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Introdução à Eletrónica
Conceitos básicos
Sinais: contêm informações sobre o nosso mundo físico.
Exemplos: sinais contendo informação sobre temperatura do
ar, pressão, velocidade do vento. Sinais acústicos,
sinais traduzindo o comportamento de diversos
parâmetros, etc.

Na eletrónica: em forma de tensão ou corrente.


Processamento de sinais  realizado mais convenientemente por
sistemas eletrónicos (necessário para extrair a informação).

Sinal genérico  convertido em um sinal elétrico (tensão ou


corrente). Uso de transdutores.
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Conceitos básicos
Sinal: informação  contida nas variações de amplitude com
o tempo.

Fig.1. Sinal de tensão


arbitrário

Transdutores: Dispositivos que convertem um tipo de energia


em outro; é um elemento passivo.
Exemplos:
Eletroquímicos: bateria.

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Transdutores: Exemplos
Eletromecânicos: atuadores – motores; relés

Eletroacústicos: altifalantes; microfones

Fotoelétricos: díodo emissor de luz (LED); fototransistor; célula solar

Eletromagnéticos: antenas

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Transdutores: Exemplos
Magnéticos: sensor de efeito Hall

Electroestáticos: LCD – “liquid crystal display”

Termoelétrico: termopar; termístor (PTC e NTC)

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Transdutores Definições

Eletromecânicos: atuadores (como motores – converte energia elétrica em


energia mecânica), relés (energia elétrica  corrente  em energia mecânica 
movimento do contacto mecânico), sensores piezoelétricos (tensão proporcional à
pressão mecânica exercida sobre ele).
Eletroacústicos: altifalante (converte energia elétrica em energia acústica),
microfone (converte som em sinal elétrico), cristal piezoelétrico.
Fotoelétricos: díodos emissores de luz (LED), fototransístor, célula solar.
Eletromagnéticos: antena (corrente elétrica alternada em campo
eletromagnético), lâmpada (energia elétrica em energia luminosa – radiação
eletromagnética).
Magnéticos: sensor de efeito Hall (tensão proporcional ao campo magnético
aplicado).
Electroestáticos: LCD – liquid crystal display
Termoelétrico: termopar (temperatura em tensão), termístor (PTC e NTC) -
resistência proporcional à temperatura.
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Assumindo os sinais no domínio elétrico (Tensão ou corrente)

Fontes de sinal de tensão Fontes de sinal de corrente

Fig.2. Representações de uma fonte de sinal

Equivalente de Thévenin Equivalente de Norton


(preferível quando Rs for pequeno) (preferível quando Rs for grande)

Fonte ideal: Rs = 0 Fonte ideal: Rs  ∞

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O sinal da fig.1 pode ser representado como a soma de sinais sinusoidais com diferentes
frequências e amplitudes, usando séries de Fourier.

Sinais Periódicos
Muito importante na análise, projeto e teste de circuitos eletrónicos

va(t) = Va sin (wt)

Fig. 3 Sinal de tensão sinusoidal de amplitude Va e frequência f = 1/T Hz.

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SÉRIES DE FOURIER Representação dos sinais como soma de sinusoides.

Soma infinita de sinusoides


Sinais periódicos

EXEMPLO

Decomposição em
Séries de Fourier
Fig. 4. Sinal de onda quadrada

4V  1 1 1 
v(t )  sen  w t   sen  3 w t   sen  5 w t   sen  7 w t  ...
  0
3
0
5
0
7
0 

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Transformada de Fourier Pode ser usada para obter o espectro em frequência de um


sinal cuja forma de onda é uma função arbitrária do tempo.

4V  1 1 1 
v(t )  sen  w t   sen  3 w t   sen  5 w t   sen  7 w t  ...
  0
3
0
5
0
7
0 

Espectro em frequência do sinal de onda quadrada

Figure 5 Espectro de frequências discreto referente à onda quadrada periódica da Fig. 4.

