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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA – CURSO DE DIREITO

PROFESSOR: CLAUDINOR ROBERTO


DISCIPLINA: DIREITO COLETIVO DO TRABALHO
BARBIERO
TURMAS: 8ºs F, G e P TRABALHO REC fase II PERÍODO 08 a 12/04/2020
Nome da (o) aluna (o) Guilherme Morais Foregato Nº TIA: 41622790
Orientações:
1 – a atividade poderá ser realizada INDIVIDUALMENTE ou em DUPLA, de livre opção pelos alunos

2 – a postagem no moodle deve ser feita individualmente, até o dia 22/06/2020

3 - a atividade ora submetida aos alunos integrará a NI 2 do primeiro semestre de 2020 e, na aferição
as notas atribuídas o serão de 0 a 3,0 (zero a três pontos), sendo 0 a 1,0 (zero a um ponto) para as
respostas às questões constantes do item 1 e, 0 a 2,0 (zero a dois pontos) para o comentário a ser
feito pelos discentes – item 2

3 – os conteúdos correspondentes ao exercício foram ministrados pelo seguinte tema: Teoria geral
dos recursos e agravo de instrumento

4 – os alunos poderão se valer de doutrina e jurisprudência nos respectivos comentários, realizando


a atividade neste formulário preferencialmente

1 – QUESTÕES:

1.1 – qual foi o recurso julgado, número do processo e órgão do TST que decidiu?

O Acórdão em analise se refere a um Agravo de Instrumento em Recurso de Revista (art. 897, b da


CLT). O número do processo1001108-49.2016.5.02.0311 e órgão do TST que decidiu o recurso foi
a 8º Turma, da Subseção II, da Seção Especializada em Dissídios Individuais.

1.2 – ao recorrer quais foram os argumentos apresentados pela recorrente?

A recorrente “alega que o seguro garantia é equiparado a dinheiro e observa sua liquidez. Invoca o
artigo 899, § 11, da CLT, o qual não exige o acréscimo de 30% do valor. Sustenta a inaplicabilidade
do artigo 835, § 2o, do CPC, porque, além de não haver omissão no direito processual do trabalho,
o referido dispositivo legal se relaciona à execução.”

1.3 – o recurso foi provido ou improvido, por decisão unânime ou nâo unânime?

O recurso foi improvido por decisão não unanime, logo, por maioria. Foi vencido o Exmo. Ministro
Márcio Eurico Vitral Amaro.

1.4 – quais foram os fundamentos adotados pelo órgão julgador na decisão?

O órgão julgador alega que, muito embora o 899, § 11, da CLT expressamente preveja a
possibilidade de substituição do depósito recursal por seguro fiança bancária ou seguro garantia
judicial e não impõe a necessidade de acréscimo de 30% do valor, e que tal dispositivo legal é
válido para os autos em questão (IN n° 41/TST), o Conselho Superior da Justiça do Trabalho editou
em 16 de outubro de 2019 o Ato Conjunto TST.CSJT.CCJT nº1, o qual disciplina sobre o uso do
seguro garantia judicial e da fiança bancária em substituição ao depósito recursal em ser art. 3º, II,
estabelecendo a necessidade de acréscimo de no mínimo 30% na substituição do depósito recursal
pelo seguro garantia judicial.

2- COMENTÁRIO (no mínimo 25 linhas)


O acórdão aqui analisado no apresenta uma questão que, em minha opinião, é de difícil analise,
pois há uma norma complementar (Ato Conjunto TST.CSJT.CCJT nº 1) que expande o
entendimento de outra lei hierarquicamente superior (Lei 13.467, de 2017). Logo, a discussão
transcende o caso concreto.
Em breve pesquisa, nota-se que o entendimento quanto a necessidade de acréscimo de 30% na
substituição do depósito recursal por seguro fiança bancária ou seguro garantia judicial é pacificado,
porém não fico totalmente convencido de que cabe, mesmo que pelo egrégio Conselho Superior da
Justiça do Trabalho, acrescentar algo a uma norma que por sua vez passou com êxito por todo o
processo legislativo, o qual foi conduzido por aqueles que tipicamente exercem tal função.
Digo isso porque o dispositivo fundamental na argumentação dos Ministros (Ato Conjunto
TST.CSJT.CCJT nº 1) não apenas promove o entendimento do artigo da CLT, mas apresenta
critérios que prejudicam sua aplicação. O caso em questão demostra tal divergência, uma vez que a
Lei 13.467, de 2017 é tácita ao dizer no §11 do art. 899 que “O depósito recursal poderá ser
substituído por fiança bancária ou seguro garantia judicial” e não impõe para tal substituição
nenhuma exigência, enquanto o Ato Conjunto TST.CSJT.CCJT nº 1 impõe o acréscimo de 30% do
valor para eficácia da norma.
Apesar de não ter ficado claro para mim como, na prática, ocorre tal substituição, me parece que o
sistema judiciário não ficaria prejudicado se ela ocorresse sem o acréscimo exigido. Por isso,
parece-me que a parte que tenta interpor o Agravo está sendo lesado em seu direito na medida em
que lhe é dificultado a apreciação do gravo. Esse entendimento é reforçado quando a reclamada
demonstrou boa fé e interesse processual ao recolher todas as outras custas processuais exigidas
ao longo de todo o processo.
Seno assim, minha tendência seria em acompanhar o entendimento do Ministro vencido, que daria
provimento ao Agravo.

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