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Nascimento da Psicanálise - PRIMEIRA LIÇÃO


 Tratamento de Anna O. por Breuer durou de 1880 e 1882.
 Freud trabalhando no laboratório de Brücke iniciara seu contato Dr. Josef
Breuer.
 Os interesses de Freud eram na anatomia do sistema nervoso.

Início...
 Fortes impressões causadas em Freud - relato de Breuer sobre o tratamento
de Anna O.
 Mais tarde (três anos depois) em Paris sob a orientação de Charcot, deu-lhe
conhecimento do caso, contudo Charcot não mostrou nenhum interesse pelo primeiro
esboço do assunto e Freud abandona a ideia.
 Os estudos de Freud sob a orientação de Charcot tinham-se concentrado, em
grande parte, na histeria.
 Na volta à Viena (1886) Freud se fixa e se estabelece com uma clínica de
doenças nervosas.
 A histeria forneceu uma grande proporção de sua clientela.
 Inicialmente Freud se utiliza dos métodos de tratamento recomendados:
hidroterapia, eletroterapia, massagens e cura pelo repouso.

O Caso Anna O.
Uma jovem de 21 anos, de altos dotes intelectuais, manifestou no decurso de sua
doença, que durou mais de dois anos, uma série de perturbações físicas e psíquicas
mais ou menos graves.

Sintomas
 Tinha uma paralisia espástica de ambas as extremidades do lado direito, com
anestesia, sintoma que se estendia por vezes aos membros do lado oposto;
 perturbações dos movimentos oculares e várias alterações da visão;
 dificuldade em manter a cabeça erguida;
 tosse nervosa intensa;
 repugnância pelos alimentos e impossibilidade de beber durante várias
semanas, apesar de uma sede martirizante;
 redução da faculdade de expressão verbal, que chegou a impedi-la de falar ou
entender a língua materna; e, estados de `absence‘ (ausência), de confusão, de delírio
e de alteração total da personalidade.

Diagnóstico
 Quadro mórbido encontrado em indivíduo jovem do sexo feminino, cujos
órgãos vitais internos (coração, rins etc.) nada revelam de anormal ao exame objetivo,
mas que sofreu, no entanto violentos abalos emocionais, e quando, em certas
minúcias, os sintomas se afastam do comum;
 Os médicos, em geral, não consideram o caso tão grave. Afirmam que não se
trata de uma afecção cerebral orgânica, mas desse enigmático estado que desde o
tempo da medicina grega é denominado histeria e que pode o paciente estar
simulando todo um conjunto de graves perturbações.
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O trabalho com Anna O.

 Observação – se a medicina é o mais das vezes impotente em face das lesões


cerebrais orgânicas, diante da histeria o médico não sabe, do mesmo modo, o que
fazer.
 Breuer notou que nos estados de `absence‘ (alteração da personalidade
acompanhada de confusão mental), Anna O. murmurava algumas palavras que
pareciam relacionar-se com aquilo que lhe ocupava o pensamento.
 Breuer anotara essas palavras, colocou a moça numa espécie de hipnose e
repetiu-as, para incitá-la a associar ideias.
 A paciente entrou, assim, a reproduzir diante do médico as criações psíquicas
que a tinham dominado nos estados de `absence‘ e que se haviam traído naquelas
palavras isoladas.
 Eram fantasias profundamente tristes, muitas vezes de poética beleza —
devaneios, como podiam ser chamadas — que tomavam habitualmente como ponto
de partida a situação de uma jovem à cabeceira do pai doente.
 Depois de relatar certo número dessas fantasias – sentimentos de alívio e
reconduzida à vida normal.
 Esse bem-estar durava muitas horas e desaparecia no dia seguinte para dar
lugar a nova `absence‘, que cessava do mesmo modo pela revelação das fantasias
novamente formadas.
 A própria paciente, que nesse período da moléstia só falava e entendia inglês,
deu a esse novo gênero de tratamento o nome de `talking cure’ (cura de conversação)
qualificando-o também, por gracejo, de `chimney sweeping’ (limpeza da chaminé).
 Verificou-se logo, como por acaso, que, limpando-se a mente por esse modo,
era possível conseguir não o afastamento passageiro das repetidas perturbações
psíquicas, mas também fazer desaparecer sintomas quando, na hipnose, a doente
recordava, com exteriorização afetiva, a ocasião e o motivo do aparecimento desses
sintomas pela primeira vez.
 Ninguém, até então, havia removido por tal meio um sintoma histérico nem
penetrado tão profundamente na compreensão da sua causa.
 Breuer observou que a paciente podia ser aliviada dos estados nebulosos de
consciência se fosse induzida a expressar em palavras a representação emotiva pela
qual se achava no momento dominada.
 A partir dessa descoberta, Breuer chegou a um novo método de tratamento.
Ele a levava a uma hipnose profunda e fazia-a dizer-lhe, de cada vez, o que era que
lhe oprimia a mente.
 Depois de os ataques de confusão depressiva terem sido eliminados dessa
forma, empregou o mesmo processo para eliminar suas inibições e distúrbios físicos.
 Em estado de vigília a moça não podia descrever mais do que outros pacientes
como seus sintomas haviam surgido, assim como não podia descobrir ligação alguma
entre eles e quaisquer experiências de sua vida.
 Sob hipnose ela de pronto descobria a ligação que faltava.
 Todos os seus sintomas voltavam a fatos comovedores que experimentara
enquanto cuidava do pai.

