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Apostila 43
Estudo Teológico Sobre Como deve ser a vida Cristão em 81 Partes em 422
paginas
Durante anos e anos o livro dos Salmos tem enriquecido a vida espiritual do povo
de Deus. A razão disso está no fato de nos identificarmos com as lutas e as
vitórias dos salmistas. Muitas das experiências dos salmistas são, de certa forma,
as nossas experiências também. Porém, o que mais tem fascinado os crentes
através dos tempos é a vida espiritual de comunhão com Deus que os salmistas
levavam. Um bom exemplo dessa espiritualidade é a oração de Davi no Salmo 31,
em especial a primeira parte do verso 15 que diz: "Nas tuas mãos estão os meus
dias". Permita-me compartilhar com você esta preciosidade dos Salmos.
Num mundo em que as pessoas estão cada vez mais interessadas em si mesmas,
auto-confiantes, porém (paradoxalmente) confusas e inseguras acerca do dia de
amanhã, em que circunstância poderíamos nos aproximar de Deus e dizer-Lhe
com a mesma convicção de Davi, "Nas tuas mãos estão os meus dias"?
Consideremos três aspectos.
1) Em primeiro lugar, podemos dizer "nas tuas mãos estão os meus dias" quando
dependemos inteiramente de Deus.
Assim oraram Davi e Pedro; assim deve orar todo aquele que crê que "a nossa
suficiência vem de Deus" (2 Co 3.5).
2) Em segundo lugar, podemos dizer como o salmista "nas tuas mãos estão os
meus dias" quando confiamos verdadeiramente em Deus.
Quem depende inteiramente de Deus com certeza confia nEle. Davi confiava no
Senhor de maneira absoluta e incondicional. Observe que o versículo 15 do Salmo
31 é o reflexo da confiança impressa no versículo 14. Enquanto os inimigos de
Davi confiavam nos ídolos e a eles dedicavam suas vidas, o salmista buscava ao
Senhor dizendo: "Quanto a mim, confio em ti, Senhor. Eu disse: Tu és o meu
Deus. Nas tuas mãos estão os meus dias...". Havia, ainda, um problema
específico mas o salmista o entregou a Deus: "... livra-me das mãos dos meus
inimigos e dos meus perseguidores" (v15b). Davi faz um jogo de palavras com o
termo "mãos" do verso 15, como se quisesse dizer: "Livra a minha vida das mãos
dos meus inimigos porque a minha vida está nas tuas mãos". Todavia, fosse qual
fosse o problema, era costume de Davi confiar totalmente em Deus para
solucioná-lo.
Será que temos confiado em Deus com a mesma intensidade do salmista? Temos
confiado em Deus a ponto de O deixarmos resolver os nossos problemas? Muitas
vezes permitimos que os nossos problemas pareçam maiores que o nosso Deus.
Não acreditamos que Ele possa resolvê-los de fato, ou então esperamos que Ele
3) Finalmente, mas não menos importante, podemos fazer das palavras de Davi,
"nas tuas mãos estão os meus dias", nossas palavras, quando reconhecemos a
direção de Deus em nossa vida.
É interessante notar que Davi faz mais do que crer na existência de Deus. Ele
nem ao menos pede a Deus: "Daqui pra frente dirige a minha vida". Ao contrário, o
que ele faz no verso 15 é "relembrar" ao Senhor que a sua vida está nas mãos de
Deus porque o Senhor já é o seu Deus! (cf. v14). Por isso Davi não precisaria
temer os seus inimigos e perseguidores ou qualquer outra situação de perigo (veja
Salmos 27.3; 46.1-3). A direção de Deus na vida de Davi fazia diferença.
Semelhantemente, quando Deus dirige nosso destino não somos sufocados pelo
desespero e ansiedade (cf. Mt 6.25-34; Fp 4.6; Hb 13.5,6; I Pe 5.7). Quando Deus
dirige a nossa vida somos profundamente gratos a Ele por tudo (I Ts 5.18) e nos
comportamos com maturidade em relação ao próximo. Alguns exemplos desse
último: Por estar ciente da direção de Deus em sua vida foi que Davi poupou a
vida de Saul (I Sm 24). E José do Egito? Sabendo que Deus dirigia o rumo de sua
existência, José deixou para Deus as ofensas de seus irmãos ao invés de fazer
justiça com as próprias mãos. José perdoou seus irmãos porque viu o propósito de
Deus em meio à maldade deles. Davi fez o mesmo com Saul. Nós também
podemos fazer o mesmo com o nosso semelhante se de fato reconhecemos a
direção de Deus em nossa vida.
Um dos piores males existentes no meio do povo de Deus hoje em dia é a falta do
perdão. Esta falta de perdão, por sua vez, é motivada pela falta de compreensão
da direção de Deus. Quando entendermos que é Deus quem dirige as grandes e
as pequenas coisas do nosso viver e não o acaso, a fatalidade, a sorte ou o azar,
e que "todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus,
daqueles que são chamados segundo o seu propósito" (Rm 8.28), então nunca
mais teremos problemas em nosso relacionamento interpessoal porque não
teremos mais dificuldade em perdoar quem quer que seja. As pessoas com maior
dificuldade em perdoar são aquelas que não conseguem ver Deus na direção de
suas vidas.
Depender de Deus em tudo, confiar totalmente nEle e ser dirigidos pelas Suas
mãos deveriam ser os nossos maiores ideais todos os dias da nossa vida. Porque
na vida o que realmente deve importar ao servo e à serva de Deus não é se os
sonhos serão ou não realizados, se haverá ou não muito dinheiro no bolso e
saúde para dar e vender durante o ano, mas sim, poder entrar, passar e sair de
Parte 2.
AS TRÊS PALAVRAS QUE TRANSFORMAM UM RELACIONAMENTO
Louvado seja Deus porque um dia Ele nos deu uma família e um lar. Louvado seja
Deus porque mesmo com as lutas, dificuldades e tribulações, Ele também nos dá
força e resistência para superarmos todas as crises e prosseguirmos a nossa vida
em família, com amor e esperança de um futuro melhor.
Nossa oração é que o amor, a graça e a paz do Senhor Jesus estejam reinando
plenamente em sua vida e em seu lar.
Você já pensou que muitas vezes falamos coisas que magoam e entristecem a
Deus e ao nosso semelhante?
Por causa disto, quantos vivem mal relacionados porque não conseguem se
expressar positivamente, isto é, sem agressividades!
Vivem sempre brigando, discutindo, sempre com palavras duras e ríspidas, que só
trazem à tona coisas amargas, produzindo confusão e criando situações bastante
desagradáveis.
O apóstolo Tiago, irmão de Nosso Senhor Jesus Cristo, aprendeu muitas coisas
com relação ao uso da palavra e ele mesmo nos ensina, dizendo o seguinte:
(Ler Tiago 3.1-10)
Conta-se que um rei muito poderoso iria receber um grande amigo em seu
palácio. Então ele foi ao chefe da cozinha e ordenou que preparasse a melhor
comida.
No dia da visita o cozinheiro serviu "língua ao molho madeira", para muitos um
prato muito saboroso e apreciadíssimo.
Passado algum tempo o rei recebeu a visita de um terrível inimigo. Então ordenou
ao cozinheiro que fizesse a pior comida.
Qual foi a surpresa de Sua Majestade ao observar que o cozinheiro preparara o
mesmo prato! "Língua ao molho madeira".
Indignado o rei chamou o cozinheiro e perguntou-lhe:
Como pode, cozinheiro, servir a mesma comida ao melhor amigo e ao pior
inimigo? Eu pedi a melhor refeição para o amigo e a pior para o inimigo e você
trouxe a mesma comida: "Língua"?!
O humilde vassalo respondeu:
É que a língua meu rei, num momento pode trazer paz, alegria, felicidade para
aqueles a quem queremos bem e, em seguida, a mesma língua pode trazer
guerra, tristeza e infelicidade a quem não queremos bem.
Realmente, a Bíblia nos ensina e recomenda que é muito bom conviver com as
pessoas que têm boas palavras em suas bocas. A Bíblia diz no livro de Provérbios
16.24: "Favos de mel são as palavras suaves, doces para a alma, saúde para os
ossos".
Nada custa uma boa e sincera palavra, principalmente se vem antecipada por um
ERREI!
POR FAVOR, ME PERDOE!
EU TE AMO!
Parte 3.
COMO VAI SUA FAMÍLIA, PASTOR?
O Código de Ética da Ordem dos Pastores Batistas do Brasil declara que o pastor
deve ter como companheira uma mulher em condições de ajudá-lo no ministério.
Na verdade, o Criador determinou que a auxiliar do homem fosse alguém de
idoneidade (Gn 2.18), além de necessitar aquele que aspira ao episcopado de
uma companheira que lhe complete funções (1Tm 3.2). Assim, casado, deve o
pastor tratar sua esposa e filhos conforme o padrão da Escritura Sagrada (Ef 5.24-
33; 6.4; 1Tm 3.4,5). Diz o Código de Ética que o pastor deve proceder com retidão
em relação à família, prover o sustento, educação, inclusive o tempo entre outras
tantas provisões (1Tm 3.4,5; 1Pe 3.7; Tt 1.6; Lc 11.11,13).
Isso quer dizer que os papéis do marido, que é pastor, da esposa, que é sua
auxiliar à altura, serão orientados, regidos pela submissão sem reservas; sem
barreiras, sem condições, sem cobranças. Conhecemos casamento de pastor
pobre com moça rica. Não deu certo porque o interesse dele era no sustento que
o sogro poderia dar. Ouvimos dizer de casamento de pastor com moça descrente
(acreditam?). Já vimos casamento só pelo sexo. Quando o tempo passou e o
amor murchou, ele foi atrás de outra(s)?!
O pastor solteiro deve pedir a Deus que abrevie a escolha da mulher com quem
vai compartilhar a vida, para não levar a fama de leviano, se namora muito, ou
para evitar, até, que o povo fique desconfiado se não namora...
Mas vamos compreender uma coisa: não é fácil, para a coitadinha, ser mulher de
pastor. Ela tem dificuldades que as outras senhoras da igreja não têm, nem vão
ter jamais (a menos que o seu querido seja chamado para o ministério da
Palavra)!
Uma dessas dificuldades é que ela conhece bem (muito bem, aliás) o santo que
tem em casa. Na verdade, é em casa que se é realmente, onde se tira a máscara,
ou, se preferirem, onde se é ao natural, sem maquilagem. Talvez o pastor seja
Um evangelista americano disse com muita tristeza que durante muitos anos,
havia viajado em cruzadas para ganhar as almas dos filhos de outros homens, e
havia deixado os filhos à própria sorte. O pastor tem obrigações para com sua
família que são inadiáveis. Não é fácil criar filhos, especialmente quando o tempo
que se tem é gasto quase todo na igreja e no seu trabalho.
Que não se esqueça o pastor que como marido e pai de família é o cabeça da
família. Está na Escritura (Ef 5.23; 1Co 11.3; Gn 3.16b). Se o pastor não for
cabeça da família, as conseqüências serão desastrosas, porque todos os
membros da família sofrerão: a esposa, os filhos, e mais ainda: a geração
seguinte e a seguinte também (cf. Ex 20.5), porque a coisa é sistêmica, e, de
quebra, sofre a igreja.
Você é o provedor da sua família, meu irmão. Está, igualmente, na Palavra de
Deus. Veja o que diz 1Timóteo 5.8 (cf. Gn 2.15; 3.19). O pastor vai ensinar ao filho
o valor do trabalho, e o valor do Dia do Senhor.
Como chefe da família, você, pastor, é pai e mestre. Assim o ensina Provérbios
1.8; 4.1ss; 6.20ss. Ame seu filho, instrua-o e ensine-lhe o valor da disciplina.
Você é também o sacerdote de sua família. Efésios 5.22-33 mostra que o marido
está para a esposa como Cristo para a Igreja. Se Cristo é o sumo-sacerdote da
família espiritual, o marido (nesse caso, um pastor) é o sacerdote da família
terrena. Que bom o pastor poder dizer: "Eu e a minha casa servi(re)mos ao
Senhor".
Leve seus filhos à verdade, pois está na Palavra Santa que "os pais aos filhos fará
Se seu lar há de ser equilibrado, não tenha medo de corrigir os filhos quando
errarem, pois a Bíblia expressa a saúde da família em 1Timóteo 3.4; Tito 1.6;
Efésios 6.4. Autoridade com amor, porque disciplina sem equilíbrio é
perigosíssima, e amor sem disciplina traz insegurança. O amor, por isso, deve vir
com a necessária disciplina na dosagem certa.
Pois é; você é o pastor de sua esposa. E o pastor dos seus filhos. É o pastor que
eles conhecem.
Quais as tarefas de um pastor? A primeira é, sem dúvida, falar a palavra de Deus.
Assim o estabelece Hebreus 13.7 e 2Timóteo 4.2. Pregar a tempo e fora de
tempo; ser um evangelista (2Tm 4.5); ser apto para ensinar (1Tm 3.2).
Guardar as almas que lhe são confiadas como adverte Hebreus 13.17 (cf. Jo
21.15-17; At 20.28). Dentro dessa responsabilidade está o admoestar, o
repreender, e o exortar com paciência (2Tm4.2).
Outros deveres são: ser poderoso na doutrina (Tt 1.9; cf. 1Tm 4.16) e dirigir a
igreja de Deus (At 20.28; cf. 18.20). E, ainda, servir de exemplo é mais uma
responsabilidade (1Pe 5.3; 1Tm 4.12).
Como pastor de sua família, você há de ter três alvos para as questões espirituais:
· Conduzir seus filhos a Cristo;
· Ajudá-los a amadurecer na fé;
· Ensinar-lhes que o serviço cristão ajuda o crente a se renovar e reafirmar suas
convicções.
O princípio do amor expresso em Colossenses 3.14 (cf. 1Co 16.14; 1Pe 4.8). O
amor da família é chamado pelos gregos de storge. Imagine-o sendo somado ao
agape (amor divino) como em Hebreus 13.1 e Efésios 5.25. Billy Sunday, o
evangelista, disse que "se você quer que sua mulher seja um anjo, não a trate
como o demônio". Pura verdade.
O princípio da mutualidade, em que tudo há de ser feito "no Senhor", que é o filtro
- Com referência ao marido: "Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo
amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela" (v.25);
- Referindo-se aos pais: "E vós, pais, não provoqueis vosso filhos à ira, mas criai-
os na disciplina e admoestação do Senhor"(6.4);
Parte 4.
O PAPEL DO PASTOR NA FORMAÇÃO IDEAL
Cremos que o futuro da causa Teológica irá requerer de todos uma mudança de
postura. Este é, sem dúvida, um momento histórico, e necessitamos de seminários
que apresentem propostas sérias, dentro das suas limitações, para contribuir para
a formação Teológica da liderança evangélica do Brasil.
A OPORTUNIDADE DE SERVIR
Por conta deste objetivo, a Faculdade Teológica batista de São Paulo já realizou
dois Simpósios de Educação e Música, com cerca de oitocentas pessoas que
participaram em dez módulos de treinamento e capacitação. Inicialmente a
procura excedeu todas as expectativas da coordenadoria do evento, que teve de
repeti-lo em duas ocasiões, em Dezembro de 1999 e agora em Abril de 2000.
Parte 5.
ISSO NUNCA FOI AMOR...
"O perfeito amor lança fora o medo" (1Jo 4.18)
A leveza da palavra Philia fala do amor de amigo, do amor social, do amor cívico,
ou do amor de afinidade. É a palavra que descreve o companheirismo, o amor
pelo clube esportivo, ou pelos símbolos nacionais; é o amor que expressa a
necessidade de compartilhar algo com alguém: é a Amizade.
Storge, o amor familiar, faz referência ao amor natural dos pais para os filhos, do
tio para o sobrinho, e vice-versa, e envolve reciprocidade, homogeneidade e uma
aliança de sangue e de corações.
Eros é o amor biológico, hormonal, visceral, sensorial, aquele atraído pela beleza,
elegância, graça, pelas formas. É palavra de boa procedência, definindo o aspecto
das diferenças sexuais. O Eros atrai o homem para a mulher e a mulher para o
homem. Fora disso é perversão, pois nunca foi o amor planejado pelo Criador o de
homem por outro homem, de uma mulher por outra mulher, de um adulto
cobiçando sexualmente uma criança, ou de um ser humano tendo como objeto
sexual um animal irracional. Todas essas perversões encontram reprovação na
Escritura Sagrada: Levítico 18.22,23; 20.13,15,16. Eros é o instinto sexual. Paulo
apresenta os reclamos do Eros em 1Coríntios 7.2-5 e 1Tessalonicenses 4.3-8.
PEDOFILIA
Alguns pedófilos ameaçam sua pequena vítima no sentido de evitar que suas
ações sejam reveladas. Outros desenvolvem técnicas para obterem acesso aos
menores, que podem incluir o ganho da confiança da mãe, e, até, se casam com
uma mulher que tenha uma criança atraente.
Na imensa maioria dos casos, os pedófilos são homens, muitos dos quais são
dados ao alcoolismo ou são portadores de alguma forma de psicose. A idade se
situa entre os 30 e 40 anos. Geralmente, têm forte convicção religiosa,
apresentando ainda a característica de imaturidade e solidão. Isso explica,
possivelmente, a onda de escândalos envolvendo tantos religiosos, como temos
visto ultimamente, mas nunca foi amor!
Pe. McCloskey não esconde os fatos, afirma,porém, que não existe uma
"epidemia" de casos na Igreja Romana dos Estados Unidos, mas que esses
eventos (que remontam aos anos 70, na maioria), foram cerca de vinte por ano,
vieram à luz todos ao mesmo tempo, parecendo ser uma avalanche e uma
tendência. Afirma ainda, que casos de homossexualismo têm recebido atenção
dos superiores que mudam os sacerdotes de paróquias, submetem-nos a
tratamento, suspendem-nos das funções e, em sendo ocaso, expulsam-nos
definitivamente do sacerdócio. Geralmente, para evitar um processo civil um
acordo econômico é feito.
HOMOSSEXUALISMO
A PROSTITUIÇÃO INFANTIL
Ela se inicia com muita carência afetiva e dor. Há muito de infantil naquelas
meninas que perderam a infância e a inocência e já são mulheres. A TV mostrou
num documentário uma bonequinha em cima da cama de uma menina prostituída,
estando, ela mesma, agarrada a um ursinho. São meninas mal-amadas na própria
casa paterna, e nas casas onde "trabalham". São extremamente mal-amadas,
razão porque andam à busca de mais afetividade, nunca encontrando essa
afeição.
Consciência da realidade elas têm, sabem onde estão, e o que fazem, mas não
conseguem se libertar. O cafetão representa, em muitos casos, a figura do pai,
com a ênfase no homem poderoso que a protege. O pai que dá o alimento, o
amparo da noite ou do dia, é o homem forte que explora e lucra. Por outro lado, os
homens que se aproveitam sexualmente dessas menores são pervertidos,
enfermos que se aproveitam da debilidade física e emocional dessas garotas, mas
nunca foi amor...
"Deixai vir a mim as criancinhas, e não as impeçais porque das tais é o reino dos
céus" (Marcos 10.14)
"Aquele que escandalizar um destes pequeninos..., melhor seria que pendurasse
ao pescoço uma grande pedra de moinho, e se precipitasse na profundeza do
mar" (Mateus 18.6);
Os evangélicos buscamos repassar os valores cristãos. São valores de qualidade,
de vida moral equilibrada. De modo geral, a nossa juventude não faz parte desse
grupo de comportamento de risco que anda se prostituindo porque são rapazes e
moças guiados por valores. Ninguém foi criado para ser prostituído, mas para
honrar a Deus.
Se isso nunca foi amor, que caracteriza o amor pleno, ungido, abençoador?
A Palavra Santa, porém, é sempre esclarecedora e ensina que "o perfeito amor
lança fora o medo" (1Jo 4.18), e Paulo, apóstolo, cantando as virtudes do Amor
(Agape em 1Coríntios 13) explica pela intervenção do Espírito Santo que tem as
qualidades da paciência e da benignidade, da ausência do ciúme (que é medo de
perder), administra perfeitamente o orgulho e a soberba, guarda a conveniência
em tudo, é respeitador, portanto, é altruísta, ama a verdade e a pureza de
intenções.
INDICAÇÃO DE LEITURAS
MCCLOSKEY, Padre John. "La Iglesia de E.U. Sacudida por los Casos de
Pederastia de Sacerdotes". Em:
http://www.catholicity.com/mccloskey/articles/pederastia.html
"Pederastia". Em:
http://www.direitovirtual.com/dic/pederastia.htm
PEREIRA, Aldo. Dicionário da Vida Sexual, 2 vols. SP, Abril Cultural, 1981.
Parte 6.
QUANDO O RELACIONAMENTO FAMILIAR FICA PREJUDICADO
Introdução:
Família é a convivência de aparentados por laços consangüíneos que vivem em
espaço comum e interagem no relacionamento. A família deixou de ser a célula
mater da sociedade e, segundo o Artigo 266º da nossa Constituição, é a base da
sociedade, tendo especial proteção do Estado, o que soa como um contra-senso
visto que a sociedade, com a parcimônia do estado, desvaloriza e ridiculariza a
família a partir da banalização do casamento, da facilitação do divórcio e da
pornograficalização da sexualidade.
A Palavra de Deus já preceituava tal catástrofe e podemos deferir do Texto
Sagrado, capítulos 29 à 31 e 37 de Gênesis, ensinamentos sobre diversas
situações que prejudicam o relacionamentos familiar, o que veremos a seguir.
De acordo com o costume da época, a filha mais velha deveria casar primeiro, vs.
26, o que não foi observado por Jacó e aproveitado por Labão em sagacidade.
O casamento que resiste aos embates é aquele efetivado por Deus em seu
propósito santo e soberano, e aceito por nós em obediência e resignação ao
Senhor, Marcos 10.9.
Jacó não só aceitou a proposta absurda da esposa, de fazer sexo com a serva
para gerar filhos, como tornou-se reincidente no erro. Adultério é pecado. É
comparado a feitiçaria na Bíblia e não pode ser admitido entre servos de Deus. O
adultério banalizou-se na vida de Jacó trazendo grandes problemas, mágoas
incuráveis e marcas profundas para os seus, da mesma forma que amaldiçoa
famílias hoje.
Raquel propõe a Léia comprar uma noite de sexo com Jacó em troca das
mandrágoras colhidas por Rúben. Léia aceitou a proposta absurda e comprou a
noitada com o maridão. O mais estarrecedor é que Jacó aceitou
parcimoniosamente a situação, compactuando com aquele deplorável ato de
prostituição conjugal.
Se queremos evitar esta maldição que muitas vezes se banaliza entre casais,
inclusive cristãos, devemos ter em mente que na relação conjugal, principalmente
no trato sexual, não se troca, vende ou compra nada. Se dá, se entrega
incondicionalmente na busca da realização do outro. Se precisamos comprar o
amor, o carinho, o afeto e o sexo do nosso próprio cônjuge, o divórcio talvez seja
um mau menor.
É impossível não admitirmos, a não ser que sejamos mentirosos, que temos
preferências afetivas em nossas famílias. Nos identificamos mais com
determinada pessoa do que com outra. É uma questão de afinidade, de empatia
entre personalidades e pensamentos, mas isso não pode ser fator determinante
no relacionamento familiar. Temos o desafio de sermos imparciais e de
imprimirmos o mesmo padrão de justiça para todos em nossa família, incluindo
aqueles que melhor se afinam conosco.
Jacó fora criado recebendo os ensinamentos de seu pai Isaque, "o Filho da
Promessa", e portanto sabia como deveria agir para com sua família a fim de que,
pelo seu testemunho, pudessem ser abençoados. Jacó falhou. Cometeu os
mesmos erros de seus pais e seu testemunho distorcido influenciou
negativamente a sua família, o que permitiu que no coração de sua mais amada
esposa persistisse a idolatria a ponto dela roubar uma imagem de seu pai, Labão,
para não romper o vínculo com suas origens religiosas.
Conclusão:
Amados, a família é bênção de Deus para nós. Quando ajustada aos parâmetros
da palavra de Deus é base que fornece solidez à sociedade e faz triunfar o ser,
pois não há sucesso na vida que aplaque a amargura do fracasso na família.
Não podemos permitir que os fatores alistados aqui prejudiquem nossas famílias.
Na família cristã, temente a Deus e fiel a Jesus Cristo não há lugar para disputas
egocêntricas, para adultérios ou para a prostituição conjugal. Tais situações são
pecaminosas e devem ser extirpadas do seio da família. Na família evangélica,
que sabe a maneira correta de iniciar um casamento, não há espaço para
mentiras e desonestidade, para preferências afetivas discriminatórias ou para um
testemunho de esparrela. Somos o sal da terra. Somos o povo da santidade e das
realizações benfazejas e por isso, devemos implantar na sociedade o padrão de
Deus para as famílias a partir da vivência em mutualidade e espiritualidade
contagiantes.
Somos, para a nossa família, os promotores do amor que nos possibilita vivermos
em família para o louvor e glória do nosso Deus.
Parte 7.
QUANDO O RELACIONAMENTO FAMILIAR FICA PREJUDICADO
Gênesis 29 à 31 e 37
Introdução:
De acordo com o costume da época, a filha mais velha deveria casar primeiro, vs.
26, o que não foi observado por Jacó e aproveitado por Labão em sagacidade.
O casamento que resiste aos embates é aquele efetivado por Deus em seu
propósito santo e soberano, e aceito por nós em obediência e resignação ao
Senhor, Marcos 10.9.
Jacó não só aceitou a proposta absurda da esposa, de fazer sexo com a serva
para gerar filhos, como tornou-se reincidente no erro. Adultério é pecado. É
comparado a feitiçaria na Bíblia e não pode ser admitido entre servos de Deus. O
adultério banalizou-se na vida de Jacó trazendo grandes problemas, mágoas
incuráveis e marcas profundas para os seus, da mesma forma que amaldiçoa
famílias hoje.
Raquel propõe a Léia comprar uma noite de sexo com Jacó em troca das
mandrágoras colhidas por Rúben. Léia aceitou a proposta absurda e comprou a
noitada com o maridão. O mais estarrecedor é que Jacó aceitou
parcimoniosamente a situação, compactuando com aquele deplorável ato de
prostituição conjugal.
Se queremos evitar esta maldição que muitas vezes se banaliza entre casais,
inclusive cristãos, devemos ter em mente que na relação conjugal, principalmente
no trato sexual, não se troca, vende ou compra nada. Se dá, se entrega
incondicionalmente na busca da realização do outro. Se precisamos comprar o
amor, o carinho, o afeto e o sexo do nosso próprio cônjuge, o divórcio talvez seja
um mau menor.
É impossível não admitirmos, a não ser que sejamos mentirosos, que temos
preferências afetivas em nossas famílias. Nos identificamos mais com
determinada pessoa do que com outra. É uma questão de afinidade, de empatia
entre personalidades e pensamentos, mas isso não pode ser fator determinante
no relacionamento familiar. Temos o desafio de sermos imparciais e de
imprimirmos o mesmo padrão de justiça para todos em nossa família, incluindo
aqueles que melhor se afinam conosco.
A solução, neste caso, não é negar-se ao amor ou a afinidade relacional mas sim,
evitar que as preferências descabidas e desequilibradas, que superprotege um e
abandona o outro, sejam identificadas. A declaração das preferências afetivas
amaldiçoa aquele que não nos desperta empatia ao isolamento e ao rigorismo
justiceiro, o que distorce a personalidade, desperta o desamor no coração e cultiva
ódio mortífero.
Jacó fora criado recebendo os ensinamentos de seu pai Isaque, "o Filho da
Promessa", e portanto sabia como deveria agir para com sua família a fim de que,
pelo seu testemunho, pudessem ser abençoados. Jacó falhou. Cometeu os
mesmos erros de seus pais e seu testemunho distorcido influenciou
negativamente a sua família, o que permitiu que no coração de sua mais amada
esposa persistisse a idolatria a ponto dela roubar uma imagem de seu pai, Labão,
para não romper o vínculo com suas origens religiosas.
Conclusão:
Amados, a família é bênção de Deus para nós. Quando ajustada aos parâmetros
da palavra de Deus é base que fornece solidez à sociedade e faz triunfar o ser,
pois não há sucesso na vida que aplaque a amargura do fracasso na família.
Não podemos permitir que os fatores alistados aqui prejudiquem nossas famílias.
Na família cristã, temente a Deus e fiel a Jesus Cristo não há lugar para disputas
egocêntricas, para adultérios ou para a prostituição conjugal. Tais situações são
pecaminosas e devem ser extirpadas do seio da família. Na família evangélica,
que sabe a maneira correta de iniciar um casamento, não há espaço para
mentiras e desonestidade, para preferências afetivas discriminatórias ou para um
testemunho de esparrela. Somos o sal da terra. Somos o povo da santidade e das
realizações benfazejas e por isso, devemos implantar na sociedade o padrão de
Deus para as famílias a partir da vivência em mutualidade e espiritualidade
contagiantes.
Somos, para a nossa família, os promotores do amor que nos possibilita vivermos
em família para o louvor e glória do nosso Deus.
Parte 8.
OS AMULETOS E A FÉ CRISTÃ
O Dicionário Aurélio diz: AMULETO é "pequeno objeto (figura, medalha, figa, etc.)
que, desde a mais alta antiguidade, alguém traz consigo ou guarda por acreditar
em seu poder mágico passivo de afastar desgraças ou malefícios"; FETICHE é
"objeto animado ou inanimado, feito pelo homem ou produzido pela natureza, ao
qual se atribui poder sobrenatural e se presta culto"; SUPERSTIÇÃO é
"sentimento religioso baseado no temor ou na ignorância, e que induz ao
conhecimento de falsos deveres, ao receio de coisas fantásticas e à confiança em
coisas ineficazes". A Enciclopédia Britânica diz que AMULETO é "designação
"Cristo nos libertou para que sejamos de fato livres. Estai, pois, firmes e não
torneis a colocar-vos debaixo do jugo da escravidão" (Gl 5.1).
Parte 9.
QUASE CRENTE
Com freqüência, encontramos pessoas que por simpatia, admiração, situação
conjugal ou outros razoáveis motivos, são assíduos ouvintes, e, mesmo,
participantes da Escola Bíblica, dos cultos, e de outros eventos e reuniões do povo
de Deus. Há quem diga que são "quase crentes".
É ser nascido em lar cristão, criado na luz do evangelho de Jesus Cristo, afeito às
práticas espirituais, conhecedor até dos fatos doutrinários acerca de Jesus Cristo
e Seu ensino, acostumado ao caminho em que se deve andar, porém sem
convicção, sem certeza e sem determinação.
MAS, TALVEZ...
Talvez você seja quase crente porque não tenha entendido o que é o novo
nascimento de que falam os crentes em Cristo. Vamos à Bíblia:
"Havia um fariseu chamado Nicodemos, que era líder dos judeus. Uma noite ele
foi visitar Jesus e disse: - Rabi, nós sabemos que o senhor é um mestre que deus
enviou, pois ninguém pode fazer esses milagres se Deus não estiver com ele.
Jesus respondeu: - Eu afirmo ao senhor que isto é verdade: ninguém pode ver o
reino de Deus se não nascer de novo. Nicodemos perguntou: - Como é que um
homem velho pode nascer de novo? Será que ele pode voltar para a barriga da
sua mãe e nascer outra vez? Jesus disse: - Eu afirmo ao senhor que isto é
verdade: ninguém pode entrar no reino de Deus se não nascer da água e do
Nascer de novo é isso. Jesus fez algo simples, mas os homens têm complicado
demasiadamente. Paulo disse a um policial, "Crê no senhor Jesus e serás salvo"
(At 16.31) Precisa maior simplicidade? Nascer de novo significa mudança de
atitude quanto ao pecado. Na linguagem da Bíblia isso se chama arrependimento
(cf. Atos 3.19). A realidade é que só podemos mudar de vida, se mudarmos de
atitude. O pecado é um fato, uma terrível realidade na nossa experiência. Observe
o que estas pessoas disseram sobre os seus pecados: "Senhor, afaste-se de mim
pois eu sou um pecador!" Foi Pedro quem o exclamou (Lc 5.8); "Ó Deus, tem pena
de mim, pois sou pecador!" Quem assim se definiu foi um cobrador de impostos
numa história contada por Jesus (Lc 18.13). E Jó explicou sua nova visão de
Deus: "Antes eu te conhecia só por ouvir falar, mas agora eu te vejo com os meus
próprios olhos. Por isso, estou envergonhado de tudo o que disse e me arrependo,
sentado aqui no chão, num monte de cinzas" (42.5,6).
OU AINDA...
Talvez você seja quase crente porque não compreenda o que é fé. Se arrepender-
se é dar as costas ao pecado, ter fé é voltar-se para Deus.
Mas fé não é simplesmente crença, porque não é algo puramente intelectual. Fé,
na verdade, é uma escolha. Leia e reflita: "Aquele que crê no Filho não é julgado,
mas quem não crê já está julgado porque não crê no Filho único de Deus" (João
Quem tem fé não entra em julgamento; quem não tem fé já está julgado e
condenado. Quem crê já está absolvido, anistiado, seguro; quem não crê, coitado,
está perdido, apenado e no aguardo de penas maiores. Por isso, é importante
crer.
Fé não é mero sentimento: é certeza de que está salvo, seguro, sem dívidas e
sem dúvidas quanto à purificação de seu passado, quanto às alegrias do presente,
e quanto às esperanças do futuro.
E MAIS...
Talvez você seja quase crente porque admira os princípios do evangelho, mas não
queira se unir a uma igreja local. Você não compreende os privilégios de ser
membro de uma congregação local: a graça de pertencer a uma família de fé; a
graça de amar e ser amado; a graça de trabalharem união pela extensão do
governo de Deus na Terra, porque ser membro de uma igreja não é o mesmo que
ser sócio de um clube recreativo-social-esportivo. Aliás. não faz a igreja campanha
de adesão ao seu quadro de membros: o evangelho não se barateia.
E POR FIM...
Talvez você seja quase crente porque não entendeu perfeitamente o que seja
"receber ou render-se a Jesus Cristo". Você dirá, "Mas eu sempre tive Jesus em
alta consideração, sou cristão desde o nascimento como toda a minha família..." O
problema é que há toda uma idéia equivocada quando se menciona "aceitar a
Jesus" Parece que Jesus é um pedinte, um rejeitado, que aguarda nosso veredicto
sobre Ele. E isso pode criar um problema: recebê-lo por emoção sem prejuízo
para mudança no modo de viver. Levar Jesus a sério é ligar-se com a Pessoa de
Jesus de um modo único na experiência de vida
Parte 10.
ISSO NUNCA FOI AMOR...
A leveza da palavra Philia fala do amor de amigo, do amor social, do amor cívico,
ou do amor de afinidade. É a palavra que descreve o companheirismo, o amor
pelo clube esportivo, ou pelos símbolos nacionais; é o amor que expressa a
necessidade de compartilhar algo com alguém: é a Amizade.
Storge, o amor familiar, faz referência ao amor natural dos pais para os filhos, do
tio para o sobrinho, e vice-versa, e envolve reciprocidade, homogeneidade e uma
aliança de sangue e de corações.
Eros é o amor biológico, hormonal, visceral, sensorial, aquele atraído pela beleza,
elegância, graça, pelas formas. É palavra de boa procedência, definindo o aspecto
das diferenças sexuais. O Eros atrai o homem para a mulher e a mulher para o
homem. Fora disso é perversão, pois nunca foi o amor planejado pelo Criador o de
homem por outro homem, de uma mulher por outra mulher, de um adulto
cobiçando sexualmente uma criança, ou de um ser humano tendo como objeto
sexual um animal irracional. Todas essas perversões encontram reprovação na
Escritura Sagrada: Levítico 18.22,23; 20.13,15,16. Eros é o instinto sexual. Paulo
apresenta os reclamos do Eros em 1Coríntios 7.2-5 e 1Tessalonicenses 4.3-8.
PEDOFILIA
Alguns pedófilos ameaçam sua pequena vítima no sentido de evitar que suas
ações sejam reveladas. Outros desenvolvem técnicas para obterem acesso aos
menores, que podem incluir o ganho da confiança da mãe, e, até, se casam com
uma mulher que tenha uma criança atraente.
Na imensa maioria dos casos, os pedófilos são homens, muitos dos quais são
dados ao alcoolismo ou são portadores de alguma forma de psicose. A idade se
situa entre os 30 e 40 anos. Geralmente, têm forte convicção religiosa,
apresentando ainda a característica de imaturidade e solidão. Isso explica,
possivelmente, a onda de escândalos envolvendo tantos religiosos, como temos
visto ultimamente, mas nunca foi amor!
Pe. McCloskey não esconde os fatos, afirma,porém, que não existe uma
"epidemia" de casos na Igreja Romana dos Estados Unidos, mas que esses
eventos (que remontam aos anos 70, na maioria), foram cerca de vinte por ano,
HOMOSSEXUALISMO
Tem-se utilizado a expressão Inversão Sexual para retratar o fato de pessoas que
buscam como objeto sexual um parceiro do mesmo sexo. Por definição, no
entanto, isso nunca foi amor...
A PROSTITUIÇÃO INFANTIL
Ela se inicia com muita carência afetiva e dor. Há muito de infantil naquelas
meninas que perderam a infância e a inocência e já são mulheres. A TV mostrou
num documentário uma bonequinha em cima da cama de uma menina prostituída,
estando, ela mesma, agarrada a um ursinho. São meninas mal-amadas na própria
casa paterna, e nas casas onde "trabalham". São extremamente mal-amadas,
"Deixai vir a mim as criancinhas, e não as impeçais porque das tais é o reino dos
céus" (Marcos 10.14)
Se isso nunca foi amor, que caracteriza o amor pleno, ungido, abençoador?
Definições, existem-nas aos milhares. Luís de Camões num inspirado soneto
explica que "Amor é um fogo que arde sem se ver, É ferida que dói, e não se
sente; É um contentamento descontente, É dor que desatina sem doer". E em todo
o restante do soneto, tentando conceituar o que é o amor diz que é amor e
sofrimento, desprendimento, doação e um paradoxo.
A Palavra Santa, porém, é sempre esclarecedora e ensina que "o perfeito amor
lança fora o medo" (1Jo 4.18), e Paulo, apóstolo, cantando as virtudes do Amor
(Agape em 1Coríntios 13) explica pela intervenção do Espírito Santo que tem as
qualidades da paciência e da benignidade, da ausência do ciúme (que é medo de
perder), administra perfeitamente o orgulho e a soberba, guarda a conveniência
em tudo, é respeitador, portanto, é altruísta, ama a verdade e a pureza de
intenções.
MCCLOSKEY, Padre John. "La Iglesia de E.U. Sacudida por los Casos de
Pederastia de Sacerdotes". Em: http://www.catholicity.com/mccloskey/articles/
pederastia.html
PEREIRA, Aldo. Dicionário da Vida Sexual, 2 vols. SP, Abril Cultural, 1981.
Parte 11.
LEVANDO A SÉRIO A PALAVRA DE DEUS
Texto básico: Lucas 8.5-8, 11, 15
Não podemos levar Deus a sério quando desprezamos a Sua palavra, e não
buscamos conhecê-la. Afinal, Jesus Cristo mesmo exortou, "Errais, não
conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus"(Mt 22.19). Há quem conheça a
Bíblia, mas seja ignorante do poder; há quem conheça o poder, mas é vazio da
Palavra. Talvez alguém seja elogiado pregador, admirado professor da EBD e tem
extraordinário domínio da Bíblia Sagrada, mas conhece o poder de Deus? O fato é
sério.
A Palavra há ser levada a sério porque, afinal, tudo com ela começou: os céus, a
terra, o mar, a vegetação rasteira, as densas florestas tropicais, os primeiros
invertebrados, os peixes, répteis, aves, mamíferos e nós também!
A Palavra há de ser levada a sério porque tudo caminha de acordo com essa
mesma Palavra (cf. Is 55.11), e tudo terminará de acordo com ela (cf. Mt 24.35; Ap
19.11,13). Não podemos esquecer as inúmeras referências à Palavra divina como
em João 5.24; 8.51; 12.48; 14.15,21,23; 17.8,17; Romanos 10.8; Ef 6.17;
Filipenses 2.13-16a; Colossenses 3.16; 1Tessalonicenses 2.13; Hebreus 4.12;
Isaías 40.8; Jeremias 23.29.
Levar a Palavra a sério é amá-la, estudá-la e viver por ela. É tê-la como regra de
fé e prática, de doutrina e ética, de extrair dela (e somente de suas páginas) o que
cremos e como nos conduzir neste mundo.
É orar por um avivamento na Igreja (não é agitação...): é santo fogo num santo
altar, queimando o indesejável em nossas mentes, consciências e ações. É
desejar esse avivamento, essa energização do Espírito Santo e pautá-lo pela
Santa Palavra.
Levar a Palavra a sério é dela alimentar-se (cf. Dt 8.3). Há, aliás, uma bem-
aventurança para quem leva a Palavra a sério em Lucas 11.28: "Bem-aventurados
são os que ouvem a palavra de Deus e a guardam", disse Jesus. É entendê-la
como a poderosa e temível arma de Deus, pois é a espada do Espírito (Ef 6.17).
Aliás, Jesus a usou para vencer Satanás que O tentava (Mt 4.3, 4, 6, 7, 9, 10)
Qual o seu pecado, meu irmão? É irritação? A raiva fácil? A lavada e deslavada
mentira? É a deslealdade? A falsidade? A traição? Seu pecado é a cobiça? O
egoísmo? A avareza? Como é você, minha irmã dona de casa, com sua
empregada? Você, irmão empresário, com seus funcionários? É do tipo que acerta
algo com o empregado, e depois dos acordos na Justiça, toma o cheque das
mãos do demitido?
Vamos a Romanos 6.6, "pois sabemos isto, que o nosso velho homem foi com ele
crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, a fim de não servirmos mais
ao pecado".Viu? Deus toma a velha criatura em nós e a prega na cruz. É o grande
favor que Ele nos faz (cf. Rm 6.7).
E não é mesmo? Como levar a Palavra de Deus a sério sem oração, porque orar é
estar com Jesus, andar com Jesus, falar com Jesus, manter comunhão com o
Senhor? E não nos incentiva a Escritura a orar sem cessar? (cf. 1Ts 5.17; Lc
18.1ss; 21.36; Rm 12.12b)
A negligência na oração é coisa antiga. Num livro editado em 1951 pela Junta de
Missões Nacionais da Convenção Batista Brasileira, o autor, Pr. Robert Lee,
afirma que "A oração é a maior força no serviço cristão, e a mais negligenciada". E
vemos na Palavra Santa que o Senhor quer
· a oração com fé (Hb 11.6; Mc 11.20-26; cf. Mt 9.27ss);
Pois é; quando levo a Palavra de Deus a sério, quando levo a oração a sério, e
peço que Deus tire um defeito meu, uma atitude da velha criatura (que já deveria
estar na cruz), Ele remove esse defeito, essa atitude e coloca no lugar um atributo
Seu:
COMO SOU
Sou egoista
Vivo triste pesaroso
Vivo sobrecarregado e lacrimoso
Já não suporto ninguém, sou um poço de nervosismo
Sou áspero, rude, grosseiro
Sou insensível, coração de pedra
Tenho sido desleal e infiel
Sou irascível e explosivo
Tenho raiva fácil e incrível capacidade de ferir os outros
ELE ME DÁ
Amor
Alegria
Paz
Paciência
Benignidade (Gentileza, Finura)
Bondade
Fidelidade (Digno de Confiança)
Mansidão
Domínio próprio
Ele me dá o fruto do Espírito. Que bênção1 Tudo porque levo a Palavra foi levada
a sério.
Se é o seu caso, peça a Deus que mude seu velho, cansado e viciado coração
pela mente de Cristo (cf. Fp 2.5-7; 1Co 2.16). Se o irmão ou a irmã anda com
Espírito, Ele cria em você o desejo de orar porque Ele é o Espírito de súplicas e
clamor. Ele intercede conosco quando oramos, e por nós (Rm 8.26,27). Oração é
coisa séria. Andrew Murray fez uma impressionante afirmação ao dizer: "Deus
governa o mundo pelas orações dos Seus santos". Sugestiva palavra a de
Spurgeon que declarou: "Satanás nunca cutuca um cavalo morto", mas mexe com
Levar a sério a Palavra é buscar a santidade. Deus exige que o Seu povo seja
santo (1Pe 1.16). Afinal, santidade é libertação completa e perfeita do pecado (Rm
6.11,18), e em textos explícitos sobre santificação, diz a Escritura: "Esta é a
vontade de Deus para a vossa santificação: que vos abstenhais da prostituição;...
pois Deus não nos chamou para a impureza, mas para a santificação" (1Ts 4.3,7),
e "Segui a paz com todos, e a santificação; sem a santificação ninguém verá o
Senhor" (Hb 12.14, cf. 2Co 7.1; Ef 1.3,4). E diz igualmente, que tem um ponto de
partida: "Mas, andemos segundo o que já alcançamos" (Fp 3.16).
Santidade é "perfeito amor", aquele de que fala 1João 4.18. É um estado no qual
não podem subsistir a cólera, a malícia, a blasfêmia, a hipocrisia, a inveja, o amor
ao dinheiro, o mundanismo, a carnalidade, o engano, a mentira, as contendas.
Tudo aquilo de que fala Gálatas 5.19-21.
Santidade é uma situação em nós em que Deus é amado, e o coração confia nEle.
Não é perfeição absoluta, pois só Deus é absolutamente perfeito. Não é a
perfeição dos anjos de Deus. Nem a perfeição que nosso primeiro pai possuía
antes da Queda. Santidade é obediência, é uma conta de diminuir, pois
"Deixando, pois, toda a malícia, todo o engano, e fingimentos, e invejas, e toda a
sorte de maledicências...", e, "Agora, porém, despojai-vos também de tudo: da ira,
da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes da vossa boca" (1Pe
2.1; Cl 3.8).
Mas é uma conta de somar também: "Portanto, como eleitos de Deus, santos e
amados, revesti-vos de compaixão, de benignidade, de humildade, de mansidão,
de longanimidade" (Cl 3.12). É como ensina Charles Swindoll: "Uma pessoa santa
é aquela que possui um coração sensível para com Deus, e que leva Deus muito a
sério porque tem fome e sede de Deus".
É a crítica. Aliás, há crítica e crítica. Crítica é exercer juízo sobre algo ou alguém
com discernimento, propriedade e conhecimento; e há crítica que fere e destrói. O
problema da crítica ferina, maldosa, é que é feita sem conhecimento do criticado.
Qual a diferença entre o amigo e o inimigo? Ambos falam dos seus defeitos, mas
o amigo fala dos seus defeitos a você, e o inimigo fala dos seus defeitos aos
outros e sem piedade. Qualquer pastor é alvo de crítica, muita crítica, impiedosa
crítica. É uma figura paradoxal, pois é reconhecido por todos que a igreja tem
necessidade de um guia espiritual, porque o Novo Testamento estabelece a
presidência de líder espiritual (Ef 4.11,12; Hb 13.7,17), mas, ao mesmo tempo, há
quem ponha pedras e espinhos para tornar difícil, sacrificial, quase impossível, a
tarefa de um pastor. E isso não vem de Deus.
Dr. Orr fala em pecados do espírito: o orgulho (1Pe 5.5). Por incrível que pareça,
há um orgulho ao contrário. O diácono de uma igreja me dizia: "Meu orgulho,
pastor, é não ter orgulho". Tem o quê, então?
O crente espera receber bênçãos, muitas bênçãos. E por que se perde essa
Parte 12.
HISTÓRIA DE UM MILITAR
A expressão foi, “... não sou digno de tanta honra...”, ou como diz outra versão do
Novo Testamento, “Não sou digno de que entres debaixo do meu telhado”. Chama
a atenção que as autoridades civis e religiosas dos judeus, aqueles que tinham
sua terra ocupada, era tido homem em alto respeito e consideração.
Ele não se considera digno de receber a Jesus em seu lar. Faz, até, uma certa
resistência. É humilde, já o dissemos, mas Jesus o declara digno, perfeita e
plenamente digno. Nas Suas palavras “Nunca entre todos os judeus de Israel
encontrei um homem de fé como este. (v.9). O ex-diretor da Polícia Federal
americana (FBI), J. Edgar Hoover, afirma ter observado muito tipo de gente, e
afirmou que o mais sábio, o mais competente, o mais confiável era também o
primeiro a ser humilde. Esse homem é forte, digno, porque é humilde (cf. Pv. 3.5).
Nossa dignidade é algo essencial, não acidental. Somos dignos por causa de
nossa criação divina; é transcendental por vocação nossa dignidade. Sim, somos
chamados à salvação, por isso que somos declarados dignos pelo Senhor. E
mais: nossa dignidade é sobrenatural por causa do novo nascimento em Jesus
Cristo.
O ser humano, então, é uma criatura que tem raízes na ordem natural. Ninguém o
nega, ninguém nega que a nossa constituição química é idêntica à dos outros
organismos, e, com diferença de proporção, a mesma da natureza e do solo onde
pisamos. A Bíblia até exclama, “de um modo tão admirável e maravilhoso” fomos
“Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que
estabeleceste, que é o [ser humano], para que te lembres dele? [nada diante do
universo!] e o filho do homem, para que o visites? [absolutamente nada!] Contudo,
pouco abaixo de Deus o fizeste; de glória e de honra o coroaste. Deste-lhe
domínio sobre as obras das tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus pés” (vv. 3-
6).
É assim que a Bíblia descreve você. É descrita, ainda, essa dignidade nossa em
termos de um relacionamento especial, um relacionamento muito particular com
Deus, que torna o ser humano o que é, o que você é.
O capitão sequer pensava em Jesus ir ao seu lar. Nem passou pela sua cabeça.
De Jesus, ele só queria uma palavra. Uma só, e já bastaria!
A fé é fundamental ao evangelho de Jesus Cristo. Sem ela, não se pode ter uma
verdadeira perspectiva evangélica a ser aplicada ao nosso quotidiano, às nossas
dúvidas, e aos sofrimentos até. Para o cristão, a fé não é aceitação intelectual de
uma teoria. É obediência, é adesão, é atitude, é levar Deus a sério. É completa
confiança em Jesus Cristo. Ele, sim, objeto da fé de quem se intitula cristão.
A fé tem seus efeitos. É uma nova visão do mundo. Quando você tem fé, vê o
mundo diferentemente, com outros olhos. Talvez, mesmo, com outros óculos. Não
mais as lentes escuras em que tudo aparece tenebroso. Agora, você tem uma
nova ótica, uma nova perspectiva. Pela fé, você tem uma nova visão da História, e
porque, como cristão, estamos pessoalmente engajados na História da Salvação
da sociedade e do indivíduo humano, você tem, até, uma nova visão de si mesmo
nesse extraordinário plano divino para os séculos.
Outra relevante determinante surge. Logo no comecinho da história, está dito que
aquele oficial ouviu falar de Jesus.
O militar ouvira falar de Jesus Cristo. Era Jesus uma figura singular na
História humana. Não é sem razão que a própria História está dividida em
“antes de Cristo” e “depois de Cristo”. Só uma figura ímpar poderia marcar o
tempo de tal maneira. Na palavra de Paulo há uma felicíssima expressão que
diz, “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo” (2Co 5.19,
ARA).
Parte 14.
LEVANDO A SÉRIO A MATURIDADE ESPIRITUAL
. a cada um de nós foi dada a graça conforme a medida do dom de Cristo. ...
E ele deu uns como apóstolos, e outros como profetas, e outros como
evangelistas, e outros como pastores e mestres, tendo em vista o
aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do
corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno
conhecimento do Filho de Deus, ao estado de homem feito, à medida da
estatura da plenitude de Cristo” (Ef 4.7, 11-13)
A lei estabelece uma idade legal quando a pessoa é considerada madura. Mesmo
quando a pessoa ainda não o seja na sua experiência e vivência. Isso decide uma
série de situações: a idade de votar, a possibilidade de se habilitar como
motorista, e o alistamento militar. Há uma idade própria de aposentadoria, que
determina, pelas nuances que hoje são estudadas, o momento quando alguém
pode ou não se aposentar. A abundância de limites de idade e designações legais
de maturidade nos lembra que os seres humanos alcançamos certos níveis de
maturidade e responsabilidade durante a vida. É normal que assim aconteça. Uma
criança tem seu nível de responsabilidade que não é o mesmo de um adolescente,
de um jovem ou de adulto, de um chefe de família.
Necessidade de instrução nos termos de Gálatas 4.1-3: “Ora, digo que por todo o
tempo em que o herdeiro é menino, em nada difere de um servo, ainda que seja
senhor de tudo; mas está debaixo de tutores e curadores até o tempo determinado
pelo pai. Assim também nós, quando éramos meninos, estávamos reduzidos à
servidão debaixo dos rudimentos do mundo.”
Ainda crianças em Cristo, trazemos muita coisa lá de fora, coisas a que nos
acostumamos a ter e fazer na vida. E elas vão desaparecendo e nossa linguagem
passa a ser outra. A revista Eclésia trouxe certa feita uma matéria sobre a
linguagem do evangélico, chamada de “evangeliquês”, o jargão usado pelos
crentes. Na verdade, temos um vocabulário próprio. Chamamos muito as pessoas
de “querido” e “querida”, já perceberam. Lá fora, essa coisa de homem chamando
outro de “querido” é coisa meio estranha. Na igreja, é diferente, pois filhos de
Deus como somos, somos irmãos uns dos outros, pertencemos à mesma família
amada do Pai. E nós nos amamos, “porque Ele nos amou primeiro” (1Jo 4.19). A
mencionada revista trouxe uma matéria sobre esse assunto em outra ocasião. É
uma linguagem que vai se apoderando devagarzinho do modo de ser do novo
crente, e começa a substituir os “rudimentos do mundo” de Gálatas 4.3, os
padrões de linguagem mundanos pelos padrões de linguagem de sua nova fé.
Mas não é isso o que faz doutrina, e, sim, a Palavra: o estudo da Palavra, o andar
na Palavra e o viver na Palavra. Quando iniciamos a vida de fé, somos tutelados
como se fôssemos criancinhas. Orientados, supervisionados porque ninguém
É o mesmo com a Palavra de Deus. Já preguei inúmeras vezes sobre João 3.16,
ou sobre o Filho Pródigo, sobre a Ceia do Senhor, e cada vez aprendo coisas
novas porque esse relato não se esgota. No campo de Música, um regente coral
ou de orquestra não pode estagnar no tempo e nunca se atualizar participando de
congressos, de simpósios achando que não precisa mais desses conclaves e das
atualizações que eles trazem. No mínimo, um repertório mais contemporâneo.
Isso acontece com o professor, com o pastor e outros profissionais. Mesmo com a
dona de casa, que sabem que quanto mais livros de culinária tem, melhor, não é
mesmo?
Estamos agora no terreno próprio dos que decidiram levar seriamente o evangelho
E, ainda, esforçando-se para ser como Cristo. No dizer de Paulo: “até que todos
cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado
de homem feito, à medida da estatura da plenitude de Cristo. ... antes, seguindo a
verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo” (1Co
4.13,15). Toda pessoa tende a se tornar como alvo ou padrão ou alvo que adota
para si. O teste de um crente amadurecido freqüentemente está na evidência de
uma personalidade semelhante à de Cristo. Se tenta ser como o mundo e seu
sistema de coisas, vai consegui-lo, obtendo semelhança com o novo mestre.
Uma pessoa amadurecida é guiada por objetivos a longo prazo, e não por desejos
imediatos. Por esse motivo, um conceito popular de maturidade explica que “é a
capacidade de adiar o prazer”. É preciso privar-se dos prazeres e desejos
pessoais para que se possa conhecer os maiores prazeres do Reino de Deus.
Parte 15.
LOGIA POPULAR
Este princípio de retribuição diz que toda dor vem do pecado, seja do nosso
presente pecado, seja de outrem no passado. No entanto, Jó é uma negação
disso, porque ele sofreu todo tipo de calamidade (perdeu sua propriedade, sua
saúde, seus filhos, e o amor de sua esposa ), e "era homem íntegro e reto, que
temia a Deus e se desviava do mal".
No caso da irmã Maria das Dores, também, não pude encontrar base para aplicar
essa abordagem retributiva. Não pude encontrar qualquer explicação para as
mortes brutais e irracionais de três homens tementes a Deus e trabalhadores que
deixaram aquela senhora com filhos pequenos e sem qualquer arrimo. Não, a
abordagem da retribuição não podia ser aplicada a seu caso.
2. Algumas pessoas crêem que o sofrimento é bom em si mesmo, e visto que têm
prazer na dor, a única explicação é que são elas mesmas enfermas. De fato, os
psicanalistas chamam a isso de masoquismo, e ensinam que é uma perversão.
Não era o caso da irmã Dorinha; ela não encontrava qualquer motivo de satisfação
em seu sofrimento, mas estava extremamente machucada e dolorida.
3. Outros querem ver um princípio disciplinador no sofrimento, com isso dizendo
que o Senhor tem que nos punir como um pai pune a um filho a quem ama, pelo
"Quem se recusa a bater no seu filho não o ama; se o ama, não hesita em castigá-
lo".
"Feliz o homem que aceita que Deus o corrija e não despreza o castigo do
Senhor".
"porque o Senhor repreende aquele a quem ama, assim como o pai ao filho a
quem quer bem".
Por que no caso de Maria das Dores? De que tipo de disciplina estava
necessitando?
4. E que dizer das pessoas que crêem que a dor não tem existência real? Para os
budistas tudo é ilusão. A única dor é a do desejo, que podemos negar até
entrarmos no Nirvana, dizem. A Ciência Cristã ensina que o sofrimento é
simplesmente o "erro da mente mortal".
Também essa abordagem não encontrou aplicação na vida da irmã Dorinha,
porque o sofrimento estava ao seu lado, no seu coração, mesmo, a dor estava lá,
a ferida estava lá, não era ilusão.
EUS
Onde estava o Eterno quando essas mortes aconteceram? Estaria ausente? Essa
foi a queixa de Jó em 23.3,
E, embora na mente de Jó Deus fosse tão difícil de ser encontrado, ele acredita
que "ele sabe o caminho por que eu ando; provando-me ele, sairei como o ouro".
Não era essa a queixa de D. Maria das Dores. Ela não acusava o Senhor de estar
ausente. Sua pergunta tinha uma dimensão diferente; ela me perguntou: "Por que
Ele faz isso comigo?" Seu Deus não era um ausente como Jó imaginava, mas
presente embora tremendamente injusto. Na sua teologia, a irmã das Dores
buscava encontrar uma punição por alguma falta não merecida, o que tornava o
Criador culpado de injustiça.
Finalmente eu havia encontrado o ponto: trabalhar com ela de modo que pudesse
ter uma nova visão de Deus. Não era Ele um ausente (ela bem o sabia), mas
pensava a Seu respeito como um Deus injusto. A irmã Maria das Dores teve a
coragem de questioná-lo e queria uma resposta.
O Antigo Testamento fala do Eterno como um Deus de justiça e que exerce o Seu
julgamento; não é um Deus que se caracteriza pela falta de julgamento e de
lógica.
IREÇÃO
UTRAS LEITURAS
Parte 16.
Parte 17.
MENTE DE CRISTO
" Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque para ele
são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.
Mas o que é espiritual discerne bem tudo, enquanto ele por ninguém é discernido.
Pois, quem jamais conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas
nós temos a mente de Cristo" (1Co 2.16)
Nem todos podem compreender o fato de que Quem nos pode falar acerca de
" Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e
a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do filho de Deus, o qual me amou, e
se entregou a si mesmo por mim." ( Gl 2.20 )
Pode ser mais claro o ensino sobre o que temos que fazer com nosso ego?
Outro empecilho é a desobediência, que nasce da vontade não dominada.
Submissão, obediência ao Espírito é absolutamente imprescindível para uma vida
de sucesso: "Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são os
filhos de Deus." (Rm 8.14). É isso: vida em processo de santificação está em
constante orientação do Espírito Santo !
Incredulidade é outra pedra no meio do caminho da santificação. Não me refiro a
Ou seja, tudo avaliamos pela balança de Deus, usamos a Sua escala de valores.
Isso diz respeito ao que fazemos, ao que dizemos e, até, ao que pensamos, pois
uma decisão impensada, palavras ou atos sem equilíbrio e ponderação terão
conseqüências funestas. Avaliar as coisas como Deus o faria é sinal de uma vida
que caminha no Espírito. Isso tem a ver com a importante e freqüente pergunta,
"Como saber a vontade de Deus?" Nossa mente é passível de ser afetada por
vontades outras que não a de Deus. Por isso a Bíblia classifica a mente humana
natural de psychikos, de carnal (Cl 2.18), o que significa o estado natural do ser
humano, que nesse plano não pode compreender as obras de Deus.
A mente natural é vaidosa (cf. Ef. 4.17), ou seja, vazia (vaidade =
vacuidade=estado vazio). Veja-se a história do rico sem juízo, o rico de mente
vazia (Lc 12.16-20). A mente natural é corrupta, contaminada (cf. Tt 1.15).
Literalmente podre levando péssimas companhias e palavras torpes.
" Ora, este é o pacto que farei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o
Senhor; porei as minhas leis no seu entendimento, e me seu coração as
escreverei; eu serei o seu Deus; e eles serão o meu povo. "( Hb 8.10 )
É esse intenso anseio de tudo ver e avaliar como Deus o fez indício fortíssimo da
operação do Espírito Santo em uma vida com a mente de Cristo.
