com área mínima, medida em planta, de a 100 mm.
1 m2 e altura mínima de 2 m. 3 — As colunas húmidas devem ser dotadas de meios,
designadamente bocas exteriores e válvulas, que per-
Artigo 135.o mitam a sua utilização como colunas secas em caso de
necessidade.
Características das bocas-de-incêndio
Artigo 140.o
1 — As bocas de incêndio devem ter calibre mínimo Localização e características das bocas
de 25 mm e ser armadas com mangueiras semi-rígidas
do mesmo calibre, dotadas de difusor de três posições, 1 — Ao nível de cada piso servido, as bocas-de-in-
enroladas em carretéis. cêndio interiores devem ser dispostas nas comunicações
N.o 295 — 23-12-1998 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 7157

verticais, ou nas câmaras corta-fogo, quando existam, CAPÍTULO VIII


ser devidamente tamponadas e satisfazer as exigências
Controlo de fumos em caso de incêndio
da alínea b) do n.o 1 e do n.o 2 do artigo 134.o
2 — As bocas exteriores de alimentação das colunas SECÇÃO I
devem ser devidamente protegidas e sinalizadas.
Critérios de segurança e definições
3 — Os modelos das bocas exteriores e interiores
devem ser definidos pelo SNB. Artigo 143.o
Critérios de segurança
SECÇÃO IV
Os edifícios devem ser dotados de meios que pro-
Hidrantes exteriores movam a evacuação dos gases e dos fumos do local
de origem do incêndio, arrefecendo o seu ambiente,
e que previnam a sua intrusão nas zonas não sinistradas,
Artigo 141.o preservando, nomeadamente, as vias de evacuação.
Exigências e condições de estabelecimento
Artigo 144.o
1 — A localização dos hidrantes exteriores deve ser
Definições
definida pelos serviços camarários, ouvidas as corpo-
rações de bombeiros locais, de acordo com os seguintes Para efeitos de aplicação do presente Regulamento,
critérios: entende-se por:
a) Sempre que seja viável dispor de um ramal de a) «Exaustor de fumos», o dispositivo instalado na
alimentação com diâmetro nominal igual ou cobertura do edifício e susceptível de abertura
superior a 90 mm, devem ser instalados marcos em caso de incêndio, permitindo a saída dos
de água junto ao lancil dos passeios que mar- fumos para o exterior por meios naturais;
ginam as vias de acesso referidas no artigo 13.o b) «Área livre de um vão de fachada, de uma boca
de modo que um marco, pelo menos, fique de ventilação ou de um exaustor de fumos»,
situado a uma distância não superior a 100 m a área geométrica interior da abertura efecti-
de qualquer entrada do edifício; vamente desobstruída para passagem de ar,
tendo em conta a eventual existência de grelhas;
b) Nos casos em que não seja possível dispor de c) «Área útil de um vão de fachada, de uma boca
ramais nas condições da alínea anterior, devem de ventilação ou de um exaustor de fumos»,
ser consideradas bocas-de-incêndio situadas nas a área equivalente de abertura para passagem
paredes exteriores do edifício através das quais dos fumos, tendo em conta a influência dos ven-
se preveja realizar as operações de combate ao tos e das eventuais deformações provocadas
incêndio, as quais devem ser alimentadas por pelo aquecimento excessivo;
ramais com diâmetro nominal não inferior a d) «Painel de cantonamento», o elemento vertical
45 mm. de separação, constituído por elementos de
construção do edifício ou por quaisquer outros
2 — Os modelos dos marcos de água e das bocas- componentes rígidos e estáveis, desde que sejam
-de-incêndio exteriores devem ser definidos pelo SNB. construídos com materiais da classe M 0 e apre-
sentem classe de resistência ao fogo EF 15, mon-
tado no tecto de um local, que previna a pro-
SECÇÃO V pagação horizontal dos fumos;
e) «Pé-direito de referência», a média aritmética
Outros meios de extinção do maior e do menor dos pés-direitos de um
local ou de uma via;
Artigo 142.o f) «Zona livre de fumos», o espaço compreendido
entre o pavimento e a face inferior dos painéis
Exigências e condições de estabelecimento de cantonamento ou, nos casos em que estes
não existam, a face inferior dos lintéis das
1 — Nos locais do edifício que apresentem riscos portas;
especiais ou fortemente agravados, e não considerados g) «Zona enfumada», o espaço compreendido
nos artigos anteriores, pode a entidade licenciadora exi- entre a zona livre de fumos e a cobertura, ou
gir outros meios de extinção, manuais ou automáticos, o tecto.
quer por água, quer por outro agente extintor consi-
derado apropriado. SECÇÃO II
2 — Nomeadamente, podem ser exigidas instalações Métodos de controlo de fumos e exigências de estabelecimento
de extinção automática nos locais seguintes:
Artigo 145.o
a) Locais de risco C com alturas de armazenagem
superiores a 3 m; Métodos de controlo de fumos
b) Locais de guarda de películas fotográficas em 1 — O controlo dos fumos produzidos no incêndio
grande quantidade; pode ser realizado por desenfumagem, a qual consiste
c) Locais de depósito ou armazenamento signifi- num arejamento para libertação dos mesmos, ou pelo
cativo de artigos de papel; estabelecimento de sobrepressão num local relativa-
d) Apanha-fumos das cozinhas a que se refere o mente aos locais adjacentes, com o objectivo de o pro-
n.o 1 do artigo 111.o teger da intrusão dos fumos.
7158 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 295 — 23-12-1998