Motivo do aparecimento desses sintomas pela primeira vez


Tinha havido, no verão, uma época de calor intenso e a paciente sofria de sede
horrível. Sem que pudesse explicar a causa, viu-se, de repente, impossibilitada de
beber. Tomava na mão o cobiçado copo de água, mas assim que o tocava com os
lábios, repelia-o como hidrófoba.
Nesses poucos segundos, ela se achava evidentemente em estado de absence. Para
mitigar a sede que a martirizava, vivia somente de frutas, melões etc. Quando isso já
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durava perto de seis semanas, falou, certa vez, durante a hipnose, a respeito de sua
“dama de companhia” inglesa, de quem não gostava, e contou então com
demonstrações da maior repugnância que, tendo ido ao quarto dessa senhora, viu,
bebendo num copo, o seu cãozinho, um animal nojento. Nada disse, por polidez.
Depois de exteriorizar energicamente a cólera retida, pediu de beber, bebeu sem
embaraço grande quantidade de água e despertou da hipnose com o copo nos lábios.
A perturbação desapareceu definitivamente.

CONCLUSÃO...
Na maioria dos casos que tinha havido algum pensamento ou impulso que ela tivera
de reprimir enquanto se encontrava à cabeceira de enfermo, e que, em lugar dele,
como substituto do mesmo, surgira depois o sintoma.
A conclusão foi de que os sintomas tinham um significado e eram resíduos ou
reminiscências daquelas situações emocionais.
Os histéricos sofrem de reminiscências. Seus sintomas são resíduos e símbolos
mnêmicos de experiências especiais (traumáticas).
Quando a paciente se recordava de uma situação dessa espécie de forma
alucinatória, sob a hipnose, e levava até sua conclusão, com uma expressão livre de
emoção, o ato mental que ela havia originalmente recalcado, o sintoma era eliminado.
À primeira vista, a principal posição teórica adotada pelos autores parece simples.
Eles sustentam que, no curso normal das coisas, se uma experiência for
acompanhada de uma grande dose de “afeto”, esse afeto é “descarregado” numa
variedade de atos reflexos conscientes, ou então vai-se desgastando gradativamente
pela associação com outros materiais mentais conscientes.
No caso dos pacientes histéricos, por outro lado, nenhuma dessas coisas acontece. O
afeto permanece num estado “estrangulado”, e a lembrança da experiência a que está
ligado é isolada da consciência.
A partir daí, a lembrança afetiva se manifesta em sintomas histéricos, que podem ser
considerados como “símbolos mnêmicos” — vale dizer, como símbolos da lembrança
suprimida.

Porque um evento se torna traumático?


É precisamente a ausência da ab-reação que torna o evento patogênico, impedindo
que a quantidade de afeto a ele vinculada se descarregue adequadamente.

Porque a terapia catártica é eficaz?


“ela anula o poder das idéias originalmente não ab-reagidas, ao permiti-lhes, através
da linguagem, uma saída para seus afetos estrangulados.
Traz a estas idéias uma correção associativa, reintroduzindo-as na consciência
normal.

