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DIREITOS E GARANTIAS caráter perpétuo, de trabalhos forçados ou as cruéis,

(art. 5º, XLVII, “b”, “c” e “e”, CF/88). Note, meu caro
INDIVIDUAIS aluno, que nessa segunda perspectiva do direito à
vida temos uma nítida e indiscutível conexão com o
direitos dessa espécie podem ser identificados em
princípio da dignidade da pessoa humana, um dos
outras passagens da
fundamentos da República Federativa do Brasi
Constituição

(2) Art. 5º, caput– Direito à Vida


Art. 5º, caput: Todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza, garantindo‐se aos
brasileiros (7) Art. 5º, V – Direito de resposta
e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do Art. 5º, V: é assegurado o direito de resposta, proporcional ao
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e agravo, além da indenização por dano
material, moral ou à imagem
à propriedade, nos termos seguintes: (...)
Deva ser veiculada no mesmo meio de comunicação
bem jurídico mais importante. direito de continuar
em que o agravo foi apresentado, recebendo idêntico
vivo, ou seja, de não ser morto; e (ii) o direito a ter
destaque. Eventuais indenizações (material, moral e à
uma vida digna. , vedou
3 imagem) listadas pelo inciso V podem ser cumuladas,
. MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet; o que significa que elas podem ser impostas pelo
COELHO, Inocêncio Mártires. Curso de Direito Constitucional. Judiciário
5ª conjuntamente. A pessoa jurídica pode sofrer dano
ed. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 441.
moral, de forma que também as PJs têm direito de
Alexandre de Mello Alves - 09042809779 resposta e à
Prof. Nathalia Masson
indenização
Aula 05-A
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Noções de Direito Constitucional – Agente – PCDF
a aplicação da pena de morte4, ressalvado o caso de
guerra declarada5 , vedou a aplicação da pena de
morte4, ressalvado o caso de guerra declarada5
Quanto à proteção para uma vida digna, note que ela
expande o conceito de viver para além da
simples sobrevivência física. Tutelar uma vida com
dignidade é uma tarefa complexa e multifacetária,
(B.1) Princípio da vida humana
que exige que o Estado assegure ao indivíduo o
Em nossa Constituição não há uma definição sobre o
acesso à bens e utilidades necessárias para uma vida
início da vida humana, Para alguns, a concepção
apropriada, forneça serviços essenciais (como o de
(fecundação do óvulo pelo espermatozoide, da qual
educação, o de saúde, etc.), crie planos de governo
resulta um ovo ou
que propiciem ao indivíduo exercer plenamente suas
zigoto) marca esse início. O Pacto de São José da
liberdades e seus direitos (ao trabalho, à moradia,
Costa Rica “Toda
etc.), proíba qualquer tipo de tratamento
pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse
desmerecedor, como a tortura (art. 5º, III, CF/88), as
direito deve ser protegido pela lei e, em geral,
penas de
desde o momento da concepção. , coube ao
legislador ordinário fornecer um direcionamento por do
meio da nascituro) e pelo Código Penal (ao criminalizar o
Lei n° 11.105/2005 (Lei de Biossegurança) e ao STF7 aborto) STF sobre o tema, vou lhe mostrar um trecho
reafirmar essa orientação legislativa – já que a Corte da decisão
declarou a constitucionalidade dos preceitos da Lei proferida pela Corte na ADI 3.510:
de Biossegurança que permitem, para fins de Asseverou que as pessoas físicas ou naturais seriam
pesquisa e terapia, a utilização de células-tronco apenas as que sobrevivem ao parto, dotadas do