2 — A desenfumagem pode ser passiva, quando rea- dispostas de acordo com as exigências expressas nos
lizada por tiragem térmica natural, ou activa, nos casos artigos 43.o, 48.o e 49.o, a menos que sejam providen-
em que se utilizem meios mecânicos. ciados meios de protecção adequados e expressamente
3 — As instalações de desenfumagem passiva com- autorizados pela entidade licenciadora.
preendem aberturas para admissão de ar e para eva-
cuação dos fumos, ligadas ao exterior, quer directa-
mente, quer através de condutas. Artigo 148.o
4 — Nas instalações de desenfumagem activa, os Vãos de fachada permitidos nas instalações
fumos são extraídos por meios mecânicos e a admissão
de ar pode ser realizada por meios naturais ou mecâ- Nas instalações de controlo de fumos apenas são con-
nicos. siderados os vãos de fachada cujos dispositivos de obtu-
5 — As instalações de ventilação e de tratamento de ração possam abrir segundo um ângulo superior a 60o.
ar dos edifícios podem participar no controlo dos fumos
produzidos no incêndio, desde que sejam satisfeitas as Artigo 149.o
exigências expressas neste capítulo.
Características das bocas de ventilação interiores
o 1 — As bocas de admissão de ar e de evacuação de
Artigo 146.
fumos dispostas no interior do edifício devem perma-
Exigências de estabelecimento de instalações de controlo de fumos
necer normalmente fechadas por obturadores, excepto
1 — Devem ser dotados de instalações de controlo nos casos em que sirvam condutas exclusivas a um piso,
de fumos os seguintes espaços: ou nas instalações de ventilação e de tratamento de
ar que participem no controlo de fumos.
a) Vias verticais de evacuação enclausuradas sem- 2 — Os obturadores referidos no número anterior
pre que sirvam três ou mais pisos; devem ser construídos com materiais da classe M 0 e
b) Vias horizontais de evacuação enclausuradas, apresentar classe pára-chamas ou corta-fogo, consoante
sempre que se situem em edifícios de grande realizem admissão ou extracção, de escalão igual ao
altura, em pisos enterrados, ou tenham com- requerido para as condutas respectivas.
primento superior a 30 m;
c) Galerias de ligação entre edifícios, ou corpos
do mesmo edifício sempre que não sejam esta- Artigo 150.o
belecidas ao ar livre; Características das condutas
d) Locais de risco B, arquivos, depósitos e arre-
cadações, sempre que tenham área superior a 1 — As condutas das instalações devem ser construí-
300 m2; das com materiais da classe M 0 e garantir classe de
e) Cozinhas na situação prevista no n.o 1 do resistência ao fogo igual à maior das requeridas para
artigo 111.o; as paredes ou pavimentos que atravessem, mas não infe-
f) Pátios interiores prolongados até ao topo do rior a CF 15, ou ser protegidas por elementos da mesma
edifício nas condições previstas na alínea b) do classe.
n.o 2 do artigo 20.o, no caso de serem cobertos. 2 — No caso de alojamento das condutas em ductos,
estes só podem conter quaisquer outras canalizações
2 — O controlo de fumos em vias verticais de eva- ou condutas se aquelas assegurarem a resistência ao
cuação de edifícios de grande altura deve ser efectuado fogo exigida no número anterior.
por sistemas de sobrepressão, que devem ser duplicados
por sistemas de desenfumagem passiva de emergência
Artigo 151.o
com manobra reservada aos bombeiros.
3 — O controlo de fumos em vias horizontais de eva- Determinação da área útil de exaustores, vãos e bocas de extracção
cuação de edifícios de grande altura deve ser efectuado
1 — A área útil dos exaustores é determinada com
por sistemas de desenfumagem activa de arranque auto-
base em ensaios realizados por laboratório oficial.
mático, com admissão de ar pelas caixas de escada ou
2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior,
pela câmara corta-fogo que lhes dê acesso.
no caso de exaustores que abram segundo um ângulo
4 — O controlo de fumos em cozinhas ligadas às salas
de refeições deve ser efectuado por sistemas de desen- superior a 110o pode ser considerado, para efeitos de
fumagem activa, os quais devem compreender painéis cálculo, que a área útil é igual a 30 % da sua área livre.
de cantonamento dispostos entre as cozinhas e as salas 3 — A área útil dos vãos de fachada permitidos e
de refeições. das bocas de extracção de fumos é considerada igual
a 50 % da sua área livre.
SECÇÃO III
Características gerais das instalações Artigo 152.o
Artigo 147.o Comando das instalações