Pontos fundamentais

 A teoria traz uma descrição direta das observações;


 Tentou estabelecer a origem dos sintomas da histeria;
 Enfatizou a significação da vida das emoções;
 Estabelece a distinção entre os atos mentais inconscientes e os conscientes
(ou, antes, capazes de ser conscientes);
 Introduz um fator dinâmico, supondo que um sintoma surge através do
represamento de um afeto;
 Introduz um fator econômico, considerando aquele mesmo sintoma como o
produto da conversão de uma quantidade de energia represada.
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 Finalidade terapêutica (Cura): Método Catártico (Breuer): proporcionar que a


cota de afeto que se tinha tornado estrangulada, pudesse obter descarga (ou ab-
reação) e a inserção dos pensamentos recalcados no curso normal da consciência.
 Verificou-se logo, como por acaso, que, limpando-se a mente por esse modo,
era possível conseguir alguma coisa mais que o afastamento passageiro das repetidas
perturbações psíquicas. Pôde-se também fazer desaparecer sintomas quando; na
hipnose, a doente recordava, com exteriorização afetiva, a ocasião e o motivo do
aparecimento desses sintomas pela primeira vez.

3ª Aula – 2ª LIÇÃO - A descoberta do Inconsciente:- Repressão;


Resistência e formação de sintomas.
Janet – não considerava a explicações psicológicas, entendia a histeria como uma
forma de alteração degenerativa do sistema nervoso, uma fraqueza congênita do
poder de síntese psíquica (perspectiva do laboratório)
Freud – explica que a divisão psíquica é resultado do conflito dinâmico entre forças
mentais contrárias, uma luta ativa de dois grupamentos psíquicos (perspectiva
decorrente do trabalho terapêutico),

Abandono da Hipnose
Conclui que o método de Breuer não poderia ir além, já que “ não consegue afetar as
causas subjacentes da histeria, assim, não consegue impedir que novos sintomas
tomem o lugar daqueles que foram eliminados”

abandono  método catártico e hipnose


 Pela necessidade de hipnose profunda do paciente para o procedimento
catártico;
 A dificuldade de alguns pacientes em serem hipnotizados;
 Mantém, nos atendimentos, ds pacientes em estado de consciência normal;
 “Técnica da pressão”: usada por Freud quando os pacientes relatavam nada
mais saber.

... A evolução da técnica mostra


 Recordações esquecidas não se perdem.
 Mantêm-se ocultas do paciente e prontas para ressurgir,
 Uma força as detém e obriga-as a permanecer no inconsciente;
 Força observada quando se intentava trazer à consciência lembranças
esquecidas;

Resistência
Tudo aquilo que nos atos e palavras do analisando se opõe ao acesso deste ao seu
inconsciente.
A supressão das resistências é uma condição central para o andamento do processo
analítico;
A hipnose encobre a resistência.

Repressão
Estas mesmas forças que no momento atual aparecem como resistência dificultam
que o esquecido volte a consciência e...
Devem ser as que antes tinham agido, expulsando da consciência os acidentes
patogênicos correspondentes;
A repressão está diretamente relacionada como o mecanismo patogênico da histeria;
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Quando um desejo contrasta com os demais desejos do indivíduo, por sua


incompatibilidade com as aspirações morais e estéticas da personalidade.

Como se dá a repressão...
O conflito entre o desejo e sua impossibilidade gera um desfecho  repressão do
desejo inconciliável,
A consequência é a expulsão do desejo e as lembranças para fora da consciência,
A aceitação do impulso desejoso incompatível ou o prolongamento do conflito teriam
despertado intenso desprazer;
Repressão evita o desprazer,
Revela-se como um meio de proteção do psiquismo;

Repressão x Recalque
O recalque é um tipo especial de repressão.
Na repressão, encontramos um mecanismo consciente atuando ao nível da “segunda
censura”, que Freud situa entre o consciente e o pré-consciente. Seria um exclusão
para fora do campo de consciência atual e não da passagem de um sistema para
outro;
No recalque, a instância recalcante, a operação e o seu resultado são inconscientes;

Como se dá o processo de formação dos sintomas partindo-se da


repressão
Nos pacientes neuróticos  o desejo insuportável é expulso da consciência e da
lembrança, com isso os pacientes se livraram aparentemente de uma grande soma de
desprazeres.
Contudo, o impulso desejoso continua a existir no inconsciente, ante a oportunidade
de se revelar.
O sintoma aparece é como um acordo, em que ele substitui o desejo reprimido, de
forma disfarçada e irreconhecível.
No sintoma, apesar do disfarce, podem ser reconhecidos traços de semelhança com o
material reprimido;

Quais as soluções possíveis na solução do conflito


Quando restituído aquilo que foi reprimido à consciência, o conflito pode encontrar
uma solução mais adequada do que a oferecida pela repressão;
1. A personalidade do paciente se convence de que repelira sem razão o desejo e
consente em aceitá-lo total ou parcialmente;
2. O mesmo desejo é dirigido para um alvo irrepreensível e mais elevado
(sublimação);
3. Reconhece como justa a repulsa. A repressão é substituída pelo julgamento ( o
controle consciente do desejo é atendido);

