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Sumário
Apresentação
1. Cultura e Mercado
2. Produção Cultural
2.1 Pré-produção
2.1.1 Identificando necessidades
2.1.2 Idéia e criatividade
2.1.3 Pesquisa
2.1.4 Pré-projeto
2.1.5 Teste de opinião
2.1.6 Marketing cultural
2.1.7 Marketing social
2.1.8 Leis de Incentivo
2.1.9 Estratégias não incentivadas por lei
2.1.10 Projeto final
2.1.11 Proposta de patrocínio
2.1.12 Negociações de Apoio
2.1.13 Negociações de Parceria
2.1.14 Negociações de Patrocínio
2.1.15 Financiamento a fundo perdido
2.2 Produção:
2.2.1 Gestão dos recursos
2.2.2 Contratação de pessoal
2.2.3 Relatórios
2.2.4 Correções de rumo
2.2.5 Objetivo unificado
2.2.6 Divulgações intermediárias
2.2.7 Envolvimento dos veículos de comunicação
2.2.8 Assessoria de imprensa
2.2.9 Envolvimento das autoridades e personalidades
2.2.10 Cronograma físico e financeiro
2.3 Pós-produção:
2.3.1 Entrega do produto
2.3.2 Reconhecimentos e certificações
2.3.3 Relatórios de prestação de contas
2.3.4 Relatórios de atividades
2.3.5 Relatórios de resultados sócio-culturais
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Apresentação
Nos últimos anos a produção cultural brasileira tomou impulso com a especialização
do mercado motivado pelas leis de incentivo. Nos grandes centros urbanos pode-se
ver a evolução da oferta cultural, um grande favorecimento para o público, mesmo
para aqueles sem renda para consumo da arte.
Mas ficou à margem desse processo a maioria absoluta dos municípios brasileiros.
O marketing cultural, nos moldes do que se pratica nos grandes centros urbanos,
não subsiste em cidades de pequeno e médio porte. A estratégia de comunicação
cultural depende de uma escala regional, na maioria das vezes nacional, de
distribuição para que o investimento em marketing alcance os objetivos da empresa
patrocinadora.
Mesmo a Lei Rouanet (8.313) é própria para empresas com grande lucro líquido,
pois o desconto no Imposto de Renda só será relevante quanto maior for a
diferença positiva entre receitas e despesas operacionais.
Para alcançar resultados satisfatórios com a Oficina para Agentes Culturais, o Prof.
André Toledo utilizará a experiência acumulada como produtor cultural e docente
desta disciplina. Principalmente conhecimentos construídos na Oficina de
Especialização para Agentes Culturais, realizada em Campinas-SP e Circuito da
Águas-SP (http://www.agentesculturais.hpg.com.br), servirão como base nas
discussões e proposições dos grupos de trabalho da Oficina de Ituiutaba.
1. Cultura e Mercado
Alguém que escreva uma poesia e a deixe na gaveta não está sujeito às
dificuldades impostas pelo mercado cultural, embora tenha produzido arte. O
consumo do produto artístico é o elo mais importante do processo na medida em
que o artista deseja que seu produto seja apreciado pelo público e espera dessa
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Para solucionar essa incongruência presente no artista, sua sensibilidade tendo que
conviver e adaptar-se às racionalidades que regem a economia, séculos atrás
surgiu o mecenas, aquele que com sua fortuna incentivava os artistas através da
salvaguarda financeira.
A sociologia diz que cultura é tudo aquilo que o homem cria e produz e o resultado
dessas suas ações o reconstrói continuamente. O homem transforma e é
transformado em sociedade. Para efeito dos estudos em produção artística, cultura
será empregada como sinônimo de arte. Dessa forma entendemos os vários
segmentos culturais com os quais a produção cultural poderá trabalhar, dentre
eles: Artes Plásticas, Artes Cênicas, Literatura, Humanidades, Audiovisual,
Patrimônio Cultural e Música.
