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Secretaria de

Educação

ESCOLA:____________________________________________________________________________________

PROFESSOR (A):______________________________________ SÉRIE/TURNO:________________________


ALUNO (A):______________________________________________________ DATA:______/______/__________

LINGUA PORTUGUESA- BLOCO III – 8º ANO


O Encontro quando voltam tarde de uma festa. Conheça seis
(fragmento) desculpas entre as mais usadas. Uma sugestão:
evite-as. Os pais não acreditam.
Em redor, o vasto campo. Mergulhado em névoa Nós tivemos que ajudar uma senhora que estava
branda, o verde era pálido e opaco. Contra o céu, passando muito mal. Até o socorro chegar... A gente
erguiam-se os negros penhascos tão retos que não podia deixar a pobre velhinha sozinha, não é? O
pareciam recortados a faca. Espetado na ponta da pai do amigo que ia me trazer bateu o carro. Mas
pedra mais alta, o sol espiava atrás de uma nuvem. não se preocupem, ninguém se machucou! Cheguei
“Onde, meu Deus?! – perguntava a mim mesma – um minuto depois do ônibus ter partido. Aí tive de
Onde vi esta mesma paisagem, numa tarde assim ficar horas esperando uma carona... Você acredita
igual?” que o meu relógio parou e eu nem percebi?
Era a primeira vez que eu pisava naquele lugar. Nas Mas vocês disseram que hoje eu podia chegar tarde,
minhas andanças pelas redondezas, jamais fora não se lembram?
além do vale. Mas nesse dia, sem nenhum cansaço, Eu tentei avisar que ia me atrasar, mas o telefone
transpus a colina e cheguei ao campo. Que calma! daqui só dava ocupado!
E que desolação. Tudo aquilo – disso estava bem
certa – era completamente inédito pra mim. Mas por QUESTÃO 02. De acordo com o texto, os pais
que então o quadro se identificava, em todas as não acreditam em
minúcias, a uma imagem semelhante lá nas (A) adolescentes.
profundezas da minha memória? Voltei-me para o (B) psicólogos.
bosque que se estendia à minha direita. Esse bosque (C) pesquisas.
eu também já conhecera com sua folhagem cor de (D) desculpas.
brasa dentro de uma névoa dourada. “Já vi tudo isto,
já vi... Mas onde? E quando?” Duas Almas
Fui andando em direção aos penhascos. Atravessei Ó tu, que vens de longe, ó tu, que vens cansada,
o campo. E cheguei à boca do abismo cavado entre entra, e sob este teto encontrarás carinho: eu nunca
as pedras. Um vapor denso subia como um hálito fui amado, e vivo tão sozinho, vives sozinha sempre,
daquela garganta de cujo fundo insondável vinha um e nunca foste amada...
remotíssimo som de água corrente. Aquele som eu A neve anda a branquear, lividamente, a estrada, e a
também conhecia. Fechei os olhos. “Mas se nunca minha alcova tem a tepidez de um ninho.
estive aqui! Sonhei, foi isso? Percorri em sonho estes Entra, ao menos até que as curvas do caminho se
lugares e agora os encontro palpáveis, reais? Por banhem no esplendor nascente da alvorada.
uma dessas extraordinárias coincidências teria eu E amanhã, quando a luz do sol dourar, radiosa, essa
antecipado aquele passeio enquanto dormia?” estrada sem fim, deserta, imensa e nua, podes partir
Sacudi a cabeça, não, a lembrança – tão antiga de novo, ó nômade formosa!
quanto viva – escapava da inconsciência de um Já não serei tão só, nem irás tão sozinha. Há de ficar
simples sonho.[...] comigo uma saudade tua...
TELLES, Lygia Fagundes. Oito contos de
Hás de levar contigo uma saudade minha...
amor. São Paulo: Ática.
QUESTÃO 01. Na frase “Já vi tudo isso, já vi... WAMOSY, Alceu. Livro dos sonetos. L&PM.
Mas onde?” (ff. 23-24), o uso das reticências
sugere QUESTÃO 03. No verso “e a minha alcova tem a
(A) impaciência. tepidez de um ninho”, a expressão sublinhada dá
(B) impossibilidade. sentido de um lugar
(C) incerteza. (A) aconchegante.
(D) irritação. (B) belo.
(C) brando.
Seja criativo: fuja das desculpas manjadas (D) elegante.
Entrevista com teens, pais e psicólogos mostram que
os adolescentes dizem sempre a mesma coisa
Em breve estaremos juntos novamente para construirmos conhecimentos e lindas histórias!
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Texto I
A criação segundo os índios Macuxis Texto II
