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TRANSÍSTORES DE JUNÇÃO
BIPOLARES
CAPÍTULO 5
1
ELETRÓNICA I - TRANSÍSTORES DE JUNÇÃO BIPOLARES
EE - FCT
Fig. 5.1
Constituição:
Modo ativo, também designado modo ativo direto, é usado se o transístor operar
como amplificador.
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ELETRÓNICA I - TRANSÍSTORES DE JUNÇÃO BIPOLARES
EE - FCT
Fig. 5.3
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ELETRÓNICA I - TRANSÍSTORES DE JUNÇÃO BIPOLARES
EE - FCT
Fig. 5.4
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ELETRÓNICA I - TRANSÍSTORES DE JUNÇÃO BIPOLARES
EE - FCT
dn p ( x ) n p (0 )
I n AE q D n A E q D n
dx W
Seção tranversa da junção base-emissor
Alguns dos eletrões que se difundem através da base combinam-se com lacunas, que são
maioritárias na base. Contudo, uma vez que a base é usualmente muito estreita, a percentagem de
eletrões “perdidos” através deste processo de recombinação será muito pequena. Em todo o caso, a
recombinação na região da base origina que o perfil da concentração de portadores minoritários em
excesso se desvie da linha reta e tome a forma ligeiramente côncava indicada a traço interrompido
na figura 5.4.
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ELETRÓNICA I - TRANSÍSTORES DE JUNÇÃO BIPOLARES
EE - FCT
Corrente de coletor
Do exposto decorre que a maior parte dos eletrões que se difundem na base atingem
a fronteira da região de depleção coletor-base. Uma vez que o coletor é mais positivo do
que a base ( de vCB volt), estes eletrões são varridos através da região de depleção para
o coletor. São, assim, “coletados” para constituir a corrente de coletor iC. Por
convenção, o sentido da corrente iC é o oposto do fluxo de eletrões; assim, iC fluirá para
dentro do coletor.
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EE - FCT
Corrente de base
A corrente de base iB consiste em duas componentes. A componente dominante iB1 é
devida às lacunas injetadas pela base na região do emissor. Esta corrente é
proporcional a evBE/VT,
Dp: taxa de difusão das lacunas no emissor;
AE q D p ni2 vBE / VT (5) Lp: comprimento de difusão de lacunas no emissor;
iB1 e ND: concentração de dopantes do emissor.
N D LP
A segunda componente, iB2, é devida às lacunas que são fornecidas pelo circuito exterior para
substituir as lacunas perdidas pela base no processo de recombinação.
Uma expressão para iB2 pode ser obtida notando que se o tempo médio para um eletrão minoritário
se recombinar com uma lacuna maioritária na base, for designado por b (tempo de vida do portador
minoritário), então em b segundos verifica-se uma carga recombinada na base Qn.
Claro que em regime permanente, Qn é re-preenchida através da injeção de eletrões a partir do
emissor.
Para re-preencher as lacunas, a corrente iB2 deve fornecer a base com uma carga positiva igual a
Qn todos os b segundos.
Fig. 5.3
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Substituindo np(0), usando a eq. (1), e substituindo np0 por ni2/NA, vem:
Nota: é constante para um transístor específico. Para um transístor npn varia entre
50 a 200, podendo atingir valores tão elevados quanto 1000.
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Corrente de Emissor
Uma vez que a soma das correntes do transístor tem de ser nula (lei da corrente de
Kirchhoff). Assim, de acordo com a fig. 5.3, a corrente de emissor iE é igual à soma da
corrente de coletor iC com a corrente de base iB,
1 (14)
Usando eqs. (10) e (13) iE iC
iE iC iB (13)
ou
1
iE I S e vBE / VT (15)
iC iE (16)
(17)
1
I S vBE / VT
iE e (18)
Representando em função de : (19)
1
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Corrente de Emissor (Cont.)
Como se vê pela Eq. (17), α é uma constante (para o transístor em questão) menor
do que, mas muito próxima da unidade. Por exemplo, se β = 100, então α ≅ 0,99. A Eq.
