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GeodesiaCartografia PDF
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO MÉDIA E TECNOLÓGICA
Centro Federal De Educação Tecnológica Do Espírito Santo
Coordenadoria de Geomática
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GEORREFERENCIAMENTO APLICADO AO CADASTRO DE IMÓVEIS RURAIS GEODÉSIA & CARTOGRAFIA
MEC
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO MÉDIA E TECNOLÓGICA
COORDENADORIA DE GEOMÁTICA
ABRIL - 2005
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ÍNDICE ANALÍTICO
1 - GEODÉSIA.............................................................................................................. 18
2.3 - Elipsóide.............................................................................................................................................................. 24
2.5 - Datum.................................................................................................................................................................. 28
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3 - SISTEMAS DE COORDENADAS........................................................................... 32
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5 - MUDANÇA DE DATUM........................................................................................... 46
5.1 - Introdução........................................................................................................................................................... 46
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6 - CARTOGRAFIA...................................................................................................... 71
7 - ESCALA E ESCALAS............................................................................................. 93
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INDICE DE FIGURAS
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1 - GEODÉSIA
Geodésia é a ciência que estuda os métodos e procedimentos adotados para definir a forma e
a dimensão da Terra. Esses procedimentos envolvem a mensuração das forças que atuam na
Terra (geodésia física), a determinação das coordenadas geodésicas dos pontos da Terra
(geodésia geométrica) e da geometria das órbitas dos satélites artificiais e dos pontos
terrestres (geodésia por satélites).
O primeiro ramo, Geodésia geométrica, está relacionado com as dimensões e forma da Terra,
a determinação das coordenadas de pontos, comprimento e azimutes de linhas da superfície
terrestre.
Embora a finalidade primordial da Geodésia seja cientifica, ela é empregada como estrutura
básica do mapeamento e trabalhos topográficos, constituindo estes fins práticos razão de seu
desenvolvimento e realização, na maioria dos países.
Uma boa analogia da relação entre a Geodésia e a Topografia pode ser vista na construção de
edifícios de concreto, que possuem uma estrutura resistente (lajes, vigas, pilares fundação) e
as partes complementares, de fechamento e acabamento (paredes, portas, janelas). A
geodésia procura então determinar vértices de amarração dispostas em cadeias que varrem
todo o território e que possuem coordenadas precisas; a Topografia e a Cartografia preenchem
os espaços intermediários, sustentando-se nos vértices geodésicos, e amarrando todos os
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• Para áreas menos desenvolvidas (3a ordem): Dirigido às áreas remotas ou aquelas em
que não justifiquem investimentos imediatos.
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A Geodésia por satélites baseada em Radar (NNSS), com freqüências de rádio muito altas
(bandas de microondas) foi desenvolvido pela Marinha dos Estados Unidos com a finalidade
básica de navegação e posicionamento das aeronaves americanas sobre a superfície, em
meados dos anos 60.
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A Terra, ao longo da história da humanidade, já foi concebida sob diversas formas, tendo,
inclusive, em torno do assunto, sido geradas grandes polêmicas. Sua forma já foi admitida
como uma superfície totalmente plana, como um disco plano circundado por água etc.
Tanto a concepção da Terra plana como esférica, oferecem aproximações aceitáveis para
determinados fins. Dentro dos limites da Topografia, por exemplo, a Terra é considerada plana
e, por outro lado, para muitos cálculos astronômicos e de navegação, a Terra é considerada
uma esfera.
2.2 - GEÓIDE.
Além da superfície física da Terra uma segunda superfície tem importância fundamental para a
Geodésia.
Essa superfície é definida a partir do conceito do campo gravitacional da Terra, sendo esta
considerada como formada por uma concentração de massas. Em torno desta concentração de
massas existem infinitas superfícies equipotenciais1. Cada superfície eqüipotencial, por
definição, é representada por pontos que têm o mesmo potencial gravitacional. Devido à
distribuição não homogênea das massas, essas superfícies são irregulares e, segundo a
Teoria do Potencial, são perpendiculares, em todos os seus pontos, às linhas de força do
campo, denominadas genericamente de verticais. Uma particular superfície dentre essas é
aquela cujo potencial gravitacional é igual ao de um ponto situado na posição média do nível
1
Superfície Eqüipotencial – Superfície que tem em todos seus pontos o mesmo potencial gravitacional.
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De modo não muito preciso, pode-se dizer que o geóide é representado pelo nível médio dos
oceanos, considerados hipoteticamente em repouso, e um imaginário prolongamento dos
destes oceanos através dos continentes.
As figuras 2.1 e 2.2 mostram os desvios que ocorrem entre as normais, ao elipsóide e o
geóide, num mesmo ponto. O geóide, pela definição de superfície eqüipotencial, é
perpendicular à vertical gravimétrica (direção do fio de prumo) em todos os pontos. Como se vê
nas figuras, esta vertical sofre influência da distribuição não homogênea de massas na Terra.
Figura 2.1 – Relações geóide- elipsóide (ilustração dos efeitos da distribuição irregular
de massas da crosta terrestre)
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2.3 - ELIPSÓIDE
Uma vez ultrapassada a teoria de Aristóteles, que preconizava a total imobilidade da Terra,
pela de Copérnico, que lhe conferiu movimento roto-translatório, foi inferida por Newton uma
nova forma para o planeta. Segundo sua teoria, o giro em torno de um eixo polar acarretaria
um achatamento nos pólos e um alongamento na região equatorial da então esfera. Seriam
essas as primeiras insinuações no sentido de se admitir uma forma não exatamente esférica da
Terra.
Posteriormente, em 1718, o francês Cassini concluiu de seus estudos que seria mais provável
a ocorrência de um achatamento equatorial e um alongamento nos pólos, idéia frontalmente
antagônica à teoria de Newton.
Em 1735, então, visando dirimir a dúvida remanescente, forma levada a efeito expedições,
pelos franceses, as quais mediram nas proximidades do equador e no circulo ártico,
respectivamente, dois arcos de meridiano. A primeira definiu o valor de 110.614m para o arco
de 1o (um grau) próximo ao Equador, enquanto a Segunda atingiu o valor 111.949m para o
mesmo arco próximo ao circulo ártico, fato que veio comprovar as teorias newtonianas.
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Elipsóide é a forma geométrica que mais se aproxima da real forma da Terra. Então constada,
é o Elipsóide de revolução, figura gerada pela revolução de uma elipse em torno do seu eixo
menor, e a partir da qual evoluiu o estudo da Geodésia. A Geodésia se encarrega de referir os
pontos da superfície física da Terra á superfície do Elipsóide podendo, assim, relacioná-los
matematicamente.
a = 6 378 388,00 m
α = 1/297,00
a = 6 378 160,00 m
α = 1/298,25
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O Sistema Geodésico Brasileiro, SGB determinado já com uso dos satélites, é melhor
representado assim:
Duas seções normais principais são definidas a partir de um ponto qualquer do elipsóide.
Considerada a reta normal ao elipsóide, a primeira seção é aquela obtida por um plano
contendo esta reta e perpendicular ao plano ZY ), chamada seção primeiro vertical, cujo raio de
curvatura é representado pela letra N, como visto na Fig. 2.4; a segunda seção é aquela obtida
por um plano contendo a reta normal e o semi-eixo menor do elipsóide, chamada seção
meridiana, cujo raio de curvatura é representado pela letra M, e que seria o raio da
circunferência que se aproximasse da seção (no caso uma elipse) nas proximidades do ponto
considerado.
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para ser desenhado entre a esfera, que tem achatamento zero, e aquele de achatamento 1/50.
A Fig. 2.5 ilustra o quão próximos da esfera são os elipsóides usados em geodésica.
+
Figura 2.5 – Achatamento da Terra (f= /-1/300) comparado a diversos achatamentos
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• O elipsóide – Superfície que permite conduzir cálculos necessários para chegar aos mapas
e por isso referencial para posicionamento geodésico.
2.5 - DATUM
Latitude e a Longitude de um ponto inicial, o azimute de uma direção que parte desse ponto e
duas constantes (a e b), indispensáveis para a definição do elipsóide terrestre. Forma-se,
assim, a base para o cálculo dos levantamentos de controle horizontal em que é levada em
conta a curvatura da terra.
Diferentes elipsóides, em diferentes posições, têm sido utilizados por geodesistas nos
diferentes países.
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Há interesse, na definição do “Datum” a ser adotado por um país ou continente, em que haja
uma boa adaptação entre o elipsóide e o geóide ao longo da área sobre a qual se estenderá a
rede geodésica. Esta boa adaptação, ou seja, a melhor aproximação entre o elipsóide e o
geóide, é importante para que sejam possíveis as reduções inerentes aos cálculos geodésicos
na distribuição da rede. Assim, um “Datum” definido para a rede geodésica, por exemplo, dos
Estados Unidos, provavelmente não proporcionará um bom “Datum” para o Brasil, ou seja, ao
se afastar da área de adaptação, o elipsóide e geóide podem perder a acomodação, o que
tornará impraticáveis as reduções geodésicas. Por exemplo, há uma diversidade grande de
“data2” adotados nos diferentes países. A Fig. 2.7 ilustra, de maneira exagerada, a adaptação
de dois “data” distintos.
Assim é que os diversos países estabelecem suas redes geodésicas, representadas, por
conjuntos de pontos materializados no terreno, distribuídos de forma adequada, e referidos aos
respectivos “data”, nacionais ou continentais. No caso brasileiro, é atribuição do IBGE (Instituto
2
data – Plural de datum
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Brasileiro de Geografia e Estatística) implantar e manter esta rede de pontos, bem como
adensá-la, sendo responsável pela determinação das coordenadas de todos os seus pontos.
Isto é feito através de métodos geodésicos de alta precisão. Cabe também a este órgão
estudar e arbitrar sobre o “datum” a ser adotado oficialmente no país.
O texto a seguir é a introdução do IBGE (R.PR- 1/2005) do documento que oficializa o Sistema
de Referência SIRGAS-2000
Com esta finalidade, fica estabelecido como novo sistema de referência geodésico para o SGB
e para o Sistema Cartográfico Nacional (SCN) o Sistema de Referência Geocêntrico para as
Américas (SIRGAS), em sua realização do ano de 2000 (SIRGAS2000). Para o SGB, o
SIRGAS2000 poderá ser utilizado em concomitância com o sistema SAD 69. Para o Sistema
Cartográfico Nacional (SCN), o SIRGAS2000 também poderá ser utilizado em concomitância
com os sistemas SAD-69 e Córrego Alegre, conforme os parâmetros definidos nesta
Resolução. A coexistência entre estes sistemas tem por finalidade oferecer à sociedade um
período de transição antes da adoção do SIRGAS-2000 em caráter exclusivo. Neste período
de transição, não superior a dez anos, os usuários deverão adequar e ajustar suas bases
de dados, métodos e procedimentos ao novo sistema.”
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3 - SISTEMAS DE COORDENADAS
A Latitude Astronômica de um ponto é definida pelo ângulo entre a vertical deste ponto e o
plano equatorial. Chama-se meridiano astronômico de um ponto ao plano que contém a vertical
e uma paralela ao eixo de rotação da Terra. A Segunda coordenada, a Longitude Astronômica,
é definida pelo ângulo diedro entre o meridiano do ponto e o meridiano de Greenwich,
considerado como zero das longitudes.
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É um sólido geométrico gerado pela rotação de uma elipse em torno do seu eixo menor.
x2 + y2 z2
+ = 1
a2 b2
• Achatamento – É a relação entre a diferença entre o semi-eixo maior e semi-eixo menor e
semi-eixo maior.
a − b
f = (1)
a
• Excentricidade – É a relação entre a distancia focal e o semi-eixo maior.
c c2
e = ⇔ e =
2
(2)
a a2
Da geometria da elipse, tem-se:
a2 = c2 + b2 ⇔ c2 = a2 − b2 (3)
a 2 − b2 b2
e =
2
⇔ e2 = 1 − (4)
a2 a2
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1 − e = 2 b2
a2
⇔ b2 = a2 (1 − e2 )
b = a 1 − e2 (5)
ϕ
ϕ
O - Centro do Elipsóide;
MH = N - Grande Normal;
ϕ - Latitude geodésica
Pelo ponto M, situado na linha meridiana passamos uma tangente. Uma norma a esta tangente
pelo ponto M cortará o eixo polar no ponto H e o eixo equatorial no ponto D.
