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NÃO FAÇA A PROVA SEM SABER - Pré Edital DPU - Constitucional 2c Adm e Humanos PDF
NÃO FAÇA A PROVA SEM SABER - Pré Edital DPU - Constitucional 2c Adm e Humanos PDF
PRÉ-EDITAL DPU
SUMÁRIO
1. Direito Constitucional.........................................................................................02
2. Direito Administrativo ........................................................................................74
3. Direitos Humanos...............................................................................................106
DIREITO CONSTITUCIONAL1
CONSTITUCIONALISMO
• ACEPÇÕES:
OBS.: A tabela a seguir toma como referência o livro Direito Constitucional Esquematizado, de Pedro
Lenza.
• NEOCONSTITUCIONALISMO
Em primeiro lugar, podemos dizer que essa fase sofreu profunda influência da doutrina de Konrad
Hesse, sobretudo de sua obra “A Força Normativa da Constituição”. Por conseguinte, a Constituição
deixou de ser vista como mera carta política ou carta de intenções e passou a ser concebida com
norma jurídica dotada de imperatividade.
Nesse contexto, houve desenvolvimento de estudos sobre as relações entre regras e princípios
constitucionais. Sobre o tema, cabe destacar “Levando Direitos à Sério”, do americano Ronald
Dworkin, “Teoria dos Direitos Fundamentais”, do alemão Robert Alexy. Na doutrina nacional,
podemos destacar “Teoria dos Princípios”, de Humberto Ávila, e “Entre Hidra e Hércules”, de
Marcelo Neves.
Por fim, cabe destacar que o neoconstitucionalismo se caracteriza, também, por trazer uma nova
interpretação constitucional onde ganha relevo: a supremacia da Constituição, a presunção de
constitucionalidade das leis, interpretação conforme a Constituição, unidade da Constituição,
máxima efetividade, razoabilidade e proporcionalidade, entre outros.
#CONCLUSÃO: Desse modo, podemos concluir que o neoconstitucionalismo é marcado pelo
protagonismo da Constituição no ordenamento jurídico, estabelecendo uma ordem objetiva de
valores que servem de parâmetro para os demais ramos do Direito. Isso acarretou uma inevitável
judicialização das relações políticas e sociais, pois, via de regra, cabe ao Judiciário a palavra final
quanto à interpretação das normas constitucionais.
CONCEITOS DE CONSTITUIÇÃO
• SENTIDOS:
#CEREJADOBOLO
MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO:
1. Método jurídico ou hermenêutico clássico: A Constituição deve ser encarada como lei, assim
todos os métodos tradicionais devem ser utilizados na tarefa interpretativa, por ex.: método
gramatical, lógico, teleológico, histórico.
2. Método tópico-problemático: O intérprete parte de um problema concreto para chegar a
norma.
3. Método hermenêutico-concretizador: Prevalência do texto constitucional sobre o problema.
4. Método científico-espiritual: Não se fixa na literalidade da norma, mas parte da realidade
social e dos valores subjacentes do texto da Constituição.
5. Método normativo-estruturante: A norma seria o resultado da interpretação do texto aliado
ao contexto. Inexistência de identidade entre norma jurídica e texto normativo. O teor literal da
norma, que será considerado pelo intérprete, deve ser analisado conforme a concretizado da norma
em sua realidade social. Em outras palavras, a norma constitucional só diz o início (conhecido como
a “ponta do iceberg”) e o intérprete deve alcançar todo o sentido da norma. Norma = texto +
contexto.
6. Método comparativo constitucional: O intérprete compara a Constituição de seu país com as
Constituições estrangeiras.
- Para Peter Häberle, jurista alemão cujo pensamento doutrinário tem influenciado o direito
constitucional brasileiro, a constituição deve corresponder ao resultado, temporário e
historicamente condicionado, de um processo de interpretação levado adiante na esfera pública por
parte dos cidadãos e cidadãs – Teoria da sociedade aberta dos intérpretes.
- A Constituição aberta é aquela que está apta a captar as mudanças da realidade social, o que
permite com que ela permaneça no tempo sem perder a sua força normativa.
- Pela eficácia direta se tem a possibilidade de se extrair uma regra do núcleo essencial do
princípio, permitindo a subsunção.
- Pela eficácia interpretativa entende-se que as normas jurídicas devem ter seu sentido e alcance
determinados de maneira que melhor realize a dignidade humana, que servirá como critério de
ponderação na hipótese de colisão de normas.
- A eficácia negativa, de caráter geral ou particular, paralisa ou neutraliza a incidência de regra
jurídica que seja incompatível com a dignidade humana.
- O princípio de interpretação da CF denominado Harmonização ou concordância prática. De
acordo com esse princípio, os bens jurídicos constitucionalizados deverão coexistir de forma
harmônica a fim de evitar o sacrifício (total) de uns em relação aos outros. Para Uadi Bulos, o
princípio da concordância prática tem como meta coordenar, harmonizar e combinar bens
constitucionais conflitantes, evitando o sacrifício total de uns em relação aos outros.
- Segundo o princípio da unidade da constituição, deve-se interpretar a CF em sua globalidade
para se evitar contradições (antinomias). A CF deve ser interpretada de maneira a evitar
contradições entre suas normas, devendo ser considerada como um todo. Assim, jamais deve o
intérprete isolar uma norma do conjunto em que ela está inserida.
- Uma das características da hermenêutica constitucional contemporânea é a distinção entre regras
e princípios; segundo Ronald Dworkin, tal distinção é de natureza lógico-argumentativa, pois
somente pode ser percebida por meio dos usos dos argumentos e razões no âmbito de cada caso
concreto. a) Regras = Lógica do Tudo ou Nada b) Princípios = Lógica da Ponderação.
- Não há um método de interpretação pré determinado para cada caso concreto.
- Antinomias APARENTES são os conflitos de normas ocorridos durante o processo de
interpretação que podem ser solucionados através da aplicação dos critérios hierárquico,
cronológico e da especialidade para solucionar o conflito.
- Antinomias REAIS são conflitos entre normas que NÃO são resolvidos com a utilização dos
referidos critérios. A solução de uma antinomia real é feita pelo intérprete autêntico, com a
utilização da analogia, dos costumes, dos princípios gerais de Direito e da doutrina, nos termos do
art. 4 da Lei de Introdução ao Código Civil, in verbis: “Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso
de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de Direito”.
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
Tal modelo foi introduzido no Brasil a partir da Constituição de 1891, a qual sofreu grande influência
norte-americana. Tratando-se de órgão colegiado, a competência para declarar a
inconstitucionalidade é da maioria absoluta do órgão especial ou do pleno do tribunal (art. 97, da
CF/88), salvo se já houver prévia manifestação do STF ou da própria corte (art. 481, do CPC/73). Por
se tratar de processos subjetivos, nos quais a constitucionalidade é questão prejudicial, os efeitos da
decisão são ex tunc e inter partes, salvo se o Senado Federal, através de resolução, decidir suspender
a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional, por decisão definitiva do
Supremo Tribunal Federal (art. 52, X, da CF/88).
Em 1920, a Áustria adotou um modelo de controle diferente daquele que havia nos EUA. Idealizada
por Hans Kelsen, foi criada a Corte de Justiça Constitucional como o único órgão competente para
exercer a fiscalização da constitucionalidade (controle concentrado), realizado em caráter abstrato e
principal, ou seja, independentemente de sua aplicação em casos concretos.
O Brasil passou adotar essa espécie de controle concentrado a partir da Emenda Constitucional nº
16/1965. A Constituição Federal de 1988 valorizou essa modalidade de controle mantendo a Ação
Direta de Inconstitucionalidade, porém, ampliando consideravelmente o rol de legitimados (art. 103,
da CF/88), sendo que 3 (três) destes precisam demonstrar a pertinência temática (incisos IV, V e IX,
art. 103, da CF/88). Prevê, também, a Ação de Inconstitucionalidade por Omissão. Além disso, após a
Emenda Constitucional nº 03/1993, houve o acréscimo da Ação Declaratória de Constitucionalidade e
da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental. Todas essas ações caracterizam-se por
ser um processo objetivo, no qual a declaração (in)constitucionalidade é o objeto principal.
Quanto aos efeitos, o modelo concentrado tem decisão erga omnes e ex tunc, salvo a possibilidade
de modulação prevista no art. 27 da Lei Federal nº 9.868/99, segundo a qual, em face de razões de
segurança jurídica ou de excepcional interesse social, por maioria de dois terços dos membros do
STF, a Corte poderá restringir os efeitos da declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de
seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado. Por fim, é importante destacar
que o STF já aplicou essa possibilidade de modulação ao decidir em sede de controle difuso, vide
(REXT 197.917 – Município de “Mira Estrela”).
ATENÇÃO!
Algo imprescindível é o estudo dos informativos da matéria. Aqui, vale muito a pena dar
uma revisada pelo Vade Mecum de jurisprudência do Dizer o Direito.
Vamos ver se você está afiado? Vamos listar aqui alguns pontos... confira se você já
está por dentro!
- Espécies de inconstitucionalidade:
* Por ação: pode decorrer de vício formal, também denominado NOMODINÂMICA. O
vício formal pode ser ORGÂNICO (inobservância da competência legislativa), FORMAL
PROPRIAMENTE DITO (vício formal subjetivo, que diz respeito à iniciativa, ou vício
formal objetivo, que diz respeito às demais fases legislativas) ou POR VIOLAÇÃO A
PRESSUPOSTOS OBJETIVOS DO ATO. Pode decorrer de vício material, o
NOMOESTÁTICA. Por fim, pode decorrer de vício de decoro parlamentar.
* Por omissão.
- Momento do controle:
* Prévio ou preventivo: legislativo (próprio parlamentar e CCJ), executivo (veto) e
judiciário (mandado de segurança impetrado por parlamentar).
* Posterior ou repressivo: político, jurisdicional (difuso e concentrado) e híbrido (tanto
o político quanto o jurisdicional).
- Cláusula de reserva de plenário (Full Bench):
A Cláusula do Full-Bench ou Cláusula de Reserva de Plenário diz respeito ao controle de
constitucionalidade difuso realizado pelos Tribunais de Justiça/ Tribunal Regional
Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça. Prevê a Constituição Federal de 1988: “Art.
97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do
respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou
ato normativo do Poder Público.” Seu fundamento é o princípio da presunção de
constitucionalidade das leis, exigindo-se um quórum qualificado pelo órgão colegiado
para que haja pronunciamento da inconstitucionalidade. Dessa forma, os órgãos
fracionários dos Tribunais não podem reconhecer a inconstitucionalidade de uma lei
antes de esta ser declarada inconstitucional pela maioria absoluta do Tribunal ou de seu
Órgão Especial. Ao órgão fracionário é necessária a percepção de “estado de dúvida
constitucional” que deve ser objetivo, fundado e explicitado adequadamente pelo
órgão fracionário no encaminhamento ao órgão competente que irá respeitar a reserva
de plenário.
#SELIGANASÚMULA: A Súmula Vinculante 10 trata sobre o tema: viola a cláusula de
reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que,
embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do
Poder Público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.
A referida súmula vinculante busca evitar o escamoteamento da declaração de
inconstitucionalidade, ou seja, que esta seja feita por via transversa como no
afastamento ou mera não aplicação da lei. É uma norma protetiva da eficácia da
previsão do artigo 97 da Constituição Federal de 1988.
#SELIGANADIFERENÇA:
• JURISPRUDÊNCIA
Aqui, tomamos como base principal o Vade Mecum de Jurisprudência do Dizer o Direito:
#SOMOSTODOSMARCINHO #DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #VAICAIR
- Em regra, não é possível que o STF, ao julgar MS impetrado por parlamentar, exerça controle de
constitucionalidade, determinando o arquivamento. Exceções: proposta de emenda constitucional
que viole cláusula pétrea; proposta de emenda constitucional ou projeto de lei cuja tramitação esteja
ocorrendo com violação às regras constitucionais sobre processo legislativo (Info 711, STF).
- Associação que abranja apenas uma fração da categoria profissional não possui legitimidade para
ADI/ADPF de norma que envolva outros representados (Info 826, STF).
- Decisão administrativa de Tribunal de Justiça pode ser objeto de ADI se ela teve conteúdo
normativo, com generalidade e abstração (Info 734, STF).
- É possível a cumulação de pedidos típicos de ADI e ADC em uma única demanda de controle
concentrado (Info 786, STF).
- É possível propor uma nova ADI por inconstitucionalidade material contra ato reconhecido
formalmente constitucional (Info 787).
- O Estado-membro não dispõe de legitimidade para interpor recurso em sede de controle normativo
abstrato, ainda que a ADI tenha sido ajuizada pelo respectivo governador (Info 703).
- Não cabe ADPF contra decisão judicial transitada em julgado (Info 810).
- É possível que o STF modifique entendimento firmado em controle concentrado, inclusive em sede
de julgamento de reclamação constitucional (Info 702).
- As decisões definitivas de mérito proferidas pelo STF no julgamento de ADI, ADC ou ADPF possuem
eficácia contra todos (erga omnes) e efeito vinculante (§ 2º do art. 102 da CF/88). O Poder Legislativo,
em sua função típica de legislar, não fica vinculado. Assim, o STF não proíbe que o Poder Legislativo
edite leis ou emendas constitucionais em sentido contrário ao que a Corte já decidiu. Não existe uma
vedação prévia a tais atos normativos. O legislador pode, por emenda constitucional ou lei ordinária,
superar a jurisprudência. Trata-se de uma reação legislativa à decisão da Corte Constitucional com o
objetivo de reversão jurisprudencial. No caso de reversão jurisprudencial (reação legislativa)
proposta por meio de emenda constitucional, a invalidação somente ocorrerá nas restritas
hipóteses de violação aos limites previstos no art. 60, e seus §§, da CF/88. Em suma, se o Congresso
editar uma emenda constitucional buscando alterar a interpretação dada pelo STF para determinado
tema, essa emenda somente poderá ser declarada inconstitucional se ofender uma cláusula pétrea
ou o processo legislativo para edição de emendas. No caso de reversão jurisprudencial proposta por
lei ordinária, a lei que frontalmente colidir com a jurisprudência do STF nasce com presunção
relativa de inconstitucionalidade, de forma que caberá ao legislador o ônus de demonstrar,
argumentativamente, que a correção do precedente se afigura legítima. Assim, para ser
considerada válida, o Congresso Nacional deverá comprovar que as premissas fáticas e jurídicas
sobre as quais se fundou a decisão do STF no passado não mais subsistem. O Poder Legislativo
promoverá verdadeira hipótese de mutação constitucional pela via legislativa. (Info 801).
- ADI. CONVERSÃO DE MP EM LEI. Se é proposta ADI contra uma medida provisória e, antes de a
ação ser julgada, a MP é convertida em lei com o mesmo texto que foi atacado, esta ADI não perde o
objeto e poderá ser conhecida e julgada. Como o texto da MP foi mantido, não cabe falar em
prejudicialidade do pedido. Isso porque não há a convalidação ("correção") de eventuais vícios
existentes na norma, razão pela qual permanece a possibilidade de o STF realizar o juízo de
constitucionalidade. Neste caso, ocorre a continuidade normativa entre o ato legislativo provisório
(MP) e a lei que resulta de sua conversão. Ex: foi proposta uma ADI contra a MP 449/1994 e, antes de
a ação ser julgada, houve a conversão na Lei nº 8.866/94. Vale ressaltar, no entanto, que o autor da
ADI deverá peticionar informando esta situação ao STF e pedindo o aditamento da ação. STF.
Plenário. ADI 1055/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 15/12/2016 (Info 851). #IMPORTANTE
• CONCEPÇÕES DOUTRINÁRIAS
* Jorge Miranda:
Manifesta-se diante das imperfeições, obscuridades, omissões deixadas na CF. A correção é feita por
convenções constitucionais, costumes constitucionais e mutações constitucionais.
Suas normas criadas se sujeitam ao controle de constitucionalidade, pois não se sobrepõem formal
ou materialmente ao poder constituinte derivado.
Suas normas criadas se sujeitam ao controle de constitucionalidade, pois não se sobrepõem formal
ou materialmente ao poder constituinte derivado.
É o poder que cria uma constituição, no qual cada Estado cede uma parcela de sua soberania para
que uma constituição comunitária seja criada. O titular desse poder não é o povo, mas o cidadão
universal.
* Teoria intermediária.
Se de uma Constituição para outra Constituição que a sucede ocorre a alteração de distribuição de
competência legislativa, no momento da recepção das normas infraconstitucionais se proíbe a
federalização de normas estaduais ou a estadualização de normas municipais.
FILTRAGEM CONSTITUCIONAL
Determina que todo o ordenamento jurídico deve ser lido a partir do filtro axiológico das normas
constitucionais, servido como instrumental para a orientação e decisão de casos concretos. Através
dela se dá a constitucionalização do direito infraconstitucional.
- Repristinação pressupõe a validade do dispositivo revogador. Logo, não se confunde com efeito
repristinatório. No controle concentrado de constitucionalidade, este é automático, mas pode ser
afastado por decisão expressa do STF (modulação de efeitos da decisão).
- Desconstitucionalização:
* Primeira acepção: é o instituto pelo qual as normas apenas formalmente constitucionais do regime
anterior, embora perdendo a supremacia constitucional, continuam a vigorar sob a égide de uma
norma Constituição, com status de legislação infraconstitucional.
* Segunda acepção: relaciona-se à parte flexível de uma constituição semirrígida.
* Subjetivista (Savigny, Lassale, Gabba): nem toda retroatividade legal é censurável, mas somente
aquela que interfere em direitos subjetivos surgidos anteriormente.