(19) revela um fato importante: pequenas variações em α correspondem a grandes
variações em β. Esta observação puramente matemática tem uma consequência física
extraordinariamente relevante: transístores do mesmo tipo podem ter valores muito
diferentes de β. Por razões que adiante serão evidentes, α chama-se ganho em
corrente base-comum.
Resumo
Fig. 5.5a
Como se vê, o díodo DE tem uma corrente inversa de saturação igual a IS/α,
fornecendo assim uma corrente iE relacionada com vBE de acordo com a Eq. (18).
A corrente da fonte controlada, que é igual à corrente de coletor, é controlada por vBE
segundo a relação exponencial indicada pela eq. (3).
Este modelo é, essencialmente, uma fonte de corrente controlada por tensão, não
linear.
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Exercício 5.1 – Considere um transístor npn com vBE=0.7V para iC= 1mA. Determine vBE
para iC=0.1mA e 10mA.
Solução: vBE=0.64 V; vBE=0.76 V
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Exercício 5.2 – Transístores de um certo tipo são especificados ter valores para na
gama de 50-150. Determine a gama dos respetivos .
Solução: 0.98 a 0.993.
Exercício 5.3 – Medidas efetuadas num transístor npn mostraram uma corrente de
base 14.46 A, corrente de emissor 1.46 mA e tensão base-emissor 0.7 V.
Determine , e IS.
Solução: 0.99; 100; 10-15.
Exercício 5.4 – Calcule para dois transístores para os quais = 0.99 e 0.98. Para
correntes de coletor de 10 mA, determine a corrente de base de cada transístor.
Solução: 99; 49; 0.1 mA; 0.2 mA.
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A fig. 5.6 mostra uma seção transversal simplificada, mas mais realista de um
transístor npn.
Fig. 5.6
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Transístor pnp
Fig. 5.7
O transístor pnp funciona de uma forma semelhante à do transístor npn. A fig. 5.7
mostra um transístor pnp polarizado para funcionar em modo ativo.
Como se vê, a tensão VEB polariza diretamente a junção base-emissor, enquanto a
junção base - coletor é polarizada inversamente pela tensão VBC.
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As lacunas que conseguem atingir a fronteira da região de depleção da junção base - coletor são
aceleradas pelo campo elétrico aí existente e penetram no coletor, constituindo a corrente de coletor.
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iC iE
A fig. 5.13 mostra os símbolos usados para representar
os esquemas de circuito dos transístores npn (a) e pnp
(b).
Em ambos os símbolos o emissor distingue-se por
uma seta. Fig. 5.13
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A fig. 5.14 mostra transístores npn e pnp polarizados para funcionarem no modo ativo.
A conveniência das convenções adotadas revela-se óbvia pela simples observação da fig. 5.14.
Note-se que as correntes fluem de cima para baixo e que as tensões são mais altas em cima do que
em baixo. Como a seta do emissor também indica a polaridade que deve ter a tensão emissor-base
para polarizar diretamente essa junção, um simples relance ao símbolo do transístor pnp, por
exemplo, mostra que a tensão do emissor deve ser maior do que a da base (de vEB) para que a
corrente flua no sentido indicado (para baixo). Note-se que a notação vEB significa a tensão entre E
(tensão mais alta) e B (tensão mais baixa). Assim, para um transístor pnp, funcionando no modo
Da análise que fizemos anteriormente decorre que um transístor npn, cuja junção base-emissor
está polarizada diretamente, funcionará em modo ativo desde que o potencial do coletor seja mais
alto do que o da base. De fato, o transístor funcionará em modo ativo se a tensão do coletor não for
inferior à da base de um valor aproximadamente igual a 0.4 V. Caso contrário, a junção do coletor
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ELETRÓNICA I - TRANSÍSTORES DE JUNÇÃO BIPOLARES
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De forma análoga, o transístor pnp funcionará em modo ativo se a junção emissor- base for
diretamente polarizada e a tensão do coletor não for superior à da base por mais de que 0.4 volts.
Caso contrário, a junção base-coletor fica diretamente polarizada e o transístor pnp entra em
saturação.
Apesar de nos transístores modernos, estas correntes poderem ser desprezadas sem significativa
perda de rigor, a corrente inversa da junção coletor- base merece alguma referência.