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x2 z2 (6)
+ = 1
a2 b2
dz 2 x b2 dz x ⋅ b2
= − 2 ⇔ = −
dx a 2z dx z a2
dz
Como = coeficiente angular da reta (tangente ao ponto M), temos:
dx
dz
dx
= tg π
2
+ ϕ ( ) ou
dz
dx
= − cot g ϕ
x ⋅ b2
= cot g ϕ
z a2
x ⋅ b2 = z a 2 ⋅ cot g ϕ
x ⋅ b 2 ⋅ tg ϕ
z =
a2
(7 )
2
x ⋅ b 2 ⋅ tg ϕ
x2 a2
+ = 1
a2 b 2
x2 x 2 ⋅ b 2 ⋅ tg 2 ϕ
+ = 1
a2 a4
a 2 ⋅ x 2 + x 2 ⋅ b 2 ⋅ tg 2ϕ
= 1
a4
a 2 ⋅ x 2 + x 2 ⋅ b 2 ⋅ tg 2ϕ = a4
(
x 2 a 2 + b 2 ⋅ tg 2ϕ ) = a4
Substituindo a equação ( 5 ), b 2 = a2 (1 − )
e 2 na equação anterior, temos:
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x2 (a2 + a2 (1 − e 2 ) ⋅ tg 2ϕ ) = a4
a2
x2 =
(1 + ( 1 − e 2 ) ⋅ tg 2ϕ )
Multiplicando por Cos 2ϕ
a 2 ⋅ Cos 2ϕ
x2 =
(1 + ( )
1 − e 2 ⋅ tg 2ϕ ) ⋅ Cos 2ϕ
a 2 ⋅ Cos 2ϕ
x2 =
Sen 2ϕ
2
(
Cos ϕ + 1 − e 2
) ⋅ ⋅ Cos 2ϕ
Cos 2ϕ
a 2 ⋅ Cos 2ϕ
x2 =
(Cos 2ϕ + ( 1 − e 2 ) ⋅ Sen 2ϕ )
a 2 ⋅ Cos 2ϕ
x2 =
( Cos 2ϕ + Sen 2ϕ − e 2 ⋅ Sen 2ϕ )
a 2 ⋅ Cos 2ϕ
x 2
=
(1 − e 2 ⋅ Sen 2ϕ )
a ⋅ Cos ϕ
x =
(1 − e 2 ⋅ Sen 2ϕ ) 1
2
(8)
x ⋅ b 2 ⋅ tg ϕ
z =
a2
a ⋅ Cos ϕ b 2 ⋅ tg ϕ
z = ⋅
(1 − e 2 ⋅ Sen 2ϕ ) 1
2 a2
Cos ϕ b 2 ⋅ tg ϕ
z = ⋅
(1 − e 2 ⋅ Sen 2 ϕ ) 1
2 a
Substituindo a equação ( 5 ) ( b = a
2 2
(1− e 2 ) ), na equação anterior
z =
Cos ϕ
⋅
a2 (1 − )
e 2 ⋅ tg ( ϕ )
,
(1 − e 2 ⋅ Sen 2 ϕ ) 1
2 a
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z =
(
a 2 1 − e2 ) ⋅ Sen ϕ
(1 − e 2 ⋅ Sen 2 ϕ ) 1
2
(9)
x
Cos ϕ =
N
x
N =
Cos ϕ
a ⋅ Cos ϕ
N =
(1 − e 2 ⋅ Sen 2 ϕ ) 1
2
⋅ Cos ϕ
a
N =
(1 − e 2 ⋅ Sen 2 ϕ ) 1
2
( 10 )
N ' = N ⋅ (1 − e 2 )
a ⋅ (1 − e 2 )
N' = ( 11 )
(1 − e 2 ⋅ Sen 2 ϕ ) 1
2
N'
M =
(1 − e 2 ⋅ Sen 2 ϕ )
Substituindo a expressão de N´ (equação 11) na expressão anterior, temos:
a ⋅ (1 − e 2 ) 1
M = ⋅
(1 − e 2 ⋅ Sen 2 ϕ ) 1
2 (
1 − e ⋅ Sen 2 ϕ
2
)
a ⋅ (1 − e 2 )
M = ( 12 )
(1 − e 2 ⋅ Sen 2 ϕ ) 3
2
• Valor médio - Rm
O valor médio do raio de curvatura equivale à média geométrica dos raios de curvaturas
principais (raio seção grande normal e raio da seção meridiana).
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Rm = N ⋅ M
1
a ⋅ (1 − e 2 ) 2
Rm = ( 13 )
(
1 − e 2 ⋅ Sen 2 ϕ )
Assim sendo, as coordenadas cartesianas geocêntricas podem ser deduzidas a partir das
geográficas, de acordo com a figura 3.5:
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γ
ϕ
P' P =h
O' P' = N
λ ϕ
λ
X = OB • Cos λ ⇒ X = ( N + h) • Cos ϕ • Cos λ ( 14 )
Y =
OB •
Sen ⇒ (
Y =h)
N+•
Cos •
Sen ( 15 )
( )
Z = P" P ' + h • Sen ϕ
b2 b2
P" P ' = N • Z = N • 2
+ h • Sen ϕ
a2 a
( 16 )
Onde :
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a
N =
(1 − e 2 sen 2 ϕ ) 1
2
a ( 1 – e2)
N’ = ----------------------
( 1 – e2 sen2 ϕ )1/2
• Cálculo da Latitude ( ϕ )
Z Z
Sen ϕ = ⇔ Sen ϕ = ( 17 )
N' + h N ⋅ (1 − e 2 ) + h
X2 + Y2
Cosϕ = ( 18 )
N + h
Z N + h
tg ϕ = ⋅
N ⋅ (1 − e 2 ) + h X2 + Y2
Z 1
tg ϕ ′ = ⋅ ( 19 )
(1 − e 2 ) + h X 2
+ Y2
Z
Sen ϕ =
N' + h
Sen ϕ ′
tg ϕ = ( 20 )
1 − Sen 2ϕ ′
Faz a reiteração da Eq. (20) até a convergência, ou seja, até que a expressão do primeiro
termo e segundo termo desta expressão sejam iguais.
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• Cálculo da Longitude ( λ )
Y
tg λ = ( 21 )
X
• Cálculo da altura elipsoidal (h)
X2 + Y2
h = − N
Cos ϕ ( 22 )
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Este método não prevê qualquer correção às coordenadas astronômicas iniciais, o que vai
provocar deslocamentos da rede geodésica em relação ao eixo de rotação da Terra, muito
embora as posições calculadas sejam corretas entre si. Isto não é significativo para uso local
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das posições determinadas, mas poderá produzir erros sistemáticos à medida que for
expandida a rede. Ao se afastar do ponto de origem, poderão acontecer também grandes
separações entre o geóide e o elipsóide, o que provocará erros nas reduções geodésicas.
Além disto, este tipo de orientação apresenta o inconveniente de que as posições deduzidas de
diferentes data assim definidos, não são comparáveis entre si em qualquer cálculo geodésico.
Como exemplo de datum assim estabelecido pode-se citar o de Córrego Alegre, adotado no
Brasil anteriormente ao SAD-69.
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Este método baseia-se em estudos das anomalias da gravidade sobre extensas áreas, com
objetivo de bem identificar as ondulações do geóide em relação a um elipsóide de referência
escolhido, cujo centro é posicionado coincidentemente com o centro de massa da Terra.
Devem ser considerados os valores absolutos dos desvios da vertical e dos desníveis geoidais.
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O “datum” WGS-84, utilizado no posicionamento dos satélites de GPS, foi estabelecido pela
aplicação dos métodos gravimétricos.
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5 - MUDANÇA DE DATUM
5.1 - INTRODUÇÃO
Até então, a rede geodésica brasileira estava referida ao “datum” Córrego Alegre, considerando
o elipsóide Internacional de Hayford e como origem, o Vértice Córrego Alegre. Posteriormente
foram realizados, pela Dra. Irene Fisher do IAGS - Inter American Geodetic Survey, da DMA
(Defense Mapping Agency dos Estados Unidos), estudos para a definição de um novo ponto
origem para a adaptação de um possível novo datum à superfície da América do Sul. Os
estudos iniciais levaram ao estabelecimento de um datum provisório, o PASAD-56 (Provisional
South American Datum of 1956), com origem no Vértice La Canoa, na Venezuela, cuja
adaptação ao território sul-americano não foi considerada a melhor possível. Nesta primeira
etapa foi estabelecida a rede de trilateração HIRAN na parte setentrional do continente.
Este novo elipsóide, posicionado da maneira, descrita acima, proporcionou o que se pode
chamar de uma “boa adaptação” para a América do Sul e, conseqüentemente, para o território
brasileiro. O novo datum foi denominado, então, South American Datum of 1969 – SAD69.
A partir do inicio de 2005, datum oficial do Brasil passou a ser o SIRGAS-2000, embora o SAD-
69 possa ser usado concomitantemente pelos próximo 10 anos (período de transição).
Com o advento dos satélites artificiais para posicionamento e, posteriormente GPS (Global
Positiong System), com sua efetiva utilização como ferramenta importante no Brasil, surgiu um
problema novo para o geodesista brasileiro, qual seja, a “transformação de datum”. As
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desnível geoidal - desnível entre o geóide e o elipsóide.
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α
∆
∆ ∆
α
Estão representadas na figura três rotações e três translações entre os sistemas. Na relação
matemática abaixo, que traduz a geometria do problema, é incluído, ainda, um sétimo
elemento, que representa a diferença de escala entre os dois sistemas e que, na verdade,
engloba todas as possíveis distorções entre os mesmos.
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No entanto, para reduzir as grandes ampliações que se apresentam nas bordas do fuso no
sistema de Gauss, adotou-se o sistema UTM, o artifício de considerar, como superfície de
projeção, um cilindro secante ao elipsóide, ao invés de tangente. Desse modo, o meridiano
central deixa de ser representado em verdadeira grandeza, passando a sofrer uma redução,
enquanto as bordas do fuso sofrem ampliações bem menores do que no sistema de Gauss.
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mundial, UTM (Universal Transverso de Mercator), que poderia ser usado por todos os países
do mundo.
O sistema de projeção UTM foi recomendado pela União Geodésica e Geofísica Internacional
(UGGI) na IX Assembléia de Bruxelas, 1951. Trata-se de um sistema conforme, ou seja, que
conserva a forma ou ângulos, e as deformações lineares são pequenas. Esta foi a principal
razão de sua rápida adoção por quase todos os países do mundo. No Brasil este sistema vem
sendo aplicado pelos órgãos oficiais do IBGE e SGE desde 1955 para o mapeamento
sistemático do país.
As linhas de contacto do cilindro com o elipsóide são paralelas ao meridiano central e ao longo
das quais a projeção é eqüidistante4, sendo que no meridiano central esta propriedade não é
válida.
Considerando uma região compreendida entre os meridianos extremos que dão origem a ∆ λ
(figura 20), ocorrerá que entre as linhas de secância, haverá redução e entre as linhas de
secância e os limites extremos ter-se-á uma ampliação.
Este sistema foi concebido inicialmente por Gauss, foi reestudado pelo geodesista Kruger que
estabeleceu o sistema de fusos. No sistema UTM o elipsóide é dividido em 60 fusos de 6º
cada, ficando assim a representação constituída de diversos sistemas parciais. Cada fuso terá
um meridiano central que na interseção com o Equador será a origem do sistema. Os fusos
são limitados por duas longitudes múltiplas de 6º e os limites da latitude vão de 80º N a 80ºS.
Com este limites de latitude, observa-se que o sistema não é utilizado para representar regiões
polares.
4
eqüidistante – Sem deformação linear, isto é, o fator de escala é igual a 1.
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Na realidade, o sistema de projeção UTM adota a projeção cilíndrica de Gauss, apenas com a
modificação do módulo (ou coeficiente) de redução de escala para 0.9996, no meridiano central
(ao invés de 1.000), o que torna, analiticamente, o cilindro secante ao elipsóide e não mais
tangente.
Na construção das malhas, para evitar coordenadas negativas no sistema de projeção UTM,
em cada zona é dado um translado falso ao leste de 500.000 metros. Para valores norte, o
Equador é usado como linha básica. Para fazer a grade das zonas no hemisfério norte ao
equador é dado um valor norte de (zero) metros.
f) Abscissas indicadas pela letra E (East) e ordenada indicadas pela letra N (north),
ambas sem sinal algébrico;
- Azimute geodésico;
- Convergência meridiana;
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- Redução à corda.