Localização das tomadas exteriores de ar e das aberturas 1 — As instalações de controlo de fumos devem ser
para descarga de fumos dotadas de sistemas de comando manual, duplicados
por comandos automáticos, quando exigido, assegu-
1 — As tomadas exteriores de ar (vãos de fachada
rando as seguintes funções:
ou bocas de condutas) devem ser dispostas em zonas
resguardadas dos fumos produzidos no incêndio. a) Abertura dos obturadores das bocas ou dos
2 — As aberturas para descarga dos fumos (exaus- exaustores do local ou da via sinistrada, e apenas
tores, vãos de fachada e bocas de condutas) devem ser desses;
N.o 295 — 23-12-1998 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 7159

b) Paragem das instalações de ventilação ou de a distância, medida na horizontal, a qualquer obstáculo


tratamento de ar, quando existam, a menos que que lhes seja mais elevado não seja inferior à diferença
essas instalações participem no controlo de de alturas, com um máximo exigível de 8 m.
fumos;
c) Arranque dos ventiladores de controlo de fumos, Artigo 156.o
quando existam.
Condutas
2 — Nos sistemas de comando manual os dispositivos 1 — As condutas das instalações de desenfumagem
de abertura devem ser de funcionamento mecânico, passiva devem apresentar as seguintes características:
eléctrico, electromagnético, pneumático ou hidráulico
e accionáveis por comandos dispostos na proximidade a) Secção mínima igual ao somatório das áreas
dos acessos aos locais, duplicados na central de segu- livres das bocas que servem em cada piso;
rança, quando esta exista. b) Relação entre dimensões transversais não supe-
3 — Os sistemas de comando automático devem com- rior a duas, exigência que também se aplica às
preender detectores de fumos e de gases de combustão, bocas que servem.
quer autónomos, quer integrados em instalações de
alarme centralizadas, instalados nos locais, ou nas vias, 2 — As condutas colectoras verticais não podem com-
actuando em dispositivos de accionamento electromag- portar mais de dois desvios e qualquer deles deve fazer
néticos. com a vertical um ângulo máximo de 20o.
4 — Nos locais ou vias de evacuação para os quais 3 — Em cada piso, o comprimento dos ramais hori-
se exigem instalações de alarme compreendendo detec- zontais de ligação à conduta colectora vertical não deve
tores automáticos de incêndio, as instalações de controlo exceder 2 m, a menos que seja justificado pelo cálculo
de fumos devem ser dotadas de comando automático. que a tiragem requerida é assegurada.
5 — Nas instalações dotadas de comando automático 4 — Para os cálculos referidos no número anterior,
deve ser assegurado que a entrada em funcionamento os fumos devem ser considerados à temperatura de
