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NÍVEL I

MATÉRIA: BIOLOGIA

AULA 2: INTRODUÇÃO ÀS CÉLULAS

TEMAS:

NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO
A CÉLULA
COMUNICAÇÃO CÉLULA-CÉLULA
O METABOLISMO

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AULA 2

INTRODUÇÃO ÀS CÉLULAS

NIVEIS DE ORGANIZAÇÃO

Representam a forma em que se organiza e agrupa a matéria viva em relação às funções que
realizam e o grau de complexidade delas. Em termos gerais, podemos dizer que o corpo humano
está constituído por células, as quais se agrupam para formar tecidos. Os tecidos se unem para
construir órgãos e os órgãos integram sistemas (ou aparelhos). Cada uma destas estruturas
corresponde a um nível de organização diferente.

 A célula

Representa a organização celular do corpo humano onde a estrutura básica é a célula. Todos os
organismos vivos estão formados por células (posteriormente nos focaremos no desenvolvimento
dela).

 Os tecidos

São uma agrupação de células do mesmo tipo que, em forma conjunta, realizam uma função vital e
especializada para um organismo. No corpo humano existe uma variedade de tecidos. Alguns deles
são: nervosos, musculares, sanguíneos, etc.
Podemos classificar os tecidos dos seres humanos em quatro grupos:

- Tecido epitelial: está formado por camadas unidas entre si que recobrem todas as superfícies
livres do organismo, e constituem o revestimento interno das cavidades, órgãos, ocos, condutos
do corpo e a pele. O tecido epitelial protege o corpo dos fatores externos e os relaciona com o
ambiente através do tato. Sua principal função é a de proteger o organismo contra as infecções
e lesões. São células que estão muito juntas. Incluem a pele e membranas de recobrimento
interno do corpo.

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- Tecido conjuntivo ou conectivo: é o tecido que sustenta o organismo animal e que conecta suas
distintas partes. Sua função é a de dar suporte e estrutura ao corpo. O tecido conectivo
compreende: adiposos (onde se alojam lipídeos), elásticos e fibrosos (dentro do organismo ou
dentro dos órgãos), cartilaginosos e ossos.

- Tecido muscular: está formado por células musculares com pouco tecido intersticial entre elas.
Estes tecidos, que se contraem e se relaxam devido às miofibrilas, compreendem os músculos
estriados, lisos e músculos cardíacos. Sua função é a de relaxamento e contração dos
músculos.

- Tecido nervoso: está constituído por células nervosas ou neurônios. Este complexo grupo de
células é o responsável de levar ou transferir a informação de uma parte do corpo para a outra,
para regular e coordenar o funcionamento do corpo e seu comportamento.

Destes grupos também derivam outros tecidos como:

- Tecido sanguíneo e linfa: constitui o sangue no qual estão suspensos elementos como os
glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas em uma substância. Entre suas funções
estão o transporte de oxigênio, CO2 e as substâncias nutritivas. A linfa é um líquido onde estão
suspensos certos elementos, relacionada com a distribuição de substâncias nutritivas.

 Os órgãos

Quando os tecidos se agrupam para cumprir uma determinada função constituem o nível de
organização orgânico. Um órgão é, portanto, um conjunto de tecidos que se agrupam para cumprir
uma determinada função, por exemplo: o Estômago (órgão do sistema ou aparelho digestivo), os
Pulmões (órgãos do sistema respiratório responsáveis pela Hematose ou trocas gasosas), etc.
Além disso, os órgãos não somente são diferentes em funções, senão também em tamanho, forma,
aparência, e localização no corpo humano.
Nos seres humanos se desenvolveram órgãos muito complexos com funções muito específicas.
Alguns exemplos são: os órgãos sensoriais, o cérebro, os rins, etc.

 Os aparelhos e sistemas

Representam o nível mais complexo das unidades de organização do corpo humano. Envolvem
sistemas e aparelhos.
Sistema: é um grupo de órgãos associados que trabalham coordenados para efetuar uma atividade
biológica particular e estão formados predominantemente pelos mesmos tipos de tecidos. Por
exemplo: o esquelético, o sistema cardiovascular, o sistema nervoso, etc.

Aparelho: é um grupo de sistemas que desempenham uma função comum e mais ampla. Por
exemplo, o aparelho locomotor, integrado pelos sistemas muscular, ósseo, articular e nervoso.
Os aparelhos realizam uma função comum apesar de que seus órgãos realizam diferentes funções.
As funções destes órgãos se complementam, porém funcionam com o mesmo “objetivo”. Os
aparelhos presentes no corpo humano são: aparelho circulatório, aparelho digestivo, aparelho
respiratório, aparelho excretor e aparelho reprodutor.