Ψ4
−3
α
Ψ 3−4
AZproj = AZUTM + ψ
O azimute geodésico é o ângulo\, na projeção, entre o meridiano que passa pelo ponto inicial e
a tangente ao arco representativo da distância projetada entre os dois pontos considerados
AZgeod = AZUTM ± α ± ψ
Onde,
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a) Fórmula:
b) Exemplo:
Latitude = -16º23’30,7554”
Longitude = -54º51’22,1918”
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Cálculo de p
p = 0,77178082
p3 = 0,459707876
p5 = 0,273822989
Cálculo de Coeficientes
Desse modo,
(XII) = 2822,054639
(XIII) = 2,073025180
(C’5) = 0,002
(XII) = -2822,054639
(XIII) = -2,073025180
(C5’) = -0,002
Cálculo de C:
(XII) . p = -2178,007643
(XIII) . p3 = -0,952986002
+ (C’5) . p5 = -0,000547646
C = -2178,961177” → C = -00º36’18,961”
a) Fórmulas:
b) Exemplo:
N = 8186501,119m
E = 728965,994m
CM = -57
- Cálculo de q
q = 0,228965994
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q3 = 0,012003640
q5 = 0,000629296
Cálculo de φ1
φ1 = 16º24’10,110”
(XV) = 9520,943884
(XVI) = 84,30684983
(F’5) = 0,9
(XV) = -9520,943884
(XVI) = -84,30684983
(F’5) = -0,9
- Cálculo de C:
(XV) . Q = -2179,972380
-(XVI) . Q3 = + 1,011989064
+ (F’5) . Q5 = 0,000566366
C= -2178,960957” → C = - 00º36’18,961”
Um cálculo aproximado do valor da convergência meridiana pode ser dado pela seguinte
fórmula:
C = Δλ sen φ
Onde:
C = convergência meridiana;
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Para o exemplo dado acima, ter-se-ia, neste caso, um convergência meridional igual a:
φ = 16º23’30,7554”
λ = 54º 51’22,1918”
MC = 57º
0º36’18,007”
As fómulas para obtenção do ângulo Ψ são obtidas a partir das coordenadas planas
UTM dos vértices considerados. Para dois vértices A e B, tem-se:
Onde,
E '3 = E3 - 500.000,00
E '4 = E4 - 500.000,00
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Ψ 2
−1
Ψ
4−
α − 3
3
Ψ 2
−2
Ψ 3
Ψ 3−4
1
−2
α
5.10.1 -INTRODUÇÃO:
As distâncias podem ser obtidas de diferentes formas, podem ainda ser calculadas ou
medidas. Suponha inicialmente, a distância medida eletronicamente. Neste caso, aquela
distância medida entre distanciômetro eletrônico e anteparo (prisma) é a inclinada, e neste
caso as reduções a serem introduzidas na mesma são as seguintes:
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S '× ∆ H
∆ S = S '− S =
RM + H + ∆ H
onde:
S = distância na altitude H em m.
ΔH = diferença de altitudes em m.
RM = Raio médio.
RM
s 0 = s
RM + H
onde:
S = distância na altitude H em m.
RM = raio médio em m.
H = altitude ortométrica em m.
RM
S 0 = S
R
M + H + N
onde:
S = distância na altitude H em m.
H = altitude ortométrica em m.
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RM = raio médio em m.
N = ondulação geoidal em m.
SUTM = K . Selip
- Fórmulas:
Ko = 0,9996
- Exemplo:
N = 8186501,119m
E = 728965,994m
q = 0,228965994
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q2 = 0,052425426
q4 = 0,002748425
(XVIII) = 0,012370
- Cálculo de K
(XVIII) . q2 = 0,000648503
0,00003. q4 = 0,000000082
Como já comentado nas características técnicas do sistema, partes de uma faixa da Terra são
reduzidas na projeção, e outras são ampliadas, conforme figura 19.
5.13.1 -APLICAÇÃO:
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5.13.2 - FÓRMULAS:
Cálculo da latitude:
φ = φ1 + Δ φ
Δ φ” = - VII q2 + VIII q4 – D q6
sendo:
q = E’ x 10-6 e E’ = I 500.000 – E I
b) Quando os cálculos são feitos utilizando as expressões que permitem a obtenção dos
coeficientes:
Neste caso o φ1 é obtido por um processo iterativo. Para fazer as interações faz-se uso
inverso da expressão que permite obter o arco de meridiano de um ponto até o equador em
função da latitude, ou seja, sabendo-se o valor do arco calcula-se a latitude.
Sφ = N’ / 0,9996, por:
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Sabendo-se φ1 , entra-se na fórmula (1) e calcula-se Sφ1, com este obtém-se uma
segunda aproximação para φ, em :
φ 2 = φ1 + (Sφ - Sφ1) / A a (1 – e2 )
Numa 3ª iteração, com φ2 entra-se na fórmula (1), e calcula-se um novo Sφ2, e obtém-se
uma nova aproximação para φ, em:
Faz-se iterações, repetindo os procedimentos anteriores até uma iteração n onde Sφn se
tornar, dentro da precisão desejada, igual a Sφ , e então quando isto acontecer, tem-se o valor
do φ1 desejado para entrar nas fórmulas de VII, VIII e D.
VIII =[tg φ1(5+3tg2 φ1+6m12- 6e’2sen2φ1– 3m13–9m12 e’2sen2 φ1) 1024 ] / [24 N14 sen 1” Ko4 ]
D = [tg φ1 (61+ 90 tg 2 φ1+ 45 tg4 φ1 +107 m12 – 162 e’2 sen2 φ1 –- 45 e’2 tg2 φ1 sen2 φ1 ) 1036 ] /
[720N16 sen1” Ko6 ]
Cálculo da longitude
λ = λo + Δ λ
sendo:
Δ λ positivo se o ponto estiver a oeste do meridiano central (ou E < 500.000), e negativo se o
ponto estiver a leste do meridiano central ( ou E > 500.000)
E = [ séc φ1 ( 5+ 28tg 2φ1+24tg 4 φ1+ 6 e’2 cos2 φ1 + 8 e’2 sen2 φ1) 1030 ] / [ 120 N15 sen1” Ko5 ]
lembrando que:
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a = 6.378.160,000 m
b = 6.356.774,719 m
Exemplo Numérico
Dados:
a) Cálculo da latitude (φ )
φ = φ1 + Δ φ
Δ φ = - VII q2 + VIII q4 + D q6
Obtenção da latitude φ1 :
φ1 = 20º53’14,149”
Obtenção de VII:
VII = 973,0767839
Obtenção de VIII e D:
VIII = 10.831
D = 0,122619
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e então:
- VII . q2 = - 43,155
VIII . q4 = 0,021
D . q6 = 0,000
Δ φ = - 43,134”
Logo
φ = φ1 + Δ φ = 20º52’31,015”
b) Cálculo da longitude
λ = λo + Δ λ
Obtenção de IX:
IX = 183,932
Obtenção de X:
E = 1,677606
e então:
IX q = 7.289,234
-Xq3= - 1,718
Eq5= 0,000
Δ λ = 7.287,517” = 2º 01’27,517”
Como E é maior que 500.000, o Δ λ é negativo ou
λ = λo - Δ λ
λ = 45º - 2º 01’27,517”
λ = 42º 58’32,483”
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5.14.1 -APLICAÇÃO
Fórmulas:
Cálculo de ordenada:
III = 1/24 N sen φ cos3 φ (5 + 9 e’2 cos2 φ + 4 e’4 cos4 φ - tg2 φ) sen4 1”. Ko . 1016
A = 1/720 N sen φ cos5 φ (61 – 58 tg2 φ + tg4 φ + 270 e’2 cos2 φ – 330 e’2 sen2 φ). Ko . 1024 .
sen6 1 “
P = 0.0001 I Δ λ “I
Δ λ “ = λ - λo
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N= a
(1 - e2 sen2 φ)1/2
A = 1,0050526248
B = 0,0050632321
C = 10,628107 x 10-6
D = 20,821897 x 10-9
B = 1/120 Ncos5φ(5 – 18 tg2 φ+ tg4 φ+14 e’2 cos2 φ – 58 e’2 sen2 φ)sen5 1”.Ko.1020
Exemplo Numérico:
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Pela longitude do ponto P é fácil verificar que ele esta situado no fuso que tem por
meridianos extremos λ = 42° e λ = 48° múltiplos de 6, tendo então o meridiano central igual a λ
= 45°
N’ = I + II p2 + III p4 + A p6
5.14.3 -OBTENÇÃO DE P
Δ λ” = 7287,517”
P = 0,0001 x I Δ λ”I
P = 0,0001 x 7287,517”
P = 0,7287517
Coeficientes:
Obtenção de I:
Tem-se que fazer uma interpolação tendo-se como argumento a latitude. Na tabela e para φ =
20º52’ tem-se I = 2307399,357 e sendo que a variação de I para a variação de 1” em φ é de
30,74208, então para latitude desejada φ = 20º52’31,015” terá:
I = 2308352,823
Obtenção de II:
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II = 2495,732
Obtenção de III e A:
III = 2,094
A = 0,001573
e então:
I = 2.308.352,823
II p2 = 1.325,431
III p4 = 0,591
A p6 = 0,000
N’ = 2.309.678,845 m
N = 10.000.000,00 - N’
N = 7.690.321,155 m
E’ = IV p + V p3 + B p5
Coeficientes:
Obtenção de IV:
Surge neste caso, uma correção (2 DIF) devido se considerar a interpolação como
sendo linear. Esta correção é obtida entrando com os segundos (31”) na primeira coluna
chegando então até a coluna de 2 DIF. Neste exemplo para 31” 2 DIF = 0,003. Assim:
IV = 288.931,325
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Obtenção de V:
V = 85,024
Obtenção de B:
B = 0,024727
e então:
IV p = 210.559,194
Vp3 = 32,906
Bp5 = 0,005
E’ = 210.592,105
E = 500.000 + E
E = 710.592,105 m
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6 - CARTOGRAFIA
A definição elaborada pela ONU em 1949, estabelece que a "Cartografia é a ciência que trata
da elaboração de todos os tipos de cartas, incluindo todas as fases do trabalho , dos primeiros
levantamentos até a sua impressão".
Por outro lado, esta definição evita tratar o aspecto de produção, negligencia o estudo da
representação cartográfica e se omite, igualmente, em relação ao problema da concepção e da
sua utilização dos documentos cartográficos.
A carta como uma imagem tem que ser traduzida, lida e entendida pelo seu aspecto visual, ou
seja, tem que falar por si só.
Por outro lado deve-se evitar confundir a Cartografia com Topografia. A Topografia - Topos =
lugar, do latim - incumbe-se de representar todos os detalhes da configuração de uma região,
através de uma projeção ortogonal cotada, sobre um plano horizontal. À esta projeção ou
imagem figurada do terreno, dá-se o nome de plano topográfico.
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Pode-se distinguir por esta definição 3 fases bastante distintas, que se sucedem
cronologicamente:
- concepção ou elaboração
- produção
- utilização
A produção comporta uma fase de preparação, que compreende a coleta e seleção dos dados
da base, escolha da escala e formato, divisão em folhas, adequação e adoção de um sistema
de projeção e de referência.
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"A arte, ciência e tecnologia de construção de mapas, juntamente com seus estudos como
documentação científica e trabalhos de arte. Neste contexto mapa deve ser considerado como
incluindo todos os tipos de mapas, plantas, cartas, seções, modelos tridimensionais e globos,
representando a Terra ou qualquer outro corpo celeste".
Apesar desta definição ser menos abrangente que a definição anterior, ela estabelece muito
bem e sem limitações, o objeto da Cartografia, inclusive estendendo-se à representação de
outros corpos celestes.
Na realidade, de uma forma simplificada, o sistema de informação está restrito ao mundo real,
ao cartógrafo e ao usuário, gerando três realidades diferentes, como se fossem conjuntos
separados. Quanto maior a interseção destas três realidades, mais se aproxima o mapa ideal
para a representação de um espaço geográfico em qualquer dos seus aspectos
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O histórico da Cartografia é tão extenso quanto a própria história da humanidade. Não se sabe
quando o primeiro "cartógrafo" elaborou o primeiro mapa. Não há dúvidas porém que este seria
uma representação bastante bruta em argila, areia ou desenhada em uma rocha.
Datam desta época também mapas com a mesma estrutura, do vale do Rio Eufrates e do rio
Nilo.
Aos fenícios são atribuídas as primeiras cartas náuticas, que serviam de apoio à navegação,
bem como as primeiras sondagens e levantamentos do litoral.