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Transformada de Fourier Pode ser aplicada a funções não-periódicas no tempo

O espectro em frequência é uma função contínua da


frequência (contém todas as frequências possíveis)
Sinais não
Periódicos Vs (w )

Transformada
de
Fourier

Fig.6a. Espectro em frequência



Exemplo Fig. 1 F (w )  f (t )e  jwt dt



1 jw t
f (t ) 
2  F (w )e

dw

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Transformada de Fourier

Vs(w)

Fig.6b. Espectro em frequência (parte positiva)

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SINAIS ANALÓGICOS E SINAIS DIGITAIS

A maioria dos sinais que nos rodeiam são analógicos

São processados por circuitos eletrónicos analógicos

Sinal analógico

Sinal digital Forma alternativa de representação Sequência de números

Cada número representa a amplitude


do sinal num instante de tempo

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SINAIS ANALÓGICOS E SINAIS DIGITAIS Conversão analógico - digital

Amostragem do sinal

Extração da amplitude para intervalos de


tempo iguais to, t1, t2, etc.

Representação, apenas, dos instantes de


amostragem. Não é mais uma função
contínua no tempo. Pelo contrário é um
sinal discreto no tempo.

Fig. 7. Amostragem de um sinal analógico

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SINAIS ANALÓGICOS E SINAIS DIGITAIS

Representação de cada uma das amostras por um número tendo um número finito de dígitos

A amplitude do sinal não é mais continua

Amplitude do sinal quantizada, discretizada ou digitalizada

Sinal digital Sequências de números que representam as amplitudes das amostras sucessivas.

Sistema de números binários (dois possíveis valores: 0 e 1)


Os sistemas binários necessitam, apenas, de ter dois níveis de tensão: “low” e “high”.

EXEMPLO

0 Volt representa o valor lógico “0”


+5V representa o valor lógico “1”

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SINAIS ANALÓGICOS E SINAIS DIGITAIS

Conversor analógico-digital (ADC)

Converte um sinal analógico, colocado na sua entrada, num sinal digital, cuja representação
é traduzida pelas N saídas (bits)

Bit menos significativo (LSB)

Bit mais significativo (LSB)

Figure 9. Representação em diagrama de blocos de um conversor analógico-digital (ADC).

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Amplificadores
Amplificador: elemento básico em circuitos analógicos.
Inversor lógico: elemento básico em circuitos digitais.
Motivação: transdutores fornecem sinais ”fracos”, na escala
de mV ou mV, e com baixa energia.
Amplificador linear: sinal de saída da mesma forma (com as mesmas
informações) do sinal de entrada (mas, obviamente, com uma maior
amplitude). Importante  não introduz distorções, que são
indesejáveis.
v o (t )  A v i (t )

Simbologia: Ganho do amplificador (Mais comum)

A
vi(t) A vo(t) vi(t) vo(t)

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Amplificadores Ganho de tensão

Resistência de carga

v (t ) Característica de
Ganho de tensão ( A v )  o transferência
vi (t )

Figure 11 (a) Amplificador de tensão alimentado com um sinal vI(t) e ligado a uma carga resistiva RL.
(b) Característica de transferência de um amplificador linear de tensão com um ganho de tensão Av.

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Amplificadores Ganho de potência e de corrente

potência da carga ( PL ) vo io
Ganho de potência ( A p )  
potência da entrada ( PI ) v I iI

vo
io  : corrente que o amplificador entrega à carga
RL

iI : Corrente que o amplificador extrai da fonte de sinal

io
Ganho de corrente ( A i ) 
iI

 Das equações anteriores : A p  A v A i

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Amplificadores Ganho em Decibéis

Ganho de tensão e de corrente  20 log A dB


Ganho de potência  10 log A p dB Pode ser negativo

Um ganho negativo, significa simplesmente que existe uma diferença de fase


de 180º entre os sinais de entrada e de saída.