No início era assim: água e céu. Um dia, um Menino Cientistas dos EUA anunciaram a clonagem de 50
caiu na água. O sol quente soltou a pele do Menino. ratos a partir de células de animais adultos, inclusive
A pele escorregou e formou a terra. Então, a água de alguns já clonados. Seriam os primeiros clones de
dividiu o lugar com a terra. E o Menino recebeu uma clones, segundo estudos publicados na edição de
nova pele cor fogo.No dia seguinte, o Menino hoje da revista “Nature”.
subiu numa árvore. Provou de todos os frutos. E A técnica empregada na pesquisa teria um
jogou todas as sementes ao vento. Muitas sementes aproveitamento de embriões — da fertilização ao
caíram no chão. E viraram bichos. Muitas sementes nascimento — três vezes maior que a técnica
caíram na água. E viraram peixes. Muitas sementes utilizada por pesquisadores britânicos para gerar a
continuaram boiando no vento. E viraram pássaros. ovelha Dolly.
Folha de S.Paulo. 1º caderno – Mundo. 03 jul. 1998, p.16.
No outro dia, o Menino foi nadar. Mergulhou fundo.
E encontrou um peixe ferido. O peixe explodiu. E da
explosão surgiu uma Menina. O Menino deu a mão QUESTÃO 05. Os dois textos tratam de clonagem.
para a Menina. E foram andando. E o Menino e a Qual aspecto dessa questão é tratado apenas no
Menina foram conhecer os quatro cantos da Terra. texto I?
(A) A divulgação da clonagem de 50 ratos.
Texto II (B) A referência à eficácia da nova técnica de
clonagem.
A criação segundo os negros Nagôs (C) O temor de que seres humanos sejam clonados.
Olorum. Só existia Olorum. No início, só existia (D) A informação acerca dos pesquisadores
Olorum. envolvidos no experimento.
Tudo o mais surgiu depois.
Olorum é o Senhor de todos os seres. Certa vez, Magia das árvores
conversando com Oxalá, — Eu já lhe disse que as árvores fazem frutos do
Olorum pediu: nada e isso é a mais pura magia. Pense agora como
– Vá preparar o mundo! as árvores são grandes e fortes, velhas e
E ele foi. Mas Oxalá vivia sozinho e resolveu casar generosas e só pedem em troca um pouquinho de
com Odudua. Deste casamento, nasceram Aganju, a luz, água, ar e terra. É tanto por tão pouco! Quase
Terra Firme, e Iemanjá, Dona das Águas. De toda a magia da árvore vem da raiz. Sob a terra,
Iemanjá, muito tempo depois, nasceram os Orixás. todas as árvores se unem. É como se estivessem de
Os Orixás são os protetores do mundo. mãos dadas. Você pode aprender muito sobre
BORGES, G. et al. Criação. Belo Horizonte: Terra, 1999. paciência estudando as raízes. Elas vão penetrando
no solo devagarinho, vencendo a resistência mesmo
QUESTÃO 04. Comparando-se essas duas dos solos mais duros. Aos poucos vão crescendo
versões da criação do mundo, constata-se que até acharem água. Não erram nunca a direção.
(A) a diferença entre elas consiste na relação entre o Pedi uma vez a um velho pinheiro que me explicasse
criador e a criação. por que as raízes nunca se enganam quando
(B) a origem do princípio religioso da criação do procuram água e ele me disse que as outras árvores
mundo é a mesma nas duas versões. que já acharam água ajudam as que ainda estão
(C) as divindades, em cada uma delas, têm procurando.
diferentes graus de importância. — E se a árvore estiver plantada sozinha num
(D) as diferenças são apenas de nomes em prado?
decorrência da diversidade das línguas originárias. — As árvores se comunicam entre si, não importa a
distância. Na verdade, nenhuma árvore está sozinha.
Texto I Ninguém está sozinho.
Cinquenta camundongos, alguns dos quais clones de Jamais. Lembre-se disso.
clones, derrubaram os obstáculos técnicos à Máqui. Magia das árvores. São Paulo: FTD, 1992.
clonagem. Eles foram produzidos por dois cientistas
da Universidade do Havaí num estudo considerado
revolucionário pela revista britânica “Nature”, uma QUESTÃO 06. No trecho “Ninguém está sozinho.
das mais importantes do mundo. [...] Jamais. Lembre-se disso.”, as frases curtas
A notícia de que cientistas da Universidade do Havaí produzem o efeito de
desenvolveram uma técnica eficiente de clonagem (A) continuidade.
fez muitos pesquisadores temerem o uso do método (B) dúvida.
para clonar seres humanos. (C) ênfase.
O Globo. Caderno Ciências e Vida. 23 jul. 1998, p. 36. (D) hesitação.