Sublimação
“Processo que explica atividades humanas sem qualquer relação aparente com a
sexualidade, mas que encontrariam o seu elemento propulsor na força da pulsão
sexual.
Uma pulsão é sublimada quando na medida em que é derivada para um novo objetivo
não sexual, visando objetos socialmente valorizados”(Laplanche & Pontalis)
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4ª Aula – 3ª LIÇÃO - A descoberta do inconsciente: A teoria dos


sonhos. A Psicopatologia da vida cotidiana. A primeira tópica
freudiana: Sistemas Inconsciente, Pré-Consciente e
Consciente.A descoberta do Inconsciente

....Evolução
 Freud revela que nem sempre, sob a técnica da insitência, a idéia que surgia
na mente parecia ter a ver com o reprimido.
 Apareciam pensamentos despropositados que os pacientes repeliam como
inexatos e sem importância.
 No entanto, fundamentado no pressuposto do determinismo psíquico,
acreditava que nenhuma idéia concebida pelo paciente era totalmente espontânea e
que tinha relação com a representação mental esquecida
 A técnica da pressão não soluciona a verdadeira rememoração;
 Deformação da lembrança esquecida  quanto > a resistência > a
deformação;
 A expressão do pensamento tinha apenas uma alusão ao reprimido;
 A partir da recordação podemos desvendar o conteúdo por meio das
associações livres;

Importância da Associação Livre...


 Liberdade das associações possíveis;
 Determinismo Psíquico;
 O que emerge à mente indiretamente ligado ao complexo inconsciente;
 Ideias livres  continuam aparecendo
 Resistência  manifesta-se em juízo crítico do paciente  este faz uma pré-
seleção do conteúdo de referência.
 O conteúdo insignificante ao paciente é material precioso ao analista;

Interpretação dos Sonhos


 A interpretação de sonhos é a estrada real para o conhecimento do
inconsciente, a base mais segura da psicanálise.;
 Sonhos vistos com descaso até então;
 Sonhos  realização velada de desejos reprimidos;
 Sonhos de crianças  mais fáceis de se explicação;
 Sonhos adultos  ininteligíveis, distorcidos, aparentemente sem semelhança
com a realização dos desejos;
 A deformação observada nos sonhos obedece a mecanismo idêntico ao dos
sintomas histéricos.
 O conteúdo manifesto do sonho é o substituto deformado para os
pensamentos inconscientes do sonho operadas pelas forças defensivas do ego

Pesadelos: contradizem o nosso mode de entender o sonho como realização dos


desejos. A angústia que os acompanha não depende simplesmente do conteúdo
onírico, mas é uma reação do ego contra a emergência dos desejos violentos
reprimidos.
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Equivalência sonho - sintoma


 Quem sonha reconhece tão mal o sentido de seus sonhos, como o histérico
reconhece as correlações e a significação de seus sintomas.
 Através da associação livre, partindo-se do sonho manifesto, pode-se chegar
aos pensamentos inconscientes, tal qual quando se parte de um sintoma.

Conteúdo manifesto: Substituto deformado dos pensamentos inconscientes;


Deformação é produzida por forças defensivas do ego para impedir a passagem do
reprimido à consciência;

Conteúdo latente: Traz o verdadeiro sentido do sonho;


Acessível pela interpretação dos sonhos;

Como se faz a Interpretação dos Sonhos...


 Afastando o conteúdo manifesto;
 Evocando Associações Livres;
 Chegando aos pensamentos latentes;
 A partir da análise observamos 2 processo psíquicos  deslocamento e
condensação.

Condensação: Efetua a fusão de diversas ideias do pensamento inconsciente, em


especial no sonho, para desembocar em uma única imagem no conteúdo manifesto
consciente ( Dicionário de psicanálise, Roudinesco, Elisabeth, Plon, Michel).
 Observa-se no conteúdo manifesto como um resumo do conteúdo latente.
 Determina a SOBREDETERMINAÇÃO (quando um conteúdo inconsciente
remete a uma pluralidade de fatores determinantes)

Deslocamento: Por meio de um deslizamento associativo, transforma elementos


primordiais de um conteúdo latente em detalhes secundários de um conteúdo
manifesto. ( Dicionário de psicanálise, Roudinesco, Elisabeth, Plon, Michel).
 Mantém certa independência entre afeto e representação
 O afeto pode se ligar em outras representações, permitindo uma nova
intensidade.