Atenuação: |A| < 1  AdB < 0; Buffer:|A| = 1  AdB = 0

EXEMPLO: Um amplificador cujo ganho em tensão seja -20dB, significa que


o sinal de entrada é atenuado por um fator de 10 (i.e.: Av=0.1V/V)

Fonte da potência adicional  fontes DC para polarização do amplificador.

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Amplificadores
Fonte de potência adicional  fontes DC para polarização do amplificador.

 Proporcionam a potência extra fornecida à carga.


 Alguma desta potência é dissipada nos circuitos internos do amplificador.
Terminais do amplificador requerendo duas fontes DC

Potência DC fornecida ao amplificador

Pdc = V1I1 + V2I2

A equação de equilíbrio de potência para o amplificador é:

Pdc + PI = PL + Pdisspada
Potência fornecida à carga

Fig. 12a. Fontes DC do amplificador


Potência extraída da fonte de sinal
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Amplificadores Eficiência
PL
eficiência do amplificador :    100
Pdc
(assumindo PI  Pdc )
Representação mais usual para um
amplificador com polarização DC simétrica

NOTA:
 Na maior parte dos casos a alimentação DC
não é explicitamente mostrada.
Alguns amplificadores requerem somente
uma fonte DC.
Fig. 12b. Representação simplificada do
amplificador da figura 12a.

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Amplificadores
EXEMPLO 1.1
Considere um amplificador operando a partir de
fontes de alimentação de ±10V. Uma tensão
sinusoidal de 1V de pico está acoplada na entrada
e uma tensão sinusoidal de 9V de pico é fornecida
na saída, a uma carga de 1KΩ. O amplificador
drena uma corrente de 9,5 mA de cada uma das
fontes de alimentação. A corrente de entrada do
amplificador é sinusoidal, tendo 0,1 mA de pico.
Calcule o ganho de tensão, o ganho de corrente, o
ganho de potência, a potência drenada da fonte CC,
a potência dissipada no amplificador e a eficiência.

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Amplificadores Saturação

Amplificador real: linear em apenas uma faixa de valores de


entrada e saída (alimentação finita).
Amplificador alimentado por duas fontes DC  a tensão
de saída não pode exceder um limite positivo especificado e
não pode ser inferior a um limite negativo especificado.
Nível de saturação: 1V a 2V da tensão da fonte de
alimentação.
Para evitar a distorção do sinal de saída  a excursão do
sinal de entrada deve ser mantida na região linear de
operação:

L L
vI 
Av Av
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Amplificadores Saturação
Picos de saída “cortados”
devido a saturação.

Formas de onda
de saída

Formas de onda de entrada

Figure 13 Característica de transferência de um amplificador. Linear exceto para o efeito de saturação


na saída.
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Amplificadores Análise de pequenos sinais

dvO
Av  : inclinação do segmento quase linear
dv I em Q

Q: ponto de operação DC

v i ( t ): sinal AC a ser amplificado


vo(t)=Avvi(t)
V I : tensão DC
v (t )  V  v ( t ) : entrada instantânea total
I I i

Característica típica de um amplificador operado a partir de uma única fonte de alimentação:


Não é centrada em torno da origem por este facto.
Figure 14 (a) Característica de transferência mostrando considerável não-linearidade. (b) Para conseguir uma operação
linear o amplificador é polarizado como indicado, conservando a amplitude do sinal baixa.

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Amplificadores Modelos de circuitos

Objetivo: modelar o comportamento observado a partir dos


terminais do dispositivo.
Amplificadores de tensão:

Fig. 17. Modelo de circuito Sinal de entrada e carga


Ganho de tensão em circuito aberto (V/V)

RL vo RL
 Ro não nulo v o  A vo v i  Av   A vo
RL  Ro vi RL  Ro
Ri v Ri RL
 Ri finito vi  vs  o  A vo
Ri  Rs vs R i  Rs RL  Ro
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Amplificadores Modelos de circuitos

Amplificador de tensão (cont.)

