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O jornalismo no século XXI

Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Explicar a crise do campo jornalístico frente às novas tecnologias.


„„ Analisar a emergência da pós-verdade e o seu impacto no jornalismo.
„„ Discutir o reposicionamento das práticas profissionais no novo mer-
cado de trabalho.

Introdução
Muito se fala sobre uma crise do jornalismo, desde o final do século
XX, em virtude de novas tecnologias e de mudanças no mercado de
trabalho, entre outros fatores. O que era padrão, hoje já não é mais, e as
possibilidades de produção jornalística mudam o tempo todo.
Neste capítulo, você vai ler sobre as transformações, ou a crise do
campo jornalístico, frente às novas tecnologias; debater a emergência da
pós-verdade e o seu impacto no jornalismo; e discutir o reposicionamento
das práticas profissionais no novo mercado de trabalho.

A crise do jornalismo e as novas tecnologias


A questão profissional do jornalista está relacionada à denominada “crise do
jornalismo”, a partir do final do século XX, e por isso precisa ser debatida. De
acordo com Lopes (2011), o jornalismo tem vivenciado instabilidades relacio-
nadas ao desenvolvimento de novas tecnologias de informação e comunicação
em diversos lugares do mundo, e também no Brasil. Nas palavras da estudiosa:

A abordagem tampouco é nova, remetendo, no mínimo, à época da revolu-


ção industrial. Algumas reflexões que alcançam visibilidade, inclusive por
força dessas próprias tecnologias, chegam a ecoar o (não tão novo) temor da
substituição do homem pela máquina. Outras põem em xeque o futuro das
profissões, como o emblemático blog “fim do jornalismo” (LOPES, 2011, p. 65).
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Para a autora, há, de um lado, uma crise anunciada em virtude das mu-
danças e avanços tecnológicos; de outro lado, o que se vê é o progresso e a
transformação, cultivados e celebrados. Afirma Lopes (2011, p. 67): “Já em
relação ao contexto de século XXI o jornalismo não é mais a principal instância
de teor comunicacional a abrigar, vivenciar, reproduzir, sedimentar, enaltecer
as novidades tecnológicas do mundo, em geral, nem do campo midiático, em
especial”. Segundo ela, vivemos um momento em que há muitos e diferentes
canais de comunicação, além de incontáveis fontes de informação, em uma
sociedade que é multimidiática, e que não vê os tradicionais meios de comu-
nicação de massa corresponderem às necessidades de uma geração que surgiu
junto com a internet.
Nesse contexto, jornais tradicionais precisaram rever suas práticas, formas
de apresentação e estratégias para ampliar seu público, ou cederam ao avanço
tecnológico. Muitos jornais impressos, por exemplo, simplesmente migraram
para o online, deixando de circular em papel.
Em seu livro Comunicação e jornalismo: a saga dos cães malditos, Ciro
Marcondes Filho (2000) afirma que novos profissionais e a nova ética de
trabalho são definidos a partir do rito e da lógica que a tecnologia imprime
às relações de trabalho. Para o autor, o jornalismo é uma profissão que se
desenvolve a partir da economia de mercado e da democracia, e passa por uma
crise que, balizada pela ascensão da tecnologia, ampliou também o desemprego.
Pereira e Adghirni (2011) apresentam no texto “O jornalismo em tempo de
mudanças estruturais”, um cenário que indica transformações na produção,
no perfil profissional e nas relações com os públicos. A partir desse estudo,
tecem algumas considerações pertinentes acerca dos processos que envolvem
a prática jornalística. Observe a seguir:

