ATOS ADMINISTRATIVOS constituem os contratos administrativos (ex: contrato de
aquisição de bens celebrado pela Administração com um
Os atos administrativos constituem a forma básica pela fornecedor particular. o surgimento do ato administrativo qual a Administração Pública manifesta sua vontade. pressupõe que a Administração atue nessa Tais atos materializam o exercício da função qualidade, ou seja, “sob o regime jurídico de Direito administrativa, a qual é típica do Poder Executivo, mas Público”, usando de sua supremacia de Poder Público, que também com pode ser exercida pelos demais Poderes. Em outras as prerrogativas e restrições próprias do regime jurídico- palavras, os Poderes Legislativo e Judiciário também administrativo. Assim, não seria ato administrativo, por editam exemplo, a abertura de conta corrente por um banco atos administrativos. estatal, pois, nesse caso, ele estaria praticando um ato Todavia, os atos administrativos, por sua natureza, privado, em igualdade de condições com o particular. Por conteúdo e forma, não se confundem com os atos outro lado, o edital de licitação ou de concurso público emanados do Legislativo e do Judiciário quando lançado por esse mesmo banco estatal seria um ato desempenham suas atribuições específicas de legislação administrativo, eis que sujeito às normas de direito (elaboração de normas primárias) e de jurisdição público. O ato administrativo também é uma declaração (decisões judiciais). Assim, na atividade pública geral, unilateral de quem faça as vezes do Estado (“ou de quem podem ser o represente”). Significa, assim, que os particulares reconhecidas três categorias de atos inconfundíveis entre também podem praticar atos administrativos, desde que si: atos legislativos, atos judiciais e atos estejam investidos de prerrogativas estatais (agentes administrativos1 É o caso, por exemplo, de honoríficos, delegados e credenciados). Seria o caso, por quando a Mesa do Senado promove concurso público exemplo, das concessionárias de serviço público, que para a seleção de novos servidores; de quando a podem sancionar administrativamente o cidadão em Secretaria do STF realiza licitação para adquirir uma nova determinadas situações (ex: as concessionárias de frota de veículos para o Tribunal; ou de quando o transporte podem determinar a expulsão de passageiros Presidente do TCU demite servidor do órgão. que Ato administrativo - declaração unilateral do Estado ou não se comportem adequadamente). Por fim, há de se de quem o represente que produz efeitos jurídicos ressaltar que o ato administrativo é sempre passível de imediatos, com observância da lei, sob o regime jurídico “controle pelo Poder Judiciário”, de Direito Público e sujeita a controle pelo Poder afinal, entre nós vige o princípio da inafastabilidade da Judiciário. tutela jurisdicional (CF, art. 5º, XXXV).
Assim, o silêncio ou omissão da Administração não pode
ser considerado um ato administrativo, ainda que possa gerar efeitos jurídicos (como no caso da decadência e da prescrição).
O conceito apresentado é restrito ao ato administrativo
“unilateral”, ou seja, àquele que se forma com a vontade única da Administração, independente da concordância daqueles que serão atingidos por ele; o ato unilateral, segundo Hely Lopes Meirelles, é o ato administrativo típico. De outra parte, os atos bilaterais, que se aperfeiçoam com mais de uma declaração de vontade, Atos da Administração leis, sanção ou veto a projetos de leis, celebração de tratados internacionais, decretação de estado de Com efeito, a doutrina enfatiza que todo ato praticado no sítio, indulto, entre outros. exercício da função administrativa é ato da ▪ Contratos administrativos e convênios: são atos em Administração, porém, nem todo ato da Administração que a vontade é manifestada de forma bilateral. é ato administrativo. Ou seja, a expressão Exemplo: contrato de concessão e permissão de serviços “ato administrativo” abrange apenas determinada públicos e contrato de fornecimento de material, categoria de atos praticados no exercício da função ambos decorrentes de processo licitatório. administrativa, mas não todos Com efeito, a doutrina ▪ Atos normativos4: são atos dotados de generalidade e enfatiza que todo ato praticado no exercício da função abstração, enfim, com conteúdo de leis, e, só administrativa é ato da formalmente, são atos administrativos. Exemplo: Administração, porém, nem todo ato da Administração portarias, resoluções, regimentos etc. é ato administrativo. Ou seja, a expressão ▪ Atos administrativos propriamente ditos: “ato administrativo” abrange apenas determinada manifestação de vontade cujo fim imediato seja a categoria de atos praticados no exercício da função produção de administrativa, mas não todos