Esta corrente, designada por ICBO, é a corrente inversa que flúi do coletor para a base com o
emissor em circuito aberto (daí o índice “O” de “open”). Esta corrente é usualmente da ordem do
nanoampère, um valor que é muitas vezes maior do que o seu valor teoricamente previsto. ICBO
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iC I iCI vBE / VT
iC I S e vBE / VT iB S e vBE / VT iE S e
1 1
kT
VT tensão térmica
iE q
iC iE iB 1 iE
1 25 mV na temperatura ambiente
iC iB iE 1 iB
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Exemplo
Considere-se o circuito da fig. 5.15(a), em que o transístor tem β = 100 e exibe uma
tensão vBE de 0,7 V para iC = 1 mA. Pretende-se projetar o circuito (calcular RC e RE) por
forma que a corrente de coletor seja de 2 mA e a tensão do coletor seja +5 V.
Resolução
Fig. 5.15
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Resolução (cont.)
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EXERCÍCIO 5.10
Fig. E5.11
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iC I S e vBE / VT
idêntica (à excepção da constante n) à relação i-v do díodo.
Para vBE menor do que cerca de 0,5 V, a corrente é desprezável, e para a gama
habitual de correntes a tensão vBE situa-se entre 0,6 e 0,8 V. Ao realizar análises
rápidas, admitimos, habitualmente, que VBE ≅ 0,7 V que é uma aproximação
semelhante à que usamos na análise dos circuitos com díodos. Para um transístor
pnp, a caraterística iC - vEB tem um aspeto idêntico à da fig. 5.16.
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Fig. 5.18
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= ic / iE
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(5.36)
A inclinação não nula das retas iC - vCE indica que a resistência de saída vista do
coletor não é infinita. Pelo contrário, é finita e definida por,
onde IC e VCE são as coordenadas do ponto para as quais o BJT opera na curva
particular ic-vCE (i.e., a curva obtida para vBE = VBE). Alternativamente, pode escrever-se,
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Fig. 5.20
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iC
ac 5.40
iB vCE constante
Pelo fato do para pequenos sinais ser definido e medido para uma tensão vCE constante, i.e., com
uma componente de sinal nula entre coletor e emissor, é conhecido como ganho de corrente
emissor-comum em curto-circuito.
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a temperatura.
Fig. 5.23
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I Csat
forçado (5.41) com forçado < F (5.42)
IB
As curvas iC-vCE, na região de saturação, são bastante inclinadas indicando que o transístor
saturado exibe uma resistência coletor-emissor baixa,
vCE Nota: Tipicamente, RCEsat varia de alguns ohms até algumas dezenas
RCEsat iB=IB
de ohms
iC iC=ICsat
(5.43) 43
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Fig. 5.24
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Fig. 5.24
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As tensões máximas que podem ser aplicadas a um BJT, são limitadas pelos efeitos de rutura das
junções base-emissor e base-coletor.
A caraterística iC-vCB mostrada, indica que para iE = 0, (emissor em circuito aberto) a junção coletor -
base entra em rutura para uma tensão designada por BVCBO.
Para iE > 0, a rutura ocorre para valores inferiores a BVCBO. Tipicamente BVCBO é maior de que 50V.
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A caraterística iC-vCE mostrada, ilustra a ocorrência de rutura para uma tensão BVCEO.
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Símbolos e sentido
das correntes
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pnp
Relações corrente-tensão
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npn pnp
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Correntes
ou
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A base subjacente à aplicação como amplificador deve-se ao fato de que quando o BJT é operado
em modo ativo, este atua como uma fonte de corrente controlada por tensão.
Isto é, variações na tensão base- emissor vBE dão origens a variações na corrente de coletor iC.
Assim, no modo ativo, o BJT pode ser usado para implementar um amplificador de
transcondutância.
Estamos interessados em amplificação linear. O transístor tem um comportamento altamente não
linear, i.e., a corrente de coletor iC é exponencialmente relacionada com vBE.
Será usada a aproximação descrita no capítulo I.
Mais especificamente, o transístor será polarizado de modo a funcionar com uma tensão base –
emissor dc VBE e uma corrente de coletor IC.
