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*inserir mapa
* Martim Afonso: rumava ao rio da Prata e naufragou?
*nomeado por ser "primo irmão de D. Antônio de Ataíde, conde de Castanheira, membro
do Conselho Real e homem de forte influência junto a D. João III" ( GOUVEA, Martia
de Fátima Silva "Martim Afonso de Souza" in VAINFAS, 2001, p. 381)
Início do povoamento
Pontos de ocupação se iniciam no litoral e planalto paulistas*
1532: Expedição de Martim Afonso de Souza e irmão Pero Lopes de Souza
4) No porto de São Vicente: João Ramalho, personagem mais debatido, que vivia onde
mais tarde seria fundada a vila de Santo André da Borda do Campo
Expedição exploratória
Observações astronômicas, para demarcação de longitudes e latitudes (rotas de
navegação, consegue perceber graças a isso a chegada em território Castelhano, por
Tordesilhas)
Sucesso da expedição: retorna e é recompensado como capitão-mor da Índia, é
contemplado com as capitanias de São Vicente e Rio de Janeiro
1534-1539: Segue para a Índia - Luta contra o rajan de Calicute; guerra contra
muçulmanos
(Se interessou muito pouco por São Vicente e Rio, nem escreve sobre isso quando fez
um relato dos serviços que prestou à coroa)
PERSONAGENS INDIANIZADOS
Personagens historicamente registrados
Prestam serviços diversos a colonização
Prestam serviços a estrangeiros, como franceses
Atuam no comércio de pau-brasil
Mediadores culturais: Conhecem e relacionam-se dentre os indígenas
Caramuru
Diogo Álvares Correia - o mais célebre dos náufragos
Abordado por diversos cronistas:
- Gabriel Soares de Souza (XVI)
- jesuíta Simão de Vasconcelos (XVII)
- Sebastião da Rocha Pita (XVIII)
- Celebrado no poema épico de Santa Rita Durão, Caramuru (1781)
- Varnhagen (XIX)
O que se conta
1) Hipóteses - como chegou
- degredado para aprender a língua
- judeu fugido da conversão forçada decretada em 1496 por D. Manuel
- Naufrágio 1510
2) Nome
Escapou da antropofagia tupinambá, disparou um arcabuz
Caramuru seria "filho do trovão" ou "homem do fogo"
Varnhagem esclarece que é o nome de um tipo de moreia
O que se sabe
Era minhoto de Viana do Castelo
Viveu na Bahia por 30 anos, morreu em 1557
Prestígio entre nativos, tornou-se guerreiro
Desposou a filha de um dos principais, Paraguaçu
Esteve em contato com os franceses que vinham em busca do pau-brasil
Em 1531 encontra Martim Afonso de Sousa
Prestou serviços ao donatário da Bahia, Francisco Pereira Coutinho e ao primeiro
governador geral, Tomé de Souza, em 1549
"É mais do que provável que tenha traficado escravos índios, considerando a demanda
da nascente economica açucareira, o então regular comércio de cativos entre
portugueses e grupos indígenas e as credenciais de Caramuru para atuar nesses
circuitos" (VAINFAS, 2001, p. 97)
Caramuru e jesuítas
Fez fortuna e deixou grande parte dela a Companhia de Jesus
Auxílio aos jesuítas quando chegou
Ajudou a traduzir para o tupi as primeiras orações cristãs
Elogiado pelo Padre Manuel da Nóbrega
Religioso - religiosidade se estende a Paraguaçú, a quem se atribui uma visão
beatífica de Nossa Senhora, o primeiro registro do tipo em terras brasílias
(VAINFAS, 2001, p. 97)
João Ramalho
"Patriarca dos mamelucos"
Vivia entre os tupiniquins, indianizado
Encontrado nu entre os índios, lutando como eles, pintado.
Participava de ritos antropofágicos
Ajudou muito os portugueses na expansão de São Vicente e no planalto de Piratininga
Mobilizou e liderou índios flecheiros contra os guaianases, e contra os carijós,
também contra os tupiniquins rivais
Ramalho
náufrago? desertor? Talvez tenha chegado em 1510
Conquistou a confiança do chefe indígena chamado Tibiriçá da aldeia de Piratininga*
Tibiricá: tribo de etnia guarani, cercada de grupos tupis, com os quais guerreava
Ramalho se casa com as filhas de Tibiriçá - Bartira e irmãs
- guerras bem sucedidas, capturas dos adversários
*inserir mapa (rio Anhangabaú, Tamanduateí e Tietê)
(Mesgravis cita aqui Jaime Cortesão, historiador português, que localizou um mapa
de 1520, demonstrando a área litorânea de São Vicente como "Costa dos Escravos" *
localizar)
Bacharel
Personagem misterioso, confundido com muitos outros personagens que se conhece pelo
nome
Quem fala dele é o navegador espanhol Diego Garcia, em texto de 1527 *
o Bacharel vivia ali havia 20-30 anos, "com vários genros"
Historiadores antigos costumam classificá-lo como degredado, e não náufrago ou
desertor
Cananeia
Náufragos, desertores
Várias esposas: denotam o prestígio entre os índios carijós
Genros: unidos às suas filhas, pelas leis indígenas
Sabe-se os nomes: Gonçalo da Costa, Henrique Montes, Francisco de Chaves*
Viviam todos em poligamia, mas há poucos outros registros sobre sua indianização
Capistrano de Abreu: "Bacharel impõe-se ao meio, em oposto aos que se indianizaram
por completo"
Conhecimento do caminho entre o litoral de Santa Catarina e Cananéia - prata do
Peru
TIBIRIÇÁ
Mais influente líder indígena da região de Piratininga, onde prevaleciam os
Tupiniquins, Tronco tupi
Tupiniquins X guaianases (Tronco Jê, nômade)
Sua história ilustra como as dinâmicas e tensões internas nativas serviram ao
avanço da colonização
Importância de Tibiriçá
Protagonista nas relações luso-indígenas na região que seria São Paulo
Aliança mediada por Ramalho, fundação de São Vicente, depois São Pualo
Iniciado o tráfico de escravos nativos
Razões da aliança:
Reforço contra inimigos tradicionais, guaianazes e carijós
Apoio de Caiubi; Piquerobi discorda (conduz a uma guerra interna aos tupiniquins)
Em troca: armas, pólvora e outros bens europeus
Cooperação e conversão
Com o governador geral Tomé de Souza, 1549
Com a chegada dos jesuítas - torna-se Martim Afonso Tibiriçá em 1554
Mesmo ano da fundação do Colégio São Paulo de Piratininga
Conversão sincera
Há notícia de que ele suspendeu uma cerimônia antropofágica, por apelo jesuíta
Apoio aos jesuítas amplamente documentado
Sem Tibiriçá e seu povo, não haveria São Paulo
Reconhecimento
Recebe da coroa tença anual e hábito de cavaleiro da Ordem de Cristo
Atuação permite ver a complexidade das alianças que viabilizaram a presença
portuguesa.
Referências Bibliográficas
VAINFAS, Ronaldo. Dicionário do Brasil Colonial (1500-1808). Rio de Janeiro:
Objetiva, 2001.
MESGRAVIS,