PARA CONCLUIR
Parte 19.
Introdução:
A oração é um ato antinatural, visto que desde o nascimento aprendemos as
regras da autoconfiança enquanto lutamos para conquistar a auto-suficiência
necessária para a sobrevivência humana. A oração não faz parte da orgulhosa
natureza humana por contrariar os valores de autoconfiança estabelecidos pala
sociedade corrompida pelo pecado.
Na verdade, creio que é justamente esta atitude da igreja em relação a oração que
tem nos causado tanto esgotamento espiritual, bem como tantas frustrações e
aparentes derrotas nas batalhas travadas contra o mundanismo, o relativismo e o
nominalismo evangélico.
Tudo isto nos leva a refletir sobre a necessidade de a igreja redescobrir a vida de
oração, o que justifica o nosso estudo deste domingo.
I - A Tipologia da oração:
A teologia bíblico-evangélica sempre será nutrida pela oração. Mais que isso, dará
atenção especial à vida de oração, visto ser a teologia inseparável da
espiritualidade. A teologia não se ocupa somente com o Logos, mas também com
o Espírito que revela e aplica aos nossos corações a sabedoria de Cristo.
A oração ritual representa uma etapa mais avançada de civilização, embora não
seja necessariamente mais profunda nem mais significativa. Nesse caso, é a
forma e não o conteúdo da oração que traz a resposta. A oração é reduzida a
litanias e repetições que, segundo é comum se acreditar; tem um efeito mágico.
Na religião grega popular a petição era centrada nos valores morais, mais do que
nas necessidades rudimentares simples. Acreditava-se que os deuses eram
benignos, mas não onipotentes. A oração dos gregos antigos era uma forma
purificada de oração primitiva. Refletia, mas não transcendia, os valores culturais
da civilização helênica.
Na religião bíblica, a oração é considerada tanto uma dádiva quanto uma tarefa.
Deus toma a iniciativa, Ezequiel 2.1-2; Salmo 50.3-4, mas o homem deve
corresponder. Este tipo de oração é personalista e dialógico. Importa na revelação
do mais íntimo do nosso ser a Deus, mas também na revelação da vontade de
Deus para nós, Provérbios 1.23.
Tal atitude pressupõe que a vontade ulterior de Deus é imutável, mas a maneira
de ele escolher a forma de realizar essa vontade depende das orações dos seus
filhos. Ele nos quer como parceiros da Aliança, e não como autômatos ou
escravos. Neste sentido restrito, pode-se dizer que a oração altera a vontade de
Deus. Mas mais fundamental é compartilhar com Deus nossas necessidades e
nossos desejos de tal maneira que possamos ficar conformados de modo mais
pleno com Seu propósito e vontade definitivos.
A espiritualidade bíblica tem um lugar para o silêncio, mas o silêncio não deve ser
usado para ficarmos distante da Palavra, e sim para nos prepararmos para ouvir a
Palavra. Em contraste com certos tipos de misticismo, a piedade da fé não procura
transcender a razão, mas quer colocar a razão a serviço de Deus. Uma oração
pode consistir somente de gemidos ou suspiros, ou de gritos e brados de júbilo;
mas não é oração completa nem inteira até tomar a forma de comunicação
significativa com o Deus vivo.
Devemos observar ainda que a oração no sentido cristão não nega a dimensão
mística, mas também não aceita a idéia de um estágio superior na oração, em que
a petição é deixada para trás. O progresso que ela vê na vida espiritual é da
oração mecânica para a oração do fundo do coração.
Conclusão:
A partir destas considerações, qual seria então o propósito as oração para a vida
ada igreja e de seus membros?
Watchman Nee responde a essa questão asseverando que Deus nos concede o
ministério da oração para que possamos saber e entender a sua vontade para as
nossas vidas e para a igreja. Segundo Nee, o cristão que se dedica a oração, bem
como a igreja que incentiva a prática da oração na vida de seus membros,
consegue orar expressando a vontade de Deus para a humanidade.
Quando chegamos neste nível de maturidade cristã, não mais oramos pedindo a
Deus que faça a nossa vontade ou que realize milagres para satisfazer apenas os
interesses humanos, mas sim para pedirmos a Deus que faça tão somente a
vontade dele e que realize tudo aquilo que ele, em sua soberania e presciência,
entender e detrmionar que é o menlhor para nos e para a igreja. Em síntese,
conforme Nee, o mais elevado propósito da oração é permitir que vontade de
Deus seja realizada na Terra.
Além disso, a oração é como um canal do poder de Deus fluindo em nossa vidas,
nos concedendo sua paz e liberando o seu poder predominante para que este se
m,anifeste no mundo através de nossa vidas e das igreja. Qualquer que seja a
manifestação do Espírito de Deus, o poder predominiante e transformador de
Deus é sempre liberado a partir da oração. Cristãos e igrejas que não oram
perdem a sensibilidade em relação as manifestações divinas e o resultado mais
comum que identificamos em suas vidas e a sensação de estarem arrasados,
indefesos, abatidos, maltratados e derrotados.
Amados irmãos e irmãs, devemos orar. A luz de Mateus 6.5-13, diríamos que
Por fim, vale ressalta que Jesus não nos emsinaou a oração do Pai Nosso,
Mateus 6.9-13; Lucas 11.1-4, para ser transformada em uma ladainha ou para ser
apenas recitada, mas sim como um excelente exemplo de que a oração não é
uma fórmula mágica e simplória da qual nos utilizamos somente em momentos de
desespero. Oração é vida em toda a sua inteireza e amplitude. Oração é trabalho.
É esforço árduo na busca de formatarmos a nossa mente e o nosso espirito à
mente e ao Espírito de Cristo, 1 Coríntios 2.11-16.
Oremos a Deus para que o milagre da oração seja uma realidade em nossas vidas
e igreja. Mas para que isto se torne uma realidade efetiva e incontestável,
precisamos fazer somente uma coisa: ORAR.
Amém
Parte 20.
AMAMOS VERDADEIRAMENTE?
Na maioria das vezes, estamos em nossas igrejas e, com toda alegria, cantamos,
declaramos nosso amor a Deus, mas não nos preocupamos com a pessoa que
está sentada ao nosso lado. Se é alguém desconhecido, nem mesmo
perguntamos o seu nome. Não nos interessamos em saber se ela está precisando
de alguma ajuda, de uma palavra de ânimo ou simplesmente um sorriso sincero.
"Se eu perguntar e ela precisar de ajuda, eu terei que gastar tempo com ela",
"ajudar quem está precisando é tarefa dos pastores da igreja e não minha", são
respostas que, nas maioria das vezes, ouvimos das pessoas.
Em I João 4:20, o autor diz que aquele que disser que ama a Deus e não amar
seu irmão, é mentiroso. Nossas igrejas estão cheias de pessoas deste tipo, dizem
que amam a Deus e viram as costas para as necessidades do próximo.
Amar o próximo não é simplesmente dizer: "eu te amo meu irmão". Amar o
próximo é ter um amor genuíno dentro do coração, um amor que se interessa pelo
próximo, pela pessoa dele e não pelos bens dele. Há muitos que se aproximam de
alguém, simplesmente para se aproveitarem da posição de destaque que essa
pessoa ocupa. É necessário ter um amor não apenas de palavras, mas um amor
prático. Mais forte que nossas palavras, são nossas atitudes.
Ao contrário do que pensava Caim, nós somos responsáveis pela vida de nosso
irmão. Somos responsáveis por sua vida espiritual. O amor de Deus, que deve
estar dentro de nós, nos leva a um interesse pela vida de nosso irmão. Como eu
posso estar bem comigo e com Deus se meu irmão está passando por algumas
necessidades?
O amor que deve existir na igreja, um amor puro, derramado por Deus, deve
eliminar todo o individualismo e egoísmo que são tão prejudiciais às pessoas.
Quantas pessoas passaram por nossas igrejas e hoje estão no mundo? Quantas
pessoas que você já teve oportunidade de conversar, mudaram de igreja pela falta
de amor que reinava onde elas estavam?
Talvez você esteja pensando: "Não, esta culpa não cairá sobre mim pois, eu tenho
muitas amizades".
Será que, com suas muitas amizades você está "fechado" para novas amizades
ou para uma pessoa que não tenha o mesmo nível social que você, ou até
mesmo, para uma pessoa que não seja tão "simpática" como as pessoas do seu
grupo?
"Amados, amemo-nos uns aos outros, pois o amor é de Deus. Quem ama é
nascido de Deus e conhece a Deus". ( I Jo 4:7).
Nós, que somos discípulos de Cristo, eu tenho que amar como Cristo amou.
Se você tem dificuldade de expressar seu amor, peça a Deus que Ele dará
condições para você.
"O Senhor vos aumente, e vos faça crescer em amor uns para com os outros e
para com todos, como também nós para convosco". (I Ts 3:12).
Parte 20.
ATRAVÉS DA POEIRA
Tudo indica que a função, conquanto se evidencie no Novo Testamento com este
nome, já existia na sociedade hebréia. Moisés tinha os seus auxiliares, porque
seus afazeres extrapolavam a sua capacidade humana. Tinha ele, portanto, um
pugilo de homens que atendiam a segmentos mais particulares do povo de Deus.
Não poderia ser mais claro: o diácono há de ser uma pessoa confiável. Isso
significa ser alguém em cujos olhos você lê caráter, honestidade e olhar sincero. É
uma pessoa em quem não há falsidade. No livro de Jó, a falta de confiabilidade é
coisa própria do ímpio. O capítulo 8, versos 14 e 15 desse livro dizem que "a sua
confiança é como a teia de aranha.
Encontra-se à sua casa, mas ela não subsiste; apega-se a ela, mas ela não fica
em pé".
Muita gente entrou em contato com Jesus e Seu ministério. O Evangelho de João
declara que o Mestre não confiava em todos, como está expresso em 2.24: "Mas
Jesus não confiava neles, pois a todos conhecia". Mesmo na comunidade cristã,
havia pessoas a quem faltava essa abençoada qualidade. É o caso de Diótrefes,
cujo comportamento é censurado e os irmãos alertados por não ser uma pessoa
de confiança, pois "quem faz o bem é de Deus; mas quem faz o mal jamais viu a
Deus" (3Jo 9, 11). Paulo também menciona pessoas no meio dos primeiros
discípulos, como é o caso de Alexandre (cf. 1Tm 4.14).
A palavra de Deus não faz por menos: o diácono há de ser uma pessoa plena do
Espírito de Deus. Que significa essa expressão tão rica de colorido?
A base para a entendermos está em Efésios 5.18: "Não vos embriagueis com
vinho, em que há devassidão, mas enchei-vos do Espírito". Por incrível que possa
parecer, há um paralelo entre a intoxicação alcoólica e o ser cheio ou pleno do
Espírito. Quando alguém se embriaga, seu andar, seu falar, seu tocar estão
controlados pelo espírito do vinho, pelos seus vapores. Quando alguém está cheio
do Espírito, seu tocar, seu falar, seu caminhar estão controlados pelo Espírito de
Deus.
Sua personalidade, então, faz diferença pela influência altamente positiva sobre as
pessoas para as quais sua vida se torna exemplo de entrega, dedicação e
consagração. É uma pessoa santa, no sentido real da palavra: é uma pessoa
diferente.
Esse diferencial fará o contexto de Efésios 5.18 parecer coisa facílima para o
detentor da plenitude ou enchimento do Espírito, no caso em questão o diácono
Dar graças a Deus por tudo, mesmo as amargas lições da vida (v.20)
SABEDORIA
Não foi coisa pequena o Espírito de Deus ter inspirado os apóstolos a colocarem
como requisito para o diaconato a sabedoria. Ao lado da confiabilidade e da
plenitude do Espírito, a sabedoria é uma ferramenta preciosa que dá facilita a
tarefa diaconal como conselheiro e auxiliar do seu pastor.
¨ "Não cessamos de orar por vós, e de pedir que sejais cheios do pleno
conhecimento da sua vontade; em toda a sabedoria e entendimento espiritual" (Cl
1.9);
RESPEITO É BOM...
O título nada tem a ver com a malcriada reação de algumas pessoas. Realmente,
visa a destacar a próxima qualidade do diácono: sua respeitabilidade.
Chama a atenção o fato de que essa virtude é via de mão dupla: o diácono se faz
respeitar e respeita a quem serve. Recordemos que o dever de respeitar se faz
presente em toda a Bíblia. E como, ao lado do ser servo, são líderes na Casa de
Deus, "o ancião e o homem de respeito são a cabeça", ensina Provérbios 9.15a.
Não ensina a Palavra que "a quem honra, honra"? (Rm 13.7).
PALAVRA FIRME
Uma pessoa sincera é a que se apresenta sem máscaras, e cuja palavra é firme.
Mas não se confunda sinceridade com falta de educação. "Eu sou muito franca",
diz alguém, e em seguida faz uma exibição gratuita de má educação social.
TEMPERANÇA
Não esqueçamos que o mesmo apóstolo Paulo que, pela inspiração do Espírito
diz, "os diáconos sejam... não dados a muito vinho" é o que afirma pelo Espírito,
"E não vos embriagueis com vinho, em quem há devassidão, mas enchei-vos do
Espírito". Ao Espírito, pois!
A TENTAÇÃO DE MAMOM
CONSCIÊNCIA LIMPA
Esta característica diaconal é até acentuada no Salmo 24, no qual Davi, o poeta,
faz a seguinte pergunta, "Quem subirá ao monte do Senhor? Quem há de
permanecer no seu lugar santo?" A resposta óbvia, e que nasce do caráter do
próprio caráter de Deus vem a seguir, "O que é limpo de mãos e puro de coração,
que não entrega a sua alma à falsidade, nem jura dolosamente".
Não pode ser de outro modo, porque estamos tratando de consciência limpa, algo
que há de ser perfeitamente natural ao caráter cristão. Natural é aquilo que forma
NADA A REPARAR
Como ensina o texto de 1Timóteo 3.10: "se [os candidatos a derem diáconos] se
mostrarem irrepreensíveis, exerçam o diaconato". O que de tão correto e justo não
precisa de reparo, de qualquer justificativa ou explicação é qualificado como
irrepreensível, quer dizer, não merece repreensão.
E como, vezes tantas, a única Bíblia a ser lida por certas pessoas é sua vida, tão
somente sua vida, mais necessária se faz a conscientização de que diáconos,
diaconisas.
É como diz o texto sagrado: "O diácono seja marido de uma só mulher e governe
bem seus filhos e a própria casa" (1Tm 3. 12). O diácono há de ser amante da
disciplina.
A disciplina, que começa em casa, mantém seu casamento estável e seus filhos
em sujeição. A disciplina mantém sua vida espiritual equilibrada, o que trará como
conseqüência uma consciência tranqüila, um coração alerta do qual procederão
conselhos e ponderações que somente ajudarão a igreja e seu pastor a prosseguir
no seu caminho.
Uma vida conjugal bem ajustada, uma família criada aos pés de Jesus Cristo,
compreensão e carinho entre os familiares, testemunho fiel dos pais, bom
procedimento dos filhos, são basilares para que o mundo veja a diferença que
Cristo faz na vida. Afinal, diz a Santa Palavra que "Se alguém está em Cristo é
uma nova criatura", e as coisas do passado ficaram para trás porque tudo é
novidade de vida.
"...quanto às mulheres..."
Deste modo, Paulo inicia suas instruções com relação às diaconisas. Tudo o que
foi dito aos candidatos homens ao diaconato tem pertinência com respeito às
candidatas. A dignidade é a mesma, por essa razão, "devem ser dignas de
respeito, não maldizentes, ajuizadas, fiéis em todas as coisas" (1Tm 3.11, Edição
Pastoral).
É digno de observação que Paulo faz um especial destaque quando fala das
candidatas a este ministério. Devem ser elas não maldizentes; ajuizadas; fiéis em
todas as coisas.
Esse diferencial tem cabimento, visto que as mulheres cristãs são pessoas tão
especiais que o apóstolo Pedro na sua Primeira Carta, capítulo 3.4 coloca como
qualidade distintiva das senhoras e jovens cristãs "o incorruptível trajo de um
espírito manso e tranqüilo" (VRA) ou, como diz a Edição Pastoral, "o enfeite
inalterável de caráter suave e sereno" O apóstolo é bem claro: é necessário que
as queridas irmãs sejam "respeitáveis, não maldizentes, temperantes e fiéis em
tudo", assim verte a ARA, o que a BSPC coloca como "dignas, não murmuradoras,
pessoas de bom senso e fiéis em tudo".
O que motiva nossa reflexão ainda é a pergunta "Que faz um diácono?" Segundo
o apreciado mestre e doutrinador batista, Dr. W. C. Taylor, em seu renomado e
esgotado Manual das Igrejas, os diáconos são responsáveis por três mesas:
Que faz um diácono? Fica alerta para as necessidades de seus irmãos de fé,
sendo ele mesmo o primeiro a ser abençoado.
NOVAS REFLEXÕES
Diácono é, então, um servo. A rigor, alguém que serve a mesa de outro. E nesse
fato está todo o belo sentido espiritual da função diaconal, pois o nosso Deus é o
diácono por excelência, à luz do Salmo 23.5, "preparas uma mesa perante mim..."
E Jesus Cristo, o diácono sem igual, que serve a mesa do Seu povo, como diz
Marcos 10.45, "o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar
a sua vida em resgate por muitos".
Há toda uma história por trás da instituição do diaconato. Está relacionada com o
evento registrado em Atos 6.1-6 (seleção e consagração dos Sete para ajudar os
Doze na distribuição de ajuda às viúvas gregas.
Há quem se perturbe porque Lucas, o escritor dos Atos, não usa a palavra
diácono. Talvez porque não percebam que ele usou o verbo "diaconizar", "fazer o
trabalho de diácono" (= servir) no verso 2, e a palavra diakonia nos versos 1 e 4,
traduzida por "distribuição" e "ministério", respectivamente. Portanto, a ênfase
sobre o serviço social na Igreja apostólica tornou a palavra diácono um termo
especialmente adequado a tais pessoas.
Além disso, era prática dos antigos crentes a chamada "festa do amor" (ágape)
que envolvia dois fatos: a celebração da Ceia do Senhor, e o ministério de
distribuição de alimento e ajuda financeira. Relatos antigos dão conta de que os
diáconos recebiam as ofertas e ajudavam na administração dos elementos da
Ceia.
DIACONIZANDO
Havendo dado o exemplo do que é ser servo, Jesus Cristo chamou os discípulos
para o caminho do serviço (Jo 13.14, 15). Esse é o significado do título desta
reflexão, palavra que criamos com o verbo "diaconizar", agir como diácono, como
servo.
O serviço cristão (a diaconia) tem como medida não o tamanho, mas quanto da
Parte 21.
AS CRISES DO CRISTÃO
"Ó Senhor, ouve a minha oração, e chegue a ti o meu clamor. Não escondas de
mim o teu rosto no dia da minha angústia; inclina para mim os teus ouvidos: no dia
em que eu clamar, ouve-me depressa. Pois os meus dias se desvanecem como
fumaça, e os meus ossos ardem como um tição. O meu coração está ferido e seco
como a erva, pelo que até me esqueço de comer o meu pão"
(Salmo 102.1-4)
O lar é afirmado pelo povo evangélico como unidade básica da sociedade, assim
como o fato de o casal cristão precisar partilhar ideais e ambições semelhantes.
Os cônjuges devem os cônjuges ser maduros emocional, espiritual e fisicamente
falando.
Lemos em algum lugar que o ideograma para crise em chinês é formado por dois
caracteres. O primeiro significa "perigo", e o segundo "oportunidade". Extrai-se daí
a lição que crise é um ponto de perigo e uma oportunidade. Os gregos derivam a
palavra do verbo "separar"(krinein). É um momento decisivo na experiência de
cada um. Entre outros, formatura, casamento, novo emprego, nascimento de uma
criança, conversão religiosa, promoção, vitória num concurso. Ou esses
momentos dolorosíssimos, inesperados que se precipitam sobre uma família e a
deixam em aflição e angústia: um crime violento, um acidente fatal, uma doença
apavorante, a morte de um querido. Sim, crise é perigo e oportunidade, como
E já que ninguém cresce sem dores, a pergunta que o cristão faz diante da crise,
da dor, do sofrimento. Não é "por que, Senhor?", mas "para que, Senhor?" no
espírito de 2Coríntios 7.9. No entanto, sua crise é sua crise e de mais ninguém, e
a de outra pessoa é a dela própria, pois nenhuma crise é igual.
É; a família cristã também tem crises que nascem do acúmulo dos problemas de
cada dia que permanecem sem solução.
O LAR DESAJUSTADO
Existem razões sem conta para a disritmia no lar. São situações que não deveriam
ocorrer no lar cristão, mas lamentavelmente acontecem, e a Bíblia aponta as
causas dessas disfunções:
Fiquei recompensado com o caso do Pr. Dermeval Justino, meu ex-aluno. Morte
inesperada junto com o filhinho mais novo e a cunhada. Mas que força espiritual
na esposa, nos parentes, que estão trabalhando para trazer os familiares do
falecido obreiro (único crente da família com outro irmão) a Jesus.
São as tensões causadas pelas crises do amor (?!) Não há cabimento para
ciúmes na vida do cristão, os quais se originam do medo de perder uma posse e
do sentimento de ser incapaz. Ou a presença da insinceridade e da infidelidade.
O ENLUTADO
O luto é outra importante crise que afeta o cristão. Há crises que não chegam a
todos, mas não a da morte. Josué diz ao povo, "Eis que vou hoje pelo caminho de
toda a terra" (23. 14a), modo eufemístico de dizer: "vou morrer hoje" (cf. 1Rs 2.2);
na Carta aos Hebreus (9.27), "aos homens está ordenado morrerem uma só vez".
Não! Não devemos temer falar sobre a morte, mesmo a morte pessoal.
Mas que a crise vem, vem. É a perda do pai, e o despreparo da mãe para a vida
prática tomando providências que nunca havia tomado anteriormente; é a
reorganização das finanças, o corte de despesas; é o dizer "não" aos pedidos dos
filhos. Mas é também o compreender que "a família é uma sociedade que se
desfaz no tempo para se recompor no intemporal", na eternidade (cf. Guitton p.
45). As separações trazidas pela morte nos lembram e às nossas famílias que
elas são instrumentos transitórios que o Criador dispôs no mundo. Desaparece a
família, mas não as existências que a compõem, e mesmo as relações que as
constituem. A morte não separa a família: "E Abraão expirou, morrendo em boa
velhice, velho e cheio de dias; e foi congregado ao seu povo" Gn 25.8).
O IDOSO
O mundo tem hoje, ano 2000, seiscentos milhões de habitantes acima dos
sessenta anos. Hoje, no Brasil, há cerca de quinze milhões vivendo a chamada
"terceira idade", e, no entanto, nossa sociedade é voltada para o moço:
musculação, malhação, festas, a própria arquitetura urbana. A Bíblia, porém,
mostra o cuidado divino nos anos da velhice: "Até a vossa velhice eu sou o
mesmo, e ainda até as cãs eu vos carregarei; eu vos criei, e vos levarei, sim, eu
vos carregarei e vos livrarei" (Is 46.4), e afirma seu valor e dignidade: "O orgulho
dos jovens está na sua força; a honra dos velhos está nos seus cabelos brancos"
(Pv 20.29; 1Tm 5.1,2a). Jovens têm energia física, mas ela se esvai; o idoso
porém, tem a glória de sua idade cantada, como vimos, nos Provérbios.
Cada idade tem seus dons particulares para enriquecer a vida da família e a
sociedade de modo geral: a infância, a adolescência, a juventude, a idade adulta,
o ancião. São partes autênticas e valiosas, e cada idade deve ser vivida dentro
dela mesma: nem menina pintada como moça feita (que moda horrorosa!), nem
senhora querendo ser mocinha (há coisa mais ridícula? ). Que tudo venha
naturalmente, não esquecendo o jovem que um dia será idoso, nem o adulto que
já foi jovem no passado.
O APOSENTADO
A aposentadoria é outro capítulo que pode ou não ser cruciante. No começo é-a-
lua-de-mel com a liberdade, a alegria de poder dispor das horas, a satisfação de
esquecer horários. Mas a lua-de-mel acaba e pode vir a depressão. Quem disse,
porém, que ser aposentado é sinônimo de "colocado no aposento", encostado,
cansado, posto de lado?
A igreja deve ajudar os seus membros a atingir com plenitude suas fases
evolutivas, à medida que se desenvolve em cada passagem da vida. Ajudar o
idoso a não perder sua identidade, sua independência, a conhecer-se a si próprio,
a se abrir para a verdade, a descansar criativa e construtivamente. Que tal uma
segunda carreira? Ou ensinar o que sempre fez na vida profissional? E a
possibilidade de um trabalho voluntário na igreja? Ensinar um artesanato,
bordado, tapeçaria? Precisamos de um jardineiro, de pintores, de profissionais
É isso mesmo: a família cristã é uma comunidade de vida, de amor, de fé, e uma
comunidade educadora. Precisa de ter objetivos bem definidos, cristã que é:
objetivo em si: "o que o Senhor deseja que minha família faça?"
O meio para atingi-lo: "Como o Senhor quer que minha família faça?"
A avaliação: "como saberemos que foi realizado?
Sendo, portanto, comunidade de vida, amor, fé e pedagógica, na ameaça da crise
a expressão de profunda confiança, e de certeza de estar dentro da vontade do
Pai, há de ser "Deus me fez crescer na terra da minha aflição" Gn 41.52b).
Parte 22.
BEM-AVENTURADOS OS VOSSOS OLHOS... E OS VOSSOS OUVIDOS
Bem-aventurados os vossos olhos porque vêem, e os vossos ouvidos porque
ouvem" (Mt 13.16)
Na verdade, Jesus está falando da chegada do reino de Deus. Ocorre que as
gerações anteriores viveram com expectativas que não foram cumpridas. Por
exemplo, Daniel 2.37-44 nos apresenta toda uma digressão acerca da esperança
messiânica, que se deu com Jesus Cristo e Seu ministério tão somente. Portanto,
a expectativa tão acalentada no coração do povo hebreu, em Jesus Cristo vai
O REINO DE DEUS
Pois é, vamos ter essa vitória final sobre a morte na realização plena do
reino de Deus.
"Pelo que o juízo esta longe de nós e a justiça não nos alcança; esperamos
pela luz e eis que só há trevas; pelo resplendor, mas andamos em escuridão.
Apalpamos as paredes como cegos; sim, como os que não teem olhos
andamos apalpando; tropeçam,os ao meio-dia como nas trevas , e nos
lugares escuros somos como mortos" (Is 59:9,10; Cf. Ef 6.12).
Há quem pregue que o reino de Deus ainda virá. O Novo Testamento assim
não ensina. Pelo contrário, esclarece que o reino já veio, e terá sua
culminância com a volta de Cristo, e, então, o Servo Sofredor da Paixão será
o Rei Conquistador da Segunda Vinda (cf. Is 53:3-7; Lc 22.39-44). Não é o que
diz a Palavra de Deus? Paulo, apóstolo, diz que "O Senhor mesmo descerá
A BEM-AVENTURANÇA DO VER
Ora, não querer ver a Deus é insensatez! Quem pensaria em algo assim? E
isso equivale a não crer em Jesus Cristo a na Sua missão redentora. Aqui
está a palavra de Jesus: "Aquele que crê no filho tem a vida eterna: mas
aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele
permanece" (Jó 3.36; cf. Jr 5.21).
Mas há uma situação reversa: desejar ver a Deus, contemplar o Senhor traz a
marca da esperança. Agora podemos ir ao Sermão da Montanha: "Bem-
aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus" (Mt 5:8). Para
ver o Senhor, porém, é preciso pureza de mãos, limpeza de coração. Nessa
esperança viveu. Simão, o piedoso homem que aguardava "a Consolação de
Israel" (Lc 2:25-32), e viveu Ana, a idosa profetisa que vivia no templo orando
ao Senhor (Lc 2:36-38).
A Bíblia diz que é preciso olhar para Jesus: "fitando os olhos em Jesus autor
e consumador da nossa fé" (Hb 12:2 a ), e assim foram bem-aventurados os
apóstolos, que se pronunciaram sobre isso. Pedro disse:
"Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus
Cristo, seguindo as fábulas artificialmente compostas; mas nós ,mesmos
vimos a sua majestade" (2 Pe 1.16);
"O que era desde o principio, o que ouvimos, o que vimos com nossos
olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da
Vida. (Porque a vida foi manifestada , e nós a vimos e testificamos dela, e
vos anunciamos a vida eterna, que estava com o pai, e nos foi manifestada);
O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também tenhais
comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus
Cristo" (1 Jo 1.1-3).
A BEM-AVENTURANÇA DO OUVIR
Essa é a razão porque a Escritura tem esse convite, quase ordem: "
E de Jesus Cristo temos: "Quem tem ouvidos para ouvir ouça" (Mt 11.15).
E que vai dar isso como resultado? O resultado será habitar em plena e
perfeita segurança: "Mas o que me der ouvidos habitará seguramente, e
estará descansado do temor do mal" (Pv 133).
Isso é fé. Paulo acrescenta que "a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de
Cristo"(Rm 1.:17), pois o ouvir tem que ser atualizado (Hb 4:2). Então, a
promessa de Isaías 32.3 será real, perfeitamente real: "E os olhos dos que
vêem não olharão para trás, e os ouvidos dos que ouvem estarão atentos".
"E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus
com os homens, pois com ele habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo
Deus estará com eles, e será o seu Deus. E Deus limpará de seus olhos toda
a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor;
porque já as primeiras coisas são passadas" (Ap. 21.3,4).
Pois é, vamos ter essa vitória final sobre a morte na realização plena do
reino de Deus.
"Pelo que o juízo esta longe de nós e a justiça não nos alcança; esperamos
pela luz e eis que só há trevas; pelo resplendor, mas andamos em escuridão.
Apalpamos as paredes como cegos; sim, como os que não teem olhos
andamos apalpando; tropeçam,os ao meio-dia como nas trevas , e nos
lugares escuros somos como mortos" (Is 59:9,10; Cf. Ef 6.12).
Há quem pregue que o reino de Deus ainda virá. O Novo Testamento assim
não ensina. Pelo contrário, esclarece que o reino já veio, e terá sua
culminância com a volta de Cristo, e, então, o Servo Sofredor da Paixão será
o Rei Conquistador da Segunda Vinda (cf. Is 53:3-7; Lc 22.39-44). Não é o que
diz a Palavra de Deus? Paulo, apóstolo, diz que "O Senhor mesmo descerá
do céu com alarido, e com voz de arranjo e com a trombeta de Deus; e os
que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro" (1 Ts 4.16; cf. Mt 24.30,31).
A BEM-AVENTURANÇA DO VER
Ora, não querer ver a Deus é insensatez! Quem pensaria em algo assim? E
isso equivale a não crer em Jesus Cristo a na Sua missão redentora. Aqui
está a palavra de Jesus: "Aquele que crê no filho tem a vida eterna: mas
aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele
permanece" (Jó 3.36; cf. Jr 5.21).
Mas há uma situação reversa: desejar ver a Deus, contemplar o Senhor traz a
marca da esperança. Agora podemos ir ao Sermão da Montanha: "Bem-
aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus" (Mt 5:8). Para
ver o Senhor, porém, é preciso pureza de mãos, limpeza de coração. Nessa
esperança viveu. Simão, o piedoso homem que aguardava "a Consolação de
Israel" (Lc 2:25-32), e viveu Ana, a idosa profetisa que vivia no templo orando
ao Senhor (Lc 2:36-38).
A Bíblia diz que é preciso olhar para Jesus: "fitando os olhos em Jesus autor
e consumador da nossa fé" (Hb 12:2 a ), e assim foram bem-aventurados os
apóstolos, que se pronunciaram sobre isso. Pedro disse:
"Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus
Cristo, seguindo as fábulas artificialmente compostas; mas nós ,mesmos
vimos a sua majestade" (2 Pe 1.16);
e João afirmou:
"O que era desde o principio, o que ouvimos, o que vimos com nossos
olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da
Vida. (Porque a vida foi manifestada , e nós a vimos e testificamos dela, e
vos anunciamos a vida eterna, que estava com o pai, e nos foi manifestada);
O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também tenhais
comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus
Cristo" (1 Jo 1.1-3).
A BEM-AVENTURANÇA DO OUVIR
Essa é a razão porque a Escritura tem esse convite, quase ordem: "
E de Jesus Cristo temos: "Quem tem ouvidos para ouvir ouça" (Mt 11.15).
E que vai dar isso como resultado? O resultado será habitar em plena e
perfeita segurança: "Mas o que me der ouvidos habitará seguramente, e
estará descansado do temor do mal" (Pv 133).
Isso é fé. Paulo acrescenta que "a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de
Cristo"(Rm 1.:17), pois o ouvir tem que ser atualizado (Hb 4:2). Então, a
promessa de Isaías 32.3 será real, perfeitamente real: "E os olhos dos que
vêem não olharão para trás, e os ouvidos dos que ouvem estarão atentos".
Parte 23.
CASAMENTO E A VONTADE DE DEUS
"Portanto, orai vós deste modo: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o
teu nome; venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no
céu". (Mt 6.9,10)
A vontade de Deus é que o casal seja maduro para o casamento, pois casamento
não é coisa de menino. Pelo contrário, o que a Bíblia diz, e aqui está no seu
primeiro Livro, é o seguinte: "Portanto deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e
unir-se-á a sua mulher, e serão uma só carne." Menino não deixa pai e mãe, mas
o adulto, sim. Só adultos deixam pai e mãe, e se tornam pais e mães. A vontade
de Deus, portanto, é que eles se tornem uma só carne.
A vontade de Deus é que Seu Plano de Organização e Métodos seja praticado no
lar. E sabem qual é o plano de O e M que a Escritura apresenta para o lar? Está
em Efésios 5.22 a 6. 9. Diz aí que Cristo é o cabeça do marido, e o Senhor da
família; diz que o marido é cabeça da mulher e autoridade sobre os filhos; diz que
a mulher é ajudadora, cooperadora bem habilitada do esposo em termos de
autoridade e responsabilidade; e diz que os filhos são sujeitos aos pais. Há uma
hierarquia dentro do lar. Fora disso, queira ou não, discuta, argumente, invente
desculpas, ou vá, até mesmo, pelo que dizem algumas Constituições nacionais,
fora desse padrão de O e M, é problema. Os consultórios de psicólogos, de
terapeutas de família, de psicanalistas, de psiquiatras estão lotados de pessoas
Parte 24.
COISAS MELHORES
"Por isso devemos prestar mais atenção nas verdades que temos ouvido, para
não nos desviarmos delas" ( Hb. 2:1 ).
Outro é
e mais outro,
O CULTO
Romanos 12.8 diz que é um dom espiritual. Por esse motivo, a sua expressão
deve ser alegre, grata, sistemática e sacrificial. A igreja local deve ser o meio de
canalizarmos os recursos monetários para o trabalho do Senhor.
A Bíblia ensina a prática do dízimo, e Jesus até disse que "coisa mais bem
aventurada é dar do que receber" (At 20.35) porque o ato de dar aquece o coração
e satisfaz a nossa alma. Por isso, Jesus nos diz, "Olhai as minhas mãos..." (Lc.
24.39), como disse a Tomé: "Vê as minhas mãos"(Jo 20.27). Porque na cruz, Ele
não fechou as mãos; Jesus Cristo nunca fechou as suas mãos. Não feche as
mãos também, mas, também, não dê sem amor, não dê resmungando, não dê
chorando, não dê lamentando, porque Deus não precisa do seu dinheiro. Dê
alegre, satisfeita e animadamente porque é assim que Ele faz você crescer.
Nós precisamos das "coisas melhores, e que acompanham a salvação". O Dr.
Louis Evans disse com propriedade: "O evangelho é grátis, mas é necessário
dinheiro para fornecer os baldes onde levar a água da salvação". A água da vida é
grátis, mas onde a água vai ser levada precisa ser comprado. E quem é que
compra? É o dinheiro que devolvemos ao Senhor. Contribuir então é um ato de
adoração, como cantar, como orar e como pregar (Sl 96.8). Assim, lembre-se que
entre as "coisas melhores e que acompanham a salvação" está o dízimo, mas
antes dele está "Dar-se primeiramente ao Senhor" conforme aconteceu na
expressão do apóstolo Paulo ( 2 Co 8.5).
Há uma terceira coisa que é instrução.
INSTRUÇÃO
A ÉTICA, A CONDUTA
1. INTRODUÇÃO
Isaías 52 e Ezequiel 33 nos ajudam a ver quem somos, como temos sido e como
devemos ser. Sua leitura, no entanto, exige um mergulho na "mente" hebraico-
cristã, pressuposta como sendo a "mente" que devemos ter.
Nós precisamos sempre aplicar os textos bíblicos à nossa realidade para que
tenham vida. Contudo, só os entenderemos se os lermos como os seus primeiros
ouvintes os escutaram. Precisamos nos despir um pouco de nossa mente, para
que possam transformar a nossa mente, renovando-a com os fundamentos da
Palavra de Deus, por mais difíceis (enquanto penosos) que sejam. Sem esta
disposição, por exemplo, não teremos como entender Ezequiel 33, que promete
castigo para todo aquele que contribuir para que um sem-Deus continue como tal.
Porque assim diz o Senhor: Por nada fostes vendidos; e sem dinheiro sereis
resgatados. Porque assim diz o Senhor Deus: O meu povo no princípio desceu ao
Egito, para nele habitar, e a Assíria sem razão o oprimiu (versos 3-4).
Os hebreus tiveram seu Egito e sua Assíria, e Deus os tirou de lá. Também já
tivemos nossa era egípcia ou nosso tempo assírio. Podemos dizer que somos ex-
oprimidos pelo Egito ou ex-oprimidos pela Assíria, mas agora estamos livres. Não
tenho mais cangas (jugos) sobre nossos pescoços.
Há muitos cristãos que ainda não saíram do deserto e alguns, pior, nem sequer
atravessaram o Mar Vermelho. Há cristãos aprisionados sem razão pela Assíria do
desânimo, do medo, da doença ou da escassez. Mesmo quando estamos sem
dinheiro ou sem saúde, continuamos sendo os resgatados por Deus. O Deus que
nos fez atravessar o rio Jordão a pé nos fará derrubar as muralhas com um sopro.
Muitos olhamos para as muralhas de Jericó como se não soubessem que Deus as
derrubou e ficam perplexos diante da impossibilidade de serem vencidas...
Não somos mais cativos. Não temos mais cangas de ferros sobre nós. A poeira
não é mais a nossa cama. O chão não é o mais o nosso assento.
Quando Isaías proferiu estas palavras, Sião era um monturo, mas ele lembra a
fortaleza dela; os guarda-roupas de Jerusalém tinham virado cinzas, mas o profeta
recorda a beleza das roupas sacerdotais.
Pela fé, ele viu Sião restaurada e Jerusalém ataviada.
Pela fé, cada um de nós pode ver sua saúde restabelecida ou a vontade de Deus
manifesta, porque nada nos pode separar do Seu amor. Um dia desses um de
nossos irmãos estava viajando de avião, quando lhe sobreveio o medo de a
aeronave cair. Ao mesmo tempo, sobreveio-lhe a paz, quando concluiu: "Este
avião está nas mãos de Deus, mas, se ele não estiver, eu estou".
Pela fé, cada um de nós pode ver relacionamentos partidos sendo restaurados,
pessoas afastadas de Deus sendo redimidas ou aprender a respeitar a liberdade
do outro, pois até Deus a leva em conta. Alguns, por exemplo, se perguntam se
vale a pena continuarem orando pela conversão de uma pessoa? A resposta é:
"Sim!". Nós oramos, Jesus Cristo bate esperançoso à porta, mas Deus não
violenta a liberdade de quem decide. As vitórias de milhares de pessoas de
mostram que vale a pena. O problema é que a maioria de nós não tem paciência
para orar durante décadas e desiste exatamente no ano em que talvez a pessoa
iria aceitar...
Pela fé, cada um de nós pode ver a prosperidade no seu emprego ou do seu
negócio ou aprender o significado do sucesso segundo a mente de Deus. O fruto
do trabalho é sempre abençoado, mesmo que esta bênção considere as decisões
tomadas. Nosso grande problema é que nós queremos decidir que profissão
seguir, que negócio fazer, sempre por nós mesmos, mas nem sempre estamos
preparados para arcar com as conseqüências de nossas decisões. Há pessoas
que escolhem profissões apenas pelo princípio do prazer que ela lhe dá, sem
considerar sua faixa salarial média; depois querem ficar ricas. Há pessoas que
querem ter prazer e dinheiro, ao mesmo tempo, esquecidas que, por vezes, eles
se excluem mutuamente. Assim mesmo, pela fé cada pode ver sua própria vitória
No entanto, não temos vivido assim. A maioria de nós mendiga vida. Parodiando o
professor Luciano Lopes, podemos dizer que boa parte dos cristãos é um mendigo
assentado sobre um saco, sobre um saco de barras ouro, sobre um saco de
barras de ouro puro.
O profeta Isaías descreve como vivemos muitos de nós.
Como estamos vivendo? Que significado tem tido a fé para as nossas vidas? Que
prazer temos tido em Deus?
1. Este texto de Isaías é um convite a uma vida de alta qualidade. É isto que ele
diz quando pede ao povo para se vestir com trajes esplendorosos. Nós fomos
salvos para viver cheios de alegria, pela plenitude do Espírito Santo em nós.
3. Por meio do seu mensageiro, Deus nos dirige a palavra para que nós
reconheçamos a Sua voz. Um cristão é alguém que tem um relacionamento
pessoal com o seu Senhor. Na experiência do povo antigo de Deus, Sua voz não
era mais ouvida e Seu nome não era mais considerado entre as nações vizinhas e
nem mesmo entre Seu próprio povo.
Diante desta quadro, sua promessa é clara: Por isso, o meu povo saberá o meu
nome; portanto, naquele dia, saberá que sou eu quem fala: Eis-me aqui (v. 6).
Saber o nome de Deus significa buscar a Sua vontade e reconhecer quando Ele
fala é discernir a Sua vontade. Em termos práticos, saber o nome de Deus
significa ter novas experiências pessoalmente com o poder de Deus. É ter uma
vida de crescimento com Ele. É praticar a Sua presença.
4. Deus espera que nós proclamemos a salvação, prática que torna belos os
nossos pés.
Quão formosos são sobre os montes os pés do que anuncia as boas-novas, que
faz ouvir a paz, que anuncia coisas boas, que faz ouvir a salvação, que diz a Sião:
O teu Deus reina! (v. 7)
Paulo cita este texto, ao perguntar e responder: Como pregarão, se não forem
enviados? Como está escrito: Quão formosos são os pés dos que anunciam
coisas boas! (Romanos 10.15)
Esta proclamação deve ser feita com a paixão de um carteiro profissional. Você já
reparou como andam rápido? É porque têm uma tarefa a cumprir. Eles precisam
obstáculos e terminar logo sua empreitada.
Os três verbos da ação do proclamador (anuncia, faz ouvir, diz) indicam o prazer
de proclamar e a insistência em proclamar. Não se trata de cumprir
mecanicamente uma ordem, mas de levar uma mensagem cujo conteúdo se sabe
que é fundamental.
No caso específico, o conteúdo da proclamação, naquele contexto histórico, era:
O Senhor desnudou o seu santo braço à vista de todas as nações; e todos os
confins da terra verão a salvação do nosso Deus. (v. 10)
Em outras palavras, Deus manifestou o seu poder e a salvação de Israel estava
Se não entrarmos a mensagem de salvação aos homens, eles não serão salvos.
Como ouvirão que Jesus Cristo é o Salvador e o Senhor, se não há quem lhes
disser?
É por isto que esta proclamação deve ser feita com a disposição de uma sentinela
(atalaia). Eis o grito dos teus atalaias! Eles erguem a voz, juntamente exultam;
porque com seus próprios olhos distintamente vêem o retorno do Senhor a Sião
(v. 8).
Você não se sente capacitado? Você tem medo de convidar, de falar, de orar?
Não devemos viver como quem foge: Porquanto não saireis apressadamente, nem
vos ireis fugindo; porque o Senhor irá adiante de vós, e o Deus de Israel será a
vossa retaguarda (v. 12).
Parte 25.
"A glória dos jovens é a sua força, e a beleza dos velhos são os cabelos brancos"
(Pv 20.29)
Dos 65 anos em diante, a vida não é outra coisa senão extensão das atitudes e
comportamentos de quando se tinha vinte, trinta ou, mesmo, cinqüenta anos. Isso
porque nós somos, na realidade, a soma dos anos que vivemos. Garfield, um
pensador, deixou-nos uma iluminada recomendação: Se devemos ter rugas na
fronte, que elas não se formem em nosso coração. O espírito não deve
envelhecer". E no livro dos Provérbios, fala-nos a Bíblia que "a glória dos jovens é
a sua força; e a beleza dos velhos são os cabelos brancos".
ONTEM E HOJE
A verdade é que a vida é uma jornada, uma intensa caminhada. Não gosto do
quadro pretensamente cômico de um programa de TV, cuja personagem
ridiculariza ao mesmo tempo dois tipos de pessoas: o idoso e o surdo. Considero-
o uma falta de respeito, além de passar às gerações mais jovens que o idoso é
objeto de ridículo, indesejável e feio. Uma sociedade que não respeita seus idosos
está fadada à desgraça e ao descaminho. A Bíblia, pelo contrário, ensina, e o faz
com muita propriedade, "Diante das cãs te levantarás, e honrarás a face do
ancião, e temerás o teu Deus. Eu sou o Senhor". (Lv 19.32), e ainda "Com os
anciãos está a sabedoria, e na longura de dias dias o entendimento". (Jo 12.12)
Isso que acabei de ler é muito próprio das culturas orientais, onde o idoso é
reconhecido por sua experiência e sabedoria (cf. Pv 16.31; 20.29). O professor
alemão Karlfried Von Durckheim perguntou a um grupo de japoneses o que era
considerado como bem mais precioso no Japão. Eles responderam, "os idosos".
No Antigo Testamento, ter muita idade era sinal da graça de Deus; agraciado era
o que tinha muita idade, boa saúde juntamente com riquezas e muitos filhos. E é
por essa razão que Davi, agora feliz membro da terceira idade, exclama no Salmo
37, "Fui moço, e agora sou velho; mas nunca vi desamparado o justo, nem a sua
descendência a mendigar o pão" (v. 25). Os idosos não eram um fardo para as
famílias, mas a sua sabedoria e experiência de vida eram objeto de respeito, de
reverência e de cuidado. As cidades antigas, fala-nos a história, bem como a
Escritura Sagrada, eram regidas por um conselho de anciãos. Tive a curiosidade
de olhar na Bíblia o que fala sobre isso, e verifiquei a presença dos "anciãos de
Israel", os dirigentes (Ex 4.29; 18.12; Rt 4. 1-3). Aqueles que foram o corpo
"Ele, porém, deixou os conselhos que os anciãos lhe deram, teve conselho com os
mancebos que haviam crescido com ele, e que assistiam diante dele. E os
mancebos que haviam crescido com ele responderam-lhe: A este povo que te
falou, dizendo: Teu pai fez pesado o nosso jugo, mas tu o alivia de sobre nós;
assim lhe falarás: Meu dedo mínimo é mais grosso do que os lombos de meu pai.
Assim que, meu pai vos castigou com açoites; eu, porém vos castigarei com
escorpiões". (1Rs 12.8,10,11)
"O povo será oprimido; um será contra o outro, e cada um contra o seu próximo; o
menino se atreverá contra o ancião, e o vil contra o nobre". (Is 3.5)
POR SI E PARA SI
E porque o problema não é ser idoso, e sim, saber sê-lo, fica um pouquinho difícil
precisar o que é um idoso.
"Os justos florescerão como a palmeira, crescerão como o cedro do Líbano. Então
plantados na casa do Senhor, florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice
ainda darão frutos, serão viçosos e florescentes, para proclamarem que o Senhor
é reto. Ele é a minha rocha, e nele não há injustiça". (vv. 12-15)
Mas isso diz respeito aos justos, aos que foram tornados justos, aos que
conhecem bem de perto a experiência de Isaías 40.29-31:
Apenas esses têm a experiência de florescer ainda na velhice. Afinal, esses vão
ter sonhos! Como é linda a palavra de Deus:
Aí, sim, vão receber bênçãos, muitas bênçãos, e bençãos sem fim prometidas
pelo Senhor como expressa o profeta Zacarias:
"Assim diz o Senhor dos exércitos: Zelo por Sião com grande zelo; e, com grande
indignação, por ela estou zelando. Assim diz o Senhor dos exércitos: Ainda nas
praças de Jerusalém sentar-se-ão velhos e velhas, levando cada um na mão o
seu cajado, por causa da sua muita idade. E as ruas da cidade se encherão de
meninos e meninas, que nelas brincarão, e sereis uma bênção, não temais, mas
sejam fortes as vossas mãos" (Zc 8.2,4,5,13b).
A Terceira Idade foi redescoberta nestes últimos anos. No começo deste século,
quem foi redescoberta foi a criança, a quem ninguém prestava atenção. A partir
daí, desenvolveram-se algumas ciências e artes: a Pedagogia , a Pediatria. Hoje,
desenvolve-se a Gerontologia, a Geriatria, e há um espetacular progresso na
medicina: os antibióticos, as vacinas, os antidepressivos, os transplantes, as
microcirurgias, possibilitando que a maioria das doenças seja debelada, e haja
uma maior extensão de vida. Houve mais avanço nestes quarenta últimos anos
que em todos os quarenta séculos precedentes.
A vida não termina com a juventude: os idosos querem e merecem seus espaços.
Mas saber envelhecer é um grande conforto na jornada desta vida. E se a pessoa,
longe de esperar em Deus e na Sua Providência, se desespera, e não se
conforma com essa fase mais que natural de todo ser vivo, vai se tornar um infeliz,
amargo, azedo, revoltado com o inevitável que aos poucos vem chegando.
PERSONAGENS BÍBLICAS
Josué, que ficou no lugar de Moisés, aos 85 anos chamou Calebe, e lhe disse: "E
agora eis que o senhor como falou, me conservou em vida estes quarenta e cinco
anos, desde o tempo em que o Senhor me falou esta palavra a Moisés, andando
Israel ainda no deserto; e eis que hoje tenho já oitenta e cinco anos; qual era a
minha força então, tal é a minha força agora, tanto para a guerra, como para sair e
entrar" (Js 14.10,11).
ISABEL, a mãe de João, o Batista; ela e Zacarias, seu esposo, não tinham filhos.
Era a mesma situação de Abraão e Sara. E, em avançada idade, aconteceu com
ela o que acontecera com sara: ficou grávida!
Que gente tão linda! Que vidas inspiradoras! Como Abraão e Sara nos deixaram
uma lição de fé; e como Isabel e Zacarias foram piedosos, como diz Lucas 1.5,6.
VALORES
Outra coisa: a palavra de Jesus exorta, "Amarás ao teu próximo como a ti mesmo"
(Mt 22.39). Pensemos no "amarás... a ti mesmo". É preciso que o irmão se ame; o
idoso se ame. Cuide, portanto, da saúde, do lazer, do senso de humor, aprenda a
E dê muito amor, pois a nossa qualidade de ser depende do amor.. É assim que a
personalidade se enriquece. A criança, qualquer criança, precisa do seu amor,
seja um avô, uma avó para ela; o adolescente que precisa de sua orientação pede
o seu afeto; o jovem que precisa de sua experiência e carinho; o adulto que
necessita do seu conselho. E precisam todas as idades andar juntas. Antes da
jornada do êxodo, queriam os israelitas cultuar no deserto. Narra a Escritura:
"Pelo que Moisés e Arão foram levados outra vez a faraó, e ele lhes disse: Ide,
servi ao Senhor vosso Deus. Mas quais são os que hão de ir? [o faraó não queria
deixar que todos fossem ao deserto cultuar] Respondeu-lhes Moisés: (Nós)
Havemos de ir com os nossos jovens e com os nossos velhos; com os nossos
filhos" (Ex 10.8,9).
Parte 26.
CRISE E PERDÃO NA FAMÍLIA
INTRODUÇÃO:
A. Uma família não pode subsistir sem perdão, pois invariavelmente vamos errar
uns com os outros. O perdão é a possibilidade da convivência.
B. O perdão é um indicador de nossa compreensão do amor de Deus por nós (Cl
3.13b)
C. Todos nós experimentamos ofensas: um amigo que nos trai, um filho ingrato, a
parcialidade dos pais, uma palavra áspera, uma acusação falsa, uma data pessoal
esquecida, a indiferença para comigo de alguém que me é importante. Perante a
ofensa exercemos a escolha. Podemos "perdoar ou tornar-nos ressentidos, amar
ou odiar, estabececer relacionamentos ou rompê-los." A primeira escolha leva-nos
á liberdade constante, uma vida de siceridade e opções . A segunda escolha,
inevitavelmente, leva-nos a uma escravidão dentro de nós mesmos. A primeira
resulta em crescimento espiritual, a segunda, em amargura. PERDÃO É CURA.
C. Falhas pessoais:
1. Esquecimentos. (datas, promessas, etc)
2. Egoísmo.
3. Ira.
4. Agressões (físicas, verbais)
5. Infidelidade (quebra dos votos conjugais - quais?)
E. Perdão é unilateral; ele não depende dos "méritos" do ofensor. (Ilustr. Coren
TenBoom e o carrasco nazista.
A. Perdão é uma reação positiva para com a ofensa, ao invéz de uma reação
negativa para com o ofensor. Ofensas são oportunidades para ou perdoar ou ficar
amargurado. Uma reação positiva significa olhar aquela ofensa como
oportunidade para crescer na vida e/ou para refletir as qualidades de Cristo para
com o ofensor.
A. Decida perdoar.
Primeiro vem a obediência e depois o sentimento.
D. Busque o bem do ofensor (Rm 12.20). Isso significa, no mínimo, oração, mas
pode significar muito mais.
E. Faça um compromisso com Deus de jamais levantar a(s) ofensa(s) perante Ele,
perante os outros (inclusive o ofensor), e perante você mesmo.
CONCLUSÃO:
Desafio ao perdão!
Parte 27.
DIA DO DESCASO
"Servi ao Senhor com alegria, e apresentai-vos a ele com cântico. Entrai pelas
suas portas com ação de graças, e em seus átrios com louvor; dai-lhe graças e
bendizei o seu nome. Porque o Senhor é bom; a sua benignidade dura para
sempre, e a sua fidelidade de geração em geração".
"O filho honra o pai, e o servo ao seu amo; se eu, pois, sou pai, onde está a minha
honra? E se eu sou amo, onde está o temor de mim? Diz o Senhor dos exércitos a
vós, ó sacerdotes, que desprezais o meu nome. E vós dizeis: Em que temos nós
desprezado o teu nome? Ofereceis sobre o meu altar pão profano, e dizeis: Em
que te havemos profanado?"
(Sl 118.24; 100.2,4,5; Ml 1.6,7a)
Não houve erro de digitação no título deste estudo, que talvez quisesse dizer "Dia
do descanso". Antes que se coloque a culpa em nossa eficiente secretária,
queremos esclarecer que o título é proposital. É "Dia do descaso" mesmo! É a
ênfase no que esse dia separado, especial, está se tornando no meio do povo de
Deus. A bem da verdade, o problema não é novo. Isaías, 700 anos a. C. fazia uma
denúncia a esse respeito. Dizia ele:
"Por isso o Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de mim, e com a sua
boca e com os seus lábios me honra, mas tem afastado para longe de mim o seu
coração, e o seu temor para comigo consiste em mandamentos de homens,
aprendidos de cor" (29.13).
E o escritor da carta aos Hebreus, nos dias apostólicos, apelava aos crentes:
Mas é lamentável que a igreja como um corpo não cresça coesa, equilibrada, bem
ajustada como uma coluna firme e inabalável porque nem todos freqüentam as
suas oportunidades de serviço, de doutrinamento, de inspiração, de louvor, de
ministério em comum. E isso significa que "Dia do descaso" tornou-se o domingo,
o Dia do Senhor, em lugar do abençoado " Dia do descanso", do repouso e da
santificação.
UM POUCO DE HISTÓRIA
A história do descanso semanal, aliás, é muito antiga. É até mais antiga que o que
está apresentado na lei de Moisés. Os acadianos, povo que habitou a antiga
Acádia1, antes, até, dos babilônios, tinham apenas um dia de descanso no mês, e
a ele chamavam Shabattu (ou shapattu), que significava "repouso." O repouso
mensal se dava no dia da lua nova, e a partir dele eram contados certos dias
chamados de "dias maus", assinalados por uma série de tabus e proibições.
Os próprios teólogos judeus da época de Jesus criaram normas, leis, regras tantas
que tornaram o dia de descanso um dia de cansaço, com um fardo de inúmeras
proibições. Era proibido o transporte de cargas,3 proibida a compra e venda de
mercadorias,4 proibidas viagens,5 chegando a elaborar quanto se podia caminhar
no dia de descanso, no Sábado: 2.000 côvados, ou seja, aproximadamente 2.000
passos6, era proibida a preparação de alimentos,7 atendimento médico só em
caso de morte (daí a oposição a Jesus quando Ele curava no dia do repouso.8 O
Livro dos Jubileus (1.8-12), literatura extracanônica, menciona que relações
conjugais eram proibidas no dia do descanso, e os essênios (seita que existiu
paralelamente à pregação de Jesus Cristo) até se recusavam a mudar um objeto
do seu lugar, registrando Josefo que lhes era proibido no dia do descanso até ir ao
sanitário?!
"O Sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do Sábado" (
Mc 2,27).
"O dia de descanso foi feito por causa do ser humano, e não o ser humano por
causa do dia de descanso".
Ou, ainda:
"A instituição (do repouso) foi inaugurada por causa da pessoa, e não ao contrário,
a pessoa por causa da instituição (do repouso)".
Sim; Jesus nos libertou do peso, do fardo, das cargas tremendas e medonhas,
quando disse, em Mateus 11.28,29 , texto tão amado do Povo de Deus,
"Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai
sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e
achareis descanso para as vossas almas".
Sim; "e achareis o Sábado, repouso, o shabbath para as vossas almas [em mim]",
ou seja, encontraremos esse shabbath no próprio Senhor Jesus Cristo.
Assim, estamos falando do dia que recebe o Seu Nome: O Dia do Senhor, em
latim Dies Dominica, o Domingo.
O DIA DA RESSURREIÇÃO
Observem que enquanto os outros dias da semana são numerados, dois recebem
tratamento diferenciado: têm nome específico. Um deles é o sétimo dia da
semana, o dia semanal do sábado, como lembrança da fé do Antigo Testamento,
e como memorial da criação da matéria. O outro é o primeiro dia da semana, o
domingo, o Dia do Senhor, como memorial da nova criação em Cristo, e específico
da fé da Nova Aliança.
É essa é, amados, a aspiração maior, o anseio supremo dos crentes: sentir nos
cultos, nas suas próprias reuniões, a presença de Jesus Cristo, nosso Salvador! É
o que aconteceu hoje, precisamente agora quando neste primeiro dia da semana,
no Dia do Senhor, "reunimo-nos aqui para glorificar o rei Jesus." Não que o crente
seja mais consagrado no Domingo que em outros dias, não! O crente em Jesus
Cristo que leva a sério a vida no Espírito, não pensa assim. Sabe que a segunda e
a quinta-feiras são tão sagradas e especiais para o seu testemunho quanto o
Domingo.
"O filho honra o pai, e o servo ao seu amo; se eu, pois, sou pai, onde está a minha
honra? E se eu sou amo, onde está o temor de mim? Diz o Senhor dos exércitos a
vós, ó sacerdotes, que desprezais o meu nome. E vós dizeis: Em que temos nós
desprezado o teu nome? Ofereceis sobre o meu altar pão profano, e dizeis: Em
que te havemos profanado? Nisto que pensais, que a mesa do Senhor é
desprezível. Mas seja maldito o enganador que, tendo animal macho no seu
rebanho, o vota, e sacrifica ao Senhor o que tem mácula; porque eu sou grande
Rei, diz o Senhor dos exércitos, e o meu nome é temível entre as nações." (Ml
1.6,7,14).
Como, também,
"Agora o Senhor diz: ... honrarei aos que me honram, mas os que me desprezam
serão desprezados" ( 1Sm 2.30b).
A DESONRA
Pois é; o dia do descanso tem sido vezes sem conta desonrado. A própria Bíblia
Sagrada apresenta essas lamentáveis situações quando nós dessacralizamos o
Dia do Senhor. Exemplos: Quando nos apresentamos ao Senhor com adoração
vazia, com o coração distante, quando não há espírito nem verdade em nosso
louvor. E esse é um requisito básico estabelecido por Jesus Cristo mesmo com
respeito ao louvor e adoração ao Pai. "Não", disse Ele, "Deus é Espírito, e é
"Este povo honra-me com os lábios; o seu coração, porém, está longe de mim".17
Que pelo contrário, possamos dizer como o autor da Carta aos Hebreus:
"Por ele, pois, ofereçamos sempre a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos
lábios que confessam o seu nome"18.
"Mas o fim desta admoestação é o amor que procede de um coração puro, de uma
boa consciência, e de uma fé não fingida; das quais coisas alguns se desviaram, e
se entregaram a discursos vãos, querendo ser doutores da lei, embora não
entendam nem o que dizem nem o que com tanta confiança afirmam".20
"E, quando orardes, não sejais como os hipócritas; pois gostam de orar em pé nas
sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade
vos digo que já receberam a sua recompensa".21
Assim como,
"Quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque eles
desfiguram os seus rostos, para que os homens vejam que estão jejuando. Em
verdade vos digo que já receberam a sua recompensa".22
"Seria esse o jejum que eu escolhi? O dia em que o homem aflija a sua alma?