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Minha Sombra
A dor de crescer
Período de passagem, tempo de agitação e De manhã a minha sombra
turbulências. Um fenômeno psicológico e social, que com meu papagaio e o meu macaco começam a me
terá diferentes particularidades de acordo com o arremedar.
ambiente social e cultural. Do latim ad, que quer E quando eu saio
dizer para, e olescer, que significa crescer, mas a minha sombra vai comigo fazendo o que eu faço
também adoecer, enfermar. Todas essas definições, seguindo os meus passos.
por mais verdadeiras que sejam, foram formuladas
por adultos. Depois é meio-dia.
"Adolescer dói" – dizem as psicanalistas [Margarete, E a minha sombra fica do tamaninho
Ana Maria e Yeda] – "porque é um período de de quando eu era menino. Depois é tardinha.
grandes transformações. Há um sofrimento E a minha sombra tão comprida brinca de pernas de
emocional com as mudanças biológicas e mentais pau.
que ocorrem nessa fase.
É a morte da criança para o nascimento do adulto. Minha sombra, eu só queria
Portanto, trata-se de uma passagem de perdas e ter o humor que você tem, ter a sua meninice,
ganhos e isso nem sempre é entendido pelos ser igualzinho a você.
adultos."
Margarete, Ana Maria e Yeda decidiram criar o E de noite quando escrevo, fazer como você faz,
"Ponto de Referência" exatamente para isso. Para como eu fazia em criança:
facilitar a vida tanto dos adolescentes quanto das Minha sombra
pessoas que os rodeiam, como pais e professores. você põe a sua mão
"Estamos tentando resgatar o sentido da palavra por baixo da minha mão,
diálogo" – enfatiza Yeda – "quando os dois falam, os vai cobrindo o rascunho dos meus poemas
dois ouvem sempre concordando um com o outro, sem saber ler e escrever.
nem sempre acatando. Nosso objetivo maior talvez LIMA, Jorge de. Minha Sombra In: Obra Completa. 19. ed. Rio de
Janeiro: José Aguillar Ltda., 1958.
seja o resgate da interlocução, com direito,
inclusive, a interrupções."
QUESTÃO 08. De acordo com o texto, a sombra
Frutos de uma educação autoritária, os pais de hoje
imita o menino
se queixam de estar vivendo a tão alardeada
(A) de manhã.
ditadura dos filhos. Contrapondo o
(B) ao meio-dia.
autoritarismo, muito enveredaram pelo caminho
(C) à tardinha.
da liberdade generalizada e essa tem sido a grande
(D) à noite.
dúvida dos pais que procuram o "Ponto de
Referência": proibir ou permitir? "O que propomos
ATENÇÃO!
aqui" – afirma Margarete – "é a consciência da
liberdade. Nem o vale-tudo e nem a proibição total. Para resolução das QUESTÕES 09, 10, 11
Tivemos acesso a centros semelhantes ao nosso na e 12 revise os conteúdos a seguir
Espanha e em Portugal, onde o setor público
funciona bem e dá muito apoio a esse tipo de
1. Pronome Pessoal
trabalho porque já descobriram a importância de uma
Os pronomes pessoais são aqueles que indicam a
adolescência vivida com um mínimo de equilíbrio. Já
pessoa do discurso e são classificados em dois
que o processo de passagem é inevitável, que ele
tipos:
seja feito com menos dor para todos os envolvidos".
MIRTES Helena. In: Estado de Minas, 16 jun. 1996.
1. Pronomes Pessoais do Caso Reto: exercem a
função de sujeito.
QUESTÃO 07. No texto, o argumento que Exemplo: Eu gosto muito da Ana. (Quem gosta da
comprova a idéia de ser a adolescência um Ana? Eu.)
período de passagem é 2. Pronomes Pessoais do Caso Oblíquo:
substituem os substantivos e complementam os
(A) adolescentes sofrem mudanças biológicas e verbos.
mentais. Exemplo: Está comigo seu caderno. (Com quem
(B) filhos devem ter consciência do significado de está o caderno? Comigo. Note que para além de
liberdade. identificar quem tem o caderno, o pronome auxilia o
(C) pais reclamam da ditadura de seus filhos. verbo “estar”.
(D) psicólogos tentam recuperar o valor do diálogo.