Interessante notar que o tema da cultura tem uma aceitação quase unânime na
sociedade. Infelizmente ela não se constitui em prioridade de política pública em
alguns países, por exemplo, o Brasil. A justificativa é que os orçamentos públicos
insuficientes são direcionados para as áreas de maior impacto social: Saúde,
Educação, etc. Nessa medida é que as necessidades genuínas de oferta da cultura
são supridas em parte pela iniciativa privada, incentivadas por leis, financiadas
através do marketing cultural, viabilizadas por doações entre outras formas.
O produto cultural não poderia fugir das regras econômicas que regem quase todos
os aspectos das sociedades capitalistas. Antes de existir ele necessita de
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investimentos que irão dar conta dos custos de concepção e projeto. Em seguida
sua viabilidade passa pelas estratégias de produção, distribuição e divulgação. Na
verdade, viabilizar cultura é empreender em uma atividade que necessitará de
todos os quesitos corriqueiramente utilizados na gestão de negócios. O recurso
financeiro inicial é fundamental, poucos são os artistas e organizações culturais que
possuem capital próprio para o investimento em suas atividades. A captação de
recursos supre essa necessidade e várias técnicas são utilizadas para isso, desde a
beneficência das doações até as mais elaboradas propostas de comunicação
empresarial que utilizam a ação artística como veículo promocional do patrocinador
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Dentre outras ações de ordem social, a apoio à cultura foi decisivo para o alcance
desse objetivo. Em pouco tempo Rockefeller teve seu nome ligado às artes e à
filantropia o que lhe rendeu ganhos estratégicos tanto no mercado quanto nos
relacionamentos políticos. Ainda hoje a fundação Rockefeller é ícone das ações
sociais e culturais em boa parte do mundo. Por esse histórico atribui-se ao
empresário o título de primeiro beneficiário do Marketing Cultural.
Mas esse é parte do ganho, conforme uma empresa vincula sua imagem ao projeto
cultural ela terá benefícios de comunicação. Na medida que o público alvo da ação
artística recebe a comunicação do evento (uma exposição, projeção audiovisual,
aquisição de acervo, etc.) o produto da empresa patrocinadora também se
comunica com esse público e daí alguns fenômenos mercadológicos são esperados:
Maior conhecimento do produto, impulso de compra, diferenciação em relação à
concorrência, entre outros.
Uma terceira onda de benefícios pode acontecer de forma indireta (ou planejada,
conforme o caso). Pelo fato da empresa patrocinadora ser identificada como aquela
que proporcionou a oferta do produto artístico, parte do público irá tê-la como bem
feitora, organização socialmente respeitada. Nesse aspecto o ganho é medido pelo
incremento positivo na imagem institucional da empresa. Em ambiente de alta
competição isso pode fazer a diferença.
Embora o texto acima cite em maior quantidade o artista como proponente dos
projetos culturais, também as organizações culturais, principalmente as de
propriedade privada sem fins lucrativos, enfrentam as mesmas dificuldades de
viabilidade e manutenção de suas atividades.
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Cultura é assim, quanto mais ofertada, maior será a demanda por ela. Não existe
um ponto de saturação. Em grande media a protagonista do mercado social é a
sociedade. Projetos artísticos bem sucedidos foram capazes de detectar na
sociedade suas demandas mais prementes, transformando-as em benefícios
mercadológicos para os potenciais patrocinadores. Muitas vezes o público desejado
por uma empresa é o mesmo público também desejado pela ação artística. Eis aí o
princípio de uma boa estratégia de captação recursos.
O agente cultural quase sempre tem que ter duas qualificações. Além de
profissionalizar-se na área de atuação (bibliotecas, museus, teatro, etc.) ele
também terá que ter bons conhecimentos de produção cultural. Tal qual o produtor,
ele estará entre a emoção e a razão, logicamente com um envolvimento mais
profundo pelo objeto cultural haja visto que sua permanência na ação não é
transitória.
