Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Acadêmica:
Orientadora:
Professora Regente:
Turma: Ano:
Escola:
Total de aulas estipuladas: 25 h/a
2. Reconhecimento do Gênero:
3. Contextualizando o Gênero:
O povo nordestino visualizou nos pequenos folhetos uma forma de levar suas
histórias para outros povos. A Literatura de Cordel hoje é um elemento
importantíssimo da cultura nacional.
Informação: relatar aos alunos que no Brasil existe a Academia Brasileira
de Literatura de Cordel, ABLC. (explicar e relacionar com a Academia
Brasileira de Letras)
Uma aula
Após esta análise, partiremos para análise do contexto no qual este gênero é
produzido:
• Quando o texto escolhido foi produzido?
• Onde esse texto foi produzido?
• Por quem?
• Quem são geralmente os leitores de tal texto?
- A temática do cordel está relacionada a fatos sociais? Quais?
- Destacar oralmente as características do Gênero Cordel.
TAREFA DE CASA
Pedir aos alunos que pesquisem sobre a vida e a obra de Patativa do Assaré e
sua importância para o cordel no país.
Pensar numa atividade para expor essa pesquisa
Pedir aos alunos que pesquisem quais são as semelhanças e a diferenças
entre cordel e repente.
7 Atividades em grupo:
♦ Em seguida a turma será dividida em três grupos, cada grupo trabalhará com
um Cordel.
9. Jogo de Palavras:
Uma aula
8 Tarefa de Casa:
1º ETAPA
2º ETAPA
Variação Linguística
Variação Linguística
Por Marcos Duarte
Uma língua nunca é falada da mesma forma, sendo que ela estará sempre sujeita a
variações, como: diferença de épocas (o português falado hoje é diferente do português de 50
anos atrás), regionalidade (diferentes lugares, diferentes falas), grupo social (uso de “etiqueta”,
assim como gírias por determinadas “tribos”) e ainda as diferentes situações (fala forma e
informal).
Além das variações já citadas, há ainda outras variações, como, modo de falar de
diferentes profissionais (linguagem técnica da área), as gírias das diferentes faixas etárias, a
língua escrita e oral.
Diante de tantas variantes lingüísticas, é comum perguntar-se qual a forma mais
correta. Porém não existe forma mais correta, existe sim a forma mais adequada de se
expressar de acordo com a situação. Dessa forma, a pessoa que fala bem é aquela
que consegue estabelecer a forma mais adequada de se expressar de acordo com a situação,
conseguindo o máximo de eficiência da língua.
Usar o português rígido e sério (linguagem formal escrita) em uma comunicação
informal, descontraída é falar de forma inadequada. Soa como pretensioso, artificial. Da mesma
forma, é inadequado utilizar gírias, termos chulos e desrespeitosos em uma situação formal.
Ao se falar de variantes é preciso não perder de vista que a língua é um código de
comunicação e também um fato com repercussões sociais. Existem muitas formas de
comunicar que não perturbam a comunicação, mas afetam a imagem social do comunicador.
Uma frase como “O povo exageram” tem o mesmo sentido que “O povo exagera”. Como
sabemos o coletivo como conteúdo é sempre plural. Porém hoje a concordância é com a forma.
Nesse particular, há uma aproximação máxima entre língua e etiqueta social. Atualmente falar
“O povo exageram” deprecia a imagem do falante.
Uma aula
10 Texto complementar:
Literatura de Cordel
Moreira de Acopiara
Em Portugal, ali pelo século XVI, esse tipo de literatura era conhecida por “Folhas
soltas” ou “Volantes”. E era privilégio de cegos, que tinham licença para comercializar
seus versos em locais públicos. Na Espanha o mesmo tipo de literatura popular era
chamada de “Pliegos sueltos”, denominação que passou também à América Latina, ao
lado de “Hojas” e “Corridos”. Tal denominação ainda é recorrente no México, na
Argentina, Nicarágua e Peru, sempre envolvendo narrativas tradicionais e fatos
circunstanciais, exatamente como a literatura de cordel brasileira.
Esse gênero literário permanece até hoje bastante difundido no Nordeste, especialmente
nos estados de Pernambuco, Paraíba, Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas e Piauí,
muito embora tenha já se universalizado. Os poemas, geralmente vendidos pelos
próprios autores, ainda narram fatos do cotidiano local, como acontecimentos políticos,
festas, desastres, disputas, milagres, enchentes e secas. Já foi chamado de “o jornal do
sertanejo”, num tempo em que rádio era coisa de rico, televisão não existia e jornal só
circulava nas grandes cidades.