Na Grécia, à época de Aristóteles (384-322 AC), a Terra foi reconhecida como esférica pelas
evidências da diferença de altura de estrelas em diferentes lugares, do fato das embarcações
aparecerem "subindo o horizonte" e até mesmo pela hipótese de ser a esfera a forma
geométrica mais perfeita.
Por volta de 200 AC, o sistema de latitude e longitude e a divisão do círculo em 360( já era bem
conhecida.
Estimativas do tamanho da Terra foram realizadas por Eratóstenes (276-195 AC) e repetido por
Posidonius (130-50 AC), através da observação angular do Sol e estrelas.
Sabendo-se que a distância entre as duas cidades - 5000 estádias (1st = 185m), verificou-
seque a diferença entre a posição do Sol nas duas cidades - 7(12' equivalia a 1/50 do círculo
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completo, logo ter-se-ia como o valor da circunferência terrestre cerca de 46250 km, ou seja,
valor apenas 15% maior do que o real, o que para os métodos da época são valores bastante
razoáveis.
Eratóstenes errou por duas razões: a distância entre a s duas cidades não era exatamente de
5000 st, nem as duas cidades estavam situadas no mesmo meridiano. Caso isto tivesse
ocorrido, o seu erro estaria em torno de 2% da medida real!
Pelas referências existentes, os mapas eram documentos de uso corrente para os gregos,
como pode ser verificado pela edição de 26 mapas, trabalhados por Claudius Ptolomeu (90-
160 DC), em seu tratado simplesmente entitulado GEOGRAFIA.
Os romanos interessavam-se pela Cartografia apenas com fins práticos: cartas administrativas
de regiões ocupadas e representações de vias de comunicação, como pode ser observado nas
tábuas de PEUTINGER.
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Ao fim da Idade Média e início da Moderna, surgem os PORTULANOS, cartas com a posição
dos portos de diferentes países, bem como indicação do Norte e Sul (Rosa dos Ventos),
voltadas para a navegação e comércio. As cartas passam a ser artisticamente desenhadas,
surgindo a impressão das primeiras cartas com Gutemberg, em 1472 ( Etmologia de Isidoro de
Sevilha / 1560 - 1632).
Cassini desenvolve o primeiro mapa da França, com auxílio da astronomia de posição (escala
de 1/86400), em 1670.
A invenção do avião foi significante para a Cartografia. A junção da fotografia com o avião,
tornou possível o desenvolvimento da fotogrametria, ciência e técnica que permite o rápido
mapeamento de grandes áreas, através de fotografias aéreas, gerando mapas mais precisos
de grandes áreas, a custos menores que o mapeamento tradicional. Desenvolvem-se técnicas
de apoio que incrementam a sua utilização.
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Alguns destes mapas, tão importantes na História do Brasil, foram apresentados em coletâneas
no início do século XX, retratando as primeiras fases da cartografia brasileira. Taunnay (1922)
apud Moraes Rego (1936) propôs a seguinte classificação para os mapas produzidos até o
inicio do século XX. Ele apresentou uma classificação dividida em quatro fases: 1ª fase -
mapas organizados com informações de pioneiros. 2ª fase – mapas resultantes comissões de
limites. 3ª fase – cartografia documentária - mapas em escalas pequenas - mapas de conjunto
elaborados na fase anterior pelas comissões de limites. 4ª fase - cartas em escalas grandes.
No início do século XVII, grande parte da Amazônia foi mapeada pelos portugueses.
Devido à necessidade de ocupação a fim de evitar a presença dos franceses, foram levantadas
as primeiras informações sobre esta região. A maior parte dos mapas elaborados no período
entre 1600- 1700. Entre eles, podemos citar o Mapa das Minas, São Paulo e Costa do Mar que
lhe pertence de 1612, e a Planta do Amazonas de 1637. Estes mapas são característicos da 1ª
fase da cartografia brasileira, quando ainda não se faziam levantamentos em campo e os
mapas eram organizados com informações dos desbravadores.
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Com a descoberta de ouro em Minas Gerais no século XVIII, D. João V determinou que
fosse realizado um levantamento da geografia de seus domínios e que fossem construídos
mapas que representassem a realidade.
A partir de 1808, com a chegada do rei de Portugal Dom João VI ao Brasil, foi dado um
grande impulso aos empreendimentos artísticos e científicos, sobretudo as artes gráficas, com
a criação da Imprensa Régia. A partir daí foram elaborados mapas com o objetivo de fixar
fronteiras, com maior produção para as áreas costeiras. Os mapas da 3ª fase, eram elaborados
em escalas pequenas com muita generalização, construídos a partir daqueles elaborados pelas
comissões de limites. Podemos exemplificar esta fase, com o Mapa Müller, de 1837, que serviu
de base para a elaboração de outros mapas que proporcionaram um melhor conhecimento do
território brasileiro.
Em 1857, Manoel Antônio Vital de Oliveira apud Bakker (1968) deu início às atividades
das Companhias Hidrográficas da Marinha do Brasil, mapeando, até 1859, desde o Rio Grande
do Norte até o limite sul de Alagoas. Segundo Bakker, alguns hidrógrafos franceses também
contribuíram para a construção de cartas náuticas de todo o litoral brasileiro. A cartografia
náutica teve grande participação, devido principalmente à extensão do litoral brasileiro.
Em 1874 foi criada a Imperial Comissão Geológica, organizada por Charles Frederic
Hartt, um geólogo americano, que teve como auxiliares Yeaux Carpenter e Orville Derby,
também geólogos. Carpenter apud Coelho (1969) escreveu sobre as explorações geográficas e
seus mapas também serviram de base para o planejamento. No entanto, esta Comissão não
chegou a concretizar muitos de seus projetos porque logo foi extinta. Depois disso, Orville
Derby permaneceu no Brasil trabalhando em São Paulo, onde contribuiu para a criação da
Comissão Geográfica e Geológica de São Paulo, em 1886.
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Com o fim da Primeira Guerra, alguns técnicos austríacos foram convidados pelo
governo brasileiro para trabalhar na reorganização do Serviço Geográfico do Exército – SGE,
criado em 1890, como também para pesquisar sobre o sistema de projeção cartográfica mais
indicado para o mapeamento de todo o país. Suas contribuições foram significativas para o
desenvolvimento da cartografia brasileira. Estes profissionais trouxeram técnicas desenvolvidas
na Europa, principalmente durante a Primeira Guerra Mundial, como a introdução das técnicas
de levantamento topográfico, de impressão de cartas em off-set e métodos fotogramétricos.
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Por volta de 1938, quando o IBGE começou a atuar nesta direção, em decorrência desse
acordo estabelecido entre o governo federal e os estaduais, seus técnicos se depararam com a
seguinte situação, relatada por Zarur (1948):
1 - A maior parte do país era ainda desconhecida física e culturalmente, apesar do trabalho
cartográfico empreendido pelos diversos órgãos federais e estaduais. A maioria das cidades e
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vilas não estavam localizadas com precisão. A área, a forma e a configuração dos municípios
eram desconhecidas dos funcionários municipais.
O Conselho Nacional de Geografia (IBGE) propôs ao Governo Federal uma operação chamada
de Campanha dos Mapas Municipais, através da qual fixava um prazo para a apresentação
dos mapas das áreas pertencentes às prefeituras, visando resolver os problemas existentes.
Esta campanha foi proposta pelo Conselho Nacional de Geografia (IBGE) ao Governo
Federal através de uma operação chamada de Campanha dos Mapas Municipais, na qual
fixava um prazo para a apresentação dos mapas das áreas pertencentes às prefeituras,
visando resolver os problemas existentes, que durou cerca de dois anos. O encerramento da
campanha ocorreu em 24 de maio de 1940 com a inauguração simultânea da Exposição
Nacional dos Mapas Municipais, na qual foram expostos os mapas dos 1.574 municípios
brasileiros, em todas as capitais estaduais.
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Esta Comissão também deveria estabelecer normas técnicas para a carta corográfica
na escala 1:250.000 e para as cartas topográficas, nas escalas de 1:100.000 e 1:50.000.
Sobre este assunto Castro (1940) escreve com muita expectativa: ... próximo está o dia,
venturoso para nossa cultura, em que no Brasil teremos a conveniente apresentação
cartográfica dos trabalhos geográficos e topográficos realizados, de tal forma que contribuam
efetiva e diretamente para o preparo das cartas brasileiras de conjunto, embora esses
trabalhos abranjam parcelas do território nacional e sejam executados por instituições
diferentes.
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Djalma Poli Coelho, que foi chefe desse Destacamento Especial do Serviço Geográfico
do Exército no Nordeste de 1941 a 1944, escreve que tratava-se de executar
aerolevantamentos rápidos e progressivos de modo que a tropa, encarregada da defesa
daquele trecho da costa brasileira, pudesse dispor de informações cartográficas atualizadas e
mais detalhadas do que as que existiam e eram representadas por alguns mapas parciais que
o SGE elaborou, a partir da compilação de mapas municipais, e cartas da Inspetoria Federal de
Obras Contra as Secas.
Uma das primeiras medidas adotadas imediatamente após a Guerra, foi realizada em
1946, através do Decreto-lei n.º 9.210, que estabelecia Normas para a Uniformização da
Cartografia Brasileira. Esta medida atingia diretamente todos os trabalhos de levantamento,
operações geodésicas, topográficas e cartográficas, realizadas no Brasil.
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Neste mesmo ano, vários trabalhos técnicos foram divulgados no Boletim Geográfico.
Também foram realizadas palestras que tratavam de questões relacionadas às experiências
resultantes das pesquisas e práticas desenvolvidas em trabalhos de campo, por técnicos do
Conselho Nacional de Geografia.
Embora em nível nacional não tenham sido criadas outras instituições cartográficas, os
estados de São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Santa Catarina e Paraná foram se modernizando
através da introdução de técnicas atualizadas em suas instituições cartográficas. Em São
Paulo, por exemplo, foi realizado, no período de 1953 a 1959, o segundo levantamento
aerofotogramétrico da cidade de São Paulo.
O relato de Barbosa (1961) caracteriza muito bem o quadro brasileiro: ... no momento, o
Brasil tem cerca de 442.933 quilômetros quadrados do território mapeados sistematicamente
nas escalas topográficas de 1:50.000, 1:100.000 e 1:250.000... O Brasil tem 8.513.844
quilômetros quadrados portanto, somente 5,2% do seu território estão mapeados nestas
escalas. A média de produção anual, reunindo-se todas as folhas daquelas três escalas, em
área equivalente a 1:100.000, executadas por todas as entidades, federais, estaduais e
particulares, desde 1920 até 1960, é de 3,9 folhas. Ele ressalta que haveria necessidade de
769 anos para mapear todo o país em escala topográfica, se as técnicas de mapeamento não
fossem atualizadas.
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A partir dos anos 70 inicia-se no Brasil uma nova etapa para a cartografia, auxiliada
pelo sensoriamento remoto.
Também foram iniciados estudos para uso dos dados obtidos por sistemas sensores
colocados em plataformas espaciais americanas. Para a obtenção de imagens Landsat no
Brasil, foi instalada uma estação de recepção direta de dados em Cuiabá no estado de Mato
Grosso, e uma estação de processamento eletrônico e fotográfico em Cachoeira Paulista, no
estado de São Paulo. O INPE mantém todos os dados recebidos num banco de imagens. Com
exceção dos dados do sensor MSS do Landsat, recebidos entre 1973 e 1985, todos esses
dados estão disponíveis para processamento e geração de produtos fotográficos e digitais.
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além dos tradicionais eventos de Cartografia e Geografia, contribuindo para imprimir novos
rumos à cartografia brasileira.
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Foi apontado naquele debate, realizado em 1998 – Forum Brasil de Mapeamento, que uma das
causas do quadro atual, seria a defasagem da legislação em vigor, que se pauta no Decreto-lei
n.243 de 1967. De acordo com a legislação, o Serviço Geográfico do Exército e o IBGE
continuam responsáveis pelo mapeamento sistemático do país. As cartas oficiais nas escalas
1:25.000 até 1:1.000.000 são autorizados por uma destas duas instituições.
Pelo histórico apresentado, é fácil ver que a Cartografia é uma atividade bastante antiga,
porém pode-se perfeitamente delimitar aplicações específicas ao longo da sua história.
Inicialmente como apoio às explorações, especialmente os mapas de navegação e aplicação
comercial. Poucas eram as aplicações que fugiam a esses objetivos. Por outro lado eram
poucos os que se dedicavam à elaboração e construção de mapas, isto no decorrer de
séculos, praticamente até o século XIX.