Ri RL Ganho de tensão em circuito aberto :


vi  vs v o  A vo v i
Ri  Rs RL  Ro vo
A vo  (V / V )
vi io  0

Ideal: Ri = ∞ ; Real: Ri >> Rs Para RL =


Ideal: Ro = 0 ; Real: Ro << RL

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Amplificadores
EXEMPLO 1.3
Um amplificador é composto de três andares em cascata. O amplificador é alimentado por
uma fonte de sinal com uma resistência de 100KΩ. A carga na saída do amplificador é de
100Ω. Determine o ganho de tensão total, o ganho de corrente e o ganho de potência.

Av 0  10 Av 0  100 Av 0  1
Rin  1M  Rin  100 K  Rin  10 K 
Rout  1K  Rout  1K  Rout  10

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Amplificadores EXEMPLO 1.3 (cont.)

Figure 1.18 Esquema equivalente para o amplificador com três andares, correspondente ao exemplo 1.3.
Ganhos dos três andares.

Ganho total dos três andares em cascata.

Ganho em tensão da fonte para a carga

Ganho em corrente

Ganho em potência

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Amplificadores Modelos de circuitos

Amplificador de corrente
io Alguns transdutores possuem resistência de saída
ii elevada. Mais apropriado modelá-los como fontes
de corrente.
+ + A corrente de saída pode ser a grandeza pretendida.
vi Ri Aisi i Ro vo
– –
Ideal: R i = 0
Ideal: R o =∞

Ganho de corrente com a saída em curto - circuito :

io
A is  ( A / A)
ii vo  0

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Amplificadores Modelos de circuitos

Amplificador de transcondutância:
io

+ +
Ri Ideal: R i = ∞
vi Gmv i Ro vo
– – Ideal: R o =∞

Transcondutância em curto - circuito :

io
Gm  ( A /V )
vi vo  0

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Amplificadores Modelos de circuitos

Amplificador de transresistência:
i io

Ideal: R i = 0
Rmi i
Ideal: R o =0

Transresistência em circuito aberto :

vo
Rm  (V / A)
ii io 0

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Amplificadores Resposta em frequência


Sabemos que qualquer sinal de corrente ou tensão pode ser representada
por uma série de Fourier, ou seja, por uma soma de sinais sinusoidais de
diferentes frequências e amplitudes (para revisão: secção 1.2 do Sedra e
Smith).

Pode-se caracterizar o desempenho de um amplificador em termos de sua


resposta a entradas sinusoidais de diferentes frequências  resposta em
frequência do amplificador.

Vo / Vi : amplitude do ganho do amplificador


Medida da resposta em frequência
para frequência de teste w
f: fase do ganho do amplificador
para a frequência de teste w
| T (w) | = Vo / Vi ; T (w) = f
T (w): Função de transferência

A resposta de um amplificador a uma sinusoide de frequência w é completamente descrita por:


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Amplificadores Resposta em frequência

Resposta em frequência completa do amplificador,

Variação da frequência do sinal de entrada

Medição dos correspondentes valores de | T | e  T.

Tabela ou gráfico com as amplitudes Tabela ou gráfico dos ângulos


do ganho em função da frequência do ganho em função da frequência

Resposta em frequência do amplificador

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Amplificadores Largura de banda


Largura de banda (bandwidth): faixa de valores de frequência para a qual o
ganho do amplificador é praticamente constante (normalmente, com uma
variação de  3dB).

Deve-se projetar o amplificador de modo que sua largura de banda coincida


com o espectro dos sinais que deve amplificar (caso contrário, diferentes
componentes do sinal de entrada serão amplificados com ganhos distintos).

Normalmente o amplificador é projetado de


modo que a sua largura de banda coincida com
o espectro dos sinais que se pretende amplificar

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