embrionárias obtidas de embriões humanos atributo a que o art. 2º do Código Civil denomina
produzidos personalidade civil, assentando que a Constituição
por fertilização in vitro e não usados no respectivo Federal, quando se refere à “dignidade da pessoa
procedimento. humana” (art. 1º, III), “direitos da pessoa humana”
A conclusão que podemos extrair dessa relevante (art. 34, VII, b), “livre exercício dos direitos...
decisão prolatada pela nossa Suprema Corte é a individuais” (art. 85, III) e “direitos e garantias
de que a vida não se inicia com a fecundação do óvulo individuais”
(a partir da concepção), mas em determinada fase (art. 60, § 4º, IV), estaria falando de direitos e
de desenvolvimento do embrião humano, após a garantias do indivíduo-pessoa. Assim, numa primeira
formação da placa neural. Deste modo, não se efetiva síntese, a Carta Magna não faria de todo e qualquer
a estágio da vida humana um autonomizado bem
proteção do embrião no âmbito constitucional, pois, jurídico, mas da vida que já é própria de uma concreta
de acordo com o STF, a inviolabilidade pessoa, porque nativiva, e que a inviolabilidade
constitucional do direito à vida refere-se, de que trata seu art. 5º diria respeito exclusivamente
exclusivamente, a indivíduos que sobreviveram ao a um indivíduo já personalizado.
parto. Em
outros termos: o âmbito de proteção constitucional (B.2) Aborto
não alcança embriões e fetos, mas, tão somente, Pensando em resguardar a vida intrauterina, o
aqueles que nasceram vivos. Para o STF “o embrião é legislador penal vedou a prática do aborto
o embrião, o feto é o feto e a pessoa humana é a o Código Penal tipifica como infração, nos artigos 124
pessoa humana. Donde não existir pessoa humana a 126, a
embrionária, mas embrião de pessoa humana”. provocação de aborto em si mesma ou a autorização
Mas não custa lembrar, estimado aluno, que a para que outrem provoque, bem como o ato de
circunstância de o embrião ter a potencialidade de provocar o aborto com ou sem o consentimento da
se tornar uma pessoa humana é suficiente para gestante8.
justificar uma proteção contra tentativas levianas de Apenas em duas hipóteses o aborto não foi tipificado
impedir sua continuidade fisiológica, a circunstância na nossa legislação como crime: (i) quando
de o embrião ter a potencialidade de não há outro meio de salvar a vida da gestante, caso
se tornar uma pessoa humana é suficiente para em que teremos o aborto necessário9 (também
justificar uma proteção contra tentativas levianas de chamado de terapêutico); (ii) ou quando a gravidez
impedir sua continuidade fisiológica, em tutela que resultar de estupro e o aborto for precedido de
vai além da proteção constitucional e alcança consentimento da gestante ou, quando incapaz, de
estágios seu representante legal (caso em que teremos o
anteriores ao nascimento – o que é feito, por aborto sentimental10).
exemplo, pelo Direito Civil (ao resguardar os direitos
Além dessas duas hipóteses legais, o STF, em 2012,
no julgamento da ADPF n° 54, identificou
uma terceira hipótese ao declarar a
inconstitucionalidade da interpretação segundo a
qual a
interrupção da gravidez de feto anencefálico seria
conduta tipificada no Código Penal. que
consideram que a morte do indivíduo se dá quando
cessa sua atividade cerebral, permitindo que, a
contrario
sensu, entendamos que a proteção jurídica da vida
humana se inicia com a formação da placa neural.
Assim,
o Min. Marco Aurélio, relator da arguição, afirmou:
“aborto é crime contra a vida. Tutela-se a vida
potencial.
No caso do anencéfalo, repito, não existe vida
possível”.