No decorrer do século XIX e início do século XX, conforme o aumento da demanda de mapas
para fins mais específicos, foram criadas instituições que se dedicam exclusivamente à
elaboração de cartas e mapas, tanto com propósitos gerais, como com propósitos definidos.
Hoje em dia a maior parte dos países possuem organizações governamentais dedicadas à
construção de cartas, com as mais diversas finalidades. Existem outras organizações, públicas
e privadas, com finalidades semelhantes, para atuação cartográfica apenas nas suas áreas
específicas.
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tanto para análise de informações, como para a sua divulgação, em quaisquer áreas que
trabalhem com a informação distribuída sobre a superfície terrestre.
- O mapa oferece tanto esta visão, como a distribuição espacial, permitindo cruzamento de
outros tipos de informações e a conseqüente análise deste cruzamento.
Por Ex:
- Ocorrência c/ favelas
- Ocorrência c/ migração
Dividir a Cartografia em áreas de aplicação é tão difícil quanto classificar os tipos de cartas e
mapas.
- preparação de mapas gerais, utilizados para referência básica e uso operacional. Esta
categoria inclui mapas topográficos em grande escala, cartas aeronáuticas hidrográficas.
Dentro de cada categoria existe uma considerável especialização, podendo ocorrer nas fases
de levantamento, projeto, desenho e reprodução de um mapa topográfico.
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- Fundação IBGE
A outra categoria que inclui a Cartografia Temática, trabalha basicamente com os mapas
elaborados pelo primeiro grupo, porém está mais interessada com os aspectos de
comunicação da informação geral e a delineação gráfica efetiva dos relacionamentos,
generalizações e conceitos geográficos.
- Fundação IBGE
Devido a esta variedade de representações, não é fácil definir o termo MAPA, muito embora
o seu significado seja claro em todos os contextos.
Por outro lado, a palavra "mapa" possui algumas características significantes restritivas, seja
qual for a forma que se apresente:
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- Um mapa é uma representação plana, ou seja, esta sobre uma superfície plana. Uma
exceção é a representação em um globo.
- Um mapa pode mostrar apenas uma seleção de fenômenos geográficos ,que de alguma
forma foram generalizados, simplificados ou classificados. É diferente de uma fotografia ou
imagem, que exibe tudo que afetou a emulsão do filme ou foi captado pelo sensor.
Recentemente, a conversão dos dados de mapas para a forma digital, criou o termo "mapa
digital" ou "mapa numérico", diferenciando do mapa comum que é uma representação
analógica do terreno. (Carta Eletrônica)
Procurando fornecer um conceito e não uma definição formal, pois no contexto geral ambos
tem significados semelhantes, os mapas são caracterizados por uma escala pequena, menor
do que 1: 1000000, não pertencendo a um conjunto. Representam um todo geográfico. Por
exemplo: mapa de Minas Gerais na escala 1: 2500000; Mapa do Brasil em escala 1:5 000 000.
As cartas por sua vez são obrigatoriamente divididas em folhas. São caracterizadas por uma
escala média. Por exemplo: Carta do Brasil em 1:100 000, 1:250 000, etc. O conjunto de todas
as folhas caracterizam a representação do todo geográfico que se quer mapear.
Por outro lado existem ainda a definição de PLANTAS, que são caracterizadas por grandes
escalas, maiores que 1/10 000. São cartas locais e normalmente não exijem métodos
geodésicos para sua elaboração, utilizando a topografia para a sua elaboração.
1/1.000.000 46 46 100,00
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Estes dados referem-se apenas ao mapeamento realizado pelo IBGE e DSG. Não estão
computados os levantamentos realizados pelos Institutos Estaduais.
- Topográfica
- Temática
- Especial
- Síntese
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7 - ESCALA E ESCALAS
Escala é a relação entre a dimensão representada do objeto e a sua dimensão real. É portanto
uma razão entre as unidades da representação e do seu tamanho real.
O inverso da relação de escala D/d , A/a e V/v , denomina-se número da escala ( N ), podendo
então a representação numérica da escala ser estabelecida pela relação
E = 1/N ou 1: N ou 1/N ( NL , Na , Nv )
Quando a dimensão do objeto representado é menor que o objeto real, tem-se uma escala de
redução. O contrário estabelece uma escala de ampliação.
E = 1/20000 - redução (uma unidade linear equivale a 20 000 unidades lineares no terreno)
E = 20/1 - ampliação (20 unidades lineares na carta equivalem a uma unidade linear no
terreno)
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- em palavras e
El = d / D Ea = a/A Ev = v/V
Formalmente esta razão expressa que uma unidade no mapa, equivale ao número de escala
de unidades no terreno, ou seja
Esta forma de expressar uma escala estabelece a segunda maneira de mostrar a relação, a
forma escrita. Normalmente esta expressão é dada em termos de uma unidade coerente para
as observações no mapa (mm ou cm em termos lineares, cm2 , cm3 ), para unidades também
coerentes em termos de terreno (quilômetros, quilometros quadrados ou cúbicos).
1:100.000 - 1 cm = 10 km = 10.000 m
1 mm = 1 km = 1.000 m
1:25.000 - 1 cm = 0,25 km
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4 cm = 1 km
Deve-se estar atento para mapas ou cartas antigas, principalmente oriundos de países que
adotavam o sistema inglês. Por exemplo a expressão de
1 / 2 = 1 milha = 1 / 253440
1 mi n = 1852 m
1 ft = 30, 48 cm
1 yd = 1, 093613 m
Escala 1 cm 1 km 1 in (pol) 1 mi
1:2.000 20 m 50 cm
1:5.000 50 m 20 cm
1:20.000 0,2 km 5 cm
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1:100.000 1.0 km 1 cm
1:250.000 2,5 km 4 mm
1:500.000 5,0 km 2 mm
1:1.000.000 10 km 1 mm
Pode-se verificar que quanto maior o número da escala, menor será a escala, e inversamente;
quanto menor o número da escala, maior a escala. Uma escala maior acarreta portanto um
maior grau de detalhamento dos objetos cartografados, sendo aplicada em áreas menores e
vice versa.
A escala gráfica ou de barra é forma de apresentação da escala linear, sendo apresentada por
uma linha, normalmente fazendo parte da legenda da carta, dividida em partes, mostrando os
comprimentos na carta, diretamente em termos de unidades do terreno.
Este tipo de escala permite que as medidas lineares obtidas na carta sejam comparadas
diretamente na escala, já se estabelecendo o valor no terreno.
As escalas podem ser simples ou duplas (a) e (c), isto é, calibradas em mais de um sistema de
medida linear.
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A escala propriamente dita inicia do zero para a direita e o talão do zero para a esquerda. O
tamanho do talão corresponde a uma unidade da escala.
A escala gráfica, por razões de espaço e funcionalidade, não deve ter menos do que 6 divisões
e no máximo 12 divisões (incluindo o talão), dependendo da escala que está representando.
A divisão do talão deve seguir o sistema de unidades. Com o sistema métrico normalmente
divide-se em 10 partes. Para uma escala de milhas, tomam-se 8 divisões e para uma escala
horária tomam-se 6 divisões (10 min).
A construção de uma escala gráfica é por vezes necessária, ou pela carta não o ter ou para
prover uma escala para uso em diversos mapas de mesma escala. Sua construção é simples,
não necessitando de muitos cálculos. O exemplo abaixo mostra toda a seqüencia de
elaboração de uma escala gráfica. Considerar uma escala numérica de 1/ 24 000.
Neste exemplo, tomando-se 1 km como a unidade da escala, com a divisão do talão em 100 m,
o comprimento da unidade será dada por
Marcar este comprimento total na folha de papel, sem se preocupar em dividir pelas unidades.
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- traçar uma linha auxiliar por uma das extremidades da reta, e sem compromisso de
comprimento correto, dividi-la com o auxílio do compasso, no número de divisões que se divide
a escala ( 4 no exemplo):
Este processo gráfico tem por finalidade evitar a propagação de erros de medição, que
ocorrem se as divisões da escala forem marcadas diretamente pelo compasso.
O processo de obtenção de uma distância através da escala gráfica, é direto, não necessitando
de cálculo. Apenas é efetuada a medição da distância a determinar sobre o mapa, com o
auxílio de um compasso.
Transfere-se esta distância para a escala gráfica, a partir da origem da escala propriamente
dita, marcando-se o ponto que alcançou. Com isto tem-se a valorização em unidades inteiras
da escala, mais uma fração da unidade.
A partir da unidade inteira determinada, mede-se agora em direção ao talão, assim a fração
estará inteiramente sobre o talão, podendo então ser estimada o seu comprimento total.
Deve ser observado, que a precisão da escala gráfica é determinada pela divisão do talão,
sendo estimado os valores inferiores. Por exemplo: se a divisão é de 100 m, a estimativa fica
em torno de valores múltiplos de 10m (10, 20, 30, 40m ... etc).
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A escala gráfica decimal é uma escala mais precisa que a escala gráfica comum, pois permite
que as medidas sejam efetuadas com uma precisão maior que a determinada pela escala
gráfica comum. Esta precisão é alcançada por um processo gráfico que permite subdividir as
divisões do talão em quantas partes sejam possíveis. No caso da escala gráfica decimal,
divide-se em 10 partes. Logo, se a precisão da escala gráfica for de 100 m, com estimativa de
10m, a precisão da escala gráfica decimal será de 10m de leitura direta e estimativa de 1 m.
- levantar perpendiculares à escala, para cada uma das marcações e dividir em 10 partes
iguais de tamanho arbitrário;
- unir transversalmente o talão, do 0 da primeira escala ao 1 da última escala (de baixo para
cima ou vice versa).
As fotografias aéreas e grande parte das projeções cartográficas não possuem escalas
constantes, elas são variáveis dependendo de uma sérei de fatores inerentes ao processo de
elaboração da projeção.
As fotografias aéreas, por serem uma projeção central. a escala é variável do centro da foto
para a periferia, sendo tanto menor quanto mais próximo das bordas.
Para determinadas projeções porém, a escala pode ser constante apenas segundo condições
que são ditadas pela própria projeção, valendo a escala nominal ou principal (Ep), apenas para
uma área do mapa, também ditada pela projeção.
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Quando a escala for grande, não ocorrerão muitos problemas pois os erros serão desprezíveis,
o que já não ocorrerá em escalas pequenas, podendo ser constante ao longo dos paralelos e
variável ao longo dos meridianos, ou vice-versa. Depende do tipo de projeção e da sua
estrutura projetiva.
Na projeção de Mercator por exemplo, a escala é variável, constante ao longo dos paralelos e
variável ao longo dos meridianos, variando com a latitude, quanto maior a latitude, maior a
escala. No equador tem-se a escala nominal, aumentando-se a medida caminha-se para os
polos, onde a escala é infinita.
O olho humano permite distinguir uma medida linear de aproximadamente 0,1 mm. Um ponto
porém, só será perceptível com valores em torno de 0,2 mm de diâmetro em termos médios.
Este valor de 0,2mm é adotado como a precisão gráfica percebida pela maioria dos usuários e
caracteriza o erro gráfico vinculado à escala de representação. Dessa forma, a precisão gráfica
de um mapa está diretamente ligada a este valor fixo de 0,2 mm, estabelecendo-se assim, em
função direta da escala a precisão das medidas da carta, por exemplo:
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Em observações lineares, estas são as precisões alcançadas pelas escalas mostradas. Quanto
menor a observação, maior o erro relativo associado.
Em geral, quando se parte para a representação de uma parte da superfície terrestre, entende-
se que a escala a ser aplicada à área será uma escala de redução, ou seja, a superfície a
representar será reduzida de forma a estar contido na área do mapa.
Esta redução tráz o erro gráfico aplicado a escala de representação. Tome-se que o erro
gráfico já é o componente final de todos os erros inerentes ao processo de construção do
mapa. Desta forma, todas as medições e observações estarão com uma precisão inerentes a
propagação de erros de todas as fases da construção de uma carta: campo, aerotriangulação,
restituição, gravação e impressão.
- o documento já possue um erro gráfico inerente à sua escala de representação, e nada vai
fazer com que esse erro diminua;
Surge então a questão de que esses dados só poderão servir à essa escala de aquisição, não
podendo ser trabalhados para outras representações em outras escalas, o que evidentemente
é um disperdício em um sistema de armazenamento de dados.