* Objetivista (De Page e Roubier): ênfase em situações jurídicas criadas pela lei nova.
#OBS: adota-se a teoria subjetivista: proteção ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à coisa
julgada.
- Espécies de retroatividade normativa (Matos Peixoto, Moreira Alves e Maria Helena Diniz):
* Retroatividade máxima: a nova norma atinge a coisa julgada e os fatos já consumados (eficácia
restitutória).
* Retroatividade média: a nova norma atinge efeitos pendentes de atos jurídicos verificados antes
dela (interfere em direitos já exigíveis, mas ainda não implementados).
* Retroatividade mínima: a nova norma atinge apenas os efeitos dos fatos anteriores, mas
produzidos após a data de vigência dela. Para Roubier, não é caso de retroatividade mínima, e sim de
eficácia imediata da norma (eficácia ou efeito imediato forte). STF discorda (seria a tese da
retroatividade mínima).
- A rejeição da medida provisória tem eficácia ex tunc (retroativa). Logo, o decreto legislativo, ao
regular os efeitos da rejeição da MP, poderá desconstituir retroativamente quaisquer atos, públicos
ou privados, que tenham aplicado a MP rejeitada.
O constitucionalismo moderno teve início no século XVIII, com a Constituição dos EUA (1787) e da
França (1791). Nesse contexto, sob o aspecto material, buscava-se limitar, normatizar, regulamentar
a atuação do Estado, através da separação dos poderes e da garantia e direitos individuais. Em
relação ao âmbito formal, criava-se uma norma que possuía força jurídica superior em relação às
demais espécies normativas.
Em regra, o controle de constitucionalidade é realizado pelo Poder Judiciário, seja de forma difusa,
realizada por qualquer juiz em um caso concreto (modelo norte-americano), seja, de modo
concentrado, efetuado por um Tribunal Constitucional, analisando em tese, se a lei é constitucional
ou não (modelo austríaco/alemão). O exercício do controle de constitucionalidade repercute na
esfera normativa, ratificando a presunção de constitucionalidade ou excluindo a norma considerada
inconstitucional do ordenamento jurídico. Além disso, existe uma repercussão vinculante (eficácia
executiva) que incidirá nos casos em curso e nos casos futuros.
Segundo, o efeito vinculante consiste em atribuir ao julgado uma qualificada força impositiva e
obrigatória em relação a supervenientes atos administrativos ou judiciais. Trata-se da eficácia
executiva ou instrumental, que tem como termo inicial a data da publicação do acórdão do STF no
Diário Oficial e atinge atos administrativos e decisões judiciais supervenientes a essa publicação, não
os pretéritos, ainda que formados com suporte em norma posteriormente declarada.
A partir dessas duas premissas, o STF deliberou, como tese de repercussão geral, que “a decisão do
Supremo Tribunal Federal declarando a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade de preceito
normativo não produz a automática reforma ou rescisão das sentenças anteriores que tenham
adotado entendimento diferente; para que tal ocorra, será indispensável a interposição do recurso
próprio ou, se for o caso, a propositura da ação rescisória própria, nos termos do art. 485, V, do CPC,
observado o respectivo prazo decadencial (CPC, art. 495). Ressalva-se desse entendimento, quanto à
indispensabilidade da ação rescisória, a questão relacionada à execução de efeitos futuros da
sentença proferida em caso concreto sobre relações jurídicas de trato continuado”.
Verifica-se, portanto, que o STF realizou a distinção entre eficácia normativa e eficácia executiva,
esclarecendo que o efeito vinculante de suas decisões em controle concentrado tem início a partir da
publicação do acórdão no Diário Oficial. Entretanto, aplicação não se dá de forma automática nos
casos em curso ou já transitado em julgado, dependendo, portanto, de recurso ou de ação rescisória,
respectivamente. A Reclamação Constitucional, assim, somente se aplicaria aos casos posteriores.
Percebe-se que a corte constitucional optou pela preservação da segurança jurídica, uma das
principais características do devido processo legal e do Estado Democrático de Direito.
ASSUNTOS “DECOREBA”
#nissoeunãoescorrego
- Crimes imprescritíveis: racismo e ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem
constitucional e o regime democrático.
- Crimes inafiançáveis: tráfico ilícito de entorpecentes, terrorismo e tortura (que são os crimes
equiparados aos hediondos), crimes hediondos, racismo e ação de grupos armados, civis ou
militares, contra a ordem constitucional e o regime democrático.
- Brasileiros natos:
* nascidos no Brasil, ainda que filhos de estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu
país;
* nascidos no estrangeiro, filhos de pai OU mãe brasileiros, que estejam a serviço do Brasil;
* nascidos no estrangeiro, filhos de pai OU mãe brasileiros, desde que: 1) sejam registrados em
repartição brasileira competente ou 2) optem, EM QUALQUER TEMPO, DEPOIS DE ATINGIDA A
MAIORIDADE, pela nacionalidade brasileira.
- Brasileiros naturalizados:
* os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas, aos originários de países que
falam a língua portuguesa, apenas: residência por 1 ano ininterrupto e idoneidade moral;
* aos estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes no Brasil há mais de 15 anos ininterruptos,
sem condenação penal e desde que requeiram.
- O mandato eletivo pode ser impugnado perante a justiça eleitoral no prazo de 15 dias contados da
diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.
- Criação de Municípios:
* lei estadual;
* período determinado por lei complementar federal;
* consulta – plebiscito – população dos municípios envolvidos; e
* divulgação e publicação de estudos de viabilidade municipal.
- Regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões: são criadas por lei complementar
estadual.
- Subsídios dos Deputados Estaduais: (i) lei de iniciativa da Assembleia Legislativa; (ii) até 75% do
subsídio dos deputados federais
- Municípios com mais de 500.000 habitantes: subsídio máximo dos vereadores = 75% do subsídio dos
deputados estaduais.
- A Câmara Municipal não gastará mais de 70% de sua receita com folha de pagamento, incluídos os
subsídios dos vereadores.
- O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o prefeito deve anualmente
prestar, só deixará de prevalecer por decisão de 2/3 dos membros da Câmara Municipal.
Ela também revogou a antiga norma (art. 1º, I, LC 51/85) que tratava da aposentadoria dos
membros da Polícia!
2
Antes da EC 88/2015 a aposentadoria compulsória era de 70 anos para todo mundo. A referida EC trouxe duas novidades,
a primeira, aumentou imediatamente para 75 anos a idade da aposentadoria compulsória para os cargos de Ministros do
STF, dos Tribunais Superiores (STJ, TST, TSE, STM) e do TCU. A segunda, a EC 88/2015 autorizou que fosse editada Lei
Complementar aumentando para 75 anos a idade da aposentadoria compulsória para os demais servidores públicos, que
foi o que a LC 152/2015 fez.
65 anos 75 anos
Ela também previu regra especial para os servidores do serviço exterior brasileiro:
Art. 2º (...) Parágrafo único. Aos servidores do Serviço Exterior Brasileiro, regidos pela Lei nº
11.440, de 29 de dezembro de 2006, o disposto neste artigo será aplicado progressivamente à
razão de 1 (um) ano adicional de limite para aposentadoria compulsória ao fim de cada 2 (dois)
anos, a partir da vigência desta Lei Complementar, até o limite de 75 (setenta e cinco) anos
previsto no caput.
3) Voluntária:
* 60 anos de idade + 35 de contribuição: homem; 55 anos de idade + 30 de contribuição: mulher.
* 65 anos de idade, se homem, e 60 anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao
tempo de contribuição.
OBS.: mínimo de 10 anos de efetivo serviço público, sendo 5 no cargo em que efetivamente
ocorrerá a aposentadoria.
4) Requisitos diferenciados
* pessoa com deficiência
* atividade de risco
* condições especiais que prejudiquem a saúde e a integridade física
5) Professor: reduz 5 anos.
- No regime próprio de previdência, os inativos contribuem com o que exceder o teto do RGPS
(Regime Geral da Previdência Social). OBS.: se o beneficiário for portador de doença incapacitante,
esse valor do teto será dobrado.
- Fixação do número total de deputados federais e representação por Estado: necessidade de Lei
Complementar, devendo existir no mínimo 8 e no máximo 70 deputados federais por Estado.
- O Congresso Nacional fixa o subsídio dos membros do STF, do Presidente da República e do Vice-
Presidente, bem como dos ministros de Estado.
Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a
Constituição Federal e, especialmente, contra:
I - a existência da União;
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes
constitucionais das unidades da Federação;
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
IV - a segurança interna do País;
V - a probidade na administração;
VI - a lei orçamentária;
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de
processo e julgamento.
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos
Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações
penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.
§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções:
I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal
Federal;
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal.
§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o
afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo.
§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da
República não estará sujeito a prisão.
§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos
estranhos ao exercício de suas funções.
- Projetos de lei são, em regra, votados pelas comissões. Mediante requerimento de 1/10 dos
membros da Casa, a votação poderá ser levada ao pleno.
* 1% do eleitorado, distribuídos em
* 5 estados, manifestando-se em cada um deles
* 0,3% do eleitorado.
OBS.: Projetos de lei de iniciativa popular são apresentados à Câmara dos Deputados.
- TCE: 07 conselheiros.
#NOVIDADE: Emenda Constitucional 86/2015: a União deve aplicar em saúde não menos que 15% da
receita corrente líquida do respectivo exercício financeiro. O valor de contribuição dos Estados e
Municípios será definido em lei complementar, a qual será reavaliada pelo menos a cada 5 anos.
- A União aplicará, anualmente, nunca menos de 18%, e os estados, DF e municípios, nunca menos de
25% da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na
manutenção e desenvolvimento do ensino.
SÚMULA VINCULANTE
Em relação à legitimidade, a EC nº 45/2004 já havia previsto que, sem prejuízo do que vier a ser
estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por
aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade. Com o advento da Lei Federal nº
11.417/2006, o rol de legitimados para incluir também o Defensor Público-Geral da União, os Tribunais
Superiores, os Tribunais de Justiça de Estados ou do Distrito Federal e Territórios, os Tribunais
Regionais Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os Tribunais Regionais Eleitorais e os
Tribunais Militares. Além disso, o Município poderá propor, incidentalmente ao curso de processo
em que seja parte, o que não autoriza a suspensão do processo. Cabe lembrar que o STF também
poderá editar súmula vinculante de ofício, ou seja, independentemente de provocação por partes
dos referidos legitimados.
Em regra, os efeitos da súmula vinculantes surgem a partir de sua publicação na imprensa oficial, em
relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas
federal, estadual e municipal. No entanto, existe a possibilidade de o Supremo Tribunal Federal, por
decisão de 2/3 (dois terços) dos seus membros, poderá restringir os efeitos vinculantes ou decidir
que só tenha eficácia a partir de outro momento, tendo em vista razões de segurança jurídica ou de
excepcional interesse público. Percebe-se, assim, que semelhante ao que ocorre com as decisões
proferidas em sede de ADI, existe a possibilidade de modulação dos efeitos prospectivamente.
Ademais, a vinculação não atinge o Poder Legislativo, nem o próprio STF.
O artigo 5º, da Lei nº 11.417/2006, dispõe que, revogada ou modificada a lei em que se fundou a edição
de enunciado de súmula vinculante, o Supremo Tribunal Federal, de ofício ou por provocação,
procederá à sua revisão ou cancelamento, conforme o caso. Recentemente, o STF rejeitou a
proposta de cancelamento do enunciado 11 da Súmula vinculante, bem como rejeitou proposta de
revisão do teor do enunciado 25 da Súmula Vinculante. Em ambos os casos, asseverou que, para
admitir-se a revisão ou o cancelamento de súmula vinculante, seria necessário demonstrar: a) a
evidente superação da jurisprudência do STF no trato da matéria; b) a alteração legislativa quanto ao
tema; ou, ainda, c) a modificação substantiva de contexto político, econômico ou social. Esclareceu,
ainda que o mero descontentamento ou eventual divergência quanto ao conteúdo de verbete
vinculante não autorizariam a rediscussão da matéria.
CONTRABANDO LEGISLATIVO
Inspirado na clássica obra de Montesquieu, o princípio da separação dos poderes está consagrado
logo no artigo segundo da nossa Constituição, o qual determina que os três poderes são
independentes e harmônicos entre si. Sua importância é de tamanha extensão que o referido
princípio figura entre uma das quatro hipóteses de cláusula pétrea. Assim, qualquer projeto de lei ou
emenda à Constituição tendente a abolir separação dos poderes será considerada inconstitucional.
A clássica tripartição prevista pelo Montesquieu prevê que cabe ao Legislativo editar as leis, ao
Executivo administrar com base na lei e ao Judiciário fazer cumprir a lei. No entanto, atualmente se
admite que cada poder tem a sua função típica, porém, eventualmente pode também exercer
funções atípicas. Isso ocorre, por exemplo, quando: o Legislativo e o Judiciário exercem funções
administrativas em relação aos seus servidores; o Judiciário edita regimentos internos; o Legislativo
julga crimes de responsabilidade; e o Executivo edita medidas provisórias.
As medidas provisórias podem ser editadas pelo chefe do Poder Executivo, desde que atenda aos
requisitos de relevância e urgência, previstos no caput do art. 62, além de outros requisitos previstos
nos parágrafos seguintes. Elas são editadas com força de lei e devem ser submetidas imediatamente
para que o Congresso Nacional aprecie no prazo de sessenta dias, uma única vez por igual período,
sob pena de perder sua eficácia desde a sua edição.
Não raras vezes, durante a apreciação das medidas provisórias, o Congresso Nacional insere
matérias distintas daquela tratada originariamente. Tal prática denomina-se “contrabando
legislativo” e foi enfrentada pelo STF no julgamento da ADI 5127, realizado no dia 15/10/2015
(informativo 803). Na oportunidade, a corte fixou a tese de que é incompatível com a Constituição a
apresentação de emendas sem relação de pertinência temática com medida provisória submetida a
sua apreciação.
O fundamento utilizado pelo STF foi no sentido que a medida provisória se trata de espécie
normativa de competência exclusiva do Presidente da República e excepcional, não seria possível
tratar de temas diversos daqueles fixados como relevantes e urgentes. Uma vez estabelecido o tema
relevante e urgente, toda e qualquer emenda parlamentar em projeto de conversão de medida
provisória em lei se limitaria e circunscreveria ao tema definido como urgente e relevante.
É importante destacar, por fim, que apesar de reconhecer que o contrabando legislativo é uma
prática contrária aos ditames constitucionais, a ação foi julgada improcedente. Em que pese a
aparente contradição entre o fundamento e o dispositivo da decisão, o STF ponderou que esta seria
a primeira oportunidade de enfrentar o tema, e compreensão diversa subtrairia a possibilidade de
diálogo entre os diversos ramos do Estado sobre a matéria. Além disso, essa prática alusiva à
conversão de medidas provisórias estaria arraigada, a resultar em diversas normas produzidas de
acordo com o procedimento. Assim, a decisão da Corte não poderia provocar insegurança jurídica,
de modo que estariam preservadas as leis fruto de conversão de medida provisória, no que diz
respeito à inconstitucionalidade formal.
1. Distinções Preliminares
Confederação Federação
É uma pessoa jurídica de direito público. É um Estado para a sociedade
internacional.
Os membros de uma confederação, em A união é estabelecida por uma
regra, são unidos por tratados constituição.
internacionais.
Existe o direito de secessão. “Indissolubilidade do pacto
federativo” (art. 1°, Cf) + intervenção
federal (art. 34, I).
Direito de nulificação: os estados não As decisões dos órgãos centrais,
são obrigados a se submeterem a quando tomadas dentro dos limites
determinadas medidas adotados pelo de sua competência, são obrigatórias
parlamento comum. para todos os entes.
Geralmente trata de assuntos externos. Trata de assuntos externos e
internos.
Os cidadãos permanecem com a Os cidadãos têm a nacionalidade do
nacionalidade dos estados aos quais Estado Federal.
pertencem.
O único órgão em comum é o Congresso Os órgãos legislativo, executivo e
Confederal. Cada país permanece com judiciário compõem o poder central,
poder executivo e judiciário próprios. admitindo-se a possibilidade de os
entes regionais também terem seus
próprios órgãos.
FEDERAÇÃO:
2. Soberania e Autonomia
3. Repartição de Competências
b) Poderes Enumerados
A União tem poderes enumerados (arts. 22 e 21).
Os Municípios têm poderes enumerados no art. 30.
c) Poderes Remanescentes
Os poderes remanescentes são atribuídos aos Estados Membros (art. 25, §1°, CF).
Obs.: o Distrito Federal titulariza competências estaduais e municipais.
3.2 Possibilidade de Delegação: União (art. 22, parágrafo único, CF): o requisito formal é a exigência
de LC.
#CUIDADO: a delegação pode ser feita para os estados e Distrito Federal, embora só exista previsão
expressa de delegação em relação aos estados, e não ao DF.
Competência administrativa (art. 23, CF). É atribuída a todos os entes da Federação. Leitura
obrigatória de TODOS os incisos.
Trata da competência legislativa atribuída à União, Estados e DF (art. 24, CF). Leitura obrigatória de
todos os incisos.
3
Art. 24. § 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
Art. 24. § 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer
normas gerais.
De acordo com o §1° do art. 24, cabe a União elaborar normas gerais. Segundo o §2°, cabe aos estados
suplementarem as normas gerais da União. Se houver inércia da União, e ela não estabelecer
normas gerais, os estados exercerão competência legislativa plena (art. 24, §3°).
§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência
suplementar dos Estados.
§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa
plena, para atender a suas peculiaridades.
Prescreve o art. 24, §4° que a superveniência de lei federal sobre normas gerais apenas SUSPENDE A
EFICÁCIA da lei estadual no que lhe for contrário.
