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Teorias do Jornalismo

Segundo Período Emergencial (ERE)

Prof. Dr. Luiz Ademir de Oliveira

Valor: 40,0 pontos

Entrega: 17 de novembro de 2021

Questões

1 – Sobre a Teoria do Espelho ou Teoria Funcionalista do Jornalismo,


explique:

1.1 A tradição positivista da teoria baseada nas ideias de Comte e Durkheim –


do progresso, da neutralidade, da objetividade.

1.2 Os dois momentos históricos que marcam o surgimento da teoria conforme


apontado por Traquina.

1.3 Como o atual jornalismo – modelo norte-americano – tem seu vínculo com
tal vertente funcionalista?

1.4 Os rituais estratégicos de objetividade jornalística apontados por Gaye


Tuchman como formas de defesa dos profissionais da área.

1.5 Fragilidades da teoria do espelho e da concepção do jornalismo como retrato


fiel do real.

Nota: 8,0 pontos

2 – A visão frankfurtiana do jornalismo aponta o jornal como mera


mercadoria.

2.1 Quais os fundamentos dessa concepção que se articulam com a tradição da


Escola de Frankfurt?

A Escola de Frankfurt faz uma crítica à cultura de massa pois, pela atividade da
mídia, os poderes impõe valores e costumes que são recebidos e assimilados
pelas massas muito rapidamente, o que transforma o homem em um ser
genérico. A Indústria Cultural, para seus autores, é formadora de
comportamentos não críticos, de sujeitos incapazes de refletir e questionar as
ideologias dos meios de exploração, enquanto são constantemente
bombardeados por novas tendências de consumo.

2.2 Quais as fases da imprensa apontadas por Jürgen Habermas?

Habermas aponta três fases da imprensa: Imprensa Artesanal, Político Literária


e Grandes Empresas Capitalistas. Durante a primeira fase, Imprensa Artesanal,
o jornal não era uma mercadoria e sim um meio de troca de informações; ele
funcionava como um “classificado” com grandes anúncios para circularem
informações comerciais de uma burguesia emergente; a primeira fase também
simboliza a ruptura com a forma segregada de armazenar informações. A
segunda fase, Político Literária, surge durante os séculos XVIII e XIX nos quais
havia grande luta política entre a burguesia e a aristocracia, então os jornais da
época eram usados como instrumentos de disputa política, principalmente pelos
burgueses. Já na terceira fase, Grandes Empresas Capitalistas, o jornal passa a
ser um produto e o jornalista vira um operário a serviço do sistema capitalista, a
busca da notícia, a aparência de neutralidade e o caráter de atualidade passam a
ser extremamente importantes.

2.3 Quais as estratégias utilizadas para tornar a mídia mais lucrativa –


sensacionalismo, espetacularização, venda articulada com promoções e brindes?

2.4 Analise os apelos sensacionalistas de um veículo noticioso – Super Notícia


(Impresso), Cidade Alerta (televisivo), Pop News Sjdr (Site de Notícias).

Nota: 10,0 pontos

3 – Os conglomerados de mídia estão relacionados à constituição da mídia


como uma indústria cultural. Por isso, analise a constituição dos grupos de
mídia no Brasil a partir da análise do conglomerado Globo e de que forma esta
atuação se dá a partir da propriedade cruzada, do controle horizontal. O Sistema
Globo controla hoje Jornal O Globo, Portal G1, Rádio Globo e CBN, Globo
News, Globo Filmes, Globo Play (produz documentários jornalísticos), afiliadas
Globo (telejornais regionais) – TV, rádio, impresso, revistas, cinema, portal de
notícias, canal de streaming, TV Paga.

Propriedade cruzada - ter mídia em vários segmentos (TV Paga, TV Aberta,


rádio, Portal etc.)

Controle Horizontal - no mesmo segmento - poucos grupos- publicidade TV


Aberta

Controle Vertical - produção - telejornal - etapas da produção

Nota: 14,0 pontos


O grupo Globo hodiernamente, apresenta um grande conglomerado brasileiro
no que tange a indústria Cultural.

Esse fato, está explicado desde o momento em que a mídia ganhou destaque
como ferramenta social! Hoje, a mídia tem o enfoque muito maior no visual do
que no conteúdo informativo, filosófico e textual. Dado que, seu objetivo é
cativar o público. A estratégia adotada é chamado atenção pelo formato ou
designer. Dado que, nosso sistema psíquico comporta com maior interações por
esse tipo de mecanismo causando conforto e proximidade.