Consiste, porventura, em inclinar o homem a cabeça como junco, e em estender
debaixo de si saco e cinza? Chamarias tu a isso jejum e dia aceitável ao
Senhor?"23
"E eles vêm a ti, como o povo costuma vir, e se assentam diante de ti como meu
povo, e ouvem as tuas palavras, mas não as põem por obra; pois com a sua boca
professam muito amor, mas o seu coração vai após o lucro. E eis que tu és para
eles [tu, pregador, falando tão bonito, tão bem] como uma canção de amores [uma
canção romântica que a gente gosta de ouvir], canção de quem tem voz suave
[que solos tão lindos tivemos nesta manhã] e que bem tange ["bem toca"] porque
ouvem as tuas palavras, mas não as põem por obra [vêm apenas ouvir uma boa
música e um bom sermão]."
"Disse Moisés a Arão: Isto é o que o Senhor falou, dizendo: Serei santificado
naqueles que se chegarem a mim, e serei glorificado diante de todo o povo. Mas
Arão guardou silêncio".
O extraordinário escritor, A. W. Tozer, ensina que para o cristão há coisas que não
podem ser negociadas. Não podemos negociar a tolerância; não podemos
negociar a caridade; não podemos vender a compreensão e a boa vontade, nem a
paciência, e, menos ainda, a santidade. Sim; a santidade não se negocia, seja a
santidade pessoal, a santidade de nossa família, a santidade da igreja, ou a do dia
do descanso. E falar de santidade do Dia do Senhor, de resguardá-lo, de separá-
lo, de observá-lo, é falar de santidade pessoal, porque, como bem lembrou
alguém: "Somente uma pessoa santa pode observar um dia santo."
SEU SIGNIFICADO
Há outras lições: o dia do descanso lembra que você é um ser humano. Por isso,
Jesus Cristo ensinou que "O dia de descanso foi feito por causa do ser humano, e
não o ser humano por causa dessa instituição" (cf. Mc 2.27). Você precisa parar
por um pouco. Até a terra deve descansar ensina-nos o livro do Êxodo (Ex 23.10,
11; cf. Lv 25.2-7); os animais precisam descansar (Ex 23.12). E não se esqueçam
que esse é o significado da expressão yom shabbath, dia de cessação, dia de
parada, de repouso perfeito.
Não somos, porém, escravos do domingo, não! Ele é o dia da liberdade! É o dia
de Cristo! É o dia do nosso Senhor!
O domingo, o dia do Senhor, o dia do descanso é sinal de uma nova criação. E diz
para nós o seguinte: que fomos lavados (1Co 6.11; Ap 7.14), diz que fomos
perdoados (Rm 4.7; Ef 4.32; 1Jo 2.12), diz que fomos justificados por Deus em
Cristo (Rm 3.24; 8.33; 1Co 6.11); diz o domingo, ainda, que nós recebemos o dom
do Espírito Santo (At 1.8; 19.2: Ef 1.13; 1Ts 4.8), e o dom da vida eterna, e somos
herdeiros legais de Deus e co-herdeiros de Jesus Cristo (Rm 8.17; Gl 3.29; Ef
3.6). Diz, também, que somos membros do Corpo de Cristo (rm 12.5; 1Co 6.15;
12.27), e fazemos parte da Igreja Militante, a Noiva de Cristo (Ef 5.23-27; Ap 21.9;
22.17), e que somos participantes de uma nova humanidade (1Co 15.45-49; Ef
2.15), e somos uma nova criação ( 2Co 5.17, 18; cf. Gl 6.15; Ef 2.10; 4.24). Diz,
ainda, o domingo que, pela fé, nós morremos na cruz com Jesus Cristo (Rm 6. 8,
9), e ressuscitamos com Ele (Rm 6.4; Cl 2.12, 13: 3.1-4).
É por essas rezões, amados, que, como o sétimo dia celebra o fim da criação, o
primeiro dia da semana, o Dia-de-Cristo-Jesus, o Dia do Senhor, o domingo
celebra a nova criação no Filho de Deus! E a base, o fundamento, o alicerce
dessa nova criação é a ressurreição. Por isso, o domingo conserva toda a
sacralidade do sétimo dia, e merece a sua santificação. E, adicionalmente, ainda
tem as riquezas espirituais do evangelho da ressurreição de Jesus Cristo. É
memorial dessa ressurreição (Mt 28. 1, 2, 5, 6). Desde o primeiro "Dia do Senhor"
quando se ouviu esse grito dado pelo anjo do Senhor "O Senhor ressuscitou!" até
hoje, meus irmãos (Mt 28.6; Mc 16.6; Lc 24.6,9); desde a primeira experiência de
culto naquele dia; desde a experiência de ver o Senhor ressuscitado no "Dia do
Senhor" (Jo 20.18) até hoje, que cada domingo traz para nós essa mensagem tão
Há uma nota de alegria no culto. O irmão pode chamar a este dia do que quiser:
"Dia da ressurreição", "Dia do Senhor", "domingo", é a mesma coisa! Há uma nota
de vitória, pois Jesus Cristo diz "Eu venci!" (Jo 16.33; cf. Ap 3.21; 5.5), e permite
que também o digamos como bem exclamou o apóstolo Paulo: "Mas em todas
estas coisas somos mais que vencedores, por aquele que nos amou". (Rm 8.37;
cf. 1Jo 2.13,14; 4.4; 5.4,5; Ap 2.11).
Olhe, meu irmão, para o sétimo dia da semana como celebração da obra criadora.
Não se deixe iludir por aqueles que pregam o legalismo, não! Mas aprofunde o
seu olhar para o primeiro dia da semana, para hoje, o Dia do Senhor, como
celebração da redenção, da libertação, da liberdade dos filhos de Deus (Gl 4.4-
10). O domingo é um monumento construido no tempo. E, ao usar esta expressão,
aproprio-me do pensamento de um filósofo judeu chamado Abraham J. Heschel, e
é citado pelo rabino, Dr. Henry Sobel, e diz que as civilizações pensavam e
pensam em termos de espaço. Daí as grandes e esplêndidas construções que
elas deixaram. Quem não se recorda de ter lido sobre as "Maravilhas do Mundo
Antigo", entre elas: as pirâmides do Egito, o Colosso de Roder, os jardins
suspensos da Babilônia, o farol de Alexandria. Hoje, mesmo, a Torre Eifell em
Paris, o Big Ben em Londres, o Cristo Redentor no Rio de Janeiro. E aí completa o
Pois bem, você vive e serve os seis dias seguintes ao Dia do Senhor debaixo da
graça, da sombra, e das bênçãos desse rico, significativo e abençoado
monumento à ressurreição que é o domingo. Não faça do "dia do descanso" um
dia qualquer, um dia relaxado, um dia de descaso! Pelo contrário, dignifique, honre
e santifique o Dia do Senhor! Amém!
1 3o milênio a.C.
2 2o ao 1o milênio a. C.
3 Cf. Jr 17.19-27; Jo 5.10.
4 Am 8.5.
5 Is 58.13.
6 Entre 800 e 900 m (cf. Ex 16.29; At 1.12).
7 Ex 35.3; Nm 15.32.
8 cf. Mt 12.9-13; Lc 13.10-17; 14.1-6; Jo 5.1-16; 9.14ss)
9 Hebr., shabbath.
10 Rm 4.25.
11 1Pe 1.3.
12 1Pe 3.21.
13 1Co 15.17-19.
14 Jo 20.19.
15 Jo 20.26.
16 Jo 4.24.
17 Mt 15.8; cf. Is 29.13a.
18 Hb 13.15.
19 Mt 15.9.
20 1Tm 1.5-7; cf. Cl 2.20-23; Tt 1.10-14; 1Tm 6.3-5.
21 Mt 6.5.
22 Mt 6.15.
23 Is 58.5.
24 Ml 1.7-9; cf. Lv 10.1.
25 Cf. 1.13,15,16.
Parte 28.
DISCÍPULOS OU CONSUMIDORES?
O outro lado da herança de Charles G. Finney
Em certa ocasião o Senhor Jesus teve de fazer uma escolha entre ter cinco mil
pessoas que o seguiam por causa dos benefícios que poderiam obter dele, ou ter
doze seguidores leais, que o seguiam pelo motivo certo. Uma decisão entre
muitos consumidores e poucos fiéis discípulos. Refiro-me à multiplicação dos pães
narrada em João, 6. Lemos que a multidão, extasiada com o milagre, quis
proclamar Jesus como rei, mas Ele recusou-se (João 6.15). No dia seguinte,
Jesus também se recusa a fazer mais milagres diante da multidão pois percebe
que o estão seguindo por causa dos pães que comeram (Jo 6.26,30). Sua palavra
acerca do pão da vida afugenta quase todos da multidão (Jo 6.60,66), à exceção
dos doze discípulos, que afirmam segui-lo por saber que Ele é o Salvador, o que
tem as palavras de vida eterna (Jo 6.67-69).
Numa pesquisa recente feita Instituto Gallup nos Estados constatou-se que quatro
Cada vez mais cresce o Marketing nas igrejas na área de aconselhamento, com
um número alarmante de profissionais cristãos oferecendo ajuda psicológica
através de métodos seculares. A indústria de música cristã tem crescido
assustadoramente, abandonando por vez seu propósito inicial de difundir o
Evangelho e tornando-se cada vez mais um mercado rentável como outro
qualquer. A maioria das gravadoras evangélicas nos estados Unidos pertence a
corporações seculares de entretenimento. As estrelas do gospel music cobram
caches altíssimos para suas apresentações. Num recente artigo em Strategies for
Today’s Leader, Gary McIntosh defende abertamente que "o negócio das igrejas é
servir ao povo". Ele defende que a igreja deve ter uma mentalidade voltada para o
"cliente", e traçar seus planos e estratégias visando suas necessidades básicas, e
especialmente fazelos sentir-se bem.
Um efeito da mentalidade consumista das igrejas é o que tem sido chamado de "a
síndrome da porta giratória". As igrejas estão repletas de pessoas buscando
sentido para a vida, alívio para suas ansiedades e preocupações, ou
simplesmente diversão e entretenimento evangélicos; muitas delas estão
simplesmente passeando pelas igrejas, como quem passeia pelas lojas de um
shopping center, escolhendo produtos que lhe agradem. Assim, elas escolhem
igrejas como escolhem refrigerantes. Tão logo a igreja que freqüentam deixa de
satisfazer as suas necessidades, elas saem pela porta tão, facilmente quanto
entraram. As pessoas escolhem igrejas onde se sintam confortáveis, e se
esquecem de que precisam na verdade de uma igreja que as faça crescer em
Cristo e no amor para com os outros.
Finney não estava descobrindo uma nova verdade, mas abraçando um erro
antigo, defendido por Pelágio no Século IV, que foi condenado como herético pela
Igreja. Ele tem sido corretamente descrito por estudiosos evangélicos como sendo
semi-pelagiano (ou mesmo, pelagiano) em sua doutrina, e um dos maiores
responsáveis pela disseminação deste erro antigo entre as igrejas modernas.
Parte 29.
"EM ESPÍRITO E EM VERDADE"
Isso significa que tudo o mais na Igreja de Cristo decorre do culto. Quem põe o
culto em segundo lugar na vida já colocou o evangelismo, a ação social, a Escola
Bíblica em quarto ou quinto lugar em sua vida. Ryle bem que afirmou que "O
melhor culto público é aquele que produz o melhor cristianismo particular". Com
absoluta certeza, a adoração é uma fonte de fortalecimento do espírito e de
alimentação da alma. Quando lembramos o que Jesus Cristo fez por nós, isso nos
traz ao culto com o espírito alegre, renovado, reformado, completamente aberto a
receber todas as bênçãos que o esse ato nos vai trazer. É como diz a Bíblia
Sagrada na exclamação de João Batista quando Jesus passava: "Eis o Cordeiro
de Deus que tira o pecado do mundo" , ou seja, "que tira O NOSSO PECADO!!!"
É o que estamos dizendo com o apóstolo Paulo. Por essa razão, o culto deve se
tornar uma esperança ativa em nossa experiência. O Deus que falou aos profetas
também nos fala hoje; o Cristo que ministrou aos apóstolos também nos ministra
hoje; o mesmo Deus que realizou sinais no passado realiza-os hoje; o Espírito
Santo que agiu e ungiu, unge e age nos dias atuais. Como posso achar que o
culto tem coisa demais ou coisa de menos, que tem música demais, ou sermão
demais, ou o sermão é curto demais, ou demora demais quando penso no que
Cristo fez por mim? Um dos autores preferidos do povo de Deus que o lê com
muito entusiasmo é o falecido Dr. A. W. Tozer, que disse com imensa propriedade:
Que coisa séria disse ele! E afirma ter a autoridade da palavra de Deus. Por isso,
é preciso conferir. A Escritura apresenta a visão do trono da majestade divina:
"Os quatro seres viventes tinham, cada um, seis asas, e ao redor e por dentro
estavam cheios de olhos; e não têm descanso nem de dia nem de noite, dizendo:
Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era, e que é,
e que há de vir" .
É bom saber disso porque nós estaremos na companhia deles cantando de noite e
de dia. Como é que eu vou me enfadar com uma hora e meia de culto aqui na
Igreja, se vou ter toda a eternidade cantando e vendo a face do Senhor?
DESPERTAR A CONSCIÊNCIA
DA SANTIDADE DE DEUS
Muita gente não se sente à vontade com os atributos de Deus. Talvez por causa
de seus próprios defeitos. E se assim é, que tipo de culto podem essas pessoas
oferecer a Deus? O culto de Caim? Sabem qual é? É o culto que não é das
primícias, o culto realizado de qualquer modo. Voltaremos a falar dele. Será o
culto dos samaritanos, o culto dividido entre Betel e Dã, mas não em Jerusalém?
Será o culto do fogo estranho, não aceito pelo Senhor?
Diante de Deus como estava Isaías, não havia lugar para brincadeiras, nem para
conversinhas (como se percebe em tantas reuniões), não havia lugar para se fingir
que cultua, porque "o nosso Deus é um fogo consumidor". E Jó colocou em seus
lábios essa expressão, tendo sido registrada do seguinte modo: "Com os ouvidos
eu ouvira falar de ti; mas agora te vêem os meus olhos. Pelo que me abomino, e
me arrependo no pó e na cinza" . Como cantamos hinos que nem temos coragem
de praticar!
Aprendemos, ainda, na palavra de Deus que Ele é pleno de graça, por isso Ele
nos salva e concede perdão e a salvação em Jesus Cristo. Por todas essas
razões, à luz de tudo o que foi dito até agora, as perguntas que se seguem não
podem ser consideradas impertinentes. A primeira delas é como eu cultuo? Como
você cultua? Que é que me leva a cultuar a Deus? Que o leva a cultuar, meu
irmão? Quais os resultados do culto na minha vida? E na sua vida? Não
Vamos falar do culto em espírito. Jesus falou que "os verdadeiros adoradores
adorarão o Pai em espírito e em verdade" .
E por falar em tempo, deve ele ser visto como algo sagrado, e como veículo de
adoração. Há duas palavrinhas que vão nos ajudar nessa idéia de tempo. Para
nós tempo é tempo, só temos uma palavra para conceituar isso, mas quando
vamos à Bíblia, descobrimos que os gregos tinham duas palavras para dizer
"tempo": chronos e kairos. Ambas querem dizer basicamente a mesma coisa, mas
os conceitos são diferentes. A que tempo nos referimos quando usamos a palavra
kairos, e que tempo quer dizer a palavra chronos? Quando dizemos cronologia,
estamos falando de chronos, o tempo do relógio, o tempo do minuto a minuto,
hora a hora, amanhã, depois de amanhã, semana que vem, ano vindouro, dia
após dia. É chronos, o tempo do relógio. Kairos, porém, é o tempo que marca uma
crise, um ponto de retorno, seja na história da humanidade, ou seja na nossa
história pessoal. E temos diversos kairos na nossa vida. Vamos pensar na
chamada Semana Santa: quinta-feira de Trevas, sexta-feira da Paixão, sábado de
Aleluia e domingo de Páscoa. Isso é chronos, é o dia a dia; mas quando falamos
daquele momento do Calvário, e, especialmente da ressurreição de Jesus Cristo,
estamos falando do kairos, ponto marcante da história. E tão marcante que a
história se dividiu em antes e depois de Jesus Cristo. Kairos, momento de decisão,
como foi o acontecimento do Calvário, como foi a vitória na tumba, esse momento
de vitória. Por isso, nós confiamos que o centro do tempo, o centro da história é
Jesus Cristo, como diz a palavra de Deus:
Isso é kairos! E por essa razão não existe Dia das Mães, nem Dia dos Pais, nem
Sete de Setembro que tenha a alegria, o brilho, a glória do Dia do Senhor! Porque
o Dia do Senhor há de ser celebrado "em espírito"! O culto celebra Jesus Cristo;
não celebra o ser humano que nós somos; o culto não celebra nossas dores;
nossas emoções, também não! Mas em Jesus Cristo o ser humano é celebrado
porque Cristo "se fez carne e habitou entre nós" . Celebra o ser humano porque
ele é imagem e semelhança de Deus. Em Cristo, atendemos as nossas dores e
necessidades porque "Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e levou as
nossas doenças". Diante de Cristo, depomos as nossas emoções e a nossa razão.
Esse é o motivo porque a palavra-chave para o "culto em espírito" é gratidão.
Deste modo, chegamos à terceira das qualidades do culto:
"trouxe Caim do fruto da terra uma oferta ao Senhor. Abel também trouxe dos
primogênitos das suas ovelhas, e da sua gordura atentou o Senhor para Abel e
para a sua oferta, mas para Caim e para sua oferta não atentou".
Por que Deus aceitou a adoração que Abel trouxe, e não aceitou a de Caim?
Porque Abel trouxe das primícias, das primeiras ovelhas que nasceram ele
entregou ao Senhor. Caim, não; ele trouxe qualquer oferta ("trouxe Caim do fruto
da terra", mas não menciona ter sido das primícias). É como muita gente faz, e
isso pontua alguns problemas no oferecimento do culto, como a idéia equivocada
de que Deus é diferente do que a Bíblia diz que Ele realmente é. "A Bíblia diz que
Ele é Santo, mas não acho que seja assim tão santo, não; a Bíblia diz que Deus é
Único, e, no entanto, eu resolvo dividir sua adoração com outros deuses; a Bíblia
diz que Deus é Digno, mas eu acho que há outras coisas que têm tanta dignidade
quanto Ele. Isso tem muito a ver com o Seu caráter: Ele é Santo; e não podemos
brincar com o fato de que nós não somos santos, a não ser que Ele nos dê essa
santidade.
O terceiro problema no "culto de Caim " é o fato de que ele e muita gente tem
presumido que o pecado não é coisa séria, dá para "tirar de letra", como se diz por
aí. "Eu peco agora, mas peço perdão a Deus e fica tudo resolvido". Diz a Bíblia
que aquele que é salvo não peca costumeiramente. Pode até acontecer de pecar,
mas não é hábito do crente em Jesus Cristo viver no pecado.
Outro tipo de culto que Deus não aceita é o "culto dos samaritanos". O
samaritanismo está em 1Reis 12. É preciso explicar: com Saul o reino de Israel
era um só; com Davi era um só, o mesmo acontecendo com Salomão. Quando
este faleceu, o reino foi dividido, e as tribos do Norte formaram um reino sob o
governo de Jeroboão, denominado reino de Efraim, de Samaria ou de Israel. O
reino do Sul foi formado por apenas duas tribos, que ficaram com o filho de
Salomão, Roboão. Jeroboão, no reino do Norte, decidiu que ninguém precisaria ir
a Jerusalém, onde estava o Templo, para cultuar. Em vez de cultuar no monte
Sião, cultuariam no monte Gerizim. Jesus, na conversa com a samaritana, foi
muito mais além do culto em Jerusalém ou no monte Gerizim, pois declarou que o
Pai Celeste busca adoradores que O adorem em espírito e em verdade. Jeroboão
havia ordenado a construção de dois santuários, em Dã e em Betel. Quem
morasse perto de Dã, cultuaria naquele santuário, o mesmo acontecendo com
quem residisse perto de Betel. Nos santuários, colocara as estátuas de dois
bezerros como aquele do deserto referido em Êxodo 32. Esse é o culto que Deus
não aceita porque o samaritanismo é a prática de escolher aquilo de que se gosta
e de que não se gosta. Por exemplo, "eu não gosto da parte tal do culto; mas
gosto desta outra; então, só vou chegar depois". Ou, então, "O pastor hoje foi
longe demais; não devia ter falado daquele jeito"; "Eu não gosto deste ou daquele
hino; não gosto deste hinário novo, prefiro o antigo; não gosto do hinário antigo, só
canto do novo". Isso é samaritanismo.
Ainda outra qualidade de culto que Deus não aceita é o "culto do fogo estranho",
história que está em Levítico 10.1, 2. O altar deveria ser aceso com fogo sagrado,
mas Nadabe e Abiú, sacerdotes filhos de Arão, trouxeram um fogo não autorizado,
mas era fogo com coisas estranhas. E quando nós trazemos coisas estranhas
para o culto do Senhor , Deus não aceita. Isso anda acontecendo em nossos
arraiais com tanta novidade acontecendo nos cultos. É história de sopro: o pastor
sopra e a pessoa cai no chão. Pergunto: para quê? Em que isso alimenta
espiritualmente? Outros falam em derrubar com o paletó?! Joga o paletó na
"vítima" e ela cai no chão. E daí? Para onde leva isso? Isso é irracional, e se não
está na Escritura é fogo estranho! E isso confunde, prejudica e enfraquece a fé. E
de quando em vez aparece uma novidade nas igrejas nossas, e isso traz o
descrédito do evangelho.
Isso significa que tudo o mais na Igreja de Cristo decorre do culto. Quem põe o
culto em segundo lugar na vida já colocou o evangelismo, a ação social, a Escola
Bíblica em quarto ou quinto lugar em sua vida. Ryle bem que afirmou que "O
melhor culto público é aquele que produz o melhor cristianismo particular". Com
absoluta certeza, a adoração é uma fonte de fortalecimento do espírito e de
alimentação da alma. Quando lembramos o que Jesus Cristo fez por nós, isso nos
traz ao culto com o espírito alegre, renovado, reformado, completamente aberto a
receber todas as bênçãos que o esse ato nos vai trazer. É como diz a Bíblia
Sagrada na exclamação de João Batista quando Jesus passava: "Eis o Cordeiro
de Deus que tira o pecado do mundo" , ou seja, "que tira O NOSSO PECADO!!!"
É o que estamos dizendo com o apóstolo Paulo. Por essa razão, o culto deve se
tornar uma esperança ativa em nossa experiência. O Deus que falou aos profetas
também nos fala hoje; o Cristo que ministrou aos apóstolos também nos ministra
hoje; o mesmo Deus que realizou sinais no passado realiza-os hoje; o Espírito
Santo que agiu e ungiu, unge e age nos dias atuais. Como posso achar que o
culto tem coisa demais ou coisa de menos, que tem música demais, ou sermão
demais, ou o sermão é curto demais, ou demora demais quando penso no que
Cristo fez por mim? Um dos autores preferidos do povo de Deus que o lê com
muito entusiasmo é o falecido Dr. A. W. Tozer, que disse com imensa propriedade:
Que coisa séria disse ele! E afirma ter a autoridade da palavra de Deus. Por isso,
é preciso conferir. A Escritura apresenta a visão do trono da majestade divina:
É bom saber disso porque nós estaremos na companhia deles cantando de noite e
de dia. Como é que eu vou me enfadar com uma hora e meia de culto aqui na
Igreja, se vou ter toda a eternidade cantando e vendo a face do Senhor?
Foi para cultuar e adorar a Deus que fomos trazidos à fé e à salvação. Deus nos
convoca para a adoração. No entanto, em inúmeros casos, apenas nos divertimos.
Fomos chamados para cultuar, mas fazemos na Igreja paródia de teatro, de circo,
de programa de auditório; somos espectadores, quantas vezes, mas não
cultuantes. E isso é refletido na linguagem que muita gente usa: "Vou assistir o
culto lá na Igreja Tal ou Qual!" Erra duas vezes: primeiro porque disse que vinha
assistir o culto, e segundo porque errou no português, pois queria dizer assistir ao
culto. Ninguém vem, numa igreja verdadeiramente evangélica, para assistir ao
culto, e sim para cultuar: somos parte de um grupo de cultuantes, e não
espectadores de um pregador ou de um coro ou de um solista, ou, ainda,
cantamos para fazer de conta naquele momento quando cantamos os hinos e
hinetos. Cante, irmão! Aliás, verificamos que no domingo de manhã, Deus faz
alguns milagres incríveis em algumas igrejas. Um desses é cantar de boca
fechada. Não sei, não, mas temos ouvido o povo cantando, mas quando olhamos
tem muita gente de boca fechada?! Cante! Mesmo que você pense que é
desafinado, cante! Sabe por quê? Porque para Deus você é um Pavarotti, uma
Jessie Norman, uma Kiri Te Kanawa; Deus vê em você um Plácido Domingo!
DESPERTAR A CONSCIÊNCIA
DA SANTIDADE DE DEUS
Muita gente não se sente à vontade com os atributos de Deus. Talvez por causa
de seus próprios defeitos. E se assim é, que tipo de culto podem essas pessoas
oferecer a Deus? O culto de Caim? Sabem qual é? É o culto que não é das
primícias, o culto realizado de qualquer modo. Voltaremos a falar dele. Será o
culto dos samaritanos, o culto dividido entre Betel e Dã, mas não em Jerusalém?
Será o culto do fogo estranho, não aceito pelo Senhor?
Diante de Deus como estava Isaías, não havia lugar para brincadeiras, nem para
conversinhas (como se percebe em tantas reuniões), não havia lugar para se fingir
que cultua, porque "o nosso Deus é um fogo consumidor". E Jó colocou em seus
lábios essa expressão, tendo sido registrada do seguinte modo: "Com os ouvidos
eu ouvira falar de ti; mas agora te vêem os meus olhos. Pelo que me abomino, e
me arrependo no pó e na cinza" . Como cantamos hinos que nem temos coragem
de praticar!
Aprendemos, ainda, na palavra de Deus que Ele é pleno de graça, por isso Ele
nos salva e concede perdão e a salvação em Jesus Cristo. Por todas essas
razões, à luz de tudo o que foi dito até agora, as perguntas que se seguem não
podem ser consideradas impertinentes. A primeira delas é como eu cultuo? Como
você cultua? Que é que me leva a cultuar a Deus? Que o leva a cultuar, meu
irmão? Quais os resultados do culto na minha vida? E na sua vida? Não
esqueçamos que a verdadeira adoração é sempre medida pelo modo como o
coração responde a Deus. O verdadeiro culto, então, é medido pela transformação
de quem cultua pelo fato de estar na presença de Deus. Mede-se então por uma
nova visão de Deus, por uma compreensão que torna a caminhada diária, as
dores de cada dia, a aventura do dia a dia mais profunda com Deus na minha
vida, com Cristo no meu coração, com o Espírito Santo segurando a minha mão.
O verdadeiro culto incomoda a nossa vida e o modo como temos vivido. Talvez a
expressão-chave para este aspecto do culto, da adoração seja "Louvor
Consciente". E um louvor consciente, um louvor racional, ou como Paulo colocou,
um "culto racional" dá poder à vida porque nele descobrimos quem somos, e,
sobretudo, de Quem somos. Desenvolvemos o senso de identidade como filhos de
Deus, e deixamos que a angústia e o ressentimento vão embora.
Vamos falar do culto em espírito. Jesus falou que "os verdadeiros adoradores
adorarão o Pai em espírito e em verdade" .
Que falta em nossos dias em relação a essa reverência e temor a Deus? O que
anda acontecendo em muitas igrejas evangélicas é mais show do que
profundidade na palavra. Mas há quem prefira o raso de uma religião infantil à
profundidade do culto racional, do culto em espírito e do culto em verdade. Por
esse motivo, quando o crente está com a sua vida apagada e cheia de
desobediência, e de rebeldia e de pecado, o louvor não sai. Ele não sabe louvar!
Ele pode fazer barulho, ruído, exibição, mas não faz adoração! Não é culto em
verdade, menos ainda em espírito, e muito menos culto racional.
E por falar em tempo, deve ele ser visto como algo sagrado, e como veículo de
adoração. Há duas palavrinhas que vão nos ajudar nessa idéia de tempo. Para
nós tempo é tempo, só temos uma palavra para conceituar isso, mas quando
vamos à Bíblia, descobrimos que os gregos tinham duas palavras para dizer
"tempo": chronos e kairos. Ambas querem dizer basicamente a mesma coisa, mas
os conceitos são diferentes. A que tempo nos referimos quando usamos a palavra
kairos, e que tempo quer dizer a palavra chronos? Quando dizemos cronologia,
estamos falando de chronos, o tempo do relógio, o tempo do minuto a minuto,
hora a hora, amanhã, depois de amanhã, semana que vem, ano vindouro, dia
após dia. É chronos, o tempo do relógio. Kairos, porém, é o tempo que marca uma
crise, um ponto de retorno, seja na história da humanidade, ou seja na nossa
história pessoal. E temos diversos kairos na nossa vida. Vamos pensar na
chamada Semana Santa: quinta-feira de Trevas, sexta-feira da Paixão, sábado de
Isso é kairos! E por essa razão não existe Dia das Mães, nem Dia dos Pais, nem
Sete de Setembro que tenha a alegria, o brilho, a glória do Dia do Senhor! Porque
o Dia do Senhor há de ser celebrado "em espírito"! O culto celebra Jesus Cristo;
não celebra o ser humano que nós somos; o culto não celebra nossas dores;
nossas emoções, também não! Mas em Jesus Cristo o ser humano é celebrado
porque Cristo "se fez carne e habitou entre nós" . Celebra o ser humano porque
ele é imagem e semelhança de Deus. Em Cristo, atendemos as nossas dores e
necessidades porque "Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e levou as
nossas doenças". Diante de Cristo, depomos as nossas emoções e a nossa razão.
Esse é o motivo porque a palavra-chave para o "culto em espírito" é gratidão.
Deste modo, chegamos à terceira das qualidades do culto:
"trouxe Caim do fruto da terra uma oferta ao Senhor. Abel também trouxe dos
primogênitos das suas ovelhas, e da sua gordura atentou o Senhor para Abel e
para a sua oferta, mas para Caim e para sua oferta não atentou".
Por que Deus aceitou a adoração que Abel trouxe, e não aceitou a de Caim?
Porque Abel trouxe das primícias, das primeiras ovelhas que nasceram ele
entregou ao Senhor. Caim, não; ele trouxe qualquer oferta ("trouxe Caim do fruto
da terra", mas não menciona ter sido das primícias). É como muita gente faz, e
isso pontua alguns problemas no oferecimento do culto, como a idéia equivocada
de que Deus é diferente do que a Bíblia diz que Ele realmente é. "A Bíblia diz que
O terceiro problema no "culto de Caim " é o fato de que ele e muita gente tem
presumido que o pecado não é coisa séria, dá para "tirar de letra", como se diz por
aí. "Eu peco agora, mas peço perdão a Deus e fica tudo resolvido". Diz a Bíblia
que aquele que é salvo não peca costumeiramente. Pode até acontecer de pecar,
mas não é hábito do crente em Jesus Cristo viver no pecado.
Outro tipo de culto que Deus não aceita é o "culto dos samaritanos". O
samaritanismo está em 1Reis 12. É preciso explicar: com Saul o reino de Israel
era um só; com Davi era um só, o mesmo acontecendo com Salomão. Quando
este faleceu, o reino foi dividido, e as tribos do Norte formaram um reino sob o
governo de Jeroboão, denominado reino de Efraim, de Samaria ou de Israel. O
reino do Sul foi formado por apenas duas tribos, que ficaram com o filho de
Salomão, Roboão. Jeroboão, no reino do Norte, decidiu que ninguém precisaria ir
a Jerusalém, onde estava o Templo, para cultuar. Em vez de cultuar no monte
Sião, cultuariam no monte Gerizim. Jesus, na conversa com a samaritana, foi
muito mais além do culto em Jerusalém ou no monte Gerizim, pois declarou que o
Pai Celeste busca adoradores que O adorem em espírito e em verdade. Jeroboão
havia ordenado a construção de dois santuários, em Dã e em Betel. Quem
morasse perto de Dã, cultuaria naquele santuário, o mesmo acontecendo com
quem residisse perto de Betel. Nos santuários, colocara as estátuas de dois
bezerros como aquele do deserto referido em Êxodo 32. Esse é o culto que Deus
não aceita porque o samaritanismo é a prática de escolher aquilo de que se gosta
e de que não se gosta. Por exemplo, "eu não gosto da parte tal do culto; mas
gosto desta outra; então, só vou chegar depois". Ou, então, "O pastor hoje foi
longe demais; não devia ter falado daquele jeito"; "Eu não gosto deste ou daquele
hino; não gosto deste hinário novo, prefiro o antigo; não gosto do hinário antigo, só
canto do novo". Isso é samaritanismo.
Ainda outra qualidade de culto que Deus não aceita é o "culto do fogo estranho",
história que está em Levítico 10.1, 2. O altar deveria ser aceso com fogo sagrado,
mas Nadabe e Abiú, sacerdotes filhos de Arão, trouxeram um fogo não autorizado,
Parte 30.
ESTUDO SOBRE DISCIPLINA FINANCEIRA
04. POBREZA
- não é uma condição natural na vida do homem - João 10:10; 2 Cor. 8:9
- não é um mal hereditário - Deut. 28: 1-14
- não faz parte da economia de Deus - Ageu 2: 8
Muitos cristãos estão perdendo a batalha contra o inimigo nos lugares celestiais,
porque ainda não tem ganho a batalha em sua mente. Não podemos conquistar as
fortalezas espirituais em lugares celestiais, sem que primeiro tenhamos
conquistados as fortalezas espirituais que satanás tem levantando em nossas
mentes.
"Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de
todo o teu entendimento (mente) e de todas as tuas forças". Mc 12.30
Para Deus, é muito importante como está a tua mente. Não haverá progresso se
nossa mente não se colocar em harmonia com Deus.
"A vós também que outrora éreis estranhos, e inimigos no entendimento (mente)
pelas vossas obras más". Cl. 1.21.
Paulo nos diz claramente nas escrituras que , antes de sermos salvos, nossa
mente estava em inimizade com Deus, ao pensar independentemente de Deus.
O que o homem faz é consequência do seu pensamento. "Viu o Senhor que era
grande a maldade do homem na terra e que toda a imaginação dos pensamentos
de seu coração era má continuamente". Gn 6.5.
Embora o homem tenha sido reconciliado com Deus por meio do sangue de Jesus
Cristo, precisamos decidir que nossa mente tenha pensamentos que nos levem a
manter uma vida de comunhão com Deus.
Se queremos agradar a Deus, tem que haver uma transformação em nosso modo
de pensar e atuar.
"Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne,
fazendo a vontade da carne e dos pensamentos, e éramos por natureza filhos da
Temos que entenderque a carne por si só não pode fazer nada, sem que primeiro,
receba ordem de sua mente, que foi a primeira que desejou e cobiçou.
O cristão tem a vantagem de poder controlar seus pensamentos porque tem a sua
disposição a vida de Deus, a Palavra e o Espírito Santo. Se tua mente não está
em comunhão com Deus, estará em comunhão com o mundo.
"Pensai nas coisas que São de cima, e não nas que são da terra". Cl. 3.2
Deus espera que as pessoas que nasceram de novo coloquem sua mente nas
coisas do espírito. É o poder da ressurreição em nós que nos capacita a dirigir
nossas mentes para as coisas de Deus.
Quando a Bíblia diz: pense nas coisas lá de cima, não está dando uma sugestão,
mas uma ordem.
A Bíblia diz como o homem pensa em seu coração indicando que quem controla
sua mente terminará controlando também o seu corpo.
Note que não podemos amar a Deus, com o nosso corpo, sem que tenhamos
amado com a mente.
"Ora, este é opacto que farei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o
Senhor; porei as minhas leis no seu entendimento, e em seu coração as
escreverei; Eu serei o seu Deus". Hb 8.10
Hoje vivemos um novo pacto oqual foi instituído com a morte e ressurreição de
nosso Senhor Jesus Cristo.
Este pacto é superior ao quefoi instituído com Moisés no Sinai, porque promete
uma transformação radical na pessoa que aceita.
Esse pacto se realiza à medida que a pessoa permite que Deus coloque Suas leis
em nossa mente.
Note como é importante receber a Palavra de Deus em nossa mente para que a
mesma seja escrita em nosso coração.
Lembre-se que Deus não faz nada em tua vida que você não deseje.
Há muitos cristão que vivem uma fantasia espiritual dizendo: "Se eu ignorar o
diabo, ele vai me ignorar também. Santanás não pode entrar em nosso espírito,
mas pode atacar nossa mente", por isto Paulo diz: "Não deis lugar o diabo". Ef
4.27
Satanás sabe que você jamais negará sua fé no Senhor Jesus Cristo, não pode
entrar no seu espírito, por isso, tenta atingir sua mente.
A mente é o campo principal da batalha dos filhos de Deus, ali se decide a vitória
ou a derrota, se caminho em santidade ou caminho na carne, se terá um corpo
sadio ou enfermo.
Aquele que ocupa o maior tempo em tua mente, será quem terá controle para
levar vantagem em seu reino. Você decide se é Deus ou o diabo.
Por que tenho lutas? Esta é uma das muitas perguntas que muitas pessoas
sinceras se fazem, quando descobrem que a vida cristã nem sempre é um jardim
de rosas. Às vezes as pessoas não entendem este conflito, e têm optado por
separar - se do serviço de Deus, porque satanás tem convencido que não são
salvas, porque se fossem salvas não teriam tantas lutas.
Você pode ter vitória na batalha de tuamente, pois isto foi designado por Deus.
Deus deseja que cada um dos Seus filhos tenha uma mente livre de toda
influência satânica, a qual possa ser usada para pensar os pensamentos de Deus.
Parte 31.
LEVANDO A SÉRIO A FRATERNIDADE CRISTÃ
Amar o próximo tinha como contrapartida odiar o inimigo. Assim o refletem Êxodo
15.6 e Levítico 26.8: "A tua destra, ó Senhor, é gloriosa em poder; a tua destra, ó
Senhor, despedaça o inimigo"; "Cinco de vós perseguirão a cem, e cem de vós
perseguirão a dez mil, e os vossos inimigos cairão à espada diante de vós".
"Que é o homem mortal para que dele te lembres?" Ou como colocou um teólogo
a Jesus, "Quem é o meu próximo?" (Lc 10.29).
Porque é assim com Jesus. Enquanto o povo fazia separação, Ele curava pobres
(Jo 9.1-8), e curava ricos (Mt 9.18,19); Ele condenou os altamente religiosos (Mt
23.27), mas aceitou convite de um deles para uma refeição (Lc 7.36). Esteve com
publicanos, pecadores (Lc 5.30) e marginalizados (Jo 4.1-43). Jesus sempre, e até
agora, acolhedor, mesmo com os seus carrascos por quem orou: "Pai, perdoa-
lhes, pois não sabem o que fazem" (Lc 23.34).
"Não olhe cada um somente para o que é seu, mas cada qual também para o que
é dos outros" ((Fp 2.4);
"Tende em vós aquele sentimento que houve também em Cristo Jesus, o qual...
esvaziou-se a si mesmo..." (Fp 2.5-7);
"Cada um, como bom administrador dos bens de Deus, ponha à disposição dos
outros o dom que dele recebeu" (1Pe 4.10 BSPC).
Mas como posso dar acolhimento total se não estou crucificado na cruz formada
pelo tronco da relação vertical com o Salvador e dos braços da relação horizontal
com o meu irmão? Se ela não me marca, não me atinge, não me impressiona?
Como fazê-lo se o fruto do Espírito não nasceu em mim, não amadurece dentro do
meu ser? Se não tenho amor, alegria, paz, paciência, delicadeza, bondade,
mansidão, compreensão e autodomínio? Como receber meu irmão se minha
antipatia é evidente, minha condenação é silenciosa (às vezes explícita) e meus
juízos mal esclarecidos? Assim fazendo, a comunhão não se aprofunda e o
coração não pode ser sensível, e não trato com seriedade assunto tão relevante.
Jesus não nos autoriza a ser mais irmão de uns que de outros, a ser seletivos em
nossa fraternidade. Como era expressiva a vida de relacionamentos fraternos da
Igreja Apostólica... Paulo usa freqüentemente a expressão "uns aos outros":
"Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade, cada um
considere os outros superiores a si mesmo" (Fp 2.3).
Quer dizer que a igreja é uma comunidade terapêutica, uma comunidade de ajuda
de grupo. Deus, na Sua sabedoria, concedeu essa característica à Igreja de
Cristo, coisa que a psicologia e a psicanálise só vieram a descobrir nos dias de
PROBLEMAS
Nem todos têm consciência de que correm soltos e livremente dentro das igrejas
certos problemas que são unicamente de ordem espiritual e demonstram
imediatamente uma relação desajustada com Deus.
Porém, como bem explicitou Edmund Burke, um estadista inglês: "Há um limite em
que a tolerância deixa de ser uma virtude", mesmo pelo bem do relacionamento
fraternal. Vezes sem conta, os esforços para boas relações fraternais são de
conciliação ou reconciliação.
Porém, quem disse que é fácil confrontar? Fácil é ser irônico, crítico e cáustico.
Confrontar é basicamente ser simples no que se fala, empático nas atitudes e
honesto nas respostas. Confrontar é seguir o ensino apostólico, "Falai a verdade
cada um com o seu próximo" (Ef 4.25b), pois se confronta construindo, edificando.
No dizer do outras vezes citado Agostinho, "A verdade é doce e amarga; quando é
doce, perdoa; quando é amarga, cura".
PHILADELPHIA E AGAPE
O poeta inglês John Donne observou que "Homem algum é uma ilha inteiramente
à parte; cada homem é uma parcela do continente, uma partícula da terra firme".
O apóstolo Paulo já mencionara em Romanos 14.7 algo no mesmo teor
acrescentando o fator Jesus Cristo (cf. v. 8), ao dizer, "Nenhum de nós vive para
si, e nenhum de nós morre para si". Essa expressiva palavra paulina faz-nos
concluir que Cristo estabelece a diferença na compreensão da natureza humana,
É dele que fala Jesus quando diz "Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Mt
22.39). Há nele uma experiência de solidariedade, de sincronismo, de sintonia, e
se baseia, também, no fato que, apesar das diferenças, somos todos iguais.
Diferentes em talento, intelecto, experiências e conhecimento; iguais, porém, em
dignidade, e destino natural e sobrenatural.
CONCLUINDO
De tudo o que foi dito, a conclusão é que diante do nosso irmão, se queremos
levar a sério a fraternidade cristã, precisamos ter como Jesus um olhar de fé.
Nosso olhos nus, humanos vêem primeiramente a pessoa e fazem uma avaliação
mental. É o olhar dos sentidos que pode dar um falso juízo ou um julgamento
superficial. Jesus, porém, acreditava nas pessoas e nos seus projetos.
Precisamos ter, sobretudo, o olhar de Deus: vê-lo como Deus o vê. Nesse caso,
Parte 32.
LEVANDO A SÉRIO O EVANGELHO
UM EVANGELHO DE PODER
UM EVANGELHO PRÁTICO
Ele nos ajuda a viver. Diz a Escritura Sagrada: "Pois para mim o viver é Cristo, e
morrer é lucro" (Fp 1.21). Quem vive no padrão do evangelho é feliz, tem senso de
futuro, sabe o que é o amanhã, sabe o que quer na vida. O evangelho dá um
objetivo. Essa questão de objetivo, de alvo, de propósito é todo um capítulo
também, porque há quem tenha como objetivo de sua vida a família: "Respondeu
Jesus: Deixa aos mortos o enterrar os seus mortos, porém tu vai e anuncia o reino
de Deus" (Lc 9.60). Vou viver para a minha família, tudo vou fazer para a minha
família, não tenho outro interesse a não ser a minha família, e mais ninguém. É
um exclusivismo tão grande que só posso pensar nas quatro paredes do meu lar,
e então a minha família é o meu alvo na vida.
Há quem ponha o objetivo de sua vida no dinheiro: "Então [Jesus] lhes disse:
Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; a vida de um homem não consiste na
abundância dos bens que ele possui" (Lc 12.15), ou, ainda:
"Adquiri servos e servas, e tive servos nascidos em casa. Também tive grandes
manadas de vacas e ovelhas, mais do que todos que houve antes de mim em
Jerusalém. Amontoei prata e ouro, e jóias de reis e das províncias; provi-me de
cantores e cantoras, e das delícias dos filhos dos homens, e de instrumentos de
música de toda a sorte. Engrandeci-me, e sobrepujei a todos os que houve antes
de mim em Jerusalém. Em tudo isto perseverou comigo a minha sabedoria." (Ec
2.7-9).
Há quem o faça no trabalho, "E agora, vós dizeis: Hoje ou amanhã iremos a tal
cidade, lá passaremos um ano, negociaremos e ganharemos", como tambem:
"Tudo o que desejaram os meus olhos não lhes neguei, nem privei o meu coração
de alegria alguma. O meu coração se alegrou por toda a minha obra, e esta foi a
minha porção de todo o meu trabalho. Olhei para todas as obras que as minhas
mãos fizeram, como também para o trabalho que eu, trabalhando, tinha feito, e vi
Mas o alvo supremo do ser humano há de ser aquilo que a Escritura ensina:
"temer a Deus e observar os seus mandamentos", por isso o evangelho de Jesus
Cristo nos ajuda a viver. Sou capaz de dizer que muita gente aqui, se não todos,
aprenderam a viver depois que conheceram o evangelho de Jesus.
Aprendo, ainda, com a palavra de Deus que o evangelho nos ajuda a morrer. O
trabalho é completo: ajuda-nos a viver, e também a morrer. Alguém afirmou que a
vida inteira é uma preparação para a morte. Desde cedo, já começamos a nos
preparar para isso. Afinal, o Salmo 89 tem essa palavra: "Que homem há que viva
e não veja a morte, ou que livre a sua alma do poder da sepultura?" (v. 48). Todos
estamos incluídos nisso, e apesar de querermos adiar a morte (porque o desejo
de viver é grande, visto que Deus nos fez para a vida e não para a morte), apesar
das medicinas tradicionais, ou das terapias alternativas, e dos transplantes, e dos
oceanos de dinheiro que são gastos em pesquisas, o fim é o mesmo: "Que
homem há que viva e não veja a morte?" Pode-se adiar mas não escapar.
A Bíblia ensina que há duas mortes: a morte física, que todos conhecem. Todos já
experimentamos na família a dor da separação, da morte física. Ensina a Bíblia,
no entanto, que existe a morte eterna, e que essa é terrível. A primeira, já
passamos por ela. A segunda, sim, é tenebrosa ao pé da letra, porque caracteriza
a separação eterna do Criador. E se salvação é luz, não ter salvação são as
trevas. O estranho de tudo é que as pessoas se preparam para tudo, mas não se
preparam para morrer. Há gente se preparando para o vestibular, e para a vida
profissional ou na universidade ou como aprendiz de uma profissão; há gente se
preparando para o casamento, há gente se preparando para a aposentadoria.
Todo mundo se prepara para alguma coisa, menos para o grande momento.
Muitos fazem seguro de vida (tenho o meu também). Mas graças a Deus, tenho
seguro de morte, o que tantos não têm, que é o evangelho de Jesus Cristo no
Jesus Cristo ensinou que Deus pode transformar a pessoas de dentro para fora.
Vamos à Palavra de Deus. Em João 3.7: "Não te maravilhes de eu te dizer:
Necessário vos é nascer de novo", "Olhai para mim, e sereis salvos, vós todos os
confins da terra; pois eu sou Deus, e não há outro" (Is 45.22). Fiquei horrorizado
passando perto do Parque da Cidade (em Salvador) onde há um display que gira
e muda a mensagem. Nele estava:
BEBA PITÚ,
LEITE ALIMBA.
Isso é "nascer de novo", e o evangelho são essas boas notícias, excelentes novas
de Deus em Cristo! É uma mensagem de extraordinária salvação pelo amor que é
sua fonte, pelo que custou que foi o sangue de Jesus Cristo derramado no
Calvário, e pelo resultado fora do comum que é a vida eterna.
Parte 33.
LEVANDO A SÉRIO O REINO DE DEUS
"Depois que João foi entregue à prisão, veio Jesus para a Galiléia, pregando o
evangelho do reino de Deus, e dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus
está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho"
(Mc 1.14,15).
Jesus dá início a Seu ministério terreno. Durante trinta anos fora preparado na
escola da graça de Deus, formado no discernimento profético, e no ideal
inabalável de Sua missão. Agora proclama: "Chegou afinal a hora, o governo
soberano do senhor está entre vós. Mudai os vossos corações e sentimentos,
acreditai e confiai na maravilhosa notícia de que Deus ama, cuida e salva!"
O assunto era tão dominante na mensagem de Jesus que Seu primeiro sermão
teve-o como tema (Mc 1.15), e Suas últimas reflexões falaram do reino (cf. At 1.3).
O reino de Deus é o governo de Deus no coração da pessoa humana, na sua
vontade, no seu intelecto, no seu ser total, e assim: é moral, não nacionalista; é
espiritual, não material; é atual, não ideal ou abstrato. É uma realidade presente,
ou seja, Deus exerce Sua soberania agora, mas é uma esperança futura (Deus
reinará no fim quando subjugará toda oposição a Seu reino.
O outro conceito central é o do arrependimento, que não é algo tão fácil como às
vezes pensamos. A palavra grega usada para isso é metanóia, que literalmente
significa "mudança de mentalidade". E, na verdade, não pode gaver reino de Deus
sem quebrantamento de coração, ou seja, o governo de Deus se faz no coração
arrependido.
Porém, por que o povo não se arrepende? Porque perdeu de vista o real
significado do pecado, que hoje virou algo sem importância, e se esqueceu que
sua natureza se torna aviltada, depravada, e diferente do que Deus tinha em
propósito para a humanidade. O povo não se arrepende porque perdeu de vista a
santidade de Deus; não ergue os olhos para contemplar a glória e a majestade do
Senhor.
Arrependimento é uma palavra muito rica: é a palavra que abre os céus para nós,
e ninguém pode pronunciar-se verdadeiramente arrependido sem o Espírito Santo
dar apoio.
Vamos falar de fé, que foi outro dos conceitos destacados por Jesus. Ele não
disse, "arrependei-vos e crede no evangelho"? Que diz a Sagrada Palavra sobre
crer e fé? Vamos a Efésios 2.8, 9: "Pois é pela graça que sois salvos, por meio da
fé - e isto não vem de vós, é dom de Deus - não das obras, para que ninguém se
glorie" (EC). Com o arrependimento, você resolveu abandonar a vida passada e
os pecados; você já escolheu o caminho, e esse caminho não é fácil, é verdade.
Pois o passo seguinte é a fé. Observe: "Ora, sem fé é impossível agradar a Deus,
porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e
que é galardoador dos que o buscam" (Hb 11.6). Diz Hebreus 11 também que "Foi
por ela que os antigos alcançaram bom testemunho" (v. 2). Há, em seguida, uma
lista de heróis da fé, tais como Abel, Enoque, Noé, Abraão, Isaque, Jacó, José,
Moisés, Raabe, juizes e profetas, os justos do Antigo Testamento. Em todos os
casos, fala o autor da Carta aos Hebreus do profundo sentimento de confiança, de
fé. Sabe por quê? Porque "sem fé é impossível agradar a Deus", e aí está pelo
Jesus não foi confuso quando falou de fé: "O tempo está cumprido, e o reino de
Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho" (Mc 1.14,15). Ter fé é
crer; crer é ter fé. A fé vai levá-lo à graça divina, e a graça vai levá-lo a Cristo, e
então, "se alguém está em Cristo, nova criatura é, as coisas velhas, já passaram,
tudo se fez novo" (2Co 5.17).
Jesus suportou a cruz, por isso nosso olhar se volta para o Calvário. Mas está
sentado no trono, motivo porque nosso olhar se volta para a Sua glória. Qual a
sua reação? Vai levar a sério o reino de Deus?
Parte 34.
LEVANDO A SÉRIO A FAMÍLIA
A Bíblia diz que os filhos são herança de Deus, mas ao tempo que o são,
representam uma responsabilidade para nós porque são o nosso vínculo com o
futuro, que depende do que vamos fazer do nosso presente, e do presente dessas
pequenas criaturas. Por outro lado, estão os nossos filhos sendo preparados para
esse futuro? Só temos que abrir no Salmo 144, e observar como seria o caso dos
filhos nossos num mundo de prosperidade e paz.
No Salmo 127.3-5 encontramos uma conceituação dos filhos como uma bênção
de Deus: "Eis que os filhos são herança da parte do Senhor, e o fruto do ventre o
seu galardão. Como flechas na mão dum homem valente, assim são os filhos da
mocidade. Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava; não serão
confundidos, quando falarem com os seus inimigos à porta".
A ênfase que queremos dar é quanto à qualidade de pessoas que devem ser os
nossos filhos, e o tipo de mundo em que devem viver. Por isso, no Salmo 144, o
poeta clama a Deus, descrevendo o tipo de vida que deseja para o seu país, e,
Esse é o retrato do país que ele estava vendo à sua frente, e pelo qual igualmente
sonhamos.
Os filhos chegam à juventude como uma planta num jardim (v. 12). Observem
detalhadamente os nossos jardim à frente e ao lado do templo, e verão como
estão viçosas as plantas depois de receberem o dedo profissional do irmão
Glicério, e o trabalho diário do seu auxiliar limpando, podando, cuidando, tirando
as ervas daninhas com todo zelo e empenho. Os filhos têm que crescer e se
fortalecer, e o ambiente do lar há de conduzir ao desenvolvimento, e as nossas
filhas serão como as colunas no templo, Jaquim e Boaz, "beleza e força" é o
significado dos seus nomes.
Nos versos seguintes (3 a 15), o poeta apresenta o ambiente que deseja para seu
país: desejava para Israel prosperidade e paz. Diz que o povo que tem essas
caracterísitcas é abençoado, e, sobretudo, é abençoada a nação que tem a Deus
como o seu Senhor. Que mundo herdarão os nossos filhos? No tempo de Davi, os
filhos estavam acostumados a ver os pais indo para a guerra, e até a ir. Por isso,
Davi fala num mundo onde não há grito de alarme nas ruas (v. 14b). Tenho muita
pena do nosso país: hoje há ameaças, violência contra a mulher e contra a
criança, seqüestros, frustração, graves problemas econômicos, e isso não é culpa
da juventude; a responsabilidade é nossa em criar um mundo reto e pacífico, justo
e perfeito, e o segredo de tudo está em ser Deus o Senhor (v. 15).
Parte 36.
PERGUNTANDO
Nossa pergunta: que significam os valores espirituais para você, meu irmão,
minha irmã?
* Onde está Deus em sua vida? Se estiver em segundo lugar, seu filho verá a
Deus exatamente desta maneira.
O perdão nunca será aquilatado, avaliado pelo seu filho se a salvação foi
olhada como dispensável.
REGRAS DO REINO
Sim; o primeiro lugar em nossas prioridades, pois pode até acontecer que
estejamos como indivíduos ou como igreja fazendo outra coisa que não
pregando a Jesus Cristo. Proclamar Jesus Cristo não é falar acerca dEle: é
preciso crer na Sua pessoa. Dogmas, credos, cerimônias dão uma crença
intelectual, uma fé passiva, "eu-faço-porque-os-outros-fazem", "eu-penso-
porque-os-outros-pensam", e "eu-digo-que-creio-porque-todo-mundo-diz-
que-crê".
Diz a Palavra de Deus: "Porque o nosso evangelho não foi a vós somente em
palavras, mas também em poder, e no Espírito Santo, e em plena convicção,
como bem sabeis quais fomos entre vós, por amor de vós" (1Ts 1.5). Como
quer receber a palavra e a mensagem do Senhor? Com ou sem poder?
Mas cuidado para que não se pense que, dando dinheiro, estamos fazendo o
bastante. Não é isso que tem importância: o que Deus quer é a sua vida!
Deus não precisa do seu dinheiro, o irmão/a irmã sabe disso: Deus precisa
dos seus pés, dos seus braços, das suas mãos, do seu talento; Deus precisa
da sua música, da sua voz, do seu coração. Deus precisa do irmão! Precisa,
na verdade, do seu planejamento. O irmão que é bom administrador, trabalhe
na sua igreja nessa área; o bom evangelista, a igreja precisa de você nesse
campo. "Mas eu não sei fazer coisa alguma, pastor..." Abra a sua casa, faça
um Núcleo de Estudos Bíblicos e alguém vai até lá fazer o estudo na sua
casa. Ore. A igreja precisa da sua oração.
"Portanto, orai vós deste modo: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o
teu nome; venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no
céu". (Mt 6.9,10)
A vida cristã é fundamentalmente um relacionamento com o Criador. Nesse
relacionamento, através de Jesus Cristo, Deus nos dá abundante vida. Nesse
relacionamento, ainda, o cristão é dependente de Deus, feito uma nova criatura, e
se torna servo para atualizar a vontade de Deus em sua vida. E como o princípio
básico é o serviço, Deus expressa a Sua vontade, e o faz soberanamente, e nós
buscamos cumpri-la,. Para nós, portanto, é uma prioridade. Assim, a Escritura
Sagrada o declara: "aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre" .
Isso nos traz a realização de uma promessa que se encontra em Hebreus 10.36:
"Porque necessitais de perseverança, para que, depois de haverdes feito a
vontade de Deus, alcanceis a promessa". Então, onde entra a família, ou o crente
em vias de formar a sua família, o seu lar, em termos de preparo para o
casamento, e de realizar a vontade divina no namoro, e no noivado, e no seu
próprio casamento, tenha ele um, dois anos, alguns meses apenas, ou muito
tempo de casado?
Namoro é coisa moderna. No passado não era assim, em algumas culturas, ainda
hoje, também não é assim; não havia nem há namoro. O casamento era arranjado
pelos pais, pois havia muitas conveniências envolvidas, questões econômicas,
patrimoniais (para que não houvesse divisão de terras, de posses, os casamentos
eram feitos, quantas vezes, dentro das próprias famílias), havia questões políticas.
Gilberto Freyre fala em seu Casa Grande e Senzala a respeito de mocinhas que
se casavam com doze, treze anos com homens bem mais velhos, com trinta e
tantos, quarenta e tantos anos. Ele diz com uma nota de muita tristeza que
quando essas meninotas/esposas estavam com 22, 23 anos já eram mães de
muitos filhos e praticamente mulheres acabadas, sendo que muitas morriam bem
cedo. Pobres bisavós e trisavós nossas.. Até se chegar aos dias de hoje, até,
portanto. à escolha individual do namorado ou namorada, um longo caminho foi
percorrido.
"Não vos prendais a um jugo desigual com os incrédulos; pois que sociedade tem
a justiça com a injustiça? Ou que comunhão tem a luz com as trevas? Que
harmonia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o crente com o incrédulo? E
que consenso tem o santuário de Deus com ídolos?
Pois nós somos santuário do Deus vivo, como Deus disse: Neles habitarei, e entre
eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Pelo que, saí vós do
meio deles e separai-vos, diz o Senhor; e não toqueis coisa imunda, e eu vos
receberei; e eu serei para vós Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o
Senhor Todo-Poderoso".
É vontade de Deus que Jesus Cristo esteja incluido no namoro, bem no meio de
vocês dois: "Portanto, quer comais quer bebais, ou façais qualquer outra coisa,
fazei tudo para glória de Deus". "...Para a glória de Deus" inclusive o namoro. É
vontade de Deus que você encare o namoro com muita seriedade.
E Ele deve confirmar o namoro? A resposta só pode ser Sim, por isso há
princípios de orientação para quem já está namorando ou se encaminhando para
isso. O primeiro é o senso da vontade de Deus. Porque Deus evidencia o que é
bom e o que não serve, o que tem esperança de mudar, e o que não a tem. Se
ontra o Espírito; mas Deus se preocupa com esse assunto, e, assim, você não
está só. Naquele momento mais quente do namoro, lembre-se que você não está
só, pois tem o recurso da oração, e de dizer "basta!" Aliás, quem estabelece
limites é a moça, não esqueça! É ela quem vai dando limites, e o primeiro limite da
moça cristã (e, de resto, de qualquer moça) é "Pára aí! Não, senhor; não é hora,
não; não é agora, não; e não é assim, não!" Por outro lado, no namoro tudo deve
ter o aval do Senhor.
Quando Cristo é o Senhor, problemas de abrasamento e precipitação são
controlados e dominados. Sem Jesus Cristo, porém, vai ficar muito difícil, terrível e
desesperançosamente difícil o namoro ter dignidade e propósito.
Parte 39.
NOIVADO E A VONTADE DE DEUS
"Portanto, orai vós deste modo: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o
teu nome; venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no
céu". (Mt 6.9,10)
Muito do que foi dito sobre o namoro vale para o noivado. Além do que, vale
ressaltar que o noivado é um misto: última etapa da vida de solteiro, e primeira da
vida a dois. O noivado, no entanto, não confere liberdades; ainda são solteiros
numa época de acertos mais profundos: o casalzinho sente que Deus o guia, e
entende, presume e assume que o casamento vai acontecer. Marca, então, seus
encontros pela qualidade. Noivado é coisa séria: são 2/3 do caminho entre o
namoro e o casamento. Há, até, quem afirme que o ideal é namoro longo, mas
noivado curto.