A multiplicação de produtos, conteúdos e perfis profissionais: novos jor-


nalismos (engajado, amador, multimídia, institucional) têm se colocado ao
lado das práticas e mídias historicamente consolidadas no meio jornalístico.
Redefinição do status do jornalista e da empresa de comunicação: pelos
questionamentos à autoridade e à credibilidade desses atores, pela crise no
modelo econômico das empresas de comunicação e pela redefinição das
relações com o público.
Processo crescente de integração das redações e das práticas a partir das novas
tecnologias. Ou seja, o investimento nos processos de convergência entre
diferentes dimensões da atividade jornalística, incluindo rotinas produtivas e
produtos multimídia, é orientado para uma audiência cada vez mais exigente
e participativa (PEREIRA; ADGHIRNI, 2011, p. 52).
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Lopes (2011) assinala que enquanto setores como a construção civil cres-
ceram significativamente no Brasil nos últimos anos, os profissionais do
jornalismo tiveram dificuldades para manter seus empregos, especialmente em
mídias tradicionais. Os graduados em jornalismo tiveram que abrir o leque de
possibilidades, deixando de buscar as funções clássicas da área, como editor,
repórter e apresentador em empresas de comunicação. Sobre isso, ela afirma:

Diante do desenvolvimento de novas tecnologias de informação e comunica-


ção; da crescente valorização dos processos comunicacionais pelas empresas,
governos e pelo terceiro setor; das possibilidades culturais e formas alter-
nativas de lidar com a informação, o bacharel nesse curso já não persegue
os estereótipos e amplia sua busca em outras oportunidades, em alternativas
menos convencionais (LOPES, 2011, p. 68).

O Supremo Tribunal Federal definiu em 2009 que a Cons-


tituição de 1988 não acolhia a Lei de Imprensa, que era de
1969. Desta maneira, a lei foi considerada inconstitucional
em um dos artigos que obrigava a formação universitária
para o exercício do jornalismo. O Congresso Nacional está
discutindo o restabelecimento da obrigatoriedade. De
qualquer forma, o mercado já acomodou a situação: nem
empresas jornalísticas, nem as assessorias de imprensa,
contratam pessoas sem formação para as atividades
jornalísticas. Veja mais no site da Federação Nacional dos
Jornalistas (2016).

https://goo.gl/chDQgY

Pós-verdade e o jornalismo
Escolhido como a palavra do ano de 2016 pelo dicionário Oxford, da universi-
dade do mesmo ano, pós-verdade (em inglês, post-truth), foi empregado pela
primeira vez em 1992 em um artigo escrito pelo dramaturgo sérvio-americano
Steve Tesich. O escritor americano Ralph Keyes foi mais longe. Usou o termo
no título do seu livro The post-truth era: Dishonesty and Deception in Con-
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temporary Life, avaliando que “se antes havia verdade e mentira, agora temos
verdade, meias verdades, mentira e afirmações que podem ser verdadeiras”.
De acordo com o dicionário da Oxford, pós-verdade é um substantivo
que “relaciona ou denota circunstâncias nas quais fatos objetivos têm menos
influência em moldar a opinião pública do que apelos à emoção e a crenças
pessoais” (WORD, 2016).
Há autores que entendem pós verdade como mentira, falsidade, fraudes,
ocultas pelo termo politicamente correto. Figueroa (2016), em texto no jornal
argentino Clarín intitulado “Post-verdad, nueva forma de la mentira”, explica
que pós verdade é algo que parece verdade, mas torna-se mais importante do
que a verdade.
Nesse contexto, a ascensão das redes sociais acabou propiciando o surgi-
mento das chamadas fake news.

Fake news
A internet como veículo de comunicação e informação permite que qualquer
pessoa publique fatos e notícias sem que se saiba a fonte correta. Por falta de
informação, muitas pessoas acabam acreditando.
Fake news é um termo novo que designa notícias falsas difundidas princi-
palmente pelas redes sociais. Esse tipo de notícia é produzido com o intuito de
enganar as pessoas e de ganhar dinheiro ou tirar vantagens políticas, utilizando
manchetes sensacionalistas e que atraem os leitores.
Claire Wardle (2017), pesquisadora do projeto First Draft News – do Sho-
renstein Center on Media, Politics and Public Policy da Universidade de
Harvard, identificou seis tipos de notícias falsas:

„„ Sátira ou paródia: não há intenção de causar danos, mas tem potencial


para enganar.
„„ Conteúdo enganoso: uso enganoso de informações para enquadrar ou
moldar um problema ou indivíduo.
„„ Conteúdo de impostor: fontes verdadeiras são forjadas com conteúdo.
„„ Conteúdo Fabricado: novo conteúdo é 100% falso, projetado para
enganar e prejudicar.
„„ Falsa conexão: quando manchetes, imagens ou legendas não dão suporte
ao conteúdo disponibilizado.
„„ Contexto falso: quando o conteúdo verdadeiro é compartilhado com
falsas informações contextuais.
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„„ Conteúdo manipulado: quando informações verdadeiras ou imagens


são manipuladas para enganar.

