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As modalidades didáticas no ensino de ciências pode ser classificada de várias

maneiras. A escolhida aqui é a mais comumente vista, quando há a separação dos


dois grandes grupos de aulas expositivas e aulas experimentais.
O primeiro grupo, o de aulas expositivas, é o mais rotineiro em todas as
instituições de ensino e é bastante vinculado ao ensino tradicional. O professor é visto
como a fonte do conhecimento e dele partem os ensinamentos, podendo ser
comparado até a palestras, onde um indivíduo é o porta voz enquanto os outros são
ouvintes. Porém, esse método não é de todo ruim, ele pode ser bastante eficaz na
introdução de novos conceitos, e a dinâmica da aula varia também com a postura de
cada professor, podendo deixar a aula mais “leve”.
O segundo grupo, de aulas experimentais é menos comum por diversos
motivos, entre eles está a falta de materiais e infraestrutura escolar, bem como a falta
de formação profissional dos docentes. Apesar de alguns autores considerar a
formação sem esse modelo de aula incompleta, pois nela se desenvolvem habilidades
como raciocínio para a solução de problemas, paciência para aguardar o tempo do
experimento e seguir o roteiro corretamente; precisamos cuidar para que a
experimentação não se transforme em um show vazio de conteúdo. A melhor forma de
fazê-la, é para reforçar um conteúdo trabalhado previamente na aula expositiva.

A experimentação como atividade pedagógica é extremamente importante para


o processo de aprendizagem, além disso, pode ser considerado uma forma de
abordagem das Ciência, Tecnologia e Sociedade [CTS]. As diferentes concepções se
ramificam em três modelos:

Empirista, que surge no Brasil pela década de 50, com forte influência do ensino
tecnicista adotados nos países que passaram pela revolução industrial e, por
conseguinte, onde a ciência é vista como verdade absoluta. Essa concepção
determina o conhecimento e os saberes no sentido em que o externo molda o sujeito,
dessa forma, todo conhecimento é visto como pré-determinado e o sujeito é tido como
uma folha em branco, pronto para receber o conhecimento. Somente a partir daí, o
sujeito é capaz de iniciar a sua construção. A base central é a organização dos
estímulos visando seguir um passso a passo pré-estabelecido, anteriormente testado
e aprovado, com o intuito de alcançar um objetivo pré-definido.
Nesse caso, as atividades experimentais parte do professor, é totalmente
planejada por ele para que o objetivo da aula seja alcançado, sem levar em conta as
limitações individuais de cada aluno.

Idealista, que tem como principal teoria que o meio é o maior desenvolvedor do
sujeito, ou seja, o meio em que o aluno está inserido é o que vai determinar a sua
predisposição a desenvolver certas habilidades e competências. Para além disso, o
conceito de meio utilizado nessa concepção leva em conta também os componentes
genéticos de cada indivíduo, além dos componentes ambientais e sociais. O professor
se torna desimportante em todo processo, podendo atuar como mediador ou nem
atuar, nos exemplos autodidatas.
Nesse caso, as atividades experimentais deveriam partir dos alunos, visto que
esse seria o sinal que o professor precisa para entender que eles são capazes de
desenvolver aquela habilidade e competência. Por outro lado, alunos que não
aprendem ou não sentem despertam o interesse por aprender, não identificados como
alunos que não possuem essa habilidade inata.

Construtivista, que utiliza como base teórica Piaget, Vigotski e Paulo Freire. Ela parte
do pressuposto de que o aluno já possui um conhecimento prévio que deve ser
respeitado no processo de ensino-aprendizagem, e a partir daí o professor precisa
montrar as aulas, com o objetivo de desenvolver habilidades e competências que
relacionem o conteúdo das aulas com a vivência dos alunos.
Nesse caso, as atividades experimentais, assim como todo o caminho da
aprendizagem é pautado na interação do sujeito com o objeto, e na forma como os
dois se complementam e realmente constroem o cidadão crítico.

Referências

da Silva, João Alberto, Bresolin Marinho, Julio Cesar, Ruiz Silva, Grasilele, Chiesa
Bartelmebs, Roberta, Concepções e práticas de experimentação nos anos iniciais do
ensino fundamental. Linhas Críticas [en linea] 2012, 18 (Enero-Abril) : [Fecha de
consulta: 7 de mayo de 2019] Disponible en:<http://www.redalyc.org/articulo.oa?
id=193523804009> ISSN 1516-4896

de Souza, Rosana Wichineski de Lara, MODALIDADES E RECURSOS DIDÁTICOS


PARA O ENSINO DE BIOLOGIA,  REB Volume 7, 124-142, 2014,

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