da instalação num local bloqueie a possibilidade de acti- 70oC, e o ar exterior à temperatura de 15oC e a velo-
vação automática da mesma instalação noutro local, cidade nula.
devendo contudo permanecer a possibilidade de con- SECÇÃO V
trolo de fumos noutros locais, por comando manual.
6 — A restituição dos obturadores, ou dos exaustores, Instalações de desenfumagem activa
à sua posição inicial deve ser possível, em qualquer caso,
por dispositivos de accionamento manual facilmente Artigo 157.o
acessíveis a partir do pavimento. Admissão de ar
7 — Nos locais equipados com instalações de extinção
automática por água deve ser assegurado que as ins- 1 — A admissão de ar para desenfumagem pode ser
talações de desenfumagem entrem em funcionamento realizada por meios naturais ou mecânicos, nas con-
antes daquelas. dições dos números seguintes.
2 — Os meios naturais de admissão de ar devem ser
SECÇÃO IV estabelecidos nas condições indicadas no artigo 153.o,
Instalações de desenfumagem passiva sendo ainda permitidas aberturas para escadas enclau-
suradas.
Artigo 153.o 3 — A admissão de ar por meios mecânicos deve ser
Admissão de ar
realizada por bocas de insuflação ligadas a ventiladores
através de condutas.
A admissão de ar para desenfumagem pode ser rea-
lizada por qualquer dos meios seguintes: Artigo 158.o
a) Vãos dispostos em paredes exteriores, ou con- Extracção de fumos
finando com locais amplamente arejados,
incluindo escadas não enclausuradas; A extracção dos fumos deve ser realizada por bocas
b) Bocas de admissão, ligadas por condutas a toma- ligadas a ventiladores através de condutas.
das exteriores de ar.
Artigo 159.o
Artigo 154.o Bocas de insuflação e de extracção
Evacuação de fumos Para efeitos de dimensionamento, a velocidade do
A evacuação dos fumos pode ser realizada por qual- ar nas bocas de insuflação deve ser inferior a 5 m/s e
quer dos seguintes meios: o seu caudal deve ser da ordem de 60 % do caudal
das bocas de extracção, à temperatura de 20oC.
a) Vãos dispostos em paredes exteriores;
b) Exaustores de fumos; Artigo 160.o
c) Bocas de evacuação, ligadas por condutas a
aberturas exteriores de descarga. Condutas

1 — As condutas de admissão de ar por meios naturais


Artigo 155.o devem satisfazer as disposições do artigo 156.o
Localização das aberturas exteriores de descarga
2 — As condutas de insuflação de ar forçado e de
extracção de fumos devem apresentar um caudal total
Os exaustores e as outras aberturas exteriores de des- de fuga inferior a metade do caudal a exigir no piso
carga de fumos devem ser instalados por forma que mais desfavorável.
7160 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 295 — 23-12-1998