efeitos jurídicos, regidos pelo direito público. Exemplo: nomeação de servidor, concessão de licença, Atos de direito privado: são aqueles praticados pela homologação de licitação etc. Administração em igualdade de condições com o Repare, acima, que o rol de atos praticados pela particular, ou seja, sem se valer das prerrogativas de Administração Pública é bem mais amplo que a edição de direito público. Exemplo: contratos regidos pelo atos administrativos propriamente ditos. direito privado, como a doação, permuta, compra e Importa notar que, para se falar em ato da venda, locação etc. Administração, ele necessariamente deve ter sido ▪ Atos materiais da Administração: são atos que emanado da envolvem apenas execução material, de ordem prática, Administração. Vale dizer, não existem atos da como a demolição de uma casa, a apreensão de Administração produzidos por particulares. mercadoria, a instalação de um telefone público, a Por outro lado, os atos administrativos podem ser desapropriação de terrenos etc. Alguns autores incluem produzidos mesmo por pessoas que não pertencem os atos materiais na categoria dos formalmente à Administração Pública, mas que nem por fatos administrativos, vistos em seguida. Em regra, os isso deixam de qualificar-se como tais, a exemplo dos atos materiais ocorrem como consequência de um particulares em colaboração (agentes honoríficos, ato administrativo. Por exemplo: para que ocorra a delegados e credenciados). Por exemplo, concessionárias demolição de uma casa (ato material) é necessário e que a Prefeitura emita uma ordem de serviço (ato permissionárias de serviços públicos, quando atuam sob administrativo); a desapropriação de um terreno (ato regime de direito público, praticam atos administrativos 5. material) ocorre como consequência da edição de um Também são exemplos os atos praticados pelos tabeliães, decreto (ato administrativo), e assim por diante. agentes delegados, no exercício da função notarial. Atos de conhecimento, opinião, juízo ou valor3: são atos atos administrativos, pois lhes falta algum dos elementos que não produzem efeitos jurídicos imediatos. destes, como a Exemplo: atestados, certidões, pareceres, laudos, unilateralidade, o regime de direito público e a despachos de encaminhamento de papeis e processos. produção de efeitos jurídicos imediatos ▪ Atos políticos ou de governo: são atos praticados pelos A abertura de conta corrente pelos bancos públicos é feita agentes de cúpula da Administração, em mediante contrato, regido pelo direito privado. Trata-se de ato da Administração, porque praticado por obediência direta à Constituição, isto é, com base entidade pública, mas não propriamente de imediata no texto constitucional. Exemplo: iniciativa de ato administrativo, que constitui declaração unilateral do silêncio administrativo não pode sequer ser considerado Estado, sob regime de direito público ato administrativo. falta um elemento essencial, qual De fato, é correto que nem toda ação da Administração seja, a declaração de vontade. No silêncio não há Pública é considerada ato administrativo, a exemplo exteriorização do dos atos típicos de direito privado praticados pelas pensamento, requisito indispensável para a empresas públicas e sociedades de economia mista, como é o caso da abertura de contas correntes e a caracterização do ato administrativo (corresponde ao concessão de empréstimos pelo Banco do Brasil e pela elemento Caixa Econômica Federal, assim como a venda de “forma”). petróleo no mercado e a compra de refinarias pela Embora não seja ato, o silêncio é considerado um fato Petrobrás. Quando pratica atos de direito privado, a administrativo; como tal, pode gerar consequências Administração se coloca em igualdade de condições jurídicas, a exemplo da prescrição e da decadência, com os particulares, vale dizer, não atua com as prerrogativas próprias do regime jurídico-administrativo. somente produzirá efeitos jurídicos se a lei os previr. Porém, vale ressaltar que as empresas públicas e sociedades de economia mista, ainda que exploradoras Atributos de atividade econômica, em determinadas situações também praticam atos administrativos propriamente ditos, como quando realizam licitações na atividade meio ou quando realizam concurso público para contratação de pessoal. Fatos administrativos Presunção de legitimidade A presunção de legitimidade diz respeito à conformidade do ato com a lei; por esse atributo, presumemse, até prova em contrário, que os atos administrativos foram emitidos com observância da lei 8. presunção de veracidade, que diz respeito aos fatos; em decorrência desse atributo, presumem-se verdadeiros os fatos alegados pela Administração para a prática de um ato administrativo, até prova em contrário.
