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Esta explicação se dirige sobretudo aos que não compreendeu a utilidade da prece puramente
mística. Não tem por fim materializa a prece, mas tornar compreensíveis os seus efeitos, ao
mostrar que ela pode exercer a ação direta e positiva. Nem por isso está menos sujeita à
vontade de Deus, juiz supremo em todas as coisas, e único que pode dar eficácia à sua ação.
PERISPÍRITO
É sabido que todas as matérias animais têm como princípios constituintes o oxigênio, o
hidrogênio, o azoto e o carbono, combinados em diferentes proporções. Ora, como
dissemos, esses mesmos corpos simples têm um princípio único, que é o fluido cósmico
universal. Por suas diversas combinações eles formam todas as variedades de substâncias
que compõem o corpo humano, o único de que aqui falamos, embora seja o mesmo em
relação aos animais e às plantas. Disto resulta que o corpo humano não passa, na realidade,
de uma espécie de concentração, de uma condensação ou, se quiserem, de uma solidificação
do fluido universal, como o diamante é uma solidificação do gás carbônico. Com efeito,
suponhamos a desagregação completa de todas as moléculas do corpo: recuperaremos o
oxigênio, o hidrogênio, o azoto e o carbono; em outros termos, o corpo será volatilizado.
Esses quatro elementos, voltando ao seu estado primitivo por uma nova e mais completa
decomposição – se os nossos meios de análise o permitissem – dariam o fluido cósmico.
Sendo esse fluido o princípio de toda a matéria, ele mesmo é matéria, embora num
completo estado de eterização.
Moisés acrescenta: “E lhe deu uma alma vivente, feita à sua semelhança.” Ele faz, assim,
uma distinção entre a alma e o corpo; indica que ela é de natureza diferente, que não é
matéria, mas espiritual e imaterial como Deus. Diz: uma alma vivente, para especificar que
nela só está o princípio da vida, ao passo que o corpo,
formado da matéria, por si mesmo não vive. Estas palavras: à sua semelhança, implicam uma
similitude e não uma identidade. Se Moisés houvesse considerado a alma como uma porção
da Divindade, teria dito: Deus o anima dando-lhe uma alma tirada de sua própria substância,
como disse que o corpo tinha sido tirado da terra.
Estas reflexões são uma resposta às pessoas que acusam o Espiritismo de materializar a
alma, porque lhe dá um envoltório semimaterial.
REVISTA ESPÍRITA DE MARÇO DE 1866. Introdução ao Estudo dos Fluidos Espirituais – Item
VII.