UM COMPROMISSO SOCIAL
PARÂMETROS
É VONTADE DE DEUS...
É vontade de Deus que se acredite no amor. Talvez até aprender a acreditar que o
amor é uma liberdade, é uma alegria, é uma adesão, é uma esperança, é uma
exigência, é um sacrifício. Amar é se fazer ausência de si mesmo, e presença do
outro; amar é uma paz.
Parte 41.
CASAMENTO E A VONTADE DE DEUS
"Portanto, orai vós deste modo: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o
teu nome; venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no
céu". (Mt 6.9,10)
A vontade de Deus é que o casal seja maduro para o casamento, pois casamento
não é coisa de menino. Pelo contrário, o que a Bíblia diz, e aqui está no seu
primeiro Livro, é o seguinte: "Portanto deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e
unir-se-á a sua mulher, e serão uma só carne." Menino não deixa pai e mãe, mas
o adulto, sim. Só adultos deixam pai e mãe, e se tornam pais e mães. A vontade
de Deus, portanto, é que eles se tornem uma só carne.
A vontade de Deus é que Seu Plano de Organização e Métodos seja praticado no
lar. E sabem qual é o plano de O e M que a Escritura apresenta para o lar? Está
em Efésios 5.22 a 6. 9. Diz aí que Cristo é o cabeça do marido, e o Senhor da
família; diz que o marido é cabeça da mulher e autoridade sobre os filhos; diz que
a mulher é ajudadora, cooperadora bem habilitada do esposo em termos de
autoridade e responsabilidade; e diz que os filhos são sujeitos aos pais. Há uma
hierarquia dentro do lar. Fora disso, queira ou não, discuta, argumente, invente
desculpas, ou vá, até mesmo, pelo que dizem algumas Constituições nacionais,
fora desse padrão de O e M, é problema. Os consultórios de psicólogos, de
terapeutas de família, de psicanalistas, de psiquiatras estão lotados de pessoas
com problemas familiares por causa de um revés na autoridade familiar: o pai não
"manda", quem "manda" é a mãe; nem pai nem mãe "mandam", mas, sim, os
filhos. E deste modo, esse revés dentro faz com que o bolso e a economia de
muitos terapeutas e psicólogos engorde.
Mas isso não é fácil: há necessidade de um "filtro" para que esse padrão seja
A vontade de Deus é que você seja o marido da mulher virtuosa. Veja Provérbios
31.10-31, e quanta coisa de importância fala do marido. Diz que ele é confiante na
esposa, (v.11); homem de influência na palavra, nas ações, nos julgamentos, nos
pareceres (v. 23); é homem reconhecido a Deus pela mulher que Ele lhe deu (v.
29). Afinal, na Escritura está dito de um modo também muito claro que "Casa e
riquezas são herdadas dos pais; mas a mulher prudente vem do Senhor".
A vontade de Deus é que a irmã seja "a mulher virtuosa". Aliás, que extraordinária
mulher essa de Provérbios 31! Que administradora espetacular! Que dona de casa
magnífica! É esse capítulo dos Provérbios um guia para a dona de casa, para a
mulher administradora do seu lar. Tem muita sensibilidade para com o
necessitado (v. 20). É uma negociante sem igual, grande pechincheira para que a
economia doméstica tenha um pouco a mais para empregar em outra coisa (v.
24). É uma boa conselheira (v. 26), é elogiada pelos filhos e pelo marido (vv. 28,
29). É mulher religiosa, piedosa (v. 30). E há muito marido que se orgulha de
descobrir este verso que é Provérbios 31.15: "E quando ainda está escuro, ela se
levanta, e dá mantimento à sua casa, e a tarefa às suas servas", e diz para a
esposa "Por que você não faz como a mulher de Provérbios 31.15?" E para a irmã
não ficar por baixo, bem que poderia responder com Provérbios 6.6, "Vai ter com a
formiga, ó preguiçoso, considera os seus caminhos, e sê sábio".
É vontade de Deus que o marido ame a sua mulher, a ponto de ir para a cruz por
ela, porque Jesus se sacrificou pela Esposa, a Igreja, e foi para a cruz pela Igreja
assim o declara Paulo, apóstolo, em Efésios no capítulo 5.25.
É vontade de Deus que ame de modo a exercer autoridade com humildade, nos
termos de 1Pedro 3.8,9:
Finalmente, sede todos de um mesmo sentimento, compassivos, cheios de amor
fraternal, misericordiosos, humildes, não retribuindo mal por mal, ou injúria por
injúria; antes, pelo contrário, bendizendo; porque para isso fostes chamados, para
herdardes uma bênção."
Que ame de maneira a cuidar do seu bem-estar espiritual, pois é ele o sacerdote
do seu lar. 1 Pedro 2.9:
Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido,
para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua
maravilhosa luz",
lembra esse fato que foi tão destacado na vida dos patriarcas: Noé, Abraão,
Labão, Jó. Essa é uma doutrina que Lutero restaurou na Reforma. Como
sacerdote, o irmão há de apresentar seus filhos a Deus, e guiá-los na Sua
Palavra, como em Dt 6.4-9 (Jó 1.5). pelo exemplo (v. 6) e pelo ensino (v.9).
A vontade de Deus é que seu casamento tenha um clima espiritual, e dentro dos
termos de Mateus 18.19,20): "Ainda vos digo mais: Se dois de vós na terra
concordarem acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu
Pai, que está nos céus. Pois onde se acham dois ou três reunidos em meu nome,
aí estou eu no meio deles." Um estudioso do Novo Testamento explicou que esse
"dois ou três" significa a família (pai, mãe e o filho, ou filhos) reunida em nome de
Jesus Cristo. Quando Jesus Cristo é o Senhor, você olha para sua esposa com
um novo olhar; e quando Jesus Cristo é o Senhor, você olha seu marido com nova
compreensão, mesmo que ele não seja fiel à Palavra de Deus nos termos em que
o Novo Testamento apresenta, mas a Escritura em 1Coríntios 7 diz que a mulher
cristã santifica o marido que não o é, e vice-versa (v. 14).
Quando Cristo é o Senhor, você vê seus filhos com uma nova esperança, e a
família toda vê o futuro com uma nova fé. Mas sem Jesus Cristo vai ficar muito
difícil, terrível e absurda e pensamente difícil o seu lar, o seu casamento, ter
substância e consistência.
Parte 41.
"Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o
que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se
há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai" (Fp 4.8)
Paulo dá uma lista dessas coisas. Pensar nessas verdades prepara qualquer um
para realizá-las. Realmente, o uso de listas éticas era comum no pensamento
filosófico estóico. Paulo, no entanto, coloca uma variável que tornou esta lista
absolutamente diferente.
Paulo apresenta ideais. Ideais são pensamentos vivos e aspirações nobres que
fascinam os homens através de deveres elevados. Os ideais cristãos vêm de
Deus para elevar a vida das pessoas fiéis. Os ideais mundanos são as posses, o
controle econômico, o exercício do poder, o prazer. A propósito disso, Jesus Cristo
perguntou, "Que aproveita o homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua
alma?", motivo porque nossos pensamentos devem ser disciplinados para que se
submetam à Lei de Cristo.
NO QUE PENSAR
Não devemos nos preocupar com o que não resiste à verdade. O apóstolo Paulo
em Efésios 4.25 diz que a mentira é uma violação do contrato social, "Pelo que
deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo, pois somos
membros uns dos outros".
Na passagem paulina de Filipenses 4.8, a palavra "verdade" não tem a mesma
carga de significados de quando é utilizada num tribunal de justiça ou numa
delegacia de polícia. A verdade é sempre bela, ao passo que nos exemplos
mencionados é repulsiva. Enquanto nos tribunais a verdade se relaciona com
fatos, na Escritura sempre se relaciona com Deus. Assim, o pensamento deve ser
colocado em realidades em que se pode confiar, que não falham nem conduzem
ao fracasso.
Há que lembrar que o Espírito Santo nos controla pela verdade (cf. Jô 17.17; 1Jo
5.6), e que sempre que damos crédito a uma mentira, Satã sai vitorioso.
Que palavra boa! Semnos é o que é nobre, respeitável, sério, e ainda "digno de
honra, digno de reverência, digno de culto, honroso e venerável". Paulo a usa em
relação à criação de filhos (1Tm 3.4), aos diáconos e diaconisas (1Tm 3.8,11), que
devem ser respeitáveis, ou seja, devem se dar a respeito, ser exemplares.
O original grego pode ser vertido como "digno de honra, digno de reverência,
digno de culto, respeitável, nobre, honroso e venerável". É palavra usada em
referências a templos.
Porém, Deus é justo (Sl 11.7), e há quem não seja como bem expresso no Salmo
36.4 (cf. Am 8.4-6). A justiça, ensina a Palavra Santa, faz manter relações corretas
entre as pessoas, permite o equilíbrio entre interesses conflitantes e coordena o
direito de cada um com todos. Justiça fala de relações corretas entre um ser
humano e outro ser humano; fala da palavra do dever assumido e do dever
realizado; fala de dar a cada um o que lhe é devido.
Os registros históricos dão conta de que na época em que Paulo escreveu esta
Carta, pecava-se tremendamente pela impureza sexual (cf. Rm 1; Ef 4.17-24; 5.8-
12). Mas a mente do cristão se detém no que é puro. Afinal temos a mente de
Cristo (1Co 2.16), e a palavra de Jesus nos ensina que "os puros... verão a Deus".
É o que é tem boa reputação. Observe-se que em nossos dias, famoso é quem
tem poder econômico, é quem manda e desmanda na Bolsa de Valores.
Não é esse o conceito da Bíblia, que apresenta uma grande lista na qual se
destaca a cortesia, a urbanidade, a temperança, a pureza e o respeito. Afinal, a
vida de qualquer pessoa é muito influenciada por aquilo a que dá atenção.
QUE PRATICAR
"O que aprendestes, e recebestes, e ouvistes de mim, e em mim vistes, isso fazei"
(Fp 4.9a).
Sobre tudo isso os filósofos da antiga Grécia e Roma falaram, mas só o evangelho
associa estas virtudes ao agape , que é o amor de Deus; amor de doação, entrega
e compromisso, à mente de Jesus Cristo.
O apóstolo Paulo diz que é o que foi aprendido, recebido, ouvido e visto nele. Na
verdade, Jesus Cristo, nosso Senhor, é o exemplo supremo. Em Paulo, entanto,
temos um mestre que baseou sua vida e conduta no ensino vivo do Mestre por
excelência que é Jesus. Paulo era um mestre de moral. Sua exortação é feita
debaixo de humildade e sinceridade, e com isso, ensina que uma vida de
pensamentos elevados deve traduzir-se em ações nobres.
Outro motivo para essa afirmação é que o apóstolo estava seguro da veracidade
da sua mensagem e também perfeitamente seguro do rumo de sua própria vida.
Religião não pode ser separada da vida de cada dia. Não se pode ser materialista
na segunda-feira, terça, quarta, quinta, sexta e sábado e "religioso" no domingo.
Há sempre o perigo de tornar a religião apenas cerimônias limitando-a dias santos
e ocasiões especiais.
O grande mérito do evangelho de Jesus Cristo é que faz mais do que providenciar
um abrigo para quem é culpado. O evangelho toma os que confessam Cristo
como Salvador sob Sua direção exclusiva.
Diz Paulo: "se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai". É verdade;
se houver qualquer moral e aprovação divina, será objeto de nossa absoluta
consideração.
Parte 42.
O ARREPENDIMENTO DE DEUS
Êxodo 32. 12 (Por que hão de dizer os egípcios: Com maus intentos os tirou, para
matá-los nos montes e para consumi-los da face da terra? Torna-te do furor da tua
ira e arrepende-te deste mal contra o teu povo);
Além dos textos bíblicos acima, outras passagens são categóricas em afirmar que
Deus nunca se arrepende:
Números 23.19 (Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para
que se arrependa. Porventura, tendo ele prometido, não o fará? Ou, tendo falado,
não o cumprirá?);
Não existe contradição alguma entre os textos que dizem que Deus se arrepende
e os que afirmam de outra maneira. Pelo contrário, essas três últimas passagens
bíblicas estabelecem definitivamente que o arrependimento de Deus nunca deve
ser entendido como o arrependimento humano. E por que não? Simplesmente
porque o arrependimento do homem é causado pelo reconhecimento de uma
atitude precipitada, como resultado da ignorância do que havia de acontecer. Nós
nos arrependemos porque erramos. No caso de Deus é extremamente diferente.
Ele jamais comete erros. Em Deus "não pode existir variação, ou sombra de
mudança" (Tg 1.17).
Quando a Bíblia fala de Deus se arrependendo e mudando sua intenção para com
o homem, "evidentemente é só a maneira humana de falar. Na realidade a
mudança não é em Deus mas no homem e nas relações do homem com Ele" (L.
Berkhof). Pink complementa: "Quando fala de si mesmo, Deus freqüentemente
acomoda a Sua linguagem às nossas capacidades limitadas. Ele Se descreve a si
mesmo como revestido de membros corporais como olhos, ouvidos, mãos, etc.
Fala de Si como tendo despertado (Salmo 78.65) e como ‘madrugando’ (Jeremias
7.13), apesar de que Ele não cochila nem dorme. Quando Ele estabelece uma
mudança em Seu procedimento para com os homens, descreve a Sua linha de
conduta em termos de arrepender-se". Em suma, o arrependimento de Deus não
ocorre por causa de qualquer mudança nEle, mas por causa de nossa mudança
para com Ele.
É DOM DE DEUS
E não poderia ser diferente. Se a fé é dom de Deus para a salvação do pecador
(cf. At 13.48; Ef 2.8; Fp 1.29; 2 Tm 3.2; Tt 1.1), o arrependimento também precisa
ser. Porque o arrependimento para a vida, do mesmo modo que a fé, "é uma
graça salvadora".
A expressão "arrependimento para a vida" é extraída de Atos 11.18. Após a
justificativa de Pedro, por ter pregado o evangelho aos gentios, Lucas registra a
atitude dos irmãos da Igreja Primitiva assim: "E, ouvindo eles estas cousas,
apaziguaram-se e glorificaram a Deus, dizendo: Logo, também aos gentios foi por
Deus concedido o arrependimento para a vida". Note, é dito que o arrependimento
para a vida "foi por Deus concedido". E a vida ou vida eterna, que é o objetivo do
dom do arrependimento, é aquela qualidade inigualável de vida que só Deus pode
dar. "Vida eterna não é simples existência eterna; significa existir com todas as
faculdades desenvolvidas em plenitude de alegria. Não é existir como a erva seca,
mas sim, como a flor em toda a sua beleza" (Spurgeon).
O tema do arrependimento para a vida como dom de Deus é abordado por Paulo,
direta ou indiretamente, em todas as suas epístolas. Destaquemos dois exemplos.
Escrevendo aos coríntios o apóstolo observa: "Agora me alegro, não porque fostes
contristados, mas porque fostes contristados para arrependimento; pois fostes
contristados segundo Deus... Porque a tristeza segundo Deus produz
arrependimento para a salvação que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do
mundo produz morte" (2 Co 7.9,10). A tristeza segundo Deus produz
arrependimento de verdade (vida). A tristeza segundo o mundo produz, no
máximo, meros remorsos (morte). O arrependimento para a vida aproxima as
pessoas de Deus. O remorso afasta as pessoas de Deus. Em outras palavras,
arrependido o pecador corre para Deus, sem isto ele corre de Deus.
Podemos ver casos de "tristeza segundo Deus" na Bíblia, como por exemplo, Davi
(2 Sm 12.13; Sl 51), Pedro (Mc 14.72) e o apóstolo Paulo (At 9.1-22); e casos de
Quando foi a última vez que você ouviu uma pregação que levasse o pecador a se
encher de tristeza e de horror pelos pecados dele? Por que esse tipo de pregação
não é comum nas rádios e tv? Reflita sobre isso enquanto prosseguimos.
Não pregar contra o pecado tem sido uma prática comum em nossos dias. O que
é lamentável. Quando lemos as pregações do Novo Testamento verificamos que o
arrependimento de pecados era o tema central.
É MUDANÇA DE ATITUDE
Quando um pecador abandona seus pecados, ele se volta para Deus,
inteiramente resolvido a prestar-lhe nova obediência. Jesus disse que é pelos
frutos que se conhece a árvore (Mt 12.33). Isto é, a conduta de uma pessoa
determina o que passa em sua mente e em seu coração. A mudança de
comportamento do pecador para obedecer a Deus comprova que realmente houve
uma transformação em seu ser. "É importantíssimo observar essa significação",
diz Murray. "Pois o arrependimento consiste de uma radical transformação de
pensamento, atitude e direção".
Paulo tinha esta "mudança de atitude" em mente quando descreveu a nova vida
dos tessalonicenses. "Deixando os ídolos, vos convertestes a Deus, para servirdes
o Deus vivo e verdadeiro" (I Ts 1.9). Veja os três elementos do arrependimento:
voltar-se para Deus; abandonar o erro; propor-se a servir a Deus. É importante
destacar que na língua grega os verbos "deixar", "converter" e "servir" de I
Tessalonicenses 1.9 estão no tempo aoristo. E o que isso significa? Significa que
o que aconteceu na vida dos tessalonicenses foi um ato completo, acabado e
definitivo, iniciado pelo próprio Deus. Veja mais sobre isso num precioso
comentário bíblico que o Dr. William Hendriksen fez desta passagem (Editora
Cultura Cristã).
"O que encobre as suas transgressões, jamais prosperará; mas o que as confessa
e deixa, alcançará misericórdia" (Pv 28.13).
Parte 44.
"Não aguento mais viver com ele(a)!"
Em 10 anos como Pastor, tenho ouvido esta frase algumas vezes. Ela vem de
casais, que após várias discussões, brigas e tentativas inglórias de salvar o
casamento, entregam os pontos e partem rumo à separação. As estatísticas
afirmam que dez anos atrás, havia menos de 100.000 divórcios no Brasil. Hoje são
cerca de 200.000, e de cada dez casamentos em pelo menos um deles um dos
cônjuges está se casando pela 2ª vez. Neste artigo, quero refletir com o leitor
sobre o divórcio e gostaria de fazê-lo respondendo a três perguntas:
I - O que é o casamento?
O casamento, portanto, é nada menos que uma aliança estipulada por Deus.
Malaquias 2:14 se refere ao casamento como uma aliança "E perguntais: Por que?
Porque o Senhor foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade,
com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher da tua
aliança" e é por isto que Ele odeia o divórcio. No livro de Provérbios (2:17), Deus
adverte contra a adúltera que lisonjeia com palavras, que "deixa o amigo da sua
mocidade e se esquece da aliança com Deus". Note bem, ao deixar com quem ela
se casou, é acusada de quebrar sua aliança.
O casamento é uma aliança, e por isto não podemos tratá-lo a nosso próprio
gosto.
Precisamos compreender o texto de Mt. 19:1-7 em que Jesus diz que o divórcio é
proibido mas que foi permitido por causa da dureza do coração. Deus nunca
intencionou o divórcio, pois este contraria a essência do casamento como uma
aliança que nunca deverá ser quebrada, anulada. Você então pergunta: Por que
foi dada a permissão para o divórcio conforme Mt. 19:7?
Jesus responde em 19:9 - "Quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de
relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete adultério ...". Note bem que a
única razão para o divórcio conforme Jesus é o adultério, e isto para proteger a
parte inocente, e não para dar às pessoas uma maneira fácil de cair fora de um
relacionamento desagradável. Fora do adultério, o casamento só pode ser
dissolvido em honra, somente pela morte. Divórcio é o atestado do pecado
humano.
O casamento é para todo o sempre - Em Mt 19:6 Jesus afirma que "... "aquilo que
Deus ajuntou não separe o homem"
Ele permitiu mas não deu a Sua bênção. Mesmo no caso de adultério, devemos
perceber que o caminho de Deus não é o divórcio mas o perdão. Embora
permitido, não é Seu desejo.
Um escritor do século passado, certa ocasião disse à sua esposa: "Minha querida,
quando amo mais a Deus, amo você da maneira como deve ser amada". Quanto
há de verdade nesta afirmação! Quanto mais nos aproximamos de Deus, mais nos
aproximamos do nosso cônjuge.
2 - Ausência de perdão:
Quem não perdoa está matando aos poucos o sonho do casamento. (Cl. 3:13)
Se formos bem honestos, teremos que admitir que nem tudo em nosso cônjuge
nos agrada. Há hábitos, manias, comportamentos que nos irritam e nos tiram do
sério. Porém isto é normal em qualquer casamento. Precisamos aceitar o fato de
que somos diferentes do nosso cônjuge em muitas coisas, afinal viemos de
famílias diferentes,de costumes e valores que nem sempre são os mesmos. Não
obstante termos diferenças que são de nos mesmos, há muitas coisas em que
precisamos ser mudados, e o que causa tensão no casamento é que os cônjuges
não querem mudar, não se dispõem a mudanças necessárias para o bom convívio
entre marido e mulher; pelo contrário, concentram grande esforço em tentar mudar
o outro. Tal atitude cria fortes resistências, o cônjuge não muda e começa a cobrar
mudanças no outro, acentua os defeitos e minimiza as qualidades.
4 - Ausência de amor:
"Eu não o amo mais". Esta é uma frase comumente usada pelos cônjuges em
crise para dar plausibilidade e legitimidade ao divórcio. Mas como tudo o que é
dito nas Escrituras, o amor também sofre de má compreensão. O amor não é um
sentimento para ser vivido apenas em bons momentos a dois, ou só na lua-de-
mel. Conforme Cristo disse, o marido tem que amar a esposa como Cristo amou a
Sua Igreja - dando sua vida por ela. Amor é a decisão de agir em favor do outro.
Temos que abandonar aquele tipo de amor-fantasia, amor de novela, amor
emocional. Amar é desempenhar atos de amor. Amar é ser gentil com o cônjuge,
é procurar atender às necessidades do outro, é saber ouvir, é ser paciente, é não
procurar seus próprios interesses, é não ser egoísta, é não mentir ao outro, é ter
O divórcio não oferece uma oportunidade fácil de começar uma vida nova.
Lembre-se que sempre que desobedecemos a Deus sofremos conseqüências.
Você leva cicatrizes do divórcio consigo para sempre.
"Acho que a morte é mais fácil de suportar do que um divórcio, porque nela existe
um fim. O divórcio simplesmente não acaba"
A Bíblia afirma inegociavelmente: "aquilo que Deus ajuntou não separe o homem".
Ferir este princípio é atrair desastrosas consequências.
Alguma coisa a mais ainda poderia ser dito aqui sobre este assunto; talvez
algumas medidas de prevenção. Contudo, entendo que a melhor maneira para se
prevenir ao divórcio é começar combatendo as suas causas: Monitore sua vida
espiritual e comece a levar Jesus para dentro de seu casamento, aprenda a
perdoar ao invés de guardar ressentimentos, esteja disposto a promover
mudanças significativas em seu relacionamento, ao invés de cobrar mudanças, e
tome a decisão de amar seu cônjuge.
Parte 45.
O DESERTO É O MELHOR LUGAR!
"Não peço que os tire do mundo, mas que os guardes do mal " - Jo 17:15
Creio que não temos compreendido bem as conseqüências desta oração, por isso
temos nos limitado a justificar os fracos resultados que obtemos em nossa luta
diária nesta vida, com o fato que Jesus em Sua intercessão, rogou ao Pai que nos
guardasse do mal.
Entretanto, aqui estamos, sujeitos a todos os problemas que qualquer ser humano
enfrenta diariamente.
Eu percebo que toda vez que uma pessoa fala dos problemas que todos temos,
este, procura fazer uma distinção entre os filhos de Deus e o mundo, como se
bastasse apenas afirmar que, "apesar dos problemas que estamos passando, o
Senhor tem nos guardado".
Não estou negando que o Senhor nos tem guardado! Ele tem nos guardado e nos
amparado. Mas, gostaria que você fosse sincero me respondendo apenas uma
pergunta:
Mas como é possível algo assim acontecer? Não estranhamos o fato de palestinos
e judeus morrerem todos os dias, mas nos sentimos mal ao saber que
missionários foram mortos, não por guerrilheiros e nem por perseguição religiosa,
mas pelas autoridades de um país! Como fica então a oração de Jesus?
Pensemos então, em algo mais, visualize o seguinte quadro:
"Um pai de família, desempregado, com o aluguel de sua casa atrasado,
endividado com a escola de seus filhos, sem a menor condição de pagar o
tratamento dentário de sua família. E se alguém ficar doente, então será um caos!
Há falta de tudo em casa, e o pior é o olhar das crianças quando pedem para
comprar algo, e que será impossível satisfazê-las."
"A crise de energia por que está passando o Brasil, os EUA e muitos outros
Pois bem, estamos no mundo, e daí? Algumas pessoas que se alto proclamam
filhos de Deus, afirmam categoricamente, que, "se estamos no mundo, então
devemos nos amoldar ao mundo para mudarmos as circunstâncias. Já que somos
'cidadãos do mundo', não podemos nos 'omitir', nos 'esconder' ou fugir das nossas
responsabilidades com a sociedade da qual fazemos parte. Então temos que nos
envolver na política, nos esquemas financeiros, no comércio, nos trabalhos
sociais, pois se nascemos e vivemos no Brasil, então somos cidadãos brasileiros."
Quando na realidade, para os nascidos de novo, para uma nova vida, nascidos de
Deus em Cristo Jesus para uma nova existência, não se pode dizer que somos
brasileiros e nem cidadãos do mundo. O próprio Senhor Jesus disse em Jo 15:19:
"...vocês não são do mundo, ... eu os escolhi, tirando-os do mundo;...". E em
Efésios 2:19, o Apóstolo Paulo disse: "Portanto, vocês já não são estrangeiros
nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus" de
um, "Reino que não é deste mundo" como está em João 18:36!
Então somos estrangeiros e forasteiros neste mundo. E como não pertencemos
mais a este mundo, nossas obrigações, em primeiro lugar, deveriam ser com o
Reino do qual pertencemos, o Reino dos Céus.
Você vai pensar que eu fiquei maluco, ou que virei um conformista ou ainda que
esta é uma nova doutrina. A doutrina masoquista. Ora, não inventaram a doutrina
da prosperidade?
Volte comigo ao texto de Mc 12:17, e com base no que acabei de falar sobre, ser,
o Deserto o Melhor Lugar, é preciso deixar claro que temos dado muito mais
crédito a César, pelas situações que temos vivido do que propriamente a Deus. Se
temos que dar a César o que lhe corresponde, daquilo que Deus nos dá, e a Deus
o que é de Deus, e se o que é de Deus, é o todo, então porque dar a César o
crédito pelas situações que temos enfrentado quando na verdade o que estamos
passando é pela vontade soberana de Deus?
Agora, nos vemos diante de uma nova possibilidade. Diante de uma nova ênfase
para as circunstâncias que nos cercam e nos envolvem. Uma nova forma de
"encarar" o "deserto" que estamos atravessando. Uma nova postura diante das
circunstâncias que nos é requerida pelo Senhor a partir de agora.
Irei demonstrar pelas Escrituras, que para nós, filhos e filhas de Deus, servos e
servas do Senhor Jesus Cristo, o lugar onde estamos e nas situações em que nos
encontramos, é o lugar onde devemos estar, por ser o melhor!
Nada de conformismo ou determinismo ou masoquismo. Mas uma nova atitude
diante de tudo e de todos como verdadeiras testemunhas de Cristo. Eu sei que
não será fácil, pois nunca é fácil derrubar aquilo que está instituído, como o
pessimismo, como a negação da vontade de Deus por acharmos que o melhor
para nós deve ser segundo o nosso padrão.
Não será fácil, mas uma coisa é certa, que depois do sacrifício de Cristo, tudo o
mais, é menos difícil. Amém?
Desertos na Bíblia
Jeová é o meu Deus, um dos maiores profetas do A.T., um homem peludo, que
andava cingido sobre os rins com uma cinta de couro, aparece na história de um
dos piores reis de Israel, chamado Acabe e Jezabel a rainha. Mulher idólatra e
dominadora.
Parece que a principal função de Elias, era o de atormentar Acabe e esta mulher
terrível. Na primeira ocasião o profeta aparece em cena, com uma terrível profecia
para o rei e a nação, que viriam anos de seca extrema (1 Rs 17:1). Pela ordem do
Senhor, Elias vai para leste do Jordão junto ao riacho de Querite, onde iniciaria na
escola de Deus (1 Rs 17:2-6)
Um Pensamento:
"Este é o momento decisivo por que todos nós passamos em situações de grande
dificuldade. Temos duas decisões a tomar: Ou lutamos com as nossas próprias
forças e decisões a fim de tentar sair do deserto que estamos passando, ou
fazemos como Elias fez, parou diante do ribeiro em meio à seca e da possibilidade
de morrer de fome, para ouvir a voz de Deus a fim de se salvar daquela situação".
(1 Rs 17:8,9)
Pense comigo:
"Se Deus é soberano, e nós reconhecemos e cremos na intervenção e no controle
dEle em todos os assuntos do universo, inclusive os da nossa vida, porque temos
tanta dificuldade em compreender que quando estamos no "deserto" estamos
porque assim Deus O quis! O "deserto" em nossa vida não é uma fase que
estamos vivendo por razões aleatórias à vontade de Deus, mas por intervenção
divina. É a oportunidade que temos para ouvir a voz do Senhor".
Um Pensamento:
"O deserto pode parecer ruim, mas é o lugar das bênçãos de Deus. Preocupe-se
se você está vivendo muito mais no oásis do que no deserto."
Quando ele só pensava em morrer, assim como nós, quando achamos que o
nosso deserto é o lugar do sofrimento, da angustia, da solidão, sempre vem o
Senhor a fim de trazer a bênção inigualável que só é possível contemplar quando
não há mais forças, mais recursos, mais nada.
Elias, agora é acordado por um anjo que lhe trás comida. Não são mais os corvos,
mas o próprio Senhor que lhe vem em socorro! Em 1 Rs 19:6, é lindo ver, que
enquanto Elias dormia, talvez pensando na morte como solução, o anjo, ao seu
lado, preparava-lhe a comida fresca e saudável no fogo. O que acontece dois dias
seguidos.
O Senhor lhe dava forças não para sair do deserto, mas para prosseguir em uma
longa jornada, de quarenta dias e noites, até o monte do Deus, o monte Horebe no
deserto de Sinai (1 Re 19:8). Aquele homem que outrora só pensava na morte
como solução de seus problemas, contemplou a face de Deus (1 Rs 19:11), se
deleitou com a presença do Altíssimo, foi-lhe restaurado o chamado e a força do
Senhor em sua vida.
Um Pensamento:
"Talvez como Elias, estamos sempre esperando que Deus venha em nosso
socorro com poderosos feitos, milagres como Mar se abrindo diante de nós,
ventos, terremotos e fogo, quando na verdade lá mesmo, no deserto, o Senhor
virá com voz mansa e suave," (1 Rs 19:11,12).
Ainda encontramos muitos outros exemplos como estes, tais como Davi ao fugir
para as cavernas com medo do rei Saul (experiência maravilhosa que iremos
dedicar uma mensagem); Jó em sua tremenda prova; Daniel sozinho na causa do
Senhor; Oséias tendo de tomar sobre si o pecado de Israel, casando-se com uma
prostituta; João o Batista sendo forjado no calor do deserto, tornou-se o maior de
todos os profetas; Paulo em sua cegueira teve que depor todas as suas armas
perante o Senhor Jesus.
E por fim, o próprio Senhor Jesus em seu deserto que não foram apenas quarenta
Para finalizar, quero deixar mais alguns pensamentos e textos das Escrituras que
o Senhor têm me dado nestes últimos dias:
"Nós temos nos acostumado entender a experiência de Jó na forma como os fatos
ocorreram. Precisamos aprender a nos colocar nas situações e olhar de vários
ângulos, como este: Temos Jó, um homem muito rico e poderoso de sua época, e
temente a Deus. O diabo vem na presença de Deus, e O acusa de favorecê-lo
com riquezas e abastança, por isso a razão de Jó ser temente a Deus, diz o diabo.
Então Deus permite que o diabo lhe tire tudo, patrimônio, filhos e a saúde, a fim de
se provar a fidelidade de Jó. Segue-se, então, que Jó passa por um grande
deserto.
Imagine agora, se a situação fosse inversa: Jó um homem extremamente pobre,
ou, como costumamos dizer, vivendo continuamente num deserto, mas fosse
temente a Deus. O diabo se aproxima de Deus usando o fato de Jó ser um
homem pobre como a única razão da sua fidelidade. Então Deus lhe permite que
fosse dado a Jó de todas as riquezas do mundo para provar a sua fidelidade.
O deserto não tem haver com escassez ou fartura, nem com saúde plena ou
doenças persistentes.
O deserto, é o lugar onde podemos ver os milagres de Deus. A terra prometida, é
o lugar de descanso, Israel, nunca descansou, porque a terra prometida é a
eternidade com Deus. O deserto é agora onde podemos ver Deus em Sua glória e
soberania, agindo em nossa vida."
"O povo que saiu do Egito, passou 40 anos vagando pelo deserto e não entrou na
terra prometida, porque não aprendeu a ver a mão de Deus agindo a seu favor no
deserto."
"Se você quer entrar na terra prometida, saiba que o caminho é pelo deserto".
Textos:
Deuteronômio 8:15,16 - O Senhor faz com cada um de nós o mesmo que fez com
Israel: "Ele os conduziu pelo imenso e pavoroso deserto, por aquela terra seca e
sem água, de serpentes e escorpiões venenosos..." a fim de provar o Seu imenso
amor e cuidado, como fez: "Ele tirou água da rocha... e os sustentou no deserto
com maná..., para humilhá-los e prová-los, a fim de que tudo fosse bem..." NVI
Deuteronômio 1:31 - "Também no deserto vocês viram como o Senhor, o seu
Deus, os carregou, como um pai carrega seu filho, por todo o caminho que
percorreram até chegarem a este lugar." NVI
Isaías 32:13,15 - "Sobre a terra do meu povo virão espinheiros e abrolhos
(roseiras bravas) ... Até que se derrame sobre nós o Espírito lá do alto; então o
deserto se tornará em campo fértil (ou pomar), e o campo fértil (pomar) pareça
uma floresta." RA
Isaías 43:19 "Vejam, estou fazendo uma coisa nova! Ela já está surgindo! Vocês
não a reconhecem? Até no deserto vou abrir um caminho e riachos no ermo," NVI
2 Crônicas 20:6 "... Senhor, Deus dos nossos antepassados, não és tu o Deus que
está nos céus? Tu dominas sobre todos os reinos do mundo. Força e poder estão
em tuas mãos, e ninguém pode opor-se a ti." NVI
Parte 46.
O MITO DO SEXO SEGURO
(A Liberação sexual, a aids e os meios de prevenção)
Moralista! Eis ofensa pior do que xingar a mãe. Desde 3 décadas atrás, ser
classificado de moralista, em especial em assuntos sexuais, é ser atingido pela
vergonha. O sexo virou tabu - não porque não se possa falar nele, nem porque
não se possa praticá-lo nas modalidades que fogem às mais ortodoxas, mas, ao
contrário, porque é imprescindível falar nele, alardeá-lo o mais possível,
escancará-lo no cinema, nas letras de música, nas revistas e na TV, e incentivar a
sua prática seja em que modalidade for, homo ou hetero, sozinho ou
acompanhado - é tudo normal, normalíssimo, é o que reza a cartilha do nosso
tempo; tempos pós-modernos. Sexo virou tabu ao contrário. É proibido proibir.
Tentar conter seus impulsos é coisa de velho, atrasado, "careta". É repressão. É
censura.
Quero e preciso defender uma estratégia que seja realmente eficiente, pois
entendo que, mesmo que as camisinhas venham a reduzir o risco de
contaminação com a AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis , as
mesmas não podem impedi-las.
Isto não é bem verdade. O Programa Nacional de Aids não está tendo o sucesso
que diz Ter. Confira abaixo a realidade numa matéria de Eduardo Nunomura,
falando sobre os órfãos da aids:
Esse é um dos lados mais cruéis da mudança de perfil da síndrome. ( veja boxe )
Algumas crianças correm o risco da contaminação ainda no útero materno e todas
vivem sob a ameaça de morte da mãe. Há no país cerca de 200.000 filhos de
mulheres portadoras do HIV. Três em cada dez são crianças cujas mães já
desenvolveram a doença".
Em meio a tantas más notícias, a única boa é que , quando se faz uma prevenção
eficiente, os índices de contaminação se estabilizam ou decaem drasticamente.
No Brasil, desde 1995, contabilizam-se os mesmos 17.000 novos casos por ano.
Na Europa Ocidental, entre 1995 e 1997, as notificações de novos casos caíram
38%. Passaram de 23.954 para 14.874. Desde os primórdios da epidemia alerta-
se para a importância da prevenção.
A seguir, três respostas dadas pelo Ministério da Saúde , onde o mesmo declara
que o uso da camisinha não garante 100% e segurança:
Sim, se a camisinha não for colocada de maneira correta ela pode rasgar ou furar.
O preservativo masculino é, até o momento, a única barreira comprovadamente
eficaz contra a transmissão do HIV (vírus da imunodeficiência humana). Seu uso
correto e consistente pode reduzir substancialmente o risco de transmissão do HIV
e de outras DSTs (doenças sexualmente transmissíveis). O uso regular do
preservativo leva ao aperfeiçoamento da técnica de utilização, reduzindo a
frequência de ruptura e escape, aumentando, consequentemente, sua eficácia. Se
ocorrer ruptura do preservativo durante relação sexual com portador do HIV, é
possível haver transmissão do vírus.
Embora o uso da camisinha seja melhor que a falta de seu uso, ninguém deveria
considerá-la absolutamente segura. Na nota acima, o próprio Ministério da Saúde
admite falhas. A verdade é que a camisinha não é uma solução apropriada para
se proteger contra a epidemia da AIDS. Antes, é uma estratégia provisória e de
arranjo.
E é dentro deste contexto que a única estratégia que se veicula hoje para
combater a AIDS é: você pode fazer sexo com quantas pessoas quiser desde que
use a camisinha.
Dentro deste contexto, somos contra a camisinha pois trata-se de uma estratégia
que apresenta vários problemas:
Dizer a alguém que ela pode fazer sexo com uma pessoa portadora do vírus hiv e
que ela estará segura desde que use a camisinha, é como dizer a um motorista
que está dirigindo bêbado que use cinto de segurança. Perguntamos: Motorista e
pedestres estarão seguros ?
"São só 5 % ! ". Alguém pode argumentar. Pode ser que aquele seu vôo não faz
parte dos 5 %, mas, e se fizer ?
Hoje em dia, os jovens estão começando a ter relações sexuais cada vez mais
cedo. Também pudera, viver em nossos dias é tropeçar em sexo em todos os
lugares o tempo todo. Mensagens eróticas, ora refinadas, ora rombudas, escorrem
dos outdoors, de cartazes nos muros, das telas de televisão, de filmes e de
músicas, etc...A intimidade tornou-se uma mercadoria manipulada por artistas,
símbolos sexuais e até por políticos.
Dizer para um adolescente que ele pode "transar" com quem quiser desde que se
previna, distribuindo para eles camisinhas, é como distribuir entre eles, copos de
água para apagarem um incêndio num prédio. Ou seja, distribuir camisinhas para
os adolescentes e jovens e dizer a eles, façam sexo a vontade desde que usem o
preservativo, é uma tremenda irresponsabilidade. Entender que esta estratégia é
fazer sexo seguro, é o mesmo que colocar um revólver em suas mãos com
apenas uma bala, girar o tambor, mandar que apontem para suas cabeças e que
puxem o gatilho. Talvez a bala não saia no primeiro tiro, nem no segundo, quem
sabe só vai sair no décimo segundo tiro. Sexo com camisinha é como brincar de
roleta russa. Eles podem morrer neste jogo perigoso.
O único meio 100 % seguro de se fazer sexo é aquele ensinado exatamente por
1. O que Deus diz sobre a prática sexual antes do casamento ? I Tes 4:3-8
"Filho meu, atende a minha sabedoria; à minha inteligência inclina os ouvidos para
que conserves a discrição, e os teus lábios guardem o conhecimento; porque os
lábios da mulher adúltera destilam favos de mel, e as suas palavras são mais
suaves do que o azeite; mas o fim dela é amargoso como o absinto, agudo, como
a espada de dois gumes.
Os seus pés descem à morte; os seus passos conduzem-na ao inferno.
Ela não pondera a vereda da vida; anda errante nos seus caminhos e não o sabe.
Agora, pois, filho, dá-me ouvidos e não te desvies das palavras da minha boca.
Afasta o teu caminho da mulher adúltera e não te aproximes da porta da sua casa;
para que não dês a outrem a tua honra, nem os teus anos, a cruéis; para que dos
teus bens não se fartem os estranhos, e o fruto do teu trabalho não entre em casa
alheia; e gemas no fim de tua vida, quando se consumirem a tua carne e o teu
corpo"
"A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens
que detêm a verdade pela injustiça;" v. 18
" Por isso, Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seu
próprio coração, para desonrarem o seu corpo entre si; pois eles mudaram a
verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador,
o qual é bendito eternamente. Amém!
Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres
mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza;
semelhantemente, os homens também, deixando o contacto natural da mulher, se
inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com
homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro." Vv. 24-27
"Nem te deitarás com animal, para te contaminares com ele, nem a mulher se porá
perante um animal, para ajuntar-se com ele; é confusão."
"Não sabeis que os vossos corpos são membros de Cristo? E eu, porventura,
tomaria os membros de Cristo e os faria membros de meretriz? Absolutamente,
não. Ou não sabeis que o homem que se une à prostituta forma um só corpo com
ela? Porque, como se diz, serão os dois uma só carne. Mas aquele que se une ao
Senhor é um espírito com ele. Fugi da impureza. Qualquer outro pecado que uma
pessoa cometer é fora do corpo; mas aquele que pratica a imoralidade peca
contra o próprio corpo.
Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em
vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?
Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso
corpo."
"Porque da janela da minha casa, por minhas grades, olhando eu, vi entre os
simples, descobri entre os jovens um que era carecente de juízo, que ia e vinha
pela rua junto à esquina da mulher estranha e seguia o caminho da sua casa, à
tarde do dia, no crepúsculo, na escuridão da noite, nas trevas.
Eis que a mulher lhe sai ao encontro, com vestes de prostituta e astuta de
coração. É apaixonada e inquieta, cujos pés não param em casa; ora está nas
ruas, ora, nas praças, espreitando por todos os cantos.
Aproximou-se dele, e o beijou, e de cara impudente lhe diz:
Sacrifícios pacíficos tinha eu de oferecer; paguei hoje os meus votos.
Por isso, saí ao teu encontro, a buscar-te, e te achei.
Já cobri de colchas a minha cama, de linho fino do Egito, de várias cores;
já perfumei o meu leito com mirra, aloés e cinamomo.
Vem, embriaguemo-nos com as delícias do amor, até pela manhã; gozemos
amores.
Porque o meu marido não está em casa, saiu de viagem para longe.
Levou consigo um saquitel de dinheiro; só por volta da lua cheia ele tornará para
casa.
Seduziu-o com as suas muitas palavras, com as lisonjas dos seus lábios o
arrastou.
E ele num instante a segue, como o boi que vai ao matadouro; como o cervo que
corre para a rede, até que a flecha lhe atravesse o coração; como a ave que se
apressa para o laço, sem saber que isto lhe custará a vida"
Não estamos negando a sexualidade, pois esta faz parte dos desígnios de Deus
para nós seres humanos, e não temos como colocar uma camisinha no coração .
"Existem ocasiões em que o trabalho precisa ser adiado. Umas boas férias pode
resultar num trabalho melhor. Há épocas em que se deve adiar a comida. Um
prato mais saboroso está sendo preparado. Da mesma maneira, existem
circunstâncias em que as expressões da sexualidade devem ser adiadas" .
Em Gálatas 6:7 , Paulo adverte: "Não vos enganeis; de Deus não se zomba: pois
tudo o que o homem semear, isto também ceifará"
Parte 46.
O NÃO NOSSO DE CADA DIA
Alguém terá pensado que minha eficiente secretária cometeu um erro ao digitar o
título, pois "deveria ser", pensou, "O Pão Nosso..." O título é o que está lá em cima
mesmo. O objetivo é enfatizar que como crentes em Jesus Cristo, nascidos de
novo, nascidos para uma vida de afirmação, vida positiva, muitas e muitas vezes
dizemos "não" a Deus. Pois se Jesus sempre foi muito positivo a nosso respeito,
dizendo "Eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos" (Mt
28.20b); "E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim" (Jo 12.32); "Eu
vim para que tenham vida, e a tenham em abundância" (Jo 10.10b); "Virei outra
vez, e vos tomarei para mim mesmo..." (Jo 14.3b).
Quando esquecemos que "o justo viverá da fé" (Rm 1.17; cf. Hc 2.4; Hb 10.38), e
perdemos a coragem, e vivemos na ansiedade, e nos cobrimos de dúvida. O
medo e o desencorajamento não fazem parte do plano de Deus para nós. Na
realidade, a grande mensagem do evangelho é a de ousadia e coragem. A Bíblia
Fé é vitória sobre o pecado, e sua conseqüência é paz com Deus (cf. Rm 5.1), e
coragem. Coragem é ser perseguido e orar pedindo que Deus perdoe o
perseguidor; é ficar em silêncio quando caluniado; é ser puro num mundo que
exalta o engano, a esperteza, o adultério, o homossexualismo e o lesbianismo
(chamando-os de "preferência sexual") e a libertinagem. Coragem é dignificar a fé
quando atacada, e sustentar a santidade quando mal compreendida. Coragem é
ter fé num mundo materializado, secularizado, massificado, coisificado que só crê
no lógico, no exato, no palpável, e proclamar que fé é a certeza plena e convicção
absoluta de coisas que não podem ser vistas e que são esperadas.
Efésios 5.18 declara que o crente em Nosso Senhor Jesus Cristo precisa se
encher do Seu Espírito. Isso significa que a maior e mais importante necessidade
de qualquer igreja evangélica biblicamente constituída não é ter seu santuário,
alguns com capacidade para milhares, cheio de pessoas, mas ter seus membros
cheios do Espírito Santo, porque a igreja é a comunidade do Espírito Santo, e
precisa viver essa realidade. Encher-se do Espírito é deixar-se usar por Ele: seu
olhar se torna espiritual, seu abraço é espiritual, seu coração e seu aperto de mão
são espirituais, seu falar e seu cantar são espirituais, seu bolso é espiritual, seu
caminhar e seu tempo são espirituais porque o Espírito Santo enche sua vida.
Ser cheio do Espírito significa ser tão controlado e motivado com a presença e o
poder do Espírito de Deus que todo o nosso ser se torna um eterno salmo de
louvor e serviço ao Senhor.
Por que, então, não vivemos essa plenitude, esse enchimento? Sem dúvida, por
ansiedade, fingimento, dissensões e egoísmo; por nos acomodarmos à frieza, ou
melhor, à mornidão espiritual, mais preocupados com os cargos para os quais
fomos eleitos ou que queremos exercer, que com as condições espirituais para
realizá-los. E então, porque ativos, tão "ativos" na igreja, negligenciamos o
cuidado espiritual dos filhos, negligenciamos o relacionamento com a esposa ou
O mandamento, que é duplo, diz: "não vos embriagueis com vinho", onde há
devassidão, deboche, dissipação, excessos, contendas, descontrole e perdição,
"mas enchei-vos do Espírito". Não há maior caminho para a santidade que Deus
requer de nós (cf. 1Pe 1.15, 16) do que ser repleto, transbordante, saciado, pleno,
copioso, cheio daquele cuja própria natureza e nome é Santo: Espírito Santo!
Enchendo-se não de vinho, mas do Espírito de Deus, haverá uma nova qualidade
de relacionamento do crente consigo próprio pelo testemunho (cf. Ef 5.19:
"falando"), uma nova qualidade de relacionamento com Deus ("dando graças"),
uma nova qualidade de relacionamento com os outros ("sujeitando-vos...").
Para ser "sal da terra" e "luz do mundo", cada filho/filha de Deus precisa dessa
influência divina que torne possível a vitória sobre Satanás, a carne e o mundo;
precisa dessa força extra-humana, sobre-humana e sobrenatural que a Bíblia
chama poder e que é ignorado pelo homem natural e descrente: "Jesus, porém,
lhes respondeu: Errais, não conhecendo as Escrituras nem o Poder de Deus" (Mt
22.29). Prometido, no entanto, ao crente, ao salvo, ao filho de Deus: "E eis que
sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade, até que do alto
sejais revestidos de poder" (Lc 24.49); "Mas recebereis poder, ao descer sobre
vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em
toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra" (At 1.8); "Finalmente,
fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder" (Ef 6.10; cf. 2Co 12.9; 2Pe 1.3).
Pois é; Deus tem um projeto de santidade para nós (cf. Ef 5.11). Para isso, é
preciso buscar esvaziar o coração de outros interesses, e enchê-lo com o Espírito
de Deus. Aí virá o louvor, a gratidão, e o serviço a Deus; aí virá equilíbrio na vida,
coerência nos atos, harmonia e paz. Infelizmente, há cristãos
que "permanecem em Cristo" e os que "não permanecem" (cf. 3.6; Jo 6.56; 8.31;
15.10; 1Jo 2.27,28),
os que "andam na luz"e os que "não andam na luz" (1Jo 1.7; Jo 8.12; 12.35; 1Jo
2.11),
os que "andam no Espírito" e os que "andam segundo os homens" (Gl 5.16, 25),
os que "andam em novidade de vida" e os que "andam segundo a carne" (Rm 6.4;
8.13; 2Pe 2.10),
os que "são espirituais" e os que "são carnais" (1Co 3.1),
os que "são cheios do Espírito" e os que "não o são" (At2.4; 4.8,31; 6.3; 7.55;
9.17; 11.24; 13.52).
Para ser pleno, cheio do Espírito Santo, é preciso seguir alguns passos:
É necessário ter sede espiritual, sede da água da vida: "Porque derramarei água
sobre o sedento, e correntes sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a
tua posteridade, e a minha bênção sobre a tua descendência" (Is 44.3);
"Respondeu-lhe Jesus se tivesse conhecido o Dom de Deus e quem é o que diz: -
me de beber, tu lhe terias pedido e ele te haveria dado água viva. Replicou-lhe
Jesus: Todo o que beber desta água tornará a ter sede; mas aquele que beber da
água que eu lhe der nunca terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der se fará
nele uma fonte de água que jorra para a vida eterna. Disse-lhe a mulher: Senhor,
dá-me dessa água, para que não mais tenha sede, nem venha aqui tirá-la" (Jo
4.10, 13-15; cf. Mt 5.6; Zc 13.1).
É necessário limpar o recipiente que o Espírito vai encher. Deus enche vasos de
todos os tipos: de ouro, prata, bronze, vidro, pedra e barro, mas não enche o vaso
sujo. É preciso que seja limpo de tudo o que possa prejudicar a plenitude do
Espírito em nós.
É preciso que cada em nosso Senhor Jesus Cristo se convença que sua igreja
terá luz quando estiver plena do Espírito, e esse acontecimento terá lugar quando
cada um de nós for individualmente enchido. Isso vai melhorar a qualidade de
trabalho em todos os níveis: na EBD, nas organizações de adolescentes, de
jovens e de adultos, na Sociedade Feminina, nos corais, nas comissões, no
evangelismo, nos Ministérios variados.
É difícil ensinar uma classe de Escola Bíblica sem estar cheio do Espírito; pregar
Billy Graham conta que pregava numa igreja, e um diácono chegou embriagado. A
igreja se escandalizou, e ele foi excluído. O evangelista perguntou ao pastor se
todos os diáconos vinham aos domingos cheios do Espírito Santo. O pastor disse
que infelizmente não. "Quantos já foram excluídos por isso? Porque o versículo
apresenta duas ordens: "não vos embriagueis"..., e "enchei-vos do Espírito". O
pastor não pôde responder?!
Pois é; vimos duas situações em que o "não nosso de cada dia" se manifesta em
nossas vidas: quando dizemos sim ao medo e ao desânimo, e não à fé, e, no
entanto, o desencorajamento e temor não fazem parte do plano de Deus, pois na
dificuldade e dúvida não estamos sós "Porque ele mesmo disse: Não te deixarei,
nem te desampararei. De modo que com plena confiança digamos: O Senhor é
quem me ajuda, não temerei; que me fará o homem?" (Hb 13.5b, 6); e quando não
buscamos a plenitude do Espírito, desafio diário que nos leva a uma entrega
ampla, geral e irrestrita, e que nos faz permitir que o Espírito Santo controle e
motive nosso ser de tal modo que tudo em nós receba a marca do espiritual.
Lembremos que depois que alguém é salvo, não vive mais de acordo com os
próprios padrões. Paulo o afirmou ao dizer, "Já estou crucificado com Cristo; e
Que entristece o Espírito de Deus? A falta de união, pois Efésios 4.4 ensina que
Ele é um só Espírito. Qualquer coisa incompatível com a pureza, santidade e
unidade da igreja, e com sua própria natureza, fere o Espírito Santo; toda quebra
de comunhão entristece o Espírito. Entristecemos o Espírito quando recusamos a
reconciliação. O verso 31 fala em amargura, e daí provém a cólera, a ira, a gritaria
e a blasfêmia: "Mas agora despojai-vos também de tudo isto: da ira, da cólera, da
malícia, da maledicência, das palavras torpes da vossa boca" (Cl 3.8; cf. Rm 2.8).
É o Espírito da graça (Hb 10.29), que se afaste, portanto tudo o que é indelicado,
duro, amargo para que se assuma o perdão e essa graça que Ele concede. Ele é
o Espírito da verdade (Jo 14.17). Tudo o que é falso, hipócrita e enganoso O deixa
triste. E porque é o Espírito da fé (2Co 4.13), a desconfiança, a dúvida, a
ansiedade e preocupação O entristecem.
Pode-se apagar o fogo jogando água, terra, produto químico ou cobertor de modo
a extingui-lo. É o pecado da crítica maldosa, de rebaixar os outros, das palavras
não ponderadas; é o desprezo e o preconceito; é o não querer trabalhar com
certos irmãos porque eles se tornaram uma pedra no sapato.
Citamos há pouco Romanos 12.11 que fala de fervor, ou seja, "fervura". Para que
alguma coisa ferva, é necessário que haja uma fonte de calor (fogo), água e o
vaso. Na vida espiritual, o vaso é o coração (cf. Pv 20.9; 26.23; Ez 36.26); a água
é a Palavra de Deus (cf. Jo 7.37-39), e o fogo, o Espírito Santo (cf. Sl 39.3). O
vaso sem água no fogo não ferve: queima; a água no vaso sem fogo continua fria;
o fogo sem água e sem vaso nada produz e se apaga. Pois extinguir, abafar,
apagar o Espírito é o ponto mais baixo da queda espiritual; e o Espírito se
extingue porque é entristecido por nossos desajustes morais e espirituais (Ef 4.17-
5.18). Nós somos o santuário do Deus Altíssimo (1Co 6.19), e quando o Espírito
não encontra a liberdade de agir em nós, por nós, através de nós, Sua ação se
restringe (cf. Ap 3.16).
Sim; "lembro-te que despertes o dom que há em ti" que reavives, que inflames
esse dom. É nesse Espírito que estamos selados para o dia da redenção (Ef 1.3).
Foi Ele que nos fez retornar à vida em Cristo (Ef 2.5), e nos deu acesso ao Pai em
Cristo (2.18). Ele nos comunica os dons necessários ao seu serviço na Causa de
Cristo (Ef 4.7, 8). Por essa razão, é triste, lamentável dizer "não" a Deus. Lembre-
se que só Cristo pode purificar do pecado, que a confissão é a única condição
para o perdão, purificação e comunhão (1Jo 1. 1-2.2) e que o julgamento de si
próprio evita o castigo: "Mas, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não
seríamos julgados; quando, porém, somos julgados pelo Senhor, somos
corrigidos, para não sermos condenados com o mundo" (1Co 11.31, 32). É dizer
Parte 47.
O PAI NOSSO
Oração De Pecado Coletivo
Deus não é um Princípio, uma Força, mas uma Pessoa, e mais expressivo ainda:
um Pai. Grande além da nossa compreensão; Santo além além da nossa
concepção, mas um Pai. Admiravelmente bem expressou esse conceito Isaías, o
profeta, em 12.6: "Gadhol... Kiddush Israel" ("Grande é o Santo de Israel"). Deus é
tão pessoal como nós o somos, e preenche o ideal da paternidade pelo seu
cuidado amoroso, o que é expresso pela palavra hebraica hesed ("Rasgai o vosso
coração e, e não as vossas vestes; e convertei-vos ao Senhor vosso Deus; porque
ele é misericordioso e compassivo, tardio em irar-se e grande em benignidade, e
se arrepende do mal"5) É nesse ponto que o Avinu, o Pai Nosso, acentua as
necessidades emocionais do ser humano: a de segurança, de abrigo, de fé, de
intimidade com Alguém, de ser amado e de amar, posto que o grande valor da
palavra pai é que ela ordena a totalidade dos relacionamentos desta vida. Com o
mundo invisível (quem não tem o Eterno como Pai vive o temor do dia, da noite,
das coisas, das matas, da natureza, das, águas, do mal,..., mudando, porém, tudo
isso desaparece quando se tem a Deus por Pai). Afeta o relacionamento com o
próximo, pois se Deus é meu Pai, também o
E do meu irmão de fé, e pode sê-lo daquele que ainda não o atualizou como real
na existência e motor de suas motivações e intenções. Ter o Eterno como Pai é
crescer emocional e espiritualmente; é Ter uma personalidade íntegra na
amplitude de conceitos expressos pela palavra hebraica shalom: inteireza,
plenitude, perfeição, cura, salvação, sucesso, prosperidade, integridade, paz.
Este pedido tem sido interpretado de muitas maneiras: Jerônimo, teólogo da Igreja
Antiga7, cria ser a Ceia do Senhor. Tertuliano, Cipriano e Agostinho entendiam
que era o alimento espiritual da Palavra de Deus, o ensino correta, a reta doutrina.
Os teólogos da Reforma, como Calvino e Lutero, entenderam que o pão era
símbolo de tudo o que é necessário para a preservação e subsistência da vida: o
alimento, a saúde, a casa, o bom tempo, a família, um bom governo, a paz. São
as necessidades da vida, e não os seus luxos. São as necessidades materiais,
sociais e intelectuais; é saúde, educação, vida digna, justa e perfeita, e justiça
social. Vale a citação de Isaías, o profeta messiânico por excelência, da descrição
da grandeza e da glória do reino do Mashiah (Messias):
Nesta passagem há uma belíssima visão messiânica em que se antecipa "o pão
nosso de cada dia dá-nos hoje", tomado este pedido como o ensino da inteira
dependência do Eterno.
Ser dependente de Deus não é apenas uma expressão pia, mas uma afirmação
prática, pois todos dependemos dos céus. Mesmo quem se diz ateu! Não
podemos dar ordens à plantação, às chuvas, ao tempo, o que só Deus pode fazer,
razão porque "o pão nosso de cada dia" em última análise não vem da
panificadora, nem do moinho, nem do agricultor no Sul do país, mas do Pai, pois
"ele te sustentou com o maná... para te dar a entender que o homem não vive só
de pão...";9
Perdão de quê? A palavra pecado não é muito popular nestes dias. Na verdade,
muita gente tem idéia errada do que é ser pecador: admite que o ladrão, o
homicida, o adúltero talvez sejam pecadores, mas não homens decentes, livres e
de bons costumes, senhoras de família, gente de vida limpa e respeitável, de
crédito na praça, que nunca foi a tribunal?! Gente assim não pode sentir o peso do
pecado!...
É nesse ponto que vem a iluminadora ajuda da língua hebraica para esclarecer as
coisas. A palavra hatt'ah que quer dizer "errar o alvo". É pecador quem erra o alvo
determinado pelo Eterno para a vida. É um objetivo moral e espiritual, e quando
isso não é satisfeito, pecamos e precisamos pedir perdão: "perdoa-nos as nossas
dívidas..." O perdão é tão indispensável à vida e à saúde da alma quanto o
alimento ao corpo. O pecado é comparado a uma dívida.13 O Eterno perdoa o
pecado, a dívida, e cancela a nota promissória. É o que diz o Salmo 30.4: "Contigo
está o perdão..."; e Neemias 9.17: "Tu, porém, és um Deus pronto para perdoar,
clemente e misericordioso,..."
O perdão, no entanto, não é geral, total e global, pois Deus perdoa a quem se
Parte 48.
O SOFRIMENTO
''Mais tarde Jesus o encontrou no templo e lhe disse: Olha que já estás curado;
não peques mais, para que não te suceda coisa pior'' (Jo 5.14).
''E os seus discípulos perguntaram: Mestre, quem pecou, este ou seus pais, para
que nascesse cego? Respondeu Jesus: Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi
para que se manifestem nele as obras de Deus'' (Jo 9.2,3).
Via de regra, sempre que pecamos iremos de alguma forma pagar por isso. Talvez
não na intensidade que merecemos, visto que Deus é misericordioso em não nos
punir como devemos ser punidos, porém, em algumas ocorrências o sofrimento
que iremos passar não tem qualquer relação com pecado.
