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RESUMO
ABSTRACT
The present article aims to explore the institutes of conciliation and mediation in civil
procedure, addressing relevant issues of preliminary hearing related to the settlement of
disputes. Will be explained aspects such as the historical evolution and differences between
these judicial practices, the functions of the mediators and conciliators, principles,
effectiveness, modes and application areas, legal specificities about the topic, as well as the
need to popularize these institutes. The method of preparation used is the search and
bibliographic consultation, jurisprudential and legislative. It is intended to show that study the
relevance of the preliminary hearing of conciliation or mediation for the solution of disputes.
SUMÁRIO
1
Graduando em Direito. E-mail: tulio-barreto@hotmail.com
INTRODUÇÃO.......................................................................................................................02
1 REFLEXÃO SOBRE O CONFLITO NO CONVÍVIO SOCIAL HUMANO................03
2 CONSIDERAÇÕES SOBRE MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO.....................................04
3 A AUTOCOMPOSIÇÃO DA LIDE POR MEIO DE AUDIÊNCIA PRELIMINAR DE
CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO.......................................................................................07
4 CONCLUSÃO......................................................................................................................11
REFERÊNCIAS......................................................................................................................12
INTRODUÇÃO
Com a imensidão de demandas judiciais nas diversas áreas do direito, devido a vários
fatores sociais, há uma gama de situações conflituosas, e consequentemente um acúmulo de
processos aguardando decisão, caracterizado por lentidão e uma enorme fila de espera no
judiciário.
Diante dessa situação, o estado vem procurando o aprimoramento da justiça, visando
uma forma de trazer para o nosso ordenamento maior agilidade na resolução de controvérsias,
meios eficazes que tornem a justiça além de célere, satisfativa para as partes processuais, bem
como, para a sociedade em geral. E é nesse contexto que o código de processo civil (Lei
13.105/2015) traz uma série de inovações quanto aos meios alternativos de solução de litígios.
A Ministra Ellen Gracie (2011) destacou a importância dos métodos alternativos para a
justiça em sua participação na abertura do seminário "Poder Judiciário e Arbitragem: diálogo
necessário":
A vida em sociedade submete o ser humano a diversas situações, relações sociais que
podem apresentar-se harmonicamente ou não. Quando as ações do homem vão de encontro
com o bom senso e respeito ao próximo, há um clima estável de convivência. Porém, nem
sempre a harmonia prevalece. Quando há oposição de interesses entre indivíduos ou grupos
que divergem em opiniões, isso pode dar início a situações conflituosas.
Como se costuma dizer, onde está o homem está o conflito, sendo este conceituado
como “um processo que se inicia quando um indivíduo ou grupo se sente negativamente
afetado por outra pessoa ou grupo.” (ROBBINS, 2006, p.78).
Divergências em opiniões, desejos e objetivos entre pessoas ou grupos, por exemplo,
podem ser motivos suficientes para o início de um conflito que parece não ter fim.
Até mesmo sozinho, um indivíduo pode se encontrar em seus conflitos interiores. Sendo
assim, o conflito é algo inerente ao homem, tanto como indivíduo, quanto como ser social.
Os conflitos, enquanto não solucionados, acarretam desgaste para as pessoas, desânimo
e falta de confiança em tudo, inclusive no poder judiciário, que muitas vezes não colabora de
forma ágil para solucioná-los. Mas o conflito pode ser encarado como algo positivo, pois
possibilita a oportunidade de progresso, aprendizado e crescimento, e também a evolução de
instituições que compõem a sociedade atual, e com isso, das interações sociais entre os
indivíduos.
Devemos, pois, encarar o conflito não apenas como uma barreira que impede o
convívio social, mas, um impasse que possibilita novas mudanças, que se bem administrado
torna-se necessário para a vida em sociedade.