2. Produção Cultural
2.1 Pré-produção
2.1.3 Pesquisa
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Abaixo uma lista de verificação das informações que não poderão faltar após a
pesquisa:
a) O que é?
b) Como é?
c) Quando é?
d) Onde é?
e) Com quem é?
f) Para quem é?
g) Por que é?
h) Como as pessoas ficarão sabendo que estou produzindo?
i) Como as pessoas ficarão sabendo que o produto estará pronto?
j) O que se precisa?
k) Para quando se precisa?
l) Quanto e quando custa?
m) Quanto e quando tenho?
n) Quanto e quando posso obter?
o) Onde posso obter recursos?
p) Quais os serviços que posso obter gratuitamente e quanto eles custariam
caso tivesse que pagar?
q) Quais os materiais que posso obter gratuitamente e quanto eles custariam
caso tivesse que pagar?
r) Quanto e o que quero ganhar?
s) Têm coerência as informações acima?
t) Como avaliar o bom andamento da produção cultural?
2.1.4 Pré-projeto
• Descrição do projeto
• Resultados culturais desejados
• Estratégias de viabilidade
Este item tem dois objetivos: a) colocar em prova os conceitos do produto segundo
a aceitação do público e b) desenhar o público alvo para posterior uso em
argumentos de patrocínio junto às empresas. O produtor cultural não precisa usar
técnicas sofisticadas para aplicar o teste de conceito. Basta selecionar pessoas de
diferentes segmentos sociais, econômicos, geográficos, idades, sexo, etc, e
sucintamente mostrar qual a proposta cultural do projeto. Colherá as impressões
dos entrevistados e trabalhará no texto do projeto adequando a estrutura
mercadológica ao público-avo detectado na pesquisa.
“É toda ação de marketing que usa a cultura como veículo de comunicação para se
difundir o nome, produto ou fixar imagem de uma empresa patrocinadora. Para se
fazer marketing cultural não há fórmula fechada, pois há variáveis que, conforme
combinadas, podem resultar numa excelente ação de marketing. O que manda é a
criatividade para atingir o público alvo de forma a atender os objetivos de
comunicação da empresa com os recursos disponíveis. Ao patrocinar um show, por
exemplo, a empresa pode não só associar sua marca àquele tipo de música e
público como pode também oferecer amostras de produto (promoção); distribuir
ingressos para os seus funcionários (endomarketing); eleger um dia exclusivo para
convidados especiais (marketing de relacionamento); enviar mala-direta aos
consumidores/clientes informando que o show está acontecendo e é patrocinado
pela empresa (marketing direto); mostrar o artista consumindo o produto durante
o show (merchandising); levantar informações gerais sobre o consumidor por meio
de pesquisas feitas no local (database marketing); fazer uma publicação sobre o
evento (marketing editorial); realizar uma campanha específica destacando a
importância do patrocínio (publicidade) e muitas outras ações paralelas que tem o
poder de ampliar o raio de alcance da ação de marketing cultural.”
Existem duas concepções sobre marketing social. A primeira é aquela que faz a
adaptação do marketing tradicional às necessidades das organizações sociais
(comumente conhecidas como ONG elas compõe o chamado Terceiro Setor).
Portanto esse marketing é ferramenta de gestão das ONGs e deverá ter impacto na
melhoria das condições de vida e organização da sociedade. A outra concepção é a
que será utilizada aqui, ou seja, o marketing social é a ferramenta de comunicação
da empresa que a auxiliará no posicionamento enquanto organização socialmente
responsável, interessada nos aspectos de bem estar da sociedade. E para isso ela
fará investimentos em projetos cujos objetivos também sejam as melhorias de
condições de vida da sociedade.
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“concebida em 1991 para incentivar investimentos culturais, poder ser usada por
empresas e pessoas físicas que desejam financiar projetos culturais.
Ela institui o Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac), que é formado por
três mecanismos: o Fundo Nacional de Cultura (FNC), o Mecenato, e o Fundo de
Investimento Cultural e Artístico (Ficart).