A passagem acima ensina que nem sempre sofremos porque pecamos. E eu não
estou dizendo apenas que Deus deixou de nos punir apesar de termos pecado, e
sim, que não foi cometido qualquer pecado que resultasse diretamente em
sofrimento, apesar do sofrimento. Lembremos de Jó, acusado injustamente por
Muitos judeus, como os amigos de Jó, acreditavam que cada má sorte temporal
era punição de Deus por algum pecado específico. No caso do cego de nascença,
com uma doença congênita, a explicação poderia ser que o pecado tivesse sido
cometido no útero, ou mesmo antes disso, pois de acordo com o ensino filosófico
grego preexistencialista, a alma, que existia antes da concepção, podia ter
cometido algum delito. Ou ainda pelos pais, que com um ato pecaminoso
vitimaram seu filho. Jesus descarta estas idéias como explicações impróprias (Jo
9.3), mas isto não nega que algumas provações são ordenadas por Deus, para
punir ou corrigir certos pecados específicos (p. ex., na vida de Davi, depois de seu
adultério e assassinato, 2 Sm 12-21; veja também Sl 119.67,71). Nem ainda existe
aqui uma negação, por parte de Cristo, da doutrina bíblica do pecado original (Rm
5.12-21), que ensina que todo sofrimento é conseqüência de nosso pecado
coletivo e da rebelião de Adão. Mas não é sábio nem caridoso julgar que os
sofrimentos de outros sejam especificamente punitivos (cf. Mt 7.1). A questão
colocada diante de Jesus apresenta um falso dilema. Só duas possibilidades
foram dadas como razões para as aflições do homem: seus próprios pecados ou o
pecado de seus pais. Jesus oferece uma terceira opção: ''Nem ele pecou, nem
seus pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus''.
Dificilmente algum servo ou serva de Deus ficará livre de algum tipo de sofrimento,
visto que ele é importante para o crescimento e amadurecimento cristãos. Tiago
diz que é motivo de alegria o passarmos por várias provações (Tg 1.2), porém,
vale ressaltar que não devemos interpretar erradamente as palavras de Tiago. A
causa da alegria é que, apesar do mal, Deus está conosco e pode realizar coisas
positivas em nossa vida, mesmo em meio à provação. Mas a provação, em si, não
é uma coisa boa. Se fosse, nos inclinaríamos a buscar estoicamente o sofrimento.
Evidentemente, nada na Bíblia sugere que façamos isso. De qualquer modo, não
devemos procurar as provações, elas têm maneiras de nos encontrar. Contudo,
resta-nos ainda uma certeza: ''Deus não promete que jamais nos dará uma carga
maior do que aquela que desejamos levar. A promessa de Deus é que ele nunca
porá sobre nós mais do que aquilo que realmente podemos suportar'' (R. C.
Sproul, Surpreendido pelo Sofrimento, p. 74).
O que tem levado muitos em nossas igrejas a defenderem conceitos distorcidos
''E, para que não me ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-me
Você já parou para pensar que às vezes sofrerá para não cometer algum pecado
grave? Deus nos ama e quer o nosso bem. O salmista, compreendendo a
bondade de Deus no sofrimento, disse: ''Foi-me bom ter eu passado pela aflição,
para que aprendesse os teus decretos'' (Sl 119.71). O escritor mostra-se grato
pelos seus sofrimentos, porque estes o levaram a uma nova intimidade com Deus,
afastando-o da transgressão. Até mesmo a respeito de Jesus é dito: ''embora
sendo Filho, aprendeu a obediência pelas cousas que sofreu'' (Hb 5.8). Muitos
cristãos de hoje parecem sofrer mais do que deveriam porque não querem aceitar
o papel que o sofrimento desempenha em suas vidas, ou na vida de seus amigos
e entes queridos. O sofrimento é eminentemente terapêutico. Funciona muitas
vezes como agente neutralizador de pecado. Paulo entendeu esta lição, mas
também a duras penas.
Paulo escreveu sua segunda carta aos coríntios como um homem rejeitado pelas
pessoas que ele mais amava. Derrama seu coração em meio a sérios ataques
contra seu caráter e ministério. Seu apostolado foi posto em dúvida por seus
inimigos. Sua integridade e lealdade, suas habilidades em liderar e seu amor pelos
coríntios foram da mesma maneira questionados. Esta foi provavelmente a maior
tempestade de oposição que Paulo enfrentou em sua vida. No capítulo 11, Paulo
faz uma lista das muitas dificuldades e situações ameaçadoras pelas quais ele
passara por amor ao evangelho. Incluídas em sua lista estão grandes aflições
físicas, aprisionamentos, espancamentos, apedrejamentos, naufrágios, rios
perigosos, assaltantes, perseguição de judeus e gentios, noites mal dormidas, frio
e calor, fome e sede, além da preocupação diária com todas as igrejas.
Paulo era um homem extremamente humilde. Portanto, é com relutância que ele
relata as visões e revelações do Senhor no capítulo 12 como uma das
reivindicações do seu apostolado. Apesar de humilde, mesmo para um homem
como Paulo não seria difícil se ensoberbecer diante de tão gloriosa revelação. A
fim de que se evitasse tamanho pecado, diz ele: ''foi-me posto um espinho na
carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte''
(2 Co 12.7).
A grandeza das revelações que Paulo teve não teria sentido para a vida dele se a
soberba tomasse conta de seu coração. Por isso, ao invés de gloriar-se com a
grandeza daquelas revelações, Paulo passa a gloriar-se na experiência oposta,
que revelava suas fraquezas e total dependência da graça suficiente de Jesus
Cristo (2 Co 12.9,10).
Assim como Paulo, Deus muitas vezes nos humilhará através do sofrimento para
não cometermos o pecado da soberba, ou qualquer outro tipo de pecado que
possa nos levar ao prejuízo espiritual.
Que o Senhor nos ajude a compreender que apesar de todo sofrimento ter sua
motivação primária no pecado de Adão, isto não quer dizer que todo e qualquer
sofrimento que passamos é sempre motivado por um pecado particular que
cometemos. Às vezes o será, daí a importância de sermos sensíveis ao Espírito
Santo e, à luz da Palavra de Deus e em oração, fazermos uma auto-análise com
seriedade para sabermos onde foi que erramos e confessarmos nossa culpa.
Contudo, é importante enfatizar de novo que nem todo sofrimento é conseqüência
de algum pecado específico que cometemos, uma vez que em outras ocasiões
nossos sofrimentos estarão totalmente desassociados de qualquer possibilidade
de algum pecado cometido. Por fim, às vezes sofreremos para que não nos
aconteça coisa pior.
Parte 49.
ORIENTAÇÕES QUANTO AO USO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS
Marcos 14.25 e outros textos
Introdução:
1.1 Levítico 10.8-11 - Deus impõe uma restrição ao sacerdote com relação a
bebida alcoólica com intenção objetiva de preservar sua autoridade para o ensino,
ressaltando que é fundamental a separação entre o profano e o sagrado, o imundo
e o limpo, aquilo que fora santificado, vs. 10. do que concluímos que a bebida
alcoólica faz o homem imundo diante de Deus, tornando imperfeito o seu culto e a
sua adoração e denegrindo o seu sacerdócio.
A Palavra de Deus nos exorta a pedirmos sabedoria ao Senhor, Tiago 1.5, a fim
de vivermos em sabedoria na comunhão cristã, Colossenses 3.16. Só a sabedoria
de Deus, que é Jesus, Provérbios 8.30 e João 1.1, é que nos capacita a
manifestarmos o Fruto do Espírito Santo, Gálatas 5.22-24, que se contrapõem a
postura escarnecedora e alvoroçadora imposta pelo alcoolismo. Se somos salvos,
filhos de Deus por Jesus, João 1.12, somos exortados a vivermos de tal forma que
sempre se manifeste em nós o Fruto do Espírito, razão pela qual não se justifica a
prática da bebida alcoólica entre nós, pois ela predispõe o homem às obras da
carne.
1.3 Provérbios 23.29-35 - O Texto Sagrado inicia com uma série de perguntas
bem significativas, vs. 29, para aqueles que gostam de beber, que se demoram
perto do vinho, vs. 30. Em seguida condena o vício, que antecede a dependência
alcoólica que é conseqüência do vício, asseverando que mesmo tendo uma
aparência de prazer, vs. 31, o alcoolismo é peçonhento, tem veneno mortal, vs.
1.4 Isaías 28.7 - O profeta, ao anunciar o castigo imposto por Deus sobre Efraim e
Judá, condena com veemência a prática da bebida alcoólica, ressaltando que tal
prática era perniciosa, desencaminhando, tirando o povo do propósito
estabelecido por Deus na Aliança, por estarem todos, do sacerdote ao indivíduo
mais mequetrefe na fé, cambaleantes, sem firmeza espiritual e física, por isso,
errando na visão, confundindo a visão de Deus com as alucinações alcoólicas, e
tropeçando, cometendo erros grotescos ou relativisando (facilitando a convivência
com o pecado), no juízo, os valores absolutos de Deus, morais e espirituais,
estabelecidos em sua Palavra.
Devemos reconhecer que não é um caminho fácil, Mateus 7.14, Jesus mesmo
declarou que o caminho da salvação é estreito, mas também que é o caminho de
paz, Lucas 1.79, e de vida, Atos 2.28, sendo, por isto, o único caminho justo e
verdadeiro, Apocalipse 15.3, pelo qual devemos andar em santidade para
chegarmos ao Pai. Não há outro caminho e "ninguém vem ao Pai se não por
mim", disse Jesus, João 14.6.
1.5 Oséias 4.11 - A Palavra de Deus assevera mais uma vez que a bebida
alcoólica, em qualquer uma de suas variações ou graduação alcoólica, tira o
entendimento, isto é, faz do homem um ser tal qual os irracionais.
Sabemos, pelo relato bíblico, que a imagem de Deus é corrompida no homem pelo
pecado, Romanos 1.18-25, e que Cristo morreu por nós para nos reconciliar com
Deus, Romanos 5.10, por isso não podemos admitir a insistência de alguém que
se diz salvo, mas que deseja permanecer na prática de algo que distorce a
imagem de Deus em nós, visto que tal distorção é pecado e pecado é separação
entre Deus e o homem, Romanos 3.23.
2.1 O primeiro milagre de Jesus - João 2.1-11: Observe que o texto em momento
algum afirma que Jesus bebeu naquela festa ou que tenha distribuído a bebida
autorizando a prática. Jesus mandou entregar ao mestre-sala, vs. 8, que era o
responsável pela festa. Na verdade, Jesus se permitiu àquele momento para
demarcar, por sinais visíveis, vs. 11, o início de seu ministério, com objetivo
específico de manifestar a glória de Deus investida nele e, com isso, despertar a
fé dos discípulos.
O pastor Isaltino Gomes Coelho Filho assevera que a chave para a interpretação
deste milagre é o vs. 10. Neste verso vemos a clara distinção entre o velho e o
novo vinho, como sendo uma alusão ao velho pacto, firmado na Aliança abrâmica,
e ao novo pacto, firmado no sangue de Jesus, Lucas 22.20. Compare o verso 11
de João com os ensinamentos do livro de Hebreus sobre a substituição do velho
pacto que se mostrara ineficaz, Hebreus 8 e 9.
Vale destacar que Jesus tinha plena consciência de seu ministério e de seu
sacerdócio, que deveria ser sem mácula, sem pecado, Hebreus 4.14-16, e assim o
foi, 1 João 3.5, e que tentar denegrir o caráter santo de Jesus para justificar a
permanência no pecado é blasfêmia, é morte, Mateus 12.22-32 e correlatos.
2.3 A orientação de Paulo aos diáconos - 1 Timóteo 3.8: Paulo afirma, escrevendo
a Timóteo, que pastoreava a igreja de Éfeso, que o candidato ao diaconato não
deve ser dado a muito vinho, o que pressupõe a permissão para que se beba
pouco vinho.
Neste caso estamos diante do que se classifica como uma possível discrepância
teológica. Talvez Paulo tenha cedido a pressão movida pela prática usual na igreja
de Éfeso, a turma lá gostava de uma birita, o que não esvazia o princípio teológico
que rege todo o contexto bíblico, que é contrário à prática da bebida alcoólica.
A teologia, em qualquer matiz, orienta aos estudantes, bem como a igreja, que
sempre quando nos deparamos com uma discrepância teológica o correto é fazer
opção pelo ensino que expressa com mais precisão a unidade do texto bíblico. A
Bíblia é contrária ao alcoolismo e o diaconato é ministério dado a igreja pelo
Espírito Santo, logo a opção deve ser por este ensinamento. Seja pelo sacerdócio
universal ou pelo ministério diaconal a partir da investidura do Espírito de Deus, o
bíblico, o correto, é não beber vinho ou qualquer outra bebida alcoólica.
Conclusão:
Concluindo, entendo que este tema pode gerar acirrado debate, do que não me
esquivaria, desde que o irmão ou a irmã, com bases bíblicas sólidas e não apenas
baseando-se em aspectos culturais ou em idéias isoladas, negando o
ensinamento da Palavra de Deus em seu contexto geral.
Também devo reconhecer que a igreja não pode proibir, coercitivamente, ninguém
de beber, visto que no decorrer da história temos esvaziado a autoridade espiritual
do pastor, principalmente nas igrejas conservadoras. Neste ponto alguns grupos
pentecostais devem ser admirados, pois o pastor ainda tem autoridade espiritual
sobre o rebanho, o que é bíblico. A Palavra de Deus assevera que as ovelhas
devem obediência ao pastor, Hebreus 13.17.
Quanto a mim, estou em paz diante de Deus, pois minha posição sobre bebida
alcoólica é de contrariedade e de rejeição contundente. A bebida alcoólica é um
fator de escravidão satânica em nossa sociedade, destruindo famílias e
personalidades, devendo ser banida do seio da igreja de Cristo Jesus a prática da
bebericagem que muitos cinicamente justificam como social. Não podemos
evangelicalizar práticas sociológicas malignizadas.
Amém.
Parte 50.
OBJETIVOS QUE TRAZEM BENÇÃO E MALDIÇÃO
Um Estudo sobre o Uso de Objetos e a Fé
É importante dizer que não duvido da sinceridade e da boa-fé dos que empregam
esses objetos. Entretanto, podemos estar sinceramente enganados no que diz
respeito ao culto a Deus, como os judeus na época de Paulo (Rm 10.1-2). É minha
convicção que o uso desses objetos como apoio para fé ou canal de bênçãos não
faz parte do culto agradável a Deus que nos é ensinado nas Escrituras.
Alguns eventos narrados no Novo Testamento são também citados como prova.
As vestes de Jesus tinham poder curador. Não somente a mulher com um fluxo de
sangue foi curada ao tocá-las (Lc 8.43-46), mas muitas outras pessoas doentes
(Mt 14.36; Mc 6.56; cf. Lc 6.19). Em pelo menos duas ocasiões, Jesus usou saliva
para curar cegos (Mc 8.22-26; Jo 9.6-7), e em outra, para curar um mudo (Mc
7.33). Aparentemente, a sombra de Pedro, após o Pentecostes em Jerusalém,
acabava por curar a quem atingisse (At 5.15).
4. Os objetos estavam ligados à pessoa dos homens de Deus - Alguns dos objetos
usados eram coisas pessoais dos homens de Deus, como a capa de Elias, o
bordão de Eliseu, as vestes de Jesus, os lenços e aventais de Paulo e, num certo
sentido, a sombra de Pedro. Eles só foram empregados por isso. O alvo era
mostrar o extraordinário poder de Deus sobre tais homens. Quando refletimos no
fato de que somente coisas pessoais dos profetas, do Senhor Jesus e dos
A conclusão inescapável é que não existe qualquer fundamento bíblico para que,
hoje, unjamos e abençoemos objetos com o propósito de transmitir, através deles,
uma medida do poder de Deus. Mais uma vez repito: creio que Deus faz milagres
hoje. Creio que ele poderia usar o que quisesse para fazer isso. Entretanto, creio
também que Deus nos revela em Sua Palavra os seus caminhos e seus meios de
agir, para que não sejamos iludidos pelo erro religioso. E se vamos usar as
Escrituras como regra da nossa prática, bem como critério para discernirmos a
verdade do erro, acabaremos por rejeitar a idéia de que, pela oração e unção,
determinados objetos repassam uma bênção de Deus aos seus possuidores.
Portanto, caso um cristão venha a ter em sua casa, escritório ou local de trabalho,
qualquer um desses objetos, estará dando ocasião para que os demônios (as
verdadeiras entidades espirituais associadas com esses objetos) prejudiquem sua
vida material e espiritual. A idéia é que objetos como ídolos, imagens, esculturas,
quadros e fotos se tornam pontos de contato para os demônios, que sempre estão
procurando materializar-se através de alguma coisa e assim atormentar os
homens.(5) Admitir tais coisas dentro de casa, seria convidar os demônios a entrar
e nos atormentar. Nas palavra de Jorge Linhares,
Mark Bubeck, que ficou conhecido no Brasil por seu livro O Adversário, escreveu
recentemente um outro livro sobre como podemos criar nossos filhos em meio aos
constantes ataques que os demônios fazem ao nosso lar. Ao fim do livro, Bubeck
adicionou um apêndice, contendo questionários cujas perguntas procuram levar os
leitores a descobrir as portas pelas quais têm permitido aos demônios entrarem no
lar e atacar os filhos. Uma das portas é a presença em casa de objetos
amaldiçoados, como amuletos, fetiches e talismãs, livros sobre ocultismo,
bruxaria, astrologia, mágica, adivinhação, e utensílios ou objetos usados em
templos pagãos, rituais de feitiçaria, ou ainda na prática da adivinhação, mágica
ou espiritismo. A sugestão de Bubeck é que a presença dessas coisas no lar
permite aos demônios que penetrem na casa e atormentem os filhos.(8)
Timothy Warner conta a história de uma estudante crente, por natureza uma
pessoa bem ativa e enérgica, que começou a ficar mais e mais deprimida, tendo
dificuldade em dormir e estudar, durante seus estudos de francês, em preparação
para o trabalho missionário na África. Um missionário descobriu, após examinar o
dormitório onde ela morava, que o ocupante anterior havia escondido no mesmo
diversos objetos ocultistas. Warner então explica: "alguns dos demônios
associados com os objetos haviam se apegado ao quarto e à mobília". O
missionário orou determinando aos demônios que fossem embora, e a moça pode
voltar a dormir normalmente.(13)
O pressuposto por detrás desse tipo de relato é que esses objetos abrem a porta
Às vezes Apocalipse 18.2 é citado como prova de que demônios podem morar em
lugares amaldiçoados:
Então, exclamou com potente voz, dizendo: Caiu! Caiu a grande Babilônia e se
tornou morada de demônios, covil de toda espécie de espírito imundo e
esconderijo de todo gênero de ave imunda e detestável.
Aqui temos o anúncio da queda de Babilônia feito por um anjo de Deus. Notemos,
porém, o seguinte, antes de concluirmos que o texto prova que demônios moram
em ruínas! (1) A passagem é evidentemente alegórica. Nos dias de João,
Babilônia já não mais existia. (2) João está citando Jeremias 50.39 e Isaías 13.21.
Esses dois profetas referem-se à queda e destruição da cidade de Babilônia que
existiu em seus dias. A desolação que lhe haveria de sobrevir, como resultado do
castigo divino, ia ser tão grande, que a grande cidade, outrora populosa e
opulenta, iria se tornar em um grande montão de ruínas. Com o propósito de
enfatizar a desolação, os profetas descrevem as ruínas como sendo habitadas por
feras e animais do deserto: chacais, avestruzes, corujas e hienas. A Septuaginta,
ao traduzir o texto hebraico de Isaías 13.21, traduziu "bodes" por "demônios".(15)
O apóstolo João, ao citar essas passagens e aplicá-las figuradamente à Babilônia
espiritual, o reino das trevas que será destruído por Cristo, acrescenta, além dos
animais mencionados pelos profetas, os demônios e espíritos imundos, seguindo
a tradução da Septuaginta (Ap 18.2). (3) Evidentemente, a passagem não está
dizendo que essas entidades habitam em ruínas de cidades. Seu sentido óbvio é
que Deus entrega a humanidade ímpia e endurecida que o rejeita à desolação
espiritual e aos demônios. (4) Lembremos ainda que o Senhor Jesus ensinou que
os espíritos imundos não encontram repouso em lugares áridos (Mt 12.43-45). A
conclusão é que não existe argumentos bíblicos suficientes para provar que
espíritos imundos moram e habitam em coisas como objetos, casas, árvores, etc.
3) Uma outra dificuldade é o conceito de que crentes, que nem estão conscientes
de que esses objetos foram usados em rituais ocultistas, possam ser oprimidos
pelos demônios associados com esses objetos. Não é suficiente escutarmos os
relatos e as experiências, como a do missionário acima. Como já insistimos em
quase cada capítulo desse livro, por mais sérias e válidas que sejam, experiências
não podem servir como autoridade final nessa questões. É preciso examinar as
Escrituras, seguindo as regras simples de interpretação, que procuram deixar o
texto sagrado falar livremente. E o que encontramos nelas pode ser resumido nas
palavras de Balaão, falando pelo Espírito de Deus: "Pois contra Jacó não vale
encantamento, nem adivinhação contra Israel" (Nm 23.23).
É preciso notar, entretanto, que condena-se não tanto o uso em si desses objetos,
mas a atitude religiosa que os israelitas tinham para com eles. Eles o usavam
conscientemente como amuletos protetores, como fetiches mágicos, como se
fossem encantamentos contra maus espíritos. Foi contra essa prática de magia e
ocultismo que os profetas falaram. Evidentemente, ter objetos desse tipo em casa
pode não ser conveniente ao cristãos por vários motivos (veja a conclusão desse
Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem de escultura,
nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra,
nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque
eu sou o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos
filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e faço
misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus
mandamentos (Ex 20.3-6).
É alegado por alguns da "batalha espiritual" que a queima dos livros de magia em
Éfeso foi necessária pois a posse de tais livros continuaria a dar validade aos
pactos feitos pelos efésios com entidades malignas e a dar autoridade a essas
entidades sobre suas vidas, mesmo que eles agora se tornaram cristãos. Queimar
os livros fazia parte da quebra das maldições que pesavam sobre eles por terem
praticado artes mágicas antes da sua conversão. Na cerimônia da queima dos
livros, eles renunciaram publicamente a todos esses compromissos e pactos que
fizeram com os espíritos malignos.
Eles queimaram seus antigos livros de mágica para mostrar o quanto agora os
detestavam. Também, para mostrar a genuinidade de seu arrependimento pelos
pecados cometidos nessa área, para evitar que esses livros não se tornassem
uma armadilha para eles no futuro e para que não fossem usados por outros.(19)
Existe ainda um outro motivo para a queima dos livros. Uma parte essencial da
prática de artes mágicas daquela época era o exorcismo, a expulsão de espíritos
malignos. Acreditava-se (como também se acredita hoje em alguns círculos
protestantes) que todas as doenças - particularmente as mentais - eram causadas
por espíritos maus que entravam nos homens. Grande parte do trabalho dos
exorcistas era tentar curar essas doenças pela expulsão dos espíritos maus que
as infligiam. Nos seus livros mágicos haviam fórmulas especiais para esconjurar
esses espíritos.
Quando Paulo chegou em Éfeso, duas coisas aconteceram que vieram contribuir
para a queima dos livros: (1) Ele curou as enfermidades e expulsou demônios
usando apenas o nome de Jesus (At 19.11-12), em contraste com os rituais
elaborados e complicados dos exorcistas da época, como se encontravam nos
livros; (2) quando alguns exorcistas tentaram usar o nome de Jesus e de Paulo
para expelir um demônio de um homem, fracassaram redondamente. O próprio
demônio atestou a autoridade que havia no nome de Jesus (At 19.13-16).(21) É
possível que alguns dos efésios que haviam se convertido ainda mantinham algum
tipo de contato com artes mágicas. O episódio dos exorcistas acabou por
convencê-los. Ficou evidente a todos que a mágica ensinada nos livros não
passava de fórmulas vazias e inúteis. Como escreve Marshall,
1. Era lícito participar de um festival religioso num templo pagão e comer a carne
dos animais sacrificados aos deuses? Na antigüidade, o sacrifício de animais aos
deuses fazia parte da vida pessoal, familiar e social. O sacrifício ocorria nos
templos e a carne do animal sacrificado era dividida em três partes. Uma parte,
geralmente simbólica (podendo ser até uma mecha dos pelos!), era queimada no
altar em homenagem aos deuses. A segunda parte, incluindo costelas e músculos,
ia para o sacerdote. A terceira parte ficava com o ofertante, e com ela, oferecia um
banquete, geralmente em casamentos. Muitas vezes, essas festas ocorriam no
templo, no qual o sacrifício fora feito.(25) Os crentes de Corinto certamente
mantinham relacionamentos com amigos não-crentes, e sempre havia a
possibilidade de serem convidados a participar de uma destas festas no templo,
2. Era lícito comer carne comprada no mercado público? A carne ali comprada
poderia ser de animais sacrificados aos deuses, cujo excedente dos altares havia
sido repassado pelos sacerdotes aos açougueiros da cidade. Devido à enorme
quantidade de animais sacrificados, uma parte deles acabava no mercado público,
onde eram vendidos como carne boa e barata.
O assunto dos sacrifícios de animais aos deuses é bem complexo, e não poucos
estudiosos discordariam de Barclay. Essa não parece ser a razão primordial pela
qual os pagãos consagravam comida aos seus deuses. Sacrifícios eram
praticados nas religiões de quase todas culturas antigas, e no geral, visavam
honrar uma divindade, apaziguá-la ou santificar a oferta. Em algumas destas
culturas, os sacrifícios estavam relacionados com o culto aos ancestrais, alimentar
os deuses e mesmo "comer os deuses".(28) Paulo, ao discutir o assunto, em
momento algum sugere que haveria o risco de demônios penetrarem mesmo
naqueles que comessem a carne consagrada aos demônios nos próprios templos
dos deuses pagãos. A questão que incomodava os coríntios não era se estariam
comendo demônios, mas se não estariam participando direta ou indiretamente do
culto ao ídolo. Note ainda que quem introduz o conceito de que os demônios estão
por detrás da idolatria é Paulo. Provavelmente os coríntios nem estavam
pensando nesses termos. A explicação de Barclay, portanto, é menos do que
convincente.(29)
O fato de que Paulo não invoca aqui a decisão do concílio de Jerusalém (Atos 15)
para resolver o assunto de vez tem intrigado os estudiosos. Conforme lemos no
livro de Atos, o concílio havia se reunido para tratar das condições sob as quais os
não-judeus poderiam ser salvos e recebidos na Igreja. A polêmica havia sido
causada por alguns judeus cristãos da Judéia que foram até as igrejas gentílicas
forçar os gentios a se circuncidarem, e a guardar as leis de Moisés (naquela
época, as mais importantes eram as leis dietárias e o calendário religioso). Paulo e
Barnabé resistiram e houve uma grande discussão. O assunto foi levado aos
apóstolos e presbíteros em Jerusalém. Alguns fariseus que haviam crido em Cristo
insistiam na circuncisão e nas leis de Moisés para os gentios, mas Paulo, Pedro e
1. A primeira pergunta dos coríntios havia sido: era lícito participar de um festival
religioso num templo pagão e ali comer a carne dos animais sacrificados aos
deuses? Não, responde Paulo. Isso significaria participar diretamente no culto aos
demônios onde o animal foi sacrificado (1 Co 10.16-24). Paulo havia dito que os
deuses dos pagãos eram imaginários (1 Co 10.19). Por outro lado, ele afirma que
aquilo que é sacrificado nos altares pagãos é oferecido, na verdade, aos demônios
e não a Deus (10.20). Paulo não está dizendo que os gentios conscientemente
ofereciam seus sacrifícios aos demônios. Obviamente, eles pensavam que
estavam servindo aos deuses, e nunca a espíritos malignos e impuros. Entretanto,
ao fim das contas, seu culto era culto aos demônios. (32) Paulo está aqui
refletindo o ensino bíblico do Antigo Testamento quanto ao culto dos gentios:
Sacrifícios ofereceram aos demônios, não a Deus... (Dt 32.17). ...pois imolaram
seus filhos e suas filhas aos demônios (Sl 106.37).
2. Era lícito comer carne comprada no mercado público? Sim, responde Paulo.
Compre e coma, sem nada perguntar (1 Co 10.25). A carne já não está no
ambiente de culto pagão. Não mantém nenhuma relação especial com os
demônios, depois que saiu de lá. Está "limpa" e pode ser consumida.
3. Era lícito comer carne na casa de um amigo idólatra? Sim e não, responde
Paulo. Sim, caso não haja, entre os convidados, algum crente "fraco" que alerte
sobre a procedência da carne (1 Co 10.27). Não, quando isso ocorrer (1 Co 10.28-
30).
O ponto que desejo destacar é que para o apóstolo Paulo a carne que havia sido
sacrificada aos demônios no templo pagão perdia a "contaminação espiritual"
depois que saia do ambiente de culto. Era carne, como qualquer outra. É verdade
que ele condenou a atitude dos "fortes" que estavam comendo, no próprio templo,
a carne sacrificada aos demônios. Mas isso foi porque comer a carne ali era parte
do culto prestado aos demônios, assim como comer o pão e beber o vinho na Ceia
é parte de nosso culto a Deus. Uma vez encerrado o culto, o pão é pão e o vinho é
vinho. Aliás, continuaram a ser pão e vinho, antes, durante e depois. A mesma
coisa ocorre com as carnes de animais oferecidas aos ídolos. E o que é verdade
acerca da carne, é também verdade acerca de fetiches, roupas, amuletos,
estátuas e objetos consagrados aos deuses pagãos. Como disse Calvino,
CONCLUSÃO
Ao fim desse capítulo, espero ter dado evidências claras de que não há como
justificar hoje a prática no culto cristão de ungir e abençoar objetos, quaisquer que
Portanto, os evangélicos que conhecem a sua Bíblia não são superticiosos quanto
a objetos oriundos de outras religiões. Entretanto, acredito que devemos ter
bastante cautela quanto a objetos assim. Eu mesmo não guardo em casa ou no
ambiente de trabalho nenhuma dessas coisas. Não que tenha receio que elas
poderão dar aos demônios, a quem foram oferecidas, algum tipo de poder sobre
mim e minha família. Estou seguro e protegido no poder do meu Salvador Jesus
Cristo. Mas, pelas seguintes razões, que ofereço como orientação geral quanto ao
uso desses objetos:
1) Devemos evitar ter e exibir esses objetos quando os mesmos forem uma
tentação real para a idolatria ou ocultismo. Novos convertidos egressos da
idolatria e cultos afro-brasileiros poderão ser tentados a retornar às práticas
antigas, estimulados pelos símbolos do seu passado religioso. Devemos evitar
toda e qualquer possibilidade de sermos tentados nessa área, bem, como evitar
Notas
1 Para um estudo mais detalhado das práticas das igrejas de libertação, veja a
análise feita por Leonildo Silveira Campos, 'Teatro', 'Templo' e 'Mercado': Uma
análise da organização, rituais, marketing e eficácia comunicativa de um
empreendimento neopentecostal - Igreja Universal do Reino de Deus, tese
publicada pelo Instituto Metodista de Ensino Superior, 1996. Veja também o
relatório da Comissão de Doutrina da Igreja Presbiteriana do Brasil sobre a Igreja
Universal do Reino de Deus (Igreja Universal do Reino de Deus [São Paulo: CEP,
1998] 58-61).
3 Cf. Merril Unger, Biblical Demonology (Wheaton, IL: Scripture Press, 1952; 7a.
edição, 1967) 33.
4 Os milagres operados pelo Senhor Jesus eram sinais que apontavam para Sua
pessoa e obra (Jo 20.30-21). A promessa de que seus seguidores fariam obras
similares e até maiores parece que não incluía curas através de saliva e vestes
por parte de todos os crentes. Somente os apóstolos - e mesmo assim, somente
Pedro e Paulo - realizaram sinais similares, que por sua vez, eram sinais dos
apóstolos, visavam autenticar seu apostolado e estabelecer a mensagem (2 Co
12.12). A passagem de Marcos 16.17-18 (sem considerarmos os problemas
textuais) não se refere ao uso de objetos.
5 Essa idéia estranha é defendida por Robson Rodovalho, Por Trás das Bênçãos
e Maldições (Brasília: Koinonia, 1995) 32. Ele conta uma história na qual atribui a
objetos amaldiçoados o poder de rachar uma ponte do Plano-Piloto em Brasília,
mesmo após a quebra de maldições (Ibid., 33).
7 Cf. Edir Macedo, Orixás, Caboclos & Guias: Deuses ou Demônios? (Rio de
Janeiro: Universal, 1996; 13a. edição) 48.
10 Kurt Koch afirma que alguns mosteiros católicos na Suíça distribuem amuletos
ou fetiches ao povo, para protegê-los contra doenças e epidemias. Esses
amuletos são geralmente pequenos sacos, contendo, em alguns casos, pedaços
de unhas e de casca de ovos. Cf. Kurt Koch, Between Christ and Satan (Michigan:
Kregel Publications, 1962) 87.
11 Existem lojas virtuais pela Internet onde toda a parafernálias usada nos rituais
mágicos e de bruxaria estão acessíveis e podem ser facilmente adquiridos com
cartão de crédito.
14 Ibid., 94-95.
Nunca mais oferecerão os seus sacrifícios aos demônios, com os quais eles se
prostituem; isso lhes será por estatuto perpétuo nas suas gerações (Lv 17.7)
Jeroboão constituiu os seus próprios sacerdotes, para os altos, para os sátiros e
para os bezerros que fizera (2 Cr 11:15) Porém, nela, as feras do deserto
repousarão, e as suas casas se encherão de corujas; ali habitarão os avestruzes,
e os sátiros pularão ali (Is 13.21) As feras do deserto se encontrarão com as
hienas, e os sátiros clamarão uns para os outros; fantasmas ali pousarão e
acharão para si lugar de repouso (Is 34.14)
18 Cf. G. Adolf Deissmann, Bible Studies (Edimburgo: T. & T. Clark, 1901), 323.
20 Por outro lado, não quero com isso apoiar irrestritamente os movimentos entre
os jovens para queimar discos e fitas de rock evangélico, considerados
espiritualmente perniciosos por alguns líderes evangélicos (cf. Rick Lawrence,
"Gothard slams Christian rock", em Group, Set. 1990, 41-42). Em geral, sou
emocionalmente contra a iconoclastria (destruição de ídolos) por cristãos, como
por exemplo, a ocorrida na Escócia, sob os auspícios de John Knox, quando o
povo entrou nas igrejas católicas e quebrou todas as imagens, utensílios e objetos
ligados ao culto idólatra. Se tivermos, porém, de queimar alguma coisa, a queima
de horóscopos poderia fazer algum bem - numa pesquisa de 1992, 11% dos
crentes americanos disseram consultar horóscopos e acreditar em astrologia
("Most Americans believe in moral absolutes...", em National & International
Religion Report, 13 de Julho de 1992, p. 8).
21 Segundo Barclay nos informa, um dos métodos usados pelos exorcistas era
conhecer o nome de um espírito mais poderoso do que aquele que estava no
doente, e invocá-lo contra esse espírito de doença. Cf. William Barclay, "Hechos
de los Apostoles", em El Nuevo Testamento Comentado por William Barclay, vol. 7
(Argentina: La Aurora, 1974) 154-55.
26 Ibid., 84. Serápis era uma divindade do Egito, importada da Grécia. Era o deus
dos mortos e da cura. Um dos seus adoradores mais famosos foi o rei Ptolomeu I,
considerado também o iniciador do culto a esse deus.
27 Ibid.
28 Cf. Fraser, The Golden Bough, onde ele discute esse assunto em relação ao
culto de Diana.
30 C. Peter Wagner, Se Não Tiver Amor (Curitiba: Luz e Vida, 1982) 67-68.
32 Não somente Paulo, mas os cristãos em geral tinham esse conceito. João
escreveu: "Os outros homens, aqueles que não foram mortos por esses flagelos,
não se arrependeram das obras das suas mãos, deixando de adorar os demônios
e os ídolos de ouro, de prata, de cobre, de pedra e de pau, que nem podem ver,
nem ouvir, nem andar" (Ap 9.20).
34 Hodge (1 & 2 Corinthians, 194) chama a nossa atenção para o fato de que o
mesmo princípio se aplica hoje aos missionários que, por força da
"contextualização", acabam por participar nos festivais pagãos dos povos.
Semelhantemente, os protestantes que participam da Missa católica, mesmo não
tendo intenção de adorar a hóstia, acabam cometendo esse pecado, ao se curvar
diante dela.
36 Essa diferença fundamental não foi notada por Kurt Koch em seu livro sobre
magia e ocultismo. Ele diz que "O uso de fetiches, isto é, objetos carregados de
magia, corresponde talvez ao uso da água no batismo ou do pão e vinho na Ceia
do Senhor" (Between Christ and Satan, 85).
Parte 51.
OS VERDADEIROS ADORADORES
Hoje, há quase dois mil anos após aquela declaração, Deus continua contando
com verdadeiros adoradores. Quem são os verdadeiros adoradores?
Deus não vive numa busca desenfreada por qualquer tipo de adorador que o
adore de qualquer maneira. Ele é e sempre será adorado de verdade por aqueles
que verdadeiramente lhe pertencem. O verbo grego zhte/w (procurar, buscar)
sugere exatamente isso. O Pai busca seus eleitos com o intuito de torná-los seus
adoradores.
Lembremos da história do profeta Elias e de seu lamento. Por duas vezes ele se
queixou a Deus: Tenho sido zeloso pelo Senhor, Deus dos Exércitos, porque os
filhos de Israel deixaram a tua aliança, derribaram os teus altares e mataram os
teus profetas à espada; e eu fiquei só, e procuram tirar-me a vida (I Rs 19.10,14).
É como se Elias dissesse assim para Deus: "Senhor, está um caos tremendo em
Israel, e eu mesmo não vejo solução para esse país. E tem mais, o Senhor
também está com um problemão porque ninguém mais pensa em te adorar, a não
ser eu é claro". A resposta de Deus ao profeta desmotivado foi: Conservei em
Israel sete mil, todos os joelhos que não se dobraram a Baal, e toda boca que não
Pergunto, pois: terá Deus, porventura, rejeitado o seu povo? De modo nenhum!
Porque eu também sou israelita da descendência de Abraão, da tribo de
Benjamim. Deus não rejeitou o seu povo, a quem de antemão conheceu. Ou não
sabeis o que a Escritura refere a respeito de Elias, como insta perante Deus
contra Israel, dizendo: Senhor, mataram os teus profetas, arrasaram os teus
altares, e só eu fiquei, e procuram tirar-me a vida. Que lhe disse, porém, a
resposta divina? Reservei para mim sete mil homens, que não dobraram os
joelhos diante de Baal. Assim, pois, também agora, no tempo de hoje, sobrevive
um remanescente segundo a eleição da graça. E, se é pela graça, já não é pelas
obras; do contrário, a graça já não é graça (Rm 11.1-6).
Ainda hoje o Senhor conta com o remanescente fiel, não só de judeus, mas
também de gentios que formam, juntos, a verdadeira igreja do Deus vivo.
Portanto, não se iluda, o Senhor conhece os que lhe pertencem (cf. 2 Tm 2.19) e
por esses (você é um deles?) sempre será verdadeiramente adorado.
Não se esqueça: É importante e fundamental conhecer a Deus para que ele seja
verdadeiramente adorado, porém, mais importante do que conhecer a Deus é ser
conhecido por Deus (veja Mt 7.21-23; Tt 1.16).
Nosso Senhor ensinou à samaritana que quem conhece Deus de fato, só pode
adorá-lO em espírito e em verdade. Estudiosos da Bíblia têm dado diversas
interpretações para a expressão "em espírito e em verdade" de João 4.23,24.1
Parece razoável entendermos que ao estabelecer o modo correto de adorar a
Deus, isto é, em espírito e em verdade, Jesus estava criticando o culto judaico e o
culto samaritano.
Os samaritanos acreditavam que adoravam o mesmo Deus dos judeus, mas não
aceitavam as mesmas Escrituras dos judeus, a não ser os cinco primeiros livros, o
Pentateuco de Moisés. Como não aceitavam os demais livros da revelação divina
(por acharem que eram invenções dos judeus), o culto dos samaritanos era
defeituoso. Por isso Jesus disse à mulher: "Vós adorais o que não conheceis, nós
adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus" (v22). Os
samaritanos adoravam "em espírito", isto é, adoravam aquele que eles não
conheciam "com alegria e verdadeiro entusiasmo". Mas e daí? Não adoravam "em
verdade" porque rejeitavam 34 livros do Velho Testamento, a Bíblia de então. A
revelação de Deus nas Escrituras é progressiva; portanto, é impossível conhecê-
lO verdadeiramente ficando apenas com os cinco primeiros livros da Bíblia. Por
outro lado, os judeus aceitavam toda Escritura. Por isso conheciam Deus e tinham
Contudo, uma nova era estava surgindo para a adoração. Logo, logo tanto judeus
como samaritanos compreenderiam que para adorar a Deus o que menos
importava era o espaço físico. O que conta "não é onde se deve adorar, mas a
atitude do coração e da mente, e a obediência à verdade de Deus quanto ao
objeto e o método de adoração. Não é o onde, mas o como e o quê o que
realmente importa".2 Deus quer homens e mulheres que O adorem com o espírito
dos samaritanos e a verdade dos judeus.3
XXXXXIII
PLANEJAMENTO FAMILIAR
fundamentos bíblicos
Temos diante de nós uma tarefa hermenêutica: trazer para hoje a interpretação de
algo sobre o qual a Bíblia é muito econômica.
Também Oséias 1.8 relata algo que se enquadra ao que a medicina ensina a
respeito da esterilidade por ocasião do aleitamento:
"As trinta mil gerações humanas que nos precedem sempre consideraram que a
procriação freqüente era a primeira garantia da família e da sobrevivência do
grupo. Nosso problema não preocupou mais que as últimas doze gerações da
espécie humana. Não nos deve estranhar, portanto, que seja difícil mudar um
hábito mental e moral tão antigo".
O QUADRO BÍBLICO
"O marido pague à mulher o lhe é devido, e do mesmo modo a mulher ao marido.
A mulher não tem autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim o marido; e
também da mesma sorte o marido não tem autoridade sobre o seu próprio corpo,
mas sim a mulher. Não vos negueis um ao outro senão de comum acordo por
algum tempo, a fim de vos aplicardes à oração e depois vos ajuntardes outra vez,
para que Satanás não vos tente pela vossa incontinência" (I Co 7.3-5).
"O meu amado é para mim como um saquitel de mirra, que repousa entre os meus
seios. A sua mão esquerda esteja debaixo da minha cabeça, e a sua mão direita
me abrace" (Ct 1.13; 2.6).
"Eis que os filhos são herança da parte do Senhor, e o fruto do ventre o seu
galardão. Como flechas na mão dum homem valente, assim são os filhos da
mocidade. Bem-aventurado o homem que enche a sua aljava; não serão
confundidos, quando falarem com os seus inimigos à porta" (Sl.127.3-5);
e, também:
Não podemos esquecer a origem nômade do povo hebreu. Nesse quadro, havia
um caráter tríplice que tornava a geração de filhos um dever sagrado:
caráter pastoril,
o tribal, e
o patriarcal.
Crescia o clã, crescia a tribo e a importância da nação. Havia, portanto,
necessidade de renovação e ampliação. Por isso:
"Então o levou para fora, e disse: Olha agora para o céu, e conta as estrelas, se
as podes contar, e acrescentou-lhe: Assim será a tua descendência" (Gn. 15.5),
E,
"Eis que os filhos são herança da parte do Senhor, e o fruto do ventre o seu
galardão." (Sl. 127.3)
"E farei a tua descendência como o pó da terra; de maneira que se puder ser
contado o pó da terra, então poderá ser contada a tua descendência" (Gn13.16);
"Disse Deus a Abraão: Quanto a Sarai, tua mulher, não lhe chamarás mais Sarai,
porém Sara será o seu nome. Abençoá-la-ei, e também dela te darei um filho; sim,
abençoá-la-ei, e ela será mãe de nações; reis de povos sairão dela. Ao que se
prostrou Abraão com o rosto em terra, e riu-se, e disse no seu coração: A um
homem de cem anos há de nascer um filho? Dará a luz Sara, que tem noventa
anos?" (Gn 17.15.17);
Para o hebreu que morresse sem deixar filhos, foi criada a já mencionada lei do
levirato encontrada em Deuteronômio 25.5-10.
Quanto ao cristianismo, o Novo Testamento não tem textos que falem sobre
planejamento familiar e/ou controle da natalidade. Na verdade, a fé na vinda do
Messias mudou a perspectiva da necessidade de descendência. No judaísmo, a
mulher queria filhos para ser mãe do Messias, mas no cristianismo, a doutrina era
que os tempos se haviam cumprido. Então, para que prolongar a espécie
humana? Para que filhos? Deu-se o contrário: a abstinência, ou como colocou
André Dumas, teólogo protestante francês: "a abstinência veio por entusiasmo
escatológico".
Igualmente está modificada a doutrina dos fins do casamento que ensina ser
unicamente para a procriação. Afirmamos os evangélicos que a procriação
acompanha e coroa a companhia mútua dos cônjuges (esse o sentido de Gênesis
2.24: 'Portanto, deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e uni-se-á à sua mulher,
e serão uma só carne".
PATERNIDADE RESPONSÁVEL
"Se alguém não cuida... da sua família, tem negado a fé, e é pior que um
incrédulo." (I Tm 5.8),
e daí as lições:
"Instrui o menino no caminho em que deve andar, até quando envelhecer não se
desviará dele" (Pv. 22.6; cf. Dt. 6.6,7).
Por isso, a paternidade deve ser planejada, e deve-se prover o bem-estar dos
filhos financeira, acadêmica, social (através da disciplina e amor) e
espiritualmente. Se não pode fazê-lo, deve considerar seriamente se está
realmente honrado a Deus colocando filhos no mundo. E porque a Bíblia não fala
especificamente sobre o Planejamento Familiar, deu-nos a responsabilidade de
usar a inteligência, porque os casais têm problemas e sensibilidades diferentes.
Não é nossa responsabilidade julgar, mas ensinar e instruir.
O AMOR...
Não haverá família de verdade senão onde reinar o amor entre marido e mulher.
Por isso, São Paulo ensina, "Todos os vossos atos sejam feitos com amor" (1Co
16.14 AR)
O filho deve ser desejado, recebida com alegria, bem-vindo, pois há diferença
entre controle da maternidade e o controle consciente da natalidade, caso em que
são levados em consideração os valores humanos.
Fontes Primárias
1. DUMAS, André. El Control de los Nascimentos en el Pensamiento Protestante.
Buenos Aires, La Aurora, 1968. Tead A F. Sosa, 191p.
2. HAVEMANN, Ernest et al. (orgs). Control de la Natalidad. Países-Baixos, Time-
life, 1967. 118 p.
3. KELLY, George A. Manual do Matrimônio Católico, São Paulo, Dominus, 1963.
219 p.
4. NARRAMORE, Clyde M. A Christian View of Birth Control, 3ª impr 1961. 30 p.
5. RODRIGUES, Walter. Planejamento Familiar, 2ª ed. Rio, Departamento da
Infância e Educação (Sociedade Civil Bem-Estar Familiar no Brasil), s.d. 60 p.
Parte 52.
Introdução:
O espelho não mente. Quando se olha no espelho vê-se o que está à sua frente,
sem retoques. Ao olharmos no espelho vemos a nossa própria imagem, como
somos na realidade e, assim como o espelho deveríamos ser, como cristãos,
autênticos e verdadeiros.
Essa semana padecemos o chamado Dia da Mentira, primeiro de abril, que surgiu
no século XVI, por volta de 1564, quando Carlos IX, rei de França, determinou que
o ano começasse no dia primeiro de janeiro, no que foi seguido por outros países
da Europa. Antes, a virada do ano era comemorada do dia vinte e cinco de março
ao dia primeiro de abril.
É claro que, no início, a confusão foi geral, uma vez que os meios de comunicação
ainda eram inexistentes. As pessoas custaram a se acostumar com a troca. Muitas
ainda achavam que o Ano Novo era no dia primeiro de abril e, por isso, eram
chamadas de “bobos de abril”. Elas eram vítimas do Dia da Mentira e recebiam
convites para festas que não existiam e ganhavam cartões e presentes esquisitos.
O Dia da Mentira persiste até hoje em nossa sociedade, sendo muito comum as
pessoas pregarem peças nas outras, mentindo deslavadamente, e justificando,
depois, com o primeiro de abril. A questão é tão séria que foi motivo de
reportagens e de entrevistas de psicólogos.
Não é diferente no Dicionário Houaiss, que classifica a mentira como “ato ou efeito
de mentir; engano, falsidade, fraude, afirmação contrária à verdade a fim de
induzir a erro; qualquer coisa feita na intenção de enganar ou de transmitir falsa
impressão; pensamento, opinião ou juízo falso; aquilo que é enganador, que ilude,
que se aproxima da verdade ou é real apenas na aparência”.
O mundo mente por que precisa enfeitar com falsidades a realidade infernal na
qual se encontra.
Sabemos que a mentira é um recurso amplamente usado pelos não salvos, pelo
mundo, para inclusive justificar suas “verdades”.
A psicologia admite a prática da mentira na infância, mas alerta para o fato de que
a prática da mentira pode ser sintoma de insegurança, de necessidade de auto-
afirmação e de aceitação num grupo, de um certo grau de esquizofrenia (dupla
personalidade) e de um grave desvio de caráter.
Ou seja, conforme a psicologia, a mentira pode ser três coisas, um desajuste
emocional, uma patologia psíquica ou um traço do mau-caratismo mesmo.
Vejamos no Texto Sagrado, porquê as pessoas mentem:
Vejamos em seguida um outro aspecto desse tema tão sério, a mentira, que deve
ser uma preocupação particular de todo salvo.
Em Levítico 19.2 lemos o seguinte: “Sejam santos, porque eu, o Senhor, o Deus
de vocês, sou santo” (NVI). Se cremos na Palavra de Deus e somos servos de
Deus, porquê então os salvos, mentem? Será que não somos salvos? Ou, se
somos, será que não somos santos?
Sabedores disso, nós os santos, ou seja, todos aqueles que temos a certeza da
salvação, devemos:
Mentir é errado por que nos afasta de Deus e da própria verdade. Deus é verdade.
A oposição bíblica a toda mentira tem a sua origem no fato de que o povo de Deus
deve sua vida, sua salvação e sua lealdade ao “único Deus verdadeiro”, João 17.3
(NVI).
Por essa razão, nada melhor do que continuarmos trilhando pelo Texto Sagrado
Somos salvos por Cristo que é cheio da verdade e que não só falou a verdade
como é ele mesmo a Verdade de Deus revelada para a nossa salvação.
Conclusão:
Amados irmãos e irmãs e queridos que estamos aqui nesta noite, Deus sabe as
mentiras que vivemos, que falamos e praticamos no passado, bem como as do
presente.
Será que temos tido arrependimento sincero por causa dessas atitudes e mentiras
diabólicas? Já confessamos isso a Deus, pedindo perdão, restauração e libertação
disso? Já estendemos as mãos pedindo perdão à pessoa a quem ofendemos com
as nossas mentiras?
A popularidade da pornografia
Uma outra forma de hardcore é a pornografia infantil. Esse material exibe cenas
de sexo envolvendo crianças e adolescentes. Em alguns casos, crianças
aparecem assistindo a cenas de sexo oral por adultos, Noutras, são violentadas e
estupradas por adultos. Noutras, fazem sexo entre si. Esse material ilegal,
mórbido, desumano e obsceno está disponível pela Internet até mesmo em
servidores estacionados em universidades federais, conforme denúncias de
jornais em dias recentes. Grandes provedores têm seções onde usuários podem
bater papo sobre sexo e trocar imagens de sexo explícito com crianças, algumas
delas tão degradantes, segundo uma denúncia feito pelo Instituto Gutemberg em
Julho de 1997, que faz da revista "Penetrações Profundas" uma publicação para
freiras.
Crentes "voyeurs"?
Há boas razões para acreditarmos que o número de evangélicos no Brasil que são
viciados em pornografia é preocupante. Pesquisadores estimam que nos Estados
Unidos cerca de 10% dos evangélicos estão afetados. Considerando que no Brasil
a facilidade de se obter material pornográfico é a mesma — ou até maior — que
nos Estados Unidos, considerando que a igreja evangélica brasileira não tem a
mesma formação protestante histórica da sua irmã americana, considerando a
falta de posição aberta e ativa das igrejas evangélicas brasileiras contra a
pornografia, como acontece nos Estados Unidos, não é exagerado dizer que
provavelmente mais que 10% dos evangélicos no Brasil são consumidores de
pornografia. Talvez esse número seja ainda conservador diante do fato conhecido
que os evangélicos no Brasil assistem mais horas de televisão por dia que muitos
países de primeiro mundo, enchendo suas mentes com programas que promovem
a violência e o erotismo, e assim abrindo brechas por onde a pornografia penetre
e se enraize.
Falta de decência
Assim, como a vida física requer alimento, ar, exercícios e repouso, a vida
espiritual também requer certas coisas para que haja crescimento e
desenvolvimento: "antes crescei na graça e no conhecimento de nosso senhor e
Salvador Jesus Cristo" (2Pe 3.18a). E já que o alimento físico é necessário à vida
física (porque sem alimento, o corpo enfraquece, adoece, fenece), sem alimento
espiritual, o espírito se debilita e fica enfermo (Mt 4.4). Por essa razão, ninguém
pode ficar por uma semana (nem mesmo por um dia ou dois) sem alimento, seja
material ou espiritual.
Os três primeiros elementos que nos ajudam a crescer são mencionados a seguir,
"Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa
de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito; vou
preparar-vos lugar. E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos tomarei
para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também" (Jo 14.1-3).
E quando outras pessoas nos decepcionam? Quase todo mundo já passou pela
experiência de uma decepção. Ou foi o namoro que acabou quando você tinha
tantas esperanças de que no fim do ano ia receber uma aliança para colocar na
mão direita, ou o noivado que prometia trocar a aliança para a mão esquerda, e
tornou-se numa decepção; aquele emprego que você queria virou foi para outro; o
vestibular que foi mal-sucedido! Ou decepção a nível pessoal. E encontramos na
Palavra de Deus e vejo que quando os outros nos decepcionarem, o poeta de
Israel nos deixou:
E Davi tinha uma linguagem que era muito direta, não tinha rodeios, não (isso é,
aliás, coisa própria da linguagem hebraica, não há rodeios, não), o que tem que
dizer diz logo:
"Ainda que um exército se acampe contra mim, o meu coração não temerá; ainda
que a guerra se levante contra mim, conservarei a minha confiança" (Sl 27.1-3).
"Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino,
seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia nos
dá hoje; e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós também temos
perdoado aos nossos devedores; e não nos deixes entrar em tentação; mas livra-
nos do mal. [Porque teu é o reino e o poder, e a glória, para sempre. Amém.] (Mt
6.9-13).
E em perigo, que você vai fazer? O que é deve acontecer? E no Salmo 91 tenho a
expressão: "Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Todo
Poderoso descansará" (v. 1). Esse é o tipo de conforto que a Bíblia traz para nós.
E quando parece que Deus está tão longe, parece que é aquele Deus
transcendental, distante, despreocupado, até, com as minhas preocupações, vou
à Sua Palavra e me deparo com: "Senhor, tu me sondaste, e me conheces. Tu
conheces o meu sentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento."
Isso é de longe. Agora de perto: "Esquadrinhas o meu andar, e o meu deitar, e
conheces todos os meus caminhos. Sem que haja uma palavra na minha língua,
eis que, ó Senhor, tudo conheces." (Sl 139.1-4). Parece, somente parece que
Deus está distante de nós.
E quando se está solitário? A expressão que vejo é esta: "Deus faz que o solitário
viva em família; liberta os presos e os faz prosperar; mas os rebeldes habitam em
terra árida" (Sl 68.6).
Poderíamos continuar com muito outros exemplos. Por isso, o primeiro elemento
que eu vejo para o crescimento espiritual é a Bíblia Sagrada.
Outro elemento é a oração. E tem gente que se apronta todo para entrar em
oração. Mas oração é conversar com o Pai; é conversar com Deus; são os seus
lábios nos ouvidos de Deus; é o seu coração apertado junto ao coração de Deus.
Isso é oração, e poucas experiências podem ser iguais à experiência da oração
em dar poder às igrejas para ajudá-las a se elevarem acima dos problemas. Por
isso, oramos quando há problemas.
A palavra de Deus nos diz que devemos orar por tudo (cf. Fp 4. 6,7); diz que
devemos orar continuamente (cf. 1Ts 5.17); e diz que devemos pedir a Deus
especificamente por novas necessidades ( cf. Jo 16.24). Além disso, quanto mais
temos uma vida de oração, maior nossa relação com Cristo se torna, que se torna,
também, cada vez mais íntima, maior é o nosso relacionamento com Ele. Alguém
escreveu os "Sinais de uma oração respondida". Você sabe quando a sua oração
Mas tem uma solução. Graças a Deus! E é que seja confessado a Deus. E
novamente a Santa Palavra nos ensina: "Se confessarmos os nossos pecados, ele
é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" (1Jo
1.9). Que coisa maravilhosa!
OUTROS ELEMENTOS
Que acontece quando somos fiéis ao testemunho? Vou passar-lhes o que alguém
escreveu:
Os Resultados da Fidelidade
Um rapazinho deu seu almoço a Jesus - e cinco mil pessoas foram alimentadas!
Uma mocinha escrava conversou com sua senhora sobre Deus - e seu senhor,
curado de lepra, se tornou um servo do Deus Altíssimo!
André contou a Pedro acerca de Jesus - e três anos depois, Pedro pregou um
sermão que foi instrumento em trazer 3.000 pessoas à Igreja.
Um professor da EBD visitou Dwight Moody na loja onde ele trabalhava - e Moody
se tornou um poderoso evangelista que levou milhares à cruz de Cristo.
Um pequeno grupo de estudantes se reuniu para orar pelas terras onde o
evangelho ainda não havia sido pregado - e o grande movimento de missões
mundiais americanas foi lançado.
Pois é; testemunho fiel pode produzir resultados espantosos! Fale a alguém sobre
Jesus Cristo, seja uma testemunha fiel crescendo, assim, na graça e no
conhecimento de Jesus, e deixe os resultados para Deus.
Por isso, quando o alvo é crescer, nós levamos a sério todos esses fatores
mencionados. E devemos crescer porque nossa utilidade no reino de Deus o
exige; devemos crescer porque separação para Deus, reserva para Deus,
santidade tem a ver com obediência. Frances Roberts, uma escritora, disse: "A
santidade não é um sentimento, é o produto final da obediência." ( Mas isso só
acontece quando o alvo nosso é crescer! ) Amém
Parte 54.
QUE FALTA NOS FAZ JOÃO BATISTA!
Vivesse ele entre nós - e aqui não faço nenhuma associação com a antibíblica
doutrina da reencarnação - certamente os políticos passariam por alguns
vexames.
Para relembrar, João Batista foi aquele servo que se distanciou do sistema
mundano e refugiou-se no deserto. Rejeitou até as iguarias comuns a todos os
homens da época. Com intrepidez, ousadia e destemor combateu os males do seu
tempo. À multidão que se apresentava para ser por ele batizada, dizia:
Como precursor de Cristo, anunciou: "Eu, na verdade, batizo-vos com água, mas
eis que vem aquele que é mais poderoso do que eu, a quem eu não sou digno de
desatar a correia das suas sandálias; este vos batizará com o Espírito Santo e
com fogo" (Lc 3.16). Esse grande João Batista teve a audácia de repreender o rei
Herodes, por causa de Herodias, mulher de seu irmão Filipe. Disse-lhe João: "Não
te é lícito possuir a mulher de teu irmão" (Mc 6.18).
Apesar de destemido, "a voz que clama no deserto" deixou-nos um belo exemplo
de humildade. Quando lhe informaram que Jesus estava batizando, em vez de
sentir inveja, respondeu: É necessário que ele cresça e que eu diminua" (Jo 3.30).
Esse tipo de conduta é muito difícil nos dias atuais.
Fico a imaginar o que faria João Batista - se estivesse entre nós - ao tomar
conhecimento das bruxarias realizadas nos porões do palácio presidencial, como
ocorreu há alguns anos. É possível que subisse a rampa do palácio para um
encontro pessoal com o presidente. Com o indicador em riste, talvez dissesse:
"Não te é lícito usares a Casa do Povo para trabalhos de feitiçaria, contrariando a
vontade de Deus. Arrependa-te de tuas feitiçarias, porque do contrário Deus
passará teu cajado para outro". É possível que sua prisão fosse decretada por
desrespeito à autoridade, tal como nos tempos de Herodes. Mas o intrépido João
não olhava para as circunstâncias. Sua vontade irremovível era dar testemunho da
verdade. Não foi por menos que Jesus declarou o seguinte a seu respeito: "Entre
os que de mulher têm nascido, não apareceu alguém maior do que João Batista"
(Mt 11.11). Hoje em dia políticos há que mudam de parceira como mudam de
camisa, e mesmo assim recebem o aval dos eleitores da comunidade cristã.
Fico a imaginar qual seria a reação desse homem ao ver a agressão que o
Evangelho de Jesus vem sofrendo hoje em dia. Agressão violência, mutilação.
Será que ele ficaria apenas envergonhado, enojado, insatisfeito, de cara fechada?
