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11.1.

2011 PT Jornal Oficial da União Europeia L 6/3

REGULAMENTO (UE) N.o 15/2011 DA COMISSÃO


de 10 de Janeiro de 2011
que altera o Regulamento (CE) n.o
2074/2005 no que respeita aos métodos de análise reconhecidos
para detectar biotoxinas marinhas em moluscos bivalves vivos
(Texto relevante para efeitos do EEE)

A COMISSÃO EUROPEIA, da Cadeia Alimentar da AESA referiu que estes bioensaios


apresentavam lacunas e não eram considerados um ins­
Tendo em conta o Tratado sobre o Funcionamento da União trumento adequado para efeitos de controlo, devido à
Europeia, elevada variabilidade dos resultados, à insuficiente capa­
cidade de detecção e à especificidade limitada.
Tendo em conta o Regulamento (CE) n.o 853/2004 do Parla­
mento Europeu e do Conselho, de 29 de Abril de 2004, que
estabelece regras específicas de higiene aplicáveis aos géneros (4) Desenvolveram-se recentemente alguns métodos alterna­
alimentícios de origem animal (1), nomeadamente o tivos aos métodos biológicos para determinar as toxinas
artigo 11.o, n.o 4, marinhas com limites de detecção (LOD) inferiores, tendo
esses métodos alternativos sido testados, com resultados
Tendo em conta o Regulamento (CE) n.o 854/2004 do Parla­ positivos, em estudos de pré-validação.
mento Europeu e do Conselho, de 29 de Abril de 2004, que
estabelece regras específicas de organização dos controlos ofi­
ciais de produtos de origem animal destinados ao consumo (5) Num estudo interlaboratorial de validação, realizado pe­
humano (2), nomeadamente o artigo 18.o, n.o 13, alínea a), los Estados-Membros e coordenado pelo laboratório de
referência da União Europeia para as biotoxinas marinhas
Considerando o seguinte: (LR-UE), validou-se um método de cromatografia líquida
associado à espectrometria de massa (LC-MS/MS). Este
(1) O Regulamento (CE) n.o 854/2004 estabelece regras es­ método está disponível ao público, para consulta, na
pecíficas de organização dos controlos oficiais de produ­ página Web do LR-UE (http://www.aesan.msps.es/en/
tos de origem animal e o Regulamento (CE) /CRLMB/web/home.shtml). Esta técnica validada de cro­
n.o 853/2004 estabelece regras específicas de higiene matografia líquida (LC) e espectrometria de massa (MS)
aplicáveis aos géneros alimentícios de origem animal. deve ser aplicada como método de referência na detecção
As medidas de execução desses regulamentos, no que de toxinas lipofílicas e utilizada, por rotina, tanto para
respeita aos métodos de análise reconhecidos para detec­ efeitos de controlos oficiais em qualquer fase da cadeia
tar biotoxinas marinhas, encontram-se estabelecidas no alimentar, como pelos operadores das empresas do sector
Regulamento (CE) n.o 2074/2005 da Comissão, de alimentar nos seus auto-controlos.
5 de Dezembro de 2005, que estabelece medidas de
execução para determinados produtos ao abrigo do Re­
gulamento (CE) n.o 853/2004 do Parlamento Europeu e (6) Pode aplicar-se na detecção de toxinas lipofílicas qualquer
do Conselho e para a organização de controlos oficiais outro método reconhecido, diferente da cromatografia
ao abrigo dos Regulamentos (CE) n.o 854/2004 do Par­ líquida (LC) e da espectrometria de massa (MS), desde
lamento Europeu e do Conselho e n.o 882/2004 do que preencha os critérios de desempenho estabelecidos
Parlamento Europeu e do Conselho, que derroga o Re­ pelo LR-UE para o método. Esses métodos devem ser
gulamento (CE) n.o 852/2004 do Parlamento Europeu e validados intralaboratorialmente e obter resultados posi­
do Conselho e altera os Regulamentos (CE) n.o 853/2004 tivos nos testes realizados no âmbito de um esquema
e (CE) n.o 854/2004 (3). Atendendo aos novos dados reconhecido de testes de proficiência. Em caso de con­
científicos, torna-se necessário alterar essas medidas de testação dos resultados, o método de referência deve ser
execução. o método LC-MS/MS do LR-UE.