Atos falhos...
Falhas comuns e pequenos erros do cotidiano (esquecimentos, enganos, lapsos,
distrações...);
Expressão de impulsos e impressões que devem permanecer ocultos da própria
consciência;
Sua análise conduz ao descobrimento do inconsciente.

Conceitos:

Catexia - é o processo pelo qual a energia libidinal disponível na psique é vinculada a


ou investida na representação mental de uma pessoa, ideia ou coisa.

Associação livre - método substituto da hipnose, que consistia em deitar


o paciente no divã e encorajá-lo a dizer o que viesse à sua mente, sem censura. Freud
acreditava que através deste método, poderia encontrar desejos, temores, conflitos e
lembranças que estivessem além do conhecimento consciente do paciente.

Conteúdo manifesto e latente – O conteúdo manifesto é uma deformação do


conteúdo latente, o que equivale a dizer que o conteúdo latente dissimula-se por trás
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do conteúdo manifesto. Essa deformação é a marca de uma defesa* contra o desejo


veiculado pelo sonho.

Ato falho – Ato pelo qual o sujeito*, a despeito de si mesmo,substitui um projeto ao


qual visa deliberadamente por uma ação ou uma conduta imprevistas.

5ª Aula – Tema de discussão: A descoberta do inconsciente: A


segunda tópica freudiana: Id, ego e superego.

Primeira Tópica
 A partir do estudo sobre o funcionamento psíquico dos sonhos, Freud elabora
a primeira tópica do aparelho psíquico.

Consciente: Uma pequena parte da mente; inclui tudo aquilo de que estamos cientes
em um dado momento; situa-se na superfície do aparelho psíquico; recebe
simultaneamente informações do mundo exterior e do mundo interior

Pré-consciente: Articula-se com o consciente e funciona como uma barreira que


seleciona aquilo que pode ou não passar para o consciente. É uma parte do
inconsciente que pode tornar-se consciente com relativa facilidade, pela evocação da
memória, pela vontade

Inconsciente: parte mais arcaica do aparelho psíquico; Contém todo conteúdo que
foi excluído da consciência pelos processos psíquicos de censura e repressão, em que
o conteúdo censurado, que não pode ser lembrado. Não se perde, permanece
abrigado no inconsciente; maior parte do aparelho psíquico, onde situam-se os
determinantes da personalidade, as fontes da energia psíquica e as pulsões
(instintos). maior parte do aparelho psíquico, onde situam-se os determinantes da
personalidade, as fontes da energia psíquica e as pulsões (instintos). situam-se as
“representações coisa” ou “traços mnêmicos” (reproduções de antigas percepções,
dispostas e inscritas como se fosse um arquivo sensorial, formando nossos contornos
psíquicos

Primeira Tópica ( 1900)


 Primeira formulação do aparelho psíquico:
 Teoria Topográfica modelo tópico designa um "modelo de lugares“  (topos
= lugar).
 o aparelho psíquico é dividido em sistemas, ou instâncias psíquicas,
interligadas entre si, com funções específicas,
 composto por três sistemas: o inconsciente, o pré-consciente e o consciente

Segunda tópica (1923)


 O ego e o id
 Aparelho psíquico definido por modelo estrutural ou dinâmico.
 Conjunto de elementos com funções específicas que interagem entre si
permanentemente e influenciam-se reciprocamente.

Segunda tópica ou Teoria Estrutural ou Dinâmica.


"estrutura" significa um conjunto de elementos que têm funções específicas, porém
que interagem permanentemente e se influenciam reciprocamente.
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O ego e o id
 A consciência é a superfície do aparelho mental.
 Todas as percepções recebidas de fora (sensórias) e de dentro (sensações e
sentimentos) são conscientes desde o princípio.
 Processos de pensamento representam deslocamentos de energia mental que
à medida em que esta progride em seu caminho no sentido da ação.

Diferença entre pensamento Ics e Pcs


Freud recorre a um conceito sugerido anteriormente
 o pensamento do inconsciente se efetuaria em “algum material que permanece
desconhecido” e
 o pensamento do pré-consciente, também em material desconhecido,mas
estaria ”colocado em vinculação com representações verbais

Como uma coisa se torna pré-consciente?”