os direitos fundamentais têm como característica a


relatividade, ou seja, nem mesmo o direito à vida é
absoluto

O direito à vida, assim como todos os demais direitos


fundamentais, é protegido pela CF de forma não
absoluta.
O direito à vida desdobra-se na obrigação do Estado de
garantir à pessoa o direito de continuar viva e de
proporcionar-lhe condições de vida digna.

declarou a constitucionalidade dos preceitos da Lei de


Biossegurança que
permitem, para fins de pesquisa e terapia, a utilização de
células-tronco embrionárias obtidas de embriões
humanos produzidos por fertilização in vitro e não usados
no respectivo procedimento.

(3) Art. 5º, I – Igualdade


todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza”, contempla uma perspectiva
formal
para o princípio da isonomia, consagrando um
tratamento igualitário perante a lei.
possibilidade de prestar o ensino religioso de acordo
com suas crenças, sem interferir para determinar o
conteúdo programático nem para direcionar o estudo
para uma religião específica. Escolas particulares
inclusive adotando postura confessional. Testemunha
de Jeová e transfusão de sangue.: Que se o paciente é
absolutamente capaz e encontra-se consciente e com
pleno discernimento no momento de se manifestar,
deve-se prestigiar a autonomia da vontade e
permitir o exercício de liberdade religiosa, direito
(8) Art. 5º, VI e VII – Liberdade de consciência, fundamental que decorre da dignidade da pessoa
crença e culto humana. Neste caso, impossível seria ao Estado impor
Art. 5º: VI: é inviolável a liberdade de consciência e de crença, o procedimento médico legitimamente recusado
sendo assegurado o livre exercício dos cultos pelo paciente. Noutro giro, se o paciente é incapaz ou
religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de
encontra-se inconsciente, a transfusão de sangue
culto e a suas liturgias;
VII: é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência deverá ser feita pelos médicos, preservando o direito à
religiosa nas entidades civis e militares vida. A recusa ao tratamento apresentada pelos pais
de internação coletiva. ou outros familiares não será considerada legítima e
apta a impedir a realização do tratamento.
Estado laico (secular ou não confessional) o
Manifestações concretas de incitação ao ódio
entendimento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)
religioso não serão protegidas pela liberdade de
decidiram que os crucifixos são símbolos da cultura
expressão ou pela a liberdade de crença.
brasileira e em nada comprometem a universalidade e
imparcialidade do Poder Judiciário, não sendo (9) Art. 5º, VIII – Escusa de consciência
necessário, portanto, retirá-los dos recintos públicos. Art. 5º, VIII: ninguém será privado de direitos por
Determinaram, ainda, que os tribunais possuem motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica
autonomia administrativa para decidir sobre o ou
tema, permitindo ou rechaçando a utilização de política, salvo se as invocar para eximir-se de
referidos símbolos. Curandeirismo não se pode obrigação legal a todos imposta e recusar-se a
invocar a liberdade religiosa para servir de abrigo cumprir prestação
para a prática de ilícitos penais, razão pela qual a 2ª alternativa, fixada em lei. Permite que um indivíduo
Turma do STF decidiu que a prática do não cumpra determinada obrigação legal (ou que não
“curandeirismo” não está abrangida pela pratique certo ato) não condizente com suas
norma constitucional de proteção a crença. Ensino convicções religiosas, políticas ou filosóficas, sem que
religioso facultativa a matrícula há a possibilidade de com isso incida sobre ele qualquer represália quanto
as escolas públicas ofertarem ensino religioso às suas garantias constitucionais – desde que, ao se
confessional, sem que isso implique violação ao recusar a satisfazer a obrigação legal, o sujeito
caráter laico do Estado brasileiro (art. 19, CF/88) ou cumpra a prestação alternativa prescrita em lei. Não
à garantia fundamental à liberdade religiosa custa lembrar, no entanto, que se o Estado houver
prevaleceu a compreensão de que o fixado em lei uma prestação alternativa, consistente
texto constitucional não veda que as escolas públicas em um serviço administrativo que não abala crenças
ofereçam aulas (de matrícula facultativa) de uma ou convicções, o sujeito deverá cumpri-la, sob pena de
religião específica, desde que o Estado oportunize a ficar privado de seus direitos políticos (art. 15, IV,
qualquer doutrina religiosa interessada a CF/88). enuncia que a recusa ao serviço do júri,
fundada na alegação da escusa de consciência, gera a para
suspensão dos direitos políticos, caso o sujeito se interesse público à informação, seja pelo conteúdo
recuse a cumprir a prestação alternativa. eminentemente privado, seja pelo decurso do
tempo62”.
(10) Art. 5º, IX – Liberdade intelectual, artística,
científica e de
comunicação
Art. 5º, IX: é livre a expressão da atividade intelectual,
artística, científica e de comunicação,
independentemente de censura ou licença