Posteriormente sobrepõe-se à tensão dc VBE o sinal a ser amplificado vbe,
Mantendo o sinal vbe com baixa amplitude, pode-se restringir o transístor de modo a que este
opere na região linear da caraterística iC – vBE. Deste modo a variação da corrente de coletor será
linearmente relacionada com vbe.
Primeiramente, considere-se o funcionamento de um amplificador BJT para grandes sinais.
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(5.50)
(5.51)
(5.52)
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Para operar o BJT como amplificador linear, este tem de ser polarizado num ponto da região ativa.
(5.53)
(5.54)
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(5.55)
(5.56)
Usando (5.53)
(5.57)
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Note que o amplificador em emissor – comum é inversor, i.e., o sinal de saída surge 180º
desfasado em relação ao sinal de entrada.
A equação (5.56) ilustra um ganho em tensão para o amplificador EC, como sendo a relação entre
a queda de tensão em RC e a tensão térmica (25mV à temperatura ambiente).
Conclui-se (da eq.) que a maximização do ganho em tensão, passa pelo uso de uma queda de
tensão aos terminais de RC o mais elevada possível.
Para um dado valor de VCC, a eq. (5.57) indica que um aumento de VRC implica operar com um
valor baixo de VCE.
Todavia, de acordo como a figura 5.26b, um VCE muito baixo, significa um ponto de polarização Q
muito próximo do fim do segmento da região ativa, o que pode não garantir que o sinal de saída
negativo ondule, sem que o transístor entre na região de saturação.
Se o ponto Q se posicionar demasiado alto, verifica-se uma redução do ganho (menor VRC) e pode
limitar a livre ondulação do sinal de saída positivo.
No extremo positivo, a limitação é imposta pelo corte do BJT: os picos positivos são limitados a
um nível igual a VCC.
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Finalmente, é útil notar que o ganho máximo teórico Av, é obtido polarizando o BJT no limiar da
saturação.
Tal, evidentemente, não permite que a parte negativa do sinal de saída ondule sem limitação.
(5.58)
Assim,
(5.59)
Como pode ser observado, elevados ganhos podem ser obtidos usando fontes de tensão de
valor elevado.
Existem outras alternativas que estudarão em ELETRÓNICA II.
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Considere um circuito emissor – comum com um BJT tendo IS = 10−15 A, uma resistência de coletor
RC = 6.8 kΩ, e uma fonte de tensão VCC = 10 V.
(a) Determine o valor da tensão de polarização VBE, requerida para operar o transístor a uma
tensão VCE = 3.2V.
(b) Determine o ganho em tensão Av para este ponto de polarização. Se um sinal de entrada
sinusoidal de 5mV (pico) for sobreposto a VBE, qual o valor da amplitude da saída (assuma
operação linear).
(c) Determine o incremento positivo em vBE (acima de VBE) que conduz o transístor ao limiar da
saturação, onde vCE = 0.3 V.
(d) Determine o incremento negativo em vBE que conduz o transístor a 1% do seu limiar de corte
(i.e., vO = 0.99 VCC)
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Solução (b)
(a)
10 0.3
iC 1.426 mA
6 .8 k
O valor de VBE pode ser determinado por, Para elevar iC de 1mA para 1.426mA, vBE deve ser
incrementada de,
1 . 426
v BE VT ln( ) 8 . 87 mV
1
(d) Para vO = 0.99 VCC = 9.9V,
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ELETRÓNICA I - TRANSÍSTORES DE JUNÇÃO BIPOLARES
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Apesar de ter pouco valor prático para a análise e projeto de circuitos com transístores, a análise
gráfica constitui, todavia, um excelente auxiliar para compreender melhor o funcionamento de um
circuito amplificador.
Considere-se, assim, o circuito da fig. 5.27.
Pode-se realizar uma análise gráfica do funcionamento deste circuito, procedendo do seguinte
modo:
Primeiro, determina-se o ponto de polarização dc. Para isso considera-se vi= 0 e usa-se a técnica
ilustrada na figura 5.28 para determinar a corrente da base IB.
Fig. 5.28
Fig. 5.27
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Seguidamente, passamos para as caraterísticas iC-vCE mostradas na fig. 5.29. Note-se que cada
uma destas caraterísticas é obtida fixando um valor constante da corrente de base iB, variando vCE e
medindo a correspondente iC.