Para tentar barrar a proliferação de fake news, algumas empresas de comu-


nicação começaram a tomar medidas práticas. O Google, por exemplo, deter-
minou que sites que divulgam informações e notícias falsas serão impedidos
de usar o Google AdSense, que remunera por anúncios.
Além disso, o Google anunciou, em outubro de 2017, uma parceria com a
International Fact-Checking Network (IFCN), para combater a disseminação
de fake news nos resultados de pesquisas no Google Search. A ideia é que sejam
removidos os resultados e as notícias que possuam dados errados ou falsos.
A rede social Facebook foi apontada como a plataforma que ajudou a
disseminar boatos que colaboraram para o resultado das eleições presiden-
ciais em que Donald Trump derrotou Hilary Clinton. A empresa, por sua vez
também proibiu que sites que compartilham conteúdo falso utilizem a rede
de anúncios, o que os impede de ganhar dinheiro com a exibição de notícias
falsas. Em entrevista, Mark Zukcerberg, proprietário do Facebook, disse que
é loucura a ideia de que a plataforma tenha influenciado no resultado das
eleições norte-americanas.
Em seu perfil do Facebook, Zuckerberg (2016) publicou um texto falando
sobre as eleições e a rede social. No texto ele afirma:

De todo o conteúdo no Facebook, mais de 99% do que as pessoas vêem é au-


têntico. Apenas uma quantidade muito pequena é falsas novidades e fraudes.
Os enganos que existem não se limitam a uma visão partidária, nem mesmo
à política. No geral, isso dificulta o fato de que as hipóteses extremamente
improváveis mudaram o resultado desta eleição em uma direção ou na outra.

No Brasil, a Polícia Federal anunciou no começo do ano de 2018 que


formara um grupo especial para combater notícias falsas durante o processo
eleitoral, buscando identificar e punir autores de fake news contra ou a favor
dos candidatos. Ainda de acordo com informações divulgadas em seu Twitter
oficial, a ideia é elaborar uma legislação específica acerca do tema, tipificando
condutas criminais, para aprovação e aplicação no processo eleitoral.
De acordo com reportagem do Portal Terra (PF, 2018), o grupo de trabalho
é formado por um delegado, um agente e um perito criminal federal, além
de contar com o trabalho de técnicos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e
Procuradoria Geral da República (PGR).
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Para saber mais sobre fake news, leia o texto “Trump e um mundo pós-verdade – uma
autocorreção evolucionária” (WILBER, 2017).

O reposicionamento das práticas profissionais


no novo mercado de trabalho
As mudanças significativas que as novas tecnologias trouxeram para o campo
da comunicação conduzem a reposicionamento do exercício do jornalismo
do seu profissional. Thais Jorge (apud PEREIRA; ADGHIRNI, 2011, p. 40)
apresenta três hipóteses para o futuro da atividade:

1) pode desaparecer; 2) pode se aproveitar das potencialidades trazidas por


essas mudanças para melhorar sua qualidade; 3) ou pode se transformar no
sentido de introduzir novos gêneros e práticas profissionais.

Na prática, o jornalismo não se concentra mais apenas na lógica da redação


tradicional, e cada vez mais se expande em diferentes atividades, especialmente
em áreas como assessoria de imprensa e comunicação e produção de conteúdo.
Essa realocação se dá pelo mercado, mas também podemos entender que ocorre
em virtude de inúmeras demissões nos últimos anos no mercado jornalístico.
Em artigo publicado no site da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj)
e no Observatório de imprensa, a jornalista e professora do Departamento
de Comunicação Social da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG),
Ângela Carrato (2015) fala sobre o assunto e diz que a crise é usada por em-
presários da comunicação para justificar demissões de centenas de jornalistas,
assim como diminuir os salários e aumentar o preço dos seus produtos.
A docente afirma que não existe uma crise que justifique tais demissões,
cortes de investimentos e aumentos de preços, já que análises apontam que nos
últimos 10 anos o Brasil teve significativo avanço no plano social e econômico,
especialmente no que tange ao combate à miséria. Além disso, Carrato (2015)
esclarece que o país desenvolveu um mercado de massa, distribuiu renda e
aumentou o acesso à educação. “Os jornalistas precisam ter clareza para
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distinguir entre a crise de credibilidade da mídia e a mudança de paradigma