(STF) declarou inconstitucionais dispositivos da Lei


das Eleições (Lei 9.504/1997) que impediam
emissoras de rádio e televisão de veicular programas
de humor envolvendo candidatos, partidos e
coligações nos três meses anteriores ao pleito.
Entendeu o STF que a liberdade intelectual, artística e lembrando que o valor a ser pago está conectado ao
de grau de
comunicação (assim como a liberdade de imprensa) reprovabilidade da conduta, segundo ensina o STF.
assegura ao jornalista o direito de fazer críticas a Vale frisar, também, a possibilidade de cumular a
quaisquer indivíduos (inclusive candidatos), mesmo indenização por dano material e dano moral, o que
que nessa tarefa ele se valha de ironias, sarcasmo, significa que diante de uma mesma ocorrência é
irreverência, ou mesmo que ele seja grosseiro e bruto. possível reconhecer à vítima o direito de receber
ele poderá ambas as indenizações.
ser acionado, penal e civilmente, para responder
judicialmente pelos eventuais abusos que praticar a honra é um bem imaterial que pode ser
compreendido
(11) Art. 5º, X – Direito à privacidade como a reputação, o bom nome e a boa fama que o
Art. 5º, X: são invioláveis a intimidade, a vida privada, sujeito goza na vida em sociedade, bem como o
a honra e a imagem das pessoas, assegurado o sentimento próprio de estima e dignidade.
direito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação Envolve, portanto, tanto um aspecto subjetivo (honra
subjetiva), relacionado a afeição e o apreço
Haveria violação ao direito de intimidade a esta
que se tem por si mesmo, como o aspecto objetivo
esfera da privacidade, por exemplo, no acesso não
(honra objetiva), referente ao conceito social que a
consentido às
pessoa desfruta diante da opinião pública. que as
informações presentes no diário de alguém, ou às suas
pessoas jurídicas também titularizam o direito à
comunicações telefônicas.
honra
prevaleceu a convicção de que o Poder Judiciário (e à imagem), razão pela qual podem vir a ser
pode indenizadas por dano moral. Os meios de
e deve intervir em situações excepcionais para “fazer comunicação, (jornais, revistas, televisão, internet)
cessar o vínculo criado, nos bancos de dados dos não podem usurpar a imagem do
provedores de busca, entre dados pessoais e indivíduo, utilizando-a sem o seu consentimento,
resultados da busca, que não guardam relevância ainda que para louvar ou enaltecer a pessoa. Para a
reparação do dano moral não se exige a ocorrência de atividade ou profissão (escritórios profissionais –
ofensa à reputação do indivíduo. O que como os consultórios médicos e odontológicos, os
acontece é que, de regra, a publicação da fotografia de escritórios dos advogados) a inviolabilidade
alguém, com intuito comercial ou não, causa domiciliar poderá sofrer, em algumas circunstâncias,
desconforto, aborrecimento ou constrangimento, não
restrições.
importando o tamanho desse desconforto ou
Tais restrições evitarão duas coisas indesejáveis: (i)
desse constrangimento. Desde que ele exista, há o dano
que a “casa” se torne um reduto de
moral, que deve ser reparado. Cumpre, ainda, lembrar
impunidades, e (ii) que sua inviolabilidade seja um
que a pessoa que se encontra em local público se
escudo para a prática de ilícitos.
sujeita a ser vista,
Por isso, diz nossa Constituição que, excetuando-se a
fotografada ou filmada, pois estando em lugar
hipótese de consentimento do morador, a
público se pressupõe um consentimento tácito de
entrada de um estranho em local considerado “casa”
exposição. Deste modo, “a pessoa não poderá objetar
somente poderá ocorrer:
a aparecer, sem proeminência, numa reportagem,
(i) em hipótese de flagrante delito;
se encontra em lugar aberto ao público e é retratada
(ii) em caso de desastre;
como parte da cena como um todo”64. o direito a
indenização em caso de violação desse dispositivo
(iii) para prestar socorro;
constitucional (iv) ou, durante o dia, por determinação judicial.
independe de qualquer provocação de sofrimento à
vítima. Lembremos, portanto, consoante preceitua o
STF, que a condenação por dano material ou moral não
exige que tenha havido qualquer ofensa à reputação
do indivíduo.