O que diria e o que faria ele ao ver, por exemplo, homens, mulheres e crianças
tocando cornetas na Casa de Deus para que os muros de Jericó caiam? O que
faria ele ao ver tantas ovelhas sofrendo violenta pressão psicológica para
aumentarem mais e mais as ofertas para a Igreja?
Parte 55.
SEXO ENTRE NÃO CASADOS
Gênesis 2.24 diz que homem e mulher se tornam uma só carne quando se casam,
ou seja, quando deixam pai e mãe e vão viver juntos. A prescrição divina para o
casamento é de um só homem e uma só mulher unidos pelos laços do casamento.
Não há como admitir a relação sexual, que é a maior intimidade entre um homem
e uma mulher, sem que haja o mútuo compromisso, diante de Deus e dos
homens, de consolidação da vida a dois.
A simples intenção de casar-se, ainda que com o vínculo do noivado, não abre a
possibilidade para que os enamorados iniciem, já, a prática sexual. "Deixará o
homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á à sua mulher, e SERÃO OS DOIS UMA
SÓ CARNE". Aqui está a consumação do casamento. Somente mediante o
matrimônio homem e mulher tornam-se uma só carne, e assim podem desfrutar
das delícias do ato sexual.
Houvesse a exceção para o sexo livre, estaríamos diante de uma situação em que
o homem, bem intencionado, praticaria o sexo com sua namorada. Passado algum
tempo, se o casamento, por qualquer motivo, não se efetivasse, ele passaria a
namorar outra moça com as mesmas "boas" intenções, e também praticaria sexo
com esta. Não é outro o costume da sociedade depravada.
Em Cantares 4.12, lemos: "Jardim fechado és tu, irmã minha, esposa minha,
manancial fechado, fonte selada". Nota da Bíblia Estudo Pentecostal: "As três
figuras de linguagem deste versículo salientam a verdade de que a jovem sulamita
permaneceu virgem e sexualmente pura até casar-se. Manter a virgindade e a
abstinência sexual é o padrão bíblico da pureza sexual para todos os jovens, do
sexo masculino e feminino. Violar este padrão santo de Deus é profanar o espírito,
o corpo e a consciência, e depreciar o valor do ato da consumação do
casamento". (cf Ct 2.7; 3.5).
Jesus disse: "Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu,
porém, vos digo: Qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no
coração já cometeu adultério com ela" (Mt 5.27-28). Jesus referiu-se à mulher com
a qual o homem não é uma só carne. Qual seria a intenção impura? A intenção de
com ela praticar o ato sexual. Nesta palavra estaria aberta a possibilidade de o
homem fazer sexo com a sua namorada? Nem com a sua namorada, nem com a
mulher de outro homem.
A imoralidade dentro da igreja não pode ser tolerada: "Já por carta vos escrevi que
não vos associeis com os que se prostituem" (1 Co 5.1-13).
"Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm. Todas as coisas me são
lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas. Fugi da prostituição.
Todo o pecado que o homem comete é fora do corpo, mas o que se prostitui peca
contra o seu próprio corpo" (1 Co 6.12,18).
O "domínio próprio" faz parte do fruto do Espírito, "e os que são de Cristo Jesus
crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências". Entre as obras da
carne estão a prostituição, a lascívia e a impureza (Gl 5.19-24).
Não se encontra na Bíblia nenhuma palavra que dê apoio a uma relação sexual
fora do casamento. O conselho do apóstolo é que as "viúvas mais jovens se
casem, tenham filhos, administrem suas casas, e não dêem ao inimigo nenhum
motivo para maledicência. Algumas, na verdade, já se desviaram, para seguir a
Satanás" (1 Tm 5.14). Embora se saiba que o assunto diga respeito a um caso
específico na igreja de Corinto, a ênfase está no aconselhamento para que se
casem.
"O crente deve ter autocontrole e abster-se de toda e qualquer prática sexual
antes do casamento. Justificar intimidade premarital em nome de Cristo,
simplesmente com base num "compromisso" real ou imaginário, é transigir
abertamente com os padrões santos de Deus. É igualar-se aos modos impuros do
mundo e querer deste modo justificar a imoralidade. Depois do casamento, a vida
íntima deve limitar-se ao cônjuge. A Bíblia cita a temperança como um aspecto do
fruto do Espírito, no crente, isto é, a conduta positiva e pura, contrastando com
tudo que representa prazer sexual imoral como libidinagem, fornicação, adultério e
impureza. Nossa dedicação à vontade de Deus, pela fé, abre o caminho para
recebermos a bênção do domínio próprio: temperança (Gl 5.22-24)".
"Fornicação (gr. porneia), descreve uma ampla variedade de práticas sexuais, pré
ou extramaritais. Tudo que significa intimidade e carícia fora do casamento é
claramente transgressão dos padrões morais de Deus para seu povo (Lv 18.6-
30);20.11,12,17,19-21; 1 Co 6.18; 1 Ts 4.3)".
O sexo livre, descomprometido, interessa ao diabo, que tenta por todos os meios
invalidar o casamento instituído por Deus. O diabólico plano do Movimento Nova
Era trabalha nesse sentido, pois ensina a criação de colônias ou núcleos onde
todas as mulheres pertencem a todos os homens, e os filhos são criados pela
comunidade. Nos anos 60, os hippies deram o primeiro passo nesse sentido.
Devemos ser guiados não pelo ensino do sistema mundano, pelo deus deste
século, pelo modus vivendi dos devassos, incautos, incrédulos e inimigos da
Palavra: "E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela
renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa,
agradável e perfeita vontade de Deus" (Rm 12.2). O crente deve andar na
contramão dos desobedientes. Tentar ajustar a Palavra aos nossos pecados é um
sinal de rebeldia e falta de compromisso com Deus. Devemos, ao contrário,
ajustar a nossa vida ao padrão da Palavra de Deus, como submissos à Sua
soberana vontade.
Sabemos que a depravação está sem limites; que as crianças, desde a tenra
idade, passam a receber uma enorme carga de mensagens eróticas; que elas
chegam aos doze, treze ou catorze anos com grande desejo de se iniciarem no
sexo; sabemos que a televisão, principalmente - afora teatros, livros, revistas,
danças e músicas profanas -, ensina e estimula o relacionamento sexual entre não
casados. Mas sabemos também que já saímos do Egito; que as vestes do velho
homem caíram na caminhada; que agora não somos nós que vivemos, mas Cristo
vive em nós; que fomos resgatados por elevado preço para um viver santo; para
que possamos dizer com Paulo:
"A minha ardente expectativa e esperança é de em nada ser confundido, mas ter
muita coragem para que agora e sempre, Cristo seja engrandecido no meu corpo,
quer pela vida, quer pela morte, pois para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro"
(Fp 1.20-21).
Parte 57.
SEXO E PECADO
"Geralmente, se ouve que há entre vós fornicação e fornicação tal, qual nem ainda
entre os gentios como é haver quem abuse da mulher de seu pai". (1 Co 5).
"Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula,
pois aos devassos e adúlteros Deus os julgará" (Hb 13.4).
A relação sexual ENTRE NÃO CASADOS é pecado, ainda que sejam namorados,
noivos ou comprometidos. O ADULTÉRIO, proibido pelo sétimo Mandamento (Êx
20.14), abrange os vários tipos de imoralidade e pecados sexuais. Homens e
mulheres, adolescentes, jovens e adultos, devem permanecer puros, abstendo-se
de qualquer atividade sexual que não seja no compromisso do matrimônio. "Fugi
da prostituição. Todo o pecado que o homem comete é fora do corpo, mas o que
se prostitui peca contra seu próprio corpo". (1 Co 6.18).
Os jovens devem seguir o caminho estreito que leva à vida eterna. A mídia, os
amiguinhos, os ímpios, os entrevistadores televisivos sem compromisso com a
Palavra, afirmam que o sexo entre jovens é normal, principalmente quando há
compromisso formal. Esta é a palavra do mundo. Os cristãos verdadeiros não
fazem parte desse sistema mundano. Somos guiados, orientados e conduzidos
pela palavra de Deus.
Deus considera ilícito o ato sexual realizado entre não casados, e a isto dá-se
também o nome de imoralidade ou impureza sexual. Não só o ato sexual
propriamente dito deve ser evitado por quem deseja consagrar-se a Deus e
crescer em santidade; as carícias que envolvem toques e outras práticas impuras
No mundo atual o sexo é banalizado e não raro confundido com amor. Daí a
expressão "fazer amor" referindo-se a um relacionamento íntimo. A prática sexual
entre jovens está de tal forma disseminada que os líderes religiosos, desavisados,
negligentes, claudicantes, fracos na fé, ficam por vezes confusos e titubeantes no
aplicar corretamente a Palavra, no transmitir a orientação correta. Sucumbem
diante da avalanche de depravação e das práticas imorais. Casos há em que eles
próprios deixam-se levar pelo grito da carne. Tais desvios chegam ao ponto em
que denominações que se dizem cristãs acolherem homossexuais em suas
fileiras, não para os evangelizá-los; não para lhes combater a imoralidade; não
para indicar-lhes o caminho da santidade, mas para acariciar seus pecados; para
tolerar a perversão sexual que praticam.
O exemplo de João Batista deve ser seguido. Não devemos temer o esvaziamento
da congregação, a saída daqueles que não aceitam a correção. Os que assim se
comportam não são Igreja, não são Corpo. O que importa é dizermos a verdade.
"Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e
serão ambos uma carne" (Gn 2.24). O sexo é permitido, então, somente quando
ambos, homem e mulher, estão unidos pelo matrimônio, formando uma só carne.
"Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus? Não erreis: nem
impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem
sodomitas...herdarão o reino de Deus" (1 Co 6.9). "Com homem não te deitarás,
como se fosse mulher; é abominação"(Lv 18.22; 20.13).
Homossexualismo
Parte 58.
SHALOM
Leitura Básica: Lucas 8.26-30; 35-39
Jesus pergunta seu nome, e o homem dá uma resposta que é, ao mesmo, sua e
dos espíritos imundos porque nesse caso são inseparáveis. O homem, cotado,
não tem um nome comum, nem um daqueles sonoros nomes hebraicos: Davi,
Moisés, José ou Salomão. Mas respondeu de acordo com o relato de Marcos:
"Legião é o meu nome, porque somos muitos" (5.9).
Há uma explicação para o desejo de saber o nome do homem por parte de Jesus.
Na cultura oriental, conhecer o nome de alguém era ter domínio sobre aquela
pessoa. Um exemplo pode ser lido em Gênesis 32.22-29, quando Jacó luta com o
anjo de Deus. Jacó diz o seu nome (v.27), mas o anjo não se dá a identificar (v.29)
Ao ser apresentada no Culto, explicou que era hondurenha, e era nova em Fort
Knox (enorme complexo do Exército Norte-americano) onde ministrávamos, pois
era casada com um militar norte-amaericano.
Cerca de uma semana depois, fomos, minha esposa e eu visitá-la. Em sua casa,
contou-nos sua história. Aos dezesseis anos, tivera sua primeira filha (agora com
dez anos) fora do casamento. Depois disso, sua vida fui pular de quarto em
quarto, tendo ficado grávida da segunda garotinha. Há mais ou menos um ano,
havia se casado com um sargento do exército que adotou suas duas filhas dando-
lhes o próprio sobrenome. Contou, ainda, que em Tegucigalpa freqüentara uma
igreja evangélica, mas nunca fizera uma decisão de seguir a Cristo por achar que
para ela não podia haver perdão. Era o gancho que eu esperava para entrar com
a ministração da Palavra.
Que aconteceu ao geraseno? A Escritura diz que após seu encontro com Jesus
não foi mais o mesmo. Ninguém é o mesmo depois de se defrontar com Jesus
Cristo. Os pastores em Belém não foram mais as mesmas pessoas depois de
verem a Jesus (Lc 2.20). Leprosos, paralíticos, outros deficientes físicos não foram
Shalom como dom de Deus tem muito a ver com o amor. Não é de impressionar
que em seu progresso e avanço, o ser humano se encontra com o espaço sideral
mas não com o seu semelhante? Isso porque o homem vê no outro uma ameaça,
e esse medo do outro explica as tensões, conflitos raciais e sociais, e assim por
diante.
Que terror na face da jovem senhora, que deu um passo atrás. Narciso a segura e
pelos braços, e diz "Mas o que eu fiz foi na ignorância em que vivia sem conhecer
o amor de Deus e a salvação em Jesus Cristo. Agora sou uma nova criatura. A
Lucas nos diz que o geraseno teve seu relacionamento com Deus corrigido, e
adquiriu um novo horizonte, uma nova missão, e um novo propósito para sua
experiência espiritual. Esse é o motivo porque logo adiante está dito que "... ele foi
apregoando por toda a cidade quão grandes coisas Jesus lhe tinha feito" (v. 39b).
Uma claríssima verdade do evangelho: o shalom de Cristo acalma as tempestades
da alma, o cansaço espiritual e traz harmonia à vida.
Parte 58.
SUPERFICIALIDADE
Todo aquele que vem a mim, e ouve as minhas palavras, e as pratica, eu vos
mostrarei a quem é semelhante: É semelhante ao homem que, edificando uma
casa, cavou, abriu profunda vala, e pôs os alicerces sobre a rocha; e vindo a
enchente, bateu com ímpeto a torrente naquela casa, e não a pôde abalar, porque
Uma pequena trova escrita por Cleómenes Campos e intitulada Fábula diz:
Vamos a Ezequiel 33, versos 30 a 32: "Quanto a ti, ó filho do homem, os filhos do
teu povo falam de ti junto às paredes e nas portas das casas; e fala um com o
outro, cada qual a seu irmão, dizendo: Vinde, peço-vos, e ouvi qual seja a palavra
que procede do Senhor. E eles vêm a ti, como o povo costuma vir, e se assentam
diante de ti como meu povo, e ouvem as tuas palavras, mas não as põem por
obra; pois com a sua boca professam muito amor, mas o seu coração vai após o
lucro. E eis que tu és para eles como uma canção de amores, canção de quem
tem voz suave, e que bem tange; porque ouvem as tuas palavras, mas não as
põem por obra."
Durante cinco anos, ficaram os dez mil judeus no exílio, até que, em 593, Ezequiel
iniciou o seu ministério profético. Condenava ele na sua pregação as predições
dos falsos profetas, que falavam de um breve retorno dos exilados a Jerusalém. É
neste contexto, que surge uma condenação à presunção de Israel e à quebra das
leis rituais e de pureza. É somente ler Ezequiel 33.25: "Dize-lhes portanto: Assim
diz o Senhor Deus: Comeis a carne com o seu sangue, e levantais vossos olhos
para os vossos ídolos, e derramais sangue! Porventura haveis de possuir a terra?"
Por outro lado, a atenção é colocada nos remanescentes do Egito, e Ezequiel, ele
mesmo, se tornou um ídolo, visto que era um extraordinário pregador! Quando
falava, todos se encantavam com suas bonitas e profundas palavras, e com as
vigorosas imagens. Sem dúvida, Ezequiel era uma atração para o povo, e tratado
"E eles vêm a ti, como o povo costuma vir, e se assentam diante de ti como meu
povo, e ouvem as tuas palavras, mas não as põem por obra; pois com a sua boca
professam muito amor, mas o seu coração vai após o lucro. E eis que tu és para
eles como uma canção de amores, canção de quem tem voz suave, e que bem
tange; porque ouvem as tuas palavras, mas não as põem por obra" (vv. 31, 32).
É possível ouvir a Palavra do Senhor, até com atenção, porém minimizá-la. E isso
pode acontecer pelo menos de duas maneiras: pela resistência (ouve-se a
Palavra, mas se resiste a ela), ou tendo sua eficácia invalidada (você não acredita
que seja transformadora porque é buscada apenas como recurso de oratória, é
uma peça artística, ou uma distração momentânea, ou modo de passar uma parte
da manhã ou da noite, um hábito).
E aí a pergunta: irmão amado, querida irmã que crê você, ensina e vive sobre
Deus, sobre Jesus Cristo, sobre o Espírito Santo, sobre a salvação, sobre o reino
de Deus? Que crê você sobre a Igreja e sua tarefa evangelizadora? Que crê sobre
a vida futura? E sobre a Bíblia como guia da vida? E, nesse ponto, quero lembrar-
lhe que doutrinamento superficial, epidérmico, leva ao desequilíbrio religioso. Há
um livrinho muito interessante e esclarecedor editado pelo Dr. Wayne Oates,
professor da Escola de Aconselhamento Pastoral do Seminário Teológico Batista
do Sul dos EUA. O título é Quando a Religião Fica Doente (When Religion Gets
Sick). Ali, fala o autor sobre psicopatias em nome da religião, e, mesmo, em nome
de Cristo, os desvios de comportamento em nome do evangelho, as neuroses e os
fanatismos.
Maturidade cristã deve ser adquirida por uma fé em Jesus Cristo que seja
inteligente, pois há de ser baseada no conhecimento (Ef 4.13), para não se tornar
fanática; verdadeira fé resulta de convicção, de profunda consciência da verdade.
Maturidade cristã há de ser desenvolvida pela imitação de Cristo, e mantida e
fortalecida por constante fidelidade ao Mestre; é um crescimento contínuo na
verdade e amor do Salvador (Ef 4.15,16).
Parte 59.
UMA DOR RECUPERADA - PARTE 2
CASOS BÍBLICOS - No Antigo Testamento
Elias estava em Sarepta como hóspede na casa de uma viúva carente, quando o
jovem da casa ficou enfermo. Na sua teologia, como corrente na época, a viúva
entendeu que a doença era devido a castigo por pecado oculto. Neste sentido, ela
expressou sua dor: “Então disse ela a Elias: Que tenho eu contigo, ó homem de
Deus? Vieste tu a mim para trazeres à memória a minha iniqüidade, e matares
meu filho?” (cf. v.18). Em vez de ser a mãe, é o profeta Elias quem ora pela vida
do rapaz: “E, clamando ao Senhor, disse: ó Senhor meu Deus, até sobre esta
viúva, que me hospeda, trouxeste o mal, matando-lhe o filho?” (v.20).
No Novo Testamento
É narrada a história do funeral de um jovem arrimo de família. Sua mãe era uma
viúva, e sua aflição é atestada no verso 13 quando Lucas, o evangelista,
menciona suas lágrimas: “Logo que o Senhor a viu, encheu-se de compaixão por
ela, e disse-lhe: Não chores”.
O Quarto Evangelho é o único que menciona Maria, mãe de Jesus, junto à cruz.
William Barclay esclarece que “Talvez ela não pudesse entender, mas podia amar.
Sua presença lá era a coisa mais natural do mundo para uma mãe. Jesus podia
ser um criminoso aos olhos da lei, mas era seu filho.”
SUAS RECOMPENSAS
O estudo de cada caso mostra que sempre há uma solução direta ou indireta da
parte de Deus.
Batseba
A solução está em 2Samuel 12.24b: “E teve ela um filho, e Davi lhe deu o nome
de Salomão. E o Senhor o amou”. Uma triste e enlutada Batseba foi confortada
por Davi gerando um filho que foi posto no lugar do que havia perdido.
Há uma paralelismo antitético entre os relatos das duas crianças. A criança morta
“desagradou ao Senhor” (2Sm 11.27b), e Salomão “o Senhor o amou” (2Sm
12.24b). Deste modo, Deus substituiu a criança morta de um relacionamento
incorreto pelo “filho da paz”, que é o significado de sh’lomo (Salomão) da raiz
shalom, que é “plenitude, integridade e paz”. O profeta Natã dá à criança o nome
de Jedidias, que tem como significado “amado do Senhor”.
A Viúva de Sarepta
Também o seu filho foi ressuscitado (2Rs 4.34,35). Sua dor foi aliviada pelas
palavras de Eliseu, “Toma o teu filho” (v. 36). A Viúva da cidade de Naim
Sua filha teve o espírito de volta. A ordem simples e firme, “Menina, levanta-te” (Lc
8.54) foi o bastante. Evidencia-se nela Jesus, o Senhor da vida e da morte. Maria
De fato, a pessoa que está em dor precisa expressar o seu sofrimento tanto
através das lágrimas quanto falando a respeito do que sente. Outros sentimentos
como hostilidade e culpa precisam ser expressos em palavras.
Joshua Liebman apresenta leis para a administração dos casos de pesar, sendo
que a primeira que alguém deve expressar tanta dor como realmente a sente: não
ficar envergonhada de suas emoções.
A dor mostra que quem sofre está vivo O próprio fato da tristeza, depressão e dor
é uma demonstração que o aflito está vivo, e deve permitir que a sua humanidade
aflore e se desenvolva. 2Coríntios 4.16-18 é um excelente lembrete desse fato:
“Por isso não desfalecemos; mas ainda que o nosso homem exterior se esteja
consumindo, o interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e
momentânea tribulação produz para nós cada vez mais abundantemente um
eterno peso de glória; não atentando nós nas coisas que se vêem, mas sim nas
que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, enquanto as que se não
vêem são eternas.”
As pessoas, inclusive os fiéis, podem dirigir sua raiva para Deus quando sentirem
um grande sofrimento. Jó é um exemplo disso: “Clamo a ti, e não me respondes;
ponho-me em pé, e não atentas para mim. Tornas-te cruel para comigo” (30.20). É
igualmente o caso de Jonas (“perguntou Deus a Jonas: É razoável essa tua ira por
causa da aboboreira? Respondeu ele: É justo que eu me enfade a ponto de
desejar a morte”, 4.4). Expressões semelhantes podem ser encontradas nos
Salmos (10.11; 13.1; 44; 74).
Interromper as orações é uma deixa para a ira em relação a Deus. Mas de tudo
isso podemos aprender que Deus é amor e que Ele cuida de nós. Apesar de Jó
estar zangado com Deus, é chamado de “íntegro e reto, que temia a Deus e se
“Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele tudo fará. E ele fará
sobressair a tua justiça como a luz, e o teu direito como o meio-dia. Descansa no
Senhor, e espera nele; não te enfades por causa daquele que prospera em seu
caminho, por causa do homem que executa maus desígnios.”
Harriet Schiff esclarece esse ponto ao dizer que “as pessoas mais afortunadas são
as que podem encontrar paz no conceito de que seus filhos estão com Deus”.
Sem dúvida, este é um tema que só pode ser considerado à luz da fé.
Necessitamos de uma fé que seja maior que a nossa dor; que a coragem
aceitação, mudança, serenidade e sabedoria não sejam apenas idéias, mas
expressões reais em nossa experiência com Deus. Ou para colocar tudo em
ordem fazer a oração de Reinhold Niebuhr que diz
“Meu Deus, concede-me a serenidade de aceitar as coisas que não posso mudar,
a coragem de mudar as coisas que posso
e a sabedoria de perceber a diferença.
Vivendo um dia de cada vez;
apreciando um momento de cada vez;
aceitando os reveses como caminho para paz;
percebendo, como Jesus fez,
este mundo perverso como ele é,
não como eu gostaria que fosse;
confiando que endireitarás as coisas,
se eu me entregar à tua vontade;
para que eu seja razoavelmente feliz nesta vida
e supremamente feliz contigo para sempre na outra.
Amém.”
Sim, antes que me esqueça: cerca de dois anos depois deste incidente, Yolanda e
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Parte 60.
UMA DOR RECUPERADA - PARTE 1
Fui pastor de uma Congregação Hispana nos Estados Unidos. Cerca de setenta
pessoas freqüentavam os seus trabalhos. Entre os membros batizados estava a
jovem esposa de um militar norte-americano, Yolanda (os nomes são fictícios),
com 27 anos de idade. Ela era do Panamá, onde ele havia servido, e haviam se
conhecido. Ele não era batizado nem freqüentava as reuniões.
Yolanda estava esperando pela segunda vez um bebê, pois havia abortado na
primeira gravidez cerca de um ano e meio antes. Ela estava tendo um severo pré-
natal.
Recebi uma chamada interurbana de uma das senhoras numa quarta-feira pela
Toda informação que tínhamos acerca de Yolanda nos foi dada pelo ex-pastor da
Missão (brasileiro, por sinal). Sabíamos que quando ela e Kevin se casaram, nem
podiam conversar: ela não falava inglês, e ele não falava espanhol. Tiveram um
seriíssimo problema de comunicação nos primeiros meses de casados, e o ex-
pastor teve que interferir muitas vezes para acalmar a situação, e servir de
mediador traduzindo de uma língua para a outra.
A conversa com eles foi muito carregada de dor e mágoa. Quando entramos no
pequeno apartamento do casal, ele estava à mesa almoçando e não se levantou,
mas assegurou-nos que estaria conosco em alguns minutos.
Pedimos a Yolanda que nos contasse o que havia acontecido. Com uma voz muito
pausada, ela narrou que o bebê havia passado pela cirurgia, e que, apesar de
passar bem a quarta-feira, falecera no dia seguinte, e repetiu a expressão (“si, él
murió...). A essa altura, Kevin havia se reunido ao grupo, por isso, fiz-lhe a
pergunta em seu idioma. Disse-nos, então, que a criança havia tido problemas de
circulação, razão porque fora operada. Relatou que o médico havia prevenido que
a criança teria estes problemas por, pelo menos, dois anos. Como o estado havia
se agravado, não resistira.
Susan Borg em seu livro When Pregnancy Fails diz que “O bebê que está vivo no
nascimento mas criticamente enfermo, se vive por algumas horas, dias, semanas
ou, mesmo, meses, cria para os pais um doloroso tempo de espera. Eles são
atormentados pela incerteza, e pelo temor do que pode acontecer.”
Falha
Raiva
“Por que outras mulheres têm seus bebês e eu não?” é uma pergunta muito
antiga. É possível que Yolanda estivesse com um misto de inveja e ciúme de
outras mulheres que não tinham problemas em gerar filhos. Katherine Donnely
fala de uma mulher cujo filhinho de cinco meses morrera em seus próprios braços,
e declara que “Quando ela avistava uma mulher grávida, tinha terríveis ciúmes
porque aquela mulher ia ter um filho”.
Perda de Identidade
Jesus Cristo Se identifica com uma videira, razão porque afirmou, "Eu sou a
videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo em mim que não dá fruto
ele o corta, e todo ramo que produz fruto ele o poda, para que produza mais fruto
ainda" (vv.1,2), e daí expande o ensino para dizer, "Vós não me escolhestes a
mim, mas eu vos escolhi a vós... para que... deis fruto." Ressalta o Mestre o fato
básico de uma escolha, e a sua conseqüência que é o serviço.
Tudo vem do coração de Deus, nasce no coração de Deus, parte do íntimo do ser
de Deus. E é esse coração, que é todo amor (cf. 1Jo 4.16), que nos escolheu para
uma especialíssima tarefa: o Seu serviço.
Esse foi o motivo porque Jesus também afirmou, "Buscai primeiro o seu reino [de
Deus] e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas"(Mt 6.33). O
reino de Deus é a Sua vontade, Seu reinado, Seu governo soberano sobre nós. E
a justiça é a retidão que vem desse governo. As coisas, que não são prioridade,
no dizer de Jesus, serão acrescentadas (cf. 1Rs 3.13).
Algo mais que descobrimos acerca do serviço é que devemos servir unicamente a
Deus. Aliás, a Bíblia toda fala a respeito de como prestar-lhe serviço. Há, porém,
uma coisa: o cristão descobre que o serviço a Deus não é ritual, mas é exercido,
sobretudo, quando servimos ao próximo, a única maneira pela qual podemos
mostrar que amamos a Deus. Por isso, 'Eu vos escolhi a vós... para servir."
Do que acabamos de ler, retiramos outras duas importantes lições. Uma é a lição
de uma comissão, e a outra, de uma ordenança. A comissão é ir, a ordenança é
dar fruto.
Temos uma ordem de Jesus baseada no comando de ir. Outra coisa mais: somos
eleitos e chamados, assim diz o texto, primeiramente para que sejamos
embaixadores de Jesus Cristo. Isso significa que temos uma enorme, grave
responsabilidade de representá-Lo e a Seu reino. Seja o que for que façamos na
vida, primeiramente, somos cristãos. Não se é, primeiramente, um professor para
depois ser cristão. Em primeiro, lugar você é cristão para depois ser professor.
Você é profissional somente depois de assumir a sua identidade como discípulo
de Jesus, e assim o fazendo, está na qualidade de embaixador do reino de Deus.
A outra é que somos anunciadores de Jesus Cristo, Seus porta-vozes: "para que
Dr. W. C. Taylor em seu comentário de Mateus traduziu este texto dizendo, "para
que continuamente vades, e para que continuamente deis fruto." Cristo anunciado:
não a mensagem de cada um, não a mensagem de uma igreja específica, mas a
de Jesus Cristo, que um dia nasceu no coração, mensagem que há de alcançar,
sem dúvida, outros porque somos embaixadores e porta-vozes.
Que fruto permanece? Que fruto tem substância, e por isso se mantém? O
primeiro deles é o fruto do arrependimento. Assim diz a Escritura, "produzi, pois,
frutos dignos de arrependimento" (Mt 3.8). O passo do arrependimento é, em
resumo, uma "meia volta, volver!" na vida. O indivíduo segue por um determinado
caminho e percebe que o seu é fim é destrutivo; dá meia volta, e retorna para o
coração de Deus. Isso é arrependimento,
Outro é o fruto da confissão, por isso que em Hebreus 13.15 está enfatizado:
"Ofereçamos sempre por meio dele a Deus sacrifício de louvor, que é o fruto de
lábios que confessam o seu nome." A confissão anda a par com o louvor, motivo
porque nós que confessamos o Nome de Jesus iniciamos nossas reuniões de um
modo muito natural: com louvor.
Santificação é uma palavra interessante, mas que precisa ser bem compreendida.
Devemos nos afastar de uma certa teologia popular que imagina ser a santificação
algo que se faz, permanece fazendo, precisa fazer, talvez isentando-se de uma
tantas coisas ou ausentando-se de uma quantas outras. Não é esse o conceito
bíblico. Na verdade, quando a Bíblia fala em santificação, tanto no Antigo quanto
no Novo Testamento, está falando de separação, de ser diferente, de
exclusividade em relação a Deus. Vamos ilustrar: alguém é fabricante de vinhos;
tem uma adega bem abastecida onde o produto está maturando. Em determinado
Nós somos uma reserva especial de Deus; somos "santificados", separados para
o Seu serviço. Esse é o sentido, portanto, da palavra santificação, e é nessa
ênfase que devemos dar frutos.
E, por fim, temos outra palavra acerca do fruto que permanece. É o fruto que tem
o objetivo de se voltar completamente para Deus. Aqui está, "Assim, meus irmãos,
também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais de
outro, daquele que ressurgiu dentre os mortos, a fim de darmos fruto para
Deus"(Rm 7.4). Não tem pertinência alguém se chamar discípulo de Jesus Cristo e
não produzir frutos que permaneçam.
"... a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu Nome, Ele vo-lo conceda"
O conceito cristalizado na expressão "pedirdes ao Pai" nos faz refletir sobre o que
devemos pedir a Deus. No Salmo 27, pede-se para morar na casa do Senhor (cf.
v.4); ou, como em Provérbios 30, para não ser falso, nem mentiroso, nem pobre
demais, nem rico demais (cf. v.8): tudo na medida. Que haja o pão de cada dia, é
o ensino deste texto. Quem sabe, poderíamos, alargar a reflexão com uma
expressão encontrada em 1Reis e dirigida a Salomão: "peça o que quiser" (v.5).
Vamos pensar em termos de família e de casal. Que devemos pedir olhando por
essa ótica?
A primeira bênção a pedir ao Senhor pode e deve ser sabedoria. Tiago 1,5,6a tem
uma instrução que diz, "Se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus,
que a todos dá liberalmente, e não censura, e ser-lhe-á dada. Peça-a, porém, com
fé, não duvidando" Pedir sabedoria tanto como pais quanto como cônjuges; pedi-la
Podemos pedir a Deus mais amor. A Bíblia tem uma ordenança tanto para os
maridos quanto para as mulheres. Para os maridos, o nunca bastante comentado
texto de Efésios 5.25 que recomenda, "Vós, maridos, amai a vossas mulheres,
como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela" (cf. Cl
3.19).
Na Escritura, além dos maridos pedirmos a Deus mais amor, podemos rogar ao
Senhor que nos seja dada compreensão. Está em 1Pedro 3.7a, "Igualmente, vós,
maridos, vivei com elas com entendimento."
Diz, ainda, a Escritura para as mulheres que, além, de mais amor, podem pedir ao
Senhor submissão. Não está na Escritura? "Vós, mulheres, submetei-vos a vossos
maridos, como ao Senhor" (Ef 5.22). Há, na verdade, muitos textos paralelos a
este quanto à submissão feminina (cf. Cl 3.18; 1Pe 3.1; Tt 2.4,5). Infelizmente,
esta palavra tem sido muito mal compreendida porque passa na cabeça de alguns
desavisados que o apóstolo Paulo está ensinando a mulher a ser tapete do
marido. Não é isso o que a Bíblia está dizendo.
Submissão não significa que a mulher deva abaixar a cabeça quando o santo que
tem dentro de casa der um grito. Analisemos a palavra: sub significa "sob, debaixo
de", missão é a comissão que nos é confiada por Deus como esposos e pais.
Estamos, portanto, marido e sua mulher, "debaixo da mesma missão". A esposa
há de entender que a sua missão é a mesma do marido: olhar para o Pai e criar
seus filhos na retidão e na lei do Senhor. A submissão é uma coroa na cabeça
feminina porque compreende, entende e vive a esposa na mesma consignação do
marido que Deus lhe deu.
Que tal pedir santificação para o marido, para a mulher? Também está na Palavra
de Deus: "O marido incrédulo é santificado pela mulher, e a mulher incrédula é
santificada pelo marido crente"(1Co 7.14). É o texto que responde a perguntas
sobre o casamento, e diz que há uma responsabilidade imensa na mulher cristã,
no marido cristão, cujo cônjuge não segue os mesmos padrões. E a
responsabilidade é dele ou dela, crente em Jesus Cristo, de santificar o seu
casamento.
Ou pedir-Lhe mais zelo pela família? Voltemos a 1Timóteo, onde se lê, "se alguém
não cuida dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior que
o incrédulo". Podemos pedir ao Senhor que dê um coração mais aberto para a
família. Quantas vezes temos o coração aberto para a família dos outros, menos
para a nossa. Peçamos a Deus mais zelo, carinho, cuidado.
A segunda palavra-chave é nome, a expressão que Jesus usa é "em meu nome".
Pedir no Nome de Jesus é uma afirmação fundamental acerca da oração, pois não
se pode falar de oração deixando de falar no Nome de Jesus. No entanto, parece
que há uma expectativa de que tudo o que se pede é atendido em regime de
urgência urgentíssima como se obrigação fora da parte Daquele que concede as
bênçãos. Há quem assim pense. A Escritura Sagrada, porém, apresenta leis
espirituais para o fato oração.
A primeira lei da oração é que ela deve ser feita com fé, ou nas próprias palavras
de Jesus, "E tudo o que pedirdes em oração, crendo, o recebereis" (Mt 21.22).
Sendo a oração só formalidade para cumprir programa, ou repetição ritual, nada
vai acontecer, razão pela qual é preciso cuidado para não ter "fé na fé", que tem
apresentado tantos exemplos. É preciso "fé em Jesus Cristo", fé em que Ele nos
vai conceder o que Lhe pedimos. E nada acontecerá se não for dentro desse
ditame. Até porque lemos na Palavra de Deus: "Nada tendes porque não pedis.
Pedis e não recebeis, porque pedis mal" (cf. Tg 4.2b, 3a). Não havendo fé, o que é
chamado de oração é tão somente um pedido sem substância e sem resposta.
A próxima lei da oração é que ela deve ser feita em nome de Jesus, o qual é a
Sua autoridade divina, Sua dignidade como Messias. O Nome de Jesus é tudo
aquilo por que Ele passou em Sua paixão por nós; são as bênçãos que decorrem
do Seu ministério. O Nome de Jesus é Ele mesmo porque é o Seu caráter como
Filho de Deus. Por esse motivo, não podemos orar por coisas que Jesus não
aceita: causas mesquinhas, ambição pessoal, prejuízo para o outro, vingança em
nome Daquele que ensinou a amar o inimigo. Para orar em nome de Jesus é
preciso confessá-Lo e comprometer-se com Ele.
Há uma terceira lei na oração: ela deve ser segundo a vontade de Deus. À
Escritura mais uma vez: "Esta é a confiança que temos nele, que, se pedirmos
alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve"(1Jo 5.14). Isso ocorre porque
não sabemos mais do que Deus. Se não sabemos mais que o nosso Pai, não
podemos pedir fora da Sua vontade. A oração cristã não pode ser "envia, Senhor,
o que eu quero", mas, "faze-me aceitar o que tu queres." Em outras palavras, e
para usar das palavras de Jesus: "'seja feita a tua vontade' na minha vida como
entre os anjos lá no céu" (Lc 22.42; cf. Jo 5.30; 6.38).
A lei seguinte é que oração deve acontecer com a nossa permanência na palavra.
E quando isso acontece, vai suceder o que está em Romanos 8.26, a ajuda do
Espírito Santo: "Da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas.
Não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o Espírito intercede por
nós com gemidos inexprimíveis."
São inúmeros os motivos porque alguém leva uma vida amarga e torna amarga a
vida de outras pessoas. O mau relacionamento é um deles, e pode ser encontrado
em todos os níveis e segmentos. Pessoas existem cuja vida de amargura se
explica pelo mau relacionamento com alguém no emprego, visto que há situações
em que estão em contato permanente com pessoas que as irritam. Se esse é o
seu caso, lembre-se de duas coisas: nem todo mundo vai gostar de você, e, por
sua vez, você não vai gostar de todo mundo. Na realidade, você pode respeitar e
valorizar a vida humana, mas não vai ter afinidade com todos. Há choque de
personalidades, diferenças de objetivos, de pontos de vista, de gostos e de
valores. Nossos antepassados romanos diziam que "De gustibus et coloribus non
dispuntandur" ("Acerca de gostos e de cores não se disputa"), razão porque você
não pode inimizar com alguém só porque ele gosta do amarelo e você, do verde;
ele gosta de sorvete de coco, e você, de umbu. Mas quando se trabalha dia a dia,
um ano, dois anos inteiros; quando você precisa da aprovação dessa pessoa que
é o seu chefe, então é difícil gostar do amarelo ou do azul ou do lilás, pois quando
o choque surge, surge a amargura também.
Com a família a coisa é pior, porque você pode mudar de filial da empresa, de
agência do banco, ir para outro estado, deixar o emprego, mas não pode se
desfazer da família.
O pior que pode acontecer é o que se chama relação amor-ódio. Você tem
momentos quando odeia a pessoa querida: sua mãe, seu pai, sua irmã, seu
Amargura surge por causa do conflito entre o pai e o filho/a filha adolescente. É
comum, e aparece porque o jovenzinho ou a mocinha é o que o nome diz: está
adolescendo, é um botão se tornando flor. O adolescente é aquele que não é mais
criança, mas ainda não é adulto; quer ser independente, mas não sabe como nem
até onde; "não é carne nem é peixe", não sabe controlar as emoções, e aí tem
tiradas de mau gênio; questiona os valores que os pais amam e ensinam. O
problema de muita gente é não conseguir superar esse estágio da vida, e continua
arrastando pela existência a fora esse conflito natural, mas que deveria acabar
quando se passa dos dezoito anos, e por isso essas pessoas perdem de gozar a
juventude e entram na vida adulta adolescentes por dentro.
OUTROS MOTIVOS
Outro sério motivo para algumas pessoas é porque estão envelhecendo. Isso não
é fácil; o problema, porém, não envelhecer: é não saber envelhecer! Ocorre que
saber envelhecer é uma bênção. E porque muitos não souberam envelhecer,
caíram na amargura. Há quem tenha medo de perder a capacidade física e
mental, e não se dão se dão conta das novas capacidades que a velhice traz,
substituindo aquelas. Há que se recordar o preparo para a velhice. Quando? Aos
47? Aos 55? A Bíblia alerta para o agora: "Lembra-te do teu Criador nos dias da
tua mociedade..."
Há quem se amargure por ser rejeitado, por ter problemas profundos de rejeição,
Por outro lado, nem sempre a beleza física, a beleza do rosto, é sinal de beleza
integral, pois "Como jóia de ouro no focinho de porca, assim é a mulher formosa
que se aparta da discrição" (Pv 11.22).
Há quem se sinta rejeitado por ter sido adotado. Aliás, uma incoerência, pois foi
adotado por pessoas que o amaram ou a amaram no primeiro momento em o que
o viram bebezinho. Amargurado por não saber quem são os pais biológicos,
quando os verdadeiros pais são aqueles que deram afeição, carinho, horas da
noite quando você chorava de fome, de barriguinha seca, ou com aquelas
colicazinhas que que têm os nenens. Verdadeiros pais são aqueles que nutriram,
sustentaram, amaram durante toda a vida, aqueles que o geraram no coração;
não os pais biológicos. Não houve abandono mas acolhimento, amparo, e ,
sobretudo, amor. Um sentimento de pretensa rejeição é mesquinhez e falta de
amor a Deus que colocou essas pessoas no seu caminho, e falta de amor a seus
pais. Rejeitado foi Jesus, o Filho de Deus de Quem diz o profeta: "... quando
olhávamos para ele, nenhuma beleza víamos, para que o desejássemos. Era
desprezado, e rejeitado dos homens; homem de dores, e experimentado nos
sofrimentos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado,
e não fizemos dele caso algum" (Is 53.2b,3).
Não devem ser encontradas nos lábios de crentes em Jesus Cristo expressões
cheias de fel como, "Minha vidas só me dá desgosto; por isso darei vazão à minha
queixa e de alma amargurada me expressarei" (Jó 10.1 NVI). Um passo além da
amargura é a aceitação do convite de Jesus Cristo em Mateus 11.28: "Vinde a
mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei".
É um convite tão completo para a salvação que implica em ser liberto e continuar
liberto; um convite a entregar as antigas e pesadas cargas e viver a vida sem
sobrecargas, sem complexos, sem frustrações e sem amarguras.
A segunda coisa a ser percebida é o convite para uma entrega confiante e total ao
Deus que já nos salvou de nossas culpas passadas, que dá-nos forças para o
presente e esperança para o futuro. Ensina o Salmo 32.10 que "O ímpio tem
muitas dores, mas aquele que confia no Senhor, a misericórdia o cerca". Quer
dizer, "muitas dores", ou seja, muitas angústias, muitas amarguras. O crente em
nosso senhor Jesus Cristo, lavado pelo sangue do Cordeiro não é um ímpio, por
isso é cercado de misericórdias, e não tem razão para temores.
Parte 62.
UM PASSO ALÉM ... DA CULPA
O fato é que nós vivemos com mais ou menos sentimentos de culpa. E nem
sempre esses sentimentos são maus e mesquinhos, pois eles podem nos
estimular a mudar o comportamento, e buscar o perdão de Deus e de outros.
Podem, no entanto, ser destrutivos e inibidores. O escritor Lloyd Jonh Ogilvie
conta do comentário feito por uma senhora acerca de um sermão: "Foi uma
grande mensagem; senti-me tão culpada!" Para aquela pobre irmã nossa, o
modelo de um excelente sermão era o que a fizesse se sentir mal consigo mesma,
e não o que a confortava.
CULPA É...
Há vários tipos de culpa que estão subordinados a duas classes: a culpa objetiva
e a subjetiva. Interessa-nos o segundo tipo: sentimento desconfortável de
remorso, pesar, vergonha e autocondenação que surge quando fazemos ou
deixamos de fazer o que deveria ter sido feito. Com freqüência, surge o desânimo,
a ansiedade, o medo de castigo, o sentido de desolação, e o que é pior: tudo ao
mesmo tempo. A separação da comunhão com Deus tem resultado em
sentimentos de culpa ou específica por pecados específicos, ou generalizada pelo
pecado da separação.
Culpa é a recusa a receber o amor de Deus, a falha em nos amar a nós mesmos
como somos amados por ele, e amar aos outros como Ele nos amou. Culpa é
perda da saúde espiritual. Em Cristo e Seu perdão, desaparece o temor do
castigo, e vai-se a ansiedade da rejeição. O perdão de Cristo diz que você tem
valor inestimável diante de Deus: "Bem-aventurado aquele cuja transgressão é
perdoada, e cujo pecado é coberto. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor
não atribui a iniqüidade, e em cujo espírito não há dolo." (Sl. 32.1,2).
MOTIVOS
Três sérios motivos de culpa: pecados já perdoados por Jesus Cristo, porém não
perdoados pelos outros, ou seja, você é freqüentemente cobrado por pecados dos
quais você já está limpo pela justificação.
O terceiro caso é o dos pecados não perdoados (pecados ocultos). Há quem não
durma por causa de pecados passados ou presentes; tremendos sentimentos de
culpa pelo sexo mal praticado. A revista Cláudia trouxe certa ocasião um artigo
intitulado "Crianças brincando de sexo". A idéia central é que os pais não devem
se assustar porque isso é saudável e educativo?!
Se seu pecado ocorreu antes de sua conversão, alegre-se, louve a Deus porque já
foi apagado pelo sangue de Jesus que "nos purifica de todo o pecado". Mas não é
só de pecado sexual que o crente deve chorar, ou apropriação indébita ou
violência de punhos. Somos violentos com as palavras pretendendo que somos
francos, ou justificando que "é o meu jeito!" Pode até ser, mas não é educado,
compatível com as regras do bom viver em sociedade. Somos violentos através do
silêncio; ou a culpa vem por não trabalhar para Deus, ou não trabalhar para e
pelos outros.
Muito crente se sente deprimido e derrotado por falhas do passado, muito crente
que aprendeu que Deus perdoa seus pecados pela graça de Cristo, mas se
recusa a se perdoar a si mesmo. Já que você vive pela fé, para ser vitorioso, deixe
as falhas e desapontamentos dos passado no passado, e busque a face de Deus.
Paulo, o apóstolo, nos dá uma lição nesse sentido: "Irmãos, quanto a mim, não
julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das
coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão adiante, prossigo para o
alvo pelo prêmio da vocação celestial de Deus em Cristo Jesus" (Fp 3.13,14). Ele
teve que deixar duas experiências no passado: o apedrejamento de Estevão
(At 7.60b), e sua teimosia (At 15.36-40). O primeiro caso ele até o relembra em
Atos 22.20 e 26.9,10. O segundo, foi o conflito com Barnabé por causa de João
Marcos. Não sabemos porque Marcos os deixou na primeira viagem missionária,
mas Paulo não o achou digno de acompanhá-los na segunda, embora Barnabé
quisesse dar uma nova oportunidade. Muitos anos depois, já encontramos um
Paulo com a atitude mudada (cf. 2 Tm 4.11). Paulo cometeu um erro, mas
aprendeu que a única maneira de lidar com um erro e deixá-lo para trás e
aprender da experiência.
Nosso passado está cheio de falhas e erros, mas Deus não pretende que vivamos
no passado. Se temos pedido que Deus perdoe os nossos pecados, devemos
caminhar sempre à frente.
Há quem tenha a horrenda e antibíblica idéia de que Deus se agrada quando nos
castigamos por algo que aconteceu anos atrás. Essa não é a lei da graça, não é a
do evangelho. Pecados devem ser confessados, e quando os confessamos a
E creia que com a ajuda do Espírito de Deus somos perdoados e aceitos por Ele.
Você pode escolher entre ser um perdedor encobrindo pecados, ou ser um
vencedor confessando a Deus, e vivendo a paz de Jesus Cristo: "Justificados pela
fé temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo" ( Rm. 5.1 ).
Parte 63.
UM PASSO ALÉM ... DA DEPRESSÃO
OS SINTOMAS
Convém reconhecê-los porque quase todos nós temos uma migo ou parente que
A depressão é coisa séria, sendo que outros sintomas são: perda de energia,
pessimismo, hipocondria, autocrítica; sentimentos de culpa, de vergonha, de
desamparo; sentimento de que não é digno; perda de interessa no trabalho e/ou
na vida sexual, tensão, tendência a acidentes, trabalho compulsivo ("ergolatria").
CAUSAS DA DEPRESSÃO
A situação existencial está entre as principais causas deste mal. É como se vive
no trabalho, no lar, na escola. O emprego que não oferece recompensa, mas não
pode ser deixado porque não há outro em vista; muita tensão de horários e
prazos; tensão doméstica, econômica, déficit de sono, pouco exercício físico,
problemas pessoais, problemas de criação, problemas na infância, problemas de
relacionamento, distância de Deus, a meia-idade (difícil para o homem, ainda mais
difícil para a mulher), desapontamentos, enfermidade, depressão após o parto,
rejeição, alimentação inadequada, efeito de entorpecentes, perda de emprego,
perda de posição, perda de pessoas queridas por morte, divórcio, abandono, etc.,
etc.
Outras depressões não têm sentido aparente, porém, na verdade, são provocadas
por um desequilíbrio interno, como desordens glandulares ou hipoglicemia.
Satã ataca o cristão com o cansaço que deprime, e, assim, vem o sentimento de
fraqueza, ansiedade e medo. Medo da morte, medo do amanhã, mede de gente,
medo de coisas específicas, e medos maldefinidos também.
A BÍBLIA E A DEPRESSÃO
Deus não quer que soframos e nos dá ajuda a quem se acha deprimido.
A primeira coisa que o crente tem de compreender (podemos chamá-la de
primeira etapa ou primeiro passo) é que necessita de Deus porque não pode
ajudar-se a si próprio. Um bom lembrete são as palavras do Salmo 23: "O Senhor
é o meu pastor... guia-me... tu estás comigo". O de que necessitamos é
dependência de Deus. Ele prometeu Sua presença viva e constante conosco:
"Quando passares pelas águas, estarei contigo, e quando passares pelos rios,
eles não te submergirão. Quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a
chama arderá em ti"(Is 43.2).
Jesus ensina que veio para que tenhamos uma vida plena, diferente, melhorada,
especial, rica de bênçãos, ou, para usar suas próprias palavras, "vida abundante".
Por essa razão, não podemos entender como pode um crente em Jesus Cristo
A terceira coisa é que a depressão deve ser combatida com armas espirituais. Em
depressão, não fique só:
¨ Busque companhia, um amigo, um confidente com quem dividir a carga;
¨ Trabalhe; a atividade física há de aliviar a tensão;
¨ Transforme a tristeza em algo criativo; empregue seu tempo;
¨ Aja com fé; a fé crê que Deus está presente mesmo nas trevas.
O quarto passo: não fique remoendo injustiças ou fracassos. Peça a Deus que o
ajude a esquecer o passado, a perdoar os que pecaram contra você e a se
perdoar.
Uma quinta etapa é usar a arma do louvor, pois é uma terapia espiritual. Aliás, a
sabedoria popular até ensina que "Quem canta seus males espanta". Quando
louvamos, adoramos; quando louvamos, oramos; quando louvamos,
agradecemos; quando louvamos, pedimos. Louvamos a Deus pelo que Ele é e
pelo que fez em Jesus Cristo.
Se assim é, volte à atividade! Volte à vida! (vv. 13-16). Deus diz a Elias duas
coisas:
(1) você foi chamado para ser profeta, por isso irá ungir três homens, um dos
quais irá sucedê-lo, e
Parte 64.
UM PASSO ALÉM ... DA DÚVIDA
(Pregado em 03/abr/94)
Diariamente somos atormentados pela dúvida: "Não creio que...", dizemos; "Isso é
impossível...", e assim seguimos. Homens começam a duvidar de si mesmos
quando chegam aos quarenta, e já precisam de bifocais, e começam a ficar
calvos, e pensam que estão perdendo a virilidade. Mulheres vivem o pesadelo de
imaginar que perderam a feminilidade porque alcançaram certa idade.
Na verdade, a dúvida nos diz que não podemos descansar no poder de Deus, e,
por isso, viramos uma pilha humana, um feixe de nervos sem confiança em coisa
alguma e com uma vida cheia de apreensões. A dúvida enfraquece nosso
testemunho por Cristo. Lemos acima João 20.19-29, onde Tomé é encarado como
a síntese da incredulidade. Podemos aprender com ele que não é pecado ter uma
dúvida intelectual, uma dúvida honesta, mas pecado é persistir na descrença.
DÚVIDA E DÚVIDA
Ä dúvida cética é uma "atitude diante de tudo o que o ser humano considera
verdadeiro, desde as percepções sensoriais até as convicções religiosas" (Paul
Tullich em Dinâmica da Fé). É verdade; existe a dúvida incredulidade e a dúvida
honesta, de caráter intelectual; a dúvida-coração duro, de pedra, e a dúvida que
pode atingir até o salvo, ou como citado Tillich afirmou "a dúvida se encontra
encerrada no risco da fé". É preciso ser corajoso para ter fé, e é isso o que torna a
fé uma virtude altamente dinâmica. Jesus nos exorta a crer: "Tende fé em Deus"
(Mc 11.22). É sinal de orgulho, portanto, nos colocarmos acima da Palavra de
Deus baseando-nos no que pensamos ser a certeza das nossas opiniões,
pensamentos, julgamentos, e rejeitarmos as promessas de Deus.
MOTIVOS
"Esqueceu-se Deus de ser compassivo. Ou na sua ira encerrou ele as suas ternas
misericórdias?"
"O que encobre as suas transgressões, nunca prosperará; mas o que as confessa
e deixa, alcançará misericórdia." ( Pv 28.13).
Um tipo de dúvida diz respeito à maldade que impera no mundo. Lembremos que
a violência, a culpa de sangue, o levantar-se contra o irmão é coisa tão antiga
quanto à própria civilização:
"Falou Caim com o seu irmão Abel. E, estando eles no campo, Caim se levantou
contra o seu irmão Abel, e o matou." (Gn 4. 8);
"Viu o Senhor que era grande a maldade do homem na terra, e que toda a
imaginação dos pensamentos de seu coração era má continuamente. Estas são
as gerações de Noé. Era ele homem justo e perfeito em suas gerações e andava
com Deus. A terra, porém, estava corrompida diante de Deus, e cheia de
violência. Viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque toda a carne
havia corrompido o seu caminho sobre a terra." (Gn 6.5, 9, 11, 12).
e João nos relembra que "Sabemos que somos de Deus, e que o mundo inteiro
jaz no Maligno." (1Jo 5.19).
Outra dúvida intelectual é por que Deus permite o sofrimento? O sofrimento é uma
verdade e não pode ser tratado de maneira simplista. Há muitas posições quanto
ao tratamento ser dado ao sofrimento: os docetas (que negavam a natureza
humana de Jesus) diziam que o sofrimento é uma ilusão. Para eles o sofrimento
não é curado, mas negado. Os estóicos ensinavam que o sofrimento deve ser
enfrentado com aceitação passiva. Os hedonistas dizem que a dor deve ser
equilibrada ou vencida intoxicando-se a pessoa de prazer. Os existencialistas no
seu tipo mais radical afirmam ser a vida um absurdo, por isso o sofrimento deve
ser desafiado com intrepidez.
A Bíblia ensina que o sofrimento está ligado à queda do ser humano, da qual é
produto; ensina que somos chamados a participar do sofrimento de Jesus Cristo
que nos alerta:
"No mundo tereis tribulações; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo"( Jo
16.33),
Duvidar da salvação eterna e pregar que o crente pode perdê-la é negar o ensino
do evangelho (cf. Jo 3.36), e recusar-se a crer que a Bíblia é a Palavra de Deus
(cf. Jo 5.24).
Há, sem receio de dizer, muitas outras dúvidas que, apesar de movidas pela
ignorância, são honestas e recebem resposta da Bíblia Sagrada. É a idéia de que
todo caminho leva ao céu; a questão sobre o que acontecerá a quem nunca ouviu
falar do evangelho; ou as indagações sobre a vida além da morte.
Qua fazer? Devemos voltar à história de Tomé e sua dúvida (Jo 2019-29). Admita
as dúvidas com honestidade. Tomé o fez, "Diziam-lhes, pois os outros discípulos:
Vimos o Senhor. Ele , porém, lhes respondeu: Se eu não vir o sinal dos cravos nas
suas mãos, e não meter o dedo no lugar dos cravos, e meter a mão no seu lado,
de maneira nenhuma crerei" (v. 25).
Busque a comunhão de seus irmãos de fé. Isso Tomé não fêz, "Ora, Tomé, um
dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus" (v. 24).
Havendo Jesus sido crucificado, Tomé se isolara e, assim, não recebeu a bênção
do posterior encontro com o Salvador.
Leve suas dúvidas ao Senhor. Não é pecado fazer a pergunta que queima o
coração. Mesmo Jesus exclamou, "Meu Deus, por que me desamparaste?
Parte 66.
Nossa fraqueza (e toda opressão que dela nasce) é sentida em todas as esferas
de nossa vida: somos fracos para superar nossas ansiedades, receios e
complexos; somos fracos para superar a ira, o ódio, a vingança, o ciúme; somos
fracos para exercer influência. Por isso, fraqueza é o sentimento de que ninguém
nos dá atenção, ninguém nos ouve, e nossa voz se perde. A fraqueza é uma
decorrência da nossa finitude. Daí, o cansaço, o medo diante da dor, as
expectativas que se transformam em angústia.
Mas o plano de Deus para nós não inclui a fraqueza como pode ser plenamente
atestado em 2Coríntios 2.14: "Graças, porém, a Deus que em Cristo sempre nos
conduz em triunfo, e por meio de nós difunde em todo lugar o cheiro do seu
conhecimento".
FRAQUEZAS
Temos que partir do pressuposto que nossa fraqueza é necessária para que em
nós se manifeste a grandeza do Senhor. Assim aconteceu com o apóstolo Paulo,
extraordinário instrumento de Deus para levantar a Igreja de Jesus Cristo naquele
mundo pagão, ímpio, gentio. E, no entanto, Paulo tinha tantas fraquezas. Uma
delas era uma enfermidade que não foi especificada, "E, para que me não
exaltasse demais pela excelência das revelações, foi-me dado um espinho na
carne, a saber, um mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de que eu
não me exalte demais; acerca do qual três vezes roguei ao Senhor que o
afastasse de mim" (2 Co 12.7, 8). Há muitas idéias sobre o que era o espinho da
carne do apóstolo Paulo: alguém disse que era um problema de vista, causado por
aquela visão tão marcante no caminho de Damasco (At. 9.1-19): A luz tão
grandiosa fê-lo ficar com problemas, cego, na verdade (cf. Vv. 8,12 ). Dizem os
Foi criticado pelas ovelhas: "As cartas dele são graves e fortes, mas a sua
presença corporal é fraca e a sua palavra desprezível" (2 Co 10.10 ). Quando
Paulo falava, não era um orador como Apolo (cf. At 18.24-28); quando de
apresentava, dizem que era muito feio, e que também não era muito simpático à
primeira vista. Mas quando escrevia, era portentoso, e quando trabalhava , mais
que um gigante na causa do Senhor. Ciente Paulo, portanto, perfeitamente
consciente que seu corpo, nosso corpo, é fraco e corruptível, no entanto, na
inspiração do Espírito de Deus, escreve o hino sobre a ressurreição, onde fala do
corpo que é fraco e natural, corruptível no presente, mas incorruptível na
eternidade, e de desonra a ser revestido de gloria, e sendo fraco, será revestido
de poder, e de natural passará a corpo espiritual. Poderão ler em 1 Coríntios 15,
versos 42 a 44, esse belíssimo hino acerca da ressurreição.
O apóstolo Pedro foi fraco também, meus irmãos. Jesus Cristo havia sido preso,
então Pedro fugiu, desapareceu (Mt 26.56), escondeu-se (Mt 26.58), negou (Mt
26.69-74). Três horrorosas fraquezas: fugiu, escondeu-se e negou a Jesus Cristo.
Voltemos ao apóstolo Paulo que vai dizer, como já lemos atrás (2Co 12.10) de
quatro qualidades de fraquezas: injúrias, ou seja, insultos, abusos verbais, maus-
tratos de natureza física ou psicológica; necessidades, aflição, calamidade,
privações ( cf. 2 Co 1.27 ); perseguições, apedrejamentos, encarceramentos por
inimigos do evangelho ( cf. 2 Co 11.23-26 ); angústias, circunstâncias prementes,
tribulações ( cf. 2 Co 6.4 ).
Por isso só temos que aprender uma grande lição: que as fraquezas nos
resguardam do orgulho e exaltação anticristãs conservando-nos na humildade,
pois "Deus... dá... graças aos humildes" (Tg 4.6; cf. 1 Pe 5.5; Lc 1.52; Sl 147.6).
FRAQUEZAS E VITÓRIAS
A Bíblia declara que "o poder pertence a Deus" (Sl 62.11b). Não há poder
separado do poder do Criador, porque poder não é algo que Deus tem, mas, sim o
que Deus é, como sua essência é amor, sabedoria e perfeição. A.W. Tozer
completa: "O poder de Deus é o Seu Santo Ser em ação".
É nesse ponto que somos lembrados da extraordinária ajuda dada por Jesus
Cristo : "Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se
das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem
pecado." (Hb 4.15). Nosso Sumo Sacerdote não é insensível, frio e anestesiado
diante das nossas dores e fraquezas, "Cheguemo-nos, pois, confiadamente ao
trono da graça, para que recebamos misericórdia e achemos graça, a fim de
sermos socorridos no momento oportuno" (Hb 4.16). Esse é o nosso Sumo
Sacerdote: é Cristo Jesus, Que tem identidade completa com a nossa
humanidade, porque tudo Ele suportou! Tudo o que um ser humano pode suportar
Ele suportou, e por ser vencedor, pode compadecer-se de nossas fraquezas, e
podemos cantar: "Porque, ainda que foi crucificado por fraqueza, vive contudo
pelo poder de Deus. Pois nós também somos fracos nele, mas viveremos com ele
pelo poder de Deus para convosco."