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Pessoas Pronomes do Caso Pronomes do


Verbais Reto Caso Oblíquo Pessoas
Pronomes Possessivos
Verbais
1ª pessoa
do eu me, mim, comigo 1ª pessoa do meu, minha (singular); meus,
singular singular (eu) minhas (plural)

2ª pessoa 2ª pessoa do
teu, tua (singular); teus, tuas
do tu, você te, ti, contigo singular (tu,
(plural)
singular você)

3ª pessoa 3ª pessoa do seu, sua (singular); seus, suas


o, a, lhe, se, si, singular (ele/ela) (plural)
do ele, ela
consigo
singular 1ª pessoa do nosso, nossa (singular);
1ª pessoa plural (nós) nossos, nossas (plural)
nós nos, conosco
do plural 2ª pessoa do
vosso, vossa (singular);
2ª pessoa plural (vós,
vós, vocês vos, convosco vossos, vossas (plural)
do plural vocês)

3ª pessoa os, as, lhes, se, si, 3ª pessoa do seu, sua (singular); seus, suas
eles, elas plural (eles/elas) (plural)
do plural consigo.
Vale lembrar que os pronomes oblíquos “o, a, os, as, são flexionados, ou seja, que nunca sofrem
lo, la, los, las, no, na, nos, nas” funcionam somente alterações. Por exemplo: isso, isto, aquilo.
como objeto direto. Observe o quadro abaixo para entender os pronomes
demonstrativos variáveis em gênero e número:
2. Pronome Possessivo
Os pronomes possessivos são aqueles que Pronomes
Singular Plural
transmitem a ideia de posse. Demonstrativos
Exemplos:
• Essa caneta é minha? (o objeto possuído é a estas,
caneta, que pertence à 1ª pessoa do singular) Feminino esta, essa, aquela essas,
• O computador que está em cima da mesa é meu. (o aquelas
objeto possuído é o computador, que pertence à 1ª estes,
pessoa do singular) Masculino este, esse, aquele esses,
• A sua bolsa ficou na escola. (o objeto possuído é a aqueles
bolsa, que pertence à 3ª pessoa do singular)
• Nosso trabalho ficou muito bom. (o objeto possuído Exemplos:
é o trabalho, que pertence à 1ª pessoa do plural)
• Essa camisa é muito linda.
• Aquelas bicicletas são boas.
Confira abaixo a tabela com os pessoas verbais do • Este casaco é muito caro.
discurso e os respectivos pronomes possessivos: • Eu perdi aqueles bilhetes de cinema.
3. Pronome Demonstrativo
QUESTÃO 09. Complete com os pronomes e
Os pronomes demonstrativos são utilizados
indique a opção correta, dentre as indicadas
para indicar a posição de algum elemento em
abaixo:
relação à pessoa seja no discurso, no tempo ou no
espaço. 1. De repente, deu-lhe um livro para _____ ler.
Eles reúnem algumas palavras variáveis - em gênero 2. De repente, deu um livro para _____ .
(masculino e feminino) e número (singular e plural) - 3. Nada mais há entre _____ e você.
e as invariáveis. 4. Sempre houve entendimentos entre _____ e ti.
5. José, espere vou _____ .
Os pronomes demonstrativos variáveis são
aqueles flexionados (em número ou gênero), ou seja,
a) ele, mim, eu, eu, consigo
são os que sofrem alterações na sua forma. Por
b) ela, eu, mim, eu, contigo
exemplo: esse, este, aquele, aquela, essa, esta.
c) ela, mim, mim, mim, com você
d) ela, mim, eu, eu, consigo
Já os pronomes invariáveis são aqueles que não
e) ela, mim, eu, mim, contigo
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QUESTÃO 10. Assinale o item em que há erro no


emprego do pronome pessoal:
a) Recebidas as mangas, os meninos as repartiam
irmãmente entre si.
b) Sempre me presenteava livros, dizendo-me que
era para eu adquirir o hábito da leitura.
c) Estas deliciosas balas de mangarataia, eu as
trouxe para ti levares ao Píndaro.
d) Os altruístas pensam menos em si e mais nos
outros.
e) Leve o jornal consigo, Acácio. Já o li desde cedo.

QUESTÃO 11. Na frase: "Chegou Pedro, Maria e o


seu filho dela", o pronome possessivo está
reforçado para:
a) ênfase
b) elegância e estilo
c) figura de harmonia
d) clareza
e) n.d.a

QUESTÃO 12. Complete com os pronomes


demonstrativos adequados.
a) Pedro, ______ livro que você está segurando foi o
que li nas últimas férias.
b) Queria ler ______ livro que está na última
prateleira.
c) ______ livro aqui eu ganhei no meu aniversário,
mas ainda não tive vontade de começar a ler.

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