Em termos de utilização desses dados para uma redução, não existe nenhuma restrição de
utilização. Através do exemplo, pode-se facilmente verificar isso:
Suponha-se a aquisição de dados para uma região, através de folhas de carta na escala de 1/
250 000. Deseja-se fazer a redução de representação para a escala de 1/ 1 000 000. O erro
gráfico da primeira escala corresponde a 50m e para a segunda escala, de 200m, ou seja
quatro vezes menor.
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ampliação de quatro vezes passando para 800m o que na realidade corresponde não a quatro
vezes, mas a dezesseis vezes maior que o erro gráfico permitido para aquela escala, que é de
50 m. Para uma ampliação de um mapa, da escala de 1/ 100 000 para 1/ 20 000, o erro gráfico
inerente à primeira escala é igual a 20 m e para a segunda, igual a 4 m. Ao se ampliar a
informação gráfica, o erro será também ampliado, passando para 100 m, uma vez que a
ampliação submentida foi de 5 vezes. Comparando-se esse valor com o erro gráfico da escala
final, verifica-se que é 25 vezes maior que o erro permitido para a escala de 1/ 20 000.
Podem ocorrer casos que os erros oriundos de uma ampliação não sejam relevantes para uma
determinada representação. Com todos a s restrições, é possível até aceitar-se, mas em
princípio, as ampliações não são consideradas em termos cartográficos.
- a orientação da área;
- erro gráfico;
Pelas dimensões do terreno e do tamanho do papel, pode-se fazer uma primeira aproximação
para a escolha da escala ideal de representação. Desta primeira aproximação deve-se então
arredondar-se a escala para que fique a mais inteira possível.
Deve-se considerar em relação ao papel, locais para a colocação de margem e legendas para
o mapa. Isto fará com que a área do papel seja menor que as dimensões iniciais.
Supor que se deseje editar um mapa do Estado do Rio de Janeiro em tamanho A4. Para se
definir a escala ideal de representação, devem ser seguidos os seguintes passos:
a) Tamanho do papel
A4 - 21,03 x 29,71 cm
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b) Dimensões do Estado
c) Tomando-se uma margem de 1 cm por borda, a área útil será diminuída para 19,03cm x
27,71cm » 18cm x 26cm (margem de segurança) área útil
d) Orientando de forma que a área fique com a base voltada para a margem inferior,
desenvolvem-se os seguintes cálculos para a determinação das escalas
Quando por algum motivo não é fornecida a escala de um mapa pode-se, obter uma escala
aproximada, através da medição do comprimento de um arco de meridiano entre dois
paralelos.
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O comprimento médio de um arco de meridiano é de 111, 111 km, bastando então dividir a
distância encontrada no mapa por este valor.
E=
Desejando-se valores mais precisos, pode-se consultar uma tabela de valores de arco
meridiano para as diversas latitudes.
Exemplo
E1 = 1 / 25.000 E2 = 1 / 125.000
FR =
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1) Tendo-se medido uma distância na carta igual a 2 mm, sabendo-se que a distância no
terreno é igual a 1.200 m, calcular a escala da carta.
E=
2) Tendo-se uma carta na escala 1/40.000, e medido-se uma distância na carta igual a 4 mm,
determinar a distância correspondente no terreno.
E = 1/40.000 d = 4 mm
4) Sendo dada a escala de uma carta igual a 1/80.000, e uma distância medida na carta
igual a 5 cm, pede-se verificar qual a escala de uma carta em que a mesma distância foi
medida por 2,6667 cm.
D = 4.000 m = 4 km
E' =
FR =
E' =
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Um mapa não pode ser 100% exato, pois está suscetível a erros nas diversas fases de
sua produção. A exatidão de um mapa pode ser estabelecida por um valor que relaciona as
posições encontradas no mapa com as do campo (supostamente verdadeiras). Pôr exemplo,
na parte prática pode ser analisadas discrepâncias entre coordenadas obtidas a partir do
sistema GPS e de meios digitais. Associados a estas discrepâncias estão os desvios padrão
das mesmas e a probabilidade de ocorrência destes.
MERCHANT ( 1982) relata que nos EUA o National Map Accuracy Standard é usado
como padrão para os mapas de escala pequena (atlas). Já, os mapas de escala grande são
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No que diz respeito às coordenadas no mapa, tem-se que, 90% dos pontos bem
definidos devem ter erro menor do que 2,146 do erro permitido. Este valor (2,146) foi
determinado empiricamente e é relativo ao Circular Map Accuracy Standard ( CMAS).
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"Art.8º As cartas quanto à sua exatidão devem obedecer ao Padrão de Exatidão Cartográfica -
PEC, segundo o critério abaixo indicado:
1. Noventa por cento dos pontos bem definidos numa carta, quando testados no terreno, não
deverão apresentar erro superior ao Padrão de Exatidão Cartográfica - Planimétrico -
estabelecido.
2. Noventa por cento dos pontos isolados de altitude, obtidos por interpolação de curvas-de-
nível, quando testados no terreno, não deverão apresentar erro superior ao Padrão de Exatidão
Cartográfica - Altimétrico - estabelecido.
§2º A probabilidade de 90% corresponde a 1,6449 vezes o ErroPadrão - PEC = 1,6449 EP.
§3º O Erro-Padrão isolado num trabalho cartográfico, não ultrapassará 60,8% do Padrão de
Exatidão Cartográfica.
§4º Para efeito das presentes Instruções, consideram-se equivalentes as expressões Erro-
Padrão, Desvio-Padrão e Erro-Médio-Quadrático.
Seção 2
Classes de Cartas
Art.9º As cartas, segundo sua exatidão, são classificadas nas Classes A, B e C, segundo os
critérios seguintes:
a- Classe A
1. Padrão de Exatidão Cartográfica - Planimétrico: 0,5 mm, na escala da carta, sendo de 0,3
mm na escala da carta o Erro-Padrão correspondente.
b- Classe B
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c- Classe C
Parágrafo único
Art.11 Nenhuma folha de carta será produzida a partir da ampliação de qualquer documento
cartográfico.
§1º Excepcionalmente, quando isso se tornar absolutamente necessário, tal fato deverá
constar explicitamente em cláusula contratual no termo de compromisso,
§2º Uma carta nas condições deste artigo será sempre classificada com exatidão inferior à do
original, devendo constar obrigatoriamente no rodapé a indicação "Carta ampliada a partir de (.
.. documento cartográfico) em escala (... tal)".
§3º Não terá validade legal para fins de regularizacão fundiária ou de propriedade imóvel, a
carta de que trata o "caput" do presente artigo. "
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9 - PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS
Uma projeção de mapa ou um sistema de projeção cartográfica pode ser definido como sendo
"qualquer representação sistemática de paralelos e meridianos retratando a superfície da
Terra, ou parte dela, considerada em uma esfera ou esferóide, sobre um plano de referência".
Cada ponto da superfície terrestre de coordenadas geográficas ou geodésicas (φ, λ), deve ser
definido em um plano por um único ponto de coordenadas (x, y) cartesianas ou (r, θ ) polares.
x = f1 (φ, λ ),
y = f2 (φ, λ),
r = f3 (φ, λ),
θ = f4 (φ, λ).
Em que fi são funções que determinam cada uma das coordenadas na representação do mapa.
Assim, fica estabelecido que cada ponto da superfície terrestre terá um e apenas um ponto
correspondente na carta ou mapa, ou seja, existirá uma correspondência um-para-um entre o
mapa e a superfície terrestre, ou seja, x e y (ou r e θ ), são funções de (φ, λ).
Este relacionamento na realidade poderá ser até questionado mais tarde, uma vez que
algumas projeções mostram o mesmo meridiano duas vezes, ou os polos são representados
por linhas ou alguma parte da superfície terrestre não seja representada. Mas isso são
características intrísecas à determinados tipos de projeções, que exigem representações
duplas de mesmos meridianos ou paralelos, ou mesmo por relacionamenmtos matemáticos
que não permitam a visualização de determinada porção terrestre. O principal motivo destes
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Estas particularidades geralmente ocorrem nas bordas das projeções e devem ser tratadas
como casos excepcionais ou pontos singulares. De qualquer forma, dentro do contexto das
projeções cada ponto da superfície terrestre é representado apenas uma vez, e portanto a idéia
de pontos correspondentes pode ser aplicado.
A correspondência entre a superfície e o mapa não pode ser exata por dois motivos básicos:
- A superfície curva da Terra não pode ajustar-se a um plano sem a introdução de alguma
espécie de deformação ou distorção, equivalente a esticar ou rasgar a superfície curva.
Estas deformações serão tanto maiores quanto maior for a área projetada, e quanto mais
afastada for do centro da projeção. O centro de projeção caracteriza o local onde a distorção
é nula. A área em torno do centro de projeção, onde as distorções são inferiores a certos
valores limites, estabelecidos a priori em função da finalidade da projeção, caracteriza o
campo de projeção. O termo deformação não é muito bem aplicado podendo levar à idéia do
desconhecimento de formas e estruturas aplicadas. Já o termo distorção estabelece que existe
um conhecimento prévio do comportamento da deformação.
A definição de escala aplicada ao globo terrestre, pode ser caracterizada pela razão entre a
distância no mapa, globo ou seção vertical e a distância real que representa. De uma forma
genérica, se AB é o comprimento no terreno e ab o comprimento no mapa
Esta definição pode ser usada para caracterizar a escala de um globo que
representa a Terra. Neste caso, a comparação é efetuada pelo comprimento de dois arcos de
círculo máximo AB na Terra e ab no globo. O comprimento de um arco de círculo máximo é
dado por:
ou E =
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Assume-se que o globo gerado dessa forma é uma réplica exata da Terra à escala considerada
e a escala principal é definida como sendo "a escala de redução para um globo,
representando a esfera ou esferóide, definida pela relação fracionária de seus
respectivos raios".
Estabelece-se ainda que esta escala, por ser representativa da réplica perfeita da Terra à
escala do mapa, é isenta de variação. Assim, define-se a escala principal como tendo um fator
de escala µ 0 = 1.0, e as distorções que venham a ocorrer serão avaliadas como frações de
unidade ou múltiplos da unidade.
O fator de escala µ pode ser então definido como o valor adimensional determinado pelo
relacionamento entre a escala na área considerada e a escala principal.
Assim um fator de escala igual a 2, caracteriza uma ampliação de escala de duas vezes a
escala principal, por exemplo, se a escala principal for igual a 1/ 20 000 e a escala de área
igual a 1/ 10 000. Da mesma forma um fator de escala igual a 0,5, caracteriza uma redução de
escala também de duas vezes, ou seja, se a escala principal é igual a 1/ 20 000, a escala de
área será de 1/40 000.
O exame de um globo representativo da superfície terrestre mostra que a sua superfície não
poderá ser transformada em um plano. É possível porém, para um globo de dimensões de uma
bola de futebol, ajustar-se um pedaço de papel, como por exemplo um selo, sem deformá-lo ou
rasgá-lo. Se este mesmo selo for colocado sobre a superfície de uma bola de ping-pong,
dificilmente será conseguida a adaptação à superfície sem esticá-lo ou rasgá-lo, ou seja, sem
uma deformação ser aplicada.
As distorções ou deformações são tanto maiores quanto maior a área representada, e terão
características próprias segundo a forma de relacionamento entre a superfície terrestre e a
representação plana correspondente, caracterizando a projeção adotada.
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A figura abaixo apresenta uma representação plana da Terra pelo corte da superfície esférica
ao longo dos paralelos de +150 , + 450 e + 750 e ao longo do meridiano de Greenwich.
Aproxima-se do corte de uma laranja. É possível desta forma, realizar-se uma planificação
razoável.
Esta representação faz com que alguns paralelos sejam mostrados duas vezes, gerando uma
descontinuidade do mapa e deixando vazios entre os paralelos.
Desejando-se evitar estes vazios, ou seja, o mapa mostrar a superfície de forma contínua,
deve-se fechar os vazios esticando-se cada zona em uma direção ao longo dos meridianos até
a coincidência dos paralelos, conforme mostra a figura abaixo.
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Uma notável ilustração de distorções e deformações pode ser vista nas figuras. Um rosto foi
desenhado sobre a projeção globular, sendo depois transportado para as projeções ortográfica,
estereográfica e de Mercator.
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Isto não quer dizer que uma projeção é melhor que outra, por que a figura pode ser desenhada
em outra projeção e transportada para a inicial, gerando também distorções.
A distorção descrita para a elaboração do mapa contínuo da figura 5.2, é definida como uma
distorção linear ao longo dos meridianos.
