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PROJETO DE PESQUISA (TCC I) – CURSO DE DIREITO

Klissia Dayanne Rodrigues de Jesus

CRIME DE DIFAMAÇÃO EM REDES SOCIAIS

Manaus
2016
Klissia Dayanne Rodrigues de Jesus

CRIME DE DIFAMAÇÃO EM REDES SOCIAIS

Projeto de pesquisa apresentado como


requisito para aprovação na disciplina de
Trabalho de Conclusão de Curso I na
Faculdade Metropolitana de Manaus.

Orientador: Prof. Msc. Antonio Lucena

Manaus
2016
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SUMÁRIO

1 TEMA E SUA DELIMITAÇÃO..........................................................................4


2 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA...................................................................4
3 HIPÓTESE (S) DA PESQUISA........................................................................4
4 JUSTIFICATIVA...............................................................................................4
5 OBJETIVOS.....................................................................................................5
5.1 Objetivo Geral.......................................................................................5
5.2 Objetivos Específicos..........................................................................5
6 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................................5
7 METODOLOGIA ..............................................................................................9
8 CRONOGRAMA ..............................................................................................9
9 PROPOSTA DE DIVISÃO DAS SEÇÕES DO ARTIGO (TCC II).................10
10 REFÊRENCIAS ............................................................................................11
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1 TEMA E SUA DELIMITAÇÃO

Tema: “Difamação”

Delimitação: “Crime contra a honra nas redes sociais”

2 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

O que fazer quando está sendo difamado em redes sociais?

3 HIPÓTESE (S) DA PESQUISA

Primeira coisa a fazer, registrar queixa-crime em delegacia especializada em


crimes virtuais, porém, como em certas localidades não há delegacia especializada
em crimes virtuais. Pode registrar queixa-crime em qualquer delegacia integrada de
sua cidade. Através da queixa-crime iniciará uma investigação para descobrir de
onde procede as difamações e qual pessoa está por trás desse crime. Após a
descoberta dos fatos, dará início a um processo judiciário.

4 JUSTIFICATIVA

A difamação é a atribuição de um fato meramente ofensivo à reputação de


outrem, a imagem da vítima perante a sociedade. É essa falta de consciência na
hora de enviar os comentários para as redes sociais, que acaba transformando o
que seriam meras postagens, em provas de crime. Milhares de pessoas poderão ver
aquilo, e não se sabe qual será a reação provocada nelas.
Atualmente, a grande parte dos crimes contra a honra são praticados nas
redes sociais, isso porque as pessoas agem por impulso e postam mensagens sem
pensar nas consequências. A falta de “educação digital” predomina nas redes. As
pessoas fazem questão de expor seus pensamentos, contar por onde andam, o que
estão fazendo, impor as suas opiniões, e normalmente, acaba surgindo algum
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motivo para semear a discórdia entre os usuários. Como é da natureza humana,


dificilmente vai gerar uma discussão saudável, mas sim, uma troca de xingamentos
e palavras de baixo calão.
A facilidade para ofender a honra alheia se torna maior ainda, quando o
ofensor se aproveita dos perfis falsos, que permitem o anonimato dos usuários,
dificultando ainda mais a identificação do criminoso. Se um perfil falso tem o nome
de uma pessoa real, esteja ela viva ou morta, e ofende a honra de outrem, estará
praticando além do crime de difamação, o crime de falsa identidade, uma vez que se
passa por outra pessoa. A prática de crimes contra a honra na internet pode ensejar
a condenação ao pagamento de altas indenizações às vítimas por danos morais.

5 OBJETIVOS

5.1 Objetivo Geral

Investigar a configuração da difamação nas redes sociais.

5.2 Objetivos Específicos

 Verificar a bibliografia em Direito Penal sobre os crimes contra a honra;

 Avaliar o sistema legal de penas aplicáveis aos crimes de difamação;

 Investigar como ocorre o crime virtual.

6 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A difamação é a atribuição a outrem uma prática que é desonrosa, ofensiva à


sua reputação. Encontra – se elencada no artigo 139 do Código Penal.
Conforme Rogério Grego (2012, p.427) descreve: “Para que exista difamação
é preciso que o agente impute fatos à vítima que sejam ofensivos à sua reputação.”
Tem como sujeito ativo, qualquer pessoa e sujeito passivo, o ser humano,
inclusive os inimputáveis, assim como na calúnia “pois o dispositivo, visa a proteção
da honra, um valor social inerente a moral do ser humano, e portanto qualquer
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indivíduo é titular, independentemente de ele ser imputável ou inimputável”.