O FNC destina recursos a projetos culturais através de empréstimos reembolsáveis
ou cessão a fundo perdido e o Ficart possibilita a criação de fundos de
investimentos culturais e artísticos (mecanismo está inativo).
O Mecenato viabiliza benefícios fiscais para investidores que apoiarem projetos
culturais sob forma de doação ou patrocínio. Empresas e pessoas físicas aproveitam
a isenção em até 100% do valor no Imposto de Renda e investem em projetos
culturais. Além da isenção fiscal, elas investem também em sua imagem
institucional e em sua marca.
A lei possibilita também a concessão de passagens para apresentação de trabalhos
de natureza cultural, a serem realizados no Brasil ou no exterior.
Finalidades do Programa Nacional de Incentivo à Cultura:
• facilitar à população o acesso às fontes da cultura;
• estimular a produção e difusão cultural e artística regional;
• apoiar os criadores e suas obras;
• proteger as diferentes expressões culturais da sociedade brasileira;
• proteger os modos de criar, fazer e viver da sociedade brasileira;
• preservar o patrimônio cultural e histórico brasileiro;
• desenvolver a consciência e o respeito aos valores culturais nacionais e
internacionais;
• estimular a produção e difusão de bens culturais de valor universal;
• dar prioridade ao produto cultural brasileiro.
Áreas e segmentos que podem se beneficiar
• teatro, dança, ópera, circo, mímica e congêneres;
• produção cinematográfica, videográfica, fotográfica, discográfica e
congêneres;
• literatura, inclusive obras de referência;
• música;
• artes plásticas, artes gráficas, gravuras, cartazes, filatelia e outras
congêneres;
• folclore e artesanato;
• patrimônio cultural, inclusive histórico, arquitetônico, arqueológico,
bibliotecas, museus,
• arquivos e demais acervos;
• humanidades; e
• rádio e televisão, educativas e culturais, de caráter não-comercial.”
do ICMS a ser pago no período, até atingir o montante total dos recursos
dedutíveis.
A inovação dessa legislação, comparada a outros mecanismos de incentivo, é que
ela é a única no Brasil a admitir como Incentivador aquele contribuinte inscrito em
Dívida Ativa até 31 de dezembro de 1999. Este poderá quitar a dívida,
parceladamente, com 25% de desconto, desde que apóie financeiramente projeto
cultural previamente aprovado.
Incentivador é o contribuinte do ICMS que apóia financeiramente projeto cultural
previamente aprovado pela Comissão Técnica de Análise de Projetos (CTAP),
participando com, no mínimo, 20% do total de recursos a ele destinados.
Estes 20% são considerados participação própria do Incentivador. Esta
contrapartida pode ser efetivada em moeda corrente, fornecimento de mercadorias,
prestação de serviços ou cessão de uso de imóvel, necessários à realização do
projeto.
Áreas contempladas:
1. teatro, dança, circo, ópera e congêneres;
2. cinema, vídeo, fotografia e congêneres;
3. design, artes plásticas, artes gráficas, filatelia e congêneres;
4. música;
5. literatura, inclusive obras de referência, revistas e catálogos de arte;
6. folclore e artesanato;
7. pesquisa e documentação na área artístico-cultural e seus vários segmentos;
8. preservação e restauração do patrimônio histórico e cultural;
9. biblioteca, arquivo, museu e centro cultural;
10. bolsas de estudo nas áreas cultural e artística;
11. seminário ou curso de caráter cultural ou artístico destinado à formação,
especialização e aperfeiçoamento de pessoal na área de cultura em
estabelecimento de ensino sem fins lucrativos;
12. transporte e seguro de objeto de valor cultural destinado à exposição pública.”
Independente se o projeto é ou não incentivado por lei, ele deverá existir no papel.