#SELIGANASÚMULA: Súmula 637 do STF: não cabe recurso extraordinário contra acórdão de tribunal
de justiça que defere pedido de intervenção estadual em município.
DIREITOS FUNDAMENTAIS
- Direitos fundamentais: É possível definir direitos fundamentais como todas as posições jurídicas
concernentes às pessoas (naturais ou jurídicas, consideradas na perspectiva individual ou
transindividual) que, do ponto de vista do direito constitucional positivo, foram, expressa ou
implicitamente integradas a Constituição e retiradas da esfera de disponibilidade dos poderes
constituídos, bem como todas as posições jurídicas que, por seu conteúdo e significado, possam lhes
ser equiparadas, tendo, ou não, assento na Constituição formal.
De acordo com a teoria absoluta, o conteúdo essencial é uma parte do conteúdo total do direito
fundamental. Seria um núcleo duro do conteúdo total que seria intransponível pelo legislador. Esse
conteúdo essencial é absoluto! Não pode ser relativizado.
#RESUMINDO: O conteúdo essencial de um direito fundamental é uma parte do seu conteúdo total.
Consiste no chamado “núcleo duro”, o qual é considerado absoluto e intransponível. Apenas a
outra parte (periférica do Direito: tudo aquilo que sobra após a retirada do núcleo duro) estaria
disponível para a regulamentação legislativa.
Exemplo: voto de Carlos Ayres Brito na ADPF 130 (recepção da lei de imprensa). Em seu voto, o
Ministro ressaltou que o núcleo duro diz respeito ao conteúdo das informações a serem veiculadas.
Mas, algumas matérias reflexas o legislador pode regular, como o direito de resposta em ofensa a
imprensas, proteção do telespectador, regulamentação de propagandas, etc. Isso compõe a
periferia do direito de liberdade de informação, que podem ser regulamentadas.
A segunda teoria é a relativa (é incompatível com a classificação de JAS de eficácia limitada, contida
e plena). Essa teoria defende a necessidade de justificar as restrições aos direitos fundamentais
mediante o recurso ao princípio da proporcionalidade. Não existiria um limite intransponível, a
priori. É preciso antes analisar a medida à luz do princípio da proporcionalidade. Se a medida estatal
for proporcional, não atingiu o conteúdo essencial. Por outro lado, se concluiu-se que foi
desproporcional, é porque atingiu o conteúdo essencial naquele caso.
Pela teoria relativa, o conteúdo essencial não pode ser definido abstratamente, devendo ser
analisado no caso concreto por meio do princípio da proporcionalidade.
#LEMBRAR: Como se analisa a proporcionalidade? Vide tópico acima. Há três premissas: adequação
(o meio foi apto para se atingir o fim almejado?), necessidade (o meio foi o menos oneroso possível?)
e proporcionalidade em sentido estrito através da técnica da ponderação (a promoção de um direito
fundamental justifica a restrição do outro direito fundamental? Em caso positivo, a lei é
constitucional, pois o conteúdo essencial foi preservado. Em caso negativo, a lei é inconstitucional,
pois viola o conteúdo essencial).
#OLHAOGANCHO:
Proibição de Proteção Deficiente (Insuficiente, ou por Defeito):
No caso de ação estatal, é utilizado o princípio de proibição de excesso, que tem como escopo evitar
que o Estado se utilize de uma medida excessivamente gravosa.
Nos casos de omissão estatal (total ou parcial), é utilizado o princípio da proibição de proteção
deficiente que tem por finalidade exigir dos órgãos estatais o dever de tutelar de forma adequada e
suficiente os direitos fundamentais.
Quais são esses requisitos que esses limites dos limites devem obedecer?
Primeiro: princípio da reserva legal (art. 5º, II). A limitação só pode ser feita por lei (lei ordinária,
delegada, lei complementar, medida provisória. Art. 62).
Segundo: princípio da não retroatividade (art. 5º, XXXVI). Serve também como limite às leis que
restringem direitos fundamentais. A eficácia é ex nunc.
Terceiro: princípio da proporcionalidade: adequação (razoabilidade) + necessidade +
proporcionalidade em sentido estrito.
Quarto: princípio da generalidade e abstração. Não pode ser uma restrição individual e concreta, em
razão do princípio da isonomia. Isso significa que a restrição deve atingir todos.
Quinto: princípio da salvaguarda do conteúdo essencial: Tal critério se aplica à teoria absoluta, pois
para a relativa o princípio da proporcionalidade já protegeria o conteúdo essencial.
#ATENÇÃO: As limitações devem ser claras e precisas!
Em algum momento haverá suspensão de direitos fundamentais? SIM, nos casos de estado de sítio e
estado de defesa, desde que não se atinja o mínimo existencial.
O entendimento que predomina é o de que a dignidade não é um direito, pois não é algo concedido
pelo ordenamento. Ela é considerada uma “qualidade intrínseca do ser humano”. Todo o ser
humano já tem dignidade, não cabendo concessão dela.
Alguns autores consideram a dignidade como “algo absoluto”, o que não deve ser confundido com
“direito absoluto”. A autora francesa Beatrice Maurer sintetiza o tema: “a pessoa não tem mais ou
menos dignidade em relação a outra pessoa. Não se trata, destarte, de uma questão de valor, de
hierarquia, de uma dignidade maior ou menor. É por isso que a dignidade do homem é um absoluto”.
#CUIDADO: A dignidade não é um direito absoluto. Isso porque, além de partir da premissa de que
nenhum direito possui essa característica (e, de fato, não existe direito absoluto!), a dignidade não é
sequer um direito, mas sim de uma qualidade de todo e qualquer ser humano.
Na Constituição Federal, os direitos e garantias fundamentais estão insertas no Título II, e são
divididos em direitos e garantias individuais e coletivos (capítulo I), direitos sociais (capítulo II),
direitos nacionais (capítulo III), direitos políticos (capítulo IV) e partidos políticos (capítulo V).
Ressalve-se que a maior parte dos direitos coletivos está inserida no capítulo dos direitos sociais.
Jellinek – Teoria dos status. Multifuncionalidade dos DF:
a) Status passivo: é aquele em que se encontra o indivíduo detentor de deveres perante o Estado. É
um estado de subordinação em relação ao Estado. Aqui o indivíduo é meramente detentor de
deveres.
b) Status ativo: o indivíduo possui competências para influenciar a formação da vontade estatal. Ex.
Direitos políticos por meio do voto.
c) Status negativo: é aquele em que o um espaço de liberdade diante das possíveis ingerências.
Ocorre a abstenção estatal.
d) Status positivo: É aquele em que o indivíduo tem o direito de exigir do Estado determinadas
prestações positivas. Neste status, sente-se a necessidade do Estado suprir desigualdades fáticas,
mediante a sua intervenção nas relações jurídicas.
- Características dos Direitos Fundamentais:
PREDICADOS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
HISTORICIDADE
UNIVERSALIDADE
INDISPONIBILIDADE
IMPRESCRITIBILIDADE
RELATIVIDADE
a) Eficácia vertical: Quando os direitos fundamentais surgiram eles tinham apenas a eficácia vertical,
pois o indivíduo está subordinado ao Estado e por esses direitos protegerem os indivíduos contra os
arbítrios do Estado, fala-se dessa eficácia vertical. Consiste na aplicação dos direitos fundamentais às
relações entre particulares e o Estado. É a eficácia clássica.
c) Eficácia diagonal: Trata-se de classificação bastante recente. Consiste na aplicação dos direitos
fundamentais à relação entre particulares, nas quais existe um desequilíbrio fático, a exemplo da
relação trabalhista e consumerista.
DIREITOS POLÍTICOS
- Positivos: permitem a participação do indivíduo na vida política do Estado. Ex.: voto, plebiscito,
etc.
Direito de sufrágio: contém, em seu bojo, a capacidade eleitoral ativa e a passiva.
Voto: é o exercício do direito de sufrágio. O sufrágio pode ser universal ou restrito. O restrito pode
ser censitário (condição econômica), capacitário (capacidade especial, geralmente, intelectual) ou
em razão do sexo.
Escrutínio: é o modo como o direito de voto é exercido (secreto ou aberto).
A CF da RFB adota o sufrágio universal e escrutínio secreto.
Voto: direto, exceto no caso de eleição indireta pelo Congresso Nacional, quando da vacância dos
cargos de Presidente e Vice nos últimos 2 anos do mandato, livre, personalíssimo, com valor igual
para todos e periódico.
II - facultativos para:
a) os analfabetos;
No Brasil, o alistamento eleitoral depende da iniciativa do nacional, não havendo inscrição de ofício
por parte da autoridade judicial eleitoral.
4
§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os
conscritos.
ELEGIBILIDADE: capacidade eleitoral passiva, direito de ser votado.
A “plena capacidade” somente é atingida aos 35 anos, pois é a idade mínima para os cargos de
Presidente, Vice e Senador.
- Negativos: são aqueles que estabelecem restrições ou impedimentos ao exercício dos direitos
políticos positivos.
4.2.1 Inelegibilidades: em regra, as hipóteses de inelegibilidade não podem ser interpretadas
extensivamente por serem consideradas de legalidade estrita (TSE e STF).
→ Absolutas: somente podem ser estabelecidas pela CF. Em geral estão relacionadas com condições
pessoais. São inelegíveis os inalistáveis (conscritos, estrangeiros e menores de 16 anos) e os
analfabetos (art. 14, § 4º, CF).
→ Relativas: podem ser estabelecidas por LC e, em geral, estão relacionadas a determinados cargos
quando previstas pela CF.
Obs.: inelegibilidades dos cargos não eletivos (art. 14, § 8º) Juiz (95, pu, III) e MP (art. 128, §5º, II,
“e”).
→ Inelegibilidade reflexa:
SÚMULA VINCULANTE 18: “a dissolução da sociedade ou vinculo conjugal no curso do mandato não
afasta a inelegibilidade prevista no § 7º, do art. 14, da CF”.
Não atrai a aplicação do entendimento constante da referida súmula a extinção do vínculo conjugal
pela morte de um dos cônjuges. STF, RE 758.461, j. 22.05.2014
Art. 14. § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua
cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato
considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a
influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na
administração direta ou indireta.
⬄O STF decidiu ser inelegível para o cargo de Prefeito de município resultante de desmembramento
territorial o irmão do atual chefe do Poder Executivo do “município-mãe”.
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII.
Súmula 09 do TSE: “a suspensão dos direitos políticos decorrente de condenação criminal transitada
em julgado cessa com o cumprimento ou a extinção da pena, independendo de reabilitação ou de
prova de reparação dos danos”.
SISTEMAS ELEITORAIS
Sistema eleitoral é o conjunto de regras e técnicas previstas pela CF e pela lei para disciplinar a forma
como os candidatos ao mandato eletivo serão escolhidos e eleitos.
a) MAJORITÁRIO b) PROPORCIONAL
O mandato eletivo fica com o candidato ou Terminada a votação, divide-se o total de
partido político que obteve a maioria dos votos válidos pelo número de cargos em
votos. Ganha o candidato mais votado, disputa, obtendo-se assim o quociente
independentemente dos votos de seu eleitoral. Em seguida, pega-se os votos de
partido. cada partido ou coligação e divide-se pelo
quociente eleitoral, obtendo-se assim o
número de eleitos de cada partido (quociente
partidário). Os candidatos mais bem votados
desse partido irão ocupar tais vagas.
No Brasil, é o sistema adotado para a No Brasil, é o sistema adotado para a escolha
eleição de Prefeito, Governador, Senador e de Vereador, Deputado Estadual e Deputado
Presidente. Federal.
DIREITOS INDIVIDUAIS
Destinatários:
Obs.1: numa interpretação literal, os estrangeiros não residentes não poderiam invocar os direitos
individuais, MAS sendo a dignidade uma qualidade intrínseca a todo ser humano,
independentemente de sua nacionalidade, não se pode negar o exercício de um direito fundamental
a um indivíduo pelo simples fato dele não residir no país.
Obs.3: contraditório, ampla defesa e devido processo legal podem ser invocados por pessoas
jurídicas de direito público.
→ São gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: a) o registro civil de
nascimento; b) a certidão de óbito, c) habilitação, registro e primeira certidão de casamento civil.
→ Crimes imprescritíveis e inafiançáveis na CF: racismo e ação de grupos armados, civis ou militares,
contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.
→ Assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 05 (cinco) anos de idade em
creches e pré-escolas.
Direito à vida:
Bem jurídico protegido: vida humana em seu sentido biológico. Dupla acepção:
(i) negativa: consiste no direito a permanecer vivo.
(ii) positiva: consiste no direito de exigir do Estado prestações para proteção do direito à vida,
assim como para uma existência digna.
Inviolabilidade: protege o direito contra a violação por parte de terceiros.
Irrenunciabilidade: protege o direito contra o seu próprio titular
RESTRIÇÕES À INVIOLABILIDADE
Pena de morte no caso de guerra declarada (art. 5º, XLVII, CF), aborto necessário/terapêutico, Aborto
sentimental (art. 128, CP), aborto de anencéfalos (ADPF 54).
Direito à igualdade:
Obs.: ações afirmativas consistem em políticas públicas ou programas privados, em geral de caráter
temporário, desenvolvidos para reduzir desigualdades decorrentes de discriminações ou de
hipossuficiência, por meio da concessão de algum tipo de vantagem compensatória dessas
condições.
Súmula nº 683 – STF: o limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do
art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a
ser preenchido.
Direitos de liberdade:
Assegura a plena liberdade de culto e as suas liturgias, bem como o direito de não acreditar ou
professar nenhuma fé, devendo o Estado respeito ao ateísmo. A liberdade de consciência é a mais
ampla. Consiste na adesão de certos valores espirituais independentemente de qualquer conotação
religiosa.
Serviço militar obrigatório: uma pessoa pode alegar motivos religiosos para se eximir desta
obrigação legal, mas deverá cumprir uma prestação alternativa. A objeção de consciência deve ser
baseada em convicções seriamente arraigadas e que causem um grave tormento moral.
Dever de neutralidade do Estado (art. 19, CF)5. Com o advento da República, o Estado brasileiro
passou a ser laico.
SITUAÇÕES ESPECIAIS:
c) quebra de sigilo: bancário, fiscal, telefônico e de dados informáticos. Dentre as autoridades com
legitimidade para determinar a quebra destes sigilos estão: (i) Juiz; (ii) CPI.
5
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus
representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público;
II - recusar fé aos documentos públicos;
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.
NÃO (depende de autorização judicial) (STF. MS 22934/DF, DJe
TCU
de 9⁄5⁄2012)
SIM (seja ela federal ou estadual/distrital). Prevalece que CPI
CPI
municipal não pode.
6
Art. 2°, Lei nº 9296/96. Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das
seguintes hipóteses:
I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal;
II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis;
III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção.
Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz, de ofício ou a requerimento:
I - da autoridade policial, na investigação criminal;
II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução processual penal.
Art. 9° A gravação que não interessar à prova será inutilizada por decisão judicial, durante o inquérito, a instrução
processual ou após esta, em virtude de requerimento do Ministério Público ou da parte interessada.
Obs.: a 3ª Turma do STJ, no HC 203.405, admitiu, excepcionalmente, a possibilidade de se
determinar interceptação telefônica para fins civis, quando não haja outra medida que resguarde
os direitos ameaçados e quando o caso envolver indícios de conduta criminosa.
Inviolabilidade de Domicílio
Flagrante delito, desastre ou para prestar socorro: dia ou noite, sem necessidade de autorização
judicial.
O conceito de casa deve ser interpretado de uma forma bastante ampla, de modo a compreender
espaços privados, não abertos ao público, onde alguém exerce atividade profissional.
Direito de Propriedade:
Obs.: em RE, o STF entendeu que o confisco é das glebas como um todo e não apenas da parte em
que é feita a plantação dos psicotrópicos.
Desapropriação-sanção: urbana - títulos da dívida pública (art. 182, §4º, III, CF) e rural – títulos da
dívida agrária (art. 184, CF).
Obs.: art. 184, §5º, CF “são isentas de impostos federais, estaduais e municipais as ações de
transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária”.
Obs.: art. 185, CF: “são insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária: i) a pequena e
média propriedade rural, assim definida em lei; desde que seu proprietário não possua outra; ii) a
propriedade produtiva”.
• JURISPRUDÊNCIA DE DESTAQUE:
QUEBRA DE SIGILO: As autoridades e os agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios podem requisitar diretamente das instituições financeiras informações
sobre as movimentações bancárias dos contribuintes. Esta possibilidade encontra-se prevista no art.
6º da LC 105/2001, que foi considerada constitucional pelo STF. Isso porque esta previsão não se
caracteriza como "quebra" de sigilo bancário, ocorrendo apenas a “transferência de sigilo” dos
bancos ao Fisco.
MANDADO DE INJUNÇÃO. O mandado de injunção até junho de 2016 não possuía regulamentação, e
aplicava-se, por analogia, a lei do mandado de segurança. Entretanto, em 23 de junho de 2016, a lei
que disciplina o processo e o julgamento do mandado de injunção foi sancionada, sem vetos, pelo
presidente interino Michel Temer em 23 de junho de 2016. O texto surgiu do projeto de lei (PL
6128/09), do ex-deputado Flavio Dino, aprovado pela Câmara, em março de 2015, e pelo Senado, no
início do mês de junho de 2016. #NOVIDADELEGISLATIVA
NACIONALIDADE: Se um brasileiro nato que mora nos EUA e possui o Green Card decidir adquirir a
nacionalidade norte-americana, ele irá perder a nacionalidade brasileira. Não se pode afirmar que a
presente situação se enquadre na exceção prevista na alínea “b” do § 4º do art. 12 da CF/88.