(2) Em Julho de 2006, a Comissão solicitou à Autoridade


Europeia para a Segurança dos Alimentos (AESA) que (7) Devem continuar a utilizar-se os métodos biológicos du­
formulasse um parecer científico sobre a avaliação dos rante um certo período, a fim de permitir que os Estados-
actuais limites máximos e métodos de análise definidos -Membros adaptem os seus métodos ao método químico.
para determinadas biotoxinas marinhas, conforme estabe­ Após este período, os métodos biológicos devem ser
lecidos na legislação comunitária, incluindo novas toxinas utilizados, não por rotina, mas apenas durante a moni­
emergentes, e a sua relação com a saúde humana. O torização periódica de zonas de produção para detecção
último de uma série de pareceres foi publicado em de toxinas marinhas novas ou desconhecidas.
24 de Julho de 2009.

(3) O bioensaio em ratos (MBA) e o bioensaio em ratazanas (8) O Regulamento (CE) n.o 2074/2005 deve, pois, ser alte­
(RBA) são os métodos oficiais para a detecção de bioto­ rado em conformidade.
xinas lipofílicas. O Painel Científico dos Contaminantes

(1) JO L 139 de 30.4.2004, p. 55. (9) As medidas previstas no presente regulamento estão em
(2) JO L 139 de 30.4.2004, p. 206. conformidade com o parecer do Comité Permanente da
(3) JO L 338 de 22.12.2005, p. 27. Cadeia Alimentar e da Saúde Animal,
L 6/4 PT Jornal Oficial da União Europeia 11.1.2011

ADOPTOU O PRESENTE REGULAMENTO: Artigo 2.o


Artigo 1.o O presente regulamento entra em vigor no vigésimo dia se­
guinte ao da sua publicação no Jornal Oficial da União Europeia.
n.o
O anexo III do Regulamento (CE) 2074/2005 é alterado em
conformidade com o anexo do presente regulamento. É aplicável a partir de 1 de Julho de 2011.

O presente regulamento é obrigatório em todos os seus elementos e directamente aplicável em


todos os Estados-Membros.

Feito em Bruxelas, em 10 de Janeiro de 2011.

Pela Comissão
O Presidente
José Manuel BARROSO
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ANEXO

No anexo III do Regulamento (CE) n.o 2074/2005, o capítulo III passa a ter a seguinte redacção:

«CAPÍTULO III
MÉTODOS DE DETECÇÃO DAS TOXINAS LIPOFÍLICAS
A. Metodologia química
1. O método LC-MS/MS do LR-UE é o método de referência a utilizar na detecção das toxinas marinhas referidas no
anexo III, secção VII, capítulo V, ponto 2, alíneas c), d) e e), do Regulamento (CE) n.o 853/2004. Este método deve
determinar, pelo menos, os seguintes compostos:

— toxinas do grupo do ácido ocadaico: OA, DTX1, DTX2, DTX3 e respectivos ésteres,

— toxinas do grupo das pectenotoxinas: PTX1 e PTX2,

— toxinas do grupo das iessotoxinas: YTX, 45 OH YTX, homo YTX e 45 OH homo YTX,

— toxinas do grupo dos azaspirácidos: AZA1, AZA2 e AZA3.

2. Deve calcular-se a equivalência da toxicidade total, utilizando os factores de toxicidade equivalente (TEF) recomen­
dados pela AESA.

3. Caso sejam descobertos novos análogos significativos para a saúde pública, os mesmos devem ser incluídos na
análise. Deve calcular-se a equivalência da toxicidade total utilizando os factores de toxicidade equivalente (TEF)
recomendados pela AESA.