que o próprio jornalismo, enquanto área de conhecimento e profissão, expe-
rimenta” (CARRATO, 2015).
José Marques de Melo (2011) afirma, por sua vez, em seu texto “Quem
tem medo de crise”, publicado no Observatório de Imprensa, que a crise ronda
o universo do jornalismo desde que ele ingressou na profissão, há 52 anos.
Ele explica que tal crise no jornalismo tem várias conotações, como: crise no
mercado, crise na profissão e crise na academia.
No que tange ao mercado, Marques de Melo (2011) explica que é uma
crise mais estrutural e menos financeira, resultado de inovações tecnológicas
que acabaram com a hegemonia da cultura do impresso. Para o estudioso, a
implantação de padrões de qualidade editorial, que vem de uma modernização
organizacional midiática, ocasionou a diminuição de profissionais nas redações.

Trata-se de uma crise sem desfecho previsível, tendo em vista a situação


privilegiada que desfruta hoje o nosso país como sétima economia do mundo,
destoando do neopopulismo latino-americano pela sua estabilidade consti-
tucional (MELO, 2011).

Sobre a profissão, Marques de Melo (2011) elucida que a crise nessa área tem
duas nuances que aparecem claramente em redações e sindicatos. Para ele, há
um conflito, uma disputa de hegemonia nas redações, entre os “...os endógenos
(diplomados em jornalismo), mais alinhados com as lideranças sindicais, e
os exógenos (formados em outras disciplinas), geralmente simpatizantes das
demandas ocupacionais dos empresários”.
Por sua vez, nos sindicatos, ele acredita que haja uma gradativa acomoda-
ção à reserva de mercado, que está implícita na “lei do diploma”. Marques de
Melo (2011) diz que no que concerne ao cumprimento da lei pelas empresas,
as lideranças ficaram atentas, porém não tiveram a mesma disciplina com
relação ao desempenho das universidades e à competência dos jornalistas
diplomados. Isso vai se agravar com a decisão do Supremo Tribunal Federal
(STF), que tornou inconstitucional a Lei de Imprensa, deixando para as lide-
ranças sindicais a alternativa de lutar para reverter a decisão do judiciário.
No que tange à crise na academia, Marques de Melo (2011) aponta facetas
superpostas no ensino e na pesquisa. O pesquisador explica que o estudo de
jornalismo em universidades brasileiras passou, rapidamente, de experimen-
tal, entre os anos 1940 e 1950, para chegar em um patamar pedagógico com
identidade própria entre os anos de 1960 e 1970. Conforme o autor:
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Nas duas últimas décadas do século passado ocorreu uma reviravolta nessa
tendência de formação segmentada dos bacharéis em comunicação social. Com
a adoção de um modelo de estudos polivalentes, supostamente integrados,
impôs-se uma formação “pós-moderna”, abolindo as fronteiras ocupacionais
e erodindo as identidades profissionais. Essa crise está em processo de equa-
cionamento, decorrente da arregimentação dos professores de jornalismo,
através do Fórum Nacional dos Professores de Jornalismo (FNPJ), e dos
pesquisadores da área, através da Sociedade Brasileira dos Pesquisadores
de Jornalismo (SBPJor). Sua meta foi sensibilizar os gestores da política
educacional do Estado para as consequências desastrosas daquele retrocesso
acadêmico (MELO, 2011).

Nessa esteira, em 2010 o Ministério da Educação instituiu as Novas Refe-


rências Curriculares para os Cursos de Graduação, reconhecendo e legitimando
as carreiras independentes de Cinema e Audiovisual; Jornalismo; Publicidade
e Propaganda; Radialismo, Televisão e Internet; e Relações Públicas (MELO,
2011).