RACISMO. A prática do proselitismo, ainda que feita por meio de comparações entre as religiões
(dizendo que uma é melhor que a outra) não configura, por si só, crime de racismo. Só haverá
racismo se o discurso dessa religião supostamente superior for de dominação, opressão, restrição de
direitos ou violação da dignidade humana das pessoas integrantes dos demais grupos. Por outro
lado, se essa religião supostamente superior pregar que tem o dever de ajudar os "inferiores" para
que estes alcancem um nível mais alto de bem-estar e de salvação espiritual e, neste caso não haverá
conduta criminosa. Na situação concreta, o STF entendeu que o réu apenas fez comparações entre
as religiões, procurando demonstrar que a sua deveria prevalecer e que não houve tentativa de
subjugar os adeptos do espiritismo. Pregar um discurso de que as religiões são desiguais e de que
uma é inferior à outra não configura, por si, o elemento típico do art. 20 da Lei nº 7.716/89. Para haver
o crime, seria indispensável que tivesse ficado demonstrado o especial fim de supressão ou redução
da dignidade do diferente, elemento que confere sentido à discriminação que atua como verbo
núcleo do tipo. STF. 1ª Turma. RHC 134682/BA, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 29/11/2016 (Info
849).
BIOGRAFIAS. Para que seja publicada uma biografia NÃO é necessária autorização prévia do
indivíduo biografado, das demais pessoas retratadas, nem de seus familiares. Essa autorização prévia
seria uma forma de censura, não sendo compatível com a liberdade de expressão consagrada pela
CF/88. Caso o biografado ou qualquer outra pessoa retratada na biografia entenda que seus direitos
foram violados pela publicação, terá direito à reparação, que poderá ser feita não apenas por meio
de indenização pecuniária, como também por outras formas, tais como a publicação de ressalva, de
nova edição com correção, de direito de resposta etc. STF. Plenário. ADI 4815/DF, Rel. Min. Cármen
Lúcia, julgado em 10/6/2015 (Info 789).
DIREITO À SAÚDE
• CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES
Atenção especial, dentro do tópico saúde, para as ações judiciais que buscam medicamentos,
exames e cirurgias. Esse é dos maiores campos de atuação da Defensoria Pública. Por isso, é
essencial conhecer a jurisprudência do STF sobre o assunto.
O STF realizou, nos dias 27, 28 e 29 de abril, e 4, 6 e 7 de maio de 2009, Audiência Pública sobre o
assunto, convocada pelo então Presidente da Corte, o Ministro Gilmar Mendes, voltada à ampliação
do debate, à racionalização do assunto e à legitimação democrática das decisões.
Diante desse quadro, concluiu o Ministro, em síntese, que deve ser privilegiada o tratamento padrão
do SUS, em detrimento da opção diversa escolhida pelo paciente, sempre que não for comprovada a
ineficácia ou a impropriedade da política pública existente. Na hipótese, contudo, de se demonstrar a
imprescindibilidade do tratamento não fornecido regularmente, por razões específicas do organismo
que redundem na impropriedade da política para aquele caso, deve ser custeado o fármaco, exame
ou cirurgia não contemplado nas listas oficiais.
#DICA:
Conheça o voto do Ministro Celso de Mello na ADPF 45, decisão paradigmática
acerca do controle jurisdicional de políticas públicas.
Posteriormente, assentou-se que esse controle ocorre ainda que tais direitos
sejam derivados de cláusulas revestidas de conteúdo programático, uma vez que
estas não podem se converter em promessa constitucional inconsequente, uma
vez que o Poder Público, numa atitude de infidelidade governamental ao que
determina a própria Constituição da República, não pode fraudar as justas
expectativas nele depositadas pela sociedade.
Esses critérios são apontados, por Ada Pellegrini Grinover, como imperativos
ético-jurídicos postos à intervenção do Judiciário, traduzindo-se a sua estrita
observância como o ponto de coibição do excesso jurisdicional. Legitima-se, sob
essas premissas, a elucidada dimensão política da atuação de juízes e tribunais.
"É constitucional a regra que veda, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS, a internação em
acomodações superiores, bem como o atendimento diferenciado por médico do próprio SUS, ou por
médico conveniado, mediante o pagamento da diferença dos valores correspondentes." STF.
Plenário. RE 581488/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 3/12/2015 (repercussão geral) (Info 810).
É inconstitucional a possibilidade de um paciente do Sistema Único de Saúde (SUS) pagar para ter
acomodações superiores ou ser atendido por médico de sua preferência, a chamada "diferença de
classes". STF. Plenário. RE 581488/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 3/12/2015 (repercussão geral)
(Info 810).
O se entende por macrojustiça? É realizada pelo Poder Executivo com fulcro na “justiça distributiva”,
configura-se como típicas opções políticas em vista do bem comum, tomando por base a amplitude
global da política pública e os seus potenciais destinatários.
O se entende por microjustiça? É realizada pelo Poder Judiciário, que está vocacionado apenas a
solucionar o caso concreto (em regra, individual) a partir de sua visão míope da realidade lato sensu
da política reclamada e à míngua de aferição acerca do prejuízo à política pública como um todo,
resultante da efetivação dos provimentos judiciais.
O que se entende por Minimum core approach? É o mínimo existencial ou abordagem do núcleo
mínimo, ou seja, trata-se do núcleo essencial (portanto, mínimo) que é intangível, devendo-se
manter incólume quando em contraste com a reserva do possível (ratio decidendi da ADPF 45). Sem
a garantia desse núcleo essencial, esvazia-se o conteúdo normativo do direito e há inadimplemento
do Poder Público do respectivo mandamento constitucional.
O que se entende por metodologia fuzzy ou fuzzismo? Cuida-se de expressão cunhada por José
Joaquim Gomes Canotilho para criticar o avanço desmedido do ativismo judicial, que se imiscuindo
ao Poder Executivo, promove a seu talante e de forma míope, a implementação dos direitos
econômicos, sociais e culturais. Entrementes, tal atuação é marcada pela nota da “imprecisão
metodológica”, uma vez que os juristas não sabem o que fazem e desconhecem os impactos de suas
decisões no que tange à universalidade da política pública, máxime quando abordam complexos
problemas dos direitos econômicos, sociais e culturais (in Metodología ‘Fuzzy’ y ‘Camaleones
Normativos’ en la Problemática Actual de los Derechos Económicos, Sociales y Culturales e repetido
no Manual de Direito Constitucional de Gilmar Ferreira Mendes).
PODER LEGISLATIVO
A CPI pode investigar o Chefe do Executivo, pessoas físicas ou jurídicas, órgão ou instituições ligadas
à gestão da coisa pública ou que, de alguma forma, tenham que prestar conta sobre dinheiro, bens
ou valores públicos. É uma comissão TEMPORÁRIA do Congresso Nacional. Logo, não pode
investigar o que extravase as competências do Congresso.
PODERES DA CPI
Poderes de investigação próprios de autoridade judicial, além dos previstos nos regimentos internos.
1. Quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e de dados (STF, MS 25668).
2. Busca e apreensão de documentos e equipamentos, respeitados a inviolabilidade do
domicílio.
3. Determinar a condução coercitiva de testemunhas ou indiciados.
4. Determinar a realização de exames periciais.
PODERES LIMITES
QUEBRA DO SIGILO TELEFONICO, RESERVA DE JURISDIÇÃO7 E DIREITOS
BANCÁRIO, FISCAL E DE DADOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
CONDUÇÃO COERCITIVA DE DIREITO DE NÃO AUTO
TESTEMUNHAS E INDICIADOS INCRIMINAÇÃO
7
Matérias reservadas exclusivamente ao Poder Judiciário: (i) interceptação telefônica (art. 5°, XII da CF); (ii)
inviolabilidade domiciliar (art. 5°, XI da CF); (iii) prisão por mandado (art. 5°, LXI, da CF); (iv) quebra do sigilo imposto a
processo judicial (art. 93, IX , art. 5° X e LX, CF).
BUSCA E APREENSÃO, RESPEITADA SIGILO PROFISSIONAL
A INVIOLABILIDADE DOMICILIAR
DETERMINAR REALIZAÇÃO DE MEDIDAS ACAUTELATÓRIAS
PERÍCIAS
Autonomia Federativa: A CPI federal PODE investigar autoridade estadual caso haja investigação de
interesse nacional e não exclusivamente estadual.
• CPI Estadual
• CPI municipal
Deve haver previsão expressa na Constituição Estadual, Lei Orgânica do Município, etc. Além disso:
fato determinado, prazo certo e quorum. Prevalece no âmbito doutrinário que “por não haver órgão
judicial no município, a CPI municipal não pode ter poderes de investigação próprios de autoridade
judicial”.
Art. 53, § 8º. As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só
podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos
de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução
da medida.
Foro por Prerrogativa de Função (art. 53, §1° e art. 102, I, “b”, da CF).
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-
lhe: I - processar e julgar, originariamente:
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do
Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República.
IMPORTANTE: o art. 102, I, “b”, da CF prevalece sobre a regra do tribunal do júri insculpida no art. 5°,
XXXVIII.
Obs.: os membros do Congresso Nacional não respondem por crimes de responsabilidade. A única
exceção na CF/88 é a do Presidente da Câmara Municipal (art. 29-A, §3°, da CF):
Art. 29 (...) § 1o A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por cento de sua receita com folha
de pagamento, incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores. § 3o Constitui crime de
responsabilidade do Presidente da Câmara Municipal o desrespeito ao § 1o deste artigo.
A competência do STF tem início com a diplomação e se encerra com o fim do mandato. Se o
processo ainda não foi submetido a julgamento na ocasião do término do mandato, deve o STF
remeter os autos ao juiz de origem. Contudo, os atos praticados são válidos. Existem dois casos em
que o STF permanece competente para julgamento do processo mesmo com o término do mandato:
(i) quando o julgamento já tiver sido iniciado, (ii) renúncia com abuso de direito (Ação Penal 396) –
INFORMATIVO 741 DO STF.
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas
opiniões, palavras e votos.
Quando proferidas fora do Congresso, o STF exige que a manifestação tenha conexão com o
exercício do mandato.
A imunidade material tem natureza jurídica de excludente de tipicidade (STF, INQ 2273 e PET 4934).
- Imunidade Formal
Art. 53, § 2º, CF. Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser
presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de
vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva
sobre a prisão.
A imunidade formal obsta a prisão cautelar do parlamentar, salvo em flagrante de crime inafiançável.
A proibição de prisão não alcança a prisão no caso de condenação definitiva transitada em julgado.
Obs.: não é mais necessária a autorização da Câmara ou Senado para que o parlamentar seja
processado e julgado. Atualmente, o PGR oferece denúncia perante o STF, que dará ciência à Casa do
respectivo parlamentar, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da
maioria absoluta de seus membros poderá até a decisão final sustar o andamento da ação.
#CUIDADO: os crimes praticados ANTES da diplomação NÃO são abrangidos pela IMUNIDADE
PROCESSUAL, embora APLIQUE-SE A PRERROGATIVA DO FORO.
IMUNIDADE IMUNIDADE FORMAL FORO POR
MATERIAL Incoercibilidade PRERROGATIVA DE
Exclui a tipicidade. pessoal, salvo FUNÇÃO
flagrante crime
inafiançável.
Regra da
processabilidade.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA:
OBS.: Informamos que os as decisões abaixo foram extraídas do Dizer o Direito.
IMPEACHMENT – ADPF 378: Por maioria, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) julgou
parcialmente procedente a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 378, que
discute a validade de dispositivos da Lei 1.079/1950 que regulamentam o processo de impeachment
de presidente da República. Com o julgamento, firmou-se o entendimento de que a Câmara dos
Deputados apenas dá a autorização para a abertura do processo de impeachment, cabendo ao
Senado fazer juízo inicial de instalação ou não do procedimento, quando a votação se dará por
maioria simples; a votação para escolha da comissão especial na Câmara deve ser aberta, sendo
ilegítimas as candidaturas avulsas de deputados para sua composição; e o afastamento de
presidente da República ocorre apenas se o Senado abrir o processo.
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA: É inconstitucional lei estadual que estabelece regras para a cobrança
em estacionamento de veículos.
STF. Plenário. ADI 4862/PR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em
18/8/2016 (Info 835).
LEI 13.367/2016: Foi promulgada e publicada em 05/12/2016, com o objetivo de alterar a Lei 1.579/52,
que dispõe sobre Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI). #NOVIDADELEGISLATIVA
- É inconstitucional lei estadual, de iniciativa parlamentar, que: determina o destino que o Poder
Executivo deverá dar aos bens de empresa estatal que está sendo extinta; disciplina as
consequências jurídicas das relações mantidas pelo Poder Executivo com particulares; cria conselho
de acompanhamento dentro da estrutura do Poder Executivo. STF. Plenário. ADI 2295/RS, Rel. Min.
Marco Aurélio, julgado em 15/6/2016 (Info 830).
- São constitucionais o art. 28, § 1º e o art. 30 da Lei nº 13.146/2015, que determinam que as escolas
privadas ofereçam atendimento educacional adequado e inclusivo às pessoas com deficiência sem
que possam cobrar valores adicionais de qualquer natureza em suas mensalidades, anuidades e
matrículas para cumprimento dessa obrigação. STF. Plenário. ADI 5357 MC-Referendo/DF, Rel. Min.
Edson Fachin, julgado em 9/6/2016 (Info 829).
- O Poder Judiciário pode obrigar o Município a fornecer vaga em creche a criança de até 5 anos de
idade. STF. Decisão monocrática. RE 956475, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 12/05/2016 (Info
826).
- É possível que emenda à Constituição Federal proposta por iniciativa parlamentar trate sobre as
matérias previstas no art. 61, § 1º da CF/88. As regras de reserva de iniciativa fixadas no art. 61, § 1º da
CF/88 não são aplicáveis ao processo de emenda à Constituição Federal, que é disciplinado em seu
art. 60. Assim, a EC 74/2013, que conferiu autonomia às Defensorias Públicas da União e do Distrito
Federal, não viola o art. 61, § 1º, II, alínea "c", da CF/88 nem o princípio da separação dos poderes,
mesmo tendo sido proposta por iniciativa parlamentar. STF. Plenário. ADI 5296 MC/DF, Rel. Min.
Rosa Weber, julgado em 18/5/2016 (Info 826).
- A competência para legislar sobre serviços de telecomunicações é privativa da União art. 21, XI e art.
22, IV, da CF/88). Logo, é inconstitucional lei estadual que determinou às empresas telefônicas que
criem e mantenham um cadastro de assinantes interessados em receber ofertas de produtos e
serviços, que deve ser disponibilizado para as empresas de telemarketing. STF. Plenário. ADI
3959/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 20/4/2016 (Info 822)
- É inconstitucional norma resultante de emenda parlamentar a projeto de lei de iniciativa exclusiva
do Chefe do Poder Executivo, na hipótese em que a emenda apresentada acarrete aumento de
despesa (art. 61, § 1º, II, “a” e art. 63, I, da CF/88). STF. Plenário. ADI 2810/RS, Rel. Min. Roberto
Barroso, julgado em 20/4/2016 (Info 822).
- A iniciativa de projetos de lei que tratem sobre a organização e o funcionamento dos Tribunais de
Contas é reservada privativamente ao próprio Tribunal (arts. 73 e 96, II, “b”, da CF/88). É possível
que haja emendas parlamentares em projetos de lei de iniciativa do Tribunal de Contas, desde que
respeitados dois requisitos: a) guardem pertinência temática com a proposta original (tratem sobre
o mesmo assunto); b) não acarretem em aumento de despesas. STF. Plenário. ADI 5442 MC/DF e ADI
5453 MC/SC, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 17/3/2016 (Info 818).
- Súmula vinculante 54: A medida provisória não apreciada pelo congresso nacional podia, até a
Emenda Constitucional 32/2001, ser reeditada dentro do seu prazo de eficácia de trinta dias,
mantidos os efeitos de lei desde a primeira edição. STF. Plenário. Aprovada em 17/03/2016, DJe
28/03/2016
- É inconstitucional lei estadual que veda ao Poder Público estadual exigir a revalidação de títulos
obtidos em instituições de ensino superior dos países membros do Mercado Comum do Sul –
MERCOSUL. A lei estadual que trata sobre revalidação de títulos obtidos em instituições de ensino
superior dos países membros do MERCOSUL afronta o pacto federativo (art. 60, §4º, I, da CF/88) na
medida em que usurpa a competência da União para dispor sobre diretrizes e bases da educação
nacional (art. 22, XXIV). STF. Plenário. ADI 5341 MC- Referendo/AC, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em
10/3/2016 (Info 817).