O resultado gráfico mostra que o comprimento entre dois paralelos aumenta do meio para as
extremidades do mapa, ou seja, os comprimentos entre os meridianos sucessivos variam
apenas em função da latitude.
Esta distorção porém, irá influenciar a representação de ângulos e áreas no mapa, conforme
pode ser demonstrado da seguinte forma:
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Fazendo-se a escala ao longo do eixo dos Y dobrar, enquanto que no eixo dos X continua a
mesma.
Em um sistema de projeção estas deformações não podem ser facilmente definida por gráficos
planos, mas a característica principal é perfeitamente definida: ambas as deformações
dependem da deformação linear e em conseqüência podem ser definidas através delas.
Quando a escala de um mapa é conhecida, supõe-se que ela seja constante para toda a área
do mapa, em três aspectos:
- que a razão de escala seja aplicada à todos os comprimentos e distâncias e linhas medidas
no mapa;
- que razão de escala seja constante para todas as partes dos mapas;
Isto parece ser axiomático em muitos tipos de mapas, mas a suposição de que a escala é
constante para todas as distâncias, em todos os lugares e em qualquer direção, não é
verdadeira.
É claramente impossível criar um mapa perfeito, onde a escala principal seja preservada em
todos os pontos. É fácil porém, manter a escala principal ao longo de certas linhas ou pontos
no mapa, onde a escala é constante e igual à escala principal, ocasionando uma distorção é
nula.
Linhas de distorção nula, são linhas em uma projeção, ao longo das quais a escala principal é
preservada e correspondem a determinados círculos máximos ou pequenos círculos na esfera
ou elipsóide.
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Pontos de distorção nula são os pontos onde a escala principal é preservada. Os planos
tangentes à superfície da Terra gerarão sempre um ponto de distorção nula.
Qualquer plano secante à superfície terrestre irá gerar uma linha de distorção nula, que será
sempre identificada como um pequeno círculo.
Um cilindro ou cone tangente à superfície terrestre gerará uma linha de distorção nula,
igualmente um pequeno círculo.
Um cilindro ou um cone, secante à superfície terrestre, gerará duas linhas de distorção nula,
também pequenos círculos.
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A escala ao longo de uma direção qualquer segundo um azimute determinado existe, porém
não será importante para o estudo da maior parte das projeções.
As escalas ao longo dos meridianos e paralelos, são funções da projeção que esteja sendo
empregada, da latitude e da longitude.
As escalas máxima e mínima são funções das escalas ao longo dos paralelos e meridianos, e
representam a variação máxima e mínima de escala em um ponto.
Apesar do fato da escala principal ser preservada em algumas linhas ou pontos em uma
projeção e as escalas específicas serem variáveis em posição e direção no mapa, é possível
criar combinações de escalas específicas que podem ser mantidas por todo o mapa, exceção
feita apenas nos pontos singulares, onde não se mantêm as características projetivas.
- Conformidade
- Equivalência
- Eqüidistância
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9.5.1 -CONFORMIDADE
Uma projeção conforme é uma projeção em que a escala máxima é igual à mínima em todas
as partes do mapa (a = b).
Assim as pequenas formas são preservadas e os ângulos de lados muitos curtos também
são preservados. Isto é uma característica necessária aos mapas que servirão a propósitos de
medição de ângulos ou direções. Ou seja, os ângulos em torno de um ponto são mantidos.
Incorretamente esta propriedade é referenciada como uma projeção de formas verdadeiras. Na
realidade só a forma de pequenas áreas são preservadas. Grandes áreas, de caracteristicas
regionais ou globais são distorcidas em sua configuração geral.
Serve para todos os empregos relativos a direção dos ventos, rotas, cartas topográficas, etc.
9.5.2 - EQUIVALÊNCIA
As escalas máxima e mínima são recíprocas: a.b = 1, mantendo uma escala de área uniforme.
Deforma muito em torno de um ponto, porque a escala varia em todas as direções.
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Devido às suas deformações não interessa à cartografia de base, porém é de muito interesse
para a cartografia temática.
9.5.3 -EQÜIDISTÂNCIA
Uma escala específica é mantida igual à escala principal ao longo de todo o mapa. Por
exemplo:
a escala ao longo de um meridiano h = 1.0. Assim sob certas condições, as distâncias são
mostradas corretamente. A equidistância porém não mantida em todo omapa, a escala linear é
correta apenas ao longo de determinadas linhas ou a partir de um ponto específico.
- Propriedades
- Superfície de projeção
- Método de traçado
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Quanto às propriedades, é uma repetição do item anterior, podem ser dividsidas em:
- Conformes
- Equivalentes
- Eqüidistantes
- Afiláticas
Nenhuma dessas propriedades podem coexistir, por serem incompatíveis entre si. Uma
projeção terá uma e somente uma dessas propriedades.
As projeções afiláticas não conservam área, distância, forma ou ângulos, mas podem
apresentar alguma outra propriedade específica que justifique a sua construção.
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Podem ser:
Conforme o contato da superfície de projeção com o globo, podem ainda ser classificadas em:
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Ainda em relação à superfície de projeção, quanto a posição relativa ao Equador e Pólos, cada
uma dessas superfícies de projeção tem uma outra classificação.
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As projeções cônicas por sua vez também podem ser classificadas em:
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Segundo a forma de traçar (desenhar ou criar as projeções) podem ser classificadas em:
- Analíticas: São as que podem ser traçadas com o auxílio de cálculo adicional, tabelas ou
ábacos e desenho geométrico próprio.
- Convencionais: São as que só podem ser traçadas com o auxílio de cálculo e tabelas.
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Conforme a posição do ponto de vista, podem ser ainda mais uma vez subdivididas em:
Uma pergunta pode então ser feita. "Como reconhecer uma projeção?"
Visando a resposta a esta pergunta, serão colocadas sete elementos diagnóstico, sob os quais
deverão ser examinadas as projeções.
1) - A Terra está mapeada como uma feição contínua ou existem descontinuidades no mapa?
2) - Que tipo de figura geométrica é formada pelo limite do mapa, seja ele do mundo ou do
hemisfério?
3) - Como estão os continentes e oceanos dispostos em relação aos limites e eixos do mapa?
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6) - Os meridianos ou paralelos curvos são formados por círculos, arcos de círculos ou arcos
de curvas de ordem superior (elipses, hipérboles). Se os arcos forem circulares são
concêntricos?
Todas essas variáveis podem ajudar a identificar uma projeção e maior parte delas pode ser
usada de alguma forma para verificar a sua classificação.
A aparência de uma projeção é de valor menor para a definição de uma ou outra propriedade,
por exemplo, se uma projeção tem as gratículas oblíquas, pode-se inferir que não seja
conforme, porém a recíproca não é verdadeira.
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Na hipótese esférica, todos os grandes círculos que passam pelo centro de projeção são
apresentados como linhas retas. Portanto, o caminho mais curto do centro da projeção a
qualquer ponto serão sempre retas.
- Ortográficas
- Estereográficas
- Gnomônicas
- Azimutal Eqüidistante
- a forma mais simples são as polares, em que os meridianos são retas irradiadas do centro e
os paralelos círculos concêntricos;
- possuem um ponto de contato, sendo as distorções mais amplas à medida que se afasta do
centro da projeção.
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Nas projeções equatoriais, os meridianos e paralelos são sempre representados por retas
ortogonais, sendo que o Equador sempre estará em verdadeira grandeza.
Nos demais casos, geralmente nem os meridianos nem os paralelos são retas, ocorrendo isto
apenas em casos especiais.
- Projeção de Mercator;
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10.2.1.1.Características e Utilização
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Devido a esta capacidade de apresentar as loxodrômicas, uma das suas principais aplicações
são as cartas de navegação.
A grande distorção de área de projeção pode levar a concepções erradas por leigos em
Cartografia. A comparação clássica é estabelecida entre a América do Sul e a Groelândia. Esta
aparece maior, apesar de realmente ser 1/8 do tamanho da América do Sul.
O polo Norte e Sul não podem ser mostrados por serem pontos singulares, estão no infinito,
podendo dar a impressão de serem inacessíveis.
Devido às distorções, a escala da projeção é uma escala variável. É constante ao longo dos
paralelos, variando porém em função da latitude, é inversamente proporcional ao coseno da
latitude.
É ainda bastante empregada em Atlas e cartas que necessitem mostrar direções (cartas
magnéticas e geológicas). Praticamente todas os mapas de fusos horários são impressas na
projeção de Mercator.
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A linha mais curta entre dois pontos dados na superfície de uma esfera é o menor arco do
círculo máximo que os une. Na esfera define-se como a ortodrômica entre estes pontos. Se
for considerado o esferóide, a linha mais curta é definida pela linha geodésica entre os dois
pontos, que é a linha mais curta em uma superfície curva qualquer. Entetanto é possível
considerar a superfície terrestre como uma esfera e esta aproximação ser suficientemente
precisa para uma grande quantidade de aplicações.
Uma linha de rumos ou uma loxodrômica, é a linaha que corta os meridianos segundo um
azimute constante. Assim, será sempre possivel de qualquer ponto da superfície terrestre
chegar até o polo, apenas percorrendo esta linha. A navegação entre dois pontos utilizando a
loxodrômica não necessita de correção de direção.
A única projeção que apresenta uma loxodrômica como uma linha reta é a projeção de
Mercator, enquanto que a única que apresenta as ortodrômicas como retas é a projeção
gnomônica. Porém, o que é representado como reta em uma não o é na outra, colocando-se
uma opção para se determinar uma navegação entre dois pontos, se pela ortodrômica ou pela
loxodrômica. Evidente que cada uma delas possue suas vantagens características.
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Resumo
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- Não é perspectiva;
Características Gerais
A forma elipsóidica é também conforme mas a escala é afetada por outros fatores além da
distância do meridiano central.
A escala ao longo do meridiano central é tomada como verdadeira ou ligeiramente menor, para
que todo o mapa fique como uma escala média. Dessa forma o cilindro será secante à Terra,
criando-se duas linhas de escala verdadeira.
Utilização
- Mapeamentos Topográficos;
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Resumo
- Conforme;
- O meridiano central e cada meridiano a ± 90º do meridiano central e o Equador são retas;
Características Gerais
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Normalmente é utilizada para mostrar a região próxima à linha central. Sob essas condições
parece similar aos mapas da mesma área em outras regiões, à exceção das medidas de
escala, que mostrarão diferenças.
Utilização
- Foi a projeção mais capaz de projetar imagens de satélite no sistema Landsat (HOM - Hotime
Oblique Mercator).
Resumo
- Cilíndrica;
- Conforme;
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- A escala na forma esférica é verdadeira ao longo da linha central (o círculo máximo tangente
ao cilindro), ou ao longo de linhas retas parelelas à linha central, no caso de secância;
Resumo e Características
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11 - - PROJEÇÕES CÔNICAS
Enquanto as projeções cilíndricas são usadas para representar mapas mundiais, ou uma faixa
estreita ao longo do Equador, meridiano ou círculo máximo, as projeções cônicas são utilizadas
para mostrar uma região que se estenda de este para oeste em zonas temperadas.
A superfície de projeção agora é definida pela superfície de um cone, que pode ser tangente ou
secante à superfície terrestre, sendo então planificada. Apresenta-se igualmente em três
aspectos: equatorial, transverso e obliquo.
As projeções cônicas normais distinguem-se pelo uso de arcos de círculos concêntricos para a
representação dos paralelos e raios desses círculos, igualmente espaçados, para representar
os meridianos. Os ângulos entre os meridianos são menores que a diferença real em longitude.
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Os arcos circulares podem ou não ser igualmente espaçados, dependendo das características
da projecão.
O nome cônica origina-se do fato das projeções mais elementares serem derivadas de um
cone colocado no topo do globo. O eixo do cone coincidindo com o eixo terrestre e seu lado
tangente ao globo, descrevendo um paralelo padrão, onde a escala é real e sem distorções.
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12.1 -INTRODUÇÃO
Ao fim do século XVIII, tendo por fim o levantamento do território de Hannover, Gauss
estabeleceu um sistema de projeção conforme para a representação do elipsóide: Gauss
Hannovershe Projektion.
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Após a 1a Grande Guerra Mundial (1914-1918), as exigências militares fazem com que as
projeções conformes sejam largamente empregadas na confecção de cartas topográficas.
Este sistema foi proposto pela UGGI em 1935 como um sistema universal, numa tentativa de
unificação dos trabalhos cartográficos.