1. A pesquisa Claire Wardle, do projeto conexão; contexto falso; e


First Draft News (Universidade conteúdo manipulador.
Harvard), identificou alguns tipos de e) paródia; conteúdo enganoso;
notícias falsas. Assinale a alternativa falsa conexão; contexto falso;
que apresenta os tipos corretos: e conteúdo manipulado.
a) sátira ou paródia; conteúdo 2. Assinale a alternativa que traz as
enganoso: conteúdo de três hipóteses que a pesquisadora
impostor; conteúdo fabricado; Thais Jorge apresenta para o futuro
falsa conexão; contexto falso; da atividade do jornalismo:
e conteúdo manipulado. a) 1) pode continuar como está;
b) sátira ou paródia; conteúdo 2) pode se aproveitar das
enganador; conteúdo de potencialidades trazidas por
impostor; conteúdo fabricado; essas mudanças para melhorar
falsa conectividade; contexto sua qualidade; 3) ou pode
falso; e conteúdo manipulado. se transformar no sentido
c) sátira ou paródia; conteúdo de introduzir novos gêneros
enganoso; conteúdo fabricado; e práticas profissionais.
falsa conexão; contexto falso; b) 1) pode desaparecer; 2) pode
e conteúdo manipulado. buscar melhorias para sua
d) conteúdo enganoso; qualidade, sem utilizar as
conteúdo de impostor; mudanças que acontecem no
conteúdo de fabricação; falsa decorrer dos anos; 3) ou pode
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se transformar no sentido 4. O pesquisador José Marques


de introduzir novos gêneros de Mello afirma que a crise do
e práticas profissionais. jornalismo tem várias conotações
c) 1) pode desaparecer; 2) pode se e cita três tipos. Assinale a
aproveitar das potencialidades alternativa que apresenta as
trazidas por essas mudanças crises citadas pelo autor no texto
para melhorar sua qualidade; “Quem tem medo de crise?”
3) vai buscar melhorias sem a) Crise no campo informativo,
introduzir novos gêneros crise na prática profissional
e práticas profissionais. e crise na comunicação.
d) 1) pode desaparecer; 2) pode se b) O autor não cita três tipos.
aproveitar das potencialidades São apenas dois: crise no
trazidas por essas mudanças mercado e crise na academia.
para melhorar sua qualidade; c) Crise no mercado, crise
3) ou pode se transformar no nas universidades e crise
sentido de introduzir novos na escolha profissional.
gêneros e práticas profissionais. d) Crise na comunicação, crise na
e) 1) pode continuar como está; profissão e crise na academia.
2 ) pode buscar melhorias para e) Crise no mercado, crise na
sua qualidade, sem utilizar as profissão e crise na academia.
mudanças que acontecem no 5. No que tange à crise de mercado
decorrer dos anos; 3) ou pode citada por José Marques de Mello
se transformar no sentido (2011), é possível afirmar que:
de introduzir novos gêneros a) está relacionada à
e práticas profissionais. pesquisa e ensino.
3. Assinale a alternativa que possui b) Marques de Mello diz que no
o tipo de fake news descrito por que concerne ao cumprimento
Claire Wardle em Harvard: da lei pelas empresas, as
a) Sátira ou paródia: quando lideranças sindicais tiveram
o conteúdo verdadeiro é a mesma disciplina com
compartilhado com falsas relação ao desempenho das
informações contextuais. universidades e à competência
b) Conteúdo enganoso: não há dos jornalistas diplomados.
intenção de causar danos, mas c) trata-se de uma crise com
tem potencial para enganar. desfecho previsível.
c) Conteúdo de impostor: uso d) é uma crise mais estrutural
enganoso de informações e menos financeira.
para enquadrar ou moldar e) a crise nessa área tem duas
um problema ou indivíduo. nuances que aparecem
d) Falsa conexão: quando claramente em redações e
manchetes, imagens ou sindicatos, quando há uma
legendas não dão suporte ao disputa nas redações entre
conteúdo disponibilizado. quem é formado na área e
e) Contexto falso: fontes verdadeiras quem possui outras disciplinas.
são forjadas com conteúdo.
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