A priori, o jornal é mídia eram so um mecanismo de troca de informações


inerentes ao mercado. Assim, passando de notícias factuais, para uma mídia
com enfoque eclesial, como também, em seguida, no século XIX, para uma
ramo político-literária. Outrossim, mais tarde seria uma luta entre burgueses e
aristocracia.

No século XX, emergiu o jornalismo popularmente conhecido pela busca do


furo de reportagem, onde quando mais surpreendente uma matéria , mas vende.
Essa é lógica dessa metodologia. Assim, caracterizando o resultado da mídia
como um mero produto a ser vendido sem tanta preocupação, para não falar
nenhuma, com o cunho social de reflexão, ou seja, foco total no produto. Porém,
sem gerar empatia, reflexões e informação de qualidade.

Deste modo, assim como nos vários seguimentos da economia, os jornais


também tendem a criar monopólios e oligopólios. Por resultado, engolindo os
pequenos e médios jornais. Por exemplo, em uma análise do formato de jornais
e programas é simples notar que todos seguem um roteiro parecido, deste
temas, ao formato é até mesmo abordagem.

Esse lastimável fato é notório no conglomerado do grupo Globo!

O grupo pertecetente a família Marinho é detentor de vários seguimentos no que


tange a comunicação é afins. O que permite ele fomentar grande influência
sobre suas ramificações, transformando-o em um grande senhor feudal, em um
analogia a idade média, e a mídia massiva em seus míseros vassalos.

O poder do grupo é percolacão de tal forma que é naturalizado. Para ilustrar é


simples ver a posse do grupo em prioridade cruzada tendo mídias em vários
formatos é seguimentos. Essa característica, vale destacar, que permite a
presença do grupo em vários nichos sociais. Desde ao público que assiste TV
aberta, ao público da TV paga, ou ainda do grupo que que busca informações
em seus portais ao grupo que assiste esporte em seus ramais.

Além disso, outro grande ementa é o controle horizontal. Assim, pela própria
sintaxe gera em nos um idéia de nivelamento. Porém, esse nivelamento é para
poucos grupos. Exemplo, hoje no Brasil é claro quais são as grandes emissoras
televisivas em massa. Essas empresas são responsáveis pelo controlee
monopólio desse ramo, sendo patrocinadas por outras grande empresas que tem
a mesma característica o monopólio do seu setor. Assim, criando uma rede de
sustentação.

E por fim, não pode se esquecer do controle vertical que possui o grupo. Esse
tipo de controle da idéia de um controle escalonado. Ou seja, similar a uma
indústria a produção de conteúdo passa por várias partes - fato esse que remete a
indústria Cultural também-. Assim, em cada parte do processo é feito o
controle, desde a coleta de dados, ao tratamento, produção e edição.

4 – Explique a Teoria da Ação Pessoal ou do Gatekeeper e a Teoria


Organizacional e estabeleçam os contrapontos entre as duas teorias.

A teoria da ação pessoal ou teoria do Gatekeeper, foi a primeira a surgir e ser


aplicada no jornalismo. Ela se baseia durante o processo de construção da
informação, uma sequência de escolhas que tem de passar por vários “portões”,
que são as áreas de decisões que o jornalista precisa escolher por qual seguir,
ela sendo positiva passa por esse portão, sendo negativa é barrada. Levando em
consideração que essa teoria segue uma abordagem de nível individual,
ignorando os fatores macrossociológicos, o processo de seleção das matérias é
subjetivo e arbitrário, dependendo apenas do Gatekeeper e do seu juízo de valor.
A teoria organizacional foi publicada por Warren Breed, sendo o primeiro a
avançar nos estudos. A teoria insere o jornalista no contexto da organização em
que ele trabalha. Breed considera que o jornalista se conforma mais com normas
editoriais da organização do que com qualquer crença pessoal que o pertença.
Ele também faz a identificação de seis fatores que promovem o conformismo
com a política editorial e de cinco fatores dentro da área de influência do
jornalista que o ajudam a iludir o controle da empresa. Por fim, Breed conclui
que o jornalista segue a linha editorial não porque sua fonte de recompensas é o
público, mas porque geralmente está entre seus colegas de profissão e
superiores.

Fazendo uma analogia entre as duas teorias, conseguimos entender que a


primeira é uma causa individual dos jornalistas e o que diz respeito às escolhas
sobre o que virá a ser publicado. Entretanto, a segunda teoria trata da relação
profissional, englobando o todo a seu redor e como, na maioria das vezes, o
jornalista se organiza para ser melhor aos olhos dos colegas de trabalho do que
ao público. Levando em consideração que jornalismo não é apenas sobre
individual ou feito só no coletivo, é uma junção de fatores que, em medidas
corretas e dosadas, dão lugar a um bom profissional.

Nota: 8,0 pontos

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