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A CÉLULA

É a menor unidade funcional e estrutural dos organismos vivos.


A célula é uma estrutura complexa auto-suficiente, ou seja, que uma célula se alimenta, cresce,
elimina seus resíduos, respira e se reproduz por si mesma.
Existem organismos cujo corpo todo está representado por uma única célula e são chamados de
unicelulares. Outros, como os seres humanos, estão formados por milhões de células e são
chamados de pluricelulares. De fato, um ser humano, por exemplo, é constituído por umas 200.000
milhões de células, apresentando diversas formas e funções, cuja finalidade é a sobrevivência e a
reprodução.

Existem dois tipos fundamentalmente distintos de células, as procariontes e as eucariontes. Além


disso, encontramos células eucariontes de diferentes formas, tamanhos, e especializadas, é dizer,
cumprem com uma função específica. Por exemplo, os neurônios pertencem ao sistema nervoso e
transmitem os impulsos elétricos desde o cérebro até as diferentes partes do corpo, os glóbulos
vermelhos são os responsáveis de transportar o oxigênio até todas as células do organismo. O ovo
que todo mundo conhece, não é mais que o óvulo (célula sexual feminina) das galinhas, etc.

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 Estrutura da célula

A célula é composta por partes características, uma membrana semipermeável que a cobre em toda
sua extensão, o núcleo e o protoplasma. O protoplasma é a substância básica da vida, é uma
massa de consistência gelatinosa, e de acordo com o lugar em que se encontre se denomina
Carioplasma (se está no núcleo) e citoplasma (se está no corpo da célula).

o Membrana celular ou plasmática

Rodeia toda a célula e mantém sua integridade, separa o citoplasma da célula de seu ambiente
externo. Não somente define os limites da célula, senão que também permite que a célula exista
como um organismo diferente de seu ambiente.
Esta membrana regula o trânsito de substâncias para fora e para dentro da célula, constituída por
uma fina camada de fosfolipídios e proteínas. As membranas estão geralmente rodeadas por água,
o que faz com que as moléculas de fosfolipídios se disponham formando uma dupla camada
(bicamada) na qual estão inclusas moléculas de proteínas e colesterol.

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A maioria das membranas tem aproximadamente 40% de lipídios e 60% de proteínas. As proteínas
podem desenvolver muitas atividades diferentes e são as responsáveis da maioria das funções que
cumprem as membranas da célula. Algumas proteínas são enzimas e regulam reações químicas
bem específicas; outras são receptoras, relacionadas com o reconhecimento e união de moléculas
sinalizadoras (os hormônios), outras são proteínas de transporte, desempenhando um papel
fundamental na entrada e saída de substâncias.

o Núcleo

É voluminoso e ocupa uma posição central na célula. Está separado do citoplasma por um
envoltório. Formado por duas membranas, que possuem poros através dos quais se deslocam
algumas substâncias desde e até o citoplasma. Em seu interior se encontra o material genético
(DNA), responsável pelo funcionamento celular e pela transmissão das características que se
herdam de pais a filhos.

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o Citoplasma:

É uma estrutura celular que se localiza entre a membrana celular e o núcleo. Quimicamente está
formado por água, e em ele se encontram em suspensão, ou dissolvidas, distintas substâncias
como proteínas, enzimas, líquidos, hidratos de carbono, sais minerais, etc.
Contêm um conjunto de estruturas muito pequenas, chamadas de organelas celulares, entre elas
encontramos, por exemplo:

 Mitocôndrias:

Organismos fundamentais para a obtenção da energia. São organelas de forma elíptica, estão
delimitadas por duas membranas, uma externa e lisa, e outra interna, que apresenta pregas,
capazes de aumentar a superfície no interior da mitocôndria. Possuem seu próprio material genético
denominado DNA mitocondrial.

A função da mitocôndria é a de produzir a maior quantidade de energia útil para o trabalho que deve
realizar a célula, armazenada numa molécula especial chamada de ATP (adenosina trifosfato).

 Retículo endoplasmático:

É constituído por um conjunto de canais e sacos achatados, que ocupam uma grande porção do
citoplasma. Dentro deles circulam substâncias de uma parte para a outra da célula. Existem dois
tipos de retículo. Um deles é denominado rugoso (na superfície externa de sua membrana estão
encostados os ribossomas) e o outro é chamado de liso (já que carece de ribossomas).

Função do retículo endoplasmático rugoso: consiste em transportar proteínas que foram


sintetizadas, e também algumas proteínas que formam parte de certas membranas de distintas
estruturas da célula.