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Há a possibilidade de os mediadores e conciliadores serem escolhidos,
consensualmente, pelos interessados. Para que possam exercer suas funções, devem estar
devidamente inscritos em cadastro nacional e em cadastro de tribunal. Essa é uma atividade
remunerada, mas que nada impede que seja realizada voluntariamente.
Devem ser observadas algumas regras de procedimento para a realização da
autocomposição por parte de quem preside as audiências de conciliação e mediação, normas
de conduta para garantir seu bom desenvolvimento enquanto instrumentos efetivos de
pacificação social e de prevenção de litígios.
Nos últimos anos, o Estado vem buscando apoio em meios alternativos para solução
rápida e pacífica de litígios. A mediação e a conciliação têm se destacado como
procedimentos eficazes em casos de conflito, tanto na esfera judicial, como na extrajudicial.
O código de processo civil regulamenta em um capítulo inteiro os instrumentos da
mediação e conciliação. Buscando estimular a autocomposição (ajuste de vontades entre as
partes), possibilita que, antes da defesa por parte do réu, busque-se uma tentativa de solução
consensual dos conflitos, permite a homologação de acordos extrajudiciais de qualquer
natureza, e também a inclusão de matéria estranha ao objeto litigioso do processo nos acordos
judiciais.
Foi a partir da Resolução n. 125, de 29/11/2010, que o Conselho Nacional de Justiça
instituiu a política nacional de tratamento aos conflitos de interesses. O CNJ deu um passo
importante para estimular a solução de controvérsias por meios consensuais, em especial a
mediação e a conciliação.
Com a Resolução n. 125, foi determinada aos Tribunais a necessidade de criar Núcleos
Permanentes de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos, para atender aos Juízos,
Juizados ou Varas que tenham competência, entre outras, na área previdenciária, de família,
cível e fazendária, e também Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania
(CEJUSCs), sendo estes, responsáveis por realizar as sessões de mediação e conciliação em
caráter pré-processual, através de mediadores e conciliadores, credenciados junto ao Tribunal,
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submetidos a treinamento em cursos de capacitação, supervisionado pelo CNJ e pelos
Tribunais.
No anexo III da resolução 125/2010 estão elencados, nos incisos I a VIII do artigo 1º,
os princípios que norteiam a mediação e a conciliação judiciais, quais sejam:
O autor que não desejar a composição consensual por audiência preliminar deve
indicar seu desinteresse na petição inicial; o réu, em petição autônoma, no prazo de 10 dias
antes da data da audiência.
Não mais se admite que uma das partes não compareça a audiência justificando
desinteresse na conciliação. Portanto, o comparecimento não é mais uma faculdade, e sim um
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dever processual, qualquer falta injustificada será considerado ato atentatório à dignidade da
justiça, sendo apenado com multa.
Como visto anteriormente, a audiência preliminar deve ocorrer mediante o conciliador
ou mediador. Mas vale ressaltar que é possível que seja presidida por um servidor com outras
funções, em caso de ausência dos mesmos. Neste caso, ela será designada pelo juiz com 30
dias de antecedência da audiência, devendo o réu ser citado pelo menos 20 dias antes de sua
realização.
Se a autoridade que preside, entender que a audiência preliminar deva ser cindida, ele
poderá tomar essa providencia e marcar uma nova sessão, com data não superior a 02 meses
da realização da ultima sessão.
A intimação será feita da seguinte maneira: o autor, na presença de seu advogado, e o
réu, pelo fato de ser sua primeira participação no processo, será intimado pessoalmente. Nesse
momento, o réu é citado somente para comparecer a audiência de conciliação ou mediação, e
não para responder; o prazo para apresentar contestação correrá partir da realização da
audiência ou da manifestação pelo desinteresse em sua realização.
Na audiência preliminar, as partes (ou seus representantes, com poderes de negociar e
transigir) deverão estar acompanhadas de seus advogados ou defensores públicos, que lhes
darão suporte, garantindo um melhor conhecimento a respeito dos acordos, e as implicações
jurídicas caso sejam ou não firmados.