Feitos para serem recitados, os cordéis são muitas vezes cantados ao público, em toadas
lentas e penosas, com acompanhamento de violas ou pandeiros, para atrair o público e
estimular a venda.
Pai e mãe é muito bom,
Barriga cheia é melhor;
A moléstia é muito ruim,
A morte é muito pior,
O poder de Deus é grande
Porém o mato é maior.(2)
Um dos poetas mais famosos da história do cordel, senão o mais famoso, também
considerado um dos precursores, foi o paraibano Leandro Gomes de Barros (1865-
1918), que criou centenas de folhetos e foi o primeiro a inovar na forma e a se
preocupar com a correção do texto. Foi também quem primeiro investiu em tecnologia,
trazendo da Europa o que havia de mais moderno em equipamentos gráficos. Publicou
centenas de folhetos. “Não foi o príncipe dos poetas do asfalto, mas foi, no julgamento
do povo, rei da poesia do sertão, e do Brasil em estado puro”, disse Carlos Drummond
de Andrade em crônica publicada no Jornal do Brasil em 9 de setembro de 1976.
Houve outros grandes poetas que viveram essa fase áurea do cordel, como João Martins
de Atayde (autor da septilha acima), José Camelo de Melo, Zé Bernardo, João
Melquíades, Zé Pacheco, Expedito Sebastião da Silva, Rodolfo Coelho Cavalcante,
Firmino Teixeira do Amaral e Manoel Camilo, entre outros. Das gerações seguintes
merecem destaque Patativa do Assaré (1909-2002), Manoel Monteiro, Gonçalo Ferreira
da Silva, (atual presidente da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, ABLC),
Antônio Francisco e Geraldo Gonçalves de Alencar. Da geração ainda mais recente (que
supera em qualidade, e com folga, os da geração de Leandro) temos os cearenses
Arievaldo Viana, Zé Maria e Rouxinol do Rinaré, os baianos Marco Haurélio e Dalmo
Sérgio, o piauiense Pedro Costa, os pernambucanos Marcelo Soares, Cícero Pedro de
Assis, Luciano Dionísio e Jénerson Alves, e muitos outros. A Associação dos
Cordelistas do Crato faz um excelente trabalho de divulgação e valorização do cordel
tradicional, assim como a ABLC. Em muitas cidades do Nordeste é comum os poetas se
reunirem para falar de cordel, declamar, “trocar figurinhas”. Temos também Editoras
especializadas nesse gênero. É o caso da Luzeiro, em São Paulo; Queima Bucha, no Rio
grande do Norte; Coqueiro, em Recife; e Tupynanquim, em Fortaleza, cujo proprietário
é o também poeta Klévisson Viana.
O repente tem muito a ver com o cordel. A diferença é que o cordel é escrito e o repente
é cantado de improviso ao som de violas. Muita gente até os confunde, e até com razão,
pois a linguagem é a mesma, em ambos os casos os poetas utilizam os mesmos
esquemas de rimas e metrificação e os dois estão presentes em muitos momentos da
cultura brasileira, principalmente na música de Luiz Gonzaga, de Zé Ramalho, Elomar,
Vital Farias, só pra citar alguns. Na boa música caipira o cordel também está presente.
“Herói sem medalha”, “Saudade de minha terra”, “Rei do gado”, “Travessia do Rio
Araguaia”, “O menino da porteira”, dentre tantas outras, são modas de viola belíssimas,
de autores do Sudeste do país, e que têm a linguagem do cordel.
O poeta Camões, a meu ver uma das mais brilhantes mentes do planeta, escrevia em
forma de cordel. Isso mesmo! Se você pegar cada um daqueles cantos maravilhosos de
Os Lusíadas e imprimir num folheto, ele passa a ser um cordel, com estrofes de oito
versos (oitavas) de dez sílabas poéticas (decassílabos).
Ainda hoje é comum se encontrar cordéis em feiras e mercados nas principais cidades
do Nordeste, e até fora dele. Vá a Caruaru, Recife, Campina Grande, Juazeiro do Norte,
Crato, Mossoró, Salvador e Rio de Janeiro, principalmente na feira de São Cristóvão;
em São Paulo, no Centro de Tradições Nordestinas e em outros locais, inclusive em
livrarias de renome, a gente encontra cordéis.