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Função do retículo endoplasmático liso: colabora com a produção de substâncias de natureza
lipídica e atua como meio para transportar substâncias secretórias até o exterior da célula.

 Célula muscular: a fibra

Os músculos estriados estão constituídos por um conjunto de células musculares denominadas


fibras musculares. Estas se agrupam em fascículos e dentro de cada fascículo encontramos a fibra
muscular. Nesta matéria conheceremos mais profundamente a estrutura das fibras musculares.

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- Endomísio: fina camada de tecido conjuntivo que rodeia diretamente cada célula muscular.
- Perimísio: fina camada de tecido conjuntivo que rodeia pacotes ou feixes de células musculares.
- Epimísio: envolve todo o músculo, está por fora, e é bastante mais grosso do que os outros.
- Sarcolema: é o nome que se dá à membrana da célula muscular.
- Sarcoplasma: é o nome que se dá ao citoplasma da célula muscular. Diferentemente do
citoplasma da maioria das células, o sarcoplasma contém uma grande quantidade de depósitos
de glicogênio e um composto similar à hemoglobina chamado de mioglobina.

 Célula nervosa: o neurônio

Os neurônios são as células fundamentais do sistema nervoso, representam a unidade anatômica e


funcional do cérebro humano e estão especializados em processar a informação: recebem sinais
internas e externas para transmiti-las aos centros nervosos. Um neurônio típico apresenta três
regiões: corpo celular, dendrito e axônio.

- O corpo celular está formado pelo núcleo e dendrito.


- O núcleo é o armazém de informação genética.
- Os dendritos são prolongações do corpo celular e atuam como receptores dos sinais
procedentes de outros neurônios ou impulsos dos estímulos ambientais.
- O axônio é a via através da qual se transmite a informação de uma célula para a outra, sua
função é a de conduzir os impulsos fora do corpo celular e levá-los a outros neurônios ou até outros
órgãos. O terminal do axônio contém sacos denominados vesículas, que por sua vez, contém
substâncias químicas denominadas neurotransmissores.

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COMUNICAÇÃO CÉLULA-CÉLULA

Nos organismos multicelulares é essencial que as células individuais se comuniquem entre si, de
modo que possam "colaborar" para criar um órgão ou um tecido que funcione harmoniosamente.
A comunicação entre células é uma tarefa que cumprem tanto o sistema endócrino (através dos
hormônios) como o sistema nervoso (por meio de neurotransmissores).

 Sistema endócrino: Hormônios

As células no corpo dos seres humanos liberam hormônios, estes não são mais que mensageiros
químicos que se trasladam de um lugar para o outro do corpo e afetam a outras células do mesmo
organismo.
Os hormônios são liberados por glândulas, as mais conhecidas são a tireóide, supra-renal, hipófise,
etc.
Os hormônios liberados têm um destino final denominado célula-alvo. Quando os hormônios
alcançam a membrana da célula-alvo, a mensagem pode ser transportada até seu interior. Ao unir-
se o mensageiro químico ao receptor, são acionadas reações químicas dentro da célula,
transmitindo-se assim a mensagem a uma série de emissários dentro da célula. Desta forma, a
célula-alvo “atua” segundo a “ordem” que recebeu.

 Sistema nervoso: neurotransmissores

As comunicações entre células ocorrem por meio de sinapses químicas e/ou elétricas conhecidas
como impulso nervoso.
Os impulsos nervosos se transmitem de neurônio a neurônio (junção sináptica), ou de neurônio a
músculo (junção neuromuscular), através de substâncias chamadas de neurotransmissores
(Acetilcolina e Noradrenalina).

o Junção sináptica

É a junção (união) de dois neurônios. Está constituída por três elementos: o terminal pré-sináptico
(axônio dos neurônios), corpo ou dendritos da célula pós-sináptica e a fenda sináptica (espaço).

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o Junção Neuromuscular

É a junção (união) de um neurônio com a fibra muscular. O axônio do neurônio motor é conectado
ao sarcolema da fibra muscular através de uma invaginação.
Similar à sinapse, existe um elemento: o terminal pré-sináptico (axônio dos neurônios), uma célula
pós-sináptica (a fibra muscular) e a fenda sináptica (espaço).