Será importante tanto para a captação de recursos como para a gestão de sua
implementação. Segue abaixo um formato genérico que poderá ser adaptado para
cada exigência específica, seja ela de legislação, órgão fomentador ou empresa
patrocinadora:
a) O que é o projeto: Em linhas gerais fale sobre o projeto. Use como parâmetro
para formulação desse conteúdo a imagem de um interlocutor que não saiba
absolutamente nada sobre o projeto, mas que esteja ocupado o suficiente para
esperar longas digressões. Conceba a apresentação como forma de boas vindas do
leitor para dentro do texto que se segue, apresente somente o indispensável para
que ele entenda o que vem adiante.
incentivo à Cultura. Faça uma síntese da(s) lei(s) e os cálculos necessários para o
entendimento do benefício tributário.
A parceria vai além do apoio cultural. Não é incomum que organizações percebam o
potencial econômico do projeto e queiram partilhar os investimentos, riscos e
resultados. Um exemplo que ilustra essa situação aconteceu quando uma produtora
de vídeo foi procurada pela equipe de produtores interessados na confecção de um
material audiovisual que seria parte do projeto cultural. O material colhido nas
pesquisas pelos produtores era inédito e bastante curioso, com potencial comercial.
A contraproposta da produtora de vídeo foi a parceria, ou seja, não iria patrocinar,
mas sim investir recursos na produção do audiovisual e compartilhar os resultados
financeiros com os produtores.
poderão ser visitadas, desde que tenham afinidade com o produto cultural.
Lembrando que a proposta de patrocínio deverá demonstrar o incremento da
imagem e marca da empresa, possivelmente, conforme o caso, até mesmo o
aumento nas vendas.
A Lei Rouanet, no seu segmento FNC (Fundo Nacional da Cultural), financia a fundo
perdido até 80% dos projetos culturais, maiores informações consultar a lei em
www.cultura.gov.br.
Conforme dito no item 2.1.9 existem organizações sociais que financiam projetos
sem necessidade do esforço da captação. É recomendável manter conhecimento
estreito da legislação, das ações e editais dessas organizações.
2.2 Produção:
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Caso o projeto tenha captado recursos através das Leis de Incentivo, será
necessário redobrar a atenção com o controle do fluxo financeiro e documental. A
prestação de contas deverá atender às exigências legais expressas nos termos de
aceitação. Devemos lembrar que os recursos destinados pelas empresas em prol
dos projetos continuam sendo recursos públicos apesar de não terem sido
recolhidos como tributos. O produtor cultural responderá pelo uso de tais recursos e
se houverem falhas na gestão, sejam elas por omissão, incompetência ou má fé, as
sanções legais serão aplicadas rigidamente. Da mesma forma os recursos captados
por marketing não incentivado deverão ter o máximo de eficiência no controle
financeiro. O patrocinador será um parceiro vigilante e exigente quanto ao bom uso
dos seus recursos aplicados na ação cultural e esperará por uma prestação de
contas transparente que demonstre o uso dos recursos para os objetivos descritos
no projeto.
Dentre as providências mais comuns, o produtor deverá ter um livro caixa, onde
anotará todas as transações financeiras, uma pasta para guardar as notas fiscais e
recibos oriundos das aquisições feitas para o projeto, contratação do serviço de
contabilidade e, se possível, o de auditoria externa. Caso haja necessidade de
formulação de contratos complexos com fornecedores, será necessária a
contratação de serviços jurídicos.
Todas as aquisições de bens deverão ser contra emissão de Nota Fiscal. Deve-se
evitar o pagamento antecipado ao fornecedor. Se isso for imprescindível então o
produtor providenciará um contrato consistente que preveja todas as exceções e
descreva as ações necessárias e responsabilidades.
Para o caso de projetos culturais, nossa dica é que a cotação executada na pré-
produção seja feita com objetivo de escolher a melhor qualidade dentro do preço
médio de mercado. Ou seja, orçar tão somente pelo menor preço pode
comprometer a qualidade do produto final. Essa regra continua valendo na fase das
aquisições de materiais mesmo para o caso de haver variação de preços.