Se alcançada a autocomposição, o juiz a reduz a termo e homologa por sentença,
pondo fim ao processo; se não alcançada, ou não realizada a audiência de conciliação ou de
mediação, o processo segue para a etapa seguinte da fase postulatória.
Seguindo as inovações tecnológicas, o avanço na infraestrutura dos Tribunais e as
facilidades que a modernidade pode trazer na área jurídica, o código de processo civil admite
a realização de conciliação ou mediação por meio eletrônico, devendo ser observado em lei as
formalidades necessárias.
A tendência é que a prática desse tipo de audiência eletronicamente se torne cada vez
mais utilizada, sendo aperfeiçoada com o passar do tempo, somando pontos positivos quanto à
agilidade e economia ao realizar a audiência, mesmo que distantes os envolvidos, com
praticidade e redução de custos processuais.
O papel dos conciliadores e mediadores na audiência preliminar em conjunto com as
partes e todos os que estejam engajados direta e indiretamente na solução justa do conflito,
retrata um sistema de justiça mais acessível e participativo ao cidadão.
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A implementação e o aperfeiçoamento destas técnicas ideias permitirá, certamente, um
grande avanço para o setor jurídico do país. Não obstante, cabe ao Estado, aos operadores do
direito e aos indivíduos de forma geral, o empenho na busca de uma sociedade igualitária,
potencializando o acesso à justiça.
4. CONCLUSÃO
Diante do que foi apresentado, não resta dúvida sobre as vantagens que podem ser
alcançadas pelos meios alternativos de resolução conflitos, seja no curso de um processo
judicial, ou ainda em fase pré-processual, em especial, na ocorrência de audiência preliminar
de mediação ou conciliação.
Nas formas autocompositivas de resoluções consensuais entre as partes, os
protagonistas são os próprios envolvidos, que podem negociar ao resolver suas desavenças,
com o auxilio de um terceiro, de modo que incorram maiores benefícios do que se estivessem
perante o juiz, que decidiria em prejuízo de uma das partes.
A audiência preliminar de mediação e conciliação prevista no código de processo civil
permite que as pessoas exponham seus sentimentos e os motivos que deram início ao conflito,
em um ambiente com menos formalidade, diante da importante figura do mediador ou
conciliador. Ficando mais à vontade para debater o assunto em questão, os indivíduos sentem-
se mais seguros e confiantes, e o resultado pode ser mais satisfativo do que esperavam.
Quando há êxito no acordo, é como se tivesse deixado de lado uma longa e cansativa estrada,
e caminhado por um atalho que, obviamente, fez chegar com maior rapidez, economia e
tranquilidade ao seu destino.
É importante que nosso ordenamento jurídico aprimore cada vez mais a utilização da
audiência preliminar, e que o cidadão seja incentivado a participar direta e ativamente do
processo de autocomposição, valorizando o acordo consensual, pois, isso eleva o grau de
legitimidade, fazendo da mediação e da conciliação os veículos mais efetivos no que diz
respeito ao objetivo do direito diante dos inúmeros conflitos que nascem todos os dias, que é a
busca pela pacificação social.
REFERÊNCIAS
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BARROS, Eduardo Vasconcelos. Mediação como forma alternativa de resolução de
conflitos. Disponível em: <http://www.arcos.org.br/artigos/mediacao-como-forma-
alternativa-de-resolucao-de-conflitos/#topo>. Acesso em: 21 out. 2017.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. ― Notícias STF: Ministra Ellen destaca métodos
alternativos de solução de litígios. 02 de maio de 2011. Disponível em:
<http://stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=178330> Acesso em: 03 nov.
2017.
DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil I. Salvador: Jus Podivm, 2015.
FIORELLI, Malhadas & Moraes. Psicologia da mediação. São Paulo: Ltr, 2004.
SALES, Lília Maia de Morais. Justiça e mediação de conflitos. Belo Horizonte: Del Rey,
2009.
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