Quanto à tipicidade, a doutrina informa que o atributo está presente
apenas nos atos unilaterais, mas não nos bilaterais. Ora, os atos Vale lembrar que alguns autores também classificam os administrativos são, por definição, atos unilaterais e, portanto, sempre atos materiais da Administração (ex: apreensão apresentam o atributo da tipicidade.
de mercadorias, demolição de prédios, realização de
acompanha todos os atos serviços) como fatos administrativos. estatais, quer imponham obrigações, quer reconheçam A distinção feita neste tópico entre atos e fatos ou confiram direitos aos administrados, e decorre da administrativos é relevante porque os fatos própria ideia de “Poder” que permite ao Estado assumir administrativos posição de supremacia perante os particulares. não estão sujeitos à teoria geral dos atos acompanha todos os atos administrativos. estatais, quer imponham obrigações, quer reconheçam O silêncio administrativo consiste na ausência de ou confiram direitos aos administrados, e decorre da manifestação da administração nos casos em que ela própria ideia de “Poder” que permite ao Estado assumir deveria manifestar-se. Se a lei não atribuir efeito jurídico posição de supremacia perante os particulares. em razão da ausência de pronunciamento, o Detalhe é que os atos administrativos produzem efeitos exime a Administração de, caso requisitada pelo imediatamente, ainda que eivados de vícios ou Judiciário, apresentar defeitos aparentes. “enquanto não decretada a invalidade informações e documentos que comprovem a do ato pela própria correspondência do ato à realidade e a veracidade dos Administração ou pelo Judiciário, o ato produzirá efeitos fatos da mesma forma que o ato válido, devendo ser alegados10 cumprido”. Ou seja, como os atos são presumivelmente Quanto ao alcance da presunção, cabe realçar que ela legítimos, devem ser observados até que, depois de existe, com as limitações já analisadas, em todos questionados, sejam declarados nulos por autoridade os atos da Administração, inclusive os de direito privado, competente. há uma única situação no Direito Administrativo pois se trata de prerrogativa inerente ao em que a consequência do atributo da Poder Público, presente em todos os atos do Estado, presunção de legitimidade é afastada, isto é, em que o qualquer que seja a sua natureza. destinatário do ato administrativo não necessita esperar a Imperatividade é o atributo pelo qual os atos declaração de invalidade do ato para poder negar-lhe administrativos se impõem a terceiros, cumprimento: trata-se de ordem manifestamente ilegal dada a independentemente servidor público por seu superior hierárquico. a presunção da sua concordância, criando obrigações ou impondo de veracidade não é absoluta, e sim relativa (iuris restrições. tantum), ou seja, admite A imperatividade decorre do chamado “poder prova em contrário. Assim, o administrado que se sinta extroverso”, que é prerrogativa dada ao Poder Público de prejudicado pelo ato do Estado tem o direito de se impor, de modo unilateral, obrigações a terceiros, socorrer inclusive a sujeitos que estão fora do âmbito interno junto à própria Administração (mediante a interposição administrativo, de recursos administrativos) ou perante o Poder Judiciário, decorre diretamente do princípio da supremacia do nos termos da lei. um efeito importantíssimo do atributo interesse público sobre o particular. em tela é a inversão do ônus da prova, vale dizer, quem a imperatividade não existe em todos os atos deve administrativos, demonstrar a existência de vício no ato administrativo mas apenas naqueles que impõem obrigações ou não é a Administração, e sim o administrado. Por restrições. não existe imperatividade nos atos que exemplo: quando a pessoa recebe uma notificação de conferem direitos solicitados pelo administrado infração de trânsito, significa que a Administração (como na licença ou autorização de uso do bem público) está alegando que o indivíduo cometeu alguma falta; a ou nos atos apenas enunciativos (certidão, atestado, princípio, essa “alegação” é legítima, mesmo que parecer), uma vez que, nesses casos, não há a criação de houvesse obrigações ou restrições a terceiros. alguma irregularidade aparente no radar que flagrou o motorista. Ou seja, para todos os efeitos, deve-se tomar como verdadeiro que a infração indicada, de fato, foi mesmo cometida. Se o motorista quiser contestar a notificação, ele é que terá de provar o erro da Administração, caso contrário, será multado, em razão da presunção de veracidade do ato administrativo. mesmo nos casos em que o ato da Administração contenha forte aparência de ilegalidade, o Judiciário não pode se