Artigo 161.o Artigo 166.o


Ventiladores de extracção de fumos Controlo por desenfumagem passiva

1 — Os ventiladores de extracção dos fumos devem 1 — Nas instalações de desenfumagem passiva, o are-
resistir, sem alterações sensíveis do seu regime de fun- jamento deve ser assegurado por aberturas dispostas
cionamento, à passagem de fumos a uma temperatura no topo e na base das vias verticais, satisfazendo as
de 400oC, durante uma hora, em edifícios de pequena condições dos números seguintes.
ou média altura, e durante duas horas em edifícios de 2 — A abertura superior deve ser permanente, ou
grande altura, comportamento que deve ser certificado equipada com um exaustor de fumos, e ter uma área
por laboratório oficial. livre não inferior a 1 m2.
2 — Os dispositivos de ligação dos ventiladores às 3 — O somatório das áreas livres das aberturas infe-
condutas devem ser constituídos por materiais da riores deve ser, no mínimo, igual à da abertura superior.
classe M 0. 4 — O exaustor referido no n.o 2 deve ser dotado
3 — A posição dos aparelhos de comando dos ven- de um dispositivo de comando manual de abertura, ins-
tiladores deve ser sinalizada na central de segurança, talado no interior da via vertical, ao nível de acesso
quando exista. dos bombeiros.
Artigo 162.o
Artigo 167.o
Comando das instalações
Controlo por sobrepressão
1 — Os sistemas de comando das instalações de
desenfumagem activa devem assegurar que os ventila- 1 — Nas instalações de controlo por sobrepressão, a
dores de extracção de fumos só entrem em funciona- introdução dos fumos nas vias verticais é limitada pelo
mento após a abertura dos obturadores das bocas de estabelecimento de uma sobrepressão nas mesmas, a
admissão e de extracção dos espaços interessados. qual pode ser realizada por qualquer dos processos
2 — O comando do arranque dos ventiladores não seguintes:
deve ser efectuado por intermédio de contactos de fim a) Insuflação de ar nas vias verticais;
de curso nos obturadores. b) Extracção dos fumos no local sinistrado;
c) Combinação dos processos referidos nas alíneas
Artigo 163.o anteriores;
d) Em edifícios de grande altura, insuflação de ar
Alimentação de energia eléctrica
nas vias verticais, associada a extracção nos
A alimentação dos ventiladores interessados no con- caminhos horizontais de evacuação do piso
trolo de fumos deve ser feita a partir do quadro de sinistrado.
colunas ou do quadro geral do edifício e apoiada por
fontes de energia de emergência, nas condições dos arti- 2 — A diferença de pressões estabelecida pela ins-
gos 84.o e 86.o talação entre as vias verticais e os locais do piso sinis-
trado deve estar compreendida entre 20 Pa e 80 Pa, com
Artigo 164.o todas as portas de acesso à escada fechadas.
Instalações de ventilação e de tratamento de ar 3 — A velocidade do ar na porta, ou na câmara cor-
ta-fogo, de acesso ao piso sinistrado, com todas as outras
Sempre que os sistemas de ventilação ou de trata- portas fechadas, não deve ser inferior a 0,5 m/s.
mento de ar do edifício participem no controlo de fumos, 4 — No topo da via vertical, deve ser ainda instalado
deve ser assegurada a obturação de todas as bocas, aber- um exaustor de fumos de socorro, satisfazendo as con-
tas em exploração normal, que possam permitir a intru- dições do artigo anterior, cuja abertura deve ser apenas
são dos fumos em zonas do edifício não sinistradas. facultada ao responsável de segurança e aos bombeiros.