É verdade que enfraquecemos, mas não temos que viver nessa fraqueza.
Precisamos de confiança, de dependência renovada de Deus. Que linda
expressão da Escritura Sagrada a que diz: "Por que estás abatida, ó minha alma,
e por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei pela
salvação que há na sua presença" (Sl 42.5; cf. Jó 13.13b, 15b). É deixar que Deus
aja, pois, "Eu sou a videira; vós sois as varas. Quem permanece em mim e eu
O lema do apóstolo Paulo era, sem dúvida, Filipenses 4.13: "Posso todas as
coisas naquele que me fortalece!" Em outras palavras, "Eu posso tudo através de
Jesus Cristo!" Um tradutor na Bíblia (J. B. Phillips) parafraseando este texto disse
assim: "Eu estou pronto para tudo pela força daquele que vive em mim". Na Bíblia
Viva, deste modo foi traduzido: "Eu posso fazer tudo o que Deus me pede, com a
ajuda de Cristo que me dá a força e o poder". Na Bíblia Ampliada foi expresso, "Eu
sou auto-suficiente na suficiência de Cristo". E o Pr. Russell Shedd assim verteu
este texto: "Eu posso agüentar todas as coisas ou circunstâncias naquele que me
está fortalecendo". Seja qual for a tradução, todas dizem a mesma coisa: o cristão
tem dentro de si todo o poder de que necessita para estar apto, pronto, habilitado
a enfrentar as exigências e demandar dessa vida tão ingrata e cruel. Só
precisamos liberar esse poder pela fé, é o que Jesus Cristo ensina em João 15.5,
"Sem mim nada podeis fazer".
Temos a oferecer a Deus a nossa fraqueza, pois Ele nos oferece a Sua força. Foi
o que fizeram os chamados "heróis da fé" em Hebreus, capítulo 11. Nesse texto, a
descrição de lutas, perseguições, provações, dificuldades! Na fraqueza, olhemos
para trás, e recuperemos o ânimo porque é essa a expressão que encontramos na
lista dos heróis da fé: "apagaram a força do fogo, escaparam ao fio da espada, da
fraqueza tiraram forças, tornaram-se poderosos na guerra, puseram em fuga
exércitos de estrangeiros" (Hb 11.34). Que Deus nos abençoe!
Parte 67.
UM PASSO ALÉM ... DA IRA
"Sabei isto, meus amados irmãos: Todo homem seja pronto para ouvir, tardio para
falar e tardio para se irar. Porque a ira do homem não opera a justiça de Deus" (Tg
1.19, 20).
SIGNIFICADO DA IRA
A ira é uma experiência tão comum que nem precisa ser definida. Duas
características, porém, podem ser destacadas. É uma reação emocional que de
algum modo precisa ser expressa. Uma pessoa se ira porque se sente ameaçada,
agredida ou, mesmo, envergonhada. Crianças choram, gritam, esperneiam;
adultos a evidenciam em suas faces, no tom de voz, por palavras, e, muitas vezes,
por violência física.
Em Efésios 4.30,31 há um conceito de ira, Paulo diz que não devemos entristecer,
através dela, o Espírito Santo. Quando o irmão permite que a ira e a amargura
dirijam a sua vida, Deus é ferido; a habitação do Espírito Santo, que é o próprio
irmão, é afetada pela atitude de raiva, ódio e ira. Há cinco palavras nesta
passagem que nos dão um conceito interessante, embora elástico, da ira:
"E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual fostes selados para o dia da
redenção. Toda a amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmia sejam tiradas
dentre vós, bem como toda a malícia" (Ef 4.30,31).
A IRA É DESTRUIDORA
É preciso distinguir entre ira e ira. Há todos esses aspectos pecaminosos da ira já
apresentados (cf. Efésios 4.30,31). Por isso, de acordo com a Bíblia, a ira é
inaceitável quando é apressada (Provérbios 14.17), sem motivo (Mateus 5.22) ou
de longa duração (Eclesiastes 7.9). A Escritura nos ensina a não abrigar a
vingança (cf. Provérbios 19.11), nem a manter companhia com pessoas que vivem
sempre furiosas e enraivecidas (cf. Provérbios 22. 24).
E mais uma vez salientamos que é preciso fazer diferença entre ira e ira. A Bíblia
fala da ira de Deus, o "Dia da Ira"; fala que Jesus se irou com a falta de fé dos
homens (Marcos 3.5), e no templo com os cambistas (Marcos 11. 15-19), e o
próprio Paulo escreve em Efésios 4.26, 27: "Irai-vos, e não pequeis: não se ponha
o sol sobre a vossa ira; nem deis lugar ao Diabo". Paulo zangou-se quando
Marcos o deixou, mas depois não mostrou rancor, porém o amou e respeitou (cf.
Atos 13.13; 15.37-39; 1Timóteo 4. 11). Então é preciso mesmo estabelecer
A LIBERTAÇÃO DA IRA
Em Efésios 4. 32 está a chave para a libertação porque Deus nos perdoou de todo
pecado e nos dá força para perdoar aos outros: "Antes sede bondosos uns para
com os outros, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus
vos perdoou em Cristo."
Muitas vezes você é insultado e injuriado. Na próxima vez em que isso acontecer,
faça o seguinte; veja essa (má) experiência como uma maneira de crescer na
graça de Deus. Você não pode crescer no amor e perdão a não ser que sua vida
seja tentada. Cada insulto é uma oportunidade que Deus lhe dá para ser
semelhante a Jesus Cristo, pois, além dos resultados físicos e emocionais, há um
terrível dano espiritual: "E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual
fostes selados para o dia da redenção. Toda a amargura, e cólera, e ira, e gritaria,
e blasfêmia sejam tiradas dentre vós, bem como toda a malícia. Antes sede
bondosos uns para com os outros, compassivos, perdoando-vos uns aos outros,
como também Deus vos perdoou em Cristo" (Ef 4. 30-32), por isso: "Irai-vos, e não
pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira" (Ef 4. 26), porque raiva não se
guarda: é lixo.
Lembre-se de que cada vez que você é insultado e levado ao ridículo, Deus lhe
está dando a oportunidade de mostrar que Cristo realmente pode fazer diferença
na vida humana. Se você paga o insulto com insulto, ira e ressentimento está
dizendo ao mundo que Cristo não fez nada na sua vida.
O REMÉDIO
Se você for ofendido ou insultado por alguém, lembre-se que seus pecados contra
Deus são maiores que os cometidos contra você (Ef 4.32).
Quando ofendido por outra pessoa, recorde-se sempre que o problema pertence a
Deus e não a você (Rm 12.17-19).
Quando ofendido, agradeça a Deus (1Ts 5.18). Por que fazê-lo? A ofensa é uma
oportunidade para crescer no caráter de Cristo. A maturidade espiritual de um
crente em Jesus Cristo não é determinada por quantas pessoas ele não ofende,
Jesus Cristo faz a diferença. A pergunta é: que tipo de relacionamento tem você
com o filho de Deus? É Ele Seu Salvador? Já entregou sua vida a Cristo para que
Ele a governe e a torne uma bênção para os outros.
Parte 68.
UM PASSO ALÉM ... DO MEDO
O medo é, sem dúvida, uma das expressões humanas mais comuns. Aprendemos
com a Bíblia, no entanto, que ele pode ser vencido.
MOTIVOS
Há quem tenha medo do passado; há quem tenha medo do futuro; há quem tenha
medo da noite, e do dia; há quem tema a pobreza, a morte, a doença. Conheci
alguém que tinha uma extrema mania de limpeza (a palavra mania é técnica). Ela
não almoçava na casa dos outros porque dizia não saber como era limpeza da
cozinha.
Há quem tenha medo do Dia do Juizo. Abraão teve medo do rei do Egito e mentiu
(Gn 12.10-13; cf. 20.13). Sara teve medo de não ter herdeiros, e deu como
concubina ao marido uma escrava (Gn 16.1,2). Isaque teve medo do rei dos
filisteus e mentiu como o pai havia feito (Gn 26.1, 6, 7). Jacó teve medo do irmão,
Esaú, e fugiu; depois teve medo do tio/sogro, Labão, e fugiu. Quando o sistema
biológico-psíquico-espiritual está fora de equilíbrio, surgem temores como
aconteceu com estes acima. Moisés teve medo de Faraó e fugiu. Saul teve medo
de Davi; Davi teve medo do filho, Absalão; os apóstolos tiveram medo de Jesus
que vinha andando sobre o mar. As nações se armam porque têm medo umas das
outras.
O medo em si não é errado, por isso há que distinguir entre medo e medo. Há,
pelo menos, três acepções da palavra medo.
A Bíblia diz que a origem do medo não está em Deus. Pelo contrário, em 2Timóteo
1.7, o apóstolo Paulo ensina que "Deus não nos deu o espírito de temor, mas de
poder, amor e moderação" (ARC). A Bíblia diz que o medo surgiu quando foi
cometido o primeiro pecado; então, esse medo é anormal, e aqui está: o Senhor
chamou o homem, e "respondeu-lhe o homem: Ouvi a tua voz no jardim e tive
medo, porque estava nu; e escondi-me" (Gn 3.10). É a primeira vez em que
aparece a palavra medo na Escritura Sagrada, e a pessoa dominada pelo medo e
obcecada pelo temor não possui uma mente livre, nem pode tê-lo. Por isso, além
dos problemas físicos já enumerados, além dos problemas emocionais já
descritos, há um sério problema espiritual, porque a fé é paralisada, imobilizada.
Ora, cristão com medo significa beirar as trevas, porque não admite o evangelho
que o crente em Jesus Cristo continue remexendo culpas passadas e que já foram
perdoadas, e memórias já purificadas
Realmente, todos cometemos erros, mas devemos olhar, não para os erros, mas
Essa é a função do evangelho: libertar o ser humano dos seus conflitos, das suas
fraquezas, das suas culpas, das suas dificuldades, da falta de encontro consigo
próprio, e dar-lhe uma vida forte, livre, nova, sã e abençoada! Portanto, para dar
um passo além do medo, é preciso reconhecer que o medo não faz parte do plano
de Deus para a sua vida. Ninguém é liberto do medo tomando tranqüilizantes, não!
Mas, sim, com a atitude espiritual correta diante do altar divino.
Há algo mais: Você precisa voltar ao Calvário, porque na cruz o amor de Deus se
fez imperativo, e o mundo e o medo foram vencidos, E, lendo na Palavra de Deus,
a expressão é de uma clareza impressionante: "... para que [Cristo] pela morte
derrotasse aquele que tinha o poder da morte, isto é, o Diabo; e livrasse todos
aqueles que com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à escravidão"
(Hb 2.14b, 15).
Parte 69.
UM PASSO ALÉM ... DA MORTE
Gênesis 5. 3-31
A morte entrou no mundo com uma nota de rebeldia e ódio (cf. Gn 3.3, 4, 17-19;
4.8), e daí passou a toda a humanidade com um tom de tragédia pela visão do
corpo inerte, pelo cessar da respiração, e pela decomposição das estruturas que
voltam ao pó. A morte não respeita grandes nem pequenos, ricos nem pobres,
idosos, jovens ou gente mal começando a vida. A seção fúnebre do Jornal A
TARDE (de Salvador, BA) compulsado registra o falecimento de uma senhora de
79 anos, de um moço de 29, de uma mocinha de 14 anos, de um menino de seis e
de um bebê de cinco dias. Achamos que ela é natural para um doente, mas não
para uma pessoa com saúde ou com juventude ("eu morrer?!"). Alguém
apropriadamente externou, "Não estamos prontos para viver até que aceitemos a
nossa própria morte".
João Batista, seria a "reencarnação" de Elias (Mt 11.14); no entanto, a Bíblia diz
que Elias não desencarnou (2Rs 2.11)! Se não passou pela morte, como iria
"reencarnar"? Realmente, João veio "no espírito e poder de Elias" (Lc 1.17).
O cego de nascença, que segundo os defensores da doutrina seria a
"reencarnação" de um infeliz pecador de geração passada (Jo 9.2).
E para coroar querem ver na expressão de Jesus em João 3.3 uma prova da
"reencarnação" no desconhecimento do sentido do que seja "nascer da água e do
Espírito (de Deus)".
A Bíblia ensina, "o pó volte para a terra como o era e o espírito volte a Deus que o
deu" (Ec 12.7); "Aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois
disso o juízo ( Hb 9.27; cf. 2Pe 2.9). No entanto, a "reencarnação" não considera
que a alma se una a um corpo em união essencial, não considera a
individualidade e personalidade do ser humano.
Para as Testemunhas de Jeová, o criminoso na cruz morreu (Lc 23. 4-43), e assim
ficará até a ressurreição. O texto "Em verdade te digo que hoje estarás comigo no
paraíso" é traduzido de duas maneiras pelas Testemunhas de Jeová: "Neste dia
eu solenemente te faço uma pergunta, estarás comigo no Paraíso?" ou, "Deveras
eu te digo hoje: Estarás comigo no Paraíso" (NM)
ou, ainda:
Leia também o hino 488 CC. Uma coisa eu sei: não vou escutar as boas-vindas de
Jesus dormindo!
De acordo com a vontade soberana de Deus Pai, Jesus Cristo voltará num dia
desconhecido e acontecerá o Julgamento Final do qual os crentes já estão livres,
pois diz o Novo Testamento: "Portanto, agora nenhuma condenação há para os
que estão em Cristo Jesus" (Rm 8.1), e, "Quem crê nele não é julgado; mas quem
não crê, já está julgado; porquanto não crê no nome do Unigênito Filho de Deus"
O ensino da Palavra de Deus é que "o pó volta para a terra como era, e o espírito
volta a Deus que o deu" (Ec 12.7). Por sua vez, Hebreus 9.27 ensina que "aos
homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois disso o juízo".
ALGUMAS PERGUNTAS
Veja igualmente todo o hino 515 CC. Ali espero rever meu pai, tios meus, amigos
de juventude hoje falecidos, colegas de ministérios com quem privei e com quem
não privei mas admiro, ex-professores de Seminário.
2. "E o problema de meu pai com duas esposas?", pergunta de uma senhora um
destes dias. Deixem-me colocar na minha própria situação: minha mãe com o
primeiro esposo falecido (meu pai) e casada pela segunda vez? E um ex-professor
meu hoje falecido que se casou três vezes? A pessoa que me falou levantou o que
entendia ser um problema moral. No entanto, isso não existe porque a vida eterna,
a vida do reino, a vida celeste é de outro nível. Fizeram a mesma pergunta a
3ª etapa: lembre-se que a morte foi conquistada pela vida. E, assim, não é a
cessação permanente da vida, porém transferência para outra esfera de
existência. Peter Bilhorn o cantou:
Leia também os hinos 517 CC e 518 CC. Jesus Cristo é a vida, e Sua vida
conquista a morte (Jo 1.4; 11.25; 14.6; 1Co 15.56,57), razão porque quando
oprimido por pensamentos de morte, consulte as escrituras para encontrar o
conforto nas maravilhosas promessas: "... ali repousam os cansados" ( Jó 3.17b);
"Pois tenho para mim que as aflições deste tempo presente não se podem
comparar com a glória que em nós há de ser revelada" (Rm 8.18; cf. Jo 5.25; Rm
6. 8-11; 2Tm 4.7; Ap 2.7). Amém!
Parte 69.
NOSSOS PECADOS
É como diz Watchman Nee, "todos temos algum pecado particular que nos
atrapalha". Alguns ficam perturbados por eles, e outros nele caem. Pode ser o
orgulho, o ciúme, o mau gênio, a mesquinhez, a concupiscência da carne. É o
crente que tem em si o conhecimento da verdade de Romanos 6. 14a ("pois o
pecado não terá domínio sobre vós"), mas não a põe em prática.
O crente que luta contra as antigas paixões e os apetites naturais que desejam
sobrepujar a graça do Espírito é feito herdeiro de Deus, companheiro de Jesus
Cristo na herança do Pai (cf. Rm 8.17) e compreende o valor do invisível: "Não
atentando nós nas coisas que se vêem, mas sim nas que não vêem; porque as
que se vêem são temporais, enquanto as que se não vêem são eternas" (2Co
4.18).
O IMPORTANTE É PREVENIR
O importante é prevenir! Nesse sentido, João escreveu sua primeira Carta: "Meus
filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis" (1Jo 2.1a). A Bíblia
atesta com numerosos e dolorosos exemplos que o pecado é universal. Ninguém
pode escapar, e quem disser que não peca é mentiroso (cf. 1Jo 1.8, 10). Apesar
disso, há perdão mediante o que Cristo fez e faz pelo ser humano. Alguém pode
até querer pensar levianamente sobre o pecado, "se todos pecamos, qual é a
vantagem em lutar contra o que é parte inevitável de nossa experiência como
pessoas humanas?" E aí João nos ensina duas coisas: o crente em Jesus Cristo é
uma pessoa que veio a conhecer a Deus, por isso deve ser obediente; e aquele
que diz que permanece em Deus e em Jesus Cristo (v. 6) deve viver o mesmo tipo
de vida que Jesus viveu: deve ser imitador de Jesus Cristo.
E havendo pecado, que fazer? Todo e qualquer pecado entristece o Espírito Santo
(Ef 4.30), mas a Bíblia sempre fala em oferta:
Em havendo pecado, que fazer? Voltemos a 1João 2.1b, "Se alguém pecar, temos
um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo". João está escrevendo a
crentes, e para o crente há um remédio para o pecado: um advogado que é Jesus
Cristo, o Justo, O propósito de João é claro: impedir o pecado, não desculpá-lo,
pois horror ao pecado, ódio, repúdio impregnam toda a carta. Jesus ensina "não
pequeis mais"; assim disse ao paralítico do tanque de Betesda (cf. Jo 5.14), e à
adúltera de Jerusalém (cf. Jo 8.11). Mas, "se alguém pecar", se houver um
fracasso moral, desonestidade, qualquer que seja o nome do pecado, deve haver
confissão, razão porque Agostinho disse, "a confissão de obras más é o primeiro
começo de boas obras". Devemos olhar para Cristo e para a Sua morte: "Porque
se nós, quando éramos inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de
seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida"
(Rm 5.10).
Reconhecê-Lo ao nosso lado. Aliás, isso é o que significa ser o nosso advogado
NOSSOS PECADOS
É como diz Watchman Nee, "todos temos algum pecado particular que nos
atrapalha". Alguns ficam perturbados por eles, e outros nele caem. Pode ser o
orgulho, o ciúme, o mau gênio, a mesquinhez, a concupiscência da carne. É o
crente que tem em si o conhecimento da verdade de Romanos 6. 14a ("pois o
pecado não terá domínio sobre vós"), mas não a põe em prática.
O crente que luta contra as antigas paixões e os apetites naturais que desejam
sobrepujar a graça do Espírito é feito herdeiro de Deus, companheiro de Jesus
Cristo na herança do Pai (cf. Rm 8.17) e compreende o valor do invisível: "Não
atentando nós nas coisas que se vêem, mas sim nas que não vêem; porque as
que se vêem são temporais, enquanto as que se não vêem são eternas" (2Co
4.18).
O IMPORTANTE É PREVENIR
O importante é prevenir! Nesse sentido, João escreveu sua primeira Carta: "Meus
filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis" (1Jo 2.1a). A Bíblia
atesta com numerosos e dolorosos exemplos que o pecado é universal. Ninguém
pode escapar, e quem disser que não peca é mentiroso (cf. 1Jo 1.8, 10). Apesar
disso, há perdão mediante o que Cristo fez e faz pelo ser humano. Alguém pode
até querer pensar levianamente sobre o pecado, "se todos pecamos, qual é a
vantagem em lutar contra o que é parte inevitável de nossa experiência como
pessoas humanas?" E aí João nos ensina duas coisas: o crente em Jesus Cristo é
uma pessoa que veio a conhecer a Deus, por isso deve ser obediente; e aquele
E havendo pecado, que fazer? Todo e qualquer pecado entristece o Espírito Santo
(Ef 4.30), mas a Bíblia sempre fala em oferta:
Em havendo pecado, que fazer? Voltemos a 1João 2.1b, "Se alguém pecar, temos
um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo". João está escrevendo a
crentes, e para o crente há um remédio para o pecado: um advogado que é Jesus
Cristo, o Justo, O propósito de João é claro: impedir o pecado, não desculpá-lo,
pois horror ao pecado, ódio, repúdio impregnam toda a carta. Jesus ensina "não
pequeis mais"; assim disse ao paralítico do tanque de Betesda (cf. Jo 5.14), e à
adúltera de Jerusalém (cf. Jo 8.11). Mas, "se alguém pecar", se houver um
Reconhecê-Lo ao nosso lado. Aliás, isso é o que significa ser o nosso advogado
(a palavra é paráclito = alguém chamado ao lado para dar conselho, ajuda e
representação). Ou, voltando à fórmula, se-eu-erro, eu-me-quebranto; peço-
perdão; sou-perdoado; cresço; e digo como Paulo: "Irmãos, quanto a mim, não
julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das
coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão adiante, prossigo para o
alvo pelo prêmio da vocação celestial de Deus em Cristo Jesus" (Fp 3. 13, 14), e
avanço para a nova experiência de crescer no caminho da santificação. Amém
Parte 71.
UM PASSO ALÉM ... DE SI MESMO
Jesus contou uma pequena história, dando-nos com ela um resumo do significado
da vida. Ele fala da vida aqui, e da vida além; refere-se a investimentos espirituais
e morais neste plano de vida, e mencionou dividendos em termos de eternidade.
Uma pequena história, uma simples parábola, e algumas preciosas lições.
ASPECTOS
Que não se diga que só há aspectos negativos. Por inferência, extraímos alguns
fatos importantes:
nunca olhava para além de si mesmo, ou seja, todos os seus planos começam e
terminam nele mesmo: "e direi à minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens
para muitos anos; descansa, come, bebe, regala-te" ( Lc 12.19).
E a outro é que não olhava além deste mundo, vale dizer, todos os seus planos
nesta vida teriam limitação: "Mas Deus lhe disse: Insensato, esta noite te pedirão a
tua alma; e o que tens preparado, para quem será?" (Lc 12.20).
ANALISANDO
Voltemos ao texto, o verso 15 diz "Acautelai-vos e guardai-vos de toda espécie de
cobiça; porque a vida do homem não consiste na abundância das coisas que
possui". Na realidade, a vida não se possui, não se compra nem se vende. "E direi
à minha alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come,
bebe, regala-te" (v.19). É um sumário de insensatez! Quantos esquecimentos ao
mesmo tempo! Esqueceu-se do doador, por essa razão fala tanto em "meus
frutos", "meus bens", "eu". Usou doze vezes, explícita ou implicitamente, os
pronomes relacionados com a sua pessoa, e esqueceu-se de que Deus foi o
doador, esqueceu-se do próximo, reservando cobiçosamente tudo para si próprio.
Esqueceu-se de sua alma, e imaginou que coisas como essas poderiam servir de
alimento para alma. Esqueceu-se da morte. Além de tudo o mais, iludiu-se a si
próprio, e alimentou-se de falsas esperanças:
"Mas Deus lhe disse: Insensato, esta noite de pedirão a tua alma: e o que tens
preparado, para quem será?" (v. 20). Essa é a nossa história, a história de
qualquer ser humano! Hoje mesmo, a alma pode ser pedida, e se a pessoa não se
lembra de Deus, é insensata! Ë o ser humano cuja vida está pendurada por um fio,
podendo ser chamada a qualquer instante para prestar contas de si mesmo.
Torna-se necessário que soe a voz de Deus para penetrar no isolamento criado
pelo próprio ser humano, e confrontá-lo com uma visão de si próprio!
Dar um passo além de si mesmo é tocar a Deus, é tocar o próximo. Eis, portanto,
outra linha para entender o tema que Jesus está discutindo: rico para o mundo é
quem vive escravizado em si mesmo e no que tem; rico para com Deus é quem
sabe que o ser humano é sempre mais do que aquilo que tem, e busca sua
plenitude na confiança, no serviço, no amor. O rico se deleita na fortuna seja ela
material, intelectual, e, até, religiosa; o pobre morre de fome, seja material, seja de
significado, ou espiritual. Temos, então, o que um teólogo (Javier Pikaza) chamou
de escatologia individual: não se precisa esperar o fim do mundo para se chegar
ao fracasso ou à realização.
Estes passos podem ser aplicados também na vida de quem já confessou a Jesus
Cristo como Salvador:
Olhe para a sua vida através dos olhos de Jesus Cristo, e dela afaste tudo o que
Ele não aprova. Faça confissão. Talvez você seja tentado a confessar pecados
marginais, e a deixar pecados centrais sem serem tocados. Vá ao cerne de seu
problema: isso é arrependimento, realidade de que até o já crente precisa estar
ciente e alerta (cf. Pv 15.24: Lc 22.32).
Volte-se para Jesus Cristo com tudo o que você é e tem. Olhe para seus
relacionamentos, e vá com eles a Jesus Cristo: seu lar, seus negócios, suas
relações sociais, tudo! Vá a Cristo em confiança e fé, e creia que Ele o recebe , e
você O recebe!
Não se esqueça de que dar um passo além de si mesmo é andar na fé. Isso não é
um destino, não é um ponto final, não é fim de linha. É uma viagem, uma
continuidade. Atos 2.42 diz que os discípulos em Jerusalém "perseveravam". Sair
de si mesmo é perseverar no Senhor e no Seu caminho!
Parte 72.
UM PASSO ALÉM ... DO SENTIMENTO DE INFERIORIDADE
"Porque eu sou o menor dos apóstolos, que não sou digno de ser chamado de
apóstolo, pois que persegui a igreja de Deus. Mas pela graça de Deus sou o que
sou" (1 Co 15.9,10)
Conheço gente que não ora em público, que não canta em público; conheço gente
que se sente envergonhada porque é gordinha, ou magrinha, porque não tem o
cabelo da moda, porque o tem crespo, ou porque é liso demais. Conheço gente
que se sente diminuída porque não estudou; conheço gente que se sente mal
porque é branca demais, ou porque é de outra etnia. Tive uma aluna no Recife,
linda jovem de origem japonesa, que conversando comigo confessou que se
sentia muito mal porque "não era como as outras meninas", dizia, porque não
Uma estatística diz, que pelo menos, 95% das pessoas têm problemas de
inferioridade, o que está pegando praticamente todo mundo, e por isso ficam
impedidas de se realizarem e terem alegria na vida. Tomara que sejamos os 5%
que não têm esse problema...
MOTIVOS
Há quem se sinta inferior a outros por que não tem certas habilidades. "Não toco
piano como Paulinho Brasil", aí se sente inferior por isso. "Minha voz não é como
a de Zildeth", aí se sente mal porque não canta bonito. Realmente, em muitos
aspectos somos inferiores a outras pessoas. Se me chamarem para um "baba" ,
não tem jeito: não consigo chutar como Romário, mesmo que treinasse muito.
Então, vou ser um problema para o time em que eu estiver, porque não sei o que
fazer com a bola. Eu não posso correr como os Barrichellos, e outros grandes
corredores nossos. São habilidades que não tenho, mas não me incomodo com
isso. O problema é se isso afeta uma área que me interessa. É o adolescente que
quer ser bom no time de futebol do colégio, e não consegue. É a moça que quer
casar mas não se acha muito atraente, e botou na cabeça que não atrai os
rapazes. É o homem que tudo o que faz dá errado. Até na Bíblia temos casos
assim: é Raquel, a mulher de Jacó, que se sentia inferiorizada porque não tinha
filhos, quando sua irmã, Léa, já tinha quatro (Gn 30.1); Ana, a mulher de Elcana,
não tinha filhos, enquanto Penina a provocava porque tinha vários filhos (1 Sm
1.2, 4, 6).
Há quem se sinta inferior porque foi empurrado (literalmente empurrado) além das
suas capacidades por pais ou por outros adultos bem-intencionados, porém sem
sensibilidade colocando padrões altos demais. É aquele que coloca o filho para
fazer caratê pela manhã, à tarde vai para a escola, tem aula de piano, tem aula de
inglês não sei onde e também informática. A pobre da criança é empurrada além
de suas forças. Por que tem que fazer quatro coisas, quando só pode fazer duas?
RESULTADOS
Como resultado de toda essa situação, a nossa auto-estima diminui, nós ficamos
ressentidos, hostis, temos pena de nós mesmos: Ou, então, é a ansiedade, é a
depressão, é o medo de falhar, é a culpa, é o perfeccionismo, é a timidez, é a
perda de significado porque a auto-imagem se abala quando o sentimento de que
é inferior se instala no coração de alguém. E você é o que você pensa. Aí, quem
se sente inferiorizado começa a fantasiar, a criar, a sonhar, a entrar em devaneio,
e se afasta dos outros, dos amigos, do grupo, e começa a atacar a família
(principalmente se tem reservas ou vergonha da família), começa a atacar o grupo
de amigos, e atacar a igreja.
Já conheceram pessoas que dizem que a Igreja tal não é hospitaleira, e que a
Igreja qual é fechada, que não recebe bem? Na imensa maioria das vezes, o
problema não está na Igreja, mas na pessoa. Já houve quem me dissesse que
não ia ficar na nossa igreja porque é uma igreja muito fechada, na qual o povo não
falava com os outros, onde não se recebia bem. Outros, no gabinete, já afirmam
que resolveram ficar aqui porque se sentiam muito bem ("Que igreja amorosa!",
disseram). É a mesma igreja, não mudou, não. Mas o problema está em alguém
que deseja tanta atenção que se uma pessoa der toda atenção possível, ainda é
pouco. Às vezes é o contrário: quem se sente inferiorizado passa a idolatrar
alguém (longe ou distante) que é visto com as qualidades que gostaria de ter.
A primeira grande lição da Escritura Sagrada é que não pode ser inferior quem é
objeto do amor eterno de Deus. Não pode ser inferior aquele por quem Jesus
Cristo morreu! Não pode ser inferior quem tem todas as potencialidades de ser
imagem de Jesus Cristo, o filho de Deus! Não pode ser inferior quem é santuário
do Espírito Santo! E o sentimento de inferioridade, então, induz a falta de
confiança, e é isso que Satanás quer. É deixar você abalado, ele não quer que
você tenha fé, por isso, coloca no seu coração essa idéia: "eu sou inferior!".
No entanto, nada disso vai adiantar, se você não tiver um relacionamento correto
com Deus. Por isso, você deve se olhar à luz da palavra de Deus, onde, no Salmo
8 está dito "Que é o homem mortal para que te lembres dele? E o filho do homem
para que o visites? Contudo, pouco menor o fizeste do que "os anjos, e da glória e
de honra o coroaste" (v.v. 4,5). Querem outra palavra: "E Deus criou o homem à
sua imagem: a imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou" (Gn. 1:27). A
Palavra de Deus tem muitas outras expressões a respeito da sua dignidade.
E mais: você deve se olhar à luz da Palavra de Jesus Cristo. E aqui temos uma
palavra interessante no Evangelho de Lucas, capítulo 7. É apresentado um oficial
do exército romano, homem de patente. Ele estava comandando a guarnição, e
diz a Bíblia que ele procurou a Jesus porque seu servo estava enfermo. E queria
que Jesus dissesse uma palavra, só uma palavra para que seu servo fosse
curado. E veja o que ele disse de si mesmo, sua auto-imagem; "Eu mandei
alguém porque nem me julguei digno de ir a tua presença" (v.6, 7). " Eu não me
julguei digno!" Ele não se julgava digno, um oficial bem vestido com aquele
uniforme do exército romano, a capa vermelha nos seus ombros, a espada na
cintura, o elegante capacete. E essa autoridade se volta para Jesus, e diz "Eu não
me julguei digno". Olha o que o povo dizia dele: "Ele é digno de que lhe concedas
isto" (v.4). Na mesma história ele diz, "Eu não sou digno", o povo dizia: "Ele é
Você deve se olhar à luz do amor eterno de Deus como já foi destacadoLembre-se
do texto de João 3:16: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que entregou
seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha vida
eterna". O "todo-aquele-que-nele-crê" é você. O "mundo-que-Deus-amou" é você,
pois Deus o ama de um modo tão intenso que deu Seu filho para que você,
recebendo-O pela fé, tenha a vida eterna. Quando Jesus deu a Simão um novo
auto-conceito simbolizado pele nome Pedro, que quer dizer "rochado, pedra",
estava ajudando-o a se tornar Simão, a Pedra; Simão, a Rocha; Simão, o
Rochedo. É por isso que a grande notícia do evangelho de Jesus Cristo é que nós
podemos mudar, você pode mudar, é que não temos que arrastar pela vida a fora
o resultado dos condicionamentos que nos impuseram, e, pelo Seu Espírito, Deus
nos ajuda a mudar.
Então, para que uma pessoa se torne bem sucedida, não é preciso grandes
talentos ou grandes idéias, mas, sim, uma grande semelhança com Jesus Cristo.
Tiago nos dá um excelente e oportuno conselho, "Humilhai-vos perante o Senhor"
e logo nos lembra, "E ele vos exaltará" (4:10).
Parte 72.
UM PASSO ALÉM ... DA SOLIDÃO
"Os meus olhos estão postos continuamente no Senhor, pois ele tirará do laço os
meus pés. Olha para mim, e tem misericórdia de mim, porque estou desamparado
e aflito. Alivia as tribulações do meu coração; tira-me das minhas angústias, olha
para a minha aflição e para a minha dor, e perdoa todos os meus pecados" (Sl 25.
15-18).
Um homem afirmou ter faturado no ano que passara mais do que seu pai em toda
a sua vida; de dois em dois anos, trocava de automóvel; nunca saía sem seu
cartão de crédito; barbeava-se duas vezes ao dia porque não sabia quem iria
encontrar; cria em Deus, mas não necessariamente na igreja; disse ter tudo o que
o dinheiro podia comprar, mas estava só, terrivelmente só!
É solitária a criança que sente não ser amada pelos pais; o adolescente que se
sente rejeitado pelos outros; é solitário quem é alvo de risadas por um defeito
físico, feiúra, retardamento mental ou excentricidade qualquer; vive em solidão a
mocinha que pensa ser feia; o filho de pais separados que passa a semana com
um e o fim de semana com o outro; são solitários os casados que só tem em
comum o leito que nem conjugal é mais, e nem mais conversam, apenas se
agüentam. Por essa razão, Rollo May diz ser a solidão "uma característica das
pessoas modernas", e William Fletcher conta do passageiro de um táxi em Nova
York que recebeu um bilhete passado pelo motorista: "Em vez de gorjeta, prefiro
que converse. Sinto-me solitário. (a) o Motorista".
Na verdade, o único aspecto da criação original que Deus não considerou bom foi,
HÁ SOLIDÃO E HÁ SOLIDÃO
"Estar a sós" e "sentir-se só" não são a mesma coisa. Ficar algum tempo a sós é
necessário para que haja uma trégua das pressões da vida, e pode, mesmo, ser
altamente produtivo, pois o tempo a sós deve ser considerado como uma
oportunidade de construir um relacionamento com você mesmo. Aprenda a
meditar, a pensar ou, até, a abstrair-se de qualquer pensamento. No entanto,
muita gente não sente serem momentos de solidão positivos e produtivos porque
essa é uma solidão emocional, vem de dentro. Ela se torna terrível quando não há
fé. Foi o caso de Judas Iscariotes. Homem de nome tão significativo (Ioudas, gr. <
Judah, hebr. = "louvor"), mas que caráter tão diferente do geral do grupo dos
apóstolos: mesquinho (Jo 12.4, 5), traidor (Jo 6.64), ladrão (Jo 12.4-6). Sem fé,
tornou-se um solitário no sentimento, no espírito; com remorso, matou-se (Mt 27.5)
. Almas solitárias sem fé escolhem uma de duas saídas: tornam-se agressivas e
odeiam as pessoas ou são misantropas, fogem de tudo e isolam-se.
CAUSAS
As causas são muitas: morte de um ente querido, traição por parte de um amigo,
sentimento de estar atrapalhando após anos de produtividade ("síndrome do
aposentado"), privação da personalidade (viramos apenas um número: Para a
Secretaria da Receita Federal a pessoa se torna o 002.148.757-41, ou a conta
361.439-8 do banco no qual recebe o pagamento); separação espiritual de Deus.
Há um triste caso de solidão na Bíblia : Jó (cf. Jó 19.13-19). Irmãos, parentes,
amigos e conhecidos o desprezaram (cf. vv. 13, 14), empregados, a esposa (cf.
vv. 15-17), mesmo as crianças (cf. v. 18) e amigos íntimos (v. 19) o
abandonaram?! Que tremendo caso de abandono e solidão, pois por todos foi
achado repulsivo, e tratado como estranho sem reconhecimento de autoridade e
posição.
Dissemos no início que a solidão não faz escolhas, e todos são atingidos. É ver os
exemplos; Elias fora ameaçado pela ímpia Jezabel (1Rs 19.1, 2) e fugiu (v. 3),
tendo entrado em profunda depressão (v. 4). Quarenta dias depois, ainda se
sentia só (vv. 10, 14). A realidade é que não estava só: havia sete mil fiéis ao
Senhor em Israel (v. 18). Davi fugia da perseguição movida pelo rei Saul.
Escreveu na ocasião o Salmo 13 (cf. vv. 1-4). No Salmo 69.1-4, 18:
"Então foi Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmane, e disse aos
discípulos: Sentai-vos aqui, enquanto eu vou ali orar. E levando consigo Pedro e
os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se. Então lhes
disse: A minha alma está triste até a morte; ficai aqui e vigiai comigo." (Mt 26. 36-
38).
Paulo:
"Procura vir ter comigo breve: pois Demas me abandonou, tendo amado o mundo
presente, e foi para Tessalônica, Crescente para a Galácia, Tito para a Dalmácia;
só Lucas está comigo, porque me é muito útil para o ministério. Na minha primeira
defesa ninguém me assistiu, antes todos me desampararam. Que isto não lhes
seja imputado." (2Tm 4.9-11, 16).
Paulo: "Mas o Senhor esteve ao meu lado e me fortaleceu, para que por mim
fosse cumprida a pregação, e a ouvissem todos os gentios; e fiquei livre da boca
do leão. E o Senhor me livrará de toda má obra, e me levará salvo para o seu
reino celestial; a quem seja glória para todo o sempre. Amém" (2Tm 4.17, 18).
Entendamos que a solidão não é o objetivo de Deus para nós: "Disse mais o
Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só" (Gn 2.18a); "Deus faz que o
solitário viva em família; liberta os presos e os faz prosperar; mas os rebeldes
habitam em terra árida" (Sl 68.6; cf. Jo 8.29).
John Donne muito bem o expressou numa sentença que se tornou clássica:
"Nenhum homem é uma ilha, inteiramente de si mesmo; todo homem é um pedaço
do continente, uma parte do mar..."
Primeira etapa: é preciso uma compreensão clara, ativa, positiva de que Deus é
soberano. Ele tem um plano para cada um de nós, e Seu plano é sempre bom.
Podemos contar com Sua providência para afastar de nós a solidão, a dor, a
tristeza, e torna-las em bênção. Assim, reconheça que você nunca está sozinho; a
todos os que conhecem a Cristo, Deus concedeu a Sua presença.
A Josué: "Ninguém te poderá resistir todos os dias da tua vida. Como fui com
Moisés, assim serei contigo; não te deixarei, nem te desampararei." (Js 1.5); aos
cristãos:
Segunda etapa: aceite que nada acontece por acaso aos olhos do cristão. Tudo é
ordenado por Deus que ama e que é soberano. Na verdade, é na solidão que você
tem oportunidade de conhecer melhor a Deus, de ler a Bíblia, de orar, e de
compreender que existe uma companhia que jamais nos deixará.
Quarta etapa: Peça a Deus que ponha na sua vida alguém mais necessitado que
você e que lhe ensine a ministrar a essa pessoa. A solidão só pode ser curada
A resposta final à solidão se encontra numa comunhão íntima, sólida com Deus.
Samuel Rutheford disse com muita felicidade que "Nossas necessidades nos
qualificam melhor para Cristo". Envolva-se no projeto de Jesus Cristo: a expansão
do Seu reino: "Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de
Deus e edifício de Deus." (1Co 3.9). Amém!
Parte 73.
UM PASSO ALÉM ... DAS SOMBRAS
"Ó Senhor, ouve a minha oração, e chegue a ti o meu clamor. O meu coração está
ferido e seco como a erva, pelo que até me esqueço de comer o meu pão. Os
meus dias são como a sombra que declina, e eu, como a erva, me vou secando"
(Sl 102.1,4,11).
Crente em nosso Senhor Jesus Cristo, salvo pelo sangue do Calvário, liberto pela
cruz, contudo vivendo nas sombras espirituais. Vivendo no pó (cf. v. 9), na cinza,
no desamparo, na tristeza, na escuridão. Nem parece que já recebeu a luz de
Cristo Jesus! Há que sair dessa penumbra para a alegria de Cristo, para a alegria
da salvação, da plenitude espiritual. Há que fazer reviver o próprio coração, os
sentimentos espirituais, a consciência; há que caminhar para a claridade, para a
certeza, para os alvos, para o crescimento na expressão de Paulo em Efésios
5.14: "Pelo que diz: Desperta, tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e
Cristo te iluminará".
Tudo começa com a santidade que não é, como muitos pensam, conseqüência,
resultado da vida cristã, mas seu início, porque ser santo quer dizer ser separado
especialmente para Deus, consagrado para o Senhor, reservado para algo
especial (Ex 19.5,6; Lv 20.7,8; 1 Pe 2.9). No Antigo Testamento, Deus usou de
meios altamente dramáticos, gráficos para ensinar ao povo que havia objetos que
só podiam ser tocados pelos sacerdotes, pois eram objetos santos, separados,
especiais. Ainda mais; havia um lugar no tabernáculo e no templo onde nem os
sacerdotes, que eram homens escolhidos, entravam; só o Sumo-sacerdote, e,
mesmo assim, apenas uma vez por ano. Observe, então, que tudo o que pertence
ao âmbito do culto é santo: há objetos santos (reservados para o culto), ocasiões
santas (ocasiões especiais), lugares santos, uma cidade santa, Jerusalém, há um
Numa reunião de oração, um crente orou várias vezes: "Senhor, tira da minha vida
as teias de aranha". Outro irmão, depois de ouvir a insistência, disse: "Senhor,
mata a aranha!" Pois ser santo e santificar-se e nem deixar que a aranha faça
teias na vida.
"E todo o que nele tem esta esperança, purifica-se a si mesmo, assim como ele é
puro" (1Jo 3.3)
A chama da pureza avivada mexe com a ética sexual quando a "nova moralidade"
(que Billy Graham chamou de "a velha imoralidade") aceita como normal as
relações prematrimoniais, extraconjugais e homossexuais.
"Se alguém fala, fale como entregando oráculos de Deus; se alguém ministra,
ministre segundo a força que Deus concede; para que em tudo Deus seja
glorificado por meio de Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o domínio para
todo sempre. Amém"
(1 Pe 4.11)
Este momento pede crentes que sejam fortes em oração. O Espírito Santo é
entristecido quando o irmão deixa de orar; e há crentes que não oram, não
crescem, não recebem bênçãos, vivem em anemia e esgotamento espiritual.
Oração não é um ritual que o crente pratica; é uma atitude, um estilo de vida. A
oração evangélica é dinâmica; é ação, ou, ainda melhor, é interação: Deus e o
crente interagem. A oração reavivada inclui trabalho: quando você canta, está
orando; quando tem comunhão com os outros, está orando; o modo como você
gasta o seu dinheiro é oração, porque reflete o que tem prioridade na sua vida.
Que faz você? Dá o seu tempo ao evangelismo ou ao estádio de futebol? E seu
dinheiro à bilheteria do cinema ou a missões? Que tem o primeiro lugar na sua
vida?
Que é ser cristão? Há quem pense que é realizar alguma coisa por Cristo, mas, na
verdade, é o que Ele, pelo Seu Espírito, faz na sua vida: "Posso todas as coisas
naquele que me fortalece" ( Fp 4.13; 2 Co 5.15 ).
O serviço cristão é o que o Espírito Santo faz por meio do irmão. Ora, o incrédulo,
dominado pelo pecado, faz o que o pecado ordena; diferente é o crente em nosso
Senhor Jesus Cristo que, obediente ao Espírito de Deus, segue os Seus planos.
Compete ao irmão ser operoso, firme, constante, abundante na Causa.
Sucedendo essa obediência entre nós, o Santo Espírito irá energizar as
campanhas, os planos e esforços do povo de Deus. E essa visitação do Espírito
resultará positivo, excelente e bendita. Evangelicamente falando, o senso
reavivado de utilidade é descer o vale depois de se estar no monte da
Transfiguração (cf. Mt 17.1-13). E o erro de Pedro (v.4) foi querer permanecer em
visão beatífica quando havia uma multidão no vale da necessidade humana e
existencial a aguardá-los (vv. 9,14,15).
O segredo de tudo é o binômio: oração e ação, orar e vigiar, meditar e fazer, ser e
agir, querer e efetuar. O segredo é a renovação de aliança com o Senhor, firmar-
se na rocha eterna. Jesus Cristo, e buscar o controle do Espírito, se queremos sair
das sombras da inutilidade, da acomodação, da fraqueza para a glória reservada
aos santos!
Parte 74.
UM PASSO ALÉM ... DO VAZIO ESPIRITUAL
Não é fácil viver com o coração vazio. Na verdade, muita gente que se queixa de
Uma maneira segura de medir o vazio interior é pelo tédio sentido. A pessoa
entediada vive no vácuo; o seu eu é um vácuo, e é lei do universo que o vácuo
tem que ser imediatamente preenchido. Daí o anteriormente dito sobre encher o
coração de dor, desilusão e amargura porque a pessoa humana quer se encher de
pão, mas não da Palavra de Deus. É vazio espiritual pela perda de significado.
Viktor Frankl, criador da Logoterapia, estudou esse assunto no seu O Homem em
Busca de Significado. Dr. Frankl era prisioneiro num campo de concentração
nazista. Homem de ciência, fez do campo seu laboratório. Observou que os
prisioneiros que perdiam o significado de si mesmo e do referencial da vida
perdiam igualmente a vida, diferentemente daqueles que se ocupavam em viver, e
fazer de cada minuto uma oportunidade criativa.
O VAZIO DE DEUS
O ser humano torna-se vazio do divino porque não compreende ser Deus o
"fundamento do ser", a raiz absoluta onde se insere nossa vida e a de tudo o que
existe. O ser humano, porém, é um ser-para-a-esperança. Quando esta
desaparece, é o vazio: é o vazio da segurança, o vazio de Deus. O livro de
Eclesiastes é sobre isso. Seu refrão "Vaidade de vaidades"(1.2; 12.8). Nada mais
é que "tudo é vazio", e seu final é a afirmação de que Deus preenche esse vazio.
Por outro lado, o ser humano é um ser histórico, não apenas físico, emocional ou
religioso. Não é um produto acabado num mundo materializado, secularizado,
coisificado, massificado. Ele se torna o que é através da história do seu
relacionamento com seu ambiente. O filósofo espanhol Ortega Y Gasset o
E nunca se falou tanto de religião quanto hoje. O rádio, a TV, as praças estão
repletos de programas religiosos católicos, evangélicos e outros, e o povo surdo à
mensagem de esperança de Jesus Cristo (cf. Rm 1.21, 22).
C. J. Jung diz ter tratado centenas de pacientes, sendo que, em todos os casos, o
último recurso que ele apontava era a perspectiva religiosa da vida. E nenhum
paciente ficou realmente curado a não ser quando recuperou sua fé. O senso do
santo parece ter desaparecido da sensibilidade moderna, deixando um vazio que
é uma das feridas mais cruéis, o que torna Deus um estranho ao ser humano, e
termina por fazer os homens estranhos entre si.
Na verdade, o que existe é uma imensa crise no mundo; aliás, crises. Crises que
se unem como fios de uma teia de aranha. É a crise de identidade, a crise de
autoridade, a crise de valores, por isso, a "era da ansiedade", como bem o
expressou W. H. Auden. O ser
Um moço disse ao Pastor Billy Graham: "Perdi a minha fé". Ele respondeu: "Não,
PROPOSTA
"Que é o homem, para que te lembres dele? E o filho do homem, para que o
visites? Contudo, pouco abaixo de Deus o fizeste; de glória e de honra o coroaste.
Deste-lhe domínio sobre às obras das tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus
pés; todas as ovelhas e bois, assim como os animais do campo, as aves do céu, e
os peixes do mar, tudo o que passa pelas veredas dos mares." (Sl 8.4-8).
"Criou, pois, Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e
mulher os criou. Então Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos;
enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu
e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra." (Gn 1.27, 28)
"Que aproveitará ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua vida?" (Mt
16.26).
Essa é a enorme pergunta a nós lançada desde os séculos. O mundo está cheio
de profetas da desgraça, do desespero. No entanto, há uma alternativa ao
desespero: é Deus. SØren Kierkegaard, teólogo protestante precursor do moderno
existencialismo cristão, falou que o desespero (experiência existencial) encontra
resposta na confiança radical (o "salto da fé"). É disso que o angustiado precisa.
Outro existencialista cristão, Paul Tillich, diz que em lugar de tomar a estrada do
desespero e falta de sentido (solução do existencialismo ateu), em sua ansiedade,
o ser humano está no ponto em que Deus pode alcançá-lo. Quando aceita sua
limitação e a ansiedade que ela traz, e tem coragem de ser ele mesmo, Deus o
redime. O que quer dizer que os problemas da vida são resolvidos não pela
conformação, mas pela reação e ação.
Parte 74.
"VENDO O INVISÍVEL"
"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas
que não se vêem. Porque por ela os antigos alcançaram bom testemunho". (Hb
11.1,2)
Há quem queira ver em Hebreus 11.1 uma definição da fé. Não temos aqui uma
descrição da fé no sentido teológico rigoroso, mas uma descrição dos seus efeitos
na vida de personagens da história sagrada. Lendo os seus quarenta versículos,
encontramos o que a fé realizou nas suas vidas.
A fé é operativa. Ela traz para o presente as coisas que Deus já preparou para nós
no futuro. Que coisas, então, são essas que nos estão reservadas? Que coisas
são essas que Deus colocou no futuro, mas que para nós se tornam presentes?
Para o que crê, tornam-se presentes as futuras bênçãos da volta de Jesus Cristo;
para o que crê, tornam-se presentes a glorificação final do crente, a sua entrada
no descanso celestial, e outros benefícios da culminação do ato salvador de Cristo
(cf. Hb 9.28). E tudo isso nos ensina que a fé não é uma emoção passageira; tudo
nos ensina que ela é a firme certeza de que as melhores bênçãos dos céus ainda
estão no futuro, apesar de já termos recebido quantas e quantas bênçãos no
presente.
Habacuque, o profeta, repetido pelo apóstolo Paulo, diz que "o justo viverá da fé"
(Hc 2.4; Rm 1.17; Gl 3.11). É esse viver que explica a lista de chamada dos
"heróis da fé", e esclarece um certo número de características do crente de todos
os tempos, da época patriarcal até hoje, da crente da Igreja Primitiva ao do século
20. São essas características que serão destacadas. São coisas impossíveis, e a
primeira característica daquele que crê é:
"Pela fé Moisés, sendo já homem, recusou ser chamado filho da filha de Faraó,
Aí está a primeira capacidade de quem tem fé: ver o invisível! Que figura
extraordinária a de Moisés, e que notável característica foi a sua intimidade com
Deus! No livro do Êxodo, e no seu capítulo 33.9-11 encontramos: "Quando Moisés
entrava na tenda tenda, ... todo o povo, levantando-se, se inclinava cada um à
porta da sua tenda... Falava o Senhor a Moisés face a face, como qualquer fala
com o seu amigo". De onde tiramos a profunda lição que quando realizamos uma
tarefa diretamente na presença de Deus nada, absolutamente nada pode nos
derrotar!
Estou falando de visão espiritual! E nessa visão é que lemos Hebreus 11.27:
Moisés "deixou o Egito, não temendo a ira do rei; porque ficou firme, como quem
vê aquele que é invisível". E ele seguiu para onde Deus o mandou.
Ver o invisível é ver a Deus em glória e santidade. A Bíblia fala sobre isso, e como
Deus foi visto em glória e santidade pelo profeta Isaías, e isso aconteceu antes da
sua chamada para porta-voz do Senhor. A Bíblia diz "No ano em que morreu o rei
Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as orlas do seu
manto enchiam o templo" (Is 6.1). Ele viu a Deus naquela majestosa visão quando
no templo. Sem dúvida, ele viu a glória de Deus! Kavod, a glória de Deus, a honra
de Deus, a santidade de Deus! Sim, é nessa visão que podemos ver também.
Nosso Deus tem o governo da História em Suas mãos, e foi desta maneira que de
uma família fez uma nação, e de uma nação retirou Aquele que profetas da Antiga
Aliança salientaram como sendo o Messias prometido. Por isso, o povo de Deus
celebra o Seu Nome! Porque olhamos o Invisível!
Ver o invisível é difícil para quem não fala a linguagem da fé. Ver o invisível é ver
a Sua graça, que é sempre o melhor para nós, razão porque é preciso a ela
responder, atender ao evangelho, que é religião do coração, e, por esse motivo,
atinge no íntimo o ser humano. Não importa se é alguém de cultura urbana ou um
silvícola que mora numa taba; por baixo dessa pele, no fundo da alma é o mesmo
ser humano a quem o Espírito Santo fala, e que precisa dar-lhe respostas.
Aquilo que nimguém mais pode ouvir, o que crê ouve. Aliás, há quem seja incapaz
de ouvir a voz do Senhor por rebeldia, talvez, por presunção, quem sabe. A
Escritura fala sobre isso. Vamos ao profeta Jeremias: "A quem falarei e
testemunharei, para que ouçam? Eis que os seus ouvidos estão incircuncisos, e
Outro profeta, Zacarias, diz: "Eles, porém, não quiseram escutar, e me deram o
ombro rebelde, e taparam os ouvidos, para que não ouvissem"(Zc 7.11). É isso o
que tem acontecido: as pessoas têm preferido ser surdas à voz do Senhor, e, no
entanto, há bem-aventuranças para o que houve a palavra do Senhor, pois que
"ouvir" e "obedecer", no Antigo Testamento, é a mesma coisa: Feliz é aquele que
ouve, aquele que obedece! Ouvir é, então, imperativo para a vida espiritual forte e
que dê frutos. Há que identificar-se no ouvir o inaudível o senso de chamada que
deve orientar o fiel. E na lista dos heróis da fé encontramos outra extraordinária
figura: Noé.
A Bíblia diz, em Hebreus 11.7 que "Pela fé Noé, divinamente avisado das coisas
que ainda não se viam, sendo temente a Deus, preparou uma arca para o
salvamento da sua família; e por esta fé condenou o mundo, e tornou-se herdeiro
da justiça que é segundo a fé". Toda a sua vida foi um preparo constante e
concentrado para o que Deus lhe havia dito que aconteceria. Noé atendeu à
advertência divina, e por isso se salvou. Essa mesma advertência que nos vem de
várias maneiras:
Deus pode nos falar pela consciência; Ele toca a consciência cauterizada, aquela
consciência que, como diz Zacarias, dá "o ombro rebelde" (7.11), dá as costas,
não quer ouvir a Deus, mas Ele toca!
Ele pode falar de um modo direto a nossas vidas;
Ele pode falar pelo conselho e exortação;
pela Bíblia, alguém abre a Escritura, lê, aprende e obedece.
há quem ouça o Senhor através de um sermão;
ou, talvez, pela dor; o povo tem um provérbio que diz que "quem não vem pelo
amor vem pela dor". Inúmeras vezes o Senhor tem tocado o Seu dedo na vida de
pessoas que precisam deixar a rebeldia, o pecado para se voltar para a santidade
e para Sua glória.
É daí que Jesus adverte com essas palavras: "Bem-aventurados os vossos olhos,
porque vêem, e os vossos ouvidos porque ouvem" (Mt 13.16).
"Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, saindo para um lugar que havia de
receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia. Pela fé peregrinou na terra
da promessa, como em terra alheia, habitando em tendas com Isaque e Jacó,
herdeiros com ele da mesma promessa; Pela fé até a própria Sara recebeu a
virtude de conceber um filho, mesmo fora da idade, porquanto teve por fiel aquele
que lho havia prometido. Pelo que também de um, e esse já amortecido,
descenderam tantos, em multidão, como as estrelas do céu, e como a areia
inumerável que está na praia do mar." (vv 8,9,11,12)
E ainda:
Sim, somos chamados para o discipulado que é uma caminhada espiritual, uma
aventura espiritual.
"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e aprova das coisa
que não se vêem. Porque por ela os antigos alcançaram bom testemunho" (Hb
11.1,1)
Mas temos, também, outra capacidade espiritual como crentes em Jesus Cristo. É
a
Voltemos à figura de nosso pai na fé, Abraão, porque a Bíblia diz que "Pela fé
Abraão, sendo provado, ofereceu Isaque; sim, ia oferecendo o seu unigênito
aquele que recebera as promessas, e aquém se havia dito: Em Isaque será
chamada a tua descendência, julgando que Deus era poderoso para até dos
mortos o ressuscitar; e daí também em figura o recobrou."(Hb 11.17-19, cf. Gn
22.1ss). O relato nos ensina que por lealdade a Deus, devemos estar dispostos a
sacrificar o que nos seja mais caro! Foi o que aconteceu com Abraão. O que era
mais querido em sua vida era o filho da promessa, o que fez Sara rir, Itzhak
("Aquele-que-provoca-riso"), um amor maior que é o amor de Deus. E recobrou o
seu filho...
Sim, amados, vezes tantas temos que deixar o conforto, posições ou relações
pessoais. Albert Schweitzer era médico, pastor, professor universitário na
Alemanha, no entanto, tudo isso abandonou, no começo deste século, e foi para
um lugarzinho chamado Lamberene, no meio da África francesa, onde nada havia,
para montar um hospital e atender as tribos daquela região. E seu primeiro
ambulatório foi construído num galinheiro abandonado?!
Abraão é o modelo da pessoa que aceita o que não pode entender. Depois que
abandonou os seus parentes e foi para aquela terra desconhecida, teve que
aceitar que seria pai de uma criança apesar da idade. E, finalmente, teve que
sacrificar o filho com cerca de doze anos, o filho da fé, o filho da promessa.
Mesmo percebendo que a eliminação de Isaque seria a negação das promessas,
ele o levou a Moriá. Um dos grandes pregadores da Igreja Antiga chamado
Crisóstomo disse "as coisas de Deus pareciam lutar contra as coisas de Deus, a
Ao lado disso, a experiência dos servos do Senhor tem sido como esta "Bênção
de Moisés" aos filhos de Israel: "De Benjamim disse: O amado do Senhor habitará
seguro junto a ele; e o Senhor o cercará o dia todo, e ele habitará entre os seus
ombros" (Dt 33.12). Que é "habitar entre os ombros" senão habitar no próprio
coração do Senhor? Que Deus nos abençoe!
Parte 74.
VIDA CRISTÃ: QUAL SERIA A ATITUDE DE JESUS?
Como disse no início, a Bíblia não faz um registro detalhado de todos os pecados,
até porque novas formas de pecar surgem a cada dia. Em Romanos 13.8,9 e 13, 1
Coríntios 6.10, Gálatas 5.19-21 e Apocalipse 21.8 temos a descrição de alguns
pecados. Assim como os olhos do homem nunca se fartam, os pecadores
continuam criando novas formas de contrariar a vontade de Deus. Sem
É pecado tentar subornar um guarda de trânsito para que não emita uma multa,
ainda que estejamos com razão? Jesus agiria dessa forma ou se conformaria com
a decisão do guarda, revestido de autoridade, para depois apresentar recurso a
quem de direito?
É pecado emitir notas fiscais frias ou de valor inferior ao preço ajustado, para
sonegar impostos, com a desculpa de que ninguém mais suporta a carga
tributária? Jesus daria razão aos sonegadores?
Não faz bem aos crentes jogar um carteado para passar o tempo, por lazer, sem
apostas em dinheiro? Jesus andaria sempre com um baralho novo no bolso,
ansioso para chegar a hora de dar uma relaxada com Tiago, João e Pedro, num
carteado leve, porque afinal ninguém é de ferro?
Podem os crentes contrair matrimônio com pessoas que não sejam da mesma fé?
Jesus não se importaria se alguns de seus discípulos se casassem com filhas de
fariseus ou de escribas, aos quais chamou de sepulcros caiados? Ou Jesus
aconselharia a não associação com as trevas?
Por não haver específica recomendação bíblica, o crente pode participar da Festa
das Bruxas, evento que acontece a cada ano? Jesus e seus apóstolos se
vestiriam de preto e vermelho e cairiam na gandaia?
“E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do
vosso entendimento” (Rm 12.2).
“Toda pessoa esteja sujeita às autoridades superiores, pois não há autoridade que
não venha de Deus. As autoridades que há foram ordenadas por Deus; quem
resiste à autoridade resiste à ordenação de Deus” (Rm 13.1-2).
“Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a
justiça com a injustiça: E que comunhão tem a luz com as trevas?” (2 Co 6.14).
“Pelo que não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor. E
não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito”
(Ef 5.17-18).
“Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as
astutas ciladas do diabo” (Ef 6.11).
“E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma,
e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso
Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 5.23).