pronunciar de ofício, devendo aguardar a provocação do administrado. Ademais, a inversão do ônus da prova não Por exemplo, a Administração, nos termos da lei, pode consiste na possibilidade de as medidas adotadas pela determinar a interdição de determinado administração pública serem impostas coativamente ao estabelecimento comercial, independentemente da administrado, inclusive mediante o emprego da força. anuência do proprietário. Este ato é dotado de Considerando a doutrina de Maria Sylvia Di Pietro, assim imperatividade. Diferentemente, o fornecimento de como Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, temos que a certidão de tempo de serviço requerida pelo servidor é coercibilidade é indissociável da autoexecutoriedade ato administrativo despido de imperatividade, pois não Presunção de veracidade: decorre do desmembramento impõe nenhuma obrigação ou restrição, mas apenas do atributo da presunção de legitimidade por Maria apresenta Sylvia Di Pietro, e significando que os fatos alegados pela uma informação. administração presumem-se verdadeiros. Dessa forma, para a referida autoria, a presunção de legitimidade fica Presunção de legitimidade: é um atributo que decorre da reservada para a interpretação e aplicação da norma própria natureza dos atos administrativos e garante a jurídica pela Administração Pública execução do ato administrativo de forma imediata, desde a sua edição, mesmo que contenha vícios ou defeitos enquanto não for anulado ou sustado pela administração ou pela Poder Judiciário. Em outras palavras, presumemse legítimos os atos administrativos desde a sua edição até a sua eventual suspensão ou anulação, sendo A doutrina desdobra a autoexecutoriedade em dois desnecessária prévia declaração de legitimidade para a outros atributos: a exigibilidade e a executoriedade. sua aplicação. A exigibilidade seria caracterizada pela obrigação que o Autoexecutoriedade: não é um atributo presente em administrado tem de cumprir o comando todos os atos administrativos e, em relação aos atos em imperativo do ato. Graças à exigibilidade, a que Administração pode usar meios indiretos de coação para está presente, consiste na possibilidade de que suas implementação material pela administração de atos decisões sejam cumpridas, como, por exemplo, a executórios, aplicação de multas ou de outras penalidades diretamente, inclusive mediante o uso da força, sem que administrativas seja necessária prévia autorização judicial. Não se impostas em caso de descumprimento do ato. Veja que, esqueça que esse atributo jamais afasta a apreciação nesse caso, a coação é indireta: o sujeito cumpre a judicial do ato, servindo apenas para dispensar a imposição do Poder Público porque tem receio de ser necessidade multado. de ordem judicial prévia para a sua prática. Já a executoriedade seria a possibilidade de a Imperatividade: traduz a possibilidade de a Administração, ela própria, praticar o ato, ou de administração pública criar obrigações para os compelir, administrados, ou direta e materialmente, o administrado a praticá-lo impor-lhes restrições, unilateralmente. (coação material). Na executoriedade, a Administração emprega meios diretos de coerção, compelindo a tipicidade é o atributo pelo qual o ato administrativo materialmente o administrado a fazer alguma coisa, deve corresponder a figuras definidas previamente pela utilizandose inclusive da força. Exemplo: demolição de lei como aptas a produzir determinados resultados, sendo obra irregular; dissipação de passeata que perturbe a um corolário do princípio da legalidade, afastando a ordem pública, possibilidade de a administração praticar atos inominados etc. Coercibilidade: é um atributo do poder de polícia e arbitrários), pois a lei, ao prever o ato, já define os limites em que a discricionariedade poderá ser exercida
Maria Sylvia Di Pietro ensina que a tipicidade só existe
com relação aos atos unilaterais. Isso porque, nos contratos (atos bilaterais), não há imposição de vontade da Administração, que depende sempre da aceitação do Segundo Maria Sylvia Di Pietro, na exigibilidade (coerção particular. Segundo a autora, nada impede que as partes indireta), os meios de coerção vêm sempre convencionem um contrato inominado (sem previsão definidos na lei; já na executoriedade (coerção direta), legal), desde que atenda melhor ao interesse público e ao podem ser utilizados independentemente de previsão do particular. Não obstante, cumpre observar que, em legal, para atender situação emergente que ponha em alguns casos, o atributo da tipicidade se fará presente risco a segurança, a saúde ou outro interesse da mesmo nos contratos administrativos, regidos pelo