O METABOLISMO

O metabolismo é o conjunto de transformações de matéria e/ou energia que se produz em todas e


cada uma das células. Deste conceito básico derivam outros conceitos como:

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- Metabolismo energético: processo de transformação de uma forma de energia em outra forma.
- Metabolismo material: forma utilizada no treinamento para referir-se ao processo de
transformação de uma forma de matéria em outra forma.
- Metabolismo celular: é o conjunto de reações químicas através das quais a célula troca matéria
e energia com o meio.
- Metabolismo muscular: expressão utilizada habitualmente em treinamento e fisiologia do
exercício que alude ao conjunto de reações químicas que sucede na célula muscular, através
das quais o organismo troca matéria e energia com o meio.
- Metabolismo aeróbico: todas as transformações de matéria e/ou energia se realizam na
presença de oxigênio (O2).
- Metabolismo anaeróbico: todas as transformações de matéria e/ou energia se realizam sem a
presença suficiente de oxigênio (O2). Existe uma carência parcial de oxigênio, já que se este
faltar em sua totalidade, a célula morre.
- Metabolismo basal: é o conjunto de reações que realiza uma célula quando está inativa.

 Metabolismo celular

No interior da célula ocorrem numerosas reações químicas que envolvem transformações dos
materiais e da energia. Estas transformações podem ser para formar substâncias complexas ou
substâncias simples.

- Formação de substâncias complexas: na célula entram substâncias simples que ao unir-se a


outras formam substâncias complexas, por exemplo, quando se forma uma proteína a partir da
união de vários aminoácidos. Como já vimos na aula anterior, este tipo de processo, de
transformar substâncias simples em outras mais complexas, é chamado de síntese, e ao
produzir-se se consome energia.

- Formação de substâncias simples: outras substâncias, após entrar na célula, são transformadas
em substâncias menores ou mais simples. Por exemplo, o amido é transformado para resultar
em várias moléculas de glicose. Este tipo de processo onde se transformam grandes e
complexas moléculas em moléculas menores e mais simples se denomina degradação. O
conjunto das reações de síntese e degradação que têm lugar na célula constitui o metabolismo
celular.

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 Ação enzimática

As reações metabólicas realizam funções determinadas na célula. Cada passo é controlado por
uma enzima específica e lhe permite às células levar a cabo suas atividades químicas e físicas.
As enzimas funcionam como aceleradores biológicos, incrementando enormemente a velocidade
em que ocorrem as reações químicas. Os principais fatores que influem sobre a velocidade das
reações enzimáticas são as concentrações de enzima e de substrato. Muitas enzimas são
sintetizadas pelas células ou ativadas somente quando são necessárias.

 Energia para a atividade celular

A energia é obtida dos alimentos (hidratos de carbono, gorduras e, em casos pontuais, as


proteínas) e armazenada num composto altamente energético chamado de ATP. O ATP é uma
fonte energética necessária para todas as funções biológicas, como a contração muscular, a
digestão, a transmissão nervosa, a secreção das glândulas, a fabricação de novos tecidos, a
circulação do sangue, etc.
A energia química dos alimentos é armazenada nas ligações químicas que os constituem, de modo
que, quando um alimento é degradado, se quebram essas ligações liberando energia. Estas
ligações são fracas e proporcionam pouca energia ao se decompor, consequentemente, os
alimentos não são usados diretamente como energia. Ao invés disso, a energia liberada pelas
ligações dos alimentos, é armazenada numa forma de um composto altamente energético: o ATP.
O ATP é uma molécula constituída por uma Adenosina e três átomos de fósforo chamados de
fosfatos ou trifosfato de adenosina. A ruptura das ligações desta molécula libera a energia
necessária que requerem os músculos quando precisam realizar uma contração.

 Ressíntese do ATP

Como a célula muscular contém uma quantidade muito pequena de ATP, esta molécula deve
sustentar-se com uma regeneração ou ressíntese constante.
A ressíntese do ATP tem lugar através de três vias: anaeróbica alática, anaeróbica lática e aeróbica.
Estas vias de ressíntese do ATP funcionam todas ao mesmo tempo, e de acordo com as

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necessidades e disponibilidade imediata, predomina uma por sobre a outra. São conhecidas como
Sistemas energéticos.

o Sistema ATP-CP (ou via anaeróbica alática)

É o mais simples dos sistemas e corresponde ao primeiro mecanismo de ressíntese do ATP. Os


níveis de ATP se mantêm graças à energia subministrada pela decomposição da PC (fosfocreatina).
A PC se quebra pela ação da enzima creatinoquinase, liberando a creatina por um lado, o fosfato
(P) por outro, e energia. O P (fósforo) se combina com o ADP utilizando a energia liberada, e o
produto final é o ATP.

Com este sistema energético evita-se o esgotamento do ATP reduzindo a PC e outorgando energia
para formar mais ATP. A energia desprende-se imediatamente, e a presença de oxigênio não é
obrigatória (ainda que possa ocorrer na presença de oxigênio) pelo qual dizemos que o sistema
ATP-CP é anaeróbico e não deixa resíduos maiores (não há produção de ácido lático).