4. Podem utilizar-se, alternativa ou complementarmente ao método LC-MS/MS do LR-UE, outros métodos, como o
método de cromatografia líquida (LC) associado à espectrometria de massa (MS), a cromatografia líquida de alta
resolução (HPLC) com detecção adequada, os imunoensaios e os ensaios funcionais, como o ensaio de inibição de
fosfatase, desde que:

a) Individualmente ou combinados, sejam capazes de detectar, pelo menos, os análogos identificados na parte A,
ponto 1, do presente capítulo; devem definir-se, se necessário, critérios mais adequados;

b) Cumpram os critérios de desempenho estabelecidos para o método pelo LR-UE. Esses métodos devem ser
validados intralaboratorialmente e apresentar resultados positivos em ensaios realizados no âmbito de um
esquema reconhecido de testes de proficiência. O LR-UE deve apoiar as actividades conducentes à validação
interlaboratorial da técnica, de modo a permitir uma normalização formal;

c) A sua aplicação proporcione um nível equivalente de protecção da saúde pública.

B. Métodos biológicos
1. Pode ainda utilizar-se, até 31 de Dezembro de 2014, um conjunto de procedimentos de bioensaio em ratos, que
diferem na parte submetida a teste (hepato-pâncreas ou corpo inteiro) e nos solventes utilizados na extracção e
purificação, na detecção das toxinas marinhas referidas no anexo III, secção VII, capítulo V, ponto 2, alíneas c), d) e
e), do Regulamento (CE) n.o 853/2004, a fim de permitir que os Estados-Membros adaptem os seus métodos ao
método LC-MS/MS definido na parte A, ponto 1, do presente capítulo.

2. A sensibilidade e a selectividade dependem da escolha dos solventes utilizados na extracção e na purificação, o que
deve ser tido em consideração ao decidir-se sobre o método a utilizar, por forma a abranger toda a gama de
toxinas.

3. Pode utilizar-se um único bioensaio, em ratos, recorrendo à extracção com acetona para detectar o ácido ocadaico,
as dinofisistoxinas, os azaspirácidos, as pectenotoxinas e as iessotoxinas. Este ensaio pode ser complementado, se
necessário, com uma operação de partição líquido-líquido com acetato de etilo/água ou diclorometano/água, a fim
de remover potenciais interferentes.

4. Devem utilizar-se três ratos para cada teste. Se dois dos três ratos morrerem no prazo de 24 horas após a
inoculação com um extracto equivalente a 5 g de hepato-pâncreas ou a 25 g de corpo inteiro, o resultado deve
considerar-se positivo quanto à presença, a níveis superiores aos estabelecidos, de uma ou mais toxinas referidas no
anexo III, secção VII, capítulo V, ponto 2, alíneas c), d) e e), do Regulamento (CE) n.o 853/2004.
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5. Pode utilizar-se um bioensaio, em ratos, recorrendo à extracção com acetona seguido de uma operação de partição
líquido-líquido com éter dietílico para detectar o ácido ocadaico, as dinofisistoxinas, as pectenotoxinas e os
azaspirácidos, mas este bioensaio não pode utilizar-se para detectar as iessotoxinas, dado que podem ocorrer
perdas destas toxinas durante a fase de partição. Devem utilizar-se três ratos para cada teste. Se dois dos três
ratos morrerem no prazo de 24 horas após a inoculação com um extracto equivalente a 5 g de hepato-pâncreas ou
a 25 g de corpo inteiro, o resultado deve considerar-se positivo quanto à presença de ácido ocadaico, dinofisis­
toxinas, pectenotoxinas e azaspirácidos a níveis superiores aos estabelecidos no anexo III, secção VII, capítulo V,
ponto 2, alíneas c), e e), do Regulamento (CE) n.o 853/2004.

6. Pode utilizar-se um bioensaio, em ratazanas, para detectar o ácido ocadaico, as dinofisistoxinas e os azaspirácidos.
Devem utilizar-se três ratazanas para cada teste. Uma reacção diarreica em qualquer uma das três ratazanas é
considerada como um resultado positivo à presença de ácido ocadaico, dinofisistoxinas e azaspirácidos a níveis
superiores aos estabelecidos no anexo III, secção VII, capítulo V, ponto 2, alíneas c), e e), do Regulamento (CE)
n.o 853/2004.

C. Após o período estabelecido na parte B, ponto 1, do presente capítulo, deve utilizar-se o bioensaio em ratos apenas
durante a monitorização periódica de zonas de produção e de afinação para detecção de toxinas marinhas novas ou
desconhecidas, com base nos programas de controlo nacionais elaborados pelos Estados-Membros.»

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