SECÇÃO VI
SUBSECÇÃO II
Concepção das instalações Controlo de fumos nas vias horizontais de evacuação

SUBSECÇÃO I Artigo 168.o


Controlo de fumos nas vias verticais de evacuação Métodos aplicáveis

Artigo 165.o O controlo de fumos nas vias horizontais de evacuação


pode ser realizado por qualquer dos seguintes métodos:
Métodos aplicáveis
a) Desenfumagem passiva;
1 — O controlo de fumos nas vias verticais de eva- b) Desenfumagem activa;
cuação, normalmente caixas de escada, apenas pode ser c) Sobrepressão relativamente ao local sinistrado.
realizado por um dos seguintes métodos:
a) Desenfumagem passiva; Artigo 169.o
b) Sobrepressão relativamente aos caminhos hori- Controlo por desenfumagem passiva
zontais de evacuação.
1 — Nas instalações de desenfumagem passiva, as
2 — Não é permitida a extracção forçada de fumos aberturas para admissão de ar e evacuação de fumos
em vias verticais de evacuação. devem ser alternadamente distribuídas, tendo em conta
N.o 295 — 23-12-1998 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 7161

a situação dos locais de risco e de modo que qualquer referida deve ser criada na câmara e, nestes casos, as
saída de um local de risco A ou B não situada entre próprias vias devem dispor de instalações de desen-
uma abertura de admissão e outra de evacuação diste, fumagem.
no máximo, 5 m de uma daquelas aberturas.
SUBSECÇÃO III
2 — A distância máxima, medida segundo o eixo da
circulação, entre duas aberturas consecutivas de admis- Controlo de fumos nos locais sinistrados
são e evacuação deve ser de:
a) 10 m nos percursos em linha recta; Artigo 172.o
b) 7 m nos outros percursos. Métodos aplicáveis

3 — As aberturas para admissão de ar não devem O controlo de fumos nos locais sinistrados pode ser
ser em número inferior às destinadas à evacuação de realizado por desenfumagem passiva ou activa.
fumos e qualquer destas últimas aberturas deve ter a
área livre mínima de 0,10 m2 por unidade de passagem Artigo 173.o
de largura da via.
4 — As bocas para evacuação de fumos devem ter Instalações de desenfumagem passiva
a sua parte mais baixa a 1,8 m do pavimento, no mínimo,
e serem situadas no terço superior do pé-direito de 1 — Nas instalações de desenfumagem passiva, as
referência. aberturas para admissão de ar devem ser instaladas total-
5 — As bocas para admissão de ar devem ter a sua mente na zona livre de fumos e o mais baixo possível,
parte mais alta a menos de 1 m do pavimento. enquanto que as aberturas para evacuação de fumos
6 — Os vãos de fachada podem ser equiparados a se devem dispor totalmente na zona enfumada e o mais
bocas de admissão e extracção simultâneas, sendo a área alto possível.
livre considerada para extracção compreendida na zona 2 — O somatório das áreas livres das aberturas para
definida no n.o 4 e a área livre considerada para admissão admissão de ar não deve ser inferior ao somatório das
compreendida fora daquela zona. áreas livres das aberturas para evacuação de fumos.
3 — Se o declive do tecto não for superior a 10 %,
a distância, medida em planta, de um ponto do local
Artigo 170.o a uma abertura de evacuação não deve ser superior
a sete vezes o pé-direito de referência, com um máximo
Controlo por desenfumagem activa
de 30 m.
1 — Nas instalações de desenfumagem activa, as 4 — Se o declive do tecto for superior a 10 %, as
bocas para admissão de ar e evacuação de fumos devem aberturas para evacuação devem ser localizadas inte-
ser distribuídas nas condições dos n.os 1, 4 e 5 do artigo gralmente acima do pé-direito de referência e o mais
anterior. alto possível.
2 — A distância máxima, medida segundo o eixo da 5 — Nos locais dotados de tecto falso, este só deve
circulação, entre duas aberturas consecutivas de admis- ser tido em conta se o somatório das áreas das aberturas
são e evacuação deve ser de: nele praticadas for inferior a 40 % da sua área total,
ou se o espaço compreendido entre o tecto falso e o
a) 15 m nos percursos em linha recta; tecto real estiver preenchido em mais de 50 % do seu
b) 10 m nos outros percursos. volume.
6 — No caso de bocas de evacuação ligadas a condutas
3 — As zonas da circulação compreendidas entre uma verticais, o comprimento das condutas deve ser inferior
abertura para admissão de ar e uma boca de extracção a 40 vezes a razão entre a sua secção e o seu perímetro.
de fumos devem ser varridas por um caudal de extracção 7 — Quando, no mesmo local, existirem exaustores
não inferior a 0,5 m3/s por unidade de passagem da e vãos de evacuação de fachada estes apenas podem
circulação. contribuir com um terço para a área total útil das aber-
4 — No caso de serem utilizados vãos de parede para turas de evacuação.
admissão de ar, a respectiva área livre considerada deve 8 — A área total útil das aberturas para evacuação
situar-se na metade inferior do pé-direito de referência. não deve ser inferior a 0,5 % da área interior do local.
5 — Quando o sistema funcionar, a diferença de pres-
são entre a via horizontal e os caminhos verticais pro-
tegidos a que dê acesso deve ser inferior a 80 Pa, com Artigo 174.o
todas as portas de comunicação fechadas. Instalações de desenfumagem activa