2.2.3 Relatórios
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Cada profissional contratado ficará a par sobre a fatia orçamentária que lhe cabe e,
principalmente, o prazo que ele terá para executar suas tarefas. Essa apresentação
utilizará materiais visuais, tais como: gráficos, cronogramas, planilhas e
organogramas. Cada participante do projeto terá consigo uma cópia desse material.
O produtor cultural com iniciativa também desejará dividir seu projeto em fases e
projetar um evento promocional ao término de cada uma delas. Por exemplo, a
criação de um espaço cultural comunitário poderá ter as seguintes fases e
respectivas ações promocionais:
Muitos veículos de comunicação são simpáticos aos projetos cultuais. Uma boa
assessoria de impressa conquistará bons espaço espontâneo.
Tem que haver um cronograma físico e financeiro detalhado, mesmo que no projeto
seja necessário somente os grandes itens de custo.
Sucintamente ele tem que conter individualmente cada item necessário à produção,
por exemplo quantas cadeiras naquele auditório, quantas folhas de papel para a
oficina cultural, quantos metros quadrados de madeira e qual sua especificação
para a montagem do palco. Também a descrição do item e sua quantidade unitária,
quantidade total, valor para aquisição e período em que a aquisição deverá
acontecer.
2.3 Pós-produção:
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Finalmente é chegada a hora de lançar o produto cultural. Após passar por todos os
esforços na fase de pré-produção a equipe tem a frente a oportunidade de ver
valorizados seus esforços. Não restará muita coisa por fazer se o projeto tiver sido
implementado com austeridade. A grande atenção nesse momento é para a forma
como o lançamento do produto se dará. A vigilância deverá ser redobrada para as
estratégias promocionais, pois elas deverão incluir, em primeira instância, o nome e
marca dos patrocinadores, a identificação da Lei de Incentivo (se o projeto foi
incentivado) e os apoios culturais. O produtor costumeiramente é um anônimo e
sentirá certa frustração. Mas essa sensação dura pouco porque a verdadeira
satisfação é ver o trabalho concluído e apreciado pela sociedade.
Para os projetos não incentivados por lei fica valendo a mesma regra. Organização
documental e confecção de um balancete mostrando a alocação dos recursos nas
áreas do projeto.
Esta análise é simples e ajuda nas correções de rumo para os próximos projetos.
Coloque lado a lado o balancete ou planilha dos gastos realizados com o orçamento
original do projeto. Veja a variação percentual de um para outro e discuta com a
equipe os problemas que concorreram para essa diferença entre o projetado e
realizado.
Deverá abordar os pontos da proposta de patrocínio que serviu para captação dos
recursos. Tal relatório será entregue para as empresas que patrocinaram os
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projetos e conterá as conclusões acerca daquilo que foi prometido com a ação
cultural: Qual foi o público, quantos centímetros/coluna houve de exposição na
mídia impressa, qual o tempo em rádio e televisão, qual o valor em reais caso a
empresa tivesse que contratar todos os espaços conquistados gratuitamente, etc. O
formato de tal relatório depende muito do que foi prometido através da proposta de
patrocínio.
BIBLIOGRAFIA
CARVALHO, Nanci Valadares de. Auto gestão – o nascimento das ONG’s. 2ª ed. São
Paulo, Brasiliense: 1995
GRACIOSO, Francisco. Contato imediato com o marketing. 3ª ed. São Paulo, Global
editora: 1993.
KOTLER, Philip. Marketing para organizações que não visam o lucro. São Paulo,
Atlas: 1994.
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SINA, Amalia, SOUZA, Paulo de. Marketing Social – Uma oportunidade para atuar e
contribuir socialmente no terceiro setor. São Paulo, Crescente Editorial: 1999.
TOLEDO, André. Curso de Marketing para instituições sem fins lucrativos. Apostila
usada no referido curso, promovido pela Opera Omnia Assessoria e Consultoria
Cultural: 2000.
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