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Terceira Lista de Mecânica Quântica: 21/04/20

Entrega em 15/5/2020

1. Considere duas funções, φ1 e φ2 , não ortogonais, isto é, φ∗1 φ2 dx = c, constante não nula. Defina
R

ψ1 = φ1 e ψ2 = αφ1 + βφ2 e determine a relação entre as constantes α, β e c para obter ψ1 e ψ2


ortogonais.
2. Se as funções φ1 e φ2 do exercı́cio anterior representam duas autofunções degeneradas de um certo
Hamiltoniano, mostre que as duas novas funções ortogonais ψ1 e ψ2 também são autofunções desse
Hamiltoniano. Como os autovalores associados à ψ1 e ψ2 se relacionam com aqueles de φ1 e φ2 ?
3. Mostre que
(a) para dois operadores A e B, vale que (AB)† = B † A† . Em particular, observe que todo operador
O = A† A (chamada forma biquadrática) é hermitiano;
(b) baseado no item anterior, como podemos expressar (ABC)† ? Dica: chame temporariamente BC
de D;
(c) autovalores de operadores hermitianos são reais;
(d) o produto escalar de duas autofunções não degeneradas de operador hermitiano é nulo;
(e) se dois operadores comutam, isto é, [A, B] ≡ AB − BA = 0, seus adjuntos também comutam;
(f) o produto de dois operadores hermitianos será hermitiano se ambos forem hermitianos e co-
mutarem;
(g) se A e B são dois observáveis (isto é, hermitianos e lineares), e tiverem um conjunto completo
de autofunções φn comuns a ambos, isto é, Aφn = an φn e Bφn = bn φn , então eles comutam.
O inverso também é válido.
(h) Definindo Am,n ≡ hφm |A|φn i, mostre que (A† )m,n = (An,m )∗ . Veja que é a regra para matrizes,
daı́ Am,n ser chamado de elemento de matriz do operador A na base {φn }. Assim, podemos
escrever que A† = (At )∗
4. (a) Calcule o valor da incerteza ∆A em um autoestado de um observável A. Admita que a incerteza
de um observável B seja nula num estado φ. O que de especial representa esse estado φ para o
operador B?
5. Prove a relação [AB, C] = A[B, C] + [A, C]B usando direto a definição [A, B] = AB − BA. Natural-
mente, então, que também vale [A, BC] = B[A, C] + [A, B]C.
6. O Hamiltoniano para um certo sistema de três nı́veis é dado por (a, b, c números reais e a − b 6= ±b):
 
a 0 b
H= 0 c 0 
 
b 0 a
Determine o estado num instante t, sabendo que em t = 0 o sistema se encontrava no estado:
   
0 0
|φ1 i =  1 

 ; idem para |φ2 i =  0 

 .
0 1
7. Um observável A tem dois autoestados ψ1 e ψ2 , com autovalores a1 e a2 , respectivamente. Um outro
observável B tem dois autovalores b1 e b2 , respectivamente com autoestados (normalizados) φ1 e φ2 ,
tais que:

ψ1 = (3φ1 + 4φ2 )/5 e ψ2 = (4φ1 − 3φ2 )/5 .


(a) O observável A é medido e o valor a1 é obtido. Qual é o estado do sistema imediatamente após
a medida?
(b) Se após a medida mencionada no item anterior for feita uma medida do observável B, quais os
possı́veis valores da mesma e respectiva probabilidade?
Agora começa tudo novamente:
(c) O observável B é medido e o valor b1 é obtido. Qual é o estado do sistema imediatamente após
a medida?
(d) Se após a medida mencionada no item anterior for feita uma medida do observável A, quais os
possı́veis valores da mesma e respectiva probabilidade?
8. Um estado |αi de um oscilador harmônico é dito coerente se ele é autoestado do operador a, isto é,

a|αi = α|αi ,

sendo α uma constante complexa. A razão do termo coerente vem do valor do produto das incertezas
dos operadores x e p. Determine esse valor. Qual (ou quais) autoestado do oscilador é um estado
coerente? Por que?
Observações: α deve ser tratada como complexa em geral. O estado |αi não
√ deve ser confundido
com os autoestados |ni do oscilador, portanto, não vale escrever a|αi = α − 1|α − 1i e nem o
correspondente de a† . Note inclusive que < x > ou < p > não são nulas.

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