(BITTENCOURT, 2011, p. 337).
Hungria apud Grego (2012, p. 428) disserta que a difamação:

Consiste na imputação de fato que, embora sem revestir caráter


criminoso, incide na reprovação ético-social e é, portanto, ofensivo à
reputação da pessoa a quem se atribui. Segundo já foi acentuado, é estreita
a sua afinidade com a calúnia. Como está, é lesiva da honra objetiva
(reputação, boa forma, valor social da pessoa) e por isto mesmo, supõe
necessariamente a comunicação a terceiro. Ainda mais: a difamação, do
mesmo modo que a calúnia, está subordinada à condição de que o fato
atribuído seja determinado. Há, porém, diferenças essenciais entre uma e
outra dessas modalidades de crime contra a honra: na calúnia, o fato
imputado é definido como crime e a imputação deve apresentar-se objetiva
e subjetivamente falsa; enquanto na difamação o fato imputado incorre
apenas na reprovação moral, e pouco importa que a imputação seja falsa ou
verdadeira. (HUNGRIA apud GREGO 2012, p. 428)

Conforme Rogério Grego (2012, p. 428) “para que se configure a difamação


deve existir uma imputação de fatos determinados, sejam eles falsos ou
verdadeiros”.
Consuma-se a difamação no instante em que terceiro, que não o ofendido,
toma ciência da firmação que macula a reputação. É prescindível que várias
pessoas tomem conhecimento da imputação (CAPEZ, 2011, p.303)
Normalmente, o crime de difamação não admite a tentativa, embora, em tese,
ela seja possível dependendo do meio utilizado, exemplo, como na calúnia, através
de um escrito, por exemplo. (BITTENCOURT, 2011, p. 341)
A difamação, diferentemente da calúnia não pode ser praticada contra a
memória dos mortos, mas em sua pena incorre quem a divulga ou propala por
cometer nova difamação.
Conforme ensina Cezar Roberto Bitencourt (2011), os crimes contra honra
não dispõe de qualificadoras, excepcionando-se apenas a injuria real, o que pode
ocorrer é uma majoração, de acordo com a disposição do artigo 141 do Código
Penal Brasileiro.
Neste sentido, Cezar Roberto Bitencourt dispõe que “os inimputáveis também
podem ser sujeitos passivos do crime de difamação, isto é, podem ser difamados,
desde que tenham capacidade suficiente para entender que estão sendo ofendidos
em sua honra pessoal” (2011, p. 337).
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O parágrafo único do artigo 139 do Código Penal dispõe que “a exceção da


verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa
ao exercício de suas funções”, logo, se a vítima é funcionário público, a verdade com
relação aos fatos imputados, excluem a ilicitude do ato.
Com relação à exceção da verdade, na obra de Damásio de Jesus
encontramos que:

Se o sujeito atribui ao funcionário público a prática de atos


indecorosos quando em serviço, é admissível a demonstração da
veracidade de seu comportamento. Se, entretanto, a imputação diz respeito
à prática de atos indecorosos fora do exercício do cargo, é inadmissível a
prova da verdade.
(2012, p. 259).

Inegável que a internet faz parte diariamente da vida do ser humano, dentro
desse ambiente, uma forma de se comunicar que ganhou bastante destaque, foram
as redes sociais. O conceito de redes sociais, nada tem a ver com a internet
propriamente dita, representa gente, interação social, troca social.
A evolução da internet criou uma nova realidade, um novo território sem
fronteiras, onde é possível a interação com todas as pessoas, culturas, lugares. É
possível realizar transações bancárias e todas as informações podem ser trocadas
em tempo real, de forma inimaginável.
As redes sociais surgiram da necessidade do homem em compartilhar com o
outro, formar laços sociais que são conduzidos por afinidades existentes entre eles.
Quando a interação social parte para o ambiente online temos a rede social digital.
Uma vez devidamente explanado sobre as principais redes sociais vigentes e já
descrito que sua principal finalidade é conectar as pessoas e criar laços sociais, é
importante mencionar que há limites que devem ser impostos nas redes sociais.
Há que se atentar para que referido intuito precípuo não seja deturpado.
Referidas redes sociais não devem ser utilizadas para a prática de crimes, posto que
mesmo não havendo legislação específica a respeito, os indivíduos devem estar
cônscios de que isso não serve de escudo protetivo para a prática de crimes como
injúria, calúnia e difamação.
Os crimes virtuais tem maior potencial lesivo, principalmente os que violam a
honra. Antigamente, usavam meios visuais, verbais ou escritos para ofender o
próximo, mas hoje se aproveitam da maior exposição da internet para lesar ainda
mais a sua vítima.
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A internet se tornou uma poderosa arma de longo alcance, e como toda


mudança social deve resultar numa mudança jurídica
É necessário considerar que os crimes contra a honra têm consequências
muito mais graves quando são praticados via internet, portanto, aplicar uma
interpretação analógica do Código Penal significa deixar o autor impune.