- Não é possível aplicar o art. 86, § 4º, da CF/88 para o Presidente da Câmara dos Deputados,
considerando que a garantia prevista neste dispositivo é destinada expressamente ao chefe do
Poder Executivo da União (Presidente da República). Desse modo, por se tratar de um dispositivo de
natureza restritiva, não é possível qualquer interpretação que amplie a sua incidência a outras
autoridades, notadamente do Poder Legislativo. STF. Plenário. Inq 3983/DF, Rel. Min. Teori Zavascki,
julgado em 02 e 03/03/2016 (Info 816)
- Em regra, a decisão proferida pelo STF em processos individuais (ex: recurso extraordinário,
reclamação) possui eficácia inter partes. No entanto, no caso do RE 567.985/MT, do RE 580963/PR e
do Rcl 4374/PE é diferente. Isso porque o Plenário da Corte Suprema, no julgamento desses
processos não apenas resolveu o conflito individual deduzido naquela causa, mas realizou,
expressamente, a reinterpretação da decisão proferida pelo STF na ADI 1.232/DF. Em outras palavras,
a decisão proferida no processo individual ganhou eficácia erga omnes e efeito vinculante porque
reinterpretou e modificou uma decisão proferida em ADI, que possui tais atributos. Logo, por ter
"substituído" um entendimento do STF que tinha eficácia erga omnes e efeito vinculante, a nova
decisão proferida em sede de controle concreto ganhou contornos de controle abstrato. Dessa
forma, se uma decisão proferida por outro órgão jurisdicional violar o que foi decidido pelo STF no
RE 567.985/MT, no RE 580963/PR e no Rcl 4374/PE caberá reclamação para o Supremo. Obs: apenas
para esclarecer, em 1998, na ADI 1.232/DF, o STF havia decidido que o § 3º do art. 20 da Lei nº 8.742/93
era constitucional. Em 2013, ao apreciar novamente o tema no RE 567.985/MT, no RE 580963/PR e no
Rcl 4374/PE, processos individuais julgados em conjunto, o STF mudou de entendimento e afirmou
que o referido § 3º é parcialmente inconstitucional. STF. Decisão monocrática. Rcl 18636, Rel. Min.
Celso de Mello, julgado em 10/11/2015 (Info 813).
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA
SÚMULA VINCULANTE 46
SÚMULA VINCULANTE 39
Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e militar
e do corpo de bombeiros militar do Distrito Federal.
SÚMULA VINCULANTE 2
É inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre sistemas de
consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias.
DIREITOS FUNDAMENTAIS
SÚMULA VINCULANTE 28
É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação judicial
na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário.
SÚMULA VINCULANTE 25
É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito.
SÚMULA VINCULANTE 21
SÚMULA VINCULANTE 14
É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que,
já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia
judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
SÚMULA VINCULANTE 11
DIREITOS POLÍTICOS
SÚMULA VINCULANTE 18
IMUNIDADE PARLAMENTAR
PRECATÓRIOS
SÚMULA VINCULANTE 17
Durante o período previsto no parágrafo 1º do artigo 100 da Constituição, não incidem juros de mora
sobre os precatórios que nele sejam pagos.
A exceção prevista no art. 100, caput, da Constituição, em favor dos créditos de natureza alimentícia,
não dispensa a expedição de precatório, limitando-se a isentá-los da observância da ordem
cronológica dos precatórios decorrentes de condenações de outra natureza.
TRIBUNAL DE CONTAS
SÚMULA VINCULANTE 3
Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa
quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o
interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria,
reforma e pensão.
No Tribunal de Contas estadual, composto por sete conselheiros, quatro devem ser escolhidos pela
Assembléia Legislativa e três pelo Chefe do Poder Executivo estadual, cabendo a este indicar um
dentre auditores e outro dentre membros do Ministério Público, e um terceiro a sua livre escolha.
O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e
dos atos do poder público.
SÚMULA 6 (STF)
A revogação ou anulação, pelo Poder Executivo, de aposentadoria, ou qualquer outro ato aprovado
pelo Tribunal de Contas, não produz efeitos antes de aprovada por aquele Tribunal, ressalvada a
competência revisora do Judiciário.
DIREITO ADMINISTRATIVO8
OBS.: Se você ainda não souber os princípios da Administração Pública, o que é regime jurídico
administrativo e poderes da Administração Pública, consulte as palavras-chave do seu material!
• EFEITO PRELIMINAR OU PRODÔMICO: acontece nos atos administrativos que dependem de duas
manifestações de vontade. Este efeito se configura com o dever da segunda autoridade se
manifestar quando a primeira já o fez. Esse dever vem antes do aperfeiçoamento do ato, que se
chama preliminar ou prodrômico.
• Súmula 510 STF: Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada, contra ela
cabe o mandado de segurança ou a medida judicial.
• Segundo entendimento do STJ, uma vez impugnado o ato administrativo, seja pela via judicial, seja
pela via administrativa, não mais há possibilidade de convalidação.
• Recurso hierárquico impróprio é aquele dirigido à autoridade externa à pessoa jurídica prolatora da
decisão. Necessita de previsão legal.
ATENÇÃO! #cuidadoparanãoescorregar!
Teoria da encampação (não se confunde com a encampação na concessão de
serviço público): trata da admissão de mandado de segurança contra a autoridade
administrativa hierarquicamente superior, apontada por engano como coatora,
quando o mandamus deveria ter sido manejado contra autoridade subordinada
sua. Requisitos – C HI ME DU – COMPETÊNCIA, HIERARQUIA, MERITO E DÚVIDA
RAZOÁVEL.
• A pena aplicada deve ser executada imediatamente? Instado a se pronunciar sobre o tema, o STJ
entendeu que sim. Os principais argumentos utilizados foram a autoexecutoriedade dos atos
administrativos e a regra de o recurso administrativo não possuir efeito suspensivo.
SERVIDOR PÚBLICO
• Súmula 97 STJ: Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar reclamação de servidor público
relativamente a vantagens trabalhistas anteriores à instituição do regime jurídico único.
• “Demissão a bem do serviço público” seria uma pena perpétua, na qual você, uma vez demitido,
jamais poderia voltar para o serviço público. Muito se fala que não seria recepcionado pela CF.
Todavia, ainda consta no art. 137, parágrafo único, da Lei nº 8.112/1990. O CESPE (se acha doutrinador
¬¬) considera como "certo" afirmar que existe "demissão a bem do serviço público".
• Súmula 680 STF: O direito ao auxílio-alimentação não se estende aos servidores inativos.
• Os prazos da licença-adotante não podem ser inferiores ao prazo da licença-gestante, o mesmo
valendo para as respectivas prorrogações. Em relação à licença-adotante, não é possível fixar prazos
diversos em função da idade da criança adotada. STF. Plenário. RE 778889/PE, Rel. Min. Roberto
Barroso, julgado em 10/3/2016 (repercussão geral) (Info 817).
• Súmula 552-STJ: O portador de surdez unilateral não se qualifica como pessoa com deficiência
para o fim de disputar as vagas reservadas em concursos públicos.
• Tem direito subjetivo à nomeação o candidato aprovado fora do número de vagas previstas no
edital, mas que passe a figurar entre as vagas em decorrência da desistência de candidatos
classificados em colocação superior.
• Súmula vinculante 44-STF: Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de
candidato a cargo público.
• O termo inicial do prazo decadencial para a impetração de mandado de segurança no qual se
discuta regra editalícia que tenha fundamentado eliminação em concurso público é a data em que o
candidato toma ciência do ato administrativo que determina sua exclusão do certame, e não a da
publicação do edital do certame.
• O candidato aprovado fora do número de vagas previstas no edital de concurso público tem
direito subjetivo à nomeação quando o candidato imediatamente anterior na ordem de classificação,
aprovado dentro do número de vagas, for convocado e manifestar desistência.
• A Justiça competente para julgar qualquer direito relacionado à contratação do servidor nos
casos do art. 37, IX, é sempre a JUSTIÇA COMUM (estadual ou federal), não importando que a lei
estadual ou municipal estabeleça o regime da CLT, uma vez que o fez de forma indevida.
• Cumulação de cargos: somente se pode considerar que um cargo tem natureza técnica se ele
exigir, no desempenho de suas atribuições, a aplicação de conhecimentos especializados de alguma
área do saber. Não podem ser considerados cargos técnicos aqueles que impliquem a prática de
atividades meramente burocráticas, de caráter repetitivo e que não exijam formação específica.
• Serviços sociais autônomos, por possuírem natureza jurídica de direito privado e não integrarem
a Administração Pública, mesmo que desempenhem atividade de interesse público em cooperação
com o ente estatal, NÃO estão sujeitos à observância da regra de concurso.
• De quem será a competência para julgar ação de improbidade em caso de desvio de verbas
transferidas pela União ao Município por meio de convênio? Se, pelas regras do convênio, a verba
transferida deve ser incorporada ao patrimônio municipal, a competência para a ação será da Justiça
Estadual (Súmula 209-STJ). Ao contrário, se o convênio prevê que a verba transferida não é
incorporada ao patrimônio municipal, ficando sujeita à prestação de contas perante o órgão federal,
a competência para a ação será da Justiça Federal (Súmula 208-STJ).
• A indisponibilidade não pode recair sobre verbas salariais investidas em aplicação financeira.
#éhojequeeuaprendo #dehojenãopassa!
1) Os agentes políticos municipais se submetem aos ditames da Lei de
Improbidade Administrativa, sem prejuízo da responsabilização política e
criminal estabelecida no Decreto-Lei 201/1967.
2) Os Agentes Políticos sujeitos a crime de responsabilidade, ressalvados os
atos ímprobos cometidos pelo Presidente da República (art. 86 da CF) e pelos
Ministros do Supremo Tribunal Federal, não são imunes às sanções por ato de
improbidade previstas no art. 37, § 4º da CF.
3) A ação de improbidade administrativa proposta contra agente político que
tenha foro por prerrogativa de função é processada e julgada pelo juiz de
primeiro grau, limitada à imposição de penalidades patrimoniais e vedada a
aplicação das sanções de suspensão dos direitos políticos e de perda do cargo
do réu.
4) A aplicação da pena de demissão por improbidade administrativa não é
exclusividade do Judiciário, sendo passível a sua incidência no âmbito do
processo administrativo disciplinar.
5) Havendo indícios de improbidade administrativa, as instâncias ordinárias
poderão decretar a quebra do sigilo bancário.
6) O afastamento cautelar do agente público de seu cargo, previsto no
parágrafo único, do art. 20, da Lei n. 8.429/92, é medida excepcional que pode
perdurar por até 180 dias.
7) O especialíssimo procedimento estabelecido na Lei 8.429/92, que prevê um
juízo de delibação para recebimento da petição inicial (art. 17, §§ 8º e 9º),
precedido de notificação do demandado (art. 17, § 7º), somente é aplicável para
ações de improbidade administrativa típicas. (Tese julgada sob o rito do artigo
543-C do CPC - TEMA 344).
8) A indisponibilidade de bens prevista na LIA pode alcançar tantos bens
quantos necessários a garantir as consequências financeiras da prática de
improbidade, excluídos os bens impenhoráveis assim definidos por lei.
9) Os bens de família podem ser objeto de medida de indisponibilidade
prevista na Lei de Improbidade Administrativa, uma vez que há apenas a
limitação de eventual alienação do bem.
10) Aplica-se a medida cautelar de indisponibilidade dos bens do art. 7º aos atos
de improbidade administrativa que impliquem violação dos princípios da
administração pública - no art. 11 da LIA.
11) O ato de improbidade administrativa previsto no art. 11 da Lei 8.429/92 não
requer a demonstração de dano ao erário ou de enriquecimento ilícito, mas
exige a demonstração de dolo, o qual, contudo, não necessita ser específico,
sendo suficiente o dolo genérico.
12) Nas ações de improbidade administrativa é admissível a utilização da prova
emprestada, colhida na persecução penal, desde que assegurado o
contraditório e a ampla defesa.
13) O magistrado não está obrigado a aplicar cumulativamente todas as penas
previstas no art. 12 da Lei 8.429/92, podendo, mediante adequada
fundamentação, fixá-las e dosá-las segundo a natureza, a gravidade e as
consequências da infração.
14) É inadmissível a responsabilidade objetiva na aplicação da Lei 8.429/1992,
exigindo- se a presença de dolo nos casos dos arts. 9º e 11 (que coíbem o
enriquecimento ilícito e o atentado aos princípios administrativos,
respectivamente) e ao menos de culpa nos termos do art. 10, que censura os
atos de improbidade por dano ao Erário.
15) O Ministério Público tem legitimidade ad causam para a propositura de
Ação Civil Pública objetivando o ressarcimento de danos ao erário, decorrentes
de atos de improbidade.
16) O Ministério Público estadual possui legitimidade recursal para atuar como
parte no Superior Tribunal de Justiça nas ações de improbidade administrativa,
reservando- se ao Ministério Público Federal a atuação como fiscal da lei.
17) A ausência da notificação do réu para a defesa prévia, prevista no art. 17, §
7º, da Lei de Improbidade Administrativa, só acarreta nulidade processual se
houver comprovado prejuízo (pas de nullité sans grief).
18) A presença de indícios de cometimento de atos ímprobos autoriza o
recebimento fundamentado da petição inicial nos termos do art. 17, §§ 7º, 8º e
9º, da Lei n. 8.429/92, devendo prevalecer, no juízo preliminar, o princípio do in
dubio pro societate.
19) O termo inicial da prescrição em improbidade administrativa em relação a
particulares que se beneficiam de ato ímprobo é idêntico ao do agente público
que praticou a ilicitude.
20) A eventual prescrição das sanções decorrentes dos atos de improbidade
administrativa não obsta o prosseguimento da demanda quanto ao pleito de
ressarcimento dos danos causados ao erário, que é imprescritível (art. 37, § 5º
da CF).
21) É inviável a propositura de ação civil de improbidade administrativa
exclusivamente contra o particular, sem a concomitante presença de agente
público no polo passivo da demanda.
22) Nas ações de improbidade administrativa, não há litisconsórcio passivo
necessário entre o agente público e os terceiros beneficiados com o ato
ímprobo.
23) A revisão da dosimetria das sanções aplicadas em ação de improbidade
administrativa implica reexame do conjunto fático-probatório dos autos,
encontrando óbice na súmula 7/STJ, salvo se da leitura do acórdão recorrido
verificar-se a desproporcionalidade entre os atos praticados e as sanções
impostas.
24) É possível o deferimento da medida acautelatória de indisponibilidade de
bens em ação de improbidade administrativa nos autos da ação principal sem
audiência da parte adversa e, portanto, antes da notificação a que se refere o
art. 17, § 7º, da Lei n. 8.429/92.
25) É possível a decretação da indisponibilidade de bens do promovido em
ação civil Pública por ato de improbidade administrativa, quando ausente (ou
não demonstrada) a prática de atos (ou a sua tentativa) que induzam a
conclusão de risco de alienação, oneração ou dilapidação patrimonial de bens
do acionado, dificultando ou impossibilitando o eventual ressarcimento futuro.
26) Na ação de improbidade, a decretação de indisponibilidade de bens pode
recair sobre aqueles adquiridos anteriormente ao suposto ato, além de levar
em consideração, o valor de possível multa civil como sanção autônoma.
27) No caso de agentes políticos reeleitos, o termo inicial do prazo
prescricional nas ações de improbidade administrativa deve ser contado a
partir do término do último mandato.
INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE
• Tombamento duplo: é aquele feito por duas entidades políticas. Por exemplo, o tombamento de
um bem é feito pelo Estado e pelo Município.
• SERVIDÃO ADMINISTRATIVA: poder público constitui, em seu favor, um direito real sobre a
propriedade particular. Natureza jurídica de direito real sobre a coisa alheia. Indenização só se
houver dano.
• A desapropriação é forma originária de aquisição da propriedade, fazendo com que o bem venha
livre de qualquer ônus ou direitos passados, os quais ficam sub-rogados no preço.
• RETROCESSÃO é o direito que tem o expropriado de exigir de volta o seu imóvel caso o mesmo
não tenha o destino para que se desapropriou ou outro de interesse público.
• Súmula 119 do STJ (superada): a ação de desapropriação indireta prescreve em vinte anos. Após o
CC/2002: 10 anos (art. 1238). Segundo o STJ, a ação de desapropriação indireta possui natureza
real e pode ser proposta pelo particular prejudicado enquanto não tiver transcorrido o prazo para
que o Poder Público adquira a propriedade do bem por meio da usucapião (dizer o direito).
• Súmula 164 STF: no processo de desapropriação, são devidos juros compensatórios desde a
antecipada imissão de posse, ordenada pelo juiz, por motivo de urgência.
• STJ: A eventual improdutividade do imóvel não afasta o direito aos juros compensatórios, pois
esses restituem não só o que o expropriado deixou de ganhar com a perda antecipada, mas
também a expectativa de renda, considerando a possibilidade do imóvel “ser aproveitado a
qualquer momento de forma racional e adequada, ou até ser vendido com o recebimento do seu
valor à vista”. São indevidos juros compensatórios quando a propriedade se mostrar impassível de
qualquer espécie de exploração econômica, seja atual ou futura, em decorrência de limitações
legais ou da situação geográfica ou topográfica do local onde se situa a propriedade.
• Súmula 561 STF: em desapropriação, é devida a correção monetária até a data do efetivo
pagamento da indenização, devendo proceder-se à atualização do cálculo, ainda que por mais de
uma vez.
• Súmula 157 STF: É necessária prévia autorização do Presidente da República para desapropriação,
pelos Estados, de empresa de energia elétrica.
• Súmula 476 STF: Desapropriadas as ações de uma sociedade, o poder desapropriante, imitido na
posse, pode exercer, desde logo, todos os direitos inerentes aos respectivos títulos.
• Súmula 416 STF: Pela demora no pagamento do preço da desapropriação não cabe indenização
complementar além dos juros.
• STF: na ação de responsabilidade civil, não é possível acionar diretamente o agente público
causador do dano (SISTEMA DA DUPLA GARANTIA). STJ e doutrina majoritária: a opção de acionar
ou não cabe ao autor (vítima do dano).
• RESPONSABILIDADE POR ATOS DO PODER LEGISLATIVO: leis de efeitos concretos que causem
danos ao particular.