Tendo já determinado a corrente IB, sabemos que o ponto de funcionamento estará sobre a curva iC-vCE
correspondente a esse valor da corrente de base (a curva iB = IB).
Note-se que o funcionamento como amplificador requer não só que o ponto Q esteja na região
ativa como, além disso, esteja no meio dessa região a fim de permitir uma excursão razoável do
sinal, quando se aplica um sinal de entrada vi.
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Passe-se agora para as curvas iC-vCE da fig. 5.30(b). O ponto de funcionamento mover-se-á ao
longo da reta de carga de inclinação -1/RC à medida que iB for assumindo os valores instantâneos
determinados na fig. 5.30(a).
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sinal no coletor.
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Como ilustração, considere-se o circuito mostrado na figura 5.32, alimentado por uma fonte de
tensão vI e faça-se a análise para diferentes valores de vI.
Se vI for menor do que cerca de 0,5 V, o transístor conduzirá uma corrente desprezável. De fato, a
junção base - emissor pode ser considerada inversamente polarizada e o transístor estará ao corte.
Assim, iB = 0, iC = 0 e vC= VCC.
Neste caso o nó C está desligado do ground; o interrutor está em aberto.
Para que o transístor conduza (região ativa), temos de aumentar vI acima de cerca de 0,5 V.
Na verdade, para que fluam correntes de valor significativo, é necessário que vBE seja cerca de 0,7 V
e, portanto, vI deve ser mais elevado.
(5.63)
O correspondente valor de vI, requerido para conduzir o transístor ao ponto de transição para a
saturação, é determinado por,
(5.65)
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O BJT COMO COMUTADOR Uso dos modos de operação corte e saturação
Incrementando vI acima de VI(EOS), aumenta mais a corrente na base, o que leva o transístor a
entrar mais profundamente na saturação.
A tensão coletor-emissor, todavia, decresce apenas ligeiramente.
Assume-se, como uma aproximação razoável, que para um transístor saturado VCEsat 0.2 V.
A corrente de coletor permanece praticamente constante com um valor ICsat,
(5.66)
Neste estado, o interrutor está fechado, com uma resistência RCEsat baixa e uma tensão de offset
VCEoff pequena.
Recorde-se que na saturação, pode-se forçar o transístor a operar com qualquer desejado,
abaixo do valor normal, i.e., a relação entre a corrente de coletor ICsat e a corrente de base pode ser
fixada à vontade e por esse motivo é designado por forçado.
(5.67)
EXEMPLO
O transístor mostrado na figura 5.33 é especificado ter um ganho na gama 50-150. Determine o
valor de RB que resulta em saturação, com um fator de overdrive de 10.
SOLUÇÃO
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sim sim
Se vCB > - 0.4 V
Modo ativo
não
não
Assuma-se operação em modo saturação
Nota: Como , para um dado transístor, apresenta uma gama larga, deve-se usar no teste o
menor especificado.
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Considere-se o circuito representado na fig. 5.34(a), que está redesenhado na fig. 5.34(b) para
recordar a convenção adotada para indicar as ligações das fontes de alimentação. O nosso objetivo é
determinar todas as tensões nodais e correntes de ramos. Assume-se que o transístor tem β = 100.
Fig. 5.34
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Olhando para o circuito da fig. 5.34(a), notamos que a base está ligada
a +4 V e que o emissor está ligado à massa através de uma resistência
RE. Pode-se, assim, concluir com segurança que a junção base-emissor
está polarizada diretamente.
Uma vez que se conhece a ddp aos terminais de RE, podemos determinar a corrente IE que a
percorre,
Uma vez que o coletor está ligado à fonte de alimentação de +10 V através de RC, parece possível
que a tensão do coletor seja mais elevada do que a da base, o que é essencial para que o transístor
esteja no modo ativo. Admitindo que assim é, podemos calcular a corrente de coletor a partir de
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O valor de α obtém-se de
CONCLUSÃO
Uma vez que a base está a +4 V, a junção de coletor está polarizada inversamente com 1,3 V, pelo
que o transístor está realmente no modo ativo.
Falta apenas determinar a corrente de base IB, que se obtém como segue:
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A fig. 16(c) ilustra a análise anterior realizada sobre o esquema, indicando a ordem dos passos da
análise.