coletividade. direito Por exemplo: a multa administrativa é exigível pela público, como nos contratos de concessão de serviços Administração, sendo uma forma indireta de o Estado públicos, já nomeados, tipificados, na Lei 8.987/1995 forçar que o particular cumpra a obrigação. Porém, a A autoexecutoriedade é a prerrogativa de que certos atos multa não é executória, já que a Administração não administrativos sejam poderá executados imediata e diretamente pela própria compelir o particular a pagar o valor correspondente, Administração, independentemente de ordem ou devendo, para tanto, ir a juízo. autorização judicial. Permite-se até mesmo o uso da força Outro exemplo: a intimação para que o administrado física, se for necessária, mas sempre com meios construa calçada defronte de sua casa ou terreno não adequados e proporcionais. A interdição de estabelecimento comercial é um típico exemplo de apenas impõe esta obrigação, mas é exigível porque, se o autoexecutoriedade. particular desatender ao mandamento, poderá ser A execução material que desconstitui a ilegalidade refere- multado sem que a Administração necessite ir ao se ao atributo Judiciário para que lhe seja atribuído ou reconhecido o executoriedade (coerção direta, material), e não à direito de exigibilidade. Por exemplo, a executoriedade permite à multar. Entretanto, a determinação de construir a calçada Administração demolir uma obra (execução material) não é um ato executório, eis que a Administração não para desconstituir a ilegalidade do empreendimento. Já a exigibilidade diz respeito ao próprio dever imposto pode, ela própria, fazer a calçada, tampouco obrigar pela lei aos administrados, cujo cumprimento é direta e materialmente o particular a fazê-lo; ela só pode garantido pela Administração mediante meios indiretos usar de coerção. Um bom exemplo é a retirada da CNH: meios indiretos de coerção, a exemplo da aplicação da a Administração exige a habilitação para poder dirigir multa pelo descumprimento da ordem. (exigibilidade); se o motorista for pego sem carteira, ele poderá ser multado; a multa, portanto, é um meio Tipicidade indireto de obrigar o motorista a tirar a habilitação. Tipicidade é o atributo pelo qual o ato administrativo Porém, a Administração não pode coagir materialmente o particular a obtê-la, ou seja, o ato não possui deve corresponder a figuras definidas previamente executoriedade. pela lei como aptas a produzir determinados Lembrando que tanto a exigibilidade como a resultados13. executoriedade são desdobramentos do atributo Esse atributo decorre diretamente do princípio da autoexecutoriedade. legalidade Em razão do atributo da autoexecutoriedade, o Ibama pode, A tipicidade impede, também, a prática de atos independentemente de autorização judicial, compelir totalmente discricionários (que seriam, na verdade, materialmente o administrado a cumprir a lei (no caso, mediante a interdição da fábrica), bem como impor multa (nesse caso, trata-se de coerção indireta, visto que, se o particular não pagar, a cobrança deverá ser feita junto ao Judiciário) . A cobrança de multa inadimplida não possui o atributo da autoexecutoriedade, vale dizer, a Administração não pode cobrar o pagamento sem a intervenção do Poder Judiciário Em razão do poder disciplinar, a Administração pode aplicar penalidades administrativas a seus servidores. E, para tanto, não precisa de autorização judicial, pois a lei atribui esse poder à própria Administração. Dessa forma, pode-se afirmar que o ato de aplicação de sanções disciplinares (da advertência à demissão) é autoexecutório. A autoexecutoriedade não existe em todos os atos administrativos. Conforme a doutrina, só há autoexecutoriedade quando expressamente prevista em lei ou quando tratar-se de medida urgente que, acaso não adotada de imediato, pode ocasionar prejuízo maior para o interesse público. Os elementos do ato administrativo são as partes que o compõem, a sua infraestrutura. Também são chamados de requisitos ou pressupostos.
Os elementos também são chamados de requisitos de
validade de um ato administrativo. Afinal, determinados defeitos (vícios) em algum deles poderá levar à anulação ou revogação do ato, conforme o caso. Em suma, a competência refere- se ao sujeito a quem compete a prática do ato; finalidade diz respeito ao resultado final da produção do ato, que sempre deve ter como fim geral o interesse público; forma é o rito seguido para a produção do ato, bem como o meio de exteriorização do ato em si, sendo a escrita a forma mais comum; motivo é o pressuposto de fato e de direito que fundamenta a prática do ato; e objeto é o conteúdo do ato, ou seja, seu efeito jurídico.