• A Administração Pública está obrigada ao pagamento de pensão e indenização por danos morais
no caso de morte por suicídio de detento ocorrido dentro de estabelecimento prisional mantido
pelo Estado. Nessas hipóteses, não é necessário perquirir eventual culpa da Administração
Pública. Na verdade, a responsabilidade civil estatal pela integridade dos presidiários é objetiva
em face dos riscos inerentes ao meio no qual foram inseridos pelo próprio Estado – STJ. Trata-se
de caso de omissão específica.
• Doutrina: preso que fugiu do presídio e mata uma pessoa. O Estado responde objetivamente, pois
criou o risco. Quando o Estado cria um presídio no meio da cidade ele cria esse risco e é
responsável por ele. Se o preso foge do presídio e depois de 200km mata uma pessoa, o Estado
responde? Sim, mas com base na Teoria Subjetiva. Ex. Preso mata o outro no presídio. Responde?
Sim, com base na responsabilidade objetiva, pois a superlotação é a criação de um risco por parte
do Estado. O que o STF diz? Preso foge e mata alguém = não há nexo de causalidade direito e
imediato. Só há responsabilidade nos casos em que os crimes são cometidos na fuga do preso ou
quando o Estado tenha agido com culpa gravíssima, como quando deixa alguém fugir várias vezes
da prisão, sem que haja regressão do regime prisional.
• O Estado é objetivamente responsável pela morte de detento. Isso porque houve inobservância
de seu dever específico de proteção previsto no art. 5º, inciso XLIX, da CF/88. Exceção: o Estado
poderá ser dispensado de indenizar se ele conseguir provar que a morte do detento não podia ser
evitada. Neste caso, rompe-se o nexo de causalidade entre o resultado morte e a omissão estatal.
(repercussão geral) (Info 819).
• A União não tem legitimidade passiva em ação de indenização por danos decorrentes de erro
médico ocorrido em hospital da rede privada durante atendimento custeado pelo Sistema Único
de Saúde (SUS). De acordo com a Lei 8.080/90, a responsabilidade pela fiscalização dos hospitais
credenciados ao SUS é do Município, a quem compete responder em tais casos.
• É de 5 anos o prazo prescricional para que a vítima de um acidente de trânsito proponha ação de
indenização contra concessionária de serviço público de transporte coletivo (empresa de ônibus).
O fundamento legal para esse prazo está no art. 1º-C da Lei 9.494/97 e também no art. 14 c/c art.
27, do CDC.
#melhorassunto #ciclosdeamor
SERVIÇOS PÚBLICOS
MILITARES
• Os militares engajados da Força Aérea Brasileira, enquanto no serviço ativo, não são
considerados militares de carreira. Pertencem à categoria de militares temporários, nos termos do
art. 2º, parágrafo único, "b" e "c", da Lei n. 6.837/80 (fixa os efetivos da Força Aérea Brasileira em
tempo de paz) (REsp n. 1262913/PB, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, DJe
11/04/2014).
• Não ofende o princípio da isonomia o tratamento distinto que é dado aos militares da
Aeronáutica (estabilidade com 8 anos para mulheres, enquanto para homens a estabilidade é
atingida com 10 anos), em razão do gênero, a exemplo do Corpo Feminino da Aeronáutica. 9.
Agravo a que se dá parcial provimento. (AgRg no REsp 931.108/RJ, Rel. Ministro Og Fernandes, Sexta
Turma, DJe 16/05/2012).
• Caso não alcançada a estabilidade advinda da permanência nas Forças Armadas por mais de 10
(dez) anos, o licenciamento do militar temporário pode ser determinado pela Administração com
base nos critérios de conveniência e oportunidade (AgRg no Ag n. 1213398/SP, Rel. Ministro Rogério
Schietti Cruz, Sexta Turma, DJe 16/04/2015).
• Se o militar temporário se tornar incapaz, poderá ser reformado desde que respeite os seguintes
requisitos: a) se a incapacidade decorre de acidente de serviço, basta que o militar tenha se tornado
incapaz para o serviço militar; b) se a incapacidade não decorrer de acidente de serviço, o militar
deve comprovar que está incapaz tanto para os serviços militares como para qualquer trabalho civil.
Nesse caso, considera-se que o militar estará inválido. REsp 1.328.915-RS, Rel. Min. Mauro Campbell
Marques, julgado em 4/4/2013.
SÚMULAS DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Súmula 6, STF: A revogação ou anulação, pelo poder executivo, de aposentadoria, ou qualquer outro
ato aprovado pelo tribunal de contas, não produz efeitos antes de aprovada por aquele tribunal,
ressalvada a competência revisora do judiciário.
Súmula 8, STF: Diretor de sociedade de economia mista pode ser destituído no curso do mandato.
Súmula 15, STF: Dentro do prazo de validade do concurso, o candidato aprovado tem o direito à
nomeação, quando o cargo for preenchido sem observância da classificação.
Súmula 16, STF: Funcionário nomeado por concurso tem direito à posse.
Súmula 17, STF: A nomeação de funcionário sem concurso pode ser desfeita antes da posse.
Súmula 18, STF: Pela falta residual, não compreendida na absolvição pelo juízo criminal, é admissível
a punição administrativa do servidor público.
Súmula 19, STF: É inadmissível segunda punição de servidor público, baseada no mesmo processo em
que se fundou a primeira.
Súmula 20, STF: É necessário processo administrativo com ampla defesa, para demissão de
funcionário admitido por concurso.
Súmula 21, STF: Funcionário em estágio probatório não pode ser exonerado nem demitido sem
inquérito ou sem as formalidades legais de apuração de sua capacidade.
Súmula 22, STF: O estágio probatório não protege o funcionário contra a extinção do cargo.
Súmula 23, STF: Verificados os pressupostos legais para o licenciamento da obra, não o impede a
declaração de utilidade pública para desapropriação do imóvel, mas o valor da obra não se incluirá na
indenização, quando a desapropriação for efetivada.
Súmula 25, STF: A nomeação a termo não impede a livre demissão pelo presidente da república, de
ocupante de cargo dirigente de autarquia.
Súmula 36, STF: Servidor vitalício está sujeito à aposentadoria compulsória, em razão da idade.
Súmula 39, STF: À falta de lei, funcionário em disponibilidade não pode exigir, judicialmente, o seu
aproveitamento, que fica subordinado ao critério de conveniência da administração.
Súmula 47, STF: Reitor de universidade não é livremente demissível pelo presidente da república
durante o prazo de sua investidura.
Súmula 157 STF: É necessária prévia autorização do Presidente da República para desapropriação,
pelos Estados, de empresa de energia elétrica.
Súmula 164, STF: No processo de desapropriação, são devidos juros compensatórios desde a
antecipada imissão de posse, ordenada pelo Juiz, por motivo de urgência.
Súmula 346, STF: A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.
Súmula 359, STF: Ressalvada a revisão prevista em lei, os proventos da inatividade regulam-se pela lei
vigente ao tempo em que o militar, ou o servidor civil, reuniu os requisitos necessários.
Súmula 378, STF: Na indenização por desapropriação incluem-se honorários do advogado do
expropriado.
Súmula 383, STF: A prescrição em favor da Fazenda Pública recomeça a correr, por dois anos e meio,
a partir do ato interruptivo, mas não fica reduzida aquém de cinco anos, embora o titular do direito a
interrompa durante a primeira metade do prazo.
Súmula 416, STF: Pela demora no pagamento do preço da desapropriação não cabe indenização
complementar além dos juros.
Súmula 443, STF: A prescrição das prestações anteriores ao período previsto em lei não ocorre,
quando não tiver sido negado, antes daquele prazo, o próprio direito reclamado, ou a situação
jurídica de que ele resulta.
Súmula 473, STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação
judicial.
Súmula 476, STF: Desapropriadas as ações de uma sociedade, o poder desapropriante, imitido na
posse, pode exercer, desde logo, todos os direitos inerentes aos respectivos títulos.
Súmula 477, STF: As concessões de terras devolutas situadas na faixa de fronteira, feitas pelos
Estados, autorizam, apenas, o uso, permanecendo o domínio com a União, ainda que se mantenha
inerte ou tolerante, em relação aos possuidores.
Súmula 479, STF: As margens dos rios navegáveis são domínio público, insuscetíveis de expropriação
e, por isso mesmo, excluídas de indenização.
Súmula 480, STF: Pertencem ao domínio e administração da União, nos termos dos artigos 4º, IV, e
186, da CF/67, as terras ocupadas por silvícolas.
Súmula 561, STF: Em desapropriação, é devida a correção monetária até a data do efetivo
pagamento da indenização, devendo proceder-se à atualização do cálculo, ainda que por mais de
uma vez.
Súmula 567, STF: A Constituição ao assegurar, no parágrafo 3º do art. 102, a contagem integral do
tempo de serviço público federal, estadual ou municipal para o efeito de aposentadoria e
disponibilidade não proíbe a União, aos Estados e aos Municípios mandarem contar, mediante lei,
para efeito diverso, tempo de serviço prestado a outra pessoa de direito público interno.
Súmula 617, STF: A base de cálculo dos honorários de advogado em desapropriação é a diferença
entre a oferta e a indenização, corrigidas ambas monetariamente.
Súmula 618, STF: Na desapropriação, direta ou indireta, a taxa dos juros compensatórios é de 12%
(doze por cento) ao ano.
Súmula 650, STF: Os incisos I e XI do art. 20 da CF/88 não alcançam terras de aldeamentos extintos,
ainda que ocupadas por indígenas em passado remoto.
Súmula 652, STF: Não contraria a Constituição o art. 15, § 1º, do Dec.-lei 3.365/1941 (Lei da
Desapropriação por utilidade pública).
Súmula 671, STF: Os servidores públicos e os trabalhadores em geral têm direito, no que concerne à
URP de abril/maio de 1988, apenas ao valor correspondente a 7/30 de 16,19% sobre os vencimentos e
salários pertinentes aos meses de abril e maio de 1988, não cumulativamente, devidamente corrigido
até o efetivo pagamento.
Súmula 672, STF: O reajuste de 28,86%, concedido aos servidores militares pelas leis 8622/1993 e
8627/1993, estende-se aos servidores civis do poder executivo, observadas as eventuais
compensações decorrentes dos reajustes diferenciados concedidos pelos mesmos diplomas legais.
Súmula 680, STF: O direito ao auxílio-alimentação não se estende aos servidores inativos.
Súmula 681, STF: É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de servidores estaduais
ou municipais a índices federais de correção monetária.
Súmula 682, STF: Não ofende a constituição a correção monetária no pagamento com atraso dos
vencimentos de servidores públicos.
Súmula 683, STF: O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do
art. 7º, XXX, da CF/88, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser
preenchido
Súmula 684, STF: É inconstitucional o veto não motivado à participação de candidato a concurso
público.
Súmula 685, STF: É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor
investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que
não integra a carreira na qual anteriormente investido.
Súmula 686, STF: Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo
público.
Súmula 726, STF: Para efeito de aposentadoria especial de professores, não se computa o tempo de
serviço prestado fora da sala de aula.
SÚMULAS VINCULANTES
SÚMULA VINCULANTE 55. O direito ao auxílio-alimentação não se estende aos servidores inativos.
SÚMULA VINCULANTE 44. Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de
candidato a cargo público.
SÚMULA VINCULANTE 43. É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao
servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em
cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido.
SÚMULA VINCULANTE 42. É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de servidores
estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária.
SÚMULA VINCULANTE 37. Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar
vencimentos de servidores públicos sob o fundamento de isonomia.
SÚMULA VINCULANTE 5. A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo
disciplinar não ofende a Constituição.
SÚMULA VINCULANTE 3. Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o
contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato
administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de
concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.
DIREITOS HUMANOS9
Inicialmente, vejamos os princípios constitucionais que regem o Brasil nas relações internacionais:
Passando tal ponto, indaga-se, o que seriam os Direitos Humanos? Até hoje a sua definição é alvo de
polêmica na Doutrina, vejamos principais opiniões:
Para Portela, direitos humanos são aqueles direitos essenciais para que o ser humano seja tratado
com a dignidade que lhe é inerente e aos quais fazem jus todos os membros da espécie humana,
sem distinções.
André de Carvalho Ramos define direitos humanos como um conjunto de direitos considerado
indispensável para uma vida humana pautada na liberdade, igualdade e dignidade. Os direitos
humanos são, em suma, todos os direitos essenciais e indispensáveis à vida digna, não havendo um
rol predefinido.
PRIMEIRA GERAÇÃO: Direitos civis e políticos, ou direitos de liberdade. Afirma-se a partir de ideais
iluministas e liberais em voga nos séculos XVIII e XIX e dos movimentos político-sociais da
descolonização da América Latina. Tais direitos são oponíveis contra o Estado.
SEGUNDA GERAÇÃO: Refere-se aos direitos econômicos, sociais e culturais. São também conhecidos
como “direitos de igualdade”. Relaciona-se com as consequências negativas da Revolução Industrial
e do liberalismo sobre significativos contingentes humanos. Exigem do Estado prestações positivas.
TERCEIRA GERAÇÃO: São os “direitos de fraternidade”, de caráter difuso, que não se distinguem
especificamente a um indivíduo ou a um grupo social, mas ao próprio gênero humano como um
todo. Ex.: direito ao meio ambiente, à comunicação e ao patrimônio comum da humanidade.
QUARTA GERAÇÃO (?) PAULO BONAVIDES defende a existência de uma quarta geração dos direitos
humanos, adequada ao período da globalização na área política e à formação de um mundo
marcado por fronteiras nacionais mais permeáveis, incluindo o direito à informação, à democracia e
ao pluralismo.
QUINTA GERAÇÃO (?) PAULO BONAVIDES defende ainda a existência de uma quinta geração de
direitos humanos, preocupada com a PAZ MUNDIAL, entendida como fundamento da ‘alforria
espiritual, moral e social dos povos, das civilizações e das culturas’ da forma de governar a sociedade
‘de modo a punir terrorista, julgar criminoso de guerra, encarcerar o torturador, manter invioláveis
as bases do pacto social, estabelecer e conservar por intangíveis as regras, princípios e cláusulas da
comunhão política.’
APROFUNDAMENTO: Para alguns autores, a caracterização dos direitos humanos em gerações fere
a indivisibilidade e a interdependência desses direitos, gerando uma visão fragmentária e
hierarquizada. Afinal, o surgimento desses direitos não necessariamente se deu em caráter
sucessivo, mas de forma concomitante, quando não em ordem diversa, como cita Mazzuoli ao
recordar a criação da OIT em 1919, quando muitos direitos sociais se consolidaram no campo
internacional antes dos direitos políticos.
Classificação conforme o Direito Internacional dos Direitos Humanos: as dimensões dos direitos
humanos:
2ª DIMENSÃO DIREITOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS. José Afonso da Silva afirma que
têm uma dimensão institucional, baseada no poder estatal de regular o mercado, em vista do
interesse público. Os direitos sociais teriam a ver com ‘prestações positivas proporcionadas pelo
Estado.’ Os direitos culturais são os que se relacionam aos elementos portadores de referência à
identidade, à ação, à memória de uma sociedade, sendo composto por bens físicos e espirituais.
3ª DIMENSÃO (?) Carlos Weis trata ainda da dimensão adicional dos direitos humanos, os “direitos
globais”, que corresponderiam aos direitos de terceira geração.
O termo “dimensão” é mais adequado para compor uma classificação dos direitos humanos, visto
que a expressão “geração” pode induzir a erro, dando a entender que tais direitos se substituem ao
longo da história, o que não é o caso. Assim, o termo dimensões reflete melhor a
complementariedade e a interdependência dos direitos humanos.
#EXEMPLOS:
• Direitos civis: autonomia do indivíduo contra interferências do Estado ou de terceiros;
• Direitos políticos: De participação, ativa ou passiva, na elaboração das decisões políticas e
na gestão da coisa pública);
• Direitos econômicos: Organização da vida econômica, na ótica produtor-consumidor;
• Direitos sociais: Asseguram uma vida material digna, exigindo prestações positivas do
Estado);
• Direitos culturais: Participação do indivíduo na vida cultural de uma comunidade, bem
como a manutenção do patrimônio histórico-cultural, que concretiza sua identidade e a
memória.
QUADRO RESUMO:
A proteção dos direitos essenciais do ser humano no plano internacional recai em três sub-ramos
específicos do Direito Internacional Público: o Direito Internacional dos Direitos Humanos (DIDH), o
Direito Internacional Humanitário (DIH) e o Direito Internacional dos Refugiados (DIR).
A inter-relação entre esses ramos é a seguinte: ao DIDH incumbe a proteção do ser humano em
todos os aspectos, englobando direitos civis e políticos e também direitos sociais, econômicos e
culturais; já o DIH foca na proteção do ser humano na situação específica dos conflitos armados
(internacionais e não internacionais); finalmente, o DIR age na proteção do refugiado, desde a saída
do seu local de residência, trânsito de um país a outro, concessão do refúgio no país de acolhimento
e seu eventual término.
Logo, o Direito Internacional dos Direitos Humanos é o ramo do DIP que visa a proteger e a
promover a dignidade humana em caráter universal. Com isso, normas internacionais de direitos
humanos assumem o status de prevalência, devendo ser aplicadas antes de qualquer outra,
limitando a própria soberania nacional, passando a ser incluída dentre os preceitos de jus cogens.
- Dignidade da pessoa humana: A dignidade humana possui uma dimensão negativa: a proibição de
se impor tratamento degradante ou discriminação odiosa a um ser humano. Ocorre que o princípio
possui, também, uma dimensão positiva: consiste na defesa da existência de condições materiais
mínimas de sobrevivência a cada ser humano.
*#OUSESABER: O que são treaty bodies? Os principais tratados internacionais de direitos humanos
criam Comitês, a fim de realizar o monitoramento da situação dos direitos protegidos e acordados.