1 — Os sistemas de desenfumagem activa devem ser


Artigo 171.o realizados de acordo com o disposto nos n.os 1 a 5 do
Controlo por sobrepressão artigo anterior e ainda com as disposições constantes
dos números seguintes.
1 — O controlo de fumos por sobrepressão de vias 2 — As bocas de extracção devem ser distribuídas à
horizontais enclausuradas relativamente aos locais sinis- razão de uma por cada 320 m2 de área do local e pro-
trados apenas é permitido se estes dispuserem de uma porcionar um caudal de 1 m3/s por cada 100 m2 de área
instalação de controlo por desenfumagem, devendo ser do local, com um mínimo de 1,5 m3/s.
estabelecida uma diferença de pressões da ordem de 3 — Os sistemas de desenfumagem activa comuns a
20 Pa entre as vias e os locais sinistrados. vários locais devem ser dimensionados para a soma dos
2 — Quando a comunicação entre o local e a via seja caudais exigidos para os dois locais de maiores dimen-
dotada de câmara corta-fogo, a diferença de pressões sões.
7162 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 295 — 23-12-1998

SUBSECÇÃO IV 4 — A área total livre das aberturas para evacuação


não deve ser inferior a 5 % da maior das secções hori-
Controlo de fumos nos pátios interiores zontais do pátio, medidas em planta.
5 — As instalações devem dispor de:
Artigo 175.o
a) Comando automático a partir de detectores
Métodos aplicáveis ópticos lineares de absorção instalados na zona
superior do pátio e, no caso de pátios com altura
O controlo de fumos nos pátios interiores cobertos superior a 14 m, de detectores idênticos insta-
prolongados até ao topo do edifício pode ser realizado lados a média altura;
por desenfumagem passiva ou activa. b) Comando manual de recurso, accionável a partir
do piso principal.
Artigo 176.o
6 — No piso principal do pátio, bem como nos pisos
Instalações de desenfumagem passiva que confinem com locais com camas, devem ser dis-
postos painéis de cantonamento ao longo de todo o
1 — Nas instalações de desenfumagem passiva, as seu perímetro.
aberturas para admissão de ar devem ser instaladas na 7 — No caso de existirem espaços do edifício com
zona inferior do pátio e o mais baixo possível, enquanto aberturas para o pátio dotados de instalações de desen-
que as aberturas para evacuação de fumos devem con- fumagem activa, devem ser previstos painéis de can-
sistir em exaustores dispostos na sua cobertura. tonamento entre tais espaços e o pátio.
2 — Excepcionalmente, podem ser considerados vãos
de evacuação de fachada, desde que não contribuam Artigo 177.o
com mais de um terço para a área total útil das aberturas
Instalações de desenfumagem activa
de evacuação.
3 — O somatório das áreas livres das aberturas para São permitidas instalações de desenfumagem activa,
admissão de ar não deve ser inferior ao somatório das desde que produzam resultados equivalentes aos das
áreas livres das aberturas para evacuação de fumos. instalações referidas no artigo anterior.

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