Para Fernando da Costa Tourinho Filho, (2009, p. 510) prova é

[...] “antes de mais nada, estabelecer a existência da verdade; E as provas são os


meios pelos quais se procura estabelecê-la. É demonstrar a veracidade do
que se afirma, do que se alega. Entende-se também, por prova, de
ordinário, os elementos produzidos pelas partes ou pelo próprio juiz visando
estabelecer, dentro do processo, a existência de certos fatos”. [...]

As provas necessárias para comprovação dos crimes digitais são


extremamente fragilizadas, pois o usuário comum em regra tem pouco
conhecimento das formas de utilizar o seu próprio sistema para garantir à
comprovação dos atos nocivos, sendo frequente a perda de provas por falta de
informação. As provas que dependem de armazenamento virtual (nos servidores)
também são de produção complexa, posto que para ter acesso aos dados dos
servidores é necessária autorização judicial, fato que acaba comprometendo a
produção das mesmas, pois os servidores armazenam por um curto espaço de
tempo as informações de acesso pelos usuários.
As provas devem ser coletadas de imediato por pessoas realmente
qualificadas no assunto e se possível através de um perito quem tenha competência
para a realização dos procedimentos técnicos para a obtenção das provas.
Tendo em vista que os crimes contra honra são considerados de menor
potencial ofensivo, pois a pena máxima cominada é inferior a dois anos de detenção,
a competência para julga-los é dos Juizados Especiais Criminais, conforme dispõe
os artigos 60 e 61, ambos da Lei 9.099/95.
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7 METODOLOGIA

A abordagem será feita pelo método dedutivo (que parte da premissa do


geral para o específico), com a utilização de técnicas que serão utilizadas para a
coleta de dados e para a análise dos mesmos, com preponderância da revisão
bibliográfica, coleta de jurisprudência, análise de conteúdo de argumentos
jurisprudenciais e análise de textos legais.

8 CRONOGRAMA

O cronograma de trabalho distribui o tempo da pesquisa em fases do TCCI e


TCCII, incluindo a elaboração do relatório final, na seguinte forma:
FEVEREIRO ABRIL JUNHO

ATIVIDADES AGOSTO SETEMBRO OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO


MARÇO MAIO jULHO

Escolha do
tema,
delimitação,
problema e
hipótese,
objetivos e
justificativa.

Pesquisa
bibliográfica
preliminar

Fundamentação
teórica,
metodologia e
referências.

Leituras e
elaboração de
resumos

Entrega do
projeto de
pesquisa

Revisão
bibliográfica
complementar
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Participação nas
orientações

Redação do
artigo científico

Revisão e
entrega oficial
do trabalho

9 PROPOSTA PROVISÓRIA DE DIVISÃO DAS SEÇÕES DO ARTIGO (TCC II)

Título: CRIME CONTRA A HONRA NAS REDES SOCIAIS

1. DIFAMAÇÃO

1.1 Conceito

1.2 Objetividade jurídica

1.3 Sujeitos do delito

1.4 Consumação e tentativa

1.5 Divulgação ou propagação da difamação

1.6 Pena e competência para julgamento

2. CRIME VIRTUAL

3. REDES SOCIAIS

3.1 Facebook

3.2 Instagram

3.3 Twitter

3.4 O uso das redes sociais como meio de difamação

4. PROVA

4.1 Coleta de provas

4.2 Denuncia e investigação

4.3 Identificação da autoria

10 REFERÊNCIAS
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BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal Parte Especial 2 dos


Crimes Contra a Pessoa. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal Parte Especial volume 2. 4. ed. rev. E
atual. São Paulo: Saraiva, 2004.

HUNGRIA, Aníbal. Crimes Contra a Pessoa. Apud GREGO, Rogério. Curso de


Direito Penal Parte Especial volume II. 9. Ed. Niterói/RJ: Impetus, 2012

JESUS, Damásio de. Direito Penal Parte Especial. 32. ed. São Paulo: Saraiva,
2012.

GREGO, Rogério. Curso de Direito Penal Parte Especial volume II. 9. Ed.
Niterói/RJ: Impetus, 2012

TOURINHO FILHO, Fernando Costa. Manual de Processo Penal, 12ª Ed.


Atualizada, - São Paulo: Saraiva, 2009.

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