Tais monitoramentos são realizados por meio de envio de relatórios pelo Estado-membro, cabendo
ao Comitê analisa-los e emitir eventuais recomendações. Referidos Comitês também são
denominados treaty bodies. Exemplo: A convenção sobre a eliminação de Discriminação Racial
determinou a criação do Comitê para a Eliminação da Discriminação Racial.
- Resolução de conflitos entre direitos humanos: (i) Colisão de direitos em sentido estrito:
Constatadas quando o exercício de um determinado direito prejudica o exercício de outro direito do
mesmo titular ou titular diverso; (ii) Colisão de direitos em sentido amplo: Consiste no exercício de
um direito que conflita ou interfere no cumprimento de um dever de proteção de um direito
qualquer por parte do Estado. Há duas teorias que solucionam esse conflito: Teoria interna (tudo
ou nada): os limites são fixados a priori, através da interpretação, em um processo interno ao próprio
direito, sem a influência de outras normas constitucionais. Esses direitos vão ter sempre a estrutura
de regras.
A doutrina em geral aponta que a regra de interpretação das normas de proteção internacional dos
direitos humanos é a primazia da norma mais favorável, sempre buscando a maior proteção possível
do indivíduo.
- Nesse contexto, surgem as chamadas ações afirmativas, que consistem em medidas públicas ou
privadas, de caráter coercitivos ou não, adotadas com o fim de beneficiar grupos em situação de
desvantagem ou exclusão em virtude de uma condição que de algum modo cause, sob o ponto de
vista social, aquela situação de desvantagem ou exclusão (a chamada discriminação positiva),
buscando a realização de igualdade fática/real/substancial entre grupos a partir de medidas
formalmente desiguais
- Neste IDC, debatem-se: (i) O direito violado no caso concreto; (ii) A violação da obrigação
internacional assumida pelo Estado brasileiro de prestar adequadamente justiça em prazo razoável.
#VAICAIRNAPROVA: Os requisitos do IDC são:
1) Legitimidade exclusiva de propositura do Procurador-Geral da República.
2) Competência privativa do Superior Tribunal de Justiça, para conhecer e decidir,
com recurso ao STF (recurso extraordinário).
3) Abrangência cível ou criminal dos feitos deslocados, bem como de qualquer
espécie de direitos humanos (abarcando todas as gerações de direitos) desde
que se refiram a casos de “graves violações” de tais direitos.
4) Permite o deslocamento na fase pré - processual (ex., inquérito policial ou
inquérito civil público) ou já na fase processual.
5) Relaciona-se ao cumprimento de obrigações decorrentes de tratados de
direitos humanos celebrados pelo Brasil.
6) Fixa a competência da Justiça Federal e do Ministério Público Federal para
atuar no feito deslocado.
#CONSTITUCIONALIDADE DO IDC: Prevalece na doutrina que a reforma
constitucional não ofende o federalismo: antes permite o equilíbrio, por meio de
um instrumento processual, cuja deliberação está nas mãos de tribunal de
superposição, o STJ, e ainda assegura que o Estado Federal possua mecanismos
para o correto cumprimento das obrigações internacionais contraídas.
Teoria da junção de vontades ou teoria dos atos complexos: A Constituição exigiu um procedimento
complexo para a formação da vontade do Brasil no plano internacional, que une a vontade
concordante dos Poderes Executivo (art. 84, VIII, CF) e do Legislativo (art. 49, I, CF) no que tange aos
tratados internacionais.
10
#OBS1: Peculiaridade da incorporação dos tratados dos DH: rito especial do art. 5º, § 3º, CF. Este
rito é facultativo, deve ser requerido pelo Presidente da República, cabendo a escolha da sua
adoção ao Congresso Nacional.
#OBS2: As sentenças das Cortes Internacionais dispensam a homologação do STJ para serem
cumpridas no Brasil, sendo consideradas títulos executivos.
- Controle de convencionalidade: Trata-se do controle atribuído aos órgãos internacionais (ex: CIDH),
tendo como parâmetro a norma internacional e objeto a norma interna. NÃO CONFUNDIR com o
controle de constitucionalidade (difuso e concentrado) no âmbito interno. Diante da possibilidade
dos dois controles acima não serem coincidentes, André de Carvalho Ramos defende que os controles
nacionais e o controle de convencionalidade internacional interajam, permitindo o diálogo entre o
Direito Interno e o Direito Internacional. É a teoria do duplo crivo ou duplo controle de Direitos
Humanos teorizada por André de Carvalho Ramos.
Sistema Global: É administrado fundamentalmente pela Organização das Nações Unidas (ONU) e
seu principal órgão é o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos
Obs.2: tais
procedimentos podem
incluir visitas aos
Estados, desde que
haja prévia anuência
do Estado, através de
“convites
permanentes”
(standing invitations).
Obs.3: O Conselho
(CDH) NÃOACEITA
PETIÇÕES
INDIVIDUAIS.
#VAICAIRNAPROVA: Por fim, cabe sintetizar quais órgãos aceitam denúncias estatais e de indivíduos:
#QUADRO-RESUMO:
#REVISÃODEVÉSPERA:
vi. Consagra:
• DIREITOS SOCIAIS:
o Proteção à maternidade;
i. Direito ao trabalho;
v. Liberdade sindical;
ix. EDUCAÇÃO:
Assegura que:
RIADE) e Diretrizes
das Nações Unidas
para a Prevenção
da Delinquência
Juvenil
Consagra que:
d) A não-discriminação;
g) Acessibilidade;
Destacam-se:
- Consagra o direito à VIDA “DESDE O MOMENTO DA CONCEPÇÃO”, proibindo o aborto, como regra
geral;
#ATENÇÃO: Dano a um projeto de vida é considerada pela CIDH uma das formas de violação de
direitos humanos, consistindo na lesão que compromete a liberdade de escolha de
determinado indivíduo e frustra, consequentemente, o seu projeto de vida.
- NÃO PROÍBE A PENA DE MORTE, mas VEDA O SEU RESTABELECIMENTO nos Estados onde tenha
sido abolida. A pena de morte não poderá ser imposta por CRIMES POLÍTICOS ou por ilícitos de
MENORES DE 18 ANOS;
- Veda o tráfico de mulheres, proibindo que presos sejam postos à disposição de particulares,
companhias ou pessoas jurídicas de caráter privado (art. 6);
- Permite a prisão por dívida de pensão alimentícia, mas apenas nesse caso;
- GARANTIAS JUDICIAIS: julgamento célere, imparcialidade, igualdade das partes, presunção de
inocência, contraditório e ampla defesa; duplo grau de jurisdição; legalidade, irretroatividade penal
(salvo benéfica), direito à indenização por erro judiciário;
- CLÁUSULA FEDERAL (art. 28): as normas da Convenção OBRIGAM O ESTADO INTEIRO, INCLUSIVE
AS UNIDADES FEDERAIS QUE O COMPÕEM. Essa cláusula, em realidade, orienta qualquer norma
internacional.
- Não se tolera o esquecimento penal de violações aos direitos fundamentais da pessoa humana,
nem legitima leis nacionais que amparam e protegem criminosos que ultrajaram, de modo
sistemático, valores essenciais protegidos pela Convenção.
A Corte, nos casos sob sua análise, pode agir ex officio ou ainda por provocação das vítimas ou
representantes. Tratando-se de casos ainda não submetidos à sua consideração, a Corte só poderá
atuar por solicitação da Comissão.
11
Atenção à nomenclatura de ambas. O examinador pode trocá-las para tentar confundir.
b) Pontos relevantes protocolo adicional à Convenção Americana sobre Direitos Humanos em
Matéria de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (PROTOCOLO DE SÃO SALVADOR): PRINCÍPIOS
NORTEADORES: Consagra os seguintes direitos: Seguridade social; Saúde; Direito ao meio ambiente
sadio (esse direito quase não é previsto no Sistema Global); Assistência especial à mãe; alimentação
das crianças; programas de formação familiar; Educação gratuita e obrigatória pelo menos no nível
básico; Normas específicas de proteção ao idoso; Proteção da velhice; Direitos dos deficientes.
4.5.1 Caso DECISÃO: Primeiro caso envolvendo o Brasil na CIDH, tendo sido
DAMIÃO condenado também a indenizar a família de Damião Ximenes Lopes
XIMENES e garantir a eficácia do processo judicial interno relativo ao caso e a
LOPES desenvolver um programa de formação e capacitação para o
pessoal vinculado ao atendimento de saúde mental.
4.5.2 Caso DECISÃO: por conta do “limitado suporte fático” de que dispunha,
NOGUEIRA a CIDH concluiu que não ficou demonstrado que o Estado tenha
DE violado os direitos às Garantias Judiciais e à Proteção Judicial
CARVALHO consagrados nos artigos 8 e 25 da Convenção Interamericana de
Direitos Humanos.
4.5.3 Caso DECISÃO: a CIDH declarou que o Brasil violou o direito à vida
ESCHER E privada e o direito à honra e à reputação de membros da ADECON e
OUTROS da COANA, bem como o direito à liberdade de associação e os
direitos às garantias judiciais e à proteção judicial, fixando a
sentença a obrigação de o Estado brasileiro indenizar os
prejudicados e investigar os fatos que gerarem as violações
ocorridas nesse episódio.
4.5.4 Caso DECISÃO: a CIDH reconheceu que o Brasil violou o direito às
GARIBALDI garantias judiciais e à proteção judicial em prejuízo da família de
Sétimo Garibaldi e determinou a obrigação do Estado brasileiro de
indenizar seus familiares e de dar seguimento ao inquérito e
eventual processo judicial.
4.5.5 Caso DECISÃO: a CIDH declarou que “As disposições na Lei de Anistia
JÚLIA brasileira que impedem a investigação e sanções de graves violações
GOMES de direitos humanos são incompatíveis com aConvenção Americana,
LAND E carecem de efeitos jurídicos”.Assim, a CIDH condenou o Brasil a uma
OUTROS série de ações, dentre as quais a OBRIGAÇÃO DE INVESTIGAR OS
FATOS ligados à Guerrilha do Araguaia e de PUNIR OS
RESPONSÁVEIS, bem como de DETERMINAR O PARADEIRODAS
VÍTIMAS DESAPARECIDAS e, se for o caso, identificar e entregar os
restos mortais a seus familiares.
4.5.6. Trata do desaparecimento e trabalho escravo de diversas pessoas,
CASO em especial crianças e adolescentes, em fazendas localizadas em
FAZENDA Sapucaia/PA. Em sua condenação, a CIDH reconheceu pela primeira
BRASIL vez a existência de discriminação estrutural histórica, em razão do
VERDE contexto no qual ocorreu a violação dos direitos humanos das
vítimas, que eram pessoas extremamente hipossuficientes, que
eram escolhidas justamente por sua condição de extrema pobreza.
Atualmente temos ainda outros casos que foram submetidos pela Comissão à Corte e aguardam
julgamento:
- Caso Cosme Rosa Genoveva e outros vs. Brasil (“Caso Favela Nova Brasília”): O caso trata de
diversas execuções extrajudiciais realizadas por agentes da polícia civil na Favela Nova Brasília no Rio
de Janeiro, situada dentro do Complexo do Alemão. Algumas das vítimas eram adolescentes que
teriam submetidos a atos sexuais e tortura antes de serem assassinados.
- Caso Índios Xucuru vs Brasil: O caso está relacionado com a violação do direito à propriedade
coletiva do povo indígena Xucuru em consequência da demora excessiva no processo administrativo
de reconhecimento, titulação, demarcação e delimitação de suas terras e territórios ancestrais. A
Comissão Interamericana destacou a violação do direito à propriedade coletiva pela falta de
regularização total desse território ancestral desde 1998; b) violação dos direitos à integridade
pessoal dos indígenas Xucuru; e c) violação dos direitos às garantidas judiciais e proteção judicial.
- Caso Vladimir Herzog vs Brasil: Trata da prisão arbitrária, tortura e morte do jornalista Vladimir
Herzog em uma instalação do exército em 25 de Outubro de 1975, além da impunidade em curso por
conta da Lei de anistia promulgada durante a ditadura militar brasileira. A Comissão Interamericana
concluiu que o Estado brasileiro é responsável pelas violações ao direito à vida, direito às garantias
judiciais e proteção judicial (artigo 25.1, CADH). Além de violar também a Convenção Interamericana
de prevenção à tortura.
- Consideram-se em condição de vulnerabilidade aquelas pessoas que, por razão da sua idade,
género, estado físico ou mental, ou por circunstâncias sociais, econômicas, étnicas e/ou culturais,
encontram especiais dificuldades em exercitar com plenitude perante o sistema de justiça os direitos
reconhecidos pelo ordenamento jurídico.
- A privação da liberdade, ordenada por autoridade pública competente, ainda que legal, pode gerar
dificuldades para exercer com plenitude perante o sistema de justiça, o que justifica a aplicação das
regras.
- Impulsionar-se-ão as formas alternativas de resolução de conflitos naqueles casos em que seja
apropriado, tanto antes do início do processo como durante a tramitação do mesmo.
- Reflexos do Direito Internacional dos Direitos Humanos no direito brasileiro: O PNDH-1 provocou
duas grandes consequências no ordenamento jurídico brasileiro: tipificação do delito de tortura da
Lei n.º 9.455/97 (cumprimento do mandado de criminalização da CF/1988) e a criação do IDC em
casos de graves violações de direitos humanos (visto acima).
- As atividades desenvolvidas pela Comissão Nacional da Verdade serão públicas, exceto nos casos
em que, a seu critério, a manutenção de sigilo seja relevante para o alcance de seus objetivos ou para
resguardar a intimidade, a vida privada, a honra ou a imagem de pessoas.
- Pessoas em situação de rua e direito à saúde mental: Objetiva assegurar os direitos sociais da
população em situação de rua, criando condições para promover a garantia dos seus direitos
fundamentais, da sua autonomia, integração e participação efetiva na sociedade.
- Tanto a política federal quanto estadual serão implementadas de forma descentralizada e
articulada entre os entes federativos que a ela aderirem por meio de instrumento próprio, sendo que
as atribuições e as responsabilidades serão compartilhadas.
- São princípios dessa Política Nacional: respeito à dignidade da pessoa humana; direito à convivência
familiar e comunitária; valorização e respeito à vida e à cidadania; atendimento humanizado e
universalizado; e respeito às condições sociais e diferenças de origem, raça, idade, nacionalidade,
gênero, orientação sexual e religiosa, com atenção especial às pessoas com deficiência.
- No âmbito federal, a Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República instituirá
o Centro Nacional de Defesa dos Direitos Humanos para a População em Situação de Rua, destinado
a promover e defender os respectivos direitos.
1. LGBTI: Segundo a Resolução 12/2015 do Conselho Nacional, deve ser garantido pelas instituições de
ensino o reconhecimento e a adoção do nome social àqueles cuja identificação civil não reflita
adequadamente sua identidade de gênero, mediante solicitação do próprio interessado. Deve ser
garantido, também o tratamento oral exclusivamente pelo nome social.
2. Mulheres: A violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no
gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou
patrimonial: I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio
permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas; II - no
âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se
consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa; III - em
qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida,
independentemente de coabitação e de orientação sexual.
- São formas de violência: I - a violência física; II - a violência psicológica; III - a violência sexual; IV - a
violência patrimonial; V - a violência moral.
- Vale lembrar que a violência obstétrica pode ocorrer durante a gestação, parto e abortamento.
- Os hospitais devem oferecer às vítimas de violência sexual atendimento emergencial, integral e
multidisciplinar, visando ao controle e ao tratamento dos agravos físicos e psíquicos decorrentes de
violência sexual, e encaminhamento, se for o caso, aos serviços de assistência social.
- Lei 12.845/2013:
Art. 3o O atendimento imediato, obrigatório em todos os hospitais integrantes da rede do SUS,
compreende os seguintes serviços:
I - diagnóstico e tratamento das lesões físicas no aparelho genital e nas demais áreas afetadas;
II - amparo médico, psicológico e social imediatos;
III - facilitação do registro da ocorrência e encaminhamento ao órgão de medicina legal e às delegacias
especializadas com informações que possam ser úteis à identificação do agressor e à comprovação da
violência sexual;
IV - profilaxia da gravidez;
V - profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissíveis - DST;
VI - coleta de material para realização do exame de HIV para posterior acompanhamento e terapia;
VII - fornecimento de informações às vítimas sobre os direitos legais e sobre todos os serviços sanitários
disponíveis.
- Aplicação da Lei Maria da Penha nas ações civis (INFO 535, STJ): Medidas protetivas de urgência não
tem natureza penal – podem ser aplicadas em ação cautelar civil de natureza satisfativa,
independentemente da existência de Inquérito Policial ou Ação Penal
- Súmula 536-STJ: A suspensão condicional do processo e a transação penal não se aplicam na
hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha. (INFO 564, STJ)
- Súmula 542-STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica
contra a mulher é pública incondicionada. (INFO 567, STJ)
3. Indígenas: Os índios e as comunidades indígenas ainda não integrados à comunhão nacional ficam
sujeito ao regime tutelar especial de responsabilidade da União, que a exercerá através do
competente órgão federal de assistência aos silvícolas.
- São nulos os atos praticados entre o índio não integrado e qualquer pessoa estranha à comunidade
indígena quando não tenha havido assistência do órgão tutelar competente. Mas, atenção: não se
aplica a regra deste artigo no caso em que o índio revele consciência e conhecimento do ato
praticado, desde que não lhe seja prejudicial, e da extensão dos seus efeitos.