Fig. 5.34
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Considere-se, agora, o circuito da fig. 5.35(a) e determine-se as tensões nodais e as correntes nos
ramos.
Note-se que este circuito é idêntico ao da figura 5.34, exceto para a tensão da base que é de 6 V.
Assuma-se que o do transístor é especificado ser, no mínimo, 50.
SOLUÇÃO
Fig. 5.35
Considerando IC IE
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SOLUÇÃO
Uma vez que o valor calculado da tensão do
Detalhes da análise atrás realizada coletor é inferior (de 3,52 V) à tensão da base,
a hipótese original de que o transístor estava
em modo ativo não é correta.
De fato, o transístor está em saturação.
Assim,
Fig. 5.35
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SOLUÇÃO
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ELETRÓNICA I - TRANSÍSTORES DE JUNÇÃO BIPOLARES
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SOLUÇÃO
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SOLUÇÃO
Uma vez que o coletor está ligado, através de RC, à alimentação negativa
(mais negativa do que a base), é possível que este transístor esteja em modo
ativo. Admitindo que assim é, vem: Fig. 5.37
Como não foi dado o valor de β, admita-se β = 100, pelo que α = 0,99. Note-se que, como grandes
variações de β resultam em pequenas variações de α, o valor exato de β não é crítico para o cálculo
de IC. Assim
85
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SOLUÇÃO (Cont.)
Então a junção base- coletor está polarizada inversamente com 5,4 V e o transístor está, de fato,
em modo ativo.
Análise detalhada
Fig. 5.37
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Considere-se o circuito da fig. 5.38(a) e calcule-se as suas tensões e correntes. Admita-se β = 100.
SOLUÇÃO
A junção de emissor está diretamente polarizada. Assim,
resulta que a junção coletor- base está polarizada inversamente com 0,7 V,
pelo que o transístor está, de fato, em modo ativo.
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Fig. 5.38
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SOLUÇÃO
Fig. 5.39
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SOLUÇÃO (Cont.)
Usando a relação
Fig. 5.39
vem: ou
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SOLUÇÃO
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SOLUÇÃO (Cont.)
Substituindo os valores,
Corrente de base
Concluí-se que o coletor está a um maior potencial de que a base em 4,03 V, o que significa que o
transístor está em modo ativo, como foi admitido.
Os resultados da análise estão ilustrados na fig. 5.40(c) e (d).
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SOLUÇÃO (Cont.)
Fig. 5.40
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SOLUÇÃO
Fig. 5.41
A tensão de coletor será diferente da calculada anteriormente, uma vez que parte da corrente de
coletor IC1 flúi na base de Q2 (IB2).
Como primeira aproximação, pode-se admitir que IB2 é muito menor do que IC1; i.e., que a corrente em
RC1 é praticamente igual a IC1. Tal permite calcular VC1:
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SOLUÇÃO (Cont.)
No que respeita a Q2, notemos que o seu emissor está ligado aos
+15 V através de RE2. É, portanto, seguro admitir que a junção de
emissor de Q2 está polarizada diretamente. Assim, o emissor de Q2
terá uma tensão VE2 dada por
Uma vez que o coletor está ligado à massa através de RC2, é possível que Q2 esteja em modo
ativo. Admitindo que assim é, determine-se IC2:
que é menor do que VB2 em 0,98 V. Assim, Q2 está em modo ativo, como admitído.
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SOLUÇÃO (Cont.)
É importante nesta altura determinar o erro cometido ao desprezar-se IB2. O valor de IB2 é dado por
que é, na verdade, muito menor do que IC1 (1,28 mA). Pode-se, no entanto, se se desejar obter uma
solução mais aproximada, repetindo os cálculos com IB2 = 0,028 mA.
Os novos valores são:
Corrente em RC1
Nota: Os valores obtidos através da análise aproximada são muito próximos dos valores exatos.
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Nota importante:
Nos exemplos anteriores, usou-se frequentemente um valor rigoroso de α para calcular a
corrente de coletor. Uma vez que α ≅ 1, o erro cometido ao tomar α = 1 e, consequentemente,
iC = iE, será muito pequeno.
Fig. 5.40
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