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Especificações
Serão apresentadas aqui as especificações de todos os sistemas (G. Kruger, Tardi e UTM),
devido ao fato de ainda existirem em circulação cartas que foram impressas nesses sistemas.
Isto pode confundir o leigo, uma vez que as coordenadas desses sistemas não são
compatíveis. Mesmo tratando-se de sistemas teoricamente semelhantes, são diferentes em
conteúdo.
- Constante do Equador - 0;
- Coordenadas planas:
Desenho
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É um sistema de aplicação mais local. Inspirou a criação dos sistemas LTM (Local Transversa
de Mercator).
- Meridiano central múltiplo de 6º . Para o caso brasileiro, os MC são: 36º, 42º, 48º, 54º, 60º,
66º e 72º ;
Existe portanto um miolo de redução, até a região de secância, aonde k = 1.0. Até as bordas do
fuso haverá ampliação;
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- Estas constantes visam não existir coordenadas negativas o que aconteceria com o sistema
Gauss-Krüger;
- Existência de uma zona de superposição de 30' além do fuso. Os pontos situados até o limite
da zona de superposição são colocados nos dois fusos (próprio e subsequente), para facilitar
trabalhos de campo.
O sistema UTM foi adotado pelo Brasil, em 1955, passando a ser utilizado pela DSG e IBGE
para o mapeamento sistemático do país.
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A tabela a seguir, mostra o número de fusos, seu meridiano central e os meridianos extremos
dos fusos brasileiros.
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-78o
18 -75o
-72o
-72o
19 -69o
-66o
-66o
20 -63o
-60o
-60o
21 -57o
-54o
-54o
22 -51o
-48o
-48o
23 -45o
-42o
-42o
24 -39o
-36o
-36o
25 -33o
-30o
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O cilindro sofre uma redução, tornando-se secante ao globo terrestre, logo, o raio do cilindro é
menor do que a esfera modelo.
Estas linhas estão situadas a aproximadamente 180 km a leste e a oeste do meridiano central
do fuso. Pelo valor arbitrado ao meridiano central, as coordenadas da linha de distorção nula
estão situadas em 320.000 m e 680.000 m aproximadamente.
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Deve ser observado, que o limite de fuso deve sempre ser preservado. A ampliação cresce de
tal forma após a transposição de fusos, que não respeitar o limite traz distorções
cartograficamente inadmissíveis.
As coordenadas são dimensionadas em metros, sendo normalmente definidas até mm, para
coordenadas de precisão.
As coordenadas N, acima do Equador são caracterizadas por serem maiores do que zero e
crescem na direção norte.
Abaixo do Equador, que tem um valor de 10.000.000,00 m, são decrescentes na direção sul.
Um ponto qualquer P, será definido pelo par de coordenadas UTM E e N de forma P (E;N).
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Exemplo
- P1 (640 831,33 m; 323, 285 m). É um ponto situado à direita do meridiano central e no
hemisfério norte.
- P2 (640 831,33 m; 9 999 676, 615 m). É um ponto simétrico do ponto anterior em relação ao
Equador.
- P3 (359 168,67 m; 9 999 676, 715 m). É um ponto simétrico em relação ao anterior, em
relação ao meridiano central.
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É importante observar que cada fuso será responsável por um conjunto igual de coordenadas,
ou seja, o que irá diferenciar o posicionamento de um ponto, será a indicação do meridiano
central ou do fuso que contém o ponto ou conjunto de pontos.
Pelo esquema apresentado na figura, pode-se verificar que as coordenadas, não têm os
valores das constantes do Equador e do meridiano central. Estas constantes são adicionadas
para evitar coordenadas negativas.
- O sistema UTM é utilizado entre as latitudes de 84° e - 80° . As regiões polares são
complementadas pelo UPS (Universal Polar Estereographic).
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f = 1 / 297
f = 1 / 298,25
Cartas mais antigas podem mostrar não só sistemas de projeção diferentes (Gauss-Krüger,
Gauss-Tardi) como também estarem relacionando outros data e elipsóides.
A transformação de coordenadas pode ser efetuada por cálculo manual, utilizando-se tabelas e
manuais de transformação desenvolvidos pela DSG e IBGE, ou através de rápido cálculo em
calculadora de bolso ou programas de computadores.
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Cada CIM abrange uma área de 6o em longitude por 4o de latitude, e são representados
por uma letra e um número, procedidos de N ou S, conforme situem-se no Hemisfério Norte ou
Sul, respectivamente. As letras designam a faixa de 4o em latitude, contados a partir do
Equador e os números, as zonas em longitude, contados a partir do antimeridiano de
GreenWich, por leste.
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13.1.1 -CÁLCULO DE N O
DE FUSO DE UMA CARTA
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λ = 43 o 29’ 56” W
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14 - BIBLIOGRAFIA
GRIPP JR, Joel - O sistema UTM: Operações Principais - Apostila no prelo, UFV, Viçosa - MG,
1994.
MORAES REGO, Luiz F. A Cartografia de São Paulo. Boletim Instituto de Engenharia, São
Paulo, n.122, p.153-162, mar./abr. 1936.
CEFETES/GEOMÁTICA
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GEORREFERENCIAMENTO APLICADO AO CADASTRO DE IMÓVEIS RURAIS GEODÉSIA & CARTOGRAFIA
MORAES REGO, Luiz F. A Cartografia de São Paulo. Boletim Instituto de Engenharia, São
Paulo, n.123, p.191-199, maio, 1936.
Loch, Carlos & Cordini, Jucilei (1995). “Topografia Contemporânea. Planimetria”. Editora da
Universidade Federal de Santa Catarina.
Moura, J. Filho. (1997). Elementos de Cartografia – Técnica e História”. Vol. I e II. Editado por
J. Moura Filho. Belém, PA.
ZARUR, Jorge. Geografia e Cartografia para fins censitários na América Latina. Revista
Brasileira de Geografia, Rio de Janeiro, v.10, n. 4, p. 561-598, 1948.
CEFETES/GEOMÁTICA
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15 - ANEXOS (1)
• Geóide
• Elipsóide
• DATUM
• Desvio da Vertical
• Redução Angular
• Azimute Geodésico
• Distância Geodésica
• Distância Elipsoidal
• Fator de Escala
• Meridiano Central
• Coordenadas Astronômicas
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16 - ANEXOS (2)
* MC * NI
( ) ( )
∆ λ = λ 1 - MC ∆N= N 0 - NI
∆ λ" *E0
-4
p = ∆ λ " . 10 * EI
2 ( )
p ∆E= E0-EI
( )
* ϕ 1 ( lat ) Tg az = ∆E/∆N
I 4 Az
XII = ( senϕ . 1 0 )
( ) 5
TAB XIII ; f ( ϕ ) Azp (I -0)
2
XIII . p2 E' 0
( )
3 ( ) ( )
GRÁFICO Cs ; f ( ∆ λ ) d' I = 2 E' I + E' 0
-4 ( )
CMp" ( g + Cs ) d I = 2 d' I . 10
4 ( )
CMp TAB XVIII ; f ( N )
( )
* Azg (I -0) ∆ N . XVIII
6 ( )
Azg (I -0) + 180º C
( ) ( )
- CMp Ra = C . dI
Azg ( I - 0 ) Azgp (I -0)
CALCULISTA:
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17 - ANEXO (3)
TRANSFORMAÇÃO DE COORDENADAS
SERVIÇO:
LOCAL: ESTAÇÃO:
PLANAS - SISTEMA UTM EM GEOGRÁFICAS
N= q= E=
(-) 2
Cte = q = Cte =
3
N' = q = E' =
4
(I)= q = ( IX ) =
(+ ) 5
∆ (I)= q = ∆ ( IX ) =
6
ϑ'= q = IX .q =
( VII ) = ( X) =
∆ ( VII ) = ∆ ( X) =
VII = X=
VIII = E' 5 =
∆ λ" =
D' 6 ∆λ =
6
D' 6 .q = λ 0 =
ϑ = λ =
FÓRMULAS:
q = 0,000001 E'
2 4 6
ϑ = ϑ ' - VII .q + VIII .q - D' 6 .q
3 5
∆ λ = IX .q - X .q + E' 5 . Q
ARGUMENTOS DAS TABELAS - ϑ '
CALCULISTA :
CEFETES/GEOMÁTICA
163
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18 - ANEXO (4)
TRANSFORMAÇÃO DE COORDENADAS
SERVIÇO:
LOCAL: ESTAÇÃO:
GEOGRÁFICAS EM PLANAS - SISTEMA UTM
ϑ = p= λ =
2
(Ι )= p = λ 0 =
3
∆ (I)= p = ∆λ =
(I)= 4
p = ∆ λ" =
5
p =
( ΙΙ ) = p6= ( IV ) =
∆ ( II ) = D ( IV ) =
( II ) = ( IV ) =
II .p 2 = IV .p 2 =
( III ) = (V)=
4
III .p = ∆V=
(V)=
A' 6 = V .p 3 =
A' 6 . P 6 =
B' 5 =
N' = B' 5 .p 5 =
Cte = E' =
N' = Cte =
N= E =
FÓRMULAS:
p = 0,0001 ∆ λ ' ( sempre positivo )
N' = I + II .p 2 + III .p 4 + A' 6 .p 6
E' = IV .p + V .p 3 + B' 5 .p 5
ARGUMENTOS DAS TABELAS - ϑ
CALCULISTA :
CEFETES/GEOMÁTICA
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19 - ANEXO (5)
CEFETES/GEOMÁTICA
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20 - ANEXO (6)
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∗ α
Azgp (I-2)= (h+α )
* ( distância geodésica) dg
( ∆ E ) = dg .sen Azgp (I-2) ( ∆ N ) = dg .cos Azgp (I-2)
2
E'I q
( E'2 ) = E'I + ( ∆ E ) q4
qI = E'I . 10 -6 a = 3q4 . 10 -5
q2 = E'2 . 10 -6 TAB XVIII
qI .q2 b = XVIII .q 2
q I2 a+b+I
2
q2 K=(a+b+I).K0
( qI .q2 ) + qI2 + q22
* ( distância reduzida ) dr = dg . K
( ∆ N ) . XVIII C
2 E' 2 E'2
d'I = 2 E'I + E'2 d'2 = 2 (E' 2 ) + E'I
dI = d'I . 10 -4 d2 = d'2 . 10 -4
Ra ( I - 2 ) = c . dI Ra ( 2 - 1 ) = c . d2
Azp ( I - 2 ) = Azgp ( I - 2 ) - Ra ( I - 2 ) =
∆ N = dr .cos Azp ∆ Ε = dr .sen Azp
N2 = NI + ∆ N E2 = EI + ∆ E
Azp (2-I) = Azgp ( I - 2 ) - Ra ( 2 - I ) + 180º =
* DADOS
K0 = 0,9996 E' = E - 500.000,000
q2 = 1/3 ( qI .q2 + q12 + q22 ) K = fator de redução linear
C = ∆ N . XVIII . 6,8755 . 10 -4 α = 0 2
CALCULISTA:
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∗ α
Azgp (I-2)= (h+α )
* ( distância geodésica) dg
( ∆ E ) = dg .sen Azgp (I-2) ( ∆ N ) = dg .cos Azgp (I-2)
2
E'I q
( E'2 ) = E'I + ( ∆ E ) q4
qI = E'I . 10 -6 a = 3q4 . 10 -5
q2 = E'2 . 10 -6 TAB XVIII
qI .q2 b = XVIII .q 2
q I2 a+b+I
2
q2 K=(a+b+I).K0
( qI .q2 ) + qI2 + q22
* ( distância reduzida ) dr = dg . K
( ∆ N ) . XVIII C
2 E' 2 E'2
d'I = 2 E'I + E'2 d'2 = 2 (E' 2 ) + E'I
dI = d'I . 10 -4 d2 = d'2 . 10 -4
Ra ( I - 2 ) = c . dI Ra ( 2 - 1 ) = c . d2
Azp ( I - 2 ) = Azgp ( I - 2 ) - Ra ( I - 2 ) =
∆ N = dr .cos Azp ∆ Ε = dr .sen Azp
N2 = NI + ∆ N E2 = EI + ∆ E
Azp (2-I) = Azgp ( I - 2 ) - Ra ( 2 - I ) + 180º =
* DADOS
K0 = 0,9996 E' = E - 500.000,000
q2 = 1/3 ( qI .q2 + q12 + q22 ) K = fator de redução linear
C = ∆ N . XVIII . 6,8755 . 10 -4 α = 0 2
CALCULISTA:
CEFETES/GEOMÁTICA