- Qualquer índio poderá requerer ao Juiz competente a sua liberação do regime tutelar previsto no
Estatuto do Índio, investindo-se na plenitude da capacidade civil, desde que preencha os requisitos
seguintes: I - idade mínima de 21 anos; II - conhecimento da língua portuguesa; III - habilitação para o
exercício de atividade útil, na comunhão nacional; IV - razoável compreensão dos usos e costumes da
comunhão nacional.
- Os nascimentos e óbitos, e os casamentos civis dos índios não integrados, serão registrados de
acordo com a legislação comum, atendidas as peculiaridades de sua condição quanto à qualificação
do nome, prenome e filiação, competindo administrativamente escriturados pelos Postos Indígenas
ou Administrações Executivas Regionais e Núcleos da FUNAI, em livros próprios, segundo Portaria
003/PRES, de 14 de janeiro de 2002.
4. Comunidades Tradicionais e Quilombolas: O Decreto nº 6.040, de 7 de fevereiro de 2007,
estabelecer a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades
Tradicionais. Os moradores das comunidades de remanescentes de quilombos serão beneficiários de
incentivos específicos para a garantia do direito à saúde, incluindo melhorias nas condições
ambientais, no saneamento básico, na segurança alimentar e nutricional e na atenção integral à
saúde.
- Cabe à própria comunidade quilombola decidir quem é ou não quilombola: escolheu-se o critério da
autoafirmação.
Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é
reconhecida a propriedade (coletiva) definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos.
- A competência para demarcação da terra dos quilombolas é do INCRA, assistido pela Fundação
Cultural Palmares.
- Garífunas – grupo formado pela miscigenação de indígenas e quilombolas – espalhados por vários
países. Eles encerram essa questão de divisão étnica entre índios e quilombolas, mas sofrem
violações por terem que fazer a escolha por um ramo de proteção.
#ATENÇÃO: A Lei 13.043/2014 conferiu isenção de ITR aos imóveis oficialmente reconhecidos como
quilombos, ocupados e explorados pelos membros da comunidade.
- Pelo critério legal, considera-se incapaz de prover a sua própria manutenção a pessoa portadora de
deficiência ou idosa, em que a renda mensal per capita familiar seja inferior a 1/4 (um quarto) de
salário mínimo. De acordo com o STF, verificou-se um processo de “inconstitucionalização” do
critério legal da renda per capita menor que ¼ do salário mínimo, que havia sido fixado há 20 anos
(1993), especialmente pela adoção superveniente de outros critérios mais favoráveis aos
necessitados em leis assistenciais posteriores, como no Programa Bolsa-Família.
#ATENÇÃO: A decisão do STF não é vinculante, vez que não tomada em controle abstrato de
constitucionalidade, razão pela qual o INSS continua a adotar na via administrativa o critério legal da
renda per capita familiar.
#JURISPRUDÊNCIA: Interpretando o artigo 34, parágrafo único, do Estatuto do Idoso12, o STF e o STJ
estão estendendo analogicamente a excepcional disposição legal a qualquer benefício previdenciário
no valor de um salário mínimo percebido por pessoa do grupo familiar, conquanto não haja qualquer
prévia fonte de custeio.
- O LOAS não poderá ser acumulado pelo beneficiário com qualquer outro no âmbito da
seguridade social ou de outro regime, salvo o da assistência médica ou pensão especial de natureza
indenizatória.
- Esse benefício não gerará gratificação natalina nem instituirá pensão por morte, tendo índole
personalíssima. Deve, ainda, ser revisto, pelo menos, a cada dois anos, possuindo, portanto, um
caráter precário.
- Segundo o Estatuto dos Deficientes (Lei 13.146/2015), pessoa com deficiência é considerada "aquela
que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em
12
Art. 34. Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer membro da família nos termos do caput não será
computado para os fins do cálculo da renda familiar per capita a que se refere a Loas.
interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade
em igualdade de condições com as demais pessoas”.
- Segundo o novo diploma, é importante ressaltar que a deficiência não afeta a plena capacidade
civil da pessoa, inclusive para: I - casar-se e constituir união estável; II - exercer direitos sexuais e
reprodutivos; III - exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a informações
adequadas sobre reprodução e planejamento familiar; IV - conservar sua fertilidade, sendo vedada a
esterilização compulsória; V - exercer o direito à família e à convivência familiar e comunitária; e VI -
exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou adotando, em
igualdade de oportunidades com as demais pessoas. Por isso, diz a doutrina que o Estatuto
modificou substancialmente a “teoria geral da incapacidade civil” do Direito Civil.
- O Estatuto da Pessoa com Deficiência vem fortemente influenciado pela Convenção de Nova York,
buscando assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das
liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania.
- A Convenção Internacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CDPD) foi o primeiro tratado
internacional de direitos humanos aprovado pelo Congresso Nacional conforme o procedimento
qualificado do § 3º do art. 5º da Constituição Federal (promulgado pelo Decreto 6.949/2009 e em
vigor no plano interno desde 25/8/2009).
Art. 9o A pessoa com deficiência tem direito a receber atendimento prioritário, sobretudo com a
finalidade de:
I - proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
II - atendimento em todas as instituições e serviços de atendimento ao público;
III - disponibilização de recursos, tanto humanos quanto tecnológicos, que garantam atendimento
em igualdade de condições com as demais pessoas;
IV - disponibilização de pontos de parada, estações e terminais acessíveis de transporte coletivo de
passageiros e garantia de segurança no embarque e no desembarque;
V - acesso a informações e disponibilização de recursos de comunicação acessíveis;
VI - recebimento de restituição de imposto de renda;
VII - tramitação processual e procedimentos judiciais e administrativos em que for parte ou
interessada, em todos os atos e diligências.
§ 1o Os direitos previstos neste artigo são extensivos ao acompanhante da pessoa com deficiência
ou ao seu atendente pessoal, exceto quanto ao disposto nos incisos VI e VII deste artigo.
§ 2o Nos serviços de emergência públicos e privados, a prioridade conferida por esta Lei é
condicionada aos protocolos de atendimento médico.
- Direito a Moradia:
Art. 32. Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados com recursos públicos, a pessoa com
deficiência ou o seu responsável goza de prioridade na aquisição de imóvel para moradia própria,
observado o seguinte:
I - reserva de, no mínimo, 3% (três por cento) das unidades habitacionais para pessoa com
deficiência;
Art. 43. O poder público deve promover a participação da pessoa com deficiência em atividades
artísticas, intelectuais, culturais, esportivas e recreativas, com vistas ao seu protagonismo, devendo:
I - incentivar a provisão de instrução, de treinamento e de recursos adequados, em igualdade de
oportunidades com as demais pessoas;
II - assegurar acessibilidade nos locais de eventos e nos serviços prestados por pessoa ou entidade
envolvida na organização das atividades de que trata este artigo; e
III - assegurar a participação da pessoa com deficiência em jogos e atividades recreativas,
esportivas, de lazer, culturais e artísticas, inclusive no sistema escolar, em igualdade de condições
com as demais pessoas.
Art. 45. Os hotéis, pousadas e similares devem ser construídos observando-se os princípios do
desenho universal, além de adotar todos os meios de acessibilidade, conforme legislação em vigor.
(Vigência)
§ 1o Os estabelecimentos já existentes deverão disponibilizar, pelo menos, 10% (dez por cento) de
seus dormitórios acessíveis, garantida, no mínimo, 1 (uma) unidade acessível.
Art. 47. Em todas as áreas de estacionamento aberto ao público, de uso público ou privado de uso
coletivo e em vias públicas, devem ser reservadas vagas próximas aos acessos de circulação de
pedestres, devidamente sinalizadas, para veículos que transportem pessoa com deficiência com
comprometimento de mobilidade, desde que devidamente identificados.
§ 1o As vagas a que se refere o caput deste artigo devem equivaler a 2% (dois por cento) do total,
garantida, no mínimo, 1 (uma) vaga devidamente sinalizada e com as especificações de desenho e
traçado de acordo com as normas técnicas vigentes de acessibilidade.
(…)
Art. 51. As frotas de empresas de táxi devem reservar 10% (dez por cento) de seus veículos acessíveis
à pessoa com deficiência.
§ 1o É proibida a cobrança diferenciada de tarifas ou de valores adicionais pelo serviço de táxi
prestado à pessoa com deficiência.
§ 2o O poder público é autorizado a instituir incentivos fiscais com vistas a possibilitar a
acessibilidade dos veículos a que se refere o caput deste artigo.
Art. 52. As locadoras de veículos são obrigadas a oferecer 1 (um) veículo adaptado para uso de
pessoa com deficiência, a cada conjunto de 20 (vinte) veículos de sua frota.
Parágrafo único. O veículo adaptado deverá ter, no mínimo, câmbio automático, direção hidráulica,
vidros elétricos e comandos manuais de freio e de embreagem.
- Acesso a Justiça:
Art. 83. Os serviços notariais e de registro não podem negar ou criar óbices ou condições
diferenciadas à prestação de seus serviços em razão de deficiência do solicitante, devendo
reconhecer sua capacidade legal plena, garantida a acessibilidade.
Parágrafo único. O descumprimento do disposto no caput deste artigo constitui discriminação em
razão de deficiência.
- Sem teto e regularização fundiária: Segundo Estatuto da Cidade, a política urbana tem como um
de seus objetivos a regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por população de
baixa renda mediante o estabelecimento de normas especiais de urbanização, uso e ocupação do
solo e edificação, consideradas a situação socioeconômica da população e as normas ambientais.
- O plano diretor dos Municípios incluídos no cadastro nacional de municípios com áreas suscetíveis
à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou
hidrológicos correlatos deverá conter: diretrizes para a regularização fundiária de assentamentos
urbanos irregulares e previsão de áreas para habitação de interesse social por meio da demarcação
de zonas especiais de interesse social e de outros instrumentos de política urbana, onde o uso
habitacional for permitido.
- Lei municipal, baseada no plano diretor, poderá autorizar o proprietário de imóvel urbano, privado
ou público, a exercer em outro local, ou alienar, mediante escritura pública, o direito de construir
previsto no plano diretor ou em legislação urbanística dele decorrente, quando o referido imóvel for
considerado necessário para fins de: I – implantação de equipamentos urbanos e comunitários; II –
preservação, quando o imóvel for considerado de interesse histórico, ambiental, paisagístico, social
ou cultural; III – servir a programas de regularização fundiária, urbanização de áreas ocupadas por
população de baixa renda e habitação de interesse social.
REFUGIADOS
Segundo a lei, são refugiados: Devido a fundados temores de perseguição por motivos de raça,
religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas, encontre-se fora de seu país de
nacionalidade e não possa ou não queira acolher-se à proteção de tal país; Não tendo nacionalidade
e estando fora do país onde antes teve sua residência habitual, não possa ou não queira regressar a
ele, em função das circunstâncias descritas no inciso anterior; Devido a grave e generalizada violação
de direitos humanos, é obrigado a deixar seu país de nacionalidade para buscar refúgio em outro
país.
- O órgão responsável por essa temática no Brasil é o CONARE, órgão de deliberação coletiva, no
âmbito do MINISTÉRIO DA JUSTIÇA.
- Concessão do refúgio Compete ao CONARE decidir em primeira instância sobre cessação ou perda
da condição de refugiado, cabendo, dessa decisão, recurso ao Ministro de Estado da Justiça, no
prazo de 15 dias, contados do recebimento da notificação (= decisão negativa).
- A decisão que concede o refúgio, apesar de competir a órgão vinculado ao Poder Executivo, está
sujeita a controle jurisdicional no que tange à legalidade (info. 558 do STF).
#IMPORTANTE:
Princípio do non-refoulement (proibição de expulsão ou de rechaço): não se admite que o refugiado
seja enviado de volta ao Estado de onde proveio e em que corre risco de perseguição ou de vida.
Com isso, é proibida a deportação quando ela puder levar a pessoa ao território de um Estado onde
corra perigo, inclusive no caso de passageiros clandestinos ou irregulares. No mesmo sentido, é
proibida a expulsão.
- Segundo STF, a expulsão de estrangeiro que ostente a condição de refugiado não pode ocorrer
sem a regular perda dessa condição. Assim, segundo o STF, mesmo que o refugiado seja condenado
com transito em julgado pela pratica de crime grave, antes de ele ser expulso devera ser instaurado
devido processo legal com contraditório e ampla defesa para se decretar a perda da condição de
refugiado, nos termos do art. 39, III, da Lei (Info 571).
- De acordo com a jurisprudência do STF, o reconhecimento superveniente de status de refugiado
obsta o prosseguimento de processo extradicional que tenha implicações com os motivos do
deferimento do refúgio.
#NÃOCONFUNDIR #MEGAIMPORTANTE:
ASILO REFÚGIO
A concessão é ato discricionário e A concessão é dever do Estado (é
soberano do Estado. OBRIGATÓRIO conceder).
Não existe foro internacional O controle da aplicação das normas
dedicado especificamente a sobre refúgio encontra-se a cargo de
acompanhar o tratamento do asilo. órgãos internacionais, como o
ACNUR.
Os motivos para a concessão são Pode se fundamentar em
políticos. perseguições por motivos de raça,
grupo social, religião e penúria.
Relevância dos motivos políticos. Aplica-se de maneira apolítica.
Perseguição individualizada. Perseguição a grupos maiores.
Pode ser solicitado no próprio país Só é admitido quando o indivíduo
de origem do indivíduo perseguido. está fora de seu país.
- Combate à tortura: O Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura- SNPCT, instituído pela
Lei 12.847/2013, possui como princípios: I - proteção da dignidade da pessoa humana; II -
universalidade; III - objetividade; IV - igualdade; V - imparcialidade; VI - não seletividade; e VII - não
discriminação; e como diretrizes: I - respeito integral aos direitos humanos, em especial aos direitos
das pessoas privadas de liberdade; II - articulação com as demais esferas de governo e de poder e
com os órgãos responsáveis pela segurança pública, pela custódia de pessoas privadas de liberdade,
por locais de internação de longa permanência e pela proteção de direitos humanos; e III - adoção
das medidas necessárias, no âmbito de suas competências, para a prevenção e o combate à tortura e
a outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes.
- Fica instituído, no âmbito da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, o Comitê
Nacional de Prevenção e Combate à Tortura - CNPCT, com a função de prevenir e combater a tortura
e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes, mediante o exercício das
seguintes atribuições, sendo composto por 23 membros, escolhidos e designados pelo Presidente da
República, sendo 11 representantes de órgãos do Poder Executivo federal e 12 de conselhos de
classes profissionais e de organizações da sociedade civil, tais como entidades representativas de
trabalhadores, estudantes, empresários, instituições de ensino e pesquisa, movimentos de direitos
humanos e outras cuja atuação esteja relacionada com a temática de que trata esta Lei.
Exemplo de aplicação dos tratados internacionais de direitos humanos em Estados Federais (o caso
da penitenciária de Pedrinhas-MA). Disponível em:
http://www.corteidh.or.cr/docs/medidas/pedrinhas_se_01_por.pdf
A CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS, no uso das atribuições conferidas pelo artigo
63.2 da Convenção Americana e 27 do Regulamento,
RESOLVE:
1. Requerer ao Estado que adote, de forma imediata, todas as medidas que sejam necessárias para
proteger eficazmente a vida e a integridade pessoal de todas as pessoas privadas de liberdade no
Complexo Penitenciário de Pedrinhas, assim como de qualquer pessoa que se encontre neste
estabelecimento, incluindo os agentes penitenciários, funcionários e visitantes.
2. Requerer ao Estado que, mantenha os representantes dos beneficiários informados sobre as
medidas adotadas para implementar a presente medida provisória.
3. Requerer ao Estado que informe à Corte Interamericana de Direitos Humanos a cada três meses,
contados a partir da notificação da presente Resolução, sobre as medidas provisórias adotadas em
conformidade com esta decisão.
4. Solicitar aos representantes dos beneficiários que apresentem as observações que considerem
pertinentes ao relatório requerido no ponto resolutivo anterior dentro de um prazo de quatro
semanas, contado a partir do recebimento do referido relatório estatal.
5. Solicitar à Comissão Interamericana de Direitos Humanos que apresente as observações que
considere pertinentes ao relatório estatal requerido no ponto resolutivo
terceiro e às correspondentes observações dos representantes dos beneficiários dentro de um prazo
de duas semanas, contado a partir da transmissão das referidas observações dos representantes.
6. Dispor que a Secretaria da Corte notifique a presente Resolução ao Estado, à Comissão
Interamericana e aos representantes dos beneficiários.
REGRAS DE MANDELA
a) Respeito para a dignidade inerente da pessoa presa, e seu valor como ser humano;
b) Serviços de saúde e medicina;
c) Castigo e ações disciplinares, confinamento solitário e diminuição de comida como forma de
castigo;
d) Investigação de todas as mortes sob custódia do Estado, assim como sinais ou alegações de
tortura ou tratamento desumano e degradante;
e) Proteção e necessidades específicas de grupos vulneráveis que estão privados de liberdade,
tomando em consideração a realidade de países com situações difíceis;
f) Direito de acesso a justiça/representação legal;
g) Sistema de denúncias ou queixas e inspeção independente;
h) Substituição de terminologia desatualizada;
i) Treinamento de funcionários para implementação das Regras Mínimas;
Assim, tomando como base diversas reivindicações de grupos de Direitos Humanos, bem como
outros órgãos que promovem a justiça internacional, podem-se citar as principais alterações nas
regras de Mandela como as seguintes:
Atenção especial aos Regra 5.2 – O regime prisional deve procurar minimizar as
presos portadores de diferenças entre a vida no cárcere e aquela em liberdade que
deficiência e promoção tendem a reduzir a responsabilidade dos presos ou o respeito
da dignidade humana à sua dignidade como seres humanos.