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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

Pós-graduação em Direito e Processo do Trabalho e Direito Previdenciário

Resenha do artigo: “TST relata acordo entre Inter e São Paulo e adia julgamento de
Oscar”

Nome do aluno: ANDERSON CAVALCANTE CARDOSO


Trabalho da disciplina: PROCEDIMENTOS ESPECIAIS E
AÇÕES CAUTELARES
Tutor: Prof.: ELIANE CONDE P. DA COSTA NETO

Belém/PA
2019
Artigo: TST relata acordo entre Inter e São Paulo e adia julgamento de Oscar

Título
O emprego de medida cautelar no Processo do Trabalho

Referência: VEJA. TST relata acordo entre Inter e São Paulo e adia julgamento de
Oscar. Disponível em: https://veja.abril.com.br/esporte/tst-relata-acordo-entre-inter-e-sao-
paulo-e-adia-julgamento-de-oscar/ >. Acesso em: 26 de abril de 2019.

Em maio de 2012, a revista Veja, publicou um artigo sobre o adiamento do


julgamento de habeas corpus para o jogador Oscar, a época, jogador do Sport Clube
Internacional. Segundo a reportagem, tal adiamento do julgamento pelo Tribunal Superior do
Trabalho se deu em virtude de possível acordo entre o jogador, o São Paulo Futebol Clube e o
Internacional.
O caso em questão se iniciou em dezembro de 2009, quando, em virtude de
problemas na renovação, o jogador Oscar pediu, judicialmente, a rescisão do seu contrato com
o clube. Em junho de 2010, a ação proposta pelo jogador foi julgada procedente e o mesmo
conseguiu liberação para atuar junto ao Internacional de Porto Alegre. Porém, em março do
ano seguinte, o São Paulo conseguiu reverter a sentença no Tribunal Regional do Trabalho da
2ª Região, reativando o contrato do jogador com o clube. Diante da decisão proferida pelo
TRT/2, o jogador ingressou com uma ação cautelar pedindo suspensão da decisão do tribunal
regional. O ministro Renato de Lacerda Paiva, relator da cautelar, extinguiu a ação, sem
julgamento do mérito, por entender que a competência para julgamento da cautelar seria do
TRT que havia reestabelecido o vínculo de trabalho do jogador.
Após isso, a defesa ingressou com um habeas corpus no TST em favor do jogador
para que o mesmo fosse liberado para atuar no local que desejasse. No julgamento do habeas
corpus, o ministro Guilherme Caputo Bastos trouxe que “a obrigatoriedade da prestação de
serviços a determinado empregador nos remete aos tempos de escravidão e servidão, épocas
incompatíveis com a existência do Direito do Trabalho, nas quais não havia a subordinação
jurídica daquele que trabalhava, mas sim a sua sujeição pessoal”.
Antes de iniciar a análise propriamente dita do caso em questão, vale ressaltar a
importância dos argumentos trazidos pelo ministro Guilherme Caputo sobre a decisão que
reestabeleceu o vínculo do atleta com o São Paulo. A obrigatoriedade de trabalho a
determinado empregador não coaduna com os princípios da Justiça do Trabalho, levando tal
empregado a servidão e sujeição pessoal.
A Consolidação das Leis Trabalhistas, via de regra, não faz referência às ações
cautelares, apenas a medidas liminares, como exemplo o art. 659, IX e X. Porém, a doutrina e
a jurisprudência dominante salientam ser totalmente cabível o uso das ações cautelares em
virtude da omissão sobre a matéria no ordenamento jurídico, buscando, de acordo com o art.
769 da CLT, a aplicação subsidiária do Código de Processo Civil.
Portanto, como fator primordial, para ser possível demandar uma ação cautelar,
deverão estar sempre presentes, além das condições da ação, requisitos da ação cautelar, como
o “fumus boni juris” e o “periculum in mora”.
O periculum in mora é a probabilidade de perecimento do direito pela demora na
prestação jurisdicional, sem a providência cautelar, cujo fim é impedir que o futuro exercício
da jurisdição venha a ser inócuo. Já o fumus boni iuris é a probabilidade ou possibilidade da
existência do direito invocado pelo autor da ação cautelar e que justifica a sua proteção, ainda
que em caráter hipotético.
Isto posto, conclui-se que as medidas cautelares são de extrema importância para
as questões processuais, uma vez que possuem o escopo de proteger o direito e o objeto que
se almeja, ofertando assim uma maior segurança jurídica a parte que pleiteia.

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