“Tendo, porém, sustento e com que nos vestir, estamos contentes, mas os que
querem ficar ricos caem em tentação e em laço, e em muitas concupiscências
loucas e nocivas, as quais submergem os homens na ruína e perdição” (1 Tm 6.8-
“Qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus” (Tg 4.4b;
cf Mt 6.24).
“Mas como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a
vossa maneira de viver, porquanto escrito está: Sede santos, porque eu sou
santo” (1 Pe 1.15-16).
“Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor
do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne,
a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo” (1
Jo 2.15-16).
“Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de
coração, e encontrareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave,
e o meu fardo é leve” (Mt 11.29-30).
Parte 74.
VIVER A VONTADE DE DEUS
Texto: Rm. 12:2, 1 Ts. 5:17-19, 4:3ss., 1 Pd. 2:15
:Introdução
Uma das frases mais comuns entre crentes e descrentes também é "se Deus
quiser". Mas esta frase apresenta um problema: como saber se Deus realmente
quer?
Todos nós temos preocupações com a "vontade de Deus". Parece-me que nos
últimos anos esta preocupação tem aumentado cada vez mais, talvez pelo fato de
que vivemos numa das épocas mais complicadas na história do mundo. É uma
preocupação muito natural, e até sadia.
Namoro
Vestibular
Carreira
Moradia
Ministério
Quando estudar
Onde estudar
Compras
Ef. 5:17-21
Rm. 12:1,2
:Ilustração:
Dani foi um rapaz que sabia o que é viver bem. Um jovem simpático, forte, bonito,
ele era de uma família nobre, de bastante influência na terra. Foi educado nas
melhores escolas particulares, e estava se preprando para prestar vestibular em
medicina quando seu mundo desmoronou.
Sua terra foi invadido por um povo inimigo. Depois de dias e semanas de guerra,
fuga, noites sem dormir, terror de dia e de noite, o pior aconteceu. A sua cidade
caiu. Ele nunca podia esquecer dos gritos de mulheres sendo separadas de seus
maridos e crianças, da morte de pais perante os olhos dos seus filhos, da fuga
desesperada de milhares de pessoas tentando escapar da destruição.
Naquela hora, todo o dinheiro da sua família não valia nada. Dani assistiu
enquanto o inimigo saqueou sua casa, estrupou a sua mãe, matou seu pai, e
levou o melhor da casa embora. E como um jovem forte de 17 anos, "o melhor"
incluia ele mesmo. Dani foi levado como prisioneiro de guerra.
Foi então que sua sorte mudou. Por ser um jovem forte, bonito, capaz, Dani foi um
dos poucos escolhido para ser treinado para uma posição oficial no governo do
país inimigo. Mas primeiro, teria que passar por uma série de provas, depois de 3
anos prestando "vestibular". Havia somente um problema: Dani teria que se tornar
um do inimigo, conformando-se em tudo com eles. Envolvia uma mudança de
língua, de roupa, e de costumes. Em termos gerais, isso não apresentava nenhum
problema. Mas logo ele descobriu que também implicava numa outra mudança--da
sua fé. Ele teria que largar alguns princípios da sua religião para ser aceito e
ganhar a sua posição no governo. Isso ele recusava fazer. E todos pensaram que
ele era louco. Os outros cativos tentaram persuadi-lo. O homem responsável por
ele fez de tudo para ele mudar de idéia. Mas Dani não voltou para trás. Chegou ao
ponto que arriscava sua própria vida por não "dar um jeitinho" na sua fé. Ele ficou
praticamente sozinho, e jogou fora da janela a sua última esperança . . . tudo
porque ele recusava se conformar com atitudes e expectativas que violavam sua
fé resoluta . . .
Moral:
Sabendo a vontade de Deus para sua vida, Daniel resistia a tentação de "dar um
jeito" e ser conformado ao padrões do mundo. O pré-requisito para saber a
vontade de Deus para sua vida é não adotar os padrões do mundo, mas sim, de
Deus, e ser transformado em seu pensamento pela Palavra de Deus!
O que eu não entendo é como em nossos dias temos feito desta busca pela
vontade de Deus um exercício em misticismo! Nosso conceito de Deus e da Sua
vontade está totalmente errado! Imaginamos que Ele é aquele "velho mal-
humorado no céu" que não tem maior prazer do que esconder dos seus as
informações tão necessárias para seu bem-estar. Achamos que somente com
muito suor e grandes lutas que vamos descobrir o plano que Ele tem para nossas
vidas. Ou talvéz pensemos que descobrimos aquela vontade através de
revelações especiais, profecias, visões, sonhos.
Mas estamos nos enganando! Deus é um Deus de graça e misericórdia, que não
deixa seus filhos perdidos num labirinto de vida como ratinhos vendados! Gostaria
de afirmar que 99% da vontade de Deus para minha vida já foi revelada! Está
debaixo do meu nariz!
66 livros
1189 capítulos
31.173 versículos
todos inspirados por Deus, para nós sabermos como conduzir as nossas vidas no
temor do Senhor! Esta é a razão de existir da Bíblia! Contém a vontade de Deus!
Deus está interessado nos mínimos detalhes da sua vida! Quer revelar a Sua
vontade para você!
Mas está na moda em nossos dias uma preocupação demasiada por novas
revelações, por sonhos, profecias, revelações. Mas depois de 2000 anos ainda
não compreendemos toda a vontade já revelada!
Tese: Gostaria de sugerir que devemos nos preocupar muito mais com o 99% da
vontade de Deus que já foi revelada, e vamos descobrir que aquele outro 1% que
nos aflige tanto Deus tomará conta.
É absurdo pensar que podemos ignorar o que Deus já revelou, e imaginar que Ele
vai nos dar informação particular, especial. Por quê Deus faria tal coisa!
A vontade de Deus para sua vida não é mística, obscura, difícil de achar. Começa
seguindo os padrões que Deus já estipulou na Sua Palavra!
Idéia:
A vontade de Deus se conhece quando a Palavra de Deus se obedece.
Transição Inicial: Embora poderíamos alistar "x" textos da Palavra que contêm a
vontade de Deus para nossas vidas, gostaria de destacar três textos principais
que falam expressamente qual a vontade de Deus para nossas vidas. No mínimo
devemos prestar bastante atenção a estes textos, se realmente estamos
preocupados com a vontade de Deus para nossas vidas. São três expressões
claras da vontade de Deus para sua vida e minha vida.
A. Explicação: O que estes três versículos têm em comum? Porque são colocados
juntos como sendo a vontade de Deus para as nossas vidas? Creio que os três
representam um conjunto de atitudes que refletem uma vida de constante
comunhão com Deus. Refletem uma vida de contentamento, satisfação, alegria,
apesar das circunstâncias!
"regozijai-vos sempre" mesmo em sofrimento, grato porque Deus tem tudo sobre
controle. Esta é a vontade de Deus! Uma decisão de manter comunhão com Deus
como a coisa mais importante na minha vida. Ninguém pode roubar. Por isso, fico
alegre, seguro, contente.
"em tudo dai graças" atitude que é um privilégio ser vivo, um filho de Deus, não
merecedor de nada mas receptor de todas a bençãos celestais em Cristo Jesus.
Uma filosofia de vida, uma estrategia de comunhão com Deus constante.
B. Ilustração: Na moda (EUA): ter uma "atitude". Rebeldia, filhos contra seus pais,
jovens contra adultos (parece os anos 60) . . . atitude de ingratidão, insatisfação,
descontentamento, murmuração.
Ilust: Gastar semanas e horas procurando aquele presente de Natal . . . só para a
criança reclamar que não é a cor que ele queria . . . Revela sérios problemas de
relacionamento, obstáculos, além da má educação. É assim em termos do nosso
C. Aplicação: As pressões do mundo são muitas! Satanás não quer que sigamos
este modelo! A mentira de Satanás: Deus nos deve! Riqueza, saúde,
prosperidade, e não vou ficar contente, alegre até receber tudo que mereço! Mas a
vontade de Deus é que mantenhamos comunhão com Ele apesar das
circunstâncias, que reconheçamos o quanto Ele já nos presenteou!
ler a Bíblia
fazer uma oração
assistir os cultos da igreja
Mas gostaria de sugerir que estes versículo vão muito além destas "atividades",
que muitas vezes acabam sendo pesadas em nossas vidas. Um relacionamento
com Deus não deve ser um jugo, um peso, uma atividade, um ítem em nossa
agenda espiritual, mais um "afazer" para os nossos dias tão corridos. A ênfase
deste aspecto da vontade de Deus para nos não é tanto uma atividade quanto
uma amizade. Não é tanto uma disciplina quanto uma dependência. Não é tanto
uma agenda quanto uma atitude! Não é tanto uma estratégia devocional quanto
uma filosofia de vida!
Parafrasear:
A. Explicação:
B. Ilustração:
"É tolo aquele que dá o que deve guardar, para ganhar o que certamente vai
perder"
C. Aplicação:
(As pressões do mundo para nos conformar...)
Parafrasear:
A. Explicação:
Jugo desigual
dízimo/oferta
instruir os filhos na fé
evangelizar
edificar os santos
servir a outros
E aquele 1% desconhecido da vontade de Deus em nossas vidas? A graça de
Deus é muito maior que as nossas fraquezas! Ele nos ama, e mesmo que erremos
muito, ainda nos guia como suas ovelhas perdidas. Às vezes demoramos para
chegar ao nosso destino, pois bobiamos muito. Mas eventualmente chegamos lá.
O que quero afirmar é que devemos nos preocupar muito mais com aquela
vontade que já foi revelada na Palavra de Deus, e deixar que Deus cuide da outra
parte. Ele é um Bom Pastor, e quer o melhor para suas ovelhas.
Recapitulação:
1) viver em constante comunhão com Ele
2) abster da imoralidade em todas as suas formas
Não garanto que, se você andar de acordo com estes três princípios você vai
sempre saber qual a vontade de Deus para o sapato que você deve usar para
aquele dia. Mas creio que estará muito mais perto do que se não.
"Ora, o Deus da paz, que tornou a trazer dentre os mortos a Jesus, nosso Senhor,
o grande Pastor das ovelhas, pelo sangue da eterna aliança, vos aperfeiçoe em
todo bem, para cumprirdes a sua vontade, operando em vós o que é agradável
diante dele, por Jesus Cristo, a quem seja a glória para todo o sempre. Amém."
Parte 75.
Casamento Misto: Considerações gerais
Por esta razão, há várias exortações na Bíblia contra o casamento misto, como
Êxodo 34.16; Deuteronômio 7.3,4; Js 23.12,13; 1Rs 11.1-8; Ed 9.1-3; Ne 13.23-27;
1Co 7.39, etc.
A lei mosaica não permitia aos israelitas casar-se com mulheres estrangeiras
porque elas adoravam outros deuses. Duas louváveis exceções foram Rute e
Raabe, porque se dispuseram a renunciar a sua pátria com seus costumes e
crenças para servirem o Deus vivo e verdadeiro (cf. Rt 1.15,16; Hb 11.31).
Parte 75.
A Oração do Pai Nosso: Considerações Gerais
Segundo Mateus, Jesus ensinou a Oração do Pai Nosso como um modelo a ser
copiado (“Portanto, vós orareis assim...”); de acordo com Lucas, uma forma para
ser usada (“Quando orardes, dizei...”). Assim, podemos utilizar a Oração do
Senhor como ela é, e também como modelo para as nossas próprias orações.
“Tudo o que é necessário para a alma e para o corpo, nosso Senhor Jesus Cristo
incluiu na oração que ele mesmo nos ensinou”, declararam Zacarias Ursino e
Gaspar Oleviano no Catecismo de Heidelberg.
A Oração Dominical é o modelo perfeito para as nossas orações por duas razões
principais: 1º) Foi dada aos discípulos ( e por extensão a todos os filhos de Deus)
pelo próprio Deus. O que a distinguia, sobremaneira, da oração hipócrita e
mecânica dos fariseus e pagãos, respectivamente (Mt 6.5-7). “A economia de
palavras, a maneira de sumariar aquilo que realmente importa, reduzindo tudo a
algumas poucas sentenças, é algo que verdadeiramente proclama o fato que
quem ensinou essa oração não foi outro senão o próprio Filho de Deus” (D. M.
Lloyd-Jones). Enfim, é uma oração celestial que jamais foi ensinada por homem
algum (Lc 11.1). 2º) Nela encontramos os princípios fundamentais para todas as
outras orações. Ou se preferir, essa oração é uma espécie de esboço no qual
todas as outras orações devem seguir a estrutura estabelecida, isto é, sendo curta
ou longa toda oração deve conter os mesmos princípios centrais da Oração do Pai
Nosso. Na Oração Dominical “encontramos uma perfeita sinopse das instruções
de nosso Senhor sobre como se deve orar e sobre o que se deve orar” (Jones).
Como vimos, a Oração do Pai Nosso é o padrão por excelência para todas as
nossas orações. Contudo, nada impede que ela seja repetida com freqüência,
desde que sejamos cuidadosos em fazê-la com entendimento e coração, para que
não se torne uma oração meramente formal e friamente mecânica; pecados que o
Senhor Jesus tanto condenou. Sendo assim, amados, não somente a Oração
Dominical, mas todas as nossas orações sejam verdadeiras expressões de
glorificação a Deus e de nossas necessidades.
Parte 76.
A pedagogia do sofrimento
- Quando Deus trabalha em nós -
O sofrimento é uma verdade tanto para o mal quanto para o bem. Satanás usa o
sofrimento para destruir sem dó e sem piedade; Deus se utiliza do sofrimento para
construir em nós uma nova criatura em amor.
Você já parou para pensar que às vezes sofrerá para não cometer algum pecado
grave? Deus nos ama e quer o nosso bem. O salmista, compreendendo a
Significa que o processo pelo qual ele demonstrou obediência cada vez mais
profunda foi o sofrimento” (John Piper). “É digno de nota o fato de que, sempre
que o exemplo de Cristo nos é apresentado nas Escrituras para nossa imitação, é
seu exemplo no sofrimento que é citado” (W. Fitch). Contudo, muitos cristãos de
hoje parecem sofrer mais do que deveriam porque não querem aceitar o papel que
o sofrimento desempenha em suas vidas, ou na vida de seus amigos e entes
queridos.
O apóstolo Paulo é outro exemplo de como o sofrimento pode ser uma bênção.
Paulo escreveu sua segunda carta aos coríntios como um homem rejeitado pelas
pessoas que ele mais amava. Nela ele derrama seu coração em meio a sérios
ataques contra seu caráter e ministério. Seu apostolado foi posto em dúvida por
seus inimigos. Sua integridade e lealdade, suas habilidades em liderar e seu amor
pelos coríntios foram da mesma maneira questionados. Essa foi provavelmente a
maior tempestade de oposição que o apóstolo enfrentou em sua vida. No capítulo
11 da mesma epístola, Paulo faz uma lista das muitas dificuldades e situações
ameaçadoras pelas quais ele passara por amor ao evangelho. Incluídas em sua
lista estão grandes aflições físicas, aprisionamentos, espancamentos,
apedrejamentos, naufrágios, rios perigosos, assaltantes, perseguição de judeus e
gentios, noites mal dormidas, frio e calor, fome e sede, além da preocupação
diária com todas as igrejas.
Paulo era um homem extremamente humilde. Portanto, é com relutância que ele
relata as visões e revelações do Senhor no capítulo 12 como uma das
reivindicações do seu apostolado. Apesar de humilde, mesmo para um homem
como Paulo não seria difícil se ensoberbecer diante de tão gloriosa revelação. A
fim de que se evitasse tamanho pecado, diz ele: ''foi-me posto um espinho na
carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte''
(2Co 12.7).
Assim, a grandeza das revelações que Paulo teve não teria sentido para a vida
dele se a soberba tomasse conta de seu coração. Por isso, ao invés de gloriar-se
com a grandeza daquelas revelações, Paulo passa a gloriar-se na experiência
oposta, que revelava suas fraquezas e total dependência da graça suficiente de
Jesus Cristo (2Co 12.9,10). Como Paulo, Deus muitas vezes nos humilhará
através do sofrimento para não cometermos o pecado da soberba, ou qualquer
outro tipo de pecado que possa nos levar ao prejuízo espiritual.
Parte 76.
(1) A palavra grega oinos era usada pelos autores seculares e religiosos, antes da
era cristã e nos tempos da igreja primitiva, em referência ao suco fresco de uva
(ver Aristóteles, Metereologica, 387.b.9-13). (a) Anacreontes (c. de 500 a.C.)
escreve: “Esprema a uva, deixe sair o vinho [oinos]” (Ode 5). (b) Nicandro (século
II a.C.) escreve a respeito de espremer uvas e chama de oinos o suco daí
produzido (Georgica, fragmento 86). (c) Papias (60-130 d.C.), um dos pais da
igreja primitiva, menciona que quando as uvas são espremidas produzem “jarros
de vinho” [oinos] (citado por Ireneu, Contra as Heresias, 5.33.3-4). (d) Uma carta
em grego escrita em papiro (P.Oxy, 729; 137 d.C.), fala de “vinho [oinos] fresco,
do tanque de espremer” (ver Moulton e Milligan, The Vocabulary of the Greek
Testament, p. 10). (e) Ateneu (200 d.C.) fala de um vinho [oinos] doce, que “não
deixa pesada a cabeça” (Ateneu, Banquete, 1.54). Noutro lugar, escreve a
respeito de um homem que colhia uvas “acima e abaixo, pegando vinho [oinos] no
campo” (1.54). Para considerações mais pormenorizadas sobre o uso de oinos
pelos escritores antigos, ver Robert P. Teachout: “O emprego da Palavra Vinho no
Antigo Testamento”. (Dissertação de Th.D. no Seminário Teológico de Dallas,
1979).
(2) Os eruditos judeus que traduziram o AT do hebraico para o grego cerca de 200
a.C. empregaram a palavra oinos para traduzir várias palavras hebraicas que
significam vinho. Noutras palavras, os escritores do NT entendiam que oinos pode
referir-se ao suco de uva, com ou sem fermentação.
Jesus usou uma bebida fermentada ou não fermentada de uvas, ao instituir a Ceia
do Senhor (Mt 26.26-29; Mc 14.22-25; Lc 22.17-20; 1 Co 11.23-26)? Os dados
abaixo levam à conclusão de que Jesus e seus discípulos beberam no dito ato
suco de uva não fermentado.
(1) Nem Lucas nem qualquer outro escritor bíblico emprega a palavra “vinho” (gr.
oinos) no tocante à Ceia do Senhor. Os escritores dos três primeiros Evangelhos
empregam a expressão “FRUTO DA VIDE” (Mt 26.29; Mc 14.25, Lc 22.18). O
vinho não fermentado é o único “fruto da vide” verdadeiramente natural, contendo
aproximadamente 20% de açúcar e nenhum álcool. A fermentação destrói boa
parte do açúcar e altera aquilo que a videira produz. O vinho fermentado não é
produzido pela videira [não é “fruto da vide”].
(2) Jesus instituiu a Ceia do Senhor quando Ele e seus discípulos estavam
celebrando a Páscoa. A lei da Páscoa em Ex 12.14-20 proibia, durante a semana
daquele evento, a presença de seor (Ex 12.15), palavra hebraica para fermento ou
qualquer agente fermentador. Seor, no mundo antigo, era frequentemente obtido
da espuma espessa da superfície do vinho quando em fermentação. Além disso,
(4) Certos documentos judaicos afirmam que o uso do vinho não fermentado na
Páscoa era comum nos tempos do NT. Por exemplo: “Segundo os Evangelhos
Sinóticos, parece que no entardecer da quinta-feira da última semana de vida
aqui, Jesus entrou com seus discípulos em Jerusalém, para com eles comer a
Páscoa na cidade santa; neste caso, o pão e o vinho do culto de Santa Ceia
instituído naquela ocasião por Ele, como memorial, seria o pão asmo e o vinho
não fermentado do culto Seder (ver “Jesus”, The Jewish Encyclopaedia, edição de
1904, V.165).
(5) No AT, bebidas fermentadas nunca deviam ser usadas na casa de Deus, e um
sacerdote não podia chegar-se a Deus em adoração se tomasse bebida
embriagante (Lv 10.9). Jesus Cristo foi o Sumo Sacerdote de Deus do novo
concerto, e chegou-se a Deus em favor do seu povo (Hb 3.1; 5.1-10).
(7) Paulo determinou que os coríntios tirassem dentre eles o fermento espiritual,
i.e., o agente fermentador “da maldade e da malícia”, porque Cristo é a nossa
Páscoa (1 Co 5.6-8). Seria contraditório usar na Ceia do Senhor um símbolo da
maldade, i.e., algo contendo levedura ou fermento, se considerarmos os objetivos
dessa ordenança do Senhor, bem como as exigências bíblicas para dela
participarmos (Fonte: Bíblia de Estudo Pentecostal, p.1517-19).
Parte 76.
As faces do tempo
O tempo pode ser definido como “1. A sucessão dos anos, dias, horas, etc., que
envolve a noção de presente, passado e futuro. 2. Momento ou ocasião
apropriada para que uma coisa se realize. 3. Época, estação” (Aurélio).
O tempo cura
O tempo ensina
“O tempo é o melhor mestre”, disse Johannes Peter Schimitt. O tempo nos ensina
a crescer e nele aprendemos com nossos erros e acertos. O tempo nos torna
maduros e experientes. Além disso, o tempo mostra que vale a pena prosseguir
adiante apesar dos percalços da vida. Ele indica que quando uma porta se fecha
muitas outras se abrem. São as oportunidades que surgem como bálsamo da
alma. Nada nos acontece por acaso. As lições do tempo são para uma vida
melhor e feliz. O tempo é um instrumento de Deus para o aperfeiçoamento e
progresso da nossa vida enquanto ainda estamos neste mundo.
O tempo não erra e nem comete injustiça. Cedo ou tarde a verdade aparece, pois
não há nada encoberto que não seja revelado (cf. Lc 12.2). O que fizemos ou
recebemos de certo ou errado um dia será recompensado ou condenado. O tempo
é justo. James Balmes disse corretamente que o tempo é o grande juiz de todas
as opiniões. E isso não é tudo: Às vezes não entendemos porque certas coisas
nos acontecem, e porque de repente tudo parece virar de ponta cabeça. Mas um
dia vamos ter a resposta. Por isso, para quem se sente injustiçado e prejudicado
por alguém, tirar desforra de ofensa não é a melhor saída. É preciso ser paciente,
confiar e descansar em Deus, pois ele é o Senhor do tempo e da justiça.
“O tempo é a moeda de sua vida. Tenha cuidado para não deixar que os outros a
gastem por você” (Carl Sandburg). “O tempo realmente vale ouro. Matar o tempo é
um crime” (Monteiro Lobato). “O tempo passa rapidamente. Não podemos
economizá-lo nem comprá-lo. Resta-nos utilizá-lo de uma maneira saudável
enquanto ele transcorre” (Paul E. Holdcraft). Uma das coisas mais desperdiçadas
na vida é o tempo. O tempo exige disciplina a fim de ser bem administrado. “Os
homens eminentes nunca se queixaram de falta de tempo. Alexandre, o Grande, e
João Wesley realizaram todas as suas gigantescas obras nas comuns 24 horas de
cada dia” (Fred Smith). Tanto o jovem quanto o idoso precisam utilizar o tempo
com inteligência e sabedoria. Assim orou Moisés: “Ensina-nos a contar os nossos
dias, para que alcancemos coração sábio” (Sl 90.12). Não desperdice seu tempo.
“A própria eternidade não poderia recobrar os minutos já perdidos” (Johann
Schiller). “Se amais a vida, não desperdiceis o tempo, que é a teia da existência. A
preguiça tudo dificulta; o trabalho tudo facilita” (Benjamin Franklin).
Parte 77.
O resgate da verdadeira Missão da Fé Cristã
Responsabilidades da fé cristã para com as questões ecológicas dos dias atuais
Sem dúvida este é um tema bastante pertinente, tendo em vista a situação atual
pela qual a fé cristã tem passado no tocante à falta de clareza quanto à essência
de sua missão enquanto porta voz do Reino de Deus, pois a fé cristã, refletida e
posta em prática pela Igreja de Jesus – (I Pd 1:9), tem como incumbência agir em
prol da mudança da sociedade. Ademais, é importante denunciar a insistência da
fé cristã em pensar de forma platônica, ou seja, tendo em mente “apenas” as
questões metafísicas e abstratas. Ao contrário, a fé realmente cristã se manifesta
para a sociedade revelando o Reino de Deus o qual se caracteriza pela
“concretude” de suas propostas. Ela – a fé cristã - não consegue se fechar em seu
gueto “religioso”, mas, vai até onde existe o caos e propõe mudanças reais e
práticas.
Para que se entenda corretamente o que será tratado neste texto faz-se mister de
ante mão definir o termo Ecologia. A etimologia da palavra é: ecos - casa e logos -
estudo; ou seja, é a análise ou o estudo das relações e inter-relações entre toda a
criação no Universo.
Segundo o IBGE hoje quase 80% da população brasileira vive nas cidades e, este
número tende a crescer ainda mais. A Urbanização é uma das principais causas
da pobreza, prostituição, violência e desigualdade social. E, por fim, um quarto e
último fator que tem causado a destruição do “habitat do homem” é a negligência
por parte da Igreja de Jesus a qual tem se eximido de sua voz profética e do seu
papel de embaixadora de Deus no mundo. Então, em suma, as questões
ecológicas dos dias atuais para as quais a fé cristã deve voltar a sua atenção,
seriam: I – A degradação da natureza e o desequilíbrio da mesma; II – A pobreza
e a injustiça social e III – As doenças, catástrofes (tsunamis, terremotos etc.) e
desgraças as quais têm atingido o homem.
Então, se vendo como a forma pela qual a Igreja atua, a fé cristã compreenderá
que, o mundo não depende dos Governos humanos necessariamente (por mais
que o Estado seja uma criação de Deus sendo, portanto, Seu servo) para ser
transformado, e sim, da Igreja de Jesus, pois como disse Bonhoeffer, a Igreja tem
uma mensagem (fé cristã) que ultrapassa e transcende qualquer poder humano.
Portanto, a verdadeira essência da Missão da fé cristã é a de propor mudanças e
engajar-se na execução de suas propostas.
A leitura crítica exige que se reflita, por exemplo, sobre como os jornais
apresentam informações, possivelmente demonstrando tendenciosidade e
favorecendo certas posições.
A lógica nos permite organizar nossas idéias e ver com maior clareza se podemos
chegar às conclusões às quais acreditamos poder chegar, a partir de nossas
idéias. O pensador crítico exige a coerência que a lógica fornece mas reconhece
seus limites. Para pensar criticamente, é necessário ser perspicaz, enxergar além
da superfície, questionar onde não há perguntas já formuladas e ver facetas que
outros não estão considerando. Pressupostos semânticos são idéias não
expressas explicitamente mas, de alguma forma, contidas no próprio significado
das palavras. Idéias subentendidas de comunicações referem-se àquelas não
faladas explicitamente que, por uma questão de costumes sobre o uso linguagem,
fazem parte íntegra das afirmativas em questão. Premissas subjacentes são idéias
necessárias para compreendermos adequadamente o significado das
comunicações e cuja descoberta exige uma análise daquilo em que o autor
baseou seu raciocínio.
Uma grande parte das comunicações, seja nas Ciências ou não, baseia-se em
idéias implícitas. A análise inteligente de artigos, relatórios e palestras exige,
portanto, a descoberta do implícito para que nós possamos avaliá-lo.
1. O Realismo Ingênuo – O homem confia em seus sentidos. Ele acha que o que
percebe através dos sentidos é a realidade. Ele imagina que o que vê é a
realidade. Ele acha que não interpretou nada; ele viu. O realista ingênuo tende a
tratar os assuntos cotidianos como se fossem questões de fato verificáveis através
dos sentidos.
O realismo ingênuo leva o indivíduo a acreditar que está em contato direto com a
realidade e que seu conhecimento é dado pela experiência. Porém, o senso crítico
exige o reconhecimento de que nossas idéias não são fatos. Ao apresentarmos
nossas idéias como fatos, nós as colocamos acima de qualquer discussão. Fatos
são respostas certas a questões de fato.
Algumas afirmativas, por mais razoáveis que pareçam, são expressões de valores
ao invés de fatos. Fatos não são valores e valores não são fatos. Pode ser um fato
que eu acredito que a democracia seja desejável, mas isto não implica em que a
democracia seja desejável. Nem tudo que é defensável é fato.
Por mais que se tente justificar valores e sistemas éticos com base apenas em
fatos, os fatos não são suficientes para justificar os valores. Os valores envolvem
tomadas de posição sobre o que é bom, desejável, correto ou incorreto. Fatos não
são valores e não nos deixam provar a validade de nossos juízos de valores, mas
os fatos podem ter implicações para os valores.
É comum, nas ciências humanas, o professor ser procurado por estudantes para
orientação concernente a projetos cuja metodologia foi determinada sem que
razões claras tivessem sido encontradas para justificar a realização da pesquisa.
Quando confrontado para apresentar a justificativa do projeto, o aluno costuma
oferecer uma explicação assim: “Quem sabe, talvez os resultados sejam
interessantes; afinal, ninguém fez este estudo até hoje”. Quando o investigador
inicia a pesquisa sem uma noção clara do porquê ele está abordando o problema
de um modo determinado, quando não consegue explicar o contexto mais amplo
do problema que está pesquisando, seus esforços são quase sempre em vão.
Aos que ainda preferem receber orientação sob a forma de regras, oferece-se as
Três Regras de Mark Twain para a “Redação Clara”, que se aplicam muito bem a
todas as fases de trabalho de pesquisa (inclusive na fase de redação final do
relatório):
1. Revisar;
2. Revisar;
3. Revisar.
BIBLIOGRAFIA
Parte 79.
O Tempo não para... Nem a Teologia!
Uma conversa sobre teologia e história
Uma das mais famosas formulações de Tillich diz que a cultura provê as formas
da religião e a religião, a substância da cultura. Porém, no fim da Idade Média,
religião e cultura separam-se, criando assim, a separação entre a teologia e a
filosofia. Para alguns estudiosos deste período, onde pára a razão aí começa a fé.
Assim, diz Tillich que a justificação também é para os que duvidam, porque estes
não estão separados de Deus. A justificação pela graça por meio da fé é
interpretada como aceitação apesar de sermos inaceitáveis. Paul Tillich tinha
percebido que a fé tinha se tornado a base da salvação, no pensamento de
alguns, e não o meio da justificação. Ele também acreditava que a lei dos
contrastes na doutrina de Deus era de fundamental importância para que não se
racionalizasse a imagem de Deus.
Paul Tillich assevera, referindo-se à sua aula, que o principal propósito do curso é
nos dar a entender nossos próprios problemas procurando descobrir as raízes no
passado, para mostrar-nos como chegamos à situação presente. Na verdade, ele
queria demonstrar que teologia é um processo infindável na história, e não um
conhecimento estagnado, congelado e imutável.
No começo de sua carreira, Lutero fôra muito influenciado por elementos místicos.
O caráter explosivo de seu ensino que transformou a face da terra foi produzido
por sua experiência de Deus. Tratava-se da explosão de uma relação pessoal com
Deus.
O pietismo também tinha a sua teologia, mas uma teologia que em geral aceitava
a tradição ortodoxa. Entretanto, o pietismo lutou contra a ortodoxia na própria base
da ortodoxia. Uma diferença básica entre as duas linhas de pensamento, como
explica Tillich, é que os ortodoxos diziam que qualquer pessoa poderia escrever
teologias perfeitamente válidas sem a necessidade do novo nascimento. O
pietismo dizia: “Não, isso é impossível; é preciso que o teólogo tenha nascido de
novo em relação a tudo o que faz e fala; só se pode ser teólogo depois da
experiência da regeneração”. Desta maneira, Tillich deixa uma pergunta
interessante para a teologia moderna: “Para se entender os problemas teológicos
e respondê-los não será preciso que o teólogo participe neles existencialmente?”
E ele mesmo responde que sim.
Continuando a história teológica, Paul Tillich diz que a teologia da Reforma
suscitou um problema educacional próprio que a levou para o racionalismo. E
menciona que no catolicismo romano a pessoa é salva ao acreditar no que a igreja
acredita. É o que se chama de fides implicita (fé implícita). E, na verdade, essa foi
uma das práticas contra as quais a Reforma se rebelou. No racionalismo, tudo
deve ser simplificado para que todos entendam, racionalizem. E é deste tipo de
educação religiosa que Paul Tillich diz que surgiu o iluminismo, tornando o homem
mais independente da igreja.
Agora, se há algo que Tillich menciona sobre este assunto que podemos
considerar exótico, é sua conclusão de que o racionalismo e o misticismo não se
contradizem como, em geral, se pensa. Para ele, tanto na cultura grega como na
moderna o racionalismo nasce do misticismo. A razão aparece a partir da
experiência mística, que é a experiência da presença divina em nós. Vejo aqui, a
afirmação implícita de que, se não houver a experiência mística, não haverá
concomitantemente a experiência racional!
Os movimentos espiritualistas da época da Reforma chamavam-se “movimentos
evangélicos radicais”. E quanto a este movimento, Tillich o tem como anterior a
esta época, pois na verdade, Paulo foi o mais importante teólogo do Espírito
divino. Assim, Paul Tillich remonta este movimento ao tempo paulino, dizendo que
o Espírito, ou o movimento espiritualista, estava no centro da teologia de Paulo.
Kant criticava a teologia racionalista, que tentava explicar a Deus por argumentos
racionais. Dizia que isto não era possível, pelo fato do homem ser finito, enquanto
Deus é infinito. Kant passou, com isto, a ser considerado o demolidor da teologia
racional do iluminismo. Porém, Kant encerrava o homem na prisão do finito, mas,
como pergunta Paul Tillich: não é o homem mais do que finito? Sim, ao contrário
do que pensava Kant, o infinito pode, com certos limites, envolver-se com o finito.
Na verdade, Tillich diz que Kant ajudou a desenvolver o iluminismo, até certo
ponto, mas, o superou.
Lutero dizia que Deus, infinito, estava também próximo às coisas, finitas. Este é o
princípio de relação entre o infinito e o finito. E é considerado como o primeiro
princípio do romantismo. Goethe resolve este problema em seu breve período
clássico.
Paul Tillich diz-nos que o romantismo era a filosofia da imaginação. E isto, devido
ao fato de que a cultura é criatividade humana, e que essa criatividade é infinita na
linha horizontal. Desta maneira, o romantismo sempre esteve envolvido com a
compreensão da história.
O conceito do inconsciente vai ter importância decisiva desde então até nossos
dias. O elemento negativo transforma-se em elemento demônico no romantismo.
Friedrich Schleiermacher é considerado o pai da teologia protestante moderna.
Tillich diz que Schleiermacher representa a grande síntese no terreno teológico, e
que ele pode ser considerado um grande vitorioso sobre o iluminismo, não porque
o negou, mas porque o superou. A teologia de Schleiermacher respondia às
pessoas cultas. Dizia ele que a religião não era conhecimento teórico e nem ação
moral: religião era sentimento, sentimento de dependência absoluta. Mas, quando
a religião começou a ser pregada como sentimento, os homens deixaram de ir aos
cultos. Schleiermacher reagia contra sacerdotes e autoridades; para ele, não eram
necessários, uma vez que todas as pessoas eram chamadas ao sacerdócio e
podiam receber o Espírito divino. E, tecendo seu parecer sobre este assunto
emocional, Tillich ensina aos seus alunos o seguinte: “podemos dizer que embora
o elemento emocional esteja sempre presente em nossas experiências, não
podemos igualmente dizer que essas experiências se reduzem a emoções.
Tomemos a experiência do amor. Não podemos dizer que amor seja emoção. O
amor inclui emoção, por certo, mas não é puramente emoção.
Entre tantas coisas que Schleiermacher disse que faz do cristianismo a religião
superior, creio que é de principal destaque a salvação por meio de Jesus de
Nazaré. Esta salvação é feita por Cristo. Como ele não precisava de salvação,
tornou-se o salvador. Para Schleiermacher, a idéia trinitária vem da experiência do
Deus vivo ao lado da experiência do Deus salvador. Quanto à experiência do
pecado, Schleiermacher diz que não seria um “não”, mas um “ainda não”, de
nossa parte.
Quando ama-se o que se faz, ama-se a si mesmo, então, quando Deus ama o
homem, na verdade, segundo Hegel, Deus está se amando, é o processo pelo
qual Deus se conhece a si mesmo. Daí Tillich menciona que o existencialismo
moderno nasceu como um protesto contra o essencialismo de Hegel.
Para Hegel, Deus não faz parte da realidade, ele a possui. Deus é o fundamento
Por volta de 1830, Tillich diz que surgiu o “movimento de avivamento” na Europa e
que se estendeu aos Estados Unidos. Em geral, estes se reuniam em pequenos
grupos ao redor da Bíblia. Para eles, os princípios cristãos eram aceitos com
grande seriedade. Esta era uma onda de pietismo, com grande preocupação
missionária. No raciocínio deles, não havia nenhum apelo à revolução, mas sim,
uma responsabilidade para com os desfavorecidos. Porém, algumas igrejas
começaram a achar, a partir deste pensamento, que bastava o exercício de
caridade pessoal para cumprir-se a vontade de Deus cabalmente.
Uma das consequências do movimento avivalista, foi o reavivamento da teologia
tradicional. Esta era uma teologia de restauração, ou como Tillich a chamou, uma
teologia conservadora em oposição à liberal. Mas, Paul Tillich nos lembra que,
entretanto, nenhuma teologia de restauração consegue subsistir, porque a história
caminha para a frente, não para trás. A teologia de restauração não aceitava a
crítica histórica da literatura bíblica.
a) A de não alcançá-la;
b) E a de obtê-la.
A partir daí, Tillich diz que Kierkegaard formula a doutrina do “salto”. A ansiedade
leva o homem à decisão a favor ou contra a sua realização. Tal decisão é um
salto; não vem da lógica. Para Kierkegaard, a queda do homem fora um salto de
tipo irracional, incapaz de ser entendido pela necessidade lógica. Mas, temos
também, por esta doutrina, o salto oposto, o salto da fé, que para ele, é um salto
também irracional.
Enfim, para Kierkegaard, Jesus não era simples mestre existencial como Sócrates.
Era o Salvador que viera para acabar com a distância entre Deus e homem.
Paul Tillich considerou Karl Marx como um teólogo, e ainda, o teólogo de maior
A Alemanha sempre seguiu o conceito luterano de que sua situação social era
ordenada por Deus. Desta maneira, evitava-se qualquer análise sociológica. O
indivíduo existindo por si mesmo era inconcebível. Marx enfatizava o nosso estado
como membros de grupos sociais. Marx pregava a alienação social do homem. E
esta alienação, para ele, era a estrutura da sociedade capitalista. O homem teria
então que seguir o verdadeiro humanismo, voltando a ser o que é originalmente. A
teologia cristã afirma que já sabemos o que o homem é essencialmente, porque o
homem essencial já apareceu em Cristo, e nos deu a possibilidade para tal.
Karl Marx dizia que as igrejas deveriam suspeitar de si mesmas para não formular
verdades que não passam de meras expressões de sua vontade de poder. Ele
considerava a religião como ópio de povo, porque achava que os burgueses
usavam os ensinos sobre as coisas celestes, para que as pessoas não
desejassem coisas terrenas. Coisa esta que Tillich não concorda.
O problema apresentado por Tillich quanto a isto, é que uma idéia dessas tem
inúmeras implicações. Por exemplo, quem é esse homem que ocupa o lugar do
absoluto? Tillich menciona que Nietzsche nunca considerou o homem em tão alta
estima! Daqui, desta necessidade de um homem especial que assumisse este
lugar, Nietzsche cria a idéia de um homem superior, um “super-homem”. E, de
onde viria este homem superior? Nietzsche cria que vem do desenvolvimento da
humanidade num sentido darwinista. A questão é que essa ideologia foi muito bem
recebida pelos fascistas e nazistas, tirando o seu lado espiritual, o qual não
gostavam. Mas, Tillich nos assevera que não podemos dizer que o nazismo surgiu
de Nietzsche. A doutrina nietzscheliana pregava uma evolução humana vertical,
com diferenças éticas, enquanto o nazismo pregava uma evolução horizontal, com
diferenças étnicas.
Paul Tillich critica em Nietzsche, a sua falta de normas, por causa de seu
pensamento sobre a arbitrariedade absoluta do homem. Para Nietzsche, a
Paul Tillich passa agora a examinar um grande número de teólogos os quais ele
considera altamente inteligentes, eruditos e piedosos, classificados em geral como
teólogos da mediação. Aliás, para Tillich, pode-se dizer que a teologia, por
definição, é sempre de mediação. Qualquer teologia que deixe de mediar a
tradição já não é mais teologia, principalmente porque para Paul Tillich, teologia
não é repetição.
Se tudo caíra sob a mira da crítica, como seria possível restabelecer a certeza no
campo religioso? Tillich diz que o retorno ao conceito de consciência religiosa de
Schleiermacher foi uma das respostas a essa busca de certeza. Muito usou este
conceito, a escola de Erlangen, na Alemanha, partindo da experiência, que é um
tipo de sinônimo de “realidade”. Tillich prefere, ao invés de “realidade” ou
“experiência”, a palavra “encontro”. Para estes teólogos, a certeza a respeito de
Deus vinha de um ponto de participação imediata. A realidade do evento passado
é garantida pelo efeito que produz em mim. Estamos em Cristo, enquanto ele está
em nós por meio do Espírito, assim como o conceito de “salto” de Kierkegaard.
Entretanto, depois de tantas perguntas e respostas, Tillich diz que ainda pode
indagar-se com a seguinte pergunta: até que ponto minha experiência religiosa
garante, de fato, o acontecimento histórico fora de mim? A esta pergunta ele não
responde, mas diz que deixará para nós a resposta.
Surgiu também nesta época, segundo Paul Tillich, um outro teólogo tratando do
mesmo problema, mas dando respostas diferentes. Era Martin Kähler, também
teólogo da mediação. Para ele, a dúvida faz parte da situação humana contínua.
Dizia também, este teólogo, que o objetivo e o subjetivo podiam se reunir, mas
não em termos absolutos! Queria dizer com isto, que não é possível jamais
chegarmos à certeza absoluta. Desta maneira, Deus aceita não apenas os que
pecam no sentido moral, mas também os que duvidam, que é a forma intelectual
do pecado, assim, a dúvida não é considerada como objeto separador entre o
homem e Deus.
Parte 79.
O HOMEM É AQUILO QUE LÊ: o crente e sua confiança na Palavra de Deus
INTRODUÇÃO
“Pois a Palavra de Deus é viva e eficaz, e mais afiada que qualquer espada de
dois gumes; ela penetra até o ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e
julga os pensamentos e intenções do coração.” (Hb 4.12)
Dizem que o homem é aquilo que come. A Palavra de Deus é considerada como
alimento espiritual à humanidade (Mt 4.4). Então, pode-se também dizer
acertadamente que o homem é aquilo que lê. Tudo o que somos e viremos a nos
tornar, dependerá da obediência e da intimidade que temos para com a Palavra de
Deus, pois Jesus disse que todas as coisas passarão, mas as Suas Palavras não
haveriam de passar (Mt 24.35). A Palavra de Deus permanece firme, em forma
didática, profética, poética, legal, etc., explicando-nos o passado, ensinando-nos
no presente e contando-nos do futuro. Tudo isto, para mostrar-nos que Deus está
sobre o controle de todas as coisas.
Assim, vidas secas são aquelas que não matam a sede nas águas da Bíblia; vidas
famintas são aquelas que não se alimentam das iguarias da Bíblia (Is 55.1,2). Há
uma caminhada a ser percorrida por todos os seres humanos, e esta caminhada
deve ser feita na rua da vida terrena. Nesta terra, somos considerados peregrinos,
viajantes, pois não é aqui o nosso destino final. O nosso alvo é o céu, estar junto
de Deus. Muitas vezes, os alimentos que nos oferecem são porções
contaminadas, que acabam por prejudicar-nos espiritualmente (Dn 1.8). Contudo,
Deus preparou-nos a alimentação pura que nos dará uma aparência varonil diante
das situações difíceis da vida (Dn 1.15). Alimente-se de Cristo sentado à mesa do
Senhor. Ali o suprimento de pão jamais acaba. Esta mesa farta é a Palavra de
Deus!
“Orei pedindo fé, e pensei que algum dia ela cairia e me atingiria como um raio.
Mas parecia que a fé não vinha.
Um dia li no capítulo 10 de Romanos que a fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela
Palavra de Deus. Tinha fechado minha Bíblia e orara pedindo fé. Mas então abri a
Bíblia e comecei a estudá-la. Desde então a minha fé vem sempre aumentando.”
(D. L. Moody)
Como pode uma pessoa sensata deixar de entusiasmar-se com Cristo, e com a
Bíblia que de Cristo fala? Todos devemos amar a Bíblia. Procuramos saber de
tudo do mundo. Por que não, também, acerca do Criador do Mundo? Alguns
sabem nomes de artistas famosos, nomes de políticos, procuram até mesmo
interpretar as atitudes, palavras, arte, etc. dos seres humanos passados e
presentes, porém, muitos nem sequer sabem os nomes dos livros pertencentes à
Bíblia, ou onde pode-se localizá-los quando pede-se para lermos o seu conteúdo.
Se amamos uma pessoa, gostamos de saber a seu respeito não é fato? Quantas
vezes pessoas lêem com afinco biografias de seres humanos, até mesmo quando
sentem-se cansados, com sono, sem tempo, etc.?! Mas, quantas dessas pessoas
negligenciam ler a Biografia de Deus, que é a Bíblia Sagrada!? Dizem que não
têm tempo de ler a Biografia do Dono do Tempo! Dizem cansados para aprender
sobre Aquele que revigora! Dizem sonolentos para entender o que diz o Deus que
não dorme em serviço!
O contato individual direto com a Palavra de Deus é o principal meio de
crescimento cristão e humano. Os grandes homens de Deus, em toda a história,
foram e são leitores assíduos da Bíblia. Através da Bíblia tornam-se nítidas em
nossas mentes o modelo de vida que Deus tem para nós (Rm 12.2). Nossa vida é
produto de nossos pensamentos. Para vivermos certo, precisamos pensar certo!
Leiamos mais a Bíblia! Nossos pensamentos serão inundados com a Palavra de
Deus, e viveremos como Ele quer.
Cremos que a Bíblia é, não o relato do homem sobre seus esforços por encontrar
a Deus, mas a narração do esforço de Deus por Se revelar ao homem! É o
Deus fala com você através de Seu Livro Especial, a Bíblia Sagrada. É esta a
maneira mais segura de aprender a mensagem divina. As pessoas nem sempre
entendem a vontade de Deus para você. Às vezes podem nos dar conselhos bem
intencionados, mas errados. Sonhos, visões e profecias são bem-vindos, mas
devem ser provados, deve haver uma forma de medi-los, um tipo de crivo absoluto
e perfeito! Este “crivo”, esta “medida” é a Palavra de Deus (Ez 40.3).
Há uma pergunta intrigante que passa pela mente de algumas pessoas, esta
pergunta é: como pois reconheceremos a voz do Senhor? Graças a Deus temos à
nossa disposição a mensagem divina em forma escrita – a Bíblia Sagrada. Através
dela provamos todos os nossos impulsos e todos os conselhos de outras pessoas.
Porém, a Bíblia não deve ser apenas um livro de teorias e de consultas
intelectuais, mas sim, um livro prático (Tg 1.22-25).
Podemos, com certeza, absorver a verdade cristã em certo grau, participando dos
cultos, ouvindo sermões, lições bíblicas, testemunhos e lendo literatura cristã.
Mas, por mais que estas coisas sejam boas e úteis, não podem tomar o lugar da
leitura individual da própria Bíblia, da fundamentação por nós mesmos de nossa
fé, esperança e vida diretamente na Palavra de Deus.
Não queremos dizer que devemos cultuar a Bíblia como se fosse um “amuleto da
sorte”, mas, adoramos o Deus e o Salvador de quem a Bíblia nos fala. E, porque
amamos nosso Deus e Salvador, amamos terna e devotadamente o Livro que
Dele procedeu e Dele se ocupa! Não queremos ainda dizer com tudo o que foi
exposto, que o hábito de ler a Bíblia é em si uma virtude, porque é possível lê-la
sem aplicar seus ensinos à vida. Contudo, as exceções não inutilizam a regra de
quem lê caminha melhor na vida (Sl 119.105).
A Bíblia é a própria Palavra de Deus, e nenhum outro livro ou alguém pode tomar
o seu lugar. Devemos aceitá-la exatamente como ela é, pelo que ela afirma ser.
Não devemos nos inquietar com as teorias dos críticos. As críticas passam, a
Bíblia permanece!
CONCLUSÃO
Só algo que tem vida em si mesmo pode gerar vida em outros; a Palavra de Deus
é viva e eficaz (Hb 4.12). Deixe-a penetrar em seu ser e desvendar-lhe a
intimidade. Permita-lhe discernir seus pensamentos, suas intenções mais
secretas, pois é ela um tribunal que desmascara o erro, corrige o arrependido e
levanta o caído (Sl 20.8). Deixemos a Bíblia ser a Bíblia. Ela nunca poderá ser
julgada sob as lentes do “microscópio teológico”, pois ela é o próprio
“microscópio”.
Parte 80.
E Quando não me sinto criativo?
“Criatividade, processo criador e as emoções que permeiam a criação”–
Monografia por Érima Castelo Branco de Andrade, terapeuta ocupacional – Insight
– Psicoterapeuta – lemos Editorial &Gráficos Ltda. Ano VII–N. 79 – NOV. 1997. –
PP. 3, 22-31
“...A humanidade não é uma descrição física, é uma meta espiritual. Não é uma
coisa que nos é dada, é algo que conquistamos.”
(Richard Bach)
A lenda do “Menino Lobo” é uma prova de que “ao mesmo tempo em que somos
seres individuais, só nos desenvolvemos plenamente em contato com outros...”
Érima mostra, em seu trabalho que aqui será comentado, a relação da criatividade
com a alegria de viver, e também a relação da criatividade com a necessidade do
“outro” no processo de avaliação e satisfação pessoal.
INTRODUÇÃO
TEORIA
Érima inicia sua teoria, mostrando que criar é uma característica humana, ou seja,
é um processo natural da humanidade. Isto significa, ao meu ver, que Deus
colocou em todos os seres humanos a capacidade para a criatividade. Isto veio
através da imagem e semelhança com Deus, que é o Criador-mor. A questão é
que, pelo pecado original, perdemos a clareza criativa inserida em nós,
necessitando assim de nos religarmos a Deus através de Jesus Cristo. Mas, o que
dizer de crentes já antigos no Evangelho que se encontram emaranhados nas
situações cotidianas, sem ter uma saída? Eles já não se religaram com Cristo?
Não lhes foi devolvida a imagem de Deus perdida? Sim, mas é do ser humano
esquecer-se de sua posição real, por isto, Deus disse em II Crônicas 7:14: “e se o
meu povo ... se converter dos seus maus caminhos...”
Por mais que a nossa vida pareça estar um caos, Érima aconselha que “o criar
nasce dentro desse caos, na busca de ordem, significado e respostas”. Rollo May,
sendo citado mais uma vez, diz sobre “um sofrimento que antecede o nascimento
da nova idéia”. Assim sendo, a terapeuta aqui comentada, assevera-nos que “criar
não é uma fuga, é uma intensificação, é a transformação da realidade numa nova
realidade”. Relembrando o que comentei acima, sobre o “remar contra a maré”, o
criar não é sair do rio, mas a possibilidade de mudar o meu curso dentro do
mesmo rio, é a capacidade de desviar-me de pedras e obstáculos e também de
mudar o meu rumo, pegando uma outra entrada quem sabe, ou apenas escolher a
melhor forma de descer o precipício sem morrer.
Surge agora uma nova situação proposta por Érima C. B. de Andrade, que é a do
“homem como sendo um ser social, que necessita do ato criativo, mas também da
compreensão do outro ao seu ato criativo”. Segundo a autora, “a comunicação só
acontecerá quando alguém decodificar essa mensagem. Todo ato criador é uma
O processo criador, como apresentado por Érima, não é efetuado num passe de
mágica, onde a pessoa perde até mesmo sua identidade primária, mas sim, num
processo paulatino onde a pessoa atravessa uma situação com glória, i.e.,
crescendo interiormente, “procurando manter as funções que estão preservadas,
desenvolver o que está deficitário e estimular a descoberta de novas
habilidades...”
Quando este processo passa a ser tratado no âmbito terapêutico, Érima diz que a
pessoa em atendimento (cliente) é o codificador, o terapeuta ocupacional é o
decodificador. Se assim se procede, ao meu ver, o terapeuta descobrirá o que
está por trás de cada palavra dita pelo cliente, cada postura, gesto, atitude, etc. “O
terapeuta-decodificador vai estar sempre tentando entender o significado das
mensagens enviadas”, tentando aprender esse novo código, sabendo também que
atitudes, interesses e habilidades diferem de pessoa para pessoa.
Os sentimentos expressos por uma pessoa podem não revelar quem elas
realmente são, pois, como disse Érima, “as pessoas deixam de pensar como
realmente são e passam a pensar em como deveriam ser, e o que podem fazer
para corresponder aos padrões propostos. Por isso, reconhecer um sentimento é
tão importante quanto entender um discurso. Os sentimentos são expressos pela
postura, pelo caminhar...” Entendo que aqui está sendo exposto a seguinte teoria:
faça com que o ambiente entre cliente-terapeuta seja o mais natural possível, pois
se assim não o fizer, o cliente encontrará posturas fictícias para se adequar à
Quando este processo começa a ser colocado em prática, “aos poucos a pessoa
se sente mais capacitada para enfrentar suas dificuldades, para ser menos
passivo diante da vida...” Parece-me que foi isto o que Jesus mostrou ao pai do
jovem lunático em Marcos 9:14-25. O pai do lunático estava acostumado a correr
ao seu filho para auxiliá-lo quando este se contorcia, mas, um dia ele resolveu
tomar uma atitude de mudança, foi atrás dos discípulos procurando ajuda, e estes
não puderam ajudá-lo. Quando Jesus se aproxima e conversa com o pai, o jovem
se debate, porém, Jesus lança uma pergunta ao pai do rapaz, e este muda seu
hábito diante da situação, faz algo novo que é ficar parado ao invés de correr e
socorrer o filho. Neste momento, o pai conta a Jesus a história do filho e roga-lhE,
lançando a responsabilidade de amenizar a situação em Cristo, dizendo: “se tu
podes ... ajuda-nos”. Com isto, Jesus, sabiamente, mostra que a responsabilidade
para gerar mudanças na situação está sobre o próprio pai, e não sobre si,
dizendo: “Se tu podes crer; tudo é possível ao que crê.” (Mc. 9:23). Devemos
“oferecer várias possibilidades de se expressar, permitir que experimente várias
possibilidades, que crie várias alternativas... A criação é um bom remédio.” Este é
o conselho que nos é dado por Érima.
O que Érima quer nos ensinar, não é que devemos viver a situação ruim como se
não estivesse ruim! Ela mesma defende-se quando escreve: “não estamos
buscando a perfeição da atividade, e sim, a participação interessada nas
atividades propostas.” Um bom conselho aqui, talvez seria o de, se é para passar
pela luta, passemos ao menos com sabedoria, ao invés de ficarmos chorando nos
cantos, com medo de agir! Trabalhemos, coloquemos mãos à obra! Diz-se que é
melhor nos arrependermos pelo que fizemos do que pelo que não fizemos. Se a
situação está ruim, ao invés de esperar a ruína final passivamente, o que custa
tentar? Não adianta também marcar hora e lugar para a criatividade de alguém
começar, segundo Érima, pois o ato de criar não respeita normas ou convenções
sociais, simplesmente acontece, mas pode ser educada, estimulada, direcionada.
Ao meu ver, o terapeuta passa a ter o papel de inspirador neste ponto, e não o de
“empurrador”.
A vida vivida como uma novidade diária, nos revigora as esperanças. Assim, um
comentário interessante feito no texto ao qual estamos a comentar, diz-nos que
“cada ano, cada dia que a gente passa, parece que reinicia tudo...” Vejo até que é
isto o que Paulo nos aconselha em Filipenses 3:12-14 quando disse: “Não que já a
tenha alcançado ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o
que fui também preso por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo que o
haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que
atrás ficam e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo,
pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” Nada como um dia
após o outro. Se o dia que vivemos é de derrota, prossigamos, não olhemos para
trás, se é de vitória, também não devemos ficar parados, perdendo tempo, a noite
Às vezes parece até que falta a criatividade para criar, mas, como dito no texto de
Érima, “existe o criar, existe o recriar, enfim, existem várias formas de
criatividade.” Basta nós nos mexermos. Lembro-me até mesmo da história do
cavalo que caiu num buraco apertado, e caiu de lado, sendo impedido seus
movimentos para se levantar, porém, quando ele se movimentava, a areia do lado
do buraco caía para baixo dele, fazendo com que fosse pouco a pouco se
elevando, até que chegou próximo às pessoas, e estas o tiraram dali. Edmund
Burk, político e escritor britânico (1729-1797) disse que “para o triunfo do mal
basta que os bons fiquem de braços cruzados.”
Se referindo aos entrevistados, Érima disse que, “quando falaram das emoções
vividas no processo criador, todos falaram de uma angústia inicial, de uma
sensação de estar perdido, do medo de não ser capaz, da dificuldade para
começar, seguida por um prazer de estar criando, por uma sensação de poder, de
realização, de capacidade para se superar, culminando com a alegria de ver o
trabalho concluído.” E até vejo que, é neste processo de confusão e satisfação
onde surge o processo criativo. A minha opinião é que o homem pensa mais na
necessidade. Um exemplo claro disto, foram os primeiros socorros, que só foram
criados após a Primeira Guerra Mundial, após a perca demasiada de soldados
feridos por falta dos primeiros momentos no socorro prestado a eles.
O texto de Érima, nesta altura, chega a um ponto culminante, onde ela nos mostra
que “os sentimentos vividos no processo criador podem ser divididos em etapas”,
as quais são apresentadas em seis momentos, como a seguir:
4) A Formalização da Idéia – Esta é descrita como uma etapa “vivida com muita
satisfação. É a etapa da sensação de poder... onde se tem a confiança, a fé, de
que vai chegar, de que está no caminho certo.” Menciona-se no texto, uma
entrevistada que disse até mesmo que quando ela estava criativa, ela tinha muita
fé, e que quando ela estava sem criatividade, ficava cética, fria. E vejamos se não
é isto o que ocorre conosco! Quando está-se sem criatividade, parece que
estamos mortos para Deus, pois a fé esvai-se. O apóstolo Paulo disse que isto
ocorre “Porque nele (Jesus) se descobre a justiça de Deus de fé em fé; como está
escrito: Mas o justo viverá da fé.” (Rm. 1:17). Ao que percebe-se, por este
versículo, é que o ato criativo da descoberta tem tudo a ver com a fé.
“Algumas pessoas vivem também”, como disse Érima, “um outro momento de
angústia e medo.” Este outro momento é o dos intervalos entre os momentos
criativos. A pessoa às vezes acha que não vai fazer mais nada. “É a fase entre
uma e outra obra, onde nada brota, nada surge. É um momento de estiagem da
criatividade. Onde as coisas são feitas, porque sabe-se fazê-las, mas não existe a
motivação...” Creio que aqui incorremos no perigo de tornarmos a nossa vida em
uma monotonia, onde fazemos por hábito, e não por gosto. Surge daqui, na minha
opinião, também o perigo de sobrevivermos a esta situação, e não de vivermos,
de termos vida, e vida com abundância.
Nesta situação, a pessoa fica angustiada! “Angústia por não se sentir eletrizado
por aquilo que está fazendo. Até surgir uma nova inspiração e tudo recomeçar.” O
conselho bíblico que eu daria a uma pessoa nesta situação, está em Salmos 30:5:
“...o choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã.” Nada como um
dia após o outro.
Érima conclui dizendo que “criar foi considerado um excelente estímulo para
manter a saúde mental.” Vejo que tem gente em nosso meio mau humorado por
não estar bem consigo mesmo. “Criar é uma vivência cheia de altos e baixos, mas
muito gostosa.” Pois é melhor passar por altos e baixos com atitudes criativas do
que passar com uma passividade destrutiva. Criar é “uma maneira maravilhosa de
transformar a própria vida numa obra de arte.” Isto, evangelicamente falando,
pode ser denominado de Terapia da Fé, pois a fé, segundo a Palavra de Deus,
não é morta, não está estagnada, mas sim, é viva, põe em movimento a
maquinaria que parece emperrar em meio às dificuldades.
Parte 81.
Preciso de solução para meus problemas!
Mas, o que fazer diante dos problemas que parecem não ter solução? Observe
que usei a palavra: Parece, é porque apenas parece que não tem solução, mais
todo problema tem solução sim. Quando os problemas surgem lembre-se em
primeiro lugar que eles fazem parte da vida, não há ninguém no mundo que viva
sem problema, nem você.
Convenio FENIPE e FATEFINA Promoção dos 300.000 Cursos Grátis Pelo Sistema
de Ensino a Distancia – SED
CNPJ º 21.221.528/0001-60
Registro Civil das Pessoas Jurídicas nº 333 do Livro A-l das Fls. 173/173 vº, Fundada
em 01 de Janeiro de 1980, Registrada em 27 de Outubro de 1984
Presidente Nacional Reverendo Pr. Gilson Aristeu de Oliveira
Coordenador Geral Pr. Antony Steff Gilson de Oliveira