 “Vinculando-se às representações verbais que lhe são correspondentes.
 as representações verbais são resíduos de lembranças que podem como todos
os resíduos mnêmicos novamente tornar-se conscientes
 Resíduos mnêmicos antes foram percepções Cs

Residuos verbais
Resíduos mnêmicos verbais derivam primariamente de percepções auditivas.
Uma palavra é, em ultima análise, o resíduo mnêmico de uma palavra que foi ouvida

Percepções Internas.
Os melhores exemplos de percepções internas são as que pertencem à série prazer-
desprazer, porque são mais primordiais e elementares do que as que surgem
externamente e porque podem ocorrer ainda que a consciência esteja enevoada..

Prazer – Desprazer
As sensações de prazer, implicam em satisfação que reduz a catexia energética
As sensações de desprazer implicam em elevação da carga energética. Impelem no
sentido da descarga
Freud chama de prazer o que está consciente e de desprazer ‘algo’ quantitativo e
qualitativo no curso dos eventos mentais que se comporta como um impulso reprimido
que, só aparece na consciência como desprazer.
A pesquisa clínica demonstra que este algo pode se tornar consciente se transmitido
ao sistema perceptivo.
Para os sentimentos, o pré-consciente é posto de lado, esses são conscientes ou
inconscientes. São transmitidos diretamente
Processos internos de pensamento são transformados em percepções através da
interposição das representações verbais e
“quando uma hipercatexia (catexia = quantidade de energia acumulada) do processo
de pensamento se efetua, os pensamentos são realmente percebidos – como se
proviessem de fora – e, consequentemente, são considerados verdadeiros”.

O ego e o Id
 Groddeck que propôs chamar ego a entidade localizada numa parte da mente
que tem início no perceptivo (Pcpt.) e começa por ser pré-consciente (Pcs.) e,
 a outra parte da mente, pela qual essa entidade se estende e que se comporta
como se fosse inconsciente, de id,
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 Freud, explicou o homem como um “id psíquico, desconhecido e inconsciente,


sobre cuja superfície repousa o ego, desenvolvido a partir de seu núcleo, o sistema
perceptivo (Pcpt.)”.
 ego não envolve por completo o id mas apenas até o ponto em que o Pcpt.
forma a sua superfície;
 ego não se acha nitidamente separado do id, sua parte inferior funde-se com
ele;
 reprimido também se funde com o id, e é simplesmente uma parte dele;
 reprimido só se destaca nitidamente do ego pelas resistências da repressão, e
pode comunicar-se com o ego através do id;
 ego usa um receptor acústico.

Conclusões de Freud
O ego é a parte do id que foi modificada pela influência do mundo externo, por
intermédio do perceptivo consciente (Pcpt.-Cs.);
O ego procura aplicar a influência do mundo externo ao id e às tendências deste, e
esforça-se por substituir o princípio do prazer, que reina irrestritamente no id, pelo
princípio da realidade;
O ego representa o que pode ser chamado de razão e senso comum;

Superego
 Diferenciação dentro do ego  ideal do ego ou superego;
 O superego desenvolve-se a partir do ego, em um período que Freud designa
como período de latência, situado entre a infância e o início da adolescência.
 Nesse período, forma-se nossa personalidade moral e social.
 O superego atua como um juiz ou um censor relativamente ao ego.
 Consciência moral, auto-observação, formação de ideais, funções do superego.
 Constitui-se por interiorização das exigências e das interdições parentais
(representado pela autoridade parental que molda o desenvolvimento infantil,
alternando as provas de amor com as punições, geradoras de angústia)
 Num segundo tempo, quando a criança renuncia à satisfação edipiana, as
proibições externas são internalizadas. Esse é o momento em que o superego vem
substituir a instância parental por intermédio de uma identificação da criança com os
pais.
 O superego não se constrói segundo o modelo dos pais, mas segundo o que é
constituído pelo superego deles.
 O superego estabelece a censura dos impulsos que a sociedade e a cultura
proíbem ao id, impedindo o indivíduo de satisfazer plenamente seus instintos e
desejos.
 É o órgão psíquico da repressão, particularmente a repressão sexual.

EGO / ID/ SUPEREGO (Anzieu)


Ego: “uma parte do id que se diferenciou pela proximidade e influência do mundo
externo”. Está adaptado para a recepção e proteção de estímulos externos. Assume a
tarefa de representar o mundo externo perante o id.
Possui uma parte consciente e uma parte inconsciente (mecanismos de defesa).

Superego
Superego: instância responsável pela função da interdição que funda a lei moral
Podemos reconhecer três instâncias:
 Superego propriamente dito: instância proibitiva e repressiva.

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