Os esforços que caracterizam este sistema de produção de energia são os que se executam à
máxima intensidade num período muito curto (10 segundos ou menos). Exemplo 100 m, um salto,
um pique curto.

 Subprodutos do sistema ATP-CP

Além da produção de ATP, um subproduto deste sistema é a Creatina.

 Rendimento do sistema ATP-CP

A produção de energia é uma molécula de ATP por uma molécula de PC.

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o Sistema glicolítico ou via anaeróbica lática

Sistema que reconstrui o ATP mediante a decomposição (lise) da glicose através do processo
denominado glicólise (decomposição da glicose). Antes que a glicose ou o glicogênio possam usar-
se para gerar energia, devem converter-se num composto chamado de glicose-6-fosfato. A glicólise
começa uma vez que se formou a glicose-6-fosfato. Este composto é convertido em ácido pirúvico
mediante as enzimas glicolíticas.

Este processo não requer oxigênio, porém o uso do oxigênio determina o destino do ácido pirúvico
formado pela glicólise. Quando a glicólise ocorre sem presença de oxigênio, o ácido pirúvico se
transforma em ácido lático, quando se produz na presença de oxigênio se converte em Acetil-CoA
(pronto para entrar no ciclo de Krebs).

A glicólise, que é muito mais complexa que o sistema ATP-CP, requer de 12 reações enzimáticas
para a decomposição de glicogênio em ácido lático. Todas estas enzimas operam dentro do
citoplasma das células.

 Subprodutos do sistema glicolítico

Além das moléculas de ATP, este sistema produz ácido lático (quando o oxigênio não é suficiente).

 Rendimento do sistema glicolítico

O lucro líquido deste processo é de 3 moléculas de ATP formado por cada molécula de glicogênio
decomposto. Se for usada glicose em lugar de glicogênio, o benefício será de só 2 moléculas de
ATP porque uma molécula será utilizada para a conversão de glicose em glicose-6-fosfato.

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o Sistema oxidativo ou via aeróbica: “A Respiração celular”

Embora a verdadeira denominação deste sistema seja “respiração celular”, em treinamento é


chamado de sistema oxidativo ou via aeróbica.
A reconstrução do ATP sob responsabilidade deste sistema implica a decomposição dos substratos
com a ajuda do oxigênio. Este sistema produz mais energia que o ATP-CP e o glicolítico, porém sua
velocidade de obtenção é lenta. É o mais complexo dos três sistemas energéticos.
Dado que se utiliza oxigênio, é um processo aeróbico. Esta produção oxidativa de ATP se produz
dentro de organelas especiais da célula: as mitocôndrias.

Os substratos deste sistema podem ser os hidratos de carbono, as gorduras e as proteínas (em
situações muito pontuais). A oxidação das proteínas é mais complexa porque contêm nitrogênio,
que não pode oxidar-se. As proteínas têm uma contribuição relativamente pequena na produção de
energia, pelo que seu metabolismo é frequentemente ignorado. Para obter energia das proteínas,
estas devem transformar-se em Aminoácidos. Alguns aminoácidos podem reconverter-se em ácido
pirúvico ou ácidos graxos, e uma vez convertidos, cada novo composto continua seu percurso.

o Ciclo de Krebs e Cadeia de transporte de elétrons

Uma vez formado, o acetil-CoA entra no Ciclo de Krebs. Durante este processo se produzem uma
série complexa de reações químicas que permitem a oxidação completa do acetil-CoA. O ciclo de
Krebs está ligado a uma série de reações conhecidas como Cadeia de transporte de elétrons.
Ambos os processos permitem a oxidação completa do substrato e proporcionam energia para a
fosforilação de ADP, formando assim ATP. Dado que este processo precisa de oxigênio, recebe a
denominação de fosforilação oxidativa.

 Subprodutos do Sistema oxidativo

Além das moléculas de ATP, com este sistema obtemos como produto final: H2O (água) e CO2
(dióxido de carbono) que é eliminado durante a respiração.

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 Rendimento do Sistema oxidativo

Produção de energia a partir dos hidratos de carbono: o sistema oxidativo de produção de


energia pode gerar até 39 moléculas de ATP a partir de uma molécula de glicogênio. Se o processo
começar com glicose, o benefício líquido será de 38 moléculas de ATP (recordemos que antes da
glicólise começar, se utilizará uma molécula de glicose em glicose-6-fosfato).

Produção de energia a partir dos Ácidos graxos livres: se o combustível for um ácido graxo
livre, a produção de energia poderá gerar até 144 moléculas de ATP.

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