(12) Art. 5º, XI – Inviolabilidade domiciliar


Art. 5º, XI: a casa é asilo inviolável do indivíduo,
ninguém nela podendo penetrar sem consentimento
do morador, salvo em caso de flagrante delito ou Sobre o ingresso em local considerado ‘casa’ em
desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, razão do flagrante delito, lembremos de uma
por determinação judicial. importante manifestação do nosso Tribunal Supremo
(STF), em novembro de 2015, no qual a Corte
no sentido constitucional a noção de “casa” é apreciou o tema.
extensa, pois indica qualquer local delimitado Na ocasião, discutia-se a possibilidade de ser
que alguma pessoa ocupe com exclusividade, a efetuada a prisão em local considerado domicílio
qualquer título, inclusive de forma profissional. (casa), em caso de crime permanente (tráfico de
Em outras palavras, e com apoio na definição trazida drogas) e o Plenário do STF fixou, em sede de recurso
pelo nosso Código Penal (art. 150, § 4°), o extraordinário com repercussão geral reconhecida, a
termo “casa” engloba: seguinte tese:
(i) qualquer compartimento habitado (casa, A entrada forçada em domicílio sem mandado judicial
apartamento, a barraca de camping, o trailer); só é lícita, mesmo em período noturno, quando
(ii) qualquer aposento ocupado de habitação coletiva amparada em fundadas razões, devidamente
(quarto de hotel, motel ou pensão); justificadas a posteriori, que indiquem que dentro da
(iii) qualquer compartimento não aberto ao público casa ocorre situação de flagrante delito, sob pena de
onde alguém (pessoa física ou jurídica) exerce uma responsabilidade disciplinar, civil e penal do
agente ou da autoridade, e de nulidade dos atos funcionava ininterruptamente durante o dia, em
praticados67 todos os dias da semana, inclusive no final de
semana.
A última situação que autoriza o ingresso no recinto
Nos dizeres da nossa Suprema Corte, “não opera a
domiciliar sem o consentimento do morador
inviolabilidade do escritório de advocacia, quando o
é a autorização judicial. Sobre essa medida (busca e
próprio advogado seja suspeito da prática de crime,
apreensão domiciliar) três coisas devem ser
sobretudo concebido e consumado no âmbito desse
mencionadas: local de trabalho, sob pretexto de exercício da
(i) Em primeiro lugar, estamos falando de matéria profissão”71 a Constituição autoriza a suspensão do
que está sob reserva de jurisdição, o que significa direito à inviolabilidade domiciliar durante o estado
que de sítio. Assim, caso o decreto de execução dessa
somente pode ser determinada validamente por medida extraordinária preveja expressamente (art.
órgão integrante do Poder Judiciário que exerça 138, CF/88), poderá ser determinada a busca e
jurisdição68 comissões parlamentares de inquérito apreensão domiciliar independentemente de ordem
(CPIs) e membros do Ministério Público não judicial (art. 139, V, CF/88)
estão constitucionalmente autorizados a determiná-
la. Tampouco o Fisco ou a polícia judiciária
poderiam determinar a quebra da inviolabilidade
domiciliar. comissões parlamentares de inquérito
(CPIs) e membros do Ministério Público não
estão constitucionalmente autorizados a determiná-
la. Tampouco o Fisco ou a polícia judiciária
poderiam determinar a quebra da inviolabilidade
domiciliar. todavia, prefere-se o critério objetivo
(cronológico), de que o dia se
inicia as 06hs e é finalizado às 18hs

vale recordar uma excepcional decisão do STF,


tomada por maioria,
no Inquérito 2.42470. Na ocasião, o plenário da Corte
debateu a legitimidade da diligência policial que,
em cumprimento a ordem judicial, implantou
instrumentos de escuta ambiental em escritório de
advocacia (que é local considerado ‘casa’) durante a
noite. Entendeu-se que a medida era válida pois se
tratava do único meio possível de prova para
comprovar a atividade delituosa, já que o escritório

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