Os nossos antepassados
Eram muito prevenidos;
Diziam: – Matos têm olhos
E paredes têm ouvidos,
Os crimes são descobertos
Por mais que sejam escondidos.(5)
Desde que nasci ouço falar que a literatura de cordel está morrendo. O surgimento do
rádio provocou um susto nos cordelistas com as afirmações de que “agora o cordel está
com os dias contados”. Tudo bobagem. O rádio não conseguiu sufocar nem o cordel
nem o repente e, atualmente, é um grande aliado. O surgimento da televisão provocou
outro susto que já está passando, e o cordel continua vivo e atuante, sendo tema de
monografias, dissertações e teses, no Brasil e lá fora, nas melhores Universidades.
Assim sendo, acredito que a literatura de cordel sobreviverá para sempre como uma das
mais encantadoras manifestações da inteligência e da criatividade. É lógico, porém, que
passará por adaptações.
11 Conhecendo um cordelista
AUTO DA COMPADECIDA
Formato: Livro
Autor: SUASSUNA, ARIANO
Idioma: PORTUGUES
Editora: AGIR
Assunto: ARTES - TEATRO
Ariano Vilar Suassuna nasceu em Nossa Senhora das Neves, hoje João Pessoa (PB), em
16 de junho de 1927, filho de Cássia Villar e João Suassuna. No ano seguinte, seu pai
deixa o governo da Paraíba e a família passa a morar no sertão, na Fazenda Acauhan.
Com a Revolução de 30, seu pai foi assassinado por motivos políticos no Rio de Janeiro
e a família mudou-se para Taperoá, onde morou de 1933 a 1937. Nessa cidade, Ariano
fez seus primeiros estudos e assistiu pela primeira vez a uma peça de mamulengos e a
um desafio de viola, cujo caráter de “improvisação” seria uma das marcas registradas
também da sua produção teatral.
Membro fundador do Conselho Federal de Cultura (1967); nomeado, pelo Reitor Murilo
Guimarães, diretor do Departamento de Extensão Cultural da UFPe (1969). Ligado
diretamente à cultura, iniciou em 1970, em Recife, o “Movimento Armorial”,
interessado no desenvolvimento e no conhecimento das formas de expressão populares
tradicionais. Convocou nomes expressivos da música para procurarem uma música
erudita nordestina que viesse juntar-se ao movimento, lançado em Recife, em 18 de
outubro de 1970, com o concerto “Três Séculos de Música Nordestina – do Barroco ao
Armorial” e com uma exposição de gravura, pintura e escultura. Secretário de Cultura
do Estado de Pernambuco, no Governo Miguel Arraes (1994-1998).
Entre 1958-79, dedicou-se também à prosa de ficção, publicando o Romance d’A Pedra
do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta (1971) e História d’O Rei Degolado
nas Caatingas do Sertão / Ao Sol da Onça Caetana (1976), classificados por ele de
“romance armorial-popular brasileiro”.
Ariano Suassuna construiu em São José do Belmonte (PE), onde ocorre a cavalgada
inspirada no Romance d’A Pedra do Reino, um santuário ao ar livre, constituído de 16
esculturas de pedra, com 3,50 m de altura cada, dispostas em círculo, representando o
sagrado e o profano. As três primeiras são imagens de Jesus Cristo, Nossa Senhora e
São José, o padroeiro do município.
14 Circulação do Gênero:
Após a produção em sala de aula, o texto deverá passar por sua fase final, a
exposição, para dar o verdadeiro sentido ao que foi estudado.
Faremos livretos de cordel, cada aluno escolherá uma imagem para a capa e
utilizaremos um cordão para expor a Literatura a todos os interessados do meio
escolar.
Para a refracção e xilogravuras são disponibilizadas duas aulas
15 Bibliografia
http://acordacordel.blogspot.com.br/2011/05/o-auto-da-compadecida.html
http://www.nacaocultural.pe.gov.br/busca_resultado.php?buscar=1&tag=cordel
http://pt.wikisource.org/wiki/O_cavalo_que_defecava_dinheiro
http://www.suapesquisa.com/cordel/ http://sociolingustica.blogspot.com.br/
http://www.youtube.com/watch?v=gFD7l0Pj4B8 http://www.youtube.com/watch?
v=7DosjK6GSUQ&feature=related
http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=226&sid=305
http://www.revistaoprofessor.com.br/wordpress/?p=266